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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ TÂNIA MARIA MACHADO PINTO CIDADES DIGITAIS: UM PROGRAMA DE ACESSO À INTERNET PARA A COMUNIDADE E A EDUCAÇÃO? Rio de Janeiro 2007

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

TÂNIA MARIA MACHADO PINTO

CIDADES DIGITAIS: UM PROGRAMA DE ACESSO À INTERNET PARA

A COMUNIDADE E A EDUCAÇÃO?

Rio de Janeiro 2007

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TÂNIA MARIA MACHADO PINTO

CIDADES DIGITAIS: UM PROGRAMA DE ACESSO À INTERNET PARA

A COMUNIDADE E A EDUCAÇÃO?

Dissertação apresentada à Universidade Estácio de Sá como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Educação. Orientadora Professora Dra. Lúcia Regina Goulart Vilarinho.

Rio de Janeiro 2007

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w.odia.com.br

Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)

P659 Pinto, Tânia Maria Machado Cidades digitais: um programa de acesso à internet

para a comunidade e a educação? / Tânia Maria Machado Pinto. – Rio de Janeiro, 2007.

169 f. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em educação)– Universidade Estácio

de Sá, 2007.

Bibliografia: f. 102-105.

1. Computadores e civilização. 2. Ciberespaço – Aspectos sociais. 3. Cidades e vilas – Efeito das inovações tecnológicas. 4. Sociedade da informação. 5. Inovações tecnológicas – Aspectos sociais. I. Título.

CDD

303.483

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Alencar,

Alencar Filho,

Mariucha,

razão do meu viver! Sempre!

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AGRADECIMENTOS

A Nossa Senhora das Graças, presente no meu interior, abençoando e

iluminando meu caminho e de minha família com a paz de Deus.

Aos meus pais que me deram o prazer de conhecer, crescer e progredir no

mundo.

Ao Alencar, meu marido, parceiro nos desafios da vida, realizando-me como

mulher, incentivando-me como profissional.

Aos queridos Alencar Filho e Mariucha sou feliz ... Vocês colorem minha vida

com realizações de missão cumprida. Amo vocês!

À professora Dra. Lúcia Regina Goulart Vilarinho, minha orientadora, com

paciência, objetividade, praticidade, dedicação e, sobretudo, competência viabilizou

este trabalho, cativando-me como amiga.

À Secretária de Educação Municipal de Piraí/RJ, na pessoa da professora

Sandra Gomes Simões, educadora, amiga e lutadora por uma educação de

excelência.

Aos governantes do município de Piraí e à equipe do Projeto Piraí Digital

protagonistas de uma nova configuração escolar e social.

Às equipes administrativas, pedagógicas, docentes e discentes das escolas

municipais: Lages; Lúcio de Mendonça; Manoel Alexandre de Lima; Nova Esperança

e Presidente Castelo Branco, pela participação na pesquisa.

Aos voluntários do Projeto Piraí Digital e comunidade piraiense que

oportunizaram reflexões significativas sobre inclusão digital e cidadania.

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A superação desse analfabetismo das imagens, da comunicação e da informação e a incorporação

dessa nova razão não se darão única e exclusivamente por intermédio da escola, mas seu papel

pode ser significativo se forem desenvolvidas políticas educacionais que valorizem, transformando-a

no espaço para a formação do novo ser humano.

Nelson Pretto (2002, p. 99)

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RESUMO

Cidades digitais, ou cibercidades, são formas espaço-temporais que se constroem

pelo movimento: transporte e comunicação e se marcam por trocas

comunicacionais. Enquanto comunidades virtuais constituem estímulo à renovação

de processos educativos. O projeto Piraí Digital, no município de Piraí, Estado do

Rio de Janeiro, pode ser destacado como proposta que visa a construção de

objetivos das cidades digitais. Considerando sua relevância, julgamos oportuno

investigar as contribuições e limitações desse projeto para a comunidade em geral e

a vida escolar. Situamos, então, como sujeitos da pesquisa cidadãos que utilizam o

computador e a internet em locais públicos, como rodoviária, pracinha, posto de

saúde, telecentros e escolas, neles incluídos alunos e docentes da rede pública e

monitores do projeto. Para dar conta da proposta, estabelecemos três objetivos

específicos, a saber: (a) identificar as principais mudanças que o projeto vem

trazendo à comunidade de Piraí; (b) estabelecer implicações educacionais para

alunos e docentes da rede pública; e (c) determinar limitações do projeto. Esses

objetivos nos direcionaram para uma abordagem predominantemente qualitativa,

cuja preocupação básica foi o estabelecimento de relações e inferências a partir da

análise de conteúdo do conjunto de respostas oferecidas pelos 193 sujeitos da

pesquisa nos questionários aplicados. Para subsidiar esta análise nos apoiamos nos

conceitos de cibercidade, democracia eletrônica, cidadania, cidadania digital e

inclusão digital. A pesquisa revelou que as principais mudanças provocadas pelo

projeto na comunidade foram: melhoria do ensino; ampliação do acesso à

informação; poder aprender mais e de forma diferente; democratização do acesso à

tecnologia do computador e rede; maior interesse por esta tecnologia; mais

satisfação com a presença do projeto, o que englobou a melhoria da auto-estima. Já

as principais implicações educacionais, segundo os alunos e professores, foram: a

expansão da pesquisa como alternativa de ensino-aprendizagem; a melhoria das

tarefas escolares; a possibilidade de aprender de outra forma. Quanto às limitações

sobressaíram: oferta ainda reduzida da tecnologia, obsolescência dos

computadores, queda constante da internet, formação inadequada dos monitores.

Pelas respostas obtidas, pudemos inferir um deslumbramento com o projeto. É

preciso, pois, que a proposta promova a apropriação da cibercultura, o que implica

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combinação de vários modos de comunicação em diferentes graus de

complexidade, em interatividade, novas práticas e atitudes, novos modos de pensar

que permitam aceitar e interagir com o virtual.

Palavras-chave: Cidade digital. Inclusão digital. Mudanças na comunidade e

implicações na educação.

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ABSTRACT

Digital cities or cybercities are space-secular forms that are constructed for the

movement: transport and communication and are marked by communicative

exchanges. While virtual communities constitute stimulation to renew educational

process. The “Piraí Digital” project, in Piraí, Rio de Janeiro state, can be detached as

a proposal that the construction of objectives of the digital cities aims at. Considering

its relevance, we think it’s opportune (interesting) to investigate the contributions and

limitations of this project to the community in general and to the school life. We point

out as the citizens of the research people who use computers and internet at public

places such as bus station, squares, hospital, schools, including the students and the

teachers of the educational public system. In order to achieve our proposals, we set

up three goals: (a) to identify the most important changes that the project has been

bringing to the community in Piraí; (b) to establish educational implications for

students and professors of the public system; (c) to determine limitations of the

project. Those goals took us to a qualitative analysis, and the basic concern was the

establishment of relations and inferences from the analysis of content of the set of

the answers offered for the 193 citizens of the research in the applied questionnaires.

To subsidize this analysis we support in the concepts of cybercities, electronic

democracy, citizenship, digital citizenship and digital inclusion. The research

disclosed that the main changes provoked for the project in the community were:

improvement of education; magnifying of the access to the information; to be able to

learn more and in a different way; democratization of the access to the technology of

the computer and net; bigger interest for this technology; more satisfaction with the

presence of the project, causing a better auto-esteem. The main educational

implications, according to students and teachers were: the expansion of the research

as an alternative of teach-learning; the improvement of the school tasks; the

possibility to learn in another way. According to the limitations the main points were:

obsolescence of the computers, constant fall of the Internet, inadequate formation of

the monitors. According to the answers, we could infer a fascination with the project.

It is necessary, therefore, that the proposal promotes the appropriation of the

cyberculture, what implies a combination in some ways of communication in different

degrees of complexity, in interactivity, new practical and attitudes, new ways of

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thinking that will permit people accept and interact with the virtual. that will allow to

accept and to interact with the virtual one.

Keywords: Digital city. Digital inclusion. Changes in the community and implications in the education.

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LISTA DE SIGLAS

AAD - Associação de Aveiro Digital

AMRIA - Associação de Municípios da Ria

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento

CPD - Centro de Processamento de Dados

CEDERJ - Centro de Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

EF- Ensino Fundamental

EFI - Ensino Fundamental Incompleto

EFC - Ensino Fundamental Completo

EM - Ensino Médio

EMI - Ensino Médio Incompleto

EMC - Ensino Médio Completo

ESI - Ensino Superior Incompleto

ESC - Ensino Superior Completo

EMT - Ensino Médio Técnico

FAETEC - Fundação e Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro

FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio

de Janeiro

FGV - Fundação Getúlio Vargas

MCT - Ministério de Ciência e Tecnologia

NEPEC - Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Currículo, Comunicação e

Cultura da UFBA

ONGS - Organizações não Governamentais

PoP - Ponto de Presença da UFBA

POSI - Programa Operacional da Sociedade da Informação

PINE - Protocolo de Integração das Universidades Baianas

PRODERJ - Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio

de Janeiro (vinculado à SECT- Secretaria de Ciência e Tecnologia)

RBTD - Rede Baiana de Tecnologias para o Desenvolvimento

RN - Regular Noturno

RNP- Rede Nacional de Pesquisa

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SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de

Janeiro

SHSW - Internet por meio do sistema híbrido com suporte sem fio

TIC - Tecnologia de Informação e comunicação

UCA - Um Computador por Aluno

UFBA - Universidade Federal da Bahia

UFF- Universidade Federal Fluminense

UNESCO - Organizações das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura

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LISTA DE GRÁFICOS

Página Gráfico 1 – Caracterização Integrada dos Sujeitos da Pesquisa.......................... 49

Gráfico 2 – Idade dos Participantes da Pesquisa.................................................. 50

Gráfico 3 – Escolaridade dos Participantes da Pesquisa...................................... 50

Gráfico 4 – Docente: níveis de atuação............................................................... 53

Gráfico 5 – Docentes: escolaridade...................................................................... 54

Gráfico 6 – Docentes: faixa etária......................................................................... 54

Gráfico 7 – Discentes: escolaridade dos alunos do ensino fundamental.............. 56

Gráfico 8 – Discentes: escolaridade geral............................................................ 56

Gráfico 9 – Discentes: faixa etária........................................................................ 57

Gráfico 10 – Comunidade: faixa etária.................................................................. 59

Gráfico 11 – Comunidade: escolaridade ............................................................... 59

Gráfico 12 – Voluntários: idade............................................................................. 61

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LISTA DE QUADROS

Página

Quadro 1 – Principais Usos que os Docentes Fazem do Computador e

Internet................................................................................................. 63

Quadro 2 – Mudanças na Vida Profissional dos Docentes a Partir do

Projeto Piraí Digital.............................................................................. 65

Quadro 3 – Mudanças na Escola, Provocadas pelo Piraí Digital, na Visão

dos Docentes........................................................................................ 66

Quadro 4 – Articulação da Escola com o Projeto Piraí Digital na Visão

dos Docentes........................................................................................ 68

Quadro 5 – Mudanças no Desempenho Escolar dos Alunos a Partir

da Integração da Escola....................................................................... 69

Quadro 6 – Visão dos Alunos sobre o Impacto do Projeto Piraí Digital

na sua Vida Pessoal ........................................................................... 70

Quadro 7 – Visão dos Alunos sobre sua Relação com o Piraí Digital..................... 71

Quadro 8 – Visão dos Alunos sobre as Mudanças na Escola a Partir

do Piraí Digital....................................................................................... 73

Quadro 9 – Visão dos Alunos sobre a Contribuição do Piraí Digital

para a Cidadania.................................................................................. 74

Quadro 10 – Comentários Livres dos Alunos sobre o Piraí Digital.......................... 77

Quadro 11 – Importância do Projeto Piraí Digital para a Vida Pessoal

da Comunidade................................................................................... 79

Quadro 12 – Mudanças na Vida Pessoal da Comunidade a Partir

do Acesso à Tecnologia...................................................................... 81

Quadro 13 – Mudanças no Município de Piraí na Visão da Comunidade............... 82

Quadro 14 – O Que Distingue a Cidade de Piraí na Visão da Comunidade........... 84

Quadro 15 – Comentários Livres da Comunidade sobre o Projeto Piraí Digital..... 86

Quadro 16 – Motivos que Levaram os Voluntários a Participarem do

Projeto Piraí Digital............................................................................. 88

Quadro 17 – Atividades Básicas dos Voluntariados do Projeto Piraí Digital........... 89

Quadro 18 – Mudanças na Vida Pessoal dos Voluntariados................................... 90

Quadro 19 – Relação do Piraí Digital com Cidadania na Visão dos Voluntários..... 90

Quadro 20 – Comentários Livres dos Voluntários a Respeito do Piraí Digital......... 92

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SUMÁRIO

1. CIDADES DIGITAIS: UM PROGRAMA DE ACESSO À INTERNET PARA A COMUNIDADE E A EDUCAÇÃO?................................................................. 16 1.1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 16

1.2. O PROJETO PIRAÍ DIGITAL....................................................................... 22

1.3. OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DO ESTUDO..... 24

2. CIDADES DIGITAIS: UMA PROPOSTA DE INTERAÇÃO HOMEM-TECNOLOGIA.................................................................................................... 27

2.1. O CONCEITO DE CIBERCIDADE.............................................................. 27

2.2. DEMOCRACIA ELETRÔNICA: A PROPOSTA DA CIDADE DIGITAL....... 31

3. CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA PEDAGÓGICA PARA UMA

ANÁLISE DE IMPACTOS DAS CIDADES DIGITAIS NA COMUNIDADE E EDUCAÇÃO....................................................................................................... 35

3.1. CIDADANIA, TECNOLOGIAS DIGITAIS E EDUCAÇÃO............................ 35

3.2. IMPACTOS DO COMPUTADOR E REDE NA COMUNIDADE E NA

EDUCAÇÃO........................................................................................................ 39

3.3. INCLUSÃO DIGITAL E SEUS INDICADORES............................................ 45

4. PIRAÍ DIGITAL NA VISÃO DOS SUJEITOS DA PESQUISA....................... 48

4.1. CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS DA PESQUISA A PARTIR DOS

DADOS QUANTITATIVOS................................................................................. 48

4.2. O QUE DIZEM OS SUJEITOS DA PESQUISA DO PROJETO PIRAÍ

DIGITAL.............................................................................................................. 62

5. CONCLUSÕES DO ESTUDO........................................................................ 93

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 102

ANEXOS............................................................................................................. 106

1 - MODELOS DOS QUESTIONÁRIOS............................................................. 111

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2 - RELAÇÃO DAS ESCOLAS COM SEUS RESPECTIVOS NÚMEROS DE

ALUNOS E COMPUTADORES – ANOS: 2006/2007.......................................... 112

3 - TRANSCRIÇÃO DAS RESPOSTAS OFERECIDAS PELOS SUJEITOS DA

PESQUISA NAS PERGUNTAS ABERTAS DOS QUESTIONÁRIOS................. 114

4 - FOTOS DO PROJETO PIRAÍ DIGITAL......................................................... 143

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1. CIDADES DIGITAIS: UM PROGRAMA DE ACESSO À INTERNET PARA A

COMUNIDADE E A EDUCAÇÃO?

1.1 INTRODUÇÃO

A preocupação com as tecnologias da informação e comunicação (TIC) e a

formação de sujeitos não é prerrogativa da escola. Empresas, Organizações não

Governamentais (ONGs), sindicatos, entre outros, vêm se mobilizando para incluir,

em suas metas, a qualificação tecnológica de empregados e pessoas nas mais

variadas funções e atividades. Setores públicos distintos também têm realizado

esforços no sentido de incorporar e se integrar ao mundo tecnológico. É neste

contexto de expansão e valorização das tecnologias que surgem as cidades e os

programas digitais como estratégia dirigida à melhoria da qualidade de vida dos

cidadãos.

As cidades digitais constituem propostas governamentais que buscam

disponibilizar o acesso gratuito ao computador e rede em espaços diversificados

(não-escolares), de tal modo que se verifique um processo de inclusão digital

daqueles que não têm condições econômicas para a aquisição dessa tecnologia.

Tais cidades, de um modo geral, têm sido organizadas em municípios de pequeno e

médio porte e entre os seus objetivos está a (re)configuração de espaços urbanos e

práticas sociais. Assim, ruas, praças, ambientes públicos e especialmente

instituições de ensino, passam a ser pontos de comunicação via internet, o que

acaba por dar novo significado ao universo do conhecimento e favorecer a inclusão

de sujeitos na sociedade.

Segundo Moraes (2004, in LEMOS, ANDRÉ, p. 29) as cidades digitais, ou

cibercidades, “devem ser vistas como formas espaço-temporais que se constroem

pelo movimento: transporte e comunicação”. Para este autor uma cidade só pode

ser chamada de cibercidade quando o percurso de pessoas pelo espaço informativo

é marcado por trocas comunicacionais, isto é, por trocas de informações entre elas.

Essas cidades, enquanto comunidades virtuais constituem, pois, um estímulo à

renovação de processos educativos.

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Iniciativas dessa natureza, em nosso país, ainda são poucas; duas, no

entanto, se destacam: a que vem sendo implementada no Estado da Bahia, mais

especificamente na cidade de Salvador, sob o nome de Tabuleiro Digital, de

responsabilidade da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e outra conduzida no

Estado do Rio de Janeiro, na cidade de Piraí, reconhecida pelo nome de Piraí

Digital.

A origem dessas propostas remonta à chegada da Internet ao Brasil, em

1991, com a implantação da primeira fase da Rede Nacional de Pesquisa (RNP).

Com o propósito de oferecer as condições para que o país usufruísse os benefícios

da Internet, a RNP foi instituída e articulada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia

(MCT) e inicialmente

[...] atendia 11 estados entre eles a Bahia, com ponto de presença na Universidade Federal da Bahia, nas tarefas de divulgar os serviços Internet à comunidade acadêmica, além da montagem de repositórios e treinamentos, estimulando a formação de uma consciência acerca de sua importância estratégica para o País (CARDOSO in LEMOS, 2004, p. 77).

Em 1994, a internet se consolidou no Estado da Bahia, com a implantação da

Rede Bahia, o primeiro servidor WWW (teia mundial / sistema cliente e servidor) e a

assinatura de um acordo de cooperação técnica que gerou a criação de um Comitê

Gestor da Rede pelo governo do estado, coordenado pelo professor Nelson De Luca

Pretto. Este comitê “congregava mais de 80 instituições [...] para fins de pesquisa

sobre educação e comunicação ligada à Internet e de prestação de serviços à

população” (CARDOSO in LEMOS, 2004, p.78).

Estudos e encontros nacionais se sucederam com o intuito de ampliar o

universo do acesso no campo comercial em todo o país. Neste sentido, a Telebahia

e a Embratel foram às primeiras empresas a trabalharem para a existência da

internet comercial brasileira. À ocasião, na cidade de Salvador, a comunidade

usuária se restringia a profissionais e estudantes de centros de pesquisa, mas, na

medida em que foi alcançada a competência brasileira para a operacionalização e

disseminação dos serviços de internet, o número de usuários foi progressivamente

se expandindo.

Em 1995 negociações foram realizadas por intermédio da Telebrás, para a

implementação de projetos de internet comercial no estado e no país, envolvendo

empresários, governantes e Organizações não Governamentais (ONGs). Um ano

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após foram implantados os primeiros provedores de acesso à internet na Bahia,

conectados à rede da Embratel, e, neste mesmo período, a Universidade Federal da

Bahia (UFBA) passou a sediar o projeto Ponto de Presença (PoP) da RNP no

estado, dele participando desde a sua implantação. Este projeto teve importante

papel na disseminação do uso da internet, envolvendo mais de 40 ONGs, as quais

compunham o complexo PoP das ONGs Zumbi, que difundiu suas atividades e

filosofia por todo o estado.

Investimentos em tecnologia e no Centro de Processamentos de Dados

(CPD) da UFBA foram realizados, o que possibilitou o envolvimento de redes locais

em um trabalho de divulgação dos benefícios da Internet para a comunidade baiana,

Ainda nesse período, foi implementado o projeto Rede Baiana de Tecnologias para o

Desenvolvimento (RBTD) e novos serviços se sucederam com a instalação do

correio eletrônico e do gopher, considerado precursor da World Wide Web (WWW),

caracterizado como um serviço de acesso à informação, onde os usuários não

necessitavam de pré-requisitos técnicos para sua utilização. Além de transmissão

em vídeo e áudio para aplicações em telemedicina e educação a distância, surgiram

outros serviços que possibilitaram uma nova etapa de desenvolvimento tecnológico

no estado, batizada de Internet 2, esta “formada por um consórcio de universidades

norte-americanas, com a participação do governo e parceria com indústrias para o

desenvolvimento de tecnologias que habilitem novas formas de interação de rede de

computadores” (CARDOSO in LEMOS, 2004, p.90).

Projetos e núcleos de educação surgiram, então, com o objetivo de ampliar o

acesso à internet e criar novas possibilidades de utilização das TIC, entre esses,

cabe situar o REMA - Salvador (1999) e o Núcleo de Educação e Comunicação

(atual Núcleo de Ensino Pesquisa e Extensão em Currículo, Comunicação e Cultura

- NEPEC - da UFBA), que funcionou como elemento articulador das universidades

baianas e da rede de ensino fundamental, no contexto do Protocolo de Integração

das Universidades Baianas (PINE). Segundo o autor mencionado, o objetivo de

estudar a presença das novas tecnologias na educação, principalmente a internet,

se desdobrava em: aprofundar o seu significado pedagógico; propor sua

incorporação a processos educacionais e na formação a distância de professores; e

incentivar a produção/ socialização de conhecimentos.

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19

A experiência da Bahia foi um marco para estudos, posicionamentos e

propostas subseqüentes, oferecendo subsídios ao desenvolvimento de outras

cidades digitais.

No estado do Rio de Janeiro, alguns municípios como: Paracambi, Petrópolis,

Quissamã, Angra dos Reis, Nova Friburgo, Piraí, Mangaratiba, Rio Claro, Rio das

Flores, incluiram em suas propostas político-sociais e educacionais a disseminação

do ciberespaço e da internet. O que há de comum entre essas cidades no que tange

à experiência digital é o fato de serem, todas, de pequeno e médio porte, localizadas

no interior do estado. Entre os objetivos da estruturação das cidades digitais no

âmbito desses municípios situam-se: valorizar o conhecimento; facilitar o acesso da

comunidade à rede mundial de computadores; diminuir as desigualdades sociais e

educacionais; e melhorar a qualidade de vida.

É notório que, entre os municípios mencionados, o de Piraí se destaca com

uma rede de transmissão de voz e dados, implantada desde 2002, gerando

oportunidades de desenvolvimento econômico e social “com custo zero de

utilização, economia nos gastos do governo, autonomia e acesso aos códigos-fonte”

(PIRAÍ, 2004). O Piraí Digital configura-se como uma rede de infra-estrutura

municipal, que garante o acesso gratuito, em banda larga, à internet por meio do

sistema híbrido com suporte Wireless – SHSW (sem fio)1. Entre os seus desafios

situam-se: as capacitações gratuitas e a criação de pontos de contato nos mais

diferentes lugares do município (inclusive na periferia), que incluem escolas e

telecentros. Na proposta de Piraí qualquer meio é válido, desde que favoreça o uso

das tecnologias digitais na vida escolar, profissional e social. De acordo com o

programa de gestão do município, diferentes secretarias municipais, especialmente

as de Planejamento, Ciência e Tecnologia e Educação, devem se articular para

concretizar o projeto.

Extraímos dessa proposta as intenções mais amplas que nela se incluem

(PIRAÍ, 2004, p.3):

1 A tecnologia Wireless implica em uma rede sem fio, capaz de realizar a ligação entre vários computadores de um mesmo local (por exemplo, de um apartamento, salão de convenções, de reuniões, ou do aeroporto) a uma única conexão de internet. Os microcomputadores nesta modalidade recebem placas de rede e com uma pequena antena externa emitem e recebem dados em determinada freqüência eletromagnética, enviando-os para um concentrador que, também, dispõe de uma antena e está conectado a um provedor de acesso por meio de banda larga. Mais detalhes em http://www.guiadohardware.net/tutoriais/061/

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@ governo: modernizar e racionalizar a administração pública, estimulando a participação pública dos processos de decisão e contribuindo para maior visibilidade; @ cidadão: disseminar uma sociedade da informação e do conhecimento, impulsionando atividades que possibilitem a incorporação destas tecnologias a partir da vivência e das atividades cotidianas da comunidade; @ corporativo: integrar as empresas no processo de expansão da rede, buscando a participação das empresas e do comércio numa perspectiva de responsabilidade social no processo de inclusão digital; @ saúde: viabilizar a gestão unificada e integral de centros de assistência à saúde, bem como utilizar as novas tecnologias da informação e da comunicação (teleconferência, difusão da imagem) na formação dos profissionais da área da saúde; @ educação: utilizar as tecnologias de informação e comunicação em atividades pedagógicas inovadoras, trabalhando a informação como fundamento da pedagogia democrática e da interação social.

Segundo Franklin Coelho2, professor da Universidade Federal Fluminense

(UFF) e um dos coordenadores do Projeto Cidade Digital: “o trabalho iniciado em

Piraí começa a dar frutos. Assim como qualquer cidadão tem direito à infra-estrutura

que garanta água e energia, a informação também deve ser um direito”.

A experiência brasileira com cidades digitais apresenta similaridades a que

vem sendo desenvolvida em Portugal. O governo português, por intermédio de seu

Ministério da Ciência e Tecnologia, implantou em Aveiro, cidade situada 70 km ao

sul da importante cidade do Porto, um programa de comunidades digitais. Assim,

surgiu o Aveiro Digital 2003-2006, de responsabilidade conjunta da Associação de

Municípios da Ria (AMRIA) e da Associação de Aveiro Digital (AAD), financiado pelo

Programa Operacional da Sociedade da Informação (POSI). Assumido como um

motor de desenvolvimento social, econômico e cultural, que aproxima os cidadãos

dos novos meios de comunicação, o programa se propõe a oferecer on-line:

serviços, informações e qualificação. Seu desafio é criar a Cidade Digital das

LusofoniaS, para unir o que foi afastado pelas vicissitudes pessoais e históricas. O

programa pretende ser um espaço de troca de experiências e demais saberes

provenientes dos mais variados rincões onde se fala a língua portuguesa na suas

diferentes expressões.

O Aveiro Digital agrega quarenta projetos, os quais estão em fase de

implantação, distribuídos por oito áreas de intervenção, a saber: “Informação;

Cultura e Lazer; Construir a Comunidade Digital; Escola e Comunidade Educativa;

Autarquias e Serviços de Âmbito Concelhio; Solidariedade Social; Tecido Produtivo;

Universidade e Comunidade Educativa e Saúde” (SILVA e ABREU, in LEMOS, 2 Matéria publicada no jornal O GLOBO de 4 de setembro de 2005, Caderno de Economia, p. 33.

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2004, p. 69). Esses projetos têm a intenção de envolver a população com as TIC e o

ciberespaço; eles se constituem em mecanismos de inclusão social e digital.

As experiências aqui relatadas representam um anseio bem explicitado por

Moran (2000). Para este autor, a sociedade precisa ter como projeto político a

diminuição da distância entre os que podem e os que não podem pagar pelo acesso

à informação; as escolas públicas e as comunidades carentes precisam ter o acesso

garantido para não ficarem condenadas à segregação definitiva, ao analfabetismo

tecnológico, ao ensino de “quinta classe”.

É fato que a educação ampliou o seu espaço de intervenção a partir do

ciberespaço; em um futuro próximo as TIC serão recursos fundamentais no conjunto

de necessidades da sociedade, modificando e multiplicando habilidades, formas e

conteúdos de comunicação. Como nos alerta Gomez (2004, p.14): “um computador

conectado com o mundo, em sintonia com o coração e a mente de professores e

alunos, não será apenas mais uma tecnologia na escola. Ele poderá representar um

grande salto qualitativo para ela”.

Considerando a dimensão e os ecos desses programas, julgamos que seria

oportuno investigar efeitos educacionais do Projeto Piraí Digital sobre a vida de

sujeitos que dele se utilizam. É relevante ressaltar que, por se tratar de um programa

de governo, Piraí Digital tem sido alvo de manifestações positivas, registradas na

mídia, principalmente na imprensa escrita, valorizando sua proposta (diversas

matérias já foram publicadas em jornais de grande circulação, no Brasil e no

estrangeiro3). Torna-se, no entanto, fundamental saber se esta valorização é

compartilhada por diferentes sujeitos; em outras palavras, implica determinar em que

medida os seus objetivos repercutem positivamente nos usuários. É necessário ouvir

desses sujeitos, particularmente alunos e professores, o que têm a dizer sobre as

contribuições e as limitações do projeto na vida escolar. Entendemos que um projeto

sócio-educacional só pode ser qualificado como importante quando assim é

visualizado por aqueles a quem se destina. Neste sentido, acreditamos que nossa

pesquisa se torna relevante e se justifica, pois com ela procuramos desvelar

3 Newsweek, em 7de junho de 2004, p.41. Gazeta Mercantil em 28 de junho de 2004, p. A-3, segunda-feira. O papel dos ativos sociais nas políticas públicas; The Humblest Digital City; Chicago Tribune, Saturdey, september 18, 2004, section 2 Technology, p. 3. Brasilian City connects with wireless revolucion; O DIA / Internet & Tecnologia em 12 de maio de 2004, p. 5 - Redes Wireless em benefício de todos; O GLOBO, quarta-feira, 26 de janeiro de 2005, p.17. ‘Piraí concorre ao título de Cidade Inteligente.’

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posições e visões do cidadão que se vale do Piraí-Digital nos mais variados

espaços: rodoviária, praça pública, telecentro, escola.

Até onde nos foi possível verificar, as pesquisas desenvolvidas sobre o

projeto foram conduzidas pela própria equipe de implementação, durante o trabalho

de rotina. Essa lacuna nos estimulou a transformá-lo em objeto de investigação.

1.2 O PROJETO PIRAÍ DIGITAL

O Município de Piraí, localizado no Estado do Rio de Janeiro, sofreu um

grande impacto quando, em 1997, um número significativo de seus habitantes (2200

– 8,8% da população total) perderam os empregos, por força da privatização da

Companhia de Energia Elétrica – Light - e da automatização da fábrica de papel ali

localizada. Tal fato apontou à administração municipal a necessidade de um estudo

sobre as potencialidades da região, com vistas a novas alternativas de geração de

emprego e renda (PIRAÍ, 2004).

Assim, foi realizado um levantamento de indicadores sobre a realidade

econômica, social, educacional, cultural e ambiental da região e algumas políticas

foram sendo implementadas, de tal forma que, em 2001, o município recebeu o

prêmio Gestão Pública e Cidadania, oferecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)

e Fundação Ford. Este prêmio tinha por objetivo colocar em relevo a gestão pública

que apresentasse uma filosofia de trabalho, incluindo:

inovações na administração e prestação de serviços públicos dos governos municipais; [...] novas experiências de organizações públicas que, tendo ensejado melhoria na qualidade de vida da população, possam ser reproduzidas contribuindo para a ampliação da cidadania através da democratização do acesso a bens e serviços públicos nas diversas áreas de ação governamental (PIRAÍ, 2002, p. 7).

Com esta premiação Piraí passou a ser reconhecido como “o município que

deu a volta por cima”. Entre os objetivos do projeto apresentado à Fundação Getúlio

Vargas e Fundação Ford, destacava-se: “(f) criar meios de acesso à internet que

potencialize as relações econômicas entre a economia territorializada destas

comunidades (pobres) e o mercado” (PIRAÍ, 2002, p. 9).

Deste objetivo nasceu o Projeto Tecnologia da Informação e Comunicação

para a Construção da Cidadania, mais conhecido como Projeto Piraí Digital,

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visualizado, então, como instrumento para a prática da cidadania e (re) configuração

do espaço urbano por meio da cibercultura, gerando novas formas de comunicação.

Para desenvolvê-lo foram articuladas parcerias4, tendo sido fundamental a instalação

do Centro de Educação à Distância do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ), em

articulação com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e com a Empresa

Brasileira de Tecnologia (TAHO)5, esta encarregada de instalar o produto

tecnológico Wireless6 que facilita e barateia a comunicação com e via internet.

Concomitantemente, o Projeto Piraí Digital recebeu apoio da ONG VIVA RIO, que

tem como um de seus objetivos básicos a inclusão digital popular, e foi chancelado

pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura

(UNESCO). Nas diferentes alianças firmadas era confirmado o entendimento de que

havia necessidade de se dinamizar economicamente o município, admitindo-se que

a exclusão digital leva à exclusão social (Piraí, 2004).

Assim, a partir de 2002, o município iniciou a instalação de uma rede de

transmissão de voz e dados, baseada em sistema híbrido com suporte Wireless

(SHSW), a qual veio a se constituir em rede de infra-estrutura municipal, garantindo

acesso à internet em banda larga.

Em pouco tempo, o projeto foi sendo desenvolvido e compartilhado por

diversos setores, distritos municipais, incluindo repartições públicas, associações de

bairros, levando o computador e a internet a escolas e outros locais públicos, como a

praça e a rodoviária da cidade. A utilização do software Linux7 foi outra opção

importante para viabilizar a inclusão digital via educação e uso livre da tecnologia

pela comunidade. O conjunto das medidas tomadas levou Lopes (2004, p.10) a

afirmar que a cidade de Piraí pode ser considerada um ciberespaço, na medida em

que “apresenta uma relação com os sistemas cibernéticos da informação, em geral,

e com a Internet em particular”.

4 Entre as diferentes parcerias, podemos citar: Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDS) Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério das Comunicações, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Proderj, CNPq, FAPERJ, SEBRAE, Banco Real, Itautec, Light, Fundação Euclides da Cunha, Telemar, UFRJ. 5 TAHO – as letras taho não constituem sigla da Empresa Brasileira de Tecnologia; elas formam um nome de origem budista que se traduz como “tesouro da vida”. http://2006.taho.com.br/site/ 6 Informações sobre esta tecnologia em http://www.rnp.br/newsgen/9805/wireless.html. Acesso em 4 de outubro de 2006. 7 Linux - sistema operacional derivado do Unix e que recebeu o nome do seu criador, Linus Torvalds. Muito conhecido dos estudantes universitários, não é protegido por patentes e isso permitiu uma rápida evolução e suas aplicações. (GASPERETTI, 2000, p.170)

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1.3 OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DO ESTUDO

Nossa preocupação com as cidades digitais nos levou a estabelecer um

recorte para a presente pesquisa, o qual se expressa no seguinte objetivo geral:

investigar contribuições do Projeto Piraí Digital, um programa de acesso gratuito à

internet, para a comunidade em geral e a vida escolar. Situamos como sujeitos da

pesquisa cidadãos que utilizam o computador e a internet em locais públicos, como

a rodoviária, pracinha, posto de saúde da cidade e nos telecentros, espaços

destinados especificamente ao uso da TIC, alunos e docentes da rede pública,

vinculados a escolas municipais, onde o Piraí Digital se faz presente, e monitores do

próprio projeto.

Deste objetivo mais amplo, geramos três objetivos específicos, a saber:

identificar as principais mudanças que este projeto vem trazendo à

comunidade de Piraí;

estabelecer implicações educacionais do projeto para alunos e docentes da

rede pública de ensino do município de Piraí;

determinar limitações do projeto e discutir sugestões para a sua melhoria.

O conteúdo desses objetivos nos direcionou para uma abordagem quanti-

qualitativa dos dados coletados. A direção quantitativa se expressou na contagem e

no estabelecimento de percentuais das idéias recorrentes, encontradas nas

questões fechadas e abertas dos questionários aplicados aos diferentes grupos de

sujeitos: professores, alunos, comunidade, voluntários. A partir do tratamento

numérico foi possível construir gráficos e tabelas que julgamos favorecedores de

uma compreensão mais objetiva dos resultados.

Já a abordagem qualitativa emergiu nas inferências apresentadas

principalmente nas conclusões da pesquisa. Esta abordagem pode ser

compreendida pela explicação dada por Patton (1990, apud GONZÁLEZ REY, 2002,

p.68):

os métodos qualitativos voltam-se à exploração, ao descobrimento, à lógica indutiva [...] Os pesquisadores qualitativos tentam entender as múltiplas inter-relações entre as dimensões que emergem dos dados sem fazer uma afirmação a priori ou hipóteses específicas sobre as relações lineares ou correlacionais entre variáveis estritamente definidas.

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Assim, o objeto de estudo deve ser desvelado em sua complexidade, o que

exige compreender sua história e o contexto onde se insere, bem como os

elementos que marcam sua singularidade. Como afirma González Rey (2002, p. 91),

a singularidade é a expressão da riqueza e plasticidade do objeto/fenômeno em

estudo. Segundo este autor, a abordagem qualitativa não tem por objetivo expressar

em operações os conteúdos diretos e explícitos obtidos na coleta de dados, “com o

fim de convertê-los em entidades objetivas suscetíveis de processamento

matemático”; ao contrário, o que ela pretende é o “conhecimento como processo

permanente, de caráter aberto, dentro do qual o pesquisador sempre descobre e

constrói opções”.

A relevância atribuída ao contexto e à história de um fenômeno foi por nós

considerada; por isso nos preocupamos em conhecer a história e os objetivos desse

projeto, o que foi resumido na seção anterior. Neste sentido, podemos afirmar que a

presente pesquisa tem uma face documental (MARCONI E LAKATOS, 2002), pois

exigiu a análise de fontes primárias de informação, como o programa de governo e o

próprio projeto, e fontes secundárias, entre elas matérias de jornais.

Paralelamente, assumimos que as mudanças produzidas pelo projeto na vida

(pessoal/escolar) dos participantes da pesquisa teriam de ser visualizadas como

“descobertas” abertas, passíveis de serem reconstruídas. Assim, optamos por

coletar os dados, relativos aos objetivos específicos da pesquisa, aplicando

questionários, com perguntas fechadas e abertas a todos os sujeitos da pesquisa.

Os questionários foram validados por duas professoras, uma mestra e outra doutora

em educação, ambas especialistas na área de tecnologia educacional, às quais

foram encaminhados não apenas os instrumentos, mas, também, o projeto de

pesquisa, com destaque para os objetivos do estudo.

Segundo Rizzini et al (1999), o questionário é um instrumento válido quando o

pesquisador tem um certo conhecimento do contexto do estudo. Considerando que

acompanhamos de perto a implantação do Piraí Digital e tendo em vista que nosso

universo de sujeitos não seria pequeno, entendemos que o questionário seria

adequado aos nossos propósitos.

Participaram da pesquisa 193 sujeitos, sendo 46 cidadãos em circulação pela

cidade, (estes enquadrados na categoria comunidade), 93 alunos, 42 professores e

12 voluntários que atuavam no projeto.

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Os dados coletados, referentes às perguntas fechadas do questionário,

permitiram a construção de gráficos que ajudaram a compreender melhor as

informações abertas. Já as respostas dadas nas perguntas abertas foram tratadas

pela técnica de Análise de Conteúdo (BARDIN, 2000). Por meio desta técnica o

pesquisador estabelece a freqüência com que determinadas características, idéias,

palavras, expressões, frases, aparecem nas falas dos sujeitos em estudo. Portanto,

nesta técnica há uma base de quantificação, mas, ela não se restringe a isso; ao

contrário, é a partir da recorrência de determinados aspectos que são feitas as

inferências, as quais podem conduzir à compreensão dos objetivos do estudo.

Bardin (2000) afirma que a sutileza da Análise de Conteúdo está em ultrapassar a

incerteza e isto exige que a leitura da realidade em estudo, feita pelo pesquisador,

possa ser compartilhada com outras pessoas. Neste sentido, o pesquisador deve

indagar-se: é a minha leitura válida e generalizável? Esta autora salienta, também,

que é importante ir além das aparências, o que significa ler nas entrelinhas dos

dados obtidos, buscar o “não dito” que está presente de forma oculta.

Os dados coletados nos questionários foram organizados em diferentes

blocos e estão apresentados no capítulo 4. Para interpretá-los, construímos, com

apoio da revisão bibliográfica, uma abordagem teórica, a qual é apresentada nos

dois capítulos que se seguem, de números 2 e 3. Esta pesquisa se encerra no

capítulo 5, com as conclusões e recomendações derivadas da análise dos dados.

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2. CIDADES DIGITAIS: UMA PROPOSTA DE INTERAÇÃO

HOMEM-TECNOLOGIA

Neste capítulo, considerando as diferentes perspectivas que as cidades vêm

assumindo ao longo dos séculos, fazemos uma discussão sobre o conceito de

cibercidade e apresentamos, também, pontos que se inserem na proposta de

democracia eletrônica, finalidade precípua dessa nova configuração de cidade.

2.1. O CONCEITO DE CIBERCIDADE

O homem só existe na cultura e a cidade é um dos seus principais artefatos.

Ela é a morada dos agrupamentos sociais e tem sido palco da expansão de

diferentes culturas, como a grega, romana, européia medieval, entre tantas outras.

Desde as primeiras cidades, o que está em jogo no seu interior é a dinâmica

complexa das diversas redes tecno-sociais. Tal dinâmica, que é a própria cultura, se

dá pela “circunscrição artificial do mundo natural, consolidando a própria

humanidade”. A cidade é, pois, “uma grande máquina artificializante” (LEMOS, 2005,

p.13). A artificialidade sempre esteve presente nas cidades, mesmo naquelas

primitivas, na medida em que surge a necessidade de controle e manipulação de

seus habitantes e de transformar a natureza para garantir ou sofisticar a

sobrevivência. Ainda segundo Lemos (op. cit.), já na clássica obra A República, de

Platão, estava traçado um ideal de cidade, no qual se viveria democrática, livre e

autonomamente.

As cidades digitais remontam à evolução da cidade moderna, que começou a

ser mais marcante a partir das últimas décadas do século XIX. De acordo com

Graham e Marvin (1996, apud LEMOS, 2005, p.15), as cidades modernas surgem a

partir de 1820, com a intensa vida mercantil, ficando a concentração das atividades

nos próprios centros urbanos: a fábrica de um lado, o porto do outro e, no centro, o

comércio. A partir de 1870, a cidade industrial passou a incorporar áreas

residenciais das classes trabalhadoras, tendo no centro o desenvolvimento dos

setores comerciais. No século XX, mais especificamente a partir de 1920, inicia-se

uma mudança significativa nas cidades, ficando ao centro a área residencial das

classes trabalhadora e o comércio, situando-se mais distante, na forma de um

“satélite”, a cidade industrial (as fábricas). No final do século XX, nos anos setenta,

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começa a emergir a cidade-máquina; de início uma cidade ainda tipicamente

“fordista”8, com a mesma estrutura do início do século XX, mas que passa a

comportar e integrar diversos subúrbios tendo, em volta deles, subcentros,

caracterizando uma nova dispersão. Aos poucos, a economia da cidade-máquina vai

sendo substituída pela economia pós-fordista9, esta manifestada de forma líquida,

informacional, gerando o fenômeno da cidade-ciborgue. Assim, a economia

industrial vai interagindo com a nova economia pós-industrial, criando novos

paradigmas. É neste entrecruzamento de formas distintas de produção econômica

que se dá a gênese das cidades digitais.

A sociedade informacional se insere nas cidades que acolhem as redes

telemáticas da cibercultura; estas apoiadas na internet, no celular, no wireless, entre

outras tecnologias, favorecem novos paradigmas de interação entre os sujeitos e

(re)configuram os grandes centros urbanos, os espaço de trabalhos e até mesmo os

próprios domicílios. Lissonger e Rodrigues (2004) visualizam as cidades digitais sob

três aspectos: (a) do ponto de vista tecnológico, são espaços que desenvolvem

atividades de alfabetização telemática, tendo como grande contribuição a construção

de inúmeros bancos de dados; (b) na perspectiva programática, constituem espaços

que ampliam o acesso público à informação; e (c) e na dimensão social podem

redundar em estratégia de inserção dos sujeitos (cidadãos) na cidade.

Favorecer novas relações sociais de acordo com interesses urbanos,

específicos e coletivos, ampliando o universo do que se entende por cidade na

busca da cidadania, e melhorar a qualidade de vida é a proposta da cidade digital.

Para Cunha Filho (2005, in LEMOS p.47), trata-se “fundamentalmente de uma

plataforma web, na qual, ou a partir da qual, cidadãos podem interagir, demandar

serviços e coletar informações”. Suas interfaces afetam a todos, pois na medida em

que o sistema pode ser permanentemente realimentado com novas e atualizadas

informações, cria-se não apenas a possibilidade de regular a vida cotidiana, mas

também de aproximar os homens, uns dos outros, no ciberespaço. No dizer de

Mueller (2004, p.274), trata-se de um 8 O fordismo corresponde a um método de trabalho, caracterizado pela produção em série (linhas de montagem), que teve como idealizador Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company. 9 O paradigma pós-fordista é resultado da transformação na própria natureza e no próprio estatuto da produção industrial. Trata-se de um paradigma social que inclui as novas dimensões espaciais das redes de produção e a proliferação, por heterogênese, da produção cultural estética que acompanha a singularização dos comportamentos aquisitivos. GIUSEPPE, Cocco. Trabalho e cidadania: do fordismo ao pós-fordismo. http://www.race.nuca.ie.ufrj.br/abert/venc/artigos/59.pdf. Acesso em 05/03/2007.

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espaço de outra ordem de complexidade, adimensional, que incorpora o ‘tempo’ como uma dimensão privilegiada e onde predominam fluxos que se representam mediante uma interface, a tela. [...] O modelo urbano do ciberespaço é a cidade digital.

Este mesmo autor afirma que a cidade digital “se apresenta como um ente, no

sentido filosófico do termo, algo que é, que foi ou que será, num tempo e num

espaço de fruição diferenciados” (2004, p. 274). O sujeito inserido em tal realidade,

também acompanha esse novo sentido de lugar, daí Mueller (op. cit.) afirmar que no

espaço físico encontramos o homem e no ciberespaço o ciborgue. Este “não se

transforma em homem, apenas o copia”.

Pretto (2002, p.41) considera essas cidades como espaços de troca de

informações digitais, onde se inter-relacionam a cultura urbana e a cibercultura, por

meio da gestão dinâmica dos processos de comunicação. Elas propiciam o “estar

em outro lugar”, dentro de sua própria casa, oferecendo uma multiplicidade de

visões de mundo. “É a possibilidade da convivência do local e do não-local

permanentemente e, o mais importante, simultâneamente.” Compreender a

complexidade dessas cidades é algo extremamente desafiador, na medida em que

elas são planejadas e simuladas por computadores onde circulam informações as

mais variadas e dispersas com a oferta de serviços. A arquitetura virtual dessas

cidades é imprevisível, uma vez que pode (ou não) se inspirar nas paisagens de

uma cidade real ou, ainda, ser criada pela imaginação humana, sem qualquer

correlação com cidade real. O importante, no entanto, é saber que a cidade digital

opera a partir de estratégias comunicacionais que constroem e alimentam grupos

sociais nas suas práticas cotidianas.

Levy (2005, p.196) entende que a

[...] organização do ciberespaço procede de uma forma particular de urbanismo ou de arquitetura, não física, cuja importância só irá crescer. Contudo, a arquitetura suprema procede do político: ela diz respeito à articulação e ao papel respectivo dos diferentes espaços.

Assim, cabos de fibras óticas, aparelhos sem fios, redes de comunicação via

satélite, equipamentos inteligentes, reestruturam a vida das pessoas em suas casas

e na comunidade, de forma direta e imposta pela própria sociedade da informação.

“Hoje não é mais aceitável pensar o desenvolvimento efetivo do ambiente urbano

sem um entendimento das complexas regras das relações entre as novas

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tecnologias digitais, as redes de telecomunicação e o espaço urbano” (LEMOS,

2005, p.21-22). A realidade é outra, novas perspectivas e critérios de

relacionamentos se intensificam, criando uma situação impulsionada pela

incorporação das TIC na transformação da própria sociedade.

Os lugares digitais estão emergindo por uma integração tecnológica contínua. [...] Os prédios e lugares físicos transformam-se, a cada dia, em espaços de comunicação, maquinas de conexão, de difusão e troca de informações [...] Estes não são apenas máquinas de morar, [...] mas máquinas de comunicar. [...] instituições como escolas, bibliotecas e centros comunitários transformam-se em lugares digitais. [...] o fluxo espacial que atinge as atividades do dia a dia e proporciona a construção de espaços facilitam múltiplas formas de comunicação (op.cit. 2005, p. 22-23).

Conviver na cidade digital requer o sujeito cidadão-ciborgue, aquele que está

em permanente conexão com o ciberespaço, isto é, com o “espaço de comunicação

aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos

computadores” (LÉVY, 2005, p. 92). Neste espaço não basta apenas o contato com

o equipamento; é necessária a apropriação da cibercultura. Isto implica a

combinação de vários modos de comunicação, em diferentes graus de

complexidade, de interatividade, de práticas, de atitudes, de modos de pensamento,

para se aceitar e interagir com o virtual. Com a vivência de novas práticas

democráticas, com a troca de saberes e a participação em decisões políticas, dentre

outras atividades, o cidadão-ciborgue experimentará uma reforma de mentalidade,

incorporando outros modos de organizar sua vida pessoal, social e política (LÉVY,

2005).

As novas relações transformam a sociedade industrial, que passa a ser

dominada pela informação, comunicação, por símbolos e serviços mediados por

tecnologias digitais (LEMOS, 2005). Espaços físicos e eletrônicos tomam outras

direções que precisam ser entendidas, usadas e controladas pelos usuários das

comunidades virtuais e isto vai gerar múltiplos efeitos sobre a expansão do

ciberespaço. Assim, surgem outras formas de diálogo, afetando o cidadão nas

cidades: este passa do concreto ao virtual quando se utiliza dos espaços de

convivência permeados por fluxos planetários de informações digitais, ligados por

redes telemáticas.

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2.2. DEMOCRACIA ELETRÔNICA: A PROPOSTA DA CIDADE DIGITAL

Políticas de inclusão dos habitantes da cidade (o citadino) no espaço físico

não são suficientes para se viver no século XXI, pois a expansão quanti-qualitativa

das TIC no cotidiano da vida social projeta a idéia de que a cidadania precisa ser

reformulada, tendo como “pano de fundo” as novas práticas da cibercultura. O

desafio da inclusão social é, agora, atravessado pela necessidade de inclusão

virtual. Dessa inclusão pode surgir a democracia eletrônica, proposta mais

significativa da cidade digital.

Para compreendermos esta proposta, precisamos, inicialmente, (re) lembrar o

que significa democracia. Segundo o Dicionário Aurélio (1986) refere-se ao governo

do povo, onde se dá a soberania popular, a distribuição eqüitativa de poder, de

decisões e da execução.

A “democracia eletrônica” visa participação ampliada e generalizada do

acesso às tecnologias e seu uso de forma crítica. Ela implica em tecer outras redes

de significados a partir das novas formas de acessar a informação. A interação do

sujeito com os objetos midiáticos muda o foco do sobreviver, do entendimento e do

estar no mundo, fazendo com que uma visão complexa de mundo vá se espalhando

pelos espaços onde atuam os agentes sociais. Segundo Marques (2005) não se

pode falar de uma ruptura entre democracia e democracia eletrônica, o que passa a

existir é um cenário de convergência e interdependência, envolvendo novas

possibilidades democráticas com a emergência do ciberespaço. Lévy (2005, p.186)

nos explica que a

verdadeira democracia eletrônica consiste em encorajar, tanto quanto possível - graças às possibilidades de comunicação interativa e coletiva oferecidas pelo ciberespaço - , a expressão e a elaboração dos problemas da cidade pelos próprios cidadãos, a auto-organização das comunidades locais, a participação nas deliberações por parte dos grupos diretamente afetados por decisões, a transparência das políticas públicas e sua avaliação pelos cidadãos.

Democracia eletrônica, democracia digital, ou ainda ciberdemocracia, não

exclui os meios analógicos convencionais de comunicação de massa, conforme

ressalta Marques (op. cit.); não significa fazer uma massa de pessoas separadas no

espaço votarem instantaneamente, mas sim incitar a colaboração coletiva e contínua

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nos problemas comuns, com vistas a soluções cooperativas e concretas (LÉVY,

2005).

Nesta direção, o envolvimento do povo com o ciberespaço deve ser para

todos, do acesso ao equipamento à sua utilização real com vistas à melhoria de

suas vidas como exercício democrático do cidadão-ciborgue. Problemas inerentes

ao fazer democrático como, por exemplo, a reversão da apatia dos cidadãos frente

aos problemas sociais (MARQUES, 2005), se ressignificam face à concreta

possibilidade de participação na vida da cidade. É fato que sem a distribuição

eqüitativa de equipamentos que facilitam a comunicação populacional, as tentativas

de democratização via ambiente digital não irão funcionar. No entanto, “a simples

consciência da existência de um espaço propício à discussão e atuação já é

elemento para se postular uma maior participação civil” (MARQUES, 2005, p.139).

Assim, o

grande poder do conceito de democracia eletrônica reside no fato de as tendências das tecnologias de comunicação poderem ajudar os cidadãos a acabarem como o monopólio de sua atenção por parte dos poderes subjacentes ao paradigma da difusão – os donos das redes televisivas, associações de jornais e associações editoriais. A grande fraqueza do conceito de democracia eletrônica consiste em poder ser mais facilmente transformado num produto do que explicado. A comercialização do discurso é apenas um dos grandes problemas colocados pela sofisticação crescente dos meios de comunicação (RHEINGGOLD, 1996 apud BARBOSA e CANESSO, 2004, p.175).

Fundamentados na idéia de democracia eletrônica, projetos estratégicos de

cidades digitais estão sendo discutidos, implantados e implementados, tendo como

base uma estrutura física à disposição da coletividade a fim de garantir aos cidadãos – de todos os estratos sociais – a oportunidade de usufruir serviços telemáticos de alto nível em ambiente público aberto, projetado para favorecer oportunidades de novas relações comunitárias, encontros profissionais, redes de trabalhos, entreterimento, crescimento cultural e socialização (LISSONGER, 2004, p. 265).

Exemplos de projetos de cidades-ciborgue são encontrados em muitos

países; neles se busca o entrelaçamento da mídia escrita, televisiva e on-line.

Dentre esses projetos podem ser destacados os que vêm sendo desenvolvidos nas

cidades de Piraí/RJ, Salvador/BA e em Aveiro em Portugal, todas elas possuidoras

de espaços eletrônicos públicos, com redes de Internet gratuita, buscando amenizar

os efeitos da exclusão digital. Essas cidades “estão sendo redefinidas e

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redesenhadas [...], as fronteiras entre a casa e o trabalho, o público e privado, o

eletrônico e físico estão passando por fusões” (LEMOS, 2005, p. 25). Os caminhos,

antes conhecidos, estão adequando suas estratégias à realidade do uso das

ferramentas tecnológicas.

A cidade-ciborgue não representa a morte das cidades, mas a formação de uma estrutura ’superurbana’e ‘superindustrial. As complexas interações entre o social e o tecnológico apontam para diversos efeitos, alguns previstos, outros não previstos, e ainda outros novos que surgirão no processo dinâmico da cibercultura (LEMOS, 2005, p. 29).

Stangl (2004, p. 227), acredita que o futuro da cidade digital orientará o futuro

do desenvolvimento urbano. A presença marcante das infovias e dos sistemas de

cognição será o elo fundamental para a compreensão do mundo, podendo gerar

uma universalização, sem padronização do saber. A internet é, pois, o elo de

conexão da humanidade, “uma raiz comum, um rizoma construído como se fosse

uma árvore genealógica do ser. Árvore onde estaria descrita a história da evolução

das espécies, como viu Darwin”.

Fica claro, portanto, que não se trata apenas de proporcionar aos sujeitos a

possibilidade de obter informações através do ciberespaço, mas levar estes a terem

e vivenciar em um espaço democrático que lhes garanta ser reconhecido no âmbito

das representações sociais.

Apesar de todas as expectativas favoráveis ao ciberespaço, é preciso ter em

mente que “a expansão da vida social para as cibercidades ainda não nos permitiu o

essencial: vencer a miséria e a ignorância” (CUNHA FILHO, 2005, p. 58). Também

expressiva a presença dos mass media e do ‘público’ entendido como “cidadão

passivo, inerte pelo simulacro midiático, sem ação informativa, apenas receptor e

consumidor de bens e serviços” (LEMOS, 2005, p.26), que tanto marcaram o século

XX. Aos poucos, porém, à medida que surge uma nova relação entre o espaço

citadino e a interação comunicativa, os sujeitos são instados a participarem de uma

cultura diferente, que se manifesta pela comunicação aberta e produz o

enfraquecimento dos espaços físicos, previamente delimitados, e isto acaba por

produzir um outro olhar sobre a realidade.

Não poderíamos terminar este capítulo sem destacar a posição de Guiddens

(1991) sobre os avanços tecnológicos da sociedade contemporânea. Para este

autor, tais avanços têm levado os indivíduos a um distanciamento progressivo de

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suas referências de tempo e espaço, fenômeno este que ele chama de

“desencaixe”. Com a rede telemática, o tempo tem se esvaziado e perdido, cada vez

mais, sua relação com a experiência prática, vivida pelos homens em um

determinado lugar. O espaço virtual (a oposição ao espaço concreto), na medida em

que desloca as relações sociais de contextos locais de interação (contextos

concretos) para relações indefinidas de tempo e espaço, promove os processos de

desencaixe. Este é um problema da realidade digital que deve ser estudado

profundamente pelos educadores, de modo que não sejam eles os grandes

formadores de sujeitos “desencaixados”.

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3. CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA PEDAGÓGICA PARA UMA ANÁLISE DE

IMPACTOS DAS CIDADES DIGITAIS NA COMUNIDADE E EDUCAÇÃO

Considerando o teor dos nossos objetivos de estudo, dirigidos

fundamentalmente à questão do impacto das cidades digitais na comunidade e na

educação, buscamos na literatura pedagógica subsídios que nos ajudassem a

compreender melhor as mudanças que vêm sendo produzidas pela marcante

presença das tecnologias digitais – computador e internet – na sociedade

contemporânea. Assim, este capítulo se divide em três partes, a saber: em um

primeiro momento focalizamos o conceito de cidadania, entrelaçando-o à presença

das tecnologias digitais na sociedade contemporânea e ao papel da educação frente

às mesmas; na segunda parte consideramos os impactos do computador e rede na

comunidade e na educação e, por último, tratamos da inclusão digital e seus

indicadores.

3.1. CIDADANIA, TECNOLOGIAS DIGITAIS E EDUCAÇÃO

Falar dos impactos das cidades digitais na comunidade e educação exige, de

início, colocar em relevo a questão da cidadania.

Cidadania segundo dicionário da língua portuguesa significa a “qualidade ou

estado de cidadão” e “indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado,

ou no desempenho de seus deveres para com este; habitante da cidade”

(HOLANDA FERREIRA, 1986, p. 403). A palavra cidadania, através dos tempos, tem

se impregnado de diferentes sentidos, envolvendo o ser humano e a vida em

sociedade.

Na antiguidade, segundo Perrenoud, 2005, o cidadão era visto como aquele

que pertencia a uma nação, reconhecendo sua jurisdição, estando habilitado a

usufruir, em seu território, do direito de cidadania, tendo de cumprir os deveres

correspondentes. Mais tarde, cidadania passa a designar “pessoa cívica”, o que

significava “próprio ao bom cidadão”. Após a Revolução Francesa (1789), a

cidadania passa a ser compreendida como uma qualidade outorgada na idade da

“maioridade civil [...], só podendo ser retirada em caso de infração grave”

(PERRENOUD, 2005, p.20).

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Os diferentes significados incorporados à trajetória histórica deste vocábulo

sugerem que, ao longo do tempo, existe

[...] uma inversão de perspectivas: se antes a cidadania era outorgada aos que davam garantias suficientes de civismo, agora é preciso preparar para serem bons cidadãos todos aqueles que se tornarão ‘simples cidadãos’ sem nada terem pedido (PERRENOUD, op.cit., p.21).

Nas relações sociais da contemporaneidade compreende-se a cidadania

como “reconhecimento de direitos” [...] “parâmetro de delimitação do âmbito público

e privado” [...] “espaço de construção de sujeitos” [...] “expressão de liberdade, de

construção de vínculos sociais [...]” (SACRISTÁN, 2002, p.154). Nesta perspectiva

se esboça nitidamente a relação educação-cidadania.

Ferreira (1993, p. 23) afirma que a cidadania tem diferentes dimensões: civil,

política, social, constituindo-se em ideal a ser alcançado e, como tal, não garante as

condições de justiça social. Entende, também, que “educar o homem para a

cidadania não é mais um dilema, mas um imperativo social”. Mas o que significa

formar para a cidadania? A autora responde: educar para a cidadania significa

expurgar crenças, fantasias, ilusões e, até mesmo, paixões que em nada contribuem

para o desenvolvimento de uma consciência crítica. Tal consciência precisa ser

construída e a escola se apresenta como o espaço político no qual, por meio de um

conjunto de conteúdos, pode-se possibilitar ao educando o saber necessário para

não se deixar enganar. Assim, a autora reafirma a importância do conhecimento

intelectual como suporte básico para a formação da cidadania, ou seja, como

instrumento que permite o salto qualitativo entre a consciência ingênua e a

consciência crítica. No entanto, para que o conhecimento intelectual produza os

efeitos de cidadania, a escola deve desprezar as práticas disciplinares desprovidas

de sentido, que têm sido regra geral sob a alegação de que o espaço educacional

necessita ser organizado politicamente. Para Ferreira (op. cit., p. 224), pouco

adianta ir a museus, ler livros de história ou participar de solenidades cívicas se

essas situações não tiverem valor para o aluno, ou seja, não forem significativas.

Suas afirmativas se apóiam no pressuposto de que “saber é poder”. Neste sentido,

uma educação para a cidadania “passa por ajudar o aluno a não ter medo do poder

do Estado, a exigir dele as condições de trocas livres de propriedade e, finalmente, a

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não ambicionar o poder como forma de subordinar seus semelhantes” (p.229).

Trata-se, pois, de uma cidadania crítica.

O conceito de cidadania defendido por Ferreira traz à tona uma problemática

que tem sido situada com bastante freqüência por diferentes autores: trata-se da

dependência, cada vez maior, às tecnologias, entendendo-se dependência em um

sentido bem amplo no qual se inclui a questão ideológica: a serviço de quem está a

tecnologia? Atendendo a que interesses? A qual modelo de sociedade?

Dupas (2001, p. 103) salienta que estamos deslumbrados com as novidades

tecnológicas e que este fenômeno, embalado por uma ausência de valores éticos

definidores de limites e rumos, poderá “estar incubando tanto novos deuses como

serpentes cujos venenos ameaçarão nossa própria sobrevivência”. Para este autor

as novas tecnologias geraram um crescimento brutal dos poderes do homem, mas

paradoxalmente o tornou, também, objeto de suas próprias técnicas. Isto tem posto

em desuso o pressuposto de que a aquisição do saber conduz à formação do

espírito.

Para Ferracioli (1996) a atual revolução tecnológica, quer queiramos ou não,

modifica profundamente nossas vidas e se nos negarmos a participar dela seremos

arrastados por seus impactos; por isto se torna indispensável compreender o que

está ocorrendo, para que possamos participar com capacidade de interferir nos

rumos negativos dessa revolução.

As posições desses dois autores consolidam a relevância da cidadania crítica

e nos levam a indagar: como a escola está enfrentando as tecnologias digitais?

Estaria ela preparada para promover o questionamento crítico desses recursos e,

assim, (re)construir a cidadania crítica?

Lévy (2000, p. 203) salienta que o computador e a internet estão afetando

drasticamente a maneira como as pessoas vivem, aprendem, trabalham e se

relacionam umas com as outras. Faz uma distinção interessante entre essa

tecnologia e um aparelho de televisão. Para ele a TV “é um receptor passivo, uma

extremidade de rede, uma periferia”; contrariamente “um computador é um

instrumento de troca, de produção e de estocagem de informação. Ao canalizar e

entrelaçar múltiplos fluxos torna-se um centro virtual, um instrumento de poder”. A

visão de Lévy traz, em seu âmago, a questão do deslumbramento e aprisionamento

às tecnologias, hoje visíveis nos mais diferentes contextos sociais. Ao mesmo tempo

em que o domínio dessa tecnologia dá uma enorme vantagem aos grupos que a

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usam sistematicamente, favorecendo o desenvolvimento de processos de

inteligência coletiva, coloca em risco a construção do conhecimento confiável

(FALCÃO, 1991). Considerando que a inserção dos computadores na educação

formal tem se feito, particularmente, para atender interesses mercadológicos, admite

que seja preciso analisar cuidadosamente os mitos que derivam desse processo,

especialmente aquele que situa a informática como elemento capaz de conduzir a

uma sociedade gerenciada por máquinas todo-poderosas. Como situa Dupas (op.

cit.) não se trata de ser contra as tecnologias, mas, acima de tudo, saber qual a sua

ética, quais as intenções de seu uso no que concerne ao bem estar da sociedade. A

visão crítica aqui apresentada pode ser resumida nas palavras de Freire (2003,

p.101):

eu não sou contra a informática, não sou contra o uso dos computadores. Já disse que faço questão de ser um homem do meu tempo. O problema é saber a serviço de quem, e de que, a informática entrará agora na educação brasileira. [...] O meu receio, inclusive, é que a introdução desses meios sofisticados no campo educacional, uma vez mais, vá trabalhar em favor dos que podem e contra os que menos podem. Por isso é que eu digo que a crítica a isso não é uma crítica técnica, mas política.

Os aspectos aqui considerados nos permitiram assumir que: (a) as cidades

digitais produzem um cidadão que interage, sob formas distintas, com as

tecnologias; (b) essa interação pode levar o cidadão a ser dominado pela máquina,

ou a dominá-la criticamente; (c) é pela educação que se pode dar a compreensão

dos fenômenos mais amplos (políticos, econômicos e sociais) que estão subjacentes

ao uso instrumental da tecnologia; (d) a escola, como processo educativo formal, é,

na visão de Toschi (2002), o espaço privilegiado para a seleção crítica da

informação; é ali que o aluno deve aprender a desvelar o real que vem pasteurizado

e espetacularizado na informação. Assim, o educador não pode deixar de se

envolver com a questão da cidadania, pois sua prática pedagógica sempre traz em

si uma filosofia política, ainda que ele próprio não tenha consciência disto. Situando-

se a cidadania como um fim educacional, por si só, ela não diz nada. É necessário,

portanto, que professores e alunos compreendam o conceito de cidadania, “os

valores que lhe dão suporte e as condições objetivas necessárias para efetivá-lo”

(FERREIRA, 1993, p.6). E isto implica, hoje, em relacionar cidadania à avassaladora

expansão e dominação produzida pela presença das tecnologias digitais na

sociedade e na educação.

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A escola deve estar associada à libertação do homem pelo saber e pela

razão, mas a cidadania vai além; ela deve, tanto quanto a democracia, ser

vivenciada. Não basta estar presente em conteúdos programáticos; precisa ser

trabalhada de forma transversal, interdisciplinar e contextualizada, superando a

fragmentação disciplinar, tendo como pano de fundo uma perspectiva crítica,

redundando em cidadãos capazes de participar do processo de elaboração de novas

idéias e conceitos. Segundo Dimenstein (apud KELBERT, 2000, p. 25) “educação

para a cidadania é também educação para a responsabilidade, a percepção de que

vivemos em comunidade e devemos nutri-la, sem esperar apenas por soluções

oficiais”.

Os computadores estão chegando às escolas, os alunos muitas vezes,

mesmo não tendo este instrumental disponível no espaço educativo formal, já o

dominam por vivência em sua própria casa ou por outros modos de conexão, como

é o caso das lanhouse. Como pode, então, a escola tornar seu aluno um cidadão

digital crítico?

3.2 IMPACTOS DO COMPUTADOR E REDE NA COMUNIDADE E NA EDUCAÇÃO

A entrada das tecnologias digitais na vida dos cidadãos, na comunidade e na

escola tem ocasionado um desequilíbrio e provocado mudanças substanciais nas

práticas diárias Os países foram transformados em bairros vizinhos, surgiram novos

formas de poder, a informação passou a ser acessada em qualquer hora e lugar,

desencadeando confusas posturas a partir da comunicação. O medo do novo se

instala em face do despreparo para conhecer e intervir nesta realidade que exige

investimentos educativos e financeiros diferentes daqueles dispensados às mídias

clássicas, como o jornal, a revista e a televisão.

Castells (2006 in Moraes, p.225) afirma que “a era da informação é a nossa

era”. Trata-se de período histórico caracterizado por uma revolução centrada nas

tecnologias digitais de informação e comunicação e que vem produzindo uma

transformação multidimensional, sendo “ao mesmo tempo includente e excludente

em função de valores e interesses dominantes em cada processo, em cada país e

em cada organização social”. Como qualquer processo de transformação, esta nova

era não determina um curso único na história da humanidade; no entanto,

perpassada pela “ideologia tecnocrática futurológica”, tenta apresentar as novas

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tecnologias como o norte mais adequado à organização social, o que é respaldado

pelas leis de mercado e pelos processos de globalização.

Gomez et al (1998) vêem a globalização como processo que integra

desigualmente; ela não significa igualdade nem solidariedade. Envolve, sim,

redefinição de hierarquias e desigualdade em todos os campos. Esta desigualdade

tem a ver com as novas formas de produzir e difundir o conhecimento, pois em

frente ao computador "não estamos mais somente diante de uma máquina, mas sim

em uma relação diferenciadora com a ’tecnicidade’, isto é, uma relação distinta de

todas as anteriores, pela qual se torna possível uma vinculação direta entre cérebro

e informação” (BARBERO, 2000 apud OROZCO GÓMEZ, 2006). As redes

informáticas, ao transformarem nossa relação com o espaço, o lugar e o tempo,

mobilizam um saber que escapa à razão dualista com a qual estamos acostumados

a pensar a técnica, pois

se trata ao mesmo tempo de movimentos que são de integração e de exclusão, de desterritorialização e relocalização, nicho no qual interagem e se misturam lógicas e temporalidades tão diversas como as que se entrelaçam no hipertexto, as sonoridades do relato oral com as intertextualidades da escrita e as intermodalidades do audiovisual (OROZCO GÓMEZ, op. cit, p. 83).

Para Lévy (2000, p. 199), a emergência do ciberespaço é a principal

manifestação da revolução contemporânea das comunicações, mas este fenômeno

é apenas uma das dimensões da grande mutação antropológica que o homem vive

na contemporaneidade. O ciberespaço permite a humanidade se conectar: um

computador e uma conexão telefônica dão acesso a quase todas as informações do

mundo, imediatamente ou valendo-se de redes de pessoas capazes de remeter a

informação desejada. Para este autor essa presença virtual do todo (de todos) em

qualquer ponto possibilita que a “inteligência coletiva”, acumulada durante séculos,

se mova, de alguma maneira, entre os mais diversos povos.

Na medida em que os computadores comportam uma grande quantidade de

tecnologias intelectuais, isto é, de processos de pensamento codificados, eles nos

ajudam a aumentar / modificar a maioria de nossas capacidades cognitivas, como: a

memória, o raciocínio, o armazenamento das informações, o modo de interagir com

os dados, entre outros. Para Lévy (op. cit.) o domínio dessas tecnologias intelectuais

dá uma grande vantagem aos grupos que utilizam o computador de maneira

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adequada. Este seria um dos grandes impactos da presença do computador e rede

na sociedade contemporânea: o favorecimento de novos modos de pensar, de

articular as informações, de produzir conhecimento.

Outros impactos, no entanto, são apontados por este autor, a saber: (a)

fenômeno da exclusão – para ele, em curto espaço de tempo, haverá cada vez

menos excluídos no sentido do acesso à tecnologia. Lembra que o telefone quando

surgiu era um instrumento de comunicação que atendia apenas a uma ínfima

minoria da população. Hoje, ninguém ousaria denunciá-lo como um sistema elitista.

O problema principal do acesso está nas condições que são criadas para que o

usuário participe da tecnologia valendo-se dos novos processos de inteligência

coletiva, que enfatizam a relação dialógica e interativa, a aprendizagem

emancipadora e criativa; e (b) fenômeno do ciberespaço – é hoje o sistema de mais

rápido desenvolvimento em toda a história das comunicações; deve destronar a

televisão e será o centro de gravidade da nova ecologia das comunicações. O

ciberespaço permite a reciprocidade na comunicação e a partilha de um contexto.

Além disso, as mensagens ao serem registradas sedimentam os contextos dos

grupos de discussão. A grande contribuição do ciberespaço está na possibilidade de

se acessar, com um poucos “cliques”, os mais variados documentos digitalizados em

algum ponto do planeta (hipertexto). É a maior revolução na história da escrita,

desde a invenção da imprensa. Complementarmente situa-se a vantagem da leitura-

redação coletiva na internet, promovendo uma comunicação todos-todos. No

contexto do ciberespaço surgem outros dois fenômenos relevantes: a

desintermediação e a irrepresentabilidade.

A desintermediação refere-se à possibilidade de qualquer um publicar um

texto, colocar uma mensagem, sem passar por uma editora ou pela redação de um

jornal. Isto gera um pluralismo de informações, que se por um lado é positivo no

sentido de enfrentar o monopólio dos meios de comunicação; por outro coloca em

discussão a autenticidade da informação. Uma outra conseqüência importante do

ciberespaço refere-se ao fato de permitir a manifestação de minorias e opositores ao

status-quo, pois qualquer um pode abrir uma página, formar um grupo de discussão.

Hoje, neste contexto, se encontram milhares de news groups, os quais, segundo

Lévy (op. cit., p. 207), como fóruns eletrônicos, representam a “paisagem movediça

das competências e paixões que atingem outras pessoas, não com base no nome,

no endereço geográfico ou na filiação institucional, mas segundo um mapa

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semântico ou subjetivo dos centros de interesse”. Já irrepresentabilidade, que pode

ser vista como a essência da cibercultura, significa que as mensagens não ficam

mais atreladas à uniformidade, seja em termos de sentidos ou de contextos; elas

passam, via conexão planetária, por uma multiplicidade flutuante de mensagens,

com sentidos os mais diferenciados e pelo potencial de contato entre os seres que

as produziram. Assim, a interconexão mundial dos computadores está, sob os

nossos olhos, materializando, ainda que de forma parcial, o contexto vivo, mutante,

a contínua comunicação humana; isto quer dizer que nela se materializa a cultura,

daí ser tão relevante o vocábulo cibercultura.

Fonseca e Couto (2005 in LEMOS, p. 64) entendem que a cibercultura

favorece a organização de comunidades virtuais que unem cidadãos conectados,

agrupados em torno de interesses específicos. Afirmam estes autores que “nesses

espaços se definem valores, regras, limites, formas de uso e costumes”, sendo,

também, expressos sentimentos e restrições ao acolhimento de pessoas e grupos.

As regras assumidas acabam por dar uma identidade cultural e social aos grupos e,

obviamente, aos seus integrantes. É dessa identidade que flui o desejo de se

vincular a um determinado grupo, o qual terá a sua existência enquanto houver

interesse dos participantes em usufruir desse ambiente.

Sem, dúvida os impactos do computador e internet na comunidade/ sociedade

oferecem aos educadores inúmeros desafios para a prática pedagógica apoiada

nesta tecnologia. Que impactos são gerados, em termos educacionais, dos quatro

fenômenos mencionados anteriormente?

O fenômeno da exclusão traz como principal conseqüência para o campo

educacional a necessidade de uma formação docente comprometida com a

democratização do acesso à tecnologia, o uso crítico e criativo, o que significa, em

última instância, uma educação dirigida à construção da cidadania. Duas

abordagens da educação vão ser especialmente importantes em uma formação que

assume tal compromisso, a saber: o construtivismo e a proposta de educação

emancipatória.

O construtivismo vê o aluno como sujeito de sua aprendizagem, aquele que

constrói seu próprio conhecimento, com sua maneira peculiar de pensar (BECKER,

2002). Fazer frente aos processos de exclusão provocados pela presença (ou não

presença) da tecnologia na escola exige, fundamentalmente, que o professor

consiga ver o aluno como um ser ativo, em constante movimento e em processo de

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interação, sendo capaz de se autodisciplinar, de realizar esforço voluntário, de agir

sobre os objetos, construindo a realidade, refletindo, abstraindo, de forma crítica e

livre. Segundo Franco (1994), optar pelo construtivismo é assumir a necessidade da

quebra de uma série de hábitos e práticas tidos como “adequados”; significa,

também, que os recursos tecnológicos passam a ser vistos como elementos

naturalmente integrados ao fazer pedagógico, que podem, desde que bem

articulados, ajudar a promover a ação e reflexão cognitiva. A visão construtivista de

educação pode colaborar significativamente para promover, a partir da

problematização e do diálogo crítico, novos modos de pensar, minimizando o

conhecimento ingênuo e o transformando o senso comum em conhecimento

elaborado criticamente.

A educação emancipatória, que tem no pensamento educacional de Paulo

Freire (1921-1997) sua principal fonte de inspiração, situa como um de seus

pressupostos a idéia de que o homem não pode participar ativamente da história,

mudando seus rumos, se não for ajudado a tomar consciência da realidade, mais

especificamente, a compreender qual a posição que ocupa no seu contexto social, o

que significa seu trabalho e quem lucra com ele. Freire (1979) se preocupa com a

consciência ingênua, baseada nas compreensões/explicações mágicas, que vê a

realidade de forma estática e faz com os indivíduos se satisfaçam apenas com suas

experiências. Esta consciência, geralmente, tem forte conteúdo passional e pode

levar ao fanatismo e/ou sectarismo. Assim, a educação emancipatória precisa agir

junto aos alunos no sentido de levá-los a compreender a exclusão digital como

fenômeno sócio-político-econômico e, ao mesmo tempo, criar meios para que os

excluídos se apropriem da tecnologia, reconhecendo que a realidade é mutável.

Nesta direção, uma educação na linha freireana centraliza o diálogo e a inquietação,

estando sempre disposta a revisões. Constitui proposta que procura afastar toda

sorte de preconceitos, daí sua importância para o educador que opta por uma prática

pedagógica dirigida ao diálogo e à conscientização.

O partilhamento da cibercultura com os alunos vai exigir novos modos de

pensar, porque o princípio que rege a leitura nas milhares de páginas que se

encontram na internet não é mais o da linearidade, separado em início, meio e fim,

mas sim o movimento, pois a leitura pode ser iniciada e terminada em qualquer

ponto. O fato de podermos iniciar e acabar a leitura em diferentes pontos nos coloca

frente a um labirinto; esta maleabilidade modifica a lógica do pensar. Neitzel (2005)

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afirma que existem diferenças enormes entre o hipertexto eletrônico e o texto

impresso, pois o primeiro só existe on-line, isto é, no computador. Dispondo de

diferentes entradas e saídas, oferecendo inúmeras trilhas aos leitores, o hipertexto

apresenta uma estrutura formada por blocos que se unem e têm passagem através

de links. Sua disposição é não-linear e pode ser construído com sons, gráficos,

animações, vídeos e realidade virtual. Esclarece, ainda, que as ligações feitas entre

uma página (homepage) e outra dão passagem a um universo que nem sempre se

encontra relacionado ao tema que pesquisamos. Entre todas as características da

leitura no hipertexto, a mais marcante refere-se à velocidade. A hipertextualidade vai,

portanto, exigir dos docentes um questionamento profundo sobre as implicações da

presença da internet no contexto escolar, particularmente sobre os efeitos do

“mundo do simulacro”. É preciso questionar as conseqüências do distanciamento do

real, ou seja, da troca do real pelo virtual.

A virtualização está diretamente ligada à desterritorialização, o que significa

desprendimento do aqui e agora e uma multiplicação do ser e estar. Isto significa

que podemos estar, com alguns clicks, em diversos lugares, e, também, expressar

diferentes identidades nas listas de discussão freqüentadas. O texto, por meio de

suportes magnéticos, como o disquete, o CD-Rom, o pendrive, ou a própria rede, se

torna sem fronteiras, perdendo sua relação com idéias imutáveis (NEITZEL, 2005).

Não se pode, no entanto, desconsiderar que as implicações educacionais

derivadas da desintermediação e da irrepresentatividade oferecem novas

perspectivas para docentes e alunos.

O fato de um texto construído por alunos poder circular livremente na internet

(desintermediação), só pode ser estímulo para a criação. Assim, uma das

necessidades mais prementes da escola contemporânea passa a ser a formação em

informática educativa para todos os professores indistintamente, e, em especial, que

sejam eles cultivadores da leitura e escrita. Não importa se o professor é

especializado em matemática, geografia, ou outra qualquer área; ele terá

necessariamente que ser um leitor com cultura geral para poder navegar nos

emaranhados dos textos (no hipertexto) e, mais ainda, precisará ser um amante da

leitura e do escrever, pois como nos diz Marques (2001): quando escrevemos,

iniciamos uma aventura na qual não sabemos onde poderemos chegar; no entanto,

quando ela é boa (bem conduzida, e aí entra o papel do professor leitor-escritor)

tenderemos a não querer abandoná-la.

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Por outro lado, a presença de múltiplos textos, com sentidos e conteúdos os

mais diversos circulando na rede (irrepresentatividade), acaba sendo um estímulo

para a formação de grupos de discussão e a aprendizagem colaborativa, o que

coloca em destaque outro fenômeno do ciberespaço: a interatividade, ou seja, o

compartilhamento aberto de informações. Segundo Dias (1999), com o hipertexto,

estudantes e professores partilham de uma mesma base inicial de conhecimentos,

que vai se ampliando à medida que são acrescentados novos links, nos quais se

encontram novos textos, novas imagens e sons. Este emaranhado de informações

tende a seduzir e a capturar o aprendiz, gerando um envolvimento pessoal, o que

acaba por favorecer a aprendizagem. É preciso, pois, que a escola e seus

professores saibam explorar as possibilidades oferecidas pelo hipertexto.

“Com a virtualização e a globalização da sociedade, o processo de produção

da informação e do conhecimento deixou de ser hierárquico para se tornar

horizontal, descentralizado e interativo” (DIAS, 1999, p.276). Assim, o professor que

aprender a lidar com esta nova realidade, mais especificamente, com o hipertexto,

poderá ajudar seus alunos a deixarem de ser excluídos digitais, e, por via de

conseqüência, a melhorarem suas condições sociais.

3.3. INCLUSÃO DIGITAL E SEUS INDICADORES

As novas tecnologias têm ampliado o universo da informação e

simultaneamente provocado desníveis na sua distribuição. “Quando a maioria das

pessoas puder manipular e entender os processos para criar mensagens e distribuí-

las, isto é, ‘escrever o mundo’, as práticas de alfabetização digital trarão o máximo

de benefício para o indivíduo e para a comunidade” (GOMEZ, 2004, p.54).

A invasão tecnológica no nosso cotidiano amplia a visão de mundo, modifica

as linguagens e propõe novos padrões éticos e novas maneiras de apreender a

realidade. Para fazer frente a essa invasão, a sociedade necessita de indivíduos e

grupos preparados, capazes de enfrentar os desafios e problemas gerados pelo uso

extensivo e intensivo da tecnologia.

A expressão inclusão digital nasceu do termo digital divide, que em inglês

pode ser entendido como ‘divisória digital’. Hoje, esta expressão pode ser

substituída por democratização da informação ou universalização da tecnologia.

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Rebêlo (2005), afirma que incluir digitalmente não é sinônimo de alfabetizar a

pessoa em informática, mas implica, em última instância, melhorar os quadros

sociais a partir do manuseio dos computadores. “Criar oportunidades para que os

aprendizados feitos a partir dos suportes técnicos digitais possam ser empregados

no cotidiano da vida e do trabalho”, é, para Rondelli (2003), inclusão digital. Nesta

perspectiva, a inclusão digital imposta pelo ciberespaço remete a uma nova forma

de ler o cotidiano social e o mundo. Gómez (2004, p.53) esclarece que alfabetização

digital é

a habilidade para entender e usar informação, em múltiplos formatos, em uma extensiva gama de fontes digitais apresentadas por computadores. É um ato de leitura e escrita, de cognição do que se visualiza na tela, de escuta, por meio de arquivos de som, da animação por meio de simulações, da colaboração com os outros, da possibilidade de buscar e adquirir textos e das habilidades para usar tais coisas na própria vida.

Entender o ciberespaço como espaço de construção do saber implica investir

no desenvolvimento de competências que permitam aos indivíduos exercer um

papel efetivo na produção de bens e serviços, que lhe garantam, também, a fluência

na operacionalização e no uso criativo dos novos meios de trabalho. Rondelli (2003),

em uma visão abrangente, afirma que as competências vinculadas à navegação no

ciberespaço dependem da ultrapassagem de quatro passos, a saber: o primeiro diz

respeito à oferta de computadores conectados em rede; o segundo refere-se ao

sentido que as pessoas, digitalmente incluídas dão aos seus computadores

conectados (o que fazem); o terceiro representa um corolário do anterior, tem a ver

com a necessidade da existência de um entorno institucional para que a inclusão se

realize; e, por último, situa-se compreender que inclusão digital leva a outras formas

de produção e circulação da informação e do saber, diferentes das tradicionais que

têm estado presentes no nosso cotidiano.

Costas (2003) admite que a inclusão digital na escola passa, também, por

quatro passos: o primeiro é a garantia do acesso, isto exige que a tecnologia esteja

presente neste contexto, que os seus diferentes atores: alunos, professores,

funcionários, comunidade, possam estar conectados; o segundo significa domínio

técnico, os seja, saber usar com destreza, o que só se adquire com a prática; o

terceiro passo relaciona-se à competência pedagógica e gerencial que redunde no

aperfeiçoamento do processo ensino-aprendizagem; e quarto passo envolve a

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questão das soluções inovadores que advém do uso das novas tecnologias, aí se

incluindo especialmente a relação via rede com pais e comunidade.

A vida do homem se faz pela cultura; a educação e as tecnologias ampliam

seus vínculos sociais, seus conhecimentos e, consequentemente, a inclusão digital.

Esta inclusão está diretamente relacionada ao domínio e à utilização das TIC no

cotidiano das pessoas e, nesta direção, concordamos com Pretto (2002, p. 99)

quando afirma que

[...] o analfabeto do futuro será aquele que não souber ler as imagens geradas pelos meios eletrônicos de comunicação. E isso não significa apenas o aprendizado do alfabeto dessa nova linguagem. É necessário compreender que esse analfabetismo está inserido e é conseqüência da ausência de razão imagética, que se constitui na essência dessa sociedade em transformação [...] a superação desse analfabetismo das imagens, da comunicação e da informação e a incorporação dessa nova razão não se darão única e exclusivamente por intermédio da escola, mas seu papel pode ser significativo se forem desenvolvidas políticas educacionais que a valorizem, transformando-a no espaço para a formação do novo ser humano.

A questão da inclusão digital está bem destacada em Bonilla (2005, p.79).

Para esta autora é necessária uma mudança radical, que incorpore as novas formas

de pensar, ser e agir que estão emergindo na contemporaneidade com a presença

marcante das TIC, tanto na vida fora como dentro da escola. “É necessário

entendermos a tecnologia não apenas como o fazer, mas também como o dizer, o

entender, o intencionar o que se faz”. Isto significa que o incluir digitalmente não

pode se reduzir apenas à inserção da tecnologia no contexto educacional, mas exige

que o seu domínio passe pela crítica.

Quando a maioria das pessoas puder manipular e entender os processos

para criar mensagens e forem capazes de escrever o mundo, as práticas de

alfabetização digital estarão, realmente, cumprindo seu papel de inclusão.

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4. PIRAÍ DIGITAL NA VISÃO DOS SUJEITOS DA PESQUISA

O presente capítulo apresenta os resultados da investigação obtidos em um

período de oito meses, compreendido entre 2005-2006. Ele se divide em duas

partes básicas: a primeira composta de cinco seções, nas quais são apresentados

os dados quantitativos que oferecem uma caracterização do conjunto dos sujeitos do

estudo e de cada grupo isoladamente, a saber - docentes, discentes, comunidade e

voluntários; na segunda parte estão registrados os dados qualitativos, derivados das

respostas às perguntas abertas incluídas nos instrumentos de coleta de dados, os

quais constituem o corpus básico do trabalho. Cabe registrar que nos anexos deste

relatório de pesquisa encontram-se:

(a) o modelo dos questionários aplicados a cada grupo participante da pesquisa

(Anexo 1);

(b) relação das escolas com seus respectivos números de alunos e computadores –

anos: 2006/2007 (Anexo 2);

(c) a íntegra de todas as falas encontradas nas questões abertas dos questionários

aplicados aos quatro grupos de participantes (Anexo 3); e

(d) algumas fotos do Projeto Piraí Digital (Anexo 4).

Consideramos importante salientar que ao longo da coleta de dados pudemos

tanto confirmar como refazer percepções que tínhamos construído em relação ao

objeto de estudo.

4.1. CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS DA PESQUISA

Nossa pesquisa foi conduzida inicialmente na comunidade, onde foram

ouvidos 46 sujeitos identificados como moradores da cidade de Piraí e de seu

entorno. Eram eles funcionários de escolas municipais, estagiários do Projeto

Agente Jovem / RJ que trabalhavam nos telecentros, aí se incluindo, também, outras

pessoas, escolhidas aleatoriamente, usuárias ou não do projeto, mas que se

encontravam, por ocasião da coleta de dados, nos locais onde a tecnologia está

instalada: quiosques, telecentros, rodoviária.

Em seguida, foi aplicado outro questionário a 42 docentes de escolas

municipais, que atuavam em diferentes níveis de ensino. O terceiro questionário

dirigiu-se a 93 discentes das mesmas escolas municipais, sendo que 66 deles se

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distribuíam entre 3ª e 8ª série do ensino fundamental10 e 27 eram alunos do ensino

médio técnico em Química. Por último, quarto questionário foi respondido por 12

voluntários da comunidade de Arrozal, escolhidos para integrarem nossa pesquisa,

por terem se prontificado a colaborar espontaneamente com o Projeto Piraí Digital.

Caracterização Integrada dos Sujeitos da Pesquisa

Ao todo foram ouvidos 193 sujeitos, que totalizam o universo (100%) de

nossa pesquisa, sendo 42 docentes (22%); 93 discentes (48%); 46 pessoas da

comunidade (24%); e 12 voluntários (6%). O gráfico 1 apresenta esta configuração.

Gráfico 1

Caracterização Integrada dos Sujeitos da Pesquisa

22%

48%

24%6% Doscentes

DiscentesComunidadeVoluntários

Nas indagações dos questionários relativas às categorias sexo e idade,

verificamos que 114 sujeitos (59%) eram do sexo feminino e 79 (41%) do masculino.

Do total de pesquisados 71 (36%) estavam na faixa etária dos 9 aos 15 anos; 30

(16%) entre 16 e 20 anos; 33 (17%) entre 21 a 30 anos; 30 (16%) encontravam-se

na faixa dos 31 a 40 anos; 21 (11%) entre 41 a 50 anos; e finalmente 8 (4%) tinham

mais de 50 anos de idade, (Gráfico 2).

10 Cabe ressaltar que a referida pesquisa foi realizada antes da publicação, em Diário Oficial da União, do dispositivo que alterou a terminologia de série para ano de escolaridade, no âmbito do Ensino Fundamental, transformando este nível de ensino em um de nove anos de escolaridade.

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Gráfico 2 Idade dos Participantes da Pesquisa

36%

16%17%

16%

11% 4% 9 a 1516 a 2021 a 3031 a 4041 a 50mais 50

No gráfico 3 são apresentados os dados referentes à escolaridade de todos

os pesquisados. Para concentrar esses dados em um único gráfico, criamos siglas

com o objetivo de diferenciar os níveis de escolaridade. Assim, dos 193 sujeitos, 36

(18%) possuíam até a 4ª série do ensino fundamental; 44 (22%) estavam na faixa de

5ª a 8ª série, o que situou este sub-grupo (80 - 40%) como ensino fundamental

incompleto (EFI); 5 (3%) possuíam o ensino fundamental completo (EFC); 33 (17%)

estavam com o ensino médio incompleto (EMI); 32 (17%) possuíam o ensino médio

completo (EMC); 8 (4%) o superior incompleto (SI); 24 (12%) estavam com o

superior completo (SC); apenas um (1%) tinha curso de aperfeiçoamento; 8 (4%) já

eram especialistas e, finalmente, 2 (1%) possuíam o mestrado.

Percebemos, por esses dados, que 35 (18%) do total dos pesquisados tinham

o curso superior completo.

Gráfico 3 Escolaridade dos Participantes da Pesquisa

41%

3%17% 17%

4% 12% 1% 4% 1%

EFI

EMI

ESC

Espec.

EMC

Aperf.

Mestrado

ESI

EFC

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No tocante ao quesito morador (ou não) do município de Piraí, dos 193,

encontramos 109 (56%) pessoas que se identificando-se como moradoras e 84

(44%) que afirmaram residir em municípios vizinhos. Assim, havia uma significativa

presença de sujeitos não residentes freqüentando o município para trabalho, lazer,

estudos, utilização do Piraí Digital e demais serviços oferecidos na cidade.

Dos 193 pesquisados, 107 (55%) afirmaram que usavam constantemente a

rede e 86 (45%) disseram que o uso era esporádico. Essas informações devem ser

lidas com certa cautela, pois 147 sujeitos (os docentes, alunos e voluntários)

estavam inseridos em situação de ensino-aprendizagem, o que deveria facilitar o

acesso à tecnologia. O que constatamos, no entanto, é que para muitos desses 147

a utilização constante da máquina não é prioridade. Verificamos, paralelamente a

proeminência da atividade de pesquisa para 142 respondentes (74%).

Ainda considerando o total dos sujeitos, encontramos 26 deles (13%)

afirmando que usavam para pesquisa pedagógica, o que se justifica, tendo em vista

que 42 sujeitos eram docentes. Outros 15 (8%) respondentes afirmaram que se

valiam da tecnologia para pesquisa universitária. Assim, um grupo significativo de 41

pessoas (21%) utilizava a tecnologia com uma finalidade de pesquisa bem definida.

Podemos supor que este grupo já tem uma percepção mais nítida quanto às

contribuições da internet na busca de informações.

Do total de 193 dos sujeitos verificamos que apenas 64 (33%) utilizavam para

trabalhos escolares, o que sugere um descompasso entre a prática pedagógica e a

sociedade digital. Na pergunta do questionário relativa ao uso para fazer compras,

encontramos um baixo índice de interesse, pois apenas 17 sujeitos (9%) disseram

que realizam esta atividade.

Quanto ao uso para leitura on-line de jornais também encontramos um baixo

percentual, pois apenas 41 sujeitos (21%) disseram que faziam tal. O mesmo se deu

em relação aos jogos, quando somente 40 sujeitos (21%) registraram o uso para

este fim. Isto nos surpreendeu tendo em vista que a maioria dos pesquisados era

jovem (101 - 53% e estavam na faixa dos 9 aos 20 anos).

O quesito lazer foi situado fora da opção jogos por entendermos que os

interesses dos respondentes seriam diferentes. Assim, verificamos que 57 sujeitos

(30%) utilizam a internet para este fim. Já em relação ao uso de e-mails

encontramos 80 (41%) respondentes se valendo desta forma de comunicação; este

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percentual é bem significativo e mostra uma tendência de se acoplar a internet às

demais formas de comunicação a distância (telefone, carta, telegrama).

Na pergunta referente à utilização para outras finalidades, 14 (7%) pessoas

revelaram que usam: orkut11 como instrumento de comunicação, outros para se

inscreverem em concursos públicos ou ainda, para obterem informações sobre

novelas e esportes. Quanto ao uso de serviços gerais, 13 (7%) sujeitos se

enquadraram neta categoria.

Sobre a utilização da tecnologia em lugares públicos, como pracinhas,

rodoviária, telecentros, postos de saúde, Casa do Futuro e outros pólos,

encontramos apenas 30 pessoas (16%) acessando nestes lugares. Esta informação

sugere que os pontos de preferência para o uso são as escolas (que ficam abertas

tanto nos dias letivos como nos fins de semana e feriados para a população em

horários pré-determinados) e as residências.

Desses dados referentes ao conjunto dos sujeitos da pesquisa podemos

extrair uma síntese: tratou-se de grupo heterogêneo, com professores (42), alunos

(93), pessoas da comunidade (46) e voluntários do próprio Projeto Piraí Digital (12),

o que nos ofereceu um universo de 193 participantes. Era também um grupo

equilibrado em termos de sexo (59% de mulheres e 41% de homens) e idade (a

faixa etária se estendia dos 9 aos 50 ou mais anos, com predominância de pessoas

mais jovens). A escolarização se apresentou diferenciada, distribuindo-se entre

sujeitos que estavam em processo de alfabetização (curso noturno) e os que já

possuíam mestrado. No que se refere à moradia em Piraí, ficou também bem

equilibrada, com 50% de moradores neste município e 50% em municípios vizinhos.

Mais da metade desses sujeitos (55%) se valia do computador, dando prioridade a:

(a) uso de e-mails (80 sujeitos); (b) apoio aos trabalhos escolares (64); (c) lazer (57);

(d) pesquisa - pedagógica e universitária (41); (e) leitura on-line de jornais (41); (f)

jogos (40); (g) compras (17); (h) outras finalidades como orkut (14); (i) uso de

serviços (13). Ficou evidente que poucos sujeitos desse grupo se utilizavam dos

lugares públicos para acessar a internet, preferindo fazer o contato na escola ou em

casa, mas é bem verdade que a maioria deles era do meio escolar (42 docentes, 93

11 O orkut é uma rede social filiada ao Google, criada em 19 de Janeiro de 2004 com o objetivo de ajudar seus membros a criar novas amizades e manter relacionamentos. Seu nome é originado no projetista chefe, OrKut Buyukkokten, engenheiro turco do Google. http://pt.wikipedia.org/wiki/Orkut. Acesso em 07/09/2007.

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alunos e 12 voluntários, o que somou 147 participantes, ou seja, 76% do total), daí

ser compreensível a preferência em relação ao local de acesso.

Caracterização do Conjunto dos Docentes

Como já indicamos, 42 sujeitos eram docentes, que se distribuíam pelos

seguintes níveis de ensino: 19 (45%) atuavam da alfabetização à 4ª série do ensino

fundamental; 12 (29%) ensinavam de 5ª a 8ª série do fundamental; e 11 (26%)

exerciam o magistério no curso profissionalizante técnico em Química. O gráfico 4

apresenta os níveis de atuação dos professores. Em relação à categoria sexo: 31

(74%) eram mulheres e 11 (26%) homens, o que confirma o magistério como

profissão nitidamente feminina.

Gráfico 4

Docentes: níveis de atuação

45%

29%

26%CA, 1ª a 4ª,RN5ª a 8ª sérieTécnico

Quanto à escolaridade desse grupo, encontramos o seguinte: 2 (5%)

professores com ensino médio completo (Curso de Magistério (CM), antigo Normal);

7 (17%) possuíam o ensino superior incompleto (ESI); 22 (52%) tinham o ensino

superior completo (ESC); 1 (2%) já tinha feito curso de aperfeiçoamento; 8 (19%)

eram especialistas; e 2 (5%) possuíam o Mestrado. Considerando que 23 desses

docentes atuavam de 5ª a 8ª série do ensino fundamental e no Curso Técnico de

Química, o que lhes obrigava a ter o curso superior completo, verifica-se que apenas

10 deles tinham feito um esforço de formação continuada. No gráfico 5 se expressa

este resultado.

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Gráfico 5 Docentes: escolaridade

5% 17%

52%

2%

19%5%

EM / CM.ESIESCAperf.Espec.Mestrado

É importante esclarecer que o Centro de Educação a Distância do Estado Rio

de Janeiro (CEDERJ) está instalado no município de Piraí, oferecendo formação, em

nível superior, em: Pedagogia; Administração; Matemática, o que pode favorecer a

formação continuada de professores.

Quanto à faixa etária, verificamos que 7 (17%) docentes estavam na faixa dos 21 a 30 anos; 15 (36%) entre 31 e 40 anos; 14 (33%) entre 41 e 50 anos; e

finalmente 6 (14%) tinham mais de 50 anos (Gráfico 6).

Gráfico 6

Docentes: faixa etária

17%

36%33%

14%21 a 3031 a 4041 a 50mais 50

No que se refere à categoria morador de Piraí, encontramos 21 (50%) sujeitos

morando no município e igual quantidade como moradores do entorno.

Sobre a utilização da tecnologia, os professores foram indagados: se

possuíam computador e internet em casa. Obtivemos as seguintes respostas dos 42

docentes: 26 (62%) possuíam computador em casa, sendo que destes, 21 (50%)

tinham acesso à rede.

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Quando procuramos saber dos professores o motivo que o levava a utilizar o

computador e a rede, encontramos a quase totalidade dos sujeitos (41-98%)

direcionada para atividade de pesquisa. Dos 41 docentes que pesquisavam na rede

26 (62%) disseram que seu objetivo era pedagógico (preparo de aulas / atividades

didáticas); os outros15 (36%) se direcionavam para pesquisa universitária.

Quanto a realizar compras e jogar pela internet, somente 5 (12%) e 6 (14%)

professores, respectivamente, admitiram estas práticas. Já no uso da internet para lazer encontramos 17 sujeitos (40%); e na leitura on-line de jornais se enquadraram

16 (38%) dos professores. Sobre o uso do correio eletrônico, 23 (55%) professores,

portanto mais da metade desses sujeitos, afirmaram que se valiam desta prática. Na

pergunta sobre outras utilizações da rede, apenas 5 (12%) docentes disseram que

usavam, sem especificar em que.

Os dados coletados junto aos docentes podem ser resumidos nos seguintes

aspectos: tratou-se de grupo heterogêneo de docentes que atuava em diferentes

níveis de ensino, havendo uma predominância (19 – 45%) daqueles que lecionavam

da alfabetização à 4ª série do ensino fundamental; neste conjunto dominava o sexo

feminino (74%), o que constitui uma marca da profissão do magistério; apesar de

45% estar atuando nas primeiras séries do ensino fundamental, somente 2 docentes

tinham o magistério em nível médio; a faixa etária desses docente era variada, indo

dos 21 aos 50 anos ou mais; metade deles morava em Piraí e a outra metade em

municípios vizinhos; 50% tinha computador e acesso à rede em casa, utilizando esta

tecnologia principalmente em pesquisa (pedagógica – para apoiar o planejamento

das aulas; e universitária – para os trabalhos em estudos de formação continuada);

poucos deles (apenas 12%) usavam a tecnologia para compras ou jogos, mas um

número um pouco maior (16 - 38%) utilizava para leitura de jornais e lazer. Um uso

que se destacou foi o do correio eletrônico, com mais de 50% (23) de usuários.

Caracterização do Conjunto dos Discentes:

Os 93 discentes se distribuíam em: 41 sujeitos (44%) do sexo masculino e 52

(56%) do feminino.

Em relação à escolaridade desses 93 sujeitos, 66 (71%) estudavam no ensino

fundamental e 27 (29%) eram alunos do ensino médio, do curso de Técnico em

Química (EMT). Os do ensino fundamental assim se distribuíam: 36 (38%)

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estudavam de 3ª e 4ª série e no Regular Noturno; 30 (32%) freqüentavam de 5ª a 8ª

série; e 27 (29%) eram do ensino médio, o que é apresentado no gráfico 7.

Ainda em relação ao nível de escolaridade encontramos os seguintes dados:

no ensino fundamental (EF) havia 16 (17%) alunos na 3ª série; 14 (15%) na 4ª série;

5 (5%) na 5ª; 10 (11%) na 6ª e 7ª séries respectivamente e 5 (5%) na 8ª série.

Outros 6 (6%) estudavam no curso Regular Noturno (RN) e 27 (30%) no Ensino

Médio - Curso Profissionalizante Técnico em Química (EMT). Esses dados

encontram-se no gráfico 8.

Gráfico 7 Discentes: escolaridade dos alunos no ensino fundamental

39%

32%

29% 3ª a 4a + RN 5ª a 8a sérieEMT

Gráfico 8 Discentes: escolaridade geral dos alunos

17%

15%

5%11%11%5%

6%

30%

3ª série4ª série5ª série6ª série7ª série8ª sérieRNEMT

Quanto à idade dos alunos encontramos bastante diversidade: na faixa etária

dos 9 aos 15 anos situavam-se 60 (64%) alunos, estando nela a maior parte dos

nossos respondentes; 10 (11%) tinham entre 16 e 20 anos; 12 (13%) estavam entre

21 e 30 anos; 7 (8%) se encontravam entre 31 e 40 anos; 3 (3%) entre 41 e 50 anos

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e um aluno (1%) tinha mais de 50 anos de idade. Esses dados aparecem no gráfico

9.

Gráfico 9 Discentes: faixa etária

64%11%

13%8% 3%1% 9 a 15

16 a 2021 a 3031 a 4041 a 50mais 50

Em relação à existência de computador em casa, encontramos 41 (44%)

discentes possuindo esta tecnologia em casa, mas destes, apenas 34 (37%)

confirmaram que acessavam a rede.

Quando perguntamos o que mais usavam no computador e rede,

encontramos 40 (43%) alunos indicando a pesquisa; já para trabalhos escolares nos

deparamos com um quantitativo de 34 (37%) sujeitos.

Fazer compras pela internet também não é prioridade para esses alunos;

apenas 9 (10%) já tinham negociado pela internet. Embora 23 alunos tivessem mais

de 21 anos, observamos que esta atividade ainda é tímida, o que parece confirmar o

receio do uso desse meio de comunicação para tal fim. Do mesmo modo, a

utilização da rede para jogos e lazer se mostrou pequena. Em relação aos jogos

apenas 21 (23%) sujeitos afirmaram este uso; e no tocante a lazer, somente 8 (7%).

Poucos utilizam a rede para leitura de jornais: apenas 6 (6%) discentes usam

esse recurso para saber as notícias. A comunicação via e-mail, que pensávamos

seria significativa, também se mostrou tímida: somente 25 (27%) alunos se valiam

dessa ferramenta.

O acesso ao computador / rede em lugares públicos (como praça, telecentros,

rodoviária) também não foi significativo: apenas 30 (32%) alunos vão a esses

lugares. No tocante ao uso para serviços em geral e outras finalidades os dados

coletados indicam que somente 7 (7%) deles se valem dessa possibilidade.

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Os dados obtidos junto aos discentes nos permitem organizar o seguinte

resumo: tratou-se de grupo relativamente equilibrado em termos de sexo (44%

homens e 56% mulheres), o que parece refletir a tendência que vem sendo

observada nos últimos anos, relativa à maior permanência das mulheres na escola;

a grande maioria dos discentes ouvidos (71%) estava no curso fundamental, mas a

faixa etária deles era muito ampla, indo dos 9 até aos 50 anos (alguns estudavam no

horário noturno, próprio para jovens e adultos); menos da metade dos alunos (44%)

tinha computador em casa e destes, apenas 34% acessavam a rede em suas

moradias. O uso preferencial do computador era para pesquisa e realização dos

trabalhos escolares. Foi interessante notar que, também neste grupo, o uso para

compras, jogos, lazer, leitura on-line de jornais e para obter informações de serviços

se apresentou muito tímido. A utilização do correio eletrônico não se mostrou

relevante (apenas 27% realizavam esta prática). Esperávamos encontrar entre os

jovens percentuais mais elevados. Verificamos, ainda, que o acesso à rede em

locais públicos é pequeno (32%). Portanto, ficou evidente que para esses discentes

a existência da possibilidade de acessar a rede em locais públicos não atinge mais

que um terço do grupo.

Caracterização da Comunidade

Um conjunto de 46 entrevistados representou a comunidade; eram eles

moradores do município de Piraí e de cidades vizinhas, funcionários das escolas

municipais onde docentes e discentes foram ouvidos, estagiários do Projeto Agente

Jovem/RJ que trabalhavam nos telecentros, e os que foram encontrados

acidentalmente nos quiosques, na rodoviária, usuários ou não do Piraí Digital, mas

que se interessaram em colaborar na pesquisa. A caracterização desses sujeitos é

apresentada a seguir.

Em relação ao sexo, eles se distribuíam em 25 mulheres (54%) e 21 (46%)

homens. A faixa etária era bem diversificada, variando de 10 anos a mais de 50,

assim distribuídos: 11 (24%) se encontravam na faixa de 10 a 15 anos; 14 (30%)

estavam na faixa dos 16 aos 20 anos; 11 (24%) entre 21 e 30 anos; 6 (13%) de 31 a

40 anos; 3 (7%) de 41 a 50 anos e um sujeito (2%) com mais de 50 anos, dados

estes representativos no gráficos 10.

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Gráfico 10 Comunidade: faixa etária

24%

30%24%

13%7% 2%

10 a 15 16 a 2021 a 3031 a 4041 a 50mais 50

A escolaridade encontrada foi a seguinte: 12 (26%) sujeitos tinham cursado

até a 6ª série (EFI); 7 (15%) sujeitos possuíam o fundamental completo (EFC); 6

(13%) afirmaram ter o ensino médio incompleto (EMI); 18 (40%) o ensino médio

completo (EMC); apenas um (2%) o ensino superior incompleto (ESI); e, finalmente;

2 (4%) possuíam o ensino superior completo (ESC). Esses dados podem ser

visualizados no gráfico 11.

Gráfico 11

Comunidade: escolaridade

26%

15%13%

40%

2% 4% EFIEFCEMIEMCESIESC

A maioria desses sujeitos (35 - 76%) era moradora de Piraí. Perguntados se

achavam a cidade diferente de outras, um número significativo (40 - 87%) disse que

sim. Nas perguntas abertas indagamos em que Piraí se destacava das demais

cidades; as respostas a esta pergunta serão tratadas mais adiante.

Sobre a utilização do computador em rede, verificamos que 40 (87%)

privilegiavam a pesquisa. Já na utilização para trabalhos escolares o número

encontrado diminuiu para 30 (65%). Poucas pessoas (apenas 3 - 7%) registraram

que faziam compras pela internet; também um número pouco significativo de

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sujeitos usa o computador para jogar (somente 13 -28%). Constatamos, ainda, que a

rede é pouco utilizada para lazer (15 - 33%) e leitura on-line de jornais (16 - 35%). Já

para a comunicação via e-mail, encontramos um número bastante expressivo de

usuários (38 - 83%). Na mesma direção do encontrado entre docentes e discentes,

verificamos que comunidade praticamente não usa a rede para outras finalidades e

serviços. Apenas 6 (13%) pessoas registraram essa utilização

Os dados obtidos junto ao grupo representativo da comunidade (46 sujeitos)

podem ser assim sintetizados: tratou-se de grupo equilibrado em termos de sexo

(54%-mulheres; 46%-homens), com faixa etária variada, preponderando a dos

jovens entre 16 e 20 anos (14 – 30%); a escolaridade também era diversificada,

havendo um número significativo de pessoas com o ensino médio completo (18-

40%); a maioria era moradora de Piraí (35-76%); um grupo de 40 sujeitos (86%)

registrou que usava o computador / rede para pesquisa e/ou para obter informações

para os trabalhos escolares; poucos usavam para compras, lazer, jogos, leitura de

jornais, serviços ou outras finalidades. Muitos, no entanto (38-83%), usavam a rede

para correio eletrônico.

Caracterização dos Voluntários

Além dos conjuntos anteriormente considerados, um grupo de 12 voluntários

da comunidade de Arrozal, distrito de Piraí, foi incorporado à pesquisa por possuir

características específicas. Esses sujeitos auxiliavam na implementação do Piraí

Digital, trabalhando no telecentro deste distrito. Tinham como objetivo auxiliar a

comunidade e todos aqueles que necessitavam de informações para o manuseio do

computador e da Internet. Além disso, ajudavam na conservação do local e

divulgação do projeto. É fato, porém, que também se beneficiavam com a facilidade

de acesso aos meios tecnológicos.

O sexo feminino foi predominante entre esses 12 voluntários (9 mulheres -

75%); já as idades variavam bastante, assim distribuídas: na faixa dos 15 aos 20

anos encontramos 6 (50%) das pessoas; de 21 a 30 anos 3 (25%) pessoas; de 31 a

40 anos 2 (17%) pessoas, e apenas um sujeito (8%) na faixa de 41 a 50 anos e

nenhum acima destas faixas etárias. O gráfico 12 refere-se à idade desses sujeitos.

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Gráfico 12 Voluntários: idade

50%

25%

17%8% 0% 15 a 20

21 a 3031 a 4041 a 50mais 50

Todos os sujeitos deste grupo eram moradores de Piraí, possuíam o ensino

médio completo como nível de escolaridade e tinham recebido capacitação dada por

órgão competente, a saber: equipe Piraí Digital e FAETEC.

Deste grupo de voluntários 6 (50%) tinham computador em casa, mas apenas

2 (17%) possuíam acesso à internet no lar. Portanto, a maioria deles (10 - 83%)

acessava nos lugares onde atuavam como voluntários.

No que se refere aos motivos que levavam esses voluntários a acessar a

rede, verificamos que: 5 (42%) usavam para pesquisa; e 8 (67%) para trabalhos

escolares, o que representou a maioria. Quanto à leitura on-line de jornais, a grande

maioria (9 - 75%) não possuía este hábito. A metade dos voluntários (6 sujeitos)

usava a internet para comunicação via e-mail; somente 4 pessoas (33%) registraram

o uso em outras finalidades.

Foi interessante notar que nenhum dos voluntários indicou o uso da rede

para: compras, jogos, lazer, leitura de jornais e serviços gerais, o que nos causou

surpresa, tendo em vista que o acesso à tecnologia nos telecentros, local de

trabalho desse grupo, era extremamente fácil.

De forma resumida pode-se caracterizar o grupo de voluntários:

predominantemente feminino (9-75%); a metade deles (6-50%) na faixa dos 15 aos

20 anos; eram, portanto, bem jovens; todos moradores de Piraí, com ensino médio

completo; a metade possuía computador em casa, mas só dois conseguiam acessar

a internet de sua moradia, assim o acesso era feito de outros locais; os principais

motivos que levavam estes sujeitos a usar a rede se relacionavam à realização de

pesquisa e trabalhos acadêmicos. A metade registrou que também usava para fins

de comunicação (correio eletrônico). Nenhum deles se referiu a outro tipo de uso.

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4.2. O QUE DIZEM OS SUJEITOS DA PESQUISA DO PROJETO PIRAÍ DIGITAL

Nesta parte do capítulo apresentamos os resultados da análise de conteúdo

das respostas oferecidas pelos sujeitos do estudo nas perguntas abertas do

questionário a que foram submetidos. Na análise, buscamos identificar os núcleos

básicos (o que foi mais recorrente em todas as falas) e os secundários (o que estava

presente em menor quantidade), de modo a obter uma visão mais abrangente do

posicionamento dos respondentes em relação a cada pergunta feita.

Cabe esclarecer que cada resposta oferecida podia apresentar mais de um

núcleo (principal e secundário(s)), assim os percentuais a seguir apresentados,

extraídos a partir do universo dos respondentes em cada categoria considerada

(docentes - 42; discentes - 93; comunidade - 46; voluntários - 12), quando somados

podem ultrapassar (ou não) os 100% de cada categoria, por estarem relacionados a

todos os núcleos encontrados.

As falas na íntegra dos participantes da pesquisa, oferecidas nas perguntas

abertas do questionário encontram-se no Anexo 3.

O Que Dizem os Docentes

A primeira pergunta aberta do questionário dos docentes indagava: para que

usam o computador e a internet?

Dos 42 docentes participantes da pesquisa, 39 (93%) responderam à

pergunta. Verificamos que o uso para pesquisa surgiu como núcleo principal,

destacado por 28 docentes (66%). Os núcleos secundários foram: (a) digitar textos,

mencionado por 11 sujeitos (26%); (b) trabalhar conteúdos com os alunos, usando o

laboratório, situado por 8 docentes (19%); (c) acessar a internet, indicando por 7

docentes (16%); (d) comunicar-se via correio eletrônico, usado por 7 docentes

(16%); (e) planejar aula, apontado por 3 docentes (7%); (f) jogos, entretenimento, 2

docentes (5%); (g) bate-papo, também indicado por 2 docentes (5%); e (h) para

diversificar o ensino, mencionado apenas por 1 docente (2%).

Cabe registrar que o uso para pesquisa tanto se referiu à busca de

informações para o ensino, quanto para a elaboração de trabalho do docente em

situação de estudante em algum tipo de curso.

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Essas respostas evidenciam que o uso do computador/internet se destina

basicamente ao trabalho, ou seja, os docentes pesquisam para o ensino e para a

própria aprendizagem. Poucos são aqueles que usam para entretenimento / jogos e

bate-papo (4 docentes – 10%).

Um resumo desses usos pode ser visualizado no quadro que se segue.

Quadro 1 Principais Usos que os Docentes Fazem do Computador e Internet

Tipo de Uso Desdobramento (s)

Uso em pesquisa - núcleo principal (66% de 42)

visando a prática pedagógica (busca de informações para subsidiar o ensino)

para consumo próprio (quando engajado em algum curso)

Uso para facilitar/melhorar o ensino (26% de 42)

digitando texto de provas, atividades (tarefas), avaliações

Uso no ensino (19% de 42)

trabalhando com os alunos no Laboratório de Informática

Acesso à internet (16% de 42)

para obter informações (não há preocupação de pesquisa)

Correio eletrônico (16% de 42)

para comunicar-se com colegas (trocar idéias) e amigos.

Jogo, entretenimento (5% de 42)

para lazer

Bate-papo (5% de 42)

para conhecer novos amigos

A segunda pergunta aberta indagava: em que o Projeto ajudou na sua vida

profissional?

Todos os 42 docentes (100%) responderam à pergunta. Analisadas as falas,

verificamos que o núcleo mais recorrente foi o ensino, situado por 24 respondentes,

assim distribuído: (a) facilitou o planejamento das aulas (6 docentes -14 %); (b)

favoreceu as atividades de ensino (4 docentes -10%); (c) enriqueceu o ensino (3

docentes – 7%); (d) ajudou a diversificar o ensino (3 docentes – 7%); (e) melhorou o

nível das aulas (2 docentes – 5%); (f) permitiu ampliar as informações oferecidas aos

alunos (2 docentes – 5%); (g) permitiu integrar conteúdos de ensino com a

informática ( 2 docentes – 5%); (h) passou a trabalhar no Laboratório de Informática

(2 docentes – 5%). Os núcleos secundários encontrados foram: a pesquisa,

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destacada por 9 professores (21%); a atualização docente (7 docentes -16%); o

estudo da informática (3 docentes – 7%); e a compreensão de que a informática é

mais uma ferramenta de trabalho (3 docentes -7%).

Encontramos também 7 docentes, cada um deles, apresentando uma

resposta distinta para a pergunta a saber: (a) vem crescendo com o projeto ( o que é

muito vago); (b) ajuda a alfabetizar os alunos; (c) permite uma nova proposta de

trabalho; (d) favoreceu a habilidade de manuseio da tecnologia; (e) ajuda a motivar

os alunos; (f) permite trocar idéias, via e-mail, com os colegas; (g) pode ajudar os

alunos a melhorarem a escrita.

Cabe registrar que três docentes disseram que ainda não tinham tido

mudanças na vida profissional; um deles afirmou que a realidade do ensino noturno

não permitia grandes mudanças.

Uma análise do conjunto de núcleos que foram partilhados por 2 ou mais

docentes nos permite inferir que a atividade de ensino (planejamento,

implementação, ampliação da informação) foi a grande beneficiária do Projeto. Mais

da metade dos docentes (24-57%) destacou, na sua fala, uma mudança relacionada

ao ensino que desenvolve.

Outros, no entanto, situaram as mudanças no plano pessoal: atualização

docente; estudo da informática; que de qualquer modo, contribuem para melhorar a

atividade de ensino.

Em relação às respostas oferecidas pelos docentes nesta pergunta, é válido

salientar uma que expressa bastante consistência pedagógica:

Este projeto fortaleceu em mim a necessidade de assimilar as novas tecnologias com finalidades pedagógicas, uma vez que há a possibilidade de aplicação prática dessas tecnologias.

Tal fala indica que o respondente consegue perceber a relevância das

tecnologias na educação, desde que revestidas de funções pedagógicas. Em outras

palavras, compreende a relação dialética da educação-tecnologia, pois ao mesmo

tempo em que a educação pode se apoiar na tecnologia, esta se expressa segundo o

contexto educacional (BRUNNER, 2004).

Um resumo das respostas oferecidas nesta segunda pergunta pode ser

observado no quadro a seguir.

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Quadro 2 Mudanças na Vida Profissional dos Docentes a Partir do Projeto Piraí Digital

Mudanças Desdobramento (s)

O ensino - núcleo principal (57% de 42)

o projeto facilita o planejamento, favorece o ensino, enriquece, ajuda a diversificar, melhora o nível das aulas, permite oferecer mais informações aos alunos, possibilita integrar conteúdos de informática aos escolares.

Poder pesquisar (21% de 42)

o projeto facilita a busca de

informações

Atualização Docente (16% de 42) o projeto favorece a contínua atualização do professor

Estudo da informática (7% de 42)

com o projeto os professores estão estudando a informática e aplicando-a às situações de ensino

Uma nova visão de informática (7% de 42)

o projeto ajudou a compreender a informática como mais uma ferramenta de trabalho

A terceira pergunta aberta indagava aos docentes: o que mudou na vida de

sua escola a partir da implantação do Projeto Piraí Digital.

Responderam à pergunta 41 docentes (98%). Um número significativo (12 -

28% de 42) considerou que a grande mudança estava no aumento do interesse dos

alunos (interesse pelas aulas no Laboratório de Informática, em buscar mais

informações). Portanto, nesta resposta, o núcleo principal foi o interesse evidenciado

pelos alunos. Um grupo menor de docentes (8-19% de 42) considerou que a

mudança estava no acesso à informação, ou seja, a presença da tecnologia facilitou

o acesso. E neste caso, os docentes se referiram tanto a alunos como professores.

Outro grupo menor de respondentes (6 – 14% de 42) situou a mudança no próprio

professor, afirmando que o projeto permitiu a atualização de conteúdos (descoberta

de novos conteúdos e novas estratégias de ensino no âmbito das disciplinas). Um

grupo de 4 docentes (10% de 42) disse que as mudanças estavam na pesquisa, no

sentido de que o projeto e suas tecnologias estimulam a pesquisa. Algumas duplas

de docentes (cada dupla representando 5% de 42) situaram as mudanças nos

seguintes aspectos: (a) houve maior apoio ao trabalho docente; (b) maior articulação

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entre professor e aluno; (c) as aulas ficaram mais interessantes; (d) houve mais

facilidade para estudar, principalmente para aqueles que não tem computador em

casa; (e) o trabalho pedagógico ficou mais diversificado; (f) houve mais incentivo

para o aluno estudar; (g) a aprendizagem foi facilitada. Ainda neste rol de mudanças,

se incluem aquelas que foram destacadas apenas uma vez, por um único docente.

São elas: (a) houve uma maior conscientização dos professores em relação à

necessidade de usar corretamente a tecnologia; (b) a tecnologia se democratizou;

(c) a comunicação se ampliou; (d) o modo de trabalhar (a prática pedagógica) se

modificou; (e) a escola teve um local para fazer suas reuniões pedagógicas (no

Laboratório de informática); (f) a escola se relacionou com Piraí e com o Mundo.

Uma visão de conjunto dessas respostas revela que as mudanças em relação

à escola se projetam sobre; o aluno; o ensino; o professor; a própria escola. Para

sintetizá-las elaboramos o quadro que se segue.

Quadro 3

Mudanças na Escola, Provocadas pelo Piraí Digital, na Visão dos Docentes

Mudanças Desdobramento (s)

No aluno- núcleo principal (71% de 42)

mais interessado / incentivado mais informado obteve mais facilidade para estudar pôde ampliar sua comunicação maior integração

No professor (21% de 42)

maior acesso à informação mais conscientizado sobre o uso da

tecnologia atualização de conteúdos

No ensino (21% de 42)

ficou mais apoiado, mais interessante, diversificado, prático, articulado, renovado

Na escola (7% de 42)

se relacionou com Piraí e o mundo conseguiu lugar para as reuniões

pedagógicas (no próprio Laboratório)

democratizou a tecnologia Na quarta pergunta aberta do questionário dos docentes, a indagação foi à

seguinte: como a escola estava se articulando com o Projeto Piraí Digital.

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Obtivemos resposta de 37 docentes (88%). Um número significativo (11

docentes – 26% de 42) foi lacônico em sua resposta, afirmando que a articulação

era muito boa/ sem problemas/ feita de forma ativa e prazerosa. Esta percepção

pode ser indicativa de que esses sujeitos não têm clareza sobre o processo de

integração escola - Piraí Digital. De qualquer modo, as respostas expressam uma

visão positiva. Outros seis respondentes (14% de 42) acreditam que a integração se

faz pela atuação dos professores no Laboratório de Informática, com atividades

direcionadas ao ensino-aprendizagem. Cinco docentes (12% de 42) atrelaram a

integração ao apoio técnico: manutenção dos equipamentos e poder contar com

professor técnico (supomos que seja especialista em informática educativa) para

auxiliar o professor da turma. Já outros dois (5% de 42) viram a integração como o

contato entre as variadas disciplinas. Houve também aqueles (2 - 5% de 42) que

situaram a parceria com a comunidade como o eixo de integração; e mais 2 (5% de

42) que destacaram o uso (poder usar) da tecnologia como a base da integração

escola-projeto. Um pequeno conjunto de docentes (3 - 7% de 42) apresentou

explicações singulares, dizendo que a integração se dá: (a) pela pesquisa; (b) pela

construção do livro virtual, (c) na medida em que os alunos passam a se interessar

pelo mundo digital.

Apresentamos uma resposta que explicita o Livro Virtual.

O Livro Virtual: já foram trabalhados dois contos de Lygia Bojunga – “Lá no Mar” e “ Tachau”. Os textos são apresentados nas turmas com leitura orientada por mim. Os contos são trabalhados numa pequena parte de cada aula até que as crianças estejam preparadas para realizar o trabalho. Geralmente eu uso a co-autoria do texto e o texto de imagem. Os trabalhos são feitos em grupos e o interesse dos alunos é enorme. Tem sido gratificante. Após a correção das atividades, os alunos são levados ao laboratório para digitar o texto. Nossa Coordenadora de Língua Portuguesa é grande colaboradora, Profa. Cybele fecha este projeto fazendo o Livro Virtual. É ela que nos indica e abre espaço enriquecedor.

Finalmente, há que se destacar que três docentes (7% de 42) afirmaram que

a integração tem problemas: (a) por falta de suporte técnico; (b) pelo

desconhecimento que muitos professores têm da tecnologia; e (e) pela precária

manutenção.

Relacionando todas as respostas obtidas, verificamos que a presença da

tecnologia na escola (os laboratórios que permitem acesso) é o fator mais relevante

para a integração da escola com o projeto.

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O quadro que se segue sumariza a visão dos docentes.

Quadro 4

Articulação da Escola com o Projeto Piraí Digital na Visão dos Docentes

Articulação Desdobramento (s)

É positiva - núcleo principal (26% de 42)

boa, sem problemas, ativa e prazerosa

Ocorre pela existência do Laboratório de Informática (19% de 42)

com atividades direcionadas ao ensino

por permitir usar a tecnologia Se dá pelo apoio da técnica

(12% de 42) com a manutenção dos

equipamentos e apoio de professor especialista em informática

Acontece pela integração de disciplinas (5% de 42)

a integração das disciplinas foi favorecida pela presença da tecnologia na escola

Se dá pela parceria (5% de 42)

a parceria com a comunidade evidencia a articulação

A quinta e última pergunta aberta do questionário dos docentes indagava as

mudanças no desempenho escolar dos alunos a partir da integração da escola com

o Piraí Digital.

Todos os 42 docentes responderam à pergunta. Destes, 17 (40%) afirmaram

que o interesse (em aprender, pesquisar) foi a mudança mais importante. Outros 13

(31%) situaram a mudança na melhoria do rendimento acadêmico (melhorou o

raciocínio lógico, a atenção, a concentração, a capacidade de expor idéias) cinco

professores (12%) acreditam que houve mais integração entre os alunos/escola/os

professores e a rede (aqui se pode entender a rede como o “mundo”). Três docentes

(7%) destacaram a digitação de texto com a melhoria da escrita. Outros dois (5%)

pensam que a mudança está na auto-confiança: os alunos se sentem mais

valorizados. Já quatro docentes apresentaram cada um deles (2%) uma explicação

diferente para a mudança, a saber: (a) o apoio da comunidade; (b) a disciplina; (c) a

possibilidade de obter informações, e (c) a possibilidade de identificar erros.

O quadro que se segue apresenta, de forma resumida essas mudanças.

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Quadro 5 Mudanças no Desempenho Escolar dos Alunos a Partir da Integração da Escola

com o Piraí Digital, na Visão dos Docentes

Mudanças Desdobramento (s)

Maior interesse em (na) - núcleo principal (40% de 42)

aprender pesquisar tecnologia obter informações apresentação de trabalhos

Melhoria do desempenho em relação à (o)

(31% de 42)

raciocínio lógico atenção concentração capacidade de expor idéias disciplina

Mais integração com (12%de 42)

os docentes a escola a rede

Aprendizado da digitação de textos (7% de 42)

melhoria da escrita e articulação de idéias

Ampliação da auto-confiança (5% de 42)

valorização do aluno como cidadão

O que Dizem os Alunos Da mesma forma que os professores, os alunos responderam às perguntas

abertas contidas no questionário. A primeira dessas perguntas indagava: o que

mudou na sua vida pessoal com o Piraí Digital?

Do total de 93 respondentes, 80 (86%) ofereceram suas visões sobre a

indagação; isto significa que 13 alunos (14%) não responderam. Um número bem

elevado (54 alunos – 58% de 93) apontou mudanças, entre essas, destacam-se

poder pesquisar e a melhoria nos trabalhos escolares (21 – 22% de 93). Um

número menor (26 - 28% de 93) afirmou que nada mudara, sendo que a resposta

mais recorrente relacionou-se a não utilização do projeto.

O quadro apresentado a seguir sumariza as respostas dos discentes, nos

aspectos de mudança e não mudança, tendo seus percentuais relacionados ao

universo (93) da categoria.

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Quadro 6 Visão dos Alunos Sobre o Impacto do Projeto Piraí Digital na sua Vida Pessoal

Mudanças Desdobramento (s)

Mudou a vida (porque)- núcleo principal

(58% de 93)

pode pesquisar melhorara os trabalhos escolares pode se comunicar com amigos estuda de um modo “mais legal” pode se informar sobre Piraí e a

Região tem mais informações

tecnológicas aprende mais com maior facilidade não precisa mais ficar procurando

informações em revistas e jornais tem mais informações sobre o dia-

a-dia pode se divertir (jogar/ brincar com

outros colegas), acessar a internet pode aprender coisas novas e

interessantes pode fazer textos modificou o modo de pensar e

estudar está mais informado tem interesse em conhecer as

utilidades que a rede proporciona Ficou mais “ligado” no Brasil Pode saber da novela, do esporte

e votar no Big Brother

Não mudou nada (porque) (28% de 93)

não utiliza o projeto já tem computador em casa é pobre e não tem computador em

casa os monitores não sabem ensinar e

os computadores são muito velhos a internet está sempre fora do ar até agora só foi para o Laboratório

uma única vez os computadores estão sempre

ocupados com os alunos entrando em salas de bate-papo

Entre os alunos que afirmaram ter mudado com sua participação no projeto,

encontramos duas respostas que merecem ser transcritas:

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Mudou o meu modo de pensar e até de estudar porque a gente fica sabendo o que acontece e o que já aconteceu. Mudou na minha vida que eu estou aprendendo de outra forma e nós aprendemos a mexer no computador.

Estas afirmativas se aproximam da visão de Fonseca (2005, p.62) quando

destaca as possibilidades cognitivas que surgem com o uso da rede (não

linearidade da aprendizagem).

A comunicação deixa de ser linear para tornar-se multifacetada, uma vez que os indivíduos transformam-se em receptores, produtores e consumidores de mensagem. Portanto, a interatividade é aqui compreendida como possibilidades de efetivas trocas entre todos os membros participantes da comunidade, situação em que interferem, criam ações e reações, bem como produzem diversas situações de associação para o convívio social.

Cabe, também, salientar que a maior parte dos alunos que afirmou não ter

mudado era do curso noturno, grupo este tem mais dificuldade de ir para o

Laboratório.

Na pergunta subseqüente do questionário, os alunos foram indagados: o que

mudou na sua vida de aluno? Do mesmo modo que na pergunta anterior, nem todos

os alunos responderam; apenas 69 (74% de 93) ofereceram suas explicações. Isto

significa que um número bem elevado (24 - 26% de 93) deixou de esclarecer a

indagação. Entre os respondentes, encontramos 13 (14% de 93) que reafirmaram

não ter mudado, apresentando distintas explicações. Já os que mudaram (57 – 69%

de 93) concentraram suas explicações nos seguintes elementos: pesquisa, uso da

tecnologia, aprendizagem, participação nas aulas, comunicação e integração.

Um resumo das respostas dos alunos nesta pergunta é oferecido no quadro

que se segue, onde os percentuais foram obtidos em relação aos 93 alunos.

Quadro 7 Visão dos Alunos Sobre sua Relação com o Piraí Digital

Mudança (ou não) Desdobramento (s)

pesquisa (aprendeu, ficou mais bem informado, a pesquisa ajudou a melhorar os trabalhos)

uso da tecnologia (aprendeu a usar, vai para o Laboratório, pode acessar a internet)

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Mudou o desempenho escolar em termos de: (núcleo principal)

(60% de 93)

aprendizagem (ficou mais fácil aprender, aprendeu mais coisas interessantes, aprendeu melhor, ficou mais “esperto”, mudou o modo de aprender)

participação nas aulas (passou a se interessar mais pelas aulas)

comunicação/integração (está se comunicando mais com os colegas e se integrando para fazer as tarefas solicitadas

pesquisa em diferentes lugares (escola, pracinha)

Não mudou nada porque (14% de 93)

não tem oportunidade de usar a tecnologia

não sabe usar já tem a tecnologia em casa só foi uma vez no Laboratório simplesmente não mudou

A terceira pergunta buscou saber dos alunos as mudanças que o projeto

estava trazendo para a sua escola. Recebemos respostas de 57 alunos (61% de

93); isto significa que houve elevado número de não respondentes (36 – 39% de 93).

Um desses alunos (1%) disse que não sabia o que estava mudando na escola e

outros 11 (12% de 93) ofereceram explicações muito vagas; como por exemplo: (a)

melhorias em várias coisas; (b) muitas mudança e por isso está melhorando cada

vez mais; (c) mudou muita coisa; que não permitem esclarecer mais nitidamente do

que se trata. É válido destacar que embora todas essas explicações fossem vagas,

elas trazem em si uma visão positiva do projeto na escola. Três alunos (3% de 93)

registraram que a escola precisava ter mais aulas no Laboratório.

Os que apontaram as mudanças (42 - 45% de 93) concentraram suas

explicações nos seguintes elementos: uso da tecnologia, pesquisa, aprendizagem,

tarefas escolares e comunicação, conforme se pode observar no quadro que se

segue. Todos esses elementos, no entanto, foram visualizados pelos alunos a partir

da presença do projeto na escola. Isto significa que o projeto é o ponto de partida da

mudança.

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Quadro 8 Visão dos Alunos sobre as Mudanças na Escola a Partir do Piraí Digital

Mudanças Desdobramento (s)

Uso da tecnologia (núcleo principal)

(21% de 93)

a presença da tecnologia na escola possibilitou aos alunos aprenderem a usar o computador, democratizou a tecnologia, permitiu acessar a internet e ampliou a integração com o mundo atual

Desenvolvimento da pesquisa (15% de 93)

a pesquisa se ampliou na escola (com apoio da tecnologia). A pesquisa ajudou a se informar, saber notícias do mundo, facilitou os deveres, os trabalhos ficaram mais completos

Qualidade do ensino (4% de 93)

com o laboratório, a qualidade melhorou, os professores estão mais informados

Outras mudanças (3% de 93)

melhorou a comunicação não precisa mais procurar informações

em jornais e revistas Permite o lazer

(2% de 93) com os computadores, os alunos podem

jogar, brincar

Como se pode observar, todas as mudanças foram atreladas à presença e

utilização da tecnologia na sala de escola. Eles conseguiram perceber seqüências

de mudanças, expressas nas falas que se seguem.

Faz com que nossos trabalhos fique mais completo, facilitando então a questão do horário pois gastamos pouco tempo em pesquisas e obteremos mais informação.

Trouxe mais conhecimento e integração com o futuro.

O projeto ajudou a fazermos pesquisa sobre assuntos de maneira que possa nos interessar.

Considerando o conjunto de respostas obtidas nesta pergunta, não se pode

deixar de registrar que o projeto, na visão dos alunos, ainda tem dificuldades. Ao

somarmos o grupo dos não respondentes (36) com as respostas vagas (11), mais

aquela que afirmou desconhecer as mudanças (1) e as que fizeram a sugestão de

mais aulas no laboratório (3), encontramos um total de 51 alunos (55% de 93) que

não oferecem pistas mais claras sobre o impacto do projeto na escola.

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Na quarta pergunta os alunos foram instados a estabelecer uma relação entre

o Projeto Piraí Digital e cidadania, ou seja, a apontar em que o projeto contribui para

a cidadania.

Responderam à questão 61 alunos, o que equivale a 66% do total (93) de

participantes nesta categoria. Entre essas respostas, encontramos cinco (5% de 93)

muito vagas, que não ofereceram qualquer pista sobre o que estava sendo

perguntado. Foram elas: (a) é um projeto que está colaborando para sermos

cidadão; (b) o projeto ajuda nós a sermos mais cidadão; (c) passando o que eu sei

para melhorar o futuro de alguém; (d) para quem utiliza é muito bom; e (e)

exercendo nossa cidadania. Embora as falas sejam vagas, contém uma visão

positiva do projeto na sua relação com a cidadania. Três alunos (3% de 93)

afirmaram que o projeto não tinha “nenhuma” (2) e “muito pouco, precisa mais

”relação”; este percentual, no entanto, não é significativo no contexto do universo

dos alunos participantes. As demais falas (53 – 57% de 93) contém um ou mais

núcleos sobre esta relação, conforme se pode visualizar no quadro que se segue,

cujos percentuais foram apresentados em relação aos 93 alunos.

Quadro 9 Visão dos Alunos sobre a Contribuição do Piraí Digital para a Cidadania

Contribuição Desdobramento (s)

Ampliou as informações/ conhecimentos

(núcleo principal -12 alunos/13% de 93)

ficou mais integrado com a informação; pode fazer pesquisa para ter conhecimento; tem mais conhecimento sobre tudo o que está acontecendo; sabe mais coisas; sabe coisas mais interessantes; sabe coisas novas; está mais informado sobre Piraí; aprendeu mais; estudou pelo computador para saber mais; sabe mais coisas sobre o mundo; ajuda a população a ter mais conhecimento

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Favorece o contato/ integração social (11 alunos - 12% de 93)

o projeto é ferramenta de integração social; integra em um mundo melhor; deixa todo mundo integrado; é uma forma de integração social, o projeto cria oportunidade para as pessoas desenvolverem o contato social com pessoas que têm mais conhecimento; favorece o bate-papo (2); permite a comunicação; permite compartilhar idéias (2), pelo computador na escola se faz a integração social

Garante o acesso à tecnologia (10 alunos – 11% de 93)

dá acesso a quem não tem a tecnologia em casa (2); dá espaço para quem não tem internet em casa; permite a todo cidadão ter acesso aos computadores da cidade (2); permite ao aluno entrar na internet; o projeto é para toda a cidade acessar a internet; dá oportunidade à comunidade de fazer parte dessa revolução digital; é bom para os que não têm acesso; quem não tem acesso (em casa) pode aprender mais;

Garante direitos (4 alunos – 4% de 93)

dá direitos iguais para todos; dá o direito de aprender; direito ao conhecimento; dá direito ao acesso

Promove o envolvimento / inclusão

digital (4 alunos - 4% de 93)

há inclusão digital para a população de baixa renda; inclui pessoas carentes num ambiente de cultura mais elevada; integra mais cidadãos com o mundo digital; envolve a comunidade com o mundo digital

Promove lazer e cultura (3 alunos – 3% de 93)

o projeto garante lazer e cultura para as pessoas de baixa renda; o projeto lembra das crianças que precisam de lazer, permite viajar pela internet

Outras contribuições diversas (10 alunos – 11% de 93)

facilita a aprendizagem (2); amplia o interesse pela tecnologia (2); incentiva as pessoas a serem mais educadas e civilizadas; incentiva a leitura e a cultura; permite ( com o acesso a sites) votar e dar opinião; torna o mundo mais prático

Algumas das respostas referentes a esses núcleos merecem ser transcritas

na íntegra. São elas:

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Eu acho que a relação em Piraí Digital e cidadania e que todo nos podemos sabe tudo que acontece no mundo. (esta fala remete ao núcleo ampliou as informações); São estes projetos que criam oportunidades para as pessoas desenvolverem o contato social com pessoas que tem mais conhecimento em relação ao assunto. (núcleo: favorecimento do contato / integração social); São projetos como esse que criam maiores oportunidade as pessoas que não tem computador em casa. (núcleo: garantia de acesso); Esse projeto está integrando mais cidadãos com o mundo digital. (núcleo: integração / envolvimento digital); Eu acho que pelo menos desta maneira eles lembraram que principalmente em Piraí tem crianças que precisam de um lazer, esta ‘a relação. Até que fim lembram de Piraí. (núcleo: promover lazer / cultura)

A quinta pergunta deixava espaço livre para que os alunos comentassem o

projeto. Apenas 48 sujeitos (52% de 93) oferecerem respostas, assim distribuídas:

um (1% de 93) falou que era “sem comentários”; outros três (3% de 93) fizeram

comentários vagos: (a) trouxe alegrias para todos; (b) é ótimo para a população; e

(c) é um projeto muito interessante. Já sete (7% de 93) fizeram alguma crítica,

dizendo: (a) deveríamos ter mais intimidade com o computado se estevesse mais

aula de computado; (b) gostaria que estivece computador nas salas de aula para os

alunos se dedica mais ao projeto; (c) eu acho que todas as aulas poderiam ter esse

projeto para que os alunos possam ter sempre as informações necessárias dentro

da escola; (d) esse projeto as vezes beneficia as pessoas pois tem algumas vezes

que a internet não funciona, nos quiosques não tem organização; (e) gostaríamos

de ter mais acesso a sala de informática da escola, pois algumas vezes precisamos

fazer alguma pesquisa e sempre conseguimos faze-las por causa do tempo e não a

vaga; (f) deveria ter dentro da escola em horário de aula uma oportunidade para

quem não tem acesso durante os horários permitidos; e (g) eu acho que tem que

melhorar intalações da antena da internet. Sempre que queremos usar a internet ela

está desligada.

As demais respostas (37 - 40% de 93) ofereceram os seguintes núcleos.

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Quadro 10 Comentários Livres dos Alunos sobre o Piraí Digital

Comentário Livre Desdobramento (s)

O projeto ajuda a aprendizagem -núcleo principal

(9 alunos -.10% de 93)

ajuda a compreender melhor, aprender a saber o que é um computador; dá mais conhecimentos; facilita o aprendizado das pessoas; pode aprender mais coisas; aprender mais sobre a internet e aprender projetos novos sobre Piraí; ajuda a descobrir coisas novas; melhorou o aprendizado; dá oportunidade para aprender e saber o que é um computador

O projeto dá acesso ao computador e à internet

(5 alunos – 5% de 93)

esse projeto está dando oportunidade para quem não possui computador (direitos iguais) (2); acesso fácil à internet em qualquer lugar (escola, biblioteca, praças); o projeto dá acesso a sites de pesquisa; bate-papo, e-mail; as pessoas passaram a ter acesso ao computador e à internet

O projeto ajuda a quem precisa fazer pesquisa e trabalho

(3 alunos – 3% de 93)

o projeto foi muito bom para quem precisa de computador para fazer pesquisa e trabalho; foram mais constantes as pesquisas que se tornaram em fonte de atração; a maioria das pessoas precisam para o trabalho e isto é bom

Ajuda no mercado de trabalho (3 alunos- 3% de 93)

o mercado de trabalho está exigente e precisamos da informática; esse projeto está ajudando as pessoas em relação ao trabalho; ajudou a gerar mais empregos

Ajuda a se informar mais (3 alunos – 3% de 93)

ajuda a se informar; a se conscientizar com as informações, a saber mais sobre o mundo que acontece; é uma grande oportunidade para estarmos descobrindo coisas novas

Ajuda a quem precisa conhecer informática

(2 alunos – 2% de 93)

nós precisamos muito do computador para muitas coisas; precisamos conhecer alguma coisa de informática

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Outros comentários (12 alunos – 13% de 93)

valorizou o povo e a cidade dá entreterimento dá oportunidade a quem está

interessado melhorou o ensino de informática integra com o futuro é uma forma de comunicação está mudando a vida de muitas

pessoas está ajudando os cidadãos de Piraí chama atenção dos alunos dentro da

escola para o projeto ajudou dando curso facilitou o ensino fundamental mais acesso ao mundo

Uma resposta apresentada a esta pergunta merece ser aqui transcrita:

É muito bom pois as pessoas passaram a ter acesso ao computador e Internet. Foram mais constantes o conhecimentos, as pesquisas e também se tornaram uma fonte de atrações, como jogar jogos de todos os tipos, conhecer museus e outros lazer. E sobre tudo um pouco do mundo.

Como se pode observar, mesmo havendo críticas ao projeto estas foram no

sentido de ampliá-lo ou melhorá-lo. Não houve qualquer crítica negativa à proposta.

Assim, pode-se dizer que mais da metade dos alunos apresentou uma visão

favorável ao Piraí Digital.

O Que Diz a Comunidade

Um conjunto de 46 pessoas, cidadãos que transitam nos locais onde podem

ser acessados gratuitamente o computador e a internet, foram ouvidos sobre o

projeto.

A primeira pergunta apresentada a esses sujeitos foi: qual a importância do

Projeto Piraí Digital para sua vida pessoal?

Ao todo responderam 43 sujeitos (93% de 46). Dois sujeitos (5% de 46)

apresentaram respostas muito vagas: (a) é muito interessante; (b) é importante. As

demais respostas (41-89% de 46) destacaram os núcleos explicitados no quadro

que se segue.

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Quadro 11 Importância do Projeto Piraí Digital para a Vida Pessoal da Comunidade

Importância Desdobramento (s)

Obter informações / conhecimento (núcleo principal – 11 respondentes -

24% de 46)

ter acesso a informação (2); para me ajudar a manter mais informado; saber o que está acontecendo no mundo e muito mais que a gente possa imaginar; fiquei conhecendo o mundo maravilhoso da informática; fiquei mais instruída sobre diversos assuntos; engrandecimento profissional; abertura de novos horizontes e aquisição de novos conhecimentos; a informação; acesso às informações que antes não tinha, manter atualizado e sentir mais integrada com o mundo lá fora; facilita o acesso à informação; aquisição de conhecimentos;

Aprender (10 respostas – 22% de 46)

aprender mais para ser alguém na vida (3); é importante para nossa aprendizagem (2); aprender para ajudar no trabalho da escola e muito mais; bom para aprender mais do que sei; é importante, pois aprendemos e nos divertimos bastante; aprendi muitas coisas que não sabia, não sabia mexer no computador; aprender mais sobre o que está sendo esta máquina do tempo.

Ajuda a pesquisar (8 respostas -17% de 46)

antes não tinha como fazer coisas no computador; com a internet posso pesquisar, conhecer mais o computador, como usar, e isto me fez crescer, não fico só no curso, posso usar diariamente; a importância é que posso pesquisar assuntos relacionados sobre profissões, principalmente para atualizar minha profissão; é importante pelo conhecimento adquirido pela pesquisa e também pela descontração do mundo que vivemos; facilita a pesquisa; se precisar saber alguma coisa sei onde pesquisar; como não tenho internet em casa, esse projeto se tornou importante para mim,pois facilita quando tenho que pesquisar algo; como a internet dos terminais é mais

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rápida faço me valer dela para pesquisas mais demoradas; é importante para me manter informado.

Para estudo / Trabalho / Jogo (6 respostas – 13% de 46)

para trabalhos escolares e informações (2); o projeto ajuda a tirar dúvidas na minha área profissional; para fazer trabalhos e divertimentos; me ajuda em muitas coisas, por exemplo nos trabalhos escolares, antes ficava horas e horas pesquisando agora posso ir no telecentro; para estudar.

Dá acesso à internet (3 respostas – 7% de 46)

é fácil o acesso à internet; aprendi como navegar na internet; possibilita o acesso à internet, sem o qual teria que procurar em outras fontes, pois meu ordenado hoje não permite que desperdisse com internet em casa

Permite a comunicação

(3 respostas – 7% de 46)

serve para me comunicar; fiquei feliz, antes eu era triste, meus amigos mudaram. Aí veio o Piraí Digital e comecei a conversar, brincar e arrumar novos amigos. Eu falo com o vô da minha amiga que mora na China (ele foi ver a filha dele) Eu só conheço ele pelo computador; agora eu posso conversar com meu pai

Como se pode observar, os representantes da comunidade não apresentam

respostas muito diferentes das dos alunos, nesta questão. Cabe ressaltar a resposta

dada no núcleo “aprender", que vê o computador e a internet como uma máquina do

tempo, onde confluem, na dimensão hipertextual – passado/ presente/ futuro.

A segunda pergunta apresentada a este grupo foi: o que mudou na vida

desde que vem acessando o computador e a internet?

A quase totalidade dos participantes da pesquisa nesta categoria respondeu à

pergunta (43 sujeitos – 93% de 46). Três cidadãos (6% de 46) afirmaram que não

mudou nada. Outro (2% de 46) disse que mudou muita coisa, o que é resposta vaga.

Nas 39 respostas (85% de 46) com núcleos de mudança encontramos as

recorrências apresentadas no quadro que se segue.

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Quadro 12

Mudanças na Vida Pessoal da Comunidade a Partir do Acesso à Tecnologia

Mudança (s) Desdobramento (s)

Mudou a aprendizagem – núcleo principal

(11 respostas – 24% de 46)

mudou o meu jeito de ver as coisas, me transformou mais inteligente, aprendi coisas legais, posso ver o outro do outro lado do mundo; eu posso atualizar minha aprendizagem; aumentou minha aprendizagem; a aprendizagem; mudou a aprendizagem e o conhecimento; eu aprendi mais; aprendi várias coisas, mudou meu modo de aprender; aprendi a acessar; aprendi a mandar e-mail; mudou meu modo de pensar e refletir; ficou mais fácil aprender.

Ampliou / atualizou conhecimentos/ informações – outro núcleo principal

(11 respostas -24% de 46)

ampliou meus conhecimentos, estou procurando crescer cada vez mais; atualizou-me na área de minha competência; eu posso atualizar meu aprendizado; fiquei mais informado; fiquei mais informado na área de meu trabalho; mais facilidade de obter informações (sobre concursos); me mantenho informada; fui adquirindo mais conhecimentos; melhorou meus conhecimentos.

Ficou mais ágil /ativo (5 respostas -11% de 46)

fiquei muito mais ativa na escola; tive mais facilidade em diferentes obstáculos; tudo, não tempo para nada; vem trazendo agilidade no estudo e trabalhos; me deu agilidade nas comunicações.

Melhorou os trabalhos escolares

(4 respostas – 10% de 46)

podemos fazer trabalhos mais bonitos; me ajudou nos trabalhos do colégio; mudou os trabalhos escolares; mudou muitos nos estudos

Facilitou a comunicação (4 respostas – 10% de 46)

passei a conhecer mais pessoas; trouxe agilidade na comunicação; conheço pessoas novas e me divirto à beça, é super legal; passei a conhecer bastante pessoas.

Passou a ter vontade de comprar um

vontade de comprar um computador, mas o salário não

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computador (2 respostas - 5% de 46)

ajuda; vontade de possuir uma internet

Outras mudanças (4 respostas – 10% de 46)

é mais fácil pesquisar: o professor passa um trabalho e no Piraí digital é mais fácil pesquisar; posso comprar certos produtos que não tem na região; melhoria cultural; me interessei por temas que achava não ter sentido na minha vida.

Cabe assinalar que a comunidade, ao situar a mudança central na

aprendizagem, não destacou apenas a facilidade para aprender, mas enfatizou,

fundamentalmente, a mudança no modo de aprender. Esta ênfase corrobora

considerações de teóricos como Marcuschi (2005), para quem a linearidade da

aprendizagem, característica das propostas tradicionais de ensino, é incompatível

com o caráter interativo do hipertexto. A internet apresenta conteúdos na forma de

redes que se tecem, destecem e retecem e isto caba por expandir (mudar) a forma

de captar informações e com elas interagir.

Na terceira pergunta, a comunidade foi instada a apontar as mudanças no

município de Piraí desde que o Projeto Piraí Digital colocou computadores e redes

nos locais públicos.

Dos 46 cidadãos participantes, 33 responderam à pergunta (72% de 46). Dois

(4% de 46) disseram que nada mudou. Um ofereceu uma resposta muita vaga:

muitas coisas mudaram; porém positiva. Outro afirmou: se funcionasse sempre, a

mudança seria de 180o, mas os cabos vivem arrebentados.

As demais respostas (29- 63% de 46) estão registradas no quadro que se

segue:

Quadro 13

Mudanças no Município de Piraí na Visão da Comunidade

Mudanças Desdobramento (s)

Democratizou o acesso à tecnologia – núcleo principal

(6 respostas – 13% de 46)

as pessoas mais humildes agora tem onde ir e ter um contato com o computador; a tecnologia ao alcance de todos; dá oportunidade para quem não tem condições de comprar um computador; a inclusão

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digital principalmente para as crianças; inclusão digital para quem não conhece ou não sabe acessar; uma chance para que todos desfrutassem dessa tecnologia.

Maior conhecimento da tecnologia (4 respostas - 10% de 46)

a população ficou conhecendo de perto a informatização da cidade; o interesse de sempre saber mais sobre a informática; cresceu o interesse da maioria pela tecnologia; informatizou muita gente

Podem conseguir mais empregos

(3 respostas – 6% de 46)

consegue emprego e aprende mais; podem conseguir emprego; eles consegue mais emprego

Satisfação da população (3 respostas - 6% de 46)

todo mundo gostou do crescimento de Piraí; a satisfação estampada no rosto dos piraienses; a comunidade está satisfeita, a cidade sendo mais divulgada lá fora.

Podem se informar mais facilmente

(2 respostas – 4% de 46)

ficou mais fácil para as pessoas fazerem pesquisa; muitas`pessoas podem se informar em qualquer lugar e qualquer tempo

Mudanças variadas (11 respostas – 24% de 46)

aumentou o interesse da população em usar o computador

o povo está mais comportado as crianças estão mais ativas e

criativas as pessoas estão tendo zelo pelo

que é seu mudou a aprendizagem tirou crianças da rua o posto de saúde está sendo

reformado o município ficou mais populoso a motivação a pesquisa, o trabalho, tudo pela

internet mudou os interesses pessoais

É importante ressaltar, em relação às respostas do quadro 13, que somadas

as do núcleo principal – democratização do acesso (6) – às do núcleo seguinte –

maior conhecimento da tecnologia (4) -, obtemos um total de 10 sujeitos (22% de 46)

que situam o acesso e o conhecimento da tecnologia como mudança básica. Tais

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respostas vão ao encontro do principal objetivo das cidades digitais, conforme foi

destacado em nosso embasamento teórico.

A pergunta subseqüente (quarta) indagou aos cidadãos: em que esta cidade é

diferente. Um número bastante significativo (39 sujeitos – 85% de 46) respondeu à

indagação. Três respostas foram muito vagas: (a) nem todas as cidades tem; (b) tem

várias oportunidades que em outras cidades não tem; (c) tem muitas coisas

interessante que várias cidades não nos proporcionam. As demais 36 respostas

(78% de 46) foram agrupadas nos seguintes núcleos: presença/uso da tecnologia;

características peculiares da cidade; e atuação dos governantes.

Estes núcleos encontram-se explicitados no quadro que se segue.

Quadro 14 O Que Distingue a Cidade de Piraí na Visão da Comunidade

A Diferença Desdobramento (s)

A cidade se distingue pela presença / uso da tecnologia – núcleo principal

(20 respostas – 43% de 46)

pelo acesso gratuito à internet (4) porque oferece o Piraí Digital (3) pela presença do computador/

internet (2) há preocupação de informatizar a

população pela tecnologia que implantou por ser uma cidade digital porque todo mundo pode usar o

computador porque só não obtém informações

(pela rede) quem não quer pela modernidade na área da internet porque tem telecentro porque é informatizada porque o povo ficou encantado com a

informatização da cidade por ter terminais públicos para

acesso a internet por estar proporcionando às pessoas

se integrarem com o mundo digital

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pela oportunidade dada as pessoas (2)

porque está crescendo, gerando novos empregos e cursos

pela paz, educação e saúde na informatização e acima de tudo um povo feliz

A cidade se distingue por suas características peculiares

(14 respostas – 30% de 46)

situa-se no interior, perto de outros centros mas tem identidade própria

tem casas enfeitadas e o telecentro de Santanésia

pelas oportunidades de conhecimento; aqui só não estuda quem não quer

porque valoriza as pessoas porque tem menos problemas que

outras cidades pela atenção à educação porque o povo é unido porque em outra cidade é diferente

pesquisar porque as pessoas ficaram mais

importantes por oportunizar direito de pesquisar e

buscar conhecimentos

A cidade se distingue pelas ações de governantes

(2 respostas – 4% de 46)

ela se diferencia pelo fato dos governantes se interessarem em trazer progresso para a região

porque cresceu muito com o governo do prefeito Pezão. Ele transformou nosso município

Como se pode observar, um grupo significativo de sujeitos (20) atrelou a

diferença do município à presença/ uso da tecnologia; isto sugere que o Projeto Piraí

digital tem produzido impacto positivo entre aqueles que nele transitam.

Por último, os cidadãos responderam à quinta pergunta; nela se indagou se

queriam acrescentar algum comentário ao que já tinham registrado.

Apenas 24 sujeitos (52% de 46) responderam. Os registros se dividiram em:

(a) parabenizações; (b); comentários complementares às respostas dadas

anteriormente (c) reclamações; (d) pedidos.

O quadro a seguir expõe a divisão desses comentários.

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Quadro 15 Comentários Livres da Comunidade sobre o Projeto Piraí Digital

Comentários Desdobramento (s)

Parabenizações – núcleo principal (8 respostas -17% de 46)

espero que o projeto cresça cada vez mais (2)

que continuem com os mesmos propósitos, pois o município que investe em seus cidadãos terá futuro promissor

eles fizeram uma coisa boa, mudaram a cidade de Sanatanésia

eu goste diverdade é uma coisa boa foi muito bom que melhore cada vez mais

Complementares (6 respostas – 13% de 46)

os usuários (do projeto) necessitam de auxílio para obter informações dos softwares instalados, mas já sabem muito bem o que querem, sem preconceitos e sem medo de serem julgados [...]

a troca de experiência entre usuários de várias idades, classes sociais e etnias é tão grande quanto a vasta gama de informações a serem obtidas e assimiladas por eles. Pessoas que nunca utilizaram uma máquina conectada, aprendendo juntos, trocando informações e experiência

há um grande interesse de todos de saber mais, aprender mais, mostrar ao mundo que pode e que faz

é legal na internet é importante para as pessoas que não

podem ter uma oportunidade, inclusive eu

no terminal público da rodoviária muitos desocupados ficam ali brincando, tirando a oportunidade de quem precisa fazer pesquisa mais séria.

Pedidos (6 respostas – 13% de 46)

espaço maior um local mais adequado com banheiro,

inspetor de disciplina para o telecentro de Arrozal

precisamos de impressora para imprimir os trabalhos da escola

ter mais postos de internet em Piraí, pois as vezes o acesso fica difícil

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dar condições para que a população adquira seu computador e a classe menos favorecida pode fazer curso de informática

que arrumem um jeito de nos vender computadores aquicessivos ao nosso salário

Reclamações (4 respostas – 10% de 46)

precisa melhorar a internet de Santanésia

fico triste com a falta de manutenção dos computadores, a queda e a falta freqüente da internet. É preciso voltar o ORKUT

os computadores estão sempre ruins e gostaria que o ORKUT voltasse

minha reclamação é que a internet vive caindo e não podemos acessar o ORKUT

Em relação a esses comentários torna-se importante destacar a ordem dos

núcleos. Nela verifica-se que as reclamações aparecem em último lugar com quatro

falas. Já as parabenizações (8 registros) somados aos comentários complementares

( 6 falas), todos de teor positivo em relação ao Projeto, acrescidas dos comentários

referentes aos pedidos (6 falas que vão na direção da continuidade / ampliação do

projeto), dão um total de 20 comentários (43% de 96) que se inserem em uma

perspectiva bastante favorável ao que está sendo implementado em termos de

informatização da cidade.

O Que Dizem os Voluntários

Tendo em vista que o Projeto em questão possui voluntários que ajudam

alunos/ comunidade no acesso à tecnologia, julgamos oportuno ouvir alguns desses

sujeitos. Para eles também foi elaborado e aplicado um questionário com 5

perguntas. A primeira delas indagava: por que resolveu ser voluntário do Projeto

Piraí Digital? Os doze voluntários (100%) responderam à pergunta. As respostas

foram agrupadas nos seguintes núcleos: voluntário com foco no projeto; voluntário

com foco na comunidade; voluntário visando aprender (aprimorar-se) e/ou ensinar (à

comunidade), os quais são explicitados no quadro que se segue.

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Quadro 16 Motivos que Levaram os Voluntários a Participarem do Projeto Piraí Digital

Motivos Desdobramento (s)

Voluntário com foco na comunidade

– núcleo principal (5 respostas – 42% de 12)

porque gosto do trabalho voluntário e adoro computadores

para ajudar a comunidade porque minha vida é ser voluntário porque curto a idéia de deixar um

pouquinho do meu tempo para a população [...] sentir-se útil é um ato pra lá de importante

por gostar de ensinar e passar o que sei para o próximo

Voluntário com foco no ensinar e/ou aprender

(3 respostas – 25% de12)

além de estar me aprimorando, vou passando para a comunidade o que sei e ajudando na dignidade das pessoas

por que não vou perder tempo com coisas fúteis, vou me ajudar e ajudar os outros

para obter mais conhecimento na área de informática e ocupar meu tempo

Voluntário com foco no projeto (3 respostas – 25% de 12)

porque achei o projeto interessante (2) por ser um projeto de grande porte

Como se pode observar as respostas inseridas nos dois primeiros núcleos

(foco no trabalho comunitário e foco no ensinar e/ou aprender) se encontram no

desejo de ajudar à comunidade, oferecendo um total de 7 respostas (58% de12).

Portanto, mais da metade dos respondentes compartilha desse projeto.

A segunda pergunta apresentada aos voluntários indagava: como foi sua

capacitação para o exercício dessa função? Todos os 12 participantes responderam;

três deles (25% de12) disseram que não podiam dar uma resposta definitiva, pois

ainda estavam fazendo a capacitação. Sete (58% de 12) ofereceram respostas

positivas, porém pouco esclarecedoras do teor da capacitação. Foram elas: (a) legal

e aumentou mais meu aprendizado; (b) apesar de eu saber algumas coisas, aprendi

muito e percebi que o computador será um eterno aprendizado; (c) muito proveitosa;

(d) foi muito bem, tivemos uma excelente instrutora; (e) boa; (f) foi boa, mas muito

rápida; (g) muito proveitosa, eu aprendi e vou ensinar ao próximo. Apenas dois

respondentes (17% de 12) ofereceram pistas sobre o conteúdo da capacitação.

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Disseram eles: (a) aulas de informática; e (b) eu estou concluindo, a primeira

totalmente voltada à internet; já a segunda é sobre o Linux.

Depreende-se, assim, que a capacitação foi dirigida ao domínio da tecnologia.

A terceira pergunta visava saber o que esses sujeitos faziam no voluntariado.

Todos os 42 responderam, tendo sido encontradas três atividades distintas.

Quadro 17

Atividades Básicas dos Voluntariados do Projeto Piraí Digital

Atividade

Desdobramento (s)

Apoio às pessoas com dificuldades – núcleo principal

(5 respostas – 42% de 12)

ajudo as pessoas que não tiveram oportunidades como eu de ter cursos que tenho e ensino o que estou aprendendo na capacitação

ajudo as pessoas com dificuldades ajudamos em alguns lugares ensino e ajudo as pessoas que tem

dificuldade em relação ao software e internet

ajudo as pessoas a fazer pesquisa escolar

Apoio no acesso à internet (3 respostas - 25% de 12)

ajudo as pessoas acessar a internet ajudo as pessoas a utilizarem a

internet auxilio no acesso a internet

Monitoramento / coordenação (4 respostas – 33% de 12)

coordeno junto com o Miguel e pretendo trabalhar junto com o grupo que está se formando

trabalho de apoio aos voluntários sou responsável por duas horas no

telecentro para tirar dúvidas

As respostas incluídas nos dois primeiros núcleos do quadro 17 se

direcionam para apoio ao uso da tecnologia, atividade bem característica de um

voluntário em projeto dessa natureza.

Na quarta pergunta os voluntários foram indagados sobre o que mudou na

vida pessoal com o Projeto. Todos responderam; um, no entanto disse que estava

começando agora (portanto, não tinha ainda uma visão clara de suas mudanças).

Nas 11 respostas encontramos os núcleos listados no quadro que se segue.

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Quadro 18 Mudanças na Vida Pessoal dos Voluntariados

Mudanças Desdobramento (s)

Aumento da auto-estima

(2 respostas – 17% de 12)

a auto-estima aumentou ajudou no desenvolvimento do meu

próximo, eleva a auto-estima

Mais facilidade de usar a rede (2 respostas – 17% de 12)

mudou porque tenho mais facilidade de usar a internet

agora tenho mais acesso a rede

Aprender / se informou mais (2 respostas - 17% de12)

aprendi mais coisas e melhorou muito me enterei de tudo o que acontece no

Brasil e no mundo

Outras mudanças (5 respostas – 42% de 12)

é uma ocupação, é coisa que adoro estar lidando com coisa nova, é um

prazer estar ali estou construindo um grande legado

cultural com esse curso me sinto melhor sabendo que através

do meu serviço pessoas estão aprendendo a usar o computador

melhorou meu relacionamento com o próximo

Como se pode observar, as mudanças são variadas e vão em uma direção

positiva tanto em termos pessoais, quanto na relação do respondente com os

participantes do projeto.

A quinta pergunta indagava: que relação você faz entre o Projeto Piraí Digital

e cidadania? Novamente, todos os 12 voluntários responderam, sendo que apenas

um ofereceu uma resposta muito vaga: tem uma grande lição. As demais respostas

se distribuíram por núcleos, conforme se explicita no quadro a seguir.

Quadro 19 Relação do Piraí Digital com Cidadania na Visão dos Voluntários

Relação Desdobramento (s)

todos ensinam as pessoas terem respeito com as pessoas ao seu redor, assim dando mais informações

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O projeto dá acesso à informação / cultura / conhecimento – núcleo principal

(5 respostas – 42% de 12)

Piraí Digital levou conhecimento ao mundo inteligente

Informação e cultura com o Piraí Digital todos da

comunidade têm acesso gratuito a rede e com isso melhorarão o acesso a informação

as pessoas estão ligadas no mundo

O projeto promove inclusão digital/ social (2 respostas – 17% de 12)

promove inclusão digital pois antes a sociedade não tinha acesso algum e hoje podemos notar que os mesmos estão bastante interados nesse mundo da internet

é a inclusão social que permite a qualquer pessoa ter acesso gratuito a internet

O projeto melhora a auto-estima

(2 respostas -17% de 12)

tem em comum porque resgata a auto-estima do cidadão

a dignidade das pessoas e a auto-estima delas

Outras relações (2 respostas -17% de 12)

o projeto é uma ação de cidadania a realização de poder pode ser uma

cidadã que pratica o trabalho voluntário

Nessas respostas verifica-se que todos vêem uma relação com a construção

da cidadania, cabendo destacar aquela que afirma “o projeto é uma ação de

cidadania”, onde se expressa uma visão global da proposta, afetando não aqueles

que recebem o apoio do projeto (comunidade) mas, também, os que participam

direta ou indiretamente deste apoio.

A sexta e última pergunta do questionário dos voluntários deixava espaço livre

para comentários relativos ao projeto. Novamente, os 12 sujeitos responderam,

sendo que encontramos apenas uma fala com limitações ao projeto: é um projeto

muito bom, mas que poderia ser melhor. As demais respostas se distribuíram entre:

parabenizações, considerações positivas e sugestões, conforme ilustra o quadro a

seguir.

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Quadro 20 Comentários Livres dos Voluntários a Respeito do Piraí Digital

Comentários Desdobramento (s)

Parabenizações – núcleo principal (7 falas – 58% de 12)

é um belo projeto ajuda as pessoas que não sabem

espero que continue dando certo nas outras etapas do projeto

uma das melhores coisas que presenciei na evolução de Piraí, a internet comunitária abrange várias cidades o que permite agradar a todos. O que me deixa profundamente feliz

o projeto é a melhor coisa de Piraí, parabéns

Piraí Digital é excelente e deveria ser copiado por outros municípios para a inclusão digital de todos os cidadãos

acho que o projeto foi uma das melhores realizações do município

só tem que parabenizar, pois Piraí fez muito bem para a cidadania com esse projeto

Comentários positivos (3 respostas – 25% de 12)

o projeto é muito útil para obter informações

o projeto permite igualdade entre todas as pessoas, independente de idade, religião, sexo e escolaridade

tem muitas pessoas que não tem acesso a um computador e com a implantação do Piraí Digital está abrindo uma possibilidade muito grande para aquele que não pode pagar por exemplo um trabalho escolar, uma pesquisa na internet

Sugestão

recomendo que seja feita uma campanha que cosientise que a internet não é só para jovens, tem muitos que pensam isso

Como se pode observar, esses 11 respondentes (92% de 12) apresentaram

falas com teor positivo em relação ao projeto.

No capítulo que se segue esses resultados são retomados e confrontados com

a abordagem teórica que integrou os capítulos 2 e 3.

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5. CONCLUSÕES DO ESTUDO

Neste capítulo buscamos responder às questões de estudo apresentadas

inicialmente, considerando o conjunto dos resultados e o que retiramos da revisão

da literatura.

Antes de oferecer nossas respostas, cabe relembrar que as inferências aqui

tecidas se referem a um grupo heterogêneo, composto de 42 professores que

atuavam nos diferentes níveis de escolas públicas do município de Piraí, 93 alunos

desses mesmos níveis e escolas, 46 pessoas da comunidade, usuários dos

telepostos públicos, e 12 voluntários que atuavam no Projeto como elemento de

apoio à aprendizagem do uso da tecnologia. Tratou-se de um conjunto onde se

verificou a predominância do sexo feminino (59%), com faixa etária oscilando entre 9

a 50 anos, totalizando 193 sujeitos.

Olhando-se esses sujeitos como um todo (o conjunto dos 193), verificamos

que o uso do correio eletrônico se destacou (80 sujeitos – 41%), seguido do uso

destinado ao apoio das tarefas escolares (64 sujeitos- 33%). Não se pode, no

entanto, desconsiderar que esses percentuais são influenciados pela predominância

de alunos respondentes que integram o conjunto. Daí ter sido importante olhar cada

categoria isoladamente. Nesta direção, observamos que o sub-conjunto dos

docentes (42), com 74% de seus sujeitos pertencendo ao sexo feminino e com um

percentual significativo (45%) atuando da alfabetização à 4ª série do ensino

fundamental, utilizava a tecnologia do computador/internet para pesquisa (apoiar a

atividade docente e estudo dirigido ao consumo próprio estimulado pela inserção em

alguma atividade de aperfeiçoamento profissional). Ficou explícito que os docentes

não usam a tecnologia para lazer; outro consumo que se evidenciou significativo

(38%) se referiu à leitura on-line de jornais. Um pouco mais da metade desses

docentes (55%) se valia do correio eletrônico, o que denota uma ampliação do

espaço de comunicação /relação social.

O sub-conjunto dos discentes (93), composto de mais mulheres (56%) do que

homens (44%), tinha a maior parte cursando o ensino fundamental (71%). Menos da

metade desses sujeitos (44%) possuía computador em casa. A grande maioria

usava a tecnologia na escola, ficando evidente que os locais públicos não eram

procurados por eles. Os discentes usavam a tecnologia principalmente para apoiar

os trabalhos escolares. Tanto o uso para comunicação (correio eletrônico) como

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para jogos se mostrou tímido, o que causou surpresa dada à faixa estaria

predominante entre esses sujeitos (64% entre 9 a 15 anos)

No sub-conjunto das pessoas da comunidade (46), no qual o sexo feminino

também predominou (54%), com a maioria de seus integrantes (76%) sendo

moradora do município de Piraí, verificou-se a predominância de uso para pesquisa,

aí se incluindo a obtenção de informações para trabalhos escolares. Muitos (83%)

utilizavam a tecnologia para comunicação (correio eletrônico), revelando a

incorporação de um novo hábito nas relações sociais.

Por último, no sub-conjunto dos voluntários (12), onde predominou o sexo

feminino (75%), todos moradores do município de Piraí com ensino médio completo,

também verificamos que o uso do computador/internet se destinou, principalmente, à

busca de informações para trabalhos escolares e comunicação (correio eletrônico).

Apresentados esses dados numéricos e percentuais, passamos, então, a

responder às questões registradas no primeiro capítulo.

A primeira questão incidiu sobre as principais mudanças que o Projeto Piraí

Digital trouxe à comunidade de Piraí.

Tomando as perguntas similares incluídas nos questionários aplicados a cada

categoria de sujeitos (docentes, discentes, comunidade, voluntários), que tratavam

de mudanças, verificamos que os respondentes situaram as transformações

relacionado-as às atividades pessoais e profissionais.

Os docentes afirmaram que o projeto deu novas perspectivas às atividades de

ensino. Com a tecnologia instalada na escola ampliaram-se as possibilidades de

obtenção de informações (navegação na rede) e de organização do ensino (planejar

e implementar as aulas). Eles destacaram que a atividade de pesquisa passou a ser

mais usual, o que denota o encontro de um novo caminho para a aprendizagem na

escola. Complementarmente, reconheceram que estão mais atualizados tanto em

relação aos conteúdos de ensino quanto ao domínio da informática. Portanto, em

termos profissionais/pessoais, para os professores ouvidos, o projeto gera um

impacto na competência docente, qualificando-os mais para a atividade de ensino. É

de se supor, então, que uma das mudanças que o Piraí Digital está trazendo à

comunidade seja a melhoria do ensino por força da ampliação/atualização dos

conhecimentos docentes. Esta melhoria ficou bem explícita nas falas dos docentes:

o ensino ficou mais bem planejado; enriqueceu-se; diversificou-se; melhorou seu

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nível. A presença da tecnologia possibilita oferecer mais informações aos alunos,

integrando conteúdos de informática aos escolares.

Os alunos ajudaram a confirmar esta suposição. Mais da metade dos

respondentes nesta categoria (58%) consideraram que passaram a ter: melhores

condições para pesquisar os conteúdos escolares, ficando mais informado. Assim,

houve mais motivação para estudar e os trabalhos escolares se aperfeiçoaram. As

declarações dos alunos evidenciam uma íntima relação com as falas dos docentes.

Neste sentido, depreende-se que a presença e o uso pedagógico da tecnologia na

escola, ao mesmo tempo em que fomenta o aperfeiçoamento docente, potencializa a

participação dos alunos nas tarefas escolares, gerando a melhoria do ensino. Esses

sujeitos ainda registraram que o projeto trouxe outras possibilidades à comunidade

de Piraí: deu acesso ao computador e à internet; ajuda a quem precisa fazer

pesquisa e conhecer melhor a informática para obter emprego ou trabalhar.

Para a comunidade, a principal mudança oferecida pelo o projeto foi o acesso

à informação. Com este acesso, facilitou-se a comunicação entre pessoas. Cabe, no

entanto, ressaltar que a comunidade percebeu mudanças no modo de aprender.

Eles afirmaram que mudou o modo de aprender; mudou o modo de pensar, de

refletir, se tornando mais fácil aprender. Ao lado desta percepção, consideraram que

ficaram mais ágeis; mais ativo, mais agilidade nas tarefas e nas comunicações.

Assim, infere-se que por trás dessa aprendizagem promovida pelo acesso à

informação, há o prenúncio de outras formas de aprender e agir. Podemos então,

concluir que a comunidade vem se beneficiando do projeto pelo acesso à

informação/tecnologia, que, por sua vez, está provocando alterações no modo de

pensar/refletir/agir. A comunidade confirmou, por meio das respostas oferecidas em

outra pergunta do questionário, que a mudança principal promovida pelo projeto foi o

acesso à tecnologia. Eles apontaram a democratização do acesso e,

consequentemente, um maior conhecimento da tecnologia como alterações

significativas. Admitiram, também, que este conhecimento pode ajudar na busca de

empregos e que o acesso dá satisfação à comunidade.

Os voluntários consideraram que o acesso à informação/cultura/conhecimento

foi à principal mudança e, nesta perspectiva, se dá a inclusão digital da comunidade.

Assim como a comunidade destacou a satisfação do povo com o projeto, os

voluntários situaram a melhoria da auto-estima dos residentes em Piraí, pelo fato da

cidade abrigar um projeto de inclusão digital. Consideraram, então, o projeto como

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uma ação de cidadania, que busca equalizar a oportunidade do acesso à tecnologia

digital.

De forma conclusiva, em relação à primeira questão do estudo, podemos

dizer que as principais mudanças que os sujeitos da pesquisa apontaram com a

presença do Piraí Digital foram; (a) melhoria do ensino; (b) ampliação do acesso à

informação; (c) poder aprender mais e de forma diferente; (d) democratização do

acesso à tecnologia do computador (rede); (e) maior interesse pela tecnologia do

computador/internet; (f) mais satisfação da comunidade com a presença do projeto,

o que engloba melhoria da auto-estima.

Confrontando essas conclusões com o que recolhemos na revisão da

literatura, podemos admitir que o Projeto Piraí Digital:

(a) vem afetando o modo como os sujeitos da pesquisa vivem, aprendem,

trabalham e se relacionam uns com os outros (LÉVY, 2000). Os professores

mudaram práticas escolares; os alunos passaram a aprender por outros

processos, dando destaque à coleta de informações (pesquisa). A

comunidade teve mais acesso à informação, o que afeta o modo de viver. Os

voluntários se sentiram inseridos em uma ação de cidadania dirigida à

inclusão digital.

(b) ainda é visualizado de forma ingênua, pois a quase totalidade das respostas

revela uma visão altamente positiva do mesmo. Na medida em que a escola

orientar o acesso à informação para a construção do conhecimento crítico é

de se esperar que haja a expansão da cidadania crítica (FERREIRA, 1993).

Poucos respondentes foram capazes de apontar as dificuldades vivenciadas

com o projeto. O tom das respostas revelou um certo deslumbramento com a

tecnologia, o que limita a expansão da consciência crítica (FREIRE,1979).

(c) irá atender aos objetivos de uma proposta de cidade digital quando: ampliar a

oferta dos computadores ligados em rede para uso dos cidadãos; aqueles

que trabalham no projeto (docentes, monitores) orientarem seu processo de

ensino para ampliar o significado do uso dessa tecnologia, dando uma nova

configuração ao entorno institucional no qual se desenvolve o projeto

(configuração crítica). Será fundamental desenvolver outras formas de

produção e circulação da informação e do saber (RONDELLI, 2003), como

por exemplo ampliar o que está sendo feito com o Livro Virtual.

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A segunda questão desta pesquisa se dirigiu às implicações educacionais do

Projeto Piraí Digital para alunos e docentes da rede pública.

Para responder esta questão, consideramos indispensável esclarecer em que

sentido estamos usando o constructo “implicações educacionais”. Trata-se das

alterações/mudanças relacionadas às situações formais de ensino-aprendizagem:

aquelas que se inserem no contexto escolar. Baseamo-nos, então, nas respostas de

professores e alunos, por serem estes os principais agentes das situações formais

de ensino.

Nas respostas dos docentes se evidenciaram diversas implicações, atreladas

às seguintes categorias: o ensino; a vida profissional; o aluno; a escola.

No que tange ao ensino as principais implicações destacadas foram: melhoria

do planejamento/desenvolvimento das aulas o que incluiu enriquecimento e

diversificação dos conteúdos e tarefas; integração de conteúdos entre disciplinas e

entre estas e a informática; facilidade na apresentação de conteúdos/atividades

propiciada pela rápida digitação/divulgação de textos.

Em relação à vida profissional, os docentes situaram: maior contato com a

atividade de pesquisa (coleta de dados), o que permite a atualização dos conteúdos

ensinados; poder trocar idéias mais facilmente com colegas (via correio eletrônico);

compreensão da informática como ferramenta para o trabalho pedagógico; melhor

manuseio e aplicação pedagógica da tecnologia; possibilidade de realizar uma

prática pedagógica mais direcionada para as necessidades dos alunos. Em síntese,

depreende-se que os docentes acham que cresceram profissionalmente com o

apoio do Projeto.

Quanto ao aluno, os docentes apontaram as seguintes implicações

educacionais: mais interessado/motivado, obteve mais facilidade para estudar

(pesquisar), ampliou sua comunicação (usa o correio eletrônico), faz trabalhos de

forma colaborativa no Laboratório de Informática; passou a se integrar – mais. Todos

esses aspectos apontam que o desenvolvimento sócio-cognitivo dos alunos foi

afetado positivamente.

No que diz respeito à escola, os docentes situaram a sua maior articulação

com o município de Piraí; a importância de ter um espaço dirigido ao ensino e às

discussões pedagógicas (com a implantação do Laboratório de Informática); e a

possibilidade de democratizar o acesso à tecnologia com o uso da tecnologia pelos

alunos.

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Em síntese, do ponto de vista dos docentes, as principais implicações

educacionais para a rede pública se traduzem em: melhoria do ensino; atualização

docente; maior engajamento dos alunos na aprendizagem e maior articulação da

escola com a comunidade.

As respostas dos alunos também permitiram inferir implicações educacionais

do Projeto sobre a rede pública. A visão desses sujeitos focalizou à própria atuação,

como aluno, e a escola. Assim, as implicações educacionais em relação ao

desempenho escolar foram: poder pesquisar (há uma nova forma de pesquisar –

usando a internet – o que torna mais interessante e mais abrangente a atividade de

coletar dados); aprender com mais facilidade (os alunos entendem que estão

aprendendo com mais rapidez, de uma forma interessante – legal, construindo

textos digitais, organizando os trabalhos escolares de forma atrativa); ficar mais

informado (a rede oferece uma ampla oferta de sites onde os assuntos escolares e

outros podem ser levantados); aprender de outro modo (os discentes perceberam

que a rede oferece passado/presente ao mesmo tempo e que isto dá um dinamismo

ao raciocínio – ficou mais esperto; como um deles bem disse: trata-se de uma

máquina do tempo); usar a tecnologia (aprendeu a usar, pode valer-se do

Laboratório de Informática).

Já em relação às implicações educacionais para a escola, os alunos situaram:

a presença da tecnologia democratizando o acesso; a ampliação da pesquisa como

metodologia de estudo; a melhoria da qualidade do ensino pelo fato dos professores

estarem mais informados.

De forma reduzida, podemos inferir que as principais implicações

educacionais, segundo os alunos, seriam: a pesquisa como alternativa de ensino-

aprendizagem; melhoria das tarefas escolares; a possibilidade de aprender de outra

forma (pesquisando, comparando, resolvendo problemas).

A terceira e última questão da presente pesquisa se voltou para as limitações

do projeto. Para respondê-la consideramos todos os comentários apresentados

pelos quatro sub-conjuntos de participantes da pesquisa: docentes, alunos,

comunidade, voluntários, o que engloba falas de 37 sujeitos (19% de 193).

Alguns docentes do ensino noturno, cuja realidade de trabalho é muito

peculiar, afirmaram que o projeto não traz benefícios, isto porque existem muitas

dificuldades para o trabalho didático no Laboratório de Informática. Outros

destacaram a falta de apoio técnico; o desconhecimento de muitos professores em

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relação ao uso da tecnologia, o que dificulta a atividade docente; e a precária

manutenção dos equipamentos.

Os alunos apresentaram mais limitações. Para alguns, os monitores não

sabem ensinar; os computadores são velhos; a internet está sempre fora do ar; são

poucas as idas no Laboratório de Informática; os computadores estão sempre

ocupados, o que dificulta o acesso; são poucos os computadores para o número de

alunos na escola; deveria haver um horário para aqueles que não tem oportunidade

de usar a tecnologia no tempo das aulas; as instalações precisam ser melhoradas.

A comunidade salientou: a falta de manutenção; a queda constante na

internet; a impossibilidade de usar ORKUT; a necessidade de mais telepostos e de

melhoria nas instalações, o que inclui a existência de banheiros. Foi também situada

a necessidade de um inspetor de disciplina no teleposto (telecentro de Arrozal).

Já os voluntários apenas um registrou o projeto é bom, mas poderia ser

melhor e falaram da necessidade de uma campanha para a conscientização da

população quanto à importância dos mais velhos também usarem a internet, do que

se depreende que alguns jovens devem monopolizar os equipamentos, atrapalhando

aqueles que têm mais idade.

Em uma visão de conjunto dessas limitações, inferimos que as mais

decorrentes foram: (a) a quantidade de equipamentos – insuficiente para o número

de usuários; (b) a qualidade dos equipamentos – considerados velhos (obsoletos)

assinada apenas por um sujeito; (c) a constante queda da internet; (d) o local de

acesso da tecnologia (telecentros sem banheiros); (e) a formação dos monitores e

professores para o uso da tecnologia (considerada insuficiente).

Em face dessas considerações, entendemos que seriam oportunas outras

pesquisas sobre o Projeto em tela, tendo como foco restrito as suas dificuldades. Em

nosso estudo, o objetivo geral foi estabelecer contribuições e limitações do Projeto

Piraí Digital para a comunidade em geral e a vida escolar, o que acreditamos ter

atingido pelo que foi exposto nos capítulos quatro e cinco. Não era nossa intenção

principal aprofundar as limitações, porém ao serem aqui registradas indicam a

importância de se saber se elas já têm sido objeto de estudo.

Concluímos este capítulo retomando aspectos destacados na revisão da

literatura com o objetivo de relacionar Piraí Digital ao conceito de cidade digital.

Nesta revisão, compreendemos que a cidade digital requer o “cidadão-

ciborgue”, ou seja, aquele que tem o seu espaço de comunicação aberto pela

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interconexão mundial dos computadores (LÉVY, 2005, pág. 92). Esta exigência,

ainda que com deficiências, conforme o apontado pelos sujeitos da pesquisa, vem

sendo atendida. Existem telecentros abertos à comunidade que permitem a conexão

mundial via tecnologia.

No entanto, a mesma revisão nos ensinou que não basta apenas o contato

com o equipamento; é necessária a apropriação da cibercultura, o que implica a

combinação de vários modos de comunicação em diferentes graus de

complexidade, em interatividade, práticas, atitudes e novos modos de pensamento,

para se aceitar e interagir com o virtual. Somente assim é que o cidadão

experimentará uma reforma de mentalidade, incorporando outros modos de

organizar sua vida pessoal, social e política (LÉVY, 2005), transformando-se em

“cidadão-ciborgue”. Esta direção nos leva a questionar o Projeto, no sentido de que

ele ainda não permite a apropriação adequada da cibercultura. A cidade digital

implica em diálogo virtual quando se utiliza os espaços de convivência; este ainda se

mostrou tímido.

A democracia eletrônica se dá com base em uma participação ampliada e

generalizada do acesso à tecnologia e do seu uso com significado; esta condição,

no entanto, precisa ser ampliada e melhorada no Piraí Digital.

O favorecimento de novos modos de pensar (o “ficar esperto”, como disse um

dos alunos) pode ser muito estimulado pelo trabalho de professores e monitores

pedagogicamente preparados, o que demanda o conhecimento de teorias

favorecedoras do pensamento crítico-reflexivo, tais como o construtivismo

(BECKER, 2002) e a educação emancipatória (FREIRE, 1979). É de se esperar,

portanto, que o Piraí Digital venha a desenvolver programas de aperfeiçoamento

docentes dirigidos o uso de metodologias de ensino, que problematizem os

conteúdos de aprendizagem e os tratem em uma dimensão hipertextual, capaz de

lhes dar significado e integração.

Voltamos aqui à Bonilla (2005) para quem não basta apenas acessar a

tecnologia, isto é, “mexer” na máquina, mas precisamos entender a tecnologia e

intencionar o que se faz com ela.

Concluímos este trabalho com comentário sugestivo da importância do Piraí

Digital extraído do questionário aplicado aos docentes.

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A chegada do projeto mais integração e conhecimento entre a escola e os alunos e o mais importante a participação da comunidade, tanto buscando informações como ajudando no desempenho do conhecimento dos alunos que é o mais precioso dos nossos objetivos. A chegada do Projeto Piraí Digital, foi muito importante para os alunos e para suas famílias. Certo dia promovi uma reunião de pais e ao terminar uma mãe me chamou num canto e pediu-me para que deixasse seu filho mostrar para ela o que ele já havia aprendido no computador, pois a mesma me relatou que em sua casa ninguém nunca havia se quer ligado um computador e seu falava tanto que a mesma não acreditava e por isso queria ver.

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RIZZINI, I. et al. Pesquisando...guia de metodologias de pesquisa para programas sociais.Rio de Janeiro: Santa Úrsula, 1999. RONDELLI, E. Para concretizar a sociedade do conhecimento: quatro passos para a inclusão digital. Revista PRO. Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, Ano 1, n. 5, julho, 2003. Disponível em www.comunicacao.pro.br/setepontos/5/4passos.htm. Acesso em: 01/05/2007 SACRISTÁN, J. G. Educar e viver na cultura global: as exigências da cidadania. Porto Alegre, RS: Artmed, 2002. SILVA, L. O., ABREU J. T. F. DE. Cidades digitais: o novo “urbanismo” potencial catalisador da lusofonia. In: LEMOS, A. (Org.) Cibercidade: as cidades na cibercultura. Rio de Janeiro: E-Papers Editoriais, 2004. p.59-73. STANGL, A. O policentrismo cultural nas cidades digitais. In: LEMOS, A. (Org.) Cibercidade: as cidades na cibercultura. Rio de Janeiro: E-Papers Editoriais, 2004. p. 219-231. TOSCHI, M. S. Linguagens midiáticas em sala de aula e a formação de professores. In: ROSA, D. E. G.; SOUZA, V. de S. (Orgs.) Didática e práticas de ensino: interfaces com diferentes saberes e lugares formativos. Rio de Janeiro: D&A, 2002.

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ANEXO 1 MODELOS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS

AOS SUJEITOS DA PESQUISA

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QUESTIONÁRIO DOS DOCENTES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE PIRA

1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Idade: ___________

3. Escolaridade:

( ) Ensino Médio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo

( ) Aperfeiçoamento ( ) Especialização (360h) ( ) Mestrado

4. Morador deste Município: ( ) SIM ( ) NÃO

5. Morador de outro Município: ( ) SIM ( ) NÃO

5.a) Tem computador em casa: ( ) SIM ( ) NÃO

5.b) Costuma acessar a rede em casa? ( ) SIM ( ) NÃO

6. Para que usa o computador? (em casa ou na escola)

( ) pesquisa pedagógica ( ) pesquisa universitária ( ) compras ( ) Jogos

( ) lazer ( ) leitura de jornais ( ) e-mail ( ) outras finalidades: _____________

7. O que mudou na sua vida profissional com o Projeto Piraí Digital?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

8. O que mudou na vida da sua escola a partir da implantação do Projeto Piraí

Digital?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

9. Como está sendo a articulação da sua escola com o Projeto Piraí Digital?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

10. Que mudanças apontam em relação ao desempenho escolar dos alunos a partir

da integração de sua escola ao Projeto Piraí Digital?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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QUESTIONÁRIO COM DISCENTES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE PIRAÍ

1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Idade: _________________

3. Escolaridade:

( ) 3ª série ( ) 4ª série ( ) 5a série ( ) 6a série ( ) 7a série ( )8a série ( )E.Médio

4. Tem computador em casa: ( ) SIM ( ) NÃO

5. Tem acesso à internet em casa? ( ) SIM ( ) NÃO

6. Em casa, você usa o computador para que?

( ) pesquisa ( ) compras ( ) jogos ( ) lazer (bate-papo, etc.) ( ) serviços

( ) e-mail ( ) trabalho da escola ( ) leitura de jornais ( ) Outras finalidades: __

7. Na escola, usa o computador para que?

( ) pesquisa ( ) compras ( ) jogos ( ) lazer ( bate-papo, etc.) ( ) serviços

( ) e-mail ( ) trabalho da escola ( ) leitura de jornais ( ) Outras finalidades:__

8.Costuma usar o computador localizado em lugares públicos (Rodoviária,

Pracinha, etc.)?( ) SIM ( ) NÃO

9. O que mudou na sua vida pessoal com o Projeto Piraí Digital?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

10. A sua escola está integrada ao Projeto Piraí Digital? ( ) SIM ( ) NÃO

11. Se responder sim na questão anterior, fale das mudanças que este projeto está

fazendo:

a) na sua vida de aluno:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

b) na sua escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 14. Que relação você faz entre o Projeto Piraí Digital e cidadania? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 15. As linhas abaixo estão livres para você comentar mais sobre o Projeto Piraí

Digital.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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QUESTIONÁRIO APLICADO NA COMUNIDADE PIRAIENSE

1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Idade: _____________

3. Escolaridade:

( ) até 4a série ( ) até 6a série ( ) até 8a série ( ) Ensino Fundamental Completo

( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo ( ) Superior Incompleto

( ) Superior Completo

4. Morador do Município de Piraí: ( ) SIM ( ) NÃO

5. Morador de outro Município: ( ) SIM ( ) NÃO

6. Usa sempre a internet do Projeto Piraí Digital ( ) SIM ( ) NÃO

7. Usa o computador do Piraí Digital para que?

( ) pesquisa ( )compras( ) jogos ( )lazer ( bate-papo,etc.) ( )serviços ( ) e mail

( ) trabalho da escola ( ) leitura de jornais ( ) Outras finalidades: _____________

8. Qual a importância do Projeto Piraí Digital para sua vida pessoal?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

9. O que mudou na sua vida desde que você vem acessando o computador e a

internet?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

10. Que mudanças você observou em Piraí desde que o Projeto Piraí Digital

colocou os computadores e redes nos locais públicos?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

12. Esta cidade é diferente? ( ) SIM ( ) NÃO

Em que ela é diferente?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

13. Deseja acrescentar algum comentário à sua entrevista?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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QUESTIONÁRIO COM VOLUNTÁRIOS D0 PROJETO PIRAÍ DIGITAL

1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Idade:_____________

3. Escolaridade:

( ) Ensino Médio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo

( ) Aperfeiçoamento ( ) Especialização (360h) ( ) Mestrado

4. Morador deste Município: ( ) SIM ( ) NÃO

5. Morador de outro Município: ( ) SIM ( ) NÃO

5.Tem computador em casa: ( ) SIM ( ) NÃO

6. Tem acesso a internet em casa? ( ) SIM ( ) NÃO

7. Se respondeu SIM às questões 5 e 6, indique para que usa o computador:

( ) pesquisa pedagógica ( ) pesquisa universitária ( )compras ( ) jogos ( ) lazer

( ) leitura de jornais ( ) e- mail ( ) outras finalidades:_______________________

8. Usa o computador em lugares públicos? ( ) SIM ( ) NÃO Para que usa?

( ) pesquisa pedagógica ( ) pesquisa universitária ( ) compras jogos ( ) lazer

(...) leitura de jornais ( ) e-mail ( ) outras finalidades:________________________

9. Por que resolveu ser voluntário do Projeto Piraí Digital? ____________________

___________________________________________________________________

10. Recebeu alguma capacitação para este trabalho? ( ) SIM ( ) NÃO

11. Se respondeu SIM, como foi esta capacitação?__________________________

___________________________________________________________________

12. O que faz neste voluntariado?________________________________________

___________________________________________________________________

13. O que mudou na sua vida pessoal com o Projeto Piraí Digital?______________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

14. Que relação você faz entre o Projeto Piraí Digital e cidadania?______________

___________________________________________________________________

15. As linhas abaixo estão livres para você comentar mais sobre o Projeto Piraí

Digital._____________________________________________________________

___________________________________________________________________

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ANEXO 2

RELAÇÀO DAS ESCOLAS COM SEUS RESPECTIVOS NÚMEROS DE ALUNOS E COMPUTADORES – ANOS 2006/2007

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REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PIRAÍ

RELAÇÀO DAS ESCOLAS COM SEUS RESPECTIVOS NÚMEROS DE ALUNOS E COMPUTADORES – ANOS 2006/2007

Acesso Rede - Projeto Piraí Digital

No de Computadores N0 de Aluno

N0 de Aluno

Escolas Municipais

Total Geral: 22

Ano de 2006

Ano de 2007

Maio 2006

Junho 2007

E. M. Aloísio Cautiero Horta Jardim 26 26 - 4 + 1*

E.M. Dr.Aurelino G. Barbosa 290 286 10 10 + 1*

E.M. Epitácio Campos 95 248 - 8 + 2*

E.M.Eucalípto 92 73 - 5 + 1*

E.M. Eugênio Lourenço Correa 13 16 - 4 + 1*

E.M. Francisco Antonio da Silva 7 9 - 1*

E.M. Hugo Lengruber Portugal 51 48 5 5 + 1*

E.M. João Feliciano 93 94 8 8 + 1*

E.M. José Juarez Reis Franco 510 453 7 10 + 1*

E. de Lages 450 365 10 20 + 2*

E.M. Lúcio de Mendonça 1180 1024 10 15 + 3*

E.M. Luiz Marinho Vidal 205 303 7 7 + 1*

E.M. Manoel Alexandre de Lima 187 184 10 10 + 1*

E.M. Nova Esperança 326 379 10 10 + 1*

C. M. Presidente Castelo Branco 1402 1471 16 16 + 4*

E.M.Rosa Carelli da Costa 481 423 10 10 + 1*

**CIEP Arrozal 477 341 384 9 9 + 1*

CIEP Piraí 158 287 287 9 10 + 2*

* APAE (laboratório adaptado) 70 70 8 8 + 1*

Jardim Infância Prof. Maia Vinagre 96 164 6 6 + 1*

Jardim Infância Dr. Luiz Silveira 309 291 6 6 + 1*

Cheche M. Kelma P. S. Reis - 100 - 1*

Total Geral: 21 6.441 6.628 151 181+28*=209 Legenda: * número de máquina na secretaria da escola (atende professores na rede); *APAE – entidade filantrópica com repasse financeiro da Prefeitura Municipal Piraí (não faz parte da estatística de alunos da rede municipal). Possui Laboratório de Informática adaptado para alunos com necessidades especiais. **CIEP Arrozal 477 - Centro de Educação Pública Rosa da Conceição Guedes. Parte Integrante Projeto UCA – Um Computador por Aluno (398 computadores serão distribuídos a cada aluno além de 30 para docentes).

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Quadro Demonstrativo de pontos acesso ao Piraí Digital

Bairros - Distrito do Município de Piraí Local de Acesso: Computadores comunidade Computadores capacitação

Telecentros (3) 10 x 3 = 30 10x3 = 30

Casa do Futuro (telecentro) 10 10

Quiosque = 10 10 x 4 = 40 10 x4= 40

Celeiro das Letras = 3 3x1+1= 4 -

Total Geral: 17 Total geral: 84 Total Geral = 80

Legenda:

Telecentros – espaços com computadores ligados a sistemas de informação para fins de consulta de um público-alvo.

Casa do Futuro – Local de acesso (telecentro) ao Piraí Digital com excelente infra-estrutura (conforme foto encontrada no anexo 3)

Quiosque - locais com apenas um ponto de acesso para consulta da comunidade. Celeiro das Letras – biblioteca pública distribuída em três bairros do município cada uma com

um ponto de acesso a rede com exceção de Santanésia que possui dois pontos de acesso comunitário.

Quadro Demonstrativo Geral dos pontos acesso ao Piraí Digital Local de acesso Acesso a rede / computador

Escolas = 22 209

Comunidade = 17 164

Total Geral: 39 373

Os demonstrativos atualizados (junho de 2007) e apresentados acima

possibilitam uma análise comparativa do crescimento dos pontos de acesso a rede

neste município através do Projeto Piraí Digital.

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ANEXO 3

TRANSCRIÇÃO DAS RESPOSTAS OFERECIDAS PELOS SUJEITOS DA

PESQUISA NAS PERGUNTAS ABERTAS DOS QUESTIONÁRIOS

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RESPOSTAS DOS DOCENTES

Abaixo relacionamos as falas na íntegra (sem correção gramatical) de

docentes, discentes, comunidade, voluntários coletados sistematicamente durante a

referida pesquisa além de depoimentos de cidadãos que espontaneamente

enviaram informações e observações sobre o Projeto Piraí Digital.

Esta apresentação está obedecendo à seqüência de apresentação na

dissertação e dos questionamentos da pesquisa.

CORPO DOCENTE (42 PARTICIPANTES)

Para que usa o computador? (em casa ou na escola)

Busca de novos conhecimentos (pesquisas, curiosidades, formas variadas de trabalhar um determinado conteúdo)

Para pesquisa tanto para planejamento de aulas como para pesquisas gerais (principalmente história da arte)

Para estudar e para trabalhar com meus alunos. Para pesquisa, digitar textos. Em casa para pesquisa e ajudar as crianças. Na escola jogos e trabalhar alguns

conteúdos. Para pesquisar e trabalho paralelo aos conteúdos com os alunos. Na escola para trabalhar com os alunos / acessar a internet. Pesquisas. Para treinamento dos cursos que faço. Na escola para trabalhar com os alunos. Para acessar a rede, levar os alunos para usarem no laboratório. Para trabalhos, pesquisas e provas. Uso na escola para pesquisas, trabalhos. Na escola, diversificando meu trabalho. Em casa para pesquisas pedagógicas, correspondências. Para trabalhar (elaborar provas, atividades, projetos) e para ficar atualizado (em

casae na escola). Pesquisa e preparo de provas e trabalhos. Pesquisa, e-mail, edição de textos e paginas de cálculo e apresentações. Para enriquecimento dos conteúdos e pesquisas. Para pesquisa profissional e comunicação. Pesquisas e enriquecimentos de meus conhecimentos. Pesquisa escolar, comunicação inter-pessoal, notícias variadas. Para fazer pesquisa. Pesquisa em site de busca. Para pesquisas escolares e facilitar o desempenho dos alunos. Para pesquisa, preparação de aulas, informações gerais e entreterimento. Uso o

Word, Power Point e Internet. Pesquisas em geral, digitação de provas e gráficos. Para digitar as minhas avaliações (casa) e na escola quando preciso acessar um

site para utilizar nas minhas aulas de geografia.

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Preparar atividades para serem usadas na sala de informática. Preparar avaliações.

Uso didático e familiar. Para fins de pesquisa e realizar tarefas de trabalho. Aprender mais sobre o que está sendo esta máquina do tempo. Sei que se precisar saber sobre algo tenho onde pesquisar. Como não tenho Internet em casa, esse projeto se tornou importante para mim,

pois facilita quando tenho que pesquisar algo. Como Internet via conexão a rede dial-up que por sua vez é muito lenta. Faço-me

valer sempre dos terminais para as pesquisas mais demoradas. Foca melhor para fazer trabalhos escolares, pesquisa, e-mail e para me mantem

informada de algumas coisas que só a Internet podemos encontrar. Para pesquisas sobre diversos assuntos. Pesquisa e bate papo. Para pesquisa pedagógica, museus virtuais e-mail. Para pesquisas e para conecção com o mundo das informações (escola). Em

casa para elaborar trabalhos e apostilas para os alunos. Pesquisa, e-mail e bate papo.

O que mudou na sua vida profissional com o Projeto Piraí Digital?

Aprender a integrar os conteúdo com a informática. Devido a atividade desenvolvida no momento, ainda não foi acessado as proposta do

projeto, mas tem repercutido de forma agradável devido os comentários no meio que atuo.

O Projeto Piraí Digital, facilitou muito o meu trabalho, com ele posso programar minhas aulas e não perder tanto tempo como antes.

Mudou bastante na questão da facilidade em pesquisar, planejar conteúdos para minhas aulas. Tendo este projeto dentro da escola facilitou ainda mais, pois posso mostrar as crianças as pesquisas, notícias.

Foi ótimo, porque ajuda os profissionais e muito. De início não quis dar muita atenção, após conversas vi que era preciso mudar

alguns conceitos e com isso venho crescendo bem no projeto. Tem auxiliado bastante na alfabetização dos meus alunos. Busco também ajuda de

algumas propostas de alfabetização. Facilitou muito as pesquisas. Ampliando o conhecimento e deu oportunidade de se

atualizar. A interação a Internet, até então não tinha acessado. Facilitou em alguns aspectos, além de ser mais uma ferramenta de trabalho. Facilitou em vários aspectos, inclusive sendo mais uma ferramenta que podemos

usufruir. Diversificar as estratégias de ensino. Atualização, facilidades, diversificação dos trabalhos. O projeto Piraí digital trouxe muitos fatores positivos, pois nos atualiza e nos dá a

chance de estarmos dinamizando as aulas. O Projeto Piraí digital me despertou a fazer informática. Mudou muito pois, eu e meus alunos temos a oportunidade de estarmos trabalhando

na sala de informática na escola. Não tem havido muitas mudanças, pois trabalho com o noturno e a realidade é outra. Melhorou o nível das aulas, tendo agora o recurso da sala de informática e os alunos

ficaram muito mais interessados.

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Posso fazer pesquisa na escola. Agora facilita a realização dos alunos de trabalhos de pesquisa. Facilitou a pesquisa, a informação o conhecimento e abriu uma nova proposta de

trabalho. Trouxe a facilidade na realização de trabalhos escolares e pesquisa através da

Internet. Abril novos horizontes para a busca de novos conhecimentos. Maior velocidade no acesso a informação e novos conhecimentos. Ainda estou em fase de aprendizagem e uso a sala de informática de vez em

quando. Ainda sinto insegurança quanto ao uso do computador. Em casa tenho o apoio de minhas filhas e estou aprendendo algumas técnicas que me darão maior segurança.

Aperfeiçoamento e habilidades com o computador. Sinto que os alunos se interessam mais pelos assuntos apresentados já que as

aulas dadas no laboratório de informática, incluem o áudio-visual. Este projeto fortaleceu em mim a necessidade de assimilar as novas tecnologias

com finalidades pedagógicas, uma vez que há a possibilidade de aplicação prática dessas tecnologias.

As facilidades e incentivos que o Projeto fornece para a vida profissional. Programas com ambientes de pesquisa, digo, confecção de programads com ambientes de pesquisa que foi e está sendo utilizado pedagogicamente na escola.

Como facilitador das minhas atividades. Utilizei nas minhas turmas de 7ªs séries no ano passado (África) e esse ano usarei nas 5ªs séries no 40 bimestre nas aulas de Hidrografia.

O uso da informática se tornou um instrumento a mais para despertar no aluno o interesse em aprender. A velocidade da informação via Internet é fundamental.

O ganho de um recurso a mais, ou seja, mais um aliado na prática pedagógica. Foi uma mudança maravilhosa a nível profissional. A informática facilita o trabalho

pedagógico, com muitas estratégias que podem ser aproveitadas durante as aulas. O Projeto Piraí Digital facilitou as pesquisas necessárias, tornando rico o nosso

trabalho a partir de idéias encontradas e adaptadas a nossa realidade. Mais atualizada pois o acesso ficou mais fácil. Mudou o planejamento. Montar as aulas em que despertem a curiosidade e atenção

já faz parte do cotidiano, mas dentro do Piraí Digital é mostrar uma grande novidade; como se meche o que vai ver no monitor...essas novidades. Fazer de tudo para aproximar o aluno da máquina, não ficar com medo dela.

Me tornei mais pesquisadora e veio me auxiliar para que o meu trabalho se torne de melhor qualidade.

Participei do curso linux que me viabilizou o acesso a Internet, criei um e-mail, aprendi a lidar com o computador de maneira mais fácil.

Tive a oportunidade de enriquecer os meus conhecimentos, ampliando as minhas pesquisas e trocando idéias com outros colegas através de e-mail.

Pude levar os alunos a vivenciar os conhecimentos, a aprendizagem escrita melhorou bastante através da Internet (editor de texto). O recurso facilitou bastante o meu trabalho, quanto também enriqueceu o mesmo.

Posso dizer que hoje a educação de Piraí ficou melhor com mais qualidade. Agora podemos oferecer o direito a busca do conhecimento ( autodidatismo).

Através dele iniciei minha alfabetização digital. Atualmente participo do curso de HTML para a confecção de home page da minha escola; continuo a me preparar aprofundando meus conhecimentos de informática e linux e também Power Point, Excel.

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O que mudou na vida da sua escola a partir da implantação do Projeto Piraí

Digital?

Incentivo a pesquisa. A descoberta de novos conhecimentos dentro dos conteúdos trabalhados em sala de aula (história de Piraí, seu crescimento – Hist. Geog) Ciências (animais vertebrados e invertebrados, espécies de plantas...Português contando histórias, caça-palavras, ortografia, criação de textos, Matemática (jogos, curiosidades).

O projeto veio como instrumento estratégico de grande valia, percebe-se uma grande interação “Criança / Piraí/ Mundo/ Escola”.

O conhecimento dos alunos e o interesse em buscar cada vez mais novidades. Mudou bastante, pois as crianças adoram ir a aula de informática e aprenderem

muito com o computador, escrevem nomes de pessoas, palavras que aprenderam em sala, forma,m frases e jogam.

Tudo informatizado é melhor e prático. A comunicação com diversos departamentos, pois nos deu um leque de informações

que não tínhamos. O modo de trabalhar, principalmente o acesso das crianças a nova tecnologia e a

comunicação com outros meios. Os alunos passaram a ter acesso a Internet, realizando pesquisas, se atualizando. Entusiasmo dos alunos. Alguns ainda não tinham tocado no computador. Com esse

projeto foi permitido a todos o contato com a máquina. É grande a alegria dos alunos quando é para ir para o laboratório.

Ajudou os alunos carentes a terem contato com uma “coisa” que eles só conheciam pela televisão.

A minha escola já possuía computadores, mas foi a partir desse projeto que recebemos maior respaldo para fazer um bom trabalho.

O incentivo dado ao aluno através do laboratório de informática Trabalhos diversificados, trouxe mais empenho dos alunos em participar de projetos. A facilidade dos alunos que não têm acesso ao computador, Internet, poderem estar

tendo oportunidade de estar atualizado. A facilidade dos alunos que não tem computador em casa. Mudou tudo pois, as aulas se tornaram muito mais interessantes e emocionantes. A escola pode fazer reuniões na sala de informática, professorem podem usar para

se informarem. Trabalho pós-médio. Aumentou o interesse em computador e Internet facilitando a aprendizagem. Facilitou a informação tanto do professor como do aluno. Aumentou o interesse dos alunos na aprendizagem através da pesquisa. Deu maior incentivo e motivação para os alunos estudarem. Facilitou a pesquisa

tanto para os alunos como para os professores. Oportunizou ao professores e alunos entra em contato com uma nova tecnologia que

permite um acesso rápido ao conhecimento científico e tecnológico. Muitos alunos tem acessado a rede e diversos professores já estão agendando a

sala de informática para a produção de suas aulas. Maior vontade dos alunos em querer operar o computador. Houve uma melhora muito grande. A mudança fundamental deve-se a articulação de toda a escola (educador –

educando) para a capacitação e o uso dessas tecnologias. O corpo discente da escola está mais estimulado com as aulas de laboratório de

informática (trabalho direcionado com o profissional do laboratório).

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Para termos uma aula mais dinâmica. Os alunos tem acesso a informação atualizada de forma rotineira. O uso do

computador ainda é um atrativo. Maior visão didática no conteúdo miltimídia. Foi uma inovação, um pouco assustador mas ao longo da caminhada, os

professores estão integrando na parceria e querem estar no laboratório. O Projeto Piraí Digital foi um acréscimo no currículo dos alunos, onde eles passarem

a ter oportunidade de ter informática, tão para a sua realidade. A oportunidade dada aos alunos de conhecerem esta ‘máquina’ e poder manuseá-la. A oportunidade de oferecer aos alunos a possibilidade de conhecer de tão perto o

computador, a escrita nele, os jogos... Pois para a maioria esta grande oportunidade poderia nem chegar.

Veio a ser mais uma ferramenta para auxiliar na educação dos alunos tornando o ensino mais prazeroso, de melhor qualidade e integrado ao mundo.

Os alunos demonstraram interesse e entusiasmo no momento destinado as aulas no computador.

Temos a oportunidade de enriquecer as nossas aulas, mostrando aos alunos através da Internet, assuntos reais. Ampliando e aprimorando os seus conhecimentos.

Os alunos ficaram bem mais motivados para aprendizagem, o que foi e grande valia para a aquisição dos novos conhecimentos.

É um processo lento. Conscientização do professor da importância e a utilização correta.

Os alunos ficaram orgulhosos de nosso laboratório de informática com 16 comutadores e motivados para iniciar o contato com as novidades digitais. Temos 1 ano de participação e as visitas agendadas do laboratório são sempre cercadas de curiosidades, expectativa e muita vontade de aprender nessa nova ferramenta da escola.

Como está sendo a articulação da sua escola com o Projeto Piraí Digital?

Apesar das dificuldades encontradas (problemas de conexão), a escola acredita no projeto e os professores buscam saná-las, planejando aulas diversificadas, criando, adaptando dentro das dificuldades apresentadas.

A escola tem articulado de forma prazerosa e ativa. Os professores têm criado atividades relacionadas com seu planejamento diário.

Cada classe tem um horário marcado para o uso da sala, com isso fica fácil trabalhar qualquer conteúdo. Temos também a colaboração da comunidade que sempre ajuda com os alunos.

A escola tem uma articulação muito boa com o projeto veio complementar de uma forma ativa e muito prazerosa.

Muito boa. O Projeto Piraí Digital sempre foi bem aceito na escola e para tal temos horários

semanais com os alunos sempre integrando os conteúdos e o lazer. Boa, a escola tem procurado caminhar junto com o crescimento do projeto, buscando

sempre informações. Melhorou muito o funcionamento da escola, os jovens podendo estar ligados aos

fatos do mundo se atualizando. Obteve um grande progresso, já que todos 9escola, comunidade, professores) estão

envolvidos no projeto. Temos um professor-técnico que auxilia o professor da turma. Procuramos trabalhar

em parceria exercitando a interdisciplinaridade.

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O Livro Virtual: já foram trabalhados dois contos de Lygia Bojunga – “ Lá no Mar” e “ Tachau”. Os textos são apresentados nas turmas com leitura orientada por mim. Os conto são trabalhados numa pequena parte de cada aula até que as crianças estejam preparadas para realizar o trabalho. Geralmente eu uso a co-autoria do texto e o texto de imagem. Os trabalhos são feitos em grupos e o interesse dos alunos é enorme. Tem sido gratificante. Após a correção das atividades, os alunos são levados ao laboratório para digitar e texto. Nossa Coordenadora de Língua Portuguesa é grande colaboradora., Profa. Cybele, fecha este projeto fazendo o Livro Virtual. É ela que nos indica e abra espaço enriquecedor.

Incentivando alunos e professores a participar e a conhecer as maravilhas do computador.

Boa, os professores estão fazendo uso do laboratório de informática e isso é um grande incentivo aos alunos já que a nova era é toda informatizada.

Boa, os professores estão fazendo do laboratório de informática um grande incentivo aos alunos.

Um contato global com s variadas disciplinas e os trabalhos desenvolvidos pelos alunos com mais criatividade.

Sem problemas. Boa para alunos de 5ª a 8ª série. São realizadas aulas de pesquisa nos computadores ou usando os mesmos como

uma ferramenta a mais nas aulas. Há um incentivo muito grande por parte da direção coordenação e dos próprios

professores para que os alunos se interessem pelo mundo digital. Acho que boa porém pode melhorar ainda mais. Ótima. Muito boa. Apenas sendo falha a utilização do laboratório no noturno, pois não há

funcionários disponíveis para este turno, diariamente. A escola tem utilizado o laboratório de informática, além de elaborar projeto de

capacitação e pesquisa em informática. A adesão ao projeto foi maciça, mas sentimos falta e suporte técnico e manutenção sistemática dos equipamentos.

Aulas com a profissional do laboratório de informática, projeto de ambientes de pesquisa e a pesquisa em geral com os professores.

Aulas para o projeto de pesquisa e pesquisa em geral com os professores. O grande problema é a manutenção. Sem ela o projeto não atingirá seu objetivo. Razoável (falta infra estrutura articuladora com a ferramenta) Muito boa, as professoras estão se enquadrando nas propostas do Projeto Piraí

Digital e as aulas tem sido muito enriquecedoras e satisfatórias. A escola esta proporcionando o direito aos alunos, tendo cada turma o seu momento

de participar do projeto, onde cada um utiliza de acordo com sua necessidade e possibilidade.

Dentro do possível, os problemas são sanados com a visita dos responsáveis. Está bom , pois sempre que há algum problema imediatamente ele é sanado. Estamos usando o projeto integrado as atividades desenvolvidas na escola,

tornando-as mais amplas e de melhor qualidade. Cada professor segue um horário previsto onde os alunos são orientados a executar

tarefas, pesquisas, criar textos. Não tem funcionado como devia, devido a disposição dos computadores, espaço

apropriado, levando em consideração o número de alunos. Muito boa na minha opinião. Estamos aos poucos fazendo pesquisas e utilizando o computador de acordo com os

projetos.

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Estamos com muita vontade de acertar, mas esbarramos com problemas que fogem a nossa competência: manutenção, configuração etc. Nem todos os professores puderam participar dos cursos que são sempre oferecidos pelo Projeto.

Que mudanças apontam em relação ao desempenho escolar dos alunos a partir da integração de sua escola ao Projeto Piraí Digital?

Interesse de aprender a mexer no computador; interesse em pesquisar; percepção do aluno em relação ao que o computador oferece a nível de conteúdo 9jpogos, histórias, curiosidades).

Percebi em primeiro momento principalmente pelos alunos de uma classe econômica menos favorecida uma valorização enquanto ser humanos demonstram interesse em pesquisar no computador, digitar trabalho.

Gostaria de narrar um fato interessante acontecido durante uma aula dada, onde foi pedido à turma uma pesquisa sobre o folclore nos diversos campos de atuação na cidade de Piraí. Foi quando vários alunos perguntaram se podiam pesquisar na Internet. Como sou professora que sempre gostou de utilizar todas as fontes enriquecedoras, não poderia deixar passar isso. No dia da entrega do trabalho percebi que o ocorrido não ficou apenas falado, mas realmente um número significativo de alunos entregaram seus trabalhos pesquisados na internet.

A chegada do projeto mais integração e conhecimento entre a escola e os alunos e o mais importante a participação da comunidade, tanto buscando informações como ajudando no desempenho do conhecimento dos alunos que é o mais precioso dos nossos objetivos. A chegada do Projeto Piraí Digital, foi muito importante para os alunos e para suas famílias.

Certo dia promovi uma reunião de pais e ao terminar uma mãe me chamou num canto e pediu-me para que deixasse seu filho mostrar parar ela o que ele já havia aprendido no computador, pois a mesma me relatou que em sua casa ninguém nunca havia se quer ligado um computador e seu falava tanto que a mesma não acreditava e por isso queria ver.

Houve um desempenho muito bom, pois as crianças se interessam bastante e estar com o computador acessando a Internet para jogar, pesquisar,etc.

Interesse, comportamento, comunicação,etc. Melhoria da escrita e da leitura. A disciplina, o novo, pois, a ansiedade é tal que todo o comportamento mudou, até

mesmo os alunos que nunca tiveram acesso já se familiarizarem com as aulas.Seria interessante, dar a continuidade com recursos tanto humanos quanto material, pois temos uma escola informatizada e nosso acesso fica restrito a pouca coisas.

O interesse pela aprendizagem, a busca de informção e o próprio deempenho do trabalho.

Os alunos estão conseguindo um melhor desempenho nos conteúdos programáticos, por terem a oportunidade de acessar os jogos que desenvolvem o raciocínio lógico, atenção e concentração. Por ser de outro município e trabalhar nos dois horários tenho pouca oportunidade de aproveitar esse maravilhoso projeto que tanto nos atualiza e nos interage com o mundo. O município de Piraí procura sempre melhorar a vida profissional e da comunidade.

O melhor desempenho dos alunos no desenvolvimento dos conteúdos em sala, já que é desenvolvido raciocínio lógico, leitura, escrita... E também a grande oportunidade dos professores estarem especilizando-se a cada dia. As crianças estão sempre perguntando se é o dia de ir ao laboratório. Eles adoram!

Esperamos que em breve todos os alunos possam ter acesso a informática. Com acesso aos micros, os alunos ampliam seus conhecimentos e adquirem novas

habilidades.

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O interesse dos alunos cresceu; há uma motivação maior. O comportamento melhorou e o desenvolvimento também. O interesse pelas

matérias também melhorou. São muitas mas acho que o principal é o interesse que os alunos apresentam em

relação as pesquisas a serem realizadas. Acho que desperta no aluno o interesse de estudar, procurando variedade dos assuntos na Internet.

O grande interesse dos alunos a fazer pesquisas. O interesse dos alunos na elaboração de trabalhos, trabalhos diversificados é bem

elaborados, os conhecimentos foram ampliados através do Projeto Piraí Digital. O interesse pela matéria aumentou e o trabalho em equipe faz com que uns possam

ajudar os outros. Acho que a integração e facilidade de se informar em tempo real. Os alunos se interessam mais nos trabalhos de pesquisa ficando melhor o conteúdo

do trabalho realizado. Uma melhora muito boa na evolução da aprendizagem dos alunos. Os alunos tem demonstrado um maior interesse em pesquisar. O desempenho tende a se ampliar para um resultado promissor, porém ainda acho

cede para medir estes resultados. Temos que trabalhar muito ainda. Troca de experiências entre professores e alunos. Ótimas mudanças. A mudança consiste no incentivo dado aos alunos em pesquisar cada vez mais

sobre o assunto estudado. Há ainda falhas estruturais que impedem a efetivação desses novos modelos de

práticas pedagógicas. Ou seja, o número insuficiente de equipamentos e a falta de manutenção não permitem um trabalho continuado com os alunos e isto interfere no desempenho que se deseja alcançar.

Os alunos acessam o laboratório de informática da escola ( trabalho ou atividade direcionado pelo professor) e nos postos de pesquisa ( telecentro ou laboratório na cidade). Com o uso do computador e da Internet melhora cada vez mais o aprendizado e a troca de informações que são necessário as para os usuários. Outro ponto que foi favorável é que o profissional passou autilizar o computador, mesmo aquele que nunca tinha usado.

Os alunos fazem pesquisa nos laboratórios da cidade e melhorou o desempenho em determinados assuntos (expor sua idéias). OBS: Fiz o curso para professoras no CERDERJ, passando as 1ª fase para a 2ª fase. Não conclui por sentir insegura (medo) no manuseio com o computador (programas)

A sala de informática é um espaço em que os alunos consegue desenvolver suas habilidades em relação ao conteúdo dado.

Intercâmbio entre vários conceitos que podem ser assim confrontados ( professor – aluno – rede).

Facilitador da identificação de erros. O crescimento é satisfatório enriquecedor principalmente nas questões de leitura,

escrita e interpretação. Outro fator éa timidez que aos poucos vai sendo superda. A questão da pesquisa, muito bom ppois desenvolve a capacidade de interpretação

a seleção (desenvolvimento desse critério) e a informação, conhecimento. Os meus alunos apresentam grande interesse pela aula destinada ao Projeto Piraí

Digital, sendo a participação muito grande. Tendo acesso a esse projeto os alunos estão desenvolvendo a coordenação motora,

o manuseio da máquina, o interesse pela mesma aguçando assim sua curiosidade na escrita e nos jogos.

Os alunos demonstram curiosidade, atenção, ansiedade em mexer, ver e participar. Proporcionamos atividades em que eles se integrem o máximo, mesmo obtendo dificuldade, pois é muito importante que não tenham medo da máquina e sim se

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sentir a vontade. Novidade não é mais e sim um mundo novo cheio de informações, cor, letras e figuras que eles vêem, escrevem, pintam e com certeza aprendem um pouquinho.

Os alunos estão mais envolvidos na educação, mais interessados as notícias do mundo e mais pesquisadores.

O uso do computador veio mostrar a alunos que é possível estudar usando outros recursos e que esse recurso novo da informática pode lhe mostrar um novo mundo.

Melhoras com relação a concentração, interesse e entendimento dos conteúdos trabalhados.

Como já havia mencionado, os alunos estão escrevendo melhor, se interessam agora em assistir notícias (furacões) e compará-los com os sites da Internet, aprenderam a trabalhar melhor em grupo, etc.

Mais estímulos. Aguça a curiosidade e é bem melhor pesquisar na Internet do que nos livros.

Tudo é muito novo, os professores se empenham em fazer provas digitadas, os alunos apresentam seus trabalhos com pesquisas na Internet, os projetos da SME são realizados e apresentados com recursos da modernidade. Os TD’s coletivos utilizam os computadores para projeção de gráficos das turmas, reflexão da caminhada do alunado.

CORPO DISCENTE (93 PARTICIPANTES)

O que mudou na sua vida pessoal com o Projeto Piraí Digital?

Mudou a minha nota para fazer os trabalhos eu sempre vou na rua pesquisar. Pra mim facilitou muito para pesquisa, para conversar com amigos distantes. Ficou mais fácil. Melhorou pois consigo pesquisar mais e fazer os trabalhos da escola com mais

informações certas. Mudou muita coisa para as pessoas que não tinham como fazer suas pesquisas por

não ter opção. Ficou mais legal. Antes agente não tinha nada para fazer. Hoje faço pesquisa ,

trabalhos. Esse projeto me ajudou muito a pesquisar. O que mudou é que eu estou gostando porque é na Escola que eu aprendo digital. Não mudou nada as pessoas de poucas rendas nãp todi ter um computador. Na vida mudou nada mais para outras pessoas posa que mudou algumas coisas. Pessoalmente eu não uso, mas eu acho que projetos como este é que incentivam o

aprendizado das pessoas da comunidade. Que agora em todos os lugares podemos pesquisar e ficar interado de tudo a toda

hora. Mudou a facilidade de fazer trabalhos pois o trabalho fica completo. Os trabalhos, sabemos tudo que acontece em Piraí e região. Mudou porque passei a estudar por uma forma lega. Mais informações tecnológica e aprendizado. Pra mim ajudou bastante mas para outros que não pode ter computador é muito bom

para fazer pesquisas, trabalhos pra escolas,etc. Mudou muito porque tudo agora precisa computador hoje, e explica mais,etc. Mudou muito porque e melhor para pesquisas e ficou mais facio para mim por que

antes eu tinha que ir na casa da minha colega.

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Mudou e porque quando eu fizer trabalho é só ir ao lugar do computador e não preciso procura em revistas ou jornais.

Deu mais possibilidade de saber mais e melhor as coisas do dia a dia. Mais entreterimento diversão e lazer. As fezes não precisamos usar o computador de casa e usamos o da escola que fica

mais fácil para os trabalhos do colégio. Poder usar o computador em outros lugares juntar um grupo de amigos e brincar de

computador. Nada. Na minha nada,mais se um dia eu precisar com certeza irá mudar muito. Mudou o meu modo de pensar e até de estudar porque a gente fica sabendo o que

acontece e o que já aconteceu. Nada. Pois não utilizo o projeto mas para outros foi muito importante. Que agora posso pesquisar. Na minha vida não mudou nada. Me ajudou a interessar mais sobre várias utilidades que ele nos proporciona (

pesquisa, trabalhos da escola,bate papo). Não mudou nada porque eu tinha Internet em casa. Nada porque eu tinha computador em casa. Não porque eu tinha Internet em casa. Novela, esporte para votar no big brother. O Projeto Piraí Digital facilitou muito minha pesquisas esolares. Pra facilitar a vida das pessoas que não tem computador. Facilita pesquisas e trabalhos de casa. Mudou na vida nas pesquisas e trabalhos escolares. Mudou algumas coisas por que assim eu posso fazer os trabalhos da escola. Pra não ajudou em nada porque eu não utilizo computador. Tenho mais oportunidade de fazer trabalho. Mudou no meu divertimento. Agora mais fácil para tudo, pesquisar, ler, se comunicar, etc. Agora eu faço trabalho com computador, faço pesquisa e jogo. Mudou muitas coisas, nos deu a oportunidade de acessar a Internet e aprender a

uza o computador. Para melhor. Mudou para melhor a interneti grátis nas escolas, na praça, rodoviária, um

projetoque está ajudando muita genti. Nada, pois além deles terem colocados pessoas que não sabem mem utilizar o

computador direito, ainda nós temos que esperar pois estes computadores estão velhos demais.

Muito pouco, pois as vezes a Internet está fora do ar e fica difícil pesquisar. Não só eu, como as demais pessoas obtemos informações no qual só a Internet

pode nos dá, como pesquisa e outros. Não mudou quase nada, pois só usamos 1 vez para fazer um trabalho. Ainda não

tivemos outra oportunidade de usar. Nada, pois não uso. Nada, por que não utilizo. Nada. Nada porque as vezes chegamos lá precisando fazer pesquisas e os computadores

estão ocupados com aluno entrando em sala de bate-papo. Não tenho acesso ao Projeto Piraí Digital. Nada, pois isso eu não utilizo durante o dia. Nada.

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Nada não faço uso. Nada pois não utilizo o laboratório. Nada pois não utilizo o laboratório durante a noite. Nada mudou. Mudou muita coisa porque agora tenho acesso a mais conhecimentos e um lazer. Eu não utilizo esses serviços. Muito raramente eu utilizo o computador na escola. Porque vamos aprender coisas novas e interessantes. Mudou na minha vida que eu estou aprendendo outra forma e nós aprendemos a

mexer no computador. Fiquei mais ligado sobre o Brasil. Mudou porque nós podemos pesquisar e fazer textos. Muitas coisas como todos podem usar o computador. Para mim mudou que fica melhor para fazer trabalhos de escola e pesquisar. mudou por que a gente pode pesquisar, fazer muitas coisas no comutador. Aprendendo novas coisas e conhecendo o computador. Eu tenho muitas informações, pois descobri mais coisa e aprendi mais. A nossa capacidade de estudar e de pensar. Ficou a mesma coisa. O computador ele me ajuda a fazer meus trabalhos e minha pesquisa. Ele me ajuda a fazer as coisa melhor. Porque vemos coisas novas e interessantes.

Mudanças que o Projeto Piraí Digital está fazendo:

Na sua vida de aluno:

Foi muito bom me ajudou bastante eu gosto muito da aula. Este projeto é bom está ajudando bastante os alunos da cidade e na minha escola. Mudou muito e ajuda muito nos deveres da escola. Foi muito bom me ajudou bastante eu. As aula de computado deixa a gente mais

esperto. Foi muito bom para mim. A perdim coizas intereçante como falar com outras

pessouas. Para mim não mudou nada. Porque não sei usar o computado. Não mudou muito para mim, pois sempre tive acesso em casa. Agora os professores levam os alunos para pesquisar na Internet e a aula fica muito

melhor do que era sem o Projeto Piraí Digital. Facilidade para fazer trabalhos. Sabemos tudo que acontece em Piraí e na região. Bate papo. Comecei a estudar por uma forma mais legal, me informar sobre mais notícias,etc. A aula fica mais legal quando saímos para pesquisar na Internet em vez de ficar na

sala copiando. Adoro isso porque não fico com a mão doendo. É muito bom porque as vezes você quer saber algo mas não sabe o que é eu vou e

pesquiso no computador isso me ajuda muito quando na escola e na vida pessoal. Ocorreu muitasudanças para fazer trabalhos pesquisas, e muitas histórias. A muitas e esta facilitando nos trabalhos da escola e no aprendizado. Na minha vida como eu posso fazer trabalhos quando a professora pedi. Dando oportunidade de quem não tem computador também mecher. Está me ajudando nas atividades escolares apresar de mim não morar em Piraí.Em

trabalhos de grupo fica mais fácil para nós alunos pesquisarmos juntos o trabalho e

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assim não precisarmos ir na casa de ninguém pois vem todos para a escola onde todos sabem onde localiza.

Quando nós alunos conseguimos um tempo nós vamos para o laboratório. Quase nada. Posso fazer pesquisa para trabalhos ou até mesmo para a aula. Facilitou a procura de trabalhos escolares porque tem na biblioteca e ficava difícil

encontrar. Os alunos passaram a ter maiores fontes de pesquisa. E isso melhorou exapandindo

o conhecimento de vários alunos. Que posso pesquisar os trabalhos que as professoras passam. Não está fazendo mudança nenhuma. O projeto ajudou a fazermos pesquisas sobre assuntos de maneira que possa nos

interessar. Sim, porque alguns alunos que não sabiam mexer em computadores, agora estão

apredendo um pouco. As alunas estão aprendendo a usar o computador. Mudou. Porque outras pessoas aprendem melhor a mexer no computador e mais

pessoas estam usando a Internet. Sim porque eles estão aprendenso a mexer no computador. Aprendi várias coisas interessantes e importantes. Mudou a vida das pessoas e facilitou o aprendizado dos alunos. Facilitou o aprendizado dos alunos. Facilitou o aprendisado dos alunos. Para mim não ajudou em nada porque eu não utilizo computador. Pode fazer trabalho. Agora eu faço trabalho com o computador, faço pesquisa, jogo. Com o projeto, facilita na hora de fazer algum trabalho e para nois acessar outros. Para s alunos sobe o trabalho que os professores passa para outra coisa. Na minha

vida estou trabalhando mais com pesquisas descobrindo coisas para um trabalho melhor um futuro melhor.

Há, por que vocês não fazem reunião para saber o que os alunos estão achando sobre isso.

Está mais fácil para os alunos fazerem os trabalhos escolares. Esse sistema proporcionou a alunos como eu a ter acesso ainternet, fazer

pesquisas, trabalhos escolares,etc. Eu não uso, mas os alunos que estão usando estão aproveitando para fazer

pesquisas e trabalhos e tendo o contato com o mundo digital. Só tive a oportunidade de ir uma vez ao laboratório de informática. Ajuda muito aos alunos que não tem computador em casa. Uso pouco o computador na escola. Nada, porque não temos a oportunidade de usar o computador na escola.Poucas

vezes fomos na sala 1 ou2. Os professores podem variar a método a de dar a matéria. Me ajuda a fazes os trabalhos escolares. Para quem usa a Internet foi ou vai ser muito bom. Nada. O turno da noite não faz uso do laboratório. Muito bom para as pesquisas. Não mudou, pois o 20 ciclo de Técnico em química não tem acesso. Mudanças quase nenhuma, porque eu usei poucas vezes o computador. As aulas não ficam tão monótona, pois de fez em quando estamos pesquisando,

fazendo trabalhos no computador. Esse projeto me deu uma opção a mais de pesquisar em outros lugares. Não tive muitas oportunidade, usei para pesquisa apenas uma vez.

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Para quem usa é excelente. Nada, pois não uso o computador no horário de aula. Ajudou as pessoas a conhecer coisas novas. Mudou que nós podemos pesquisar no computador para fazer trabalhos. Fez mais ensino. Para mim como aluno mudou que nós podemos aprender mais a mexxer no

computador. Na minha sala tem gente que não sabe nem liga o computador e com esse projeto

nós estamos aprendendo mais sobre informática. Agora eu posso tirar as duvidas das minhas pesquisas. O desenvolvimento ambiental na informação sobre o Brasil. Estou sabendo mais coisas que acontece no mundo, e também estou descobrindo

muitas coisas novas. Nós não estamos indo para a sala de informática. Ajudou a aprender melhor.

Na sua escola:

Eu aprendi a meche no computado. Poderia está melho Eu axo estaria melho se a gente estivesse mais aula de

computado. Deveria ter aula mais vezes na semana porque temos so 1 dia na semana. Na escola estou aperdendo muitas coias boas. Tem que ter mais tempo para usa o computado. Mostrou as crianças que antes não tinham contato com a Internet, suas vantagens. Na escola da chance para que todos possam ter contato com o computador e tudo

que ele pode oferecer. Melhorias em várias coisas. Melhorando na comunicação. Ficou mais moderno, podendo nos oferecer muito mais benefícios. Permite que pessoas em geral tenha o acesso a Internet pra pesquisa, lazer e

tecnologia. É muito bom para pesquisar saber as notícias do mundo e até o lazer. Na escola também está mudando muito por causa das explicações que o

computador e etc. A muitas, está facilitando nos trabalhos da escola e na aprendizagem. Quando as professoras quiser fazer algum trabalho não precisa mais procura nos

jornais e sim no computador. Muitas mudanças e poriso está melhorando cada vez mais. Ajudam os alunos em geral a pesquisar e aprender. Pois na escola melhoro muito pois ajuda os alunos mais, aescola fica com uma fonte

melhor de pesquisa. A escola mudou acrescentando a tecnologia de hoje ajudou a escola no projeto. Está possibilidade de nos alunos terem nosa Internet. Está abrindo portas para todos do colégio ter contato com a Internet para trabalhos. Melhorou a qualidade do ensino quando os professores levam a gente para o

laboratório de informática. Com o projeto nós podemos pesquisar no laboratório de informática , como exemplo

trabalho sobre músicos, poetas e artistas, etc. Que agora os alunos que não tem computador usa escola. Mudou muita coisa.

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Ter um meio de ajudar a todos não só para os alunos e sim para todos os componentes da escola.

Que esse projeto deveria ser para todas as escolas. Preferência para todas as escolas. Enriqueceu bastante a escola. A escola esta dando a oportunidade a o computador. Também não. Ajuda na nota. Ficou melhor para os alunos. É mais fácil para a gente fazer trabalho da escola, pesquisar alguma matéria. Fica mais faço para pesquisa sobre os assuntos. Os alunos, eu e minha escola estamos sempre fazendo um projeto para criatividade

na educação e um ensino melhor. Bom na escola, eu não sei. Fica melhor para os professores ficarem mais informados. Faz com que nossos trabalhos fique mais completo, facilitando então a questão do

horário pois gastamos pouco tempo em pesquisas e obteremos mais informação. É muito importante para dar àqueles que não tem condição de acesso, conhecer um

computador e conseqüentemente a Internet. Para quem usa está sendo muito bom fazer as pesquisas escolares. A se informar mais, e para quem usa é um excelente programa de pesquisa. Ótimo para serviços rápidos de pesquisa. Está dando oportunidade para pessoas mais carentes a conhecer o maravilhoso

mundo da internet. Ficou mais moderno. Usamos poucas vezes o computador no colégio, mas usamos para fazer pesquisa. Trouxe mais conhecimento e integração com o futuro. Pra quem não tem computador é uma grande ajuda. Para que se possa integrar que não tem computador com o mundo atual. Muito prático para quem utiliza o computador da escola, facilitando suas pesquisas e

conhecimento Ajudou todos os alunos da escola a conhecer a Internet. Ajudou nas pesquisas e nos trabalhos. A escola ficou melhor e o ensino ficou melhor. Mudou e ficou muito melhor para todos os alunos. Os alunos ficaram muito felizes porque a gente pode brinca no computador. A qualidade da escola. Mudou a vida dos alunos. A escola ficou mais bonita. Ajudou a gente mexer no computador.

Que relação você faz entre o Projeto Piraí Digital e a cidadania?

Minha opinião é que todos tem um computado. É um projeto que esta colaborando para sermos bom cidadão. Fez as pessoas estevesse mais acesso ao computador porque a maioria não pode

compra o computador. Muito pouca deveria ter mais. Espero que ce cidadão estivece mais acesso aos computadores da cidade. O projeto é bom mais teria queter mais fasilidade para as pessoas compra o

computador.

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São estes projetos que criam oportunidades para as pessoas desenvolverem o contato social com pessoas que tem mais conhecimento em relação ao assunto.

São projetos como esse que criam maiores oportunidade as pessoas que não tem computador em casa.

Ajudou as pessoas a ficarem mais integradas com as informações. Ajudou as pessoas a se interessarem ao computador e tirarem as dúvidas. Pessoas que antes não tinham acesso a Internet agora passam a ter mais lazer mais

cultura. Direitos iguais para todos. Sim ajudou muito coisas que a gente não sobra agora é só pesquisas na Internet e já

sabemos tudo que existe no mundo e o que acontece. Muita relação por causa que a cidadania pesquisas e muitas a outras coisas porque

tem muito conhecimento e acesso ao computador. Tive muito mais conhecimento tive mais acesso em tudo o que está acontecendo. Eu acho que a relação em Piraí Digital e cidadania e que todo nos podemos sabe

tudo que acontece no mundo. De estar por dentro das coisas que acontece no mundo inteiro. Insentivam as pessoas a serem educadas e civilizadas. Eu não fasso muito parte dessa relação pis na maioria das vezes eu uso o

computador da minha casa ao acesso de votação do time para ver quem fica ou não no time, bate papo que eu acho muito bom pois as vezes preciso falar urgentemente com uma pessoa e o bate papo ajuda muito.

Nós podemos saber muitas coisas, isso é cidadania, e –mail, bate papo. Eu não faço muita relação, mas eu uso para bate papo. O Projeto Piraí Digital está dando espaço para quem não tem contato com a Internet

e abrindo portas para melhorar o conhecimento. O incentivo a leitura e a cultura é um ato de cidadania sem contar a nossa opinião

que na Internet é legal dar sua opinião. As pessoas passaram ater acesso ao conhecimento, em pesquisas, em viagens

online pela Internet, pois dá para ir a museus e teatros. Que podemos entrar na Internet e fazer e-mail. Nenhuma. Tornou bem mais prático ter acesso a Internet para várias utilidades, porque hoje é

bem mais prático através da Internet: pagar conta, conversar, conhecer pessoas. Porque compartilhamos com outras pessoas. Que agente compartilha com outras pessoas. O Projeto Piraí Digital nos ajuda a se tornar cidadãos porque facilita nosso

aprendizado. O projeto ajuda nós a sermos mais sidadão. Assim pessoa que vem visitar Piraí pode se informar mais sobre Piraí. O projeto é para toda acidade acessar a Internet e com isso facilita bastante.

Principalmente quem nunca acessou a internet, tem oportunidade de acessa. Nenhuma. Passando o que eu sei para melhorar o futuro de alguém. Há eu acho que pelo menos desta maneira eles lembraram que principalmente aqui

em Piraí tem crianças que precisam de um lazer, está é a relação até que fim lebram de Piraí.

Esse projeto está integrando mais cidadãos com o mundo digital. Traz igualdade educacional para todos. Com certeza, oportunidade para toda a comunidade fazer parte da revolução digital,

conhecendo serviços e vantagens da Internet em nossa vida. O projeto ajuda a ter acesso a novos conhecimentos. Os alunos que não tem acesso em casa pode ser muito bom.

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É uma ferramenta útil de integração social. É um projeto muito bom, pois muitos não tem acesso e isso facilita a vida escolar de

muitos, só que o tempo de pesquisa no Telecentro Piraí tinha que ser maior. Os alunos que não tem acesso podem aprender mais. Esse projeto ajuda as pessoas que não tem acesso a se integrarem com o mundo

melhor. Tem tudo a ver com o outro, mostra que o projeto deixa todo mundo ligada

mundialmente. A inclusão de pessoas carentes num ambiente de cultura mais elevada. Informação. Para quem utiliza é muito bom. Uma relação boa porque podemos aprender coisas importantes. Esse projeto ajuda a população a ter mais conhecimento, a ter um lazer para a

população de baixa renda houve a inclusão digital. Envolve a comunidade com o mundo digital. Para quem utiliza o computador na escola é uma forma de integração social,

contando com formas de pensamento e conduta. Os nossos direitos de aprender melhor. Temos o direito de aprender mais e mexe mais. A ter direito de mexer no computador acessando novas informações e ter direireto a

ter conhecimento. Descobri coisas novas. Estudar no computador e as informações e a ter direito das coisas do computador e

em outras coisas. Direito de aprender sobre informática. Estudar no computador, informações e a tere direito das coisas do que agente

precisa. Exercendo a nossa cidadania.

Espaço livre para comentar sobre o Projeto Piraí Digital.

O projeto digital valorisou a cidade e o povo. Deveríamos ter mais intimidade com o computado se estevese mais aula de

computador. Gostaria que estivece computador nas salas de aula para os alunos se dedica mais

ao projeto. O projeto Piraí digital foi muito bom para ajudar as pessoas que precisa do

computador para fazer pesquisa e trabalho. Eu fico satisfeito, pois o mercado de trabalho está exigente e precisamos conhecer

alguma coisa sobre o assunto informática. Eu acho que todas as escolas poderiam ter esse projeto para que os alunos possam

ter sempre as informações necessárias dentro da escola. Ajudar as pessoas a ficarem concientizadas com a informação. É ótimo para a população. Espero que continue assim, trazendo mais alegria a todos. E acho legal essa atitude como eu disse (direitos iguais para todos) esse projeto está

fornecendo oportunidade para pessoas que não possuem computador. É ótimo eu nunca imaginei que nos pudéssemos ter acesso a Internet tão fácil e em

qualquer lugar e encontrado computador: escolas, bibliotecas, praças,etc.

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O Projeto Piraí Digital para mim é muito importante por causa do computador a gente quer dizes nós precisamos muito de computador para muitas coisas, pra saber das reportagens e tudo mais,etc.

É um projeto que melhorou muito para o aprendizado eu compriendo melhor e aprendo coisas diferentes e novas.

Eu gostei muito da reação de Piraí porque nós conhecemos mais o mundo que acontece.

O Projeto Piraí Digital ajudou a todos dando cursos e várias oportunidades para se aprender e saber o que é um computador.

No celeiro nós temos acesso uma notícia no uol, humor no site de piadas e outros vários intreterimentos.

Eu achei o projeto legal pois ele também ajuda muito aqueles alunos que não tem computador em casa e usam o do Projeto para trabalho e pesquisa.

Foi interessante, pois teremos mais conhecimento com esse projeto. Sem comentário. Esse projeto está sendo muito bom para todos com acesso a interent 9sites de

pesquisas, e-mail, bate papo). O Piraí Digital é uma forma de comunicação. È legal levar a Internet ao município de

Piraí. É muito bom pois as pessoas passaram a ter acesso ao computador e Internet.

Foram mais constantes o conhecimentos, as pesquisas e também se tornaram uma fonte de atrações, como jogar jogos de todos os tipos, conhecer museus e outros lazer. E sobre tudo um pouco do mundo.

Piraí Digital ajudou as pessoas que não tinham computador. Piraí Digital foi muito legal. Mudou muito a vida de muitas pessoas. Foi bem melhor este projeto para chamar a atenção dos alunos dentro da escola. Que esse projeto está ajudando algumas pessoas em relação a trabalho, etc. Ele está ajudando os cidadãos de Piraí. Que está ajudando a outras pessoas a conhecerem melhor o computador. Ele está ajudando muitas pessoas a mexerem na Internet. O Projeto Piraí Digital facilita o aprendizado das pessoas, pois as vezes o

computador incina melhor do que a sala de aula. Ele facilitou o incino fundamental das pessoas e nós aprendemos melhor no

computador r na escola. O meu comentário é de que ajudou muito com achegada do computador na ajuda

para fazer trabalho. É um projeto muito interesante. O projeto é muito bom, principalmente a FAETEC, que da a oportunidade para as

pessoas que não sabe mecher no computador. Portunidade para as crianças e outras pessoas que está interessado. Eu não que falar sobre ele, pois de uma forma este projeto ajudou a gerar mais

empregos. Esse projeto, as vezes beneficia as pessoas, pois tem algumas vezes que a Internet

não funciona, nos quiosques não tem organização. Gostaríamos de ter mais acesso a sala de informática da escola, pois algumas vezes

precisamos fazer alguma pesquisa e sempre conseguimos fazê-las por causa de tempo e não vaga.

Esse projeto é um dos mais importantes já realizados para a educação do município, pois ficamos totalmente integrados com o futuro.

Deveria ter dentro da escola em horário de aula, uma oportunidade para quem não tem acesso durante os horários permitidos.

Eu achei legal porque eu posso ver coisas que eu nunca vi e posso aprender mais coisas dele.

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Podemos aprender mais sobre a interte e aprender projetos novos sobre Piraí. Eu acho que tem que melhoraras instalações da antena da Internet. Sempre que

queremos usar a Internet ela está desligada. Com esse projeto nós temos mais acesso ao mundo. O projeto é muito bom, melhorou o ensino da informática das crianças e os jovens de

nosso município. O Piraí Digital é uma coisa muito boa porque q maioria das pessoas precisam para o

trabalho eu acho isso bom. Eu achei ele muito interessante pois é uma grande oportunidade de estarmos

descobrindo coisas novas. Nós melhoramos na aprendizagem com o uso do computador.

COMUNIDADE (46 PARTICIPANTES) Qual a importância do Projeto Piraí Digital para sua vida pessoal?

É fácil acesso a Internet. Antes não tinha como fazer coisa no computador. Não tinha internet agora eu posso

pesquisar, conhecer + o computador, como usar e isso me fez crescer, não fico só no curso posso usar diariamente.

Para me ajudar a manter mais informado, saber o que esta acontecendo no mundo e muito mais que a gente possa imaginar.

Através do Projeto Piraí Digital fiquei conhecendo melhor o mundo maravilhoso da informática.

Ficar mais instruída sobre diversos assuntos. Fazer novas amizades através de e-mail. Para trabalhos escolares, jogos e informações maiores em nossas vidas. Muito importante porque eu utilizo em todas as questões acima. Engrandecimento profissional, abertura de horizontes, novos conhecimentos

adquiridos. Este projeto é de grande importância porque dentre outros benefícios, proporcionou-

me esclarecimento imediato de dúvidas na minha área profissional, onde sobrou-me tempo para o desenvolvimento de outras atividades.

A importância é que eu posso pesquisar assuntos relacionados sobre profissões. Principalmente para atualizar a minha profissão.

Para aprende mais para se alguém na vida. Para aprender mais e para ser alguém na vida se eu trabalho em alguma coisa em

mecher em computador. Para aprender e ajudar no meu trabalho de escola e muito mais. Para aprender a ser ágüem na vida. Fiquei feliz. Antes eu era triste. Meus amigos mudaram. Aí veio o Piraí digital.

Comecei a conversar, brincar e arrumar novos amigos. Eu falo com o vô da minha amiga que mora na China ( ele foi ver a filha dele) Eu não conheço ele só pelo computador. ( Cç. De 8 anos)

Muito importante. É importante pelo conhecimento adquirido através de pesquisas e também a

descontração do mundo que vivemos. Para fazer trabalhos, para divertimentos. É importante para nossa aprendizagem. Para me comunicar.

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É bom para nossa aprendizagem. A informação. Aprendi muito como navegar na Internet. Me ajuda em muitas coisas por exemplo trabalhos escolares, que tinha que ficar

horas e horas pesquisando em livros, agora posso ir no telecentro. Ter acesso a informação. Que eu posso conversar com o meu pai pelo meu e mail. Bem para mim aprender mais um pouquinho do sei. Acesso as informações que antes não tinha, manter atualizado, me faz sentir mais

interagida com o mundo lá fora. Muito interessante. É importante, pois aprendemos, nos divertimos bastante, etc. Pra mim é bom. Aprendi muitas coisas que eu não sabia. Não sabia mexe no

computador, agora várias coisas. Possibilita acesso a Internet, sem o qual teria que procurar em outras fontes, pois

meu ordenado não permite hoje que eu desperdice de Internet em casa. A importância e que fico e facilita as condições de estudo.

Aquisição de conhecimentos. Acesso a informação. Para estudar. Facilita o acesso a informação. A facilidade nas pesquisas. Aprender mais sobre o que está sendo esta máquina do tempo. Sei que se precisar saber sobre algo tenho onde pesquisar. como não tenho Internet em casa, esse projeto se tornou importante para mim, pois

facilita quando tenho que pesquisar algo. Como Internet via conexão a rede dial-up que por sua vez é muito lenta. Faço-me

valer sempre dos terminais para as pesquisas mais demoradas. Foca melhor para fazer trabalhos escolares, pesquisa, e-mail e para me mantem

informada de algumas coisas que só a Internet podemos encontrar. O que mudou na sua vida desde que você vem acessando o computador e a internet?

Antes eu tinha dificuldade em compras certos produtos, que não pela região, agora eu não tenho mais essa dificuldade.

Mudou que antes nós fazíamos o curso e ficávamos parado, agora não, temos onde acessar a Internet e fazer trabalhos mais bonitos e decente.

Mudou o meu jeito de ver as coisas, me transformou muito mais inteligente. Aprendi coisas legais. E posso ver do outro lado do mundo.

Amplie muito os meus conhecimentos e estou procurando crescer cada vez mais. Vontade de comprar um computador e não posso porque o salário não ajuda muito

pelo contrário atrapalha mesmo sendo fiel nas dívidas. Vontade de possuir uma Internet. Aumento de aprendizagem e maiores informações por meio dos e mails. Fiquei muito mais ativa na escola no meu país. Facilidade em diferentes obstáculos devido a distância ou a falta de oportunidades. Além de outros benefícios, atualizou-me na área de minha competência. Eu posso atualizar meus aprendizado e também posso me divertir e encontrar

pessoas. A Aprendizagem.

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Mudou a aprendizagem o conhecimento e fiz amigos. Me ajudou em trabalhar no colégio e conhecer várias pessoas. aumentei minha

amizade. Eu aprendi mais. Quase nada. Muita coisa. Me interecei por temas que não achei que não teria sentido para minha vida.

Conheço pessoas novas e me divirto àbeça. É super legal! Tudo não tenho tempo pra nada. Fiquei mais informado e com mais interesse de estudar informática. Passei a conhecer bastante pessoas. Aprendemos várias coisas mudou meu modo de aprendizagem. Passei a conhecer muitas pessoas. Fiquei mais informado na hárea do meu trabalho. Eu tenho tido mais facilidade de informação principalmente sobre concursos. Aprendi acessar, abrir e-mail. Mudou bastante coisa na minha, bem agora eu já sei entra rm e-mail. Me mantenho informada. Muitas coisas, trabalhos escolares. É mais fácil pesquisar e na minha vida mudou bastante coisa, por exemplo: o

professor passa um trabalho e no Piraí digital é mais fácil pesquisar. Na minha vida não mudou nada. Mudou o que eu não sei a não mudou agora eu vou

entra em tudo. O ganho de mais informações. Mudou muito nos estudos. Melhoria cultural. Acesso as atualidades. Vem trazendo agilidade no estudo e trabalhos. Estou mais informado. A agilidade nas comunicações. Meu modo de pensar e refletir. Ficou mais fácil para aprender algumas coisas. Fui adquirindo mais conhecimentos. Não pude notar mudanças. Melhorou meus conhecimentos por Internet e computadores.

Que mudanças você observou em Piraí desde que o Projeto Piraí Digital colocou computadores e redes nos locais públicos?

O interesse da população em utilizar o computador. Mudou que pessoas mais humildes que não tinham onde mexer num computador e

agora tem onde ir e ter um contato direto com um computador. O que todo mundo gostou. E ficaram, mas feliz, com o crescimento de Piraí. A população ficou conhecendo de perto a informatização da cidade, se interessando

cada vez mais e usando os benefícios trazidos pelo Projeto Piraí Digital. Vejo o povo mais comportado. As pessoas estão tendo zelo pelo que é seu. O interesse de sempre querer saber mais sobre a informática. Que as pessoas principalmente as crianças estão mais ativas e criativas. Maior importância no conceito de tecnologia ao alcance de todos.

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A satisfação estampada no rosto dos Piraienses. Muitas pessoas podem se informar em qualquer lugar em qualquer tempo. Consegue empregos e aprende mais. Aprendizagem deles e mercagem de trabalho podem conciguir enprego. Dar oportunidade para quem não tem condições de comprar um computador ajuda

muito as pessoas. Eles consegue mais emprego. A aprendizagem. A inclusão digital principalmente para as crianças. Nada tudo continua como era. Bem, mudou bastante escoiasas principalmente tirando as crianças da rua. A comunidade mais satisfeita a cidade sendo mais divulgada lá fora. Muitas coisas. O posto de saúde está sendo reformado. Cresceu o interesse da maioria pela tecnologia. Ficou mais populoso. Motivação. A inclusão digital para quem não conhece oue não sabe acessar. Informatizou muita gente e não curso nhenhum, mas usa o computador

perfeitamente. Se funcionasse sempre a mudança seria de 1800 , mas os cabos vivem

arrebentados. Muitos interesses pessoais do público. Muitos comentários, pesquisas, trabalhos , tudo pela Internet. Eu acho que facilitou a vida de todos, inclusive fez com que os habitantes da região

se integrassem mais sobre o assunto. E também foi uma chance para todos disfrutassem dessa tecnologia.

Não pude notar mudanças. Ficou mais fácil para as pessoas poderem fazer pesquisas, compras, usar e-mail.

Em que esta cidade é diferente?

Ela se diferencia pelo fato de os governantes se interessarem em trazr progresso para a região.

Diferente que em outras cidades não tem a oferecer o que Piraí oferece. Ex: Piraí digital e outras coisas.

Porque creceu muito com o governo do nosso prefeito Pezão. Ele transformou o nosso município.

Percebo que os moradores ficaram encantados com a informatização da cidade. Na preocupação de informatizar sua população. Ela está crescendo, gerando novos empregos e novos cursos. Com o Projeto Piraí Digital. Paz, educação, saúde na informatização e acima de tudo um povo feliz. Situa-se no interior, perto de outros centros mas tem identidade própria. Tem buscado oferecer o melhor para sua população e porque não dizer: tem

estendido este benefício a outras cidades com a tecnologia que implantou. Oferece a população conhecimentos para o acesso a Internet gratuita e bons

serviços. Que a cidade pode cesa a Internet. Ela tem casas enfeitadas tem o tele centro de Santanésia. Piraí Digital.

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Que todo mundo pode usar os computadores. Pelo fato de oferecer Internet grátis papa a população. Cidade digital. No sentido de informação que não obtem quem não quer. Nem todas as cidades tem. Nas oportunidades de conhecimentos, aqui só não estuda as pessoas que não

querem. Tem várias oportunidades que em outras cidades não tem. Ao acesso a Internet. Tem muitas coisas interessantes que várias cidades não nos proporcionam. Em função da modernidade na área de internet. As pessoas ficaram mais importantes e isso é bom para a comunidade. Porque agora tem telecentro. Pela oportunidade dada a todas as pessoas. Bem porque em várias cidade não tem computadores publico. Ela valoriza mais as pessoas, o ser humano.Temos muitas coisas que é muito difícil

encontrar em outro lugar é fácil encontrar aqui. Porque a outra cidade é dificia pesquisa. Porque se menbor tem menos problemas que as maiores cidades. Atenção na educação. Ela é de certa forma informatizada coiza que algumas cidade ainda não é. O povo é muito unido. Por obter a Internet, que não tinha. Por oportumizar esse direito de pesquisar e buscar conhecimento. Eu acho que ela está sempre criando oportunidades, pensando e serem para todos

nós. É a única cidade de nossa região com terminais públicos para acesso a Internet. Está proporcionando que as pessoas se integrem ao mundo digital.

Deseja acrescentar algum comentário à sua entrevista?

Espero que não pare por aqui que cresça cada vez mais. E parabéns porque podemos acessar a Internet gratuitamente.

Dar condições para que a população adquira o seu computador e a classe menos favorecida, poder fazer seu curso de informática...

Porque vocês não arrumam um jeito de nos vender computadores aquicessivos ao nosso salário?

Que Piraí continue crescendo com mais força. Trabalho em um laboratório de informática, situado em cima da escola da rede

pública municipal de ensino. Fui convidado para suprir uma necessidade prévia de uma pessoa conhecimentos técnicos para auxiliar os professores e alunos em suas aulas preparadas antecipadamente e/ou pesquisa escolar. Por sua vez chegar no laboratório havia uma grande demanda ávidos por utilizar este novo meio de conhecimento e desfrutar das maravilhas da rede mundial de computadores. Os usuários necessitam de auxílio para obter informações dos sofwares instalados, mas já sabem muito bem o que querem, sem preconceitos e sem medo de serem julgados por opções que talvez numa conversa ou equipe, ou grupo.

A troca de experiência entre os usuários de várias idades, classes sociais e etnias é tão grande quanto a vasta gama de informações a serem obtidas e assimiladas por eles. Pessoas que nunca utilizaram uma máquina conectada a Internet não conhecem as palavras (alunos da classe de alfabetização – 6 anos) tem medo, não gostam, todos tem uma experiência nova. Funcionários da escola passaram a se

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interessar por computadores e Internet, tanto para seu lado pessoal, quanto para o lado profissional.

Pais buscam obter informações sobre a utilização do laboratório, incentivam os seus filhos a utilizarem e participarem da elaboração de trabalhos de pesquisa. Professores com receio dos alunos estragarem, passaram a ter confiança com os mesmos, afim de utilizarem juntos, aprendendo juntos, trocando informações e experiências.

Há um grande interesse de todos de saber mais, aprender mais, mostrar ao mundo que pode e que faz.

Continuem com o mesmo propósito, porque o município que investe em seus cidadãos terá futuro promissor.

Não se pode ser comentário mas precisa melhorar a Internet em Santanésia já que eu sou usuário e para mim é importante atualizar.

Que é legal ficar na Internet. Que uma coisa boa eles fazem que mudaram a cidade de Santanésia. É importante para as pessoas que não podem ter uma oportunidade inclusive eu. É que as pessoas e eu gostei muito diverdade. é uma coisa boa. Fico triste com a falta de manutenção dos computadores, a queda e a falta freqüente

de Internet e a volta do ORKUT para fins de mensagens. Pense nisso acima! Foi muito bom. Os computadores estão sempre ruins e gostaria que o ORKUT voltasse. Minha única reclamação é que a Internet vive caindo e não podemos acessar o

ORKUT. Um espaço maior. Um local maior e mais adequado com banheiro, bebedouro, inspetor de disciplina

para o telecentro de Arrozal. Precisamos de uma impressora para imprimir nossos trabalhos. Que melhore cada vez mais. No terminal público da rodoviária, muitos desocupados ficam ali brincando no

terminal, tirando a oportunidade de quem precisa fazer pesquisa mais séria. Na minha opinião o projeto vem trazendo alguns benefícios, mas deveriam ter mais

postos de Internet em Piraí, pois as vezes o acesso fica difícil.

VOLUNTÁRIOS (12 PARTICIPANTES)

Por que resolveu ser voluntário do Projeto Piraí Digital?

Porque gosto de trabalho voluntário e adoro computadores. Por além de estar me aprimorando, vou estar passando para a comunidade o que

sei e ajudando na dignidade das pessoas. Porque achei o projeto muito interessante. Para ajudar a comunidade. Porque minha vida é ser voluntário. Por ser um projeto de grande porte. Porque curo a idéia de deixar um pouquinho do meu tempo a população a

gratificação sentimental e do sentir útil é um ato pra lá de importante. Para obter mais conhecimento na área de informática e ocupar meu tempo. Porque achei o projeto interessante.

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Porque não vou perder meu tempo com coisas fúteis, vou me ajudar e ajudar os outros.

Porque quero ajudar as pessoas e aprender mais. Por gostar de ensinar e passar o que eu sei para o próximo.

Como foi a capacitação para exercer esta função?

Legal e aumentou mais meu aprendizado. Apesar de eu saber algumas coisas, aprendi muito e percebi que o computador será

um eterno aprendizado. Muito proveitosa. Foi muito bom tivemos uma excelente instrutora. Boa. Aulas de informática. A primeira totalmente voltada a internet, já a segunda que eu estou concluindo é

sobre o Linux. Foi boa mas muito rápido. Muito proveitosa eu aprendi e vou ensinar ao próximo. Não posso tirar uma conclusão definitiva pois ainda estou fazendo. Não podemos dar conclusão que ainda não terminamos os cursos. Ainda estou recebendo.

O que faz neste voluntariado?

Ajudo as pessoas a acessar a Internet. Coordeno junto com o Miguel e pretendo trabalhar junto com o grupo que está se

formando. Ajudo aspessoas a utilizarem a Internet. Trabalho de apoio aos voluntários. Vou ajudar as pessoas a fazer pesquisas escolares ou não. Monitoro a sala no telecentro. Auxilio ao acesso a internet. Sou responsável por duas horas no telecentro, no caso de dúvidas. Ajudo as pessoas com dificuldades. Ajudo as pessoas que não tiveram oportunidades como eu de ter cursos que tenho e

ensino o que estou aprendendo na capacitação. Ajudamos em alguns lugares. Ensino e ajudo as pessoas que tem dificuldade em relação ao soltware e Internet.

O que mudou na sua vida pessoal com o Projeto Piraí Digital?

Me sinto melhor sabendo que através do meu serviço pessoas estão aprendendo a

usar o computador. Auto estima aumentou. Meu relacionamento com o meu próximo melhorou muito. Para mim é muito gratificante poder ajudar no desenvolvimento do meu próximo

elava a auto-estima.

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Estou começando agora. O contato com o público a experiência de estar lidando com uma coisa nova é um

prazer estar ali. Um grande legado cultural que estou construindo com esseacesso. Agora tem muito mais acesso a rede. Uma ocupação para a minha vida, é uma coisa que eu adoro. Me enterei de tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Aprendi mais coisas e melhorou muito. Mudou porque tenho mais facilidade de usar a Internet.

Que relação você faz entre o Projeto Piraí Digital e cidadania?

A realização de poder ser uma cidadã que pratica o trabalho voluntário. Dignidade das pessoas de minha comunidade e até mesmo auto-estima delas. Inclusão digital pois antes a sociedade não tinha acesso algum e hoje podemos

notar que os mesmos estão bastante interados nesse mundo da Internet. Tem tudo em comum porque resgata a auto-estima do cidadão. O projeto é uma ação de cidadania. As pessoa estão ligadas com o mundo. É o da inclusão social que permite a qualquer pessoa ter acesso gratuito a Internet. Com o Piraí Digital todos da comunidade tem acesso a rede gratuito e com isso

melhorarão o acesso a informação. Piraí Digital levou cidadania ao conhecimento ao mundo inteligente. Informação e cultura. Tem uma grande ligação. Todos ensinam as pessoas a terem respeito com as pessoas aoseu redor. Assim, dando

mais informação. Espaço livre para você comentar sobre o Projeto Piraí Digital.

Acho que esse projeto foi uma das melhores realizações do município. Um projeto que permite igualdade entre todas as pessoas, independente d idade,

religião, sexo e escolaridade. Só tem que parabenizar, pois Piraí fez muito bem para a cidadania com esse

projeto. Piraí Digital é excelente e deveria ser copiado por outros municípios para a inclusão

digital de todos os cidadãos. Tem muitas pessoas que não tem acesso a um computador e com a implantação do

Piraí Digital está abrindo uma possibilidade muito grande para aquele que não pode pagar por exemplo um trabalho escolar, uma pesquisa na Internet.

É um projeto muito bom mas que poderia ser melhor. Uma das melhores coisas que presenciei na evolução de Piraí, a Internet

comunitária abrange várias idades o que permite agradar a todos. O que me deixa profundamente feliz.

Espero que continue dando certo nas outras etapas do projeto. Projeto é a melhor coisa de Piraí. Parabéns. Recomendo que seja feita uma campanha que cosientise que a Internet não é só

para jovens, tem muitos que pensam isso. É um belo projeto ajuda as pessoas que não sabem. O projeto é muito útil para as pessoas obterem mais informações.

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DEPOIMENTOS PESSOAIS

IMPACTO DO PROJETO PIRAÍ DIGITAL NO COLÉGIO MUNICIPAL

Foi extremamente emocionante a mobilização de alunos, professores, funcionários, comunidade e administração do projeto. Os laços entre estes ficaram mais consistentes; visto que houve participação de todos na inauguração do laboratório de informática com acesso a Internet no Colégio. Neste dia, recebemos o prefeito Luiz Fernando de Souza, o Pezão ( que administrava o município de Piraí na época) bem como outros administradores e colaboradores, que por sua vez uma ótima participação da secretária municipal de educação e cultura Sandra. As câmeras, repórteres e fotógrafos não perderam nem um momento. Os olhos dos alunos brilhavam de satisfação e interesse àquele avanço de tecnologia implantada não só no colégio como também na biblioteca do distrito de Santanésia ( o celeiro das letras). Após o período das festividades, os alunos das classes ficaram percebidamente ansiosos para conduzirem ativamente o instrumento do dinâmico projeto. Não queriam poupar tempo. No pátio, na quadra, em frente a escola, nas salas de aula, na biblioteca, no refeitório, o assunto em destaque era “os computadores do Colégio”. Os professores agendaram dia e horário e assim satisfizeram a curiosidade e motivação dos alunos administrando objetivos ao levá-los na sala de informática. Os que já sabiam guiá-la, o faziam com segurança e dinamismo. Os que não tinham acesso, logo interagiam com os outros alunos e professores e principalmente com a máquina e aos poucos foram também familiarizando-se com a novidade. Antes da implantação do projeto, os alunos eram menos motivados, alguns desinteressados. Este item foi mais uma das contribuições para a melhoria das condições de aprendizagem, motivação, percepção, interação, criatividade e raciocínio lógico do corpo discente. A comunidade, que nunca foi omissa, se entregou mis uma vez ‘de corpo e alma” em benefício dos futuros cidadãos internautas. A sala de informática é administrada por um funcionário interado no assunto, que por sua vez interage com professores que não tem habilidades com microcomputadores, agenda os dias e períodos de aulas, auxilia alunos na condução da máquina, no acesso a Internet, enfim, em todo o processo dinâmico que a tecnologia tem a oferecer. Não foi difícil administrar aulas para mim, visto que já possuía microcomputador e acesso a Internet em minha casa. A contrapartida, para outros educadores, esta tarefa foi mais um desafio inovador, porém com o auxílio diversos quisitos, conduziram surpreendentemente bem a tarefa de atuais profissionais, embasados em metodologias político educacionais atuais.

Professora Tânia!

Leciono na Escola Municipal Manoel Alexandre de Lima, com alunos que não tinham acesso recurso. No início do trabalho tive um pouco de receio em lidar com esta nova tecnologia com alunos menores, mas quando vi que era minha responsabilidade fazer a ponte, a ligação entre o novo e os meus alunos, tive noção da importância de ser professor, pois o mundo aspira por tecnologia e os meus com todas as demais crianças não poderiam ficar de fora. Tratei de procurar aprender a lidar com ele, pois os programas eram bem diferentes a lidar com ele, pois o programas eram bem diferentes daqueles que já conhecia de outros cursos. A vontade com certeza foi a grande impulsionadora de tudo. Pensei: por que não fazer? Por que não levar meus alunos decodificar o mundo e aprender com ele? Hoje me

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encontro aprendendo a utilizar este recurso como um enriquecimento a mais para minhas aulas e nesta nova jornada tenho como parceiros meus alunos que acreditam imensamente na grandiosidade do aprender. Com o Projeto Piraí Digital propiciamos aos nossos alunos a grande oportunidade de se conectar ao mundo através da Internet, ampliando as possibilidades de aprendizagem em um contexto rico de informação e cultura. Com o advento do Piraí Digital, Piraí entrou numa nova fase. O que eu percebo é que o poder público pode realmente disponibilizar para seus munícipes o direito da informação e o computador foi o meio. Oportunizar para nossos alunos a possibilidade de aprender sozinho, do autodidatismo é um grande avanço na educação. Estar antenado hoje é muito fácil, bastando um pouco de ousadia. Temos algumas dificuldades na questão da manutenção, porém, não maiores que as possibilidades oferecidas. Na escola nossos alunos e professores estão em fase de conhecimento, da máquina como o programa Linux. Em sua maioria todos os professores estão oferecendo e oportunizando o acesso a Sala de informática por meio de horários pré-establecidos.

DIRETORES DE ESCOLA MUNICIPAL

Morador de outro município, tem computador em casa, acessa a rede para preparação de aulas, participação de cursos, EDUCAREDE (textos de opinião, memória e poesia direcionados para o Prêmio Itaú), pesquisa pedagógica, leitura de jornais, e-mail, lazer, livros virtual, planilhas. Através do Projeto iniciei minha alfabetização digital. Atualmente participo do curso de HTML para a confecção de home page da minha escola; continuo a me preparar aprofundando meus conhecimentos de informática e linux e também Power Point, Excel. Os alunos ficaram orgulhosos de nosso laboratório de informática com 16 computadores e motivados para iniciar o contato com as novidades digitais. Temos 1 ano de participação e as visitas agendadas do laboratório são sempre cercadas de curiosidades, expectativa e muita vontade de aprender nessa nova ferramenta da escola. Estamos com muita vontade de acertar, mas esbarramos com problemas que fogem a nossa competência: manutenção, configuração etc. Nem todos os professores puderam participar dos cursos que são sempre oferecidos pelo Projeto. Tudo é muito novo, os professores se empenham em fazer provas digitadas, os alunos apresentam seus trabalhos com pesquisas na Internet, os projetos da SME são realizados e apresentados com recursos da modernidade. Os TD’s coletivos utilizam os computadores para projeção de gráficos das turmas, reflexão da caminhada do alunado.

DEPOIMENTOS EXTRAS DE ALUNOS DO CURSO REGULAR NOTURNO

Eu fui uma vez só, mas foi muito legal. É muito importante para as cianças no futuro e para nós também. (Alice – 62 anos – 4ª série)

Achei importante porque é bom, as pessoas vão aprendendo a fazer coisas. Eu acho muito importante e muito legal. Muito bom para o povo e para as crianças.

Eu nunca mexi, agora já estou usando e achei ótimo. (Geralda - 42 anos – 3ª série)

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Eu acho muito importante o computador. Eu aprendi muito, eu acho muito legal. (Aparecida – 30 anos – 2ª série)

Achei importante porque não pensei que fosse mexer num computador. (Paulo Fernandes -67 anos -1ª serie)

A sala de informática é útil para todos nós porque a gente aprende coisas novas, aprende a mexer melhor. É importante também para as crianças que estão começando agora. Também achei muito bom e sempre será. (José Francisco – 28 anos – 3ª série)

É bom porque a gente aprende mais. (Cláudio – 42 anos – 2ª série) Eu estou achando muito bom, ótimo, importante e interessante para se divertir, para

distrair e para aprender mais leitura. (Aparecida dos S. Silva -49 anos -3ª série)

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ANEXO 4

FOTOS DO PROJETO PIRAÍ DIGITAL

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MUNICÍPIO DE PIRAÍ NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

• Localização: 84 quilômetros do Rio de Janeiro • Área Total: 505 quilômetros quadrados

• Habitantes: 22.118 (IBGE / 2000)

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Sistema Híbrido com Suporte Wireless – SHSW (sem fio)

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Torre de Transmissão do Piraí Digital

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Rodoviária: acesso ao Piraí Digital

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Toten - Quiosque de Acesso à internet

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Toten – Terminal de acesso a internet

Casa do Futuro – Terminal de acesso a internet e capacitação comunitária

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Biblioteca Pública- “Celeiro das Letras” - Ponto de acesso do Piraí Digital

A criança no ciberespaço

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Colégio Humberto de Alencar Castelo Branco – “Castelinho”

Jardim de Infância Luiz Silveira

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Escola Municipal Nova Esperança

Laboratório de Informática - Escola Municipal Nova Esperança

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Aula no Laboratório de Informática na Escola

Alunos acessando a internet em Laboratório de Informática na escola

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Telecentro de Arrozal

Comunidade no Telecentro de Arrozal

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