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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO SÃO JOSÉ CURSO DE AUTOMAÇÃO DE ESCRITÓRIOS E SECRETARIADO GUSTAVO SILVA NEVES RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO IMPACTO DA LEI PELÉ NA REORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL – FUNCIONAL DO FIGUEIRENSE FUTEBOL CLUBE Área de concentração: Administração Geral São José 2004

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO SÃO JOSÉ

CURSO DE AUTOMAÇÃO DE ESCRITÓRIOS E SECRETARIADO

GUSTAVO SILVA NEVES

RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

IMPACTO DA LEI PELÉ NA REORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL – FUNCIONAL DO FIGUEIRENSE FUTEBOL CLUBE

Área de concentração: Administração Geral

São José 2004

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GUSTAVO SILVA NEVES

IMPACTO DA LEI PELÉ NA REORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL-FUNCIONAL DO FIGUEIRENSE FUTEBOL

CLUBE

Relatório de Conclusão de Estágio apresentado, à banca examinadora de Estágio Supervisionado em Curso de Automação de Escritórios e Secretariado na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação, Campus São José, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Automação de Escritórios e Secretariado.

Orientador: Carlos Alberto Schmitt, Msc. Eng.

São José 2004

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GUSTAVO SILVA NEVES

IMPACTO DA LEI PELÉ NA REORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL-FUNCIONAL DO FIGUEIRENSE FUTEBOL

CLUBE

Este relatório de conclusão de estágio foi julgado adequado para a obtenção do título

de bacharel em Automação de Escritórios e Secretariado e aprovado pelo curso de Automação

de Escritórios e Secretariado da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação São José,

São José (SC).

São José, 30 de julho de 2004

Professora: Marlise There Dias Responsável pelo Estágio

Professora Luciana Merlin BervianCoordenadora de Curso

______________________________

Márcio Di Bernardi Supervisor de Campo

Apresentada à Banca Examinadora formada pelos Professores:

______________________________

Carlos Alberto Schmitt Professor Orientador

______________________________

Felipe Farias de Mônaco Membro de banca

______________________________

Evelize Mara de Souza Gomes Martins Membro de banca

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Dedico este trabalho a todas as pessoas

que colaboraram para que este sonho se

realizasse.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por proporcionar-me forças para superar o momento mais

difícil da minha vida e conseguir concluir este projeto;

Agradeço a minha mãe Márcia, minha irmã Gabriela, meus avós Renato e Zita pelo incentivo,

carinho e amor sempre demonstrados;

Agradeço a minha namorada Mariana pela paciência e compreensão;

Agradeço a minha supervisora de campo Marlise There Dias e o meu supervisor de estágio

Márcio Di Bernardi, pela confiança;

Agradeço ao meu orientador Carlos Alberto Schmitt pela dedicação e confiança.

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“Experiência não é o que acontece com um

homem; é o que um homem faz com o que lhe

acontece”.

Aldous Huxley

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RESUMO O presente trabalho apresenta uma pesquisa descritiva da reorganização estrutural-funcional do Figueirense Futebol Clube, após a criação da Lei Pelé. O Figueirense que é um clube de futebol tradicional de Santa Catarina e está em ascensão no cenário nacional, conseguindo excelentes resultados nos últimos anos. Essa pesquisa serviu para analisar as mudanças ocorridas na estrutura funcional do Figueirense Futebol Clube, após a criação da Lei Pelé. A metodologia utilizada no trabalho foi uma pesquisa qualitativa, e a coleta de dados se deu através de entrevistas aplicadas em alguns membros da diretoria do clube, e os resultados, foram apresentados através das transcrições dessas entrevistas, com comentários a respeito dos resultados obtidos. Foram entrevistados dez diretores, para uma população de quarenta funcionários. Além disso, foi realizada uma pesquisa documental para obtenção dos dados internos da empresa. O objetivo geral desse trabalho foi verificar se as mudanças que foram propostos na citada Lei surtiram ou não o efeito desejado. Como objetivos específicos buscou-se identificar a estrutura funcional do Figueirense antes e depois da criação da Lei Pelé, identificar as mudanças exigidas na estrutura dos clubes com a criação da Lei Pelé, levantar as mudanças ocorridas na estrutura funcional do Figueirense, com a implantação da Lei Pelé e verificar as vantagens e desvantagens dessas mudanças, para o Figueirense Futebol Clube. Procurou-se descrever todos os processos que foram feitos nessa mudança e os resultados obtidos foram os melhores possíveis. Como principal vantagem foi percebida uma maior flexibilidade e rapidez no processo decisório e como principal desvantagem foi percebida a perda do passe dos atletas, além do alto investimento no treinamento dos funcionários que se dedicam oito horas diárias na parte administrativa do clube.

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ABSTRACT This work presents a research of the Figueirense Football Club structural-functional reorganization, after the creation of the Pelé Law. Figueirense is a Santa Catarina state traditional football club, and is in ascension in the national scenery, getting excelent results in the last years. This research was useful to analyze the changes in the functional structure of Figueirense Football Clube, after the creation of the Pelé Law. The used methodology in this work was a qualitative research, and the data collect was done through interviews with some members of the club direction, and the results, were presented through its transcriptions, with commentaries over the results. Were interviewed ten directors, in a population of forty employees. Beyond that, a documental research was done for internal company data acquisition. The primary objective of this work was to verify if the changes proposed in the quoted law, caused the desired effect or not. As specific objectives, this work seek to identify the Figueirense’s functional structure before and after the Pelé law creation, identify the demanded changes in the clubs structure with the creation of the Pelé law, to pick up the changes occurred on the Figueirense’s functional structure, with the implantation of the Pelé law and verify the advantages and disadvantages of this changes, for the Figueirense football club. It was searched to describe all the processes made in this change and the obtained results were the best possible. As major advantage was noticed a bigger flexibility and quickness on the decisive process and as major disadvantage was noticed the loss of the player’s pass, beyond the high investment in the employees training that dedicates eight daily hours on the managerial part of the club.

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Tipos de Organização......................................................................................................23

Tabela 2 - Tipos de Organização......................................................................................................23

Tabela 3 - Principais Mudanças da Lei Pelé.....................................................................................52

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Casa de Fundação ............................................................................................................40

Figura 2 - Equipe de 1924 ................................................................................................................41

Figura 3 - Centro de Treinamento ....................................................................................................44

Figura 4 - Estádio Orlando Scarpelli ................................................................................................45

Figura 5 - Antigo Organograma do Clube........................................................................................48

Figura 6 - Novo Organograma do Clube..........................................................................................50

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LISTA DE ABREVIATURAS

CBF – Confederação Brasileira de Futebol

AFA – Associação dos Formandos em Administração

ASFIG – Associação dos Torcedores do Figueirense

IAFB - Instituto de Assistência ao Futebol Brasileiro

CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA........................................................................................................................4 AGRADECIMENTOS .............................................................................................................5 EPIGRAFE................................................................................................................................6 RESUMO...................................................................................................................................7 ABSTRACT ..............................................................................................................................8 LISTAS DE TABELAS............................................................................................................9 LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................10 LISTA DE ABREVIATURAS...............................................................................................11 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................14 1.1 Apresentação do Tema e do Problema ...............................................................................14 1.2 Objetivos.............................................................................................................................15

1.2.1 Objetivo Geral........................................................................................................15 1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................15

1.3 Justificativa.........................................................................................................................15 2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS ........................................................................................17 2.1 Organização........................................................................................................................17

2.1.1 Organização Formal e Informal............................................................................17 2.1.2 Tipos de Estrutura Organizacional .......................................................................18 2.1.2.1 Estrutura Linear ....................................................................................................19 2.1.2.2 Estrutura Funcional ..............................................................................................19 2.1.2.3 Estrutura Linha - Staff ..........................................................................................20 2.1.2.4 Estrutura Tipo Comissão ou Colegiada ................................................................21 2.1.3 Tipos de Organização ...........................................................................................23 2.1.3.1 Organizações de Interesses Comerciais................................................................24 2.1.3.2 Sociedades Civis...................................................................................................24

2.2 Administração.....................................................................................................................24 2.3 Modelos de Gestão .............................................................................................................27

2.3.1 Abordagem Contingencial ......................................................................................28 2.3.2 Administração por Objetivos ..................................................................................28 2.3.3 Administração Estratégica ......................................................................................29 2.3.4 Administração Participativa....................................................................................29

2.4 Terceirização ......................................................................................................................30 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ..................................................................................32 3.1 Caracterização da Pesquisa.................................................................................................32 3.2 População e Amostra ..........................................................................................................33 3.3 Coleta de Dados..................................................................................................................34

3.3.1 Entrevista ...............................................................................................................34 3.4 Análise dos Dados ..............................................................................................................35 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS..............................................................39 4.1 Caracterização da Organização: Figueirense Futebol Clube .............................................39

4.1.2 Memorial................................................................................................................43 4.1.3 Arquivo Histórico ..................................................................................................43 4.1.4 Centro de Treinamento ..........................................................................................44

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4.1.5 Estádio Orlando Scarpelli ......................................................................................45 4.1.6 Associação dos Torcedores do Figueirense (ASFIG)............................................46 4.1.7 Figueirense Participações e Gestão Desportiva LTDA .........................................46

4.2 Resultados da Pesquisa.......................................................................................................46 4.2.1 Análise dos Resultados da Entrevista.......................................................................47 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................................57 6 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................59 APÊNDICE - ROTEIRO DA ENTREVISTA .....................................................................61 ANEXOS .................................................................................................................................62 ANEXO A - LEI PELÉ ............................................................................................................63 ANEXO B - SÍMBOLOS DO CLUBE ..................................................................................101

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do Tema e do Problema

A partir da década de 80, o esporte profissional, principalmente o futebol, deixou de

ser uma atividade com mera conotação de paixão clubística, para se transformar em

espetáculo, passando a constituir peça fundamental da indústria do entretenimento,

movimentando grandes somas de recursos.

Pela sua importância no cenário nacional e em razão dos vários escândalos já

ocorridos no futebol brasileiro, em 24/03/1998, passou a vigorar, em todo o território

nacional, a nova "Lei Geral sobre Desportos", a Lei n.º 9.615/98, que, por ter sido elaborada e

aprovada pelo Congresso Nacional durante o período em que o Sr. Edson Arantes do

Nascimento ocupava o Ministério Extraordinário dos Esportes, acabou ganhando a alcunha de

"Lei Pelé".

Nos seus noventa e seis artigos, a Lei Pelé trouxe uma série de novas disposições, para

a atividade esportiva profissional, regulada por normas nacionais e internacionais e pelas

regras aceitas pelas respectivas entidades de administração e de prática desportiva de cada

modalidade.

Durante os dois primeiros anos, a Medida Provisória foi reeditada diversas vezes, até

que, em 14/07/2000, o Congresso Nacional, adotando parecer do Senador Maguito Vilela,

publicou a Lei nº 9.981/2000, que está em vigor até o presente momento.

No artigo 27 da citada Lei, ficou definido que os clubes que participam de

competições profissionais ficariam facultados a se transformar em clube-empresa. Ainda que

facultativa, a transformação dos clubes em empresa acabou obtendo excelentes resultados em

vários países.

No Brasil, o Figueirense Futebol Clube, já se adaptou às novas normas, criando a

Figueirense Participações e Gestão Desportiva Ltda., que é integrada por 12 sócios, que detêm

49% das ações do clube, e que nos próximos 20 anos ficarão responsáveis pela saúde

administrativa e financeira do clube. Sendo assim, o Figueirense Futebol Clube continua

sendo um clube, ou seja, uma sociedade civil administrada por uma empresa, a Figueirense

Participações e Gestão Desportiva Ltda.

Com base nesta nova situação, o tema do presente trabalho são as mudanças ocorridas

na estrutura funcional do Figueirense Futebol Clube, com a Lei Pelé. Portanto, pretende-se

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responder a questão de pesquisa:

Qual o impacto da Lei Pelé na estrutura funcional do Figueirense Futebol Clube?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar as mudanças ocorridas na estrutura funcional do Figueirense Futebol Clube,

após a criação da Lei Pelé.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Identificar a estrutura funcional do Figueirense Futebol Clube, antes e depois da Lei

Pelé.

• Identificar as mudanças exigidas na estrutura dos clubes com a criação da Lei Pelé.

• Levantar as mudanças ocorridas na estrutura funcional do Figueirense, com a

implantação da Lei Pelé.

1.3 Justificativa

O esporte no Brasil, principalmente o futebol, apesar dos muitos escândalos já sabidos,

ainda é um dos poucos motivos de orgulho para a nação brasileira. Não somente pelos

resultados expressivos em nível mundial que o futebol assume uma grande importância, mas,

também, pelo grande envolvimento que ele representa no país.

O Brasil conta hoje, com cerca de onze mil jogadores federados, 800 clubes de futebol

e mais de dois mil atletas atuando em todo o mundo. São mais de treze mil times amadores

participando de jogos organizados, trinta milhões de praticantes e mais de 300 estádios, com

mais de cinco milhões de lugares (CBF, 2003).

A CBF vem investindo muito dinheiro no desenvolvimento do futebol no país,

formando e mantendo as Seleções de Futebol Sub-15, Sub-16, Sub-17, Sub-20, Sub-23,

Feminina Sub-19 e Principal, e a Seleção Brasileira Principal. Além disso, desde 1995, a

entidade promove anualmente os Campeonatos de Comunidades Carentes Masculino e

Feminino, cada um com cerca de 1200 atletas. Através do Instituto de Assistência ao Futebol

Brasileiro - IAFB - a entidade mantém escolas de futebol em cerca de 1200 municípios de 23

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estados brasileiros, prestando também assistência social à ex-jogadores profissionais (CBF,

2003).

Não só no Brasil, mas no mundo como um todo, estima-se que o futebol movimenta

US$ 250 bilhões anuais, dos quais o Brasil contribui com US$ 32 bilhões (CBF, 2003). Por

conta dessas grandes somas, muitas empresas passaram a patrocinar campeonatos, times e até

mesmo jogadores. Uma das empresas que investe muito no esporte é a Nike. Em junho de

2003, a empresa fechou um contrato de 1 milhão de dólares com o jogador de futebol ganense

naturalizado americano Freddy Adu, de apenas 14 anos de idade (CBF, 2003).

Fabricantes de materiais esportivos como Nike, Adidas e Reebok, costumam espalhar

olheiros em competições infantis e juvenis para garimpar futuros ídolos. O jogador Kaká, de

21 anos, tem contrato com a Adidas desde os 17 anos, quando ainda era um ilustre

desconhecido (CBF, 2003).

Tendo em vista a sua importância, a manipulação do futebol por meio de pessoas com

outros interesses e, também, os vários escândalos ocorridos no futebol brasileiro, o governo

tomou uma série de medidas, entre elas a criação da Lei Pelé.

Em função destes aspectos justifica-se a importância e relevância de uma pesquisa

sobre as mudanças na estrutura funcional de um clube profissional e tradicional como o

Figueirense Futebol Clube, para verificar se as mudanças com a Lei Pelé surtiram ou não o

efeito desejado.

A escolha por esse tema surgiu da atração que o pesquisador tem pelo esporte,

principalmente o futebol. Esta pesquisa, também servirá como fonte de informação para

alunos, professores e interessados pelo assunto. Além disso, o estudo servirá para outros

clubes que desejam se profissionalizar e se adaptar a Lei Pelé.

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2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

2.1 Organização

A organização é uma forma racional e eficaz de agrupamento social. Ela se propõe a

produzir os melhores resultados possíveis pela combinação dos seus recursos a partir da

coordenação das ações necessárias para realizar seus objetivos.

“A organização cria um poderoso instrumento social que combina seu pessoal com

seus recursos, unindo no mesmo processo dirigentes, especialistas, trabalhadores, máquinas e

matérias - primas”. (CURY, 1995, p.117).

Pode ser entendida como um grupo de pessoas que se reúne para um determinado fim

e que, com o tempo, estabelece um conjunto de padrões comportamentais que caracteriza uma

cultura própria. Segundo Malinowski (apud Cury, 1995, p.118), “a organização é mais do que

um agrupamento de pessoas ou de pequenos grupos”.

Para Chiavenato (1999, p.144),

a organização é uma entidade social porque é constituída por pessoas. É dirigida para objetivos porque é desenhada para alcançar resultados, como gerar lucros (empresas em geral), proporcionar satisfação social (clubes) etc. É deliberadamente estruturada pelo fato que o trabalho é dividido e seu desempenho é atribuído aos membros da organização. Neste sentido, a palavra organização significa qualquer empreendimento humano moldado intencionalmente para atingir determinados objetivos.

Atualmente pode-se afirmar que se vive numa sociedade eminentemente

organizacional. O homem nasce em organizações, cresce, estuda, trabalha, morre e é

enterrado em organizações. Com o passar do tempo, muitos fatores contribuem para que

novas organizações apareçam. “As organizações desenvolvem-se em virtude de mudanças

tecnológicas, leis econômicas e processo de padrões mais elevados de vida”. (CURY, 1995,

p.119).

A organização pode ser caracterizada como formal ou informal, conforme será visto a

seguir.

2.1.1 Organização Formal e Informal

Organização formal é caracterizada por regras e regulamentos formalizados por escrito

e por uma estrutura de posições e hierarquia que ordenam as relações entre os indivíduos ou

órgãos, ou seja, “A organização é um sistema planejado de esforço cooperativo no qual cada

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participante tem um papel definido a desempenhar e deveres e tarefas a executar”. (CURY,

2000, p.116).

Por meio da organização formal, procura-se tirar algumas incertezas e limitações da

situação humana, facilitar a tomada de decisão e assegurar o cumprimento e execução dessas

decisões pelos funcionários envolvidos.

Em contrapartida, a organização informal constitui o resultado da interação espontânea

dos funcionários, é flexível e um pouco menos organizada. Segundo Chester Barnard (apud

Cury, 2000, p.117) “A organização formal é um sistema de atividades ou de forças, de duas

ou mais pessoas, conscientemente coordenadas, enquanto a organização informal é um

agregado de contatos e interações pessoais e os agrupamentos de pessoas associados”. Ou

seja, a organização informal surge pelo agrupamento espontâneo de pessoas em função de um

interesse comum.

“Organização informal concretiza-se nos usos e costumes, nas tradições, nos ideais e

nas normas sociais” (CHIAVENATO, 1999, p.103). Esta afirmação está relacionada com o

senso dos valores e estilos de vida que o homem se esforça por preservar e em defesa dos

quais está disposto a lutar e resistir.

Esses “grupos” informais, geralmente servem para gerar um sentimento de amizade e

interesse, produzir elementos de convivência social, desempenhar funções de defesa e ataque,

entre outras.

Tanto na organização formal quanto na informal, as pessoas que ocupam algum cargo

dentro da empresa, relacionam-se uns com os outros, pois cada indivíduo possui a necessidade

de se comunicar e interagir com todos, como forma de atingir mais facilmente os objetivos

propostos pela empresa.

Um dos aspectos que caracterizam uma organização formal é a existência de relações

formais, normalmente representadas por um organograma.

2.1.2 Tipos de Estrutura Organizacional

Segundo Chiavenato (1999, p.160) “existem diversos tipos de organização, porém,

para se ter uma visão global de alguns deles, não se poderia deixar de citar os tipos

tradicionais, ou seja, linear, funcional, linha-staff e comissão ou colegiada”.

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2.1.2.1 Estrutura Linear

A organização linear é baseada na autoridade linear, onde a autoridade é uma

decorrência do princípio da unidade de comando: significa que cada superior tem autoridade

única e absoluta sobre seus subordinados.

“A organização do tipo linear constitui a forma estrutural mais simples e mais antiga.

Tem sua origem na organização dos antigos exércitos e na organização eclesiástica dos

tempos medievais” (CHIAVENATO, 1999, p.160). A organização linear ou estrutura linear

evidencia que entre o superior e seus subordinados existem linhas diretas e únicas de

autoridade e de responsabilidade.

Para Cury (1995, p.238), a organização linear “é um tipo de estrutura baseado na organização dos antigos exércitos, tendo as seguintes características”:

• direção singular;

• não valorizar a especialização;

• a chefia é fonte exclusiva da autoridade;

• as ordens seguem pela via hierárquica;

• cada empregado recebe ordens de um só chefe imediato.

Este tipo de organização é muito comum em pequenas e médias empresas. É

normalmente chamada de pirâmide organizacional, ou seja, a autoridade acontece em linha

vertical, em forma de pirâmide, desde o superior até o inferior.

Como qualquer tipo de organização, a linear, tem suas vantagens e desvantagens. As

vantagens são: a unidade de comando - o executor recebe ordens de um único chefe ou

supervisor, a simplicidade de estruturação - é fácil fazer o esquema da empresa, a estrutura é

funcional, de maneira que seus dirigentes possam ter um número limitado de funções e a

inclusão de assessoria técnica, que visa dar o apoio necessário ao determinado setor. Já a

desvantagem, é a rigidez do modelo piramidal que dificulta a transmissão de informações.

“A estrutura linear, é de larga aplicação nas organizações burocráticas e com alto grau

de formalismo”. (CURY, 1995, p.239).

2.1.2.2 Estrutura Funcional

“A organização funcional é a estrutura organizacional que aplica o princípio funcional ou princípio da especialização das funções”. (CHIAVENATO, 1999, p.163). Conforme o autor neste tipo de organização, as principais características são:

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• autoridade funcional ou dividida – É baseada na especialização. É a autoridade do conhecimento e nada tem de linear, hierarquia ou de comando. Cada subordinado reporta-se a vários superiores, a cada um deles somente nos assuntos da sua especialidade.

• linhas diretas de comunicação – As comunicações entre órgãos ou cargos são efetuadas diretamente, sem necessidade de intermediação. A organização funcional busca rapidez nas organizações.

• descentralização das decisões – As decisões são delegadas aos órgãos ou cargos especializados que possuam conhecimento necessário para implementá-las. Não é a hierarquia, mas a especialidade quem promove as decisões.

• ênfase na especialização – Baseia-se na especialização dos órgãos ou cargos. Cada órgão ou cargo contribui com a sua especialidade para a organização e as responsabilidades são delimitadas de acordo com as especializações. A estrutura funcional, apresenta várias vantagens e desvantagens, que segundo Cury (1995, p.242), são:

Vantagens:

• promoção da especialização e o aperfeiçoamento;

• possibilidade de melhores salários e maiores rendimentos;

• maior facilidade de adaptação das capacidades e aptidões da função;

• promoção da cooperação e o trabalho em equipe;

• é mais econômica a médio e longo prazo;

• torna a organização de produção mais flexível.

Desvantagens:

• difícil aplicação, requerendo maior habilidade gerencial;

• requer maior e mais difícil coordenação;

• difícil manutenção da disciplina;

• divisão de controle;

• dificuldade na formação de chefes administrativos;

• elevado custo.

“Este tipo de estrutura tem larga aplicação em trabalhos de natureza industrial,

especialmente operários de linha de produção ou montagem em grande volume” (CURY,

1995, p.242).

2.1.2.3 Estrutura Linha - Staff

Chiavenato (1999, p.165), destaca que “O tipo de organização linha-staff, é o resultado

da combinação dos tipos de organização linear e funcional, buscando incrementar as

vantagens desses dois tipos de organização e reduzir as suas desvantagens”.

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Segundo o autor “a organização linha-staff há características do tipo linear e do tipo

funcional, reunidas para proporcionar um tipo organizacional mais completo e complexo. É o

tipo de organização mais empregado atualmente” (CHIAVENATO, 1999, p.165).

Os órgãos de linha caracterizam-se pela autoridade linear e pelo princípio escalar,

enquanto os órgãos de staff, ficam responsáveis pela prestação de serviços especializados e de

consultoria técnica, influenciando indiretamente o trabalho dos órgãos de linha por meio de

sugestões, recomendações, consultoria, prestação de serviço como planejamento, controle,

levantamentos, relatórios e outros.

A organização linha-staff apresenta várias vantagens e desvantagens que segundo Cury (1995, p.243) são:

Vantagens:

• facilitar a participação de especialistas em qualquer ponto de linha hierárquica;

• possibilitar melhor controle da quantidade e da qualidade;

• tornar a organização facilmente adaptável as suas necessidades;

• favorecer a execução do trabalho e das unidades de linha;

• utilizar em maior grau a divisão do trabalho;

• promover maior eficiência.

Desvantagens:

• requer hábil coordenação das orientações emanadas do staff;

• as sugestões, às vezes, confundem-se com as ordens ou entram em conflito com estas;

• o staff tende a usurpar a autoridade dos chefes de linha;

• os órgãos da execução reagem contra sugestões de staff.

“Este tipo de estrutura é muito utilizado em organizações de porte médio e em

trabalhos técnicos ou técnico-científicos. Também é de grande aplicação nos níveis

intermediários das organizações de grande complexidade” (CURY, 1995, p. 244).

2.1.2.4 Estrutura Tipo Comissão ou Colegiada

Para Cury (1995, p.244),

na chefia colegiada, não mais existe um grande chefe tomando as decisões políticas e estratégicas da empresa, mas uma pluralidade de membros, de diferentes profissões, dividindo as responsabilidades, competindo a esse grupo o poder decisório maior.

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Neste tipo de organização, prevalece à vontade da maioria, seja conselheiros ou

diretores. “A legislação brasileira permite que as sociedades anônimas optem pela gerência da

empresa em um único órgão colegiado, a diretoria, ou pelo sistema de gerência duplo, ou seja,

o conselho de administração e a diretoria executiva. Neste caso o primeiro tem um caráter

mais político e normativo e o segundo tem a responsabilidade de executar as políticas e

diretrizes gerais traçadas pelo conselho de administração”. (CURY, 1995).

A estrutura com a existência de conselho de administração, utilizada pelas grandes

empresas ficou desmoralizada no Brasil, principalmente, em função da forma com que foi

utilizada nas grandes estatais, onde o conselho de administração, salvo raras exceções, era

apenas um oásis onde se instalavam pessoas que não tinham nenhum compromisso com o

futuro da empresa.

A estrutura colegiada ou do tipo comissão, caracteriza-se, segundo Cury (1995, p.245), por:

• direção plural ou colegiada: a tomada de decisão pertence ao grupo;

• a responsabilidade da execução é impessoal;

• poderes restritos dos membros;

• situa-se em nível hierárquico superior;

• as ordens partem de um grupo para cada empregado, mas cada empregado só tem um chefe imediato;

• denominações características: junta, comissão, conselho, tribunal, diretoria.

São algumas vantagens desta estrutura, segundo Cury (1995, p.245):

• facilitar a participação de especialistas;

• julgamento impessoal;

• pontos de vistas mais gerais;

São algumas desvantagens desta estrutura, segundo Cury (1995, p.245):

• fraqueza na direção de operações cotidianas;

• decisões mais demoradas;

• responsabilidade mais diluída.

A estrutura tipo comissão ou colegiada é utilizada em grandes organizações nos níveis

da alta administração; no setor público, na formulação de políticas e orientações, como

conselhos de assessoramento da presidência da república. Pode ser aplicado também em

tribunais. (CURY, 1995).

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2.1.3 Tipos de Organização

Segundo Kunsch (1997, p.116), “as organizações têm que ser vistas sob a ótica de uma

classificação tipológica, devido à complexidade e à variedade de tipos”.

Tipos baseados em sujeição ou cumprimento:

Tabela 1 - Tipos de Organização Tipos de

Organização Controle

predominante

Ingresso e permanência dos

participantes

Envolvimento dos participantes Exemplos

Coercitivas Coercitivo, impõe pena

Coação, força, medo, imposição

Alienatório, face ao temor

Prisões, instituições penais

Utilitárias

Remunerativo

Interesse, vantagem percebida

Calculativo, face ao interesse quanto às vantagens

Empresas em geral

Normativas Ideologia,

consenso ético Convicção, fé,

ideologia, crença Moral e

motivacional Igrejas

universidades, hospitais

Fonte: Etzioni (1974, p.77)

Tipos baseados em beneficiários principais:

Tabela 2 - Tipos de Organização

Tipos de organização Beneficiário principal

Exemplo

Associações de benefícios mútuos

Os próprios participantes Cooperativas, associações de classe, sindicatos, fundos

mútuos, consórcios. Organizações de interesses

comerciais Os proprietários ou acionistas

da organização. Empresas privadas ou sociedades anônimas.

Organizações de serviços Os clientes ou usuários Hospitais, universidades, organizações filantrópicas.

Organizações de estado

O público em geral Organização militar, instituições jurídicas e penais, segurança pública, saneamento

básico, correios. Fonte: Blau e Scott (1970, p. 54)

As organizações ainda podem ser classificadas de acordo com seu tamanho, âmbito e

propriedade:

• tamanho: pequena, média e grande.

• âmbito: nacional, multinacional.

• formas de propriedade: públicas, privadas e sem fins lucrativos.

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2.1.3.1 Organizações de Interesses Comerciais

Segundo Ribeiro (1996, p.114), “a empresa é uma organização de pessoas, que utiliza

capital, destinada a racionalizar a produção de bens e serviços para atender necessidades da

comunidade”.

É um agrupamento humano hierarquizado, que mobiliza meios humanos, materiais e

financeiros para extrair, transformar, transportar, e distribuir produtos ou prestar serviços e

que, atendendo a objetivos definidos por uma direção, faz intervir nos diversos escalões

hierárquicos as motivações do lucro e da utilidade. (RIBEIRO, 1996).

2.1.3.2 Sociedades Civis

As sociedades civis poderão ser constituídas para os mais variados fins e, ainda ter ou

não finalidade lucrativa. Poderão ser simplesmente religiosas, morais, científicas ou literárias.

Existem também as fundações e as associações de utilidade pública. As espécies de

sociedades civis estão elencadas no inciso I do art. 16 do Código Civil. (BORGES,

BEILDECK E VILARDO ASSOCIATED OFFICES, 2003).

É importante frisar, embora uma sociedade civil persiga lucro, a atividade continua

sendo civil, porque é exercida sem interposição entre a produção e o consumo. Entretanto, o

art. 1.364 do Código Civil determina que, no caso de a sociedade civil revestir as formas

estabelecidas nas leis comerciais, deverão obedecer aos preceitos dessa legislação. (BORGES,

BEILDECK E VILARDO ASSOCIATED OFFICES, 2003).

A constituição de sociedade civis com finalidade lucrativa, sob a forma de empresas

de prestação de serviços, mediante a adoção de tipo jurídicos caracterizados e definidos na

legislação mercantil, deve seguir as normas constitutivas ditadas para tais tipos jurídicos Civil

(BORGES, BEILDECK E VILARDO ASSOCIATED OFFICES, 2003).

2.2 Administração

Segundo Chiavenato (1989, p. 4) a administração surgiu em resposta a duas

conseqüências provocada pela revolução industrial, ou seja o crescimento acelerado e

desorganizado das empresas e a necessidade de maior eficiência e produtividade das

empresas.

O termo administração vem do latim, ad (junto de) e ministratio (prestação de

serviço), portanto, administração é uma ação de prestar um serviço. Contemporaneamente,

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administração não é somente relacionado ao governo ou a condução de uma empresa, e sim

todas as atividades que envolvem planejamento, organização, direção e controle.

Para Chiavenato (1997, p. 12):

[...] a tarefa da administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos de maneira mais adequada à situação.

Segundo Stoner e Freeman (1999, p. 6), “(...) a tarefa do administrador é identificar

que técnica poderá, numa situação específica sob circunstâncias específicas e num momento

específico, contribuir melhor para os objetivos da administração”.

Sócrates (470 a.C – 399 a.C.), apud Chiavenato (1997, p.50) “afirmou que a

administração é uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência”.

Existem alguns aspectos em comum nas organizações, mas existe um que é essencial, toda e

qualquer organização é formada de pessoas que a administram e uma depende da outra. As

organizações estão inseridas na nossa vida e é essencial a ela. As empresas servem os

indivíduos que fazem parte de uma sociedade, fornecendo e preservando o conhecimento e

proporcionando carreiras. Segundo Stoner e Freeman (1999, p.5) “a administração já foi

chamada como a arte de fazer coisas através de pessoas”. Até hoje, nenhuma definição para a

administração foi universalmente aceita, pois as definições mudam com o passar do tempo.

Num ambiente globalizado, competitivo e de constante mudanças em que se vive, a

administração tornou-se uma das mais importantes áreas da atividade humana. Segundo

Chiavenato (1997, p. 7) “a tarefa básica da administração é a de fazer as coisas por intermédio

de pessoas”.

Drucker (1970), apud Chiavenato (1997, p. 8) afirma que “não existe países

desenvolvidos e países subdesenvolvidos, mas sim países que sabem administrar a tecnologia

existente e seus recursos disponíveis e potenciais e países que ainda não o sabem. Em outros

termos, existem países administrados e países subadministrados”.

Segundo Stoner e Freeman (1999, p. 5) “administração é o processo de planejar,

organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de

todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos”. Processo é

algo sistemático e todos os administradores participam de alguma forma de processos

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sistemáticos. Entende-se um processo complexo, quando ele é descrito como em séries

separadas.

A administração tem três objetivos: proporcionar eficiência e eficácia com efetividade

às empresas. Este termo efetividade é novo e diz que uma empresa deve ser eficiênte ou eficaz

sempre. A administração interpreta os objetivos da empresa e busca meios para alcançá-los

através da ação administrativa, que compreende o planejamento, organização, direção e

controle.

Seja qual for a posição de um administrador dentro da organização ou o tamanho da

empresa, a função que exerce um administrador é praticamente a mesma, não existe uma

distinção. O administrador que tenha sob sua direção subordinados, só conseguirá alcançar os

objetivos e metas propostas pela empresa com a cooperação de todos, pois todos fazem parte

de um organismo e devem trabalhar juntos para o sucesso da empresa. Portanto, segundo

Chiavenato (1997, p.8) “todos os que obtêm resultados por meio do desempenho dos

subordinados subscrevem basicamente as mesmas funções como administrador”.

O mundo da administração é incerto e desafiador, pois muitas são as mudanças e as

transformações que ocorrem no ambiente, e todas estas mudanças e transformações são muito

ambíguas e incertas. A administração se defronta com problemas diferentes todos os dias,

cada dia é um problema diferente a ser resolvido e cada um com características próprias. A

sociedade está ficando cada vez mais exigente, os clientes estão cada vez mais cônscios de

seus direitos, a concorrência é acirrada e o mercado é competitivo, onde só sobrevivem as

melhores empresas.

Segundo Chiavenato (1989, p. 6) “a administração não é uma ciência exata. Ela não pode se basear em leis rígidas”. Portanto, a administração deve se basear em princípios flexíveis. Ainda segundo Chiavenato (1989, p. 6) “princípios são condições ou normas dentro das quais o processo administrativo deve ser aplicado e desenvolvido”. Os princípios são:

• princípio da divisão do trabalho e da especialização;

• princípio da autoridade e responsabilidade;

• princípio da hierarquia;

• princípio da unidade de comando;

• princípio da amplitude administrativa;

• princípio da definição.

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2.3 Modelos de Gestão

O funcionamento adequado de uma organização implica na existência de um modelo

de gestão definido, o qual deve ser explícito e claro para todos. O objetivo do modelo de

gestão “é apresentar, de forma estruturada e organizada, como ocorre a integração entre os

seus sistemas, com a sua estrutura organizacional e cultura” (RODRIGUEZ e RODRIGUEZ,

2001, p.172). Assim o modelo de gestão pode ser definido como “o corpo de conhecimento,

compreendido como o conjunto de princípios, técnicas e explicações, que orientam a

concepção e o modo de funcionamento de todos os elementos constituintes de uma

organização” (PEREIRA e SANTOS, 2001, p.47).

“Modelo de gestão é uma representação teórica do processo de administrar uma

organização, a fim de garantir a consecução da missão para a qual foi concebida” (BEUREN,

2000, p. 36).

Pereira (1995, p. 57), define modelos de gestão como “um conjunto de conceitos e

práticas que, orientadas por uma filosofia central, permitem a uma organização

operacionalizar todas as suas atividades, seja no seu âmbito interno como externo”.

A gestão de cada empresa é feita por pessoas, que pensam, agem e são, no fundo,

muito diferentes. Assim, as diferentes personalidades têm diferentes impactos na própria

gestão da empresa.

“Observa-se que o modelo de gestão é um subsistema do sistema institucional. Desse

modo, ele é impactado, além da missão, pelas crenças e valores dos proprietários” (BEUREN,

2000, p. 37).

A cultura, o meio social e político, bem como as circunstâncias de aprendizagem e

percurso profissional de cada gestor vai, sem dúvida influenciar a forma de gerir do

funcionário.

Na conceituação de modelo de gestão, devem ser considerados os seus elementos

básicos, aqui sintetizados a partir dos enfoques adotados por Rodriguez e Rodriguez (2001) e

Pereira & Santos (2001):

• pessoas - crenças, valores, atitudes, padrões de comportamento, normas;

• organização - tarefas, estrutura, processos, sistemas formais de fluxo de informações;

• tecnologia;

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• insumos tangíveis e não-tangíveis;

• estratégia - missão, visão, negócios, objetivos, políticas, forma de atuação (levando em

conta o mercado e o ambiente sócio-econômico e político externo).

Rodriguez e Rodrigues (2001, p.172), entendem o modelo de gestão como:

a apresentação de forma estruturada e organizada de como ocorre a integração entre os seus sistemas internos, formais e informais, que fazem com que seja assegurado o atendimento às estratégias de negócio suportadas pelas pessoas dentro de uma Organização formal de poder e sistemas.

Existem vários modelos de gestão que serão abordados na seqüência.

2.3.1 Abordagem Contingencial

“A abordagem contingencial explica que existe uma relação funcional entre as

condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos

objetivos da organização”. (FERREIRA, 2002, p.101).

Nessa abordagem, nada é único nas organizações ou na teoria administrativa, tudo é

relativo.

Segundo Chiavenato (1999, p. 419) a abordagem contingencial

salienta que não se atinge a eficácia organizacional seguindo um único e exclusivo organizacional, ou seja, não existe uma forma única que se seja melhor para organizar no sentido de se alcançar os objetivos variados das organizações dentro de um ambiente variado.

2.3.2 Administração por Objetivos

“A administração por objetivos, defende, basicamente, que a empresa deve se

preocupar menos com os fins e mais com as atividades que são desenvolvidas para atingi-los”

(FERREIRA, 2002, p.107).

Este tipo de gestão, não surgiu para revolucionar, e sim, para adotar alguns princípios

que aprimoram as práticas correntes. É um método muito eficaz em relação à avaliação de

resultados.

"A administração por objetivos surgiu como método de avaliação de controle sobre o

desempenho de áreas e organizações em crescimento rápido. Inicialmente constituiu-se em

um critério financeiro de avaliação e de controle" (CHIAVENATO, 1993, p. 361).

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2.3.3 Administração Estratégica

A administração estratégica não constitui apenas uma metodologia, mas uma forma de

“gerenciar um negócio, visando garantir sua viabilidade e continuidade sustentada no futuro

através da flexibilidade para se ajustar às mudanças na arena competitiva” (ANGELO e

ARMOND, 2001, p. 6).

Compreende: análise dos ambientes externo e interno, definição de missão e objetivos

gerais, formulação de estratégias, desenvolvimento do controle estratégico.

Segundo Ferreira (2002, p.118),

a administração estratégica surge então com uma evolução das idéias iniciais do planejamento empresarial, buscando considerar a variabilidade de todos os elementos envolvidos no processo: a configuração interna da empresa, as condições ambientais e as relações que se estabelecem entre a empresa e o ambiente, em seus diferentes campos (econômico, social, política, cultural e etc.).

A administração estratégica é a forma mais moderna de utilização da gestão

estratégica, sendo resultado da experiência que vem sendo vivida pelas organizações com o

uso dos princípios e valores da gestão estratégica nos últimos vinte anos, para lidar com

ambientes externos cada vez mais turbulentos e descontínuos. Trata-se de um procedimento

administrativo sistemático que permite as organizações se posicionarem em relação ao seu

meio ambiente, de forma a lhes assegurar sucesso contínuo e a torná-las livres de surpresas.

Duas das principais características da administração estratégica são, portanto: a

preocupação com o ambiente externo desenvolvendo capacitações que permitam melhor

entendê-lo tanto no presente, quanto em suas possíveis evoluções no futuro; a preocupação

com a visão de longo prazo, essencial para construir o futuro da organização, preparando-a

para as mudanças ou nelas influindo.

2.3.4 Administração Participativa

Segundo Plunkett (1991, p.74),

a administração participativa é uma filosofia que exige que o processo organizacional de tomadas de decisões seja feito de forma que os recursos e responsabilidades necessários sejam estendidos até o nível hierárquico mais apropriado. O propósito da administração participativa é assegurar que decisões efetivas sejam feitas pelas pessoas certas.

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A administração participativa não é apenas consulta de cima para baixo. Demanda o

real desempenho de todos os envolvidos. O envolvimento das pessoas na tomada de decisão

reverte em alto desempenho profissional, satisfação pessoal e aumento de produtividade.

Segundo Maximiano (1995, p.19),

a administração participativa é uma filosofia ou política de administração de pessoas, que valoriza sua capacidade de tomar decisões e resolver problemas. A administração participativa aprimora a satisfação e a motivação no trabalho. A administração participativa contribui para o melhor desempenho e a competitividade das organizações.

A administração participativa deve estar voltada para as exigências do seu próprio

crescimento, do crescimento da equipe, da organização e da comunidade buscando o

autodesenvolvimento, o desenvolvimento da equipe, o desenvolvimento organizacional e o

desenvolvimento social.

Segundo Chiavenato (1997, p. 62), a administração participativa:

constitui uma forma de administração onde as pessoas tenham reais possibilidades de participar, com liberdade de questionar, discutir, sugerir, modificar, alterar, questionar uma decisão, um projeto ou uma simples proposta. Isso não significa destruir ou anular os centros de poder, pois a administração participativa é compatível com a hierarquia.

2.4 Terceirização

A terceirização originou-se nos Estados Unidos, logo após a eclosão da II Guerra

Mundial, pois as indústrias bélicas tinham que se concentrar no desenvolvimento da produção

de armamentos e passaram a delegar algumas atividades a empresas prestadoras de serviços.

Alguns seguimentos no Brasil, como a indústria têxtil e a gráfica se utilizaram da contratação

destes serviços. No entanto, atualmente, este mecanismo se dá como uma técnica moderna de

administração e que se baseia num processo de gestão que tem critério de aplicação (início,

meio e fim), uma visão temporal (curto, médio e longo prazo) e uma ótica estratégica,

dimensionada para alcançar objetivos determinados e reconhecidos pela organização. Nesta

nova administração as atenções são dirigidas para o cliente. (AFA Administração, 1998).

As pequenas e médias empresas foram as primeiras a entrar neste novo processo, por

serem as mais ágeis e por terem percebido a necessidade de mudança, conquistando espaço

neste mercado. Mas logo, as grandes organizações começaram a fazer uma reflexão para

continuar no mercado de forma competitiva. (AFA Administração, 1998).

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A primeira tentativa de mudança foi à redução dos níveis hierárquicos, enxugando o

organograma, reduzindo o número de cargos e conseqüentemente agilizando a tomada de

decisões - que não implica, necessariamente, com corte de pessoal. (AFA Administração,

1998).

A partir daí, passou-se a transferir para terceiros a incumbência pela execução das

atividades secundárias. Surge o outsourcing (terceirização), que foi adotada de forma plena

pelas empresas. (AFA Administração, 1998).

No Brasil, a recessão como pano de fundo levou também as empresas a refletirem

sobre sua atuação e ao mesmo tempo demonstrava o outro lado, que era a abertura de novas

empresas, com oportunidade de mão-de-obra, restringindo assim, de certo modo, o impacto

social da recessão e do desemprego. (AFA Administração, 1998).

Terceirização é um processo de gestão pelo qual se repassam algumas atividades para

terceiros - com os quais se estabelece uma relação de parceria - ficando a empresa

concentrada apenas em tarefas essencialmente ligadas ao negócio em que atua. (AFA

Administração, 1998).

É importante salientarmos este processo, pois a atual gestão do Figueirense Futebol

Clube é, em parte, um serviço terceirizado prestado pela empresa Figueirense Participações e

Gestão Desportiva LTDA. Esta, por sua vez, cuida exclusivamente da parte administrativa,

deixando a parte esportiva para o Figueirense Futebol Clube. Além disso, o Figueirense

Futebol Clube terceirizou o serviço de limpeza e a vigilância no seu estádio, em contrato

firmado com a empresa Orcali que é responsável pela vigilância 24hs por dia no seu estádio, e

também faz a limpeza do mesmo todos os dias incluindo quando há jogos.

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3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Uma vez definido o problema de pesquisa, é necessário que sejam caracterizadas as

formas de elaboração da pesquisa.

3.1 Caracterização da Pesquisa

Para cada situação e projeto, há um modo mais apropriado para conduzir a pesquisa.

Basta identificar quais são os objetivos do estudo, de modo que se possa alcançar com mais

eficiência, os resultados desejados.

Para atingir os objetivos propostos no trabalho, optou-se por utilizar uma pesquisa

qualitativa do tipo descritiva. Segundo Richardson (1999, p. 90) “descritiva pode ser

caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e

características situacionais apresentadas pelos entrevistadores, em lugar da produção de

medidas quantitativas de características ou comportamentos”.

Descrever significa identificar, relatar, comparar etc. Assim, a pesquisa descritiva tem

como objetivo informar o pesquisador sobre situações, fatos, opiniões ou comportamentos que

têm lugar na população analisada.

“Descritiva tem como propósito, descrever as características de grupos, estimar a

proporção de elementos da população específica que tenham determinadas características ou

comportamentos, descobrir ou verificar a existência de relação entre variáveis” (MATTAR,

1996, p.86).

Para este tipo de pesquisa o material usado foi simples, pois o essencial é que tivesse

um questionário impresso, para que servisse de roteiro na entrevista, um gravador, um

computador para formalizar e imprimir os dados pesquisados.

Como método de pesquisa, o estudo de caso é o que se adapta melhor a pesquisa

realizada, porque segundo Gil (1996, p.79):

fundamenta-se na idéia de que a análise de uma unidade de determinado universo possibilita a compreensão da generalidade do mesmo ou, pelo menos, o estabelecimento de base para uma investigação posterior, mais sistemática e precisa.

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3.2 População e Amostra

População é, “um conjunto de elementos passíveis de serem mensurados, com respeito

as variáveis que se pretende levantar”. (BARBETTA, 1999, p.37). A população pode ser

formada por pessoas, famílias, estabelecimentos industriais, ou qualquer outro tipo de

elementos, dependendo dos objetivos da pesquisa.

A amostra é naturalmente usada em nossa vida diária. Uma amostra nada mais é, do

que o conjunto de dados ou observações, recolhidos a partir de um subconjunto da população,

que se estuda com o objetivo de tirar conclusões para a população de onde foi recolhida.

Nas pesquisas científicas, em que se quer conhecer algumas características de uma

população, também é muito comum se observar apenas uma amostra de seus elementos e, a

partir dos resultados dessa amostra, obter valores aproximados, ou estimativas, para as

características populacionais de interesse.

A população estudada foi composta por todos os funcionários da parte administrativa

do Figueirense Futebol Clube. Sendo assim, este número foi de 40 funcionários. A amostra foi

formada por alguns membros da parte administrativa do Figueirense futebol clube. Neste caso

o tamanho da amostra foi de 10 funcionários, sendo um de cada setor da parte administrativa.

Para a amostra foram considerados todos os setores administrativos, com os seus

diretores. No caso do acesso a algum desses diretores ser impossibilitado por motivos de força

maior, os dados seriam coletados através de seus assistentes.

Para essa pesquisa, o tipo de amostra escolhida foi a não probabilística do tipo

intencional, pois as pessoas entrevistadas, foram escolhidas por critério de cargos que ocupam

dentro do clube.

A amostra não probabilística (sujeitos escolhidos por determinados critérios), é

dividida em amostra acidental, e amostra intencional ou de seleção racional. (RICHARDSON,

1999, p. 160).

Para Richardson (1999, p.160) amostra acidental “é um subconjunto da população

formado pelos elementos que se pôde obter, porém sem nenhuma segurança de que

constituam uma amostra exaustiva de todos os possíveis subconjuntos do universo”.

Segundo Richardson (1999, p.161), na amostra intencional ou de seleção racional

os elementos que formam a amostra relacionam-se intencionalmente de acordo com certas características estabelecidas no plano e nas hipóteses

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formuladas pelo pesquisador. Se o plano possuir características que definam a população, é necessário assegurar a presença do sujeito-tipo. Desse modo, a amostra intencional apresenta-se como representativa do universo. Entende-se por sujeitos- tipo aqueles que representam as características típicas de todos os integrantes que pertencem a cada uma das partes da população.

3.3 Coleta de Dados

Os dados primários, coletados com o propósito de atender as necessidades específicas

da pesquisa em andamento, foram levantados através de entrevistas, depoimentos pessoais e

observação direta.

Os dados secundários foram levantados através de análise de documentos, como

revistas, jornais, livros, documentos internos do clube.

3.3.1 Entrevista

A entrevista é uma das técnicas mais utilizada na coleta de dados, pois permite que se

obtenha informações acerca do que as pessoas pensam, sentem, pretendem fazer e sabem.

“Pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se apresenta frente

ao investigado e lhe fórmula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam

a investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social”. (GIL, 1995, p.113).

“A entrevista é uma técnica importante que permite o desenvolvimento de uma estreita

relação entre as pessoas. É um modo de comunicação no qual determinada informação é

transmitida de uma pessoa A para uma pessoa B”. (RICHARDSON, 1999, p.207).

Para Gil (1995, p.114), as principais vantagens da entrevista são:

• possibilita a obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida social;

• é uma técnica muito eficiente para a obtenção de dados em profundidade acerca do comportamento humano;

• os dados obtidos são suscetíveis de classificação e de quantificação.

As limitações, segundo Gil (1995, p.114) são:

• a falta de motivação do entrevistado, para responder as perguntas que lhe são feitas;

• a inadequada compreensão do significado das perguntas;

• o fornecimento de respostas falsas, determinadas por razões conscientes ou inconscientes;

• os custos com o treinamento de pessoal e a aplicação das entrevistas.

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“A entrevista não estruturada, em vez de responder a pergunta por meio de diversas

alternativas pré-formuladas, visa obter do entrevistado o que ele considera os aspectos mais

relevantes de determinado problema: as suas descrições de uma situação em estudo”.

(RICHARDSON, 1999, p.208).

Este tipo de entrevista, não é muito objetiva, mas agrega maior quantidade de

informações e mais detalhamento da situação descrita pelo entrevistado. Ela procura saber o

quê, como e o por quê de determinado assunto.

“Por meio de uma conversação guiada, pretende-se obter informações detalhadas que

possam ser utilizadas em uma análise qualitativa”. (RICHARDSON, 1999, p. 208).

3.4 Análise dos Dados

A análise dos dados foi feita por meio da transcrição das anotações colhidas durante a

observação direta dentro do clube, depoimentos de funcionários, gravações obtidas durante as

entrevistas com diretores, além de informações que foram obtidas com pesquisas

bibliográficas, ou seja, jornais, revistas e documentos do clube.

Primeiramente foi levantado todo o histórico de documentos, jornais e revistas do

acervo particular do pesquisador. Posteriormente, iniciou-se um processo de estágio no clube

com a supervisão do Gerente Administrativo Márcio Di Bernardi. Neste período ocorreram as

observações diretas, depoimentos dos funcionários e entrevistas com os diretores, além do

acesso ao acervo histórico do clube.

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 Caracterização da Organização: Figueirense Futebol Clube

A história do Figueirense Futebol Clube começa no início dos anos 20 um jovem

desportista, entusiasta do remo e do futebol, passou a propagar entre seus amigos e demais

simpatizantes do futebol, a idéia de criação de um novo clube de futebol na capital dos

catarinenses, justamente no momento em que o futebol de Florianópolis e região se

apresentava em declínio, com o desaparecimento de algumas agremiações. Jorge Albino

Ramos foi o mentor de uma idéia que verdadeiramente logrou êxito. (Figueirense Futebol

Clube, 2003).

Seu primeiro passo foi conquistar a simpatia de seus conterrâneos e igualmente

admiradores do futebol que naquela época já contava com vários clubes no país,

especialmente nas capitais dos principais estados. Seus primeiros parceiros foram Balbino

Felisbino da Silva, Domingos Joaquim Veloso e João Savas Siridakis. (Figueirense Futebol

Clube, 2003).

Ao longo do mês de maio do ano de 1921 em seus encontros dominicais na Praça XV

de Novembro e mesmo durante o bate-papo do dia-a-dia regado ao delicioso cafezinho dos

tradicionais bares do centro de Florianópolis, trocavam idéias sobre o nome da futura

agremiação, suas cores, sede, nomes e cargos para a primeira diretoria. (Figueirense Futebol

Clube, 2003).

No início do mês de junho, João Savas Siridakis, mais conhecido como Janga,

defendia a idéia de que o clube deveria chamar-se Figueirense. Defendia tal nome em razão

de que muitos dos encontros que se realizavam para tratar da fundação da nova agremiação

aconteciam na localidade da Figueira, situada nas imediações das ruas Conselheiro Mafra,

Padre Roma e adjacências, local onde até hoje persiste uma bela e robusta figueira que

certamente também colaborou para a inspiração de Janga. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

Os parceiros da idéia definiram o dia 12 de junho como a data que marcaria a

fundação da nova sociedade esportiva. Foi então, que o Senhor Ulisses Carlos Tolentino,

amigo dos idealizadores, ofereceu sua residência localizada na rua Padre Roma, 27 para a

realização do tão esperado encontro. Imediatamente, trataram de ultimar os preparativos para

a histórica solenidade. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

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Figura 1 - Casa de Fundação

Fonte: Site oficial do FFC

O livro onde seria redigida a ata de fundação foi prontamente providenciado por

Balbino Felisbino da Silva, cabendo a Jorge Ramos, Domingos Veloso e Janga convidarem os

demais participantes do encontro além de, em conjunto com o anfitrião Ulisses Tolentino,

estabelecer o horário das 19 horas para o início da reunião de fundação. No dia 11 de junho,

na barbearia de Jorge Ramos, então situada na esquina das ruas Pedro Ivo com Conselheiro

Mafra, aconteceu uma reunião preparatória destinada à composição da diretoria. Foi quando

uma importante adesão foi consolidada. Tratava-se de João dos Passos Xavier, que tomando

conhecimento do movimento para a fundação de uma equipe de futebol e das pessoas que

lideravam tal intento, prontamente acolheu a idéia. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

O cargo de presidente foi justamente "reservado" a João dos Passos Xavier.

Finalmente chega o tão esperado dia. Por volta das 18:30 horas chegam à residência de

Ulisses Tolentino os primeiros participantes. Exatamente às 19 horas do dia 12 de junho de

1921, um domingo de outono, tem início a reunião de fundação da sociedade que tomou o

nome de FIGUEIRENSE FOOT BOOL CLUB. Coube a Jorge Albino Ramos presidir a

primeira reunião e por aclamação foram escolhidos os seguintes nomes para compor a

primeira diretoria: Presidente - João dos Passos Xavier; Vice-Presidente - Heleodoro Ventura;

1º Secretário - Balbino Felisbino da Silva; 2º Secretário - Jorge Felisbino da Silva; 1º

Tesoureiro - Jorge Albino Ramos; 2º Tesoureiro - Jorge Araújo Figueiredo; Orador - Trajano

Margarida; Guarda Esporte - Higino Ludovico da Silva. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

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Figura 2 - Equipe de 1924

Fonte: Site oficial do FFC

Nos anos 30, lembrados como os anos dourados do alvinegro, ficaram marcados pelo

maior número de títulos conquistados pelo clube em uma única década. Outro fato marcante,

aconteceu exatamente no dia 25 de outubro de 1945 quando o empresário e desportista

Orlando Scarpelli, durante a vigência de seu mandato como presidente do clube, doava

oficialmente ao seu Figueirense, a área de terra onde hoje se encontra construído o estádio que

leva seu nome. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

Em 1947, na administração de Charles Edgar Moritz, o clube instala sua sede

administrativa no centro da Capital, à rua Araújo Figueiredo. Nesse mesmo ano a comissão

pró-construção do estádio, presidida pelo incansável Thomaz Chaves Cabral, dava início aos

trabalhos que ensejavam a construção da praça de esportes do alvinegro. Em setembro de

1948, tiveram início as obras de construção do Estádio do Figueirense F.C. (Figueirense

Futebol Clube, 2003).

Os anos 60 iniciam-se com boas novas. Exatamente no dia 12 de Junho de 1960,

acontecia a inauguração parcial do estádio do Figueirense, com a realização do primeiro jogo

Figueirense 1x1 Clube Atlético Catarinense. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

Os anos 70 ficaram também marcados na gloriosa história do Figueirense. Em 1970,

na administração de José Nilton Szpoganicz, a “figueira” foi incorporada ao distintivo do

clube. Em 1973, o Figueirense conquista a vaga para o campeonato nacional de clubes,

tornando-se o primeiro clube catarinense a representar Santa Catarina em tão cobiçada

competição. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

Também em 1973, o Figueirense, em votação realizada através da imprensa escrita, é

honrosamente escolhido como “O Mais Querido” de Santa Catarina, título este ratificado em

nova votação realizada no ano de 1985. Em 15 de Agosto de 1973, num jogo festivo contra a

equipe do Vitória (BA), são entregues as obras de expansão e melhoramentos do Estádio

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Orlando Scarpelli (arquibancadas metálicas, sistema de iluminação, vestiários). (Figueirense

Futebol Clube, 2003).

Em 1995, quando o Estado de Santa Catarina sedia a primeira competição entre clubes

de futebol no âmbito do Mercosul, o Figueirense conquista seu primeiro título internacional.

Nos anos de 1997 e 1998, durante a administração de José Carlos da Silva, o Figueirense

prepara-se para receber um novo sistema de administração. Surge o exemplar Conselho de

Gestão. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

Em 1999, quando o clube experimenta seu inovador e exitoso modelo de gestão, com

ênfase à reorganização e modernidade administrativa, o alvinegro, na administração de Paulo

Sérgio Gallotti Prisco Paraíso, conquista o título máximo do futebol catarinense. Neste

período, o Figueirense também se fez presente nas principais competições nacionais, tais

como Copa Sul Minas, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. (Figueirense Futebol Clube,

2003).

Desde 1999, o Estádio Orlando Scarpelli vem recebendo constantes melhorias que o

fizeram palco dos principais eventos esportivos realizados em Santa Catarina, entre os quais

amistosos da Seleção Olímpica do Brasil. Também em 1999, a Associação Amigos do

Figueirense – ASFIG, concretiza a aquisição do terreno destinado a implantação do Centro de

Treinamento do Figueirense, localizado no vizinho município de Palhoça, a 20 Km do Estádio

Orlando Scarpelli, em uma belíssima área de aproximadamente 65 mil metros quadrados, aos

pés do imponente Morro do Cambirela. No mês de Junho de 2000, em meio às comemorações

dos 79 anos de fundação do clube, é inaugurada a primeira etapa de obras do CT. (Figueirense

Futebol Clube, 2003).

Em 2000 foi inaugurado oficialmente o Centro de Treinamento, a lojinha do clube e a

capela. Foi criada também a empresa Figueirense Participações e Gestão Desportiva LTDA,

que ficaria responsável pela saúde financeira e administrativa do clube nos próximos 20 anos.

(Figueirense Futebol Clube, 2003).

Em 2001, é inaugurado, no estádio Orlando Scarpelli, o Memorial do clube. No

mesmo ano, o Figueirense seria vice-campeão da Série B do Campeonato Brasileiro,

conseguindo o acesso para disputar a primeira divisão no ano seguinte. (Figueirense Futebol

Clube, 2003).

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4.1.2 Memorial

O Memorial é coordenado pelo, então, Vice-Presidente Norton Boppré e os demais

integrantes de comissão: o jornalista Ariel Bottaro Filho, o historiador Jairo Roberto de

Souza, os colaboradores Fausto Silva Júnior – programador visual do Memorial – e Cristiano

Andjudar – fotógrafo de Figueirense Futebol Clube e responsável pela pesquisa fotográfica.

Ele foi inaugurado no dia 12 de junho de 2001, no estádio Orlando Scarpelli, quando o clube

completou 80 anos e reúne, em seu acervo: fotografias, troféus, uniformes antigos oficiais e

réplicas e documentos diversos. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

A partir da inauguração do Memorial, houve a necessidade de se criar um Arquivo

Histórico do Figueirense Futebol Clube, para conservar a história do clube.

4.1.3 Arquivo Histórico

O Arquivo Histórico, em estágio inicial, criado por iniciativa do Secretário Executivo

do Conselho Deliberativo do Figueirense Futebol Clube, Sr. Jairo Thiesen, funciona como

uma extensão do Memorial. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

A criação do Arquivo Histórico despertou o interesse tanto dos funcionários e

diretores do clube quanto dos torcedores do time que, aos poucos, foram acrescentando

materiais como jornais antigos, camisas usadas em campeonatos passados – algumas

autografadas pelos jogadores – fotografias e outros materiais de valor histórico. (Figueirense

Futebol Clube, 2003).

A organização do arquivo fotográfico, que reunirá desde o primeiro registro

fotográfico – uma fotografia do time de 1924, apenas três anos após a sua fundação – até os

dias atuais, é um dos objetivos principais do clube. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

O Arquivo Histórico possui um acervo de 60 camisas oficiais de décadas anteriores;

55 ingressos eletrônicos até a presente data; aproximadamente 5.000 fotografias para

catalogar e indexar; aproximadamente 600 fitas VHS também para serem classificadas,

catalogadas e indexadas e cinco anos de clipagem de jornais. (Figueirense Futebol Clube,

2003).

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O Arquivo Histórico do Figueirense Futebol Clube, visa, além do resgate de sua

história, a preservação e a conservação de todo o material que representa não somente os

oitenta e um anos do clube, todavia a memória de todos que contribuíram, de alguma forma,

para a existência e continuidade do clube. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

4.1.4 Centro de Treinamento

Figura 3 - Centro de Treinamento

Fonte: Site oficial do FFC

Projeto idealizado e executado pela atual gestão, o Centro de Treinamento (CT) do

Cambirela, localizado no município de Palhoça. O Centro de Treinamento começou a virar

realidade em 13 de outubro de 1999, com a assinatura de contrato entre o conselho de gestão

do clube e a diretoria da Associação dos torcedores do Figueirense (Asfig). Naquela data, foi

formalizada a concessão ao clube. Em regime de comodato, do terreno adquirido pela

entidade. O contrato prevê a concessão da área ao Figueirense pelo prazo de 15 anos, com

possibilidade de renovação pelo mesmo período. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

Inaugurado oficialmente no dia 17 de junho de 2000, o moderno CT tem 2,5 mil

metros quadrados de área construída, além de quatro campos de futebol em tamanho oficial,

um campo específico para treinamento dos goleiros, uma cancha de areia, um núcleo de

convivência e pistas para realização treinamentos específicos com os atletas. Os campos de

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grama foram revestidos com uma grama especial, utilizada nos Estados Unidos para a prática

do golfe, que contribui para um melhor desempenho e reduz possibilidades de contusões. Os

campos estão à disposição dos jogadores do time principal e das categorias de base do

Figueirense. (REVISTA OFICIAL DO FIGUEIRENSE, 2001).

4.1.5 Estádio Orlando Scarpelli

Figura 4 - Estádio Orlando Scarpelli

Fonte: Site Oficial do FFC

O Estádio, que tem capacidade para 21.069 espectadores, está localizado no bairro

mais populoso e de fácil acesso da região metropolitana de Florianópolis. Os bairros

adjacentes ao Estádio, na região continental da cidade (Abraão, Bom Abrigo, Capoeiras,

Coqueiros, Estreito, Itaguaçu) perfazem sozinhos cerca de 12% da população metropolitana.

Somados à população da região central e demais bairros da Ilha de Santa Catarina, distante

apenas 4 Km, assegura uma população circunvizinha de 35% da região metropolitana.

(Figueirense Futebol Clube, 2003).

O Estádio também está estrategicamente localizado a apenas 1 Km do Corpo de

Bombeiros, Batalhão da Polícia Militar e do Hospital de Florianópolis. Desde 1999, o Estádio

Orlando Scarpelli vem sendo constantemente reformado e com novas instalações sendo

agregadas ao patrimônio do Clube. Novos vestiários para as divisões de base, alambrados

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novos, implantação de catracas eletrônicas e cartões indutivos de acesso, pintura das

arquibancadas, novos banheiros, reforma dos bares, dos acessos internos e do sistema de

iluminação, novas casamatas, alojamentos para jogadores das categorias de base, são algumas

das obras efetuadas. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

4.1.6 Associação dos Torcedores do Figueirense (ASFIG)

De uma simples iniciativa de um pequeno grupo de torcedores, nasceu, em 23 de

janeiro de 1996, uma das mais sólidas associações de classe do futebol catarinense. Ela tem o

exclusivo objetivo de engrandecer o patrimônio do clube e participar ativamente de sua

modernização. Ressalta o presidente da entidade, Norton Flores Boppré (REVISTA OFICIAL

DO FIGUEIRENSE, 2001):

além disso, ela também atua como um suporte às iniciativas da administração executiva do Figueirense, sempre com o compromisso de ajuda e respeito, sem interferir no processo de gestão que atualmente é praticado e visto como modelo para inúmeros outros clubes

Foi por iniciativa de seus associados que o Figueirense conseguiu realizar um dos mais

importantes sonhos de sua história: o seu Centro de Treinamento, além da criação do

Memorial do Figueirense Futebol Clube, instalado no estádio Orlando Scarpelli.

4.1.7 Figueirense Participações e Gestão Desportiva LTDA

Foi criada em 18 de setembro de 2000, a empresa Figueirense Participações e Gestão

Desportiva LTDA. A empresa é integrada por 12 sócios, que detêm 49% das ações do clube, e

nos próximos 20 anos ficarão responsáveis pela saúde administrativa e financeira do clube.

(Figueirense Futebol Clube, 2003).

A empresa foi criada, para que o Figueirense Futebol Clube, pudesse se adaptar a Lei

Pelé e tem como seu presidente, o Dr, Paulo Sérgio Gallotti Prisco Paraíso e como vice-

presidente o Dr. Gercino Corrêa da Costa Filho. (Figueirense Futebol Clube, 2003).

4.2 Resultados da Pesquisa

As entrevistas foram realizadas na própria sede do clube, que está situada no estádio

Orlando Scarpelli, na rua Humaitá, 194, no bairro do Estreito. Cada entrevista, levou em

média de 20 a 30 minutos.

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Os entrevistados responderam as questões que lhe foram perguntadas com muita

clareza, objetividade e sempre que necessário complementaram as respostas com outros

assuntos que ajudaram a enriquecer ainda mais a entrevista.

Para melhorar a análise das informações levantadas, as entrevistas, após o

consentimento dos entrevistados, foram gravadas. Além da gravação foram feitas algumas

anotações dos pontos mais importantes.

Foram entrevistados 10 diretores de setores diferenciados abaixo relacionados:

• Presidente do Conselho Deliberativo;

• Presidente do Conselho Fiscal;

• Presidente do Clube;

• Presidente da Figueirense Participações e Gestão Desportiva LTDA;

• Vice-Presidente Financeiro;

• Vice-Presidente de Futebol Profissional;

• Vice-Presidente de Assuntos Jurídicos;

• Gerente de Marketing;

• Assessor de imprensa;

• Gerente Administrativo.

A maior dificuldade encontrada para a realização das entrevistas foi o tempo

disponível dos diretores, haja vista que os mesmos possuiam vários compromissos marcados.

4.2.1 Análise dos resultados da entrevista

Neste item foram discriminadas algumas questões utilizadas no instrumento de coleta

de dados, apresentando as respostas, utilizando como apoio à transcrição das entrevistas.

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1. Estrutura funcional do Figueirense Futebol Clube antes e depois da Lei Pelé.

• Antes

De acordo com o entrevistado 8, o Figueirense Futebol Clube sempre teve uma

estrutura formal de clube, ou seja, um Conselho Deliberativo, um Conselho Fiscal, como

órgão de assessoria, um Conselho Administrativo, com os seus diretores ou vice-presidentes

de cada área. Além disso, ainda existiam os diretores de futebol, financeiro, administrativo, de

patrimônio e mais quantos diretores o presidente achasse necessário ter na sua estrutura.

A seguir o antigo organograma do clube:

Figura 5 - Antigo Organograma do Clube Fonte: Figueirense Futebol Clube

Conselho Administrativo

Conselho Deliberativo

Conselho Fiscal

Vice Presidência Executiva

Assembléia Geral

Diretoria

Financeira

Diretoria de Comunicação

Diretoria de Patrimônio

Diretoria Medicina Esportiva

Diretoria de Futebol

Gerência

de Futebol

Diretoria Administrat

iva

Secretaria

Divisão Serviços Gerais

Diretoria Jurídica

Dpto de Medicina Esportiva

Atletas

Comissão Técnica

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De acordo com o antigo organograma do clube, fica caracterizado que o clube tinha

uma estrutura do tipo linear, ou seja, a autoridade ocorre em linha vertical, em forma de

pirâmide, desde o superior até o inferior.

• Depois

Com a implantação da Lei Pelé e a possível transformação do clube em empresa,

houve uma mudança na estrutura funcional do Figueirense. A nova estrutura adotada passou a

ser uma estrutura com Conselho de Gestão. O Conselho Administrativo deixou de existir e o

Figueirense Futebol Clube passou a ser administrado pelo Conselho de Gestão, que era

naquela época, o embrião do projeto empresa. Dizia-se que todo clube obrigatoriamente teria

que se transformar em empresa.

Segundo o entrevistado 1, “a nova estrutura organizacional do Figueirense Futebol

Clube se identifica com uma gestão moderna e compartilhada, ajustando o clube aos novos

tempos e o preparando para um futuro promissor”.

O organograma atual do clube nos mostra várias modificações. O clube deixou de ser

uma estrutura linear passando para uma estrutura tipo comissão ou colegiada, haja visto que

quem toma as decisões do clube atualmente, é o Conselho Deliberativo, juntamente com a

Figueirense Participações e Gestão Desportiva LTDA.

Neste tipo de estrutura, prevalece à vontade da maioria, seja conselheiros (Conselho

Deliberativo) e diretores (Figueirense Participações).

A seguir, o organograma atual do clube:

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ASSEMBLÉIA GERAL

CONSELHO DELIBERATIVO

FIGUEIRENSE PARTICIPAÇÕES

CONSELHO FISCAL

PRESIDÉNCIA

VP DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS

VP DE MEDICINA ESPORTIVA

VP DE COMUNICAÇÃO

VP DE ESPORTES OLÍMPICOS

VP DE ASSUNTOS JURÍDISCOS

VP DE PATRIMÔNIO

VP DE MARKETING VP FINANCEIRA VP ADMINISTRATIVA VP DE FUTEBOL PROFISSIONAL

VP DE FUTEBOL DE BASE

VP DE EXPANSÃO E PROJETOS

CONSULTOR B2M

GERÊNCIA DE MARKETING

GERÊNCIA ADMINISTRATIVA

LOGÍSTICA

LOJA / MEMORIAL

SERV.. DE ATEND.

AO TORCEDOR

SECRETARIA

TESOURARIA

DIVISÃO DE SERVIÇOS GERAIS

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

SUPERVISÃO

DEPTO. DE MEDICINA ESPORTIVA

DEPTO. DE MEDICINA ESPORTIVA

ATLETAS

DIRETOR TÉCNICO

CONSULTOR BIS

ASSESSORIA DE IMPRENSA

(*) Equipe principal, equipe B, júnior, juvenil e infantil. Figura 6 - Organograma do Clube Fonte: Figueirense Futebol Clube

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2. Quem tem a palavra final nas decisões do clube.

• Antes

De acordo com os entrevistados, normalmente a palavra final era do Conselho

Deliberativo, que delegava ao Conselho de Administração, a gestão do clube. O presidente do

Conselho de Administração, que na época era o Dr. José Carlos da Silva, é que tinha a

responsabilidade de gerir o clube, mas as decisões eram tomadas pelo Conselho Deliberativo,

por serem pessoas sem vínculo financeiro com o clube e estarem no clube por vontade

própria. Muitas vezes esse processo de tomada de decisão demorava muito, justamente por

que essas pessoas não tinham compromisso em ir ao clube todos os dias.

O modelo de gestão que o clube adotava, era a administração estratégica, pois não

constituía apenas uma metodologia, mas sim uma forma de gerenciar um negócio, visando a

garantir sua viabilidade e continuidade sustentada no futuro através da flexibilidade para se

ajustar às mudanças ocorridas.

• Depois

Com a criação do Conselho de Gestão, o clube passou a ter uma estrutura de empresa

com os funcionários se dedicando 8 horas por dia ao clube, permitindo as tomadas de decisões

muito mais rápidas. O clube passou a ser dividido em duas partes, a administrativa (órgão

representativo do clube) e a Figueirense Participações (gerencia o clube).

Segundo o entrevistado 7, “o clube possui múltiplos envolvimentos, as pessoas

múltiplas responsabilidades, situações de difícil administração, que somente o superam com

um grupo gestor unido e dedicado ao bem do clube”.

Agora, quem toma as decisões do clube, é o Conselho Deliberativo em parceria com a

Figueirense Participações.

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3. Mudanças exigidas na estrutura dos clubes com a criação da Lei Pelé

Com relação à transformação do clube em empresa, a Lei suprime a obrigatoriedade

da transformação do clube profissional em empresas prevista na Lei Pelé, transformando-a em

opção facultada às entidades desportivas.

Com relação ao contrato de trabalho do atleta, a Lei Pelé prevê que o atleta

profissional deve submeter-se a um contrato de trabalho, que seguirá as normas gerais da

CLT, mas com limites impostos por cada acordo em particular.

Referente ao passe do atleta, a Lei traz que o profissional e o clube fazem um contrato

de trabalho de no máximo dois anos de duração. Após o término da data contratual, o atleta

poderá transferir-se para outros clubes. A transferência sem o término de acordo entre clube e

esportista, fica por conta dos itens que se referem ao assunto no contrato.

Tabela 3 - Principais Mudanças da Lei Pelé

As Principais Mudanças Como era Como ficou Times Controlados por clubes Controlados por empresa Gestão Amadora Profissional Passe dos atletas

Atleta pertencia ao clube Atleta faz contrato de trabalho

Receita Irregular. Variava de acordo com a venda de atletas e títulos

Regular por causa de licenciamento com as TVs e uso de estádios

De acordo com o entrevistado 4, “a principal mudança ocorrida no clube com a

implantação da Lei Pelé, foi à relação atleta/clube”.

Antes de a referida Lei entrar em vigor, o clube era detentor do passe do atleta, como

se fosse uma mercadoria qualquer. Com a implantação da Lei, o passe dos atletas foi extinto,

para que os clubes não perdessem o investimento feito na formação de atletas.

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4. As mudanças ocorridas na estrutura funcional do Figueirense Futebol Clube

De acordo com o entrevistado 3, em dezembro de 1998 foi dada posse a um conselho

de gestão formado por dez empresários da grande Florianópolis que continuam até hoje na

administração do clube.

O principal objetivo além de ser vitorioso no futebol era iniciar o processo de

profissionalização do clube e mais tarde transformá-lo em empresa. Esse grupo tem um

coordenador geral e vários coordenadores para diversas áreas do clube que são fiscalizados

pelo conselho deliberativo e pelo conselho fiscal.

A estrutura funcional do clube sofreu poucas mudanças porque já havia sendo

realizado um trabalho de adaptação, baseado na Legislação Desportiva, dentro de uma visão

do que poderia acontecer no futuro.

Segundo o entrevistado 1:

o primeiro grande desafio foi mudar a mentalidade do clube. Para isso, criamos um Conselho de Gestão, formado por profissionais de várias áreas, e realizamos um planejamento estratégico para cinco anos. Quando implantamos a gestão profissional em dezembro de 98, encontramos um clube que tinha uma administração informal. Não havia procedimentos e ferramentas administrativas como, por exemplo, um simples organograma. Quando o conselho assumiu, priorizamos quatro ações básicas. A primeira delas foi justamente colocar ordem na casa, ou seja, criar as rotinas administrativas que não existiam. A segunda medida foi sanear as dívidas através de parcerias e negociações. A terceira ação foi recuperar um patrimônio que estava dilapidado. O estádio Orlando Scarpelli passou por uma série de reformas e investimentos. Hoje, o clube também conta com um Centro de Treinamento, em Palhoça, com seis campos profissionais. Por fim, fizemos pesados investimentos no Departamento de Futebol Profissional, e nas divisões de base. Afinal, o “produto” do clube é o seu atleta.

O clube se profissionalizou. Antigamente o Figueirense não se importava muito com a

organização interna. Segundo o entrevistado 2, “os setores administrativo/financeiro,

patrimônio e comunicação/marketing, em ritmo acelerado, se reciclaram e ocuparam espaço”.

Na secretaria, por exemplo, não existiam computadores, documentos importantes eram

guardados dentro de uma sala jogado no meio de muitas outras coisas.

Hoje, a secretaria é moderna e dividida em cinco setores (gerência administrativa,

secretaria, tesouraria, divisão de serviços gerais e administração de materiais). Outro dado

importante que deve ser relatado para mostrar a importância dessa reorganização é na área de

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marketing. Antes das mudanças, realizadas no clube, essa área inexistia, agora, é uma das

áreas mais valorizadas. Para se ter uma idéia, a área de marketing realizou uma campanha

para aumentar o seu número de sócios, que de 319, passou para quase 11.000 associados.

Para o entrevistado 6,

um clube não deve ser administrado apenas com a paixão. Futebol é um bom negócio para quem o administra de maneira profissional. Nenhum investidor do mundo coloca dinheiro em uma máquina desorganizada e pouco confiável. Uma gestão profissional atrai parceria comercial que aposta no sucesso administrativo. Para entender melhor, as receitas dos clubes de futebol têm principalmente três origens: mensalidade dos sócios e a bilheteria dos jogos; patrocínio, franchising, merchandising e outros contratos comerciais e as cotas de transmissão de televisão. A nossa gestão conseguiu aumentar a receita em todas as origens.

Outra mudança no quadro funcional do Figueirense Futebol Clube foi à terceirização

dos serviços de limpeza e vigilância no seu estádio. Para tanto, foi firmado um contrato com a

empresa Orcali que é responsável pela vigilância 24hs por dia no seu estádio, e também faz a

limpeza do mesmo, todos os dias, incluindo os dias em que há jogos. Esta mudança foi

importante, pois transferindo a responsabilidade para empresas especializadas nesses serviços,

o Figueirense Futebol Clube consegue concentrar atenções somente para a sua atividade

principal, o futebol, com isso todos os setores do clube têm um padrão de qualidade, além de

contribuir para uma redução de custos e despesas do clube.

O Departamento de Administração do Figueirense Futebol Clube fiscaliza a ação dos

terceirizados através de reuniões semanais realizadas junto com o supervisor dos funcionários

da empresa que presta serviços ao clube, no caso a Orcali, e diariamente através do controle

feito pelo clube sobre os funcionários terceirizados.

Segundo o entrevistado 10,

o clube obteve um avanço fantástico em todas as suas áreas de atuação, sem precedentes na história do futebol de nosso estado. A profissionalização e a visão de futuro, com certeza pavimentaram este caminho de crescimento exitoso e modelar.

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5. Vantagens e desvantagens das mudanças ocorridas na estrutura funcional do

clube

De acordo com o entrevistado 9, a principal vantagem foi que o clube passou a ter

muito mais flexibilidade e rapidez no processo decisório. O clube passou a contar com

executivos no dia a dia do clube. Ao invés de depender da estrutura tradicional de clube, que

os diretores se reuniam todos os dias no final da tarde ou esporadicamente, quando todos

tivessem disponibilidade de tempo, o clube passou a ter uma estrutura administrativa em

tempo integral, ou seja, 8 horas dentro do clube, onde as decisões passaram a ter rapidez e

maior agilidade.

Como desvantagens, pode-se destacar a perda do passe dos atletas, já que com a

implantação da Lei Pelé, os jogadores ficaram detentores do seu próprio passe. Outro fator

percebido foi à necessidade de um grande investimento do clube em treinamento para os

funcionários da área administrativa do clube. Este aspecto pode ser considerado como uma

desvantagem em termos de custos, mas uma vantagem em termos do retorno que este

treinamento trouxe para o desempenho da área administrativa. Além disso, o Figueirense teve

a necessidade de promover um grande investimento na nova estruturação do clube, já que

foram criados vários departamentos como: marketing, financeiro, jurídico, patrimonial, entre

outros.

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6. O papel da Figueirense Participações e Gestão Desportiva LTDA

De acordo com o entrevistado 8, a atual diretoria do clube criou o Conselho de Gestão,

dentro do que estabelecia na época a Lei Pelé, antecipando-se ao prazo estabelecido pela

citada Lei. Após as modificações introduzidas na Lei Pelé, da qual resultou a Lei 9.981/2000,

o Figueirense já se adaptou às novas normas, criando a Figueirense Participações e Gestão

Desportiva Ltda., integrada por 12 sócios, que nos próximos 20 anos ficarão responsáveis pela

saúde administrativa e financeira do clube. Com isso, o Figueirense continua existindo na

condição de sociedade civil, ou seja, não se transforma, como previsto anteriormente, em

clube-empresa.

A Figueirense Participações exerce o papel de gestão do futebol do clube, gestão

administrativa e mercadológica. Além da divulgação da marca e da ajuda na captação de

recursos para serem investidos no clube.

Segundo o entrevistado 6,

a Figueirense Participações emerge como um dos projetos mais arrojados e inovadores desta nova fase do Figueirense. A ela cabe a missão de ampliar o mix de ações do Clube com ênfase aos negócios. Tais ações, certamente contemplarão a inserção do nome e da marca “Figueirense” em outros promissores mercados de âmbito nacional e internacional, especialmente pela atração de potenciais parceiros, tudo isto resultando num novo e mais elevado patamar de atuação do Clube.

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5 CONCLUSÃO

Ficou claro que, com a nova estrutura funcional, o Figueirense Futebol Clube

melhorou o seu desempenho como organização e está conseguindo bons resultados com a sua

equipe de futebol. Foi verificado que o clube deixou de ter uma estrutura amadora, para se

tornar um dos clubes mais bem organizados do país.

Antigamente, os dirigentes freqüentavam o clube de acordo com a sua disponibilidade

de tempo, sem compromisso de horário. Agora, o clube se profissionalizou, montando uma

equipe com funcionários que se dedicam 8 horas diárias em prol do Figueirense. Funcionários

estes, capacitados para desempenhar as funções que lhes foram designadas.

Na sua área funcional, o clube já vinha se adaptando às possíveis mudanças da Lei

Pelé, antes mesmo da citada Lei entrar em vigor, mostrando uma grande capacidade de

percepção e competência.

Foram destinadas áreas reservadas para cada setor administrativo exercer suas funções

com tranqüilidade, coisa que não acontecia na estrutura anterior, onde em apenas uma sala,

funcionava toda a parte administrativa. Onde existia o restaurante do clube, agora estão

instalados todos os departamentos funcionais.

O clube foi totalmente modernizado, com implantação de tecnologias, como:

computadores em todos os setores, ingressos eletrônicos, venda de ingressos pela internet,

entre outros.

Outra mudança significativa na estrutura funcional do Figueirense Futebol Clube foi à

rapidez e eficiência na tomada de decisões dentro da empresa. Como foi visto anteriormente,

o clube demorava dias para que uma decisão importante fosse tomada, em função da

indisponibilidade que os membros do Conselho Deliberativo tinham de ir até o clube, haja

vista, que os mesmos não tinham vínculo algum com o clube. Agora, as decisões são tomadas

com mais rapidez e agilidade, pois os dirigentes são remunerados e dedicam-se

exclusivamente ao clube.

A criação da Figueirense Participações e Gestão Desportiva LTDA favoreceu muito o

crescimento do clube, pois colabora com a captação de recursos, divulgação da marca, além

de gerir administrativamente as atividades que o clube exerce. Integrada por 12 sócios, que

nos próximos 20 anos ficarão responsáveis pela saúde administrativa e financeira do clube, a

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Figueirense Participações e Gestão Desportiva LTDA, contribuiu para que o Figueirense

Futebol Clube continuasse existindo na condição de sociedade civil.

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6 REFERÊNCIAS

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setembro 2003.

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1989.

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Paulo: Makron Books, 1993.

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Janeiro: Campus, 1999.

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FIGUEIRENSE FUTEBOL CLUBE. Site. Santa Catarina, 2003. Disponível em

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GIL, Antônio Carlos, Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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KUNSCH, Margarida Maria Krohling, Relações públicas e modernidade: novos paradigmas

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MAXIMIANO, Antonio César Amaru, Além da hierarquia: Como implantar estratégias

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RIBEIRO, Carlos Reinaldo Mendes, A empresa holística. 5. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1996.

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APÊNDICE - ROTEIRO DA ENTREVISTA

O roteiro da entrevista é um questionário com os tópicos principais dos assuntos que

deverão ser discutidos na entrevista. O modelo de roteiro que será usado para a coleta de

dados, será o que segue abaixo:

1. Com a implantação da Lei Pelé, que mudanças tiveram que ser feitas na

estrutura funcional do clube?

2. Como foi a adaptação do clube com relação às mudanças exigidas na Lei Pelé?

3. Como era a estrutura organizacional do Figueirense Futebol Clube antes da Lei

Pelé?

4. Qual é a estrutura organizacional atual do Figueirense Futebol Clube?

5. Quais foram as principais mudanças ocorridas nessa transição?

6. Quais as vantagens e desvantagens dessas mudanças?

7. Como eram tomadas as decisões dentro do clube, antes da criação da Lei Pelé?

Quem tinha a palavra final?

8. E agora, como são tomadas as decisões?

9. De que forma o conselho contribui nas decisões do clube?

10. Antes da criação da Lei Pelé o conselho também contribuía dessa maneira ou

mudou alguma coisa?

11. Qual o papel que a Figueirense Participações e Gestão Desportiva Ltda. exerce

no clube? Comente a respeito.

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ANEXOS

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ANEXO A - LEI PELÉ

LEI Nº 9.615, DE 24 DE MARÇO DE 1998

Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências

(Alterada pelas leis LEIS Nº 9.940/99, Nº 9.981/2000, Nº 10.264/ 2001 e MED. PROV. Nº 2.123-29, 23.02.2001, MPV No 2.141/ 23.03.2001, MPV 2.193-6/23.08.01, LEI No

10.672/15.5.2003 já inseridas no texto)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES INICIAIS

Art. 1º O desporto brasileiro abrange práticas formais e não-formais e obedece às normas gerais desta Lei, inspirado nos fundamentos constitucionais do Estado Democrático de Direito. § 1º A prática desportiva formal é regulada por normas nacionais e internacionais e pelas regras de prática desportiva de cada modalidade, aceitas pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto. § 2º A prática desportiva não-formal é caracterizada pela liberdade lúdica de seus praticantes.

CAPÍTULO II DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 2º O desporto, como direito individual, tem como base os princípios:

Parágrafo único. A exploração e a gestão do desporto profissional constituem exercício de atividade econômica sujeitando-se, especificamente, à observância dos princípios: (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

I - da transparência financeira e administrativa;

(Redação anterior) - I - da soberania, caracterizado pela supremacia nacional na organização da prática desportiva;

II - da moralidade na gestão desportiva;

(Redação anterior) - II - da autonomia, definido pela faculdade e liberdade de pessoas físicas e jurídicas organizarem-se para a pratica desportiva;

III - da responsabilidade social de seus dirigentes;

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(Redação anterior) - III - da democratização, garantido em condições de acesso às atividades desportivas sem quaisquer distinções ou formas de discriminação;

IV - do tratamento diferenciado em relação ao desporto não profissional; e

(Redação anterior) - IV - da liberdade, expresso pela livre prática do desporto, de acordo com a capacidade e interesse de cada um, associando-se ou não a entidade do setor;

V - da participação na organização desportiva do País." (NR)

(Redação anterior) - V - do direito social, caracterizado pelo dever do Estado em fomentar as práticas desportivas formais e não-formais; (Redação anterior) - VI - da diferenciação, consubstanciado no tratamento específico dado ao desporto profissional e não-profissional; VII - da identidade nacional, refletido na proteção e incentivo às manifestações desportivas de criação nacional; VIII - da educação, voltado para o desenvolvimento integral do homem como ser autônomo e participante, e fomentado por meio da prioridade dos recursos públicos ao desporto educacional; IX da qualidade, assegurado pela valorização dos resultados desportivos, educativos e dos relacionados à cidadania e ao desenvolvimento físico e moral; X - da descentralizarão, consubstanciado na organização e funcionamento harmônicos de sistemas desportivos diferenciados e autônomos para os níveis federal, estadual, distrital e municipal; XI - da segurança, propiciado ao praticante de qualquer modalidade desportiva, quanto a sua integridade física, mental ou sensorial; XII - da eficiência, obtido por meio do estímulo à competência desportiva e administrativa.

CAPÍTULO III DA NATUREZA E DAS FINALIDADES DO DESPORTO

Art. 3º O desporto pode ser reconhecido em qualquer das seguintes manifestações:

I - desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer;

II - desporto de participação, de modo voluntário, compreendendo as modalidades desportivas praticadas com a finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do meio ambiente;

III - desporto de rendimento, praticado segundo normas gerais desta Lei e regras de prática desportiva, nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do País e estas com as de outras nações.

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Parágrafo único. O desporto de rendimento pode ser organizado e praticado: I - de modo profissional, caracterizado pela remuneração pactuada em contrato formal de trabalho entre o atleta e a entidade de prática desportiva;

II - de modo não-profissional, identificado pela liberdade de prática e pela inexistência de contrato de trabalho, sendo permitido o recebimento de incentivos materiais e de patrocínio.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - II - de modo não-profissional, compreendendo o desporto: (revogado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) - a) semiprofissional, expresso em contrato próprio e específico de estágio, com atletas entre quatorze e dezoito anos de idade e pela existência de incentivos materiais que não caracterizem remuneração derivada de contrato de trabalho; (revogado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) - b) amador, identificado pela liberdade de prática e pela inexistência de qualquer forma de remuneração ou de incentivos materiais para atletas de qualquer idade.

CAPÍTULO IV DO SISTEMA BRASILEIRO DO DESPORTO

SEÇÃO I Da composição e dos objetivos

Art. 4º O Sistema Brasileiro do Desporto compreende:

I - o Ministério do Esporte; (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - I - o Ministério do Esporte e Turismo;"(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) (redação original) - I - Gabinete do Ministro de Estado Extraordinário dos Esportes;

II - (Revogado).

(Redação anterior) - II - o Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto - INDESP; (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

III - o Conselho Nacional do Esporte - CNE; (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - III - O Conselho Nacional do Esporte - CNE; (Redação da MPV 2.193-6/23.08.0,1 anterior MPV No 2.141/ 23.03.2001 (Redação anterior) - III - o Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro - CDDB;

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IV - o sistema nacional do desporto e os sistemas de desporto dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, organizados de forma autônoma e em regime de colaboração, integrados por vínculos de natureza técnica específicos de cada modalidade desportiva. § 1º O Sistema Brasileiro do Desporto tem por objetivo garantir a prática desportiva regular e melhorar-lhe o padrão de qualidade.

§ 2o A organização desportiva do País, fundada na liberdade de associação, integra o patrimônio cultural brasileiro e é considerada de elevado interesse social, inclusive para os fins do disposto nos incisos I e III do art. 5o da Lei Complementar no 75, de 20 de maio de 1993." (NR) (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - § 2º A organização desportiva do País, fundada na liberdade de associação, integra o patrimônio cultural brasileiro e é considerada de elevado interesse social.

§ 3º Poderão ser incluídas no Sistema Brasileiro de Desporto as pessoas jurídicas que desenvolvam práticas não-formais, promovam a cultura e as ciências do desporto e formem e aprimorem especialistas.

SEÇÃO II Do Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto - INDESP

Art. 5o (VETADO) - (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

Art. 5º O Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto - INDESP é uma autarquia federal com a finalidade de promover, desenvolver a prática do desporto e exercer outras competências específicas que lhe são atribuídas nesta Lei.

(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)§ 1º O INDESP disporá, em sua estrutura básica, de uma Diretoria integrada por um presidente e quatro diretores, todos nomeados pelo Presidente da República. (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)§ 2º As competências dos órgãos que integram a estrutura regimental do INDESP serão fixadas em decreto.

§ 3º Caberá ao INDESP, ouvido o Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro - CDDB, propor o Plano Nacional de Desporto, observado o disposto no art. 217 da Constituição Federal. § 4º O INDESP expedirá instruções e desenvolverá ações para o cumprimento do disposto no inciso IV do art. 217 da Constituição Federal e elaborará o projeto de fomento da prática desportiva para pessoas portadoras de deficiência.

Art. 6o Constituem recursos do Ministério do Esporte: (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) Art. 6º Constituem recursos do INDESP:

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I - receitas oriundas de concursos de prognósticos previstos em lei; II - adicional de quatro e meio por cento incidente sobre cada bilhete, permitido o arrendamento do seu valor feito nos concursos de prognósticos a que se refere o Decreto-Lei nº 594, de 27 de maio de 1969, e a Lei nº 6.717, de 12 de novembro de 1979, destinado ao cumprimento do disposto no art. 7º; III - doações, legados e patrocínios; IV - prêmios de concursos de prognósticos da Loteria Esportiva Federal, não reclamados; V - outras fontes.

§ 1º O valor do adicional previsto no inciso II deste artigo não será computado no montante da arrecadação das apostas para fins de cálculo de prêmios, rateios, tributos de qualquer natureza ou taxas de administração. § 2º Do adicional de quatro e meio por cento de que trata o inciso II deste artigo, um terço será repassado às Secretarias de Esportes dos Esportes e do Distrito Federal, ou, na inexistência destas, a órgãos que tenham atribuições semelhantes na área do desporto, proporcionalmente ao montante das apostas efetuadas em cada unidade da Federação para aplicação segundo o disposto no art. 7º. § 3º Do montante arrecadado nos termos do § 2º, cinqüenta por cento caberão às Secretarias Estaduais e/ou aos órgãos que as substituam, e cinqüenta por cento serão divididos entre os Municípios de cada Estado, na proporção de sua população. § 4º Trimestralmente, a Caixa Econômica Federal-CEF apresentará balancete ao INDESP, com o resultado da receita proveniente do adicional mencionado neste artigo.

Art. 7o Os recursos do Ministério do Esporte terão a seguinte destinação: (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - Art. 7º Os recursos do INDESP terão a seguinte destinação:

I - desporto educacional; II - desporto de rendimento, nos casos de participação de entidades nacionais de administração do desporto em competições internacionais, bem como as competições brasileiras dos desportos de criação nacional; III - desporto de criação nacional; IV - capacitação de recursos humanos: a) cientistas desportivos; b) professores de educação física; e c) técnicos de desporto; V - apoio a projeto de pesquisa, documentação e informação; VI - construção, ampliação e recuperação de instalações esportivas; VII - apoio supletivo ao sistema de assistência ao atleta profissional com a finalidade de

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promover sua adaptação ao mercado de trabalho quando deixar a atividade; VIII - apoio ao desporto para pessoas portadoras de deficiência. Art. 8º A arrecadação obtida em cada teste da Loteria Esportiva terá a seguinte destinação: I - quarenta e cinco por cento para pagamento dos prêmios, incluindo o valor correspondente ao imposto sobre a renda; II - vinte por cento para a Caixa Econômica Federal - CEF, destinados ao custeio total da administração dos recursos e prognósticos desportivos; III - dez por cento para pagamento, em parcelas iguais, às entidades de práticas desportivas constantes do teste, pelo uso de suas denominações, marcas e símbolos;

IV - quinze por cento para o Ministério do Esporte. (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - IV - quinze por cento para o INDESP.

Parágrafo único. Os dez por cento restantes do total da arrecadação serão destinados à seguridade social. Art. 9º Anualmente, a renda líquida total de um dos testes da Loteria Esportiva Federal será destinada ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB, para treinamento e competições preparatórias das equipes olímpicas nacionais. § 1º Nos anos de realização dos Jogos Olímpicos e dos Jogos pan-americanos, a renda líquida de um segundo teste da Loteria Esportiva Federal será destinada ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB, para o atendimento da participação de delegações nacionais nesses eventos. § 2º Ao Comitê Paraolímpico Brasileiro serão concedidas as rendas líquidas de testes da Loteria Esportiva Federal nas mesmas condições estabelecidas neste artigo para o Comitê Olímpico Brasileiro-COB.

Art. 10. Os recursos financeiros correspondentes às destinações previstas no inciso III do art. 8º e no art. 9º, constituem receitas próprias dos beneficiários que lhes serão entregues diretamente pela Caixa Econômica Federal - CEF, até o décimo dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do fato gerador.

SEÇÃO III Do Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro - CDDB

Art. 11. O CNE é órgão colegiado de normatização, deliberação e assessoramento, diretamente vinculado ao Ministro de Estado do Esporte, cabendo-lhe: (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - Art. 11. O CNE é órgão colegiado de normatização, deliberação e assessoramento, diretamente vinculado ao Ministro de Estado do Esporte e Turismo, cabendo-lhe: (Redação da MPV 2.193-6/23.08.01)

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(Redação anterior) - Art. 11. O Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro - CDDB é órgão colegiado de normatização, deliberação e assessoramento, diretamente vinculado ao Gabinete do Ministro de Estado do Esporte e Turismo, cabendo-lhe:"(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) (redação original) - Art. 11. O Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro - CDDB é órgão colegiado de deliberação e assessoramento, diretamente subordinado ao Gabinete do Ministro de Estado Extraordinário dos Esportes, cabendo-lhe;

I - pela aplicação dos princípios e preceitos desta Lei: II - oferecer subsídios técnicos à elaboração do Plano Nacional do Desporto; III - emitir pareceres e recomendações sobre questões desportivas nacionais;

IV - propor prioridades para o plano de aplicação de recursos do Ministério do Esporte; (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - IV - propor prioridades para o plano de aplicação de recursos do INDESP;

V - exercer outras atribuições previstas na legislação em vigor, relativas a questões de natureza desportiva;(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - V - exercer outras atribuições previstas na legislação em vigor, relativas a questões de natureza desportiva;

VI - aprovar os Códigos de Justiça Desportiva e suas alterações;(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - VI - aprovar os Códigos da Justiça Desportiva;

VII - expedir diretrizes para o controle de substâncias e métodos proibidos na prática desportiva.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - VII - expedir diretrizes para o controle de substâncias e métodos proibidos na prática desportiva.

Parágrafo único. O Ministério do Esporte dará apoio técnico e administrativo ao CNE." (NR) (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - Parágrafo único. O INDESP dará apoio técnico e administrativo ao Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro - CDDB.

Art. 12. (Vetado)

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Art. 12-A. O CNE será composto por vinte e dois membros indicados pelo Ministro do Esporte, que o presidirá.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - Art. 12-A. O CNE terá a seguinte composição: (Redação da MPV 2.193-6/23.08.01)

I - Ministro de Estado do Esporte e Turismo, que o presidirá; II - Secretário Nacional de Esporte do Ministério do Esporte e Turismo; III - Secretário-Executivo do Ministério da Educação; IV - Secretário-Geral das Relações Exteriores do Ministério das Relações Exteriores; V - Secretário-Executivo do Ministério da Justiça; VI - Secretário-Executivo do Ministério do Trabalho e Emprego; VII - Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro; VIII - Presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro; IX - Presidente da Confederação Brasileira de Futebol; X - Presidente do Conselho Federal de Educação Física; XI - Presidente da Comissão Nacional de Atletas; XII - Presidente do Fórum Nacional de Dirigentes Estaduais de Esporte; XIII - três representantes do desporto nacional, indicados pelo Presidente da República; XIV - três representantes indicados pelo Congresso Nacional, sendo um Senador e dois Deputados; e XV - um representante dos clubes de futebol.

(Redação anterior) - Art. 12-A. O Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro - CDDB terá a seguinte composição:(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) "I - o Ministro do Esporte e Turismo;(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) "II - o Presidente do INDESP;" (inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) "III - um representante de entidades de administração do desporto;inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) "IV - dois representantes de entidades de prática desportiva;(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) "V - um representante de atletas;(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) "VI - um representante do Comitê Olímpico Brasileiro - COB;(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) "VII - um representante do Comitê Paraolímpico Brasileiro - CPOB;(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) "VIII - quatro representantes do desporto educacional e de participação indicados pelo Presidente da República;(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) "IX - um representante dos secretários estaduais de

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esporte;(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) "X - três representantes indicados pelo Congresso Nacional, sendo dois deles da maioria e um da minoria.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) "Parágrafo único. Os membros do Conselho e seus suplentes serão indicados na forma da regulamentação desta Lei, para um mandato de dois anos, permitida uma recondução.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

SEÇÃO IV Do Sistema Nacional do Desporto

Art. 13. O Sistema Nacional do Desporto tem por finalidade promover e aprimorar as práticas desportivas de rendimento . Parágrafo único. O Sistema Nacional do Desporto congrega as pessoas físicas e jurídicas de direito privado, com ou sem fins lucrativos, encarregadas da coordenação, administração, normalização, apoio e prática do desporto, bem como as incumbidas da Justiça Desportiva e, especialmente: I - o Comitê Olímpico Brasileiro-COB; II - o Comitê Paraolímpico Brasileiro; III - as entidades nacionais de administração do desporto; IV - as entidades regionais de administração do desporto; V - as ligas regionais e nacionais; VI - as entidades de prática desportiva filiadas ou não àquelas referidas nos incisos anteriores. Art. 14. O Comitê Olímpico Brasileiro-COB e o Comitê Paraolímpico Brasileiro, e as entidades nacionais de administração do desporto que lhes são filiadas ou vinculadas, constituem subsistema específico do Sistema Nacional do Desporto, ao qual se aplicará a prioridade prevista no inciso II do art. 217 da Constituição Federal, desde que seus estatutos obedeçam integralmente à Constituição Federal e às leis vigentes no País. Art. 15. Ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB, entidade jurídica de direito privado, compete representar o País nos eventos olímpicos, pan-americanos e outros de igual natureza, no Comitê Olímpico Internacional e nos movimentos olímpicos internacionais, e fomentar o movimento olímpico no território nacional, em conformidade com as disposições da Constituição Federal, bem como com as disposições estatutárias e regulamentares do Comitê Olímpico Internacional e da Carta Olímpica. § 1º Caberá ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB representar o olimpismo Brasileiro junto aos poderes públicos.

§ 2o É privativo do Comitê Olímpico Brasileiro - COB e do Comitê Paraolímpico Brasileiro - CPOB o uso das bandeiras, lemas, hinos e símbolos olímpicos e paraolímpicos, assim como das denominações "jogos olímpicos", "olimpíadas", "jogos paraolímpicos" e "paraolimpíadas", permitida a utilização destas últimas quando se tratar de eventos vinculados ao desporto educacional e de participação.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

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(redação original) - § 2º É privativo do Comitê Olímpico Brasileiro-COB o uso da bandeira e dos símbolos, lemas e hinos de cada comitê, em território nacional.

§ 3º Ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB são concedidos os direitos e benefícios conferidos em lei às entidades nacionais de administração do desporto. § 4º São vedados o registro e uso para qualquer fim de sinal que integre o símbolo olímpico ou que o contenha, bem como do hino e dos lemas olímpicos, exceto mediante prévia autorização do Comitê Olímpico Brasileiro-COB. § 5º Aplicam-se ao Comitê Paraolímpico Brasileiro, no que couber, as disposições previstas neste artigo.

Art. 16. As entidades de prática desportiva e as entidades nacionais de administração do desporto, bem como as ligas de que trata o art. 20, são pessoas jurídicas de direito privado, com organização e funcionamento autônomo, e terão as competências definidas em seus estatutos. § 1º As entidades nacionais de administração do desporto poderão filiar, nos termos de seus estatutos, entidades regionais de administração e entidades de prática desportiva. § 2º As ligas poderão, a seu critério, filiar-se ou vincular-se a entidades nacionais de administração do desporto, vedado a estas, sob qualquer pretexto, exigir tal filiação ou vinculação. § 3º É facultada a filiação direta de atletas nos termos previstos nos estatutos das respectivas entidades de administração do desporto. Art. 17. (Vetado)

Art. 18. Somente serão beneficiadas com isenções fiscais e repasses de recursos públicos federais da administração direta e indireta, nos termos do inciso do art. 217 da Constituição Federal, as entidades do Sistema Nacional do Desporto que: I - possuírem viabilidade e autonomia financeiras; II - apresentarem manifestação favorável do Comitê Olímpico Brasileiro-COB ou do Comitê Paraolímpico Brasileiro, nos casos de suas filiadas e vinculadas; III - atendam aos demais requisitos estabelecidos em lei; IV - estiverem quites com suas obrigações fiscais e trabalhistas. Parágrafo único. A verificação do cumprimento das exigências contidas nos incisos I a IV deste artigo será de responsabilidade do INDESP." (alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) -Parágrafo único. A verificação do cumprimento da exigência contida no inciso I é de responsabilidade do INDESP, e das contidas nos incisos III e IV, do Ministério Público.

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Art. 19. (Vetado) Art. 20. As entidades de prática desportiva participantes de competições do Sistema Nacional do Desporto poderão organizar ligas regionais ou nacionais. § 1º (Vetado) § 2º As entidades de prática desportiva que organizarem ligas, na forma do caput deste artigo, comunicarão a criação destas às entidades nacionais de administração do desporto das respectivas modalidades. § 3º As ligas integrarão os sistemas das entidades nacionais de administração do desporto que incluírem suas competições nos respectivos calendários anuais de eventos oficiais. § 4º Na hipótese prevista no caput deste artigo, é facultado às entidades de prática desportiva participarem também, de campeonatos nas entidades de administração do desporto a que estiveram filiadas. § 5º É vedada qualquer intervenção das entidades de administração do desporto nas ligas que se mantiverem independentes.

§ 6o As ligas formadas por entidades de prática desportiva envolvidas em competições de atletas profissionais equiparam-se, para fins do cumprimento do disposto nesta Lei, às entidades de administração do desporto.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 7o As entidades nacionais de administração de desporto serão responsáveis pela organização dos calendários anuais de eventos oficiais das respectivas modalidades." (NR)(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003) Art. 21. As entidades de prática desportiva poderão filiar-se, em cada modalidade, à entidade de administração do desporto do Sistema Nacional do Desporto, bem como à correspondente entidade de administração do desporto de um dos sistemas regionais. Art. 22. Os processos eleitorais assegurarão: I - colégio eleitoral constituído de todos os filiados no gozo de seus direitos, admitida a diferenciação de valor dos seus votos; Il - defesa prévia, em caso de impugnação, do direito de participar da eleição; III - eleição convocada mediante editar publicado em órgão da imprensa de grande circulação, por três vezes; IV - sistema de recolhimento dos votos imune a fraude; V - acompanhamento da apuração pelos candidatos e meios de comunicação. Parágrafo único. Na hipótese da adoção de critério diferenciado de valoração dos votos, este não poderá exceder à proporção de um para seis entre o de menor e o de maior valor. Art. 23. Os estatutos das entidades de administração do desporto, elaborados de conformidade com esta Lei, deverão obrigatoriamente regulamentar, no mínimo: I - instituição do Tribunal de Justiça Desportiva, nos termos desta Lei;

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II - inelegibilidade de seus dirigentes para desempenho de cargos e funções eletivas ou de livre nomeação de: a) condenados por crime doloso em sentença definitiva; b) inadimplentes na prestação de contas de recursos públicos em decisão administrativa definitiva; c) inadimplentes na prestação de contas da própria entidade; d) afastados de cargos eletivos ou de confiança de entidade desportiva ou em virtude de gestão patrimonial ou financeira irregular ou temerária da entidade; e) inadimplentes das contribuições previdenciárias e trabalhistas; f) falidos.

Parágrafo único. Independentemente de previsão estatutária é obrigatório o afastamento preventivo e imediato dos dirigentes, eleitos ou nomeados, caso incorram em qualquer das hipóteses do inciso II, assegurado o processo regular e a ampla defesa para a destituição." (NR) (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

Art. 24. As prestações de contas anuais de todas as entidades de administração integrantes do Sistema Nacional do Desporto serão obrigatoriamente submetidas, com parecer dos Conselhos Fiscais, às respectivas assembléias-gerais, para a aprovação final.

Parágrafo único. Todos os integrantes das assembléias-gerais terão acesso irrestrito aos documentos, informações e comprovantes de despesas de contas de que trata este artigo.

SEÇÃO V Dos Sistemas dos Estados, Distrito Federal e Municípios

Art. 25. Os Estados e o Distrito Federal constituirão seus próprios sistemas, respeitadas as normas estabelecidos nesta Lei e a observância do processo eleitoral.

Parágrafo único. Aos Municípios é facultado constituir sistemas próprios, observadas as disposições desta Lei e as contidas na legislação do respectivo Estado.

CAPÍTULO V DA PRÁTICA DESPORTIVA PROFISSIONAL

Art. 26. Atletas e entidades de prática desportiva são livres para organizar a atividade profissional, qualquer que seja sua modalidade, respeitados os termos desta Lei.

Parágrafo único. Considera-se competição profissional para os efeitos desta Lei aquela promovida para obter renda e disputada por atletas profissionais cuja remuneração decorra de contrato de trabalho desportivo." (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

Art. 27. As entidades de prática desportiva participantes de competições profissionais e as entidades de administração de desporto ou ligas em que se organizarem, independentemente da forma jurídica adotada, sujeitam os bens particulares de seus dirigentes ao disposto no art. 50 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, além das sanções e responsabilidades previstas

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no caput do art. 1.017 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, na hipótese de aplicarem créditos ou bens sociais da entidade desportiva em proveito próprio ou de terceiros. (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - Art. 27. É facultado à entidade de prática desportiva participante de competições profissionais:((alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

I - transformar-se em sociedade civil de fins econômicos;((alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

II - transformar-se em sociedade comercial;((alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

III - constituir ou contratar sociedade comercial para administrar suas atividades profissionais.((alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

§ 1o (parágrafo único original) (Revogado)((alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

§ 2o A entidade a que se refere este artigo não poderá utilizar seus bens patrimoniais, desportivos ou sociais para integralizar sua parcela de capital ou oferecê-los como garantia, salvo com a concordância da maioria absoluta da assembléia-geral dos associados e na conformidade do respectivo estatuto.((alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"(Revogado pela MPV No 2.141/ 23.03.2001- MPV 2.193-6/23.08.01) - § 3o Em qualquer das hipóteses previstas no caput deste artigo, a entidade de prática desportiva deverá manter a propriedade de, no mínimo, cinqüenta e um por cento do capital com direito a voto e ter o efetivo poder de gestão da nova sociedade, sob pena de ficar impedida de participar de competições desportivas profissionais.((alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

"(Revogado pela MPV No 2.141/ 23.03.2001- MPV 2.193-6/23.08.01) - § 4o A entidade de prática desportiva somente poderá assinar contrato ou firmar compromisso por dirigente com mandato eletivo.((alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

( redação original ) - Art. 27. As atividades relacionadas a competições de atletas profissionais são privativas de: I - sociedades civis de fins econômicos; II - sociedades comerciais admitidas na legislação em vigor; III - entidades de prática desportiva que constituírem sociedades comercial para administração das atividades de que trata este artigo. Parágrafo único. As entidades de que tratam os incisos I, II e III que infringirem qualquer dispositivo desta Lei terão suas atividades suspensas, enquanto perdurar a violação.

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§ 5o O disposto no art. 23 aplica-se, no que couber, às entidades a que se refere o caput deste artigo.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 6o Sem prejuízo de outros requisitos previstos em lei, as entidades de administração do desporto, as ligas e as entidades de prática desportiva, para obter financiamento com recursos públicos deverão: (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

I - realizar todos os atos necessários para permitir a identificação exata de sua situação financeira; (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

II - apresentar plano de resgate e plano de investimento; (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

III - garantir a independência de seus conselhos de fiscalização e administração, quando houver; (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

IV - adotar modelo profissional e transparente; e (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

V - elaborar e publicar suas demonstrações financeiras na forma definida pela Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, após terem sido auditadas por auditores independentes.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 7o Os recursos do financiamento voltados à implementação do plano de resgate serão utilizados:(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

I - prioritariamente, para quitação de débitos fiscais, previdenciários e trabalhistas; e (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

II - subsidiariamente, para construção ou melhoria de estádio próprio ou de que se utilizam para mando de seus jogos, com a finalidade de atender a critérios de segurança, saúde e bem estar do torcedor.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 8o Na hipótese do inciso II do § 7o, a entidade de prática desportiva deverá apresentar à instituição financiadora o orçamento das obras pretendidas.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 9o É facultado às entidades desportivas profissionais constituírem-se regularmente em sociedade empresária, segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 10. Considera-se entidade desportiva profissional, para fins desta Lei, as entidades de prática desportiva envolvidas em competições de atletas profissionais, as ligas em que se organizarem e as entidades de administração de desporto profissional.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 11. Apenas as entidades desportivas profissionais que se constituírem regularmente em sociedade empresária na forma do § 9o não ficam sujeitas ao regime da sociedade em comum e, em especial, ao disposto no art. 990 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

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§ 12. (VETADO)

§ 13. Para os fins de fiscalização e controle do disposto nesta Lei, as atividades profissionais das entidades de prática desportiva, das entidades de administração de desporto e das ligas desportivas, independentemente da forma jurídica como estas estejam constituídas, equiparam-se às das sociedades empresárias, notadamente para efeitos tributários, fiscais, previdenciários, financeiros, contábeis e administrativos." (NR)(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

Art. 27-A. Nenhuma pessoa física ou jurídica que, direta ou indiretamente, seja detentora de parcela do capital com direito a voto ou, de qualquer forma, participe da administração de qualquer entidade de prática desportiva poderá ter participação simultânea no capital social ou na gestão de outra entidade de prática desportiva disputante da mesma competição profissional.(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

§ 1o É vedado que duas ou mais entidades de prática desportiva disputem a mesma competição profissional das primeiras séries ou divisões das diversas modalidades desportivas quando (inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

a) uma mesma pessoa física ou jurídica, direta ou indiretamente, através de relação contratual, explore, controle ou administre direitos que integrem seus patrimônios; ou,(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

b) uma mesma pessoa física ou jurídica, direta ou indiretamente, seja detentora de parcela do capital com direito a voto ou, de qualquer forma, participe da administração de mais de uma sociedade ou associação que explore, controle ou administre direitos que integrem os seus patrimônios.(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

§ 2o A vedação de que trata este artigo aplica-se:(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

a) ao cônjuge e aos parentes até o segundo grau das pessoas físicas; e (inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

b) às sociedades controladoras, controladas e coligadas das mencionadas pessoas jurídicas, bem como a fundo de investimento, condomínio de investidores ou outra forma assemelhada que resulte na participação concomitante vedada neste artigo.(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

§ 3o Excluem-se da vedação de que trata este artigo os contratos de administração e investimentos em estádios, ginásios e praças desportivas, de patrocínio, de licenciamento de uso de marcas e símbolos, de publicidade e de propaganda, desde que não importem na administração direta ou na co-gestão das atividades desportivas profissionais das entidades de prática desportiva, assim como os contratos individuais ou coletivos que sejam celebrados entre as detentoras de concessão, permissão ou autorização para exploração de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, bem como de televisão por assinatura, e entidades de prática desportiva para fins de transmissão de eventos desportivos.(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

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§ 4o A infringência a este artigo implicará a inabilitação da entidade de prática desportiva para percepção dos benefícios de que trata o art. 18 desta Lei.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - § 4o A infringência a este artigo implicará a inabilitação da entidade de prática desportiva para a percepção dos benefícios de que trata o art. 18, bem como a suspensão prevista no art. 48, IV, enquanto perdurar a transgressão.(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

§ 5o As empresas detentoras de concessão, permissão ou autorização para exploração de serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, bem como de televisão por assinatura, ficam impedidas de patrocinar ou veicular sua própria marca, bem como a de seus canais e dos títulos de seus programas, nos uniformes de competições das entidades desportivas.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - § 5o Ficam as detentoras de concessão, permissão ou autorização para exploração de serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, bem como de televisão por assinatura, impedidas de patrocinar entidades de prática desportiva.(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

§ 6o A violação do disposto no § 5o implicará a eliminação da entidade de prática desportiva que lhe deu causa da competição ou do torneio em que aquela se verificou, sem prejuízo das penalidades que venham a ser aplicadas pela Justiça Desportiva." (NR) (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

Art. 28. A atividade do atleta profissional, de todas as modalidades desportivas, é caracterizada por remuneração pactuada em contrato formal de trabalho firmado com entidade de prática desportiva, pessoa jurídica de direito privado, que deverá conter, obrigatoriamente, cláusula penal para as hipóteses de descumprimento, rompimento ou rescisão unilateral. § 1º Aplicam-se ao atleta profissional as normas gerais da legislação trabalhista e da seguridade social, ressalvadas as peculiaridades expressas nesta Lei ou integrantes do respectivo contrato de trabalho.

§ 2o O vínculo desportivo do atleta com a entidade desportiva contratante tem natureza acessória ao respectivo vínculo trabalhista, dissolvendo-se, para todos os efeitos legais:

I - com o término da vigência do contrato de trabalho desportivo; ou

II - com o pagamento da cláusula penal nos termos do caput deste artigo; ou ainda

III - com a rescisão decorrente do inadimplemento salarial de responsabilidade da entidade desportiva empregadora prevista nesta Lei.

(Redação anterior) - 2º O vínculo desportivo do atleta com a entidade contratante tem natureza acessória ao respectivo vínculo empregatício, dissolvendo-se, para todos os efeitos legais, com o término da vigência do contrato de trabalho,

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salvo na hipótese prevista no § 3º, inciso II, do art. 29 desta Lei. (Redação da MPV 2.193-6/23.08.01)

(Redação anterior) - § 2º O vínculo desportivo do atleta com a entidade contratante tem natureza acessória ao respectivo vínculo empregatício, dissolvendo-se, para todos os efeitos legais, com o término da vigência do contrato de trabalho.

§ 3o O valor da cláusula penal a que se refere o caput deste artigo será livremente estabelecido pelos contratantes até o limite máximo de cem vezes o montante da remuneração anual pactuada (inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

§ 4o Far-se-á redução automática do valor da cláusula penal prevista no caput deste artigo, aplicando-se, para cada ano integralizado do vigente contrato de trabalho desportivo, os seguintes percentuais progressivos e não-cumulativos:

I - dez por cento após o primeiro ano; II - vinte por cento após o segundo ano; III - quarenta por cento após o terceiro ano; IV - oitenta por cento após o quarto ano.

(Redação anterior) - § 4o Em quaisquer das hipóteses previstas no § 3o deste artigo, haverá a redução automática do valor da cláusula penal apurada, aplicando-se, para cada ano integralizado do vigente contrato de trabalho desportivo, os seguintes percentuais progressivos e não-cumulativos:(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) a) dez por cento após o primeiro ano;((inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) b) vinte por cento após o segundo ano;((inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) c) quarenta por cento após o terceiro ano;((inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) d) oitenta por cento após o quarto ano.((inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

§ 5o Quando se tratar de transferência internacional, a cláusula penal não será objeto de qualquer limitação, desde que esteja expresso no respectivo contrato de trabalho desportivo.((inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(Revogado pela MPV No 2.141/ 23.03.2001) - MPV 2.193-6/23.08.01 - § 6o Na hipótese prevista no § 3o, quando se tratar de atletas profissionais que recebam até dez salários mínimos mensais, o montante da cláusula penal fica limitado a dez vezes o valor da remuneração anual pactuada ou a metade do valor restante do contrato, aplicando-se o que for menor.((inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000) (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

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§ 7o É vedada a outorga de poderes mediante instrumento procuratório público ou particular relacionados a vínculo desportivo e uso de imagem de atletas profissionais em prazo superior a um ano." (NR)

Art. 29. A entidade de prática desportiva formadora do atleta terá o direito de assinar com esse, a partir de dezesseis anos de idade, o primeiro contrato de trabalho profissional, cujo prazo não poderá ser superior a cinco anos.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) -Art. 29. A entidade de prática desportiva formadora do atleta terá o direito de assinar com este, a partir de dezesseis anos de idade, o primeiro contrato de trabalho profissional, cujo prazo não poderá ser superior a cinco anos. (Redação da MPV 2.193-6/23.08.01)

(Redação anterior) - Art. 29. A entidade de prática desportiva formadora de atleta terá o direito de assinar com este o primeiro contrato de profissional, cujo prazo não poderá ser superior a dois anos.

§ 2o Para os efeitos do caput deste artigo, exige-se da entidade de prática desportiva formadora que comprove estar o atleta por ela registrado como não-profissional há, pelo menos, dois anos, sendo facultada a cessão deste direito a entidade de prática desportiva, de forma remunerada (inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

§ 3o A entidade de prática desportiva formadora detentora do primeiro contrato de trabalho com o atleta por ela profissionalizado terá o direito de preferência para a primeira renovação deste contrato, cujo prazo não poderá ser superior a dois anos.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - § 3o Apenas a entidade de prática desportiva formadora que, comprovadamente, firmar o primeiro contrato de trabalho com o atleta por ela profissionalizado, terá direito de exigir, do novo empregador, indenização de: (Redação da MPV No 2.141/ 23.03.2001)

3º Apenas a entidade de prática desportiva formadora que, comprovadamente, firmar o primeiro contrato de trabalho com o atleta por ela profissionalizado, terá direito de exigir, do novo empregador, indenização de: (Redação da MPV 2.193-6/23.08.01) I - formação, quando da cessão do atleta durante a vigência do primeiro contrato, que não poderá exceder a duzentas vezes o montante da remuneração anual, vedada a cobrança cumulativa de cláusula penal; (Redação da MPV 2.193-6/23.08.01) II - promoção, quando de nova contratação do atleta, no prazo de seis meses após o término do primeiro contrato, que não poderá exceder a cento e cinqüenta vezes o montante da remuneração anual, desde que a entidade formadora

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permaneça pagando salários ao atleta enquanto não firmado o novo vínculo contratual. (Redação da MPV 2.193-6/23.08.01)

(Redação anterior) "§ 3o A entidade de prática desportiva detentora do primeiro contrato de trabalho com o atleta por ela profissionalizado terá o direito de preferência para a primeira renovação deste contrato.(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

§ 4o O atleta não profissional em formação, maior de quatorze e menor de vinte anos de idade, poderá receber auxílio financeiro da entidade de prática desportiva formadora, sob a forma de bolsa de aprendizagem livremente pactuada mediante contrato formal, sem que seja gerado vínculo empregatício entre as partes.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 5o É assegurado o direito ao ressarcimento dos custos de formação de atleta não profissional menor de vinte anos de idade à entidade de prática de desporto formadora sempre que, sem a expressa anuência dessa, aquele participar de competição desportiva representando outra entidade de prática desportiva.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 6o Os custos de formação serão ressarcidos pela entidade de prática desportiva usufruidora de atleta por ela não formado pelos seguintes valores:(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

I - quinze vezes o valor anual da bolsa de aprendizagem comprovadamente paga na hipótese de o atleta não profissional ser maior de dezesseis e menor de dezessete anos de idade;(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

II - vinte vezes o valor anual da bolsa de aprendizagem comprovadamente paga na hipótese de o atleta não profissional ser maior de dezessete e menor de dezoito anos de idade;(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

III - vinte e cinco vezes o valor anual da bolsa de aprendizagem comprovadamente paga na hipótese de o atleta não profissional ser maior de dezoito e menor de dezenove anos de idade;(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

IV - trinta vezes o valor anual da bolsa de aprendizagem comprovadamente paga na hipótese de o atleta não profissional ser maior de dezenove e menor de vinte anos de idade.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 7o A entidade de prática desportiva formadora para fazer jus ao ressarcimento previsto neste artigo deverá preencher os seguintes requisitos:(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

I - cumprir a exigência constante do § 2o deste artigo;(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

II - comprovar que efetivamente utilizou o atleta em formação em competições oficiais não profissionais;(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

III - propiciar assistência médica, odontológica e psicológica, bem como contratação de seguro de vida e ajuda de custo para transporte;(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

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IV - manter instalações desportivas adequadas, sobretudo em matéria de alimentação, higiene, segurança e salubridade, além de corpo de profissionais especializados em formação técnico-desportiva;(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

V - ajustar o tempo destinado à formação dos atletas aos horários do currículo escolar ou de curso profissionalizante, exigindo o satisfatório aproveitamento escolar." (NR)(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

Art. 30. O contrato de trabalho do atleta profissional terá prazo determinado, com vigência nunca inferior a três meses nem superior a cinco anos.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

Parágrafo único. Não se aplica ao contrato de trabalho do atleta profissional o disposto no art. 445 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 30. O contrato de trabalho do atleta profissional terá prazo determinado, com vigência nunca inferior a três meses.

Art. 31. A entidade de prática desportiva empregadora que estiver com pagamento de salário de atleta profissional em atraso, no todo ou em parte, por período igual ou superior a três meses terá o contrato de trabalho daquele atleta rescindido, ficando o atleta livre para se transferir para qualquer outra agremiação de mesma modalidade, nacional ou internacional e exigir a multa rescisória e os haveres devidos. § 1º São entendidos como salário, para efeitos do previsto no caput, o abono de férias, o décimo terceiro salário, as gratificações, os prêmios e demais verbas inclusas no contrato de trabalho. § 2º A mora contumaz será considerada também pelo não recolhimento do FGTS e das contribuições previdenciárias.

§ 3o Sempre que a rescisão se operar pela aplicação do disposto no caput deste artigo, a multa rescisória a favor do atleta será conhecida pela aplicação do disposto no art. 479 da CLT.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

(Redação anterior) - § 3º Sempre que a rescisão se operar pela aplicação do disposto no caput, a multa rescisória a favor da parte inocente será conhecida pela aplicação do disposto nos arts. 479 e 480 da CLT.

§ 4o (VETADO)" (NR)(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

Art. 32. É lícito ao atleta profissional recusar competir por entidade de prática desportiva quando seus salários, no todo ou em parte, estiverem atrasados em dois ou mais meses;

Art. 33. Cabe à entidade nacional de administração do desporto que registrar o contrato de trabalho profissional fornecer a condição de jogo para as entidades de prática desportiva, mediante a prova de notificação do pedido de rescisão unilateral firmado pelo atleta ou documento do empregador no mesmo sentido, desde que acompanhado da prova de

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pagamento da cláusula penal nos termos do art. 28 desta Lei.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 33. Independentemente de qualquer outro procedimento, entidade nacional de administração do desporto fornecerá condição de jogo ao atleta para outra entidade de prática, nacional ou internacional, mediante a prova da notificação do pedido de rescisão unilateral firmado pelo atleta ou por documento do empregador no mesmo sentido.

Art. 34. São deveres da entidade de prática desportiva empregadora, em especial:(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"I - registrar o contrato de trabalho do atleta profissional na entidade de administração nacional da respectiva modalidade desportiva;(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"II - proporcionar aos atletas profissionais as condições necessárias à participação nas competições desportivas, treinos e outras atividades preparatórias ou instrumentais;((inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"III - submeter os atletas profissionais aos exames médicos e clínicos necessários à prática desportiva.((inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 34. O contrato de trabalho do atleta profissional obedecerá a modelo padrão, constante da regulamentação desta Lei.

Art. 35. São deveres do atleta profissional, em especial:(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"I - participar dos jogos, treinos, estágios e outras sessões preparatórias de competições com a aplicação e dedicação correspondentes às suas condições psicofísicas e técnicas;(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"II - preservar as condições físicas que lhes permitam participar das competições desportivas, submetendo-se aos exames médicos e tratamentos clínicos necessários à prática desportiva;(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"III - exercitar a atividade desportiva profissional de acordo com as regras da respectiva modalidade desportiva e as normas que regem a disciplina e a ética desportivas.inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

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redação original) - Art. 35. A entidade de prática desportiva comunicará em impresso padrão à entidade nacional de administração da modalidade a condição de profissional semi-profissional ou amador do atleta.

Art. 36 - .(revogado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 36. A atividade do atleta semiprofissional é caracterizada pela existência de incentivos materiais que não caracterizem remuneração derivada de contrato de trabalho, pactuado em contrato formal de estágio firmado com entidade de prática desportiva, pessoa jurídica de direito privado, que deverá conter, obrigatoriamente, cláusula penal para as hipóteses de descumprimento, rompimento ou rescisão unilateral. § 1º Estão compreendidos na categoria dos semiprofissionais os atletas com idade entre quatorze e dezoito anos completos. § 2º Só poderão participar de competição entre profissionais os atletas semiprofissionais com idade superior a dezesseis anos. § 3º Ao completar dezoito anos de idade, o atleta semiprofissional deverá ser obrigatoriamente profissionalizado, sob pena de, não o fazendo, voltar à condição de amador, ficando impedido de participar competições entre profissionais. § 4º A entidade de prática detentora do primeiro contrato de trabalho do atleta por ela profissionalizado terá direito de preferência para a primeira renovação deste contrato, sendo facultada a cessão deste direito a terceiros, de forma remunerada ou não. § 5º Do disposto neste artigo estão excluídos os desportos individuais e coletivos olímpicos, exceto o futebol de campo.

Art. 37. .(revogado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 37 - O contrato de estágio do atleta semiprofissional obedecerá a modelo padrão, constante da regulamentação desta Lei.

Art. 38. Qualquer cessão ou transferência de atleta profissional ou não-profissional depende de sua formal e expressa anuência." (alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 38. Qualquer cessão ou transferência de atleta profissional, na vigência do contrato de trabalho, depende de formal e expressa anuência deste, e será isenta de qualquer taxa que venha a taxa cobrada pela entidade de administração.

Art. 39. A transferência do atleta profissional de uma entidade de prática desportiva para outra do mesmo gênero poderá ser temporária (contrato de empréstimo) e o novo contrato

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celebrado deverá ser por período igual ou menor que o anterior, ficando o atleta sujeito à cláusula de retorno à entidade de prática desportiva cedente, vigorando no retorno o antigo contrato, quando for o caso.

Art. 40. (VETADO)(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003) Art. 40. Na cessão ou transferência de atleta profissional para entidade de prática desportiva estrangeira observar-se-ão as instruções expedidas pela entidade nacional de título. § 1o. As condições para transferência do atleta profissional para o exterior deverão integrar obrigatoriamente os contratos de trabalho entre o atleta e a entidade de prática desportiva brasileira que o contratou.

§ 2o Se a entidade de prática desportiva cedente de atleta profissional para entidade de prática desportiva estrangeira tiver sido cessionária do atleta, no prazo inferior a doze meses, em transferência definitiva ou empréstimo, oneroso ou gratuito, para qualquer outra entidade de prática desportiva, será caracterizada como entidade repassadora, fazendo jus a vinte e cinco por cento do valor pactuado para a cessão ou transferência internacional, ficando a entidade formadora com direito de receber setenta e cinco por cento do valor pago pela entidade estrangeira, desde que a entidade formadora do atleta não tenha sido previamente indenizada." (NR)(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003) Art. 41. A participação de atletas profissionais em seleções será estabelecida na forma como acordarem a entidade de administração convocante e a entidade de prática desportiva cedente. § 1º A entidade convocadora indenizará a cedente dos encargos previstos no contrato de trabalho, pelo período em que durar a convocação do atleta, sem prejuízo de eventuais ajustes celebrados entre este e a entidade convocadora. § 2º O período de convocação estender-se-á até a reintegração do atleta à entidade que o cedeu, apto a exercer sua atividade. Art. 42. Às entidades de prática desportiva pertence o direito de negociar, autorizar e proibir a fixação, a transmissão ou retransmissão de imagem de espetáculo ou eventos desportivos de que participem. § 1º Salvo convenção em contrário, vinte por cento do preço total da autorização, como mínimo, será distribuído, em partes iguais, aos atletas profissionais participantes do espetáculo ou evento. § 2º O disposto neste artigo não se aplica a flagrantes de espetáculo ou evento desportivo para fins, exclusivamente, jornalísticos ou educativos, cuja duração, no conjunto, não exceda de três por cento do total do tempo previsto para o espetáculo. § 3º O espectador pagante, por qualquer meio, de espetáculo ou evento desportivo equipara-se, para todos os efeitos legais, ao consumidor, nos termos do art. 2º da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.

Art. 43. É vedada a participação em competições desportivas profissionais de atletas não-profissionais com idade superior a vinte anos.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

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(redação anterior) - Art. 43. É vedada a participação em competições desportivas profissionais de atletas amadores de qualquer idade e de semiprofissionais com idade superior a vinte anos.

Art. 44. É vedada a prática do profissionalismo, em qualquer modalidade, quando se tratar de: I - desporto educacional, seja nos estabelecimentos escolares de 1º e 2º graus ou superiores; II - desporto militar; III - menores até a idade de dezesseis anos completos.

Art. 45. As entidades de prática desportiva são obrigadas a contratar seguro de acidentes de trabalho para atletas profissionais a ela vinculados, com o objetivo de cobrir os riscos a que eles estão sujeitos.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"Parágrafo único. A importância segurada deve garantir direito a uma indenização mínima correspondente ao valor total anual da remuneração ajustada no caso dos atletas profissionais.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 45. As entidades de prática desportiva serão obrigadas a contratar seguro de acidentes pessoais e do trabalho para os atletas profissionais e semiprofissionais a elas vinculados, com o objetivo de cobrir os riscos a que estão sujeitos. Parágrafo único. Para os atletas profissionais, o prêmio mínimo de que trata este artigo deverá corresponder à importância total anual da remuneração ajustada, e, para os atletas semiprofissionais, ao total das verbas de incentivos materiais.

Art. 46. A presença de atleta de nacionalidade estrangeira, com visto temporário de trabalho previsto no inciso V do art. 13 da Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, como integrante da equipe de competição da entidade de prática desportiva, caracteriza para os termos desta Lei, a prática desportiva profissional, tornando obrigatório o enquadramento previsto no caput do art. 27. § 1º É vedada a participação de atleta de nacionalidade estrangeira como integrante de equipe de competição de entidade de prática desportiva nacional nos campeonatos oficiais, quando o visto de trabalho temporário expedido pelo Ministério do Trabalho recair no inciso III do art. 13 da Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980. § 2º A entidade de administração do desporto será obrigada a exigir da entidade de prática desportiva o comprovante do visto de trabalho do atleta de nacionalidade estrangeira fornecido pelo Ministério do Trabalho, sob pena de cancelamento da inscrição desportiva.

Art. 46-A. As ligas desportivas, as entidades de administração de desporto e as de prática desportiva envolvidas em qualquer competição de atletas profissionais, independentemente da forma jurídica adotada, ficam obrigadas a: (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

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(Redação anterior) - rt. 46-A. As entidades de administração do desporto e as de prática desportiva envolvidas em quaisquer competições de atletas profissionais, independentemente da forma jurídica adotada, com ou sem finalidade lucrativa, são obrigadas a elaborar e publicar as demonstrações contábeis e balanços patrimoniais, de cada exercício, devidamente auditados por auditoria independente. (Redação da MPV 2.193-6/23.08.01)

I - elaborar e publicar, até o último dia útil do mês de abril, suas demonstrações financeiras na forma definida pela Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, após terem sido auditadas por auditores independentes;(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

II - apresentar suas contas juntamente com os relatórios da auditoria de que trata o inciso I ao Conselho Nacional do Esporte - CNE, sempre que forem beneficiárias de recursos públicos, na forma do regulamento.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 1o Sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas na legislação tributária, trabalhista, previdenciária, cambial, e das conseqüentes responsabilidades civil e penal, a infringência a este artigo implicará:(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

I - para as entidades de administração do desporto e ligas desportivas, a inelegibilidade, por dez anos, de seus dirigentes para o desempenho de cargos ou funções eletivas ou de livre nomeação, em quaisquer das entidades ou órgãos referidos no parágrafo único do art. 13 desta Lei;(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

II - para as entidades de prática desportiva, a inelegibilidade, por cinco anos, de seus dirigentes para cargos ou funções eletivas ou de livre nomeação em qualquer entidade ou empresa direta ou indiretamente vinculada às competições profissionais da respectiva modalidade desportiva.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 1o. Sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas na legislação tributária, trabalhista, previdenciária, cambial, e das conseqüentes responsabilidades civil e penal, a infringência a este artigo implicará: (Redação da MPV 2.193-6/23.08.01)

§ 2o As entidades que violarem o disposto neste artigo ficam ainda sujeitas: (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

I - ao afastamento de seus dirigentes; e (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

II - à nulidade de todos os atos praticados por seus dirigentes em nome da entidade após a prática da infração.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

§ 3o Os dirigentes de que trata o § 2o serão sempre: (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

I - o presidente da entidade, ou aquele que lhe faça as vezes; e (Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

II - o dirigente que praticou a infração ainda que por omissão.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

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§ 4o (VETADO)" (NR)(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

I - para as entidades de administração do desporto, a inelegibilidade, por dez anos, de seus dirigentes para o desempenho de cargos ou funções eletivas ou de livre nomeação, em quaisquer das entidades ou órgãos referidos no parágrafo único do art. 13 desta Lei; (Redação da MPV 2.193-6/23.08.01)

II - para as entidades de prática desportiva, a inelegibilidade, por cinco anos, de seus dirigentes para cargos ou funções eletivas ou de livre nomeação em qualquer entidade ou empresa direta ou indiretamente vinculada às competições profissionais da respectiva modalidade desportiva." (NR) (Redação da MPV 2.193-6/23.08.01)

CAPÍTULO VI DA ORDEM DESPORTIVA

Art. 47. No âmbito de suas atribuições, os Comitês Olímpico e Paraolímpico Brasileiros e as entidades nacionais de administração do desporto têm competência para decidir, de ofício ou quando lhes forem submetidas pelos seus filiados, as questões relativas ao cumprimento das normas e regras de prática desportiva. Art. 48. Com o objetivo de manter a ordem desportiva, o respeito aos atos emanados de seus poderes internos, poderão ser aplicadas, pelas entidades de administração do desporto e de prática desportiva, as seguintes sanções: I - advertência; II - censura escrita; III - multa; IV - suspensão; V - desfiliação ou desvinculação. § 1º A aplicação das sanções previstas neste artigo não prescinde do processo administrativo no qual sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa. § 2º As penalidades de que tratam os incisos IV e V deste artigo somente poderão ser aplicadas após decisão definitiva da Justiça Desportiva.

CAPÍTULO VII DA JUSTIÇA DESPORTIVA

Art. 49. A Justiça Desportiva a que se referem os §§ 1º e 2º do art. 217 da Constituição Federal e o art. 33 da Lei nº 8.028, de 12 de abril de 1990, regula-se pelas disposições deste Capítulo.

Art. 50. A organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva, limitadas ao processo e julgamento das infrações disciplinares e às competições desportivas, serão definidas em códigos desportivos, facultando-se às ligas constituir seus próprios órgãos judicantes desportivos, com atuação restrita às suas competições.(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

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(Redação anterior) - Art. 50. A organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva, limitadas ao processo e julgamento das infrações disciplinares e às competições desportivas, serão definidas em códigos desportivos, facultando-se às ligas constituir seus próprios órgãos judicantes desportivos, com atuação restrita às suas competições. (Redação da MPV 2.193-6/23.08.01)

(Redação anterior) - Art. 50. A organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva, limitadas ao processo e julgamento das infrações disciplinares e às competições desportivas, serão definidas em Códigos Desportivos.

§ 1º As transgressões relativas a disciplina e às competições desportivas sujeitam o infrator a: I - advertência; II - eliminação; III - exclusão de campeonato ou torneio; IV - indenização; V - interdição de praça de desportos; VI - multa; VII - perda do mando do campo; VIII - perda de pontos; IX - perda de renda; X - suspensão por partida; XI - suspensão por prazo. § 2º As pessoas disciplinares não serão aplicadas aos menores de quatorze anos. § 3º As penas pecuniárias não serão aplicadas a atletas não-profissionais.

§ 4o Compete às entidades de administração do desporto promover o custeio do funcionamento dos órgãos da Justiça Desportiva que funcionem junto a si." (inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

Art. 51. O disposto nesta Lei sobre Justiça Desportiva não se aplica aos Comitê Olímpico e Paraolímpico Brasileiros. Art. 52. Os órgãos integrantes da Justiça Desportiva são autônomos e independentes das entidades de administração do desporto de cada sistema, compondo-se do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, funcionando junto às entidades nacionais de administração do desporto; dos Tribunais de Justiça Desportiva, funcionando junto às entidades regionais da administração do desporto, e das Comissões Disciplinares, com competência para processar e julgar as questões previstas nos Códigos de Justiça Desportiva, sempre assegurados a ampla defesa e o contraditório.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 52. Aos Tribunais de Justiça Desportiva, unidades autônomas e independentes das entidades de administração do desporto de cada sistema, compete processar e julgar, em última instância, as questões de descumprimento de normas relativas à disciplina e às

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competições desportivas, sempre assegurados a ampla defesa e o contraditório.

§ 1º Sem prejuízo do disposto neste artigo, as decisões finais dos Tribunais de Justiça Desportiva são impugnáveis nos termos gerais do direito, respeitados os pressupostos processuais estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art. 217 da Constituição Federal. § 2º O recurso ao Poder Judiciário não prejudicará os efeitos desportivos validamente produzidos em conseqüência da decisão proferida pelos Tribunais de Justiça Desportiva.

Art. 53. Junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, para julgamento envolvendo competições interestaduais ou nacionais, e aos Tribunais de Justiça Desportiva, funcionarão tantas Comissões Disciplinares quantas se fizerem necessárias, compostas cada qual de cinco membros que não pertençam aos referidos órgãos judicantes e que por estes serão indicados." (alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 53. Os Tribunais de Justiça Desportiva terão como primeira instância a Comissão Disciplinar, integrada por três membros de sua livre nomeação, para a aplicação imediata das sanções decorrentes de infrações cometidas durante as disputas e constantes das sumulas ou documentos similares dos árbitros, ou, ainda, decorrentes de infringência ao regulamento da respectiva competição.

§ 1º (Vetado) § 2º A Comissão Disciplinar aplicará sanções em procedimento sumário, assegurados a ampla defesa e o contraditório.

"§ 3o Das decisões da Comissão Disciplinar caberá recurso ao Tribunal de Justiça Desportiva e deste ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, nas hipóteses previstas nos respectivos Códigos de Justiça Desportiva.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - § 3º Das decisões da Comissão Disciplinar caberá recurso aos Tribunais de Justiça Desportiva.

§ 4º O recurso ao qual se refere o parágrafo anterior será recebido e processado com efeito suspensivo quando a penalidade exceder de duas partidas consecutivas ou quinze dias.

Art. 54. O membro do Tribunal de Justiça Desportiva exerce função considerada de relevante interesse público e, sendo servidor público, terá abonadas suas faltas, computando-se como de efetivo exercício a participação nas respectivas sessões.

Art. 55. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva e os Tribunais de Justiça Desportiva serão compostos por nove membros, sendo:(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

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"I - dois indicados pela entidade de administração do desporto;(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"II - dois indicados pelas entidades de prática desportiva que participem de competições oficiais da divisão principal;(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"III - dois advogados com notório saber jurídico desportivo, indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil;(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"IV - um representante dos árbitros, por estes indicado;"

"V - dois representantes dos atletas, por estes indicados.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"§ 1o (Revogado)." (alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"§ 2o O mandato dos membros dos Tribunais de Justiça Desportiva terá duração máxima de quatro anos, permitida apenas uma recondução."

"§ 3o É vedado aos dirigentes desportivos das entidades de administração e das entidades de prática o exercício de cargo ou função na Justiça Desportiva, exceção feita aos membros dos conselhos deliberativos das entidades de prática desportiva."

"§ 4o Os membros dos Tribunais de Justiça Desportiva poderão ser bacharéis em Direito ou pessoas de notório saber jurídico, e de conduta ilibada.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 55. Os Tribunais de Justiça Desportiva serão compostos por, no mínimo, sete membros, ou onze membros, no máximo, sendo: I - um indicado pela entidade de administração do desporto; II - um indicado pelas entidades de prática desportiva que participem de competições oficiais da divisão principal; III - três advogados com notório saber jurídico desportivo, indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil; IV - um representante dos árbitros, por estes indicado; V - um representante dos atletas, por estes indicado. § 1º Para efeito de acréscimo de composição, deverá ser assegurada a paridade apresentada nos incisos I, II, IV e V, respeitando o disposto no caput deste artigo. § 2º O mandato dos membros dos Tribunais de Justiça terá a duração máxima de quatro anos, permitida apenas uma recondução. § 3º É vedado aos dirigentes desportivos das entidades de administração e das entidades de prática o exercício de cargo

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ou função na Justiça Desportiva, exceção feita aos membros dos conselhos deliberativos das entidades de prática desportiva. § 4º Os membros dos Tribunais de Justiça desportiva serão obrigatoriamente bacharéis em Direito ou pessoas de notário saber jurídico, e de conduta ilibada.

CAPÍTULO VIII DOS RECURSOS PARA O DESPORTO

Art. 56. Os recursos necessários ao fomento das práticas desportivas formais e não-formais a que se refere o art. 217 da Constituição Federal serão assegurados em programas de trabalho específicos constantes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além dos provenientes de: I - fundos desportivos; II - receitas oriundas de concursos de prognósticos; III - doações, patrocínios e legados; IV - prêmios de concursos de prognósticos da Loteria Esportiva Federal não reclamados nos prazos regulamentares; V - incentivos fiscais previstos em lei; VI – dois por cento da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e similares cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-se este valor do montante destinado aos prêmios.(Redação da LEI No 10.264, DE 16 DE JULHO DE 2001)

VII - outras fontes.

§ 1o Do total de recursos financeiros resultantes do percentual de que trata o inciso VI do caput, oitenta e cinco por cento serão destinados ao Comitê Olímpico Brasileiro e quinze por cento ao Comitê Paraolímpico Brasileiro, devendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas aplicáveis à celebração de convênios pela União.(Redação da LEI No 10.264, DE 16 DE JULHO DE 2001) § 2o Dos totais de recursos correspondentes aos percentuais referidos no § 1o, dez por cento deverão ser investidos em desporto escolar e cinco por cento, em desporto universitário.(Redação da LEI No 10.264, DE 16 DE JULHO DE 2001) § 3o Os recursos a que se refere o inciso VI do caput: (Redação da LEI No 10.264, DE 16 DE JULHO DE 2001)

I – constituem receitas próprias dos beneficiários, que os receberão diretamente da Caixa Econômica Federal, no prazo de dez dias úteis a contar da data de ocorrência de cada sorteio; (Redação da LEI No 10.264, DE 16 DE JULHO DE 2001)

II – serão exclusiva e integralmente aplicados em programas e projetos de fomento, desenvolvimento e manutenção do desporto, de formação de recursos humanos, de preparação técnica, manutenção e locomoção de atletas, bem como sua participação em eventos desportivos.(Redação da LEI No 10.264, DE 16 DE JULHO DE 2001)

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§ 4o Dos programas e projetos referidos no inciso II do § 3o será dada ciência aos Ministérios da Educação e do Esporte e Turismo.(Redação da LEI No 10.264, DE 16 DE JULHO DE 2001)

§ 5o Cabe ao Tribunal de Contas da União fiscalizar a aplicação dos recursos repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro em decorrência desta Lei." (NR)(Redação da LEI No 10.264, DE 16 DE JULHO DE 2001)

Art. 57. Constituirão recursos para a assistência social e educacional aos atletas profissionais, ex-atletas e aos em formação, recolhidos diretamente para a Federação das Associações de Atletas Profissionais - FAAP:" (alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"I - um por cento do contrato do atleta profissional pertencente ao Sistema Brasileiro do Desporto, devido e recolhido pela entidade contratante;" (alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"II - um por cento do valor da cláusula penal, nos casos de transferências nacionais e internacionais, a ser pago pelo atleta;" (alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"III - um por cento da arrecadação proveniente das competições organizadas pelas entidades nacionais de administração do desporto profissional;" (alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"IV - penalidades disciplinares pecuniárias aplicadas aos atletas profissionais pelas entidades de prática desportiva, pelas de administração do desporto ou pelos órgãos da Justiça Desportiva.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 57. Constituirão recursos para a assistência social e educacional aos atletas profissionais, ex-atletas e aos em formação, recolhidos diretamente para a Federação das Associações de Atletas Profissionais - FAAP: I - um por cento do contrato do atleta profissional pertencente ao Sistema Brasileiro do Desporto, devido e recolhido pela entidade contratante; II - um por cento do valor da multa contrato nos casos de transferências nacionais e internacionais, a ser pago pela entidade cedente; III - um por cento da arrecadação proveniente das competições organizadas pelas entidades nacionais de administração do desporto profissional; IV - penalidades disciplinares pecuniárias aplicadas aos atletas profissionais pelas entidades de prática desportiva, pelas de

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administração do desporto ou pelos Tribunais de Justiça Desportiva.

Art. 58. (Vetado)

CAPÍTULO IX DO BINGO

Art. 59. A exploração de jogos de bingo, serviço público de competência da União, será executada, direta ou indiretamente, pela Caixa Econômica Federal em todo o território nacional, nos termos desta Lei e do respectivo regulamento." (NR) (Redação da MED. PROV. Nº 2.123-29, 23.02.2001)

(Redação anterior) - Art. 59. Os jogos de bingo são permitidos em todo o território nacional nos termos desta Lei.

Art. 60. As entidades de administração e de prática desportiva poderão credenciar-se junto à União para explorar o jogo de bingo permanente ou eventual com a finalidade de angariar recursos para o fomento do desporto. § 1º Considera-se bingo permanente aquele realizada em salas próprias, com utilização de processo de extração isento de contato humano, que assegure integral lisura dos resultados, inclusive com o apoio de sistema de circuito fechado de televisão e difusão de som, oferecendo prêmios exclusivamente em dinheiro. § 2º (Vetado) § 3º As máquinas utilizadas nos sorteios, antes de iniciar quaisquer operações, deverão ser submetidas à fiscalização do poder público, que autorizará ou não seu funcionamento, bem como as verificará semestralmente, quando em operação.

Art. 61. Os bingos funcionarão sob responsabilidade exclusiva das entidades desportivas, mesmo que a administração da sala seja entregue a empresa comercial idônea.

Art. 62. São requisitos para concessão da autorização de exploração dos bingos para a entidade desportiva: I - filiação a entidade de administração do esporte ou, conforme o caso, a entidade nacional de administração, por um período mínimo de três anos, completados até a data do pedido de autorização; II - (Vetado) III - (Vetado) IV - prévia apresentação e aprovação de projeto detalhado de aplicação de recursos na melhoria do desporto olímpico, com prioridade para a formação do atleta; V - apresentação de certidões dos distribuidores cíveis, trabalhistas, criminais e dos cartórios de protesto;

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VI - comprovação de regularização de contribuições junto à Receita Federal e à Seguridade Social; VII - apresentação de parecer favorável da Prefeitura do Município onde se instalará a sala de bingo, versando sobre os aspectos urbanísticos e o alcance social do empreendimento; VIII - apresentação de planta da sala de bingo, demonstrando ter capacidade mínima para duzentas pessoas e local isolado de recepção, sem acesso direto para a sala; IX - prova de que a sede da entidade desportiva é situada no mesmo Município em que funcionará a sala de bingo. § 1º Excepcionalmente, o mérito esportivo pode ser comprovado em relatório quantitativo e qualitativo das atividades desenvolvidas pela entidade requerente nos três anos anteriores ao pedido de autorização. § 2º Para a autorização do bingo eventual são requisitos os constantes nos incisos I a VI do caput, além da prova de prévia aquisição dos prêmios oferecidos.

Art. 63. Se a administração da sala de bingo for entregue a empresa comercial, entidade desportiva juntará, ao pedido de autorização, além dos requisitos do artigo anterior, os seguintes documentos: I certidão da Junta Comercial, demonstrando o regular registro da empresa e sua capacidade para o comércio; II - certidões dos distribuidores cíveis, trabalhistas e de cartórios de protesto em nome da empresa; III - certidões dos distribuidores cíveis, criminais, trabalhistas e de cartórios de protestos em nome da pessoa ou pessoas físicas titulares da empresa; IV - certidões de quitação de tributos federais e da seguridade social; V - demonstrativo de contratação de firma para auditoria permanente da empresa administradora; VI - cópia do instrumento do contrato entre a entidade desportiva e a empresa administrativa, cujo prazo máximo será de dois anos, renovável por igual período, sempre exigida a forma escrita. Art. 64. O Poder Público negará a autorização se não provados quaisquer dos requisitos dos artigos anteriores ou houver indícios de inidoneidade da entidade desportiva, da empresa comercial ou de seus dirigentes, podendo ainda cassar a autorização se verificar terem deixado de ser preenchidos os mesmos requisitos. Art. 65. A autorização concedida somente será válida para local determinado e endereço certo, sendo proibida a venda de cartelas fora da sala de bingo. Parágrafo único. As cartelas de bingo eventual poderão ser vendidas em todo o território

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nacional. Art. 66. (Vetado) Art. 67. (Vetado) Art. 68. A premiação do bingo permanente será apenas em dinheiro, cujo montante não poderá exceder o valor arrecadado por partida. Parágrafo único. (Vetado) Art. 69. (Vetado) Art. 70. A entidade desportiva receberá percentual mínimo de sete por cento da receita bruta da sala de bingo ou do bingo eventual. Parágrafo único. As entidades desportivas prestarão contas semestralmente ao poder público da aplicação dos recursos havidos dos bingos. Art. 71. (Vetado) § 1º (Vetado) § 2º (Vetado) § 3º (Vetado) § 4º É proibido o ingresso de menores de dezoito anos nas salas de bingo. Art. 72. As salas de bingo destinar-se-ão exclusivamente a esse tipo de jogo. Parágrafo único. A única atividade admissível concomitantemente ao bingo na sala é o serviço de bar ou restaurante. Art. 73. É proibida a instalação de qualquer tipo de máquinas de jogo de azar ou de diversões eletrônicas nas salas de bingo. Art. 74. Nenhuma outra modalidade de jogo ou similar, que não seja o bingo permanente ou o eventual poderá ser autorizada com bane nesta Lei. Parágrafo único. Excluem-se das exigências desta Lei os bingos realizados com fins apenas beneficentes em favor de entidades filantrópicas federais, estaduais ou municipais, nos termos da legislação especifica, desde que devidamente autorizados pela União. Art. 75. Manter, facilitar ou realizar jogo de bingo sem a autorização prevista nesta Lei: Pena - prisão simples de seis meses a dois anos, e multa. Art. 76. (Vetado) Art. 77. Oferecer, em bingo permanente ou eventual, prêmio diverso do permitido nesta Lei: Pena - prisão simples de seis meses a um ano, e multa de até cem vezes o valor do prêmio

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oferecido. Art. 78. (Vetado) Art. 79. Fraudar, adulterar ou controlar de qualquer modo o resultado do jogo de bingo: Pena - reclusão de um a três anos, e multa. Art. 80. Permitir o ingresso de menor de dezoito anos em sala de bingo. Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. Art. 81. Manter nas salas de bingo máquinas de jogo de azar ou diversões eletrônicas: Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.

CAPÍTULO X DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 82. Os dirigentes, unidades ou órgãos de entidades de administração do desporto, inscritas ou não no registro de comércio, não exercem função delegada pelo Poder Público, nem são consideradas autoridades públicas para os efeitos desta Lei.

Art. 83. As entidades desportivas internacionais com sede permanente ou temporária no País receberão dos poderes públicos o mesmo tratamento dispensado às entidades nacionais de administração do desporto.

Art. 84. Será considerado como efetivo exercício, para todos os efeitos legais, o período em que o atleta servidor público civil ou militar, da Administração Pública direta, indireta, autárquica ou fundacional, estiver convocado para integrar representação nacional em treinamento ou competição desportiva no País ou no exterior.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"§ 1o O período de convocação será definido pela entidade nacional da administração da respectiva modalidade desportiva, cabendo a esta ou aos Comitês Olímpico ou Paraolímpico Brasileiros fazer a devida comunicação e solicitar ao INDESP a competente liberação do afastamento do atleta ou dirigente.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 84. Será considerado como de efetivo exercício, para todos os efeitos legais, o período em que o atleta servidor público civil ou militar, da Administração Pública direta, indireta, autárquica ou fundacional, estiver convocado para integrar representação nacional em competição desportiva no País ou no exterior. § 1º O período de convocação será definido pela entidade nacional da administração da respectiva modalidade desportiva, cabendo a esta ou aos Comitês Olímpico e Paraolímpico Brasileiros fazer a devida comunicação e

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solicitar ao Ministério Extraordinário dos Esportes a competente liberação do afastamento do atleta ou dirigente.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se, também, aos profissionais especializados e dirigentes, quando indispensáveis à composição da delegação.

Art. 84-A. Todos os jogos das seleções brasileiras de futebol, em competições oficiais, deverão ser exibidos, pelo menos, em uma rede nacional de televisão aberta, com transmissão ao vivo, inclusive para as cidades brasileiras nas quais os mesmos estejam sendo realizados.(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"Parágrafo único. As empresas de televisão de comum acordo, ou por rodízio, ou por arbitramento, resolverão como cumprir o disposto neste artigo, caso nenhuma delas se interesse pela transmissão. O órgão competente fará o arbitramento.(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

Art. 85. Os sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como as instituições de ensino superior, definirão normas especificas para verificação do rendimento e o controle de freqüência dos estudantes que integrarem representação desportiva nacional, de forma a harmonizar a atividade desportiva com os interesses relacionados ao aproveitamento e à promoção escolar.

Art. 86. É instituído o Dia do Desporto, a ser comemorado no dia 23 de junho, Dia Mundial do Desporto Olímpico.

Art. 87. A denominação e os símbolos de entidade de administração do desporto ou prática desportiva, bem como o nome ou apelido desportivo do atleta profissional, são de propriedade exclusiva dos mesmos, contando com a proteção legal, válida para todo o território nacional, por tempo indeterminado, sem necessidade de registro ou averbação no órgão competente. Parágrafo único. A garantia legal outorgada às entidades e aos atletas referidos neste artigo permite-lhes o uso comercial de sua denominação, símbolos, nomes e apelidos.

Art. 88. Os árbitros e auxiliares de arbitragem poderão constituir entidades nacionais e estaduais, por modalidade desportiva ou grupo de modalidades, objetivando o recrutamento, a formação e a prestação de serviços às entidades de administração do desporto. Parágrafo único. Independentemente da constituição de sociedade ou entidades, os árbitros e seus auxiliares não terão qualquer vínculo empregatício com as entidades desportivas diretivas onde atuarem, e sua remuneração como autônomos exonera tais entidades de quaisquer outras responsabilidades trabalhistas, securitárias e previdenciárias.

Art. 89. Em campeonatos ou torneios regulares com mais de uma divisão, as entidades de administração do desporto determinarão em seus regulamentos o princípio do acesso e do descenso, observado sempre o critério técnico.

Art. 90. É vedado aos administradores e membros de conselho fiscal de entidade de prática desportiva o exercício de cargo ou função em entidade de administração do desporto.

Art. 90-A. (VETADO)"(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

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"Art. 90-B. (VETADO)"(Redação da LEI No 10.672/15.5.2003)

CAPÍTULO XI DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 91. Até a edição dos Códigos da Justiça dos Desportos Profissionais e Não-Profissionais continuam em vigor os atuais Códigos, com as alterações constantes desta Lei.

Art. 92. Os atuais atletas profissionais de futebol, de qualquer idade, que, na data de entrada em vigor desta Lei, estiverem com passe livre, permanecerão nesta situação, e a rescisão de seus contratos de trabalho dar-se-á nos termos dos arts. 479 e 480 da C.L.T.

Art. 93. O disposto no art. 28, § 2o, desta Lei somente produzirá efeitos jurídicos a partir de 26 de março de 2001, respeitados os direitos adquiridos decorrentes dos contratos de trabalho e vínculos desportivos de atletas profissionais pactuados com base na legislação anterior(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

Parágrafo único. (VETADO)" (alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(redação original) - Art. 93. O disposto no § 2º do art. 28 somente entrará em vigor após três anos a partir da vigência desta Lei.

Art. 94. Os artigos 27, 27-A, 28, 29, 30, 39, 43, 45 e o § 1o do art. 41 desta Lei serão obrigatórios exclusivamente para atletas e entidades de prática profissional da modalidade de futebol." (alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

"Parágrafo único. É facultado às demais modalidades desportivas adotar os preceitos constantes dos dispositivos referidos no caput deste artigo.(alterado pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

(Redação anterior) - Art. 94. As entidades desportivas praticantes ou participantes de competições de atletas profissionais terão o prazo de três anos para se adaptar ao disposto no art. 27 desta Lei (Redação da LEI No 9.940, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1999)

(redação original) - Art. 94. As entidades desportivas praticantes ou participantes de competições de atletas profissionais terão o prazo de dois anos para se adaptar ao disposto no art. 27.

Art. 94-A. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei, inclusive a distribuição dos recursos, gradação das multas e os procedimentos de sua aplicação.(inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

Art. 2o Ficam revogados, a partir de 31 de dezembro de 2001, os arts. 59 a 81 da Lei no 9.615, de 24 de março de 1998, respeitando-se as autorizações que estiverem em vigor até a data da sua expiração.

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Parágrafo único. Caberá ao INDESP o credenciamento das entidades e à Caixa Econômica Federal a autorização e a fiscalização da realização dos jogos de bingo, bem como a decisão sobre a regularidade das prestações de contas. (inserido pela Lei nº 9.981, de 14.07.2000)

Art. 95. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 96. São revogados, a partir da vigência do disposto no § 2º do art. 28 desta Lei, os incisos II e V e os §§ 1º e 3º do art. 3º, os arts. 4º, 6º, 11 e 13, o § 2º do art. 15, o parágrafo único do art. 16 e os arts. 23 e 26 da Lei nº 6.354, de 2 de setembro de 1976; são revogadas, a partir da data de publicação desta Lei, as Leis nºs 8.672, de 6 de julho de 1993, e 8.946, de 5 de dezembro de 1994.

Brasília, 24 de março de 1998; 177º da Independência e 110º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Iris Rezende, Pedro Malan, Paulo Renato Souza Paulo Paiva, Reinhold Stephanes, Edson Arantes do Nascimento

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ANEXO B - SÍMBOLOS DO CLUBE

Figura 6 - Distintivo atual do clube

Fonte: Site oficial do FFC

Figura 7 - Primeiro distintivo do clube

Fonte: Site oficial do FFC

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Figura 8 - Mascote do clube

Fonte: Site oficial do FFC

Figura 9 - Bandeira do clube

Fonte: Site oficial do FFC