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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ BRUNA PROISS FENNER DA COSTA SÍNTESE DE DIAZABICICLOS A PARTIR DE AZIRIDINAS CHALCÔNICAS DE INTERESSE BIOLÓGICO Itajaí 2015

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

BRUNA PROISS FENNER DA COSTA

SÍNTESE DE DIAZABICICLOS A PARTIR DE AZIRIDINAS

CHALCÔNICAS DE INTERESSE BIOLÓGICO

Itajaí

2015

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E

SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS BIOATIVAS

BRUNA PROISS FENNER DA COSTA

SÍNTESE DE DIAZABICICLOS A PARTIR DE AZIRIDINAS

CHALCÔNICAS DE INTERESSE BIOLÓGICO

Dissertação submetida à Universidade do Vale do Itajaí como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas.

Orientador: Prof. Dr. Rogério Corrêa.

Itajaí, Fevereiro de 2015

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FICHA CATALOGRÁFICA

C824

Costa, Bruna Proiss Fenner da, 1988-

Síntese de diazabiciclos a partir de aziridinas chalcônicas de interesse

biológico / Bruna Proiss Fenner da Costa. 2015.

118f. ; il., tab. ; fig.

Apêndice

Cópia de computador (Printout(s)).

Dissertação (Mestrado) Universidade do Vale do Itajaí, Mestrado em

Ciências Farmacêuticas.

“Orientador : Prof . Dr . Rogério Corrêa”

Bibliografia : p. 107-118

1. Arizidinas. 2. Biofarmacêutica. 3. Diazabiciclos. 4. Química

farmacêutica. 5. Produtos naturais. 6. Fitoterapia. I.Título.

CDU: 615.32

Josete de Almeida Burg – CRB 14.ª 293

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SÍNTESE DE DIAZABICICLOS A PARTIR DE AZIRIDINAS CHALCÔNICAS DE INTERESSE BIOLÓGICO

BRUNA PROISS FENNER DA COSTA

‘Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em Ciências Farmacêuticas, Área de Concentração Produtos Naturais e Substâncias Bioativas e aprovada em sua forma final pelo Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí.’

____________________________________ Rogério Corrêa, Prof. Dr.

Orientador

__________________________________________________________ Clóvis Antônio Rodrigues, Prof. Dr.

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas

Apresentado perante a Banca Examinadora composta pelos Professores:

______________________________________ Prof. Dr. Rogério Corrêa (UNIVALI)

Presidente

______________________________________ Prof. Dr. Clóvis Antônio Rodrigues (UNIVALI)

Membro Interno

______________________________________ Prof. Dr. Rivaldo Niero (UNIVALI)

Membro Interno

____________________________________ Prof. Dr. Ricardo José Nunes (UFSC)

Membro Externo

Itajaí (SC), 20, fevereiro e 2015

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me ajudar a ser firme e não desistir diante das dificuldades.

Ao meu marido Jean, por ser e oferecer tudo que precisei em cada momento.

A minha mãe Luiza, pelo incentivo, apesar da distância.

A família, de longe e de perto, pela torcida, pela ajuda, pelas orações.

A equipe da Drogaria, que acompanhou os momentos de ânimo e desanimo.

Ao pessoal do Lab. de Síntese, pelo auxílio em vários momentos.

A Ivana, pela contribuição na conclusão deste trabalho.

Ao Prof. Rogério, que me orienta desde a graduação, obrigada pela

confiança.

Aos professores da banca, Clóvis, Niero e Ricardo, pela disponibilidade e

contribuições.

As professoras Márcia e Fátima pela imensa ajuda com a avaliação

biológica dos compostos.

A CAPES, pelo apoio financeiro.

A todos que de alguma forma contribuíram na realização deste trabalho.

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SÍNTESE DE DIAZABICICLOS A PARTIR DE AZIRIDINAS

CHALCÔNICAS DE INTERESSE BIOLÓGICO

Bruna Proiss Fenner da Costa Fevereiro/2015

Orientador: Prof. Dr. Rogério Corrêa. Área de concentração: Produtos Naturais e Substâncias Sintéticas Bioativas Número de Páginas: 118. A busca por fármacos inovadores, capazes de limitar ou curar patologias com o mínimo de efeitos adversos tem impulsionado a realização de inúmeras pesquisas envolvendo a descoberta e otimização de uma molécula protótipo. O presente trabalho aborda a síntese e avaliação biológica de compostos diazabiciclos derivados de aziridinas chalcônicas, precursores que possuem amplamente estudadas suas diversas atividades biológicas. Tais compostos cíclicos são obtidos através de quatro processos subsequentes de síntese orgânica, ocorrendo em brandas condições reacionias, a saber: obtenção da chalcona, bromação, formação da aziridina e obtenção do diazabiciclo. Neste trabalho reporta-se o processo de obtenção de diversos derivados que contemplam o núcleo 1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno além do processo de síntese de aldeídos de Meervein, os quais foram utilizados na formação de novos derivados. Foram obtidos 30 compostos diazabicíclicos, sendo 15 inéditos. Os compostos foram caracterizados por ponto de fusão, métodos espectroscópicos usuais e, os diazabiciclos também por espectrometria de UV-visível. Todos os rendimentos reacionais foram satisfatórios, variando de 44 a 90%. Avaliou-se a atividade antinociceptiva e sobre o sistema nervoso central dos compostos possuidores de substituintes propostos por Topliss (B1, B2, B3, B4 e B6). O composto B6 foi o mais ativo em ambas as avaliações, sendo o possuidor do substituinte 4-CH3. Avaliando-se a atividade antinociceptiva, B6 foi 19 vezes mais potente que o AAS quando avaliado pelo modelo de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético, além disso, apresentou 69% de inibição da reação dolorosa neurogênica induzida pela formalina e 68,6% de inibição quando o agente flogístico utilizado foi o glutamato. Além disso, no modelo de hipernocicepção mecânica induzida pela carragenina observou-se que B6 foi capaz de inibir em 66,5% a frequência de resposta ao estímulo mecânico. Os compostos B1, B2, B3, B4 e B6 (10mg/kg) foram administrados intraperitonealmente em camundongos, os quais foram avaliados em modelos de ansiedade, depressão, convulsão, sono, memória e deambulação. Somente os compostos B1, B2 e B6 demonstraram ter efeitos sobre o sistema nervoso central dos animais (efeito antidepressivo), tendo o composto B6 efeito antidepressivo comparável à fluoxetina. O mecanismo de ação da propriedade antidepressiva foi investigado e os resultados demostram que o efeito antidepressivo do composto B6 parece ser mediado pelos sistemas noradrenérgico e dopaminérgico (mas não o serotonérgico) uma vez que foi revertido pelo pré-tratamento dos animais com antagonistas de receptores farmacológicos da noradrenalina e dopamina. Palavras-chave: Aziridinas.Bioatividade.Chalconas.Diazabiciclos.

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SYNTHESIS OF DIAZABICYCLES FROM CHALCONE AZIRIDINES

OF BIOLOGICAL INTEREST

Bruna Proiss Fenner da Costa February/2015

Supervisor: Rogério Corrêa, Dr. Concentration Area: Natural Products and Synthetic Substances Bioactive Number of Pages: 118. The search for innovative drugs capable of limiting or curing diseases, with minimal adverse effects has prompted numerous studies seeking to discover and optimize a prototype molecule. This work discusses the synthesis and biological evaluation of diazabicyclic compounds derived from chalcone aziridines, precursors that have been widely studied for their various biological activities. These cyclic compounds are obtained through four subsequent processes of organic synthesis occurring in mild reaction conditions, namely: obtaining the chalcone, bromination, formation of aziridine, and obtaining diazabicycles. This work reports the process of obtaining various derivatives that include the core-1,3-diazabicyclo [3.1.0] hex-3-ene, as well as Meerwein’s process of aldehyde synthesis, which were used in the formation of new derivatives. Thirty diazabicyclic compounds were obtained, including 15 previously unpublished. The compounds were characterized by melting point and the usual spectroscopic methods. The diazabicycles were also submitted to UV-visible spectroscopy assays to verify the photochromic effect. All reaction yields were satisfactory, ranging from 44 to 90%. We evaluated the antinociceptive activity and activity on the central nervous system of compounds possessing substituents proposed by Topliss (B1, B2, B3, B4, and B6). Compound B6 was the most active in both evaluations. It’s structure contains a 4-CH3 substituent. Evaluating the antinociceptive activity, B6 was 19 times more potent than aspirin when evaluated by the model of acetic acid-induced writhing. It also showed 69% inhibition of neurogenic pain response induced by formalin, and 68.6% inhibition when the phlogistic agent was used glutamate. Moreover, in the model of mechanical hyperalgesia induced by carrageenan, it was observed that B6 was inhibited the frequency response to mechanical stimuli by 66.5%. Compounds B1, B2, B3, B4 and B6 (10mg/kg) were administered intraperitoneally in mice, which were evaluated in models of anxiety, depression, convulsions, sleep, memory and ambulation. Only compounds B1, B2 and B6 had effects on the animals’ central nervous system (antidepressant effect), with compound B6 having antidepressant effect comparable to that of fluoxetine. The mechanism of action of the antidepressant property was investigated, and the results demonstrate that the antidepressant effect of compound B6 appears to be mediated by the noradrenergic and dopaminergic (but not the serotonergic) systems, as it was reversed by pretreatment of animals with the drug-receptor antagonists noradrenaline and dopamine. Keywords: Aziridines. Bioactivity. Chalcones. Diazabicycles.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura geral de uma chalcona, onde X e Y são hidrogênios ou

grupamentos substituintes quaisquer situados nos anéis

aromáticos.......................................................................................... 16

Figura 2 Estereoisômeros de chalconas........................................................... 17

Figura 3 Estrutura química da sofalcona (a), metochalcona (b) e

licochalcona A (c)............................................................................... 19

Figura 4 Estrutura química do PABA (a), sulfanilamida (b), sulfametoxazol

(c), hidroclorotiazida (d) e furosemida (e)........................................... 22

Figura 5 Estrutura geral do anel aziridina......................................................... 24

Figura 6 Estrutura química da mitomicina C..................................................... 25

Figura 7 Estrutura química do metronidazol (a), miconazol (b) e teofilina (c).. 27

Figura 8 Porção 1,3-diazabicliclo[3,1,0]hex-3-eno (a) e estrutura química do

imexon (b)........................................................................................... 28

Figura 9 Estrutura química da nitrofurantoína (a) e da ranitidina (b)................ 28

Figura 10 Esquema do mecanismo de condensação aldólica da (2E)-3-(4-

nitrofenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona (B31).............................................. 49

Figura 11 Esquema do mecanismo de obtenção da [3-(4-nitrofenil)aziridina-2-

il](fenil)-metanona (B26)..................................................................... 51

Figura 12 Esquema reacional de obtenção dos derivados 1,3-

diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B1-B34)................................................ 54

Figura 13 Estrutura química do composto B2..................................................... 58

Figura 14 Espectro de IV de B2 (DRIFTS, cm-1)................................................. 59

Figura 15 Esquema de formação da espécie zwiteriônica. R e R1: quaisquer

substituintes hidrocarbônicos.............................................................. 60

Figura 16 Espectro de RMN1H de B2 (C3D6O, 300 MHz)................................... 60

Figura 17 Espectro de RMN13C de B2 (C3D6O, 75 MHz)................................... 61

Figura 18 Espectro de absorção UV-Vis de B2.................................................. 62

Figura 19 Composto B2 – (A): antes da irradiação UV; (B): após 15 minutos

de irradiação....................................................................................... 62

Figura 20 Espectro de absorção UV-Vis de B15................................................ 63

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Figura 21 Composto B25 – (A): antes da exposição à luz; (B): após 1 minuto

de exposição.......................................................................................

64

Figura 22 Esquema geral da obtenção dos aldeídos. X: -Cl, 3,4-Cl................... 81

Figura 23 Esquema geral do mecanismo obtenção dos aldeídos. X: -Cl, 3,4-

Cl......................................................................................................... 82

Figura 24 Efeito do tratamento dos animais com os compostos em estudo

(10mg/kg, i.p.) e do diazepam (0,75 mg/kg, i.p.), sobre os

parámetros comportamentais: frequência de entradas (A) e tempo

de permanência (B) nos braços abertos do LCE. Cada coluna

representa a média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA seguido de

Bonferroni ***p<0.001 **p<0.01 e *p<0.05 quando comparado com

o controle………………………………………………………………….. 87

Figura 25 Efeito do tratamento dos animais com os compostos em estudo

(10mg/kg, i.p.) e do lorazepam (2 mg/kg, i.p.), sobre a Latencia (A)

e Tempo total de sono (B) induzido por barbitúricos. Cada coluna

representa a média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA seguido de

Bonferroni **p<0.01 e *p<0.05 quando comparado com o

controle……………………………………………………………………..

88

Figura 26 Efeito do tratamento dos animais com os compostos em estudo

(10mg/kg, i.p.) e do fenobarbital (50 mg/kg, i.p.), sobre a Latência

(A) para a crise convulsiva e o número de crises (B) induzidas por

pentilenotetrazol. Cada coluna representa a média e o E.P.M de 8-

9 animais. ANOVA seguido de Bonferroni ***p<0.001 e *p<0.05

quando comparado com o controle……………………………………. 90

Figura 27 Efeito do tratamento dos animais com os compostos em estudo

(10mg/kg, i.p.) sobre a Latência de decida na sessão de teste da

esquiva inibitória. Cada coluna representa a mediana e os

intervalos interquativos (25 e 75) de 8-9 animais. ANOVA seguido

de de kruskall Wallis e test de Duns *p<0.05 quando comparado

com o controle……………………………………………………………. 92

Figura 28 Efeito do tratamento dos animais com os compostos em estudo

(10mg/kg, i.p.) e da fluoxetina (A) e curva dose-resposta (B) da

propriedade antidepressiva do composto B6, sobre o tempo de

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imobilidade dos animais avaliados no teste de nado. Cada coluna

representa a média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA seguido de

Bonferroni **p<0.01 e *p<0.05 quando comparado com o

controle……………………………………………………………………..

93

Figura 29 Influencia do pré-tratamento dos antagonistas 5-HT1A (NAN 190)

(A) 5HT2A/2C (Ketanserina) (B) e 5-HT3 (Ondansetron) (C) sobre

o efeito antidepressivo do composto B6 (10mg/kg, i.p.), em animais

avaliados no teste de nado forçado. Cada coluna representa a

média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA seguido de Bonferroni.

Asteriscos(*) denotam diferenças significativas quando comparado

ao controle ***p<0.001 e **p<0.01……………………………………... 95

Figura 30 Influencia do pré-tratamento dos antagonistas α1 (Prazosin) (A) e

α2 (Yoimbina) (B) sobre o efeito antidepressivo do composto B6

(10mg/kg, i.p.), em animais avaliados no teste de nado forçado.

Cada coluna representa a média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA

seguido de Bonferroni. Asteriscos(*) denotam diferenças

significativas quando comparado ao controle ***p<0.001 e *p<0.05

e hashtag(#) denotam significancias estatisticas quando

comparado com grupo que recebeu B6 sem o antagonista ###p<0.001…………………………………………………………………. 96

Figura 31 Influência do pré-tratamento dos antagonistas seletivos D1

(SCH23390) (A), D2 (Pimozide) (B) e não seletivo (Haloperidol) (C)

sobre o efeito antidepressivo do composto B6 (10mg/kg, i.p.), em

animais avaliados no teste de nado forçado. Cada coluna

representa a média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA seguido de

Bonferroni. Asteriscos(*) denotam diferenças significativas quando

comparado ao controle (veículo) ***p<0.001 e hashtag(#) denotam

significancias estatisticas quando comparado com grupo que

recebeu B6 sem o antagonista ### p<0.001…………………………… 97

Figura 32 Estrutura química dos compostos avaliados...................................... 98

Figura 33 Estrutura química dos compostos propostos por Topliss para futura

avaliação biológica.............................................................................. 100

Figura 34 Efeito do composto B6 administrado na concentração de 10 mg/kg,

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via intraperitoneal na Fase I – fase neurogênica no modelo de dor

induzida pela formalina 2,5%. Cada coluna representa uma média

de 6 experimentos e as barras verticais indicam o EPM....................

101

Figura 35 Efeito do composto B6 administrado nas concentrações de 0.1, 1 e

10 mg/kg, via intraperitoneal no modelo de dor induzida pela

capsaicina. Cada coluna representa uma média de 6 experimentos

e as barras verticais indicam o EPM................................................... 102

Figura 36 Efeito do composto B6 administrado nas concentrações de 0.1, 1 e

10 mg/kg, via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo

glutamato. Cada coluna representa uma média de 6 experimentos

e as barras verticais indicam o EPM................................................... 103

Figura 37 Efeito do composto B6 administrado nas concentrações de 0.1, 1 e

10 mg/kg, via intraperitoneal no modelo de hipernocicepção

mecânica induzida pela carragenina. Cada coluna representa uma

média de 6 experimentos e as barras verticais indicam o EPM......... 103

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Ordem de potência para diversos parâmetros físico-quimicos

proposta por Topliss.............................................................................

31 Tabela 2 Proposta de Topliss para a seleção de novos substituintes em

função dos prováveis parâmetros mais ativos......................................

31 Tabela 3 Dados analíticos dos diazabiciclos derivados de diferentes cetonas... 55

Tabela 4 Dados analíticos dos diazabiciclos derivados de diferentes aldeídos.. 56

Tabela 5 Efeito dos compostos em estudo sobre os parâmetros

comportamentais no modelo do campo aberto (MCA).........................

86 Tabela 6 Efeito dos compostos em estudo sobre a percentagem de

mortalidade dos animais após a indução das crises convulsivas

induzidas por pentilenotetrazol.............................................................

91

Tabela 7 Atividade antinociceptiva dos derivados diazabiciclos no modelo de

dor induzida pelo ácido acético 0,6% via i.p.........................................

99

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 11

2.1 Objetivo Geral: ......................................................................................... 11

2.2 Objetivos Específicos: ............................................................................ 11

3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 13

3.1 Síntese orgânica e a obtenção de novos fármacos ....................................... 13

3.2 Chalconas .......................................................................................................... 16

3.3 Heterociclos ....................................................................................................... 20

3.3.1 Aziridinas ........................................................................................................ 24

3.4 Fotocromismo ................................................................................................... 29

3.5 Atividade biológica............................................................................................ 29

3.5.1 Atividade no sistema nervoso central .......................................................... 32

3.5.2 Antinocicepção ............................................................................................... 33

4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 35

4.1 Síntese................................................................................................................ 35

4.1.2 Chalcona ......................................................................................................... 35

4.1.3 Chalcona bromada e azirinina ....................................................................... 35

4.1.4 Diazabiciclos ................................................................................................... 36

4.1.4.1 Diazabiciclos derivados de aldeídos e cetonas alifáticas ....................... 36

4.1.4.2 Diazabiciclos derivados de cetonas aromáticas ...................................... 37

4.1.5 Aldeídos heterocíclicos de Meerwein ........................................................... 37

4.1.6 Procedimentos de caracterização estrutural ............................................... 38

4.1.6.1 Avaliação do efeito fotocrômico por UV ................................................... 39

4.2 Ensaios Farmacológicos .................................................................................. 39

4.2.1 Avaliação da atividade sobre o Sistema Nervoso Central .......................... 39

4.2.1.1 Animais ........................................................................................................ 39

4.2.1.2 Avaliação do efeito dos compostos sobre a deambulação dos animais através do modelo campo aberto (MCA) ............................................................... 40

4.2.1.3 Avaliação do efeito hipnótico dos compostos através do teste do sono induzido por barbitúrico (SIB) ................................................................................ 40

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4.2.1.4 Avaliação do efeito anticonvulsivante dos compostos através do modelo da convulsão induzida por pentilenotetrazol (TPTZ) .............................. 41

4.2.1.5 Avaliação do efeito nootrópico dos compostos através do - teste de memória- modelo da esquiva inibitória ................................................................. 41

4.2.1.6 Avaliação do efeito Ansiolítico dos compostos através do modelo de ansiedade, teste de labirinto em cruz elevada (LCE) ........................................... 42

4.2.1.7 Avaliação do efeito antidepressivo - Modelo de depressão-teste do nado forçado (TNF) ........................................................................................................... 42

4.2.2 Avaliação do mecanismo de ação da propriedade antidepressiva do composto B6 ............................................................................................................ 43

4.2.2.1 Avaliação da participação do sistema serotonérgico .............................. 43

4.2.2.2 Avaliação da participação do sistema dopaminérgico ............................ 44

4.2.1.1 Avaliação da participação do sistema noradrenérgico ............................ 44

4.2.3 Análise estatística .......................................................................................... 44

4.2.4 Avaliação da atividade antinociceptiva ........................................................ 45

4.2.4.1 Animais ........................................................................................................ 45

4.2.4.2 Modelo de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético .......... 45

4.2.4.3 Modelo de dor induzida pela formalina ..................................................... 46

4.2.4.4 Modelo de dor induzida pela capsaicina ................................................... 46

4.2.4.5 Modelo de dor induzida pelo glutamato .................................................... 47

4.2.4.6 Hipernocicepção mecânica induzida pela carragenina ........................... 47

4.2.5 Análise estatística .......................................................................................... 48

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 49

5.1 Síntese................................................................................................................ 49

5.2 Atividade Biológica ........................................................................................... 85

5.2.1 Avaliação sobre o sistema nervoso central ................................................. 85

5.2.2 Avaliação da atividade antinociceptiva ........................................................ 98

6 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................... 104

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 107

ANEXO A - Perfil... .....................................................................................................

APÊNDICE A - ............................................................................................................

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LISTA DE ABREVIATURAS

5-HT - Serotonina

AAS - Ácido acetilsalicílico

Ar - Aromático

CCD - Cromatografia de camada delgada

CDCl3 - Clorofórmio deuterado

C3D6O - Acetona deuterada

CEUA - Comitê de Ética de Uso de Animais

d - Dupleto

DA - Dopamina

dd - Duplo dupleto

DI50 - Dose que reduz a resposta para 50% em relação ao grupo controle

DNA - Deoxyribonucleic acid (ácido desoxirribonucleico)

DRIFTS - Diffuse Reflectance Infrared Fourier Transform Spectroscopy (método

de reflectância difusa no infravermelho com transformada de Fourier)

Es - Parâmetros estéreos

Et - Etil

FT-IR - Infravermelho por Transformada de Fourier

GABA - Ácido gama-aminobutírico

IMAO - Inibidor da monoamina oxidase

IV - Infravermelho

J - Constante de acoplamento (Hz)

LCE - Teste de labirinto em cruz elevada

m - Multipleto

NA - Noradrenalina

PABA - Ácido para-aminobenzóico

Ph - Fenil

P.F. - Ponto de Fusão

PTZ - Pentilenotetrazol

R - Radical

RMN ¹H - Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio1

RMN 13C - Ressonância Magnética Nuclear de Carbono13

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RNA Ribonucleic acid (ácido ribonucleico)

s - Simpleto

SIB - Teste do sono induzido por barbitúrico

SNC - Sistema nervoso central

t - Tripleto

TMS - Tetrametilsilano

TNF - Teste do nado forçado

TOC - Transtorno obsessivo compulsivo

TPTZ - Teste da convulsão induzida por pentilenotetrazol

UV Ultravioleta

σ - Parâmetros eletrônicos

π - Parâmetros hidrofóbicos

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1 INTRODUÇÃO

Ao analisar dados históricos podemos perceber que os seres humanos têm

contado com a natureza para atender suas necessidades mais básicas, como o uso

de substâncias naturais para o tratamento de inúmeras enfermidades. As plantas,

em particular, formaram a base do sistema sofisticado da medicina popular e

continuam a desempenhar um papel essencial no cuidado à saúde, sendo ainda

amplamente utilizadas em diferentes culturas (GUIDO et al., 2010).

Até meados do século XIX a farmácia permaneceu uma ciência empírica

guiada pela medicina tradicional, aplicando e transferindo conhecimentos herdados

pelos ancestrais. Os medicamentos disponíveis eram geralmente preparados com

extratos vegetais, que em sua maioria eram eficazes. A tecnologia da fabricação de

medicamentos era rudimentar, produzindo apenas tinturas, emplastros, sopas e

infusões hidroalcoólicas preparadas com ervas secas ou recém-coletadas ou ainda

produtos animais, como ossos e gordura (CHAST, 2008).

Apesar da notória importância das plantas no desenvolvimento de novos

medicamentos e considerando o fato de cerca de 20% das plantas com substâncias

medicinais conhecidas serem encontradas no Brasil, percebe-se que o número de

produtos fitoterápicos comercializados no país é extremamente modesto e sua fatia

de mercado se restringe a apenas 2%, circunstância que ressalta a importante

colaboração da química farmacêutica moderna na obtenção de novos fármacos

(BARREIRO, 2007; NIERO, 2010).

Atualmente, de posse do conhecimento etnofarmacológico, faz-se a

purificação da matéria vegetal, com isolamento, determinação e identificação de

seus princípios ativos. Com o advento da tecnologia pode-se observar que alguns

compostos orgânicos ou metabólitos secundários de ocorrência natural apresentam

em sua estrutura outros átomos além de carbono e hidrogênio, os quais se

denominam heteroátomos. Inúmeras atividades farmacológicas importantes estão

relacionadas à presença destes heteroátomos, principalmente nitrogênio, oxigênio e

enxofre, pois através deles formam-se novos grupos funcionais e heterociclos que

contribuem significativamente no processo de interação com o receptor biológico

(QUIN; TYRELL, 2010).

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Ao observar a estrutura dos fármacos empregados na terapêutica, constata-

se que cerca de 62% deles são heterocíclicos, dentre os quais aproximadamente

95% apresentam-se nitrogenados, 28% comportam átomos de enxofre e 18%

átomos de oxigênio. Os valores acima expostos assinalam a importância da química

dos heterociclos, demonstrando que muitas vezes pode-se observar a presença de

dois heteroátomos em um mesmo ciclo (MENEGATTI; FRAGA; BARREIRO, 2001).

Um exemplo de heterociclo nitrogenado observado em inúmeras substâncias

de ocorrência natural, como plantas e produtos de metabolismo microbiano,

podendo inclusive ser sintetizado, são os anéis aziridinicos, também conhecidos por

outras denominações como etilenoimina e azaciclo-propano, que são ciclos

nitrogenados de três membros. Este núcleo tem sido amplamente investigado por

exibir várias atividades biológicas, tendo sido considerado promissor para o

desenvolvimento de novos fármacos (BISOL; SÁ, 2007; ISMAIL, 2009).

Aziridinas representam um dos mais valiosos heterociclos na química sintética

moderna devido a sua versatilidade, servindo como base para obtenção de grupos

funcionais e sendo precursoras de outros heterociclos contendo nitrogênio, como

exemplo os diazabiciclos (HU, 2004; KIYANI et al., 2009a, 2009b; MAHMOODI;

KIYANI, 2004).

Estes biciclos podem ser obtidos sinteticamente através de vários métodos,

inclusive a partir de aziridinas chalcônicas. Ao analisar a literatura científica

disponível percebe-se que os compostos que contemplam apenas o anel aziridínico

já possuem amplamente estudadas suas propriedades biológicas (BISOL; SÁ, 2007;

SAXENA et al., 2007; CORRÊA, 2008; ISMAIL; LEVITSKY; DEMBITSKY, 2009;

VANDEKERCKHOVE; D’HOOGHE, 2013), entretanto, compostos contendo o núcleo

diazabiciclo, preservando ainda a função aziridina, não apresentam bioatividades

descritas, sendo de extrema importância sua investigação, considerando o grande

investimento em estudos dedicado a seus precursores, chalconas e aziridinas. Tal

união parece não ter sido ainda suficientemente estudada, uma vez que na literatura

reporta-se, principalmente, a utilidade de compostos aziridinicos como intermediários

reacionais (BISOL; SÁ, 2007; BOBKA et al., 2008).

Considerando a importância dos núcleos farmacofóricos em questão, a pouca

disponibilidade de informação na literatura científica atual e a necessidade de se

investigar novas moléculas com propriedades biológicas, este trabalho concentra-se

na síntese de derivados diazabiciclos a partir de aziridinas chalcônicas e a

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investigação de suas propriedades biológicas – mais especialmente, da atividade

antinociceptiva e no sistema nervoso central.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

Sintetizar, caracterizar e avaliar o potencial de aplicação biológica, em

modelos de antinocicepção e no sistema nervoso central, de diferentes derivados

diazabiciclos obtidos a partir de aziridinas chalcônicas.

2.2 Objetivos Específicos:

- Sintetizar uma chalcona derivada do 4-nitrobenzaldeído;

- Sintetizar uma aziridina a partir da chalcona previamente obtida;

- Sintetizar aldeídos heterocíclicos pelo método de Meerwein;

- Proceder à reação da aziridina sintetizada com benzaldeídos e acetofenonas

substituídos e com aldeídos heterocíclicos;

- Caracterizar todos os compostos sintetizados;

- Avaliar biologicamente os compostos possuidores dos substituintes de Topliss em

modelos de sistema nervoso central e antinocicepção;

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Síntese orgânica e a obtenção de novos fármacos

O conhecimento adquirido pelos povos primitivos e indígenas com relação à

diversidade química encontrada na natureza pode ser considerado fator essencial

para o descobrimento de substâncias tóxicas e terapêuticas ao longo do tempo. O

aprendizado com estes povos proporcionou valiosas contribuições para o

desenvolvimento da pesquisa em produtos naturais, propiciando-nos conhecer a

estreita relação entre a estrutura química de um determinado composto e suas

propriedades biológicas e consequentemente esclarecer a intrigante interação entre

animais/insetos e plantas. Neste sentido, a natureza forneceu muitos modelos

moleculares que fundamentaram estudos de relação estrutura-atividade e inspiraram

o desenvolvimento da síntese orgânica de fármacos (NIERO, 2010; QUIN; TYRELL,

2010; VIEGAS JR.; FRAGA; BARREIRO, 2006).

A variedade e complexidade de metabólitos secundários, ou seja, de origem

não proteica, biossintetizados pelas plantas, os quais despertam tanto interesse

dentro da química medicinal, formaram-se e evoluíram, desempenhando um papel

fundamental na sobrevivência do vegetal essencialmente estacionário, fornecendo

compostos fisiologicamente importantes e facilitando assim as condições de

adaptação e regulação, além de suprir a necessidade básica de substâncias

defensivas (KENAKIN, 2014; LI; JOHNSON, 2010; NEWMAN; CRAGG; KINGSTON,

2008).

Estas moléculas distintas e complexas geralmente são detentoras de vários

centros estereogênicos, devido aos quais possivelmente, sejam-lhes atribuídas

inúmeras finalidades alelopáticas e biológicas (MONTANARI; BOLZANI, 2001). Entre

as várias classes de produtos de metabolismo das plantas, que têm servido como

estrutura modelo para o planejamento tecnológico de fármacos inovadores

encontram-se os alcalóides, terpenóides, esteróides, lignanas, flavonóides, entre

outros (CALIXTO et al., 1990; MONTANARI; BOLZANI, 2001; SILVA JR.; VIZOTTO,

1996).

Apesar da notória importância das plantas no desenvolvimento de novos

medicamentos, percebe-se que o número de produtos fitoterápicos é extremamente

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modesto considerando o fato de cerca de 85% do arsenal terapêutico disponível ser

composto por fármacos obtidos através de síntese total, circunstância que ressalta a

importante colaboração da química farmacêutica moderna na obtenção de novos

medicamentos (BARREIRO, 2007; LI; JOHNSON, 2010; NIERO, 2010).

A maioria dos fármacos pertencentes às classes dos analgésicos,

antidepressivos, antihistamínicos, ansiolíticos, cardiotônicos, hipnóticos,

antifúngicos, antiinflamatórios e anti-hipertensivos são de origem sintética. Por outro

lado, entre as principais classes de fármacos de origem natural estão os

antibacterianos e antineoplásicos (FARDELONE; BRANCHI, 2006; LI; JOHNSON,

2010; VIEGAS JR.; FRAGA; BARREIRO, 2006).

Podemos tomar como exemplo os 866 fármacos mundialmente usados na

terapêutica até o ano de 1991, dos quais, 680 (79%) eram obtidos de forma

sintética, os restantes 186 (21%) correspondiam àqueles com princípios ativos

provenientes de fontes naturais ou semi-sintéticos, confirmando esta estatística

temos dados mais recentes que demonstram que dos 530 novos medicamentos

lançados no mercado norte-americano entre 1993 e 2011, a maioria era composta

por fármacos obtidos através de síntese química total (LI; JOHNSON, 2010;

MENEGATT; FRAGA; BARREIRO, 2001).

Um dos mais importantes aspectos a serem observados na busca de novas

moléculas bioativas é a investigação de uma molécula protótipo ou modelo, a partir

da qual se procede a síntese de derivados ou análogos com propriedades

farmacológicas mais intensas desenvolvendo-se a avaliação da relação entre

estrutura química e bioatividade (POLINSKY, 2008). Esta relação é o objeto de

estudo da química medicinal, a qual possui base multidisciplinar englobando as

ciências químicas, biológicas, farmacêuticas, médicas, físicas e computacionais,

estando preocupada com invenção, descobrimento, projeção, identificação e

preparação de novas entidades químicas biologicamente ativas (BARREIRO;

FRAGA, 2008; GUIDO; ANDRICOPULO; OLIVA, 2010; LIMA, 2007).

Dentro da química medicinal, podemos definir, de um modo geral, as etapas

comuns do processo de obtenção de um novo fármaco. O ponto de partida é a

eleição de um alvo terapêutico; em seguida inicia-se a otimização estrutural de uma

molécula protótipo, a qual irá interagir com sítio ativo do alvo selecionado. Esta

etapa visa o aumento da potência, seletividade, diminuição da toxicidade,

adequação do perfil farmacocinético e estabelecimento da relação estrutura-

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atividade. Finalmente, inicia-se o melhoramento do protótipo, fase que objetiva o

melhoramento de suas propriedades farmacocinéticas e farmacêuticas, como

solubilidade, odor, sabor, de modo a viabilizar seu uso clínico (GUIDO;

ANDRICOPULO; OLIVA, 2010; LIMA, 2007).

Métodos semiquantitativos também podem ser utilizados na busca racional de

novos protótipos a fármacos. O método manual de Topliss é fundamentado na

síntese de cinco derivados contendo os seguintes substituintes: H, 4-Cl, 3,4-Cl, 4-

CH3 e 4-OCH3, escolhidos devido à acessível obtenção sintética desses derivados

como ponto de partida e então avaliar-se a ordem de potência destes substituintes

em relação aos parâmetros hidrofóbicos (π), estéreos (Es) e eletrônicos (σ)

(CAMPOS-BUZZI; CECHINEL-FILHO; CORRÊA, 2010). A partir da análise do

comportamento destes compostos pode-se propor novos substituintes a fim de

otimizar a atividade biológica dos compostos em estudo (YUNES et al., 2002).

As pesquisas em torno da obtenção de novos fármacos vêm se destacando

gradativamente através de investimentos maciços em matérias-primas e treinamento

de recursos humanos. É expressivo o número de cientistas com extensa formação

acadêmica que trabalham nos setores de pesquisa e desenvolvimento de

laboratórios industriais em busca de estratégias inovadoras para o encaminhamento

farmacológico de patologias como diabetes, dores agudas e crônicas, câncer,

doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, artrite, osteoporose, fibrose cística,

AIDS, entre outras (FARDELONE; BRANCHI, 2006; FOUCE et al., 2014).

Apesar de todo este investimento, estima-se que apenas uma em cada 25

novas entidades químicas, que adquirem o status de possível novo fármaco, se

tornará um fármaco comercializado, revelando um processo com baixo índice de

êxito. As principais razões para o desfecho mal sucedido deste processo incluem

perda de eficácia clínica, propriedades farmacocinéticas inadequadas, toxicidade,

reações adversas, razões comerciais e limitações farmacotécnicas (LIMA, 2007;

MARGINEANU, 2014).

Considerando este contexto, justifica-se a necessidade da obtenção de novos

fármacos eficazes e seguros que contribuam no encaminhamento de doenças

prevalentes e endemias não controladas, conforme as necessidades de saúde,

seguindo critérios epidemiológicos e sociais. A falta de novas opções para o

tratamento de determinadas doenças infecciosas, por exemplo, leva a utilização de

medicamentos já disponíveis, os quais além de muitas vezes ineficazes e pouco

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seguros, são tóxicos e promovem elevados índices de resistência (KENAKIN, 2014;

VIDOTTI, 2007).

3.2 Chalconas

Do ponto de vista químico, as chalconas são definidas como moléculas de

cadeia aberta, constituídas por dois anéis aromáticos (substituídos ou não) ligados

por um fragmento enona de três carbonos caracterizando uma cetona α,β-insaturada

que apresenta o núcleo fundamental 1,3-diaril-2-propen-1-ona (Figura 1). Seus anéis

aromáticos são identificados como anel A (advindo da cetona) e anel B (advindo do

aldeído).

Figura 1. Estrutura geral de uma chalcona, onde X e Y são hidrogênios ou grupamentos substituintes quaisquer situados nos anéis aromáticos.

O

X Y

2

3

4

5

6

β

α

6'

5'

4'

3'

2'

A B

Em função da presença da dupla ligação entre os carbonos α e β, as

chalconas podem adotar configuração E/trans ou Z/cis (Figura 2), no entanto o

estereoisômero E é termodinamicamente favorável sendo encontrado em maior

concentração nas plantas (PADHYE, 2009) e geralmente obtido de forma pura

através de métodos sintéticos (CORDEIRO, 2010; DUCKI et al., 1998) .

A metodologia comum de síntese das chalconas, baseada na condensação

aldólica de Claisen-Schmidt, além de promover a obtenção de compostos

estereoquimicamente puros, ainda possibilita alcançar grande variedade de

moléculas, levando em conta a existência de inúmeros benzaldeídos e acetofenonas

comerciais que podem ser combinados contemplando a diversidade estrutural

desejada (DUCKI, et al., 1998; CORDEIRO, M., 2010).

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Figura 2. Estereoisômeros de chalconas

O O

Isoforma E/trans Isoforma Z/cis

Partindo para uma abordagem biológica, chalconas também podem ser

definidas como uma classe de compostos fenólicos pertencentes à família das

fitoalexinas, precursores produzidos durante a via de biossíntese de flavonóides.

Abundantemente encontradas na natureza, seja em plantas rasteiras ou

superiores, em diferentes órgãos vegetais, sobretudo como pigmento nas pétalas, as

chalconas vem ganhando destaque como alvo de estudos de isolamento,

identificação e investigação de propriedades biológicas (BOECK et al., 2006;

CAMPOS-BUZZI, 2007; CORRÊA, 2008; SAXENA et al., 2007).

No reino vegetal a presença de pigmentação, radicais hidroxilas e insaturação

α,β são características marcantes, peculiaridades às quais são atribuídas uma série

de bioatividades, tais como antioxidante, antimicrobiana, antifúngica, fotoreceptora,

atraente visual e repelente de predadores.

A ação terapêutica atribuída a compostos pertencentes à classe das

chalconas e seus derivados sintéticos, comprovada através de diversas pesquisas

desenvolvidas in vitro e in vivo, vem se destacando no âmbito da química medicinal.

Grande parte desses estudos engloba a avaliação da relação estrutura-atividade na

tentativa de elucidar as variáveis estruturais interferentes na atividade biológica

desempenhada por esses compostos (BANDGAR et al., 2010; BANDGAR et al.,

2012; CAMPOS-BUZZI, 2007; LEE; SOLOMON, 2012; PADARATZ, 2009).

Além das características supracitadas, parte do interesse despertado por esta

classe de compostos se dá também em função de seu núcleo fundamental, o qual

pode ser considerado privilegiado no processo tecnológico de desenho de fármacos

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(POLINSKY, 2008). Neste núcleo encontram-se dois anéis aromáticos de seis

membros interligados por apenas três carbonos, constituindo uma estrutura

relativamente rígida, o que minimiza a variabilidade conformacional da molécula,

fator considerado como uma complicação enfrentada rotineiramente nos estudos de

modelagem molecular. A etapa de análise conformacional é o primeiro passo nesses

estudos, buscando identificar aquela mais estável e a conformação bioativa ideal

(VERLI; BARREIRO, 2005). Outra característica interessante é a versatilidade dos

anéis, os quais comportam inúmeras possibilidades de substituintes que podem

contribuir para modificar e/ou melhorar a atividade farmacológica da molécula

(CORDEIRO, 2010).

Em alguns países como Japão, Itália e Espanha são utilizados

medicamentos que possuem uma chalcona como princípio ativo. No Japão

comercializa-se um medicamento com ação mucoprotetora, que possui como

princípio ativo a sofalcona (Figura 3 - a), a qual é utilizada para o tratamento de

gastrite e úlcera péptica, além disso, demonstrou bons resultados quando

combinada com medicamentos já utilizados clinicamente na erradicação de

infecções desencadeadas por Helicobacter pylori. Já na Itália e Espanha existem

medicamentos que possuem em sua formulação a metochalcona (Figura 3 - b), a

qual tem a função de estimular a produção da bile pelas células hepáticas

(ISOMOTO et al., 2005; SWEETMAN, 2011).

A atividade antioxidante exibida pela licochalcona A (Figura 3 - c) também

ganha destaque através uma linha de cosméticos comercializada em diversos

países. Além destas, várias outras chalconas são utilizadas clinicamente para tratar

enfermidades como câncer, infecções parasitárias, doenças cardíacas, problemas

circulatórios, no tratamento da dor e algumas ainda passam por avaliações pré-

clinicas (LEE et al., 2006).

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Figura 3. Estrutura química da sofalcona (a), metochalcona (b) e licochalcona A (c).

O

O O

CH3

OH

O

CH3CH3

CH3O

(a)

OOCH3

O

CH3

OCH3

(b)

O

OH

OCH3

OH

CH2

CH3 CH3

(c)

A ação terapêutica de vários compostos pertencentes à classe das

chalconas e seus derivados sintéticos, tem sido reportada por diversos autores

(CORRÊA et al., 2001; DOMINGUEZ et al., 2005; NIELSEN et al, 2005; HSU et al.,

2006; CAMPOS-BUZZI et al., 2006, 2007; NOWAKOWSKA, 2007).

Entre as mais conhecidas ações pode-se citar a potente inibição do

crescimento de bactérias patogênicas comuns (NOWAKOWSKA, 2008; BANDGAR

et al., 2009; EL-SAWY et al., 2013) e de cepas resistentes a antibioticoterapia

convencional (SIDDIQUI et al., 2011); relevante atividade antifúngica (SIDDIQUI et

al., 2011); atividade antiproliferativa (SOLOMON; LEE, 2012) e citotóxica contra

diferentes células tumorais (EL-SAWY et al., 2013); inibição da enzima xantina

oxidase, que está envolvida na produção endógena de ácido úrico, ao qual estão

associadas algumas desordens metabólicas de produção anormal, como gota e

hiperuricemia, que podem levar ao desenvolvimento de doenças renais crônicas e

cardiovasculares; e inibição da enzima tirosinase, que participa da biosíntese de

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melanina, intimamente ligada ao desenvolvimento de melanomas (BANDGAR et al.,

2012). Além destas, destacam-se também as atividades antimalarial, antileishmanial,

imunossupressiva, antituberculose, anti-inflamatória e analgésica (CAMPOS-BUZZI,

2007; LIU et al., 2007; BANDGAR et al., 2009; CORRÊA, 2008).

Desde 1940, quando o potencial biológico das chalconas começou a ser

explorado, o número de publicações científicas que tem o núcleo chalcônico e suas

variações como alvo de pesquisa cresce intensamente, proporcionando maior

conhecimento a respeito da estreita relação estabelecida entre a estrutura química

dos derivados e a atividade biológica que desempenham (NI et al., 2004). Este

conhecimento permitirá a futura obtenção de novas entidades químicas a serem

utilizadas no encaminhamento terapêutico de diversas enfermidades que

continuamente afligem grande parte da população.

3.3 Heterociclos

Heterociclos são compostos orgânicos cíclicos que contemplam em seu anel

um ou mais átomos além do carbono, os quais recebem o nome de heteroátomos.

Os principais elementos que figuram como heteroátomos são nitogênio, enxofre e

oxigênio (QUIN; TYRELL, 2010).

Dentre os cerca de 20 milhões de compostos químicos identificados até o final

do segundo milenio, os heterocíclicos estão presentes em aproximadamente

metade. Diversos sistemas que comportam heterociclos têm suas atividades

farmacológicas amplamente investigadas, como é o caso das piridinas, piperidinas,

piperazinas, pirrolidinas, imidazóis, pirazóis, indóis, β-lactâmas e aziridinas (DUA et

al., 2011; TAYLOR et al., 2010).

Os heterociclos possuem grande importância dentro da química orgânica,

constituindo unidades estruturais comuns nos medicamentos e permanecendo

extremamente importantes no processo de descoberta de novos fármacos. Estima-

se que mais de 80% dos fármacos vendidos nos Estados Unidos, em 2010,

contemplavam pelo menos um fragmento heterocíclico em suas estruturas

(GOMTSYAN, 2012).

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21

A razão por trás da alta prevalência de nitrogênio, enxofre e oxigênio,

especialmente nos anéis presentes nestas moléculas pode ser explicada através da

observação do processo de pesquisa que conduz à obtenção de um tratamento

terapêutico eficaz, o qual é amplamente baseado na observação da natureza e do

próprio corpo humano.

Em função dos heterociclos serem elementos centrais de uma vasta gama de

substâncias de origem natural, algumas até participantes em reações químicas do

nosso organismo, tais como ácidos nucleicos, aminoácidos, carboidratos, vitaminas

e alcalóides, os esforços da química medicinal muitas vezes evoluiu em torno da

mimetização de tais estruturas (DUA et al., 2011). Além do mais, com a inserção de

heterociclos, certas propriedades moleculares, como potência e seletividade, podem

ser moduladas, pois através de substituições bioisostéricas se torna possível

adequar lipofilicidade, polaridade e solubilidade do composto.

O fato dos heterociclos serem capazes empregar maior potência e

seletividade pode, em muitos casos, ser explicado por sua capacidade em promover

pontes de hidrogênio com proteínas presentes no alvo terapêutico. Dependendo da

estrutura do heterociclo ele pode comportar-se como aceptor ou doador de prótons.

Analisando as estruturas das seguintes substâncias demosntradas na Figura

4: ácido para-aminobenzóico (PABA) (a), sulfanilamida (b), sulfametoxazol (c),

hidroclorotiazida (d) e furosemida (e), pode-se perceber que a inserção de

determinados heterociclos em diferentes posições da molécula original pode ser

decisivo para a bioatividade, proporcionando marcantes diferenças em suas

propriedades biológicas.

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Figura 4. Estrutura química do PABA (a), sulfanilamida (b), sulfametoxazol (c), hidroclorotiazida (d) e furosemida (e).

OH O

NH2

S

Cl

O O

NH2

NH

S

NH

O

O

NH

O

SO O

NH2

Cl

O

OHNH2

SO O

NH2

S

NH2

NH

O O

N

O

CH3

(a) (b) (c) (d) (e)

O PABA é uma substância de origem natural indispensável para

sobrevivência das bactérias, pois através dele lhes é possível sintetizar ácido fólico,

um precursor do DNA e RNA bacteriano. Sua estrutura serviu de base para

construção da primeira classe de antibióticos utilizados para tratar infecções em

humanos, as sulfas (BORGES et al., 2005).

A primeira molécula antimicrobiana análoga do PABA a ser produzida foi a

sulfanilamida. Entretanto observou-se que tal composto possuía além do efeito

antibiótico, propriedades diuréticas e por este motivo passou a servir como modelo

para o desenvolvimento de novas moléculas de ambas as classes terapêuticas

(AFONSO, 2008).

O sulfametoxazol é um representante dos antibióticos sulfonamídicos

heterocíclicos derivados da sulfanilamida, criado com a intenção de aumentar a

eficácia e diminuir a toxicidade de seus antecessores. Possui amplo espectro de

ação e boa biodisponibilidade via oral (BORGES et al., 2005).

Furosemida e hidroclotiazida, por sua vez são diuréticos sulfonamídicos

também derivados da sulfanilamida, ambos são amplamente utilizados no

tratamento da hipertensão arterial, todavia tal atividade é promovida de forma

diferente por cada molécula.

A sulfanilamida foi o primeiro composto inibidor da enzima anidrase carbônica

a ser reconhecido como diurético. No entanto, seu principal efeito adverso era o

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desenvolvimento de acidose metabólica, devido à grande excreção de bicarbonato

urinário. Com o desenvolvimento de pesquisas, foram sintetizadas substâncias com

atividade inibitória muitas vezes maior do que a sulfanilamida, as quais não

ocasionaram excessiva eliminação de bicarbonato, como é o caso da acetazolamida

(MOTA, 2012).

A criação da hidroclorotiazida se deu com o intuito de tornar os inibidores da

anidrase carbônica medicamentos de ação mais potente. Ela pertence à classe dos

diuréticos saluréticos moderados que atuam, sobretudo, nos túbulos contornados

distais dos rins e possuem inicio de ação relativamente lento e efeito de longa

duração.

Com estrutura muito similar a da hidroclorotiazida, a furosemida é

considerado um diurético salurético potente que atua majoritariamente na alça de

Henle, possuindo inicio de ação rápido e curta duração.

Através de estudos de relação estrutura-atividade envolvendo tais moléculas,

foi possível perceber que a presença da porção sulfonamídica é essencial para o

efeito farmacológico de ambas as classes terapêuticas e que pequenas alterações

estruturais, como a inserção de heterociclos em diferentes posições, foram capazes

de promover significativas mudanças na farmacocinética e até mesmo nas

propriedades biológicas dos compostos.

Se o intuito for preservar a atividade diurética, o átomo de nitrogênio da

porção sulfamoila deve permanecer insubstituído, pois tal grupo é essencial para o

efeito inibidor sobre enzima anidrase carbônica in vitro e para a produção in vivo da

diurese. Esta característica explica por que todas as sulfonamidas antibacterianas,

com exceção da sulfanilamida não são capazes de inibir a anidrase carbônica ou

promover diurese, o que corrobora com o fato de moléculas com substituintes

aromáticos na porção sulfamoila possuirem atividade antimicrobiana extremamente

maior que a desempenhada pela precursora sulfanilamida (BORGES, 2005; MOTA,

2012).

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3.3.1 Aziridinas e outros heterociclos

Devido a sua presença em um grande número de alcalóides biologicamente

ativos, compostos nitrogenados como os N-heterociclos, caracterizados por núcleos

com um ou mais átomos de nitrogênio, representam um interessante campo de

aplicação da química farmacêutica, principalmente através da investigação e

otimização de estruturas complexas observadas em produtos vegetais (SILVA,

2006).

As aziridinas representam um dos mais valiosos anéis heterociclicos de três

membros na química sintética moderna. Este fato se deve a sua ampla versatilidade,

sendo precursoras e proporcionando régio e estereoseletividade na síntese de

outros heterociclos contendo nitrogênio, na elaboração de ligações químicas e

obtenção de outros grupos funcionais (HU, 2004).

Aziridinas, também chamadas de azaetileno ou etilenimina (Figura 5), são

moléculas consideradas análogos nitrogenados de epóxidos, configurando um anel

de três membros ligados a um grupamento amina. Moléculas que possuem o anel

aziridínico em sua estrutura são encontradas em várias substâncias de ocorrência

natural, como plantas e produtos de metabolismo microbiano. Além disso, tais

estruturas podem facilmente ser obtidas por diversos processos de síntese orgânica

a partir de metodologias simples, em condições reacionais brandas, reagentes e

produtos pouco tóxicos e geração mínima de resíduos (BISOL; SÁ, 2007; ISMAL;

LEVITSKY; DEMBITSKY, 2009).

Figura 5. Estrutura geral do anel aziridina.

NH

R R'

Atualmente, as aziridinas têm sido exploradas devido a diversas atividades

biológicas como antibiótica, antitumoral, anticarcinogênica, citotoxicas e inseticidas.

Além disso, configuram como importantes intermediários na síntese de compostos

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nitrogenados, como aminoácidos, açúcares e alcalóides (YADAV; KAPOOR, 2009).

O núcleo aziridínico é considerado extremamente reativo devido à tensão

entre suas ligações, no entanto aziridinas de alto peso molecular geralmente são

estáveis a temperatura ambiente (BISOL; SÁ, 2007; ISMAL; LEVITSKY;

DEMBITSKY, 2009).

Entre as mais importantes estruturas aziridínicas de interesse biológico

encontramos as mitomicinas A, B e C, que formam um grupo de antibióticos com

propriedades citotóxica e antibacteriana, derivadas de uma estrutura comum

denominada mitosana produzida por espécies do gênero Streptomyces. Das

mitomicinas já identificadas, a mais investigada é a mitomicina C (Figura 6), que foi

isolada da bacteria Streptomyces caespitosus na década de 50. Esta molécula

contém um grupo uretano e um grupo quinona em sua estrutura, assim como um

anel de aziridina, que é essencial para atividade antineoplásica (MONTE et al.,

2004). No tratamento de neoplasias, a mitomicina C atua como um antimetabólito

alquilante, bloqueando a replicação de DNA e RNA e inibindo a síntese protéica,

sem ciclo celular específico de ação, porém células em rápida atividade proliferativa

demonstram ser mais suscetíveis (WALLAU et al., 2005).

Figura 6. Estrutura química da mitomicina C.

O

O

NH2

CH3N NH

O CH3

O

ONH2

Além da atividade antineoplásica exibida pelas mitomicinas, outras aziridinas

apresentaram ainda ação tripanocida (VICIK et al., 2006), antifúngica e

antibacteriana (HEGDE et al., 2013). Todavia, grande parte dos trabalhos científicos

envolvendo o anel de aziridina é dedicada a salientar sua utilização apenas como

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intermediário reacional (BISOL; SÁ, 2007).

Com o auxílio do anel aziridínico e através de inúmeros métodos reacionais é

possível obter a formação de outros heterociclos a partir de interessantes estruturas

precursoras como é o caso das chalconas, que possuem como característica

importante sua capacidade de atuar como base estrutural para a síntese de diversos

compostos heterocíclicos biologicamente ativos (EL-SAWY et al., 2013). Na

estrutura fundamental das chalconas encontramos possibilidade de inserção de

grupos heterocíclicos nos anéis A e B e a formação destes a partir da porção enona

da molécula (HAMADA; SHARSHIRA, 2011; HWANG et al., 2012).

Atualmente vários estudos de relação estrutura-atividade de compostos

heterocíclicos baseados na estrutura chalcônica são relatados na literatura (FILOSA

et al., 2007; FOUCE et al., 2014; HWANG et al., 2012; PINNA et al., 2000; SHARMA

et al., 2009). Dentre as interessantes estruturas cíclicas obtidas a partir das

chalconas podemos destacar compostos di-nitrogenados com potencial atividade

biológica, os conhecidos diazabicilos, entretanto o número de estudos que

investigam as propriedades farmacológicas de compostos que contemplam tal

grupamento é relativamente modesto, levando em consideração a quantidade de

pesquisas voltadas para avaliação de outros heterociclos nitrogenados já citados

anteriormente. Entre as bioatividades atribuídas a moléculas que detém um grupo

diazabicíclico destacam-se a antiviral, analgésica, antiarrítmica (FILOSA et al., 2007;

PINNA et al., 2000; SHARMA et al., 2009; VILLA et al., 2001) e antitumoral, onde

observou-se atividade antiproliferativa destes compostos contra células tumorais de

bexiga, pulmão, mama e pâncreas (HOLL et al., 2009).

A partir da porção enona do núcleo chalcônico podem ser obtidos compostos

diazabicíclicos detentores de um anel de aziridina, os quais possuem suas

propriedades físico-químicas intensamente investigadas em função da observação

de fenômenos fotocrômicos (KIYANI et al., 2013; GHAVIDAST; MAHMOODI ;

ZANJANCHI, 2013; MAHMOODI; NADAMANI; BEHZADI, 2013)

Atualmente, não encontram-se relatos sobre a atividade biológica de tais

moléculas fotocrômicos na literatura, no entanto, chama atenção o fato de sua

estrutura comportar um núcleo aziridínico condensado a um anel imidazólico,

fragmento que pode contribuir decisivamente para o efeito biológico desempenhado

pelos compostos. Pode-se citar como exemplos das diferentes atividades biológicas

desempenhadas por fármacos possuidores do fragmento imidazol, o metronidazol

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(Figura 7- a), amplamente utilizado como antiprotozoário e antibacteriano de amplo

espectro, o miconazol (Figura 7- b), detentor de excelente atividade antifúngica

tópica e a teofilina (Figura 7- c), utilizada no tratamento de enfermidades do trato

respiratório inferior.

Figura 7. Estrutura química do metronidazol (a), miconazol (b) e teofilina (c).

N

N

NO2CH3

OH

Cl

Cl

O

N

N

Cl

Cl

NH

N

N

N

CH3

CH3

O

O

(a) (b) (c)

Baseando-se neste contexto e na semelhança estrutural com a porção 1,3-

diazabicliclo[3,1,0]hex-3-eno (Figura 8- a), conforme demonstrado na Figura 8, vale

ressaltar ainda a interessante atividade biológica desempenhada pelo composto

diazabicíclico, neste caso não derivado de chalcona, imexon (Figura 8- b). Uma

pequena molécula que vem sendo estudada e tem apresentado resultados

extremamente satisfatórios no combate ao melanoma, linfoma não-Hodgkin, câncer

de pâncreas, pulmão, mama e próstata (DVORAKOVA et al., 2000; WEBER et al.,

2010).

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Figura 8. Porção 1,3-diazabicliclo[3,1,0]hex-3-eno (a) e estrutura química do imexon (b).

N NH

O

NH

NN

Ar1 Ar

2

RR

1

(a) (b)

Além do mais, destaca-se também a versatilidade sintética dos diazabiciclos

obtidos a partir de chalconas, sendo possível a inserção de variados substituintes

nas porções superior e inferior da molécula (posições Ar1, Ar2, R e R1 (Figura 8- a)).

Dentre os grupos que podem compor sua estrutura encontram-se os “adutos de

Meerwein”, que são constituídos por aldeídos aromáticos obtidos através da reação

entre anilinas substituídas e furano ou pirrolcarboxaldeído (CHE et al., 2014).

Uma interessante rota sintética para obtenção de derivados arilfurano e

arilpirrol é arilação direta de compostos insaturados catalisada por sal de cobre

através da formação de sais de arenodiazônio, descrita por Meerwein e

colaboradores em 1939.

O interesse na arilação de derivados de furano e pirrol é largamente

determinado por perspectivas na busca de substâncias biologicamente ativas entre

as séries derivadas destes grupos (LOU et al., 2014). Entre os medicamentos

derivados de um grupamento arilfurano encontra-se a nitrofurantoína (Figura 9- a),

um antibacteriano habitualmente utilizado no tratamento de infecções do trato

urinário e a ranitidina (Figura 9- b), um antagonista dos receptores H2, utilizados no

tratamento de problemas estomacais.

Figura 9. Estrutura química da nitrofurantoína (a) e da ranitidina (b).

OO2NN

N NH

O

O(a)

N

O

CH3

CH3 S NH

O2N

NHCH3

(b)

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3.4 Fotocromismo

Fotocromismo é um fenômeno associado à transformação reversível de

espécies químicas, observado através de mudança em sua coloração, a partir da

incidência de luz solar ou artificial. A molécula de origem e a resultante após

exposição a luz apresentam diferentes espectros de absorção por fotoirradiação,

geometria e estrutura eletrônica. (TSIVGOULIS, 2000 ; BOUAS-LAURENT ; DÜRR,

2001; MAHMOODI et al., 2004; KIYANI et al., 2009/a,b).

Os derivados de 1,3-diazabicliclo[3,1,0]hex-3-eno constituem uma classe de

compostos fotocrômicos amplamente explorada. Estes compostos, quando expostos

a luz solar durante cinco a quinze segundos, desenvolvem uma coloração que varia

de verde-azulado a azul royal de acordo com os efeitos eletrônicos e estéreos dos

substituintes presentes nos anéis aromáticos de sua estrutura (KIYANI et al.,

2009/b).

No ano de 1971 Cooper e seus colaboradores registraram a patente de 28

compostos derivados de 1,3-diazabicliclo[3,1,0]hex-3-eno (HEINE; WEESE;

COOPER, 1971), desde então estas moléculas têm suas propriedades físico-

químicas e possíveis aplicabilidades tecnológicas intensamente estudadas por

alguns grupos de pesquisadores. Os compostos 1,3-diazabicliclo[3,1,0]hex-3-eno

são conhecidos também pelo nome de Cooper Blue referendando um dos

pesquisadores que o sintetizou, Robert Cooper (MAHMOODI et al., 2004; KIYANI et

al., 2009/a,b).

Inúmeros compostos fotossensíveis são investigados, porém, raros

apresentam reações fotocrômicas em estado sólido, como é o caso dos derivados

de 1,3-diazabicliclo[3,1,0]hex-3-eno, que permanecem com suas propriedades

fotocrômicas no estado cristalino. Este é um dos fatores que fazem com que

aumente o interesse tecnológico nessa classe de compostos (CHEN et al., 2007;

KIYANI et al., 2009/a).

3.5 Atividade biológica No processo de descoberta de um novo fármaco, quando a estrutura do alvo

terapêutico não é conhecida, o desenho molecular de novos padrões estruturais do

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candidato a composto-protótipo desejado pode ser conduzido a partir do emprego de

estratégias de planejamento estrutural da química medicinal, como a identificação de

novos análogos ativos do substrato natural do receptor ou do agonista da enzima

eventualmente eleita como alvo-terapêutico (QUIN; TYRELL, 2010).

O planejamento molecular racional destes análogos ativos pode se dar pelo

emprego do bioisosterismo, da simplificação molecular, da hibridação molecular,

entre outras metodologias de planejamento molecular da química medicinal. Sabe-se

que a substituição de um átomo de hidrogênio por um determinado substituinte pode

modificar profundamente a potência, duração e ainda o efeito farmacológico de uma

molécula (BARREIRO; FRAGA, 2005).

Os estudos de correlação estrutura-atividade, fundamentados no efeito do

substituinte em um determinado anel aromático, são muito comuns na química

medicinal, uma vez que mais de 50% dos fármacos ou compostos bioativos

possuem esse tipo de anel. As modificações produzidas pela introdução de um

substituinte podem atingir várias propriedades físico-químicas da molécula, tais

como a hidrofobicidade, a densidade eletrônica, a conformação estrutural, as

propriedades farmacocinéticas, entre outras (CECHINEL-FILHO, YUNES, 2001).

Uma vez definidos e sintetizados, os novos compostos são ensaiados

farmacologicamente, empregando-se protocolos in vivo, o que permite a

identificação de novos compostos-protótipos de fármacos (BARREIRO; FRAGA,

2005).

O perfil terapêutico de um fármaco pode ser influenciado por muitos fatores

relacionados à sua estrutura química, pode-se formular uma relação entre a

estrutura química e a atividade biológica como, por exemplo, o modelo semi-

quantitativo desenvolvido por Topliss, o qual é de grande aplicabilidade na predição

de moléculas candidatas a futuros fármacos.

Topliss sugere um método não estatístico baseado no fato de que alguma

correlação quantitativa deve existir entre atividade biológica, a hidrofobicidade e a

descrição molecular eletrônica dos substituintes aromáticos (YUNES et al., 2002).

O método manual consiste na análise dos resultados da atividade

farmacológica de cinco compostos que possuam anel aromático na sua estrutura e

que estejam presentes os seguintes substituintes: H, 4-Cl, 3,4-Cl2, 4-CH3 e 4-OCH3

(CECHINEL-FILHO; NUNES; YUNES, 1993). A avaliação da atividade biológica

está relacionada aos parâmetros hidrofóbicos (π), eletrônicos (σ) e estéreos (Es)

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conforme demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1. Ordem de potência para diversos parâmetros físico-quimicos proposta por Topliss Parâmetros físico-quimicos de Topliss

Substituintes π 2π−π2 σ −σ π+σ 2π− σ π−σ π−2σ π−3σ E4a

3,4-Cl2 1 1-2 1 5 1 1 1-2 3-4 5 2-5

4-Cl 2 1-2 2 4 2 2-3 3 3-4 3-4 2-5

4-CH3 3 3 4 2 3 2-3 1-2 1 1 2-5

4-OCH3 4-5 4-5 5 1 5 4 4 2 2 2-5

H 4-5 4-5 3 3 4 5 5 5 3-4 1

A tabela 2 indica a proposta de seleção de novos substituintes que podem

otimizar a atividade farmacológica dos compostos em estudo. Aos parâmetros

relacionados π e σ, baseados nos estudos de correlação de Hansch, Topliss incluiu

também os efeitos estéreos (Es), que muitas vezes exercem influência dominante.

Este método visa uma síntese mais racional e objetiva, visto que, fazendo

primeiramente a análise e comparação dos resultados da atividade biológica com a

estrutura química dos compostos pode-se determinar futuras modificações

estruturais com o objetivo de obter um composto ainda mais potente que os iniciais.

Tabela 2. Proposta de Topliss para a seleção de novos substituintes em função dos prováveis parâmetros mais ativos. Prováveis parâmetros mais ativos Seleção de novos substituintes

π, π+σ, σ 3-CF3, 4-Cl; 3-CF3, 4-NO2; 4-CF3; 2,4-Cl2; 4-C-C5H9

π, 2π-σ, π-σ 4-CH(CH3)2; 4-C(CH3)3; 3,4(CH3)2; 4-O(CH2)3CH3; 4-OCH2Ph; 4-NEt2

π-2σ, π-3σ, σ 4-N(C2H5)2; 4-N(CH3)2; 4-NH2; 4-NHC4H9; 4-OH; 4-OCH(CH3)2; 3-CH3; 4-OCH3

2π-π2 4-Br, 3CF3; 3,4(CH3)2; 4-C2H5; 3Cl; 3- CH3; 3-OCH3; 3-N(CH3)2; 3-CF3; 3,5-Cl

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3.5.1 Atividade no sistema nervoso central Os múltiplos fatores que podem levar as pessoas a desenvolverem um

quadro de desordem no sistema nervoso central estão presentes no cotidiano da

sociedade, fazendo com que este quadro se manifeste em qualquer indivíduo,

independente de raça, cor, sexo ou classe social. Desta forma, observa-se cada vez

mais elevada a incidência destes quadros clínicos, fazendo com que um número

também cada vez maior de pessoas procure ajuda médica e tratamentos eficazes

para superar estes transtornos (TOLARDO, 2008).

A ansiedade é uma resposta natural do indivíduo frente a um perido dito

potencial. Teoricamente, certo grau de ansiedade confere ao indivíduo o aumento da

capacidade cognitiva e de desempenho. Entretanto, quando seus sintomas se

manifestam sem que haja uma causa específica e se mantem por um longo período

de tempo estamos diante da ansiedade patológica. O tratamento atual consiste em

antidepressivos tricíclicos, benzodiazepínicos, dentre outros. Grande parte dos

medicamentos exibe uma vasta gama de efeitos colaterais e/ou adversos levando

muitas vezes o paciente a não adesão do tratamento (FISCHER, 2007).

Os transtornos de ansiedade não podem ser desvinculados totalmente de

outros distúrbios psiquiátricos, já que estão associados, com grande frequência, à

depressão, sendo esta uma doença caracterizada por contínua alteração no humor e

falta de interesse em atividades prazerosas. O estado depressivo se diferencia do

comportamento melancólico ou triste que afeta a maioria das pessoas, por se tratar

de uma condição duradoura de origem neurológica (MELO, 2006).

Queixas de problemas no sono também são correlatos subjetivos de

transtorno de depressão e podem representar fatores de risco para o primeiro

episódio depressivo, bem como antecipar a recorrência do quadro. A insônia é um

distúrbio do sono que pode ser sintoma de várias condições patológicas dentre as

quais destaca-se a depressão. Assim, a avaliação cautelosa dos distúrbios do sono,

especialmente quando já instalado um transtorno depressivo, é importante pela

relevância clínica e pelo valor prognóstico (HALES; YUDOFSKY, 2006).

A insônia deixou de ser uma raclamação trivial, pois entende-se que a falta de

descanso pode gerar fadiga diurna, reduzir a qualidade de vida e aumentar os

custos com cuidados e saúde (COELHO et al., 2010).

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Os efeitos centrais de compostos aziridínicos e das chalconas tem sido

estudados. Chalconas exibem efeito ansiolítico (JAMAL; ANSARI; RIZVI, 2008),

neuroprotetor (NOBRE et al., 2009), neuroléptico (BUKHARI; JASAMAI; JANTAN,

2012), nootrópico, antiepiléptico (CHO et al., 2011), dentre outros. As chalconas

também tem efeito inibitório sobre a deposição do peptídeo beta-amiloide sendo

alvos promissores para o tratamento do Alzheimer (KWAK et al., 2012).

Vários compostos aziridínicos exibem efeito ansiolítico e hipnótico (CHO et al.,

2011), nootrópico, melhorando déficits cognitivos de animais avaliados em testes de

memória (ZHU et al., 2012; KOUPILOVÁ, 2009) além de efeitos neuroprotetores

(HWANG, 2012).

3.5.2 Antinocicepção

A dor é definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP)

como sendo “uma experiência emocional e sensorial desagradável associada com

uma lesão tecidual real ou potencial ou descrita em termos de tal lesão”. A sensação

dolorosa tem papel fisiológico e funciona como um sinal de alerta para percepção de

algo que está ameaçando a integridade física do organismo. Já está bem

estabelecido que a dor é uma experiência complexa e que não envolve apenas a

transdução de estímulo nocivo ambiental, mas também o processamento cognitivo e

emocional pelo encéfalo (VITOR et al., 2008).

O componente fisiológico da dor é chamado nocicepção, que consiste nos

processos de transdução, transmissão e modulação de sinais neurais gerados em

resposta a um estímulo nocivo externo. De forma simplificada, pode ser considerado

como uma cadeia de três-neurônios, com o neurônio de primeira ordem originado na

periferia e projetando-se para a medula espinhal, o neurônio de segunda ordem

ascende pela medula espinhal e o neurônio de terceira ordem projeta-se para o

córtex cerebral (FISCHER, 2007).

O primeiro processo da nocicepção é a decodificação de sensações

mecânica, térmica e química em impulsos elétricos por terminais nervosos

especializados denominados nociceptores. Os nociceptores são terminações

nervosas livres dos neurônios de primeira ordem, cuja função é preservar a

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homeostasia tecidual, assinalando uma injúria potencial ou real (KLAUMANN;

WOUK; SILLAS, 2008).

Chalconas possuem seu potencial antinociceptivo amplamente avaliado.

Dentre os estudos consultados destaca-se a avaliação de uma série de

acetamidochalconas através de testes antinociceptivos in vivo, apresentando efeitos

duas vezes maiores que fármacos de referência como ácido acetil salicílico e

acetoaminofeno (CAMPOS-BUZZI et al., 2007), além deste, outro estudo revela

ainda a atividade anti-inflamatória de derivados de chalcona, através da inibição na

produção de citocinas induzida pela carragenina (RIBEIRO et al., 2015).

Em outro trabalho, derivados de chalconas também apresentaram significativa

atividade antinociceptiva nos modelos de dor neurogênica e anti-inflamatória, com

valores cerca de 20 vezes superiores quando comparados aos fármacos de

referência AAS e acetaminofeno (CORRÊA et al., 2001).

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35

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Síntese

4.1.2 Chalcona

A chalcona foi sintetizada segundo uma derivação do método geral de

condensação aldólica de Claisen-Schmidt (CAMPOS-BUZZI et al., 2007; CORRÊA

et al., 2001; CORRÊA , 2008).

O método prevê uma mistura equimolar de benzaldeídos e acetofenonas

(substituídos ou não) dissolvidos em etanol, na presença de hidróxido de sódio a

10%. Segundo o método, a solução é deixada em agitação mecânica por 24 horas,

ou até o ponto em que não foi mais possível agitar-se a mistura (devido à formação

de precipitados). Como forma de confirmar o efetivo término da reação, a formação

do produto reacional foi acompanhada por cromatografia de camada delgada. O

produto reacional foi então filtrado à pressão reduzida e lavado, sucessivas vezes,

com água destilada fria, até que as águas de lavagem se apresentassem neutras. A

utilização de ácido clorídrico diluído também pode ser adotada, na lavagem do

produto final. O produto isolado foi seco sob vácuo, na presença de pentóxido de

fósforo.

4.1.3 Chalcona bromada e aziridina

A chalcona previamente sintetizada foi dissolvida em clorofórmio. Esta

solução foi submetida a um banho de gelo e nela se adicionou, gota a gota, uma

solução de bromo em clorofórmio, com agitação mecânica constante. Após todo o

bromo ter sido adicionado, retirou-se a mistura do banho de gelo. A agitação foi

mantida à temperatura ambiente até que a coloração avermelhada característica do

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bromo não pôde mais ser percebida na mistura reacional e uma coloração de

tonalidade amarelo-limão se fixou. Neste ponto, uma quantidade adicional da

solução de bromo em clorofórmio foi adicionada à mistura reacional. Quando a

coloração avermelhada persistiu, por mais de trinta minutos, a reação de bromação

da chalcona foi considerada como completa. A solução remanescente foi, então,

evaporada sob pressão reduzida e o resíduo sólido foi purificado por cromatografia

de coluna em silicagel e recristalizado com diclorometano/hexano (50:50) para o

isolamento da chalcona di-bromada pura.

A chalcona di-bromada foi então solubilizada em etanol a 96% e adicionada,

sob agitação constante, a uma solução concentrada de hidróxido de amônio, à

temperatura ambiente. Depois de quatro dias, a mistura reacional foi filtrada, o sólido

foi lavado com metanol e seco ao ar. A aziridina resultante foi purificada através de

cromatografia de coluna em silicagel e recristalizada em etanol (MAHMOODI et al,

2007).

4.1.4 Diazabiciclos

4.1.4.1 Diazabiciclos derivados de aldeídos e cetonas alifáticas

À aziridina previamente formada (1 mmol), juntou-se brometo de amônio (1

mmol) e o benzaldeído ou cetona apropriados (1 mmol). Estes componentes foram

dissolvidos em etanol absoluto e a solução foi agitada a temperatura ambiente por

30 minutos. Em seguida, adicionou-se acetato de amônio (5 mmol) e a mistura

reacional permaneceu em agitação por mais quatro dias. Com o passar do tempo foi

possível perceber uma mudança na coloração da mistura reacional, que passa de

tons de alaranjado para azul, ou azul esverdeado. O progresso da reação foi

acompanhado por CCD. Após constatar o término da reação, a mistura reacional foi

filtrada, lavada com etanol, seca ao ar e o diazabiciclo resultante foi purificado

através de recristalização em etanol (MAHMOODI et al, 2007).

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4.1.4.2 Diazabiciclos derivados de cetonas aromáticas

Os diazabiciclos derivados de cetonas aromáticas foram sintetizados segundo

uma derivação do método geral descrito por Kiyani e colaboradores (2013). À

aziridina previamente formada (1 mmol), se adicionou brometo de amônio (1 mmol),

acetato de amônio (10mmol) e a acetofenona apropriada (1 mmol). A estes

componentes se adicionou 0,1mL de etanol absoluto e a solução foi irradiada por

micro-ondas, a temperatura de 50 ºC e potência de 300W. Foi possível perceber

uma mudança na coloração da mistura reacional, que passa de tons de alaranjado

para azul, ou azul esverdeado. O progresso da reação foi acompanhado por CCD.

Após constatar o término da reação a mistura reacional foi filtrada, lavada com

etanol, seca ao ar e o diazabiciclo resultante foi purificado por recristalização em

etanol.

4.1.5 Aldeídos heterocíclicos de Meerwein

Os aldeídos utilizados na formação dos diazabiciclos foram sintetizados

através de uma reação de arilação de Meerwein, a qual envolve a

diazotização de uma anilina e o posterior acoplamento do íon diazônio

formado com o aldeído de escolha (OBUSHAK et al., 2009).

Uma solução de cloreto de benzenodiazônio, preparada com anilina

substituída (0,025 mol), ácido clorídrico (6,5 mL), água (10,0 mL) e nitrito de

sódio (0,026 mol) foi adicionada lentamente a uma mistura de cloreto de cobre

(0,7g), furfural (0,03 mol) e água (25,0 mL). A mistura foi deixada em repouso

por dois dias, após este período foi diluída com água, o precipitado foi filtrado

a vácuo, lavado com água, etanol e éter etílico. O sólido resultante foi

purificado por recristalização em tetracloreto de carbono.

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4.1.6 Procedimentos de caracterização estrutural

O andamento das reações durante os procedimentos reacionais, bem como a

pureza preliminar dos compostos utilizando-se como comparação os padrões dos

reagentes, foram monitorados por cromatografia de camada delgada. Os

procedimentos de purificação foram os usuais, por recristalização com etanol. A

caracterização de todos os compostos sintetizados foi realizada através de ponto de

fusão, espectroscopia no infravermelho e espectroscopia de ressonância magnética

nuclear de hidrogênio e carbono (NIQFAR/UNIVALI).

Na técnica de cromatografia em camada delgada (CCD) foram utilizadas

placas pré-revestidas de sílica gel com indicador de fluorescência, em folhas com

base de alumínio, Merck. Em todos os procedimentos cromatográficos foram

utilizados gradientes do sistema de solventes hexano/acetato de etila. Os solventes

utilizados foram adquiridos comercialmente das marcas Aldrich, Vetec e Merck. Os

compostos foram visualizados como manchas (spots) através de luz UV de ondas

curtas. Para a recristalização dos compostos foram utilizados diferentes solventes.

Os pontos de fusão, dos compostos obtidos, foram determinados de forma direta,

com o equipamento Microquímica APF-301, não necessitando correção por curva de

calibração.

As análises espectrométricas no infravermelho foram realizadas em

espectrômetro interfotométrico por transformada de Fourier, IR-PRESTIGE

21(SHIMADZU, Tokyo, Japan), pelo método de reflectância difusa – DRIFTS. Os

espectros foram obtidos registrando transmitância versus número de onda (cm-1) e

foram corrigidos pelo algoritmo Kubelka Munk.

Os espectros de RMN1H e RMN13C foram obtidos em espectrômetro de

ressonância magnética nuclear Bruker DPX-300 Advance (Bruker, Karlsruhe,

Germany). Os deslocamentos químicos foram expressos em valores adimensionais

(δ = ppm) em relação a um padrão de referência de tetrametilsilano (TMS). Foram

utilizados os solventes deuterados dimetilsulfóxido-d6, acetona-d6 e clorofórmio-d1

adquiridos comercialmente. As constantes de acoplamento (J) foram expressas em

Hertz (Hz). As multiplicidades dos sinais foram indicadas como segue: s=simpleto,

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d=dupleto, dd=duplo dupleto, t=tripleto e m=multipleto. A visualização foi realizada

no programa ACDSpec Manager 10.08 e Bruker TopSpin 5.0.

Os espectros de ultravioleta foram obtidos no equipamento JASCO V-630

(JASCO, Tokyo, Japan) utilizando cubetas de quartzo com caminho ótico de 1 cm.

4.1.6.1 Avaliação do efeito fotocrômico por UV

Os espectros de absorção no ultravioleta foram obtidos da seguinte maneira:

primeiramente cada composto foi diluído em etanol para se obter uma solução na

concentração de 1,0 x 10-4 mol.dm-3, esta solução foi deixada em repouso cerca de

duas horas, então iniciou-se o procedimento no equipamento JASCO V-630

(JASCO, Tokyo, Japan) utilizando cubetas de quartzo com caminho ótico de 1 cm. O

primeiro espectro obtido foi o da solução não irradiada (0 s), em seguida a solução

foi irradiada com luz UV a 254 nm durante 30 s e rapidamente foi obtido um segundo

espectro. A formação do fotoisômero aberto (forma com anel aziridina aberto) foi

obtido através da irradiação, das soluções contendo composto, com luz UV a 254nm

em diferentes tempos (0s, 30s, 1, 3, 5, 10 e 15 min), após cada tempo de irradiação

foi obtido um espectro de UV e ao final de cada experimento os espectros foram

sobrepostos para avaliar as mudanças nos máximos de absorção entre os diferentes

tempos de irradiação.

4.2 Ensaios Farmacológicos

4.2.1 Avaliação da atividade sobre o Sistema Nervoso Central

4.2.1.1 Animais

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Para os experimentos foram utilizados camundongos Swiss Webster fêmeas

de 3 meses, obtidos do Biotério Central da UNIVALI. Os animais foram mantidos no

biotério, com ciclo claro/escuro de 12 horas. Os mesmos foram aclimatados a

temperatura de 22 ± 2 °C e tratados com água e ração “ad libitum”, exceto durante

os experimentos.

Os protocolos experimentais foram submetidos ao CEUA /UNIVALI em

dezembro de 2012, aprovados com o parecer 47/2012 CEUA-UNIVALI. Todos os

tratamentos foram feitos por via intraperitoneal (0,10mL/ 10 g de peso) e os testes

comportamentais foram realizados 30 minutos após. Grupos de animais - controle

negativo (utilizando o veículo no qual os compostos foram dissolvidos) e positivo

(utilizando o fármaco de referência, dependendo do protocolo) foram utilizados.

Os ensaios foram realizados no Laboratório de Farmacologia da UNIVALI, por

equipe coordenada pela Professora Márcia Maria de Souza.

4.2.1.2 Avaliação do efeito dos compostos sobre a deambulação dos animais

através do modelo campo aberto (MCA)

O aparato utilizado para os experimentos com os camundongos foi

confeccionado em madeira 30 X 30 X 15 cm com a frente de vidro para melhor

visualizar os animais. O interior do aparato é subdividido em 9 quadrantes.

O teste consiste na colocação do animal em estudo no aparato sendo a fuga

evitada pelas paredes circundantes. Durante a sessão de teste foi registrado o

número de rearings (levantamento do corpo sob as patas traseiras para exploração

do ambiente) bem como o número de crossing (cruzamento dos quadrantes).

Os animais foram tratados com os compostos (10 mg/Kg), e veículo e após 30

minutos foram avaliados no campo aberto para observação dos parâmetros

descritos anteriormente (TOLARDO et al., 2010).

4.2.1.3 Avaliação do efeito hipnótico dos compostos através do teste do sono

induzido por barbitúrico (SIB)

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O teste foi conduzido conforme descrito por Tolardo e colaboradores (2010).

Os animais foram tratados com os compostos intraperitonealmente (10mg/Kg),

lorazepam (2,0 mg/Kg), e veículo e, 30 minutos após foi administrado o pentobarbital

sódico (50 mg/Kg) pela mesma via. Imediatamente após aplicação do pentobarbital,

os animais foram colocados sob funis de vidro e foi cronometrada a latência para o

sono, bem como o tempo total de sono, representado respectivamente pela perda e

posterior recuperação do reflexo postural.

4.2.1.4 Avaliação do efeito anticonvulsivante dos compostos através do

modelo da convulsão induzida por pentilenotetrazol (TPTZ)

Para esse teste os procedimentos foram realizados conforme descrito por

Holzemann e colaboradores (HOLZMANN et al., 2011).

Os animais foram pré-tratados intraperitonealmente com os compostos

(10mg/kg) e fenobarbital (50mg/kg), 30 minutos antes da indução da crise

convulsiva. Após esse tempo receberam PTZ (80 mg/kg, i.p.) sendo imediatamente

transferidos para um recipiente de contenção de vidro, onde foi cronometrado o

tempo de latência para o aparecimento da primeira crise convulsiva durante 60

minutos, o número de crises, bem como o número de óbitos até 24 horas após a

aplicação do PTZ (TOLARDO et al., 2010).

4.2.1.5 Avaliação do efeito nootrópico dos compostos através do - teste de

memória- modelo da esquiva inibitória

A tarefa de esquiva inibitória é um dos modelos mais utilizados no estudo da

memória, e/ou patologias experimentais que possuem como sintomas déficits de

memória. O teste consiste em inibir a exploração do ambiente pelo animal através da

aplicação de choques de pequena intensidade.

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O aparelho é uma caixa medindo 50 cm de comprimento, 25 de largura e 25

de altura automatizada (INSIGTH). Parte do chão do aparelho possui grade com

barras de bronze, com 1 mm de diâmetro, com espaço de 1 cm. Inicialmente o

animal é treinado. No procedimento de treino, coloca-se o mesmo sobre a

plataforma e mede-se o tempo de latência para a descida da mesma. Quando isso

ocorre o animal começa a levar choques (0,4 mA°) por um período de 2 s e, 24

horas depois seguem-se os testes.

Durante a sessão de teste há a omissão dos choques e os animais são

observados quanto à esquiva do choque. O aprendizado consiste em o animal não

descer da plataforma. Para o estudo dos efeitos dos tratamentos com os compostos

sobre a consolidação da memória de animais, os mesmos foram tratados (10mg/kg)

30 minutos após treino (WOLLMANN, 2011).

4.2.1.6 Avaliação do efeito Ansiolítico dos compostos através do modelo de

ansiedade, teste de labirinto em cruz elevada (LCE)

Os procedimentos experimentais foram conduzidos conforme descrito

anteriormente (HOLZMANN et al., 2011; FILE; WARDILL, 1975)

O LCE para camundongos consiste de dois braços abertos (30 X 5 X 25 cm) e

dois fechados (30 X 5 X 25 cm) em forma de cruz grega, os braços são conectados

por uma área central (5 X 5 cm), as paredes podem ser de acrílico transparente e

LCE deve estar a uma altura de 45 cm do chão.

Os animais foram tratados com os compostos (10mg/kg), diazepam

(0,75mg/kg) e/ou veículo. Decorridos 30 minutos de cada tratamento, foram

transferidos ao LCE e, durante 5 minutos foi registrado a frequência e o tempo de

permanência dos animais nos braços fechados e abertos.

4.2.1.7 Avaliação do efeito antidepressivo - Modelo de depressão-teste do nado

forçado (TNF)

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Os procedimentos foram realizados segundo descrição de Tolardo e

colaboradores (2010).

O método consiste em colocar os animais em uma cuba de vidro contendo

água à temperatura de 25ºC, de modo que por mais que se esforcem, não consigam

fugir. O parâmetro observado é o tempo de imobilidade dos animais adquirido após o

esforço desprendido para sair do tanque.

O animal é considerado imóvel quando se movimenta somente para evitar o

afundamento. Esse comportamento indica um estado de desesperança do animal,

após ter aprendido que a fuga é impossível, com o qual é feita a uma analogia com o

estado de anedonia dos pacientes depressivos.

Num primeiro experimento, os animais foram tratados com todos os

compostos (10mg/kg) e os controles positivo (fluoxetina, 10mg/kg) e negativo

(veículo e, 30 minutos após foram avaliados durante 6 minutos o tempo de

imobilidade dos mesmos. Num segundo experimento foi feita uma curva dose-

resposta com o compostos B6 nas doses de 1, 10 e 30mg/kg, i.p. e após 30 minutos

foram submetidos ao teste do nado forçado, para a escolha da dose ideal para os

experimentos de investigação do mecanismos de ação antidepressiva do composto .

4.2.2 Avaliação do mecanismo de ação da propriedade antidepressiva do

composto B6

Dentre os compostos avaliados, o derivado B6 apresentou os resultados mais

significativos e, portanto, foi selecionado para dar seguimento aos testes de

avaliação do mecanismo de ação da propriedade antidepressiva.

4.2.2.1 Avaliação da participação do sistema serotonérgico

Para investigação da participação dos receptores serotonérgicos 5HT1A,

5HT2A/C e 5HT3. Os animais foram respectivamente pré-tratados com os

antagonistas: NAN-190 (0,5mg/kg, i.p.), Ketanserina (5,0mg/kg, i.p.) e Ondansetron

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(0,3mg/kg, i.p.) e 15 minutos depois foram tratados com o composto B6 (10mg/kg,

i.p.). Decorrido 30 minutos do tratamento com o composto, os animais foram

submetidos ao teste do nado forçado (GONÇALVES et al., 2012).

4.2.2.2 Avaliação da participação do sistema dopaminérgico

Com o objetivo de avaliar a influência do sistema dopaminérgico no

mecanismo da ação antidepressiva do composto B6, os animais foram pré-tratados

com Haloperidol (1mg/kg, i.p.) antagonista não seletivo dos receptores de dopamina;

SCH23390 (0,5mg/kg, i.p.), antagonista D1 seletivo e Pimozida (0,5mg/kg, i.p.),

antagonista D2 seletivo e 15 minutos depois foram tratados com o composto BRCB6

(10mg/kg, i.p.). Após 30 minutos do tratamento com o composto os animais foram

submetidos ao teste do nado forçado (WANG et al., 2009).

4.2.2.3 Avaliação da participação do sistema noradrenérgico

Em ordem para investigar a influencia do sistema adrenérgico no mecanismo

de ação da propriedade antidepressiva do composto B6, os animais foram pré-

tratados com Prazosin (1mg/kg, i.p.) antagonista dos receptores noradrenérgicos α1

e Yoimbina (1mg/kg, i.p) antagonista seletivo dos receptores α2. Após 30 minutos

do tratamento com o composto os animais foram submetidos ao teste do nado

forçado (GONÇALVES et al., 2012).

4.2.3 Análise estatística

Para os testes paramétricos (LCE, TNF, SIB, MCA e TPTZ) os dados obtidos

foram apresentados com médias seguidas pelos respectivos erro padrão médio

(EMP), e os dados foram submetidos à análises de variância (ANOVA), quando

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necessários, foram seguidos de teste de múltipla comparação a partir dos modelos

pos hoc de Dunnett, Bonferroni e Newman-Keuls utilizando o software GraphPad

PRISM®. Para testes não paramétricos (TEI) os dados foram apresentados como

medianas seguidas de intervalos interquatil. Foram seguidos de teste de múltipla

comparação a partir do modelo post hoc de kruskall Wallis e test de Duns, utilizando

o software GraphPad PRISM®. Em ambos os casos foram considerados

estatisticamente significantes os valores de p menor do que 0,05 (p < 0,05).

4.2.4 Avaliação da atividade antinociceptiva

4.2.4.1 Animais

Para os experimentos foram utilizados camundongos Swiss machos ou

fêmeas pesando entre 25 a 35 gramas, aclimatados a temperatura de 22 ± 2 °C com

ciclo claro/escuro de 12 horas mantidos no biotério central da UNIVALI, tratados com

água e ração “ad libitum”. Os animais permaneceram no ambiente do teste pelo

menos 1 h antes da realização dos experimentos para se adaptarem.

Considerando esses aspectos éticos, os animais foram sacrificados por

deslocamento cervical ou câmara de CO2, a fim de evitar ao máximo o sofrimento

desnecessário. Todos os experimentos foram aprovados pela Comissão de Ética em

Pesquisa da UNIVALI.

4.2.4.2 Modelo de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético

Os animais receberam, intraperitonealmente (i.p.), ácido acético (0,6 % (v/v),

dissolvido em NaCl 0,9% (p/v) previamente tamponado em pH 7,4 numa dose de

0,10 mL/10 g de peso, de acordo com método descrito anteriormente (MANJAVACHI

et al., 2009). Os animais foram tratados com diferentes doses (0,1 mg/ kg, 1 mg/ kg

e 10 mg/ kg) de composto (B1, B2, B3, B4 e B6) ou veículo (10 mL/ kg, 1% de

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Tween 80 em solução de NaCl 0,9%), uma hora antes da injeção de ácido acético.

Quantificaram-se as contorções cumulativamente durante 20 minutos e o indicativo

de antinocicepção foi a redução da resposta nociceptiva à contorção, em relação ao

grupo controle.

Basicamente as contorções abdominais consistem na contração da

musculatura abdominal juntamente com a extensão de uma das patas posteriores. A

partir deste experimento foi calculada a DI50 de todos compostos avaliados.

4.2.4.3 Modelo de dor induzida pela formalina

Os camundongos receberam via intraplantar, na pata posterior direita, 20 µL

de solução formalina a 2,5 % (v/v), e foram imediatamente colocados sob um funil de

vidro invertido ao lado de um espelho para auxiliar na observação. Foi registrada,

durante os 5 minutos iniciais, a dor de origem neurogênica, expressa pelo tempo

gasto (latência) com o comportamento de lamber ou morder a pata injetada.

Decorridos 15 minutos ocorreu o início da segunda fase do processo

doloroso, na qual, foi observada a dor inflamatória durante 15 minutos (HUNSKAAR;

FASMER; HOLE, 1985). No grupo controle realizou-se a injeção intraplantar de

solução salina.

4.2.4.4 Modelo de dor induzida pela capsaicina

Durante o teste os animais inicialmente passaram por um período de

adaptação de 20 minutos (sob um funil de vidro). Após este período os animais

foram tratados intraperitonealmente com diferentes doses (0.1, 1 e 10 mg/ kg) de

composto (B1, B2, B3, B4 e B6) ou salina (10mL/ kg) 30 minutos antes da

administração da capsaicina.

Os animais receberam pela via intraplantar 20 µL de capsaicina (1,6 µg / pata)

na pata posterior direita. Em seguida, os animais foram novamente colocados sob o

funil de vidro e então foi cronometrado o tempo em que permaneceram mordendo ou

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lambendo a pata injetada por um período de 5 minutos, sendo este o indicativo de

dor (SAKURADA et al., 1992).

4.2.4.5 Modelo de dor induzida pelo glutamato

Com o intuito de observar a possível interação dos compostos sintetizados

com o sistema glutamatérgico, foi investigado se estes compostos antagonizam ou

não a dor induzida pelo glutamato. O procedimento utilizado foi similar ao descrito

anteriormente (BEIRITH et al., 2002).

Após este período os animais foram tratados intraperitonealmente com

diferentes doses (0.1, 1 e 10 mg/ kg) dos compostos (B1, B2, B3, B4 e B6) ou salina

(10mL/ kg) 30 minutos antes da administração do glutamato.

Um volume de 20 µL de solução de glutamato (30 µmol/pata), feita em salina

tamponada com fosfato (PBS, composição mol/L: NaCl 137, KCl 2,7 e tampão

fosfato 10), foi injetada pela via intraplantar na pata posterior direita.

Em seguida, os animais foram colocados individualmente em funis de vidro de

20 cm de diâmetro e observados por 15 minutos. O tempo gasto em lamber ou

morder a pata injetada foi cronometrado e considerado indicativo de dor.

4.2.4.6 Hipernocicepção mecânica induzida pela carragenina

Para a indução de dor inflamatória, os animais receberam uma injeção i.pl. de

50µL carragenina (300µg/ pata) sob a superfície da pata posterior direita

(MANJAVACHI et al., 2009). Inicialmente, os animais foram tratados

intraperitonealmente com diferentes doses (0.1, 1 e 10 mg/ kg) do compostos (B1,

B2, B3, B4 e B6) ou veículo (10 mL/ kg, 1% de Tween 80 em solução de NaCl 0,9%

), 30 minutos antes da indução da hipernocicepção. Em seguida, os animais

receberam uma injeção intraplantar de carragenina e foram avaliados quanto à

hipernocicepção mecânica através do filamento de von Frey 0,6g, nos intervalos de

1, 3, 4, 6, 24 e 48 horas após a injeção de carragenina.

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4.2.5 Análise estatística

Os resultados foram apresentados como média ± erro padrão da média. A

significância estatística entre os grupos foi analisada por meio do teste t ou por meio

de análise de variância seguida pelo teste de múltipla comparação utilizando-se o

método de Dunnett, quando apropriado. Valores de p < 0,05 foram considerados

como indicativos de significância. Quando apropriado, os valores de DI50 (dose que

reduz a resposta para 50% em relação ao grupo controle) foram estimados por

interpolação gráfica a partir de experimentos individuais.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Síntese

A chalcona (B31) e a aziridina (B26) utilizadas como base estrutural para

síntese dos diazabiciclos, foram obtidas utilizando-se métodos de síntese

convencionais.

O método de obtenção da chalcona foi a reação de condensação aldólica de

Claisen-Schmidt, cujo mecanismo encontra-se demonstrado na Figura 10.

Figura 10. Esquema do mecanismo de condensação aldólica da (2E)-3-(4-nitrofenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona (B31).

CH2H

O-CH2

O

CH2

O-

H

O

O2N

-CH2

O O

O2N

O-

OOH

O2N

O-

O2N

OH

OH- OH2

O H

H

O

O2N

O-

OH-

OOH

O2N

H HOH

-OH2

O

O2N

OH-

++

+

+ +

+ ++

1ª etapa

2ª etapa

3ª etapa

4ª etapa

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50

A reação de condensação aldólica é uma reação geral para todas as cetonas

e aldeídos com átomos de hidrogênio alfa (α). O mecanismo destas reações de

condensação aldólica ocorre em quatro etapas (CLAISEN; LAPAREDE, 1981;

SCHMIDT, 1981; SMITH; MARCH, 2001). Na primeira delas, ocorre a remoção de

um próton do carbono metílico proveniente da acetofenona, através da catálise

básica promovida pelo NaOH, ocorrendo a formação do íon enolato que se estabiliza

pela ressonância. Na segunda etapa este, age como nucleófilo (carbânion) atacando

o carbono carbonílico do aldeído aromático, produzindo um alcóxido que na terceira

etapa remove um próton de uma molécula de água para formar o aldol. Na quarta, e

última etapa, ocorre a remoção do hidrogênio α devido à sua acidez e em seguida, a

eliminação da hidroxila β formando a dupla ligação. Desta forma, ocorre a

estabilização do produto final pela ressonância das duplas ligações conjugadas

(SANTOS, 2008).

Nesta reação envolvendo o 4-nitrobenzaldeído, verifica-se que o ataque

nucleofílico promovido pelo carbânion formado in situ é facilitado pela alta

eletrofilicidade do carbono carbonílico do benzaldeído, que além de possuir

hibridização sp2, ainda sofre a influência eletronssacadora do grupamento nitro

ligado ao anel aromático.

(2E)-3-(4-nitrofenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona (B31)

O

NO2

H

α

Rendimento: 91%

P.F. (°C): 166,0-167,0.

Fórmula molecular: C15H11NO3

IV (Pastilha de KBr, cm-1)= 1657 (ν, -C=O); 1607 (ν, -C=C); 1517, 1337 (ν, -NO2).

RMN1H (300 MHz,C3D6O, δ ppm): 7,88-7,83 (d, 1H, Hα, J=15 Hz); 7,71-7,66 (d, 1H,

Hβ, J=15 Hz); 7,61-8,32 (m, Ar).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 124,1 – 141,1 (10 C, Ar); 125,8 (Cα); 141,5 (Cβ); 148,1 (C-NO2); 189,2 (C=O).

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51

Na espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (1H – RMN) ficam

evidenciados, além dos anéis aromáticos, a insaturação olefínica da nitrochalcona.

Geralmente, os sinais dos prótons (Hα e Hβ) ligados aos carbonos sp2 da

insaturação olefínica ficam sobrepostos aos sinais dos prótons aromáticos, onde os

sinais referentes aos prótons olefínicos se encontram na região de δ=7,88ppm a

δ=7,66ppm.

A constante de acoplamento (J) é o indicativo do posicionamento estérico da

molécula representada no espectro, demonstrando a presença de configuração E ou

Z para o grupo funcional alceno, estando J situado na faixa de 15 a 16 Hz pode-se

concluir que a molécula apresenta-se na isoforma E (CORRÊA, 2008). Através da

análise do espectro de RMN 1H, obtido a partir da nitrochalcona, observamos uma

constante de acoplamento igual a 15, portanto, podemos inferir que o composto

encontra-se na configuração E.

A formação da aziridina (B26) se dá após a obtenção de um intermediário

bromado (B35) da chalcona inicial (B31), conforme ilustrado no esquema da Figura

11. O tratamento do dibrometo com uma solução saturada de amônia em etanol

inicia uma série de três reações sequenciais que conduzem finalmente à formação in

situ da aziridina através dos intermediários (a) e (b), seguido por uma substituição

nucleofílica intramolecular (KIYANI et al., 2009).

Figura 11. Esquema do mecanismo de obtenção da [3-(4-nitrofenil)aziridina-2-il](fenil)-metanona (B26)

O

O2N O2N

OBr

BrH

H

OH

NH2

Br

H

O2N

Br2

CHCl3

O

NH

H

H

O2N

Br

O

O2N

NH4OH

EtOH

(a)

(b)

(B31) (B35)

(B26)

ββββαααα

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52

O intermediário insaturado (a) é formado através de uma reação de

eliminação E2, sendo esta promovida pela base forte presente no meio reacional,

dando origem à porção alceno, a qual posteriormente torna-se alvo de uma reação

de adição de Michael (b), caracterizada pela adição de um nucleófilo (doador de

Michael) a uma olefina ativada (aceptor de Michael). O resultado da condensação

destas duas espécies é um aduto de Michael. As espécies aceptoras têm como sítio

susceptível ao ataque nucleofílico a posição β a um grupo retirador de elétrons,

condição observada na ilustração acima (MATTOS; MARZORATI, 1998; NACIUK,

2010).

O mecanismo desta reação de adição de Michael envolve basicamente três

etapas, iniciando pela abstração de um próton do doador pela base, formando um

enolato, em seguida, ocorre o ataque nucleofílico ao carbono β do aceptor,

originando primeiramente um complexo ativado e em seguida dando lugar a um

intermediário aniônico. Finalmente, ocorre a abstração de um próton do meio

reacional pelo intermediário aniônico, formando o aduto de Michael. Esta reação é

particularmente interessante devido à sua simplicidade experimental, além de ser

uma poderosa ferramenta na formação de ligações C – C. A aziridina foi obtida num

tempo reacional de aproximadamente 48 horas, sendo que a reação não demanda

maiores cuidados de acompanhamento, como o uso de CCD.

2,3-dibromo-3-(4-nitrofenil)-1-fenilpropan-1-ona (B35)

O

BrNO2

BrH

H

a

b

Rendimento 98%

P.F. (°C): 131,0-132,0.

Fórmula molecular: C15H11Br2NO3 (413,06 g/mol).

RMN1H (300 MHz,C3D6O, δ ppm): 8,35-8,27 (m, 4H, Ar); 8,17-8,08 (q, 2H, Ar); 7,79-

7,77 (t, 1H, Ar); 7,66-7,61 (t, 2H, Ar); 6,61-6,57 (d, 1H, Ha, J=12 Hz); 5,93-5,89 (d,

1H, Hb, J=12 Hz).

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53

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 124,5 (Ca), 129,7 (Cb), 195,2 (-C=O), 130,8

(-C-NO2)

[3-(4-nitrofenil)aziridina-2-il](fenil)-metanona (B26)

NO2

NH

H

HO

a

b

c

Rendimento: 65,18%

P.F. (°C): 142,0-143,0.

Fórmula molecular: C15H12N2O3 (268,27 g/mol).

RMN1H (300 MHz, CDCl3, δ ppm): 8,23 (d, 2H, Ar); 8,01 (d, 2H, Ar); 7,67-7,49 (m,

5H, Ar); 3,54 (d, 1H, Hb); 3,29 (d, 1H, Ha); 2,78 (t, 1H, Hc).

RMN13C (75,47 MHz, CDCl3, δ ppm): 194,7 (C=O), 147,5 (C4’), 145,7 (Ca), 135,5

(Cb)

Após a obtenção da aziridina procede-se a síntese dos derivados

diazabicíclicos, que mecanisticamente acredita-se que ocorra através da adição do

grupamento amônia na carbonila da aziridina (Figura12 - caminho a) ou,

alternativamente, na carbonila do aldeído ou cetona, para formação da aldimina

(Figura 12 - caminho b), para posterior desidratação e obtenção do produto desejado

(MAHMOODI et al., 2007).

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54

Figura 12. Esquema reacional de obtenção dos derivados 1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B1-B34)

-H2O

R1 C

O

R2

O

NH

H

H

O2N

NH

NH

H

H

O2N

R2

N NH

R1 OH

H

H

O2N

NN

R1

H

H

R2

O2N

R1

CNH

R2

NH4Br

NH4OOCCH3

(caminho a)

(caminho b)

NH4Br

NH4OOCCH3

O

NH

H

H

O2N

R1

NH

R2

NH

HH

O2N

N+

R1

R2

O-

H

N

HH

O2N

N

R1

R2

OH

H

-H2O

Os diazabiciclos derivados de aldeídos e cetonas alifáticas foram obtidos

através do método convencional, sendo o tempo reacional médio de 24 horas. Em

contrapartida, todos os derivados de acetofenonas foram sintetizados por micro-

ondas em função da impossibilidade de se obter a formação de produto pelo método

comum. As reações assistidas por micro-ondas resultaram em bons rendimentos,

assim como as reações pelo método tradicional, porém em tempos reacionais mais

curtos, sendo o tempo reacional máximo de 3 horas. Analisando este fato, podemos

inferir que fatores eletrônicos e estéricos parecem ser determinantes no progresso

das reações que envolvem acetofenonas. Foram sintetizados 6 compostos

diazabicíclicos derivados de cetonas, sendo 3 inéditos, conforme demonstrado na

Tabela 3.

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55

Tabela 3 – Dados analíticos dos diazabiciclos derivados de diferentes cetonas

NN

R CH3

H H

O2N

Substituinte

-R Código Massa Molecular

(g/mol) Rend.

(%) P. F. (°C) Inédito

CH3 CH3 B7 321,37 64 128,3-NI - Cl CH3 B22 341,79 68 144,8-146,8 I

CH3 B25 307,34 90 161,2-NI - CH3

B29 369,41 81 188,6-NI -

CH3

Cl

Cl

B30 438,30 70 190,8-191,5 I

CH3

Cl B32 403,86 76 167,3-NI I

Legenda: Rend.: rendimento da reação; P.F.: ponto de fusão; NI: sofre carbonização I: composto inédito.

Quanto aos diazabiciclos derivados de aldeídos, foram obtidos 24 compostos,

dos quais 12 são inéditos, conforme demonstrado na Tabela 4. A maioria das

reações apresentaram bons rendimentos (acima de 60%), porém observa-se que, a

exemplo das acetofenonas, fatores estéricos (tamanho dos grupamentos

substituintes) e/ou eletrônicos (sistema de conjugação envolvendo o anel aromático)

parecem interferir no rendimento reacional, como é o caso dos derivados B18, B33 e

B34, que apresentaram rendimento inferior.

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56

Tabela 4 – Dados analíticos dos diazabiciclos derivados de diferentes aldeídos

NN

R H

H H

O2N

Substituinte -R Código

Massa Molecular (g/mol)

Rend. (%) P. F. (°C) Inédito

CH3

B1 355,39 81 146,0-148,0 -

CH

OCH3

B2 385,42 78 138,0-140,0 -

CH3

Cl

Cl

B3 424,28 86 146,0-147,0 I

CH3

Cl B4 389,83 90 147,0-149,0 -

CH3

O2N

B5 400,38 90 173,0-174,0 -

CH3

CH3

B6 369,42 54 141,0-143,0 -

CH3

NO2

B8 400,38 85 170,0-NI I

CH3O2N

B9 400,38 79 189,7-NI I

CH3

OH

B10 371,38 72 194,1-195,4 -

CH3

OH

B11 371,38 65 141,5-143,2 -

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57

Continua

CH3O

CH3

B12 385,41 59 131,7-NI I

CH3

OCH3

B13 385,41 74 163,2-NI I

CH3OH

OH B14 387,38 88 173,6-NI I

CH3

CH

N

CH3

B15 398,45 79 143,0-145,0 -

CH3

O

O

B16 399,40 88 157,5-158,3 I

SCH3

B17 361,41 73 147,6-148,8 -

CH

B18 381,42 44 108,3-NI -

CH3

Br B19 434,28 89 157,2-158,9 I

O

NCH3

B20 346,33 55 153,4-NI I

S

N

CH3

B21 362,40 68 142,2-142,8 I

CH3 B23 293,32 72 127,8-NI - H B24 279,30 60 165,7-NI -

OC

Cl

B33 455,89 56 194,1-195,9 I

O C

Cl

Cl

B34 490,33 46 152,3-153,8 I

Legenda: Rend.: rendimento da reação; P.F.: ponto de fusão; NI: sofre carbonização; I: composto inédito.

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58

Os produtos foram confirmados através da análise de seus dados físico-

químicos e espectrais. Os dados provenientes das análises espectroscópicas de IV e

RMN, assim como de UV-visível, estão descritos a seguir, junto da estrutura de cada

derivado, no entanto, o derivado (B2) foi selecionado aleatoriamente, no intuito de

caracterizar o perfil dos espectros obtidos (Figura 13).

Figura 13. Estrutura química do composto B2.

NN

H

HH

O2N

O CH3

As bandas características de absorção na região do infra-vermelho (IV) dos

compostos diazabicíclicos e seu precursor aziridínico foram determinadas pelo

método de reflectância difusa – DRIFTS, utilizando KBr pulverizado de grau

espectroscópico. No espectro de IV dos produtos finais, a ausência da absorção

C=O relacionada com as cetonas e aldeídos precursores e do estiramento referente

a ligação N – H proveniente da cetoaziridina, em conjunto com o aparecimento de

uma nova absorção da banda C=N na região de 1597-1605 cm-1 indicam que a

porção 1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno foi formada (MAHMOODI et al., 2007;

KIYANI et al., 2013).

No espectro de IV de (B2) (Figura 14) verifica-se a presença de deformações

axiais situadas em 1574, 1509 e 1348 cm-1, referentes à ligação N=O, a presença de

uma deformação axial em 1602 cm-1 e uma deformação angular em 1449 cm-1 que

caracterizam a presença de ligação C=N e Csp3-H do alcano presente no substituinte

metoxi do anel aromático, respectivamente (SILVERSTEIN, 1994).

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59

Figura 14. Espectro de IV de B2 (DRIFTS, cm-1).

3000 2500 2000 1500 1000

30

60

90

1045

1247

1348

1449

1509

1602

T(%

)

λ (cm-1)

2834

1574

No espectro de RMN de H1 e C13 podemos observar um conjunto de sinais

característicos atribuídos à porção 1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno. Os espectros de

RMN-H1 do composto B2 indicam uma mistura de dois fotoisômeros com proporção

estável desconhecida (formas fechada e aberta), entretanto, ao analisarmos a razão

entre a integral de certos picos, podemos deduzir que, em função da fraca

intensidade de luz ambiente, a forma fechada ocorre em maior proporção. Mudanças

características são observadas nos seus Ha, Hb e Hc quando analisamos os

espectros (MAHMOODI et al., 2007; KIYANI et al., 2013).

Todos os compostos, exceto B8, B18, B24, B25, B29, B30 e B32, apresentam

sinais que demonstram a presença de dois fotoisômeros, os quais se formam a partir

da clivagem heterolítica do anel de três membros sob irradiação com fonte de luz de

comprimento de onda apropriado (254 nm). A fotoisomerização destes compostos

fotocrômicos ocorre através da formação de uma espécie zwitteriônica, dando

origem a um ileto de imina duplamente carregado, conforme retratado na Figura 15.

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60

Figura 15. Esquema de formação da espécie zwiteriônica. R e R1: quaisquer substituintes hidrocarbônicos.

NN

RR

1

H

H

O2N

-

B

(forma fechada)

B'

(forma aberta)

23

456

1N

+

N

RR

1

H

H

O2N

23

45

6 1

Conforme demonstrado na Figura 16, os sinais de Hb e Hb’ do anel imidazol

aparecem em δ=4,03 ppm e os sinais de Hc e Hc’ ocorrem em δ=6,67 e δ=6,24 ppm,

respectivamente. O sinal de Ha aparece em δ=2,63 ppm para B2 (forma fechada) e

em δ=2,98 ppm para B2’ (forma aberta), seu deslocamento químico ocorre num

campo mais alto quando comparado com Hb e Hc em razão do próton Ha, localizado

acima do plano do anel imidazol, ser protegido por um efeito anisotrópico. Todos os

prótons aromáticos de B2 foram observados na região δ=6,88 ppm - δ=8,24 ppm. Os

sinais correspondentes dos outros compostos semelhantes apareceram na mesma

região do espectro de RMN1H.

Figura 16. Espectro de RMN1H de B2 (C3D6O, 300 MHz).

A903659_001.esp

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5Chemical Shift (ppm)

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

Nor

mal

ized

Int

ensi

ty

0.030.020.040.010.03

2.63

2.98

2.99

3.76

3.80

4.03

6.24

6.24

6.67

6.886.

916.

96

7.427.45

7.52

7.55

7.56

7.59

7.70

8.03

8.05

8.07

8.15

8.18

8.21

8.24

a b

ca'

b'

c'

água a

bc

a'b'

c'

-

B2'B2

NN

H

HH

OCH3

O2N

N+

N

H

H

H

OCH3

O2N

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61

O espectro de RMN13C de B2 (Figura 17) revelou 22 sinais distintos, de

acordo com as estruturas sugeridas. Percebe-se a presença de um sinal em δ=96,2

ppm e δ=97,6 ppm indicando a presença do carbono na posição C2 das formas

fechada e aberta, sinais em δ=58,1; δ=57,2 ppm e δ=41,7; δ=48,0 ppm indicando a

presença dos átomos de carbono do anel aziridina, nas posições 5 e 6,

respectivamente. A ressonância C=N apareceu a δ=171,2 ppm e δ=169,8 ppm

(KIYANI et al., 2013). Os compostos B8, B18, B24, B25, B29, B30 e B32 possuem

sinais que pertencem a apenas um estereoisômero, fato que pode estar relacionado

com a baixa intensidade de luz sobre a amostra durante a obtenção dos espectros,

levando a predominância da forma fechada.

Figura 17. Espectro de RMN13C de B2 (C3D6O, 75 MHz).

A903659_013.esp

168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40Chemical Shift (ppm)

0.05

0.10

0.15

Nor

mal

ized

Inte

nsity

41.7

4

48.0

4

55.2

657

.20

58.1

8

96.2

097

.61

114.

28

123.

93

128.

3512

9.24

129.

3913

2.02

132.

1613

2.71

134.

79147.

1014

7.41

147.

93

159.

9816

0.2117

1.28

12

3

456

12 3

45

6

-

B2'B2

NN

H

HH

OCH3

O2N

N+

N

H

H

H

OCH3

O2N

Os espectros de absorção eletrônica (UV-visível) dos compostos

diazabiciclicos foram realizados em etanol após irradiação a 254 nm a temperatura

ambiente. Antes da irradiação de luz UV o composto B2 apresentava uma discreta

banda de absorção a 280nm (Figura 18). Quando o mesmo foi irradiado, a

intensidade de absorção a 280nm aumentou gradualmente e uma nova banda de

absorção a 415nm apareceu.

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62

Figura 18. Espectro de absorção UV-Vis de B2.

Visualmente também foi possível perceber a ocorrência do fonômeno

fotocrômico através da observação da mudança de coloração apresentada pela

solução antes e após ser irradiada (Figura 19).

Figura 19. Composto B2 – (A): antes da irradiação UV; (B): após 15 minutos de irradiação.

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63

Através deste experimento percebe-se que a porção aziridina é afetada pela

irradiação UV e que a estabilização do ileto de imina é influenciada pelo efeito e

posição do grupamento substituinte presente no C2 do anel imidazol, podendo assim

ser explicada a variação de tonalidade na coloração exibida pelos derivados quando

expostos à luz, alguns apresentando coloração azul royal intensa e outros uma leve

cor verde-azulada (MAHMOODI et al., 2013).

Em diferentes tempos de irradiação, entre 0-15 minutos, um ponto isosbéstico

a 237nm foi observado no composto B15 (Figura 20), indicando a ocorrência de uma

transformação fotoquímica pura, fato que confirma a existência de apenas dois

isômeros (KIYANI et al., 2009).

Figura 20. Espectro de absorção UV-Vis de B15.

O comportamento fotocrômico dos derivados 1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno

baseia-se na abertura reversível do anel aziridina, ocorrendo o rompimento da

ligação C – C, estimulado pela incidência de luz UV, que converte uma forma incolor

(anel fechado) em uma forma colorida (anel aberto). Todos os compostos analisados

através da espectrometria de UV-visível apresentaram reação fotocrômica

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64

característica, inclusive os compostos que apresentaram apenas um estereisômero

nos espectros de RMN13C e 1H (B8, B18, B24, B25, B29, B30 e B32). Como

esperado, a contínua exposição dos compostos à luz UV resultou no aumento da

intensidade da banda de absorção na região do visível, enquanto na região do

ultravioleta foi diminuída. A mudança de cor no estado sólido foi observada a vista

desarmada quando os compostos foram expostos à luz ambiente ou luz solar (Figura

21) (KIYANI et al., 2013).

Figura 21. Composto B25 – (A): antes da exposição à luz; (B): após 1 minuto de exposição.

6-(4-nitrofenil)-2,4-difenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B1)

NN

H

HH

O2N2

3

456

1

ab

ca'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

O2N

Rendimento: 81%

P.F. (°C): 146,0-148,0

Fórmula molecular: C22H17N3O2

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65

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 3054, 3031 (C-H), 1598 (C=N), 1574, 1514 (N=O), 1448

(C=C, Ar) 1346 (N=O).

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 6,74 (s,1H, Hc), 6,30 (d, 1H, Hc’), 4,06 (dd, 1H,

Hb), 4,07 (t, 1H, Hb’), 3,03 (d, 1H, Ha’), 2,62 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 170,24 e 171,60 (C4), 96,61 e 97,99 (C2),

57,35 e 58,24 (C5), 42,04 e 48,10 (C6).

2-(4-metoxifenil)-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B2)

Rendimento: 78%

P.F. (°C): 138,0-140,0

Fórmula molecular: C23H19N3O3

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 2834 (-C-H), 1602 (ν -C=N), 1574 (ν -N=O), 1509 (νass. -

N=O), 1449 (δass. -Csp3-H), 1348 (νsim. -N=O), 1247 (νass. -C-O-C) e 1045 (νsim. -C-O-

C).

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 6,67 (s, 1H, Hc), 6,24 (d, 1H, Hc’), 4,03 (t, 2H, Hb

e Hb’), 3,80 e 3,76 (s, 3H, O-CH3), 2,98 (d, 1H, Ha’), 2,63 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 171,3 e 169,8 (C4), 96,2 e 97,6 (C2), 58,7 e

57,2 (C5), 41,7 e 48,0 (C6).

12 3

456

NN

O

CH3

H

H H

O2N

a b

ca'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

O

CH3

O2N

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66

2-(3,4-diclorofenil)-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B3)

1'"

12 3

456

NN

H

ClCl

H H

O2N

ab

ca'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

ClCl

O2N

Rendimento: 86%

P.F. (°C): 146,0-147,0

Fórmula molecular: C22H15Cl2N3O2

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 3062 e 2853 (C-H), 1599 (C=N), 1574, 1513 (N=O), 1447

(C=C, Ar), 1345 (N=O).

RMN1H (300 MHz, CDCl3, δ ppm): 6,69 (s, 1H, Hc), 6,20 (d, 1H, Hc’), 3,78 (t, 1H,

Hb’) 3,75 (t, 1H, Hb), 2,80 (d, 1H, Ha’), 2,49 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, CDCl3, δ ppm): 170,4 e 171,2 (C4), 94,8 e 96,0 (C2), 56,9 e

57,9 (C5), 41,8 e 47,8 (C6).

2-(4-clorofenil)-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B4)

12 3

456

NN

H

Cl

H H

O2N

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

Cl

O2N

Rendimento: 90%

P.F. (°C): 147,0-149,0

Fórmula molecular: C22H16ClN3O2

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67

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 1602 (C=N), 1574, 1517 (N=O), 1448 (C=C, Ar), 1347

(N=O).

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 6,72 (s, 1H, Hc), 6,32 (d, 1H, Hc’), 4,10 (t, 1H,

Hb’) 4,08 (t, 1H, Hb), 3,05 (d, 1H, Ha’), 2,63 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 170,6 e 171,9 (C4), 95,9 e 97,0 (C2), 57,4 e

58,3 (C5), 42,1 e 48,1 (C6).

2,6-bis(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B5)

12 3

456

NN

H

H HO2N

NO2

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

NO2

O2N

Rendimento: 90%

P.F. (°C): 173,0-174,0

Fórmula molecular: C22H16N4O4

RMN1H (300 MHz, CDCl3, δ ppm): 6,81 (s, 1H, Hc), 6,33 (d, 1H, Hc’), 3,82 (t, 1H,

Hb’), 3,77 (t, 1H, Hb), 2,87 (d, 1H, Ha’), 2,37 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, CDCl3, δ ppm): 170,7 e 171,4 (C4), 95,3 e 96,2 (C2), 57,0 e

57,9 (C5), 42,05 e 47,8 (C6).

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68

2-(4-metilfenil)-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B6)

12 3

456

NN

H

H HO2N

CH3

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

CH3

O2N

Rendimento: 54%

P.F. (°C): 141,0-143,0

Fórmula molecular: C23H19N3O2

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 1601 (C=N), 1574, 1514 (N=O), 1448 (C=C, Ar), 1347

(N=O).

RMN1H (300 MHz, CDCl3, δ ppm): 6,76 (s, 1H, Hc), 6,23 (d, 1H, Hc’), 3,74 (t, 1H,

Hb’) 3,72 (t, 1H, Hb), 2,37 e 2,33 (s, 3H, -CH3), 2,74 (d, 1H, Ha’), 2,50 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, CDCl3, δ ppm): 169,5 e 170,3 (C4), 96,0 e 97,4 (C2), 56,8 e

57,7 (C5), 41,4 e 47,9 (C6).

2-etil-2-metil-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B7)

1'

12 3

456

a b

a'

b'

-

2 3

45

6

1

NN

H HO2N

CH3

CH3

N+

NH

H

CH3

CH3

O2N

Rendimento: 64%

P.F. (°C): 128,3

Fórmula molecular: C19H19N3O2

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69

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 3,86 (d, 1H, Hb’) 3,81 (d, 1H, Hb), 1,80 (m, 2H, -

CH2), 1,50 (d, 3H, -CH3), 1,03 (m, 3H, -CH3).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 167,8 e 168,7 (C4), 98,4 e 99,2 (C2), 56,4 e

57,3 (C5), 37,3 e 43,9 (C6).

2-(2-nitrofenil)-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B8)

12 3

456

NN

H

H HO2N

NO2

a b

c

Rendimento: 85%

P.F. (°C): 170,0

Fórmula molecular: C22H16N4O4

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 7,20 (s, 1H, Hc), 4,07 (t, 1H, Hb), 2,55 (s, 1H,

Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 172,8 (C4), 92,5 (C2), 58,0 (C5), 42,3 (C6).

2-(3-nitrofenil)-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B9)

12 3

456

NN

H

H HO2N

NO2

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

NO2

O2N

Rendimento: 79%

P.F. (°C): 189,7

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70

Fórmula molecular: C22H16N4O4

RMN1H (300 MHz, CDCl3, δ ppm): 6,81 (s, 1H, Hc), 6,33 (d, 1H, Hc’), 3,83 (t, 1H,

Hb’) 3,80 (t, 1H, Hb), 2,87 (d, 1H, Ha’), 2,42 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, CDCl3, δ ppm): 170,7 e 171,6 (C4), 95,0 e 96,1 (C2), 57,1 e

58,0 (C5), 41,8 e 47,9 (C6).

4-[6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-en-2-il]fenol (B10)

12 3

456

NN

H

H HO2N

OH

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1

dd'

N+

N

HH

H

OH

O2N

Rendimento: 72%

P.F. (°C): 194,1-195,4

Fórmula molecular: C22H17N3O3

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 8,45 (s, 2H, Hd e Hd’), 6,65 (s, 1H, Hc), 6,21 (d,

1H, Hc’), 4,03 (t, 1H, Hb’) 4,02 (t, 1H, Hb), 2,63 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 171,3 (C4), 96,5 e 97,9 (C2), 57,3 e 58,3 (C5),

41,9 e 48,2 (C6).

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71

2-[6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-em-2-il]fenol (B11)

12 3

456

NN

H

H HO2N

OH

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

OH

O2N

Rendimento: 65%

P.F. (°C): 141,5-143,2

Fórmula molecular: C22H17N3O3

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 9,28 (s, 2H, Hd), 9,24 (s, 2H, Hd’), 6,76 (s, 1H,

Hc), 6,58 (d, 1H, Hc’), 4,22 (t, 1H, Hb’), 4,19 (t, 1H, Hb), 3,14 (d, 1H, Ha’), 2,74 (s,

1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 170,5 e 172,4 (C4), 94,4 e 94,6 (C2), 57,3 e

57,8 (C5), 43,1 e 48,2 (C6).

2-(3-metoxifenil)-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B12)

12 3

456

NN

H

H HO2N

O

CH3

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

O

CH3

O2N

Rendimento: 59%

P.F. (°C): 131,7

Fórmula molecular: C23H19N3O3

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72

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 6,70 (s, 1H, Hc), 6,28 (d, 1H, Hc’), 4,05 (q, 2H,

Hb e Hb’), 3,80 e 3,73 (s, 3H, O-CH3), 3,02 (d, 1H, Ha’), 2,64 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 170,3 e 171,6 (C4), 96,6 e 97,9 (C2), 57,4 e

58,3 (C5), 42,3 e 48,2 (C6).

2-(2-metoxifenil)-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B13)

12 3

456

NN

H

H HO2N

OCH3

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

O CH3

O2N

Rendimento: 74%

P.F. (°C): 163,2

Fórmula molecular: C23H19N3O3

RMN1H (300 MHz, CDCl3, δ ppm): 6,88 (s, 1H, Hc), 6,64 (d, 1H, Hc’), 3,77 (s, 1H,

Hb’), 3,70 (s, 1H, Hb), 3,93 e 3,90 (s, 3H, O-CH3), 2,80 (d, 1H, Ha’), 2,60 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, CDCl3, δ ppm): 169,7 e 170,9 (C4), 91,4 e 92,3 (C2), 56,8 e

57,0 (C5), 40,5 e 48,1 (C6).

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73

4-[6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-en-2-il]benzeno-1,2-diol

(B14)

12 3

456

NN

H

H HO2N

OH

OH

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

OH

OH

O2N

Rendimento: 88%

P.F. (°C): 173,6

Fórmula molecular: C22H17N3O4

RMN1H (300 MHz, DMSO-d6, δ ppm): 6,69 (s, 1H, Hc), 6,56 (d, 1H, Hc’), 4,21 (t, 2H,

Hb’ e Hb), 2,98 (d, 1H, Ha’), 2,58 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, DMSO-d6, δ ppm): 168,7 e 170,2 (C4), 95,0 e 96,4 (C2), 55,7 e

56,9 (C5), 40,7 e 46,7 (C6).

N,N-dimetil-4-[6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-en-2-il]anilina

(B15)

12 3

456

NN

H

H HO2N

N

CH3CH3

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

N

CH3

CH3

O2N

Rendimento: 88%

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74

P.F. (°C): 143,0-145,0

Fórmula molecular: C22H22N4O2

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 6,63 (s, 1H, Hc), 6,18 (d, 1H, Hc’), 3,99 (t, 2H,

Hb’ e Hb), 3,10 (d, 1H, Ha’), 2,64 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 169,5 e 171,0 (C4), 96,7 e 98,2 (C2), 57,3 e

58,3 (C5), 41,8 e 48,2 (C6).

2-(1,3-benzodioxol-5-il)-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno

(B16)

12 3

456

NN

H

H HO2N

O

O

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

O

O

O2N

Rendimento: 88%

P.F. (°C): 157,5-158,3

Fórmula molecular: C23H17N3O4

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 6,64 (s, 1H, Hc), 6,22 (d, 1H, Hc’), 4,06 (t, 1H,

Hb’), 4,05 (t, 1H, Hb), 3,00 (d, 1H, Ha’), 2,67 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 170,2 e 171,7 (C4), 96,3 e 97,8 (C2), 57,4 e

58,4 (C5), 42,0 e 48,2 (C6).

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75

6-(4-nitrofenil)-4-fenil-2-(tiofen-2-il)-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B17)

12 3

456

NN

H

H HO2N

S

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1N

+

N

HH

H

S

O2N

Rendimento: 73%

P.F. (°C): 147,6-148,8

Fórmula molecular: C20H15N3O2S

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 6,82 (s, 1H, Hc), 6,53 (d, 1H, Hc’), 4,11 (t, 1H,

Hb’), 4,07 (t, 1H, Hb), 3,06 (d, 1H, Ha’), 2,77 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 170,9 e 172,1 (C4), 93,5 e 94,1 (C2), 57,1 e

58,7 (C5), 43,0 e 47,3 (C6).

6-(4-nitrofenil)-4-fenil-2-[(E)-2-feniletil]-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B18)

12 3

456

NN

H

H HO2Na b

c

Rendimento: 44%

P.F. (°C): 108,3

Fórmula molecular: C24H19N3O2

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 5,89 (s, 1H, Hc), 4,00 (t, 1H, Hb), 3,39 (d, 1H,

Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 170,3 (C4), 96,8 (C2), 57,0 (C5), 47,7 (C6).

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76

2-(4-bromofenil)-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B19)

12 3

456

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1

NN

H

H HO2N

Br

N+

N

HH

H

Br

O2N

Rendimento: 89%

P.F. (°C): 157,2-158,9

Fórmula molecular: C22H16BrN3O2

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 6,70 (s, 1H, Hc), 6,31 (d, 1H, Hc’), 4,08 (t, 1H,

Hb), 4,11 (t, 1H, Hb’), 3,06 (d, 1H, Ha’), 2,63 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 170,7 e 172,1 (C4), 96,0 e 97,2 (C2), 57,5 e

58,4 (C5), 42,2 e 48,2 (C6).

6-(4-nitrofenil)-2-(1,3-oxazol-4-il)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B20)

12 3

456

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1

NN

H

H HO2N

N

O

N+

N

HH

H

N

O

O2N

Rendimento: 55%

P.F. (°C): 153,4

Fórmula molecular: C19H14N4O3

RMN1H (300 MHz, CDCl3, δ ppm): 6,61 (s, 1H, Hc), 6,27 (d, 1H, Hc’), 3,80 (t, 1H,

Hb’), 3,79 (t, 1H, Hb), 3,05 (d, 1H, Ha’), 2,78 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, CDCl3, δ ppm): 171,9 (C4), 89,6 e 91,2 (C2), 56,6 e 57,3 (C5),

41,9 e 47,5 (C6).

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77

6-(4-nitrofenil)-4-fenil-2-(1,3-tiazol-2-il)-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B21)

12 3

456

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1

NN

H

H HO2N

NS

N+

N

HH

H

N

S

O2N

Rendimento: 68%

P.F. (°C): 142,2-142,8

Fórmula molecular: C19H14N4O2S

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 6,86 (s, 1H, Hc), 6,62 (d, 1H, Hc’), 4,18 (t, 1H,

Hb’), 4,16 (t, 1H, Hb), 3,20 (d, 1H, Ha’), 3,00 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 171,1 e 173,6 (C4), 94,3 e 95,2 (C2), 57,2 e

58,4 (C5), 43,2 e 48,6 (C6).

2-(clorometil)-2-metil-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno

(B22)

12 3

456

a b

a'

b'

-

2 3

45

6

1

NN

CH3

H HO2N

Cl

N+

N

CH3

H

H

Cl

O2N

Rendimento: 68%

P.F. (°C): 144,8-146,8

Fórmula molecular: C18H16ClN3O2

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 3,95 (t, 1H, Hb’), 3,84 (t, 1H, Hb), 3,16 (d, 1H,

Ha), 2,99 (d, 1H, Ha’).

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78

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 170,6 e 171,6 (C4), 97,2 e 98,1 (C2), 56,8 e

58,0 (C5), 43,6 e 48,1 (C6).

2-metil-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B23)

12 3

456

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1

NN

H

H HO2N

CH3

N+

N

HH

H

CH3

O2N

Rendimento: 72%

P.F. (°C): 127,8

Fórmula molecular: C17H15N3O2

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 5,65 (s, 1H, Hc), 5,61 (d, 1H, Hc’), 3,89 (t, 1H,

Hb’), 3,83 (t, 1H, Hb), 2,89 (s, 1H, Ha), 2,72 (d, 1H, Ha’).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 169,0 e 170,3 (C4), 91,6 e 93,4 (C2), 56,8 e

57,6 (C5), 40,9 e 47,5 (C6).

6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B24)

12 3

456

a b

c

NN

H

H HO2N

H d

Rendimento: 60%

P.F. (°C): 165,7

Fórmula molecular: C16H13N3O2

RMN1H (300 MHz, CDCl3, δ ppm): 5,32 (d, 1H, Hc), 5,23 (dd, 1H, Hd), 3,61 (t, 1H,

Hb), 2,53 (d, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, CDCl3, δ ppm): 170,0 (C4), 86,4 (C2), 56,7 (C5), 46,4 (C6).

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2,2-dimetil-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B25)

12 3

456

a b

NN

CH3

H HO2N

CH3

Rendimento: 90%

P.F. (°C): 161,2

Fórmula molecular: C18H17N3O2

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 3,87 (d, 1H, Hb), 2,86 (d, 1H, Ha), 1,53 (s, 3H, -

CH3), 1,52 (s, 3H, -CH3).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 168,2 (C4), 96,1 (C2), 56,7 (C5), 43,9 (C6).

2-metil-6-(4-nitrofenil)-2,4-difenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno (B29)

12 3

456

a b

NN

CH3

H HO2N

Rendimento: 81%

P.F. (°C): 188,6

Fórmula molecular: C23H19N3O2

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 3,91 (d, 1H, Hb), 3,20 (d, 1H, Ha), 1,82 (s, 3H, -

CH3)

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 169,2 (C4), 99,2 (C2), 57,1 (C5), 44,4 (C6).

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2-(3,4-diclorofenil)-2-metil-6-(4-nitrofenil)-,4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-

eno (B30)

12 3

456

a b

NN

CH3

H HO2N

Cl

Cl

Rendimento: 70%

P.F. (°C): 190,8-191,5

Fórmula molecular: C23H17Cl2N3O2

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 4,12 (d, 1H, Hb), 2,56 (d, 1H, Ha), 1,82 (s, 3H, -

CH3)

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 169,0 (C4), 97,2 (C2), 55,8 (C5), 43,2 (C6).

2-(4-clorofenil)-2-metil-6-(4-nitrofenil)-,4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno

(B32)

12 3

456

a b

NN

CH3

H HO2N

Cl

Rendimento: 76%

P.F. (°C): 167,3

Fórmula molecular: C23H18Cl1N3O2

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 3,94 (d, 1H, Hb), 3,23 (d, 1H, Ha), 1,82 (s, 3H, -

CH3)

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 169,5 (C4), 98,8 (C2), 57,1 (C5), 44,4 (C6).

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81

Com o objetivo de introduzir de diferentes núcleos heterocíclicos na base

molecular dos compostos e baseando-se no interesse da química medicinal na

versátil atividade biológica desempenhada por moléculas que contemplam um

fragmento furano, foram obtidos derivados heterocíclicos utilizando-se adutos de

Meerwein.

O método convencional para síntese de arilfuranos é a arilação, catalisada

por cobre, de furano derivados com sais de arenodiazônio (Figura 22), realizados

pela primeira vez por Meerwein em 1939 (OBUSHAK et al., 2008). Estas reações

foram relatadas principalmente para furanos com substituição em C2, que se

submeteram a arilação na posição C5.

Figura 22. Esquema geral da obtenção dos aldeídos. X: 4-Cl, 3,4-Cl.

NH2 NaNO2, HClO O

H

H2O, CuCl2

aldeído

N2+Cl

-

X XX

A etapa inicial do mecanismo desta reação ocorre através da transferência de

elétrons da molécula do substrato (furfural) para o íon diazônio (Figura 23), mediada

pelo cobre(II), conforme a convencional arilação de Meerwein. Como resultado, o

cátion do radical furfural é formado, o que é típico para compostos heterocíclicos.

Alguns compostos heterocíclicos são capazes de sofrer a oxidação de um elétron

com íons diazônio para formar radicais cátions. Obviamente, a forte complexação

furfural-CuCl2 favorece esta transferência de elétrons. O sistema catalítico de

Cu+↔Cu2+ medeia a transferência de elétrons do furfural para o íon diazônio. O

radical aril formado dentro do complexo ativado [arenodiazôniotetraclorocuprato(II)-

furfural ou arenodiazônio-sal catalítico-furfural] reage com uma segunda molécula de

furfural para formar o radical aduto A. A última doação de elétrons ocorre através de

do íon cobre(II) para o radical cátion B (gerado no primeiro ciclo) para formar o

produto C (OBUSHAK; LESYUK; MATIICHUK, 2009).

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82

Figura 23. Esquema geral do mecanismo obtenção dos aldeídos. X: -Cl, 3,4-Cl.

O

O

HO

O

H

X

.

N2+

X

N2

X

. Cu+

Cu2+

O

O

H

O

O

H

+ .

Cu+

Cu2+

O O

HX

H+

(A)

(B)

(C)

Fonte: OBUSHAK et al., 2009, p. 1378.

Com a intenção de seguir a indicação proposta por Topliss foram realizadas

tentativas de síntese de aldeídos de Meerwein detentores dos substituintes

sugeridos, entretanto, foram obtidos apenas derivados com substituintes

eletronssacadores. A impossibilidade de obtenção dos demais derivados merece

maior tempo para investigação e melhoramento das condições reacionais utilizadas,

uma das metodologias a ser desenvolvida é a síntese assistida por micro-ondas.

5-(4-clorofenil)furano-2-carbaldeído (B27)

O1 25

4 3

8

9

13

10

12

11

6H6a

O7

Cl14

Rendimento: 21%

P.F. (°C): 130,0-132,0

Fórmula molecular: C11H7ClO2

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 9,71 (s, 1H, CHO), 7,56 (d, 1H, H3), 7,30 (d, 1H,

H4)

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 178,2 (CHO), 156,7 (C5), 153,7 (C2), 127,5

(C4), 124,3 (C3)

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83

5-(3,4-diclorofenil)furano-2-carbaldeído (B28)

O1 25

4 3

8

9

13

10

12

11

6H6a

O7

Cl15

Cl14

Rendimento: 32,9%

P.F. (°C):

Fórmula molecular: C11H6Cl2O2

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 9,68 (s, 1H, CHO), 7,53 (d, 1H, H3), 7,20 (d, 1H,

H4)

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 178,0 (CHO), 158,2 (C5), 153,4 (C2), 127,5

(C4), 124,6 (C3)

Após obtenção e análise espectral dos aldeídos de Meerwein foi realizada sua

reação com a aziridina (B26) para dar origem aos derivados 1,3-

diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno.

O método de obtenção dos diazabiciclos derivados dos aldeídos de Meerwein

seguiu a mesma metodologia convencional descrita para os outros derivados. Estes

compostos foram obtidos com moderados rendimentos e tiveram suas

características espectrais analisadas.

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2-[5-(4-clorofenil)furan-2-il]-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-3-

eno (B33)

12 3

456

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1

NN

H

H HO2N

O

Cl

N+

N

HH

H

O

Cl

O2N

Rendimento: 56%

P.F. (°C): 194,1-195,9

Fórmula molecular: C26H18ClN3O3

RMN1H (300 MHz, CDCl3, δ ppm): 6,46 (d, 1H, Hc), 6,32 (d, 1H, Hc’), 3,78 (s, 1H,

Hb’), 3,77 (t, 1H, Hb), 2,95 (s, 1H, Ha’), 2,77 (s, 1H, Ha).

RMN13C (75,47 MHz, CDCl3, δ ppm): 171,9 (C4), 90,8 e 91,6 (C2), 56,5 e 57,3 (C5),

42,6 e 47,9 (C6).

2-[5-(3,4-diclorofenil)furan-2-il]-6-(4-nitrofenil)-4-fenil-1,3-diazabiciclo[3.1.0]hex-

3-eno (B34)

12 3

456

a b

c a'

b'

c'

-

2 3

45

6

1

NN

H

H HO2N

O

Cl

Cl

N+

N

HH

H

O

Cl

Cl

O2N

Rendimento: 46%

P.F. (°C): 152,3-153,8

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Fórmula molecular: C26H17Cl2N3O3

RMN1H (300 MHz, C3D6O, δ ppm): 6,67 (s, 1H, Hc), 6,42 (d, 1H, Hc’), 4,13 (t, 2H, Hb

e Hb’), 3,21 (s, 1H, Ha), 3,07 (s, 1H, Ha’).

RMN13C (75,47 MHz, C3D6O, δ ppm): 172,3 e 173,0 (C4), 91,3 e 92,0 (C2), 57,1 e

57,9 (C5), 43,3 e 48,2 (C6).

5.2 Atividade Biológica

Apesar dos testes terem sido realizados apenas com compostos possuidores

de substituintes que seguem a indicação proposta por Topliss (4-CH3; 4-OCH3; 4-Cl;

3,4-Cl; H), realizou-se a síntese de diversos derivados diazabicíclicos com a

intenção de aumentar a diversidade química dentro da mesma estrutura base dos

compostos. Assim, com a futura avaliação biológica de todos os derivados,

pretende-se predizer a possível relação estrutura-atividade e validar o método

utilizando os substituintes selecionados da correlação.

5.2.1 Avaliação da ação sobre o sistema nervoso central

As desordens neuropsiquiátricas constituem um grupo de patologias que vêm

crescendo nos últimos anos. Muitas delas são refratárias ao tratamento

farmacológico vigente, os quais podem apresentar uma série de efeitos adversos

que levam a sua não adesão (JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005). A busca por novas

alternativas farmacológicas sintéticas ou naturais tem sido uma constante ao que

tange aos medicamentos psicotrópicos. Na química medicinal, a adesão de

estruturas de moléculas com conhecidos efeitos farmacológicos é uma constante e

podem originar compostos novos com características interessantes (CORRÊA;

BATISTA; QUINTAS, 2003). No presente estudo, uma série de compostos híbridos

de aziridinas e chalconas, os diazabiciclos, foram avaliados em vários modelos

farmacologicos utilizados no screening farmacológico de agentes psicotrópicos.

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86

Para detectar possíveis efeitos inespecíficos dos compostos e efeitos sobre a

coordenação motora dos animais que pudessem interferir nos resultados de outros

experimentos, os quais exigem funcionamento do sistema motor, foi utilizado o teste

do campo aberto. Segundo Oliveira e colaboradores (2008), o número total de

crossings, que é um dos parâmetros analisados no modelo de campo aberto, pode

ser alterado por fármacos de atividade ansiolítica e ansiogênica e o número total de

rearings, que avalia a atividade exploratória do animal, pode ser afetada por

fármacos com ação no SNC ou relaxantes musculares periféricos. Fármacos que

atuam no sistema motor dos animais também alteram os parâmetros acima

mencionados e podem fornecer, nos demais modelos animais usados para o

screening de psicofármacos, resultados contraditórios.

No presente estudo, o pré-tratamento dos animais com os compostos e a

avaliação dos parâmetros comportamentais dos mesmos no teste do campo aberto

sugerem que estes não comprometem o sistema motor dos animais, tão pouco

promovem efeitos sedativos no SNC (Tabela 5).

Tabela 5- Efeito dos compostos em estudo sobre os parâmetros comportamentais no modelo do campo aberto (MCA)

Tratamento Rearing (Levantamentos) Crossing (Cruzamentos)

Controle 58,7 ± 14,716 124,3 ± 22,894

B1 68 ± 17,279 115,1 ± 40,501

B2 56,1 ± 7,270 127,1 ± 31,094

B3 56,1 ± 19,438 96,1 ± 21,037

B4 45,2 ± 9,587 103,2 ± 27,544

B6 61,3 ± 11,346 109,7 ± 31,419

Como reportado anteriormente, chalconas e aziridinas exibem efeitos

ansiolíticos quando avaliados em modelos animais de ansiedade (JAMAL; ANSARI;

RIZVI, 2008; CHO et al., 2011). A propriedade ansiolítica dos compostos foi avaliada

através do teste do LCE. Substâncias ansiolíticas induzem um comportamento de

exploração dos braços abertos do labirinto, aumentando a freqüência de entradas

nesses braços, bem como o tempo em que os animais o exploram (SOUZA et al.,

2006). Melo (2006), relata que substâncias ansiogênicas restringuem as atividades

dos animais aos braços fechados, a frequência de entradas nesses braços, assim

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87

como seu tempo de permanência. No presente estudo, na dose utilizada, os

compostos testados não promoveram alterações comportamentais no LCE, que

pudessem sugerir efeito ansiolítico (Figura 24).

Figura 24. Efeito do tratamento dos animais com os compostos em estudo (10mg/kg, i.p.) e do diazepam (0,75 mg/kg, i.p.), sobre os parámetros comportamentais: frequência de entradas (A) e tempo de permanência (B) nos braços abertos do LCE. Cada coluna representa a média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA seguido de Bonferroni ***p<0.001 **p<0.01 e *p<0.05 quando comparado com o controle.

A atividade hipnótica também foi descrita na literatura para chalconas e

aziridinas (CHO et al., 2011). Uma substância com propriedades hipnóticas é aquela

que diminui a latência para o sono e aumenta seu tempo total. Desta forma, em

modelos farmacológicos de sono, os compostos que interferem nesses dois

parâmetros de forma significativa, possuem efeito hipnótico (SOUZA et al., 2006). No

presente estudo, o modelo farmacologico utilizado para avaliar o efeito hipnótico dos

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88

compostos foi o modelo de indução do sono por barbitúricos. Os resultados nos

mostraram que o pré-tratamento dos animais com os compostos não alterou os

parâmetros experimentais, na dose administrada, quando comparado com o grupo

controle e Lorazepam, (medicamento que potencializa a ação sedativa do

pentobarbital), sugerindo que os compostos não apresentam uma ação sedativa

(Figura 25).

Figura 25. Efeito do tratamento dos animais com os compostos em estudo (10mg/kg, i.p.) e do lorazepam (2 mg/kg, i.p.), sobre a Latencia (A) e Tempo total de sono (B) induzido por barbitúricos. Cada coluna representa a média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA seguido de Bonferroni **p<0.01 e *p<0.05 quando comparado com o controle.

A atividade anticonvulsivante dos compostos foi avaliada através do modelo

da convulsão induzida pelo pentilenotetrazol (PTZ). O PTZ possui efeito

convulsivante em animais ao bloquear os canais de cloreto do receptor GABAA

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89

(TOLARDO et al., 2010; HOLZMANN et al., 2011). Compostos com ação

anticonvulsivante neste modelo, potencializam de alguma forma a ação inibitória

GABAérgica no SNC (TOLARDO et al., 2010; HOLZMANN et al., 2011). Agentes

anticonvulsivantes não só diminuem a latência para o aparecimento de uma crise,

como também agem como neuroprotetores (MUSSULINI, 2013). Nesse modelo o

fármaco padrão utilizado foi o fenobarbital. O fenobarbital é o protótipo do grupo

barbitúrico possuindo atividade antiepilética específica em doses inferiores das que

produzem sono. O mecanismo de ação não está totalmente esclarecido, se supõe

que está relacionado em parte com o responsável da ação hipnosedante. É

conhecido que o fenobarbital atua como estabilizante da membrana neuronal por

afinidade fisicoquímica pelos lipídios de membrana, afetando a sua permeabilidade e

seu fluxo iônico; na verdade, pré-sinapticamente reduzem a entrada de cálcio no

neurônio e com ele a exocitose de neurotransmissores, embora que sinapticamente

é reduzida a condutância dos íons Na+ e K+, bloqueando as descargas repetidas.

Estudos a nível celular mostram depressão da transmissão sináptica, sem

diminuição da excitabilidade neuronal, porém esta ação não é uniforme em todos os

neurônios.

Além desta condição "inespecífica" o fenobarbital atua pós-sinapticamente

facilitando a inibição mediada por GABA e reduzindo a excitação produzida pelo

glutamato e/ou acetilcolina (VARONA; ESCRIBANO; MARTIN-CALDERÓN, 2001).

Embora a propriedade anticonvulsivante tenha sido descrita para as chalconas e

aziridinas (CHO et al., 2011; YAMAZAKI et al., 2005), os compostos hibridos,

avaliados nesse estudo não exibiram efeito anticonvulsivante (Figura 26).

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90

Figura 26. Efeito do tratamento dos animais com os compostos em estudo (10mg/kg, i.p.) e do fenobarbital (50 mg/kg, i.p.), sobre a Latência (A) para a crise convulsiva e o número de crises (B) induzidas por pentilenotetrazol. Cada coluna representa a média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA seguido de Bonferroni ***p<0.001 e *p<0.05 quando comparado com o controle.

Os animais expostos ao fenobarbital apresentaram baixa taxa de mortalidade

e número de crises e alta latência para a convulsão. Já os animais tratados com os

compostos B1, B3 e B4 apresentaram altas taxas de mortalidade quando

comparados com o controle e o fenobarbital (Tabela 6).

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91

Tabela 6- Efeito dos compostos em estudo sobre a percentagem de mortalidade dos animais após a indução das crises convulsivas induzidas por pentilenotetrazol.

Tratamento Mortalidade Sobrevivência Controle 60% 40%

B1 90% 10% B2 60% 40% B3 100% 0% B4 90% 10% B6 60% 40%

Fenobarbital 10% 90%

Os efeitos dos compostos sobre a memória dos animais tambem foi avaliado

no presente estudo. Para tanto foi utilizado como modelo de memória o teste da

esquiva inibitória. O teste consiste em inibir a exploração do ambiente pelo animal

através da aplicação de choques de pequena intensidade. Portanto, trata-se um

modelo animal de memória aversiva ou emocional (TOLARDO et al., 2010;

HOLZMANN et al., 2011). O parâmetro analisado foi o tempo de latência para

descida da plataforma de madeira para a de metal onde os animais levavam os

choques. A diferença entre as latências de descida obtidas entre as sessões de

treino e teste no modelo são consideradas como índice de memória (YAMAZAKI et

al., 2005).

Vários neurotransmissores estão envolvidos na modulação da memória,

destacando-se negativamente o sistema GABAérgico, canabinoide, histaminérgico,

e, positivamente o sistema noradrenérgico, dopaminérgico, dentre outros

(TOLARDO et al., 2010; HOLZMANN et al., 2011; YAMAZAKI et al., 2005; MC

GAUGH, 2000; CARDOSO, 2010). O sistema colinérgico tem importante papel nos

processos de formação da memória e há evidências tanto em animais como em

humanos, de que o aprendizado e memória podem ser modificados por drogas que

afetam a função colinérgica central (YAMAZAKI et al., 2005; MC GAUGH, 2000;

KANDEL; JESSELL; SCHWARTZ, 2000). Em nosso estudo, o único composto a

apresentar alteração significativa da memória dos animais foi o B6, mostrando um

comprometimento da memória de longo prazo, evidenciando um perfil amnésico

(Figura 27).

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Figura 27. Efeito do tratamento dos animais com os compostos em estudo (10mg/kg, i.p.) sobre a Latência de decida na sessão de teste da esquiva inibitória. Cada coluna representa a mediana e os intervalos interquativos (25 e 75) de 8-9 animais. ANOVA seguido de de kruskall Wallis e test de Duns *p<0.05 quando comparado com o controle.

A propriedade antidepressiva dos compostos em estudo foi avaliada através

do modelo de depressão, o teste do nado forçado, onde foi analisado como

parâmetro específico de efeito depressivo o de tempo de imobilidade do animal.

Borcini e colaboradores reportam que animais com tempo alto de imobilidade, no

teste do nado forçado, indica um perfil depressivo, analogia feita a “anedonia” um

dos principais sintomas da depressão (TOLARDO et al., 2010; HOLZMANN et al.,

2011; GUAN et al., 2013; GUAN et al., 2014). Nossos resultados demonstraram que

os compostos B1, B2 e B6 exibiram efeito antidepressivo, e que B6,

especificamente, teve uma propriedade antidepressiva semelhante a fluoxetina, um

antidepressivo utilizado clinicamente (Figura 28). Os resultados apresentados são

similares ao estudo de Guan et al. (2013, 2014), onde dois derivados de chalcona

possuem potencial antidepressivo nas doses 1, 5 e 10mg/kg i.p.

No modelo depressão, o controle positivo utilizado nesse estudo foi a

fluoxetina. A fluoxetina é um potente e seletivo inibidor da recaptação de serotonina

amplamente empregada no tratamento da depressão. É efetiva no tratamento da

doença bipolar, no TOC, bulimia nervosa, doença disfórica pré-menstrual, doença do

pânico, distimia e, ainda, ansiedade, manifestações clínicas da depressão (PISSATO

et al., 2006).

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93

Figura 28. Efeito do tratamento dos animais com os compostos em estudo (10mg/kg, i.p.) e da fluoxetina (A) e curva dose-resposta (B) da propriedade antidepressiva do composto B6, sobre o tempo de imobilidade dos animais avaliados no teste de nado. Cada coluna representa a média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA seguido de Bonferroni **p<0.01 e *p<0.05 quando comparado com o controle.

Uma vez evidenciado o efeito antidepressivo dos compostos, escolheu-se o

composto B6 para avaliar o mecanismo de ação da atividade antidepressiva, uma

vez que este foi o mais ativo dentre os compostos avaliados.

Vários sistemas de neurotransmissores estão envolvidos na patogênese da

depressão. As principais teorias relacionadas à base biológica da depressão situam-

se nos estudos sobre neurotransmissores cerebrais e seus receptores, embora

outras áreas também estejam sob investigação. A hipótese das monoaminas,

baseada na deficiência de monoaminas, como serotonina (5-HT), noradrenalina (NA)

e dopamina (DA), é comumente utilizada para explicar a gênese dos transtornos

depressivos (MILLAN, 2004) e é a mais vigente e fortalecida pelo mecanismo de

ação dos fármacos antidepressivos presentes no mercado, os quais independentes

do mecanismo de ação que possuam, promovem aumentos das concentrações das

monoaminas no SNC.

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94

Confirmando a hipótese das monoaminas, Taylor e Stein (2006) afirmam que

a maioria dos antidepressivos precritos inibe a recaptação de serotonina ou

noradrenalina e/ou inibem a atividade da monoamina oxidase por aumentarem a

disponibilidade sináptica destes neurotransmissores.

A 5-HT é considerada atualmente a amina biogênica mais envolvida nos

transtornos afetivos. Segundo Ansorge et al. (2007), o sistema serotonérgico

desempenha um papel central na fisiopatologia e na etiologia da depressão e um

papel importante na ação de antidepressivos (MILLAN, 2004; ZENI et al., 2013).

Estudos mostram uma reduzida concentração do líquido cefalorraquidiano de 5-HT e

do seu metabólito principal ácido 5-hidroxiindolacético (5-HIAA) em tecido cerebral

post-mortem de paciente deprimidos ou suicidas. A 5-HT pode interagir com

múltiplos receptores, e até o momento sete famílias foram caracterizadas (5HT1R-

5HT7R) e com exceção o receptor 5HT3 que é um canal iônico operado por ligante,

todas os demais são receptores acoplados à proteína G, ou seja, metabotrópicos

(LUKDA et al., 2014).

Avaliando a influência do sistema serotonérgico no efeito antidepressivo do

composto B6, verificou-se que tal efeito não foi revertido pelo pré-tratamento com

NAN-190, Ketanserina e Ondansetron, antagonista dos receptores 5HT1A, 5HT2A/C

e 5HT3 respectivamente (Figura 29). Desta forma pode-se observar através da

comparação dos resultados com o grupo controle e o padrão positivo, que não

houve envolvimento da via serotonérgica.

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95

Figura 29. Influencia do pré-tratamento dos antagonistas 5-HT1A (NAN 190) (A) 5HT2A/2C (Ketanserina) (B) e 5-HT3 (Ondansetron) (C) sobre o efeito antidepressivo do composto B6 (10mg/kg, i.p.), em animais avaliados no teste de nado forçado. Cada coluna representa a média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA seguido de Bonferroni. Asteriscos(*) denotam diferenças significativas quando comparado ao controle ***p<0.001 e **p<0.01.

O sistema noradrenérgico também tem sua importância na patogênese da

depressão. A hipótese monoaminérgica, baseada no mecanismo de ação dos

antidepressivos tricíclicos e dos inibidores da monoamina oxidase (IMAOs), postula

que a depleção de noradrenalina na fenda sináptica seria também componente

substrato biológico da depressão (SCHILDKRAUT, 1965; KALIA, 2005; HALES;

YUDOFSKY, 2006). Certos componentes do sistema noradrenérgico parecem estar

envolvidos com excitação e medo, enquanto outros, em conjunto com componentes

mesolímbicos dopaminérgicos, com motivação e prazer. Assim, a ansiedade e a

perda de prazer características da melancolia e da depressão atípica podem estar

relacionadas a desregulação do sistema noradrenérgico (SCHILDKRAUT, 1965;

KALIA, 2005; KANDEL; JESSELL; SCHWARTZ, 2000).

No presente estudo, o efeito antidepressivo do B6 foi revertido pelo pré-

tratamento dos animais com a Yohimbina, antagonista do receptor α2 de ação pré-

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sináptica (Figura 30). Não foi detectada a influencia dos receptores α1 sobre os

efeitos do composto.

Figura 30. Influencia do pré-tratamento dos antagonistas α1 (Prazosin) (A) e α2 (Yoimbina) (B) sobre o efeito antidepressivo do composto B6 (10mg/kg, i.p.), em animais avaliados no teste de nado forçado. Cada coluna representa a média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA seguido de Bonferroni. Asteriscos(*) denotam diferenças significativas quando comparado ao controle ***p<0.001 e *p<0.05 e hashtag(#) denotam significancias estatisticas quando comparado com grupo que recebeu B6 sem o antagonista ###p<0.001.

Ainda com relação à hipótese monoaminérgica, foi avaliada também nesse

estudo a influência do sistema dopaminérgico. O sistema dopaminérgico também é

um alvo importante implicado na regulação dos transtornos do humor (DAILLY et al.,

2004). Estudos clínicos e pré-clínicos indicaram que uma diminuição das

concentrações centrais de dopamina pode influenciar na patogênese da depressão

(ELHWUEGI, 2004). A dopamina é considerada o principal neurotransmissor

envolvido na via mesolímbica de recompensa e tem sido proposto que um aumento

na neurotransmissão dopaminérgica, contrária à anedonia, o que é considerado uma

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característica padrão de depressão maior (GORWOOD, 2008). No presente estudo,

foi observado que os antagonistas dos receptores D1 e D2 seletivos reverteram o

efeito antidepressivo do composto B6, indicando que a via dopaminérgica está

envolvida na ação do mesmo (Figura 31).

Figura 31: Influência do pré-tratamento dos antagonistas seletivos D1 (SCH23390) (A), D2

(Pimozide) (B) e não seletivo (Haloperidol) (C) sobre o efeito antidepressivo do composto B6

(10mg/kg, i.p.), em animais avaliados no teste de nado forçado. Cada coluna representa a

média e o E.P.M de 8-9 animais. ANOVA seguido de Bonferroni. Asteriscos(*) denotam

diferenças significativas quando comparado ao controle (veículo) ***p<0.001 e hashtag(#)

denotam significancias estatisticas quando comparado com grupo que recebeu B6 sem o

antagonista ### p<0.001.

Observa-se que os compostos mais ativos, no modelo de atividade biológica

em estudo, são aqueles que possuem grupamentos eletrondoadores no anel

aromático ligado no carbono 2 do anel aziridínico, conforme ilustrado (Figura 32): B1

possui um anel não substituído (todos os carbonos, com exceção daquele conectado

ao núcleo aziridínico, são ligados a átomos de hidrogênio), B2 possui um

grupamento metóxi na posição 4 (-OCH3 - eletrondoador) e B6 possui um

grupamento metil na posição 4 (-CH3 – eletrondoador). Por sua vez, os compostos

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menos ativos, B3 e B4 são substituídos por grupamentos 3,4-Cl e 4-Cl,

respectivamente, que são eletronssacadores.

Figura 32. Estrutura química dos compostos avaliados.

NN

H

HH

O2N

(B1)

NN

H

HH

O2N

O CH3(B2)

NN

H

HH

O2N

Cl

Cl(B3)

NN

H

HH

O2N

Cl(B4)

NN

H

HH

O2N

CH3(B6)

Portanto, pode-se deduzir que a demanda eletrônica molecular é importante

para a atividade biológica em estudo, sendo que a diminuição do fluxo eletrônico do

sistema conjugado, através do efeito retirador de elétrons de grupos como 4-Cl e

3,4-Cl, tende a diminuir o efeito biológico esperado.

5.2.2 Avaliação da atividade antinociceptiva

Em uma análise preliminar, os derivados diazabiciclos foram testados no

modelo de contorções abdominais induzídas pelo agente flogístico ácido acético.

Conforme pode ser observado na Tabela 7, em todos os compostos testados foi

observada inibição das contorções, quando comparados com o grupo controle. Os

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99

resultados indicam que todos os compostos testados exibiram, quando

administrados por via intraperitoneal, pronunciada atividade antinociceptiva,

entretanto, B6 apresentou resultados mais relevantes, sendo 19 vezes mais potente

que o ácido acetilsalicílico (AAS), fato que nos levou a seleciona-lo para estudos

mais detalhados.

Com relação aos parâmetros que permitem avaliar a estrutura-atividade,

procedimentos sugeridos por Topliss assumem que a atividade biológica é

dependente de alguns efeitos hidrofóbicos (π) e eletrônicos (σ) dos substituintes

aromáticos. Ensaios preliminares com os derivados B1, B2, B3, B4 e B6, quando

comparados à tabela sugerida por Topliss (Tabela 1, p. 31), sugerem que, da

mesma forma que os resultados obtidos na avaliação do efeito dos compostos sobre

o sistema nervoso central, a demanda eletrônica molecular neste caso também é

importante para a atividade antinociceptiva. Neste comparativo a combinação de

parâmetros π-3σ é dominante na árvore de decisão de Topliss, que sugere uma lista

de substituintes provavelmente mais ativos a serem investigados posteriormente

(Figura 33).

Tabela 7. Atividade antinociceptiva dos derivados diazabiciclos no modelo de dor induzida pelo ácido acético 0,6% via i.p.

NN

H

H H

O2N

X

Substituinte (X) Código DI50 (µµµµmol/kg) i.p. H B1 14,91 (12,46-17,86)

4-OCH3 B2 9,88 (8,17-11,98) 3,4-Cl B3 16,85 (15,72-18,05) 4-Cl B4 16,80 (15,69-17,98)

4-CH3 B6 7,33 (4,11-13,07) AAS 133,21 (73,02-243,12)

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100

Figura 33. Estrutura química dos compostos propostos por Topliss para futura avaliação

biológica.

NN

H

HH

O2N

OH(B10)

NN

H

HH

O2N

N CH3

CH3

(B15)

O segundo modelo avaliado foi o de dor induzida pela formalina, que avalia

duas fases distintas de dor, as quais são consequências da liberação de diferentes

mediadores (DUBUISSON; DENNIS, 1977; HUNSKAAR; HOLE, 1987). A primeira

fase tem início logo após a injeção da formalina e mantem-se por 5 minutos,

acredita-se que ela decorra da estimulação química direta dos nociceptores

(aferentes tipo C e A), por mediadores químicos como a substância P, o glutamato e

a bradicinina, responsáveis pela nocicepção neurogênica (HUNSKAAR et al., 1985;

1987).

Nesta primeira fase do teste, que se refere ao processo doloroso conhecido

como neurogênico ou agudo, o composto B6 apresentou uma atividade inibitória

significativa de 69 ±10% na dose de 10 mg/kg (Figura 34), sendo os AINES AAS e

paracetamol inativos nesta fase. A segunda fase tem início com 15 minutos e

termina aos 30 minutos, após a injeção da formalina. Esta resposta é decorrente da

liberação de vários mediadores químicos pró-inflamatórios, como a histamina,

serotonina, prostaglandinas e bradicinina. Quando comparado com outros modelos

para o estudo da dor, o teste da formalina, é o que mais se assemelha com as

características da dor clínica aguda, seja ela de natureza química, elétrica ou

mecânica (HUNSKAAR; HOLE, 1985; 1987; TJØLSEN; HOLE, 1997). Na segunda

fase, designada de crônica ou inflamatória, observou-se redução da reação dolorosa

com uma inibição de 31,7 ±10%.

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Figura 34. Efeito do composto B6 administrado na concentração de 10 mg/kg, via intraperitoneal na Fase I – fase neurogênica no modelo de dor induzida pela formalina 2,5%. Cada coluna representa uma média de 6 experimentos e as barras verticais indicam o EPM.

Com o objetivo de melhor avaliar a atividade destes compostos sobre a dor

neurogênica, devido à inatividade observada na primeira fase do modelo da

formalina, pelo composto B6, foram realizados ensaios no modelo de dor induzida

pela capsaicina. Esta é uma amina neurotóxica que causa uma intensa atividade

nociceptiva seguida por dessensibilização. Diversos mediadores químicos estão

envolvidos nesta ação, tais como as neurocininas (substância P, neurocinina A e

neurocinina B), peptídeos relacionados ao gene da calcitocina (CGRP),

somastotatina, óxido nítrico e aminoácidos excitatórios (SAKURADA et al., 1992;

1996). Além disto, tem sido proposto um receptor vanilóide próprio para a

capsaicina, presente em neurônios sensitivos primários (CATERINA et al., 1997).

Neste modelo, B6 mostrou-se ativo reduzindo a resposta morder/lamber em

35,9 ± 1,9, 50 ± 2,4 e 68,6 ± 2,6%, apresentando assim indícios de atividade sobre a

dor neurogênica sob a via das taquicininas (Figura 35).

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Figura 35. Efeito do composto B6 administrado nas concentrações de 0.1, 1 e 10 mg/kg, via intraperitoneal no modelo de dor induzida pela capsaicina. Cada coluna representa uma média de 6 experimentos e as barras verticais indicam o EPM.

Na tentativa de elucidar um pouco mais o mecanismo de ação destes

compostos, realizou-se o ensaio do glutamato, modelo proposto recentemente por

Beirith e colaboradores (1998) o qual é aplicado para o estudo de substâncias que

atuam sobre o sistema glutamatérgico envolvido na transmissão nociceptiva. O

glutamato, maior neurotransmissor excitatório no cérebro e na medula espinhal

exerce seus efeitos pós-sinápticos via diversos receptores de membrana

pertencentes tanto a classe dos metabotrópicos quanto ionotrópicos. A resposta

nociceptiva induzida por glutamato parece envolver sítios de ação periférica,

espinhais e supraespinhais (influenciados pela liberação do NO), os quais são

mediados por ambos os tipos de receptores NMDA e os não-NMDA. Há

consideráveis evidências que a dor associada com a injúria tecidual ou nervosa

perférica, envolve a ativação dos receptores NMDA (BEIRITH et al., 1998;

PETRENKO et al., 2003). Neste modelo, o composto B6, testado nas doses de 0.1,

1 e 10mg/kg, exibiu uma atividade bastante significativa de 44,2 ± 7,5, 54,4 ± 3,1 e

66,5 ± 3,8%, respectivamente (Figura 36).

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103

Figura 36. Efeito do composto B6 administrado nas concentrações de 0.1, 1 e 10 mg/kg, via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo glutamato. Cada coluna representa uma média de 6 experimentos e as barras verticais indicam o EPM.

No modelo de hipernocicepção mecânica induzida pela carragenina observa-

se que o composto B6, administrado nas doses de 0.1, 1 e 10mg/kg

intraperitonealmente, foi capaz de reduzir de maneira significativa a frequência de

resposta ao estímulo mecânico, perdurando este efeito por até 48 horas após a

injeção intraplantar de carragenina. Os valores de inibição foram de 65, 9 ± 7,6, 61,5

± 8 e 68 ± 6,9%, respectivamente, quando comparados com a indometacina,

utilizada como um controle positivo, a qual mostrou inibição de 92,1 ± 5,3% (Figura

37).

Figura 37. Efeito do composto B6 administrado nas concentrações de 0.1, 1 e 10 mg/kg, via intraperitoneal no modelo de hipernocicepção mecânica induzida pela carragenina. Cada coluna representa uma média de 6 experimentos e as barras verticais indicam o EPM.

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104

6 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos permitem concluir que:

- Foram sintetizados 30 compostos que contemplam a porção 1,3-

diazabiciclo[3.1.0]hex-3-eno, sendo que destes 15 são estruturas inéditas (B3, B8,

B9, B12, B13, B14, B16, B19, B20, B21, B22, B30, B32, B33 e B34).

- A proposta de síntese de compostos diazabiciclos envolve várias etapas reacionais

de relativa complexidade, em que se faz necessário o uso de procedimentos de

controle das variantes reacionais, focando a obtenção de pureza e melhores

rendimentos.

- A maioria dos derivados (27 compostos) foi obtida pelo método convencional de

síntese para esses compostos.

- A série de derivados de acetofenonas teve sua síntese assistida por micro-ondas,

já que pelo método tradicional os produtos não puderam ser obtidos.

- Independentemente do método sintético utilizado os produtos foram obtidos com

elevado grau de pureza e bons rendimentos (44 – 90%), não apresentando nenhum

subproduto, o que garantiu uma boa caracterização através dos métodos

espectroscópicos usuais, pelos quais foi possível comprovar que os compostos

sintetizados foram os propostos neste trabalho.

- Alguns derivados (B1, B2, B3, B4 e B6) tiveram seu potencial de aplicabilidade

biológica avaliado quanto à ação no sistema nervoso central e através de modelos

de antinocicepção. Foram testados os compostos possuidores dos substituintes

sugeridos pelo método de Topliss, dos quais o mais ativo, em ambas as avaliações,

foi o derivado 4-CH3 substituído (B6).

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105

Estrutura química do composto B6

NN

H

HH

O2N

CH3

- Através do teste do nado forçado foi possível observar que o composto B6 possui

efeito antidepressivo semelhante ao da fluoxetina.

- Ao estudar as possíveis vias de ação do composto, os resultados apresentados

demonstraram que o sistema dopaminérgico está envolvido através de receptores

não específicos, D1 e D2 no efeito do composto, onde os antagonistas reverteram o

efeito antidepressivo. A via noradrenérgica também estudada, apresentou

envolvimento através do receptor α2.

- Os resultados farmacológicos indicam que todos os compostos testados (B1, B2,

B3, B4 e B6) exibiram uma atividade antinociceptiva no teste de contorções

abdominais (0.1, 1 e 10 mg / kg, ip), no entanto B6 apresentou resultados mais

relevantes, sendo 19 vezes mais potente que o AAS, o que nos levou a selecioná-lo

para estudos mais detalhados.

- No modelo de nocicepçãp induzida pela formalina, o composto B6 inibiu em 69% a

dor neurogênica e em 31,7% a dor inflamatória, quando comparado com o controle.

- B6 reduziu a resposta lamber/morder no teste de injeção intraplantar de capsaicina,

com 35,9 ± 1,9%, 50,0 ± 2,4% e 68,6 ± 2,6% de inibição, o que forneceu evidência

mais direta do efeito analgésico do presente composto sobre a dor neurogênica.

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- O pré-tratamento com B6 (0.1, 1 e 10 mg / kg, pi), administrado de 30 minutos

antes da indução da nocicepção por glutamato, alterou significativamente a

nocicepção espontânea evocada, com percentagens de inibição de 44,2 ± 7,5%,

54,4 ± 3,1% e 66,5 ± 3,8%, respectivamente.

- Como perspectiva para estudos futuros propõe-se o aprimoramento das

metodologias de síntese para obtenção dos compostos possuidores de substituintes

eletrondoadores que completam as séries derivadas de acetofenonas e aldeídos de

Meerwein; a ampliação da diversidade química dos compostos através da inserção

de diferentes heterociclos nos anéis provenientes da chalcona de partida e o estudo

das possíveis ocorrências de relação estrutura-atividade nas séries sintetizadas.

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