universidade do vale do itajaÍ adriano pivottosiaibib01.univali.br/pdf/adriano pivotto.pdf ·...
TRANSCRIPT
0
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
ADRIANO PIVOTTO
HÁBITO DE HIGIENE BUCAL DE ESCOLARES DO ENSINO PÚBLICO DO
MUNICÍPIO DE ITAJAÍ, SC.
Itajaí
2012
1
ADRIANO PIVOTTO
HÁBITOS DE HIGIENE BUCAL DE ESCOLARES DO ENSINO PÚBLICO DO
MUNICÍPIO DE ITAJAÍ, SC.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito
parcial para obtenção de título de cirurgião-dentista do Curso de
Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.
Orientadora: Profª. Eliane Garcia da Silveira
Itajaí
2012
2
ADRIANO PIVOTTO
HÁBITO DE HIGIENE BUCAL DE ESCOLARES DO ENSINO PÚBLICO DO
MUNICÍPIO DE ITAJAÍ, SC.
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado
adequado para a obtenção do título de cirurgião-
dentista e aprovado pelo Curso de Odontologia, da
Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências
da Saúde.
Área de concentração: Odontopediatria e
Odontologia Social e Coletiva.
Itajaí, 20 de setembro de 2012.
Profª MSc Eliane Garcia da Silveira
UNIVALI – CCS – Curso de Odontologia
Orientadora
Prof.ª Luciane Campos Gislon
UNIVALI – CCS – Curso de Odontologia
Membro
Prof.ª Maria Mercês Aquino Gouveia Farias
UNIVALI – CCS – Curso de Odontologia
Membro
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha esposa Lilian, minha filha Valentina, aos meus
pais Cindo e Nair, e minha irmã Marcia. Meu reconhecimento e gratidão pela
paciência, compreensão e apoio constante em mais uma etapa da vida.
4
AGRADECIMENTOS
Nenhuma grande conquista vem de “Mão beijada”, mas estas são as
melhores e mais prazerosas, foram meses de muito trabalho, estudo, dedicação,
erros e acertos, compensados com um ótimo trabalho.
Agradeço a Deus por ter me dado esta vida maravilhosa de muito amor e
proteção, por estar presente em tudo o que faço, guiando meu caminho e de minha
família.
Agradeço a minha esposa Lilian por ser minha base, meu equilíbrio, a maior
incentivadora para eu fazer este curso, por estar sempre ao meu lado, preocupada
com os meus estudos, aguentando momentos de estresse e por ter me dado esta
riqueza que se chama Valentina, razão do meu viver, amo vocês.
Á minha professora e orientadora, Eliane Garcia da Silveira, que não mediu
esforços para que este trabalho se tornasse realidade, pela dedicação,
disponibilidade e sua enorme paciência em me auxiliar na elaboração e na execução
deste projeto.
Aos meus amigos que de uma forma ou de outra me ajudaram.
Ao Programa de Bolsas de Iniciação Científica - ProBIC, que financiou a
pesquisa.
5
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 07
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 09
3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................... 22
4 RESULTADOS..................................................................................................... 24
5 DISCUSSÃO........................................................................................................ 29
5 CONCLUSÃO...................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 33
APÊNDICE.............................................................................................................. 36
6
HÁBITOS DE HIGIENE BUCAL DE ESCOLARES DO ENSINO PÚBLICO DO
MUNICÍPIO DE ITAJAÍ, SC.
Acadêmicas: Adriano PIVOTTO
Orientadora: Profª. MSc Eliane Garcia da SILVEIRA
Defesa: setembro de 2012
Resumo O objetivo desta pesquisa foi verificar os hábitos de higiene bucal de escolares do ensino público fundamental do município de Itajaí através de questionário aplicado aos pais e/ou responsáveis e verificar o Índice de Higiene Oral Simplificado de Greene e Vermillion destas crianças. A amostra constou de 204 escolares matriculados no primeiro ano do ensino público fundamental de Itajaí, em 2011 e dos pais e/ou responsáveis por esses escolares. A coleta de dados foi realizada, através de um questionário contendo questões para os pais e/ou responsáveis. Após a aplicação do questionário, os pesquisadores, previamente calibrados e treinados, realizaram o registro do índice de higiene oral nas crianças. Em relação à escolaridade, apenas 12% dos pais ou responsáveis tinham o ensino superior completo e incompleto. A renda familiar predominante foi de dois e três salários (48%). O número de filhos predominou entre 1 (27,1%) e 2 (42,9%) por família. Observou-se que 100% dos escolares utilizavam escovas do tipo convencional, com as cerdas do tipo macias (78,3%), 44,8% realizam a troca da escova em um período de 60 dias. Os pais foram responsáveis pela escovação da criança em 59% dos casos. A escovação foi realizada três vezes ao dia por 63,4% dos escolares e o fio dental não foi utilizado por 68%. O IHO-S 1,3 a 2 (56,4%) classificado como higiene razoável foi predominante entre os escolares. Em relação a como proceder com a higiene bucal da criança, 69% dos pais responderam que já receberam essa informação e a fonte mais citada foi o cirurgião-dentista (58,4%). Através deste estudo foi possível concluir que os escolares apresentaram uma condição “razoável” de higiene oral, porém a categoria de higienização “deficiente” também foi expressiva e existe a necessidade de aprimorar condutas, sobretudo quanto a utilização do fio dental. Palavras-chaves: Educação em saúde bucal. Motivação. Saúde bucal. Placa dentária. Pesquisa financiada com recursos do Programa de Bolsas de Iniciação Científica ProBIC
7
1 INTRODUÇÃO
Hábitos de higiene oral são praticados mundialmente desde a antiguidade,
apesar de tratar-se de procedimentos fáceis e rápidos, muitos deles acabam não
sendo inseridos no cotidiano populacional. Durante muito tempo, a cavidade bucal
foi vista como uma estrutura anatômica isolada do resto do corpo. No entanto, ela
está intimamente ligada ao indivíduo e, dependendo de suas condições, pode
causar impacto positivo ou negativo sobre a saúde geral (LOCKER, 1997).
O biofilme dental apresenta-se como agente determinante de cárie dentária e
periodontopatias, as quais se caracterizam como o principal problema no âmbito de
odontologia sanitária (OPPERMANN,1994).
Para o combate eficaz do biofilme dental, utilizam-se os procedimentos de
natureza mecânica (escova e fio dental) cuja eficiência pode ser comprometida
dependendo das dificuldades apresentadas pelos pacientes. Embora se conheça
uma gama de estudos enfocando o controle químico do biofilme dental, com a
utilização de várias substâncias, nenhuma delas mostrou-se capaz de substituir a
escova e o fio dental (TURSSI et al., 1998).
As práticas de higiene bucal, como a escovação dentária e o uso do fio
dental, e o controle da dieta desempenham importante papel na prevenção das
doenças bucais (LOCKER, 1989).
A educação assume um papel de destaque na obtenção de bons níveis de
saúde bucal, favorecendo o desenvolvimento de uma consciência crítica nos
indivíduos e comunidades sobre as causas de seus problemas; despertando o
interesse e a responsabilidade pela manutenção da saúde e criando prontidão para
atuarem no sentido da mudança (PETRY; PRETTO, 1999).
A saúde bucal representa uma porção indivisível da saúde geral. Ter saúde
bucal não significa apenas possuir dentes perfeitos e gengiva saudável, mas
indivíduos saudáveis com bocas saudáveis. A saúde do indivíduo reflete o ambiente
em que ele vive, o nível de informação que possui, o acesso a tratamento e à
educação para prevenir e auto promover a sua saúde.
A educação em saúde compreende ações que objetivam a apropriação do
conhecimento sobre o processo saúde-doença, incluindo fatores de risco e de
proteção à saúde bucal, assim como possibilitar ao paciente mudar hábitos. Ações
8
educativas em saúde bucal são realizadas no ambiente escolar brasileiro desde o
início do século XX (GUIMARÃES; COSTA; OLIVEIRA, 2003).
A Odontopediatria busca a promoção da saúde bucal, atuando nos diversos
estágios do desenvolvimento humano, de forma integrada, enfocando fatores
internos e externos que interferem na saúde dos integrantes, dentro de um
paradigma de qualidade de vida. A educação é fundamental para despertar nas
pessoas o interesse em manter saúde.
É na infância que as perspectivas da saúde bucal de cada indivíduo são
fundamentalmente estabelecidas. O despertar da consciência em relação aos
dentes e suas estruturas e a necessidade do empenho nos cuidados com a higiene
bucal são estabelecidos nesta fase. Dessa forma, o trabalho educativo, com pré-
escolares e escolares deve ser priorizado, pois é nessa época que os indivíduos
estão se descobrindo e estão aptos a aprender e adquirir hábitos de higiene oral e
noções de conceitos em saúde bucal, o que vai refletir posteriormente em uma
população mais consciente e informada a respeito da importância da prevenção,
evitando tratamentos futuros.
Apesar disso, poucos estudos foram encontrados na literatura sobre os
conhecimentos e hábitos em saúde bucal que as crianças possuem (FREIRE;
SOARES; PEREIRA, 2002).
Diante da necessidade de estudos sobre os hábitos de higiene bucal
praticados por escolares, buscamos verificar esses hábitos nas escolas do ensino
público do município de Itajaí com o propósito de através deste conhecimento,
desenvolver programas específicos, conforme a necessidade do grupo.
9
2 REVISÃO DE LITERATURA
Pinto (1989) analisou o relacionamento entre padrões de doença e serviços de
atenção odontológica. Foi possível observar que os serviços de assistência
odontológica são variáveis que condicionam os padrões de doenças bucais de uma
população. Outros fatores como o nível sócio-econômico, condições culturais,
hábitos alimentares e o grau de desenvolvimento global de cada país usualmente
exercem um papel bem mais representativo na determinação do nível de saúde de
uma comunidade. Verifica-se que países em desenvolvimento, os quais seguiram os
modelos de prestação de serviços odontológicos e de formação de recursos
humanos das nações industrializadas (grande número de profissionais que se
dedicam a atender as pessoas que podem remunerar os seus serviços), apresentam
índices crescentes de doenças bucais. Mostra que o principal desafio a ser vencido
pela profissão, nos dias atuais, é a construção de uma odontologia com conteúdo
social, dirigida para todos.
Barbosa e Chelotti (1997) realizaram uma avaliação sobre o conhecimento de
aspectos de prevenção, educação, dentição decídua e oclusão, por intermédio de
um questionário entregue para 501 mães gestantes e até 6 anos pós-parto com
padrão sócio-econômico médio-alto. As respostas foram avaliadas em termos de
frequencia e porcentual, verificando as crenças, valores e hábitos das mães, em
relação a elas próprias e seus filhos. Os resultados evidenciaram que a maioria das
mães apesar de apresentarem um bom cuidado em relação a sua própria saúde
bucal, não consideram a idade de 6 meses a 1 ano de seus filhos como a idade ideal
para o início de programas de prevenção. Com relação a métodos preventivos
observou-se que apesar da mãe citar o dentista como sua maior fonte de
informação, selante, bochechos, pasta fluoretadas e flúor sistêmico são menos
conhecidos do que a aplicação tópica de flúor. Foi possível observar que a
informação pode contribuir na conduta da Odontologia Preventiva e Odontopediatria.
Abegg (1997) avaliou alguns hábitos de higiene bucal (escovação dentária, uso
do palito e uso do fio dental) em um grupo de adultos, em relação a fatores
sociodemográficos, e investigou o nível de placa bacteriana e sangramento gengival.
A amostra foi constituída por 234 mulheres e 237 homens de duas categorias
socioeconômicas, com idade entre 24 e 44 anos. Os dados foram coletados através
de entrevistas estruturadas e exames clínicos. A frequência de escovação
10
encontrada foi alta: (mediana e moda de três vezes ao dia) e apresentou associação
com sexo e categoria socioeconômica. A maioria dos entrevistados (67,5%) declarou
usar fio dental, estando seu uso associado com sexo e categoria socioeconômica.
Usar palito foi descrito como um hábito comum para a maioria das pessoas
entrevistadas: (54,6%) o usam. O uso do palito apresentou associação com sexo,
idade e categoria socioeconômica. O nível de placa bacteriana foi moderado para a
maioria das pessoas (62,6%), e estava associado com a categoria socioeconômica.
Um quarto dos participantes do estudo não apresentou sangramento gengival, e
este estava associado com a idade e a categoria socioeconômica. Os hábitos de
higiene bucal foram considerados bons para a maioria dos indivíduos que
participaram do estudo, havendo necessidade de melhoria para os homens e
pessoas de categoria socioeconômica inferior.
Corbacho et al. (2001) avaliaram parcialmente o Programa de Saúde Bucal,
implantando desde 1998, com ações de promoção à saúde envolvendo professores,
funcionários, crianças, e familiares de uma escola comunitária do subúrbio
ferroviário, em Salvador-Ba. Foram realizadas visitas domiciliares a 12 famílias,
utilizando como instrumento de coleta, questionários semi-estruturados. Observou-
se a percepção dos familiares quanto à saúde bucal, fatores sócio-econômicos que
influenciam o cuidado com a saúde e a importância da prática de promoção de
saúde exercida na escola. Os resultados obtidos mostram que essas famílias
possuem um nível sócio-econômico médio-baixo, predominando o trabalho
autônomo. O ambiente doméstico geralmente apresenta problemas de ventilação,
iluminação e higiene. A maioria das famílias estava satisfeita com a casa. A
deficiência do posto de saúde e a violência foram apontadas como as maiores
dificuldades locais; 50% das famílias afirmaram realizar 2 escovações diárias; 58,3%
já receberam instruções de higiene oral, a maioria através da escola. Todas as
famílias relataram ter conhecimento do programa na escola, e afirmaram já ter
participado das reuniões do programa.
Prado et al. (2001) avaliaram os hábitos de higiene e a condição bucal de 141
crianças entre 6 e 10 anos, usando questionário para examinar os hábitos de higiene
e Índice CPO-D para verificar a condição dental. Na amostra de escolares, 76 eram
do sexo feminino e 65 do sexo masculino. Do total, 48,9% diziam escovar os dentes
três vezes ao dia, 3,5% não possuíam escova dental e não realizavam escovação,
83,6% não recebiam orientação de higiene oral e de escovação, e 19,1%
11
compartilhavam a escova dental com alguma pessoa da família. No que diz respeito
à condição dentária das crianças que participaram do estudo, o resultado médio de
CPO-D foi 5,3, e 18,6% dos dentes eram cariados. O primeiro molar permanente já
esteve cariado pelo menos uma vez em 57,4% das crianças. O CPO-D mais elevado
encontrado foi aos 8 anos, declinando aos 9 e 10 anos. A meta da Organização
Mundial da Saúde (OMS) para o ano 2010 considera satisfatório um índice CPO-D
menor que um em crianças de até 12 anos. Conforme os resultados obtidos no
estudo, existe a necessidade de supervisão e participação profissional na escovação
e nos hábitos de higiene bucal das crianças em idade escolar e pré-escolar, bem
como a participação dos pais, responsáveis e educadores.
Freire, Soares e Pereira (2002) avaliaram o nível de conhecimento sobre a
relação entre saúde dental, dieta e higiene bucal de um grupo de crianças atendidas
pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. A amostra foi
constituída de todos os pacientes de 5 a 13 anos atendidos no período de 1994-
1997 e que participaram das atividades da Disciplina de Educação em Odontologia,
num total de 79 crianças. Na coleta de dados foi utilizado um formulário contendo
figuras dos principais recursos de higiene bucal (creme dental, escova e fio dental),
alguns alimentos não-cariogênicos (frutas: maçã, banana e abacaxi) e alguns
alimentos cariogênicos (balas, bombons, pirulitos e sorvete). O formulário foi
aplicado antes de qualquer atividade educativa. As crianças eram orientadas para
fazer um círculo nos "amiguinhos" dos dentes, ou seja, aqueles que são bons para a
saúde dos dentes. Todas as crianças selecionaram algum recurso de higiene bucal,
principalmente o creme dental (100%) e a escova (98,7%). O percentual de crianças
que selecionou o fio dental também foi alto (93,75). Menos da metade escolheu as
frutas. Com relação à combinação de opções selecionadas, a maioria (54,4%)
apontou apenas os recursos de higiene, enquanto 36,7% selecionaram a
combinação recursos de higiene e frutas. Além disso, aproximadamente 7,6%,
indicaram também os doces. Os resultados do presente estudo demonstram a
necessidade de melhorar o nível de conhecimento sobre a influência da dieta na
saúde dental entre os pacientes infantis atendidos pela FO/UFG.
Valença et al. (2002) avaliaram os hábitos de higiene e a prevalência de
manchas brancas ativas e gengivite, entre crianças de 4 a 12 anos, atendidas na
Disciplina de Odontopediatria da Universidade Federal da Paraíba. Compuseram a
amostra 162 prontuários odontológicos dos quais 76 pertenciam ao gênero
12
masculino (GM) e 86 ao feminino (GF), destes prontuários foram coletado dados
referentes aos hábitos de higiene bucal dos pacientes, o acúmulo de placa
bacteriana, presença de mancha branca ativa e de sangramento gengival. No que
concerne à frequência de escovação diária constatou-se que a maioria das crianças
a executavam 2 ou 3 vezes ao dia, já o uso de fio dental não foi utilizado com
frequência entre estes pacientes. A prevalência de mancha branca ativa foi
significativamente mais elevada (p>0,05) nos pacientes do GM (63-82,9%), em
relação aos do GF (58-67,4). Quanto ao acúmulo de placa bacteriana, avaliado pelo
índice de Higiene Oral Simplificado, agrupado em: a) 0 a 1,0; b) 1,1 a 2,0 e c) 2,1 a
3,0, os valores encontrados foram, respectivamente, no GM, 31 (40,8%); 34
(44,72%) e 11 (14,5%) e, no GF, 32 (37,2%); 41 (47,7%) e 13 (15,1 por cento), não
sendo estas diferenças estatisticamente significativas (p>0,05). A gengivite
(presença de sangramento gengival à sondagem) foi significantemente mais
prevalente (p>0,05 no GM 61-80,3%), em relação ao GF (56-65,1%). Foi possível
concluir que é necessária a conscientização e a motivação dos pais/responsáveis e
dos pacientes para a adoção de atitudes preventivas que possibilitem a obtenção de
uma melhor condição de saúde bucal.
Santos, Kozlowiski Junior e Pochapski (2002) avaliaram o acabamento das
extremidades das cerdas de 30 marcas de escovas dentárias, de 10 diferentes
fabricantes, obtidas no mercado nacional, através da análise com microscópio
óptico. As escovas foram adquiridas em diferentes pontos de venda, na cidade de
Ponta Grossa - PR. As análises foram feitas por um único examinador, calibrado e
cego quanto à marca da escova. Uma escala subjetiva foi idealizada para classificar
o arredondamento e a presença de farpas. Os resultados mostraram que 37,33%
das escovas possuíam a maioria das cerdas arredondadas; 46,67% tinham parte
arredondada e parte não-arredondada; 12,67% mostraram a maioria das cerdas
não-arredondadas e 3,33% eram plumadas. Em relação à presença de farpas,
observou-se que 50,67% não possuíam farpas, 42,67% tinham poucas farpas e
6,7% tinham muitas farpas. Não houve diferenças estatísticas significantes entre o
grau de arredondamento (p = 0,6563) e a presença de farpas (p = 0,3763) entre as
escovas macias e médias (teste de Mann-Whitney, Ó = 5%). Houve uma correlação
significante (correlação de Spearman, Ó = 5%) entre o arredondamento e a ausência
de farpas, para escovas macias (p = 0,0301) e médias (p = 0,0001). As diferenças
entre os fabricantes foram significantes (teste de Kruskal-Wallis, Ó = 5%) para o
13
grau de arredondamento (p < 0,0001) e a presença de farpas (p < 0,0001). Foi
possível concluir que ainda não existe uma marca de escova com todas as cerdas
arredondadas, embora a maioria tenha poucas cerdas planas e poucas farpas.
Foram observadas diferenças significativas entre os fabricantes quanto ao grau de
arredondamento e à presença de farpas. Não foram observadas diferenças entre as
extremidades das escovas macias e médias.
Albuquerque, Correia Lima e Sampaio (2003) avaliaram como os dentifrícios
fluoretados estão sendo utilizados por crianças na faixa etária de 2 a 5 anos em
escolas particulares e creches públicas na cidade de João Pessoa – PB. Os dados
foram obtidos a partir de um questionário contendo 13 perguntas dirigido aos pais ou
responsáveis legais por crianças de 2 a 5 anos, e que fazem uso de dentifrício
fluoretado durante a escovação. A amostra final foi de 295 questionários. Foi
observado que nas creches privadas 83,6% das crianças utilizavam dentifrício
infantil, nas creches públicas 48,5% utilizam o dentifrício de adulto. A escovação
dental é realizada pelos pais e/ou responsáveis em 63,3% das crianças nas
instituições particulares e em 54,5% nas instituições públicas. Com relação à
frequência diária de escovação, foi verificado que nas escolas privadas 43,8 %
escovam 3 vezes ao dia e nas creches públicas 44,8% escovam 2 vezes ao dia. Das
crianças que engolem dentifrício fluoretado e utilizam em grande quantidade, 54,5%
realizam escovação 2 vezes ao dia . Com relação à idade que as crianças iniciaram
o uso do dentifrício fluoretado na escovação podemos observar que tanto nas
creches privadas quando nas públicas se iniciou entre 1 e 2 anos de idade. Foi
possível concluir que as crianças estudadas iniciaram o uso do dentifrício fluoretado
em idade precoce e que a maioria das crianças usa de forma inadequada o
dentifrício fluoretado.
Santos, Rodrigues e Garcia (2003) avaliaram o conhecimento e as atitudes
relacionadas à cárie dental e doença periodontal de professores, bem como seu
comportamento com relação a higiene bucal. A amostra foi composta de 113
professores do ensino fundamental da cidade de Araraquara- SP foi utilizado um
questionário com questões fechadas e abertas para a análise, objetivando assim
verificar o conhecimento da etiologia e prevenção da cárie dental e doença
periodontal, atitudes relacionadas ao comportamento de higiene oral e fonte de
informações sobre saúde bucal. Os autores concluíram que apesar dos professores
terem apresentado atitudes positivas relacionadas a saúde bucal, os resultados
14
indicaram que é necessário a melhor formação dos mesmos com relação a
conhecimentos odontológicos, devendo essa formação ser realizada por um
cirurgião-dentista através de um programa educativo.
Soraggi et al. (2007) avaliaram a manifestação da cárie entre alunos de 4 e 12
anos de uma escola da rede pública municipal em Niterói, (RJ), em 1990 e 2005, e
apontaram quais são os hábitos alimentares e de higiene bucal mais frequente entre
esses alunos em 2005. A amostra contou com 370 indivíduos, divididos em 3
grupos: grupo 1 (G1) com 159 crianças, entre 4 e12 anos de idade, de ambos os
sexos que foram alunos da referida escola em 1990; grupo 2 (G2), semelhante ao
primeiro, mas com alunos matriculados em 2005; grupo 3 (G3) composto por 70 pais
ou responsáveis das crianças pertencentes ao grupo G2, que responderam a 1
questionário sobre hábitos alimentares e higiene bucal. Foram obtidas as medias
dos dentes cariados, perdidos e obturados, a relação estática através do teste não
paramétrico Mannn-Whitney, e as frequências percentuais para os hábitos de
higiene e alimentares. A cárie dentária foi o valor mais expressivo, nos 2 períodos
estudados, no entanto, ocorreu um declínio quando se comparou 1990 e 2005 (p>
0,05) , não houve alteração significativa entre os dentes perdidos e obturados nos 2
períodos (p>0,05). Quanto aos hábitos alimentares e de higiene bucal, a maioria das
crianças fez uso de mamadeira até um ano ou um pouco mais, o consumo de açúcar
acontecia de 3 a 4 vezes ao dia e o horário mais frequente era entre as refeições.
Em relação a higienização, o inicio da escovação se deu quando já existiam vários
dentes, geralmente era a própria criança (58,6%) que realizava esse procedimento,
sendo que a escova era individual e grande parte não usava fio dental. Os autores
concluíram que os programas educativos e preventivos nas escolas são importantes
e deve ser adequada a realidade da população, já que a saúde é um relevante
medidor de qualidade de vida.
Santos et al. (2007) associaram frequência de higiene bucal e presença de
biofilme visível na dentição decídua. A amostra constou de 90 crianças com idade
até 4 anos, cadastradas no Hospital Universitário da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro. Os exames foram realizados em consultório odontológico por um único
examinador treinado, auxiliado por um anotador. Os pais responderam a um
questionário estruturado sobre métodos e frequência de higiene bucal. Foram
utilizados dois índices de biofilme: um simplificado (BF1) e um convencional (BF2). O
BF1 classifica o biofilme como ausente, fino ou espesso, em dentes anteriores e/ou
15
posteriores, gerando um escore para o paciente, enquanto o BF2 classifica o
biofilme como ausente ou presente, fornece escores a três superfícies de cada dente
e o escore final corresponde ao percentual de superfícies com biofilme. Mais da
metade dos pais (51-56,7%) relataram limpar os dentes dos filhos pelo menos duas
vezes ao dia ao passo que 7 (7,8%) nunca tinham limpado os dentes dos filhos. O
BF1 demonstrou que 12,2% (11) das crianças não apresentavam biofilme visível,
37,8% (34) apresentavam biofilme fino em dentes anteriores e/ou posteriores, 27,8%
(25), biofilme espesso em dentes anteriores ou posteriores, e 22,2% (20), biofilme
espesso em dentes anteriores e posteriores. O BF2 revelou uma média de 21,8%
(d.p.16,5). Não foram encontradas correlações estatisticamente significativas entre a
frequência de higiene bucal e os índices de biofilme (p>0,05), demonstrando que a
frequência de higiene bucal não esteve associada à qualidade da mesma na
amostra estudada.
Stuani et al. (2007) realizaram trabalho com o objetivo de aprimorar e promover
o conhecimento sobre a higiene bucal nas crianças. Utilizaram como método a
seleção dos principais artigos da literatura sobre o tema. A ocorrência de cáries
depende dos cuidados com a higiene e a alimentação da criança e da contaminação
bacteriana pela mãe. A amamentação e a limitação da ingestão de açucares
reduzem a incidência de cáries. A higiene bucal deve ter início no primeiro ano de
vida, antes mesmo da irrupção dentária. Os métodos de higiene bucal devem
acompanhar a evolução da dentição decídua do bebê. Podem ser utilizadas até
cerca de dois anos a fralda, gaze esterilizada, ou dedeira, e a seguir escova e fio
dental. Os autores concluíram que a higiene bucal tem um conjunto de medidas já
normatizadas para promover a prevenção de cáries, e os profissionais da área da
saúde devem incluí-las na puericultura, divulgando para os pais e responsáveis.
Antunes et al. (2008) realizaram um estudo com o intuito da identificação dos
conhecimentos, das práticas e das atitudes dos responsáveis por crianças da pré-
escola. A coleta dos dados foi realizada em uma unidade de educação básica em
Niterói – RJ. Os escolares tinham entre 4 e 5 anos de idade e foi realizada uma
entrevista com seus responsáveis. O formulário da entrevista continha questões
relativas ao nível socioeconômico-educacional, fontes de informações recebidas
sobre saúde bucal, auto-avaliação sobre seus conhecimentos, conhecimentos sobre
doenças bucais, práticas de higiene e dieta com as crianças, primeira consulta ao
dentista e seu motivo, responsabilidade pela saúde bucal da criança e interesse em
16
participar de campanhas sobre esses temas na escola. Com base nos dados pode-
se observar que a maioria dos responsáveis tinham cursado apenas da 5ª a 8ª série
e apenas 20% dos entrevistados apresentavam renda familiar superior a 2 salários
mínimos e 82,5% relataram já ter recebido informações sobre a saúde bucal sendo a
fonte mais citada á escola. Todas as crianças do presente estudo possuíam escovas
de dente em casa, sendo que 75% escovava os dentes de 2 a 3 vezes ao dia. A
escovação era realizada pelos responsáveis em 65% dos casos. Com relação ao
uso de métodos auxiliares à higiene, pôde-se observar que apenas 27,5% crianças
faziam uso do fio dental e 5% de soluções para bochechos. Sobre as doenças
bucais foi possível constatar que existia pouco entendimento, visto que 42,5%
responderam não saber o nome de nenhuma patologia da cavidade oral. Embora os
responsáveis que participaram deste estudo tenham demonstrado atitudes positivas
no cuidado a saúde bucal do pré-escolar, existe um desconhecimento quanto as
questões relacionadas a saúde bucal.
Feitosa et al. (2008) avaliaram as escovas dentais disponíveis no Brasil quanto
à sua apresentação comercial. Foram avaliadas 15 marcas de escovas dentais
indicadas para uso infantil, fabricadas por cinco diferentes empresas, adquiridas em
diferentes pontos de venda da cidade de Belo Horizonte, MG. Foram observados os
seguintes itens: fabricante, dureza das cerdas, instruções sobre o uso do produto,
indicação de idade, tempo de uso, desenhos de personagens infantis, selo de
qualidade da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), preço, material utilizado
na fabricação do cabo, comprimento das cerdas (mm) e presença de corantes nas
cerdas. O preço das escovas variou de R$1,00 até R$8,55, 87% possuíam a
recomendação de troca a cada 3 meses, 73% instruíam sobre uso, 47% possuíam o
selo da ABO, 73% tinham cerdas com 10 mm de extensão, 60% apresentavam
desenhos infantis, 60% eram extra-macias e 40% macias. Foi possível concluir que
há grande oferta de escovas infantis no mercado, com diferentes estratégias
utilizadas pelos fabricantes para atrair o consumidor. Entretanto, muitas
características comerciais das escovas dentais infantis não têm impacto direto na
remoção eficiente de placa bacteriana e podem contribuir para aumentar o custo.
Figueira e Leite (2008a) propuseram analisar os conhecimentos e práticas
relacionadas à saúde bucal dos alunos da Escola Estadual Vieira Marques,
localizada no município de Santos Dumont (MG), de modo a fornecer subsídios para
futuras estratégias preventivas e educativas do Programa Municipal de Atenção à
17
Saúde Bucal desenvolvido nas escolas públicas do município. A população-alvo
deste estudo foi composta por 100 alunos das 3ª e 4ª séries do ensino fundamental
da Escola Estadual Vieira Marques. Os respectivos responsáveis também fizeram
parte da amostra devido ao seu importante papel na realização ou complementação
de cuidados relativos à saúde bucal das crianças. O instrumento utilizado para a
pesquisa de campo foi um questionário ilustrado composto por questões fechadas
ou de múltipla escolha. O conteúdo do questionário visou registrar o conhecimento
sobre a cárie dentária e seus meios de prevenção, frequência de escovação, além
das fontes de informação sobre saúde bucal. A idade dos alunos variou entre 7-14
anos, com predomínio da faixa etária de 9-10 anos, representada por 78% da
população. Não houve diferença significativa na idade média entre meninos e
meninas. A principal fonte de informações sobre a saúde bucal citada pelas crianças
foi o dentista (63%), seguida pela família (49%) e pela escola (35%). Com relação ao
conhecimento sobre as medidas preventivas que podem ser empregadas para
manter a saúde bucal, houve uma unanimidade de citação dos recursos de higiene
bucal e do flúor. Todas as crianças apontaram a escova, a pasta de dentes, o fio
dental e o flúor como sendo amigos dos dentes. Quanto à frequência relatada de
escovação, houve uma predominância de três ou mais escovações ao dia. O
conhecimento de que as guloseimas causam cárie não refletiu num menor consumo
pelas crianças, pois 51,8% dos escolares participantes da pesquisa ingerem balas,
doces e biscoitos várias vezes ao dia ou pelo menos uma vez ao dia. Quando foi
questionado às crianças o significado da cárie, houve uma correlação com um de
seus fatores etiológicos e/ou com sua sintomatologia. A maioria dos escolares (60%)
associou a cárie com um bichinho (bactéria), 45% relacionaram-na com um buraco
no dente e 7,5% com a presença de dor e somente 1% não soube o que era cárie.
Para que as atividades do Programa de Atenção à Saúde Bucal se tornem mais
frequentes, dinâmicas e atrativas, produzindo resultados mais duradouros, é
fundamental o estabelecimento de parcerias entre o setor saúde, escola, pais e
comunidade. Há necessidade de reformulação do Programa de Atenção a Saúde
Bucal desenvolvido na Escola Estadual Vieira Marques, de forma que se ampliem os
conteúdos abordados para além das técnicas de escovação, estabelecendo
parcerias entre funcionários da escola, pais e comunidade. Também é importante
que se utilize o maior número possível de atividades e figuras motivadoras que
gerem um maior impacto sobre as crianças.
18
Figueira e Leite (2008b) investigaram as condições socioeconômicas,
conhecimentos e práticas em saúde bucal de pais ou responsáveis e verificaram a
influência destes fatores sobre os cuidados que possuem com a saúde bucal de
seus filhos. A amostra foi composta por 141 pais de alunos da 3ª e 4ª séries do
Ensino Fundamental da Escola Estadual Vieira Marques, selecionada através da
técnica não probabilística. O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi um
questionário auto-aplicável composto por questões fechadas ou de múltipla escolha.
O conteúdo do questionário visou obter informações sobre as características sócio-
econômicas da população, os conhecimentos sobre a cárie, comportamentos
preventivos, fontes de informação e cuidados com a saúde bucal dos filhos. Os
dados referentes à frequência de escovação dos filhos foram obtidos a partir de um
questionário aplicado aos escolares. Os dados coletados foram tabulados e
armazenados em um banco de dados e analisados utilizando o programa EPI Info.
Os resultados obtidos através dos questionários mostraram que a aquisição de
informações sobre a saúde bucal por esta população ocorreu principalmente através
do dentista e posteriormente da mídia, já os problemas bucais mais conhecidos
pelos pais foram a cárie dentária e a doença periodontal. Sobre os fatores
etiológicos da cárie as respostas mais obtidas foram má higiene bucal e o consumo
de açúcar, a ausência de assistência odontológica também foi citada. Com relação
aos cuidados com a saúde bucal dos filhos verificou-se que 80% dos responsáveis
os auxiliavam na realização da escovação dental, sendo essa escovação realizada
por 46,8% dos pais, três vezes ao dia, 47% utilizam fio dental como complemento da
escovação. Os autores concluíram que há necessidade de ações em saúde bucal
para esta população, e que estas ações devem ser destinadas ao público infantil.
Freddo et al. (2008) realizaram estudo para investigar os hábitos de higiene
bucal de escolares da rede pública municipal de Gravataí (RS). Com uma amostra
final de 1170 escolares, provenientes de áreas urbanas e rurais, os dados foram
coletados por profissionais e acadêmicos do setor saúde, utilizando questionário
estruturado auto-aplicáveis. A associação entre os desfechos e sexo; cor da pele;
inserção sócio-econômica; estilo de vida sedentário; uso de álcool e tabaco; e
consumo de balas, refrigerantes e chocolates foram investigados com regressão de
Cox univariada. Entre os jovens estudados, 77,8% escovavam os dentes 3 ou mais
vezes ao dia, 31,9% utilizavam fio dental, 68,9% visitavam o dentista anualmente e
50% consultaram por motivo curativo. As meninas apresentaram maior frequência
19
de escovação do que os meninos. Os jovens com baixa inserção sócio-econômica,
os com estilo de vida sedentário e os que experimentaram tabaco apresentaram
menor uso diário de fio dental e consultas odontológicas anuais, e mais consultas
curativas. O consumo de balas associou-se à menor utilização de serviços
odontológicos e o de refrigerantes à maior frequência de consultas curativas. O
estilo de vida saudável associou-se com melhores hábitos de higiene bucal e
utilização de serviços odontológicos.
Paredes et al. (2009), analisaram a experiência de cárie dentária e alguns
fatores relacionados, tais como a higiene oral, hábitos, dieta e fatores sócio
econômicos em crianças entre 3 e 13 anos de idade. Participaram da pesquisa 410
crianças que foram atendidas na clínica odontológica da Universidade Federal da
Paraíba no período de 2005 a 2008. As crianças foram divididas em três grupos:
G1: 3-5 anos (n=111), G2: 6-9 anos (n=165) e G3: 10-13 anos (n=134). Foi
analisado os índices de ceo-d e CPO-D. Também foi realizada uma entrevista sobre
hábitos de higiene oral, dieta e aspectos socioeconômicos. Foi relatada a presença
de cárie em 276 indivíduos e a maior média CPO-D foi encontrada no grupo G2.
Sobre hábitos de escovação 44,8% das crianças relataram escovar os dentes três
vezes por dia ou mais sendo que 61,9% sem a ajuda dos pais. Em relação aos
hábitos alimentares nenhuma variável foi significativamente correlacionada com
cárie dentária. Já sobre as variáveis socioeconômicas a renda foi associada à cárie
dental, correspondendo renda familiar menor ou igual ao salário mínimo brasileiro
que obteve significativamente maior prevalência de cárie. Os resultados
mostraram uma alta prevalência de cárie dentária em decíduos e permanentes e
uma associação significativa com a falta de fatores de proteção da higiene
bucal nesta amostra.
Souza Filho, Carvalho e Martins (2010) investigaram a experiência de cárie
dentária e o consumo de alimentos ricos em açúcar em pré-escolares atendidos em
uma instituição filantrópica. Participaram desta pesquisa 56 pré-escolares na faixa
etária de 36 a 78 meses, regularmente matriculados em uma creche de Teresina-PI.
Foram obtidas informações sobre dieta e hábitos de higiene bucal das crianças e
realizado exame bucal dos pré-escolares na própria instituição, por um único
examinador, para a determinação do índice ceo-d. A proporção de pré-escolares
livres de cárie foi de 19,6%. Quanto à alimentação, mais de 90,0% das crianças
consumiam alimentos ricos em açúcar extrínseco. Houve associação positiva entre a
20
frequência do consumo de açúcar extracelular não-lácteo e a média do ceo-d
(p<0,01). Foi possível observar que mais de 89,0% dos pré-escolares escovavam os
dentes duas ou mais vezes por dia. Cerca de 44,6% não tinham a ajuda de um
adulto para isso. Mais de um terço das crianças nunca foi submetido a um
atendimento odontológico. Os autores concluíram que entre os pré-escolares
estudados, a proporção de crianças livres de cárie foi muito menor que as metas
estabelecidas pela OMS para os anos 2000 e 2010. O ceo-d aumentou com o
consumo do açúcar extracelular não-lácteo e apesar do relativo cuidado com a
higiene bucal, muitos pré-escolares não tinham acesso adequado aos serviços
odontológicos.
Menezes et al. (2010), avaliaram os hábitos de higiene oral, o uso de serviços
odontológicos e auto percepção de saúde bucal em escolares entre 6 e 12 anos
no zona rural de Caruaru, em Pernambuco – BR. A pesquisa aconteceu em uma
escola municipal da zona rural onde foram realizadas entrevistas com os escolares
com idades entre 6 e 12 anos. O questionário continha 20 questões sobre fatores
demográficos e socioeconômicos relacionados a hábitos de higiene bucal, visitas ao
dentista, saúde bucal e auto-percepção. Os resultados mostram que 82% dos
entrevistados sempre escovam os dentes três vezes ao dia. Os materiais
mais frequentemente citados para limpar os dentes foram pasta de dente (98,0%),
escovas de dente (93,2%) e fio dental (26,4%); 66,7% relatam ter recebido uma
explicação sobre como escovar os dentes; 73,8% dos alunos já tinham ido ao
dentista e a justificativa que mais apareceu foi a da necessidade de tratamento
(57,8%), seguido por dor de dente (33%) e 56% consideraram que seus dentes
estavam em boas condições. Os autores concluíram que a maioria dos alunos disse
que sempre limpam seus dentes, têm uma escova de uso individual e já havia sido
instruído sobre escovação por um dentista. O uso de serviços odontológicos foi
elevado, com a cura sendo a causa mais frequente, destacando pouca mudança na
consciência pública sobre a importância da prevenção.
Ferreira et al. (2011) avaliaram práticas de pais - responsáveis de pré-
escolares, na faixa etária de 2 a 5 anos da rede pública de João Pessoa, em relação
à higiene bucal e dieta de seus filhos. O estudo foi observacional descritivo, sendo a
amostra estratificada e proporcional ao número de pólos político-administrativos de
João Pessoa (n=391). A coleta de dados foi realizada por meio de questionário
contendo questões objetivas e os dados coletados foram trabalhados sob forma de
21
estatística descritiva. Foi possível verificar que 70,1% dos pesquisados afirmaram
haver recebido informações sobre higiene bucal da criança e principal fonte de
informação citada foi o cirurgião-dentista (55,8%). Com relação à dieta da criança,
66,0% destas possuíam dieta cariogênica, 11,8% eram amamentadas e 47,8%
faziam uso de mamadeiras. Quase a totalidade das crianças possuía escova
(99,2%) e creme dental (96,4%) e 97,7% dos responsáveis limpavam a boca de
seus filhos, sendo a forma mais citada a escova e o creme dental (79,1%). Os pais
eram responsáveis pela escovação dentária das crianças na maior parte dos casos
(76,2%), 55% relataram escovar os dentes três vezes por dia. Dos participantes,
63,4% relataram iniciar a escovação dentária das crianças até 1 ano de idade e
apenas 27,9% cobriam menos da metade das cerdas da escova com creme dental
neste momento. Os autores concluíram que se faz necessário a implementação de
programas de educação continuada sobre risco de cárie em relação à dieta da
criança e risco de fluorose dentária devido ao uso do dentifrício fluoretado.
22
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Esta investigação se caracteriza como um estudo descritivo, do tipo
transversal, adotando como estratégia de coleta de dados a aplicação de
questionário estruturado (Apêndice A), aos pais ou responsáveis, e registro de índice
de placa de escolares da rede de ensino público de Itajaí.
A população alvo constou de pais ou responsáveis e escolares na faixa etária
de 6 a 8 anos de idade, matriculados no primeiro ano de 2011 de 8 escolas públicas
de Ensino Fundamental de Itajaí, escolhidas por sorteio de um total de 40.
Considerando-se um grau de confiança de 95% e erro aceitável de 3% obteve-se
uma amostra de 204 escolares.
A coleta de dados foi realizada por um pesquisador, através de um
questionário contendo questões para os pais ou responsáveis. O questionário foi
dividido em duas partes.
A primeira parte, respondida pelos pais ou responsáveis, foi composta
por: identificação da criança e dos responsáveis (nome e endereço – procedência);
variáveis demográficas (gênero, idade da criança e idade dos responsáveis);
socioeconômicas (renda familiar mensal – em salários mínimos, escolaridade dos
responsáveis – em anos completos de estudo e estruturação familiar – nuclear ou
não nuclear)
A segunda parte, respondida pelos pais ou responsáveis, foi composta
por: seis (06) questões fechadas e uma (01) questão semi-aberta para caracterizar
o tipo de escova dental utilizada; o tipo de cerdas da escova; o período de troca da
escova; quantas vezes ao dia é feita a escovação dental; verificar o uso do fio
dental; verificar se recebeu algum tipo de orientação sobre higiene bucal e de quem
recebeu orientação.
A coleta de dados foi iniciada após a aprovação do projeto pelo Comitê de
Ética da UNIVALI, segundo parecer nº 09/11, conforme as normas
regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos.
Na etapa de treinamento do examinador, a concordância diagnóstica,
segundo o índice Kappa foram 0,94. Após a aplicação do questionário, o
pesquisador, verificou a higiene bucal das crianças.
Para a classificação da condição de higiene bucal, foi utilizado o Índice de
Higiene Oral Simplificado – IHO-S (GREENE; VERMILLION, 1964), que mede o
23
acúmulo de placa em 6 superfícies dentárias (vestibular do 16/55, 11/51, 26/65,
31/71 e lingual do 36/75, 46/85).
Cada superfície é dividida em terços e avaliada segundo escores de 0 a 3:
0 - superfície livre de placa;
1 - menos de 1/3 do dente coberto por placa;
2 - de 1/3 a 2/3 do dente coberto por placa;
3 - mais de 2/3 do dente coberto por placa.
A média de cada indivíduo é obtida através do somatório dos graus atribuídos
a cada superfície e da posterior divisão pelo número de superfícies examinadas.
O resultado final de todos os indivíduos examinados foi obtido pela soma das
médias aritméticas de placa dividida pelo número total da amostra, obtendo-se
valores de 0,0 a 1,2 para boa higiene; de 1,3 a 2,0 para higiene razoável; e de 2,1 a
3,0 para higiene deficiente.
É importante ressaltar que não houve instrução de higiene bucal, ou qualquer
intuito de modificação de comportamento do indivíduo antes do exame.
Aos participantes neste estudo foi garantida a confidencialidade e nenhum
nome será divulgado em qualquer tipo de publicação. Todas as informações
coletadas só serão utilizadas para fins científicos.
Os participantes foram beneficiados com informações corretas e atualizadas a
respeito do assunto abordado, através de folheto explicativo, após responderem o
questionário.
Os dados foram coletados e inseridos em banco de dados no programa
Microsoft Excel 2007, sendo calculada a frequência relativa das respostas emitidas
para cada questão. Após, foram apresentados de forma descritiva em gráficos.
24
4 RESULTADOS
Os pais apresentaram um baixo nível de escolaridade (Gráfico 1).
Gráfico 1 - Frequência do grau de escolaridade dos pais ou responsáveis
Sobre a renda familiar, houve predomínio de dois e três salários mínimos
(Gráfico 2).
Gráfico 2 - Frequência da renda familiar dos escolares
O número de filhos predominou entre 1 e 2 por família (Gráfico 3).
25
Gráfico 3 - Frequência de filhos por família
Foi possível observar que 100% dos escolares utilizavam escova dental do
tipo convencional.
A escolha por escova dental com as cerdas do tipo macias foi predominante
(Gráfico 4).
Gráfico 4 - Frequência do tipo de cerdas escolhido para a escova dental.
26
Com relação à troca da escova dental, a maioria relatou realizar a troca em
um período de 60 dias (Gráfico 5).
Gráfico 5 - Frequência de troca da escova dental.
Sobre os responsáveis quanto à escovação dentária das crianças, as
categorias e respectivas frequências estão dispostas no gráfico 6.
Gráfico 6 - Frequência dos responsáveis pela escovação dental dos escolares
27
Em relação a quantas escovações diárias são efetuadas, a maioria afirmou
escovar os dentes 3 vezes ao dia (Gráfico 7).
Gráfico 7 - Frequência de escovação dental diária
Quanto ao uso do fio dental, mais da metade dos escolares (68%) não utiliza
o fio dental, enquanto que 32% afirmaram utilizá-lo.
O IHO-S predominante entre os escolares foi 1,3 a 2 (56,4%), considerado
razoável e, a média geral do IHO-S dos escolares foi de 1,72 (Gráfico 8).
Gráfico 8. Frequência do Índice de Higiene Oral de Greene Vermillion (IHO-S)
dos escolares
28
Com relação à informação sobre como proceder à higiene bucal da criança,
69% dos pais responderam que já receberam essa informação. A fonte de
informações sobre a saúde bucal mais citada foi o cirurgião-dentista, as demais
fontes podem ser observadas no gráfico 9.
Gráfico 9. Frequência de fontes de informações sobre saúde bucal.
29
5 DISCUSSÃO
Os pais apresentaram baixo nível de escolaridade, aquém da realidade
nacional, onde 50,9% da população possui apenas o ensino médio completo. A
renda familiar encontrada, caracteriza a amostra nas classes C, D e E; de acordo
com os resultados do IBGE (2010).
O predomínio pelo uso das escovas do tipo convencional e com as cerdas do
tipo macias é um achado relevante. Na prática clínica, as escovas macias são mais
apropriadas para crianças, devido a diversos fatores como: a gengiva do paciente
infantil tem consistência mais fina e aparência mais hiperêmica, diferindo da gengiva
rosada e com aspecto de casca de laranja dos adultos saudáveis, sendo mais
susceptível a danos mecânicos causados pelo instrumento de escovação (SANTOS,
KOZLOWISKI JUNIOR, POCHAPSKI, 2002; FEITOSA et al. 2008).
Neste trabalho foi possível observar que a maioria dos pais relatou realizar a
troca da escova a cada 60 dias ou menos, mostrando ter conhecimento sobre esse
tema, pois à troca da escova dental segundo Feitosa et al. (2008), é que esta
aconteça, em média, a cada 90 dias.
Os pais, foram os maiores responsáveis pela escovação dentária, confirmando
os resultados de Antunes et al. (2008); Figueira e Leite (2008b); evidenciando assim
a importância dos pais no momento da escovação. Entretanto uma parcela dos
entrevistados relataram que a escovação dentária continua sendo delegada
exclusivamente à criança, demonstrando a falta de conhecimento dos responsáveis
a respeito desse tema. Este resultado também foi encontrado em outros trabalhos
(SORAGGI et al., 2007; PAREDES et al., 2009; SOUZA FILHO; CARVALHO;
MARTINS, 2010).
Sobre a frequência de escovação dental, a maioria dos escolares realiza três
escovações ao dia, semelhante aos estudos de Prado et al. (2001); Albuquerque,
Correia Lima e Sampaio (2003); Santos et al. (2007); Antunes et al. (2008); Figueira
e Leite (2008a); Figueira e Leite (2008b); Freddo et al. (2008); Paredes et al. (2009);
Souza Filho, Carvalho e Martins (2010); Menezes et al. (2010); Ferreira et al.
(2011).
A frequência relatada de escovação faz correspondência com as principais
refeições do dia e está dentro dos padrões preconizados pelos profissionais da área,
o que provavelmente justifica a média geral encontrada de 1,72 para o Índice de
30
Higiene Oral Simplificado (IHO-S), sendo que o escore 1,3 a 2 é considerado um
nível de higiene razoável (GREENE; VERMILLION, 1964). Embora a classificação
de higiene razoável seja predominante, a categorização “deficiente” (escore de 2,1 a
3) foi expressiva, isso demonstra que o grau de escolaridade pode estar diretamente
relacionado à condição de saúde bucal, uma vez que, estudos demonstraram que as
pessoas da classe A ou B fazem a higienização dental com escova e usam o fio
dental com maior frequência que aquelas que se encaixam nas classes C, D ou E,
bem como têm mais acesso a serviços odontológicos (FIGUEIRA, LEITE, 2008a;
FREDDO et al. 2008). Segundo Pinto (1989) o nível de escolaridade dos indivíduos,
a situação econômica das comunidades, os padrões culturais e a tradição popular,
interferem na formação de hábitos e condutas de higiene pessoal e coletiva.
Embora a importância do uso do fio dental para a higienização das faces
proximais já seja bem conhecida e a divulgação do uso do fio dental tenha crescido
nos últimos anos, sua prática não é comum entre a população brasileira, a exemplo
dos resultados encontrados neste estudo, que apontam que a maioria da população
não faz uso de fio dental, corroborando com os achados de Valença et al. (2002);
Soraggi et al. (2007); Antunes et al. (2008) e Menezes et al. (2010), diferindo do
estudo de Abegg (1997) em que a maioria dos entrevistados declararam usar fio
dental diariamente, achado de associação direta com uma situação socioeconômica
mais elevada.
O conhecimento sobre saúde bucal dos entrevistados foi construído
principalmente a partir do contato com o dentista, família e ações comunitárias,
respectivamente, o que está de acordo com os resultados descritos por outros
autores (BARBOSA; CHELOTTI, 1997; FIGUEIRA; LEITE, 2008a; FIGUEIRA;
LEITE, 2008b e FERREIRA et al., 2011), discordando dos resultados de Corbacho et
al. (2001) e Antunes et al. (2008), onde a principal fonte de informação era
representada pela escola o que se deve, provavelmente, ao envolvimento de toda a
família no programa educativo desenvolvido na escola de suas crianças. Os
profissionais da odontologia ocuparam um lugar de destaque como fonte de
informação, decorre daí a importância do dentista assumir seu papel de educador
em saúde bucal (STUANI et al. 2007), buscando uma atuação voltada as práticas de
promoção de saúde e prevenção de acordo com o princípio da integralidade.
A escola é o local ideal para o desenvolvimento de programas educativo-
preventivos, pois permite que todas as crianças tenham acesso a eles. Um
31
envolvimento maior da escola nas atividades de educação em saúde também deve
ser enfatizado, visto que apenas um percentual pequeno de pais se referiu ao
ambiente escolar como um espaço de aprendizado em saúde bucal. Os
conhecimentos e atitudes dos professores de ensino fundamental, no que diz
respeito à etiologia, evolução e prevenção da cárie dental e doença periodontal
devem ser cuidadosamente avaliados, para que esses possam trabalhar em
conjunto com o cirurgião-dentista, contribuindo para o sucesso de programas
educativos (SANTOS, RODRIGUES, GARCIA, 2003).
A escola deve ser uma das principais instituições onde se fomenta a saúde,
através de programas de educação em saúde bucal, voltados para ampliação da
informação da família e dos professores.
Ao se promover a saúde nas escolas, incentivar as esperanças e as aptidões
das crianças e adolescentes, o potencial de criar um mundo melhor torna-se
ilimitado, pois, se estão saudáveis, podem aproveitar ao máximo toda oportunidade
de aprender.
32
6 CONCLUSÃO
Através deste estudo pode-se concluir que os escolares apresentaram uma
condição “razoável” de higiene oral, porém a categoria de higienização “deficiente”
também foi expressiva e existe a necessidade de aprimorar condutas, sobretudo na
utilização do fio dental.
O cirurgião-dentista foi a maior fonte de informações para os pais ou
responsáveis.
33
REFERÊNCIAS
ABEGG, C. Hábitos de higiene bucal de adultos porto-alegrenses. Rev. saúde pública, São Paulo, v.31, n. 6, p.586-93, 1997. ALBUQUERQUE, S. S. L.; CORREIA LIMA, M. G. G.; SAMPAIO, F. C. Avaliação da utilização de dentifrícios fluoretados em pré-escolares na cidade de João Pessoa - Paraíba – Brasil. Odontol. clín.-cient, Recife, v. 2, n. 3, p. 211-216, set./dez. 2003. ANTUNES, L. S.; SORAGGI, M. B. S.; ANTUNES, L. A. A.; CORVINO, M. P. F. Conhecimentos, práticas e atitudes de responsáveis frente à saúde bucal do pré-escolar. Odontol. clín.-cient., Recife, v.7, n.3, p.241-246, jul./set., 2008. BARBOSA, T. R. C. L; CHELOTTI, A. Avaliação do conhecimento de aspectos da prevenção e educação em odontologia, dentição decídua e oclusão, em gestantes e mães até 6 anos pós-parto, como fator importante na manutenção da saúde bucal da criança. Rev. Inst. Invest. Cienc. Salud., Cuenca, n.15 (nº Especial), p.13-17, mar. 1997. CORBACHO, M. M.; SOUZA, F. A.; ROCHA, M. C. B. S.; CANGUSSU, M. C. T.; ALVES, A. A. N. Percepção da saúde bucal- Uma análise de famílias participantes do programa de saúde, Salvador-BA. Rev. fac. odontol. Univ. Fed. Bahia, Salvador, v. 22, p.6-11, jan./jun. 2001 FEITOSA, N. B.; MARTINS, C. C.; CHALUB, L. L. F.; VALE, M. P. P.; PAIVA, S. M. Avaliação da apresentação comercial de escovas dentais disponíveis no Brasil. Rev. odonto ciênc. Porto Alegre, v.23, n.1, p.77-81, mar. 2008. FERREIRA, J. M. S.; BEZERRA, I. F.; CRUZ, R. E. S.; VIEIRA, I. T. A.; MENEZES, V. A.; GRANVILLE-GARCIA, A. F. Práticas de pais sobre a higiene bucal e dieta de pré-escolares da rede pública. RGO (Porto Alegre), Porto Alegre, v.59, n.2, p.265-270, abr./jun. 2011. FIGUEIRA, T. R.; LEITE, I. C. G. Percepções, conhecimentos e prática em saúde bucal de escolares. RGO (Porto Alegre), Porto Alegre, v. 56, n.1, p.27-32, jan./mar. 2008a. FIGUEIRA, T. R., LEITE, I. C. G. Conhecimentos e práticas de pais quanto à saúde bucal e suas influências sobre os cuidados dispensados aos filhos. Pesqui. bras. odontopediatria clín. integr., João Pessoa, v.8, n.1, p.87-92, jan./abr. 2008b. FREDDO, S. L.; AERTS, D. R. G. C.; ABEGG, C.; DAVOGLIO, R.; VIEIRA, P. C.; MONTEIRO, L. Hábitos de higiene bucal e utilização de serviços odontológicos em escolares de uma cidade da Região Sul do Brasil. Cad. saúde pública, Rio de Janeiro, v.24, n.9, p.1991-2000, set. 2008. FREIRE, M. C. M; SOARES, F. F; PEREIRA, M. F. Conhecimentos sobre saúde dental, dieta e higiene bucal de crianças atendidas pela Faculdade de Odontologia
34
da Universidade Federal de Goiás. J Bras Odontopediatri Odontol Bebê. Curitiba, v. 5, n. 25, p.195-199, maio/jun. 2002. GREENE, J. C., VERMILLION, J. R. The simplified oral hygiene index. J. am. dent. assoc., Chicago, v.68, p.7-13, 1964. GUIMARÃES, A.O; COSTA, I. C. C.; OLIVEIRA, A. L. S. As origens, objetivos e razões de ser da odontologia para bebês. JBP, j. bras. odontopediatr. odontol. bebê, Curitiba, v. 6, n. 29, p.83-6, 2003. IBGE. Censo Demográfico 2010 - Resultados do universo. Disponível em:< http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 10 jan. 2012. LOCKER, D. An introduction to behavioural science and dentistry. London: Tavistock, 1989. 259p. LOCKER, D. Concepts of oral health, disease and the quality of life. In: Slade GD. Measuring oral health and quality of life. Chapel Hill: Department of Dental Ecology, School of Dentistry, University of North Carolina; 1997, p.11-25. MENEZES, V. A.; LORENA, R. P. F.; ROCHA, L. C. B.; LEITE, A. F.; FERREIRA, J. M. S.; GRANVILLE-GARCIA, A. F. Oral hygiene practices, dental service use and oral health self-perception of schoolchildren from a rural zone in the Brazilian Northeast region. Rev. odonto ciênc., Porto Alegre, v.25, n.1, p.25-31, 2010. OPPERMANN, R. V. Diagnóstico e tratamento das doenças cárie e periodontal. In: Mezzomo E. et al. Reabilitação oral para o clínico. 2. ed. São Paulo: Santos, 1994, p.40-2. PAREDES, S. O.; ALMEIDA, D. B.; FERNANDES, J. M. F. A.; FORTE, F. D. S.; SAMPAIO, F. C. Behavioral and social factors related to dental caries in 3 to 13 year-old children from João Pessoa, Paraíba, Brazil. Rev. odonto ciênc., Porto Alegre, v.24, n.3, p.231-235, mai. 2009. PETRY, P. C.; PRETTO S. M. Educação e motivação em saúde bucal. In: Krieger. Promoção de saúde bucal. ABOPREV. 2. ed. São Paulo: Artes Medicas, 1999. p. 365-370. PINTO, V. G. Relacionamento entre padrões de doença e serviços de atenção odontológica. Rev. saúde pública, São Paulo, v.23, n.6, p.509-514, 1989. PRADO J. S.; AQUINO, D. R.; CORTELLI, J. R.; CORTELLI, S. C. Condição dentária e hábitos de higiene bucal em crianças com idade escolar. Rev. Biociênc.,Taubaté, v.7, n.1, p.63-69, jan./jun. 2001. SANTOS, A. P. P.; SÉLLOS, M. C.; RAMOS, M. E. B.; SOVIERO, V. M. Oral hygiene frequency and presence of visible biofilm in the primary dentition. Braz. oral res., São Paulo, v.21, n.1, p.64-69, 2007.
35
SANTOS, F. A.; KOZLOWISKI JUNIOR, V. A.; POCHAPSKI, M. T. Avaliação das características das extremidades das cerdas de escovas dentárias de diferentes marcas adquiridas no mercado nacional. RPG rev. pos-grad. São Paulo, n.9, n.2, p.109-15, 2002. SANTOS, P. A.; RODRIGUES, J. A.; GARCIA, P. P. N. S. Conhecimento sobre prevenção de cárie e doença periodontal e comportamento de higiene bucal de professores de ensino fundamental. Ciênc. odontol. bras., São José dos Campos, v. 6, n.1, p. 67-74, jan./mar. 2003. SORAGGI, M. B. S.; ANTUNES, L. S.; ANTUNES, L. A. A.; CORVINO, M. P. F. A cárie dentária e suas condicionantes em crianças de uma escola pública municipal em Niterói, RJ. Pesqui. bras. odontopediatria clín. integr., João Pessoa,v. 7, n.2, p.119-124, maio/ago. 2007. SOUZA FILHO, M. D.; CARVALHO, G.; D.; F.; MARTINS, M. C. C. Consumo de alimentos ricos em açúcar e cárie dentária em pré-escolares. Arq. odontol., Belo Horizonte, v.46, n.3, p.152-159, jul./set. 2010. STUANI, A. S.; STUANI, A. S.; FREITAS, A. C.; SILVA, F. W. F. P. G.; QUEIROZ, A. M. Como realizar a higiene bucal em crianças. Pediatria (São Paulo), São Paulo, v.2, n.37, p.200-7, 2007. TURSSI, C. P., MARCANTÔNIO, R. A. C., BOECK, E. M., ROCHA, A. L. Influência do reforço da motivação no controle da placa bacteriana em escolares da zona rural. ABOPREV, São Paulo, v.1, n.1, p.16-21, jan. 1998. VALENÇA, A. M. G., VASCONCELOS, F. G. G.; CAVALCANTI, A. L.; DUARTE, R. C. Hábitos de higiene, prevalência de manchas brancas e gengivite em crianças de 4 a 12 anos. Pesqui. bras. odontopediatria clín. integr., João Pessoa, v. 2, n.1, p.10-15, jan./abr. 2002.
36
APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO - PRIMEIRA PARTE
Dados pessoais do responsável
Nome do responsável:_________________________________________________
Grau de parentesco: Pai ( ) mãe ( ) outro ( )
Qual?_______________________________________________________________
Dados pessoais da criança:
Nome do Filho (a): ____________________________________________________
Data de nascimento: __________________________________________________
Dados socioeconômicos
Nível de escolaridade:
analfabeto ( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino fundamental completo ( )
ensino médio incompleto ( ) ensino médio completo ( )
grau superior incompleto ( ) grau superior completo ( )
Renda familiar:
menos de um salário mínimo ( ) um salário mínimo ( ) 2 a 3 salários mínimos ( )
4 a 5 salários mínimos ( ) mais de 5 salários mínimos( )
Número de filhos: 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) +de 4 ( )
37
QUESTIONÁRIO - SEGUNDA PARTE
1. Assinale quais as características da escova da criança:
( ) Cabeça pequena ( ) Cabeça grande
( ) Com limpador de língua e bochecha ( ) Elétrica
2. Assinale o tipo de cerdas da escova dental da criança:
( ) Extra-macia ( ) Macia ( ) Média ( ) Dura
3. Com que frequência é efetuada a troca da escova?
( ) 15 dias ( ) 30 dias ( ) 60 dias ( ) 90 dias ( ) + de 90 dias
4. Quem é responsável pela escovação dos dentes da criança?
( ) A própria criança ( ) Pai ( )Mãe
( ) Outro. Quem?__________________________________________________
5. Assinale quantas vezes ao dia é realizada escovação dental:
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( )5 ( ) + de 5
6. A criança faz uso de fio dental?
( ) Sim ( ) Não
Em caso afirmativo, assinale com que frequência:
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) Em todas as escovações
7. Você recebeu algum tipo de orientação sobre como proceder com a higiene bucal
da criança?
( ) Sim ( ) Não
Em caso afirmativo, assinale qual a fonte de informação:
( ) Cirurgião Dentista ( ) Familiares
( ) Ações comunitárias ( ) Internet
( ) Televisão ( ) Revistas
( ) Ensino fundamental e médio ( ) Universidade