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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUIZA SILVEIRA PEDUZZI PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO DE ACESSÓRIOS COM TOQUE MANUAL PARA O VERÃO 2009 DA MARCA HAIZZU BALNEÁRIO CAMBORIÚ 2008.2

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

LUIZA SILVEIRA PEDUZZI

PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO

DE ACESSÓRIOS COM TOQUE MANUAL PARA O VERÃO 2009

DA MARCA HAIZZU

BALNEÁRIO CAMBORIÚ

2008.2

2

LUIZA SILVEIRA PEDUZZI

PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO

DE ACESSÓRIOS COM TOQUE MANUAL PARA O VERÃO 2009

DA MARCA HAIZZU

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de ba-charel em Design de Moda pela Universi-dade do Vale do Itajaí, Centro de Educa-ção Balneário Camboriú. Orientadora: Bianka Cappucci Frisoni

BALNEÁRIO CAMBORIÚ

2008.2

3

Dedico este trabalho aos meus pais Luiz Orlando Peduzzi e Sônia Peduzzi pelo in-centivo, e pelo exemplo de vida, de valo-res e de honestidade que me passaram ao longo de minha vida.

Ao meu irmão Guilherme Peduzzi, por ser esta pessoa eternamente especial em mi-nha vida.

Ao meu irmão Eduardo Peduzzi, pela for-ça e incentivo que sempre me deu para que buscasse os meus objetivos.

4

RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso apresenta uma coleção de acessórios

femininos para o verão 2009, com características do hand made, para o público

surfwear ou que simpatiza com este estilo, inspirada no tema “Bali: beleza, magia e

cultura”, para a marca Haizzu.

Palavras-chave: acessórios; hand made; surfwear feminino.

5

ABSTRACT

This final university work presents a accessories’s collection to 2009 summer,

with caracteristics of hand made, for the surfwear public or people that like this style,

inspired on the theme “Bali: beauty, magic and culture”, for the Haizzu trade mark.

Keywords: Accessories; hand made; feminine surfwear.

6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 11 2 METODOLOGIA ........................................................................................................................... 11

2.1 Metodologia da pesquisa ..................................................................................................... 12 2.1.1 Objetivos .......................................................................................................................... 12

2.1.1.1 Objetivo geral............................................................................................................................... 12 2.1.1.2 Objetivos específicos ............................................................................................................ 12

2.1.2 Problemática .................................................................................................................... 13 2.1.3 Justificativa ...................................................................................................................... 13

2.2 Metodologia de projeto ........................................................................................................ 13 2.2.1 Ferramentas projetuais .................................................................................................... 14

2.2.1.1 Análise swot (PFFOA) .......................................................................................................... 15 2.2.1.2 Cronograma .......................................................................................................................... 16 2.2.1.3 Painéis semânticos ............................................................................................................... 16

2.2.2 Técnicas de criatividade .................................................................................................. 16 3 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................................... 17

3.1 História dos acessórios ........................................................................................................ 17 3.1.1 Anos de 1900 à 1919 ...................................................................................................... 17 3.1.2 Anos 20 ............................................................................................................................ 18 3.1.3 Anos 30 ............................................................................................................................ 18 3.1.4 Anos 40 ............................................................................................................................ 18 3.1.5 Anos 50 ............................................................................................................................ 19 3.1.6 Anos 60 e 70 .................................................................................................................... 19 3.1.7 Anos 80 ............................................................................................................................ 19 3.1.8 Anos 90 ............................................................................................................................ 20 3.1.9 Século XXI – Anos 2000 aos dias de hoje ...................................................................... 20

3.2 História da tecelagem manual ............................................................................................. 20 3.3 A tecelagem manual integrada à moda ............................................................................... 24 3.4 Hand made: a arte do tear ................................................................................................... 24 3.5 Surfwear feminino ................................................................................................................ 27 3.6 Temática .............................................................................................................................. 27 3.7 Tendências dos acessórios para o verão 2009 ................................................................... 38

4 PESQUISA DE CAMPO ............................................................................................................... 40 4.1 Público-alvo .......................................................................................................................... 40 4.2 Ambiente de uso .................................................................................................................. 41 4.3 Questionário ......................................................................................................................... 41

4.3.1 Análise dos questionários ................................................................................................ 42 4.4 Entrevistas ........................................................................................................................... 51

4.4.1 Análise das entrevistas .................................................................................................... 51 5 PESQUISA DE MERCADO ......................................................................................................... 53

5.1 Concorrentes ........................................................................................................................ 53 5.1.1 Billabong .......................................................................................................................... 53 5.1.2 Mormaii ............................................................................................................................ 54 5.1.3 Roxy ................................................................................................................................. 56 5.1.4 Volcom ............................................................................................................................. 57

5.2 Análise dos concorrentes ..................................................................................................... 59 5.3 Estado do design ................................................................................................................. 59

6 CONCEITUAÇÃO ........................................................................................................................ 60 7 CONCEPÇÃO DA CONFIGURAÇÃO DO PRODUTO ................................................................ 61

7.1 Definição dos atributos da coleção ...................................................................................... 62 7.2 Geração de alternativas ....................................................................................................... 62

7.2.1 Alternativas escolhidas .................................................................................................... 70 7.2.2 Ajustes nas alternativas ................................................................................................... 70

7.3 Materiais ............................................................................................................................... 71 7.3.1 Tecidos ............................................................................................................................ 71

7.3.1.1 Camurça ............................................................................................................................... 71 7.3.1.2 Oxford ................................................................................................................................... 71 7.3.1.3 Viscolycra ............................................................................................................................. 72

7

7.3.1.4 Crepe Koshibo ...................................................................................................................... 72 7.3.1.5 Acqua Block .......................................................................................................................... 72 7.3.1.6 TNT ...................................................................................................................................... 72

7.3.2 Texturas ........................................................................................................................... 72 7.3.3 Bordados ......................................................................................................................... 73 7.3.4 Aviamentos ...................................................................................................................... 74

7.4 Cartela de cores ................................................................................................................... 74 7.5 Processo .............................................................................................................................. 75

8 DETALHAMENTO ........................................................................................................................ 80 8.1 Dados ergonômicos ............................................................................................................. 80 8.2 Modelos volumétricos .......................................................................................................... 81 8.3 Fichas técnicas .................................................................................................................... 82

8.3.1 Produto: Bolsa (croqui 10) ............................................................................................... 83 8.3.2 Produto: Necessaire (croqui 13) ...................................................................................... 88 8.3.3 Produto: Cartucheira (croqui 3) ....................................................................................... 91 8.3.4 Produto: Bolsa (croqui 37) ............................................................................................... 94

8.4 Peças piloto .......................................................................................................................... 99 8.5 Marketing do produto ......................................................................................................... 101

8.5.1 A marca ......................................................................................................................... 101 8.5.2 Produto/Praça/Preço/Promoção .................................................................................... 101 8.5.3 Tag/embalagem ............................................................................................................. 102

CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 103 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 105 APÊNDICE A – CRONOGRAMA ....................................................................................................... 108 . ............................................................................................................................................................ 108 APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO .................................................................................. 109 APÊNDICE C – MODELO DE ENTREVISTA .................................................................................... 112

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Etapas da metodologia de Baxter (1998), adaptadas para o projeto. .......................... 14 Figura 2 – Tear vertical primitivo ................................................................................................... 21 Figura 3 – Tear de Jacquard .......................................................................................................... 23 Figura 4 – Tear manual .................................................................................................................. 25 Figura 5 – Componentes do tear manual ...................................................................................... 26 Figura 6 – Fios e tecidos de tear ................................................................................................... 26 Figura 7 – Fios e tecidos ................................................................................................................ 26 Figura 8 – Tecido de tear ............................................................................................................... 26 Figura 9 – Tecido de tear ............................................................................................................... 26 Figura 10 – Almofada de tear .......................................................................................................... 26 Figura 11 – Tecido de tear ............................................................................................................... 26 Figura 12 – Painel da temática ........................................................................................................ 28 Figura 13 – Mapa da ilha de Bali ..................................................................................................... 28 Figura 14 – Barong .......................................................................................................................... 29 Figura 15 – Sarongs ........................................................................................................................ 29 Figura 16 – Mulheres usando sarongs ............................................................................................ 29 Figura 17 – Tecidos estampados .................................................................................................... 30 Figura 18 – Dançarina balinesa ....................................................................................................... 30 Figura 19 – Dança Legong .............................................................................................................. 31 Figura 20 – Dança Pendet ............................................................................................................... 31 Figura 21 – Dança Kecak ................................................................................................................ 31 Figura 22 – Dança Barong ............................................................................................................... 31 Figura 23 – Artesanato de Bali 1 ..................................................................................................... 32 Figura 24 – Artesanato de Bali 2 ..................................................................................................... 32 Figura 25 – Artesanato de Bali 3 ..................................................................................................... 32 Figura 26 – Artesanato de Bali 4 (figuras divinas) ........................................................................... 32 Figura 27 – Artesanato de Bali 5 (“O beijo”) .................................................................................... 32 Figura 28 – Artesanato de Bali 5 (máscara) .................................................................................... 32 Figura 29 – Pintura balinesa no Museu Puri Lukisan ...................................................................... 33 Figura 30 – Pintura balinesa no Museu Puri Lukisan ...................................................................... 33 Figura 31 – Escultura em pedra (Sapo) ........................................................................................... 33 Figura 32 – Escultura em pedra (Leão) ........................................................................................... 33 Figura 33 – Galung .......................................................................................................................... 34 Figura 34 – Oferendas ..................................................................................................................... 35 Figura 35 – Mulheres com oferendas .............................................................................................. 35 Figura 36 – Templo Pura Besakih ................................................................................................... 35 Figura 37 – Templo de Tanah Lot ................................................................................................... 35 Figura 38 – Templo Luhur Uluwatu ................................................................................................. 36 Figura 39 – Templo Luhur Uluwatu no pôr-do-sol ........................................................................... 36 Figura 40 – Templo Pura Ulun Danu ............................................................................................... 36 Figura 41 – Templo Pura Taman Ayun ............................................................................................ 36 Figura 42 – Surf em Bali 1 ............................................................................................................... 37 Figura 43 – Surf em Bali 2 ............................................................................................................... 37 Figura 44 – Painel de tendências .................................................................................................... 38 Figura 45 – Painel do público-alvo .................................................................................................. 40 Figura 46 – Painel do ambiente de uso ........................................................................................... 41 Figura 47 – Bolsa Billabong 1 .......................................................................................................... 54 Figura 48 – Bolsa Billabong 2 .......................................................................................................... 54 Figura 49 – Bolsa Billabong 3 .......................................................................................................... 54 Figura 50 – Bolsa Billabong 4 .......................................................................................................... 54 Figura 51 – Bolsa Mormaii 1 ............................................................................................................ 55 Figura 52 – Bolsa Mormaii 2 ............................................................................................................ 55 Figura 53 – Bolsa Mormaii 3 ............................................................................................................ 56 Figura 54 – Bolsa Mormaii 4 ............................................................................................................ 56 Figura 55 – Bolsa Roxy 1 (frente e verso) ....................................................................................... 57

9

Figura 56 – Bolsa Roxy 2 ................................................................................................................. 57 Figura 57 – Bolsa Roxy 3 ................................................................................................................. 57 Figura 58 – Bolsa Roxy 4 (frente e verso) ....................................................................................... 57 Figura 59 – Bolsa Volcom 1 ............................................................................................................. 58 Figura 60 – Bolsa Volcom 2 ............................................................................................................. 58 Figura 61 – Bolsa Volcom 3 ............................................................................................................. 59 Figura 62 – Bolsa Volcom 4 ............................................................................................................. 59 Figura 63 – Painel do estado do design .......................................................................................... 60 Figura 64 – Painel do conceito ........................................................................................................ 61 Figura 65 – Alternativas 1 e 2 .......................................................................................................... 62 Figura 66 – Alternativas 3 e 4 .......................................................................................................... 63 Figura 67 – Alternativas 5 e 6 .......................................................................................................... 63 Figura 68 – Alternativas 7 e 8 .......................................................................................................... 63 Figura 69 – Alternativas 9 e 10 ........................................................................................................ 64 Figura 70 – Alternativas 11 e 12 ...................................................................................................... 64 Figura 71 – Alternativas 13 e 14 ...................................................................................................... 64 Figura 72 – Alternativas 15 e 16 ...................................................................................................... 65 Figura 73 – Alternativas 17 e 18 ...................................................................................................... 65 Figura 74 – Alternativas 19 e 20 ...................................................................................................... 65 Figura 75 – Alternativas 21 e 22 ...................................................................................................... 66 Figura 76 – Alternativas 23 e 24 ...................................................................................................... 66 Figura 77 – Alternativas 25 e 26 ...................................................................................................... 66 Figura 78 – Alternativas 27 e 28 ...................................................................................................... 67 Figura 79 – Alternativas 29, 30 e 31 ................................................................................................ 67 Figura 80 – Alternativas 32 e 33 ...................................................................................................... 67 Figura 81 – Alternativas 34 e 35 ...................................................................................................... 68 Figura 82 – Alternativas 36 e 37 ...................................................................................................... 68 Figura 83 – Alternativas 38 e 39 ...................................................................................................... 68 Figura 84 – Alternativas 40 e 41 ...................................................................................................... 69 Figura 85 – Alternativas 42 e 43 ...................................................................................................... 69 Figura 86 – Alternativas 44 e 45 ...................................................................................................... 69 Figura 87 – Alternativas escolhidas ................................................................................................. 70 Figura 88 – Alternativa ajustada ...................................................................................................... 70 Figura 89 – Cartela de tecidos ......................................................................................................... 71 Figura 90 – Cartela de texturas ....................................................................................................... 73 Figura 91 – Cartela de bordados ..................................................................................................... 73 Figura 92 – Cartela de aviamentos .................................................................................................. 74 Figura 93 – Cartela de cores principal ............................................................................................. 75 Figura 94 – Cartela de cores secundária ......................................................................................... 75 Figura 95 – Modelagem ................................................................................................................... 76 Figura 96 – Recorte das peças de papel ......................................................................................... 76 Figura 97 – Urdume (croqui 10) ....................................................................................................... 76 Figura 98 – Tecido sendo confeccionado (croqui 10) ..................................................................... 76 Figura 99 – Tecido sendo confeccionado (croqui 13) ..................................................................... 76 Figura 100 – Tecido sendo confeccionado (croqui 3) ....................................................................... 77 Figura 101 – Tecido sendo confeccionado (croqui 37) ..................................................................... 77 Figura 102 – Texturas prontas (croqui 10) ........................................................................................ 77 Figura 103 – Texturas prontas (croqui 13) ........................................................................................ 77 Figura 104 – Texturas prontas (croqui 3) .......................................................................................... 77 Figura 105 – Texturas prontas (croqui 37) ........................................................................................ 77 Figura 106 – Bordado 1 (croqui 37) ................................................................................................... 78 Figura 107 – Bordado 2 (croqui 3) ..................................................................................................... 78 Figura 108 – Molde no couro (croqui 3) ............................................................................................. 78 Figura 109 – Corte do couro (croqui 10) ............................................................................................ 78 Figura 110 – Costura das alças (croqui 10) ....................................................................................... 78 Figura 111 – Costura do detalhe vazado (croqui 13) ........................................................................ 78 Figura 112 – Costura do bolso na peça (croqui 3) ............................................................................ 79 Figura 113 – Costura do forro (croqui 37) ......................................................................................... 79 Figura 114 – Etiquetagem .................................................................................................................. 80 Figura 115 – Modelo volumétrico (croqui 10) .................................................................................... 81

10

Figura 116 – Modelo volumétrico com referencial humano (croqui 10) ............................................ 81 Figura 117 – Modelo volumétrico (croqui 13) .................................................................................... 81 Figura 118 – Modelo volumétrico (croqui 3) ...................................................................................... 82 Figura 119 – Modelo volumétrico (croqui 37) .................................................................................... 82 Figura 120 – Modelo volumétrico com referencial humano (croqui 37) ............................................ 82 Figura 121 – Peça piloto (croqui 10) .................................................................................................. 99 Figura 122 – Interior da peça (croqui 10) .......................................................................................... 99 Figura 123 – Peça piloto com referencial humano (croqui 10) .......................................................... 99 Figura 124 – Peça piloto (croqui 13) .................................................................................................. 99 Figura 125 – Peça piloto (croqui 3) .................................................................................................. 100 Figura 126 – Peça piloto com referencial humano (croqui 3) .......................................................... 100 Figura 127 – Peça piloto (croqui 37) ................................................................................................ 100 Figura 128 – Interior da peça (croqui 37) ........................................................................................ 100 Figura 129 – Peça piloto com referencial humano (croqui 37) ........................................................ 100 Figura 130 – Logo da marca ............................................................................................................ 101 Figura 131 – Tag dos produtos ........................................................................................................ 102 Figura 132 – Embalagem dos produtos ........................................................................................... 102

11

1 INTRODUÇÃO

A moda hoje constitui-se em um importante fenômeno econômico e

sociocultural, sendo geralmente associada ao vestuário, tendo em vista ser a roupa

e seus complementos divulgadores de conceitos. No entanto, seu significado é mais

amplo: é uma tendência atual de consumo, é a maneira de se comportar e de se

vestir; é composta de estilos diversos e rapidamente mutáveis e expressa os valores

da sociedade – usos, hábitos e costumes – em um determinado contexto e

momento. Indo mais além, observa-se que moda é tudo aquilo que se torna comum

a um determinado grupo, em uma determinada época, como, por exemplo, compor-

tamentos, música, vestuário, acessórios, cores, modelagens, texturas.

As atividades relativas à moda requerem a aplicação de grandes recursos e,

para que a indústria se mantenha ativa, precisa reduzir custos, ganhar produtivida-

de, melhorar a qualidade dos produtos e apostar em novas tecnologias.

O fenômeno da globalização, que acontece velozmente, minimizando as fron-

teiras, é algo que deve ser analisado com cuidado pela Indústria Têxtil, pois hoje a

tecnologia pode estar em qualquer parte do mundo. A grande diferenciação é apos-

tar em design, qualidade e serviço personalizado, que acrescentam valor ao produto.

A questão/problema deste trabalho é desenvolver uma coleção de acessórios

de moda, como bolsas, cintos, cartucheiras, necessaires e porta-moedas, através da

utilização da tecnologia de tear manual. Estes acessórios, sob a inspiração da temá-

tica “Bali: beleza, magia e cultura”, ganham valorização extra ao receberem o toque

da personalização e da exclusividade com detalhes criados artesanalmente.

2 METODOLOGIA

12

A metodologia constitui-se de um conjunto de etapas ordenadamente dispos-

tas a serem executadas no projeto.

O bom resultado de um projeto depende da capacidade técnica e criativa de quem desenvolve. Métodos e técnicas podem, contudo, auxiliar na organi-zação de tarefas tornando-as mais claras e precisas, ou seja, oferecem su-porte lógico ao desenvolvimento de um projeto (BONFIM, 1995).

2.1 Metodologia da pesquisa

Segundo Fachin, pesquisa:

é um procedimento intelectual em que o pesquisador tem como objetivo ad-quirir conhecimentos por meio da investigação de uma realidade e da busca de novas verdades sobre um fato (objeto, problema). Com base em méto-dos adequados e técnicas apropriadas, o pesquisador busca conhecimentos específicos, respostas ou soluções para o problema estudado (2003, p. 123).

Para o desenvolvimento do projeto dessa coleção de acessórios foi escolhida

uma metodologia quantitativa e qualitativa.

A pesquisa quantitativa será feita por meio de questionários junto ao público-

alvo, constituindo-se em dados importantes que serão analisadas e que direcionarão

o desenvolvimento da coleção.

A pesquisa qualitativa será realizada com entrevistas a funcionários de lojas

que vendem acessórios do estilo do público em questão.

2.1.1 Objetivos

A seguir, serão apresentados os objetivos geral e específicos do projeto.

2.1.1.1 Objetivo geral

Desenvolver uma coleção de acessórios para o verão 2009, feita com técni-

cas manuais direcionadas para o público surfwear feminino, utilizando como tema

inspirador a ilha de Bali.

2.1.1.2 Objetivos específicos

13

Pesquisar sobre a ilha de Bali e toda sua beleza, magia e cultura, para utili-

zá-la na construção do tema escolhido para a coleção.

Analisar as tendências comportamentais do segmento surfwear feminino pa-

ra elaborar uma coleção que atenda as expectativas estéticas e de modelagem des-

te público jovem.

Pesquisar fios e materiais e suas características para tecer no tear, traba-

lhando o hand made.

Analisar os concorrentes e o estado do design do mercado para poder de-

senvolver uma coleção de acessórios de caráter artesanal.

2.1.2 Problemática

No segmento surfwear, os acessórios femininos não são muito explorados e

diferenciados, e possuem pouquíssimos produtos feitos artesanalmente. Desta for-

ma, tem-se como problema deste projeto a seguinte questão:

Como desenvolver acessórios geralmente produzidos industrialmente e distri-

buídos em massa, através de um trabalho manual?

2.1.3 Justificativa

O estilo de vida do público-alvo (consumidor) define o tipo de produto que de-

ve ser confeccionado para a coleção. A mesma é direcionada ao público feminino,

jovem, que surfa ou que aprecia este modo de viver mais esportivo e junto à nature-

za.

A cada temporada, os acessórios surgem renovados, criativos e atraentes,

seguindo as tendências das roupas e calçados. Os acessórios funcionam como

complemento do vestuário, porque eles diferenciam as pessoas que o usam, desta-

cando e realçando o seu estilo próprio.

O projeto propõe produtos com detalhes feitos artesanalmente de tear, visan-

do agregar valor e estilo único às peças.

2.2 Metodologia de projeto

14

A metodologia de projeto foi baseada na obra de Baxter (1998), a qual des-

creve que a metodologia de um projeto deve ser cuidadosamente analisada e deve

obedecer às ordens das etapas de pesquisa.

Segundo Baxter, o pesquisador, para facilitar suas pesquisas, deve estabele-

cer um esquema e suas etapas. Ressalta-se que as etapas propostas por Baxter

foram adaptadas e ordenadas de acordo com o desenvolvimento deste projeto.

Figura 1 – Etapas da metodologia de Baxter (1998), a-daptadas para o projeto.

Fonte: Esquema adaptado pela acadêmica Luiza Peduzzi.

2.2.1 Ferramentas projetuais

15

É muito importante o uso das ferramentas no design de produto, pois essas

auxiliam na estruturação do projeto, ajudam a clarear e organizar os problemas, de

forma a resolvê-los, por partes, com eficácia, com segurança e sem perda de tempo,

diminuindo as incertezas e aumentando a qualidade das soluções.

2.2.1.1 Análise swot (PFFOA)

Uma das ferramentas utilizadas é a análise Swot, onde foram constatados os

pontos fortes e fracos, as ameaças e oportunidades do produto em relação ao já e-

xistente.

Pontos fortes

Os produtos hand made são únicos e exclusivos, pois possibilitam a utilização

de diferentes tipos de materiais, cores e texturas.

Por ser um produto com um valor agregado, às vezes, pode-se cobrar um

preço mais elevado por ele.

Pontos fracos

Por serem confeccionados em processo artesanal, os produtos levam um cer-

to tempo para ficarem prontos.

Os acabamentos podem não ter a mesma qualidade dos produtos industriali-

zados e a produção acaba sendo menor em relação a eles.

Ameaças

Os concorrentes são marcas que já possuem uma longa bagagem publicitária

e que despertam um grande desejo de consumo no público feminino, pois já estão

há bastante tempo no mercado.

Os produtos industrializados têm um tempo curto de fabricação.

Oportunidades

Balneário Camboriú e Florianópolis são cidades do litoral de Santa Catarina

que possuem grande fluxo de pessoas. Durante o ano, há a presença de muitos es-

tudantes universitários e de turistas nos finais de semana e, na temporada de verão,

o movimento dos visitantes, em geral, é constante.

16

Por serem cidades de praia, atraem esse público adepto do surf e outros es-

portes e os simpatizantes deste estilo de vida, que buscam estar sempre perto da

natureza.

2.2.1.2 Cronograma

Uma outra ferramenta utilizada é o cronograma, o qual fornece a organização

necessária do tempo disponível para a realização das tarefas, determinando suas

datas de conclusão para atingir as metas propostas durante o desenvolvimento do

projeto. É representado por linhas que indicam as atividades, e por colunas que indi-

cam o tempo previsto, e está representado no apêndice A.

2.2.1.3 Painéis semânticos

Também foram utilizados painéis semânticos, que trazem importantes infor-

mações visuais, os quais auxiliaram no desenvolvimento do projeto e que estão dis-

postos ao longo do trabalho.

2.2.2 Técnicas de criatividade

As técnicas são os meios/instrumentos intermediários na solução dos proble-

mas de projeto. Segundo Baxter (1998), “a criatividade é o coração do design, em

todos os estágios do projeto”.

A técnica a ser utilizada no projeto é o MESCRAI (Modifique, Elimine, Substi-

tua, Combine, Rearranje, Adapte e Inverta), demonstrados durante o desenvolvimen-

to das gerações de alternativas para a coleção, por meio da ferramenta corelDRAW.

17

3 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Segundo Fachin (2003),

a pesquisa bibliográfica diz respeito ao conjunto de conhecimentos huma-nos reunidos nas obras. Tem como finalidade fundamental conduzir o leitor a determinado assunto e proporcionar a produção, coleção, armazenamen-to, reprodução, utilização e comunicação das informações coletadas para o desenvolvimento da pesquisa (p. 125).

A pesquisa bibliográfica constitui-se, então, no ato de ler, selecionar, organi-

zar e arquivar tópicos de interesse para este projeto e abordará os seguintes tópicos:

a história dos acessórios, a história da tecelagem manual, a tecelagem manual inte-

grada à moda, o tear, o surfwear feminino e a temática “Bali: beleza, magia e cultu-

ra”.

3.1 História dos acessórios

A seguir, será apresentada uma breve cronologia dos acessórios, desde o sé-

culo XX até os dias de hoje.

3.1.1 Anos de 1900 à 1919

Segundo Lehnert (2000), a Belle Époque e o Art Nouveau são as grandes re-

ferências visuais. Da França vinham os figurinos, o que fazer e o que vestir. E era do

francês que se extraíam as palavras usadas para designar as peças do vestuário

brasileiro. A etiqueta exigia de uma senhora que não saísse de casa sem chapéu.

Eram diversos os tipos de chapéus: com longas abas, feitos de palha, feltro, camur-

ça, pele e tecido, adornados com pássaros empalhados, flores, fitas, plumas e véus,

além do freqüente uso de sombrinhas e leques.

Lehnert (2000) relata que, a partir de 1910, a mulher começa a trabalhar nas

novas profissões que o desenvolvimento urbano vai criando. E para essa nova mu-

lher, novo vestuário, mais prático, menos suntuoso e mais realista. As abas dos cha-

péus são reduzidas e as bolsas crescem de tamanho. São usados os chapéus es-

portivos tipo boné e os de modelo touca.

18

3.1.2 Anos 20

Nesta década, começa a haver uma busca por mais liberdade, simplicidade,

despojamento e frescor. O gosto pelo esporte vai se disseminando e com ele o culto

ao corpo e ao sol. Os enormes e pesados chapéus deram lugar a pequenos cha-

péus. Segundo Lehnert (2000), o grande sucesso foi um chapéu justo em forma de

sino, chamado cloche, sem aba ou com aba muito fina, em infinitas variações e em

materiais como o feltro, o veludo ou a palha. A toilette da noite era muitas vezes

completada por um deslumbrante leque, feito de grandes penas de avestruz, pretas

ou brancas ou de seda, bordada com lantejoulas douradas.

3.1.3 Anos 30

Segundo Gontijo (s/d), os anos 30 vêm com um pouco mais de glamour, mais

ornamentado em comparação com a década anterior. As grandes tendências de

moda continuavam sendo ditadas por Paris e Londres, mas já se notava uma certa

preocupação em adaptá-las ao clima brasileiro. A idéia de se combinarem os aces-

sórios de couro surge nessa época. Assim, luvas, cintos, sapatos e bolsas precisam

combinar entre si ou ser de um mesmo tom. Os chapéus têm modelos variados, mas

a tendência ainda eram as abas curtas e a copa alta.

3.1.4 Anos 40

Lehnert (2000) aponta em seu livro as características da década de 40. A mo-

da durante a Segunda Guerra simplificou-se significativamente, por razões mera-

mente práticas. Os casacos apresentavam bolsos de palas e cinto inspirado no estilo

militar da época. Os chapéus, como resultado da crescente escassez de materiais,

eram cada vez mais imaginativos, pois as mulheres viam-se obrigadas a improvisar,

criando seus próprios chapéus. Começou-se a usar turbantes – substituindo o cha-

péu e o penteado – e xales abundantemente. Gontijo (s/d) define o novo ideal femi-

nino do pós-guerra, com a valorização das formas femininas, e enfatiza o uso dos

acessórios: chapéus floridos com véus, luvas coloridas combinando com lapelas e

lenços, e longos e esguios guarda-chuvas fazendo conjunto com sapatos e bolsas.

19

3.1.5 Anos 50

Segundo Gontijo (s/d), a mulher da década é espontânea, jovem e prática. A

maioria dos jovens expressava através da música e da indumentária o seu protesto

contra os valores das antigas gerações. Sair à rua sem chapéu já não é mais um

vexame. As luvinhas curtas podiam ser usadas nas mais diferentes ocasiões. E para

ir à praia, não dispensavam o uso do óculos Ray-Ban.

3.1.6 Anos 60 e 70

Com a gradativa liberação da censura, segundo Gontijo (s/d), percebe-se uma

reorganização do meio cultural e um novo surto de produtos que abdicam da rebel-

dia, da vanguarda, da antiarte e da contracultura, privilegiando o know-how, a auto-

afirmação e a busca de seu papel conscientizador.

Segundo Lehnert (2000), pela primeira vez, os óculos tinham-se tornado i-

gualmente um acessório de moda. Começava a existir maior escolha de formas e as

cores das armações eram mais variadas. Em geral, as armações e as lentes eram

muito grandes: quanto maiores, mais chiques eram. Além das echarpes em crochê,

feitas de lã grossa ou fina, começaram a aparecer fibras artificiais. As mulheres que

queriam estar na moda ou que pretendiam demonstrar uma forma de estar alternati-

va, usavam um cachecol compridíssimo à volta do pescoço, cujas franjas chegavam

até ao joelho. O cachecol era um acessório imprescindível, fosse ele colorido e às

riscas, em crochê ou tricotado.

3.1.7 Anos 80

Lehnert (2000) define a moda dos anos 80 como marcada pelo culto do êxito

e pela idéia de que tudo era possível, que se manifestou também em todos os outros

domínios da sociedade. A moda começou a integrar cada vez mais elementos lúdi-

cos. A mulher da década era esguia, musculosa e ambiciosa, com êxito no nível pro-

fissional e pessoal, e seu vestuário exprimia todas essas qualidades, sem deixar de

lado o erotismo e o glamour. Acompanhando as roupas, os acessórios eram muito

coloridos, extravagantes e exagerados e tinham o tamanho como sinônimo de atua-

lidade. O acrílico e o plástico entraram em alta, nas mais variadas cores; pulseiras,

brincos e colares deste material foram a grande sensação da década.

20

3.1.8 Anos 90

Segundo Lehnert (2000), os anos 90 continuam a seguir tendências da moda

que tinham sido inauguradas na década anterior. Não conseguiram criar um perfil

novo, mas produziram toda uma série de variações de silhuetas e estilos já conheci-

dos, com características simples, confortáveis e funcionais. As regras de etiqueta

relativas ao vestuário são menos rigorosas. Uma moda democrática, que oferece a

possibilidade de combinar os mais diversos tipos de acessórios.

3.1.9 Século XXI – Anos 2000 aos dias de hoje

Hoje em dia, os acessórios são indispensáveis quando o assunto é moda,

pois completam e dão o toque especial a um look. Mais do que adornos, são uma

espécie de complemento do corpo. Incentivados pela evolução tecnológica e de

consumo, a produção no segmento aumenta, acompanhada das inovações em for-

mas, materiais, cores e tamanhos (Revista Lançamentos, 2008, p.23).

A moda continua a servir, por um lado, para evidenciar a própria personalida-

de e, por outro, para diferenciar e delimitar socialmente os indivíduos, e muda cada

vez mais rapidamente.

3.2 História da tecelagem manual

Segundo Brahic (1998), o chamado “homem pré-histórico” era aquele homem

rudimentar e grotesco que caçava e não possuía um lugar fixo, denominado nôma-

de. Este homem utilizava peles de animais para se aquecer, usando-as como vesti-

mentas. O problema é que estas peles não eram anatômicas, deixando algumas par-

tes do corpo expostas. Outro fator negativo de sua utilização como vestimenta era o

desconforto pela falta de maciez. De início, as peles até eram maleáveis mas, à me-

dida em que o tempo vai passando, a pele endurece, dificultando ainda mais seu

uso. Como resposta a esse problema, o homem conseguiu desenvolver técnicas

para amaciamento da pele como a mastigação e a utilização da gordura animal para

curtir o couro. Mas ele não se satisfez apenas com essas técnicas de amaciamento

e continuou a sentir a necessidade de utilizar algo modelável ao corpo. Aos poucos,

ele vai descobrindo algumas ferramentas para que isso se torne possível, como por

exemplo, a agulha. A primeira, foi feita de osso e surgiu quando o homem sentiu ne-

21

cessidade de unir as peles e costurá-las, visando uma modelagem mais adaptável

ao corpo. A partir desse momento, o homem vai abrindo um leque de possibilidades

e ganhando agilidade na confecção de trabalhos manuais, o que abre caminho para

a invenção de vários elementos importantes para a sua evolução. Com a criação da

agulha, o homem pôde desenvolver tecidos, tramando com a utilização da mesma,

que era uma necessidade básica na época. Utilizando-se desse invento importante,

ele começou a tramar fios, fazendo assim os primeiros tecidos. As primeiras fibras

utilizadas foram fibras longas e, à medida que a necessidade surge e a habilidade

manual se desenvolve, o homem começa a utilizar fibras curtas, fiando-as à mão e

fazendo fios contínuos.

Brahic ainda afirma que os egípcios foram os pioneiros na arte de tecer. De-

senvolveram os teares horizontais, paralelos ao chão, no período da pré-dinastia,

5000 a 3100 anos a.C. Já os teares verticais, perpendiculares ao chão, surgiram na

segunda dinastia, em torno de 1900 anos a.C.

Figura 2 – Tear vertical primitivo Fonte: <http://www.tecelagemmanual.com.br>

Em todas as culturas são encontrados vestígios dessa atividade, sempre

marcando a própria história do respectivo povo.

Em 1350, foi inventada a primeira máquina de fiar. A partir desse momento, a

história do tear começa seu desenvolvimento industrial.

Durante o século XV, várias invenções foram realizadas e contribuíram para o

desenvolvimento da cadeia têxtil.

22

A invenção da roda de fiar (...) teve merecida repercussão econômica, de-corrente do acréscimo na produção de fios e aumento na produtividade do trabalho. O novo aparelho ensejou a participação dos pés, que agora se as-sociava às mãos no esforço produtivo (MARTINS, 1973, p. 28).

Brahic (1998) relata que a lançadeira ganha um dispositivo que acelera o pro-

cesso de atravessar a cala1, agilizando o processo de tramar, além da aplicação de

rodas, que torna o processo mais rápido ainda. À medida que o tempo vai passando

e a demanda vai crescendo, o homem procura tornar o trabalho têxtil mais ágil. A era

das grandes navegações é a época em que a fusão de culturas têxteis chega a seu

ápice. Viajantes vindos do oriente chegam à Europa com novidades como o came-

lão, tecido muito bonito feito com pêlo de cabra. Já os árabes chegam trazendo téc-

nicas inovadoras de tingir fios com plantas e animais, dando cores aos tecidos, que

antes disso quase sempre possuíam a cor da fibra original. Deste modo, o saber de

uns se mistura com o saber de outros para elevar a tecelagem artesanal ao máximo

da sua arte e das suas possibilidade.

O tecido foi evoluindo e, por volta do ano de 1530, o fio pôde ser vendido

mais barato. Foi nesse ano que inventaram o torno de fiar, fazendo com que o fio se

tornasse acessível à população, o que resultou no aumento de aquisições de teares

por pessoas que viviam longe das cidades e dos mercados.

Segundo Brahic, no ano de 1780 iniciou-se a industrialização. Essa atividade,

nomeada de Revolução Industrial, influenciou negativamente a produção artesanal

de tecidos. Assim, os produtos feitos artesanalmente passaram a competir desfavo-

ravelmente com os produtos feitos industrialmente. Os custos dos produtos industri-

ais se tornaram baixos e a produção mais rápida. A estrutura econômico-social da

humanidade sofreu mudanças significativas. As produções caseiras e localizadas em

oficinas foram abandonadas e o homem do campo foi atraído pela cidade industriali-

zada. Processa-se a transformação da sociedade rural e agrícola em sociedade ur-

bana.

A máquina à vapor foi uma das principais invenções que marcaram a época e

fez evoluir a indústria. Outra invenção de extrema importância para a indústria têxtil

foram os teares mecânicos, resultado de um prêmio oferecido pela Sociedade Ingle-

sa de Artes a quem inventasse uma máquina capaz de tecer seis fios ao mesmo

tempo.

1 Cala é a abertura entre os fios impares e pares da urdidura por onde passa a trama.

23

Em 1804, Jacquard, um engenheiro francês nascido em 1752, desenvolveu

os primeiros teares automáticos que, com um só movimento no pé, aciona todo o

mecanismo.

Trata-se de agulhas unidas por fios com pesos e molas. Por debaixo das agulhas passa um cartão. Este contém o desenho que se pretende exe-cutar, feito com abertos e fechados. De cada vez que as agulhas encon-tram um aberto, baixam, e a lançadeira passa o fio da trama (BRAHIC, 1998, p. 18).

Figura 3 – Tear de Jacquard Fonte: <http://forumpcs.ig.com.br>

Outro motivo que fez tecelões abandonarem o ofício, foi a chegada à Europa

de tecidos exóticos no final do século XVIII, quando as pessoas já haviam se cansa-

do dos tecidos artesanais. Tais tecidos possuíam cores vivas, materiais desconheci-

dos e preços baixos. Este ritmo desenfreado da industrialização continuou, e novos

tecidos, padronagens, cores e texturas foram surgindo à medida em que o homem

foi ficando mais exigente.

Com o surgimento do petróleo, no final do século XIX, a indústria têxtil apri-

morou ainda mais seus tecidos. O petróleo abriu caminhos para o surgimento de

novas fibras têxteis químicas. Têm o nome de sintéticas quando formadas por sínte-

se química, e artificiais, quando misturadas a substratos naturais. Outra vantagem

que a indústria petrolífera proporciona são os produtos químicos utilizados para tin-

gimento de fibras, fios e tecidos.

No século XX, o movimento hippie surgiu nos anos 70 sob uma forma de pro-

testo pacífico contra a industrialização e o consumismo desenfreado da sociedade

capitalista. A ideologia desse grupo era valorizar e recuperar as coisas boas do pas-

sado. As atividades artesanais foram readaptadas na época. Dentre os artesanatos

que possuíam atividades intensas no movimento hippie estava o crochê, o tricô, os

24

tingimentos manuais como o tie-dye, e a tecelagem. “Os artesãos são, em geral,

gente calma, com outro ritmo e outra forma de entender a vida” (BRAHIC, 1998, p.

20). A partir dessa época, os trabalhos artesanais, incluindo a tecelagem manual,

tomam espaço na sociedade novamente, como forma de propagar a paz, sem de-

pender da indústria. Hoje a tecelagem é uma atividade realizada por muitas pessoas

como lazer ou como fonte de renda.

3.3 A tecelagem manual integrada à moda

A moda é um sistema de transformações contínuas, que muda de ano a ano,

de estação a estação. Rech (2002), de uma maneira universal, define: “A moda

compreende mudanças sociológicas, psicológicas, estéticas, intrínsecas à arquitetu-

ra, às artes visuais, à música, à religião, à política, à literatura, à perspectiva filosófi-

ca, à decoração e ao vestuário”.

O vestuário passou por processos evolutivos e a moda tem sua história mar-

cada pela Revolução Industrial, que a industrializou, produziu-a em massa, passan-

do pela sociedade de consumo, e hoje fazendo parte do sistema globalizado. “Dife-

rentemente da moda, o costume liga-se a tradições do espaço, orgulha-se do país,

prestigia e imita os ancestrais, assegura a permanência costumeira do coletivo coe-

so” (CARLI, 2002, p. 46). Isso explica porque muitas pessoas ainda se interessam

por produtos artesanais, principalmente os de origem regional e nacional. O artesa-

nato surge no meio do mundo da moda como uma agregação de valores. A moda,

massificada pela indústria, busca um escape para se diferenciar e ganhar mercado;

afinal, as pessoas não querem sair na rua uniformizadas. O artesanato, enfatizando

a tecelagem manual, faz esse papel e muito bem, tendo em vista que cada peça é

realizada por alguém que pode utilizar técnicas e materiais diferenciados. Cada peça

é única e a sensação de originalidade satisfaz o ser humano.

3.4 Hand made: a arte do tear

Tear é uma ferramenta simples, que permite o entrelaçamento de uma manei-

ra ordenada da trama e urdidura, formando o tecido, e é composto por (TECELA-

GEM MANUAL, 2008):

25

Figura 4 – Tear manual Fonte: Arquivo pessoal

Urdidura é o conjunto de fios tensos paralelos e colocados no sentido do

comprimento do tear.

Trama é o conjunto de fios passados no sentido transversal do tear com auxí-

lio de uma agulha (navete).

Cala é a abertura entre os fios ímpares e pares da urdidura por onde passa a

trama.

Pente é a peça que permite levantar e abaixar alternadamente os fios da urdi-

dura, para permitir a abertura da cala e a passagem da trama.

O tear manual de pente-liço é montado com dois rolos, dianteiro e traseiro e

duas laterais. O pente do tear fica preso ao tear através da urdidura, que é colocada

cada vez que se monta um trabalho.

O rolo do tecido é a peça onde vai sendo enrolada o trabalho tecido. Á medi-

da que o trabalho se desenvolve, esta peça gira, sendo fixada com catracas.

O rolo urdidor é a peça onde é enrolada a urdidura inicial. À medida que o

trabalho vai se desenvolvendo, esta peça gira, de maneira a utilizar a urdidura ali

enrolada.

Os protetores são as peças que protegem a urdidura e a peça tecida, dos

dentes de fixação, existentes nos rolos urdidor e do tecido.

O pente é a peça mais importante do tear. Constituída de furos e fendas, por

onde passam os cabos da urdidura, seu movimento vertical efetua a troca dos fios

da urdidura (superiores e inferiores), o que dá origem ao processo de tecelagem.

26

Figura 5 – Componentes do tear manual Fonte: Arquivo pessoal

A tecelagem manual possui inúmeras possibilidades de padrão com a varie-

dade de materiais, cores, texturas e suas combinações, originando produtos origi-

nais e com valor agregado.

Figura 6 – Fios e tecidos de tear Figura 7 – Fios e tecidos

Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Figura 8 – Tecido de tear Figura 9 – Tecido de tear

Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Figura 10 – Almofada de tear Figura 11 – Tecido de tear

Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

27

3.5 Surfwear feminino

A história do surfwear feminino iniciou muito antes do surgimento do próprio

nome ou mesmo da moda. Em 1600, as rainhas da Polinésia surfavam nuas, até que

os missionários apareceram e exigiram que fossem à praia cobertas do pescoço ao

joelho. Essa foi a semente do surfwear feminino. Por volta de 1910, as roupas eram

de algodão e não existiam decotes. Depois, vieram os micro-vestidos e, nos anos

50, duas peças, um short e uma camiseta regata. Na década seguinte, a cintura bai-

xou, porém os tecidos eram mais pesados, bem diferentes dos usados hoje, com

alta tecnologia.

Na década de 1960, o surf feminino começou a ter visibilidade no mundo, mas

foi na década de 1980 que ganhou fortalecimento com as empresas de surfwear.

Além disso, as larguras, o volume e curvatura da prancha foram adequados ao corpo

das mulheres. As primeiras competidoras apareceram com o surgimento dos primei-

ros campeonatos e dos circuitos internacionais profissionais. Mas é somente na dé-

cada de 1990 que o surf feminino ganhou destaque na mídia nacional e internacio-

nal.

Somente em 1998 foi realizado o primeiro circuito exclusivamente feminino,

composto por três etapas, o Festival Surf Trip de Surf Feminino. Na virada do milê-

nio, a mudança na estrutura de campeonatos de surf foi maior com empresas inves-

tindo no setor e sendo criado o Supersurf nos moldes do circuito mundial, onde são

selecionados os 44 melhores surfistas homens e as 15 melhores surfistas mulheres,

proporcionando premiações nunca antes oferecidas em um circuito nacional.

A capital de Santa Catarina possui um dos melhores circuitos profissionais do

Brasil e o mais forte circuito amador, alem de sediar duas etapas do tour mundial.

Desta maneira, muitos surfistas passaram a freqüentar o estado atrás de suas prai-

as, fazendo do esporte um dos principais focos de atração turística. E, além do tu-

rismo, outros negócios ligados ao surf, como roupas, equipamentos, serviços, cam-

peonatos e publicações especializadas passaram a ter impacto positivo na economia

local, – o que fez Florianópolis merecer o título da capital brasileira do surf – atraindo

assim também esse grande público de surfistas e simpatizantes deste estilo de vida

à todo litoral do estado de Santa Catarina.

3.6 Temática

28

A escolha do tema “Bali: beleza, magia e cultura” é o elemento verdadei-

ramente diferenciador e é ele que cria um elo de ligação entre as peças da coleção,

seduzindo o consumidor.

Figura 12 – Painel da temática

Fonte: Produzido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Misticismo, magia, arte, beleza, religiosidade, cultura milenar, praias irresistí-

veis, templos e vulcões se misturam em um mesmo destino muito procurado pelos

surfistas: a ilha de Bali, também conhecida como “ilha dos deuses” ou “ilha da paz”.

Figura 13 – Mapa da ilha de Bali Fonte: <http://www.corbis.com>

Banhada pelo Oceano Índico, Bali é a mais bela e exótica das 13.667 ilhas da

Indonésia, com apenas 5.632 quilômetros quadrados de terra e uma população total

de aproximadamente 3.021.247 pessoas.

Os habitantes da ilha de Bali costumam, tradicionalmente, atribuir uma origem

mística à ilha de Bali. O mito diz que nos primórdios tudo era o mar e o vazio. Então,

eis que surgiu uma tartaruga gigante, a qual trazia Bali em cima de seu imenso cas-

co. No céu flamejante de Bali, encontrava-se o paraíso ancestral e, acima de tudo, o

29

domínio dos Deuses. No entanto, as profundezas do mar eram habitadas por demô-

nios do além e por seres humanos infelizes.

Barong é o Deus protetor da ilha de Bali e representa as forças do Bem. Sua

imagem está relacionada à proteção.

Figura 14 – Barong Fonte: <http://www.bali-indonesia.com>

As mulheres usam geralmente uma blusa com manga comprida e um sarong

ou kain. O sarong é uma longa tira de pano que se envolve em torno do corpo; o

kain é similar, porém com as extremidades costuradas. Os homens usam camisas

com calça ou um sarong.

Figura 15 – Sarongs Figura 16 – Mulheres usando sa-

rongs Fonte: <http://www.balilife.com> Fonte: <http://www.orientalgate.com.br>

A estamparia reflete o sonho, a fantasia e a expressão de alegria, aliada a te-

cidos de qualidades infinitas, tendo como principal o rayon, leve, sutil e suave, algo

que se incorpora à pele naturalmente, em cores ora agressivas, ora com com

tendência a tons mais suaves, tipo pastéis.

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Figura 17 – Tecidos estampados Fonte: <http://www.indonesia.com>

A dança e as artes em geral estão presentes no cotidiano de todas as famí-

lias.

As danças tradicionais de Bali na verdade são uma mistura de dança e teatro.

Cada uma das danças tem uma história que é dramatizada pelos atores dançarinos.

Figura 18 – Dançarina balinesa Fonte: <http://www.corbis.com>

Apesar de localmente ser chamada de dança, é como se fosse um musical. A

perfeita combinação de boa música (tocada ao vivo), coreografias e dramaturgias

históricas, belos figurinos e um clima de fantasia fazem com que as danças de Bali

sejam simplesmente encantadoras.

As mais famosas são a Gambuh, com mais de mil anos e da qual derivam to-

das as outras; a Legong, dança muito difícil, que exige grande destreza e geralmen-

te é realizado por mulheres jovens; a Pendet, antiga e tradicional, simboliza a recep-

ção alegre dos deuses; a Kecak, a dança dos macacos; e a Barong, uma competi-

ção entre as forças opostas de Rangda – caos e destruição – e Barong – ordem –,

que simboliza a eterna luta entre o bem e o mal.

31

Figura 19 – Dança Legong Figura 20 – Dança Pendet Fonte: <http://www.corbis.com> Fonte: <http://www.corbis.com>

Figura 21 – Dança Kecak Figura 22 – Dança Barong Fonte: <http://www.indonesia-brasil.org.br/> Fonte: <http://www.indonesia-brasil.org.br/>

A arte balinesa não é encarada como expressão individual, mas sim como

forma de expressão religiosa coletiva; desse modo, as obras não possuem autores e

pertencem a todos da comunidade. Apesar das invasões japonesas, holandesas e,

mais recentemente, dos turistas, Bali segue preservando de maneira espantosa seu

patrimônio cultural.

Ubud, a capital da província de Bali, recebe o título de capital cultural e

artesanal da ilha por seus museus, galerias e mercado de arte.

A primeira coisa que caracteriza a arte de Bali é o seu comprometimento

religioso. Os objetos de arte são feitos quase sempre com finalidade religiosa, para

louvar aos deuses, ajudar na comunicação com eles e servir de elo entre as pessoas

e o divino. Praticamente todas as pessoas, homens e mulheres, envolvem-se com

alguma atividade artesanal, pois isso faz parte da cultura e da atividade cotidiana da

população. Dessa forma, a produção de artesanato é muito grande e transformou

Bali em uma ilha de negócios de artesanato famosa em todo o mundo.

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Figura 23 – Artesanato de Bali 1 Figura 24 – Artesanato de Bali 2 Fonte: <http://www.indonesia-brasil.org.br/> Fonte: <http://www.indonesia-brasil.org.br/>

Figura 25 – Artesanato de Bali 3 Figura 26 – Artesanato de Bali 4 (fi-guras divinas)

Fonte: <http://www.indonesia-brasil.org.br/> Fonte: <http://www.indonesia-brasil.org.br/>

Figura 27 – Artesanato de Bali 5 (“O beijo”)

Figura 28 – Artesanato de Bali 5 (máscara)

Fonte: <http://www.indonesia-brasil.org.br/> Fonte: <http://www.indonesia-brasil.org.br/>

33

A vila de Ubud é a vila dos pintores. Os museus mais importantes de Ubud

são o Puri Lukisan e o Agung Rai, os quais estão situados no meio de belos jardins

e possuem um impressionante acervo de pinturas balinenses clássicas.

Figura 29 – Pintura balinesa no Museu Puri Lukisan

Figura 30 – Pintura balinesa no Museu Puri Lukisan

Fonte: <http://www.indonesia-brasil.org.br/> Fonte: <http://www.indonesia-brasil.org.br/>

Na vila de Celuk estão a maioria dos artesões de prata com peças feitas à

mão de beleza indescritível.

Butubulan é onde ficam os escultores em pedra. As esculturas são de ani-

mais, dragões, pessoas, entre outras. Na maioria das vezes, as estátuas estão ves-

tidas com uma saia quadriculada em branco-e-preto, para equilibrar as forças positi-

vas e negativas.

Figura 31 – Escultura em pedra (Sapo)

Figura 32 – Escultura em pedra (Leão)

Fonte: <http://www.bali-indonesia.com> Fonte: <http://www.bali-indonesia.com>

34

Os escultores de peças em madeira são encontrados na vila de Mas.

De todas as ilhas que formam o arquipélago da Indonésia, Bali é a única onde

a religião predominante é hindu. Os balineses tem como principal filosofia de vida o

Karma que consiste em que tudo que você faz aos outros volta para você, tanto o

bem quanto o mal.

A origem da religião em Bali aconteceu há cerca de seis séculos, numa época

em que o islamismo já era predominante em todo o sudeste asiático, quando uma

dinastia hinduísta decidiu emigrar para a ilha de Bali, seguida de uma legião de inte-

lectuais, sábios, dançarinos, pintores, escultores e vários tipos de artistas e artesãos

que contribuíram para a formação cultural da ilha.

A religião em Bali é uma fusão do hinduísmo com budismo e é, por isso, um

pouco diferente do hinduísmo de outros países como a Índia, por exemplo.

Dia Nyepi, o dia do silêncio balinês, que cai no dia que segue a lua negra do

equinócio de verão, abre um novo ano da era Saka Hindu. Nyepi é um dia para se

criar e manter o equilíbrio da natureza. Segundo a crença local, durante o Nyepi, é

necessário convencer os maus espíritos de que a ilha está desabitada, de que não

resta nenhuma alma viva para atormentar.

A festa mais importante em Bali é a Galugan, o ano novo, que acontece a ca-

da 210 dias.

Figura 33 – Galung Fonte: <http://www.indonesia.com>

Os balineses, principalmente as mulheres, fazem rituais diários (três vezes ao

dia, ao amanhecer, meio dia e final de tarde) com oferendas feitas de arroz, frutas,

incensos, moedas e flores organizados dentro de uma minúscula bandejinha feita

com folhas, com o objetivo de agradecer aos deuses pela vida, alimento e proteção,

e para que a vida siga em harmonia com o planeta.

35

Figura 34 – Oferendas Figura 35 – Mulheres com oferendas Fonte: <http://www.indonesia-brasil.org.br/> Fonte: <http://www.indonesia-brasil.org.br/>

O Gunung Agung, com mais de três mil metros de altitude, é a “montanha

mãe”, para onde se encontra virada a fachada do templo Pura Besakih.

Os templos de Bali refletem a cultura desse povo de aspectos únicos na hu-

manidade, com sua arte e arquitetura impecáveis. Os templos mais famosos são o

de Besakih, Tanah Lot, Uluwatu, e Ulun Danu.

Pura Besakih é o maior, mais sagrado e venerado templo de toda a ilha, con-

tém o nome do Dragão Deus que se acredita que habita as montanhas, e fica na

encosta da montanha Gunung Agung, a apenas seis quilômetros da cratera do vul-

cão.

Tanah Lot é um dos pontos turísticos mais fascinantes de Bali. A rocha onde

este templo foi erguido é cercada de água na maré alta, por isso só é possível entrar

na maré baixa. Tanah Lot fica à beira do Oceano Pacífico, no sudoeste de Bali e foi

construído no século XV.

Figura 36 – Templo Pura Besakih Figura 37 – Templo de Tanah Lot Fonte: <http://www.bali-indonesia.com> Fonte: <http://www.bali-indonesia.com>

36

O templo Luhur Uluwatu, mais ao sul, conhecido como "templo dos macacos",

fica em um penhasco e tem um pôr-do-sol que é o sinal definitivo de que os deuses

hinduístas merecem as oferendas floridas que o povo, todos os dias, espalha pela

ilha. O templo é habitado por duzentos macacos (que vivem soltos), animais sagra-

dos para os balineses e a sua construção data do século XI.

Figura 38 – Templo Luhur Uluwatu Figura 39 – Templo Luhur Uluwatu no pôr-do-sol

Fonte: <http://www.bali-indonesia.com> Fonte: <http://www.bali-indonesia.com>

O templo Pura Ulun Danu fica no lago Bratan e é rodeado de montanhas e

pequenas aldeias de artesãos.

O Pura Taman Ayun, conhecido como Templo do Belo Jardim, num jardim de

diferentes níveis, é enfeitado com estátuas de divindades.

Figura 40 – Templo Pura Ulun Danu

Figura 41 – Templo Pura Taman Ayun

Fonte: <http://www.nakbali.com> Fonte: <http://www.nakbali.com>

Os ritos fúnebres são as cerimônias de mais relevo na cultura balinense. Para

os habitantes da ilha de Bali o grande objetivo da vida é a realização de uma boa

cremação dos integrantes da família.

37

Durante a cerimônia de cremação, são feitas oferendas pela comunidade e

algumas danças típicas são encenadas pelos dançarinos. Então, todos os homens

se unem e dão várias voltas no sarcófago para confundir o espírito e assegurar que

ele não retornará para sua casa. Só aí é que o corpo começa a ser queimado.

Com a destruição do corpo, sua alma é finalmente liberada para o convívio de

seus ancestrais; o que representa um momento de grande felicidade para a comuni-

dade. As cinzas são, então, atiradas ao mar. O mar é elemento de grande simbolo-

gia para o povo de Bali, uma vez que é dele que a ilha surge (conforme inicialmente

citado no mito). O mar compreende também a noção de movimento e efemeridade

contida na crença de vidas posteriores do Hagma Hindu.

Hoje em dia, Bali é o ponto de partida para a maioria de surfistas que visitam

a Indonésia e se aventuram em viagens de surf pelas ilhas em busca de suas inigua-

láveis ondas perfeitas.

O surf não fazia parte da cultura local antes do séc. XX e os habitantes da ilha

acreditavam que no mar viviam seres do mal e sempre preferiram morar nas monta-

nhas, lugares que acreditavam serem habitados por espíritos do bem. Hoje em dia,

este esporte tornou-se muito popular entre os balineses e é cada vez maior o núme-

ro de locais (nativos) surfando.

Todos os dias, as ondas são perfeitas (já que o fundo do mar é estável, por

ser de coral) e, diariamente, o vento contribui para a formação das ondas. Além dis-

so, existem diversas praias com opções de ondas maiores ou menores e todas com

tubos (uma das manobras preferidas dos surfistas).

Figura 42 – Surf em Bali 1 Figura 43 – Surf em Bali 2 Fonte: <http://www.balisurfconnection.com> Fonte: <http://www.balisurfconnection.com>

38

O clima em Bali é bem dividido, sendo a estação seca (inverno) ou alta tem-

porada, de abril a novembro, tendo seu ápice em julho e agosto; a chuvosa (verão)

ou baixa temporada, que vai de dezembro a março. Durante a estação seca é que

sopram os famosos “Trade Winds”, ventos constantes do quadrante leste/sudeste,

que entram quase diariamente no lado mais cobiçado da ilha (costa oeste). A costa

leste da ilha recebe esse vento de maral2.

A temperatura permanece quente durante o ano inteiro ( 35ºC), sendo as

mais baixas em torno de 15ºC em algumas noites da estação chuvosa.

As opiniões e desejos são cada vez mais moldados pelas informações que

assimilamos do mundo, que está se tornando um lugar muito menor devido ao rápi-

do avanço nos sistemas de comunicações e transportes. Na atual cultura global, os

consumidores costumam apreciar produtos que os transportam para lugares diferen-

tes e lhes permitem experimentar a diversidade de outras culturas.

3.7 Tendências dos acessórios para o verão 2009

Figura 44 – Painel de tendências

Fonte: Produzido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Segundo a Revista Lançamentos, as tendências de moda para os acessórios

do verão 2009 são as seguintes:

2 O vento terral tem este nome porque sopra da terra para o mar. Um vento quente, geralmente alisa o mar e torna as ondas muito boas.

39

Quanto às formas, estará em alta a ação de costurar pedaços – regulares

ou irregulares; desconstruir para reconstruir – usando linhas interrompidas ou que

avancem umas sobre as outras, estabelecendo novos critérios de beleza.

Muitas pregas, bordados, aplicações, correntes, patchworks e bolsos cargo.

As cores da nova estação são apresentadas em tons vibrantes e pastéis,

como verdes, amarelos, limão, laranjas, corais, pinks, vermelhos, violetas, azuis,

cinzas, neutros, marrons e caquis.

As estampas aparecerão em florais (pequenas, médias e grandes), insetos

(borboletas e libélulas), tie-dyes, padrões geométricos – xadrez, listras, estrelas e

poás – abstrações e referências etnotribais.

Quanto aos tecidos, tafetá, brocado, sarjas, telas, viscolycra.

Couros com aparência rústica (camurça).

40

4 PESQUISA DE CAMPO Segundo Marconi (1990), pesquisa de campo é:

aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimen-tos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar ou, ainda, descobrir novos fenôme-nos ou as relações entre eles (p. 75).

A presente pesquisa trará as informações necessárias em relação ao público,

ao ambiente de uso, ao questionário e as entrevistas.

4.1 Público-alvo

Figura 45 – Painel do público-alvo

Fonte: Produzido pela acadêmica Luiza Peduzzi

O público-alvo a ser atingido neste projeto são jovens mulheres, na faixa dos

vinte aos trinta anos, que surfam ou que simplesmente simpatizam com este estilo

de vida junto à natureza. São pessoas de bem com a vida, que apreciam a vida ao

ar livre e estar na companhia dos amigos, freqüentam campeonatos de surf, são a-

deptas de novas culturas, ligam-se às tendências de moda, são consumistas, ado-

ram novidades e não dispensam o uso de acessórios para se diferenciar e compor

seus looks no dia-a-dia.

41

4.2 Ambiente de uso

Figura 46 – Painel do ambiente de uso

Fonte: Produzido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Os acessórios desta coleção podem ser usados tanto no dia-a-dia, no traba-

lho e em viagens, quanto em baladas, pois apresentam conforto, praticidade, funcio-

nalidade, design e estilo diferenciado, características comuns a todas essas ocasi-

ões.

4.3 Questionário

Gil (1994) explica o questionário como uma técnica de investigação composta

por um número mais ou menos elevado de questões, apresentadas por escrito às

pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, inte-

resses, expectativas, situações vivenciadas, etc., e indica-o como uma das mais im-

portantes técnicas disponíveis para a obtenção de dados nas pesquisas sociais (p.

124)

Foram aplicados 35 questionários junto ao público-alvo desta coleção, nas ru-

as, praias e universidades das cidades de Balneário Camboriú e Florianópolis, no

período de 10 a 20 de setembro de 2008.

O modelo do questionário segue no apêndice B.

42

4.3.1 Análise dos questionários

Gráfico 1: Quanto à idade das participantes da pesquisa

34%57%

9%

24 à 26 anos

20 à 23 anos

27 à 30 anos

Fonte: Pesquisa de campo

A pesquisa mostra que a maior parte das consumidoras de surfwear está en-

tre 24 a 26 anos, somando 57% das entrevistadas; 34% estão entre 20 a 23 anos e

os outros 9%, entre 27 a 30 anos. Os dados indicam que o mercado surfwear para a

região estudada representa a expressão da moda como comportamento e estilo de

vida de uma população jovem.

Gráfico 2: Quanto ao estilo

6%9%

9%

11%

14%

31%

20%

Surfista

Básico

Alternativo

Casual

Fashion

Patricinha

Hippie

Fonte: Pesquisa de campo

Quando questionadas quanto ao estilo, 31% das entrevistadas se dizem per-

tencentes ao estilo surfista e 20% ao estilo básico. Entre os outros estilos, mostra-se

43

um certo equilíbrio, com 14% pertencentes ao estilo alternativo, 11% ao casual, 9%

aos estilos fashion e patricinha, e a minoria, com 6%, ao estilo hippie.

Gráfico 3: Simpatizantes do estilo

6%

94%

Sim

Não

Fonte: Pesquisa de campo

Observa-se que 94% das entrevistadas é simpatizante do estilo do surf e que

apenas 6% não é simpatizante. O segmento surfwear seduz um público bem mais

amplo do que o universo dos seus praticantes, pois engloba também os seus simpa-

tizantes. As pessoas usam acessórios de surf não só pela qualidade dos produtos,

mas também pelo seu apelo visual e beleza, além de conseguir uma imagem asso-

ciada ao estilo de vida do esporte.

Gráfico 4: Realização de práticas esportivas

26%

74%

Sim

Não

Fonte: Pesquisa de campo

44

Percebe-se que grande parte das entrevistadas, isto é, 74% realizam práticas

esportivas contra 26% que não realizam prática alguma. Entre os esportes citados

pelas consumidoras de surfwear, destaca-se as atividades desenvolvidas nas aca-

demias e o próprio surf. Outros esportes como caminhada, corrida, natação e ioga

também foram bastante citados. Outro item que merece destaque é o fato da maioria

das consumidoras praticarem mais de um esporte.

Gráfico 5: Freqüência das práticas esportivas

40%

43%

17%

Sempre

Às vezes

Raramente

Fonte: Pesquisa de campo

Entre os praticantes de esportes, as freqüências são bem divididas, com 43%

para os que praticam esportes regularmente e 40% para os que praticam às vezes, e

com apenas 17% para os que raramente praticam algum esporte.

Gráfico 6: Opções de lazer

11%

9%

66%

14%

Praia

Piscina

Cachoeira

Shopping

Fonte: Pesquisa de campo

45

Dentre as opções citadas, quando questionadas quanto às opções de lazer, a

grande maioria, ou seja, 66%, optou pela praia, enquanto que 14% optou pela pisci-

na, 11% pelo shopping, e 9%, por cachoeira. A opção fazenda não foi citada por ne-

nhuma das entrevistadas. Confirma-se aí essa forte ligação das consumidoras de

surfwear com a praia, a natureza e a vida ao ar livre.

Gráfico 7: Gosto por artesanato

9%

91%

Sim

Não

Fonte: Pesquisa de campo

O gosto desse público por artesanatos em geral é considerável, com 91% de

aceitação, contra apenas 9% que diz não apreciar.

Gráfico 8: Objetos com simbologia ou misticismo

14%

86%

Sim

Não

Fonte: Pesquisa de campo

Percebe-se que grande parte das entrevistadas, ou seja, 86%, procuram al-

guma simbologia ou misticismo em seus objetos de decoração, e apenas 14% não

46

buscam misticismo algum. Isso comprova que este público tem forte ligação com

assuntos místicos, e acaba repassando isso ao seu estilo de se vestir.

Gráfico 9: Marcas de surfwear mais consideradas

8%9%

10%

12%

15%

25%

21%

Billabong

Roxy

Volcom

Mormaii

Oakley

Rip Curl

Outras

Fonte: Pesquisa de campo

Das opções apresentadas para as entrevistadas, as marcas Billabong, com

25% e a Roxy, com 21% foram as mais votadas. Depois aparecem as marcas Vol-

com, com 15%, Mormaii, com 12%, Oakley, com 10% e Rip Curl, com 9% do total.

Na opção outras, somando 8%, foram citadas as marcas Hang Loose e Tropical

Brasil.

Gráfico 10: Acessórios mais investidos pelas entrevistadas

7%7%

9%

13%

48%

16%

Bolsa

Cartucheira

Cinto

Carteira

Necessaire

Outro

Fonte: Pesquisa de campo

A pesquisa mostra que as consumidoras de surfwear investem mais em bol-

sa, somando 48% das opções, seguida da cartucheira com 16%. Os demais acessó-

47

rios, entre eles o cinto, com 13%, a carteira, com 9% e a necessaire, com também

9% ficaram bem divididos. Na opção de outro acessório além dos listados, foram

citados mochilas e bonés, somando 7% do total.

Gráfico11: Característica mais relevante no acessório

11%

10%

9%

12%

43%

15%

Estética

Conforto

Preço

Originalidade

Qualidade

Funcionalidae

Fonte: Pesquisa de campo

Quando questionadas sobre a característica mais relevante que leva a con-

sumidora a comprar o acessório, 43%, ou seja, a grande maioria, optou pela estéti-

ca. E com pequenas diferenças percentuais, ficaram as outras características, como

o conforto, com 15%, o preço com 12%, a originalidade com 11%, a qualidade com

10% e a funcionalidade com 9%.

Gráfico 12: Quanto às tendências de moda

26%

74%

Sim

Não

Fonte: Pesquisa de campo

48

A grande maioria do público entrevistado diz-se ligada às novidades e ten-

dências da moda, representando 74% do total, e apenas 26% diz não ligar para es-

tas tendências.

Gráfico 13: Preferência por tecidos

26%

54%

20%Mistura de lisocom estampado

Estampados

Lisos

Fonte: Pesquisa de campo

Percebe-se que grande parte das entrevistadas, totalizando 54% do total, tem

preferência por misturas de tecidos liso com estampados em seus acessórios. Com

26% está a preferência por tecidos estampados e 20% por tecidos lisos.

Gráfico 14: Preferência por modelos

29%

40%

31%

Texturas etramados

Detalhes deaviamentos eapliques

Simples

Fonte: Pesquisa de campo

Quando questionadas sobre o modelo de preferência, houve um equilíbrio en-

tre todas as opções apresentadas, resultando num total de 40% para modelos com

49

texturas e tramados, 31% para detalhes de aviamentos e apliques e 29% para mo-

delos simples.

Gráfico 15: Acessórios encontrados no mercado

12%

57%31%

Sim

Às vezes

Não

Fonte: Pesquisa de campo

A pesquisa mostra que, quando questionadas se encontram no mercado mo-

delos de acessórios de sua preferência para compra, a maioria das entrevistadas, ou

seja, 57%, responde que sim, enquanto que 31% diz que encontra apenas às vezes

e 12% relata que não encontra, citando a inexistência de compartimentos internos

adequados e a pouca opção de modelos.

Gráfico 16: Local de compra dos acessórios

9%

9%

14% 48%

20%

Multimarcas

Feiras

Lojas damarca

Campeonatosde surf

Outro

Fonte: Pesquisa de campo

A grande maioria do público entrevistado efetua suas compras em lojas mul-

timarcas, somando 48% do total. Com 20% ficaram as compras em feiras, 14% em

50

lojas próprias da marca e 9% em campeonatos de surf. Na opção de outro lugar,

foram citadas compras em viagens com 9%.

Gráfico 17: Freqüência de compra dos acessórios

9%5%

9% 40%

37%

1 vez em 15dias

1 vez por mês

1 vez porsemana

1 vez em 2meses

1 vez em 3meses

Fonte: Pesquisa de campo

Das opções apresentadas para as entrevistadas em relação à freqüência de

compra, 40% relata que compra acessórios surfwear uma vez a cada quinze dias e

37%, uma vez por mês. Isso mostra que esse público consome esses produtos regu-

larmente. A minoria efetua a compra uma vez por semana e uma vez a cada dois

meses, com 9% cada, e apenas 5% compra uma vez a cada três meses.

Gráfico 18: Valor pago pelos acessórios

14%

9%

23%

31%

23%

R$ 70,00 à R$100,00

R$ 100,00 à R$150,00

R$ 40,00 à R$70,00

Mais de R$150,00

Menos de R$40,00

Fonte: Pesquisa de campo

Quando questionadas sobre quanto pagam por esses acessórios, a maioria,

ou seja, 31%, diz pagar de R$ 70,00 à R$ 100,00, que representa um valor conside-

51

rável. As demais pagam de R$ 100,00 à R$ 150,00 e de R$ 40,00 à R$ 70,00, com

23% cada; 14% paga mais de R$ 150,00 e 9%, menos de R$ 40,00.

Os questionários aplicados mostraram que a maior parte das consumidoras

de surfwear está entre 24 a 26 anos, e que mesmo quando pertencentes a outros

estilos, a grande maioria das entrevistadas é simpatizante do estilo surfista. Praticam

esportes, preferem a praia como opção de lazer, são adeptas do misticismo e gos-

tam de artesanatos. São consumistas, ligadas nas tendências de moda e apreciam

as grandes marcas de surf. Para comporem seus looks investem mais em bolsas,

mas também em outros acessórios, e priorizam a estética como fator decisivo na

hora da compra.

4.4 Entrevistas

Segundo Gil (1994), a entrevista é uma técnica muito eficiente para a obten-

ção de dados em profundidade acerca do comportamento humano.

A entrevista utilizada é do tipo estruturada, desenvolvida a partir de uma rela-

ção fixa de perguntas, apresentadas na mesma ordem para todos os entrevistados.

Foram realizadas seis entrevistas com funcionários de lojas de Balneário

Camboriú e Florianópolis que vendem acessórios para o público que aprecia o estilo

surfwear. Buscou-se as características específicas mais procuradas por este público

nos acessórios.

4.4.1 Análise das entrevistas

Foram entrevistados vendedores das lojas Aloha, Parafina, Jaws e Gang de

Balneário Camboriú e Sul Nativo e Jeffrey´s Bay de Florianópolis, durante o período

de 22 à 25 de setembro de 2008. O modelo de entrevista está no apêndice C.

Analisando as entrevistas foi constatado que os acessórios mais vendidos

nestas lojas são bolsas, carteiras, mochilas e óculos, das marcas Roxy, Billabong,

Element, Volcom e Rip Curl, MCD. As consumidoras de surfwear compram mais pe-

la estética do que pela marca em si, e buscam nestes produtos, além da estética,

características básicas, praticidade, funcionalidade e exclusividade. Esse público

tem preferência por acessórios feitos de tecidos leves, algodão, viscolycra e couro,

na maioria das vezes em modelos estampados, mas também em modelos lisos. O

52

estilo deste público, segundo as entrevistadas, é variado, e vai desde patricinha ao

esportivo, além do próprio surfwear, e que prevalece as consumidoras simpatizantes

do estilo. E quem além das próprias consumidoras, quem efetua as compras nas

lojas são as mães, pais, tias, amigas e namorados.

53

5 PESQUISA DE MERCADO

A pesquisa de mercado marca o início da coleta de dados para se retirar in-

formações adequadas e consistentes em relação aos produtos e aos concorrentes.

5.1 Concorrentes

A análise dos concorrentes é feita a partir das características dos produtos

que poderiam concorrer com o novo produto proposto, examinando aqueles que os

consumidores poderiam comprar em seu lugar, em busca das mesmas funções.

Segundo Baxter (1998), a análise dos produtos concorrentes visa três objeti-

vos gerais: “descrever como os produtos existentes concorrem com o novo produto

previsto; identificar ou avaliar as oportunidades de inovação; e fixar as metas do no-

vo produto, para poder concorrer com os demais produtos” (p. 131)

Os concorrentes analisados foram as marcas: Billabong, Mormaii, Roxy e Vol-

com, todas voltadas para o público-alvo que se pretende atingir e consolidadas no

mercado com produtos de qualidade e com estilo.

5.1.1 Billabong

A Billabong foi fundada na Austrália em 1973, por um surfista chamado Gor-

don Smith Merchant e sua esposa, Rena Merchant, que começaram fabricando ber-

mudas em sua própria casa de frente para o mar.

Atualmente a Billabong é uma das marcas líderes do segmento desenvolven-

do e distribuindo produtos de vestuário e acessórios por mais de 100 países, e ainda

patrocinando atletas em diversas modalidades de esportes praticados com prancha.

Além dos plano de expansão comercial, a empresa tem fortes estratégias de

marketing. Desde a década de 70 não deixa de patrocinar eventos e competições

junto a seu público-alvo, o que contribuiu para a divulgação e valorização da marca.

Mantém estratégias de diversificação de produtos e mercados.

O Billabong Girls Pro, evento sancionado pela ASP (Associação de Surf Pro-

fissional), entidade máxima no esporte que rege o circuito mundial, é composto por

2 eventos, o ASP World Qualifying Series (WQS), divisão de acesso à elite do surf

mundial, e o ASP Women’s Word Championship Tour (WCT), primeira divisão de

surf profissional.

54

São mais de 150 lojas espalhadas pelas principais cidades do mundo, entre

elas Nova York, Sidney, Tóquio, Honolulu, Londres, Los Angeles, Barcelona, São

Paulo e Rio de Janeiro, entre diversas outras.

Além da Billabong e Billabong Girls, o grupo GSM - empresa de capital aberto

na bolsa de valores Australiana - é detentor também das marcas Element, Von Zip-

per, Kustom, Nixon, entre várias outras.

Figura 47 – Bolsa Billabong 1 Figura 48 – Bolsa Billabong 2

Fonte: <http://www.billabonggirls.com.br> Fonte: <http://www.billabonggirls.com.br>

Figura 49 – Bolsa Billabong 3 Figura 50 – Bolsa Billabong 4

Fonte: <http://www.billabonggirls.com.br> Fonte: <http://www.billabonggirls.com.br>

5.1.2 Mormaii

55

A história da Mormaii começou quando o médico Marco Aurélio Raymundo

sentiu os efeitos da água fria prejudicando o seu desempenho em mais uma seção

de surf, numa manha gelada de 1974 em Garopaba, ao sul de Santa Catarina.

Nas horas vagas, o médico conhecido como Dr. Morongo passou a desenvol-

ver e costurar suas próprias roupas de borracha, depois fez outras para seus ami-

gos, e logo instalou uma pequena fábrica na garagem de sua casa. Começava uma

história de sucesso que se transformou na maior fábrica de roupas de neoprene da

América Latina. Um sucesso baseado no conhecimento profundo de quem faz as

coisas com o coração e numa bem sucedida filosofia empresarial de liberalidade,

qualidade e responsabilidade.

A confecção de moda surgiu depois que suas wetsuits já faziam sucesso em

todo o Brasil. E foi seguindo esta mesma filosofia que surgiram as primeiras peças

de roupas Mormaii, para os surfistas se vestirem, surfarem durante o verão, e para

as namoradas dos surfistas ficarem ainda mais lindas.

Anos mais tarde, com o crescimento do número de consumidores e a mudan-

ça de comportamento dos próprios surfistas, foram desenvolvidas coleções Mormaii

com incrível variedade de produtos, mas sempre prezando pela qualidade e origina-

lidade no design.

Por causa da excelente aceitação, o processo se inverteu e hoje o setor de

confecção representa um dos maiores faturamentos do Grupo Mormaii, que a coloca

há vários anos como líder em vendas no mercado de surfwear brasileiro.

Figura 51 – Bolsa Mormaii 1 Figura 52 – Bolsa Mormaii 2

Fonte: <http://www.mormaii.com.br> Fonte: <http://www.mormaii.com.br>

56

Figura 53 – Bolsa Mormaii 3 Figura 54 – Bolsa Mormaii 4

Fonte: <http://www.mormaii.com.br> Fonte: <http://www.mormaii.com.br>

5.1.3 Roxy

A história da Quiksilver começou quando o surfista australiano Alan Green

decidiu ganhar a vida inventando “boardshorts”, e assim, tentar viver do surf, sua

grande paixão. Com a entrada de John Law na sociedade ambos começaram a de-

senvolver um novo conceito de bermudas especiais para a prática do surf e funda-

ram a Quiksilver em 1969 em Torquay, na Austrália. Poucos anos mais tarde conse-

guiram unir o design à funcionalidade, fazendo “boardshorts” para os melhores sur-

fistas do mundo. Quando em 1976, o americano Jeff Hakman, um dos primeiros sur-

fistas patrocinados pela marca, obteve a licença para produção e distribuição da

marca nos Estados Unidos, a empresa ganhou enorme impulso. Junto com seu ami-

go Bob McKnight, resolveram vender as peças no porta-malas de sua caminhonete,

enquanto viajavam de praia em praia na costa da Califórnia. Em 1985 iniciaram a

distribuição dos produtos em lojas de departamento. A primeira loja da marca foi a-

berta na praia de Newport (CA). O sucesso não parou por aí. Anos mais tarde a

marca conseguiu penetrar no grande mercado mundial e se tornou a maior e mais

bem sucedida empresa do setor no mundo. Para atender também o público femini-

no, nasceu a Roxy e sua linha de produtos foi ampliada contando também com reló-

gios, óculos, vestuário casual e acessórios em geral.

-Hoje em dia a Quiksilver e a Roxy vendem seus produtos em mais de 90 paí-

ses através de lojas próprias, cerca de 280 (em sua maioria concentradas na Austrá-

lia, Nova Zelândia e Estados Unidos), lojas especializadas e lojas de departamento.

57

Figura 55 – Bolsa Roxy 1 (frente e verso) Figura 56 – Bolsa Roxy 2

Fonte: <http://www.roxy.com> Fonte: <http://www.roxy.com>

Figura 57 – Bolsa Roxy 3 Figura 58 – Bolsa Roxy 4 (frente e verso)

Fonte: <http://www.roxy.com> Fonte: <http://www.roxy.com>

5.1.4 Volcom

Na primavera de 1991, Wooly e Tucker Hall partiram para Lake Tahoe (norte

da Califórnia) deixando tudo para trás afim de viver suas vidas.

Entre descidas pelas montanhas e muita curtição os dois tiveram um sonho

de começar uma marca baseada no segmento de snowboard e outros esportes que

eles amavam: o surf e o skate. Voltando para o sul da California, Wooly e Tucker

decidiram fazer o sonho acontecer.

O pai de Wooly emprestou US$ 5.000 e com isso nasceu a Volcom, que é

uma marca que foi criada para snowboarders, surfistas, skatistas, artistas, músicos,

videomakers e pensadores do amanhã. Foi criada com fundamentos da essência do

movimento Punk Rock. Juventude contra o estabelecimento.

58

Eles não tinham conhecimento sobre o mercado de confecção, então as ven-

das no primeiro ano foram quase inexistentes. Porém, o espírito e a criatividade da

Volcom despertaram simpatia nas pessoas.

Nos anos seguintes a marca foi tomando suas formas e as vendas foram

crescendo a cada temporada, e no final da década de 90 se tornou uma forte em-

presa.

Volcom Stone é espontânea, criativa e positiva. Dedicada à nova juventude.

Conservadorismo não existe, a juventude hoje está vivendo o futuro. Em um mundo

cheio de realidades complexas e falso idealismo, Volcom Stone abriu a porta para a

nova geração dos atletas undergrounds, inovadores e criativos. Este é um grupo de

excêntricos que tem escolhido a combinação dessas vertentes como a essência do

seu ritual diário.

É um mundo vivido no limite, com raízes bem fundamentadas, muitas via-

gens, novas descobertas, sem preocupação sobre o que as pessoas pensam. Isto é

o que mantêm essa alma viva.

Uma marca autêntica de LifeStyle, com um design inovador, marketing irreve-

rente e um produto de excelente qualidade, proporcionando uma combinação entre

estilo e performance. Posição única e privilegiada, sendo unificada e sólida nos

segmentos.

Atletas líderes e formadores de opinião fazem a imagem da marca, e definem

o conceito pela sua irreverência e originalidade. Patrocínio a profissionais e emer-

gentes: surfistas, skatistas, artistas, músicos e pensadores criam direta ligação com

os consumidores finais.

Figura 59 – Bolsa Volcom 1 Figura 60 – Bolsa Volcom 2

Fonte: <http://www.volcom.com/girls> Fonte: <http://www.volcom.com/girls>

59

Figura 61 – Bolsa Volcom 3 Figura 62 – Bolsa Volcom 4

Fonte: www.volcom.com/girls Fonte: www.volcom.com/girls

5.2 Análise dos concorrentes

Os concorrentes em geral apresentam produtos de alta qualidade, com estilo

diferenciado, tecidos ecológicos e tecnológicos.

Uma das características comuns às marcas é o fato de patrocinarem campe-

onatos de surf, e incorporarem atletas patrocinados formadores de opinião para fa-

zer a imagem da marca, associando-a a esse estilo de vida esportivo e saudável.

Os pontos de venda são de fácil acesso, presentes nos grandes centros, na

maioria das praias do litoral catarinense e também nos eventos de surf.

5.3 Estado do design

60

Figura 63 – Painel do estado do design

Fonte: Produzido pela acadêmica Luiza Peduzzi

O mercado vem oferecendo aos seus consumidores produtos de qualidade e

design diferenciado, nas últimas tendências da moda e com materiais ecológicos e

tecnológicos. Informações estas que são importantes e que podem ser inseridas na

coleção.

6 CONCEITUAÇÃO

61

Figura 64 – Painel do conceito

Fonte: Produzido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Os acessórios desta coleção apresentarão características artesanais, místi-

cas, de conforto, de originalidade e com estilo único e diferenciado, desenhados ex-

clusivamente para esse público tão exigente e ansioso por novidades.

7 CONCEPÇÃO DA CONFIGURAÇÃO DO PRODUTO

62

A seguir são descritos os atributos da coleção e mostradas as gerações

das alternativas, especificadas uma a uma com seus materiais e referentes inspira-

ções da temática, as alternativas escolhidas e seus ajustes, as cartelas de tecidos,

texturas, bordados, aviamentos e cores, e o processo de confecção das alternativas

escolhidas.

7.1 Definição dos atributos da coleção

A coleção de acessórios apresenta:

• Técnicas manuais;

• Bordados;

• Tecidos resistentes e de alta qualidade;

• Produtos exclusivos;

• Temática inspirada em Bali e suas belezas, magias e culturas.

7.2 Geração de alternativas

As gerações de alternativas foram desenvolvidas inspiradas na temática “Bali:

beleza, magia e cultura”, e apresentam muitos detalhes artesanais e bordados, tra-

zendo para esta coleção de acessórios para o verão 2009 da marca Haizzu, estilo e

originalidade.

Figura 65 – Alternativas 1 e 2

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

63

Figura 66 – Alternativas 3 e 4

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 67 – Alternativas 5 e 6

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 68 – Alternativas 7 e 8

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

64

Figura 69 – Alternativas 9 e 10

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 70 – Alternativas 11 e 12

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 71 – Alternativas 13 e 14

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

65

Figura 72 – Alternativas 15 e 16

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 73 – Alternativas 17 e 18

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 74 – Alternativas 19 e 20

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

66

Figura 75 – Alternativas 21 e 22

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 76 – Alternativas 23 e 24

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 77 – Alternativas 25 e 26

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

67

Figura 78 – Alternativas 27 e 28

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 79 – Alternativas 29, 30 e 31

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 80 – Alternativas 32 e 33

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

68

Figura 81 – Alternativas 34 e 35

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 82 – Alternativas 36 e 37

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 83 – Alternativas 38 e 39

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

69

Figura 84 – Alternativas 40 e 41

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 85 – Alternativas 42 e 43

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 86 – Alternativas 44 e 45

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

70

7.2.1 Alternativas escolhidas

Entre as quarenta e cinco gerações de alternativas, foram escolhidas quatro

delas para confeccionar, formando dois conjuntos. As gerações escolhidas foram: a

cartucheira (3), a bolsa (10), a necessaire (13) e a bolsa (37).

Figura 87 – Alternativas escolhidas

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

7.2.2 Ajustes nas alternativas

Das quatro alternativas escolhidas, apenas a cartucheira (3) obteve ajustes.

Com o intuito de que ela combinasse com a bolsa (10), suas cores foram alteradas,

como mostra a figura abaixo.

Figura 88 – Alternativa ajustada

Fonte: Desenvolvido pela acadêmica Luiza Peduzzi

71

7.3 Materiais

São apresentados os materiais utilizados para o desenvolvimento da presente

coleção, incluindo os tecidos, as texturas, os bordados, os aviamentos e as cores, e

suas referentes cartelas.

7.3.1 Tecidos

Os tecidos da presente coleção e suas respectivas composições estão espe-

cificados na cartela abaixo.

Figura 89 – Cartela de tecidos

Fonte: Produzido pela acadêmica Luiza Peduzzi

7.3.1.1 Camurça

O couro representa a pele curtida inteiramente livre de pêlos – ou a pele sur-

rada - proveniente de alguns animais, e tem como características: a elasticidade, a

resistência e a exclusividade, e por ser um produto único pode também apresentar

manchas e marcas deixadas pela natureza. A camurça (100% couro) está presente

em todos os produtos desta coleção.

7.3.1.2 Oxford Tecido originário de Oxford, Inglaterra, de composição 100% poliéster, com

densidade idêntica de urdume e trama, que apresenta como característica marcante,

a resistência. Este tecido foi utilizado no forro de alguns produtos da coleção.

72

7.3.1.3 Viscolycra Este tecido tem em sua composição 96% viscose e 4% elastano, e é uma fi-

bra artificial obtida através da viscose. A viscose é obtida pelo tratamento da celulo-

se. O elastano é uma fibra química polimérica e sintética obtida a partir do etano. A

viscolycra tem como características: a maciez, a elasticidade, a resistência e absor-

ve bem a umidade e está presente nos tecidos confeccionados manualmente no te-

ar.

7.3.1.4 Crepe Koshibo Crepe é um tecido com aspecto granulado e toque áspero obtido com fios

químicos ou naturais com alta torção. Nome derivado da palavra francesa “crêpe"

que significa crespo. O crepe koshibo é semelhante ao crepe georgette, porém mais

grosso e pesado e encontra-se nos forros das bolsas da presente coleção.

7.3.1.5 Acqua Block O tecido Acqua Block é composto por uma resina especial que protege o fio e

penetra na fibra, garantindo sua impermeabilização. Ele está presente nos forros das

necessaires da coleção.

7.3.1.6 TNT O TNT é classificado como não-tecido, e consiste apenas na união de fibras

por processo químico. Na coleção ele serve apenas de forro para os tecidos confec-

cionados no tear manual.

7.3.2 Texturas Os seis tipos de texturas presentes nesta coleção de acessórios estão dispos-

tos na cartela de texturas abaixo.

73

Figura 90 – Cartela de texturas

Fonte: Produzido pela acadêmica Luiza Peduzzi

As texturas trazem em suas composições:

• Textura 1: linha de algodão no urdume; couro e viscolycra alternados na

trama.

• Textura 2: fita de cetim no urdume; couro e viscolycra alternados na trama.

• Textura 3: linha de algodão no urdume; viscolycra na trama.

• Textura 4: fita de cetim no urdume; viscolycra na trama.

• Textura 5: linha de algodão no urdume; couro na trama.

• Textura 6: fita de cetim no urdume; couro na trama.

7.3.3 Bordados Os bordados apresentados durante esta coleção de acessórios estão ilustra-

dos na cartela abaixo.

Figura 91 – Cartela de bordados

Fonte: Produzido pela acadêmica Luiza Peduzzi

74

Estes seis tipos de bordados foram desenvolvidos sob a inspiração da riqueza

de florais e grafismos presentes na cultura balinesa, remetendo toda essa beleza e

charme à coleção.

7.3.4 Aviamentos Os aviamentos são ferramentas fundamentais de diferenciação na coleção.

Para o desenvolvimento dos acessórios desta coleção são necessários os seguintes

aviamentos: ilhoses, botões de pressão, cordas, botões, espumas, rebites, linhas,

velcros, fivelas, argolas, passadores e zíperes, indicados na cartela abaixo.

Figura 92 – Cartela de aviamentos

Fonte: Produzido pela acadêmica Luiza Peduzzi

7.4 Cartela de cores A cores da coleção foram divididas em cartela principal e cartela secundária,

mostradas abaixo.

75

Figura 93 – Cartela de cores principal

Fonte: Produzido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Figura 94 – Cartela de cores secundária

Fonte: Produzido pela acadêmica Luiza Peduzzi

Fazem parte da cartela principal, o branco, o areia, o rosa, o marrom, o verde

musgo, o azul céu, o azul mar e o cinza; e da cartela secundária, o laranja, o roxo, o

roxo pastel e o cinza pastel, fazendo uma mistura das cores do tema de inspiração

com as cores das tendências para o verão 2009.

7.5 Processo O processo da confecção dos produtos foi terceirizado, porém obteve todo o

acompanhamento necessário, com instruções sobre a sua confecção de forma a

obter o efeito pretendido.

76

Analisando os croquis e as fichas técnicas, são definidas as especificações

dos componentes das peças no que se refere às suas dimensões. São então dese-

nhadas as partes dos moldes em papel pardo e recortados manualmente.

Figura 95 – Modelagem Figura 96 – Recorte das

peças de papel Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Com a modelagem pronta, foram confeccionadas as texturas no tear manual.

Primeiramente, prendem-se os fios do urdume no tear, de modo que fiquem

bem presos, como mostra a figura abaixo. Depois são cortadas as tiras de tecidos

para a trama.

Figura 97 – Urdume (croqui 10)

Fonte: Arquivo pessoal Após este processo, inicia-se a trama, formando o tecido.

Figura 98 – Tecido sendo con-

feccionado (croqui 10) Figura 99 – Tecido sendo

confeccionado (croqui 13) Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

77

Figura 100 – Tecido sendo con-

feccionado (croqui 3) Figura 101 – Tecido sendo

confeccionado (croqui 37) Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Depois de tramado, retira-se o tecido do tear, e fazem-se os nós nas duas

pontas do tecido, deixando-o bem preso. Então, são virados todos os nós para trás

do tecido e cola-se o TNT, fixando-o bem para a posterior costura destas partes nos

produtos.

Figura 102 – Texturas prontas (croqui 10)

Figura 103 – Texturas prontas (croqui 13)

Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Figura 104 – Texturas prontas (croqui 3)

Figura 105 – Texturas prontas (croqui 37)

Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Depois de todas as texturas prontas, foram feitos os bordados nos couros (fi-

guras abaixo).

78

Figura 106 – Bordado 1

(croqui 37) Figura 107 – Bordado 2

(croqui 3) Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Com as texturas e os bordados prontos, são riscados e cortados os tecidos,

de acordo com os moldes de papel feitos anteriormente.

Figura 108 – Molde no couro

(croqui 3) Figura 109 – Corte do couro

(croqui 10) Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

O próximo passo do processo de produção é a costura, onde a peça de fato é

montada e suas partes unidas por meio da máquina de costura. Esta seqüência ope-

racional está mais detalhada nas fichas técnicas dos produtos.

Figura 110 – Costura das alças

(croqui 10) Figura 111 – Costura do detalh

vazado (croqui 13) Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

79

Figura 112 – Costura do bolso na

peça (croqui 3) Figura 113 – Costura do for-

ro (croqui 37) Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

O acompanhamento do processo da confecção dos produtos foi muito positi-

vo, e obteve-se o resultado pretendido.

80

8 DETALHAMENTO

8.1 Dados ergonômicos

Wisner (1987) define a ergonomia como “o conjunto de conhecimentos cientí-

ficos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e

dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e efici-

ência.”

A ergonomia nos acessório de moda está ligada principalmente na escolha

das formas, dos materiais e seus aviamentos, adquirindo papel fundamental direta-

mente no produto final.

Para que esses produtos funcionem bem na interação com os seus consumi-

dores, devem apresentar as seguintes características: qualidade técnica, qualidade

ergonômica e qualidade estética.

A qualidade técnica diz respeito ao funcionamento do produto, à eficiência e à

facilidade de limpeza e manutenção. Os acessórios de moda têm a finalidade de

transportarem objetos e fazerem a diferença na composição dos looks. E para a lim-

peza da camurça, existem basicamente dois produtos, a nível doméstico, disponíveis

no mercado: detergente sólido (conhecido como borracha para limpeza de camurça),

e as soluções líquidas, todos de fácil aplicação.

Figura 114 – Etiquetagem

Fonte: Arquivo pessoal

A qualidade ergonômica é referente à garantia da boa interação do produto

com o usuário, à facilidade de manuseio, à praticidade, à adaptação antropométrica,

ao conforto e à segurança (armazenamento seguro dos objetos dentro da bolsa e da

necessaire por meio de zíperes, e dos bolsos da cartucheira com a utilização de vel-

cro). As medidas das alças e os tamanhos das bolsas propiciam a liberdade de mo-

vimentos do corpo humano em suas atividades diárias. A cartucheira possui formato

anatômico, de acordo com as proporções humanas. Os produtos são práticos, con-

fortáveis e de fácil manuseio.

81

A qualidade estética proporciona prazer e satisfação ao consumidor. Os pro-

dutos desta coleção envolvem a combinação de formas, cores, materiais, texturas

artesanais, tendências e um tema inspirador, com o propósito de se tornarem atraen-

tes e desejáveis aos olhos do consumidor.

8.2 Modelos volumétricos Os modelos volumétricos têm o propósito de verificar a sua conformidade com

o modelo pretendido e propor eventuais modificações sempre que o produto não

obedeça aos requisitos ergonômicos e de qualidade propostos, e foram todos con-

feccionados em TNT.

O modelo do croqui 10 apresentou alguns ajustes nos bolsos laterais, os

quais tiveram aumentos na lateral, assim como também no fundo da bolsa, e as al-

ças sofreram aumentos em seus comprimentos, propiciando assim, melhorar a sua

ergonomia. O modelo volumétrico do croqui 13 não sofreu alterações.

Figura 115 – Modelo volumétrico

(croqui 10) Figura 116 – Modelo volumétrico

com referencial humano (croqui 10) Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Figura 117 – Modelo volumétrico (croqui 13)

Fonte: Arquivo pessoal

82

Os ajustes no modelo volumétrico do croqui 3 foram apenas nos bolsos, que

tiveram a distância entre eles aumentada, porém continuaram um na frente e o outro

na lateral. No modelo do croqui 37, apenas as alças tiveram aumento nos compri-

mentos.

Figura 118 – Modelo volumétrico (croqui 3)

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 119 – Modelo volumétrico (croqui 37)

Figura 120 – Modelo volumétrico com referencial humano (croqui 37)

Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

8.3 Fichas técnicas A seguir, são apresentadas as fichas técnicas dos acessórios escolhidos e

confeccionados da coleção.

83

8.3.1 Produto: Bolsa (croqui 10)

FICHA TÉCNICA DESCRIÇÃO DO PRODUTO: Bolsa de couro com detalhes de tear e flor artesanal

Croqui: 10

CÓDIGO: 080910 COLEÇÃO: Verão 2009 DATA: 10/11/2008 RESPONSÁVEL: Luiza Peduzzi

TECIDOS

Tecido

Composição

Cor

Quant.

Fornecedor

Valor m

Valor gasto

Camurça 100% Couro

de cabra Azul Mar 0,39m2 Couros Itá-

lia R$

28,00 R$

10,92

Camurça 100% Couro de cabra

Azul Céu 0,55m2 Couros Itália

R$ 28,00

R$ 15,40

Crepe Viena

100% Poliés-ter

Estam-pado

1m x 1,50m

Modele Te-cidos

R$ 12,70

R$ 12,70

Valor total: R$ 39,02

TECIDO CONFECCIONADO

Comprimento: 30 cm Largura: 11cm Quantidade: 6 Pente: 2/1

Urdume

Fio/Avi-amento

Composição Cor Comprimento Valor/Metros

Valor gasto

Fita 100% Cetim Azul

Mar 54 m R$ 12,50

(100m) R$ 6,75

Algodão

100% Algo-dão

Azul Mar

54m R$ 1,60 (65m)

R$ 1,32

Valor total: R$ 8,07 Obs: Acima são especificados os materiais do urdume para as seis partes confecciona-das. Largura: 11cm Comprimento: 30cm Fios por cm: 2 Perda: 40cm Encolhimento: 2 Encolhimento: 5cm Total: 11 x 2 = 22 + 2 = 24 Total: 75cm

Urdir __24__ fios de __75cm__ de comprimento Obs: Os cálculos acima são referentes ao urdume de apenas um dos seis tecidos con-feccionados.

84

Trama

Fio/Tecido

Composição Cor Quant. Fornecedor

Valor/m

Valor gasto

Camurça 100% Couro

de cabra Azul Mar

25m2 Couros Itá-lia

R$ 28,00

R$ 7,00

Camurça

100% Couro

de cabra

Azul Céu

25m2 Couros Itá-lia

R$ 28,00

R$ 7,00

Viscolycra 96% Viscose

4% Elastano Azul Mar

0,20m x 1,40m

Ela Tecidos R$ 12,80

R$ 2,56

Valor total: R$ 16,56

AVIAMENTOS

Aviamento

Composição Quantidade Fornecedor Valor un./m

Valor gasto

Ilhós 100% Metal 12 Entre Laços R$ 0,20 R$ 2,40

Zíper 100% Poliés-ter

1 (15cm) Entre Laços R$ 0,75

R$ 0,75

Zíper 100% Poliés-ter

1 (40cm) Entre Laços R$ 1,20

R$ 1,20

Cursor zíper 100% Metal 1 Verde Mar R$ 1,00 R$ 1,00

Espuma 100% Poliure-tano

7cm x 15 cm

Alfredo Kleis

R$ 18,00

R$ 1,25

Corda 100% Algo-dão

1,50m Alfredo Kleis

R$ 0,38

R$ 0,57

Linha NE 120

100% Poliéster

1 Entre Laços R$ 1,00 (30m)

R$ 1,00

Valor total: R$ 8,17 Valor mão-de-obra (costureira) = R$ 35,00 Custo total da peça: R$ 39,02 + R$ 16,56 + R$ 8,07 + R$ 8,17 + R$ 35,00 = R$ 106,82

85

DESENHO TÉCNICO

Obs: As partes frente e costas da bolsa são iguais. Para a confecção haverá acompa-nhamento do croqui identificando cores e detalhes.

86

MODELAGEM

87

SEQÜÊNCIA OPERACIONAL

Atividade Equipamentos

Máquinas

1

Modelagem Lápis, régua, fita-métrica e tesoura

2 Corte das peças Tesoura – 3 Confecção das peças de tear Navete e tesoura Tear 4 Colagem do TNT nas peças de tear Pincel e martelo –

5 Costura do forro e bolsos internos no forro

Tesoura

Reta

6 Costura do zíper no colarinho Tesoura Reta 7 Costura das peças da frente e costas Tesoura Reta

8

Colocação dos ilhoses – Colocação de ilhós

9 Costura dos bolsos nas laterais Tesoura Reta 10 Costura dos laterais no corpo da bolsa Tesoura Reta 11 Costura do fundo na bolsa Tesoura Reta 12 Costura da boca da bolsa Tesoura Reta 13 Costura das alças Tesoura Reta 14 Costura do forro na bolsa Tesoura Reta

Atividade Tempo gasto

Modelagem 2h Corte 1 h Tear 6h

Costura e acabamentos 5h

Tempo total: 14h

88

8.3.2 Produto: Necessaire (croqui 13)

FICHA TÉCNICA

DESCRIÇÃO DO PRODUTO: Necessaire de couro com detalhe de tear em flor vazada

Croqui: 13

CÓDIGO: 080913 COLEÇÃO: Verão 2009 DATA: 10/11/2008 RESPONSÁVEL: Luiza Peduzzi

TECIDOS

Tecido

Composição

Cor

Quant.

Fornecedor

Valor m

Valor gasto

Camurça 100% Couro

de cabra Azul Céu 0,25 m2 Couros

Itália R$

28,00 R$

7,00

Acquablock 72% Algodão 28% Poliéster

Azul claro

0,20m x 1,40m

Alfredo Kleis

R$ 23,80

R$ 4,76

Valor total: R$ 11,76

TECIDO CONFECCIONADO

Comprimento: 10cm Largura: 10cm Quantidade: 2 Pente: 2/1

Urdume

Fio/Avi-amento

Composição Cor Comprimento Valor/Metros

Valor gasto

Algodão 100% Algo-

dão Azul mar

22m R$ 1,60 (65m)

R$ 0,54

Valor total: R$ 0,54 Obs: Acima são especificados os materiais do urdume para as duas partes confeccio-nadas. Largura: 10cm Comprimento: 10cm Fios por cm: 2 Perda: 40cm Encolhimento: 1 Encolhimento: 2cm Total: 10 x 2 = 20 + 1 = 21 Total: 10 + 40 + 2 = 52cm

Urdir __21__ fios de __52cm__ de comprimento Obs: Os cálculos acima são referentes ao urdume de apenas um dos dois tecidos con-feccionados.

Trama

Fio/Tecido

Composição Cor Quant. Fornecedor

Valor/m

Valor gasto

Viscolycra 96% Viscose

4% Elastano Azul Mar

0,05m x 1,40m

Ela Tecidos

R$ R$ 12,80

R$ 0,64

Viscolycra

96% Viscose 4% Elastano

Verde Musgo

0,05m x 1,40m

Ela Tecidos

R$ R$ 12,80

R$ 0,64

Viscolycra 96% Viscose

4% Elastano Bege 0,05m x

1,40m Ela

Tecidos R$ R$ 12,80

R$ 0,64

Valor total: R$ 1,92

89

AVIAMENTOS

Aviamento

Composição Quantidade Fornecedor Valor un./m

Valor gasto

Zíper 100% Poliés-ter

1 (25cm) Entre Laços R$ 1,00

R$ 1,00

Cursor zíper 100% Metal 1 Verde Mar R$ 1,00 R$ 1,00

Espuma 100% Poliure-tano

10cm x 32cm

Alfredo Kleis

R$ 18,00 (m)

R$ 1,80

Linha NE 120

100% Poliéster

1 Entre Laços R$ 1,00 (30m)

R$ 1,00

Valor total: R$ 4,80 Valor mão-de-obra (costureira) = R$ 25,00 Custo total da peça: R$ 11,76 + R$ 0,54 + R$ 1,92 + R$ 4,80 + R$ 25,00 = R$ 44,02

DESENHO TÉCNICO

Obs: A parte de trás da necessaire é igual à parte da frente, porém sem o detalhe da flor. Para a confecção haverá acompanhamento do croqui identificando cores e deta-lhes.

90

MODELAGEM

SEQÜÊNCIA OPERACIONAL

Atividade Equipamentos

Máquinas

1

Modelagem Lápis, régua, fita-métrica e tesoura

2 Corte das peças Tesoura – 3 Confecção da peça de tear Navete e tesoura Tear 4 Colagem do TNT na peça de tear Pincel e martelo – 5 Colagem do tear embaixo da parte da

frente vazada Pincel e martelo

6 Costura da flor vazada Tesoura Reta 7 Colagem do zíper no colarinho Pincel e martelo – 8 Costura do zíper no colarinho Tesoura Reta 9 Costura do fundo no zíper, formando

o foles Tesoura

Reta

10 Costura do foles nas partes frente e costas

Tesoura

Reta

11 Costura do forro Tesoura Reta 12 Costura do forro na peça Tesoura Reta

Atividade Tempo gasto

Modelagem 45 min Corte 30min. Tear 45 min

Costura e acabamentos 2h

Tempo total: 4h

91

8.3.3 Produto: Cartucheira (croqui 3)

FICHA TÉCNICA DESCRIÇÃO DO PRODUTO: Cartucheira de couro com bolsos de tear

Croqui: 3

CÓDIGO: 080903 COLEÇÃO: Verão 2009 DATA: 10/11/2008 RESPONSÁVEL: Luiza Peduzzi

TECIDOS

Tecido

Composição

Cor

Quant.

Fornecedor

Valor m

Valor gasto

Camurça

100% Couro Verde

musgo 0,40 m2 Couros Itá-

lia R$

39,00 R$

15,60

Camurça

100% Couro de cabra

Marrom 0,30 m2 Couros Itá-lia

R$

28,00 R$

8,40

Viscolycra 96% Viscose 4% Elastano

Marrom 0,20m x 1,40m

Ela Tecidos

R$ 12,80

R$ 2,56

Oxford 100% Poliés-

ter Marrom 0,20m x

1,40m Ela

Tecidos R$

5,20 R$

1,04 Valor total: R$ 27,60

TECIDO CONFECCIONADO

Comprimento: 13cm Largura: 12cm Quantidade: 2 Pente: 2/1

Urdume

Fio/Avi-amento

Composição Cor Comprimento Valor/Metros

Valor gasto

Fita 100% Cetim Marrom 28m R$ 12,50

(100m)

R$ 3,50

Valor total: R$ 3,50 Obs: Acima são especificados os materiais do urdume para as duas partes confeccio-nadas. Largura: 12cm Comprimento: 13cm Fios por cm: 2 Perda: 40cm Encolhimento: 1 Encolhimento: 3cm Total: 12 x 2 = 24 + 1 = 25 Total: 21 + 40 + 5 = 56cm

Urdir __25__ fios de __56cm__ de comprimento Obs: Os cálculos acima são referentes ao urdume de apenas um dos dois tecidos con-feccionados.

Trama

Fio/Tecido

Composição Cor Quant. Fornecedor

Valor/m

Valor gasto

Viscolycra 96% Viscose

4% Elastano Marrom 0,10m x

1,40m

Ela Tecidos

R$ 12,80

R$ 1,28

Valor total: R$ 1,28

92

AVIAMENTOS

Aviamento

Composição Quantidade Fornecedor Valor un./m

Valor gasto

Ilhós 100% Metal 2 Entre Laços R$ 0,90 R$ 1,80

Velcro 100% Poliés-ter

4cm x 4cm Entre Laços R$ 0,30

R$ 0,30

Linha NE 120

100% Poliéster

1 Entre Laços R$ 1,00 (30m)

R$ 1,00

Valor total: R$ 3,10 Valor do bordado = R$ 25,00 Valor mão-de-obra (costureira) = R$ 25,00 Custo total da peça: R$ 27,60 + R$ 3,50 + R$ 1,28 + R$ 3,10 + R$ 25,00 + R$ 25,00 = R$ 85,48

DESENHO TÉCNICO

Obs: Para a confecção haverá acompanhamento do croqui identificando cores e deta-lhes.

93

MODELAGEM

SEQÜÊNCIA OPERACIONAL

Atividade Equipamentos

Máquinas

1

Modelagem Lápis, régua, fita-métrica e tesoura

2 Corte das peças Tesoura – 3 Confecção das peças de tear Navete e tesoura Tear 4 Colagem do TNT nas peças de tear Pincel e martelo – 5 Costura do fole no bolso Tesoura Reta 6 Costura do velcro Tesoura Reta 7 Costura do forro do bolso Tesoura Reta 8 Costura do forro do bolso no foles Tesoura Reta

9 Colagem e costura dos bolsos no couro

Pincel, martelo e tesoura

Reta

10 Costura do forro da cartucheira Tesoura Reta 11 Colocação dos ilhoses – Colocação ilhós 12 Costura da amarração da cartucheira Tesoura Reta

94

Atividade Tempo gasto

Modelagem 1h Corte 30min. Tear 45min

Costura e acabamentos 2h

Tempo total: 4h e 15min

8.3.4 Produto: Bolsa (croqui 37)

FICHA TÉCNICA DESCRIÇÃO DO PRODUTO: Bolsa de couro com detalhes de tear e bordado

Croqui: 37

CÓDIGO: 080937 COLEÇÃO: Verão 2009 DATA: 10/11/2008 RESPONSÁVEL: Luiza Peduzzi

TECIDOS

Tecido

Composição

Cor

Quant.

Fornecedor

Valor m

Valor gasto

Camurça 100% Couro

de cabra Marrom 0,70 m2 Couros

Itália R$

28,00 R$

19,60

Camurça

100% Couro de cabra

Rosa pastel 0,50 m2 Couros

Itália

R$

28,00 R$

14,00

Crepe Silk 100% Poliéster

Estam-pado

0,70m x 1,50m

Modele Tecidos

R$ 16,70

R$ 11,69

Valor total: R$ 45,29

TECIDO CONFECCIONADO

Comprimento: 21cm Largura: 23cm Quantidade: 2 Pente: 2/1

Urdume

Fio/Avi-amento

Composição Cor Comprimento Valor/Metros

Valor gasto

Fita 100% Cetim Marrom 64m R$ 12,50

(100m)

R$ 8,00

Valor total: R$ 8,00 Obs: Acima são especificados os materiais do urdume para as duas partes confeccio-nadas. Largura: 23cm Comprimento: 21cm Fios por cm: 2 Perda: 40cm Encolhimento: 2 Encolhimento: 5cm Total: 23 x 2 = 46 + 2 = 48 Total: 21 + 40 + 5 = 66cm

Urdir __48__ fios de __66cm__ de comprimento Obs: Os cálculos acima são referentes ao urdume de apenas um dos dois tecidos con-feccionados.

95

Trama

Fio/Tecido

Composição Cor Quant. Fornecedor

Valor/m

Valor gasto

Camurça 100% Couro

de cabra Marrom 10m2 Couros Itá-

lia R$

28,00 R$

2,80

Camurça

100% Couro de cabra

Rosa pastel

10m2 Couros Itá-lia

R$ 28,00

R$ 2,80

Camurça 100% Couro

de cabra Bege 10m2 Couros Itá-

lia R$

28,00 R$

2,80 Valor total: R$ 8,40

AVIAMENTOS

Aviamento

Composição Quantidade Fornecedor Valor un./m

Valor gasto

Zíper 100% Poliés-ter

1 (15cm) Entre Laços R$ 0,75

R$ 0,75

Zíper 100% Poliés-ter

1 (40cm) Entre Laços R$ 1,20

R$ 1,20

Cursor zíper 100% Metal 1 Verde Mar R$ 1,00 R$ 1,00 Linha NE

120 100%

Poliéster 1 Entre Laços R$ 1,00

(30m)

R$ 1,00

Valor total: R$ 3,95 Valor do bordado = R$ 25,00 Valor mão-de-obra (costureira) = R$ 35,00 Custo total da peça: R$ 45,29 + R$ 8,00 + R$ 8,40 + R$ 3,95 + R$ 25,00 + R$ 35,00 = R$ 125,64

96

DESENHO TÉCNICO

Obs: As partes frente e costas são iguais. Para a confecção haverá acompanhamento do croqui identificando cores e detalhes.

97

MODELAGEM

98

SEQÜÊNCIA OPERACIONAL

Atividade Equipamentos

Máquinas

1

Modelagem Lápis, régua, fita-métrica e tesoura

2 Corte das peças Tesoura – 3 Confecção das peças de tear Navete e tesoura Tear 4 Colagem do TNT nas peças de tear Pincel e martelo – 5 Costura do zíper no colarinho Tesoura Reta 6 Costura do forro e bolsos internos Tesoura Reta 7 Costura do colarinho no forro Tesoura Reta

8 Colagem e costura das peças de tear nas

partes frente/costas da bolsa Pincel, martelo e

tesoura

Reta

9 Colagem e costura das peças bordadas

na bolsa Pincel, martelo e

tesoura

Reta

10 Costura do fundo na bolsa Tesoura Reta 11 Costura do forro na bolsa Tesoura Reta

12

Colagem e costura das alças Pincel, martelo e

tesoura

Reta

13 Costura da boca da bolsa Tesoura Reta

Atividade Tempo gasto

Modelagem 1h e 30min. Corte 45min. Tear 2h e 30min.

Costura e acabamentos 4h

Tempo total: 8h e 45min.

99

8.4 Peças piloto

São apresentadas abaixo, as peças piloto dos quatro produtos avulsas e tam-

bém com referencial humano.

Figura 121 – Peça piloto

(croqui 10) Figura 122 – Interior da peça

(croqui 10) Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Figura 123 – Peça piloto com referencial humano (croqui 10

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 124 – Peça piloto (croqui 13)

Fonte: Arquivo pessoal

100

Figura 125 – Peça piloto

(croqui 3) Figura 126 – Peça piloto com

referencial humano (croqui 3)

Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Figura 127 – Peça piloto (croqui 37)

Figura 128 – Interior da peça (croqui 37)

Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Figura 129 – Peça piloto com

referencial humano (croqui 37Fonte: Arquivo pessoal

101

8.5 Marketing do produto

Segundo Kotler, “Marketing é um processo social por meio do qual pessoas e

grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação,

oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros” (1998, p.12).

8.5.1 A marca

A marca significa mais que um nome ou símbolo, ela deve ser uma síntese de

todas as ações mercadológicas que se originam na satisfação de desejos ou neces-

sidades específicos do consumidor, buscando criar um reconhecimento e uma identi-

ficação que a torne única na mente do consumidor.

Figura 130 – Logo da marca Fonte: Desenvolvida pela acadêmica Luiza Peduzzi

A marca de acessórios Haizzu, criada pela estilista Luiza Peduzzi, entra para

o segmento surfwear, com produtos diferenciados com toques artesanais.

8.5.2 Produto/Praça/Preço/Promoção

Os produtos são desenvolvidos para suprir os desejos do público surfwear,

seguindo os padrões de qualidade e de desejo que estes consumidores anseiam.

A marca Haizzu comercializará seus produtos em lojas multimarcas do seg-

mento surfwear, localizadas nos centros e shoppings das cidades de Balneário

Camboriú e Florianópolis, cidades litorâneas que atraem esse público adepto do surf

e simpatizantes deste estilo de vida.

Quanto ao preço dos produtos, seus valores finais para a venda ainda não es-

tão definidos, pois como foram confeccionados apenas um de cada modelo, e sem o

estoque de materiais, ficaram muito caros. A marca trabalhará com um certo estoque

de matérias-primas, a fim de baixar os valores finais dos produtos para concorrer

com as marcas já existentes no mercado.

102

A divulgação dos acessórios Haizzu será realizada por meio de outdoors, re-

vistas de surf e de moda, e por meio de brindes nos campeonatos de surf da região.

Haverá também o investimento no desenvolvimento de um site para a marca, que

estará em constante atualização, mostrando as últimas novidades e comercializando

seus produtos.

8.5.3 Tag/embalagem

A figuras abaixo ilustram o tag e a embalagem dos produtos da coleção Bali:

beleza, magia e cultura.

Figura 131 – Tag dos produtos Fonte: Desenvolvida pela acadêmica Luiza Peduzzi

A embalagem da coleção é uma sacola de pano, que pode ser reutilizada,

substituindo a sacola de plástico utilizada tanto para fazer compras, como também

para outros fins.

Figura 132 – Embalagem dos produtos Fonte: Desenvolvida pela acadêmica Luiza Peduzzi

103

CONCLUSÃO

A pesquisa feita, por meio de questionários junto ao público jovem surfwear

feminino (de 20 a 30 anos), o público-alvo destes produtos, indicou que o mercado

surfwear para a região estudada (Balneário Camboriú e Florianópolis) representa a

expressão da moda como comportamento e estilo de vida de uma população jovem,

seduzindo um público bem mais amplo do que o universo dos seus praticantes, pois

engloba também os seus simpatizantes. Ela também mostrou que o perfil desse pú-

blico investigado é bastante peculiar, sendo que, grande parte das entrevistadas:

realiza práticas esportivas regularmente e, dentre as opções de lazer, opta

pela praia, confirmando uma forte ligação das consumidoras de surfwear com a na-

tureza e a vida ao ar livre;

gosta de artesanatos em geral e procura alguma simbologia ou misticismo

em seus objetos de decoração, acabando por repassar isso ao seu estilo de vestir;

usa marcas de surfwear bem conhecidas, como Billabong, Roxy, Volcom,

Mormaii, Oakley, Rip Curl, Hang Loose e Tropical Brasil;

em termos de acessórios, investe mais em bolsa, seguida de cartucheira, de

cinto e de nécessaire, além de mochilas e bonés;

busca, no acessório comprado, a estética, o conforto, o preço, a originalida-

de, a qualidade e a funcionalidade;

valoriza as tendências de moda;

tem preferência por misturas de tecidos lisos e estampados em seus aces-

sórios;

aprecia modelos com texturas e tramados, detalhes de aviamentos e apli-

ques e modelos simples;

acha que encontra no mercado modelos de acessórios de sua preferência

para compra, enquanto outras dizem que apenas às vezes ou não encontram, citan-

do a inexistência de compartimentos internos adequados e a pouca opção de mode-

los.

efetua suas compras em lojas multimarcas enquanto outras o fazem em fei-

ras, em lojas próprias da marca, em campeonatos de surf e em viagens.

relata que compra acessórios surfwear regularmente;

paga, por esse tipo de acessório, de R$ 70,00 à R$ 100,00.

104

As entrevistas realizadas com funcionários de lojas Aloha, Parafina, Jaws e

Gang, em Balneário Camboriú, e Sul Nativo e Jeffrey´s Bay, em Florianópolis, que

vendem acessórios do estilo do público em questão, indicou que:

os acessórios mais vendidos nestas lojas são bolsas, carteiras, mochilas e

óculos das marcas Roxy, Billabong, Element, Volcom, Rip Curl, e MCD;

as consumidoras de surfwear compram mais pela estética do que pela mar-

ca em si, e buscam também nestes produtos características básicas como praticida-

de, funcionalidade e exclusividade;

esse público tem preferência por acessórios feitos de tecidos leves, algodão,

viscolycra e couro, na maioria das vezes, em modelos estampados ou lisos;

o público consumidor apresenta um estilo variado, que vai desde patricinha

ao esportivo, além do próprio surfwear;

além das próprias consumidoras, quem efetua as compras nas lojas são as

mães, pais, tias, amigas e namorados.

A tecelagem manual, a qual aparece em detalhes de todos os produtos da co-

leção, é o grande diferencial da marca Haizzu. E, como proposta para o verão 2009,

aliou-se as tendências para a temporada com as pesquisas quantitativas e qualitati-

vas, resultando na combinação de várias texturas com a utilização de camurça e

viscolycra no tear manual.

Em suma, apesar dos produtos já existentes serem marcas consolidadas no

mercado, a coleção de acessórios de moda desenvolvida com detalhes artesanais,

bordados e inspirados na temática “Bali: beleza, magia e cultura”, o que lhe confere

um toque da personalização e da exclusividade, possui potencial para agradar um

público consumidor exigente e ansioso por novidades e concorrer com os já estabe-

lecidos. Deste modo, a marca de acessórios Haizzu, criada pela estilista Luiza Pe-

duzzi, surge, no verão 2009, como opção de estilo e originalidade para o segmento

surfwear.

105

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WISNER, Alain. Por dentro do trabalho: ergonomia, método e técnica. Tradução

Flora Maria Gomide Vezzá. São Paulo: FTD/ Oboré, 1987.

108

APÊNDICE A – CRONOGRAMA

Atividade Agosto Setembro Outubro Novembro

S-1 S-2 S-3 S-4 S-1 S-2 S-3 S-4 S-1 S-2 S-3 S-4 S-1 S-2 S-3 S-4

Metodologia X X Pesquisa bibliográfica

X X X X

Pesquisa de campo

X X

Pesquisa de mercado

X X

Conceituação X Concepção da configu-ração do pro-duto

X X X X

Detalhamento X X X .

109

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO

O objetivo desse questionário é arrecadar informações referentes às necessi-

dades e desejos do consumidor em relação aos acessórios surfwear para servir de

base ao trabalho da acadêmica Luiza Peduzzi, para conclusão do curso de Design

de Moda da UNIVALI.

Idade: ( ) 20 à 23 ( ) 24 à 26 ( ) 27 à 30 ( ) Mais de 30

1. Qual estilo você se encaixa?

( ) Surfista ( ) Patricinha

( ) Hippie ( ) Casual

( ) Fashion ( ) Alternativo

( ) Básico

2. É simpatizante do estilo do surf?

( ) Sim

( ) Não

3. Pratica algum esporte?

( ) Sim. Qual: ________________

( ) Não

4. Se pratica, qual a freqüência?

( ) Sempre ( ) Raramente

( ) Às vezes ( ) Nunca

5. Qual das opções de lazer você prefere? Escolha 1 opção.

( ) Cachoeira ( ) Shopping

( ) Piscina ( ) Fazenda

( ) Praia

6. Curte artesanato em geral?

( ) Sim ( ) Não

110

7. Em objetos de decoração, você procura alguma simbologia ou misticismo?

( ) Sim ( ) Não

8. Cite duas marcas abaixo que você mais se identifica:

( ) Billabong ( ) Volcom

( ) Mormaii ( ) Oakley

( ) Roxy ( ) Outra: ________________

( ) Rip Curl

9. Quais destes acessórios você investe mais?

( ) Bolsa ( ) Cinto

( ) Cartucheira ( ) Necessaire

( ) Carteira ( ) Outro: ___________________

10. Qual a característica mais relevante em um acessório?

( ) Conforto ( ) Originalidade

( ) Estética ( ) Qualidade

( ) Funcionalidade ( ) Preço

11. Você costuma estar ligada nas tendências de moda?

( ) Sim ( ) Não

12. Nos acessórios você tem preferência por tecidos:

( ) Estampados

( ) Lisos

( ) Mistura de liso com estampado

13. Você prefere modelos:

( ) Simples

( ) Com detalhes de aviamentos e apliques

( ) Com texturas e tramados

111

14. Você encontra modelos de sua preferência para comprar?

( ) Sim

( ) As vezes

( ) Não. O que falta: ________________

15. Onde você costuma comprar seus acessórios?

( ) Campeonatos de surf ( ) Lojas multimarcas

( ) Feiras ( ) Outro, cite: ____________

( ) Lojas da marca

16. Com que freqüência você costuma comprar acessórios em geral?

( ) 1 vez por semana ( ) 1 vez a cada 2 meses

( ) 1 vez a cada 15 dias ( )1 vez a cada 3 meses

( ) 1 vez por mês

17. Até que valor você gasta em média em um acessório?

( ) menos de R$ 40,00 ( ) de R$ 100,00 à R$ 150,00

( ) de R$ 40,00 à R$ 70,00 ( ) mais de R$ 150,00

( ) de R$ 70,00 à R$ 100,00

112

APÊNDICE C – MODELO DE ENTREVISTA

1. Quais os acessórios femininos mais vendidos da loja?

2. Quais as marcas mais procuradas pelas clientes?

3. As clientes compram mais pela marca ou pela estética?

4. Quais as características que elas procuram?

5. Elas buscam mais acessórios de cor lisa ou com estampas? E quais os ti-

pos de tecidos?

6. Qual o estilo das clientes que procuram por esses acessórios?

7. Além das clientes diretamente, quem indiretamente compra esses acessó-

rios?