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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ALINE BRAGA LIMA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO SISTEMÁTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS NA PRÁTICA DA SUSTENTABILIDADE NA EMPRESA LIDERANÇA SERVIÇOS Biguaçu 2012

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ALINE BRAGA LIMA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

SISTEMÁTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIE NTAIS NA

PRÁTICA DA SUSTENTABILIDADE NA EMPRESA LIDERANÇA SE RVIÇOS

Biguaçu

2012

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ALINE BRAGA LIMA

SISTEMÁTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIE NTAIS NA

PRÁTICA DA SUSTENTABILIDADE NA EMPRESA LIDERANÇA SE RVIÇOS

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Administração do Centro de Educação da UNIVALI – Biguaçu, como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Professora Orientadora: Msc. Vanderléia Martins Lohn

Biguaçu

2012

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ALINE BRAGA LIMA

SISTEMÁTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIE NTAIS NA

PRÁTICA DA SUSTENTABILIDADE NA EMPRESA LIDERANÇA SE RVIÇOS

Área de Concentração: Sustentabilidade

Biguaçu, novembro de 2012

Prof. Msc. Vanderléia Martins Lohn

UNIVALI – CECIESA GESTÃO

Orientadora

Prof. Anete Alberton, Dr

UNIVALI - CE de Biguaçu

Banca 1

Prof. Sidnei Vieira Marinho, Dr

UNIVALI – CE de Biguaçu

Banca 2

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Dedico este trabalho acadêmico aos meus pais Mauro e Elza,

e ao meu esposo Marcelo, que estiveram presentes em toda

trajetória desta etapa de minha vida, profissional e pessoal, e

que alicerçaram mais esta conquista.

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AGRADECIMENTOS

Neste momento de vitória, presto agradecimento a todos que participaram

desta conquista, uns mais pertos fisicamente, outros dentro do coração e da mente.

Agradeço à Deus que está presente em todas formas vivas da natureza, que

me protegeu, me iluminou, me orientou e me ofereceu os melhores caminhos,

mesmo eu não enxergando estes.

Agradeço à minha família, fonte de todo amor e educação que embasaram

meus conhecimentos, meus pais Mauro e Elza, meus irmãos Eduardo e Gláucia,

minha vó Maria e minha tia Ló.

Agradeço ao meu esposo Marcelo pelo carinho, pela paciência, pelo

incentivo e pela dedicação doada a mim neste momento de esforço e conquista,

pessoal e profissional.

Amigos, como não agradecê-los? Obrigado companheiros de todas as

noites, Elaine, Érika e Nilciano, pelas risadas, pela compreensão, pela dedicação,

pelo incentivo e pelo carinho. À minha amiga Josiane, agradeço o colo de amiga,

mãe e irmã, que foi o refúgio de todas as minhas fraquezas e a explosão de todas as

minhas forças.

Agradeço à minha Professora e Orientadora Msc. Vanderléia Martins Lohn,

pela criticidade, por abrir minha mente e por me doar o maior tesouro de todos, o

conhecimento, e a consciência de que é possível um desenvolvimento sustentável.

Aos demais professores, agradeço pelos ensinamentos nestes quatro anos,

uns atuando como verdadeiros mestres, outros apenas como professores, mas

todos com o importante papel de repassar o ensinamento.

À empresa Liderança Serviços, pela oportunidade de desenvolver o presente

trabalho, fornecendo todas as informações necessárias, de forma transparente e

clara. Assim sendo, obrigada ao Diretor Presidente Sr. Francisco Lopes de Aguiar e

a Supervisora de Estágio e Coordenadora de Recursos Humanos Sra. Samara

Recchi.

À todos, meu muito obrigada!

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“Trabalhar com sustentabilidade é plantar um presente que

garanta a subsistência das novas gerações num planeta que

pede socorro e se aquece a cada dia. Pois, melhor que plantar

árvores, despoluir rios e proteger animais é semear a

consciência de que a garantia da vida é respeitar as fronteiras

da natureza”.

Nildo Lage

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RESUMO

LIMA, Aline Braga. Sistemática para implantação de projetos socioambie ntais na prática da sustentabilidade na empresa Liderança Serviços . 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2012. A proposta do presente trabalho foi a elaboração de uma sistemática para implantação de projetos socioambientais para a prática da sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, que atua no ramo de terceirização de serviços especializados. A prática da sustentabilidade aumenta no meio empresarial devido a conscientização das empresas quanto a importância da sustentabilidade para a organização e para a competitividade no mercado e conscientização também da sociedade, que está gradativamente se tornando mais exigente quanto a escolha por empresas sustentáveis. A base da sustentabilidade é alicerçada no tripé: social, ambiental e econômico, e para que os projetos sejam sustentáveis, deve-se respeitar essas três dimensões, ao contrário passa a ser projeto social ou socioambiental. A fundamentação teórica envolveu as principais temáticas de discussão sobre sustentabilidade, como desenvolvimento sustentável, tripé da sustentabilidade, responsabilidade social e socioambiental e instrumentos de aplicação da sustentabilidade. A pesquisa foi realizada na empresa Liderança Serviços, que atua a 16 anos no mercado, possui um quadro funcional de aproximadamente 16.000 colaboradores e está presente em 12 estados do Brasil, além do Distrito Federal. A pesquisa foi aplicada a partir de dois instrumentos, entrevista junto aos diretores e supervisora de estágio, e questionário junto aos gerentes e coordenadores. A partir dos dados primários e secundários, elaborou-se o objetivo deste trabalho, a sistemática para a implantação de projetos para a prática de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, que na entrevista apresentou ter interesse e consciência da prática da sustentabilidade, dentre outros resultados como: as principais temáticas para o desenvolvimento de projetos com base no Oito Objetivos do Milênio e a contextualização do público pesquisado.

Palavras–chave: Sustentabilidade; Desenvolvimento sustentável; Responsabilidade

social e socioambiental; Projeto; Tripé da sustentabilidade; Oito objetivos do milênio.

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ABSTRACT

LIMA, Aline Braga. Sistemática para implantação de projetos na prática da sustentabilidade na empresa Liderança Serviços . 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2012. The purpose of this work was the development of a systematic implementation of environmental projects to practice sustainability in business Leadership Services, which operates in the field of outsourcing of specialized services. The practice of sustainable increases in business due to awareness among companies about the importance of sustainability to the organization and competitiveness in the market and also awareness of society that is gradually becoming more demanding as the choice for sustainable enterprises. The basis of sustainability is founded on three pillars: social, environmental and economic, and that the projects are sustainable, we must respect these three dimensions, unlike becomes social or environmental project. The theoretical framework involved the main themes of discussion about sustainability, such as sustainable development, triple bottom line, social and environmental responsibility and sustainability of implementation tools. The survey was conducted in Leadership Services company, which operates through 16 years in the market, has a workforce of approximately 16,000 employees and operates in 12 states of Brazil, plus the Federal District. The survey was carried out from two instruments, interviews with the directors and internship supervisor, and questionnaire to the managers and coordinators. Based on primary and secondary data, we elaborated a systematic method for implementing projects to practice sustainability in business Leadership Services, that the interview had an interest and awareness of the practice of sustainability, among other results as the main themes for development projects based on the Eight Millennium Development Goals and contextualization of public research. Word-key: Sustainability, Sustainable development; Social and environmental responsibility; Design; Tripod sustainability; Eight Millennium Development Goals.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Eventos que marcaram o Desenvolvimento Sustentável ............................. 20

Figura 2 - Aspectos metodológicos ..................................................................................... 42

Figura 3 - Resumo – Caracterização da pesquisa ........................................................... 43

Figura 4 - Compreensão da pesquisa de dados............................................................... 46

Figura 5 - Resumo – Contexto e participantes da pesquisa ........................................... 47

Figura 6 - Resumo de procedimentos e instrumentos de coleta de dados .................. 50

Figura 7 - Resumo de análise e interpretação dos dados .............................................. 51

Figura 8 - Matriz e filiais ........................................................................................................ 53

Figura 9 - Organograma ....................................................................................................... 58

Figura 10 - Benefícios Indiretos ........................................................................................... 61

Figura 11 - Comunicação interna e externa ...................................................................... 63

Figura 12- Sistemática para implantação de projetos para a prática de sustentabilidade ..................................................................................................................... 88

Figura 13 - Avaliação da sistemática e dos projetos ..................................................... 102

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Abordagens na fundamentação teórica ........................................................ 17

Quadro 2 - Comparativo entre ecodesenvolvimento e desenvolvimento sustentável 21

Quadro 3- Sete revoluções para a prática da sustentabilidade ..................................... 24

Quadro 4 – Conceitos e Aspectos da Responsabilidade Social (RS)........................... 32

Quadro 5 - Conceitos e Aspectos da Responsabilidade Socioambiental (RSA) ........ 33

Quadro 6 - Instrumentos de prática da sustentabilidade (RS e RSA) ........................... 34

Quadro 7 - Oito objetivos do milênio .................................................................................. 36

Quadro 8 - Exemplos de Projetos vinculados aos ODM ................................................. 37

Quadro 10- Linha de produtos e fornecedores ................................................................. 56

Quadro 11 - Resumo do organograma .............................................................................. 59

Quadro 12- Treinamentos e Cursos ................................................................................... 62

Quadro 13 - Iniciativas socioambientais ............................................................................ 66

Quadro 14 - Ações socioambientais ................................................................................... 66

Quadro 15 - Projetos socioambientais ............................................................................... 67

Quadro 16 - Pergunta 1 do roteiro de entrevista .............................................................. 70

Quadro 17 - Pergunta 2 do roteiro de entrevista .............................................................. 71

Quadro 18 - Pergunta 3 do roteiro de entrevista .............................................................. 71

Quadro 19 - Pergunta 4 do roteiro de entrevista .............................................................. 72

Quadro 20 - Pergunta 5 do roteiro de entrevista .............................................................. 72

Quadro 21 - Pergunta 6 do roteiro de entrevista .............................................................. 73

Quadro 22 - Pergunta 7 do roteiro de entrevista .............................................................. 73

Quadro 23 - Pergunta 8 do roteiro de entrevista .............................................................. 73

Quadro 24 - Pergunta 9 do roteiro de entrevista .............................................................. 74

Quadro 25 - Pergunta 10 do roteiro de entrevista ............................................................ 74

Quadro 26 - Pergunta 11 do roteiro de entrevista ............................................................ 74

Quadro 27 - Pergunta 12 do roteiro de entrevista ............................................................ 75

Quadro 28 - Conselho Deliberativo ..................................................................................... 90

Quadro 29 - Objetivos da sistemática de implantação de projetos ............................... 93

Quadro 30 - Projetos e ações (Cronograma) .................................................................... 94

Quadro 31 - Estratégias dos projetos socioambientais ................................................... 95

Quadro 32 - Stakeholders envolvidos nos projetos ......................................................... 96

Quadro 33 - Investimentos de projetos socioambientais ................................................ 98

Quadro 34- Cronograma Financeiro ................................................................................. 100

Quadro 35 - Conclusão objetivos específicos ................................................................. 105

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição dos gerentes e coordenadores por idade ................................ 77

Gráfico 2 - Distribuição dos gerentes e coordenadores por escolaridade ................... 78

Gráfico 3 - Tempo de experiência dos gerentes e coordenadores na organização ... 79

Gráfico 4 - Nível de conhecimento sobre sustentabilidade e projetos socioambientais .................................................................................................................................................. 80

Gráfico 5 - Público alvo das ações e projetos socioambientais ..................................... 81

Gráfico 6 - Importância da prática da sustentabilidade para Liderança Serviços ....... 82

Gráfico 7 - Temáticas para a prática da sustentabilidade ............................................... 84

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13

1.1 OBJETIVOS ................................................................................................. 15

1.1.1 Objetivo geral .............................. ............................................................. 15

1.1.2 Objetivos específicos ....................... ........................................................ 15

1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................... ........................................... 17

2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ....................................................... 17

2.2.1 Tripé da sustentabilidade ................... ..................................................... 26

2.2.1.1 Aspectos sociais ...................................................................................... 27

2.2.1.2 Aspectos ambientais ............................................................................... 28

2.2.1.3 Aspectos econômicos.............................................................................. 30

2.2 PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE .......................................................... 31

2.3 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE ................................................... 38

2.4 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO ............................................................. 41

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS .......................... ......................................... 42

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................................ 43

3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA ........................................ 45

3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ............. 47

3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS .................................................... 50

4 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ................... ................................. 53

5 RESULTADOS ...................................... .......................................................... 70

5.1 ENTREVISTAS ............................................................................................. 70

5.2 PESQUISA ................................................................................................... 77

5.3 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS.......................................................... 85

6 ELABORAÇÃO DE SISTEMÁTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE PRO JETOS PARA A PRÁTICA DE SUSTENTABILIDADE NA EMPRESA LIDER ANÇA SERVIÇOS ......................................................................................................... 87

6.1 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DO PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE .... 89

6.1.1 Etapa 1- Definir equipe responsável pela prát ica de sustentabilidade 89

6.1.2 Etapa 2- Definir conselho deliberativo de sus tentabilidade ................. 90

6.1.3 Etapa 3- Definir objetivos da sistemática de implantação de projetos 92

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6.1.4 Etapa 4- Definir projetos e ou ação para dese nvolvimento no programa

sustentabilidade .................................. .............................................................. 93

6.1.5 Etapa 5- Definir as estratégias de execução d os projetos definidos na

etapa 4. .......................................... ..................................................................... 95

6.1.6 Etapa 6- Definir os stakeholders parceiros dos projetos ..................... 96

6.1.7 Etapa 7- Definir cronograma de ação dos proje tos e ações ................. 97

6.1.8 Etapa 8- Definir o cronograma financeiro para execução da sistemática

de implantação de projetos para a prática de susten tabilidade na empresa

Liderança Serviços ................................ ........................................................... 99

6.1.9 Etapa 9- Definir o modelo de avaliação da sis temática e dos projetos102

6.3 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO ........................................................... 103

7 CONCLUSÃO ....................................... ........................................................ 104

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 107

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA ................ ................................. 114

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO ......................... ........................................... 116

ANEXO 1 – CÓDIGO DE CONDUTA ....................... ....................................... 118

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1 INTRODUÇÃO

O cenário mundial está constantemente sofrendo alterações, sejam elas de

ordem econômica, cultural, tecnológica, social ou ambiental. Neste contexto de

mudanças, desafios e oportunidades, as organizações se deparam com a

concorrência globalizada e com novos conceitos, muitos impostos pelo mercado e

outros pela sociedade, que está cada dia mais ativa e participativa.

A maior acessibilidade aos meios de comunicação e a interligação destes ao

redor de todo o planeta, são os principais fatores que justificam a sociedade ser

fortemente ouvida, quanto as questões sócio-ambientais e seus impactos. Com

freqüência vêem-se chamadas na mídia quanto a esses pontos como: segurança,

mobilidade, desigualdade, degradação do meio ambiente e o lixo.

Exemplificando uma dessas questões sociais, tem-se a população brasileira,

que está cada dia vivenciando fatos que retratam a falta de segurança pública.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2010) no estado de Santa

Catarina ocorreram 25,1 tentativas de homicídio para cada 100.000 habitantes no

ano de 2009, enquanto no ano anterior foram registradas 22,2 tentativas de

homicídios para cada 100.000 habitantes, sendo que ainda não há tabulação para

os anos de 2010, 2011 e 2012.

Considerando a conscientização e cobrança por parte da sociedade, as

organizações estão mudando seu comportamento, fazendo surgir neste cenário a

prática de sustentabilidade, no qual a responsabilidade socioambiental vinculada ao

negócio da empresa, se torna uma ferramenta estratégica para as organizações e

para a sociedade.

Neste contexto pode-se definir sustentabilidade como a forma de atender às

necessidades atuais sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de

atenderem as suas necessidades (NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008). O termo

retrata a filosofia humanitária de ajudar e de se preocupar com o próximo,

preservando os recursos naturais dos quais somos beneficiados por ainda tê-los.

O envolvimento das organizações na sustentabilidade se dá nos três setores

da economia, todavia é crescente e perceptível o envolvimento das empresas do

segundo setor, sejam elas da indústria, comércio ou serviços, retratando uma

importante mudança de paradigma e de atuação, sendo que a prática da

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sustentabilidade pelo segundo setor é fundamental para todos os envolvidos.

Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo propor uma sistemática

para a implantação de projetos socioambientais para a prática da sustentabilidade

na empresa Liderança Serviços, uma empresa prestadora de serviços, segmento

esse que tem uma extensa rede de relacionamento com demais empresas, já que

são intermediárias, atingindo assim o maior número de pessoas, causando maior

impacto na propagação da prática da sustentabilidade.

O setor de prestação de serviços é o com maior crescimento na economia,

as atividades envolvidas com serviços estão em evidência no mercado e segundo o

Portal Brasil (2010), o setor de comércio e serviços corresponde a mais da metade

do PIB brasileiro e quase 75% dos postos de empregos, mostra-se assim que a

concorrência neste segmento é muito grande, e a prática da sustentabilidade vem

neste contexto, como um diferencial competitivo.

A empresa Liderança Serviços, atuante no ramo de atividade de serviços

terceirizados e especializados, pratica as questões sócio-ambientais, por meio de

projetos, ações e iniciativas sociais, não tendo pratica exclusivas de

sustentabilidade. E com a intenção de se desenvolver sustentavelmente, busca

acrescentar aos seus objetivos organizacionais a prática de projetos que

contemplam as três dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.

A Liderança Serviços foi fundada em 1995, na cidade de São José/SC,

contando com um pouco mais de 10 funcionários. Atualmente, a empresa atua em

diversos estados brasileiros e conta com mais de 16.000 colaboradores. Os clientes

da empresa Liderança Serviços são: empresas privadas (lojas, bancos, etc.),

condomínios, administração pública (federal, estadual e municipal) e hospitais, nos

seguintes serviços: limpeza e conservação, limpeza hospitalar, jardinagem, copa e

café, telefonia, digitação, portaria, recepção, ascensorista, garçom, zeladoria e

outros de apoio administrativo.

Por fim, a pergunta que norteia este trabalho e que deverá ser respondida ao

fim deste estudo, com base nas pesquisas realizadas e dos dados primários e

secundários obtidos como resultado é a seguinte: Como a empresa Liderança

Serviços pode praticar projetos socioambientais?

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Elaborar uma sistemática para implantação de projetos socioambientais na

prática da sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, entre março a novembro

de 2012.

1.1.2 Objetivos específicos

• Descrever as práticas socioambientais desenvolvidas pela empresa

Liderança Serviços;

• Classificar as práticas da empresa Liderança Serviços no contexto de

projetos, ações e iniciativas socioambientais;

• Avaliar a percepção dos gestores da empresa Liderança Serviços sobre a

prática e necessidade da sustentabilidade na empresa;

1.2 JUSTIFICATIVA

Diante da degradação do meio ambiente, da desigualdade social e da

necessidade do desenvolvimento econômico, a sustentabilidade se torna uma

característica de importância mundial as organizações e sociedade, uma vez que as

conseqüências atingem todas as esferas da economia, seja o governo, as empresas

e as organizações não governamentais, ou seja, atinge a todo o planeta.

Assim a sustentabilidade surge como um novo paradigma, em que no ciclo

econômico deve também considerar os aspectos sociais e ambientais, e essa inter-

relação é associada ao desenvolvimento (MONTIBELLER FILHO, 2004).

A discussão sobre a sustentabilidade não é recente, todavia alguns

acontecimentos ambientais como o vazamento de petróleo da empresa BP no mar

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da América do Norte, desmatamentos da Amazônia, queimadas na região centro-

oeste do Brasil, além de problemas sociais como o aumento da criminalidade, o

tráfico de entorpecentes e a desigualdade social, ensejaram para o crescimento da

prática da sustentabilidade.

Neste sentido, Nascimento et al (2008); Sneddon et al (2005); Van Bellen

(2006) reforçam a importância da sustentabilidade para o mundo, pois o mesmo

trabalha com o tripé (social, ambiental e econômico), abordado inicialmente por

Elkington (2012) até se tornar essencial em todas as referências sobre o tema.

Acrescenta-se ainda neste contexto a globalização, que proporciona uma

nova dinâmica de mercado em que dois pressupostos se destacam como básicos

para as organizações: competitividade, diante da forte concorrência mundial e a

sustentabilidade, caracterizado principalmente pela defesa dos recursos ambientais

e naturais, sociais, políticos, econômicos e culturais (VARGAS et al, 2001).

Diante do exposto, o presente trabalho se justifica para a empresa Liderança

Serviços, pois a mesma tem interesse em implantar projetos para a prática de

sustentabilidade, reconhecendo esta prática como uma estratégia organizacional,

devendo envolver assim, principalmente a alta administração. Elkington (2012)

explica inclusive que a área de sustentabilidade deve ser coordenada por diretores.

Como ocorre na Embraer, na Petrobrás e em outras empresas no qual a

sustentabilidade já faz parte do negócio da empresa, reforçando assim, que a alta

administração deve estar integralmente envolvida na prática da sustentabilidade.

Para a sociedade, trabalhos na área da sustentabilidade são forças que

influenciam cada vez mais a prática da sustentabilidade e o desenvolvimento do

tema, e os resultados são nas três dimensões da sustentabilidade.

A acadêmica será beneficiada como profissional, pois irá adquirir um

conhecimento especializado de um tema que está em destaque no mundo

corporativo, tornando-se uma futura administradora consciente como cidadão e

como profissional. No âmbito pessoal, o seu papel cidadão também é a maior

justificativa, pois terá a sensibilidade de contribuir para o mundo melhor.

Sendo o desenvolvimento do trabalho justificado, se fez necessário iniciar os

estudos, e para um melhor entendimento, no tópico a seguir será estudados

literaturas que apresentam definições, importância, alternativas, conhecimento, com

autores renomados e inovados, sendo que a fonte das informações muito se

mesclou em livros e artigos científicos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão abordados desenvolvimento sustentável, tripé da

sustentabilidade práticas de sustentabilidade e indicadores de sustentabilidade, a fim

de possibilitar o desenvolvimento de uma sistemática para implantação de projetos

socioambientais para a prática de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços,

objetivo deste presente trabalho. A partir dos temas acima, serão abordados os

aspectos apresentados no Quadro 1.

Quadro 1 – Abordagens na fundamentação teórica TEMÁTICA ASPECTOS

Desenvolvimento sustentável

• Evolução; • Conceito; • Diferença entre sustentabilidade e

desenvolvimento sustentável.

Tripé da sustentabilidade • Dimensão social; • Dimensão ambiental; • Dimensão econômica.

Práticas de sustentabilidade

• Responsabilidade Social (RS); • Responsabilidade Socioambiental (RSA); • Instrumentos de aplicação da

sustentabilidade. Indicadores de Sustentabilidade • Conceitos Fonte: Dados primários (2012)

2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O desenvolvimento sustentável tem como objetivo conciliar a necessidade

de crescimento e progresso mundial sem prejudicar as gerações futuras no seu

desenvolvimento, preservando os recursos naturais e promovendo uma qualidade

de vida ideal para a sociedade. Para compreendermos melhor o desenvolvimento

sustentável e a sustentabilidade, a seguir apresenta-se a evolução, os conceitos e

as diferenças dos termos.

Para Nascimento et al (2008), o início do crescimento econômico mundial foi

caracterizado pela intensa industrialização e incentivo ao consumismo e produção,

características essas que geraram o desenvolvimento econômico com

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conseqüências irreversíveis em algumas questões ambientais e sociais, como a

degradação de recursos naturais e a cultura.

Diante disso, Nascimento et al (2008) complementam que na década de

cinquenta surgiram movimentos ambientalistas e ainda organizações não

governamentais (ONG) sem fins lucrativos preocupados com os impactos ambientais

causados pelo crescimento desordenado, promovendo movimentos e encontros em

prol da qualidade de vida, em que a poluição era o principal assunto abordado.

Na década de sessenta houve o lançamento do livro Primavera Silenciosa

de Rachel Carson, o qual abordou a relação entre meio ambiente, economia e bem

estar social. No final desta década, houve ainda a reunião de matemáticos para a

realização de projeções sobre o consumo de recursos naturais não renováveis e o

aumento acelerado do consumismo, levando a acreditar no esgotamento próximo

destes recursos, que resultou na publicação do relatório Limites ao Crescimento

(NASCIMENTO et al, 2008).

Para Holthausen (2002), a filosofia de desenvolver sustentavelmente

começou a ser discutida diante da necessidade global de crescimento da produção

de bens e serviços em 1972 na Conferência de Estocolmo, visando o bem estar da

população, no qual os países ricos transferiram parcialmente a responsabilidade de

preservação ambiental para os países em desenvolvimento, pois a maior parte dos

recursos naturais ainda preservados se localizava em países subdesenvolvidos.

Entretanto, se percebe que os países em desenvolvimento seguiram as

mesmas linhas de crescimento dos países desenvolvidos, pois o sistema econômico

não permitiu a competitividade se não pela abertura para instalação de indústrias,

provocando assim mais degradações ambientais e a exploração do capital humano,

com o crescimento a qualquer custo.

Em 1983, houve o encontro que deu origem ao Relatório Nosso Futuro

Comum publicado em 1987 e os autores Sneddon et al (2005) consideram este

evento como um marco histórico na evolução do desenvolvimento sustentável, com

foco no pensamento do meio ambiente, desenvolvimento e governo.

A Comissão de Meio Ambiente junto com a ONU promoveu apelos nos

mecanismos institucionais de níveis globais, nacionais e locais para estimular um

desenvolvimento econômico que garanta a segurança, o bem estar e a

sobrevivência do planeta para as próximas gerações (SNEDDON et al, 2005).

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Seguindo a evolução, em 1992 no Rio de Janeiro houve um novo encontro

de debates organizado pela ONU, abordando a questão do modelo de

desenvolvimento adotado até o momento e suas limitações, bem como a interligação

do desenvolvimento e o meio ambiente, surgindo o conceito de desenvolvimento

sustentável (VAN BELLEN, 2006).

Van Bellen (2006) e Holthausen (2002) apresentam que na Conferência do

Rio de Janeiro em 1992 se definiu o conceito de desenvolvimento sustentável,

motivados pelos eventos anteriores. Holthausen (2002) conceitua o termo

desenvolvimento sustentável como uma forma de conciliar o desenvolvimento e a

preservação ambiental, enfoques do século XX.

A Conferência ECO 92 teve o importante papel de abrir uma discussão

sobre o tema desenvolvimento sustentável, de conscientizar o mundo para esta

questão e de utilizar a comunicação em massa para atingir um maior número de

pessoas, mas apesar desse destaque, verifica-se que as mudanças não foram

significativas desde a Conferência de Estocolmo em 1972 (NOVAES, 1992).

Novaes (1992) apresenta que o insucesso da Conferência ECO 92, pode ser

parcialmente justificado pela resistência dos países influentes (Estados Unidos,

Japão e países árabes produtores e exportadores de petróleo) os quais passavam

por momentos de ascensão econômica que não incentivava o investimento em

novas tecnologias para diminuir a emissão de gases poluentes.

Passados 20 anos da ECO-92, houve uma nova conferência conhecida

como a Rio+20 realizada também no Rio de Janeiro em junho de 2012, com a

presença de diversos países, chefes de estados, organizações não governamentais,

grupos de ambientalistas, cientistas e outros membros da sociedade civil, para

discussão de como ter um planeta melhor para viver.

Diante do exposto, apresenta-se o resumo cronológico da evolução do

Desenvolvimento Sustentável na Figura 1, considerando os principais marcos

destacados neste tópico.

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Figura 1 - Eventos que marcaram o Desenvolvimento S ustentável

Fonte: Dados primários (2012)

Para conceituar o desenvolvimento sustentável, Montibeller Filho (2004) traz

o histórico da termologia, quando o termo era ecodesenvolvimento, inicialmente foi

uma resposta para a visão economicista, em que o crescimento da economia estava

acima de qualquer outra questão, e o avanço do ecodesenvolvimento é o

desenvolvimento sustentável, em que os objetivos foram melhorados e seus

componentes identificados, tornando a sua prática cada vez mais aplicável.

O ecodesenvolvimento surgiu como estratégia negadora ao crescimento

econômico a partir da degradação dos recursos naturais e defendia a idéia da

utilização do meio ambiente de forma harmoniosa com o crescimento e a população

(DIEGUES, 1992).

Frey (2001) complementa que a abordagem do ecodesenvolvimento crítica

posturas conservacionistas rígidas e defende a postura ecológica cultural, em que o

homem e a natureza são os principais componentes do desenvolvimento, sendo que

o homem pode utilizar meios que potencializem esses recursos.

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Assim sendo, conclui-se que o termo ecodesenvolvimento teve seus

princípios aprimorados até torna-se desenvolvimento sustentável, e o Quadro 2

apresenta o comparativo entre os dois termos apresentados, demonstrando a

evolução da temática.

Quadro 2 - Comparativo entre ecodesenvolvimento e d esenvolvimento sustentável

DIMENSÃO ECODESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

CONCEITO/OBJETIVO COMPONENTES OBJETIVOS

Sustentabilidade social

O processo deve ocorrer reduzindo substancialmente as diferenças sociais.

- Postos de trabalhos para obtenção de renda individual, melhor qualidade de vida e maior qualificação profissional; - Produção de bens, com priorização das necessidades básicas sociais.

Reduzir a desigualdade social.

Sustentabilidade econômica

Alocação e gestão dos recursos, garantindo um fluxo regular de investimentos públicos e privados.

- Investimentos públicos e privados (cooperativas); - Utilização eficiente dos recursos; - Absorção empresarial dos custos ambientais; - Recursos próprios.

Aumentar a produção e riqueza social, sem dependência externa.

Sustentabilidade ecológica

Usar os ecossistemas com sua mínima deterioração, permitindo que a natureza realize seu ciclo temporal e preservação de fontes de recursos energéticos e naturais

- Respeito ao ciclo ecológico dos ecossistemas; - Prudência na utilização dos recursos naturais não renováveis; - Priorização de produção de biomassa; - Utilização de recursos renováveis; - Redução da intensidade energética; - Tecnologia no processo produtivo.

Melhorar a qualidade do meio ambiente, preservando os recursos naturais e energéticos para as futuras gerações.

Sustentabilidade espacial / geográfica

Evitar a concentração geográfica de populações, atividades e poder. Buscando ainda o equilíbrio entre cidade e campo

Desconcentração de pessoas e atividades; - Democratização; - Equilíbrio da relação cidade / campo.

Evitar concentração.

Sustentabilidade cultural

Respeitar as especificidades de cada ecossistema, cultura e local

- Adaptação à cada ecossistema; - Respeito à formação cultural das comunidades.

Evitar conflitos culturais.

Fonte: Adaptado de Montibeller Filho (2004).

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Neste contexto Montibeller Filho (2004) apresenta no Quadro 2 as cinco

dimensões do ecodesenvolvimento, descreve a evolução da termologia de

ecodesenvolvimento para o desenvolvimento sustentável, e conclui que o objetivo de

atendimento básico das necessidades da sociedade passou para uma política

ambiental que contempla os problemas globais e as futuras gerações, com a referida

evolução.

No Quadro 2, Montibeller Filho (2004) demonstra ainda, que no

ecodesenvolvimento cinco dimensões eram consideradas, são elas: social,

ambiental, econômica, espacial/geográfica e cultural, enquanto que no

desenvolvimento sustentável, apenas três dimensões são consideradas: social,

ambiental e econômico.

Os objetivos das dimensões do ecodesenvolvimento para o desenvolvimento

sustentável, em resumo evoluíram de: reduzir diferenças sociais, garantir o giro de

capital, respeitar o ciclo dos recursos naturais, respeitar as diferenças culturais e

territoriais, para: reduzir qualquer desigualdade social, seja ela de oportunidade ou

cultural, absorção dos custos ambientais de funcionamento e instalação das

empresas e independência externa e consumo consciente, preservando o meio

ambiente para que as próximas gerações usufruam para atender suas necessidades

(MONTIBELLER FILHO, 2004)

Enquanto Montibeller Filho (2004) utiliza a evolução do termo para

conceituar o desenvolvimento sustentável, Vargas et al (2001) abordam o sistema

econômico e demonstram a dificuldade quanto a aplicabilidade do tema, pois o ritmo

de crescimento da economia capitalista, que promove problemas ambientais por ser

de forma exponencial e desordenada, dificulta a aplicação de um pensamento

sustentável.

Para tanto, Vargas et al (2001) defende que é necessário um novo sistema

econômico, que seja capitalista, mas sob um ponto de vista mais amplo, como uma

nova organização social desenvolvimentista, o qual nomeia como desenvolvimento

sustentável, em que as dimensões: social, econômica, política, cultural e ambiental,

devem ter a mesma força influenciadora na tomada de decisão, possibilitando assim

uma nova perspectiva para a sociedade moderna.

Bellia (1996) justifica que a dificuldade de conceituação do termo se dá

desde as questões gramaticais da língua portuguesa, pois se trata da junção de um

substantivo (desenvolvimento) com um adjetivo (sustentável), no qual o adjetivo

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encaminha ao juízo de valor de cada indivíduo, sendo, portanto não quantificável,

permitindo assim que a definição do termo seja adaptada ao ponto de vista de cada

um.

Keinert (2008) defende que o desenvolvimento sustentável é a nova utopia,

que entrará no lugar do socialismo e conceitua o desenvolvimento sustentável como

o crescimento econômico e modernização, em conjunto com outros componentes:

ambiental e social, que se relacionam entre si.

Inclusive, Sneddon et al (2005), atribuem a falta de prática intensa do

desenvolvimento sustentável na origem da conceituação do mesmo como uma

filosofia ideológica, sua diversidade de idéias, a pluralidade de conceitos e os

diversos interesses que dificultam sua definição e por conseqüência sua

aplicabilidade.

E para Sneddon et al (2005) foi nestes pontos que os críticos do sistema se

apoiaram, argumentando que não é possível aplicar as idéias do desenvolvimento

sustentável, que se baseou no iluminismo, como forma de desenvolver a economia,

pois possuem objetivos contrários e ao mesmo tempo dependentes.

Neste sentido, vários são os motivos e estímulos para o desenvolvimento

sustentável, Vargas et al (2001) expõe que a globalização está diretamente ligada e

este novo modelo de desenvolvimento, pois com as sociedades mais próximas, a

velocidade da informação e o mercado praticamente sem barreiras, está cada vez

mais fácil a discussão de interesses nos aspectos monetário, financeiro,

patrimoniais, tecnológicos, culturais e o mais novo e discutido, ambientais. Assim, a

globalização se destaca como um impulsionador para o novo estilo de

desenvolvimento.

Assim a realidade mundial está caminhando para uma revolução

sustentável, no qual as empresas, mais que as demais organizações terão um forte

comando para este futuro.

E neste novo contexto, o futurista Elkington (2012) traz as sete revoluções

para a prática da sustentabilidade e os principais bloqueios que as empresas terão

para sua aplicabilidade. No Quadro 3 serão apresentado as revoluções, os velhos

paradigmas, os novos paradigmas, contextos e bloqueios.

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Quadro 3- Sete revoluções para a prática da sustent abilidade

Dimensões Velho Paradigma

Novo Paradigma Contexto Bloqueio

Mercado Consentimento Competição O tripé será intrínseco

no negócio das empresas

A sustentabilidade ser vista como uma nova

religião

Valores Rígidos Maleáveis Valores empresariais

baseados no tripé

A visão do negócio empresarial tem foco no valor econômico

Transparência Fechado Aberto Trabalhar o tripé, de forma transparente

junto aos stakeholders

Trabalhar com novos cenários e

stakeholders

Tecnologia do ciclo da vida Produto Função

O envolvimento da tecnologia em todo o

processo produtivo até o descarte

Acreditar que a responsabilidade da empresa á apenas

internamente

Parcerias Subversão Simbiose Criação de parcerias para desenvolver as empresas no tripé

O pensamento individualista e não de

alianças

Tempo Amplitude Extensão

O tempo ser medido em segundos por

causa da tecnologia, e de décadas, gerações

e séculos.

Gerenciar vários relógios ao mesmo

tempo

Governança Corporativa Exclusivo Inclusivo

Trabalhar e gerenciar as demais dimensões

e o tripé da sustentabilidade.

Enxergar o mundo empresarial em sete

dimensões.

Fonte: Adaptado de Elkington (2012).

No Quadro 3 temos as sete dimensões que contextualizam e traz os

principais bloqueios que a revolução sustentável, sendo elas: mercado, valores,

transparência, tecnologia do ciclo de vida, parcerias, tempo e governança

corporativa, demonstradas por Elkington (2012).

Na dimensão mercado o contexto sustentável se refere ao negócio da

empresa, em que a sustentabilidade para ser realmente praticada, necessita estar

intrínseca a este. O bloqueio para esta dimensão está na possibilidade da

sustentabilidade se tornar uma religião, uma filosofia, impossibilitando a prática.

Na dimensão valores, o contexto sustentável é de que o tripé da

sustentabilidade deve estar presente também nos valores da organização e o

bloqueio para esta dimensão está no fato das empresas terem o foco empresarial,

de negócio e valores, somente na dimensão econômica, e não no tripé.

A dimensão transparência contextualiza a necessidade de trabalhar de

forma transparente a sustentabilidade, envolvendo os stakeholders, e o bloqueio se

dá na dificuldade de trabalhar desta forma com novos cenários e novos stakeholders

que surgem freqüentemente.

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Tecnologia do ciclo de vida é a próxima dimensão apresentada, e o contexto

sustentável é de que a tecnologia deve fazer para de todo o processo produtivo,

inclusive do descarte, e o bloqueio está na consciência da organização, de perceber

sua responsabilidade apenas internamente, ou seja, não reconhece sua

responsabilidade quando seu produto sai de suas dependências.

A dimensão parceria enfrenta o bloqueio das empresas pensarem de forma

individualista por conta da competitividade e não em formas de aliança, que é o

contexto que a sustentabilidade desta dimensão defende, isto é, o desenvolvimento

de parcerias pensando no tripé da sustentabilidade.

A dimensão tempo é apresentada com o contexto das empresas terem de

lidar com o tempo contados em segundos por conta da tecnologia, pensando em

décadas, gerações e séculos diante da sustentabilidade, e o bloqueio está na

dificuldade de gerenciamento de vários relógios ao mesmo tempo.

Por fim, a última dimensão é a governança corporativa, que consiste no

gerenciamento das demais dimensões e do tripé da sustentabilidade, e o bloqueio

consiste no próprio gerenciamento e aplicabilidade das sete dimensões da revolução

sustentável apresentadas por Elkington (2012).

Diante do exposto nos conceitos apresentados, percebe-se que Vargas et al

(2001), Nascimento et al (2008), Sneddon et al (2005) e Van Bellen (2006)

concordam que a termologia de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade são

as mesmas, pois são utilizadas igualmente para explicar o tema. Todavia, para

Montibeller Filho (2004) há diferenciação entre o termo desenvolvimento sustentável

e sustentabilidade.

O primeiro é considerado um novo paradigma sistemático, em que no ciclo

econômico deve também considerar os aspectos principalmente ambientais, e essa

inter-relação é associada ao desenvolvimento. Já a sustentabilidade é definida como

a busca pela eficácia econômica, social e ambiental, atendendo a necessidade da

população atual, preservando para a geração futura (MONTIBELLER FILHO, 2004)

Quanto à diferenciação entre os termos desenvolvimento sustentável e

sustentabilidade Holthausen (2002) explica a sustentabilidade como algo que

perdure por muito tempo, próximo da eternização, e aproxima esse termo,

principalmente aos recursos naturais. Já o desenvolvimento sustentável ele

demonstra como a junção do progresso (econômico) de forma consistente e

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contínuo (sustentável) utilizando os recursos (ambiental e social) para que o

desenvolvimento seja contínuo (desenvolver).

Para Silva Neto e Basso (2010) a sustentabilidade é a característica do

desenvolvimento sustentável, se trata da capacidade de criar, testar e de adaptar,

enquanto o desenvolvimento sustentável é o processo que cria, testa e mantém as

oportunidades da adaptação no e do sistema, ou seja, o objetivo e principal

característica do desenvolvimento sustentável é a sustentabilidade.

Dovers (1995) também diferencia os termos sustentabilidade e

desenvolvimento sustentável, o primeiro é considerado a meta a longo prazo de todo

um processo, o qual se conceitua o desenvolvimento sustentável. Sendo assim, o

presente trabalho irá utilizar o termo sustentabilidade por compreender este como o

instrumento de aplicação para o macro processo do Desenvolvimento Sustentável.

Considerando que a base do desenvolvimento sustentável é formada pelas

dimensões: econômica, social e ambiental, conforme apresenta Elkington (2012), a

seguir será abordado mais sobre este tripé que dá base para a sustentabilidade e

consequentemente para a proposta deste presente trabalho acadêmico.

2.2.1 Tripé da sustentabilidade

Conforme visto, o desenvolvimento sustentável é um conjunto de

paradigmas, a fim de conscientizar o uso dos recursos que visam atender as

necessidades humanas, e estes recursos é o que se chama de sustentabilidade, são

eles: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade social e sustentabilidade

econômica. (TORRESI et al, 2010)

Para tanto Bellen (2006) define que primeiramente o foco da

sustentabilidade era apenas na integridade ambiental e após o relatório de

Brundtland iniciou a ênfase da questão humanitária, gerando o equilíbrio entre três

dimensões: econômica, ambiental e social. O tripé que apóia este conceito são

imprescindíveis para a prática da sustentabilidade (NASCIMENTO et al, 2008).

O tripé da sustentabilidade a partir das dimensões social, ambiental e

econômica, foi abordada inicialmente por Elkington (2012) que ressalta a importância

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de trabalhar integrando as três bases citadas, para alcançar o objetivo da prática da

sustentabilidade.

Van Bellen (2006), Sneddon et al (2005) e Nascimento et al (2008)

concordam que as três dimensões que formam este novo estilo de desenvolvimento

são: social, ambiental e econômico, ou seja, está relacionado ao progresso, com a

preservação do meio ambiente e garantindo o mínimo de qualidade de vida a

sociedade.

Searcy (2011) complementa ainda que os projetos elaborados para a prática

de sustentabilidade, quando não estão apoiados no tripé sugerido, descaracteriza a

sustentabilidade, e consequentemente não obtém o resultado esperado da prática

da sustentabilidade, que é o equilíbrio nas três dimensões. Sendo assim, a seguir

será abordado sobre os três aspectos da sustentabilidade.

2.2.1.1 Aspectos sociais

A dimensão social é considerada uma das bases que formam o tripé do

desenvolvimento sustentável, essa dimensão está relacionada ao ser humano e

suas implicações e responsabilidades dentro do contexto sustentável, a partir do seu

envolvimento com o Estado, com o meio ambiente e com as organizações.

Van Bellen (2206) expõe que a perspectiva social da sustentabilidade

aborda a questão do ser humano, com enfoque para o bem estar humano, condição

humana e a qualidade de vida, aspectos como serviços básicos, água limpa, ar puro,

segurança e outros são formas de medição desta dimensão, que possui um alto grau

de complexidade para ser construída e medida.

Outra perspectiva do aspecto social do desenvolvimento sustentável se

refere a igualdade social e igualdade de oportunidades, pois o alicerce para os

problemas sociais de entorpecentes, violência, fome, falta de saneamento básico e

outros é a desigualdade social, isto é, a concentração de educação, dinheiro e

oportunidade é na mãos de poucos privilegiados e a grande massa fica com as

ações e resultados periféricos, essa é a grande questão social para Sneddon et al

(2005).

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Dale e Newman (2010) atribuem ao aspecto social, o desenvolvimento da

democracia, por meio do governo que deve propagar e sustentar os valores culturais

e gerais que as pessoas desejam viver, dentre esses valores é citado a saúde

pública (água, ar e reforma agrária), infraestrutura (esgoto, transporte e segurança) e

disparidades econômicas. Percebe-se que quanto aos atributos que compõe o

aspecto social os autores se complementam e não há divergências de ideias,

apenas destaque e grau de importância para determinado atributo.

Assim, pode-se dizer que aspecto social é o mais complexo dos aspectos,

pois envolve o ser humano, suas necessidades, sentimentos, sofrimentos,

dificuldades, desejos, impedimentos e envolve questões sociais enraizadas na

sociedade como desigualdade social, cultura, valores, governo e democracia (DALE;

NEWMAN, 2010; VAN BELLEN, 2006; NASCIMENTO et al, 2008).

Social é pensar em um bem comum para a maioria, se não a totalidade da

população, sem desconsiderar os demais aspectos que compõe o desenvolvimento

sustentável (econômico e ambiental), tendo em vista que os três devem ter o mesmo

grau de importância e envolvimento no desenvolvimento sustentável.

Nas organizações este aspecto pode ser observado na prática da

responsabilidade social, nas ações sociais e projetos sociais, desenvolvidos aos

colaboradores, comunidades, associações e com o próprio sindicato da categoria,

promovendo o bem estar social, a inclusão e a minimização da desigualdade social,

seja ela de renda ou de oportunidade.

O próximo aspecto a ser analisado é o ambiental, que está diretamente

envolvido com o social, nas ações dos seres humanos e das organizações nos

recursos naturais como matéria-prima, bem como a resposta do meio ambiente para

essas ações, que influenciam diretamente as pessoas.

2.2.1.2 Aspectos ambientais

Ao abordar a questão sustentabilidade logo remete ao meio ambiente e os

recursos naturais, isso se dá, pois foram os movimentos ambientalistas promovidos

contrários a filosofia pregada pelo capitalismo de ter o crescimento a qualquer custo,

que motivaram este novo modelo de desenvolvimento sustentável.

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A perspectiva ambiental trata dos impactos das atividades humanas sobre o

meio ambiente, partindo do princípio de que os recursos naturais, renováveis e não

renováveis, são a base que assenta a espécie humana, e seu principal objetivo é

potencializar a utilização dos recursos naturais, minimizando a deterioração do meio

ambiente e respeitando seu ciclo natural (BELLEN, 2006)

Para Claro et al (2008) a dimensão ecológica ou ambiental, é dividida em

três subdimensões, a partir de seu foco: a primeira tem o foco na ciência ambiental e

ecologia, diversidade do habitat e florestas; a segunda subdimensão tem o foco na

qualidade do ar, da água e saúde humana, por conta da poluição; e a terceira tem o

foco na conservação e na administração dos recursos naturais renováveis e não

renováveis.

Schenberg (2010) traz a tecnologia como uma das principais ferramentas

para auxiliar os aspectos ambientais do tripé do desenvolvimento sustentável, traz a

abordagem da biotecnologia como forma de minimizar a degradação do meio

ambiente atuando na geração de energia, produção de alimentos e bioremediação,

para atingir os objetivos dos aspectos sociais deste modelo de desenvolvimento.

Bellia (1996) define os aspectos ambientais como objeto de gestão, ou seja,

os recursos naturais juntaram-se aos recursos financeiros e humanos, como

ferramentas da administração para conseguir maior lucro a partir da redução da

utilização dos recursos, sendo estratégico para a organização e também para a

sociedade e as futuras gerações.

Sustentabilidade ecológica preocupa-se com a interação direta e indireta de

alternativas de atividade produtiva em uma economia auto-sustentável, que não

agrida com intensidade o meio ambiente, seguida da distribuição deste território

natural e ainda do consumo dos recursos naturais de forma consciente (AB’SÁBER

et al, 1996).

Mathias e Pinheiro (2008) defendem que os aspectos ambientais estão

relacionados ao comportamento social com base em um pensamento pró-ambiente,

em que ocorre a conscientização de que os recursos naturais são finitos e que

possuem um ciclo natural de renovação, e que as ações do ser humano devem ser

pautadas nas limitações naturais, pois a base para a produção das organizações e

para o dia a dia das pessoas é o meio ambiente, direta ou indiretamente.

Assim, percebe-se que os aspectos sociais e ambientais estão relacionados,

na busca de um objetivo, entretanto para o desenvolvimento sustentável é preciso

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atingir a terceira base do tripé, o aspecto econômico, voltado para o crescimento e

progresso econômico de uma organização. Para se completar o conhecimento do

tripé do desenvolvimento sustentável vamos analisar o terceiro aspecto: econômico.

2.2.1.3 Aspectos econômicos

Este aspecto é voltado para o contexto macro da economia, permitindo o

progresso e crescimento. Tem destaque nas empresas, pois a idéia passada como

objetivo empresarial era obtenção de lucro. Foi o primeiro aspecto considerado no

desenvolvimento e que estimulou a degradação dos demais, incentivando assim a

criação dos dois novos aspectos, para serem considerados, dentro do

desenvolvimento, agora sustentável.

Antes era o único e mais importante aspecto dentro do desenvolvimento,

atualmente com a característica da sustentabilidade, o aspecto econômico é limitado

pelos outros dois aspectos: ambientais e sociais, ou seja, o desenvolvimento

econômico é realizado respeitando o desenvolvimento social e os recursos naturais

do meio ambiente (BELLEN, 2004).

Com o tripé da sustentabilidade, a obtenção de lucro, que antes era o único

e principal objetivo das empresas, abre espaço para a obtenção de lucro respeitando

os limites ambientais e promovendo as questões sociais, principalmente na

comunidade em que empresa está inserida.

Para Ab’Sáber et al (1996) a sustentabilidade econômica refere-se ao

tratamento dado em todas as etapas do processo de produção, desde a captação de

matéria prima na natureza, processo de transformação da industrialização,

comercialização, consumo e descarte, sendo o consumo incentivado por ações de

marketing a fim de garantir que o ciclo econômico seja realizado, para que as

pessoas mantenham-se empregadas e com capacidade de atender as suas

necessidades.

Benedetti et al (2009) explicam que o aspecto econômico se refere a

preocupação das organizações com o seu principal objetivo e razão de existência, o

lucro, seja motivado por mais vendas, seja por menos custos.

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Este conceito está diretamente ligado ao desenvolvimento pré sustentável,

em que o crescimento deveria ocorrer a qualquer custo, no qual promoveu-se a

desigualdade social e a degradação do meio ambiente, por isso a importância na

conscientização deste aspecto (BENEDETTI et al, 2009).

A dimensão econômica não está relacionada apenas com a economia

formal, como também com as atividades informais, que geram retorno à economia,

bem como os retornos financeiros esperados e realizados pelas organizações, e a

sustentabilidade desta dimensão está diretamente ligada a alocação dos recursos,

de forma que se tenha otimização destes e um retorno ideal do investimento

(CLARO et al, 2008).

Percebe-se que os três aspectos que formam o tripé do desenvolvimento

sustentável são importantes, fortes e interligados dentro da sustentabilidade. E o

desenvolvimento sustentável pleno consiste na prática destes três aspectos, e a

exclusão de um dos aspectos, além de descaracterizar a sustentabilidade, não

permite o pensamento completo e que se alcance os resultados esperados. Depois

de compreender a sustentabilidade, pergunta-se como praticá-la?

2.2 PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE

Depois de compreender o conceito e a evolução da sustentabilidade, sua

diferença com o desenvolvimento sustentável e como é composto o seu tripé é

necessário investigar como funciona a prática da sustentabilidade, quais as formas

utilizadas pelas organizações de promover a sustentabilidade.

Algumas organizações não governamentais, que compõe o terceiro setor,

são exemplos de organizações cuja missão é a pratica da sustentabilidade:

Greenpeace, Muda Brasil, Instituto Alana e várias outras, são reais aplicadores das

práticas sustentáveis por meio de seus projetos e programas, que atingem uma

demanda social e ambiental, garantindo o desenvolvimento deste tema, pensamento

e prática.

Projetos e programas sociais são uma das principais formas de praticar a

sustentabilidade social. Cohen e Franco (1999) explicam que projeto é um

empreendimento planejado, composto por atividades inter-relacionadas para o

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alcance de um objetivo, dentro de um orçamento e por um determinado período de

tempo; programa é um conjunto de projetos diferentes com o mesmo objetivo,

respeitando uma ordem e critério determinado pela empresa.

A responsabilidade do segundo setor, antes, era apenas interna, com seus

compromissos organizacionais, e atualmente vai além do pagamento legal dos

impostos e da lucratividade, está relacionada a responsabilidade social e

socioambiental, por meio das práticas da sustentabilidade. (REGO, 1986)

O Quadro 4 apresenta alguns conceitos e aspectos da responsabilidade

social, que se trata de um dos instrumentos que contribui para a prática da

sustentabilidade.

Quadro 4 – Conceitos e Aspectos da Responsabilidade Social (RS) RESPONSABILIDADE SOCIAL

AUTOR DESCRIÇÃO

Bittencourt e Carrieri (2011)

Emergiu a partir dos relacionamentos de indústrias, mercados e sociedades, no auge das atividades industriais. Foi o resultado da importância da atividade empresarial dentro do contexto social e das ações para as interferências que essas atividades produtivas vinham proporcionando ao meio ambiente, infra-estrutura, relacionamento humano e valores culturais.

Donaire (1999)

Conceitua como todos os benefícios e esforços demandados por ações que vão além da produção de bens e serviços, está implícito no sentido de obrigação das organizações com a sociedade e pode ser caracterizado de diversas maneiras, das quais são destacadas pelo autor: proteção ambiental, projetos filantrópicos e educacionais.

Queiroz et al.(2005) Conceitua como a assimilação dos novos valores na sociedade, e a empresa passa a atuar em diversas áreas da sociedade e não apenas na área que envolve a atividade produtiva da organização.

Soares (2004)

Critica a responsabilidade social corporativa como uma forma de transformar os objetivos e interesses organizacionais aceitos pela sociedade, ou seja, atingir as metas empresariais e financeiras, mesclando-as através de ações sociais, entretanto, afirma que mesmo tendo o objetivo obscuro ou ainda desconhecido, os resultados desta postura socialmente responsável são de grande valia para a sociedade, para o meio ambiente e para a organização.

Reis e Medeiros (2009)

Importância do papel das empresas neste contexto social, pois elas são responsáveis diretas e indiretas para que haja envolvimento de todos na preservação do meio ambiente, patrimônio cultural, promoção dos direitos humanos e na visão de uma sociedade socialmente justa e economicamente próspera.

Fonte: Dados primários (2012)

Referente ao Quadro 4, conclui-se que a responsabilidade social (RS) surgiu

a partir das atividades industriais, tendo em vista o forte impacto que estas

atividades causam a sociedade e ao meio ambiente (BITTENCOURT E CARRIERI,

2011). É conceituada como todos os benefícios sociais de esforços demandados por

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ações que ultrapassam a produção de bens e serviços, conforme explica Donaire

(1999), bem como a absorção de valores da sociedade por parte das empresas,

conforme defendem Queiroz et al (2005). Entretanto, Reis e Medeiros (2009) reforça

que o papel da empresa no contexto social é de importância e relevância para a

sociedade, tendo em vista que são fortes agentes influenciadores (de outras

empresas, da sociedade e do governo).

Outro instrumento que contribui para a prática da sustentabilidade é a

responsabilidade socioambiental e o qual é apresentado no Quadro 5.

Quadro 5 - Conceitos e Aspectos da Responsabilidade Socioambiental (RSA) RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

AUTOR DESCRIÇÃO

Tamashiro et al (2012)

A responsabilidade socioambiental não se preocupa apenas com a poluição, e sim atender a necessidade do seu público alvo, sem comprometer os direitos humanos (sociais e ambientais) do presente e do futuro.

Borsato et al (2010)

Ressalta a dificuldade de conceituar o termo responsabilidade socioambiental, defende que o termo tem várias definições e divergências quanto aos elementos principais que compõe o conceito, cuja variabilidade é motivada pelo setor da empresa, bem como seu objetivo organizacional, seu nível de comprometimento socioambiental, mas enfoca que a evolução do termo responsabilidade socioambiental é de extrema importância para a aplicabilidade da sustentabilidade.

Volpon (2007)

Explica que o relacionamento estratégico com os stakeholders é um dos fatores mais complexos para a aplicação da responsabilidade socioambiental pelas empresas. Essa dificuldade se dá por conta da interação entre a responsabilidade do processo produtivo da empresa e a relação com os mais diversos stakeholders que uma organização possui.

Nascimento et al (2008)

Responsabilidade socioambiental é a prática de ações que visem melhoria na qualidade de vida e na qualidade ambiental, integradas para atender as necessidades humanas, com proteção ambiental.

Silva et al (2011)

A responsabilidade socioambiental representa para as empresas, além de valores e conceitos, uma forma de promoção e incremento em seus resultados financeiros, agregando um valor diferenciado ao seu produto e marca, tornando assim, as empresas mais atrativas para os investidores, que é um dos stakeholders das empresas.

Fonte: Dados primários (2012).

Conforme conceitos e estudos apresentados no Quadro 5, pode-se preceber

que a responsabilidade socioambiental (RSA) se trata de atender seu público alvo

sem comprometer os direitos sociais e ambientais da sociedade (TAMASHIRO et al,

2012). Contando ainda com práticas de ações que visam melhoria na qualidade de

vida e na qualidade do meio ambiente e seus recursos (NASCIMENTO et al, 2008).

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Por tanto, Borsato et al (2010) ressalta que a responsabilidade socioambiental é de

extrema importância para a aplicabilidade da sustentabilidade.

Ainda neste contexto, o Quadro 6 apresenta alguns instrumentos de prática

da Responsabilidade Social e Socioambiental que podem levar a contribuição do

desenvolvimento da sustentabilidade.

Quadro 6 - Instrumentos de prática da sustentabilid ade (RS e RSA) SA 8000

AUTOR CONCEITO ASPECTO

Bassetto (2010)

Certificação internacional de Responsabilidade Social, com o enfoque no trabalhador, pois sua base é Organização Internacional do Trabalho (OIT), Declaração Universal dos Direitos Humanos e Declaração Universal dos Direitos da Criança.

RS

AA 1000

AUTOR CONCEITO ASPECTO

Bassetto (2010)

A certificação AA 1000 é uma prática de responsabilidade social que consiste na prestação de contas, cujo objetivo é assegurar a qualidade das informações referente a contabilidade, auditoria e relato social ético.

RS

OITO OBJETIVOS DO MILÊNIO

AUTOR CONCEITO ASPECTO

Objetivos do Milênio (2012)

Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2000, a partir de uma análise dos maiores problemas do mundo, criaram os 8 objetivos do milênio, que no Brasil foi nomeado como 8 jeitos de mudar o mundo, que devem ser atingidos por todos os países até 2015, quais sejam, conforme o Quadro 6.

RSA e RS

GESTÃO AMBIENTAL

AUTOR CONCEITO ASPECTO

Barata et al (2007)

Gerenciamento da organização, na produção de produtos e prestação de serviços de forma consciente quanto ao consumo e descarte, e ainda otimizando o consumo de energia, evitando desperdícios, em prol do meio ambiente e da redução de custos.

RSA

Uehara et al (2010)

Consiste em um instrumento plural para gerenciar e orientar a relação sociedade-natureza, possibilitando inúmeras ações e resultados, sendo que essa variação é diretamente dependente da missão e dos valores da organização.

ISO 14001

AUTOR CONCEITO ASPECTO

Nascimento et al (2008)

Norma desenvolvida em 1996, para auxiliar as empresas na adoção de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), por meio de diretrizes que permitem auditorias ambientais, avaliação de desempenho, rotulagem ambiental e análise do ciclo de vida dos produtos, embasando assim, a postura adotada pela empresa com as normas aceitas internacionalmente

RSA Silva e Ribeiro (2004)

Para o sucesso da aplicação se faz indispensável o envolvimento da Alta Administração da empresa, complementa-se ainda que a ISO 14001 é a única série certificável.

Avila e Paiva (2006)

Estratégia que permite as empresas reverem sua forma de produção e o seu pensamento quanto ao desperdício, praticando a gestão ambiental com requisitos aprovados, desenvolvendo assim um melhora em seu desempenho econômico, social e ambiental.

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PRODUÇÃO MAIS LIMPA AUTOR CONCEITO ASPECTO

Silva e Medeiros

(2006)

Solução para os problemas ambientais relacionadas ao processo produtivo como um todo, e não só com o final deste processo, como outros instrumentos de aplicação. É um instrumento usualmente praticado pelas indústrias de manufaturas, entretanto, aos poucos estão sendo absorvidas pelas empresas prestadoras de serviços. RSA

Lemos e Nascimento

(1999)

Resulta em inovações e competitividade no processo, no produto na administração das empresas

ECOEFICIÊNCIA AUTOR CONCEITO ASPECTO

Carvalho e Gomes (2008) e

Silva et al (2011)

É alcançada por meio do fornecimento de bens e serviços com preços competitivos, que satisfaçam a necessidade do consumidor, que traga qualidade de vida, reduzindo o impacto ambiental e o consumo de recursos ao longo do ciclo de vida do produto, minimizando ou eliminando a geração de qualquer poluição.

RSA

RECICLAGEM AUTOR CONCEITO ASPECTO

Hisatugo e Marçal Junior (2007)

Principal solução para um dos maiores problemas ambiental que é a destinação correta para os lixos que são gerados pelas empresas em decorrência do seu processo produtivo.

RSA

LOGÍSTICA REVERSA

AUTOR CONCEITO ASPECTO

Dias e Teodósio

(2006)

Concentração no caminho inverso da produção, ou seja, esforços a partir de produtos descartados após o consumo, visando agregar valor de diversos âmbitos, por meio da reintegração dos componentes e matérias ao ciclo produtivo.

RSA Demajorovic et al (2012)

“Responsabilização das empresas em relação aos produtos pós-consumo, assegurando que estes sejam recolhidos e encaminhados para reaproveitamento ou destinação segura”.

Gonçalves e Marins (2006)

Todas as atividades após a venda do produto/serviço, sendo que o objetivo principal deste instrumento é otimizar e tornar mais eficientes essas atividades gerando uma economia de recursos financeiros.

Fonte: Dados primários (2012).

Os instrumentos apresentados no Quadro 6 contribuem para a prática da

sustentabilidade, juntamente com a responsabilidade social e socioambiental. Dentre

os instrumentos apresentados, vale destacar os Oitos Objetivos do Milênio, que tem

sua formação diretamente envolvida com o tripé da sustentabilidade e por este

envolvimento, será utilizado para elaboração da sistemática proposta neste trabalho

para implantação de projetos socioambientais para a prática da sustentabilidade na

empresa Liderança Serviços. O Quadro 7 apresenta os oito objetivos, bem como

suas respectivas metas.

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Quadro 7 - Oito objetivos do milênio Objetivo Meta

1- Erradicar a extrema pobreza e a fome • Erradicar a fome entre 1990 e 2015.

2- Universalizar a educação primária • Garantir que, até 2015, todas as crianças, de todas as

regiões do país, independentemente de cor/raça e sexo, concluam o ensino fundamental

3- Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres

• Eliminar as disparidades entre sexos, nos ensinos, fundamental e médio, se possível até 2005, e em todos os níveis de ensino, o mais tardar até 2015.

4- Reduzir a mortalidade na infância • Reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a mortalidade de crianças com menos de 5 anos.

5- Melhorar a saúde materna

• Promover, na Rede do Sistema Único de Saúde (SUS), cobertura universal por ações de saúde sexual e reprodutiva até 2015;

• Até 2015, ter detido o crescimento da mortalidade por câncer de mama e de colo de útero, invertendo a tendência atual.

6- Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças

• Até 2015, ter reduzido a incidência da malária e da tuberculose.

• Até 2010, ter eliminando a hanseníase.

7- Garantir a sustentabilidade ambiental

• Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e reverter a perda de recursos ambientais.

• Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso permanente e sustentável à água potável e esgotamento sanitário.

• Até 2020, ter alcançado uma melhora significativa na vida de pelos menos 100 milhões de habitantes de assentamentos precários.

8- Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento

• Avançar no desenvolvimento de um sistema comercial e financeiro aberto, baseado em regras, previsível e não discriminatório;

• Atender as necessidades especiais dos países menos desenvolvidos. Inclui: um regime isento de direitos e não sujeito a quotas para as exportações dos países menos desenvolvidos; um programa reforçado de redução da dívida dos países pobres muito endividados e anulação da dívida bilateral oficial; e uma ajuda pública para o desenvolvimento mais generosa aos países empenhados na luta contra a pobreza.;

• Atender às necessidades especiais dos países sem acesso ao mar e dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento;

• Tratar globalmente o problema da dívida dos países em desenvolvimento;

• Em cooperação com os países em desenvolvimento, formular e executar estratégias que permitam que os jovens obtenham um trabalho digno e produtivo;

• Em cooperação com as empresas farmacêuticas, proporcionar o acesso a medicamentos essenciais a preços acessíveis, nos países em vias de desenvolvimento;

• Em cooperação com o setor privado, tornar acessíveis os benefícios das novas tecnologias, em especial das tecnologias de informação e de comunicações.

Fonte: Adaptado de Lohn (2009)

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Cada país possui seus indicadores e metas, de acordo com sua realidade

econômica, social e ambiental, e o Quadro 7 apresentado anteriormente é referente

aos indicadores e metas do Brasil. Objetivos do Milênio (2012) apresenta ainda

sugestões de ações para contribuir com os objetivos apresentados, que podem ser

praticados por empresas e cidadãos.

Além disso, Objetivos do Milênio (2012) apresentam casos de sucesso de

projetos avaliados e aprovados pelo Portal ODM, que contribuíram para a prática

dos objetivos do milênio, como é apresentado Quadro 8, forçando assim, a utilização

dos Oito Objetivos do Milênio como base em projetos socioambientais.

Quadro 8 - Exemplos de Projetos vinculados aos ODM Objetivo Projeto Idéia chave

1- Erradicar a extrema pobreza e a fome

Comunidade dos Pequenos Profetas – CPP Projeto Clarion

Recife (PE)

Melhorar a qualidade de vida e combater a violência contra a criança em situação de rua, abordando em especial a agressão sexual.

2- Universalizar a educação primária

Associação Vaga Lume Programa Expedição Vaga

Lume Amazônia

Contribuir com o desenvolvimento educacional e cultural de comunidades rurais da Amazônia através do estabelecimento de bibliotecas.

3- Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres

Associação de Formação e Reeducação Lua Nova

São Paulo

Promover a inclusão social de mães adolescentes, usuárias de drogas, com histórias marcadas por experiências de abandono precoce, violência ou marginalização.

4- Reduzir a mortalidade na infância

Pastoral da Criança Combater a mortalidade

infantil no Brasil

Contribuir para o desenvolvimento integral das crianças menores de 6 anos, no contexto familiar e comunitário.

5- Melhorar a saúde materna

Prefeitura Municipal de Sobral

Trevo de Quatro Folhas Ceará

Reduzir a morbi-mortalidade materna e infantil, através de uma nova gestão do cuidado materno-infantil e da mobilização da sociedade.

6- Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças

Colégio SEPAM Projeto MENARCA Ponta Grossa (PR)

Contribuir com a prevenção e informação sobre a saúde da mulher para meninas entre 12 e 15 anos utilizando alunas voluntárias desta faixa etária como capacitadoras.

7- Garantir a sustentabilidade ambiental

Associação de Silves pela Preservação Ambiental e

Cultural – ASPAC Amazônia

Melhorar renda e qualidade de vida de comunidades ribeirinhas atuando em projetos de ecoturismo e preservação através de acordos comunitários em parceria com redes de turismo responsável internacionais.

8- Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento

Articulação no Semi-Árido Brasileiro – ASA

Programa Um Milhão de Cisternas Rurais

Beneficiar cinco milhões de pessoas que sofrem com a falta de água potável no semi-árido brasileiro, através da construção de um milhão de cisternas para armazenar chuva.

Fonte: Adaptados de ODM (2012)

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Compreendendo os conceitos sobre sustentabilidade e algumas formas de

praticá-la, é necessário medir o desempenho desta prática e seus aspectos, para tal

utiliza-se de indicadores, que será conceituado e melhor compreendido no tópico a

seguir.

2.3 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE

Diante do exposto, surge a necessidade de medir a prática da

sustentabilidade, a fim de acompanhar os projetos e ações socioambientais,

buscando identificar lacunas que precisam ser trabalhadas, novas oportunidades de

sustentabilidade e o desempenho da organização, e para tal gestão utiliza-se a

ferramenta indicadores de sustentabilidade.

Indicadores de sustentabilidade são componentes de avaliação, para a

comunicação de forma mais compreensível e quantificável, simplificando

informações complexas, fazendo com que o contexto da sustentabilidade seja

representado o mais próximo possível da realidade (VAN BELLEN, 2006).

Van Bellen (2004) apresenta os indicadores de sustentabilidade como

medida e unidades de medição que resumem as características de um sistema e

pontos deste sistema, simplificando fenômenos complexos, buscando facilitar a

comunicação acerca do desenvolvimento sustentável, transformando o conceito em

dados numéricos, medidas descritivas e sinais orientativos.

Os indicadores de sustentabilidades têm como objetivo transmitir algumas

mensagens, descritas por Veiga (2010) como:

1) A diferença entre indicadores de sustentabilidade e estatística consiste

que o primeiro é com base em projeções, enquanto o segundo é em

observações;

2) Outra diferença entre indicadores de sustentabilidade e estatística está na

exigência de respostas prévias às normativas, contidas somente nos

indicadores de sustentabilidade;

3) Outra dificuldade identificada nos indicadores de sustentabilidade está na

abrangência deste, pois está em um nível global, internacional,

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principalmente nas questões ambientais, que influenciam e precisam se

cobrados de todos os países, igualmente, prioritárias.

O Instituto Ethos (2012) menciona que Global Report Initiative (GRI),

também utilizado na pratica da sustentabilidade, foi criada com o objetivo de elevar o

nível de qualidade das informações dos Relatórios de Sustentabilidade, suas

diretrizes e indicadores proporciona a comparabilidade, credibilidade, periodicidade

e legitimidade das informações e desempenho da empresa no âmbito social,

ambiental e econômico.

Por ser o relatório de sustentabilidade mais completo, a GRI busca o

envolvimento de mais países na adoção de seu modelo e atualmente mais de 1000

empresas já atuam com sua base de formulação de relatório, sendo no Brasil, 60

empresas. (INSTITUTO ETHOS, 2012).

Lohn (2009) explica que existem sistemas de indicadores em que algumas

temáticas são abordadas, a autora cita três sistemas de indicadores: OCDE

(temáticas: saúde, educação, emprego, acesso ao consumo, segurança pessoal,

condições da habitação e do ambiente físico, lazer e participação social), Nações

Unidas (temáticas: população, saúde, educação, atividade econômica, renda,

patrimônio, uso do tempo, segurança pública, mobilidade social, cultura,

comunicação e lazer) e Habitat (temáticas: uso do solo urbano, habitação, meio

ambiente, desenvolvimento socioeconômico e transporte urbano).

Percebe-se que as temáticas apresentadas são referências globais, em que

a necessidade atendida é de toda a sociedade, sendo assim, pode-se dizer que sua

abordagem é genérica, e as que mais se destacam, por conta da freqüência, são:

saúde, educação e condições urbanas de segurança pública, habitação e outros.

A complexidade do entendimento e prática do termo desenvolvimento

sustentável e sustentabilidade, reflete na construção e utilização dos indicadores de

sustentabilidade e para Guimarães e Feichas (2009), cinco são os principais

desafios para a construção dos indicadores, sendo:

1) Rompimento com a hegemonia da dimensão econômica – os indicadores

econômicos são os mais difundidos na sociedade e na tomada de

decisão, índices como PIB e taxa de juros são integralizados na

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população, entretanto não são potenciais para medir as questões sociais

e ambientais de um desenvolvimento;

2) Possibilidade de comparabilidade – os indicadores de sustentabilidade

devem ser passíveis de comparação, temporal, por escala, por objetivo,

por população ou faixa de população, dentre outras dimensões que

devem ser levadas em consideração no momento de construção;

3) Possibilidade de participação – permitir a participação da sociedade no

desenvolvimento sustentável é outro desafio encontrado na construção

dos indicadores, pois estes devem possibilitar o destaque da diversidade,

a discussão do desenvolvimento sustentável e a promoção do processo

democrático de planejamento e monitoramento;

4) Critérios de operacionalização – outra dificuldade gira em torno da

apresentação dos indicadores e de sua capacidade de influenciar o

comportamento da sociedade;

5) Relação entre as dimensões e suas interpretações – o último desafio

apresentado está nas diversas dimensões que devem ser utilizadas para

a construção dos indicadores, alguns autores defendem cinco dimensões

(econômica, social, ambiental, geográfica e cultural) e outros defendem as

três dimensões que foram a base do desenvolvimento sustentável e suas

relações (econômico, social e ambiental).

Guimarães e Feichas (2009) complementam ainda que por conta dos

desafios apresentados anteriormente, dificulta-se a criação de indicadores de

sustentabilidade sem direcionar a determinada dimensão, privilegiando

determinados indicadores em detrimento de outros.

Por fim, Uliani et al (2011) concluem que os indicadores de sustentabilidade

tem uma significativa importância, pois evidenciam intervenções necessárias, dão

suporte para a tomada de decisão, representa a realidade empresarial, prestando

auxílio na atribuição de fundos, alocação dos recursos naturais e permitindo a

comparação entre os processos e situações, promovendo advertências e

antecipando futuras condições.

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2.4 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO

Diante do exposto neste capítulo, percebe-se algumas informações

importantes para a elaboração de uma sistemática para implantação de projetos

socioambientais para a prática de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços,

dos quais se destacam que um projeto é um empreendimento planejado, composto

por atividades inter-relacionadas para o alcance de um objetivo, dentro de um

orçamento e por um determinado período de tempo (COHEN E FRANCO, 1999).

Que há diferenciação entre o termo desenvolvimento sustentável e

sustentabilidade, sendo que o último é a prática para alcançar o primeiro

(NASCIMENTO et al, 2008). Influenciando assim na decisão de que no presente

trabalho será utilizado o termo sustentabilidade.

Conclui-se que a conceituação que mais retrata o termo foi apresentada por

Nascimento et al (2008) como atitudes apoiadas no tripé (social, ambiental e

econômico) que atendem as necessidades da presente geração sem comprometer

que as gerações futuras possam atender suas próprias necessidades.

Outra importante consideração deste capítulo que irá contribuir para a

proposta do trabalho se refere quanto ao tripé que compõe a sustentabilidade,

sendo: social, ambiental e econômico, conforme apresentado por Elkington (2012).

Sendo assim, percebe-se que a sistemática deverá ser desenvolvida com base

nessas três dimensões, para não descaracterizar a sustentabilidade. E os Oito

Objetivos do Milênio tem forte relação com o tripé e por isso será adotado para a

sistemática proposta no trabalho.

Diante do exposto, percebe-se que este capítulo contribuiu com informações

e dados de autores renomados, para a elaboração de uma sistemática de

implantação de projetos socioambientais para a prática de sustentabilidade para a

empresa Liderança Serviços, objetivo principal deste trabalho acadêmico.

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3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

O capítulo de métodos e técnicas de pesquisa tem por objetivo apresentar

as formas e os procedimentos adotados para a realização da pesquisa. Os métodos

e técnicas propostos para o objetivo principal deste estudo, que se trata da busca de

características e opiniões para construção do programa de sustentabilidade para a

empresa Liderança Serviços, foram caracterizados e justificados de acordo com as

classificações apresentadas na literatura.

Método é o caminho pelo qual se atinge um objetivo, ou seja, um conjunto

de procedimentos intelectuais e técnicos para se atingir o conhecimento e a

veracidade deste (GIL, 2008). Para uma melhor compreensão, na Figura 2

apresenta-se o fluxo para desenvolvimento dos aspectos metodológicos, os quais

serão explanados nos tópicos seguintes.

Figura 2 - Aspectos metodológicos

Fonte: Dados primários (2012)

3.1 Caracterização da pesquisa

Natureza da pesquisa

Característica

Delineamento

3.2 Contexto e participantes da pesquisa

População

Amostra

3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

Fonte Instrumentos

3.4 Tratamento e análise dos dados

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3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Diante do objetivo proposto e da descrição do tema exposto, se fez

necessário o conhecimento de dados da empresa. Para tal, o pesquisador utilizou

métodos, que segundo Cervo e Bervian (1996), se trata de um conjunto de técnicas

gerais, para tornar procedimentos comuns a uma determinada área das ciências ou

a todas as ciências.

Figura 3 - Resumo – Caracterização da pesquisa

Fonte: Dados primários (2012)

Na Figura 3 é apresentado o resumo para o tópico caracterização da

pesquisa, no qual é identificado que a pesquisa é de natureza descritiva, com

característica qualitativa e quantitativa e possui o delineamento de um estudo de

caso. A seguir serão apresentadas as fundamentações para a conclusão da Figura

3.

A natureza descritiva tem como objetivo principal a descrição de

determinada população ou fenômeno. (GIL, 2008). E o presente estudos procura

identificar e descrever dentre outras características a identificação de sexo,

escolaridade, período de experiência do grupo pesquisado que faz parte da empresa

3.1 Caracterização da pesquisa

Natureza da pesquisa

Característica

Delineamento

Descritiva

Qualitativa e Quantitativa

Estudo de caso

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Liderança Serviços, além descrever sobre as suas ações, iniciativas e projetos

socioambientais.

Cervo e Bervian (1983) complementam ainda que a pesquisa descritiva

estuda fatos e fenômenos, correlacionando os resultados e as variáveis, sem a

interferência do pesquisador, ou seja, sem a manipulação dos dados. Esclarecem

ainda que este tipo de pesquisa é muito praticado pela a área de Ciências Humanas

e Sociais, que ainda não possuem registro. Outra característica que reforça a

definição da presente pesquisa como descritiva, tendo em vista que o pesquisador

não manipulou os dados, apenas tabulou os dados para levantamento dos

resultados.

Justifica-se o caráter qualitativo e quantitativo da presente pesquisa, com o

autor Chizzotti (2005) que define a pesquisa como quantitativa quando esta prevê a

mensuração de variáveis anteriormente estabelecidas, com o objetivo de verificar e

explicar como influenciam outras variáveis, por meio de análise de freqüência de

incidências e de correlações estatísticas, em que o pesquisador descreve, explica e

prediz.

Quando as suas características, concluiu-se que a pesquisa em questão é

de caráter quantitativo, pois trata de dados numéricos em algumas questões do

instrumento de pesquisa. E qualitativo, pois as demais questões da pesquisa tratam

de expressões, opiniões e resultados que não podem ser quantificado

numericamente, e sim a partir de suas características.

Com Marconi e Lakatos (2003) explicam que a pesquisa do tipo quantitativa

consiste em uma investigação cuja principal finalidade é delinear e analisar

características, fatos e fenômenos, caracterizados pela precisão e controle

estatísticos, fornecendo dados para verificação de hipóteses e emprega variáveis

quantitativas. O apêndice A retrata o instrumento que foi utilizado para a pesquisa

ser classificado do tipo quantitativa, em que seus resultados foram analisados a

partir do percentual de representatividade dentro do contexto analisado.

Já a pesquisa qualitativa é definida por Chizzotti (2005) como aquela que é

fundamentada em dados coligidos em relações interpessoais, na participação de

situações informantes, com a análise direcionada para o significado dos atos e neste

caso, o pesquisador participa, compreende e interpreta. Ou seja, a pesquisa

qualitativa é a partir do contexto, linguagem e de dados não numéricos (BARROS;

LEHFELD, 1998). Já o apêndice B retrata o instrumento que caracteriza a pesquisa

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como qualitativa, tendo em vista que os seus resultados não refletiram dados

numéricos, apenas em constatações qualitativas.

Quanto ao seu delineamento, o presente trabalho também se caracteriza

como estudo de caso, pois segundo Gil (2008) corresponde a características de um

estudo de caso o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, a fim de

adquirir conhecimento detalhado, e este delineamento permite tal conhecimento do

que os demais.

Roesch (2012) defende ainda que, o estudo de caso pode trabalhar com

evidências quantitativas e qualitativas, sendo predominantemente qualitativa, pois

não possui uma estrutura rígida para análise dos dados, o que permite uma maior

flexibilidade na análise e no resultado. E como visto anteriormente, a presente

pesquisa teve como característica ser qualitativa e quantitativa, atendendo assim um

dos quesitos do estudo de caso.

Ainda neste contexto, Cervo e Bervian (1983) descrevem que estudo de

caso se trata de uma pesquisa sobre um determinado individuo, família ou grupo,

para analisar aspectos variados referentes à sua vida. Assim, o presente estudo

justifica-se como um estudo de caso devido a variedade de assuntos estudados

dentro do tema sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, cujo participantes

da pesquisa compõem o quadro de pessoal da respectiva empresa.

3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA

Após a caracterização da pesquisa, é importante determinar a população e

amostra que serão utilizadas para a realização da pesquisa, análise dos estudos, os

quais foram aplicados os instrumentos de pesquisas de dados, que será base para

fazer posteriormente uma análise da pesquisa.

A pesquisa e a análise de dados se fazem necessário em todo o dia a dia,

direta ou indiretamente, pois para a tomada de decisão, é preciso buscar dados,

fazer comparações e posteriormente tomar a decisão, por isso a importância da

compreensão clara do contexto da pesquisa. (BARBETTA, 2007). A Figura 6

apresenta o resumo do processo de pesquisa de dados para responder as

indagações do presente trabalho acadêmico.

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Figura 4 - Compreensão da pesquisa de dados

Fonte: Barbetta, p.19. (2007)

O objetivo da pesquisa científica é de conhecer as características de

determinada população, Gil (2008) define população como o conjunto de elementos

que se deseja conhecer e ter conclusões validas em relação às características que o

pesquisador deseja conhecer, com a restrição de que esses elementos possam ser

estudados sob a mesma condição.

Roesch (2012) concorda com Gil (2008) e define que população se trata de

um grupo de pessoas, ou ainda empresas, que interessa aplicar a pesquisa para um

propósito específico de estudo. No presente estudo, a população é: 2 diretores e 1

supervisão de estágio, 33 gerentes e coordenadores, da empresa Liderança

Serviços referente ao tema sustentabilidade.

Roesch (2012) complementa ainda, que dependendo do tamanho da

população, o tempo dos pesquisadores, o custo da pesquisa e da capacidade de

processamento dos dados, se faz necessário extrair uma parcela desta população

para a investigação necessária, e a esta parcela dá-se o nome de amostra, que

Barbetta (2007) explica ser parte dos elementos de uma população. A amostra desta

pesquisa não se fez necessária, sendo os instrumentos aplicados com todos os

participantes, considerando que a pesquisa não tem as atribuições apresentadas por

Roesch (2012).

No presente trabalho, os instrumentos de pesquisas de dados, serão

nomeados de: instrumento de coleta de dados A e instrumento de coleta de dados

B, definidos e caracterizados no tópico 3.3.

A população e amostra para a aplicação do instrumento de coleta de dados

A (questionário) foram os gestores da Liderança Serviços, tanto da matriz quanto de

suas filiais, no total foram 33 participantes, restrito às funções de gerentes e

coordenadores, e para o instrumento de coleta de dados B (entrevista), a população

Pesquisa

Dados

Informações

Novos conhecimentos e novas hipóteses

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pesquisada foi os diretores da empresa e com a supervisora de estágio, que é

responsável pelo desenvolvimento e prática dos projetos socioambientais, sendo

assim a população pesquisada foi de 2 (dois) diretores, sendo eles um Diretor

Adjunto de Finanças e o Diretor Presidente, e 1 (uma) supervisora de estágio, na

função de coordenação de Recursos Humanos. A Figura 5 apresenta o resumo

deste item.

Figura 5 - Resumo – Contexto e participantes da pes quisa

Fonte: Dados primários (2012)

3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os dados coletados serão tanto de fontes primárias quanto de fontes

secundárias, dados primários são aqueles ainda não levantados e que precisam ser

coletados diretamente com a população, já os dados secundários são aqueles que já

existem em alguma publicação ou arquivo. (BARBETTA, 2007).

Roesch (2012) complementa que os dados secundários podem ser

coletados em documentos, condução de entrevistas, acompanhado pelo

pesquisador. E a entrevistada dirigida, conforme informando anteriormente é um dos

instrumentos de coleta de dados. Já os dados primários, podem ser pesquisados por

meio de questionários, complementa Barbetta (2007) e este é outro instrumento de

coleta de dados.

Diante do exposto, os dois instrumentos de dados que foram utilizados na

coleta de dados corresponde a entrevista dirigida e o questionário, que Chizzotti

(2005) explica ser um composto de questões pré-elaboradas, estrategicamente

CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA

População – Instrumento A

33 gerentes e coordenadores

População - Instrumento B

2 diretores e 1 supervisora

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sistematizada e seqüencialmente disposta, com o objetivo de captar dos informantes

informações e opiniões referente ao tema do trabalho, que neste caso foi a

sustentabilidade e sua prática dentro da empresa Liderança Serviços.

Em resumo, Gil (2008) conceitua o questionário como sendo uma técnica de

investigação, a partir de um conjunto de questões, submetida a uma população

anteriormente definida pelo pesquisador, para obter informações sobre o

conhecimento, crenças, sentimentos, interesses, comportamento e outros

relacionados ao assunto a ser pesquisado.

Chizzotti (2005) destaca que para o êxito no resultado da aplicação do

questionário é necessário: que o pesquisador tenha transparência dos objetivos e

que este seja claro na formulação de cada pergunta; que o informante compreenda

clara e facilmente as questões, sem dúvida quanto ao conteúdo; e que o

questionário tenha uma estrutura lógica, ou seja, parta do simples para as questões

mais complexas, que sejam coerentes e objetivas.

O questionário aplicado foi composto por 15 questões fechadas, ou seja,

questões para que o respondente escolha uma das alternativas apresentadas no

instrumento, facilitando o padrão de resposta e a análise (GIL, 2008). As primeiras

questões buscam informações sobre o gênero, idade, escolaridade e tempo de

empresa, para caracterizar os participantes, as demais questões são acerca do tema

sustentabilidade em relação a Liderança Serviços e no dia a dia pessoal de cada.

O questionário foi elaborado com orientação dos autores como Chizzotti

(2005), Gil (2008), Roesch (2012) e Barbetta (2007), verificando se alguns

procedimentos foram atingidos, das quais destaca-se: separar as variáveis a serem

levantadas; revisar a bibliografia para mensurar as variáveis; estabelecer a forma de

mensuração das variáveis; elaborar uma ou mais perguntas para cada variável;

deixar a pergunta totalmente clara; verificar se a pergunta não está induzindo

alguma resposta; e verificar se a resposta da pergunta não é óbvia.

O questionário deve ser respondido pelo próprio elemento da população,

sem o acompanhamento do pesquisador ou encarregado no momento do

preenchimento (BARBETTA, 2007). E conforme a orientação do Barbetta (2007) a

aplicação do questionário se deu desta forma, sendo entregue em um encontro dos

gestores da Liderança, sendo divididos em gerentes e coordenadores, facilitando a

aplicação do questionário e o retorno destes.

A entrevista dirigida, ou padronizada, ou ainda estruturada é caracterizada

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por Marconi e Lakatos (2003) como aquela cujo entrevistador possui um roteiro pré

determinado, com perguntas estrategicamente elaboradoras e postas em sequencia,

e o público a ser entrevistado é previamente determinado, o objetivo deste estilo de

entrevista é analisar e comparar opiniões, referente a um mesmo assunto, com as

mesmas perguntas.

Roesch (2012) explica que a entrevista dirigida absorve informação e grande

escala, entretanto, exige do entrevistador uma padronização nas perguntas

formuladas, para não influenciar a resposta de cada entrevistado. As entrevistas

foram realizadas de forma individual, com cada entrevistado (Diretor presidente,

diretor adjunto de finanças e supervisora de estágio), que conforme Barbetta (2007)

as entrevistas precisam ser aplicadas com elementos que possuem maior

conhecimento sobre o tema pesquisado.

A entrevista foi aplicada com 12 questões pré-estabelecidas e formuladas,

com o intuito de identificar a importância da sustentabilidade para a Liderança

Serviços, o envolvimento da alta administração com a prática do tema estudado e

outras variáveis relacionadas ao tema.

Ambos os instrumentos desenvolvidos e aplicados, tiveram por finalidade

identificar o envolvimento da alta administração e dos líderes da Liderança Serviços

com a prática da sustentabilidade, procurando conhecer a importância do tema para

a organização e para os seus colaboradores, bem como características que

permitam o desenvolvimento de uma sistemática de implantação de projetos

socioambientais para a prática de sustentabilidade mais próximo de sua aplicação

na empresa Liderança Serviços.

Além dos dois instrumentos apresentados até o momento, para

embasamento da pesquisa foi utilizado ainda a pesquisa bibliográfica que para

Cervo e Bervian (1996) tem como objetivo explicar um problema a partir de

referências teóricas que tenham sido publicadas em documentos seguros e de

credibilidade, permitindo uma análise histórica existentes sobre determinado

assunto.

O resultado final para o trabalho será apresentar uma sistemática de

implantação de projetos socioambientais para a prática de sustentabilidade na

empresa Liderança Serviços, a partir dos Oito Objetivos do Milênio, cujo o prazo

coincide com o definido na visão pela empresa Liderança Serviços, auxiliando a

mesma em ser a melhor empresa para se trabalhar no ramo de limpeza e

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conservação dentre as prestadoras de serviços do Brasil até 2015, além de ter

outros embasamentos como: pesquisas realizadas, o respeito pelo tripé da

sustentabilidade e a realidade da empresa.

Após a coleta de dados será necessário a análise dessas informações.

Barros e Lehfeld (1998) classificam com um das fases mais importantes e

trabalhosas do trabalho, nesta fase, o pesquisador deverá manter sua atenção em

organizar, ler, analisar e interpretar os dados coletados. Os dados serão analisados

a partir do processo analítico-descritivo. A Figura 6 apresenta o resumo deste tópico.

Figura 6 - Resumo de procedimentos e instrumentos d e coleta de dados

Fonte: Dados primários (2012)

A Figura 6 demonstra que os instrumentos de dados coletados foram:

questionário composto por 15 questões e a entrevista composta por 12 questões,

ambos com a finalidade de buscar informações para composição da sistemática de

implantação de projetos socioambientais para a prática de sustentabilidade na

empresa Liderança Serviços.

3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Este item apresenta como os dados foram tratados e analisados. Os dados

quantitativos foram interpretados por meio de gráficos que mostra estatisticamente

as respostas, e os dados qualitativos através de uma análise descritiva dos gráficos

apresentados e das entrevistas realizadas.

Instrumentos de coleta de dados

Questionário (Instrumento A)

Entrevista (Instrumento B)

Envolvimento, importância, característica e demais

variáveis para a elaboração de uma

sistemática para implantação de projeto

para a prática de sustentabilidade na empresa Liderança

Serviços

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Para Gil (2008) esta fase de análise e interpretação dos dados, são

processos distintos mais diretamente relacionadas, o primeiro, a análise dos dados é

o resumo e organização dos resultados, já a interpretação diz respeito a procura

pelo sentido mais amplo das respostas.

Roesch (2012) traz a informação de que as pesquisas, de caráter

quantitativo, são normalmente submetidos à análise estatística, que em pequenas

quantidades, como foi a presente pesquisa, a tabulação dos resultados são

realizado a partir de planilhas de codificação manual.

A pesquisa quantitativa foi realizada por meio do questionário, e a análise

será univariada, que conforme Roesch (2012) se trata da análise de freqüências de

cada questão pesquisada.

Outro dado que pode ser analisado é o categórico, ou seja, o qualitativo, que

podem ser analisados quanto a sua freqüência e percentual de composição de

determinado grupo (ROESCH, 2012). Para Gil (2008) a análise qualitativa depende

muito do estilo e da capacidade do pesquisador e apresenta ainda três etapas para

a análise deste tipo de dado: redução (seleção e simplificação dos dados); exibição

(apresentação e organização dos dados de modo a possibilitar a comparação de

semelhanças e diferenças); e a conclusão (revisão para conferir o significado dos

dados, suas regularidades, padrões e explicações).

Outra característica trazida por Gil (2008) para a análise qualitativa está

relacionada a interpretação deste tipo de dados, o qual define que não é possível

separar os processo de análise e interpretação.

A análise e a interpretação dos dados, sejam eles quantitativos ou

qualitativos, devem ser realizadas em conjunto com o problema da pesquisa e o

objetivo geral da pesquisa, tendo em vista que o resultado obtido dará base para

resposta do questionamento inicial (GIL, 2008). E neste trabalho a pergunta

problema apresenta na introdução foi: Como a empresa Liderança Serviços pode

praticar projetos de sustentabilidade? E a proposta para este questionamento é a

elaboração de uma sistemática de implantação de projetos socioambientais para a

prática de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços.

Figura 7 - Resumo de análise e interpretação dos da dos Fonte: Dados primários (2012)

Análise dos dados

Interpretação dos dados

Elaboração da sistemática de implantação de projetos

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A Figura 7 apresenta em resumo o que foi tratado neste tópico, sendo que

foi apresentado como será a análise dos dados, a interpretação deste e a finalidade,

que se trata da elaboração de uma sistemática para implantação de projetos

socioambientais de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços. Ou seja, a

pesquisa realizada e explicada, em aspectos metodológicos, será base para a

construção desta sistemática.

A fundamentação teórica e nos aspectos metodológicos apresentados até o

momento, servirão de base para a elaboração desta sistemática, todavia para que o

programa desenvolvido tenha uma aplicabilidade é necessário conhecer a empresa

em que o estágio foi desenvolvido, assim sendo, no próximo tópico teremos a

caracterização da empresa Liderança Serviços.

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4 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A empresa Liderança – Limpeza e Conservação Ltda., conhecida como

Liderança Serviços, foi fundada em 15 de março de 1995, na cidade de São José

em Santa Catarina, pelo atual Diretor Presidente Sr. Francisco Lopes de Aguiar e

tem por objetivo prestar serviços terceirizados e especializados, sendo o principal

ramo de atividade a limpeza e conservação.

No início contava com um pouco mais de 10 colaboradores e hoje seu

quadro de efetivo é composto por aproximadamente 16.000 colaboradores ativos.

Tem sua sede localizada na rua Antônio Mariano de Souza, 775 – bairro Ipiranga -

cidade de São José – estado de Santa Catarina e distribuição por 12 estados

brasileiros, sendo 3 filiais (Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo), 8 escritórios

(Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa

Catarina) e prepostos (Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Bahia, Ceará, Alagoas e

Distrito Federal).

As filiais são compostas por espaços físicos, legalmente registrados como

filiais, com CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e demais dados, e a

estrutura organizacional é formada conforme a Figura 10.

Figura 8 - Matriz e filiais

Fonte: Dados primários (2012).

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As três filiais possuem a estrutura física localizada nas capitais dos

respectivos estados, sendo que Curitiba/PR e Porto Alegre/RS possuem a gerência

da filial e a filial São Paulo, não possui está função na hierarquia, sendo esta

responsabilidade da matriz. O quadro de pessoal localizado nas filiais são

considerados administrativos, excetos os supervisores e fiscais, e atendem todo o

estado no qual estão localizadas, inclusive, interior e fronteiras.

Os escritórios se diferenciam das filiais, referente ao cadastro legal e suas

atribuições, possuem um responsável pelas atividades, mas não realizam gestão de

contratos, sendo que a principal finalidade é possuir uma estrutura física para

atender a demanda de regiões distantes das filiais e com mais contratos de

prestação de serviços. Os escritórios são localizados nas cidades de: Rio de

Janeiro/RJ, Vitória/ES, Cuiabá/MT, Chapecó/SC, Joinville/SC, Campinas/SP,

Bauru/SP e Pelotas/RS. E são auxiliados pelas filiais e matriz.

Nas cidades de Belo Horizonte/MG, Campo Grande/MS, Salvador/BA,

Fortaleza/CE, Maceió/AL e Brasília/DF a Liderança Serviços é representada por

prepostos, além de supervisores que atendem os contratos de prestação de serviços

firmados na região, que são em menor quantidade, não justificando ou pagando um

investimento para a criação de uma estrutura física.

Por atuar em diversos estados a Liderança Serviços utiliza a ferramenta ISO

9001/2000, da qual possui certificação desde 2003, que veio para padronizar a

prestação dos serviços, o atendimento, os processos, as ferramentas, bem como

disseminar para todos os colaboradores, os valores, filosofia e missão da empresa.

E a utilização da ISO 9001 permite que os processos sejam padronizados em

qualquer local de atuação da empresa (WALTER, 2005).

Os serviços comercializados e prestados pela Liderança Serviços são em

diversas áreas, sendo a principal divisão de seu mercado de atuação: clientes de

entidades públicas e clientes da iniciativa privada.

No âmbito governamental, atua desde sua fundação, nas esferas: municipal,

estadual e federal e desde 2009 está presente na iniciativa privada, sendo que seus

clientes são predominantemente pessoas jurídicas, do segmento de

telecomunicação, varejo, moda, condomínio residencial e comercial, indústria,

distribuidora, transportadoras, bancos e financeiras.

Devido a cláusulas de sigilo e confidencialidade de seus contratos de

prestação de serviços, não pode ser exposto neste trabalho os seus principais

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clientes. Essas cláusulas são utilizadas neste tipo de contrato, tendo em vista que

alguns serviços tratam de informações confidencias em que as duas partes

envolvidas, são protegidas não só eticamente, como de forma contratual e legal.

Os serviços que a Liderança Serviços oferece aos seus clientes são

prestados na área de: apoio administrativo, ascensoria, copa e café, digitação,

recepção, zeladoria, garçom, jardinagem, motorista, portaria, mão de obra em geral

(secretaria, motoboy e outros) e limpeza e conservação.

A empresa tem como destaque o segmento de limpeza e conservação, que

no ano de 2011 foi considerada a maior empresa no ramo de limpeza e

conservação, em faturamento, sendo em valores aproximadamente R$

191.000.000,00.

O mercado de atuação da Liderança Serviços, principalmente no ramo de

limpeza e conservação, é competitivo, sendo que duas grandes empresas são as

mais fortes concorrentes, tanto em atendimento da região, quanto em faturamento,

são elas: Brasanitas e Gocil, ambas fundadas antes da Liderança Serviços.

A Brasanitas foi fundada em 1962 na cidade de São Paulo/SP e hoje é

formada por um grupo de empresas, conta com um quadro de pessoal de

aproximadamente 20.000 colaboradores. No estudo da responsabilidade

socioambiental a Brasanitas atua com um programa e quatro projetos, desenvolvidos

com parceiros, são eles: Programas de inclusão e valorização (com a inclusão no

mercado de trabalho de pessoas com deficiência) este programa conta com dois

projetos (Programa de Aprendizagem e Programa Social); Projeto Social Arremesso

para o amanhã (incentivo através do esporte para crianças e adolescentes -

basquete); e Festival Somos Iguais (Incentivo através do esporte de inclusão a

pessoas com deficiência física – natação).

A empresa Gocil foi fundada em 1985, em Bauru/SP, quanto a sua

responsabilidade socioambiental, esta empresa apresenta a visão da

sustentabilidade dentro do tripé: ambiental, social e econômico, e se identificam

como vigilantes do planeta e possui um manual de sustentabilidade.

Além dos concorrentes, outros stakeholders que influência e são

influenciados pela Liderança Serviços corresponde aos fornecedores. No Quadro 9

será apresentado a linha de produtos e seus fornecedores.

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Quadro 9- Linha de produtos e fornecedores Fornecedor Insumo Cliente Administrativo

A Materiais de limpeza X X B Materiais de copa X X C Materiais de jardinagem X D Equipamentos e maquinários X E Uniformes X X F Equipamentos de proteção X X G Materiais de expediente X

Fonte: Dados primários (2012)

O Quadro 9 apresenta que a Liderança Serviços tem sete tipos de

fornecedores, que são classificados de acordo com o insumo fornecido. Outra

classificação apresentada no Quadro 9 é o destino dos insumos, que podem ser

diretamente ao cliente, diretamente ao administrativo (matriz, filiais, escritórios e

prepostos) ou em ambos os locais.

Devido a cláusula de sigilo e confidencialidade, não têm-se acesso às

informações dos principais fornecedores, sabe-se entretanto que a maioria é

localizada em São Paulo, por ser a região com mais contratos da empresa Liderança

Serviços, conseqüentemente com mais insumos demandados.

Quanto aos colaboradores, internamente a Liderança Serviços possui

atitudes e ações organizacionais para desenvolver o corpo funcional, por exemplo, a

Liderança Serviços possui e divulga aos seus colaboradores o Código de Conduta,

no qual constam informações organizacionais e quais os deveres deles dentro e

para com a empresa.

No Anexo 1 é apresentado o Código de Conduta da Liderança Serviços, que

dentre algumas informações constam: negócio, missão, valores e condutas de

relacionamento da organização, quais sejam:

• Negócio – Bem estar e comodidade;

• Missão - Satisfazer plenamente os clientes internos e externos, através de

atendimento ágil e serviços de qualidade, buscando profissionais

motivados e comprometidos;

• Valores – Comprometimento, valorização do ser humano, aprendizagem,

economicidade, disciplina, eficiência, presteza e agilidade;

• Reconhecer as pessoas certas – Demonstra algumas características que

a organização reconhece como sendo essencial ao profissional e para a

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própria empresa;

• Condutas de relacionamento – Não ao preconceito, propriedade

intelectual, conflito de interesses, confidencialidade, concorrência leal,

comunidade e meio ambiente e práticas disciplinares.

O código de conduta da Liderança Serviços foi elaborado pela EGQ (Equipe

da Gestão de Qualidade) de Sustentabilidade, buscando reforçar os valores e

condutas de relacionamento aceitas pela organização, bem como conscientizando

quanto ao preconceito e assédio.

A comunicação deste Código de Conduta é realizada por meio de televisores

internos, emails, murais e quadro de acrílico, anexado em cada gestão, enfim em

locais de fácil e clara localização, além de fazer parte do Kit Integração, que

acompanha os novos colaboradores desde sua contratação.

Outra informação importante e que não consta no Código de Conduta, por

questões estratégicas e internas da organização, é a visão de ser a maior em

faturamento e a melhor empresa para se trabalhar no ramo de prestação de serviços

de limpeza e conservação no Brasil até 2015, respeitando a margem de contribuição

mínima definida em planejamento estratégico.

A estrutura organizacional da Liderança Serviços é composta por diversos

setores, que dentro da empresa recebem a nomenclatura de Gestões, com quatro

grandes níveis hierárquicos, conforme a Figura 9.

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Figura 9 - Organograma

Fonte: Liderança Serviços (2012)

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As gestões apresentadas no organograma são compostas por gerência,

algumas com coordenações e líderes de grupo, além dos assistentes, e os menores

aprendizes, que são em grande número no quadro administrativo. Diante do

exposto, o Quadro 10 apresenta brevemente a função de cada gestão apresentada

na Figura 11.

Quadro 10 - Resumo do organograma Gestão Função

Qualidade Responsável pela normatização e cumprimento dos padrões da ISO 9001, bem como auditorias, ata em reuniões, atualização e cumprimento das Instruções de Trabalho, procedimentos e registros.

Recepção Responsável pelas três recepções existentes na matriz, bem como envio e recebimento de malotes e correspondências, controle do motoboy, recepção de visitantes e outros.

Jurídico e Assessoria Jurídica

Responsável pela defesa das causas trabalhistas, tanto administrativas quanto operacionais; e pela defesa e entrada de processos empresariais e de contratos de prestação de serviço, respectivamente.

Arquivo Responsável pelo arquivo de documentos sejam eles: cartões pontos, processos trabalhistas, guias de FGTS, contratos encerrados e outros.

Pessoal Responsável pelo o processo burocrático de admissão, demissão, folha de pagamento, sindicatos, FGTS, INSS, atualizações em CTPS, pagamento de PIS e outros.

Faturamento Responsável pela emissão e envio de notas fiscais, bem como documentação que deve acompanhar é a responsabilidade desta gestão.

Operacional Público Responsável pela operacionalização, a execução dos serviços nos contratos de prestação de serviços firmados entre a Liderança Serviços e seus clientes públicos.

Operacional Privado/SC Responsável pela operacionalização, a execução dos serviços nos contratos de prestação de serviços firmados entre a Liderança Serviços e seus clientes públicos de Santa Catarina e privados de todos os estados.

Comercial Público

Responsável pela comercialização dos contratos com clientes públicos; pela gestão dos contratos públicos e manutenção e faturamento dos mesmos; e pela repactuação e reajuste dos contratos públicos, respectivamente.

Comercial Privado Responsável pela comercialização dos contratos com clientes privados, a gestão dos contratos privados e manutenção e faturamento dos mesmos e a repactuação e reajuste dos contratos privados.

Contabilidade Responsável por todas as atividades contábeis de fiscalização, balanço patrimonial e demonstrativo de resultado do exercício.

Benefícios Responsável pelo pagamento dos benefícios de vale alimentação e vale transporte, para o corpo administrativo e operacional.

Suprimentos

Responsável pela compra e envio de materiais de copa para os contratos com previsão destes; pela compra e envio de materiais de limpeza e jardinagem para os contratos com previsão destes; e pela compra e envio de equipamentos para os contratos com previsão destes, respectivamente.

Financeiro Responsável pela contas a pagar e a receber, bem como pela cobrança e investimentos da empresa.

Recursos Humanos Desenvolvimento do ser humano, por eles são realizados e viabilizados os treinamentos, recrutamento e seleção, comemorações, gincanas, e os projetos e ações socioambientais.

Fonte: Dados primários (2012)

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Atualmente, a gestão de Recursos Humanos é responsável por desenvolver

os projetos socioambientais, promover, divulgar e conscientizar os colaboradores e

demais stakeholders quanto a prática destes, bem como de firmar parcerias para

viabilização destes projetos, tendo em vista que a empresa Liderança Serviços não

possui uma área de sustentabilidade.

A formação desta gestão é composta por uma coordenadora, duas analistas

e um menor aprendiz, sendo que estes devem hierarquicamente responder a

Diretoria Adjunta de Finanças.

Além dos projetos socioambientais é de responsabilidade da gestão de

Recursos Humanos o desenvolvimento dos colaboradores do corpo administrativo

da matriz e das filiais, suas atividades vão desde o recrutamento e seleção,

benefícios indiretos, pesquisa de satisfação interna até o aperfeiçoamento contínuo

dos colaboradores, inclusive do corpo operacional da matriz.

A Gestão de Recursos Humanos viabiliza ações que concretizam a

preocupação da Liderança Serviços com os colaboradores, que caracteriza uma

ação de responsabilidade social, tendo em vista que a mão de obra empregada é

um número considerável, e promover benefícios que garantam uma qualidade de

vida mais adequada, é uma maneira visível de atuação socialmente responsável,

pois demonstra que a empresa faz além de suas obrigações trabalhistas.

Dentre os benefícios que a Liderança Serviços fornece, além dos legais

como vale alimentação e vale transporte, têm-se outros, cuja viabilidade fazem parte

das responsabilidades da Gestão Recursos Humanos, dentre os quais são

destacados alguns na Figura 10.

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Figura 10 - Benefícios Indiretos

Fonte: Dados primários (2012)

A Figura 10 apresenta benefícios não obrigatórios ligados a estímulos para

os colaboradores, envolvendo-os em várias dinâmicas e atendendo as necessidades

básicas, quais sejam:

• Homenagens para os colaboradores nos momentos de comemoração

nacional como: Dia dos pais, Dia das mães e Dia das mulheres, em que é

envolvido lembranças com o tema relacionado e com a Liderança

Serviços.

• Cuidados com a saúde: A parte I está relacionada a preocupação

preventiva, com a viabilidade para prática de trilhas, ginásticas laborais e

a vacinação contra a gripe. A parte II está relacionada aos convênios

médicos, que é disponibilizado para colaboradores com mais de dois anos

de Liderança Serviços, sendo o plano sem co-participação e carência,

além de cobrir consultas, exames, cirurgias, cesarianas e outras questões

emergências e ambulatoriais;

• Divulgação dos aniversariantes do dia por email, para todo o grupo

Liderança Serviços, e os aniversariantes do mês no site da empresa, além

de presentear os colaboradores com presentes inovados anualmente;

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• Gincanas: as gincanas é a promoção de trabalho em equipe, estimulando

a competitividade e ao mesmo tempo o trabalho em equipe, com

premiações para as gestões vencedoras e com lembranças para cada

colaborador.

Além da viabilidade dos benefícios não obrigatórios, é de responsabilidade

da Gestão de Recursos Humanos o aperfeiçoamento e desenvolvimento dos

colaboradores, sejam eles por meio de treinamentos, incentivo e auxílio à educação.

Quanto ao aperfeiçoamento dos colaboradores, a Liderança Serviços,

promove treinamentos e viabiliza cursos aos envolvidos, pensando em sua filosofia

empresarial de qualidade, aperfeiçoamento e melhoria contínua. E com este

pensamento no ano de 2012 lançou o Programa “Treinar para Crescer”, em que

foram programados diversos cursos e treinamentos de acordo com a necessidade

de cada gestão.

Dentre os treinamentos e cursos oferecidos, apresenta-se alguns no Quadro

11, no qual consta também o objetivo principal de cada curso e o público alvo.

Quadro 11- Treinamentos e Cursos Treinamento / Curso Público alvo Objetivo

Auditoria Administrativo – Matriz Formação de auditores internos para

validação de 5S, 8R e outros.

Materiais de Limpeza Operacional – Filial PR Otimização e aprovação de pedidos de

materiais de limpeza.

Nota fiscal eletrônica Administrativo – Matriz Emissão, lei, regra e prazos

relacionados a nota fiscal eletrônica.

Vendas Administrativo – Matriz Dicas, esclarecimentos e inovações no

serviço de limpeza para vendas.

Atendimento Administrativo – Matriz Aperfeiçoamento no atendimento aos

clientes privados.

Padrinho e Madrinha Administrativo – Nacional Formação de colaboradores para integrar os novos ao ambiente de

trabalho.

Motivacional OP Administrativo – Matriz Integrar os colaboradores do

operacional que cuidam do operacional estados.

Faturamento Administrativo – Matriz Integração entre os setores comercial

contrato e faturamento.

Auxílio Educação Administrativo – Nacional Auxílio financeiro para os colaboradores

administrativos na continuidade dos estudos.

Limpeza profissional Operacional – Matriz Técnicas de limpeza profissional e com produtos e procedimentos sustentáveis.

Fonte: Dados primários (2012).

O Quadro 11 apresenta os principais treinamentos, cursos e auxílio para o

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aperfeiçoamento do colaborador como profissional, beneficiando a empresa e o

próprio profissional. Dentre eles se destaca o auxílio educação, no qual a empresa

participa com um percentual que varia até 50% da mensalidade de cursos de

graduação e pós graduação.

Outra característica da Liderança Serviços diz respeito a localização da sua

matriz, que para os colaboradores proporcionam a comodidade de parceria junto a

creches e restaurantes próximos, permitindo a convivência destes mais próximos

com os filhos e com a família, podendo atender qualquer necessidade com rapidez.

Outra vantagem da sua localização está relacionada ao stakeholder

comunidade no qual está inserida, pois gera emprego na região, capacitação, vinda

de novos comércios para as proximidades, como supermercados, farmácias,

padarias, escolas, creches e outros comércios em geral, demonstrando que além de

cumprir com seu papel empresarial, proporciona o giro na economia do comércio da

região.

Ainda quanto a localização, diante de sua distribuição geográfica e de ter um

alto número de colaboradores, a Liderança Serviços tem o desafio de realizar a

comunicação com todos os colaboradores e esse desafio também está relacionado à

prática dos projetos socioambientais, o que dificulta a propagação da causa. Para

minimizar tal dificuldade a Liderança Serviços utiliza alguns meios de comunicação,

apresentado na Figura 11.

Figura 11 - Comunicação interna e externa

Fonte: Dados primários (2012).

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Na Figura 11, são apresentados os meios de comunicação utilizados para a

relação com seu público externo, principalmente os clientes, foram destacados:

• Outdoor – foram distribuídos pela Grande Florianópolis, cinco outdoors

com a divulgação da Liderança Serviços;

• Jornais – são divulgados informações da Liderança Serviços e vagas de

emprego;

• Revista - há divulgação em revistas de cliente e de parceiros;

• Folder de divulgação – material de divulgação para comercialização dos

contratos privados;

• Televisão – em comerciais junto a parceiros, inclusive, alguns são

clientes;

• Página da Internet – página específica e também em redes sociais,

facilitando o canal de comunicação com o atendimento online;

• Email – Principal ferramenta de comunicação, com assinaturas

padronizadas e regras interna de comunicação;

• Contato pessoal – outra forma de comercialização de seus contratos

privados, divulgando a empresa, por meio de consultores de vendas, bem

como de seus serviços especializados.

Ainda a Figura 11 apresenta as formas de comunicação utilizada pela

Liderança Serviços para o seu público interno (os colaboradores) e seu público

externo (fornecedores e principalmente clientes). Na comunicação interna, os meios

utilizados para realizar o contato são:

• Mural – em cada setor existe um mural de aviso, em que são alocados

comunicados referente aos colaboradores e comunicados do próprio

setor;

• Skype – cada colaborador administrativo recebe seu código de usuário e

senha para utilização do skype, que é um facilitador de comunicação por

mensagens instantâneas, pelo computador e celular, com custo baixo, é

possível manter a relação e a comunicação com e entre os colaboradores;

• Email – assim como o skype, cada colaborador administrativo recebe um

endereço eletrônico, com extensão @lideranca.com.br, para comunicação

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com os demais colaboradores e também com os clientes e fornecedores,

é o principal meio de comunicação utilizado na empresa;

• Portal do colaborador – é a mais nova ferramenta desenvolvida pela

Gestão de Tecnologia da Informação e Inteligência da Liderança Serviços

para facilitar a comunicação com os colaboradores, é uma página na

internet, específica para os colaboradores, com o informativo online,

artigos, promoções internas e outros comunicados;

• Redes sociais (facebook) – junto com a atualização de seus processos a

Liderança Serviços também aderiu as redes sociais para se comunica

com os seus stakeholders;

• Sistema de informação – os sistemas utilizados pelos colaboradores

administrativos também enviam mensagens para os mesmos, além de

terem em seu fundo de página, por semana, um dos valores da Liderança

Serviços;

• Telefone – o meio de comunicação usual para comunicação, e dentro

deste tópico, inseri-se: rádios, celulares e os telefones fixos;

• Informativo – é a forma de comunicação com maior sucesso para atingir

os 16.000 colaboradores, pois o informativo é anexado junto ao cartão

ponto de cada colaborador, permitindo assim, que o mesmo participe da

empresa, enviando fotos, depoimentos e sugestões.

O Informativo é o principal meio de comunicação com os colaboradores

operacionais, isto é, os colaboradores dispostos nos clientes, assim o Informativo

atinge os colaboradores e os clientes. No informativo há o convite e viabilidade para

participação do mesmo, na tentativa de promover o maior envolvimento, dos 16.000

colaboradores distribuídos pelos estados de atuação.

Em relação aos projetos, ações e iniciativas socioambientais desenvolvidas

e praticas pela Liderança Serviços, serão expostos a seguir nos três quadros

resumo, no qual as práticas socioambientais são divididas em: iniciativas, ações e

projetos.

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Quadro 12 - Iniciativas socioambientais Iniciativa Resumo Público alvo

Festa de final de ano 2011

A festa anual que é promovida para o corpo administrativo, no ano de 2011 teve o tema sustentabilidade, a camiseta

teve o slogan “Todo mundo pela sustentabilidade”

Corpo administrativo – Matriz e filiais

Concurso Cultural

No ano de 2012 para comemorar o dia das Crianças foi promovido o Concurso Cultural, em que os filhos de

colaboradores administrativos e operacionais enviaram desenhos com o tema sustentabilidade e concorreram a

prêmios.

Filhos do corpo administrativo – Matriz e filiais

Gincana do Trabalhador e

Páscoa

No ano de 2012 a páscoa e o dia do trabalhador foram comemorados de forma diferente, houve uma gincana para

cada data comemorativa, em que as provas envolviam o tema sustentabilidade.

Corpo administrativo – Matriz e filiais

Informativo O informativo físico e online, além do portal do colaborador,

ocorre divulgações de matérias esclarecendo sobre o uso do copo descartável e outras conscientizações.

Corpo administrativo – Matriz e filiais

Fonte: Dados primários (2012).

As iniciativas socioambientais são pequenos atos que instigam o

envolvimento e a conscientização dos colaboradores para a sustentabilidade, os

resultados destes pequenos atos são inversamente proporcionais aos seus

resultados. As iniciativas atingem os mais diversos públicos, crianças, colaboradores

administrativos e operacionais.

As iniciativas socioambientais iniciaram em 2011, com a festa de final de

ano, conforme o Quadro 12, bem como as principais ações socioambientais

praticadas pela empresa Liderança Serviços e predominantemente envolvendo os

colaboradores administrativos e operacionais, um dos seus stakeholders.

Além das iniciativas, que são pequenos atos para prática da

sustentabilidade, a Liderança Serviços também trabalha com ações socioambientais,

que são praticas que atinge um público e prazo maiores do que as iniciativas,

conforme o Quadro 13.

Quadro 13 - Ações socioambientais Ações Resumo Público alvo

SEAC Em parceria com o Sindicato de Asseio e Conservação – SEAC, a empresa participa anualmente da limpeza de um

local da cidade de Florianópolis/SC.

Corpo administrativo –

Matriz

Conscientização Operacional

Envolvimento dos colaboradores operacionais, na utilização adequada dos recursos naturais, na reciclagem do lixo e na

conscientização como cidadão da sustentabilidade, com dicas sustentáveis no cartão ponto e no formulário de pedido

de materiais.

Corpo Administrativo e

Operacional

Ecolino

Foi promovido a criação pelo colaboradores administrativos, de um mascote da economicidade, e conscientização do uso

dos recursos naturais para a empresa, premiando o vencedor na festa de final de ano de 2011.

Corpo administrativo – Matriz e filiais

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Ações Resumo Público alvo

Caneca personalizada

Todos os colaboradores administrativos, da matriz e filiais, receberam canecas personalizadas do Ecolino, para troca

dos copos descartáveis de café.

Corpo administrativo – Matriz e filiais

Agendas 2012

As agendas de 2012 foram personalizadas em papel reciclado, sendo agenda caderno, em que cada usuário pode

marcar a data de cada folha, podendo então ser reaproveitada, e estas foram entregue a colaboradores,

fornecedores e clientes.

Corpo administrativo, fornecedores e

clientes

Envolvimento

No informativo de 2012, é solicitado idéias, novidades e ações para a prática da sustentabilidade, por meio do

informativo, que chega aos 20.000 colaboradores, anexado ao cartão ponto dos mesmos.

Corpo administrativo – Matriz e filiais

Papel rascunho Promoção junto ao corpo administrativo para reutilização de papel, como rascunho, de documento que foram impressos e

que não são confidenciais.

Corpo administrativo – Matriz e filiais

Email Envio de frase automática ao final do email para

conscientização de verificar a real necessidade de impressão

Corpo administrativo – Matriz e filiais

Arquivo digital Arquivo de documentos, emails e ordens de serviço de forma

digital, evitando impressão e maior espaço físico para arquivamento de documentos.

Corpo administrativo – Matriz e filiais

Mc Dia Feliz

Anualmente a Liderança Serviços participa da ação Mc Dia Feliz, realizando a compra de 100 vales Big Mac e sorteados

no corpo administrativo para colaboradores que possuem filho

Corpo administrativo – Matriz e filiais

Pasta de contratos

Reutilização de pastas de contratos, evitando a compra de novas pastas, cujo o material é papelão, evitando maior

descarte deste material no planeta.

Corpo administrativo – Matriz e filiais

Fonte: Dados primários (2012).

O Quadro 13 trouxe as ações, que são atos contínuos praticados pela

empresa e que envolvem públicos como: comunidade, filhos dos colaboradores,

colaboradores, meio ambiente, sociedade, por meio de conscientização e estímulo a

pratica de ações socioambientais.

No Quadro 14 são expostos os projetos socioambientais praticados pela

Liderança Serviços, com a informação adicional de parceiros envolvidos para a

manutenção dos projetos.

Quadro 14 - Projetos socioambientais

Projeto Resumo Classificação Parceiros

Crescendo com as diferenças

Projeto desenvolvido com parceria com a Fundação Catarinense de Educação

Especial, na capacitação e inclusão de deficientes físicos e mentais no mercado

de trabalho

Social e econômico

Colaboradores e Fundação

Catarinense de Educação Especial

Oficina de Reciclagem

Projeto junto a ACIC em que emprega e capacita 20 alunos da ACIC, na coleta,

triagem e vendas dos materiais recicláveis, coletados na própria

Liderança Serviços.

Sustentabilidade Corpo

Administrativo – Liderança

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Projeto Resumo Classificação Parceiros

De Olhos Para o Futuro

Um projeto junto a ACIC - Associação Catarinense para Integração dos Cegos,

a fim de promover a capacitação aos alunos da associação, bem como

melhorias ao patrimônio da mesma, gerando o comprometimento social a

todos os envolvidos.

Social e econômico

Corpo Administrativo -

Liderança e Fornecedor placa

de patrimônio

Jovem aprendiz

Projeto desenvolvido a partir de um cumprimento legal de empregar jovens

aprendizes, que são capacitados e efetivados na empresa, permitindo a

continuidade dos estudos e da empregabilidade

Social e econômico

Colaboradores e Associação Dona

Anastácia

Lar de Idosos

Projeto para recuperação do espaço físico do lar de idosos de

Florianópolis/SC, promovendo o envolvimento voluntário dos

colaboradores administrativos e operacional da matriz.

Social e econômico

Colaboradores administrativos e operacionais da

matriz

Equipe Gestão de Qualidade –

Sustentabilidade

Foi criado uma equipe especifica para a discussão e aplicação de ações

sustentáveis na Liderança, desde o âmbito administrativo até o operacional.

Sustentabilidade Grupo específico -

Corpo Administrativo

Liderança Fonte: Dados primários (2012).

Um dos projetos socioambientais desenvolvidos pela Liderança Serviços lhe

rendeu o prêmio de responsabilidade socioambiental do estado de Santa Catarina, o

projeto que permitiu essa premiação foi o Crescendo com as Diferenças,

desenvolvido em 2011. E para o ano de 2012 o projeto que vai concorrer a

premiação é o Projeto Lar de Idosos.

Além deste prêmio, a Liderança Serviços também está concorrendo em

2012 a premiação de empresa socialmente responsável com a publicação de seu

Balanço Social, sendo este o primeiro ano desta publicação, promovido pela

Assembléia Legislativa de Santa Catarina.

No Quadro 14 ainda é apresentado em qual dimensão se classifica cada

projeto desenvolvido e praticado pela Liderança Serviços, e dos projetos

apresentados, dois são classificados como de sustentabilidade, sendo eles: Oficina

de Reciclagem e Equipe Gestão de Qualidade – Sustentabilidade. Estes foram

classificados como de sustentabilidade, tendo em vista que abordam a questão

ambiental, social e econômica, ou seja, o tripé que embasa a sustentabilidade e o

desenvolvimento sustentável.

A partir da identificação das iniciativas, ações e projetos socioambientais

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praticados pela Liderança Serviços, no próximo tópico serão expostos os resultados

das pesquisas que foram realizadas, com dados das entrevistas com os diretores e

supervisão de estágio, e com os dados dos questionários, aplicados com os

gerentes e coordenadores.

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5 RESULTADOS

Neste tópico serão apresentados os resultados das pesquisas realizadas por

meio de entrevistas e questionários, com os líderes da empresa Liderança Serviços,

referente a caracterização da empresa e sua relação com a sustentabilidade.

As entrevistas, foram realizadas conforme a sequencia exposta no Apêndice

A, ocorreu no mês de agosto do ano de 2012, individualmente com cada

participante, em locais reservados e sem interferências. As três entrevistas foram

gravadas, para que o pesquisador fosse fiel a integridade de todas as respostas. Os

entrevistados foram:

• Entrevistado 1: Supervisora de Estágio e Coordenadora Recursos

Humanos

• Entrevistado 2: Diretor Presidente

• Entrevistado 3: Diretor Adjunto de Finanças

O questionário aplicado para os gerentes e coordenadores no total,

conforme o Apêndice B. Foi realizado em um encontro destes líderes, fora das

dependências da Liderança Serviços, tendo o retorno do instrumento neste mesmo

evento, o pesquisador não participou da aplicação desta pesquisa, que ocorreu em

agosto de 2012, esta foi aplicada pela supervisora de estágio.

5.1 ENTREVISTAS

Neste tópico será apresentado os Quadros referente as perguntas que

orientaram as entrevistas, bem como a análise final com base nas respostas dadas

pelos três entrevistados.

Quadro 15 - Pergunta 1 do roteiro de entrevista

Como o senhor (a) define a sustentabilidade ou o desenvolvimento sustentável? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3

Ações que visam promover um desenvolvimento de sociedade e de meio ambiente, e que este desenvolvimento seja durável, que elimina aquilo que tenha desperdício, que minimizem causas que já aconteceram.

Aquilo que garante a continuidade, da vida, dos processos, da empresa, pois tudo que se faz no presente ecoa durante toda a vida, o que se faz aqui reflete no futuro, em maior ou em menor grau.

Uma forma de gestão corporativa e de redução de custo, em que se busca realizar a atividade fim da empresa sem prejudicar a sociedade.

Fonte: Dados primários (2012)

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No Quadro 16 percebe-se que os entrevistados concordam que

sustentabilidade são ações praticadas com o objetivo de garantir a continuidade e a

durabilidade do desenvolvimento, sem prejudicar a sociedade e o meio ambiente.

Quadro 16 - Pergunta 2 do roteiro de entrevista Na sua opinião, a sustentabilidade, hoje, faz parte do negócio da empresa? De que form a?

Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 Sim. Se pensar na lógica de pessoas, faz, porque a empresa deve fazer com que cada vez mais as pessoas tenham ações sustentáveis no seu desenvolvimento. Apesar de estar dentro dos valores, intrinsecamente, ainda falta ações para praticar e promover a sustentabilidade

Não faz parte do negócio da Liderança, percebe-se que ela não faz parte do core business da empresa, mas está presente no processo de perenidade da empresa.

Formalmente a sustentabilidade não faz parte do negócio da empresa, entretanto, intrinsecamente existe nos valores da Liderança Serviços. O trabalho com a sustentabilidade pela empresa está muito recente, iniciou no ano de 2011, o que torna o processo ainda imaturo

Fonte: Dados primários (2012)

Em análise do Quadro 17 percebe-se que a sustentabilidade, hoje, não faz

parte do negócio da empresa Liderança Serviços, mas a empresa demonstra estar

aberta para torná-la parte de sua filosofia. Hoje, a empresa enxerga que a

sustentabilidade está intrinsecamente em seus valores.

Quadro 17 - Pergunta 3 do roteiro de entrevista O senhor (a) tem conhecimento dos projetos socioamb ientais praticados pela empresa

Liderança Serviços? Considera-os como projetos de s ustentabilidade? Por que? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3

Sim. Considerando a sustentabilidade não só no foco do meio ambiente, e sim como ações sustentáveis, eu acredito que sim, que a Liderança Serviços tem projetos que contribui para a sustentabilidade.

Sim. Mas considera que a Liderança Serviços está começando a pensar em sustentabilidade de forma muito tímida, ainda não há a consciência instalada na empresa. Os projetos da Liderança ainda estão apenas no social. “Consideramos importante que sejam de sustentabilidade, mas não sabemos como realizar”.

Sim. Alguns são de cunho legal, para atendimento de alguma exigência trabalhista, entretanto outros são de iniciativa da empresa, em que a predominância é o aspecto social.

Fonte: Dados primários (2012)

O Quadro 18 apresenta que todos os entrevistados demonstraram ter

conhecimento dos projetos socioambientais praticados pela empresa e que estes

não são de aspectos sustentáveis. A empresa tem abertura para a prática dos

projetos de sustentabilidade, e reconhece que esta não sabe como praticar.

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Quadro 18 - Pergunta 4 do roteiro de entrevista A sustentabilidade é tema discutido ou comentado em reuniões da alta administração da

empresa Liderança Serviços? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3

Sim. Existem grupos dentro da empresa, inclusive, tem um exclusivo para a sustentabilidade, que faz parte de um grande grupo que trata a inovação e planejamento estratégico, existe uma preocupação do corpo diretivo de trabalhar com a sustentabilidade, este um tema muito trabalhado, neste ano principalmente.

“Infelizmente não, fala-se eventualmente, mas ainda não é um tema muito valorizado, fala-se porque definimos que tínhamos que falar mas não porque é da consciência das pessoas sobre sua importância”.

A Liderança Serviços possui uma particularidade quanto as reuniões da alta administração, em que essas são democráticas quanto a participação de pessoas chaves das gestões, e o assunto sustentabilidade tem sido discutido sim, e não só na alta administração, mas nas pequenas reuniões pois a sustentabilidade é algo que deve ser discutido e praticado por todos.

Fonte: Dados primários (2012).

O Quadro 19 apresenta que todos concordam quanto a particularidade das

reuniões da alta administração na empresa Liderança Serviços, no qual a

participação é democrática envolvendo pessoas chaves das gestões. A maioria

concorda que sim, o tema é discutido em reuniões, tendo inclusive, uma equipe

especifica para o tema.

Quadro 19 - Pergunta 5 do roteiro de entrevista Na sua opinião, como a prática da sustentabilidade pode fazer parte do negócio da empresa

Liderança Serviços? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3

A sustentabilidade já faz parte do negócio da empresa, mas deve ser aprimorado, deve-se conscientizar mais, principalmente o corpo administrativo, de praticar ações sustentáveis, a importância da sustentabilidade deve ser mais disseminada.

Por meio da conscientização e de ações que englobem a filosofia da Liderança Serviços.

Por meio de seus valores, filosofia e negócio, formalmente escritos, para que a pratica seja inicialmente “imposta” até virar culturalmente aceita pelo quadro funcional da Liderança Serviços.

Fonte: Dados primários (2012)

O Quadro 20 demonstra que os entrevistados concordam que o caminho

para que a sustentabilidade faça parte do negócio da empresa, é deixar a

informação devidamente registrada em seus valores, filosofia e negócio, para que

culturalmente a idéia e causa seja aceita pelo corpo funcional, atingindo assim a

conscientização das pessoas.

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Quadro 20 - Pergunta 6 do roteiro de entrevista Na sua opinião, a prática da sustentabilidade pode envolver os principais stakeholders da

empresa? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entr evistado 3

Pode, principalmente fornecedores, prestadores de serviços e clientes. A empresa tem alguns tipos de ações que envolve sim esses agentes.

“Pode sim, a sustentabilidade só ocorrerá se estiver envolvidos os stakeholders, pois eles exigem e cobram que você (empresa) esteja preocupado com a sustentabilidade. Alguns clientes exigem que os serviços prestados estejam de acordo com a sustentabilidade”.

O envolvimento de parceiros, principalmente fornecedores, é fundamental para o sucesso da prática da sustentabilidade, alguns fornecedores se mostram muito atentos quando conversado sobre o tema.

Fonte: Dados primários (2012)

O Quadro 21 apresenta que todos os entrevistados concordam que o

envolvimento dos stakeholders na prática da sustentabilidade não é só uma

possibilidade, como uma necessidade, pois a sustentabilidade deve envolver todas

as pessoas, para atingir seu objetivo principal.

Quadro 21 - Pergunta 7 do roteiro de entrevista Para o senhor (a) a prática da sustentabili dade pode trazer retorno econômico para a

organização? De que forma? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3

Sim, a partir do momento que eu trabalho reduzindo recurso, eu reduzo custo, e a redução de custo já é um retorno econômico, principalmente a longo prazo.

Este é um tema muito discutido,do ponto de vista prático, a curto prazo, eu entendo que não, mas no futuro haverá grandes retornos, os stakeholders se preocupam com a sustentabilidade, e a medida que eles se preocupam, se pratica cada vez mais, então no futuro acredito que estaremos muito melhor nos negócios se estivermos dentro da pratica da sustentabilidade.

A sustentabilidade é um investimento e não um custo, e todo investimento tem retorno econômico.

Fonte: Dados primários (2012).

No Quadro 22 é perceptível que os entrevistados concordam que a prática

da sustentabilidade pode sim trazer retorno econômico, principalmente a longo

prazo, por meio da visibilidade, parcerias e simpatia do público alvo pela empresa.

Quadro 22 - Pergunta 8 do roteiro de entrevista O senhor (a) acredita que a empresa pode utilizar a sustentabilidade como diferencial para

conquistar uma vantagem competitiva? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3

Sim. As pessoas estão cada vez mais conscientes, e os clientes (principalmente privado) enquanto compradores filtram as empresas no momento da concorrência.

Pode ser sim um fator de diferenciação a medida que as empresas poderão se tornar mais simpáticas com a Liderança pela pratica da sustentabilidade, bem como a visibilidade da Liderança.

“Com certeza, a visibilidade da empresa é um dos retornos da sustentabilidade, e no mercado de atuação da empresa, a concorrência está cada dia maior, e diferenciais são vitais”.

Fonte: Dados primários (2012).

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O Quadro 23 apresenta que todos concordam quanto a vantagem

competitiva que a prática sustentável pode resultar. Principalmente quanto a

visibilidade junto aos clientes da iniciativa privada, que estão filtrando seus clientes,

cada vez mais por questões sociais e ambientais, tendo em vista que a técnica dos

serviços estão cada vez mais igualadas.

Quadro 23 - Pergunta 9 do roteiro de entrevista Como a empresa Liderança Serviços poderia desenvolv er projetos socioambientais de ntro

desta cadeia? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3

A lógica seria: Liderança -> cliente interno -> fornecedores -> clientes -> Liderança.

A lógica seria: Liderança -> fornecedores -> clientes -> ONGs -> Liderança.

A lógica seria: Liderança -> fornecedores materiais de limpeza -> cliente consumidores de materiais de limpeza -> fornecedores materiais de limpeza -> Liderança.

Fonte: Dados primários (2012).

Percebe-se no Quadro 24 que cada entrevistado trouxe uma cadeia

diferenciada, mas todos envolveram dois agentes: fornecedores e clientes. Vale

Ressaltar que outro agente abordado e diferenciado nesta questão foram as ONGs.

Quadro 24 - Pergunta 10 do roteiro de entrevista

Na sua opinião e com base nos 8 objetivos do m ilênio, em que área a empresa Liderança Serviços poderia desenvolver projetos socioambienta is?

Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 “Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento”.

A Liderança Serviços tem pequenas ações em todos os objetivos.

Com a valorização da mulher, tendo em vista que a maioria do seu quadro funcional é formado pelo sexo feminino e na educação.

Fonte: Dados primários (2012).

Em análise do Quadro 25, verifica-se que cada entrevistado trouxe uma

temática, as sugeridas foram: Qualidade de vida e meio ambiente; Todo mundo

trabalhando pelo desenvolvimento; Valorização da mulher; e Educação.

Quadro 25 - Pergunta 11 do roteiro de entrevista

A empresa Liderança Serviços pensa em ter um programa de sustentabilida de, ou um sistema de Gestão Ambiental?

Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 É algo que está iniciando na empresa, a partir do momento em que os projetos sociais começam a dar frutos de sua disseminação, fica cada vez mais próximo a implantação de um programa de sustentabilidade.

Sim, nos queremos ter, não sabemos muito bem como fazer, mas queremos muito.

Sim

Fonte: Dados primários

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O Quadro 26 apresenta que todos concordam quanto ao interesse da

Liderança Serviços em ter um programa de sustentabilidade e que a empresa

atualmente não sabe como ter este programa.

Quadro 26 - Pergunta 12 do roteiro de entrevista

Na sua opinião, o termo e a prática da sustentabili dade é respon sabilidade de quem? Do primeiro, segundo ou terceiro setor? Por que?

Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 Os três e de igual. Não existe um mais ou um menos, deve-se unir os três, cada um fazendo sua parte de forma consciente. Como com o governo é mais difícil a parceria, o que a Liderança pode fazer com este setor e cumprir com as leis e fazer com que o governo também cumpra com os seus deveres diante da sociedade. Em relação a terceiro setor, quando as empresas começarem a se unir com o terceiro setor, a realidade vai mudar, porque toda a luta que o terceiro setor tem para fazer acontecer ela diminui, pois quem tem o poder é o segundo, então é a junção do poder com aquele que tem a mão de obra dispostas a trabalhar e idéias, é a parceria perfeita.

A responsabilidade é de todos, é mais com o governo, mas ele não consegue fazer nada se não ajudarmos. Temos de ajudar a conscientizar as pessoas e o cidadão, a responsabilidade é de todos, como tudo que acontece no mundo, tem o envolvimento de todos

A responsabilidade é dos três setores, cada um com sua particularidade. O terceiro setor tem o domínio da sustentabilidade, o empresário tem o domínio do econômico e o primeiro setor tem o domínio dos três aspectos, sendo assim, é possível e claro que a junção dos três setores é a solução viável para a prática da sustentabilidade.

Fonte: Dados primários (2012).

O Quadro 26 traz que todos os entrevistados concordam que a

responsabilidade da prática da sustentabilidade deve ser de todos os setores, mas

trazem diferentes complementações. E trazem informação de que deve-se manter

parcerias com o terceiro setor.

Percebe-se com as entrevistas realizadas que a alta administração da

empresa Liderança Serviços possui interesse em praticar a sustentabilidade por

conta da sua importância no cenário empresarial, nos três aspectos que foram o

tripé da sustentabilidade.

Outro resultado identificado, está relacionado a transparência das respostas,

o qual houve reconhecimento da ausência da sustentabilidade no negócio da

empresa e do conhecimento de como praticar a sustentabilidade, além de

concordarem quanto a importância desta prática.

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Os entrevistados demonstram que é possível o envolvimento de

stakeholders na prática da sustentabilidade, principalmente os fornecedores, e

consideram como sendo essencial para a prática da sustentabilidade.

Os fornecedores, inclusive, foram atores principais na cadeia da prática da

sustentabilidade, montada pelos entrevistados, no qual teve unanimidade quanto a

participação de outros atores: cliente interno e cliente externo, além dos

fornecedores, que possui papel estratégico e de parceria.

Por fim, foi possível com a entrevista identificar qual o conceito de

sustentabilidade para a empresa Liderança Serviços: “Ações praticadas com o

objetivo de garantir a continuidade e a durabilidade do desenvolvimento, sem

prejudicar a sociedade e o meio ambiente”.

Com base nestes resultados, alguns pontos para a elaboração da

sistemática para implantação de projetos socioambientais para a prática de

sustentabilidade, objeto deste trabalho, são importantes destacar, conforme segue:

• Introduzir a sustentabilidade no negócio da empresa;

• Ausência de conhecimento sobre a área de sustentabilidade;

• Os projetos socioambientais devem ser baseados no tripé da

sustentabilidade;

• Buscar envolver os fornecedores, clientes internos e clientes externos,

nos projetos ou no desenvolvimento do mesmo;

• Buscar desenvolver os projetos dentro das temáticas sugeridas,

principalmente, naquelas que também foram apresentadas nos resultados

dos questionários aplicados.

Diante do exposto, percebe-se que algumas informações são relevantes

para a elaboração da sistemática para implantação de projetos para a prática de

sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, os Quadros 17, 18, 19, 20, 21, 22,

23 e 24 contribuirão para a proposta do presente trabalho acadêmico, todavia não

são os únicos resultados a serem considerados. Sendo assim, no tópico a seguir,

serão expostos os resultados decorrentes dos questionários aplicados.

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5.2 PESQUISA

Ainda neste contexto, foi realizada uma pesquisa com o grupo de gerentes

e coordenadores da empresa Liderança, e o resultado será apresentado a seguir os

resultados.

A primeira informação que foi possível verificar com a pesquisa foi de que

entre os líderes do nível gerencial e de coordenação, da empresa Liderança

Serviços há um equilíbrio da participação da mulher e homens neste nível

hierárquico, em que o sexo feminino representa 45,45% do grupo pesquisado,

contra 54,55% do sexo masculino.

Os próximos quatro gráficos ainda se referem à caracterização do público

pesquisado. O Gráfico 1 apresenta a idade média dos gestores da Liderança

Serviços.

Gráfico 1 - Distribuição dos gerentes e coordenador es por idade

Fonte: Dados primários (2012)

O resultado do Gráfico 1, demonstra que a idade predominante dos gerentes

e coordenadores da Liderança Serviços é entre 31 e 40 anos, correspondendo a

63,64% do grupo pesquisado, seguido pela faixa etária entre 40 e 50 anos, com

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representação de 21,21%, de 21 a 30 anos com o percentual de 12,12% e 3,03%

possuem acima de 60 anos.

Outra característica pesquisada se refere a escolaridade deste público alvo,

buscando identificar o grau de estudos que os mesmos possuem, como forma de

medir o aperfeiçoamento e desenvolvimento deste público, neste contexto segue no

Gráfico 2.

Gráfico 2 - Distribuição dos gerentes e coordenador es por escolaridade

Fonte: Dados primários (2012)

O Gráfico 3 refere-se a escolaridade do grupo estudado e o resultado foi de

que a maioria, representando 45,45%, possui pós graduação, seguido de 33,33%

com o ensino superior, 18,18% com superior incompleto e 3,03% com ensino médio

demonstrando a profissionalização deste nível hierárquico na empresa Liderança

Serviços.

Assim percebe-se que o nível de escolaridade predominante na Liderança

Serviços, é alto, variando de pós graduação e graduação, que são níveis da

educação que incentivam a pesquisa e o conhecimento de novas temáticas, como a

sustentabilidade.

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Depois de identificar o gênero, a idade e a escolaridade, para finalizar a

caracterização do público pesquisado, no próximo gráfico será apresentado qual o

tempo de vivência do público na Liderança Serviços, como segue no Gráfico 3.

Gráfico 3 - Tempo de experiência dos gerentes e coo rdenadores na organização

Fonte: Dados primários (2012)

No Gráfico 3, é apresentado o resultado para o questionamento de quanto

tempo (em meses) o grupo trabalha na empresa Liderança Serviços, e quase 70%

dos pesquisados, estão na organização a mais de 36 meses, isto é, 3 anos.

Seguidos de 15,15% estão na organização de 24 a 36 meses, 12,12 % possuem

menos de 12 meses e 3,03% estão na organização de 12 a 24 meses.

A pesquisa a partir do próximo gráfico a pesquisa partiu para a temática

sustentabilidade, e o Gráfico 4 apresenta o nível de conhecimento do público

pesquisado referente ao tema, bem como o nível de conhecimento dos projetos

socioambientais praticados pela empresa Liderança serviços e o nível de

conhecimento dos colaboradores administrativos, que são subordinados ao público

pesquisado, quanto aos projetos socioambientais praticados pela respectiva

empresa.

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Gráfico 4 - Nível de conhecimento sobre sustentabil idade e projetos socioambientais

Fonte: Dados primários (2012)

O Gráfico 4 apresenta o resultado para as questões 5, 6 e 10,

rescpetivamente, referente ao nível de conhecimento sobre sustentabilidade,

conhecimento do público pesquisado e do corpo administrativo (subordinados do

público pesquisado) sobre os projetos socioambientais praticados pela empresa

Liderança Serviços.

Quanto ao nível de conhecimento sobre a sustentabilidade do grupo

pesquisado o resultado foi de 42,42% consideram bom o nível de conhecimento

sobre o tema, seguido de 36,36% que consideraram médio, 18,18% com o nível

muito bom e 3,03% com baixo nível de conhecimento.

Quanto aos projetos socioambientais práticados pela empresa Liderança

Serviços, os gerentes e coordenadores, demonstraram que o nível de conhecimento

deles e médio (39,39%) resultado igualmente apresentado quanto ao nível de

conhecimento do corpo administrativo, isto é, os colaboradores subordinados ao

público pesquisado.

O que retrata que o grupo pesquisado tem um bom nível de conhecimento

sobre a temática: sustentabilidade, todavia tem um nível médio, e considera este

mesmo nível para os seus subordinados, quanto aos projetos socioambientais

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praticados pela empresa Liderança Serviços. Em resumo os percentuais

apresentados para o nível de conhecimento sobre os projetos socioambientais da

empresa Liderança Serviços foram:

• Gerentes e coordenadores – 39,39% médio, 30,30% baixo, 21,21% bom e

9,09% muito bom;

• Colaboradores administrativos – 39,39% médio, 33,33% baixo, 21,21%

bom, 3,03% muito bom e 3,03% não opinou.

O próximo gráfico traz o resultado quanto ao público alvo envolvido nos

projetos socioambientais da empresa Liderança Serviços e quais deveriam ser estes

públicos. Todavia, tendo em vista que o nível de conhecimento dos pesquisados

quanto aos projetos é de médio a baixo, o resultado a seguir, para o atual público

alvo pode não refletir a realidade dos projetos desenvolvidos e praticados pela

empresa. O Gráfico 5 representa o resultado para as questões 7 e 8 do questionário

aplicado.

Gráfico 5 - Público alvo das ações e projetos socio ambientais

Fonte: Dados primários (2012)

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No Gráfico 5, o resultado da pesquisa retrata que a opinião dos pesquisados

de que ao direcionamento atual das ações e dos projetos socioambientais

desenvolvidos pela empresa Liderança, 42,42% opinaram que são direcionados

para o cliente interno, seguido de 39,39% para a comunidade, 9,09% para o cliente

externo, 6,06% para os acionistas e 3,03% não opinaram.

Quanto a qual deveria ser o direcionamento, a maioria opiniou de que os

projetos socioambientais deveriam ser direcionados para a comunidade, sendo o

percentual de 69,70%, seguido do público alvo de cliente externo, com 24,24%,

cliente externo com 18,18% e 3,03% não opinaram. Percebe-se que o entendimento

dos pesquisados, coincide com o desenvolvido e praticado pela empresa Liderança

Serviços, isto é, o público envolvido nos projetos socioambientais da referida

empresa é a comunidade, como visto na caracterização da empresa, nos Quadros

13, 14 e 15.

O próximo gráfico analisa a importância da prática da sustentabilidade para

a Liderança Serviços do ponto de vista dos pesquisados. Trata-se da questão 9, do

questionário aplicado, segue resultado no Gráfico 6.

Gráfico 6 - Importância da prática da sustentabilid ade para Liderança Serviços

Fonte: Dados primários (2012)

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O Gráfico 6 questionou aos pesquisados quão importante é a prática da

sustentabilidade para a empresa Liderança Serviços, e mais de 60% opiniram por

ser importante, seguido de 24,24% que opiniram como sendo muito importante,

6,06% como pouco importante, 6,06% como não sendo importante e 3,03% não

opinaram.

Demonstrando assim, que a maioria dos pesquisados e entrevistados,

compartilham da mesma percepção de importância da prática da sustentabilidade

pela empresa Liderança Serviços.

A próxima questão realizada aos pesquisados, gira em torno da

competitividade no mercado, ou seja, se a sustentabilidade, quando desenvolvida e

praticada, pode trazer vantagem competitiva para a empresa Liderança Serviços, o

resultado foi de que 93,94% opiniram que sim, que a prática pode trazer vantagem

competitiva para Liderança Serviços, seguidos de 3,03% que acreditam que a

sustentabilidade não traz vantagem competitiva e de 3,03% não opiniram.

Quase que com unanimidade, os pesquisados concordam que a prática da

sustentabilidade pode trazer vantagem competitiva para a Liderança Serviços,

inclusive em um encontro do setor de serviços em Brasília, a pratica da

sustentabilidade foi abordada como uma estratégia para garantir a competitividade

neste mercado que está cada vez mais concorrido.

Ng e Choi (2011) apresentam em uma pesquisa experimental que os

consumidores são mais favoráveis a empresas que praticam sustentabilidade,

inclusive, aceitando pagar mais valor agregado, preferindo empresas

sustentavelmente responsáveis do que as pobres de práticas sustentáveis, mesmo

quando o preço é influenciado.

Seguindo o questionário aplicado, a próxima questão foi de que se algum

fornecedor da Liderança Serviços aceitaria ser parceira para a prática da

sustentabilidade, e 87,88% dos pesquisados opiniram que sim, que esses

stakeholders aceitariam a parceria, contra 9,09% que não acreditam na possível

parceria e 3,03% não opinaram.

A questão 13 aplicada no questionário foi se os pesquisados teriam

interesse em participar de um programa de sustentabilidade da empresa Liderança

Serviços, e 93,94% demonstraram ter interesse em participar, contra 3,03% que não

tem interesse na participação. Os pesquisados que não opinaram correspondem a

3,03%.

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Ainda referente a sustentabilidade, o grupo foi questionado quanto ao

acompanhamento da Conferência de Sustentabilidade – Rio+20, realizada neste ano

na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, e o resultado para a questão 14 foi de que

24,24% responderam que sim, acompanharam, contra a 72,73% que responderam

negativamente ao acompanhamento da respectiva conferência, sendo que 3,03%

não opinaram.

A última questão aplicada ao grupo pesquisado foi referente as temáticas na

qual a empresa Liderança Serviços deveria desenvolver seus projetos

socioambientais, segue resultado no Gráfico 13.

Gráfico 7 - Temáticas para a prática da sustentabil idade

Fonte: Dados primários (2012)

Por fim, o Gráfico 13 apresenta o resultado das temáticas sugeridas para a

prática da sustentabilidade pela empresa Liderança Serviços. O resultado foi que

32,10% responderam por Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, 20,99%

opiniram em educação básica de qualidade e 13,58% responderam que os projetos

devem ser pela fome e miséria.

Nas entrevista houve algumas comparações de respotas, tendo a qualidade

de vida e respeito ao meio ambiente, valorização da mulher, desenvolvimento e

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outros. Percebe-se que as temáticas sugeridas giram em torno dos oito objetivos dos

milênios.

Os principais gráficos que contribuirão para a elaboração da proposta de

sistemática para implantação de projetos socioambientais para a prática da

sustentabilidade na empresa Liderança serviços são: 4, 5, 6 e 7. Além de outros

resultados como a concordância quanto a vantagem competitiva gerada pela prática

da sustentabilidade, e o envolvimento dos fornecedores para tal.

5.3 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Percebe-se em uma análise final que a pesquisa aplicada aos gestores e

líderes da Liderança Serviço, apresentam informações relevantes para a elaboração

da sistemática para implantação de projetos socioambientais para a prática de

sustentabilidade na empresa Liderança Serviços.

A alta administração apresentou as seguintes informações relevantes para a

proposta de programa de sustentabilidade da empresa:

• Indicaram que o caminho para que a sustentabilidade faça parte do

negócio seja inicialmente por meio de registro desta em seus valores,

filosofia e negócio;

• Entenderam que o envolvimento dos stakeholders na prática da

sustentabilidade não é só uma possibilidade, como uma necessidade,

pois a sustentabilidade deve envolver todas as pessoas, para atingir seu

objetivo principal, e que muitos fornecedores se mostram interessados

quando o tema é conversado;

• Apresentou-se que a prática da sustentabilidade pode sim trazer retorno

econômico, principalmente a longo prazo, por meio da visibilidade,

parcerias e simpatia do mercado com a empresa. E o maior custo para a

prática da sustentabilidade foi identificado na mudança de cultura;

• Encontrou-se a concordância de que a vantagem competitiva gerada pela

pratica da sustentabilidade está ligada à visibilidade junto aos clientes da

iniciativa privada, que estão filtrando seus clientes, cada vez mais por

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questões sociais e ambientais, tendo em vista que as técnicas dos

serviços estão cada vez mais igualadas. Sendo o diferencial encontrado

na cultura da empresa e no seu envolvimento com a sociedade;

Os pesquisados proporcionaram as seguintes informações para a

elaboração da sistemática para implantação de projetos socioambientais para a

prática de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços:

• Demonstraram que o direcionamento dos projetos e ações devem ser

para a comunidade;

• Concordaram que a prática da sustentabilidade é de importância para a

Liderança Serviços;

• Concordaram, quase unânime, que a prática da sustentabilidade gera

vantagem competitiva e que os fornecedores se envolveriam na prática,

em parceria com a Liderança Serviços;

• Muitos demonstraram interesse em participar do programa de

sustentabilidade;

• Quanto as temáticas que consideram importante a Liderança Serviços

atuar com os projetos e ações socioambientais, se destacaram: Qualidade

de vida e respeito ao meio ambiente, educação básica de qualidade e

fome e miséria.

Com base nos resultados obtidos na pesquisa, com as entrevistas e

questionários (dados primários) e também nas informações constantes na

fundamentação teórica (dados secundários), segue-se para a elaboração da

sistemática para a implantação de projetos socioambientais para a prática de

sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, objetivo geral deste trabalho.

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6 ELABORAÇÃO DE SISTEMÁTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE PRO JETOS

PARA A PRÁTICA DE SUSTENTABILIDADE NA EMPRESA LIDER ANÇA

SERVIÇOS

A prática da sustentabilidade para a Liderança Serviços é um instrumento de

competitividade e de consciência socioambiental, no qual complementa com o

pensamento de Nascimento et al (2008), que descreve a sustentabilidade como o

conjunto de atitudes que visam atender as necessidades da presente geração sem

comprometer que as gerações futuras possam atender suas próprias necessidades.

Já os executivos da Liderança definiram sustentabilidade como “ações e

práticas com o objetivo de garantir a continuidade e a durabilidade do

desenvolvimento, sem prejudicar a sociedade e o meio ambiente”, o qual se pode

perceber uma forte relação.

Importante destacar que as temáticas sugeridas nos instrumentos de

pesquisas foram baseadas nos Oito Objetivos do Milênio (ODM), o qual a acadêmica

identifica importantes e relativos indicadores a serem trabalhados na empresa e com

os demais stakeholders, em especial a sociedade.

Ainda neste contexto, a acadêmica justifica os ODMs como linha de prática

da sustentabilidade por fazer parte de um objetivo e meta do governo federal,

ajudando para um melhor qualidade de vida aos seus funcionários e comunidade

local.

Os 8 (oito) objetivos do milênio é mais uma forma de praticar a

responsabilidade social, a Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2000,

a partir de uma análise dos maiores problemas do mundo, criaram os 8 objetivos do

milênio, que no Brasil foi nomeado como 8 jeitos de mudar o mundo, que devem ser

atingidos por todos os países até 2015. (OBJETIVOS DO MILÊNIO, 2012).

Com base nos resultados obtidos nas pesquisas (entrevistas e

questionários), os dados caracterizados na empresa Liderança Serviços e a

fundamentação teórica descrita no trabalho, dão base para a proposta de elaborar

uma sistemática para implantação de projetos socioambientais para a prática de

sustentabilidade na empresa Liderança Serviços. Com este intuito, a Figura 12

apresenta um fluxograma das etapas que compõe a respectiva sistemática.

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Figura 12- Sistemática para implantação de projetos para a prática de sustentabilidade

Fonte: Dados primários (2012)

As etapas sugeridas na Figura 12 foram definidas a partir da caracterização

da empresa e também da fundamentação teórica, a fim de propor uma sistemática

que contemple as condições mínimas para classificação dos projetos de

sustentabilidade. E para melhor descrever a sistemática, bem como permitir uma

análise completa de sua implantação, foram sugeridos dois projetos, dentro das

temáticas sugeridas na pesquisa e respeitando o tripé da sustentabilidade.

Etapa 3 - Definir objetivos da sistemática e projetos

Etapa 1 - Definir equipe responsável pela prática de sustentabilidade

Etapa 2 - Definir conselho deliberativo de sustentabilidade

Etapa 4- Definir projetos para a prática de sustentabilidade com dois exemplos de projetos

Social Econômico Ambiental

Etapa 5 - Definir as estratégias de execução dos projetos definidos na etapa 4.

Etapa 6 - Definir os stakeholders parceiros dos projetos

Etapa 7 - Definir cronograma de ação dos projetos

Etapa 8 - Definir o cronograma financeiro para execução da sistemática de implantação de projetos para a prática de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços

Etapa 9 - Definir o modelo de avaliação da sistemática e dos projetos

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6.1 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DO PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE

A seguir, será apresentada cada etapa da sistemática para implantação de

projetos socioambientais para a prática de sustentabilidade na empresa Liderança

Serviços, com vistas a estabelecer as diretrizes necessárias para sua aplicação

futura.

6.1.1 Etapa 1- Definir equipe responsável pela prát ica de sustentabilidade

Tendo em vista a ausência de uma área especifica para a prática da

sustentabilidade na empresa Liderança Serviços identificado na caracterização da

empresa, para a implantação de projetos é necessário a criação de uma área de

sustentabilidade, com responsáveis neste setor, que irão criar novos projetos que

atendam os requisitos para ser prática de sustentabilidade, por meio de indicadores,

para interagir com os stakeholders envolvidos em cada projeto buscando a

visibilidade da empresa, a conscientização dos colaboradores e da comunidade e o

desenvolvimento sustentável de todos os atores dos projetos.

Deve-se ainda buscar parcerias para viabilizar os projetos, além de lançar

campanhas junto ao Recursos Humanos para envolver os colaboradores, e juntos

aos demais representantes, quando envolver os stakeholders que cada um

representa, conforme a etapa 2.

Sugere-se que tenha um responsável e um estagiário, ambos de 6 horas

diárias, pois no início o programa deve ser implantado apenas na matriz, com baixos

custos, para posterior ampliação às filiais e escritórios, aumentando assim, sua

equipe direta.

A carga horária de 6 horas diárias, além de inicialmente trazer baixos custos

na implantação do programa de sustentabilidade, permite que os profissionais,

tenham tempo livre para pesquisas referente ao tema, participação em oficinas,

workshops, palestras e cursos adicionais, que nesta área de atuação, é de extrema

importância para a atualização, conforme pesquisas realizadas.

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6.1.2 Etapa 2- Definir conselho deliberativo de sus tentabilidade

A segunda etapa na construção da Sistemática de Implantação de Projetos

Socioambientais para a Prática de Sustentabilidade consiste na definição de um

conselho deliberativo de sustentabilidade dentro da respectiva empresa, no qual o

grupo de participantes irá definir ações e projetos para desenvolvimento e prática

destes, os objetivos do programa de sustentabilidade, os indicadores dos projetos e

ações, e a montagem do Relatório Anual de Indicadores.

Na pesquisa realizada foi verificado que a empresa Liderança Serviços

atualmente conta com uma equipe de gestão, responsável pela sustentabilidade,

todavia são apenas colaboradores, e de setores restritos. Todavia o Gráfico 4

demonstrou que os colaboradores administrativos e seus líderes não possuem

conhecimento sobre os atuais projetos praticados pela Liderança, sendo assim é

importante nesta etapa definir pessoas chaves para contribuir com a divulgação da

prática da sustentabilidade e envolvimento nos projetos.

Sugere-se que neste conselho deliberativo tenha a participação de

integrantes chaves, que tenham contato e se relacionam estrategicamente com os

principais stakeholders da Liderança Serviços, identificados neste trabalho como:

clientes internos, clientes externos, fornecedores, comunidade e sindicato, como

uma das soluções para o resultado identificado no Gráfico 4. O Quadro 27 apresenta

os membros sugeridos para o Conselho Deliberativo.

Quadro 27 - Conselho Deliberativo MEMBRO JUSTIFICATIVA

Diretor Adjunto de Finanças

A indicação se deu, por já existir trabalhos na área pelo respectivo Diretor.

Representante do Setor de Sustentabilidade

Que tem conhecimento da prática da sustentabilidade no mercado, bem como na empresa e os quesitos para seu desenvolvimento

Representante do Setor Qualidade

Devido ao conhecimento e auditoria das normas da ISO 9001/2000 e demais procedimentos da empresa

Representante do Setor Comercial Privado

Devido ao conhecimento dos clientes privados, as exigências mercadológicas e os concorrentes

Representante do Setor Controladoria

Devido ao conhecimento e facilidade de trabalhar com a representação dos projetos dentro do resultado da empresa

Representante do Setor Suprimentos (limpeza)

Devido ao conhecimento e envolvimento com os principais fornecedores da empresa (materiais de limpeza)

Representante do Setor Assessoria Jurídica

Devido ao conhecimento e atualização da legislação vigente para assuntos relacionados ao tema

Representante do Setor de Comunicação

Devido ao repasse dos acontecimentos e práticas da empresa, por ligar a empresa com o mercado

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MEMBRO JUSTIFICATIVA Representante do Setor Recursos Humanos

Devido este ter conhecimento dos atuais projetos, dos contatos, dos processos e representar os colaboradores

Representante da AMBI Devido a necessidade de ter alguém da comunidade, representando este stakeholder

Representante do SEAC Devido a importância de ter alguém representando a categoria da empresa e os colaboradores

Fonte: Dados primários (2012)

Ter um membro da diretoria é de extrema importância para a continuidade

da prática da sustentabilidade por meio dos projetos. Este foi indicado, pois, já

trabalha dentro do tema, inclusive com a implantação e publicação do primeiro

Balanço Social da empresa, além de ser responsável por setores estratégicos para o

programa como: suprimentos (materiais de limpeza), recursos humanos, financeiro e

assessoria jurídica.

Um membro do setor de Sustentabilidade é outra importante figura no

Conselho Deliberativo, pois tem o conhecimento técnico, teórico, mercadológico para

a prática da sustentabilidade, com novas idéias para implementar no programa de

sustentabilidade.

Um representante da qualidade foi sugerido pois este tem conhecimento de

todas as normas da ISO 9001/2000, das auditorias, dos demais procedimentos,

realizados por toda a empresa, o facilita o entendimento do processo geral, além de

ser um integrante de facilidade para a implantação da ISO 14001, por exemplo,

devido ao conhecimento que se tem quanto as normas e exigências de praticá-las.

Um representante do comercial privado foi sugerido, pois conforme as

pesquisas este setor tem o stakeholder cliente, muito mais próximo, e conhece as

exigências sociais e ambientais que o mercado vem aplicando em seus processos

orçamentários, além de ter acesso a algumas práticas da concorrência.

A controladoria deve ser representada, pois é um profissional que tem

facilidade e capacidade de compor o custo de determinado projeto ou ação, dentro

dos indicadores de resultados financeiros da empresa, para uma análise de custo

versus benefício com agilidade.

Um representante do setor suprimentos materiais de limpeza se faz

necessário devido ao contato com um dos principais stakeholders da Liderança

Serviços, o seu fornecedor deste tipo de material, para que a relação seja facilitada

para uma possível parceria.

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A assessoria Jurídica deve ser representada pois é a área que pode auxiliar

quanto as questões legais que refletem nos stakeholders e na Liderança Serviços,

auxiliando assim, em uma prática de sustentabilidade correta e legal.

Já a Assessoria de Comunicação está relacionada junto a necessidade de

comunicação do programa de sustentabilidade, dos projetos e ações, junto aos

stakeholders e ao mercado.

O Setor de Recursos Humanos deve ser representado por hoje se o

responsável pela prática dos projetos e ter conhecimentos dos mesmos, das

parcerias, bem como ter relação direta com o desenvolvimento de outro stakeholder

principal: o colaborador.

A AMBI é a Associação dos Moradores do Bairro Ipiranga, bairro onde está

localizada a matriz da empresa Liderança Serviços, e um representante da

comunidade e de extrema importância para o sucesso do programa junto as

necessidades deste stakeholder.

Por fim o sindicato da categoria (SEAC – Sindicato das Empresas de Asseio

e Conservação) que é outra figura importante para a aplicabilidade do programa de

sustentabilidade, tendo em vista que foi identificado como um dos principais

stakeholders da Liderança Serviços.

Como atividade inicial para o Conselho Deliberativo é sugerido a criação de

um Manual de Sustentabilidade, para ser distribuído inicialmente para os

colaboradores da Liderança Serviços, visando atitudes conscientes e cidadãs na

empresa, em sua vida pessoal e na comunidade onde a Liderança Serviços está

localizada.

O Manual de Sustentabilidade é utilizado pelas principais concorrentes da

empresa Liderança Serviços, conforme identificado em pesquisa, e traz um retorno

considerável conforme publicação da FEBRAC (Federação Nacional da Empresas

de Serviços e Limpeza Ambiental).

6.1.3 Etapa 3- Definir objetivos da sistemática de implantação de projetos

A terceira etapa do desenvolvimento da sistemática de implantação de

projetos socioambientais para a prática da sustentabilidade consiste na definição

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93

dos objetivos, relacionados aos projetos, ao negócio da empresa, a competitividade

e outros, em que se deve envolver questões essenciais como apresenta o Quadro

29.

Quadro 28 - Objetivos da sistemática de implantação de projetos Objetivos Descrição

Negócio, valores e visão

Inserir a sustentabilidade no negócio da empresa, em seus valores

Indicadores Definir indicadores para análise da sistemática e seus projetos, Projetos e ações Definir os projetos e as ações sociais baseados no tripé da sustentabilidade Diferencial Buscar a vantagem competitiva, sendo diferencial para a conquista de novos

clientes Integração Integrar fornecedores, comunidade e sindicatos na prática da

sustentabilidade, desenvolvendo um programa com ação e efeito em cadeia Desenvolvimento Colaborar para o Desenvolvimento Sustentável e de seus stakeholders

Fonte: Dados primários (2012)

O Quadro 29 apresenta os objetivos iniciais da sistemática de implantação

de projetos socioambientais, vale ressaltar, que inicialmente foi apresentado que a

sistemática proposta pode e deve ser alterada e adaptada para as novas realidades

que a empresa se encontrar, sendo assim, os objetivos também são totalmente

flexíveis.

O primeiro objetivo apresentado está relacionado a visão da empresa, de ser

a melhor para se trabalhar até 2015, e Tang et al (2011) apresenta que a prática a

sustentabilidade contribui para a satisfação no trabalho. O primeiro objetivo retrata

também a ação sugerida no Quadro 20 da pesquisa realizada.

6.1.4 Etapa 4- Definir projetos e ou ação para dese nvolvimento no programa

sustentabilidade

Definindo as etapas anteriores, a sistemática entra na fase da definição dos

projetos e/ou ações socioambientais, com base no tripé da sustentabilidade e das

pesquisas realizadas, sendo as temáticas sugeridas nas pesquisas: qualidade de

vida e respeito ao meio ambiente, educação básica de qualidade e fome e miséria,

que compõem os Oito Objetivos do Milênio.

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94

Quadro 29 - Projetos e ações (Cronograma) P

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95

Vale ressaltar que estes dois projetos são exemplos para transparecer a

composição das demais etapas. Importante destacar ainda, que os projetos

exemplificados e sugeridos foram elaborados com base na pesquisa realizada: como

a temática envolvida e o respeito ao tripé da sustentabilidade.

O Quadro 29 apresenta o resumo desta etapa, com os projetos sugeridos

para implantação da sistemática, seus objetivos, temática envolvida, contemplação

do tripé, responsável pelo projeto ou ação e vigência.

6.1.5 Etapa 5- Definir as estratégias de execução d os projetos definidos na

etapa 4.

Nesta etapa é definido as estratégias para os projetos propostos na presente

sistemática, sendo assim, o Quadro 31, apresenta as estratégias para os dois

projetos indicados para exemplificar a sistemática.

Quadro 30 - Estratégias dos projetos socioambientai s PROJETOS ESTRATÉGIAS

Doação financeira à uma ONG que realiza aulas de reforços em contra turno escolar , com a garantia de que será repassado ensinamentos sobre educação ambiental, com boas práticas de cidadania para o meio ambiente

* Definição de uma ONG idônea, com documentações regulares; * Desenvolver uma apostila didática, junto a ONG com educação

ambiental; * Definição de indicadores do projeto.

Adoção de uma praça próximo da matriz, para cuidado com o local, com o cultivo de plantas (sua descrição e importância na natureza), proporcionando para a comunidade e para os colaboradores um local para descanso

* Contato junto a Prefeitura da cidade; * Definição do local; * Definição das plantas; *

Descrição das plantas; * Periodicidade dos cuidados das plantas; * Definição de

indicadores do projeto Fonte: Dados primários (2012)

O Quadro 31 foi dividido em dois projetos socioambientais, e foram

pontuadas as estratégias para desenvolvimento de cada um, a fim de garantir a

aplicabilidade correta da sustentabilidade.

As estratégias também são importantes para que a empresa não tenha

custos adicionais aos investimentos previstos, para que o programa possa seguir

com o seu planejamento, a fim de atingir os objetivos propostos.

Os indicadores são apontados como estratégias nos dois projetos

socioambientais, pois conforme Searcy (2011), a avaliação de desempenho da

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96

prática de sustentabilidade e o balanço da prática, é de importância para a

sobrevivência da prática, embora exista muita dificuldade de encontrar um sistema

para avaliação deste desempenho.

Outra estratégia que pode auxiliar na prática do Programa de

Sustentabilidade é a implantação de um instrumento de aplicação da

sustentabilidade, conforme pesquisado e demonstrado, sugere-se a implantação da

ISO 14001, tendo em vista que a empresa já está habituada com a forma deste tipo

de certificado, por já ser certificada da ISO 9001.

Vale ressaltar que as estratégias constantes no Quadro 31 foram elaboradas

supostamente para atender os projetos exemplificados. A definição das estratégias

devem ocorrer de acordo cm cada projeto, empresa e objetivos da prática da

sustentabilidade.

6.1.6 Etapa 6- Definir os stakeholders parceiros dos projetos

Depois das definições das etapas anteriores, é importante apresentar quais

os stakeholders serão envolvidos nos projetos propostos, sendo assim, apresenta-se

o Quadro 32.

Quadro 31 - Stakeholders envolvidos nos projetos PROJETOS ESTRATÉGIAS STAKEHOLDERS

Doação financeira à uma ONG que realiza aulas de reforços em contra turno escolar , com a garantia de que será repassado ensinamentos sobre educação ambiental, com boas práticas de cidadania para o meio ambiente

* Definição de uma ONG idônea, com documentações regulares; * Desenvolver uma apostila didática, junto a ONG

com educação ambiental; * Definição de indicadores do

projeto.

- ONG; - Comunidade.

Adoção de uma praça próximo da matriz, para cuidado com o local, com o cultivo de plantas (sua descrição e importância na natureza), proporcionando para a comunidade e para os colaboradores um local para descanso

* Contato junto a Prefeitura da cidade; *Definição do local;

*Definição das plantas; *Descrição das plantas;

* Periodicidade dos cuidados das plantas; *Definição de

indicadores do projeto

- Prefeitura de São José; - Comunidade; - Fornecedores; - Cliente interno.

Fonte: Dados primários (2012)

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97

Juntamente com a definição dos projetos e com as demais etapas, se faz

necessário definir os stakeholders envolvidos nos respectivos projetos, que aqui são

sugeridos os atores influenciados e influenciadores, no Quadro 32, de acordo com

cada projeto sugerido. Percebe-se que os stakeholders envolvidos nos projetos

sugeridos foi conforme o resultado da pesquisa, conforme o Gráfico 5 e os Quadros

21 e 24.

Os stakeholders tem um papel importante na prática da sustentabilidade por

meio dos projetos socioambientais definidos nesta sistemática, pois eles serão

atores estratégicos. Todavia, vale ressaltar que cada stakeholder sugerido no

Quadro 32, foi específico para cada projeto, sendo assim, estes devem ser definidos

para cada projeto, respeitando a particularidade das etapas anteriores.

Para cada projeto socioambiental também deverá ser definido um

cronograma financeiro, com as despesas e custos descritos, como uma forma de

planejamento financeiro dos projetos, a fim de transparecer para a Diretoria da

empresa Liderança Serviços os projetos a serem desenvolvidos.

6.1.7 Etapa 7- Definir cronograma de ação dos proje tos e ações

Nesta etapa, será apresentado o cronograma de investimentos dos projetos

propostos, a fim de se realizar um planejamento dos respectivos projetos, e

posteriormente de todo a sistemática de implantação dos projetos para a prática de

sustentabilidade, facilitando o acompanhamento por meio dos indicadores.

Ressalta-se, que este cronograma e valores correspondem aos projetos

propostos para ilustrar a sistemática de implantação. Sendo assim, cada cronograma

irá variar de acordo com o projeto. O Quadro 33 demonstra os investimentos para os

projetos: educação ambiental e praça.

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Quadro 32 - Investimentos de projetos socioambienta is

PROJETOS DESCRIÇÃO DO INVESTIMENTO VALOR DO INVESTIMENTO

PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Contatos para fechar parceria junto a uma ONG

R$ 100,00

Desenvolvimento da apostila e impressões

R$ 500,00

Doação mensal R$ 2.000,00

PROJETO PRAÇA

Contato com prefeitura e definição da praça

R$ 100,00

Definição, aquisição e descrição das plantas R$ 4.000,00

Periodicidade do cuidado do local e das plantas

R$ 300,00

Fonte: Dados primários (2012)

Os valores foram apresentados no Quadro 33 foram mensurados a partir dos

critérios definidos a seguir:

PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL

• Contatos e fechamento da parceria – Considerando o plano telefônico da

empresa e também a internet, o contato teria custos irrisórios. E os

encontros presenciais, podem ser mensurados, pelo deslocamento do

colaborador responsável, sendo este no valor de R$ 100,00;

• Apostila – Esta fase pode ser considerada a mais demorada, pois o

desenvolvimento de uma apostila didática, criativa e envolvente, sobre

educação ambiental, requer profissionais especializados no tema e na

pedagogia, e o custo previsto para tal desenvolvimento e impressões das

apostilas, tem-se o custo no valor de R$ 500,00

• Doação mensal – Para contribuir com a manutenção da ONG, que além

da educação ambiental, fornece aulas de reforço, contra turno, e

necessita de recursos para se manter. Assim sendo, o valor do custo é de

R$ 2.000,00.

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99

PROJETO PRAÇA

Para este projeto, os custos para manutenção deste é conforme disposto

abaixo:

• Contato e definição da praça – Conforme exposto no projeto Educação

Ambiental, os custos de contato são irrisórios, representando o valor de

R$ 100,00;

• Plantas – A Aquisição das plantas, o plantio, a limpeza da praça, as

descrições, são fatores que influenciam o custo deste projeto, sendo

assim os custos previstos são de R$ 4.000,00 mês;

• Manutenção – Considera-se o valor aproximadamente de R$ 300,00 para

manutenção da praça.

Cronograma de investimento é também a próxima etapa, todavia referente a

toda sistemática de implantação de projetos socioambientais para a prática de

sustentabilidade que foi proposta, e não somente para os projetos socioambientais,

aqui sugeridos para ilustrar a prática da sistemática.

6.1.8 Etapa 8- Definir o cronograma financeiro para execução da sistemática de

implantação de projetos para a prática de sustentab ilidade na empresa

Liderança Serviços

A etapa 8 está relacionada ao aspecto financeiro da sistemática proposta

para a empresa Liderança Serviços, no qual foram levantados os custos para a

realização e manutenção de cada etapa da respectiva sistemática, considerando a

vigência do mesmo em um prazo de 12 meses, para análise de desempenho do

referida sistemática e dos projetos, por meio dos indicadores que serão

desenvolvidos pelo conselho deliberativo.

Assim, o Quadro 34, apresenta o cronograma financeiro anual para a

sistemática de implantação de projetos para a prática de sustentabilidade com o

prazo de vigência de 12 meses.

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Quadro 33- Cronograma Financeiro

ETAPAS DESCRIÇÃO VALOR PRAZO

1- Conselho deliberativo Grupo de cinco pessoas

R$ 1.090,10 12 meses

2- Equipe 2 colaboradores R$ 51.000,00 12 meses

3- Objetivos Definições R$ 200,00 12 meses

4- Projetos Dois projetos:

Educação ambiental e praça

R$ 7.000,00 12 meses

5- Stakeholders Comunicação R$ 6.000,00 12 meses

6- Estratégia Estratégia R$ 200,00 12 meses

TOTAL R$ 75.490,10 12 meses

Fonte: Dados primários (2012)

Levando em conta uma média salarial de R$ 2.000,00 para a carga horária

de 220 Horas Mensais, o valor hora de cada colaborador é de R$ 9,10 centavos,

sendo assim, calcula-se o envolvimento mensal de 2 horas para o conselho

deliberativo, sendo assim o valor hora de R$ 9,10, multiplicado por 2, posteriormente

multiplicado por 5 e por 12, tem-se o custo anual do programa de sustentabilidade

para esta etapa de R$ 1.090,10 (hum mil e noventa reais e dez centavos).

Considerando a representação inicial de 1 colaborador na matriz e um

estagiário, e a média salarial de R$ 2.000,00 e R$ 500,00 com 70% de encargos,

respectivamente, tem-se o custo aproximado para esta etapa no valor de R$

51.000,00 (cinqüenta e um mil reais).

Considerando que os objetivos da sistemática serão desenvolvidos pelos

conselheiros e pelo responsável da área de sustentabilidade, que inicialmente será

apenas 2 colaboradores na matriz, não se terá custos de mão de obra, alocado

nesta etapa, tendo em vista que as previsões foram realizadas anteriormente. Os

custos alocados nesta etapa se referem a energia, internet e espaço físico para

reuniões, a fim de definir os objetivos, tem-se assim, um custo aproximadamente de

R$ 200,00.

Para realização dos projetos sugeridos, os custos já foram descritos na

etapa anterior, detalhado o custo por etapa. Vale ressaltar, que os custos previstos

foram apenas para os projetos educação ambiental e praça, os custos desta etapa

irão variar de acordo com o projeto sugerido. E o custos das próximas etapas

também, pois estão relacionadas aos projetos sugeridos.

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O custo para a etapa a seguir, de definir os stakeholders, girará em torno da

comunicação junto a esses atores, da melhor forma possível, buscando atingir o

objetivo de propagar a prática da sustentabilidade e envolvê-los. Sendo assim, tem-

se a previsão de despesas no valor de R$ 6.000,00 para o prazo total da

sistemática.

As estratégias tratada na etapa seis trazem custos irrisórios, fora dos que já

foram alocados anteriormente, por exemplo, na mão de obra, todavia, será prevista

um custo anual de R$ 200,00, para o desenvolvimento de indicadores, técnicas,

pesquisas e novas estratégias.

Em contrapartida aos custos e despesas, a prática de sustentabilidade traz

retornos econômicos, como:

• Visibilidade e imagem;

• Fortalecimento da marca;

• Redução de custos;

• Redução de desperdícios;

• Aumento da produtividade;

• Impostos;

• Aumento de novos contratos.

A valorização da marca gera valor agregado ao produto, e a sustentabilidade

passou de custos para diferenciais competitivos dentro as organizações, conforme

Wagner e Svensson (2011) um estudo realizado demonstra que 60% das empresas

que adotam a sustentabilidade, fortalecem sua marca e seus produtos, a marca

passa a ser composto por produto, forma de produção, fornecedores e transporte

para entrega, ou seja, a sustentabilidade está envolvida em todo o processo

produtivo.

Wagner e Svensson (2011) complementa ainda que reputação e valorização

da marca pode ser aumentada pelos investimentos nas pessoas, impacto ecológico

e nas comunidades locais. Inclusive, os resultados das pesquisas realizadas

retratam a vantagem competitiva como conseqüência da prática da sustentabilidade,

conforme o Quadro 22 e também o resultado do questionário.

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6.1.9 Etapa 9- Definir o modelo de avaliação da sis temática e dos projetos

A etapa 9 é a última fase para o a sistemática de implantação e para os

projetos sugeridos, e consiste no modelo de avaliação destes itens, a partir do

sistema PDCA, ou seja, planejamento, desenvolvimento, controle e avaliação,

formando um ciclo de retroalimentação, conforme a Figura 13.

Figura 13 - Avaliação da sistemática e dos projetos

Fonte: Dados primários (2012)

Bernardi et al (2010) apresentam o modelo PDCA como um método

gerencial de tomada de decisão, que objetiva garantir o alcance de metas

necessárias e previamente definidas, para a sobrevivência e crescimento das

organizações, por meio de melhoria contínua dos processos de trabalho.

Assim, percebe-se que a sistemática para implantação de projetos

socioambientais para a prática de sustentabilidade desenvolvida aborda os

principais aspectos necessários para que a administração da empresa Liderança

Serviços possa analisar e acompanhar claramente, os objetivos, desenvolvimentos e

resultados propostos. Além deste método de avaliação, conforme mencionado o

Conselho Deliberativo deve desenvolver indicadores para os projetos que forem

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adotados, para que se possa mencionar e acompanhar de forma transparente sua

execução, evitando que este se desvirtue da sustentabilidade, dos objetivos

traçados pela organização, pela causa defendida e pelo retorno esperado.

6.3 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO

A parte mais sensível da sistemática proposta, é considerada a etapa 1, 2 e

3, sem minimizar a importância das demais etapas, mas essas citadas,

correspondem ao início da implantação, e conseqüentemente sua continuidade, por

isso, requer uma atenção especial.

Acredita-se que a etapa mais fácil da sistemática proposta, seria a

convocação do Conselho Deliberativo, e o mais difícil seria a definição dos

indicadores de sustentabilidade, pois conforme visto na Fundamentação Teórica é

um dos pontos mais críticos da prática da sustentabilidade, e ao mesmo tempo, um

dos mais importantes, pois retroalimenta a sistemática.

Percebe-se ainda, que a sistemática proposta para a implantação de

projetos para a prática da sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, foi

elaborada de acordo com os dados secundários obtidos da pesquisa bibliográfica

que consta na fundamentação teórica e da pesquisa documental que consta na

caracterização da empresa, além dos dados primários obtidos das pesquisas

realizadas com as entrevistas e questionários, aplicados aos lideras da respectiva

empresa.

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7 CONCLUSÃO

Diante dos impactos ambientais e sociais que o mundo vem sofrendo,

desenfreadamente até este início de século, surge-se a prática de sustentabilidade,

no qual deve ser praticada por todos os setores e por todos os cidadãos,

conscientizando gradativamente mais pessoas, e promovendo cada vez mais um

Desenvolvimento Sustentável.

Diante deste cenário, comprova-se mais uma vez a viabilidade da prática de

sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, pois a competitividade do setor de

serviços e a preocupação da empresa com suas ações socioambientais são agentes

motivadores.

O crescimento da economia e a globalização promovem a competitividade

entre as empresas, tornando o mercado cada vez mais acirrado, e a busca por

diferenciais e vantagens competitivas, é inevitável, e a prática da sustentabilidade

entra neste contexto como uma ferramenta de competitividade.

Ng e Choi (2011) complementam ainda que os consumidores optam por

empresas que praticam a sustentabilidade, mesmo que tem-se valor agregado no

preço final. O que fortifica a condição de competitividade que a prática condiciona as

empresas.

A vantagem competitiva que a prática da sustentabilidade proporciona foi

identificada também, nas pesquisas realizadas com os gestores e diretores da

empresa Liderança Serviços, além de outros pontos que demonstram a importância

desta prática, como o relacionamento com os stakeholders.

Além do exposto até o momento, vale ressaltar que Tang et al (2011)

defende também que a prática da sustentabilidade colabora para a satisfação no

trabalho, o que contribui para a visão da empresa Liderança Serviços, de ser a

melhor empresa para se trabalhar até 2015, no ramo de limpeza e conservação.

A fundamentação teórica realizada neste trabalho teve forte papel para

elaboração da proposta de sistemática para implantação de projetos

socioambientais para a prática de sustentabilidade, sugerido neste trabalho, tendo

em vista que foi rica com autores renomados, diversificada entre livros e artigos

científicos, e com vários pontos de vista.

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Diante do exposto percebe-se que os objetivos propostos no início deste

trabalho acadêmico foram atingidos, inclusive o objetivo geral de propor para a

empresa Liderança Serviços uma sistemática para implantação de projetos

socioambientais para a prática de sustentabilidade. E os objetivos específicos foram

atingidos, conforme apresenta o Quadro 35.

Quadro 34 - Conclusão objetivos específicos OBJETIVOS ESPECÍFICOS RESULTADOS

Descrever os projetos e ações socioambientais desenvolvidas pela empresa Liderança Serviços

Os projetos, ações e iniciativas socioambientais foram descritos na caracterização da empresa

Classificar as práticas da empresa Liderança Serviços no contexto de projetos, ações e iniciativas socioambientais

Na caracterização da empresa os projetos, ações e iniciativas socioambientais foram separados por categoria

Avaliar a percepção dos principais gestores da empresa Liderança sobre a prática da sustentabilidade na empresa

Foi identificado o impacto nas pesquisas realizadas, bem como na caracterização da empresa Liderança Serviços

Fonte: Dados primários (2012)

O primeiro objetivo foi descrever os projetos e ações socioambientais

desenvolvidas pela empresa Liderança Serviços, a fim de possibilitar o

conhecimento do que é praticado atualmente pela empresa. E o objetivo foi

alcançado, quando na caracterização da empresa, foram expostos o Quadro 13,

Quadro 14 e Quadro 15, com a descrição de cada iniciativa, ação e projeto

socioambiental.

O segundo objetivo era classificar as práticas da empresa Liderança

Serviços no contexto de projetos, ações e iniciativas socioambientais, e os mesmos

Quadros 13, 14 e 15 expõem este contexto, tendo em vista que estes demonstraram

quais iniciativas, ações e projetos socioambientais, respectivamente, são praticados

pela Liderança Serviços.

O terceiro objetivo proposto no trabalho foi de avaliar a percepção dos

principais gestores da empresa Liderança sobre a prática da sustentabilidade na

empresa. E este objetivo foi alcançado a partir da pesquisa realizada com os

mesmos, por meio de questionário, em que os resultados foram expostos no tópico 5

deste presente trabalho.

O objetivo geral de elaborar uma sistemática para implantação de projetos

socioambientais para a prática da sustentabilidade na empresa Liderança Serviços

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foi atingido conforme exposto detalhadamente no capítulo 6 do presente trabalho.

Em resposta a pergunta problema do presente trabalho, os resultados das

pesquisas e a caracterização da empresa, permitem responder que a viabilidade

para prática de projetos de sustentabilidade pela empresa Liderança Serviços, pode

ser por meio da sistemática para implantação de projetos, que foi proposto no

presente trabalho, inclusive com dois projetos sugeridos para ilustrar a sistemática.

A sistemática proposta deve ser flexível, adaptado a cada momento da

empresa, buscando se adequar as necessidades e as demandas apresentadas na

rotina dos processos, a fim de aprimorar continuamente a prática da

sustentabilidade, sempre respeitando o tripé: social, ambiental e econômico.

Sendo assim, conclui-se que o presente trabalho alcançou os objetivos

propostos inicialmente, entretanto, dentre outros resultado identificados, pode se

perceber que a empresa Liderança Serviços deve melhorar sua comunicação, junto

ao público interno, referente aos projetos socioambientais, desenvolvidos e

praticados pela a empresa, no qual ficou evidenciado na pesquisa o

desconhecimento quanto ao tema.

Conclui-se ainda que a prática da sustentabilidade é viável a partir de uma

sistemática e de projetos, desenvolvido para a realidade de cada empresa,

conhecendo os stakeholders que se envolvem com as atividades da respectiva

empresa. E mais do que isso, percebeu-se com o presente trabalho, que a prática da

sustentabilidade é importante para todo o Planeta Terra.

Assim sendo, como sugestão para novos trabalhos se indica uma pesquisa

sobre a comunicação da empresa Liderança Serviços com seus stakeholders, para

garantir o conhecimento e o envolvimento de todos com os projetos de

sustentabilidades praticados, conforme define Nascimento et al, 2008. Além disso,

sugere-se que novas pesquisas e trabalhos com relação ao custo e retorno

financeiro da prática de sustentabilidade, além da implantação de um programa de

sustentabilidade.

Como limitações, percebe-se que pesquisas e trabalhos sobre o tema não

são fomentados na universidade, com atualização de livros nas bibliotecas e do

tema em disciplinas, para que os alunos tenham mais próximo do meio acadêmico, a

oportunidade de conhecer e trabalhar com o tema. E para realização de todo o

trabalho, ainda é deficitário a clareza dos processos metodológicos.

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APÊNDICE A – Roteiro de entrevista

Contexto: Roteiro de Entrevista com 2 diretores e supervisora do estágio

Questões:

1) Como o senhor (a) define a sustentabilidade ou o desenvolvimento

sustentável?

2) Na sua opinião, a sustentabilidade, hoje, faz parte do negócio da

empresa? Se sim, de que forma?

3) O senhor (a) tem conhecimento dos projetos socioambientais praticados

pela empresa Liderança Serviços? Considera-os como projetos de

sustentabilidade? Por que?

4) A sustentabilidade é tema discutido ou comentado em reuniões da alta

administração da empresa Liderança Serviços?

5) Na sua opinião, como a prática da sustentabilidade pode fazer parte do

negócio da empresa Liderança Serviços?

6) Na sua opinião, a prática da sustentabilidade pode envolver os principais

stakeholders das empresas?

7) Para o senhor (a) a prática da sustentabilidade pode trazer retorno

econômico para a organização? De que forma?

8) O senhor (a) acredita que a empresa pode utilizar a sustentabilidade como

diferencial para conquistar uma vantagem competitiva?

9) Hoje se fala que o efeito da sustentabilidade deve ser em cadeia junto aos

seus stakeholders. Como a empresa Liderança Serviços poderia

desenvolver projetos socioambientais dentro desta cadeia?

10) Na sua opinião e com base nos 8 objetivos do milênio, em que área a

empresa Liderança Serviços poderia desenvolver projetos

socioambientais?

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8 Objetivos do Milênio Objetivos

Acabar com a fome e a miséria Educação básica de qualidade para todos Igualdade entre sexos e valorização da mulher Reduzir a mortalidade infantil Melhorar a saúde das gestantes Combater a Aids, a malária e outras doenças Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento

11) A empresa Liderança Serviços pensa em ter um programa de

sustentabilidade, um sistema de Gestão Ambiental?

12) Na sua opinião, o termo e a prática da sustentabilidade é

responsabilidade de quem? Do primeiro, segundo ou terceiro setor? Por

que?

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APÊNDICE B – Questionário

QUESTIONÁRIO

O presente questionário é de cunho acadêmico, e fará parte dos instrumentos de pesquisa de dados para elaboração de um programa de sustentabilidade que será proposto para a empresa Liderança Serviços.

Conceito de Sustentabilidade – Desenvolvimento Sust entável : É o conjunto de atitudes que atende as necessidades da presente geração sem comprometer que as gerações futuras possam atender suas próprias necessidades. (NASCIMENTO et AL, 2008).

Agradeço atenção

Aline Braga Lima 1. Sexo

( ) Masculino ( ) Feminino

2. Idade

( ) até 20 anos ( ) de 21 a 30 anos ( ) de 31 a 40 anos ( ) 40 a 50 anos ( ) mais de 60 anos

3. Escolaridade

( ) Ensino médio ( ) Ensino superior incompleto ( ) Ensino superior ( ) Pós - Graduado

4. Quanto tempo trabalha na organização:

( ) menos de 12 meses ( ) de 12 a 24 meses ( ) de 24 a 36 meses ( ) mais de 36 meses

5. O seu nível de conhecimento sobre Sustentabilida de pode ser considerado como:

( ) Excelente ( ) Muito bom ( ) Bom ( ) Médio ( ) Baixo

6. O seu nível de conhecimento dos projetos socioam bientais da empresa Liderança Serviço pode ser considerado como:

( ) Excelente ( ) Muito bom ( ) Bom ( ) Médio ( ) Baixo

7. Em sua opinião, as ações e projetos socioambient ais desenvolvidos pela organização estão mais direcionados para:

( ) Cliente interno ( ) Cliente externo ( ) Comunidade ( ) Acionistas ( ) Concorrentes

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8. Em sua opinião, as ações e os projetos socioambi entais da organização deveriam ser mais direcionados para:

( ) Cliente interno ( ) Cliente externo ( ) Comunidade ( ) Acionistas ( ) Concorrentes

9. . Em sua opinião, quão importante é a prática da sustentabilidade para a empresa Liderança Serviço?

( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Pouco importante ( ) Não é importante ( ) Indiferente

10. Em sua opinião, o nível de conhecimento dos col aboradores do corpo administrativo sobre os projetos socioambientais pode ser considerado co mo:

( ) Excelente ( ) Muito bom ( ) Bom ( ) Médio ( ) Baixo

11. Em sua opinião, a prática da sustentabilidade p ode trazer à empresa Liderança Serviços alguma vantagem competitiva junto ao seu mercado de atuação?

( ) Sim ( ) Não

12. Em sua opinião, algum fornecedor da Liderança S erviço aceitaria parceria para a prática da sustentabilidade?

( ) Sim ( ) Não

13. Você tem interesse em participar de um programa de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços?

( ) Sim ( ) Não

14. Você acompanhou a Conferência sobre a Sustentab ilidade (Rio+20) realizada este ano no Rio de Janeiro?

( ) Sim ( ) Não

15. Com relação as temáticas apresentado abaixo, qu al é mais importante para a organização trabalhar na prática da sustentabilidade? Pode opta r por mais de uma opção assinalando com “x”.

Objetivos do Desenvolvimento do Milênio Opção Fome e miséria Igualdade entre sexos e valorização da mulher Melhorias na saúde das gestantes Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente Educação básica de qualidade Redução da mortalidade infantil Combate à AIDS, malária e outras doenças Outras (pode citar)

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ANEXO 1 – CÓDIGO DE CONDUTA