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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
FELIPE GIASSI MEURER
LIDIANE JOÃO DOS SANTOS
VANTAGENS DO PROCESSO OPERACIONAL PADRÃO NO ASSENTAMENTO
DE REVESTIMENTO CERÂMICO INTERNO PELO MÉTODO DE COLAGEM
UMA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA
Tubarão
2017
FELIPE GIASSI MEURER
LIDIANE JOÃO DOS SANTOS
VANTAGENS DO PROCESSO OPERACIONAL PADRÃO NO ASSENTAMENTO
DE REVESTIMENTO CERÂMICO INTERNO PELO MÉTODO DE COLAGEM
UMA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito
parcial à obtenção do título de bacharel.
Orientador: Prof. Gil Felix Madalena. Esp.
Tubarão
2017
FELIPE GIASSI MEURER
LIDIANE JOÃO DOS SANTOS
VANTAGENS DO PROCESSO OPERACIONAL PADRÃO NO ASSENTAMENTO
DE REVESTIMENTO CERÂMICO INTERNO PELO MÉTODO DE COLAGEM
UMA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi
julgado adequado à obtenção do título de
Engenheiro Civil e aprovado em sua forma
final pelo Curso de Engenharia Civil da
Universidade do Sul de Santa Catarina.
Tubarão, 20 de junho de 2017.
Dedico este trabalho, primeiramente, ao meu
DEUS, ao meu amor Wagner da Silva Fink
aos meus pais Maria de Lourdes e João, meu
sogro Francisco e minha sogra Valdeia e meus
irmãos, Lilian e Cristhyan.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente ao meu DEUS, por me dar inteligência, ânimo e
sabedoria para concluir a graduação, pois ele sabe o quanto foi difícil para eu chegar até aqui,
com alguns obstáculos, luta e garra, alcancei está conquista.
Ao meu pai que foi o meu espelho para cursar esta faculdade de engenharia civil,
sempre me incentivando e dando força para pensar positivo que eu iria conseguir e minha mãe
por estar sempre ao meu lado.
A meu amor Wagner da Silva Fink, que quando o conheci me deu a maior força
para eu cursar uma faculdade, que esteve comigo em todos os obstáculos que ocorreram
nestes anos, muitas vezes pensei em desistir, por cansaço de estudar e trabalhar, outras por
falta de dinheiro, mas ele sempre ali ao meu lado me incentivando a realizar o meu sonho,
nunca deixando eu desistir. Muitas vezes abdicamos de muitas coisas, por eu ter que estudar,
ele sempre me compreendeu e esteve ao meu lado, obrigado meu amor por estar sempre
comigo em momentos bons e difíceis que já passamos.
A minha sogra que sempre me deu a maior força, sempre me dizendo pensa no
canudo, não desanima.
Aos meus irmãos que amo muito, que eles são meus melhores amigos e
companheiros, incentivo-os a sempre a correrem atrás dos sonhos deles.
As minhas afilhadas, por me dar amor e carinho, e sabendo que estive ausente em
alguns momentos, por deixar de brincar ou passear com elas, por ter que esta focada aos
estudos.
Ao meu mais novo amigo que fiz na faculdade Felipe, agradeço por ter aceitado o
meu convite de fazer esta monografia.
Ao orientador professor Gil Felix, por toda sua sensibilidade, competência e
sabedoria, em nos orientar. Obrigado por ter tido o privilégio de conviver com você e de
alguma forma fazer parte de sua história.
Aos meus queridos membros da banca, Daiana e Fabiano, por terem aceitado meu
convite.
Dedico este trabalho aos meus pais, Alosio e
Nilda, aos meus irmãos, Franki e Fabiana e à
minha eterna namorada, Sarah.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus e meus pais por possibilitar a realização deste
sonho de ser engenheiro civil.
Ao corpo docente do curso de engenharia civil da Universidade do Sul de Santa
Catarina que dedicaram seu tempo transmitindo o conhecimento necessário para a formação
profissional, em especial aos professores Maurício Alberto Büchele Motta e Lucimara
Aparecida Schambeck Andrade.
Agradeço a minha companheira de monografia Lidiane por ter me convidado para
participar desta jornada e ao nosso orientador Gil por ter aceito nos guiar neste período.
Aos meus irmãos e minha namorada por ter compreendido que neste período tive
que despender tempo longe deles.
“Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje,
mas continue em frente de qualquer jeito” (MARTIN LUTHER KING).
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo trazer à luz, através de
uma analise bibliográfica do procedimento operacional padrão (POP), o assentamento de piso
e azulejo cerâmico interno. Assim, foi explicitado o POP do assentamento de revestimento
cerâmico interno pelo método de colagem, sendo apresentados, os tipos de materiais, as
patologias ocorridas neste processo, as associações que criam normas e fazem o marketing da
categoria, os controles das diferentes etapas de execução do revestimento e apresentamos
alguns impactos que podem ocorrer. Nas diversas etapas do processo de revestimento
cerâmico, temos que seguir uma padronização, fazer um planejamento, seguir o projeto,
utilizar ferramentas e equipamentos fundamentais, utilizar materiais da forma correta e o
profissional deve ser qualificado. Para a elaboração do projeto foi exposto os materiais,
ferramentas e processos necessários para realizar a aplicação do sistema. Para que possamos
entender como funciona este sistema caracterizou-se as propriedades e funções dos materiais.
A falta do processo operacional padrão pode fazer com que o serviço realizado ocasione
manutenções futuras, causadas pelo que chamamos de patologia. Além disso, esta
manutenção futura trará um retrabalho, e um custo desnecessário, causando insatisfação do
cliente.
Palavras-chave: Processo Operacional padrão. Piso cerâmico. Azulejo cerâmico.
Revestimento interno.
ABSTRACT
This end of course paper has the objective of bringing some light to the subject of
the seating of flooring and internal ceramic tiling by means of a bibliographic analysis of the
standard operating procedure (SOP). Thus the SOP for the seating of internal ceramic tiling
by gluing is detailed, along with the types of materials and the errors that can arise in this
process, the professional associations that set the rules and regulate the marketing, the
controls of the different stages of tiling, and we give some impacts that can occur. In the
various stages of the ceramic tiling process there must be standardization and planning,
following of the project, use of tools and fundamental equipment, as well as using the
materials correctly, and the labor must be qualified. In order to elaborate the project, the
materials, tools and processes necessary to apply the system are detailed, and the properties
and functions of the materials are characterized to provide an understanding of the system.
The lack of standard operating process can entail having to carry out future maintenance
work, caused by what is called a pathology. Furthermore, this future maintenance work can
lead to having to redo work, entailing unnecessary costs and client dissatisfaction.
Keywords: Standard operating process. Ceramic flooring. Ceramic tiling. Internal tiling.
LISTA DE SIGLAS
ABNT Associação Brasilera de Normas Técnicas
ABCERAM Associação Brasileira de Cerâmica
AC Argamassa Colante
ANAPRE Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho
ANFACER Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica
CCB Centro Cerâmico do Brasil
EPU Expansão por umidade
GL Glazed
ISO International Organization for Standartization / Organização
Internacional de Normalização
NBR Normas Brasileira Recomendada
PEI Resistência do Esmalte a abrasão
POP Processo Operacional Padrão
UGL Unglazed
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12
1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................... 14
1.1.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 14
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 14
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 15
2 METODOLOGIA DE TRABALHO .............................................................................. 16
3 SISTEMA DE REVESTIMENTO CERÂMICO .......................................................... 17
3.1 FUNÇÕES DO REVESTIMENTO CERÂMICO ........................................................... 17
3.2 PROPRIEDADES DO REVESTIMENTO CERÂMICO ............................................... 18
3.3 CARACTERÍSTICAS DO REVESTIMENTO CERÂMICO......................................... 18
3.3.1 Argamassa colante....................................................................................................... 20
3.3.2 Placas cerâmicas .......................................................................................................... 22
3.3.3 Juntas............................................................................................................................ 25
3.3.4 Espaçadores ................................................................................................................. 29
3.3.5 Argamassa de Rejuntamento ..................................................................................... 32
3.3.6 Mão de obra ................................................................................................................. 32
3.3.7 Outros ........................................................................................................................... 33
4 PROJETO E PLANEJAMENTO ................................................................................... 37
5 QUALIDADE, PRODUTIVIDADE E PADRONIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO
CIVIL ....................................................................................................................................... 41
6 PROCESSO OPERACIONAL PADRÃO DE EXECUÇÃO DO SISTEMA
REVESTIMENTO CERÂMICO .......................................................................................... 44
6.1 PREPARO DO SUBSTRATO ........................................................................................ 44
6.2 EXECUÇÃO DA CAMADA DE ACABAMENTO ....................................................... 46
6.3 PREPARO E APLICAÇÃO DA ARGAMASSA COLANTE ........................................ 48
6.4 ASSENTAMENTO DAS PLACAS CERÂMICAS ........................................................ 51
6.5 EXECUÇÃO DAS JUNTAS ........................................................................................... 58
6.6 EXECUÇÃO DO REJUNTAMENTO ............................................................................ 59
7 CONTROLE DA EXECUÇÃO ....................................................................................... 61
8 PATOLOGIA NO DESLOCAMENTO DE REVESTIMENRO ................................. 64
8.1 DESCOLAMENTO ......................................................................................................... 64
8.2 EFLORESCÊNCIA ......................................................................................................... 65
8.3 TRINCAS, GRETAMENTO E FISSURAS .................................................................... 65
8.4 FALHAS NO REJUNTE, DETEORIZAÇÃO DAS JUNTAS ....................................... 67
8.5 MANCHAS DE UMIDADE, BOLOR ............................................................................ 67
9 ASSOCIAÇÕES DA CERÂMICA ................................................................................. 68
9.1 ANFACER ....................................................................................................................... 68
9.2 ABCERAM ...................................................................................................................... 68
9.3 ANAPRE .......................................................................................................................... 69
9.4 CCB .................................................................................................................................. 69
10 IMPACTOS DECORRENTES DA FALTA DE PADRONIZAÇÃO DO PROCESSO
70
11 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 78
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 80
ANEXOS ................................................................................................................................. 86
ANEXO A – UNIDADES DE COMPETÊNCIAS ............................................................... 87
ANEXO B – UNIDADES DE COMPETÊNCIAS ............................................................... 90
12
1 INTRODUÇÃO
A cerâmica é o material artificial mais antigo produzido pelo homem. Do grego
"kéramos” ("terra queimada" ou “argila queimada”), é um material de grande resistência,
frequentemente encontrado em escavações arqueológicas. Pesquisas apontam que a cerâmica
é produzida há cerca de 10-15 mil anos. Quando o homem saiu das cavernas e se tornou um
agricultor, encontrou a necessidade de buscar abrigo, mas também notou que precisariam de
vasilhas para armazenar água, alimentos colhidos e sementes para a próxima safra. Tais
vasilhas deveriam ser resistentes, impermeáveis e de fácil fabricação. Estas facilidades foram
encontradas na argila, deixando pistas sobre civilizações e culturas que existiram milhares de
anos antes da Era Cristã (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FABRICANTES DE
CERÂMICAS, 2017).
Para Campante e Baía (2003), o revestimento é um processo da construção civil
para dar acabamento e proteção de superfícies verticais (paredes) e horizontais (tetos, pisos).
É utilizado para regularizar a superfície, aumentar a resistência, dar acabamento e proteger
contra as ações do ambiente. Duas são as formas de revestir, podendo ser os que usam
argamassas para regularizar (argamassados) e os que podem utilizar a argamassa como forma
de colagem, mas não como produto final de acabamento (não-argamassados).
O revestimento cerâmico leva vantagem em relação aos pisos de PVC, carpete,
mármore, granito, pisos de borracha ou tacos de madeira, já que iguala ou supera a
comparação na limpeza, incombustibilidade, impermeabilidade, resistência das cores,
indeformabilidade e durabilidade (BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E SOCIAL, 2006).
Um dos polos industriais nacionais é o estado de Santa Catarina, com cerca de 17
empresas situadas em Criciúma, Imbituba, Morro da Fumaça, Tubarão e Urussanga. A região
busca a modernização da produção e novas formas de organização, assim o resultando é um
produto de qualidade e alto valor de mercado (BANCO NACIONAL DE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL, 2006).
Segundo Santos (1997), a partir dos anos setenta, surgiu no sul de Santa Catarina
uma diversificação do mercado. Na década de 80 a indústria carbonífera era o principal
mercado da região seguido da indústria cerâmica. Na década de 90 o país tornou-se o terceiro
maior exportador de cerâmica.
O mercado mundial de cerâmica é dominado por China, Itália, Espanha e Brasil.
Os europeus centraram-se em modernização, aperfeiçoamento e organização ao longo dos
13
anos. O Brasil corre atrás do prejuízo, mas detém uma excelente matéria prima
(ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FABRICANTES DE CERÂMICAS, 2017).
O Brasil é um dos principais protagonistas mundial no mercado de revestimento
cerâmico, ficando em segunda posição em consumo (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
FABRICANTES DE CERÂMICAS, 2017).
Tabela 1 - Principais consumidores mundiais de cerâmica de revestimento 2012-2015.
País/Ano 2012 (em
milhões de m²)
2013 (em
milhões de m²)
2014 (em
milhões de m²)
2015 (em
milhões de m²) Total 2015(%)
China 4250 4556 4894 5230 68,68
Brasil 803,3 837,5 853,5 816,5 10,72
Índia 681 718 756 794 10,43
Indonésia 340 360 407 435 5,71
Vietnã 254 251 310 340 4,46
Total 6328,3 6722,5 7220,5 7615,5 100,00
Fonte: Adaptado de ANFACER (2017).
Tabela 2 - Principais exportadores mundiais de cerâmica de revestimento 2012-2015.
País/Ano 2012 (em
milhões de m²)
2013 (em
milhões de m²)
2014 (em
milhões de m²)
2015 (em
milhões de m²) Total 2015(%)
China 5200 5700 6000 6300 70,55
Brasil 865,9 871,1 903,3 899,4 10,07
Índia 691 750 825 850 9,52
Espanha 404 420 425 440 4,93
Indonésia 360 390 420 440 4,93
Total 7520,9 8131,1 8573,3 8929,4 100,00
Fonte: Adaptado de ANFACER (2017).
Tabela 3 - Principais produtores mundiais de cerâmica de revestimento 2012-2015.
País/Ano 2012 (em
milhões de m²)
2013 (em
milhões de m²)
2014 (em
milhões de m²)
2015 (em
milhões de m²) Total 2015(%)
China 1086 1148 1110 1091 55,43
Espanha 296 319 339 378 19,20
Itália 289 303 314 316,5 16,08
Irã 93 114 109 106 5,39
Brasil 58,8 63,3 69,2 76,8 3,90
Total 1822,8 1947,3 1941,2 1968,3 100,00
Fonte: Adaptado de ANFACER (2017).
14
Considerando que nos últimos anos houve um crescimento maciço no número de
residências no Brasil, isso fez com que a competitividade venha crescendo na área da
construção civil, então este trabalho se faz de estrema importância, para mostrar como é
fundamental a padronização e qualidade nas fases da obra, fazendo com que as edificações
tenham um padrão de qualidade mínimo esperado.
Conforme afirmam Wetzel, Zurbriggen e Herwegh (2010 apud PEREIRA, SILVA
e COSTA, 2013a), o revestimentos cerâmicos tem sido utilizado com muita frequência no
acabamento final devido ao resultado estético e construtivo, porém apresenta desperdício de
materiais e patologias recorrentes que podem ser falhas nos materiais ou na técnica de
execução empregados. Segundo Campante e Baía (2003), esses problemas têm origem na
falta de planejamento, de detalhes nos projetos, falta de procedimentos racionalizados e
controle da execução. Por isso, faz-se necessário desenvolver o projeto e controlar sua
produção, através do detalhamento de elementos do projeto, da correta especificação de
materiais e do estabelecimento de procedimentos e controle na produção.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
Apresentar o processo operacional padrão de assentamento interno de pisos e
azulejos cerâmicos pelo método de colagem, através de uma análise bibliográfica.
1.1.2 Objetivos específicos
1. Apresentar os materiais utilizados no assentamento de revestimento cerâmico
interno pelo método de colagem.
2. Realizar uma análise bibliográfica do processo operacional padrão do
assentamento de revestimento cerâmico interno pelo método de colagem.
3. Realizar uma análise bibliográfica das patologias apresentadas nesse processo.
4. Apresentar o controle de execução do revestimento cerâmico.
5. Analisar os impactos decorrentes da falta de padronização do processo.
15
1.2 JUSTIFICATIVA
Nos dias atuais observa-se no canteiro de obra, muitos profissionais, executando a
mão de obra baseando-se somente na observação, sem questionar se esta forma de trabalho é
correta ou não.
Observando isso, este trabalho visa demonstrar de uma forma mais objetiva o
processo de assentamento de azulejos e pisos cerâmicos, baseando-se em normas técnicas, e
na literatura da construção civil.
Uma obra, sendo ela pequena, média ou grande, faz-se necessário que haja um
projeto bem executado, um bom planejamento e controle nas fases da obra, pois isso
influenciará no processo de produtividade e no custo final da obra, pois muitas vezes
acontecem os retrabalhos e desperdícios por falta de planejamento.
Conforme Goldman (2004, p. 27):
O primeiro passo necessário para que se tenha um bom planejamento e controle de
obras é a organização. A construção de um modo geral é um complexo que deve ser
bem caracterizado quanto aos seus insumos (materiais, mão de obra e
equipamentos). É baseando-se neste fato que se verifica a necessidade de um plano,
discriminando-o e procurando-se organizar as várias fases de execução da obra e, ao
mesmo tempo, englobando tudo que afete diretamente a construção. Chamaremos tal
organização de “Plano de Contas de Construção”.
Este mesmo procedimento acima citado se aplica também no assentamento de
pisos cerâmicos como mostraremos neste trabalho.
16
2 METODOLOGIA DE TRABALHO
A proposta de apresentar o método de assentamento do sistema de revestimento
cerâmico interno surgiu pela diversificação dos métodos aplicados em campo. Tendo em vista
que não há o hábito de profissionalização da mão de obra com cursos técnicos, isto acaba por
ocasionar diversos métodos empíricos de aplicação, os quais podem resultar enormes
prejuízos.
Já que há uma metodologia determinada para a aplicação do revestimento
cerâmico, este trabalho visa expor o método e analisar quais suas vantagens em relação a não
padronização da forma de trabalho.
Como referência, foi consultado o acervo bibliográfico e normas para ter uma
base para o procedimento operacional padrão (POP), nela obteve-se limites e uma matriz da
forma como deve ser aplicado o material para que diminuam-se os problemas que podem
ocorrer. Também ficou demonstrado as patologias que costumam ocorrer nesta fase da obra.
A dificuldade de encontrar material atualizado sobre o assunto demonstra que esta tecnologia
evolui de forma lenta.
O objeto desta monografia é bibliográfico qualitativo, revisando os conhecimentos
explorados em artigos, livros e sites como base de dados. Para sustentar as ideias dos autores
utilizou-se as citações destes pesquisadores. Estes materiais foram obtidos através de
pesquisas em bibliotecas, acervos e internet.
O procedimento para obter os dados bibliográfico é baseado em fontes
secundárias, ou seja, obtém a informação pela leitura de diferentes contribuições científicas
sobre o assunto (GONÇALVES, 2005).
A técnica de pesquisa qualitativa é aquela em que usa-se conhecimento de
perspectivas construtivas e/ou reivindicatórias, baseados em teoria de estudo ou teoria
embasada na realidade, coletando dados para formular temas (CRESWELL, 2007).
17
3 SISTEMA DE REVESTIMENTO CERÂMICO
Fonte: Fazer Mais (2017).
Revestimento é um acabamento que se aplica em uma parede, chão ou teto para
proteger a alvenaria de infiltrações, aumentar a sua resistência, facilidade na limpeza,
proporcionando um aspecto mais bonito e bem acabado ao ambiente. A sua durabilidade na
obra vai depender do processo de colocação.
O revestimento cerâmico é um sistema muito comum nos projetos, são
responsáveis pelo acabamento final dando aparência e estética nos locais aplicados, porém
ainda apresenta alguns problemas como patologias e desperdícios de materiais ou mão de
obra. Segundo Campante e Baía (2003), esses problemas têm origem na falta de
planejamento, de detalhes nos projetos, falta de procedimentos racionalizados e controle da
execução. Por isso, faz-se necessário desenvolver o projeto e controlar sua produção, através
do detalhamento de elementos do projeto, da correta especificação de materiais e do
estabelecimento de procedimentos e controle na produção.
3.1 FUNÇÕES DO REVESTIMENTO CERÂMICO
É errado pensar que a finalidade do revestimento cerâmico é estético e diferencia-
se apenas pela coloração, tamanho e beleza.
18
Para Campante e Baía (2003), as principais funções do revestimento cerâmico
são:
Proteger os elementos de vedação da edificação;
Auxiliar as vedações no cumprimento das suas funções: isolamento térmico e
acústico, estanqueidade à água e aos gases, segurança contra fogo;
Regularizar a superfície dos elementos de vedação;
Proporcionar acabamento final aos revestimentos de pisos e paredes.
3.2 PROPRIEDADES DO REVESTIMENTO CERÂMICO
Para cumprir estas funções alguns itens são fundamentais, como manter-se
aderido à base, resistir ao uso ou ambiente, resistir às tensões aplicadas direta e indiretamente,
isolar o fogo, ser antiderrapante ou impermeável e permanecer inalterado durante a vida útil
do ambiente (FIORITO, 1994).
Segundo Rebelo (2010), a cerâmica tem propriedades que vem tanto da matéria-
prima quanto da forma como é produzida. A massa pode influenciar na absorção de água,
EPU e resistência mecânica. Já o esmalte garante resistência a abrasão, a manchas, a produtos
químicos e confere o coeficiente de atrito.
O coeficiente de atrito confere aderência entre o solado do calçado e o sistema de
revestimento. Esta aderência é necessária em locais com necessidades antiderrapantes como
rotas de fugas e áreas molhadas. A resistência mecânica está inversamente relacionada à
capacidade de absorver água. Para pisos residenciais utiliza-se o valor máximo de 10% de
absorção de água, já para pisos industriais este valor deve ser de até 0,1%. (NBR 15575,
2013).
3.3 CARACTERÍSTICAS DO REVESTIMENTO CERÂMICO
O revestimento cerâmico é composto por um sistema onde seus elementos
trabalham de forma a interagi-los com a base a qual se aderem. A NBR 13816 (1997) define
revestimento cerâmico como o conjunto formado pelas placas cerâmicas, argamassa de
assentamento e pelo rejunte, falaremos destes itens neste capítulo.
Segundo Campante e Baía (2003), após a execução da base (alvenaria ou
estrutural) temos o substrato (emboço ou regularização) e depois a cerâmica. Podemos
caracterizar este como um sistema monolítico, onde a placa cerâmica deve ficar aderida à sua
19
base e ao substrato através da argamassa colante. Já os espaços (juntas) entre estas placas
devem ser preenchidos (rejunte ou selante). Há alguns casos de aplicação da cerâmica
diretamente sobre a base, isto aumenta as tensões aplicadas sobre o revestimento e perda de
aderência ocasionando descolamento da base.
O sistema que compõe o revestimento possui diversas camadas de materiais
diferentes, estes estão interligados e qualquer deformação em uma camada reflete no conjunto
(FIORITO 1994). Pereira, Silva e Costa (2013a) citam a norma dizendo que, a aderência não
é uma propriedade exclusiva da argamassa, mas da interação entre as camadas do sistema,
sendo necessário especificar o substrato em que a argamassa será assentada.
A porosidade está diretamente ligada à aderência da base com a placa por meio da
argamassa. Substratos com alta porosidade absorvem muita água formando áreas frágeis e
com riscos de descolamento, já os pouco porosos não deixam que a argamassa preencha este
vazio conferindo pouca ancoragem (PEREIRA, SILVA e COSTA, 2013a).
As camadas que antecedem o revestimento cerâmico seriam: o substrato ou base,
a camada de regularização, o emboço e a camada de fixação. Os principais componentes do
sistema de revestimento cerâmico, internos de paredes e pisos são: argamassa colante, placas
cerâmicas, juntas, espaçadores, argamassa de rejuntamento e a mão de obra, os quais
mostraremos logo abaixo (CAMPANTE e BAÍA, 2003).
Figura 01: Modelo do Sistema de Revestimento Cerâmico
Fonte: CCB (2017).
20
3.3.1 Argamassa colante
Figura 02 - Armazenamento de argamassa colante
Fonte: Engenheiro no canteiro (2017).
A NBR 9817 (1987) define o conceito de argamassa colante como uma mistura
constituída de aglomerantes hidráulicos, agregados minerais e aditivos, quando preparada
exclusivamente com água, forma uma massa viscosa, plástica e aderente.
Para Fiorito (1994) as argamassas colantes são mais indicadas, pois possuem
padronização de fábrica, porém em alguns casos faz-se necessário a argamassa fabricada no
canteiro, como em interiores de reservatórios e obras hidráulicas. Esta pode ser empregada no
assentamento de revestimento de cerâmica ou pedra. Os ensaios de ruptura ao cisalhamento
mostram que a AC suporta 12 kgf/cm² enquanto a argamassa de cimento comum 10 kgf/cm².
A camada de fixação tem como objetivo aderir a placa ao substrato, normalmente
são usadas as argamassas colantes (AC) e as colas. Segundo a NBR 14081 (2004), existem
quatros tipos de argamassas colantes, cada uma com recomendações de uso diferentes. O uso
de colas é mais recomendado sobre superfícies em que as AC´s são contra indicadas, como o
gesso ou gesso acartonado.
Os tipos existentes de AC são devidos a variedade dos tipos de placas, as
porosidades e diferenças de aderência. Conforme a NBR 14081 (2004) são elas:
AC I: usado em revestimentos internos comuns, exceto locais como
churrasqueiras, saunas, piscinas e estufas;
21
AC II: pode ser para revestimento interno ou externo sujeitos a variações
termo-higrométrica e à ação do vento;
AC III: esta é utilizada para revestimentos que necessitam de maior aderência;
AC E: argamassa dos tipos I, II e III com tempos em aberto estendidos.
Figura 03 – Tipos de argamassas colante industrializadas
Fonte: Engenheiro no Canteiro (2017).
Quando o revestimento é aplicado com argamassa colante externo (AC-III) sobre
outro revestimento com pouca porosidade, por exemplo uma cerâmica esmaltada, a
penetração do composto cimentício nos poros do substrato é reduzida devido à superfície lisa
da cerâmica antiga, isso faz com que reduza-se a aderência entre as camadas do piso sobre
piso. O pouco de ligação ocorre pela extensão de aderência entre a argamassa colante e o piso
cerâmico. Para aumentar a aderência é proposto que aumente a rugosidade das superfícies,
diminua-se o volume de vazios, a limpeza da base e melhore a formulação da argamassa
(PEREIRA, SILVA e COSTA, 2013a).
Conforme Gail (2017), para armazenar o material antes da aplicação deve-se
manter sobre estrados secos, isolando do contato com umidade, sol e chuva. E, de acordo com
engenheiro no canteiro, deve-se empilhar no máximo 15 sacos em uma altura
aproximadamente 1,5m.
22
3.3.2 Placas cerâmicas
Figura 04 – Placas cerâmicas
Fonte: Telha Norte (2017).
A NBR 13816 (1997, p. 2), da ABNT, define a placa cerâmica para revestimento
como:
Material composto de argila e outras matérias-primas inorgânicas, geralmente
utilizadas para revestir pisos e paredes, sendo conformadas por extrusão
(representada pela letra A) ou por prensagem (representada pela letra B), podendo
tambem ser conformadas por outros processos (representados pela letra C). As
placas são entao secadas e ueimadas à temperatura de sinterização. Podem ser
esmaltadas ou não esmaltadas, em correspondência aos símbolos GL (glazed) ou
UGL (unglazed), conforme ISO 13006. As placas são incombustíveis e não são
afetadas pela luz.
O corpo cerâmico compõe-se de matérias-primas naturais, argilosas e não
argilosas. Os materiais argilosos são formados de uma mistura de diversos tipos e
características de argilas para dar a composição desejada e são a base do biscoito. Os
materiais não argilosos, quartzo, feldspato e caulim, servem para sustentar o corpo cerâmico
ou promover a fusão da massa e os materiais sintéticos são utilizados para a produção de
engobes e esmaltes e, servem para fazer a decoração dos revestimentos (ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DE FABRICANTES DE CERÂMICAS, 2017)
Estes revestimentos são usados na construção civil para revestimento de paredes,
pisos, bancadas, e piscinas de ambientes internos e externos. Recebem designações tais como:
azulejo, pastilha, porcelanato, grés, lajota, piso, etc. A tecnologia do porcelanato trouxe
23
produtos de qualidade técnica e estética refinada, que em muitos casos se assemelham às
pedras naturais (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FABRICANTES DE CERÂMICAS,
2017).
As placas cerâmicas são constituídas, em geral, de três camadas (CAMPANTE e
BAÍA, 2003):
o suporte ou biscoito,
o engobe, que tem função impermeabilizante e garante a aderência da terceira
camada, e;
o esmalte, camada vítrea que também impermeabiliza, além de decorar uma
das faces da placa.
No Brasil, a abundância dessa matéria prima, argila, estimulou o crescimento
desse mercado recheado de opções, com características específicas para se adaptar ou compor
diferentes ambientes (SANTOS, 1997).
A placa cerâmica é a parte deste sistema mais exposta do revestimento e ocupa a
maior área. Ela pode ter sua moldagem do tipo extrusada (tipo “A”) ou prensada (tipo “B”). O
acabamento superficial pode ser esmaltada, quando aplicada uma camada vítrea ou não-
esmaltadas. Sua textura pode ser lisa, com menor capacidade de absorção térmica, pois tem a
capacidade de reflexão dos raios solares e maior capacidade de limpeza, ou rugosa que podem
distribuir melhor o fluxo de água em ambientes externos. E a cor é caracterizada em fria ou
clara quando absorvem menos radiação, já a quente ou escura retém mais calor o que aumenta
as tensões ficando sujeita a choques térmicos (CAMPANTE e BAÍA, 2003).
Tem como características a absorção de água, resistência mecânica, resistência à
abrasão ou desgaste superficial, dilatação térmica, expansão por umidade, resistência à
gretagem, resistência térmica à manchas ou a ataques químicos, presença de cádmio ou
chumbo e resistência ao escorregamento (CAMPANTE e BAÍA, 2003).
As placas cerâmicas são classificadas quanto à expansão por umidade (EPU),
resistência do esmalte a abrasão (PEI), limpabilidade, absorção de água, resistência do
esmalte a ataques químicos, entre outros. Vamos falar dos mais importantes.
A EPU ocorre, pois ao sair do forno a placa retém a umidade e expande, esse
processo é irreversível e a expansão quando alta ocasiona fissuras e descolamento. Por isso
para ambientes internos recomenda-se o EPU de no máximo 0,60mm/m, já em fachadas deve
ser menor, no máximo 0,40mm/m (ZULIAN, DONÁ e VARGAS, 2002).
24
Conforme Campante e Baía (2003), a absorção de água está relacionada a
porosidade da placa, isso interfere nas propriedades de resistência mecânica, ao gelo, química,
choque mecânico e ao choque térmico. A porosidade é determinada pelo modo de fabricação
como processo por via seca ou úmida, grau de compactação da massa, temperatura e tempo de
queima. Dessa forma as placas são denominadas da seguinte forma:
B I a: 0 a 0,5%;
B I b: 0,5 a 3,0%;
B II a: 3,0 a 6,0% e;
B II b: 6,0 a 10,0% de absorção de água.
Segundo Zulian, Doná e Vargas (2002), o PEI é um índice que indica a resistência
da cerâmica esmaltada ao desgaste superficial. A classificação varia de 0 a 5, podendo ser:
“0” menor resistência e indicado para paredes; “1” para locais de baixo tráfego como
banheiros residenciais e dormitórios; “2” cômodos com nível médio de tráfego, banheiros e
locais sem portas para áreas externas; “3” indicado para locais com tráfego médio ou alto
como cozinhas, corredores, halls, sacadas e quintais; “4” indicado para locais externos ou com
alta passagem de pedestres, como garagens, lojas, hospitais ou escritórios; e “5” locais
públicos ou com intenso trânsito de pessoas como shoppings.
Já no caso de placas não-esmaltadas, tanto extrusada como prensada, o método
para verificar é o de abrasão profunda. Sua classificação é:
Tabela 4 – Resistência a abrasão profunda para produtos não esmaltados.
RESISTÊNCIA À ABRASÃO PROFUNDA PARA PRODUTOS NÃO ESMALTADOS (mm³)
PRODUTOS EXTRUSADOS PRODUTOS PRENSADOS
B I a Menor ou igual a 175
A I Menor ou igual a 275 B I b Menor ou igual a 175
A II a Menor ou igual a 393 B II a Menor ou igual a 345
A II b Menor ou igual a 649 B II b Menor ou igual a 540
A III Menor ou igual a 2365 B III -
Fonte: NBR 13.818 (1997).
A resistência a manchas é denominado limpabilidade, e é caracterizado em cinco
classes: “1” impossibilidade de remover manchas; “2”, “3” e “4” dependendo do produto
25
utilizado pode ter as manchas removidas; e “5” onde a limpeza é mais fácil (ZULIAN, DONÁ
e VARGAS, 2002).
A exposição ao ataque de produtos químicos é medida e classificada como: “A”
alta; “B” média e; “C” baixa (ZULIAN, DONÁ e VARGAS, 2002).
O gretamento ocorre pela diferença de dilatação entre a massa e o esmalte, sua
resistência é medida através de um processo que reproduz e acelera a exposição à umidade
submetendo a placa cerâmica a uma pressão de vapor de cinco atmosferas por duas horas
(CAMPANTE e BAÍA, 2003).
A cerâmica em pisos pode ser usada em ambientes molhados e que necessitam de
melhor aderência com os pés, para isso é medido o coeficiente de atrito dinâmico. Alguns
locais específicos, como cozinhas e escadas, são verificados por órgão se a superfície confere
aderência à caminhada, o valor mínimo é de 0,4 (NBR 15575, 2013).
Para manter a qualidade deve-se armazenar em local seco, sombreado, plano,
firme, longe de materiais abrasivos e sobre estrados empilhando as caixas, obedecendo o
limite indicado pelo fabricante ou dois metros de altura (NBR 9817, 1987).
Conforme a NBR 13818 (1997), a cerâmica escolhida deve atender as
necessidades da obras, por isso o correto é verificar a tonalidade, o tamanho, a quantidade, a
classe de resistência a brasão, o grupo de absorção, entre outras informações que constam na
embalagem.
3.3.3 Juntas
As juntas são os espaços entre as placas cerâmicas. As juntas são úteis para anular
ou diminuir a ação das tensões causadas pelo ambiente. O revestimento sofre com a tensão de
compressão e é a junta que possibilita o material trabalhar sem que se rompa. Por isso o uso
de juntas secas (placas encostadas sem rejunte) deve ser proibido (FIORITO, 1994).
Confira abaixo como são classificadas as juntas (CERÂMICA PORTINARI,
2017):
26
1. Juntas de assentamento;
2. Juntas estruturais;
3. Juntas de movimentação;
4. Juntas de dessolidarização.
Figura 05 – Classificação das juntas.
Fonte: Cerâmica Portinari (2017).
De acordo com Cerâmica Portinari (2017), a junta de assentamento é o espaço que
existe entre as duas placas cerâmicas, sendo elas preenchidas com rejunte para que ocorra a
impermeabilização da base, garantindo assim a durabilidade do produto.
Para Azeredo (1987), as placas cerâmicas podem ser assentadas de acordo com as
juntas, conforme podemos ter:
Azulejo com juntas amarradas;
Azulejo com juntas paralelas ou a prumo;
Azulejo com juntas em diagonal desencontrada;
Azulejo com juntas em diagonal paralela.
27
Figura 06 – Tipos de juntas de assentamento cerâmico
Fonte: Azeredo (1987).
Segundo NBR 13754 (1997) no perímetro da área revestida, no encontro de
quinas de paredes, pisos e forros, colunas, vigas, ou com outros tipos de revestimentos, tanto
em áreas internas quanto externas, se faz necessário projetar e construir as juntas de
dessolidarização, para aliviar as tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio
revestimento.
Figura 07 – Juntas de dessolidarização em quinas, pisos e forros.
Fonte: Weber (2017).
28
Quando houver juntas de movimentação ou juntas estruturais nas paredes, estas
devem ser respeitadas também em todas as camadas que constituem o revestimento, de forma
a haver correspondência entre elas (NBR 13754, 1997).
Em relação a juntas de movimentação, estas devem alcançar a superfície do
contrapiso, sendo com preenchimento de materiais elásticos. De acordo com, weber a junta de
movimentação, tem a função de diminuir as tensões causadas pela movimentação da base
onde é aplicado o revestimento ou pela própria expansão das placas cerâmicas. Usa-se nos
casos de encontro de pisos diferentes, encontro com pilares ou saliências, em lajes com
grandes dimensões, e em ambientes com áreas superior a 32m² ou sempre que a dimensão seja
maior que 8 metros lineares. Nesse caso, as juntas devem ter de 8 a 12mm de espessura
(SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).
Figura 08 - Juntas de movimentação em piso e parede
Fonte: Weber (2017).
Conforme Weber (2017), as juntas estruturais são vãos entre estruturas, cuja
função é aliviar as tensões provocadas pela movimentação do concreto, e de acordo com
Souza e Mekbekian (1996), devem ser mantidas no piso cerâmico, e preenchidas com
mastique elástico.
Figura 09 – Juntas estruturais em piso
Fonte: Weber (2017).
29
3.3.4 Espaçadores
Espaçadores são pequenas peças de plástico, que proporcionam um melhor
acabamento e um fácil alinhamento entre as placas cerâmicas, e conseqüentemente, a
dilatação das peças, evitando estufamento e trincas no piso, eles podem ser de cor ou
transparente, sendo que o transparente não é necessário ser removido, pois pode ser coberto
pelo rejunte. O menor tamanho de junta de dilatação é de 1mm e o maior, 10mm. Os
espaçadores podem variar conforme o tipo de placa cerâmica a ser utilizada, sendo que quanto
mais a placa dilatar mais largo precisa ser o espaçador (FAZ FÁCIL, 2017).
Figura 10 – Espaçadores cruzeta.
Fonte: Plásticos Indaial (2017).
Mais recente foi lançado no mercado o kit nivelador para revestimentos
cerâmicos, que é composto por três componentes, sendo eles: a base niveladora, cunhas e
alicate, este kit proporciona um melhor alinhamento entre as peças cerâmicas e perfeito
nivelamento, deixando um trabalho com qualidade. Pode se utilizar em três larguras de junta,
de 1mm, 2mm e 3mm. As bases devem ser colocadas em torno de 5cm da extremidade das
placas, no caso de placas com lados maiores que 80cm, colocar uma base a cada 40cm entre
as peças, assim assegurando o desempenho correto das mesmas (ELIANE, 2017).
30
Figura 11 – Kit nivelador aplicado na placa cerâmica.
Fonte: Ricasa (2017).
A base niveladora é responsável em determinar a largura das juntas e possibilita
que as peças cerâmicas sejam niveladas com a colocação das cunhas (ELIANE, 2017).
Figura 12 – Base niveladora do kit nivelador
Fonte: Eliane (2017).
31
A cunha quando é encaixada na base niveladora, ela exerce uma força sobre as
placas, nivelando assim as placas cerâmicas (ELIANE, 2017).
Figura 13 – Cunha do kit nivelador.
Fonte: Eliane (2017).
O alicate pressiona todas as cunhas entre as bases niveladoras, dando assim mais
qualidade e rapidez na colocação dos niveladores (ELIANE, 2017).
Figura 14 – Alicate do kit nivelador.
Fonte: Eliane (2017).
32
3.3.5 Argamassa de Rejuntamento
Fonte: Piniweb (2017).
O rejunte é o material que preenche as juntas, no assentamento de pisos e azulejos
e tem a função de impermeabilizar as laterais das placas cerâmicas e é resistente a abrasão e
fungos, tem durabilidade e absorve as deformações de intempéries (CAMPANTE e BAÍA,
2003).
De acordo com Gail (2017), existem diversos tipos de rejuntes: cimentício,
acrílico, vitra e epóxi. O uso de resina como rejunte é recomendado no porcelanato, para
ambientes internos o uso de epóxi é mais indicado, pois tem mais resistência a mofo,
acabamento mais fino e melhor limpabilidade. O rejunte deve ser armazenado da mesma
forma que a argamassa colante, sobre estrados secos, isolando do contato com umidade, sol e
chuva.
3.3.6 Mão de obra
Fonte: Pedreirão (2017).
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Segundo Gail (2017), é essencial trabalhar com uma equipe de instalação
habilitada para assentamento e rejuntamento cerâmico, com a qualificação e as competências
exigidas pela norma e é preciso que haja um engenheiro civil ou responsável técnico, ciente
de suas responsabilidades e conhecedor das normas técnicas vigentes, às quais deve sempre
respeitar a NBR 15825:2010.
Segundo a ABNT NBR 15825 (2010, p. 5), os agentes do setor da construção civil
consideram as necessidades de:
- assegurar a qualidade dos serviços prestados pelos seus profissionais;
- produzir mais, em menos tempo e com adequação técnica;
- desenvolver profissionais para acompanhar os avanços tecnológicos dos produtos e
processos construtivos;
- recuperar carências de educação formal e regular e de formação profissional dos
que nele atuam;
- desenvolver o capital humano e melhorar as condições de vida dos que nele atuam
e de seus familiares.
No caso do setor da construção civil, a certificação profissional tem como
objetivos (ABNT NBR 15825, 2010, p. 5):
- assegurar o nível de competências dos profissionais que atuam ou buscam atuar no
setor, base na totalidade ou em parte das Unidades de competências estabelecidas
para sua avaliação;
- garantir padrão de qualidade adequado às exigências evolutivas dos produtos,
elementos e processos construtivos;
- destacar e valorizar os profissionais de diferentes níveis de competência, criando
diferencial competitivo;
- proporcionar mecanismo para remuneração justa, com conseqüente satisfação e
motivação daqueles que optarem por evoluírem profissionalmente no setor.
A NBR 15825:2010 foi criada, para estabelecer um perfil desejado de
competência do assentador e rejuntador de placas cerâmicas. As diferentes unidades de
competências destes profissionais envolvem os elementos de competência e os componentes
de avaliação de competências exigidos para avaliar o perfil do profissional. Estas unidades são
indicadas no anexo A e B e atendem, quando necessário, às ABNT NBR 13753:1997, NBR
13754:1997 e NBR 13755:1997.
3.3.7 Outros
Existem os selantes, silicones, tarugos entre outros utilizados para a vedação das
juntas.
34
O selante indicado para as juntas de movimentação do concreto, juntas em
fachadas, parapeito, juntas de conexão de aberturas entre outras é o poliuretano. Composto de
materiais elásticos, ele possui cura rápida através da umidade do ar (DIPROTEC, 2017).
Figura 15 – Aplicação de selantes poliuretano.
Fonte: Diprotec (2017).
Os adesivos selantes a base de silicone podem ser usados para vedação de
diversos tipos de materiais. Após o contato com a umidade do ar torna-se emborrachado,
resistente e flexível. Para a vedação de pisos e azulejos deve-se usar o silicone com cura
acética, já o de cura neutra é indicado para juntas de dilatação (DIPROTEC, 2017).
Figura 16 – Aplicação de silicone acético e neutro.
35
Fonte: Diprotec (2017)
Em alguns casos faz-se necessário a utilização de tarugos nas vedações e juntas de
dilatação, este limita a profundidade, ajuda na vedação e é eficiente no acompanhamento da
dilatação do sistema (DIPROTEC, 2017).
Figura 17 – Tarugos.
Fonte: Diprotec (2017)
O selante epóxi é semirrígido e deve ser usado no selamento de juntas nos pisos,
de dilatação e estruturais (DIPROTEC, 2017).
Figura 18 – Aplicação de selante epóxi.
36
Fonte: Diprotec (2017)
O primer melhora a aderência de produtos poliuretanos em contato com substratos
cimentícios, cerâmica, tijolo e madeira (DIPROTEC, 2017).
Figura 19 – Primer para selantes.
Fonte: Diprotec (2017)
Segundo a NBR 9817 (1987), nas juntas de movimentação ou dessolidarização
devem ser usados materiais com alto grau de deformidade, como borrachas alveolares,
espuma de poliuretano, manta de algodão para calefação, cortiça, aglomerado de madeira.
Além disso, faz-se necessário o uso de selantes à base de elastômeros, como poliuretano,
polissulfeto ou silicone.
37
4 PROJETO E PLANEJAMENTO
Fonte: Cetel (2017).
De acordo com Rocha e Castro (2017), quanto mais eficaz o planejamento deve-se
alcançar a garantia de qualidade e produtividade das obras, a racionalização e economia de
materiais e serviços, treinamento da mão de obra, entre outros. E se houver uma deficiência
no planejamento, poderá acarretar em atrasos e escalas de custos, podendo assim colocar em
risco o sucesso do empreendimento.
O projeto é a etapa onde determina-se as especificações dos materiais e como
deve ser executado. Quando bem elaborado pode reduzir custos, tempo e desperdícios de
material (GAIL, 2017).
Muitos problemas poderiam ser evitados se órgãos fiscalizadores e gestores de
obras fossem mais exigentes, um caso é o planejamento do canteiro de obras. A cultura
nacional de não planejar as atividades com antecedência e apresentar soluções após a aparição
do problema incorre na mitigação do mesmo, retrabalho, oneração e aplicação de técnicas
erradas (HANDA e LANG, 1988; SAURIN, 1997; SAURIN e FORMOSO, 2006 apud
BALBINOT, 2012).
Para Souza e Mekbekian (1996, p.13), o canteiro de obras pode ser definido
como:
38
- a “área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e
execução de uma obra” (NR-18)
- o conjunto de áreas destinadas á execução e apoio dos trabalhos da industria da
construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência” (NBR-12284)
Percebes-se, por estas definições, que o canteiro é a fabrica cujo produto final é o
edifício. Se é considerado uma fábrica, então o canteiro deve ser analisado sob a
ótica dos processos de produção do edifício e também como o espaço onde as
pessoas envolvidas na produção estarão vivendo sei dia-a-dia de trabalho.
É bom sempre implantar o canteiro de obras em local que ele permaneça o maior
tempo possível no processo da obra, pois demolições durante a obra causam muitos
transtornos.
A construção de uma edificação envolve diversas fases de execução, sendo que
cada fase se desenvolve através de vários serviços. Conforme Goldman (2004), segue abaixo
discriminação de serviços principais, que devem existir na obra:
1) Projetos
2) Análise de Solos
3) Análise de Custos
4) Cópias e Reproduções
5) Instalações Provisórias da Obra
6) Equipamentos e ferramentas
7) Transporte e Carretos
8) Impostos e taxas
9) Escritórios da Obra
10) Administração
11) Diversos
12) Trabalhos em Terra
13) Fundações
14) Estruturas
15) Instalações
16) Alvenaria
17) Coberturas
18) Tratamentos
19) Esquadrias
20) Revestimentos
21) Pavimentações
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22) Rodapés
23) Soleiras
24) Peitoris
25) Ferragens
26) Pinturas
27) Vidros
28) Aparelhos
29) Ligações
30) Utensílios Complementares
31) Limpeza Final
Segundo Faz Fácil (2017), no projeto, deve consistir a paginação do ambiente, que
nada mais é o estudo que estabelece como vai ser o padrão ou desenho do piso ou azulejo e a
partir dai, por onde começar a instalação das placas cerâmicas, tendo como especificado o
tamanho ideal das peças de revestimento, suas cores ou estampas, deve obter a quantidade de
peças e em que direção eles serão dispostos na hora da instalação, evitando excessos de cortes
das peças e conseqüentes perdas na hora da instalação. Considerando-se que uma boa
paginação confere uma enorme personalidade ao ambiente.
Campante e Baía (2003) também falam que a limitação de tamanho das peças
estão relacionadas com a posição das juntas de movimentação, para assim evitar as fissuras e
destacamentos. Após a escolha, deve-se detalhar em projeto a paginação, ou seja, o
posicionamento dos componentes cerâmicos e espessuras das juntas, para assim criar painéis
sem cortes de placas, diminuindo assim desperdícios e evitar erros.
Pessanha (2017) afirma que, em ambientes pequenos é mais indicado a paginação
octogonal, o uso de paginação diagonal fica melhor para ambientes mais amplos, apesar de
seus cortes e acabamentos serem um pouco mais trabalhosos, causando desperdícios das peças
em torno de 30% a mais. Em paredes fora de esquadro o ideal é começar o assentamento a
partir do ponto com menor número de recortes.
Abaixo encontramos o seguinte esclarecimento de duas plantas comparando o
correto e errado de uma paginação.
40
Figura 20 – Exemplificação de como começar a paginação.
Fonte: Doutor Faz Tudo (2017).
41
5 QUALIDADE, PRODUTIVIDADE E PADRONIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO
CIVIL
As transformações que o país sofre, gera maior competitividade entre empresas do
mesmo setor, com isso buscam-se melhores formas de reduzir gastos e obter melhor qualidade
do produto final. Na construção civil diversas são as opções para atingir esta meta, podendo
ser na fase de projeto ou execução (CAMPANTE e BAÍA, 2003).
A construção civil é um setor que necessita da padronização, pois possui uma
gama enorme de serviços e tarefas em todo o processo que vão desde a elaboração de projetos
até os serviços de canteiro de obras e também a organização de toda a execução da obra,
como a contratação de serviços e materiais.
Para Saurin e Formoso (2006), o movimento de qualidade total se espalhou entre
diversas estratégias gerenciais, sendo que a padronização se destacou como umas das mais
importantes e eficientes, trazendo vários benefícios para a empresa e facilitando nas
atividades de planejamento, controle e execução. Contudo a padronização é utilizada com
critério sendo necessário fazer um estudo minucioso da real necessidade de implantação.
Goldman (2004) menciona que, o controle nos serviços de construção, requer
profissionais com o papel de controlador, com um bom conhecimento nos serviços que irá
controlar. Quando não houver isto o profissional deve buscar juntas técnicas gabaritadas,
subsídios a fim de que não deixem passar alguns detalhes, que possam afetar na eficiência do
controle. Antes que se comece a controlar é necessário que o serviço já esteja detalhado,
através do planejamento previamente elaborado, pois quando não há esta preocupação, muitas
vezes o profissional acaba se perdendo em controles minuciosos, que não trazem nenhum
benefício.
Conforme Goldman (2004), um canteiro bem organizado propicia na redução das
perdas de materiais, uma otimização de gastos de horas de mão de obra em transportes de
materiais e deslocamentos em frentes de trabalho. O controle de serviço requer quase sempre
desmembramentos em:
a) Materiais que serão utilizados na execução dos serviços.
b) Os equipamentos auxiliares para execução.
c) As ferramentas de trabalho dos operários.
d) A mão de obra necessária à execução.
e) O prazo de execução do serviço.
f) Considerações sobre o método de trabalho empregado.
42
g) A quantidade produzida do serviço.
h) Os custos correspondentes a cada insumo.
Mendonça (2014) fala que, as pessoas são diferentes nas formas de agir, pensar,
trabalhar e produzir. O desenvolvimento de cada pessoa depende das necessidades que
enfrentou ao longo da vida, e a nossa capacidade de aprender, guardar os conhecimentos e
usar sempre que necessário. Na construção civil, cada pessoa com o equipamento correto, tem
a possibilidade de obter altos índices de produtividade, assim tendo um aumento importante
na produção. Muitas vezes o funcionário não atende a demanda na atividade que ele exerce,
mas as vezes atende com maior facilidade em outra atividade. É sempre possível obter
qualidade com produtividade. Os resultados do trabalho de cada equipamento dependerá do
operador que está fazendo o serviço, do conhecimento que ele tem do serviço que vai executar
e de sua habilidade, e também do equipamento que ele está utilizando.
Segundo Vieira Netto (1993 p.158):
A qualidade de um produto pode ser vista de duas formas, uma pelo produtor e outra
pelo cliente, o produtor tem o ponto de vista que a qualidade do produto se associa a
necessidade do cliente, já o cliente ve a qualidade do produto associada a utilidade
do produto, ou até mesmo ao valor.
Para Souza e Mekbekian (1996), a qualidade de uma obra resulta no
planejamento, na organização do canteiro de obras, nas condições de higiene e na segurança
do trabalho, no controle administrativo, no controle de recebimento e armazenamento de
materiais e equipamentos e na qualidade de cada serviço executado. Para garantir um bom
controle de qualidade na obra, é desejável que se tenha uma experiência acumulada do
profissional que irá executar o serviço, porém sempre seguindo com base nas normas técnicas
brasileira. É necessário que obtenha-se o procedimento de documentar a execução e inspeção
de cada serviço, e disponibilizar em formulários simples e de fácil manuseio. Os registros da
qualidade dos serviços também devem ser registrados em formulários, para caso ocorram
patologias construtivas, possam ser localizados facilmente.
Assim afirma Souza e Mekbekian (1996), o ciclo PDCA é um instrumento
adequado para gestão de qualidade e a padronização de processos, com aperfeiçoamento e
novas tecnologias.
43
Figura 21 - Ciclo PDCA aplicado a serviços de execução de obras.
Fonte: Souza e Mekbekian (1996)
O Procedimento Operacional Padrão pode ser gerencial ou técnico, é um manual
detalhado das atividades repetitivas que uma empresa pode formatar para obter resultados
com o mínimo de variações. Com o começo da mecanização após a revolução industrial
surgiu a necessidade de padronizar os processos (DUARTE, 2005).
O POP é uma das mais importantes entre diversas estratégias gerenciais devido a
qualidade final, destaca-se pela eficácia do planejamento, controle e execução. As
informações que deve estar contido nele são: sequência de operação e frequência, responsável
pela execução, equipamentos fundamentais, assim como peças e materiais, descrição dos
procedimentos da tarefa por atividade crítica e seus pontos proibitivos, roteiro de inspeção
(COLENGHI, 1997) (DUARTE, 2005).
Quando bem feito, o POP garante que a qualquer momento do procedimento o
usuário possa ser substituído ou fazer intervalo sem que ocasione perdas ou resultados fora da
conformidade (COLENGHI, 1997).
44
6 PROCESSO OPERACIONAL PADRÃO DE EXECUÇÃO DO SISTEMA
REVESTIMENTO CERÂMICO
A durabilidade e a viabilidade do revestimento cerâmico como solução na
construção civil dependem da fixação das peças cerâmicas. No entanto, as condições
ambientais, a especificação da cerâmica, a mão de obra de aplicação, as solicitações variáveis
de uso e a qualidade do rejuntamento influem também na vida útil do revestimento cerâmico
(THURLER e FERREIRA, 1995 apud PEREIRA, SILVA E COSTA, 2013b). Assim afirmam
Souza e Ripper (1998, p.22):
Em nível de qualidade, exige-se para a etapa de concepção, a garantia de plena
satisfação do cliente, de facilidade de execução e de possibilidade de adequada
manutenção; para a etapa de execução, será de garantir o fiel atendimento ao projeto,
e para a etapa de utilização, é necessário conferir a garantia de satisfação do
utilizador e a possibilidade de extensão da vida útil da obra.
Na fase de execução devemos respeitar o planejamento descrito no projeto, como
o material a ser utilizado, e planejar as atividades de preparação comprando os materiais
(placas, massa para assentar e massa das juntas), armazenagem destes, escolha das
ferramentas necessárias e contratação de mão de obra (CAMPANTE e BAÍA, 2003).
6.1 PREPARO DO SUBSTRATO
Para Campante e Baía (2003), nesta etapa, se faz necessário a limpeza e
verificação da qualidade do substrato. Antes do inicio do assentamento preparar a superfície
removendo qualquer tipo de material contaminante, como poeira, partículas soltas, graxas e
outros resíduos com o auxilio de lixas, escovas, vassouras, água e produtos químicos para
remoção dos resíduos. Se necessário lavar, mas aguardar a completa secagem do substrato
para continuar o assentamento.
A textura precisa ser medianamente áspera, obtida com o uso de desempenadeira
de madeira quando na execução do emboço, conforme NBR 13754 (1997). Os contramarcos
devem estar chumbados nas esquadrias, as instalações hidráulicas e elétricas devem estar
concluías e testadas, e os ralos devem estar protegidos para evitar eventuais entupimentos
(SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).
Alinhar em todas as direções, de forma que tenha em toda sua extensão um
mesmo plano, já que a argamassa colante, em virtude de sua pequena espessura, não consegue
corrigir grandes ondulações ou diferenças da base (NBR 13754, 1997).
45
Para Souza e Mekbekian (1996), verificar a igualdade do nível do contrapiso em
todo o perímetro da área a ser revestida, definindo, assim o nível do piso acabado. Deixar a
marcação dos níveis junto às paredes. Verificar o prumo, o esquadro e a uniformidade das
paredes, sendo assim corrigindo qualquer irregularidade encontrada.
A planicidade da superfície do substrato deve ter desvios máximos de 3 mm, pode
ser medidos em áreas internas com réguas de 2m metros com verificação em todas as direções
(CAMPANTE e BAÍA, 2003).
Segundo a ABNT NBR 9817 (1987) e NBR 13753 (1997), quando a base
apresentar irregularidades, de modo que não atenda os limites para a espessura da camada de
assentamento, ou quando houver a necessidade de corrigir a declividade da base para atingir o
caimento do piso, utiliza-se a camada de regularização, a espessura de camada é de 10mm e
30mm, em correções que superem 30mm a argamassa é lançada em duas ou mais camadas.
Cada camada é executada após a cura da anterior, na figura 22 mostramos:
Figura 22 – Preenchimento de irregularidade com argamassa colante.
Fonte: NBR 13753 (1997).
Segundo a NBR 13753 (1997), a quantidade de pasta e a sua espessura devem ser
determinadas para cada caso, dependendo das tolerâncias nas irregularidades da superfície do
contrapiso e empeno côncavo ou convexo das placas cerâmicas. Os espaços provocados por
estas irregularidades devem ser totalmente preenchidos pela argamassa colante.
46
6.2 EXECUÇÃO DA CAMADA DE ACABAMENTO
O assentamento das placas cerâmicas deve ser realizado, após um período mínimo
de cura do emboço, para que este sofra todas as tensões de retração de secagem. O prazo
mínimo indicado é de 7 (sete) dias para áreas internas (CAMPANTE e BAÍA, 2003).
O revestimento das placas cerâmicas deve ser executado em condições climáticas
médias, verificadas no local da obra. Recomenda-se a sua execução somente quando a
temperatura ambiente dos materiais for maior que + 5°C (NBR 13754, 1997)
Segundo o manual de execução da Gail (2017) arquitetura em cerâmica, o
assentador deve certificar, de que possui as ferramentas e equipamentos adequados, durante
execução do serviço, pois isto vai lhe poupar tempo e trabalho.
Para Souza e Mekbekian (1996), uma boa execução faz-se necessário o uso de
ferramentas adequadas como:
Azulejos e pisos cerâmicos
Argamassa colante
Argamassa industrializada para rejunte
Água
Lápis de carpinteiro
Mangueira de nível, nível alemão ou nível a laser
Caixa plástica para mistura da argamassa colante
Caixa plástica para mistura da argamassa industrializada para rejunte
Balde plástico
Régua de alumínio com nível de bolha acoplado
Esquadro de alumínio 60x80x100 cm
Linha de náilon
Prumo de face
Trena metálica
Nível de bolha
Pregos 15x15
Metro articulado;
Torquês;
Desempenadeira de aço ou PVC com lado dentado de 6x6mm, apropriada para
azulejos
47
Desempenadeira de aço ou PVC com lado dentado de 8x8mm, apropriada para
pisos
Rodo sem cabo
Broxa
Escova de piaçaba
Sisal
Vassoura
Pano seco
Régua de alumínio de 1” x 2” com 2m de comprimento
Martelo de borracha
Colher de pedreiro 9”
Serra elétrica manual com disco de corte adiamantado
Riscador com vídea e furadeira com serra copo
Espátula
Detergente líquido neutro
EPIs: capacete, óculos de segurança, luvas e botas de borracha.
Algumas destas ferramentas estão ilustradas na figura 23.
48
Figura 23 – Ferramentas para execução da camada de acabamento.
Fonte: Gail (2017).
6.3 PREPARO E APLICAÇÃO DA ARGAMASSA COLANTE
No método convencional é utilizada a argamassa produzida em obra, aplicada
diretamente sobre a alvenaria ou estrutura para assentar a cerâmica, a espessura recomendada
é de 2,5cm. Com ela ainda fresca, polvilha-se pó de cimento sobre sua superfície para então
colocar as placas. Este método depende de muitos fatores não controláveis, assim deve-se
optar por outro método. Neste outro método primeiramente deve-se regularizar a base com o
substrato para então aplicar a argamassa colante industrializada (CAMPANTE e BAÍA,
2003).
49
Preparar a argamassa colante em um caixa plástica, misturando-se o pó com água,
obedecendo às informações do fabricante como consta na embalagem. A quantidade da
argamassa deve ser preparada para um período de trabalho, de duas a três horas, recomenda-
se sempre misturar um número inteiro de sacos. Deixa-se a argamassa descansar por 15
minutos e misturar novamente para iniciar o assentamento. Não adicionar água na hora que
estiver executando o revestimento (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).
A NBR 13754 (1997) afirma que, o material preparado na obra deve ser utilizado
imediatamente, e o industrializado deve ser utilizado dentro do prazo de validade indicado na
embalagem.
O espalhamento deve ser iniciado pela parte lisa da desempenadeira pressionando
contra a superfície do substrato, logo em seguida passa o lado dentado da desempenadeira
formando ângulo de 60° com a horizontal, conforme ilustrado nas figuras 24 e 25, o resultado
deve ser cordões com alturas entre 2mm e 5mm. Nas placas superiores a 250cm² e
assentamentos externos usa-se a desempenadeira de 8x8x8mm, já para placas menores e
ambientes internos recomenda-se a desempenadeira 6x6x6mm. Não é recomendado espalhar a
argamassa por mais de 1m², pois poderão ocorrer perdas na qualidade (CAMPANTE e BAÍA,
2003).
Iniciar ao assentamento dos azulejos cerâmicos, seguindo os mesmos
procedimentos e cuidados, apresentados no assentamento dos pisos cerâmicos. Neste caso
utilizar uma desempenadeira de aço com dentes de 6mm (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).
50
Figura 24 – Finalização do espalhamento de argamassa colante.
Fonte: Souza e Mekbekian (1996).
Figura 25 - Aplicação do lado dentado da desempenadeira, formando cordões
Fonte: Souza e Mekbekian (1996).
51
6.4 ASSENTAMENTO DAS PLACAS CERÂMICAS
Antes do início da colocação do revestimento, deve ser verificado se as
quantidades de placas cerâmicas são suficientes, recomendando-se uma margem de sobra para
cortes, quebras, imprevistos ou futuros reparos (NBR 13754, 1997).
De acordo com o manual de assentamento cerâmico Gail (2017), considera-se
uma quantidade adicional de 5 á 10% do revestimento.
Conferir as peças e tonalidade para executar o serviço. Verificar se foram
deixados os rebaixos previstos no projeto em relação a outros pisos, e a impermeabilização de
pisos devem estar executadas e testadas (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).
Segundo a NBR 13753 (1997), os caimentos recomendados referente aos pisos
são os seguintes:
a) Os pisos de ambientes não molháveis, devem ser executados em nível ou
caimento máximo e 0,5%.
b) Os pisos internos de ambientes molháveis, devem ser executados com
caimento de 0,5% em direção ao ralo ou porta de saída, evitando ultrapassar o
valor de 1,5%.
c) Em boxes dos banheiros, o caimento deve ser entre 1,5% e 2,5% em direção ao
ralo.
Conforme o manual de assentamento cerâmico Gail (2017), é necessário verificar
o esquadro e as dimensões do local que será revestido para definir a posição das placas
cerâmicas, buscando reduzir o número de recortes e o melhor posicionamento das peças.
Não é necessário molhar a superfície do contrapiso para a aplicação da argamassa
colante, recomenda-se somente em locais sujeitos a insolação e/ou ventilação, a base deve ser
pré-umedecida, porém sem saturá-la (NBR 13753, 1997).
As placas cerâmicas também não devem ser molhadas, a menos que haja uma
recomendação do fabricante, estes procedimentos eram usualmente usados no método
convencional. E quando apresentar a superfície recoberta por um tardoz, recoberto por uma
camada de pó esbranquiçado, os mesmos deverão ser removidos com escova de aço um pano
seco. Se forem lavados com água a peça pode ser utilizada após a secagem completa (SOUZA
e MEKBEKIAN, 1996).
Segundo Souza e Mekbekian (1996), assentar as peças de piso sobre a argamassa
recém-aplicada, ficando atento quanto ao espaçamento entre as peças e o nivelamento e
52
alinhamento do piso. As peças devem ser assentadas antes que se inicie a formação de uma
película esbranquiçada sobre os cordões, pois isto indica o tempo de abertura da argamassa,
que é o momento a partir do qual a aderência fica prejudicada. Para controlar este tempo,
pressionam-se os dedos sobre os cordões, se a argamassa não estiver pegajosa e não sujar as
pontas dos dedos terá que remover toda argamassa e aplicar novamente, pois o tempo de
abertura já se esgotou.
Para assentar a placa cerâmica, deve-se posicioná-la cerca de 2cm da situação
final e então arrastá-la com uma leve pressão em movimentos de vai e vem (CAMPANTE e
BAÍA, 2003)
O ajuste de posicionamento e a fixação das peças podem ser realizados por meio
de pequenas batidas com martelo de borracha, conforme mostrado na figura 26. O
posicionamento também pode ser realizado com o uso de espaçadores plásticos, conforme
mostrado na figura 27. Nesse caso o ambiente tem que estar em perfeito esquadro, pois se não
as eventuais correções obtidas pela variação das dimensões das juntas, ou devido a sua
distorção, podem ficar prejudicadas (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).
Segundo a NBR 9817 (1987), em ambientes fechados por paredes ou muretas
recomenda-se a colocação de rodapés em todo o contorno do piso nivelado, com a altura
mínima de 70mm.
Figura 26 - Ajuste para o correto posicionamento das peças.
Fonte: Souza e Mekbekian (1996).
53
Figura 27 - Detalhe do espaçamento entre peças, garantido pelo posicionamento de
espaçadores plásticos em forma de cruz.
Fonte: Adaptado de Souza e Mekbekian (1996).
De acordo com a Cerâmica Portinari (2017), o assentamento de revestimentos em
paredes deve ser iniciado de baixo para cima, assim os eventuais recortes ficarão nas placas
junto ao teto, menos aparentes. Em ambientes como banheiros e cozinhas que receberão
cerâmica nas paredes e no chão, é recomendado iniciar o assentamento pelas paredes.
De acordo com Souza e Mekbekian (1996), para o posicionamento da fiada
mestra, partir do nível do piso ou teto é indicado que se comece o assentamento da segunda
fiada, deixando a primeira para arremates de caimento do piso. Para marcar a posição da fiada
mestra, usa-se uma trena metálica, considerando o tamanho das peças e a espessura correta
das juntas. Transferir o nível marcado para o outro extremo da parede, utilizando a mangueira
de nível, esticar uma linha de náilon entre os pontos marcados, definindo assim a posição
exata da primeira fiada, conforme figuras 28, 29 e 30 abaixo.
54
Figura 28 - Fiada mestra e Guia de prumos.
Fonte: Zulian, Doná e Vargas (2002).
Figura 29 - Fiadas superiores.
Fonte: Zulian, Doná e Vargas (2002).
55
Figura 30 - Fiada abaixo da fiada mestra.
Fonte: Zulian, Doná e Vargas (2002).
No encontro entre pisos e paredes, o revestimento de piso deve ficar embutido
junto à parede a fim de garantir sua perfeita ancoragem. Os azulejos devem ser assentados
com uma folga de 5mm em relação aos pisos, de modo a evitar o remonte das peças sobre os
piso, conforme a figura 31 (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).
Figura 31 - Detalhe do encontro entre pisos e paredes revestidos com cerâmica.
Fonte: Zulian, Doná e Vargas (2002).
56
Quando houver necessidades de cortes das peças cerâmicas, estes deverão ser
planejados e executados antes da aplicação da argamassa colante (CAMPANTE e BAÍA,
2003) (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).
Os cortes retos podem ser realizados por riscador manual ou por serra elétrica
(CERÂMICA PORTINARI, 2017).
Figura 32 – Corte reto da placa cerâmica.
Fonte: Cerâmica Portinari (2017).
Conforme Campante e Baía (2003), para cortes circulares em placas cerâmicas
com baixa resistência, utilizar cortadores manuais e torqueses, e placas com maior resistência,
utilizar serra circular ou furadeira elétrica. As arestas do cortes deverão ser cobertas pelas
canoplas de torneiras e registros e pelos espelhos das caixas de luz.
Figura 33 – Detalhe do corte circular em placa cerâmica.
Fonte: Cerâmica Portinari (2017).
57
Para a realização dos cortes quadrados, deve-se utilizar furadeira com a broca
diamantada de 6mm ou 8mm, fazer um furo a cada ângulo a ser formado. Com a serra
elétrica com o disco diamantado, realizar a união dos furos na face (CERÂMICA
PORTINARI, 2017).
Figura 34 – Corte com utilização de furadeira.
Fonte: Cerâmica Portinari (2017).
Para a realização dos recortes, utilizar uma furadeira com broca diamantada de
6mm ou 8mm, fazer um furo em cada ângulo a ser formado. Com a serra elétrica com o disco
diamantado, fazer os cortes das extremidades e concluir o corte no interior na peça
(CERÂMICA PORTINARI, 2017).
Figura 35 – Recorte da placa cerâmica utilizando furadeira e serra elétrica.
Fonte: Cerâmica Portinari (2017).
58
6.5 EXECUÇÃO DAS JUNTAS
Segundo Cerâmica Portinari (2017), as juntas de assentamento são importantes,
para facilitar o alinhamento entre as peças, a troca de revestimentos danificados, acomodar as
movimentações da base e das placas, compensar a variação de tamanho permitida entre as
peças, facilitar a limpeza, garantir a vedação da umidade dos revestimentos e melhorar a
estética final dos ambientes.
No dizer de Campante e Baía (2003), as características das juntas entre
componentes, podem ser horizontalidade, verticalidade, uniformidade de espessura,
estanqueidade, capacidade de absorver deformações e resistência a fungos. As três primeiras
características citadas estão ligadas á estética, dependem da execução do rejuntamento, sendo
necessário o uso de espaçadores plásticos para manter a uniformidade de espessura e uso das
linhas de referência para manter a horizontalidade e verticalidade. As demais características
irão depender da qualidade da argamassa utilizado para o preenchimento do rejuntamento.
Figura 36 – Juntas de assentamento.
Fonte: Cerâmica Portinari (2017).
De acordo com a NBR 13754 (1997), não deve haver um ressalto maior que 1mm
entre as bordas das placas cerâmicas, alinhadas com a borda de um régua com 2m de
comprimento, faceada com as placas cerâmicas nas extremidades da régua.
Como descrito por Souza e Mekbekian (1996), as juntas entres as peças, devem
ter uma largura mínima, que será fornecida por cada fabricante, caso não haja esta
identificação pode-se utilizar as seguintes medidas:
Área dos componentes até 400cm². Junta de piso interno com 2mm;
59
De 400 cm² a 600 cm². Junta de piso interno com 3mm;
De 600 cm² a 900 cm². Junta de piso interno com 5mm;
Área de componentes acima de 900 cm². Junta de piso interno com 6mm.
Verificar o esquadro e as dimensões do ambiente para definição da espessura das
juntas, considerando o mínimo possível de recortes. Analisar o melhor aproveitamento das
peças, e esticar uma linha de náilon nos dois sentidos do ambiente, demarcando a primeira
fiada a ser assentada, as linhas servirão de referência para as próximas fiadas, que devem ser
assentadas em perfeito alinhamento e esquadro em relação às duas primeiras fiadas. Em
ambientes grandes pode-se esticar a linha mais vezes se necessário para garantir o
alinhamento e o esquadro. Eventuais irregularidades que não possam ser absorvidas pelas
juntas devem ser corrigidas (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).
6.6 EXECUÇÃO DO REJUNTAMENTO
Do ponto de vista de Campante e Baía (2003), o rejuntamento das peças
cerâmicas deve ser iniciado após 72 horas do assentamento para evitar o surgimento de
tensões pela retração de secagem da argamassa colante, porém recomenda-se que não seja
excedido este prazo por muito mais tempo, pois as placas estão sujeitas a danos acidentais,
acumulando também sujeiras entre as juntas.
Conforme a NBR 13754 (1997), pode iniciar o rejuntamento da peças com os
seguintes procedimentos:
a) Fazer a limpeza das juntas com vassoura ou escova, eliminando toda a sujeira,
resíduos e poeiras que impeçam a penetração e aderência do rejuntamento.
b) Verificar por meio de um instrumento não contundente, se existe alguma placa
apresentando som cavo, a qual deve ser removida e imediatamente
reassentada.
c) Umedecer as juntas entre as placas cerâmicas com uma broxa e para garantir
uma boa hidratação e aderência do rejuntamento.
d) Preparar a argamassa de rejunte em um caixote plástico limpo, seguindo as
instruções na embalagem do produto.
e) Aplicar a argamassa de rejunte com uma desempenadeira de borracha, em
movimentos alternados, preenchendo completamente as juntas.
60
f) Remover o excesso de argamassa de rejuntamento com um pano seco ou
espuma umedecida, assim que iniciar o seu endurecimento, para evitar a
aderência da argamassa com a placa cerâmica.
g) As juntas deverão ser frisadas com uma ponta de madeira macia com ponta
arredondada e lisa, para que haja uma maior compacidade da argamassa de
rejuntamento coma superfície, o acabamento final obtido pelo frisamento
deve ser liso e regular.
Conforme a NBR 13753 (1997), o revestimento cerâmico poderá ser exposto ao
tráfego de pessoas, após sete dias do rejuntamento. Devendo ser protegido contra respingos de
tintas, óleos, solventes, argamassas ou quaisquer matérias abrasivos, se necessário deverá ser
protegido com a aplicação de serragens, sacos de estopas ou retalhos de madeira.
61
7 CONTROLE DA EXECUÇÃO
De acordo com a NBR 13753 (1997), o controle da execução do revestimento
deve ser inspecionada, nas suas diferentes etapas, e conforme Campante e Baía (2003), pode
isso acontecer antes, durante ou depois da conclusão do revestimento. Para que se tenha este
controle, é necessário definir os itens que devem ser verificados, e os limites de tolerância
para cada um deles.
O controle realizado antes do inicio da execução do revestimento cerâmico
envolve a verificação de todos os itens necessários para a adequada realização das atividades.
E iniciando a execução, deve ser feito um controle durante todo o processo para garantir o
atendimento ao projeto (CAMPANTE e BAÍA, 2003).
Conforme a NBR 13754 (1997), é necessário verificar a superfície que será
revestida, verificar a dosagem da argamassa colante com água, verificar a proteção das
argamassas contra o sol, vento e chuva, preparação das placas cerâmicas, entre outros, e
transcrever os resultados da inspeção em livro diário da obra.
Na execução do revestimento, verificar as dimensões das juntas, o tempo entre a
aplicação da argamassa colante e o assentamento das placas cerâmicas, verificação da
aderência, removendo uma placa a cada 5m², no máximo 30 minutos após o assentamento
(NBR 13754, 1997).
A seguir, será apresentado um modelo de controle com três diferentes etapas,
sendo elas, antes do início, durante a execução e depois da conclusão das atividades, que
poderá ser utilizado como referência, com alguns itens para melhor controle das atividades, na
execução do revestimento cerâmico interno.
62
Tabela 5 - Controle antes do início das atividades.
Item nº Controle antes do início das atividades Aprovação
Sim Não
1 Conclusão do substrato (emboço)
2 Disponibilidade dos materiais especificados
3 Ferramentas e equipamentos necessários
4 Equipamentos de proteção individual
5 Especificações do revestimento
6 Procedimentos de execução
7 Treinamentos
Fonte: Adaptado de Campante e Baía (2003).
Tabela 6: Check list do controle durante a execução.
Item nº Controle durante a execução Aprovação
Sim Não
1 Preparação da base
2 Definição das galgas e paginação
3 Execução de níveis e prumos
4 Produção da argamassa de assentamento
5 Aplicação da argamassa
6 Rejuntamento
7 Limpeza
Fonte: Adaptado de Campante e Baía (2003).
63
Tabela 7: Controle após a conclusão das atividades.
Item nº Controle após a conclusão das atividades Aprovação
Sim Não
1 Completa finalização dos serviços
2 Limpeza da superfície do revestimento
3 Planicidade e nivelamento das superfícies
4 Esquadro e alinhamento do eixo das quinas e cantos
5 Alinhamento das juntas entre componentes
6 Posicionamento e nivelamento das juntas
7 Resistência de aderência do revestimento à base
Fonte: Adaptado de Campante e Baía (2003).
64
8 PATOLOGIA NO REVESTIMENTO
Por definição patologia é a ciência que estuda todos os aspectos da doença, com
especial atenção a origem, aos sintomas e ao desenvolvimento. Nas construções é o campo da
Engenharia que estuda as origens, as manifestações, as consequências das falhas e dos
sistemas de degradação das edificações que pode aparecer durante ou, mais comumente, após
meses da execução. O prejuízo pode ser estético ou estrutural. São ocasionadas por má
qualidade da matéria prima ou material, falta de conhecimento do executor, descaso no
projeto, não conformidade de requisitos para escolha dos produtos, entre outros motivos
(KRÜGER, 1997).
No que diz Santos (2014), no geral as suas manifestações tanto da estrutura,
vedação e do próprio revestimento aparecem no revestimento. As patologias que mais
ocorrem no sistema do revestimento cerâmico são: descolamento, eflorescência, trincas,
manchas de umidade e falhas no rejunte.
Afirma Grandiski (2011, p.127 apud SANTOS, 2014):
[...] é altamente recomendável que os patologistas da construção façam uma
investigação completa do problema analisado, para identificar suas causas, o que
implica em percorrer toda a metodologia clássica investigatória, desde a análise do
problema, após a evidenciação da sintomatologia para verificar se o problema é
localizado ou generalizado, e assim poder definir a extensão do exame, fazer o
levantamento de subsídios investigativos, que possam conduzir ao entendimento dos
mecanismos de surgimento dessas patologias.
O reparo é muito mais oneroso do que o custo da prevenção (SANTOS, 2014).
8.1 DESCOLAMENTO
O descolamento consiste no desprendimento da camada de acabamento pela falta
de aderência, é a patologia mais preocupante, pois envolve a segurança de uso e operação do
empreendimento. É um problema de cunho civil do sistema construtivo, normalmente são
ocasionadas pela ruptura do sistema de revestimento cerâmico formado pela base, argamassa,
placa cerâmica e rejunte, ou seja, a aderência das camadas não foi suficiente para suportar as
movimentações ocasionadas pela deformação do sistema (CAMPANTE e BAÍA, 2003)
(GAIL, 2017).
A ruptura do sistema pode ser devido a fatores como variação térmica não
considerada para a escolha dos materiais, concreto com pouca rugosidade, vãos maiores que o
recomendado, erro no uso da AC (excesso de água, fora do prazo de validade ou excedido o
65
tempo em aberto), utilização de ferramentas inadequadas para aplicar a AC, falta de limpeza
do substrato ou do tardoz para aplicação da argamassa, pressão inadequada na aplicação da
placa, infiltração de água, movimentações térmicas, estruturais ou mecânicas, falta de
aderência do substrato ou chapisco, mão de obra desqualificada, falta de detalhes construtivos
(juntas e vergas) (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FABRICANTES DE CERÂMICAS,
2017), (CAMPANTE e BAÍA, 2003), (GAIL, 2017).
Um dos sintomas característicos é o som cavo observado quando percutida a placa
cerâmica e o estufamento do sistema do revestimento. Ocorre mais nos primeiros e últimos
andares (CAMPANTE e BAÍA, 2003).
É comum a necessidade de troca de toda a fachada ou vão quando ocorre este
problema. Por ser trabalhoso e custoso seu reparo, deve-se tomar cuidado com a qualidade do
assentamento. Silva, Bauer e Castro (2014) chegaram aos dados de que o descolamento é a
patologia mais ocorrente, 53% dos edifícios com até dez anos e 83% dos com mais de dez
anos.
8.2 EFLORESCÊNCIA
A eflorescência são reconhecidas como manchas esbranquiçadas ou escuras nas
placas e rejunte. É um fenômeno ocasionado pela transferência de sais presentes nas
argamassa através da água para a superfície do sistema, que em contato com o ar se solidifica.
A limpeza da superfície do revestimento não elimina o problema que é recorrente. Para acabar
com esta patologia deve-se resolver o problema de infiltração do sistema de revestimento
(GAIL, 2017).
Para que não ocorra tal problema deve-se reduzir o uso de cimento Portland ou
substituir por um com baixo teor de álcalis, utilizar placas queimadas a altas temperaturas e
respeitar o tempo de secagem das camadas anteriores à execução. O problema é reversível e
de baixo custo, sendo necessário uma lavagem simples ou com pequenas concentrações de
ácido clorídrico no local, com o passar do tempo sua incidência diminui (CAMPANTE e
BAÍA, 2003).
8.3 TRINCAS, GRETAMENTO E FISSURAS
As fissuras, gretamentos e trincas ocorrem quando perde-se a integridade da
superfície da placa, podendo ocasionar destacamento. São ocasionadas pela dilatação e
66
retração das placas, deformação estrutural não absorvida pela alvenaria e substrato, ausência
de detalhes construtivos. Aparece devido a erros na execução do assentamento, como pouca
ou nenhuma massa no tardoz, argamassa vencida ou com tempo em aberto excedido, escolha
errada da AC, argamassa dosada in loco (CAMPANTE e BAÍA, 2003) (SANTOS, 2014).
Devido a deformação da estrutura ou falta de detalhes construtivos as
movimentações do substrato criam tensões que podem ser transferidas para o revestimento.
Ao sofrer a dilatação e retração por variação térmica e de umidade, ocorre tensão interna na
placa que ultrapassa o suportado pela mesma (CAMPANTE e BAÍA, 2003).
Esta patologia pode ocasionar um simples defeito estético ou o destacamento da
placa, resultando em problemas estruturais. A fissura é a simples quebra das placas. Já as
trincas são reflexos dos esforços mecânicos que causam a separação das placas. O gretamento
é a fissura capilar da superfície esmaltada do revestimento. Pode ter formato circular, espiral,
ou em forma de teia de aranha (Fig. 37) (CAMPANTE e BAÍA, 2003).
Figura 37 - Aspectos assumidos pelo gretamento do esmalte cerâmico
Fonte: NBR 13818 (1997).
Figura 38 - Aspectos do gretamento em placas decoradas
Fonte: NBR 13818 (1997).
67
8.4 FALHAS NO REJUNTE, DETEORIZAÇÃO DAS JUNTAS
A queda do rejunte é resultado de execução incorreta ou ação de intempéries. Para
evitar o problema deve-se aplicar conforme o POP, escolher o material correto e respeitar o
espaçamento das juntas. Ainda assim pode ser ocasionado devido à corrosão química,
infiltração, porosidade e baixa resistência mecânica. Ela é uma das responsáveis pelas fissuras
das placas cerâmicas (CAMPANTE e BAÍA, 2003) (GAIL, 2017).
8.5 MANCHAS DE UMIDADE, BOLOR
É reconhecido por apresentar manchas de umidade nas placas e rejunte. O
principal fator é a umidade residual do emboço ou reboco e infiltrações, isso ocorre quando
não é respeitado o tempo de cura das etapas. A água presente nas argamassas é transportada
através dos poros até a placa, onde ela não consegue transpassar e evaporar (CAMPANTE e
BAÍA, 2003).
68
9 ASSOCIAÇÕES DA CERÂMICA
As associações têm como finalidade fomentar a assistência social, educacional,
cultural, representação política, defesa de interesse de classes, filantropia.
9.1 ANFACER
A Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica (ANFACER) para
Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres – foi fundada em 1984 com o propósito de
representar nacional e internacionalmente a cadeia da indústria cerâmica brasileira. Com sua
capacidade de articulação política e institucional, a associação obteve, ao longo dos anos,
avanços significativos no desenvolvimento do setor, no incremento de sua competitividade e
na ampliação de mercados. Entre suas principais ações, vale destacar (ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DE FABRICANTES DE CERÂMICAS, 2017):
• Representação institucional no Brasil e no exterior;
• Marketing e comunicação social do setor cerâmico;
• Programas de promoção comercial e estímulo às exportações;
• Sistema de informações setoriais e inteligência comercial;
• Feira Expo Revestir e Fórum Internacional de Arquitetura e Construção;
• Defesa comercial e acompanhamento de acordos e tratados internacionais;
• Políticas e programas setoriais de qualidade e competitividade;
• Normalização de produtos e processos;
• Desoneração tributária do setor.
9.2 ABCERAM
A ABCERAM - Associação Brasileira de Cerâmica, fundada em 1953, é uma
associação civil, sem fins econômicos, com sede e foro jurídico na Cidade de São Paulo. Esta
associação contribuiu com o fomento e divulgação do assunto por meio de publicações,
eventos, cursos, via online por meio de sua página virtual e banco de dados. Foi idealizada
para forçar o diálogo entre pessoas físicas e jurídicas envolvidas no meio cerâmico e áreas
conexas, mantendo o setor em constante desenvolvimento buscando a inovação e pesquisa.
69
9.3 ANAPRE
A Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho foi
fundada em 2004 com o objetivo de desenvolver uma plataforma mercadológica buscando a
expansão do setor de modo regrado.
Os idealizadores do projeto foram engenheiros que anos antes elaboraram normas
no segmento para exigir maior controle dos parâmetros da cerâmica. Com a fundação, o grupo
visou apontar ações de mercado para melhorar as divulgações e universalização dos trabalhos.
9.4 CCB
Criado em 1993, o Centro Cerâmico do Brasil reuni empresas associadas do setor
cerâmico e tem como objetivo desenvolver tecnologias e implantar normas técnicas que
certifiquem a qualidade dos produtos e da gestão.
Atualmente para certificar sistemas e produtos possui um laboratório completo
para o ensaio de placas cerâmicas, desempenho de edificações em pisos, parede e coberturas,
telhas, blocos cerâmico, blocos de concreto, argamassas colantes e de rejuntamento. Assim é
uma das mais importantes fomentadoras do setor, garantindo a qualidade e melhora dos
produtos expostos tanto no mercado interno quanto externo.
Os benefícios trazidos pelos processos da certificação são inúmeros, dentre eles,
destacamos:
Garantia que o produto ou o sistema atendem às normas vigentes no país;
Condição essencial para exportação para diversos mercados;
Redução das perdas no processo produtivo e melhoria de sua gestão;
Mobilização de pessoas em torno de um objetivo comum;
Oportunidade para alavancar a imagem da empresa;
Diferenciação dos produtos em relação a seus concorrentes;
Aumento da satisfação dos clientes;
Maior credibilidade e competitividade dos produtos junto aos clientes;
Diminuição de controles e avaliações por parte de seus clientes.
70
10 IMPACTOS DECORRENTES DA FALTA DE PADRONIZAÇÃO DO
PROCESSO
Iniciar uma obra não é uma tarefa tão fácil, são inúmeros detalhes que devemos
levar em conta, como: qual material utilizar, equipamento correto, contratar o profissional
qualificado para determinado trabalho e ainda supervisionar o trabalho que esta sendo
realizado. Se não seguirmos uma padronização no processo de execução em cada etapa
poderá acontecer erros, que para reverte-los não seria uma tarefa muito fácil, pois isso faz
com que haja o retrabalho e compra de mais materiais, e acaba fazendo com que o custo da
obra aumente mais do que o esperado.
Como estamos falando de assentamento de cerâmica interna, é fundamental como
mostramos neste trabalho, que haja um projeto e planejamento, ficando sempre atento a
padronização do processo, para com que cada vez mais as atividades sejam realizadas da
melhor forma possível, para que no final tenhamos um serviço de qualidade e a satisfação do
cliente.
Vamos apresentar na sequência alguns impactos que ocorrem pela falta de
padronização no processo.
Na figura 39, foi verificado que a colocação das pastilhas, foram realizadas sem a
desempenadeira, sendo a utilização da massa em 5 pontos, sendo que anos atrás a forma de
assentar a cerâmica era assim e hoje ainda alguns profissionais não atualizados acabam
fazendo desta mesma forma. E bem provavelmente além do tipo de colocação também foi o
tipo de argamassa aplicada, pois em torno de 30 anos atrás não existia a argamassa
industrializada, somente a argamassa feita no canteiro de obra que era mais suscetível ao
cisalhamento, isso fazendo com que as placas descolassem da parede com mais facilidade.
71
Figura 39 – Descolamento da cerâmica em uma cozinha residencial.
Fonte: Autor.
Para reduzir os recortes e distribuir melhor as peças no ambiente, deve-se simular
a paginação do ambiente antes do assentamento da cerâmica. Nas figuras 40 e 41 mostramos a
colocação de placas cerâmicas de um banheiro residencial, observa-se que de um lado do
banheiro o piso começou com a placa cerâmica inteira e do outro lado a placa foi cortada em
tiras, isto mostra que não obteve o projeto e o planejamento, faltando assim a paginação do
ambiente.
72
Figura 40 – Paginação em banheiro residencial, começando com placa inteira.
Fonte: O Autor.
73
Figura 41 – Paginação em banheiro residencial, finalizando com tiras da placa.
Fonte: O Autor.
Na biblioteca de uma universidade, encontramos revestimentos com descolamento
(fig. 42), e trincas (fig. 43) inclusive na própria estrutura. Verificamos que há falta da junta de
movimentação e a junta estrutural, considerando que a área é superior a 32m², e o fluxo de
pessoas é constante.
O descolamento pode ter ocorrido também pela falta de aderência do substrato
com materiais utilizados para o revestimento como, por exemplo o tipo de AC utilizado, a
falta de limpeza do substrato ou do tardoz ou ainda a mão de obra desqualificada. Além destes
fatores, pode ter ocorrido também um problema estrutural que acabou ocasionando a
patologia na estrutura e no revestimento.
74
Figura 42 – Revestimentos soltos e trincas numa biblioteca universitária.
Fonte: O Autor.
75
Figura 43 – Trincas.
Fonte: O Autor.
A figura 44 mostra uma cozinha industrial, onde a colocação da cerâmica foi
realizada a no máximo 2 anos e os rejuntes já começaram a se soltar. Pode ter ocorrido por ser
um estabelecimento que estava com a entrega prevista, e com a agilidade de entregar, quem
aplicou pode não ter esperado o tempo de cura da colocação da cerâmica para aplicar o
rejunte que é de 72 horas. Outra possibilidade é da aplicação incorreta do rejunte, infiltração,
porosidade e baixa resistência mecânica.
76
Figura 44 – Queda de rejunte.
Fonte: O Autor.
A provável causa da eflorescência mostrada na figura 45 é a umidade ao qual o
sistema está exposto, como descrito no item 8.2 desta monografia. A água em contato com os
sais do rejunte e cimento floresce através das capilaridades até a superfície da placa, onde em
contato com o ar solidifica-se causando as manchas.
Uma forma de evitar esta patologia é quebrando este ciclo de água e sais, podendo
impermeabilizar o local, correta execução do rejunte, utilizar materiais impermeáveis e com
poucos sais.
Com uma simples limpeza da superfície com água ou ácido clorídrico essas
manchas diminuem consideravelmente com o passar do tempo. É uma patologia reversível e
de baixo custo.
77
Figura 45 – Eflorescência em piso.
Fonte: Piso Clean (2017).
Esses eventos são ocasionados, pela má qualidade da matéria prima ou material,
falta de conhecimento do executor, ma elaboração do projeto, não conformidade de requisitos
para escolha dos produtos, ou seja, há um descompasso entre projeto, execução e materiais
utilizados.
78
11 CONCLUSÃO
O objetivo principal deste trabalho é mostrar a importância do processo
operacional padrão, não somente na execução de revestimento cerâmico, mas sim em todas as
etapas de execução de obra. O POP não deve ser imutável, cada empresa deve elaborar um
protocolo para alcançar seus anseios.
A construção civil tem muito a crescer, o nivelamento dos profissionais está
baixo, já que muitas pessoas que não tem uma profissão ou por necessidade acabam entrando
na construção civil. Estas aprendem através da prática diária e acabam se intitulado servente
ou pedreiro, sendo assim grande parte da mão de obra na construção civil não é especializada.
Este cenário nos remete a fazermos uma reflexão do atual quadro, onde as empresas deveriam
contratar profissionais com certificados de conclusão de curso, ofertar aos seus colaboradores
o curso de qualificação profissional e elaborar o POP adequado para o seu universo.
Há necessidade de investir em qualificação profissional, remuneração compatível
com cada função e conscientizar as empresas que isso não é um custo, mas sim investimento.
Um profissional desqualificado ou a falta de planejamento pode causar muitos problemas
como: desperdício de materiais, ocorrência de patologias, compra de novos materiais,
retrabalho, custo elevado da obra, entre outros motivos.
Todas as etapas de uma obra tem um padrão a ser seguido, e não é diferente com o
revestimento cerâmico. Para obter um excelente acabamento na obra e reduzir as patologias
devemos seguir um bom planejamento, projeto bem elaborado, utilizar materiais de qualidade,
execução padronizada e controle por parte dos gestores.
Vimos que as literaturas do processo padrão de assentamento de revestimento
cerâmico são antigas e com poucas bibliografias sobre o assunto.
Tentamos mostrar um pouco de cada etapa do processo de execução do
revestimento cerâmico em nosso trabalho, e com isso vimos que há uma necessidade de novos
trabalhos a serem elaborados sobre este assunto, com atualizações de novos materiais para
execução do revestimento.
Sugerimos que seja realizado um estudo de caso comparando a aplicação
fundamentada em processo operacional padrão de revestimento cerâmico interno pelo método
de colagem com outros métodos que não estejam em conformidade com as normas do
referido assunto.
Pode-se também realizar trabalhos que analisem os materiais utilizados no sistema
de revestimento cerâmico comparando as marcas, afim de saber se as mesmas estão em
79
conformidade com as exigências das normas brasileiras. Devido à concorrência algumas
empresas priorizam diminuir custos resultando em materiais de baixa qualidade. Com isso, se
faz a importância de que o profissional que vai construir, não só padronize o seu trabalho
como também procure fazer a escolha correta dos materiais, tendo assim uma garantia de um
acabamento bem realizado.
80
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ZULIAN, Carlan Seiler; DONÁ, Elton Cunha; VARGAS, Carlos Luciano. Notas da aula de
engenharia civil: Revestimentos. Ponta Grossa, 2002. Verificar como fazer esta referencia.
86
ANEXOS
87
ANEXO A – Unidades de competências
Elementos de competência e componentes de avaliação de competências exigidos
para avaliar o perfil do profissional, assentador de placas cerâmicas internas e externas em
paredes e pisos, conforme a NBR 15825 (2010).
UNIDADE DE COMPETÊNCIA Nº1
ASSENTAR PLACAS CERÂMICAS E PORCELANATOS EM PAREDES INTERNAS E PISOS EXTERNOS
ELEMENTOS DE COMPETÊNCIA COMPONENTES DE AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIA
1.1 PLANEJAR ATIVIDADE
Quantificar os materiais necessários;
Planejar a sequência das atividades, visualizando o produto acabado;
Identificar as interferências;
Definir e verificar as condições de uso dos equipamentos, ferramentas, EPI necessário;
Interpretar projetos ou desenhos de paginação;
Possuir visão do processo como um todo (visão sistêmica);
Elaborar orçamentos e negociar prazos e preços;
Consciência de preservação ambiental quanto a resíduos da obra;
Verificar o local do armazenamento;
1.2 PREPARAR O LOCAL
Limpar o local de trabalho;
Utilizar equipamentos, ferramentas e EPI;
Colocar andaimes se necessário;
Colocar os equipamentos de forma ergonômica;
Respeitar as condições de segurança;
Regularizar as imperfeições da base;
Verificar se as paredes estão aprumadas, alinhadas e planas;
Verificar se as bases estão niveladas e com caimentos adequados;
Respeitar prazos de cura das bases;
1.3 PREPARAR O MATERIAL
Verificar as quantidades e qualidades dos materiais;
Preparar as placas cerâmicas;
-Verificar se as identificações nas caixas (embalagens) atendem as necessidades da obra;
-Verificar e retirar o excesso de pó do tardoz das placas;
Dispor o material no local da aplicação;
88
-Espalhar as placas para verificar as possíveis diferenças de tonalidade e/ou de bitola, bem como a paginação e efeitos desejados;
Preparar a argamassa colante;
-Utilizar produtos industrializados, atender as especificações do fabricante;
-Utilizar produtos não industrializados, atender as especificações de projeto ou ordem de serviço;
-Verificar a dosagem de água de acordo com o especificado pelo fabricante ou pelo projeto/ordem de serviço;
-Verificar o preparo das argamassas em locais protegidos contra sol, vento e chuvas;
-Utilizar as argamassas dentro dos prazos estabelecidos;
1.4 APLICAR A PLACA CERÂMICA OU PORCELANATO
Seguir o projeto ou ordem de serviço;
Utilizar equipamentos, ferramentas e EPI;
Aplicar noções de qualidade (5s);
Conhecer e aplicar ergonomia;
Verificar o assentamento das placas cerâmicas, com especial atenção para as condições de ventilação e insolação, as quais limitam a área de espalhamento da argamassa colante;
Verificar as dimensões das juntas de assentamento conforme a indicação dos fabricantes dos materiais utilizados;
Verificar as disposições construtivas das juntas de dessolidarização e de movimentação, quando for o caso;
Verificar a aderência;
Verificar o alinhamento das juntas, nivelamento, cota, planeza e caimento do piso acabado;
Manter os espaçamentos entre as placas limpos e desimpedidos, isentos de argamassa colante;
Deixar a área trabalhada limpa, protegida e desimpedida para os próximos trabalhos e destinar adequadamente os resíduos gerados;
1.5 APLICAR PLACAS CERÂMICAS OU
PORCELANATOS EM SOBREPOSIÇÃO
Seguir o projeto ou ordem de serviço;
Utilizar equipamentos, ferramentas e EPI;
Avaliar o tipo de base para receber o novo revestimento;
Avaliar o estado da base para receber o novo revestimento;
-Integridade da base;
-Planeza, nivelamento e alinhamento;
-Isenção de gorduras, óleos, ceras ou similares;
-Interferências com os equipamentos existentes para o novo nível acabado;
89
Utilizar argamassa colante industrializada específica para o tipo de base encontrada, seguindo recomendações do fabricante, inclusive em seu preparo;
Preparar a base conforme orientações do fabricante da argamassa industrializada;
Respeitar os prazos recomendados pelos fabricantes;
Manter os espaçamentos entre as placas limpos e desimpedidos, isentos de argamassa colante;
Deixar a área trabalhada limpa, protegida e desimpedida para os próximos trabalhos;
90
ANEXO B – Unidades de competências
Elementos de competência e componentes de avaliação de competências exigidos
para avaliar o perfil do profissional, rejuntador de placas cerâmicas internas e externas em
paredes e pisos, conforme a NBR 15825 (2010).
UNIDADE DE COMPETÊNCIA Nº3
REJUNTAR PLACAS CERÂMICAS E PORCELANATOS
ELEMENTOS DE COMPETÊNCIA COMPONENTES DE AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIA
3.1 PLANEJAR ATIVIDADE
Quantificar os materiais necessários;
Planejar a sequência das atividades, visualizando o produto acabado;
Identificar as interferências;
Definir e verificar as condições de uso dos equipamentos, ferramentas, EPI necessário;
Ter visão do processo como um todo (visão sistêmica);
Elaborar orçamentos e negociar prazos e preços;
Ter consciência ambiental quanto a resíduos de obra;
Verificar o local do armazenamento;
3.2 PREPARAR O LOCAL
Limpar o local de trabalho;
Utilizar equipamentos, ferramentas e EPI;
Colocar andaimes se necessário;
Colocar os equipamentos de forma ergonômica;
Respeitar as condições de segurança;
Respeitar prazos de cura;
Verificar a aderência, percutindo as placas cerâmica com objeto não contundente, antes de iniciar o rejuntamento;
Verificar a limpeza e regularidade das juntas existentes de assentamento, dessolidarização movimentação e estrutural;
3.3 PREPARAR O MATERIAL
Selecionar materiais de acordo com projeto ou ordem de serviço;
Dispor o material no local de trabalho;
Preparação da argamassa de rejuntamento;
-Utilizar produtos industrializados, atendendo as especificações do fabricante;
-Utilizar produtos não industrializados, atendendo as especificações do projeto ou ordem de serviço;
91
-Verificar a dosagem de água de acordo com o especificado pelo fabricante ou pelo projeto/ordem de serviço;
-Verificar o preparo das argamassas de rejuntamento em locais protegidos contra sol, vento e chuvas;
-Utilizar a argamassa de rejuntamento dentro dos prazos estabelecidos;
3.4 APLICAR ARGAMASSA DE REJUNTAMENTO
Utilizar equipamentos, ferramentas e EPI;
Verificar o correto preenchimento das juntas de assentamento com a argamassa de rejuntamento;
Proceder à limpeza grossa e fina;
Verificar o acabamento final para que fique uniforme;
Proteger o piso após o término do rejuntamento para o tráfego leve de outros trabalhadores;
Deixar a área trabalhada limpa, protegida e desimpedida para os próximos trabalhos.