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Universidade do Extremo Sul Catarinense Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SANTA CATARINA: POTENCIALIDADE DAS ESPÉCIES NATIVAS Joanna Caznok Criciúma, SC 2008

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Universidade do Extremo Sul Catarinense Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais

ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SANTA CATARINA:

POTENCIALIDADE DAS ESPÉCIES NATIVAS

Joanna Caznok

Criciúma, SC 2008

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Joanna Caznok ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SANTA CATARINA:

POTENCIALIDADE DAS ESPÉCIES NATIVAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade do Extremo Sul Catarinense para obtenção do Título de Mestre em Ciências Ambientais. Área de Concentração: Ecologia e Gestão de Ambientes Alterados Orientador: Prof. Dr. Robson dos Santos

Criciúma, SC 2008

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Bibliotecária: Flávia Cardoso – CRB 14/840 Biblioteca Central Prof. Eurico Back – UNESC

C386a Caznok, Joanna. Arborização urbana no município de Criciúma, Santa

Catarina: potencialidade das espécies nativas / Joanna Caznok; orientador: Robson dos Santos . -- Criciúma: Ed. do autor, 2008.

77 f. : il. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado) - Universidade do Extremo Sul Catarinense, Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais, 2008.

1. Arborização das cidades – Criciúma (SC). 2. Vegetação urbana – Criciúma (SC). 3. Fitogeografia. I. Título.

CDD. 21ª ed. 635.977

AGRADECIMENTOS

A Deus, por tudo que sou e pela grandiosa Natureza da qual fazemos parte e buscamos merecer estar em harmonia.

Aos meus pais pelo amor, incentivo e educação proporcionados.

Ao meu orientador Prof. Dr. Robson dos Santos pela confiança, total apoio e orientação, com importantes sugestões e franqueza de opiniões. Também por dividir as incertezas e apoiar meus avanços.

Aos integrantes da Banca Examinadora do Exame de Qualificação Profª. Drª. Vanilde Citadini-Zanette, Profª. Drª. Teresinha Gonçalves, pelas valiosas contribuições.

Aos meus amigos de profissão: os biólogos Edilane Rocha, M.Sc. Aline Costa B. Figueiró-Leandro, Jader Lima Pereira, M.Sc. Alecsandro Schardosim Klein, M.Sc. Rafael Martins pelo incentivo, apoio e companheirismo ao longo deste trabalho.

Ao amigo Dilton Pacheco pelas ilustrações.

À querida amiga e excelente profissional Maria Isabel Verdieri, pela afinidade de idéias, força e incentivo e pelo exemplo de amor à Natureza.

À Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), pela oportunidade de realização do mestrado.

Aos colegas de curso pela boa convivência e troca de experiências.

Aos funcionários do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais, pelo excelente convívio e atenção recebida.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais que muito contribuíram para o meu aprendizado.

A todos os integrantes do Herbário Pe. Dr. Raulino Reitz (CRI), sobretudo a Profª. Drª. Vanilde Citadini Zanette pelo apoio, colaboração, disponibilização de materiais e consultas ao acervo, tornando possível a realização desta dissertação.

Aos autores que se dedicam à Mata Atlântica, pelas aprazíveis leituras, importantes informações e necessárias pesquisas, que tanto me serviram de inspiração como contribuem para divulgação da real necessidade de se lutar pela sua preservação.

A CAPES pela concessão da bolsa de estudos, viabilizando a dissertação.

..............................

Mas não, mas nãoMas não, mas nãoMas não, mas nãoMas não, mas não

O sonho é meu e eu sonho queO sonho é meu e eu sonho queO sonho é meu e eu sonho queO sonho é meu e eu sonho que

Deve ter alamedas verdesDeve ter alamedas verdesDeve ter alamedas verdesDeve ter alamedas verdes

A cidade dos meus amoresA cidade dos meus amoresA cidade dos meus amoresA cidade dos meus amores

E, quem dera, os moradoresE, quem dera, os moradoresE, quem dera, os moradoresE, quem dera, os moradores

E o prefeito e os varredoresE o prefeito e os varredoresE o prefeito e os varredoresE o prefeito e os varredores

Fossem somente cFossem somente cFossem somente cFossem somente criançasriançasriançasrianças

Deve ter alamedas verdesDeve ter alamedas verdesDeve ter alamedas verdesDeve ter alamedas verdes

A cidade dos meus amoresA cidade dos meus amoresA cidade dos meus amoresA cidade dos meus amores

E, quem dera, os moradoresE, quem dera, os moradoresE, quem dera, os moradoresE, quem dera, os moradores

E o prefeito e os varredoresE o prefeito e os varredoresE o prefeito e os varredoresE o prefeito e os varredores

E os pintores e os vendedoresE os pintores e os vendedoresE os pintores e os vendedoresE os pintores e os vendedores

As senhoras e os senhoresAs senhoras e os senhoresAs senhoras e os senhoresAs senhoras e os senhores

E os guardas e os inspetoresE os guardas e os inspetoresE os guardas e os inspetoresE os guardas e os inspetores

Fossem somente criançasFossem somente criançasFossem somente criançasFossem somente crianças

(A Cidade Ideal, Chico Buarque)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1: Relação das praças amostradas para levantamento da vegetação arbustivo-arbórea no município de Criciúma, Santa Catarina............................................................................ 13

Tabela 1.2: Espécies arbustivo-arbóreas exóticas encontradas nas praças do município de Criciúma, Santa Catarina...................................................................................................... 16

Tabela 1.3: Espécies arbustivo-arbóreas nativas encontradas nas praças do município de Criciúma, Santa Catarina...................................................................................................... 17

Tabela 2.1: Relação das árvores amostradas em um fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa Submontana em estádio inicial de regeneração natural, localizado no Morro Casagrande, município de Criciúma, Santa Catarina. Grupo ecológico (GE): Pio = pioneira, Sin = secundária inicial. ....................................................................................................... 25

Tabela 2.2: Relação das árvores amostradas em um fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa Submontana em estádio avançado de regeneração natural, localizado no Morro Casagrande, município de Criciúma, Santa Catarina. Grupo ecológico (GE): Pio = pioneira, Sin = secundária inicial, Sta = secundária tardia e Cli = clímax. ........................................... 25

Tabela 2.3: Relação das árvores exóticas, presentes no fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa Submontana, localizado no Morro Casagrande, município de Criciúma, Santa Catarina...................................................................................................................... 29

Tabela 3.1: Característica das árvores quanto ao porte (altura e diâmetro da copa)............................................................................................................................................. 41

Tabela 3.2: Árvores da Floresta Ombrófila Densa Submontana citadas em levantamentos florísticos como de ocorrência no município de Criciúma, Santa Catarina. Citando-se: espécie; nome popular; características morfológicas: altura em metros; DAP (diâmetro à altura do peito); Porte: Pequeno (até 6m, Ø copa 6m) ; Médio (8-10m, Ø copa 6-9m); Grande (acima de 10m, Ø copa ≥ 9m); dados fenológicos: época de floração e de frutificação (1 = janeiro, 2 = fevereiro, 3 = março, ..., 12 = dezembro).............................................................................. 46

Tabela 3.3: Detalhes paisagísticos das espécies citadas em levantamentos florísticos realizados no município de Criciúma, Santa Catarina. .......................................................... 50

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1: Localização do município de Criciúma, Santa Catarina. ..................................... 14

Figura 2.1: Área de preservação permanente do Morro Casagrande, Criciúma, Santa Catarina, destacando a Floresta Ombrófila Densa Submontana em estádio inicial (EI) e avançado (EA) de regeneração natural, campo antropizado (CA) e sistema agroflorestal (AG)..................... 24

Figura 2.2: Distribuição do número de espécies por grupo ecológico e estádio sucessional da regeneração natural em um fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa Submontana, na área de preservação permanente do Morro Casagrande, Criciúma, Santa Catarina................ 29

Figura 3.1: Característica da árvore quanto ao porte (altura e diâmetro da copa)................... 41

Figura 3.2: Característica da árvore quanto ao comportamento das raízes............................. 41

Figura 3.3: Forma da copa das árvores visando sua utilização no paisagismo. ...................... 42

Figura 3.4: Folhagem (sombreamento) proporcionada pelas árvores visando sua utilização no paisagismo. .......................................................................................................................... 42

Figura 3.5: Folhagem (persistência das folhas) visando sua utilização no paisagismo. .......... 43

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 8

CAPÍTULO 1 : ÁRVORES E ARBUSTOS DAS PRAÇAS DO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SANTA CATARINA ................................................................................... 10 Resumo................................................................................................................................ 10 Abstract ............................................................................................................................... 10 1.1 Introdução .................................................................................................................... 11 1.2 Material e Métodos ...................................................................................................... 13 1.3 Resultados e Discussão................................................................................................. 15 1.4 Conclusão ..................................................................................................................... 18 1.5 Referências ................................................................................................................... 18

CAPÍTULO 2 : COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SC ................ 20 Resumo................................................................................................................................ 20 Abstract ............................................................................................................................... 20 2.1 Introdução .................................................................................................................... 21 2.2 Material e Métodos ...................................................................................................... 22 2.3 Resultados e Discussão................................................................................................. 23 2.4 Conclusão ..................................................................................................................... 30 2.5 Referências ................................................................................................................... 31

CAPÍTULO 3 : ÁRVORES NATIVAS PARA ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SANTA CATARINA ...................................................... 34 Resumo................................................................................................................................ 34 Abstract ............................................................................................................................... 34 3.1 Introdução .................................................................................................................... 35 3.2 Material e Métodos ...................................................................................................... 37 3.3 Metodologia .................................................................................................................. 38 3.3.1 Árvores com potencial para o paisagismo.................................................................... 39 3.3 Resultados e Discussão................................................................................................. 45 3.4 Conclusão ..................................................................................................................... 59 3.5 Referências ................................................................................................................... 60

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 66

REFERÊNCIAS................................................................................................................. 68

APÊNDICE ........................................................................................................................ 69

8

APRESENTAÇÃO

De acordo com o Terceiro Relatório Nacional para a Convenção sobre Diversidade

Biológica (MMA, 2006) o Brasil abriga a maior diversidade biológica entre os 17 paises

megadiversos, os quais reúnem 70% das espécies animais e vegetais catalogadas no mundo,

até o presente. As estimativas são de que o Brasil tenha entre 15 e 20% de toda a

biodiversidade mundial e o maior número de espécies endêmicas do globo.

A Mata Atlântica se destaca como um dos mais ricos conjuntos de ecossistemas em

diversidade biológica do Planeta. Distribuída ao longo de mais de 23 graus de latitude sul é

composta de uma série de fitofisionomias bastante diversificadas, o que propiciou

significativa diversificação ambiental e, como conseqüência a evolução de um complexo

biótico de natureza vegetal e animal altamente rico (CAPOBIANCO, 2002). Em função de

sua altíssima diversidade de espécies (aproximadamente 500 espécies vegetais por hectare)

associadas à alta taxa de endemismo (50% das espécies vegetais) é considerada uma das áreas

hotspots (MYERS et al., 2000; SECHREST et al., 2002), que, no conceito internacional, lhe

confere prioridade máxima para conservação genética.

Dentre as alterações recentes que vêm ocorrendo nas florestas mundiais, destaca-se a

fragmentação, resultando em remanescentes naturais com áreas progressivamente menores,

isoladas e tomadas em seu entorno pelo desenvolvimento agrícola, industrial e urbano.

Considera-se a fragmentação como sendo a divisão em partes de uma dada unidade do

ambiente, partes estas que passam a ter condições ambientais diferentes do entorno

(RAMBALDI; OLIVEIRA, 2003). As conseqüências vão desde o distúrbio do regime

hidrológico das bacias hidrográficas, as mudanças climáticas, a degradação dos recursos

naturais e a deterioração da qualidade de vida das populações tradicionais, até a perda da

diversidade com o aumento expressivo das taxas de extinção das espécies (OLESEN; JAIN,

1994).

O Estado de Santa Catarina, no início de sua ocupação humana, tinha seu território

coberto por florestas em quase toda a sua extensão. Esta fitofisionomia era apenas

interrompida pelos campos, situados nos planaltos. As florestas catarinenses representaram

papel fundamental no processo de colonização, porém a situação ambiental atual na região sul

catarinense apresenta-se crítica, sendo considerada como área prioritária no Estado para

reabilitação ambiental.

9

De acordo com Reis et al. (2003), no contexto atual de valorização da biodiversidade,

o espaço urbano merece ficar incluso de forma a garantir a conservação do maior número de

espécies possível e, ao mesmo tempo, conscientizar as pessoas sobre o valor da

biodiversidade.

Para Lombardo (1990) o ambiente urbano é a resultante das interações dos fatores

ambientais, biológicos e sócio-econômicos, onde o meio edificado pelo homem predomina

sobre o meio físico, causando profundas alterações sobre este e na qualidade de vida dos

seres.

Para o intuito de contribuir com a questão da conservação da biodiversidade, a

presente dissertação foi concebida em três capítulos. O primeiro capítulo trata de um

levantamento da vegetação arbustivo-arbórea presente em 21 praças do município de

Criciúma, Santa Catarina, com destaque ao uso de espécies exóticas empregadas

habitualmente no paisagismo em detrimento ao uso das espécies nativas. O segundo capítulo

indica espécies arbustivo-arbóreas nativas com potencialidade para a recuperação de áreas

degradadas. O terceiro capítulo, baseado em levantamentos florísticos e fitossociológicos

anteriormente realizados em fragmentos florestais no município, indica espécies arbóreas

nativas com potencialidade para a arborização urbana.

10

CAPÍTULO 1 : ÁRVORES E ARBUSTOS DAS PRAÇAS DO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SANTA CATARINA

Resumo

Visando a contribuir para o melhor entendimento da paisagem urbana, especialmente no que concerne à arborização dos espaços públicos realizou-se levantamento da vegetação arbustivo-arbórea em 21 praças do município de Criciúma, Santa Catarina. Foram amostrados indivíduos com diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 3,2cm. Das 62 espécies amostradas, 39 espécies (60%) são exóticas no Brasil. Dentre as exóticas, pela freqüência, destacaram-se Ligustrum lucidum W.T.Aiton (alfeneiro), Melia azedarach L. (cinamomo) e Hibiscus rosa-

sinensis L. (hibisco), tradicionalmente utilizadas para arborização urbana. As razões do uso apontam para a facilidade de propagação destas espécies, bem como fácil obtenção de mudas em viveiros locais. Das espécies nativas, 15 são citadas como de ocorrência nas formações florestais do município.

Palavras-chave: Paisagismo, Arborização, Diversidade.

Abstract

Seeking to contribute for the best comprehension of urban landscape, especially when it concerns to the arborization of the urban public areas, this research surveyed the floristic composition of shrub-tree vegetation in 21 squares of the Criciúma municipality, Santa Catarina. It sampled individuals whose diameter at breast height (DBH) ≥ 3.2cm. 39 of the 62 sampled species of plants (60%) are exotic from Brazil. Among these exotic species, the frequency searching highlighted Ligustrum lucidum W.T.Aiton, Melia azedarach L. and Hibiscus rosa-sinensis L. as traditionally used for the urban arborization. The reasons of the often way of using these species are their easy propagation such as the easy acquirement of their seedlings at nurseries. Among the indigenous species from Brazil, 15 are named as happened on the forestal formation of Criciúma municipality.

Key words: Urban forestry, Urban landscaping, Diversity.

11

1.1 Introdução

No Brasil, a presença de praças e largos remonta aos primeiros séculos da

colonização. Sobre esses espaços recaíam as atenções principais dos administradores, pois

constituíam pontos de atenção e focalização urbanística, localizando-se ao redor da

arquitetura de maior apuro, onde havia concentração da população (REIS FILHO, 2001).

Segundo Terra (2000) o interesse pela arborização urbana no Brasil surgiu no fim do

século XVIII, com objetivo de preservação e cultivo de espécies, influenciado pela Europa.

Mas, somente na segunda metade do século XIX é que a natureza começa a ser valorizada e

modificada com os trabalhos do paisagista Auguste Glaziou (TERRA, 2000).

Ao longo da história, o papel desempenhado pelos espaços verdes nas nossas cidades

tem sido conseqüência das necessidades experimentadas de cada momento, ao mesmo tempo

em que é um reflexo dos gostos e costumes da sociedade (LOBODA et al., 2005).

Como função social, Sanchotene (1989) aponta a importância do convívio da

população, em especial crianças e adolescentes, que são os maiores freqüentadores das praças

e parques, com a flora e fauna nativas da região, que ao conhecê-las, aprenderão a valorizá-las

e a preservá-las.

Segundo Guzzo (1999), a arborização é extremamente benéfica aos ambientes

urbanizados. Salienta que as áreas livres, as áreas verdes e a arborização viária assumem

papel importante na melhoria da qualidade ambiental das cidades, pois: a) melhoram a

composição atmosférica, fixando poeira, resíduos em suspensão, bactérias e outros

microrganismos, reciclam gases pelo processo da fotossíntese e fixam gases tóxicos; b)

melhoram o microclima por promoverem equilíbrio solo-clima-vegetação, suavizando

temperaturas extremas, conservando a umidade do solo, reduzindo a velocidade do vento,

mantendo a permeabilidade e a fertilidade do solo, influenciando no balanço hídrico e c)

reduzem a poluição sonora, amortecendo os sons.

“Áreas verdes” é um termo que se aplica a diversos tipos de espaços urbanos, que

têm em comum o fato de serem abertos, acessíveis, relacionados com saúde e recreação ativa

e passiva, proporcionando interação das atividades humanas com o meio ambiente

(DEMATTÊ, 1997). Desta forma, a vegetação no meio urbano contribui para manutenção do

equilíbrio físico-ambiental das cidades e pode ser considerada indicativa de qualidade de vida.

Mondin (2006) chama a atenção para o enorme contingente de espécies exóticas

utilizadas em nossos jardins, praças e outras áreas públicas. Para o autor é premente a

12

necessidade das instituições governamentais desenvolverem mais pesquisas na área de plantas

ornamentais, frutíferas e florestais nativas, tornando-as disponíveis para o mercado

consumidor, a fim de que existam alternativas ao uso generalizado de espécies exóticas.

O uso de espécies vegetais exóticas nas praças e ruas das cidades brasileiras vem de

longa data, sendo esta tradição passada através de décadas, para a prática do paisagismo.

Espécies exóticas, segundo Bechara (2003), são aquelas que estão inseridas fora de seu limite

de ocorrência natural.

Binggeli (2000 apud ZILLER, 2001) alerta que quase metade das plantas exóticas

introduzidas em diferentes países, a maior parte para fins ornamentais, tornaram-se espécies

invasoras. Espécie exótica invasora é aquela introduzida, intencionalmente ou não, em

hábitats onde é capaz de se estabelecer, invadir nichos de espécies nativas, competir com elas

e dominar novos ambientes.

Reis et al. (2003) destacam que a arborização do meio urbano, se planejada com

princípios ecológicos, incluirá a maior diversidade possível de espécies, evitando multiplicar

exatamente aquelas que já se caracterizam como exóticas invasoras, ou que apresentam

potencial para tal.

No entanto, apesar da biodiversidade brasileira, praticamente não se utilizam de

forma sistemática espécies nativas regionais na arborização de nossas cidades

(SANCHOTENE, 1989; FARIA et al., 1999; BIONDI; ALTHAUS, 2005). Segundo

Sanchotene (1989), há acentuada tendência para aproveitamento das plantas nativas em nosso

paisagismo, sobretudo nos jardins, praças, avenidas e também em nossa silvicultura. Reis et

al. (2003) salientam que devido à adaptação das plantas aos mais variados ambientes naturais,

há espécies nativas capazes de ocupar e dar um forte caráter estético aos ambientes mais

variados do meio urbano.

Considera-se então, que uma proposta de arborização urbana prime pelo bem estar da

comunidade, buscando ser um modelo de integração e, também o início de um processo de

conservação ecológica e de manifestação cultural (REIS et al., 2003). Atualmente, há maior

valorização das nossas essências nativas, reconhecendo-lhes os benefícios e as qualidades.

Visando a contribuir para o melhor entendimento da paisagem urbana especialmente

quanto à arborização dos espaços públicos realizou-se levantamento da vegetação arbustivo-

arbórea em 21 praças do município de Criciúma, Santa Catarina.

13

1.2 Material e Métodos

O município de Criciúma, Santa Catarina (Figura 1.1), está situado na região sul do

Brasil (latitude 28°40’39” Sul e longitude 49°22’11” Oeste). Ocupa uma área de 235,6km². A

altitude média é de 46m acima do nível do mar. Seu clima é mesotérmico úmido com verão

quente (Cfa), com índice de pluviosidade de 1.500mm/ano e temperaturas médias de 28ºC, no

verão, e de 18ºC, no inverno. A cobertura vegetal original (Floresta Ombrófila Densa das

Terras Baixas e Submontana) se encontra na maior parte descaracterizada pela ação antrópica,

restando, atualmente cerca de 2% das formações florestais em estádio avançado de

regeneração natural (RAMOS, não publicado).

No censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2007 (IBGE, 2008),

Criciúma apresenta população estimada de 185.506 habitantes e densidade demográfica de 78

habitantes por km². O município possui atualmente, 64 praças. O levantamento realizado para

amostrar a vegetação arbustivo-arbórea incluiu 21 praças, das 64 existentes no município,

localizadas em 12 bairros (Tabela 1.1), com base no mapa oficial do município.

Tabela 1.1: Relação das praças amostradas para levantamento da vegetação arbustivo-arbórea no município de Criciúma, Santa Catarina.

Bairro Praça

Ana Maria Stanislau J. dos Santos

Brasília Vereador Aloysius Back

do Congresso

dos Imigrantes

Maria Silva Rodrigues

Nereu Ramos

Centro

Vittorio Veneto

Cidade Mineira Mário Diomário da Rosa

Metropol Arnaldo Nápoli

Pio Correa Esperandino Damiani

Pinheirinho Sebastião Toledo dos Santos

da Chaminé Próspera

do Trabalhador

Pedro Beneton Rio Maina

XV de Novembro

Ernesto Lacombe

Santa Bárbara

Santa Bárbara

Walter de Bona Castelan

da Resistência Democrática Santa Luzia

João Constante Milioli

Santo Antônio Bento F. Santiago

14

Para a denominação de praça seguiu-se Demattê (1997), que a define como ponto de

encontro cuja principal função é incentivar a vida comunitária; são áreas verdes com

dimensões, em geral entre 100m² e 10.000m².

Foram amostrados, para cada praça, todos os indivíduos arbustivo-arbóreos,

incluindo as palmeiras, com diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 3,2cm. Elaborou-se uma ficha

para cada praça, para registro do nome científico e popular das espécies, família botânica e

número de indivíduos encontrados. Calcularam-se a freqüência absoluta e relativa e a

densidade relativa para cada espécie.

Figura 1.1: Localização do município de Criciúma, Santa Catarina.

15

1.3 Resultados e Discussão

Das 62 espécies arbustivo-arbóreas amostradas em 21 praças no município de

Criciúma, 60% são espécies exóticas (Tabela 1.2). Dentre estas se destacou por apresentar

maior freqüência e densidade relativas, Ligustrum lucidum W.T.Aiton, com 7,61% e 11,23%,

respectivamente.

Ligustrum lucidum é nativa da China e Coréia; e foi introduzida voluntariamente

para fins ornamentais invadindo ambientes urbanos. Árvore com até 15m de altura, de casca

lisa com coloração acinzentada; folhas brilhantes, simples e glabras, copa densa;

inflorescência em panículas e flores pequenas e brancas; frutos roxos e circulares, muito

característico. O florescimento ocorre entre outubro e dezembro e a frutificação ocorre de

maio a julho no sul do Brasil. A polinização é por insetos e a dispersão dos frutos é por aves.

Árvore de rápido crescimento, com raízes superficiais que se adaptam facilmente a diversos

ambientes. Não possui restrição de drenagem, adaptando-se em solos bem drenados e úmidos

(HÓRUS, 2008).

Hibiscus rosa-sinensis L., com freqüência relativa de 3,55%, ocupa o segundo lugar,

seguida por Melia azedarach L., com 3,55% e Grevillea robusta A.Cunn. ex R.Br., com

3,05%.

Archontophoenix cunninghamii H.Wendl. & Drudi apresentou a segunda maior

densidade relativa (7,21%), seguida por Eucalyptus spp. (4,49%), Grevillea robusta (4,14%) e

Bauhinia variegata L. (3,19%).

O fato de a amostragem apresentar como resultado que mais da metade das espécies

são exóticas (60%) pode ser um sinal de alerta para rever a introdução de espécies exóticas no

município de Criciúma.

Das 23 espécies arbustivo-arbóreas nativas do Brasil encontradas nas 21 praças do

município de Criciúma, 15 (65%) são encontradas em fragmentos florestais do município,

provenientes de remanescentes de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas e Submontana

(Tabela 3). Dentre essas destacaram-se por apresentarem maior freqüência e densidade

relativas Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassm., Ficus organensis (Miq.) Miq. e Tabebuia

chrysotricha (Mart. ex DC.) Standl.. Euterpe edulis Mart., embora apareça em quarto lugar

em densidade relativa (4,76%), foi utilizada apenas na Praça Nereu Ramos, a mais antiga do

município, onde a espécie desenvolve-se e predomina sob as outras árvores.

16

Tabela 1.2: Espécies arbustivo-arbóreas exóticas encontradas nas praças do município de Criciúma, Santa Catarina.

Nº Espécie Ni FA FR DR Nome popular Família

1 Aleurites mollucana (L.) Willd. 1 4,76 0,51 0,12 Nogueira-de-iguapé Euphorbiaceae

2 Araucaria columnaris (Forst.) Hook. 5 19,05 2,03 0,59 Araucária-de-cook Araucariaceae

3 Archontophoenix cunninghamii H.Wendl. & Drudi

61 19,05 2,03 7,21 Seafórtia Arecaceae

4 Bauhinia variegata L. 27 19,05 2,03 3,19 Pata-de-vaca Fabaceae

5 Brachychiton populneus (Schott & Endl.) R.Br.

6 9,52 1,02 0,71 Braquiquito Sterculiaceae

6 Caryota urens L. 2 4,76 0,51 0,24 Palmeira-rabo-de-peixe

Arecaceae

7 Cassia fistula L. 2 4,76 0,51 0,24 Chuva-de-ouro Fabaceae

8 Casuarina equisetifolia L. 9 9,52 1,02 1,06 Casuarina Casuarinaceae

9 Citrus sinensis Osbeck 1 4,76 0,51 0,12 Laranjeira Rutaceae

10 Cupressus lusitanica Mill. 12 14,29 1,52 1,42 Cipreste-mexicano Cupressaceae

11 Cupressus sempervirens L. 5 9,52 1,02 0,59 Cipreste-italiano Cupressaceae

12 Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. 18 23,81 2,54 2,13 Flamboyant Fabaceae

13 Dillenia indica Blanco 1 4,76 0,51 0,12 Flor-de-abril Dilleniaceae

14 Dypsis lutescens (H.Wendl.) Beentje & J.Dransf.

10 9,52 1,02 1,18 Areca-bambu Arecaceae

15 Eucalyptus spp. 38 14,29 1,52 4,49 Eucalipto Myrtaceae

16 Euphorbia cotinifolia L. 1 4,76 0,51 0,12 Leiteiro-vermelho Euphorbiaceae

17 Ficus benjamina L. 3 9,52 1,02 0,35 Figueira-benjamin Moraceae

18 Ficus elastica Roxb. 4 14,29 1,52 0,47 Falsa-seringueira Moraceae

19 Ficus microcarpa L. 1 4,76 0,51 0,12 Laurel-da-índia Moraceae

20 Grevillea robusta A.Cunn. ex R.Br. 35 28,57 3,05 4,14 Grevílea Proteaceae

21 Hibiscus rosa-sinensis L. 17 33,33 3,55 2,01 Hibisco Malvaceae

22 Jacaranda mimosifolia D.Don. 24 23,81 2,54 2,84 Jacarandá-mimoso Bignoniaceae

23 Lagerstroemia indica L. 23 19,05 2,03 2,72 Extremosa Lythraceae

24 Ligustrum lucidum W.T.Aiton 95 71,43 7,61 11,23 Alfeneiro Oleaceae

25 Livistona australis (R.Br.) Mart. 1 4,76 0,51 0,12 Falsa-latânia Arecaceae

26 Mangifera indica L. 3 14,29 1,52 0,35 Mangueira Anacardiaceae

27 Melia azedarach L. 19 33,33 3,55 2,25 Cinamomo Meliaceae

28 Michelia champaca L. 13 14,29 1,52 1,54 Magnólia-amarela Magnoliaceae

29 Nerium oleander L. 5 14,29 1,52 0,59 Espirradeira Apocynaceae

30 Paulownia fortune (Seem.) Hemsl. 1 4,76 0,51 0,12 Kiri Scrophulariaceae

31 Persea americana Mill. 3 9,52 1,02 0,35 Abacateiro Lauraceae

32 Platanus x acerifolia (Aiton) Willd. 4 9,52 1,02 0,47 Plátano Platanaceae

33 Plumeria rubra L. 4 9,52 1,02 0,47 Jasmim-manga Apocynaceae

34 Psidium guajava L. 6 14,29 1,52 0,71 Goiabeira Myrtaceae

35 Sabal maritima (Kunth) Burret 1 4,76 0,51 0,12 Sabal-de-cuba Arecaceae

36 Spathodea campanulata P.Beauv. 5 9,52 1,02 0,59 Espatódea Bignoniaceae

37 Syzygium cuminni (L.) Skeels 4 9,52 1,02 0,47 Jambolão Myrtaceae

38 Syzygium jambos (L.) Alston 1 4,76 0,51 0,12 Jambo-amarelo Myrtaceae

39 Tipuana tipu (Benth.) Kuntze 7 19,05 2,03 0,83 Tipuana Fabaceae

Total 478 557,12 59,44 56,50 Ni: número de indivíduos presente nas praças do município.

17

Alchornea glandulosa Poepp. & Endl., Cecropia glaziovii Sneth e Senna multijuga

(L.C.Rich.) Irwin & Barneby, espécies nativas encontradas no município de Criciúma, não

são utilizadas na arborização urbana e provavelmente têm sua origem em fragmentos

florestais próximos das praças estudadas.

Tabela 1.3: Espécies arbustivo-arbóreas nativas encontradas nas praças do município de Criciúma, Santa Catarina.

Nº P Espécie Ni FA FR DR Nome popular Família

1 NC Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. 2 4,76 0,51 0,24 Tanheiro Euphorbiaceae

2 N Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze 6 9,52 1,02 0,71 Pinheiro-do-paraná Araucariaceae

3 N Caesalpinia echinata (Vell.) M.Alemão ex Bentham

1 4,76 0,51 0,12 Pau-brasil Fabaceae

4 N Caesalpinia ferrea Mart. ex Tull.. 7 4,76 0,51 0,83 Pau-ferro Fabaceae

5 N Caesalpinia pluviosa DC. 22 23,81 2,54 2,60 Sibipiruna Fabaceae

6 NC Cecropia glaziovii Sneth 1 4,76 0,51 0,12 Embaúba Urticaceae

7 NC Cedrela fissilis Vell. 4 14,29 1,52 0,47 Cedro Meliaceae

8 N Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna 21 28,57 3,05 2,48 Paineira Malvaceae

9 NC Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong.

4 4,76 0,51 0,47 Timbaúva Fabaceae

10 NC Euterpe edulis Mart. 40 4,76 0,51 4,73 Palmiteiro Arecaceae

11 N Ficus enormis (Mart. ex Miq.) Miq. 1 4,76 0,51 0,12 Gameleira Moraceae

12 NC Ficus organensis (Miq.) Miq. 53 90,48 9,64 6,26 Figueira-de-folha-miúda

Moraceae

13 NC Inga marginata Willd. 2 4,76 0,51 0,24 Ingá-feijão Fabaceae

14 NC Matayba guianensis Aubl. 2 14,76 0,51 0,24 Camboatá-branco Sapindaceae

15 N Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. 4 4,76 0,51 0,47 Canafistula Fabaceae

16 NC Schinus terebinthifolius Raddi 9 14,29 1,52 1,06 Aroeira Anacardiaceae

17 NC Schizolobium parahyba (Vell.) Blake 11 19,05 2,03 1,30 Guapuruvú Fabaceae

18 N Senna macranthera (Collad.) Irwin et Barn.

11 28,57 3,05 1,30 Fedegoso Fabaceae

19 NC Senna multijuga (L.C.Rich.) Irwin & Barneby

1 4,76 0,51 0,12 Aleluia Fabaceae

20 NC Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassm. 93 38,10 4,06 10,99 Jerivá Arecaceae

21 NC Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Standl.

52 28,57 3,05 6,15 Ipê-amarelo Bignoniaceae

22 NC Tabebuia heptaphylla (Vell.) Tol. 19 28,57 3,05 2,25 Ipê-roxo Bignoniaceae

23 NC Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn. 2 4,76 0,51 0,24 Quaresmeira Melastomataceae

Total 368 390,94 40,65 43,50 P: procedência; N: nativa do Brasil, NC: nativa do Brasil e ocorre nas formações florestais de Criciúma.

De acordo com Reis et al. (2003), no contexto atual de valorização da

biodiversidade, o espaço urbano merece ficar incluso de forma a garantir a conservação do

maior número possível de espécies e, ao mesmo tempo, conscientizar as pessoas sobre o valor

da biodiversidade.

18

1.4 Conclusão

A arborização pública tem grande importância para as nossas cidades, agregando

valores à qualidade de vida. Conforme Biondi e Althaus (2005), a arborização urbana, além

de ser um serviço público é um patrimônio que deve ser conhecido e conservado para as

futuras gerações.

Por meio de levantamento das árvores e arbustos de 21 praças no município de

Criciúma, pode-se constatar elevado uso de espécies exóticas em detrimento das nativas,

estando Ligustrum lucidum, como a mais representativa pelo maior número de indivíduos

encontrados.

Este estudo buscou trazer nova abordagem sobre o tema arborização urbana, pois as

praças, além da beleza paisagística e do lazer que proporcionam à população, devem

contribuir para a conservação da biodiversidade.

1.5 Referências

BECHARA, F. C. Restauração ecológica de Restingas contaminadas por Pinus no Parque Estadual do Rio Vermelho, Florianópolis, SC. 2003. 123 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal)– Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.

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GREY, G. W.; DENEKE, F. J. Urban forestry. New York: John Wiley, 1978.

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19

LOBODA, C. R. et al. Avaliação das áreas verdes em espaços públicos no município de Guarapuava/PR. Ambiência, Guarapuava, v. 1, n. 1, p. 141-155, 2005.

MONDIN, C. A. Espécies vegetais exóticas invasoras em florestas no Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA, 57., 2006. MARIATH, J. E.; SANTOS, R. P. (Org.). Os avanços da botânica no início do século XXI: morfologia, fisiologia, taxonomia, ecologia e genética. Porto Alegre: SBB, 2006. p. 529-531.

REIS, A. et al. Critérios para a seleção de espécies na arborização urbana. Sellowia, Itajaí, n. 53-55, p. 51-67, 2003.

REIS FILHO, N. G. Evolução Urbana no Brasil (1500-1720). 2. ed. São Paulo: Pini, 2001.

SANCHOTENE, M. C. C. Frutíferas nativas úteis à fauna na arborização urbana. Porto Alegre: SOGRA, 1989.

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ZILLER, S. R. Plantas exóticas invasoras: a ameaça da contaminação biológica. Ciência Hoje, São Paulo, v. 30, n. 178, p. 77-79, 2001.

20

CAPÍTULO 2 : COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SC

Resumo

Visando subsidiar planos de restauração ambiental, no município de Criciúma, Santa Catarina, apresenta-se estudo florístico realizado em um fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa Submontana. Nos locais do fragmento em estádio inicial de regeneração natural foram identificadas 16 espécies arbóreas, distribuídas em 11 famílias. Euphorbiaceae apresentou a maior diversidade específica, com quatro espécies, seguida por Fabaceae e Myrsinaceae, com duas. Nos trechos do fragmento em estádio avançado de regeneração natural foram identificadas 87 espécies arbóreas, distribuídas em 44 famílias. Myrtaceae apresentou a maior diversidade específica, com 11 espécies, seguida por Lauraceae, com sete, Euphorbiaceae, com seis e Meliaceae, com cinco espécies. O conhecimento da composição florística de fragmentos florestais urbanos poderá contribuir para tomada de decisão em projetos de restauração de áreas degradadas no município, quando solicitado o uso de espécies nativas regionais.

Palavras-chave: Florística, Biodiversidade, Floresta Atlântica, Restauração Ambiental.

Abstract

Aiming to subside environmental restoration plan, in Criciúma County, Santa Catarina State, it presents floristic survey carried out in an urban fragment of Submontane Dense Ombrofilous Forest. In the places of fragment in natural regeneration initial stage it was identified 16 species, distributed in 11 families. Euphorbiaceae it presented the biggest specific diversity (four species), followed by Fabaceae (two) and Myrsinaceae (two). In the places of the fragment in natural regeneration advanced stage it was identified 87 trees species, distributed in 44 families. Myrtaceae presented the biggest specific diversity (11 species), followed by Lauraceae (seven), Euphorbiaceae (six) and Meliaceae (five). The floristic composition knowledge of urban forests fragments stages will be able contributed for making decision at restoration projects in degraded areas in Criciúma County, when asked the use of region native plant species.

Key words: Floristic, Biodiversity, Atlantic Forest, Environmental Restoration.

21

2.1 Introdução

A Floresta Ombrófila Densa em função de sua alta diversidade de espécies, associada

à alta taxa de endemismo, é considerada uma das áreas hotspots (MYERS et al., 2000;

SECHREST et al., 2002). Assim sendo, no conceito internacional, lhe é conferida prioridade

máxima para conservação.

Apesar da fragmentação, a Floresta Atlântica, constitui-se ainda em importante

auxílio na conservação da biodiversidade, desde que sejam incorporados os conceitos de

sucessão e dinâmica do ecossistema original, restabelecendo tanto sua função como sua

estrutura. A fragmentação é o processo no qual um habitat contínuo é dividido em manchas

ou fragmentos, mais ou menos isolados, que passam a ter condições ambientais diferentes do

entorno (RAMBALDI; OLIVEIRA, 2003).

O processo de fragmentação do ambiente existe naturalmente e tem sido

intensificado pela ação humana, resultando em grande número de problemas ambientais e

tornando-se uma das maiores ameaças à diversidade biológica (CERQUEIRA et al., 2003).

Um dos principais desafios para a ciência é medir a natureza e a taxa de fragmentação dos

ambientes e determinar suas implicações para a redução na diversidade (MORELLATO;

LEITÃO-FILHO, 1995).

Segundo Gandolfi e Rodrigues (2006), buscar soluções para questões ambientais e

sociais tão diversas e complexas são dilemas com que se defrontam os brasileiros nesse

começo de milênio.

As respostas das comunidades vegetais e de cada espécie à fragmentação variam de

acordo com diversos fatores como: histórico do fragmento, tamanho e forma, impacto das

ações humanas atuais, grau de isolamento e a sensibilidade da comunidade e dos indivíduos

de cada espécie a estes processos (SCARIOT et al., 2003).

Fragmentos florestais urbanos ou próximos às cidades são cada vez mais comuns,

mas as diretrizes para sua conservação ou mesmo a importância de sua manutenção como

reservas naturais são dúvidas freqüentes. Florestas tropicais extensas e pouco perturbadas são

cada vez mais raras e há premência de sua preservação, pois abrigam alta diversidade de

espécies que estão em seu estado natural (MORELLATO; LEITÃO-FILHO, 1995). Segundo

estes autores, é importante compreender que proteger a biodiversidade, em termos práticos,

não significa proteger somente florestas primárias e pouco perturbadas. O fato de uma área

não ser primária ou apresentar diversos tipos de perturbações não significa que sua

22

conservação não tenha valor. O objetivo da conservação não é preservar algum ideal de

floresta ou vegetação primária e intocada e sim proteger a diversidade.

Segundo Tonhasca Jr. (2005), áreas florestais continuas, são cada vez mais raras, por

este motivo, estudos que visam avaliar as conseqüências da fragmentação e a qualidade

ecológica dos fragmentos, são de grande importância para a conservação destas áreas.

O presente estudo teve por objetivo conhecer a composição florística de um

fragmento florestal urbano que contribuirá para subsidiar projetos de restauração de áreas

degradadas na região sul catarinense.

2.2 Material e Métodos

O presente estudo foi realizado em um fragmento pertencente à área de preservação

permanente (APP) do Morro Casagrande (Morro do Céu), localizado no município de

Criciúma, Santa Catarina (28°41’S e 49°21’W, altitude de 140m). No Morro Casagrande, será

criado o Parque Natural Municipal do Morro do Céu (projeto assinado no início de 2006). O

parque será a primeira unidade de conservação de Criciúma a seguir determinação da lei

9985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). No local já

foi construído um Centro de Educação Ambiental, que poderá ser utilizado por estudantes e

população em geral que tiverem interesse em conhecer o ecossistema local.

O fragmento urbano, com 13,6 hectares, de Floresta Ombrófila Densa Submontana

estudado apresenta-se em diferentes estádios sucessionais de regeneração natural.

Segundo a classificação de Köppen, predomina na região sul de Santa Catarina o

clima mesotérmico úmido com verão quente (Cfa). A precipitação anual média na região é de

1.600mm a 1.900mm (SANTA CATARINA, 1986).

Segundo Epagri (2005), o solo é classificado como PEa1: Associação Podzólico

Vermelho Escuro Álico Tb A moderado textura argilosa/muito argilosa + Podzólico

Vermelho Amarelo Álico Tb A moderado textura argilosa/muito argilosa, ambos, fase floresta

tropical perenifólia relevo suave ondulado. Solos que, regionalmente, ocorrem nos municípios

de: Criciúma, Forquilhinha, Içara, Morro da Fumaça, Nova Veneza e Siderópolis. São solos

que têm baixa fertilidade natural como principal fator limitante, classe de uso 2ef.

O levantamento florístico foi realizado percorrendo-se toda a área do fragmento

florestal, conforme procedimentos de Filgueiras et al. (1994). Foram registradas as árvores

23

encontradas, conforme definição adotada por Martins (1991). Complementou-se o estudo com

levantamento do campo antrópico, onde predominava vegetação herbácea e arbustiva. A

identificação taxonômica seguiu os padrões de taxonomia clássica (morfologia comparada),

com auxílio de chaves analíticas, por comparação com espécimes depositados no Herbário Pe.

Dr. Raulino Reitz (CRI) da UNESC e por especialistas. O material fértil coletado foi

incorporado ao acervo do Herbário CRI. A delimitação familiar segue em sua apresentação as

propostas de Tryon e Tryon (1982) para pteridófitas e APG II (2003) para angiospermas. As

espécies arbóreas, amostradas no fragmento florestal, foram incluídas nos grupos funcionais

segundo critérios de Budowski (1965; 1970).

2.3 Resultados e Discussão

Nos locais em que o fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa Submontana

encontrava-se em estádio inicial de sucessão (Figura 2.1), foram identificadas 16 espécies

arbóreas, distribuídas em 11 famílias. Euphorbiaceae apresentou a maior diversidade

específica, com quatro espécies, seguida por Fabaceae e Myrsinaceae, com duas. As demais

famílias, em número de oito, apresentaram apenas uma espécie cada (Tabela 2.1).

24

Figura 2.1: Área de preservação permanente do Morro Casagrande, Criciúma, Santa Catarina, destacando a Floresta Ombrófila Densa Submontana em estádio inicial (EI) e avançado (EA) de regeneração natural, campo antropizado (CA) e sistema agroflorestal (AG).

Nos locais em que o fragmento florestal encontrava-se em estádio avançado de

regeneração natural (figura 2.1) foram identificadas 87 espécies arbóreas, distribuídas em 44

famílias (Tabela 2.2). Myrtaceae apresentou a maior diversidade específica (11 espécies),

seguida por Lauraceae (sete), Euphorbiaceae (seis) e Meliaceae (cinco). A constatação da

maior riqueza para Myrtaceae e para o gênero Eugenia corrobora o padrão que tem sido

encontrado para a floresta atlântica do sul de Santa Catarina (CITADINI-ZANETTE, 1995;

CITADINI-ZANETTE et al., 2003; SANTOS; LEAL-FILHO; CITADINI-ZANETTE, 2003;

MARTINS, 2005; SILVA, 2006) e do Brasil (OLIVEIRA FILHO; FONTES, 2000).

25

Tabela 2.1: Relação das árvores amostradas em um fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa Submontana em estádio inicial de regeneração natural, localizado no Morro Casagrande, município de Criciúma, Santa Catarina. Grupo ecológico (GE): Pio = pioneira, Sin = secundária inicial.

Família/Espécie Nome popular GE Anacardiaceae

Schinus terebinthifolius Raddi Aroeira-vermelha Pio Bignoniaceae

Jacaranda puberula Cham. Caroba Pio Cannabaceae

Trema micrantha Blume Grandiúva Pio Clethraceae

Clethra scabra Pers. Carne-de-vaca Pio Cunoniaceae

Lamanonia ternata Vell. Guaperê Pio Euphorbiaceae

Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg. Tanheiro Sin Sapium glandulatum (Vell.) Pax.S. Leiteiro Pio Sebastiania argutidens Pax & K.Hoffm. Tajuvinha Pio Tetrorchidium rubrivenium Poepp. & Endl. Cruzeiro Sin

Fabaceae Piptadenia gonoacantha (Mart.) MacBr. Pau-jacaré Pio Mimosa bimucronata (DC.) O.Kuntze Maricá Pio

Myrsinaceae Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. Capororoca Sin M. umbellata (Mart. ex A.DC.) Mez Capororocão Sin

Phyllanthaceae Hieronyma alchorneoides Fr.Allem Licurana Sin

Urticaceae Cecropia glaziovii Sneth. Embaúba Pio

Verbenaceae Aegiphila sellowiana Cham. Gaioleiro Sin

Tabela 2.2: Relação das árvores amostradas em um fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa Submontana em estádio avançado de regeneração natural, localizado no Morro Casagrande, município de Criciúma, Santa Catarina. Grupo ecológico (GE): Pio = pioneira, Sin = secundária inicial, Sta = secundária tardia e Cli = clímax.

Família/Espécie Nome popular GE

Annonaceae

Duguetia lanceolata St.Hil. Pindabuna Sta

Rollinia sericea R.E.Fries Cortiça Sta

Xylopia brasiliensis Spreng. Pindaíba Sta

Apocynaceae

Aspidosperma camporum Muell.Arg. Peroba Sin

Peschiera catharinensis (DC.) Miers Jasmim Pio

Araliaceae

Schefflera morototoni (Aubl.) Maq., Steyerm. & Frod Pau-mandioca Sta

Arecaceae

Euterpe edulis Mart. Palmiteiro Cli

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassm. Jerivá Sin

Asteraceae

Piptocarpha tomentosa Baker Pau-toucinho Pio

Vernonia discolor (Spreng.) Lees. Vassourão-preto Pio

Bignoniaceae

Jacaranda micrantha Cham. Caroba Pio

Bombacaceae

26

Família/Espécie Nome popular GE

Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.Robyns Embiruçu Pio

Boraginaceae

Cordia ecalyculata Vell. Café-de-bugre Sin

Cannabaceae

Trema micrantha Blume Grandiúva Pio

Chrysobalanaceae

Hirtella hebeclada Moric. ex DC. Cinzeiro Sta

Clethraceae

Clethra scabra Pers. Carne-de-vaca Pio

Clusiaceae

Rheedia gardneriana Planch. & Triana Bacopari Sin

Combretaceae

Buchenavia kleinii Exell Garajuva Cli

Cunoniaceae

Lamanonia ternata Vell. Guaperê Pio

Cyatheaceae

Alsophila setosa Kaulf. Xaxim Cli

Elaeocarpaceae

Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. Laranjeira-do-mato Cli

Euphorbiaceae

Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg. Tanheiro Sin

Gymnanthes concolor Spreng Laranjeira-do-mato Sta

Pera glabrata (Schoh.) Baill. Coração-de-bugre Sta

Sapium glandulatum (Vell.) Pax.S. Leiteiro Pio

Sebastiania argutidens Pax & K.Hoffm. Tajuvinha Pio

Tetrorchidium rubrivenium Poepp. & Endl. Cruzeiro Sin

Fabaceae

Inga sessilis (Vell.) Mart. Ingá-macaco Sin

Lonchocarpus cultratus (Vell.) Az.Tozzi et H.C.Lima Embira-de-sapo Sin

Piptadenia gonoacantha (Mart.) MacBr. Pau-jacaré Pio

Lauraceae

Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. Canela Sta

N. oppositifolia Nees & Mart. ex Nees Canela Sta

Ocotea indecora Schott ex Meisn. Canela Cli

O. laxa (Nees) Mez Canela Sta

O. puberula Ness Canela-sebo Cli

O. silvestris Valt. Canela Cli

O. urbaniana Mez Canela Cli

Magnoliaceae

Talauma ovata St.Hil. Baguaçú Sta

Malpighiaceae

Byrsonima ligustrifolia A.Juss. Baga-de-pomba Sta

Melastomataceae

Leandra dasytricha (A.Gnay) Cogn. Sin

Meliaceae

Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Canjerana Sta

Cedrela fissilis Vell. Cedro Sta

27

Família/Espécie Nome popular GE

Guarea macrophylla Vahl Pau-d’arco Cli

Trichilia lepidota Mart. Guacá-maciele Cli

T. pallens C.DC. Catiguá Cli

Monimiaceae

Mollinedia schottiana (Spreng.) Perkins Pimenteira Cli

Moraceae

Brosimum lactescens (S.Moore) C.C.Berg Leiteiro Cli

Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Gameleira-vermelha Sta

Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer Cincho Sta

Myrsinaceae

Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. Capororoca Sin

M. umbellata (Mart. ex A.DC.) Mez Capororocão Sin

Myrtaceae

Calyptranthes grandifolia Berg Guamirim-chorão Sta

C. lucida Mart. ex DC. Guaramirim-ferro Sta

Campomanesia xanthocarpa Berg Guabiroba Pio

Eugenia beaurepaireana (Kiaersk.) C.D.Legrand Guamirim-ferro Sta

E. multicostata Berg Pau-alazão Cli

Myrcia fallax (Rich) DC. Guamirim-de-folha-miúda Sin

M. pubipetala Miq. Guamirim-araçá Sta

M. richardiana (O.Berg) Kiaersk. Guamirim-araçá Sta

M. tijucensis Kiaersk. Ingabaú Sta

Neomitranthes gemballae (Legr.) Legr. Guamirim-ferro Sta

Psidium cattleyanum Sabine Araçazeiro Sta

Nyctaginaceae

Guapira opposita (Vell.) Reitz Maria-mole Sin

Ochnaceae

Ouratea parviflora (DC.) Baill. Guaraparim-miudo Sta

Olacaceae

Heisteria silvianii Schwacke Casca-de-tatu Sta

Phyllantaceae

Hieronyma alchorneoides Fr.Allem Licurana Sin

Piperaceae

Piper cernuum Vell. Pariparoba Sta

Proteaceae

Roupala brasiliensis Klotzsch Carvalho-brasileiro Sin

Quiinaceae

Quiina glaziovii Engl. Juvarana Sta

Rubiaceae

Faramea marginata Cham. Pimenteira-selvagem Cli

Psychotria longipes Müll.Arg. - Sta

P. suterella Müll. Arg. Café-do-mato Cli

Rudgea jasminoides (Cham.) Müll.Arg. Café-do-mato Cli

Rutaceae

Esenbeckia grandiflora Mart. Cutia-amarela Sta

Zanthoxylum rhoifolium Lam. Mamica-de-cadela Pio

Sabiaceae

28

Família/Espécie Nome popular GE

Meliosma sellowii Urban Pau-fernandes Sta

Salicaceae

Casearia sylvestris Sw. Chá-de-bugre Sin

Sapindaceae

Allophylus edulis (St.Hil.) Radlk. Ex Warm. Chal-chal Pio

Cupania vernalis Camb. Camboatá-vermelho Pio

Matayba elaeagnoides Radlk. Camboatá Pio

M. guianensis Aubl. Camboatá-branco Pio

Sapotaceae

Chrysophyllum inornatum Mart. Murta Pio

Solanaceae

Solanum pseudoquina St.Hil. Canema Pio

Urticaceae

Boehmeria caudata Sw. Urtiga-mansa Pio

Cecropia glaziovii Sneth. Embaúba Pio

Verbenaceae

Aegiphila sellowiana Cham. Gaioleiro Sin

Citharexylum myrianthum Cham. Tucaneira Sin

Caracterizando as espécies amostradas de acordo com seu grupo ecológico, nos

locais em que o fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa Submontana encontrava-se

em estádio inicial de sucessão 100% das espécies se enquadram como sendo aquelas

características de estádio inicial de sucessão (pioneiras + secundárias iniciais). Nos locais em

que o fragmento florestal encontrava-se em estádio avançado de regeneração natural, 55%

enquadram-se dentro como sendo aquelas características de estádio avançado (secundárias

tardias + climácicas) e 45% de estádio inicial (pioneiras + secundárias iniciais) de

regeneração natural (Figura 2.2).

As espécies de início da sucessão (pioneiras e secundárias iniciais) desempenham

alto valor ecológico na comunidade durante o processo sucessional, pelo fato de se

desenvolverem em clareiras e em áreas degradadas, apresentarem rápido crescimento, ciclo de

vida curto, produzirem muitas sementes dispersas por agentes generalistas e formarem banco

de sementes com viabilidade por longo período (GÓMEZ-POMPA; VASQUEZ-YANES,

1981; WHITMORE, 1978).

29

10

6

2118

31

17

0

5

10

15

20

25

30

35

pioneiras secundáriasiniciais

secundáriastardias

climácicas

inicial avançado

Figura 2.2: Distribuição do número de espécies por grupo ecológico e estádio sucessional da regeneração natural em um fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa Submontana, na área de preservação permanente do Morro Casagrande, Criciúma, Santa Catarina.

Foram amostradas nove espécies exóticas arbóreas, introduzidas por antigos

moradores, na área de estudo (Tabela 2.3). Fiszon et al. (2003) enfatizam que a introdução de

espécies exóticas de animais e plantas, seja de forma deliberada ou em decorrência de alguma

atividade de exploração econômica do ambiente, legal ou clandestina, merece atenção

permanente. Animais domésticos e silvestres, plantas para cultivo e ornamentação, agentes

biológicos para controle de pragas, comensais e parasitas indesejáveis, são introduzidos em

áreas onde não ocorriam naturalmente alterando o hábitat e causando a extinção de espécies

nativas.

Tabela 2.3: Relação das árvores exóticas, presentes no fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa Submontana, localizado no Morro Casagrande, município de Criciúma, Santa Catarina.

Família/Espécie Nome popular Origem

Lauraceae Persea americana Mill. Abacateiro México e América Central

Meliaceae Melia azedarach L. Cinamomo China e Índia

Moraceae Ficus benjamina L. Beringan Índia, Filipinas, China, Tailândia, Austrália e Nova Guiné

Myrtaceae Eucalyptus saligna Sm. Eucalipto Austrália Syzygium jambolanum Lam. Jambolão Ásia, Java

Rhamnaceae Hovenia dulcis Thunb. Uva-do-japão Ásia (Índia até o Japão)

Rosaceae Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl. Ameixa-amarela Japão e China

Rubiaceae Coffea arabica L. Cafeeiro África

Rutaceae Citrus sp. Laranjeira Ásia

30

Segundo Ziller (2001), a invasão por plantas exóticas tende a alterar propriedades

ecológicas essenciais (ciclo de nutrientes, produtividade, cadeias tróficas, estrutura da

comunidade vegetal, distribuição de biomassa, acúmulo de serapilheira, taxas de

decomposição, processos evolutivos e relação entre plantas e polinizadores).

Hovenia dulcis Thunb e Eucalyptus saligna Sm. são citadas entre as árvores

consideradas invasoras biológicas. O processo de invasão de um ecossistema por uma planta

exótica, contaminação biológica, se dá quando qualquer espécie não natural de um

ecossistema é nele introduzida e se naturaliza, passando a se dispersar e a alterar esse

ecossistema. A invasão por plantas exóticas afeta o funcionamento natural do ecossistema e

tira espaço das plantas nativas (ZILLER, 2001). Espécies exóticas são aquelas que estão

inseridas fora de seu limite de ocorrência natural (BECHARA, 2003).

2.4 Conclusão

O remanescente florestal estudado se apresenta em diversos estádios serais,

decorrentes da própria dinâmica da formação vegetal e principalmente pela ação antrópica

(corte seletivo, desmatamento localizado, fogo colocado ou espontâneo, entre outros).

Observa-se dossel relativamente contínuo, formado pelas copas das espécies de maior porte, e

também há uma média diversidade de espécies arbóreas presentes.

As espécies encontradas e listadas neste estudo, poderão auxiliar na restauração de

áreas degradadas no município em diferentes situações de degradação, que são distintas em

suas características e na complexidade dos recursos que demandam para serem recuperados.

As ações de recuperação dos fragmentos, devem visar o aumento do potencial destes como

ilhas de biodiversidade, interligando-os através de corredores que devem atrair os dispersores

da biodiversidade, notadamente animais.

Esforços devem ser empreendidos junto aos órgãos públicos, proprietários, ONGs e

sociedade em geral para que se faça a recuperação florestal das áreas degradadas, buscando

resgatar o papel de proteção ambiental ou de preservação da biodiversidade que essas áreas

possuem, mas que não impedem de no futuro, se transformar em áreas de visitação para

educação ambiental, como o que está sendo previsto para a área do Morro do Céu, para o

ecoturismo, entre outros. Há também necessidade de maiores estudos do comportamento das

31

espécies destes fragmentos, gerando uma maior base de dados que servirá para subsidiar

futuras ações de restauração.

Por fim, cabe ainda enfatizar que o próprio processo de restauração ambiental pode

ser conduzido como uma importante oportunidade educacional para divulgação de novos

conhecimentos.

2.5 Referências

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34

CAPÍTULO 3 : ÁRVORES NATIVAS PARA ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SANTA CATARINA

Resumo

As cidades apresentam condições ambientais inferiores às dos padrões desejáveis. A degradação das paisagens urbanas está assumindo proporções insustentáveis. O impacto ambiental originado pela expansão das cidades pode ser minorado através de um plano de arborização, pois a vegetação possui um papel preponderante na manutenção da qualidade ambiental do meio urbano. Com base em levantamentos florísticos e fitossociológicos anteriormente realizados em fragmentos florestais no município, foram selecionadas 82 espécies arbóreas nativas, pertencentes a 34 famílias botânicas, com potencialidade para arborização urbana. O incentivo ao uso de espécies nativas locais, valorizando suas qualidades paisagísticas, vem da necessidade de se integrar em futuros planejamentos, elementos da natureza à paisagem urbana.

Palavras-chave: Arborização urbana, Qualidade ambiental, Espécies nativas.

Abstract

The cities present environment conditions that are inferior to desired standards. The degradation of the urban landscapes is taking on unsustainable proportions. The environmental impact originating with the cities expansion can be minimalized through a plan of arborization since the vegetation possesses a predominat role in the environmental maintenance and quality in the cities. The basis for this study was a phytosociological-floristics surveys previously conducted in forest fragments in the municipality. 82 native arboric species were selected, belonging to 34 botanic families, with the possibility of urban arborization. The incentive of the use of local native species, valuing their landscape quality, comes from the necessity of integrating them in future plans, and natural elements of urban landscape.

Keywords: Urban arborization, Environmental quality, Native species.

35

3.1 Introdução

A arborização urbana constitui atualmente uma das mais relevantes atividades da

gestão urbana, devendo fazer parte dos planos, projetos e programas urbanísticos das cidades

que com o crescimento acelerado, resultante do acentuado aumento populacional, têm

comprometido a quantidade e a qualidade de seus espaços livres e áreas verdes.

Conforme Farah et al. (2000) nossas paisagens urbanas refletem muito de nossa

história e de nossos valores culturais e simbólicos. A arborização, como um dos componentes

desta paisagem, é uma representação cultural que materializa nossa visão de natureza e de

sociedade. Estudar as árvores urbanas é, portanto, ampliar a nossa compreensão do mundo

que nos cerca (FARAH et al., 2000).

Conceitualmente, a vegetação presente nas cidades é comumente tratada por área

verde urbana e está estreitamente relacionada às áreas livres ou abertas: pode-se mesmo

considerar que toda área verde constitui uma área livre. Desta forma, áreas verdes e

arborização urbana são conceitos de grande correlação e proximidade (MILANO, 1992).

Lima (1994) define áreas verdes como sendo “espaços onde há predomínio de

vegetação arbórea, englobando praças, jardins públicos, parques urbanos, canteiros centrais de

avenidas e rotatórias de vias públicas”.

Partindo do conceito mais amplo, Grey e Deneke (1978), definem arborização urbana

como o conjunto de terras públicas e privadas com cobertura arbórea, que uma cidade

apresenta.

Milano (1995) considera que a arborização urbana compreende áreas naturais, que

apresentem todo e qualquer tipo de vegetação, incluindo desde áreas gramadas até outras com

vegetação de porte arbóreo.

Lima et al. (1994) salientam que a arborização urbana diz respeito aos elementos

vegetais de porte arbóreo dentro da urbe. Nesse enfoque, as árvores plantadas em calçadas

fazem parte da arborização urbana.

Krishnamurthy e Nascimento (1998) conceituam a arborização urbana como sendo o

manejo das árvores para sua contribuição ao bem-estar fisiológico, sociológico e econômico

da sociedade urbana.

O crescimento rápido e desordenado das cidades brasileiras nas últimas décadas,

reflexo do êxodo rural e das altas taxas de natalidade, tornou o ambiente urbano insalubre.

36

Estimativas do IBGE (2005) indicam que o Brasil conta hoje com 84,2% da população

residente em áreas urbanas.

Milano (1987) aponta a condição ambiental das cidades como um dos fatores que

afeta a qualidade de vida do homem urbano. Ao contrário dos ambientes naturais, as cidades,

apresentam artificialidades tais como: forte impermeabilização do solo, reduzida cobertura

vegetal, excessivo consumo de energia e matéria com correspondente geração de resíduos e

abundância de materiais altamente refletores, absorventes e transmissores de energia (asfalto,

concreto, telhas, etc.). Os materiais usados na construção, como o asfalto e o concreto,

absorvem rapidamente o calor, cuja dispersão se torna dificultada pela poluição presente nos

centros urbanos (LOMBARDO, 1980; MILANO, 1992).

Os centros urbanos constituem locais de grande desconforto térmico, agravado pelo

clima tropical caracterizado pelo alto grau de insolação durante todo ano, tornando

fundamental a manutenção e/ou implantação de áreas verdes urbanas, para diminuir estes

extremos de calor (GREY; DENEKE, 1978; DETZEL, 1993).

A importância da vegetação para a manutenção do clima foi demonstrada por

Lombardo (1980), que descreve a mitigação do clima pela ação das áreas verdes. A autora

define o mecanismo de formação da ilha de calor, fenômeno que ocorre sobre áreas urbanas e

consiste na elevação das temperaturas médias nas zonas centrais da mancha urbana, em

comparação com as encontradas nas regiões rurais ou periféricas, onde há vegetação

abundante.

A vegetação do meio urbano, nas mais diferentes localidades, desempenha diversas

funções ligadas e influenciadas por aspectos sociais, culturais, econômicos, e, sobretudo

ecológicos, interferindo fortemente nas condições de conforto ambiental (SANCHOTENE,

1999).

São considerados benefícios ecológicos da arborização urbana: a) estabilidade

microclimática (diminuição da temperatura e aumento da umidade do ar); b) melhoria das

condições do solo urbano; c) melhoria do ciclo hidrológico, influência no balanço hídrico,

favorecendo a infiltração da água no solo e provocando evapo-transpiração mais lenta; d)

redução da poluição atmosférica; e) melhoria das condições de conforto acústico; f) redução

da intensidade da luz refletida e g) aumento da biodiversidade (SANCHOTENE, 1994;

CAVALHEIRO, 1994; SILVA, 2000; SANTOS; TEIXEIRA, 2001; REIS et al, 2003).

Benefícios estéticos: a) a diminuição da poluição visual; b) a dinâmica imposta pelas árvores,

com alternância de sua aparência em função das estações do ano e de seu estado fenológico e

renovação da paisagem urbana quebrando a monotonia e c) a frieza típica das construções

37

(MELLO FILHO, 1985; DETZEL, 1990). A função social está diretamente relacionada à

oferta de espaços para o lazer da população, em especial, as populações de baixa renda

(LOBODA; DE ANGELIS, 2005; BIONDI; ALTHAUS, 2005). Benefícios psicológicos:

contato do homem com a natureza, que leva à atenuação do estresse, doença comum do

homem moderno residente em áreas urbanas (BIONDI; ALTHAUS, 2005).

Como benefícios culturais da arborização urbana, Busarello (1990) enfatiza que o

processo de ressaltar os espaços da cidade permite tornar mais clara a estruturação da

paisagem urbana para seus habitantes, que terão marcos e referencias concretas para

participação na gestão do seu habitat.

Pela importância da arborização nas cidades, o presente estudo objetivou selecionar

espécies arbóreas nativas regionais com potencialidade para arborização urbana, fornecendo

dados dendrológicos, fenológicos e de uso paisagístico das espécies selecionadas para uso em

Criciúma, Santa Catarina, contribuindo para a conservação, preservação e implantação de

áreas verdes no município.

3.2 Material e Métodos

O município de Criciúma (28°40’39” S e 49°22’11” W, com altitude de 46m - sede)

localiza-se no sul do estado de Santa Catarina. Predomina na região o clima mesotérmico

úmido com verão quente (Cfa), temperatura média anual entre 16 e 20°C e índice

pluviométrico médio entre 1.400 e 1.600mm.ano-1. O solo é Podzólico vermelho/amarelo

latossólico álico, com três variações deste solo na área do município (JUNGBLUT, 1995).

No município de Criciúma, a utilização das terras para fins agrícolas e a explotação

do carvão mineral contribuíram com a destruição da maior parte de suas florestas (Floresta

Ombrófila Densa das Terras Baixas e Submontana). Dos fragmentos florestais restantes,

foram extraídas espécies de maior valor comercial, descaracterizando sua fitofisionomia.

Atualmente, a maior pressão se dá pela retirada seletiva de madeira, ou mesmo, pela

derrubada total para a expansão da zona urbana do município.

Os primeiro habitantes da região de Criciúma foram os índios da tribo Xokleng

(também denominados botocudos ou bugres) e que tinham nas florestas do sul do Brasil, que

se localizavam entre o litoral e o planalto, o seu território de domínio e refúgio (SANTOS,

1997). Os homens fabricavam arcos, flechas, lanças e diversos outros artefatos necessários ao

38

cotidiano. As mulheres teciam, com fibra de urtiga, mantas que serviam de agasalho nas

noites de inverno; cuidavam das crianças; faziam pequenas panelas de barro e cestos de

taquara para a guarda de alimentos; cuidavam do preparo da comida; colhiam, estocavam e

maceravam o pinhão e com ele faziam um tipo de farinha; cozinhavam ou moqueavam peças

de carne dos animais abatidos e preparavam bebidas fermentadas com mel e xaxim

(SANTOS, 1997).

O nome Criciúma é originário de um capim muito comum na região chamado de

capim-criciúma (Chusquea sp.), comumente encontrado as margens do rio Criciúma. Para os

índios o termo criciúma correspondia à “vara lisa e dobrada, uma taquara pequena”.

Em 1880 chegaram a Criciúma os primeiros colonizadores europeus (italianos), num

total de 139 pessoas (31 famílias). Dez anos depois começaram a se instalar na região os

imigrantes poloneses. Após essa primeira colonização, outras etnias instalaram-se aos

arredores do município, e conseqüentemente, algumas famílias, acabaram vindo para

Criciúma, dentre essas, cita-se os alemães, instalados primeiramente na localidade de

Forquilhinha (atualmente município de Forquilhinha), além de espanhóis, portugueses, árabes,

entre outros, fazendo com que Criciúma tenha hoje essa miscigenação de etnias

(NUERNBERG, 2001).

Segundo (IBGE, 2006) o município possui 188.233 habitantes, com perímetro

urbano de 236km2.

3.3 Metodologia

Foram utilizados levantamentos realizados em três fragmentos de Floresta Ombrófila

Densa Submontana, localizados em áreas de preservação permanente do município de

Criciúma, Santa Catarina, conforme descrito a seguir:

a) Morro Estevão: área de preservação permanente (APP) (28°44’ S e 49°21’ W,

160m de altitude) criada por meio de Lei Municipal n. 2.459/1990, situada à sudeste da sede

do município, pertencendo a zona rural (TOPANOTTI, 1999).

b) Parque Ecológico Municipal José Milanese: área de preservação permanente

(28º41’ S e 49º25’ W, 46m de altitude), criada através de Lei Municipal n. 2.586/1991. O

parque apresenta área total de 7,7 hectares, destes 5,2 hectares cobertos por fragmento de

floresta primária com extração seletiva de algumas espécies arbóreas (SILVA, 2006).

39

c) Morro Casagrande: área de preservação permanente, criada através de Decreto

Municipal n. 315/SA/1989, corresponde à fragmento florestal urbano com 13,6 hectares

(28°41’ S e 49°21’ W, altitude de 140m). No Morro Casagrande, será criado o Parque Natural

Municipal do Morro do Céu (projeto assinado em 2006), que será a primeira unidade de

conservação de Criciúma que seguirá o que determina a lei 9985/2000, que institui o Sistema

Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

As espécies indicadas para arborização no município de Criciúma foram

selecionadas a partir das listas florísticas obtidas dos levantamentos acima citados. Para as

delimitações de família seguiu-se Tryon e Tryon (1982) e APG II (2003).

Com relação às adaptações ambientais, conforme definido em Font-Quer (1985), as

espécies foram divididas em cinco grupos: heliófita (planta adaptada ao crescimento em

ambiente aberto ou exposto à luz direta), esciófita (planta adaptada a se desenvolver na

sombra), higrófita (planta adaptada à lugares úmidos), mesófita (planta adaptada a viver em

ambientes com mediana disponibilidade de água) e xerófita (planta adaptada à ambientes

secos ou a períodos de seca mais ou menos prolongado).

3.3.1 Árvores com potencial para o paisagismo

As características das espécies selecionadas para arborização foram obtidas por

consulta em literatura pertinente, como os trabalhos de Sanchotene (1989), Carvalho (1994,

2003, 2006), Lorenzi (1992, 1998), Pilotto (1997, 2003), Backes e Irgang (2002, 2004),

Carauta (2002), Biondi e Althaus (2005) com acréscimo de informações que constam da Flora

Ilustrada Catarinense (REITZ, 1965-1989; REIS, 1989-2006) e estudos realizados na região

sul de Santa Catarina por Citadini-Zanette (1995), Topanotti (1999), Santos; Leal-Filho;

Citadini-Zanette (2003), Martins (2005) e Silva (2006).

Para cada espécie arbórea foi fornecido:

a) Dados de identificação

Família, nome científico e nome popular.

b) Fenologia e biologia reprodutiva

Definido segundo Morellato (1995) como o estudo das fases ou atividades do ciclo

de vida das plantas ou animais e sua ocorrência temporal ao longo do ano. Significa conhecer

40

a disponibilidade de recursos ao longo do ano para os animais que dependem das plantas

como alimento (herbívoros, polinizadores e dispersores). Sua importância é a contribuição

para o entendimento dos ritmos de reprodução e regeneração das plantas e do ciclo de vida de

animais.

1) Estratégia de polinização: processo de transferência do pólen do órgão masculino

ao órgão feminino da flor, que resulta na fertilização do óvulo, e, conseqüentemente, no

desenvolvimento do fruto e da semente. É realizado por agentes chamados polinizadores

representados principalmente pelos insetos (entomofilia), aves (ornitofilia) e por mamíferos,

principalmente, morcegos (quiropterofilia) (MORELLATO, 1995). A classificação das

estratégias de polinização das espécies foi estabelecida segundo as indicações de van der Pijl

(1972) e Faegri e van der Pijl (1979). O período de floração (meses) para cada espécie foi

analisado com base em literatura especializada, principalmente a Flora Ilustrada Catarinense.

2) Estratégia de dispersão: os diásporos podem ser classificados por grupos, de

acordo com as características que definem seu modo de dispersão: a) zoocóricos, quando

possuem características próprias para dispersão por animais (polpa carnosa, semente arilada,

pigmentação); b) anemocóricos, ao apresentar características de dispersão pelo vento (alas e

outros mecanismos de flutuação) e c) autocóricos, quando o diásporo não apresenta

adaptações nítidas para nenhuma das outras formas de dispersão. Neste caso, os diásporos,

podem ser barocóricos (dispersos por gravidade) ou podem ainda, apresentar dispersão

explosiva, conforme descrito por Morellato (1995).

c) Características biológicas

1) Hábito (porte)

Considerou-se árvore as espécies com caule lenhoso, tipo tronco. As palmeiras,

embora apresentem caule do tipo estipe, foram consideradas como árvores. Foram também

acrescidas as árvores constritoras (mata-paus).

Para o enquadramento das árvores com relação ao porte e diâmetro da copa, por falta

de consenso entre diversos autores, seguiu-se os valores constantes na tabela 3.1 e na figura

3.1, baseados em Silva-Junior; Batista; Caldas (2006).

A escolha da árvore, segundo o comportamento das raízes é fator importante na

arborização urbana para se evitar que calçadas e meio-fios rompam ou levantem, bem como

danos causados nos serviços urbanos subterrâneos como redes hidráulicas, elétricas e esgotos

(MILANO; 1984; BIONDI; ALTHAUS, 2005). Para o plantio em calçadas devem ser usadas

41

árvores que possuam raízes profundas e pivotantes. Plantas com raízes superficiais à medida

que crescem podem danificar calçadas e construções (GONÇALVES; PAIVA, 2004).

Tabela 3.1: Característica das árvores quanto ao porte (altura e diâmetro da copa).

Porte Característica

Pequeno Médio Grande

Altura (m) até 6 8 a 10 > 10

Diâmetro da copa (m) até 6 6 a 9 > 9

Figura 3.1: Característica da árvore quanto ao porte (altura e diâmetro da copa).

2) Sistema radicular

O modo de crescimento das raízes (Figura 3.2), baseado em Marchiori (1995), é

definido como: a) pivotante (uma só raiz principal com crescimento vertical em profundidade,

emite raízes secundárias, pouco desenvolvidas), b) fasciculada (ramificada, formando

cabeleira) e c) tabular (desenvolvem-se na superfície e se elevam do solo) será citado quando

essa característica restringir sua indicação para determinadas situações.

Figura 3.2: Característica da árvore quanto ao comportamento das raízes.

42

Complementou-se o sistema radicular com os seguintes tipos: a) superficial (quando

seu desenvolvimento se torna aflorante, junto à superfície do terreno) e b) profundo (quando

seu desenvolvimento não afeta a superfície do terreno).

3) Característica da copa

Forma: segundo Marchiori (1995) apesar da variação inerente ao desenvolvimento até a fase

adulta, e da influência do meio ou da competição em sua modelagem, a forma da copa auxilia

no reconhecimento de numerosas essências florestais. Para o presente estudo a forma da copa

das árvores foi baseada na figura 3.3.

Figura 3.3: Forma da copa das árvores visando sua utilização no paisagismo.

Folhagem (sombreamento): conforme Gonçalves e Paiva (2004), em muitos casos, a

folhagem das árvores constitui o atrativo principal, seja pela ausência de flores vistosas ou

pela beleza natural da folhagem, em razão da tonalidade do verde ou da textura geral da copa.

Para a folhagem, o critério adotado foi baseado na densidade, ou seja: rala, média e densa

(Figura 3.4), visando a seleção das espécies de acordo com o maior ou menor sombreamento

desejado.

Figura 3.4: Folhagem (sombreamento) proporcionada pelas árvores visando sua utilização no paisagismo.

43

Folhagem (persistência das folhas): as árvores foram classificadas de acordo com a

persistência das folhas em: a) caducifólia (copa que fica totalmente desprovida de folhas

durante um período do ano), b) semicaducifólia (copa que fica parcialmente sem folhas,

durante um período do ano) e c) perenifólia (copa que fica coberta permanentemente com

folhas, por todo o ano), conforme demonstrado na figura 3.5.

Figura 3.5: Folhagem (persistência das folhas) visando sua utilização no paisagismo.

d) Possibilidades de utilização para a arborização urbana

Segundo Pilotto (1997) árvores, palmeiras e arbustos formam a categoria de

elementos de composição essencialmente vertical e suas principais funções como elementos

paisagísticos são, primeiramente: formar cortinas vegetais; criar áreas sombreadas, com

espécies de grande porte; delimitar fisicamente áreas, caminhos ou acessos; criar bosques,

parques ou maciços para áreas de lazer, ou de preservação; harmonizar o ambiente construído

com as espécies nativas ornamentais.

As espécies selecionadas para fins de arborização urbana poderão ser utilizadas em:

a) Praças;

b) Parques urbanos;

c) Canteiros centrais de avenidas (aqui considerados como isentos de rede aérea);

d) Arborização de ruas: calçadas estreitas (até 2m), com rede aérea ou sem rede

aérea, calçadas largas (maiores que 2m), com rede aérea ou sem rede aérea (COPEL);

e) Prédios públicos (pequenos espaços e/ou grandes espaços);

f) Estacionamentos;

g) Paisagismo aplicado a grandes áreas. Pilotto (1997) define paisagismo de grandes

áreas a arte de modificar ou de recuperar paisagens de grandes dimensões (o parâmetro é

qualquer local onde possa ser plantada uma quantidade igual ou superior a 100 árvores). Estas

44

grandes áreas oferecem ao projeto paisagístico um elevado grau de liberdade na escolha de

soluções e no desenvolvimento de novas idéias. Para tanto, são utilizadas escalas de grandes

proporções, onde árvores, arbustos e palmeiras têm papel fundamental. Segundo a autora são

três as possibilidades de paisagismo de grandes áreas: 1) áreas totalmente degradadas ou áreas

novas, isentas de vegetação, onde o projeto paisagístico tem total liberdade para criar espaços

livres e áreas plantadas; 2) áreas recuperáveis, onde existe alguma vegetação, no qual projeto

paisagístico deve ser desenvolvido a partir da vegetação existente e 3) áreas densamente

ocupadas pela vegetação: deve ser preservada com a menor interferência possível. A função

do paisagista deve ser organizar maciços, completando com as espécies desejadas, de forma a

criar condições ao homem de conviver neste espaço, interagindo com a natureza.

h) Paisagismo aplicado a pequenos espaços. Para o paisagismo aplicado a áreas de

menores dimensões, como jardins de prédios públicos, devem ser observadas as dimensões da

espécie escolhida que deverá obedecer a afastamento mínimo da área construída, buscando

compatibilidade.

i) Plantio como elemento isolado e/ou em agrupamentos. Os elementos vegetais

podem ser plantados em conjunto (agrupamentos) ou mesmo como elementos isolados.

(PILOTTO, 1997).

Segundo Biondi e Althaus (2005), para haver compatibilidade da árvore na calçada é

necessário que ela apresente as seguintes características: a) sistema radicular pivotante; b)

fuste de aproximadamente 1,80m de altura, requerendo a escolha de espécies com essa

característica ou de mudas com intervenções praticadas no viveiro; c) tamanho e textura de

folhas que não promovam entupimentos; d) isento de espinhos e princípios alérgicos; e) sem

princípios tóxicos; f) boa resistência fitossanitária, quando cultivada no espaço urbano; g)

crescimento rápido; h) possibilidade do uso de frutíferas, evitando-se as espécies de fruto

grande; (i) uso criterioso de arbustos.

e) Detalhes paisagísticos

Segundo Winters (1992):

Paisagismo é filosoficamente uma ciência multidisciplinar que estuda as paisagens naturais e que interfere nestas paisagens, embasada nos conhecimentos da biologia, agronomia e ecologia, e instrumentada com as técnicas da morfologia, fisiologia, taxonomia e patologia vegetal, assim como horticultura e climatologia.

Os detalhes paisagísticos sob a ótica de Pilotto (1997) abrangem a grande variação

das formas, texturas e densidades da vegetação, das tonalidades do verde, do colorido de suas

45

folhas, flores e frutos, e que podem criar, quando corretamente escolhidas; harmonia entre o

ambiente plantado e as estruturas criadas pelo homem.

Para as espécies selecionadas, destinadas à arborização urbana no município, foram

considerados como detalhes paisagísticos relevantes:

a) tronco (aspectos morfológicos, coloração e textura),

b) folhagem (coloração, textura, efeito visual no conjunto),

c) flor/inflorescência (coloração, tamanho, efeito visual da floração) e

d) frutos (coloração, tamanho, efeito visual no conjunto).

3.3 Resultados e Discussão

Compilando-se a lista de espécies arbustivo-arbóreas (Apêndice A) citadas em

levantamentos realizados em três fragmentos de Floresta Ombrófila Densa (Parque Ecológico

Municipal José Milanese, Morro Casagrande e Morro Estevão e Albino), localizados em áreas

de preservação permanente do município de Criciúma, Santa Catarina, originou-se a tabela

3.2, base para a seleção das espécies recomendadas para a arborização no município.

A importância destes fragmentos florestais vêm do fato de representarem as listas

florísticas regionais disponíveis no Herbário CRI. Possuem vegetação bem preservada, com

estádio avançado de regeneração, sendo adequados à pesquisas e programas de educação

ambiental, além de que ficam distantes os três fragmentos entre si, representando diferentes

áreas do município. A relevância do Parque Ecológico está em seu acesso fácil à comunidade

e área plana. O Morro Casagrande localiza-se em área central do município, portanto inserida

no meio urbano e sendo importante para estudos comparativos na arborização urbana. Morros

Estevão e Albino distinguem-se estando localizados em área rural do município, o que atesta

sua relevância.

Foram citadas, como de ocorrência em fragmentos florestais de Criciúma, 220

espécies arbóreas. Destas, Cedrela fissili, Syagrus romanzoffiana, Cecropia glaziovii, Ficus

spp., Matayba elaeagnoides, Inga marginata e Alchornea glandulosa apareceram como de

uso na arborização das praças do município (vide capítulo 1), com reduzido número de

indivíduos. Estes dados confirmam a pouca utilização de espécies regionais nativas que não

estão sendo aproveitadas em função do desconhecimento de suas potencialidades. Mondin

(2006) sugere a utilização racional das espécies nativas, para que haja a diminuição da perda

46

da biodiversidade brasileira pelas invasões biológicas, e também destaca a importância de

torná-las conhecidas as espécies ocorrentes em seu território, criando-se relações culturais de

cada região do país com sua flora de destaque (MONDIN, 2006).

Das espécies citadas na tabela 3.2 foram selecionadas 79 espécies que se

apresentaram com potencial para a arborização urbana no município estando demonstradas

nas tabelas 3.3 e 3.4, com base em seus atributos paisagísticos e ecológicos, de acordo com o

descrito na metodologia.

Tabela 3.2: Árvores da Floresta Ombrófila Densa Submontana citadas em levantamentos florísticos como de ocorrência no município de Criciúma, Santa Catarina. Citando-se: espécie; nome popular; características morfológicas: altura em metros; DAP (diâmetro à altura do peito); Porte: Pequeno (até 6m, Ø copa 6m) ; Médio (8-10m, Ø copa 6-9m); Grande (acima de 10m, Ø copa ≥ 9m); dados fenológicos: época de floração e de frutificação (1 = janeiro, 2 = fevereiro, 3 = março, ..., 12 = dezembro).

Características morfológicas Fenologia

Altura (m) Espécie Nome popular

FIC[1] Local[2] DAP[3]

(cm) Porte[4] Flor Fruto

Allophylus edulis Chal-chal 10 5 8 Pequeno 10-12 12-2

Aegiphila sellowiana Tamanqueiro 4-7 6 7 Pequeno 12-1 2-4

Clethra scabra Carne-de-vaca 6 5 15-20 Pequeno 12-2 5-7

Cordia ecalyculata Louro-salgueiro 20 2 30 Pequeno 10-01 1-3

Esenbeckia grandiflora Canela-de-cutia 4-7 6 5 Pequeno 11-1 6-8

Geonoma gamiova Geonoma, palha 4 4 - Pequeno 9-2 2-8

Garcinia gardneriana Bacopari 7 8 8 Pequeno 8-11 12-5

Eugenia hiemalis Guamirim 10 3,5 - Pequeno 3-4 10-12

Myrcia hebepetala - 5 7 6 Pequeno 11-3

Myrcia palustris Guamirim 7 5 7 Pequeno 10-1 3-5

Ficus adhatodaefolia Figueira 22[5] 6 12 Pequeno 7-9 1-2

Ouratea parviflora Batiputá 5 5 7 Pequeno 1-10 4-10

Rollinia sylvatica Cortiça 10[5] 3 - Pequeno 9-12 1-4

Tabernaemontana catharinensis Jasmim 10 6 10 Pequeno 8-12 10

Campomanesia xanthocarpa Gabirobeira 15-20 8 10 Médio 9-11 10-12

Cecropia pachystachya Embaúba 7 - 25 Médio 8-10 5-6

Cordia trichotoma Louro, louro-pardo 20-30 8 5 Médio 1-3 4-5

Erythroxylum deciduum Cocão 4-8 - 20-35 Médio 8-1 9-2

Eugenia beaurepaireana Ingabaú 10-15 8 10 Médio 3-12 8-10

Eugenia handroana Guamirim 5-15 9 7 Médio 9-10 5-6

Eugenia multicostata Pau-alazão 20-30 7 6 Médio 7-1 10-11

Euterpe edulis Palmiteiro 20 8 11 Médio 10-11 3-6

47

Características morfológicas Fenologia

Altura (m) Espécie Nome popular

FIC[1] Local[2] DAP[3]

(cm) Porte[4] Flor Fruto

Guarea macrophylla Pau-d’arco Até 10 8 27 Médio 6-12 6-12

Inga marginata Ingá-feijão 15 8 8 Médio 10-02 3-5

Jacaranda puberula Carobinha 4-7 10 8 Médio 8-9 2-3

Lamanonia ternata Guaperê 15 8 6 Médio 10-12 6-8

Luehea divaricata Açoita-cavalo 25 10 8 Médio 12-2 5-8

Margaritaria nobilis Figueirinha 10 - 40-70 Médio 8-9 12

Myrcia glabra Uvá 15-25 9 9 Médio 11-5 4-7

Myrcia tijucensis Guamirim 15 8 10 Médio 12-3 18-11

Pera glabrata Seca-ligeiro 5-15 10 14 Médio 11-3 10-1

Aiouea saligna Canela-sebo 7-15 11 32 Grande 1-4 2-4

Alchornea triplinervia Tanheiro 20-35 20 45 Grande 10-3 4-8

Aniba firmula Canela-de-cheiro 15-20 15 36 Grande 9-11 1-3

Annona cacans Araticum-cagão 25[5] 16 24 Grande 9-12 12-5

Aspidosperma parvifolium Peroba-vermelha 3-30 20 76 Grande 10-1 7-8

Byrsonima ligustrifolia Baga-de-pomba SI 16 32 Grande 11-12 1-5

Cabralea canjerana Canjerana 25-30 16 80 Grande 9-3 6-12

Campomanesia guazumifolia Sete-capotes 8-12 - 20-30 Grande 10-12 2

Casearia sylvestris Chá-de-bugre 5-15 14 26 Grande 7-10 9-12

Casearia decandra guassatonga 18 15 7 Grande 9-11 12-2

Cecropia glaziovii Embaúba 155 18 33 Grande 8-12 11-2

Cedrela fissilis Cedro 35 17 32 Grande 8-9 6-8

Citharexylum myrianthum Tucaneira 20[5] 15 33 Grande 10-12 1-3

Coutarea hexandra Quina 12 - 25 Grande 7-8 9-10

Cupania vernalis Camboatá-vermelho 6-25 18 56 Grande 4-8 8-12

Cybistax antisyphilitica Ipê-verde 6-12 - 30-40 Grande 12-3 5-10

Duguetia lanceolata Pindaíba 20 17 40 Grande 10-11 3-5

Endlicheria paniculata Canela-burra 5-10 13 14 Grande 1-3 5-7

Ficus enormis Figueira 20[5] - 100 Grande 8-10 12-1

Ficus insípida Figueira-purgante 20[5] - 45-70 Grande 7-9 10-1

Ficus luschnathiana Gameleira-vermelha 30[5] 15 100 Grande 8-9 12-1

Hirtella hebeclada Cinzeiro 15 10 13 Grande 9-10 1-3

Ilex paraguariensis Erva-mate 15 16 28 Grande 10-12 1-3

Inga sessilis Ingá-macaco 25 16 19 Grande 2-9 6-1

Inga vera Ingá-banana 15 13 7 Grande 2-9 6-1

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Características morfológicas Fenologia

Altura (m) Espécie Nome popular

FIC[1] Local[2] DAP[3]

(cm) Porte[4] Flor Fruto

Jacaranda micrantha Caroba 10-20 15 40 Grande 10-12 7-9

Lafoensia vandelliana Dedaleiro 20 - 30 Grande 11-1 2-6

Lonchocarpus campestris Rabo-de-trigo 20[5] - - Grande 10-12 6-7

Machaerium stipitatum Marmeleiro-do-mato 10-20 - 40-50 Grande 2-4 9-10

Maclura tinctoria Tajuva 37[5] 16 42 Grande 9-10 1-2

Magnolia ovata Baguaçú 25-30 18 41 Grande 8-1 7-12

Marlierea parviflora Goiabeira-do-campo 15-20 - 30-50 Grande 10-12 12

Matayba guianensis Camboatá-branco 25 17 65 Grande 9-11 12-1

Meliosma sellowii Pau-fernandes 11 17 34 Grande 9-10 7-8

Myrcia brasiliensis Guamirim 15 12 18 Grande 12 3-6

Myrcia richardiana Ingabaú 10-20 13 16 Grande 12 3

Myrcia splendens Guamirim-da-folha-miuda 6 14 20 Grande 11-12 1-3

Myrsine coriacea Capororoca 20[5] 12 10 Grande 5-6 10-12

Myrsine umbellata Caporocão 20[5] 12 48 Grande 12-1 3-12

Nectandra lanceolata Canela-amarela 25 - 50 Grande 8-4 10-3

Nectandra megapotamica Canela-imbuia 15-25 26 40-80 Grande 8-10 12-4

Nectandra rígida Canela-ferrugem 30 17 39 Grande 1-3 6-8

Ocotea odorífera Canela-sassafrás 25[5] 14 66 Grande 12-2 4-6

Ocotea puberula Canela-guaica 25[5] 17 58 Grande 3-10 11-4

Ormosia arborea Angelim-ripa 20[5] - 70 Grande 10-11 9-10

Pseudobombax grandiflorum Embiruçú 25[5] 16 37 Grande 6-9 9-10

Pouteria gardneriana Aguaí-guaçú 10-15 15 12 Grande 11-12 -

Rollinia sericea Cortiça 15[5] 15 37 Grande 9-3 11-3

Schefflera morototoni Caixeta, morototó 30[5] 16 37 Grande 11-5 7-10

Sloanea monosperma Carrapicheira 10-20 16 39 Grande 8-9 11-12

Syagrus romanzoffiana Jerivá 20 12 32 Grande 9-2 2-8

Xylopia brasiliensis pindaíba 10-30 13 17 Grande 11-1 9-11 1Citado na Flora Ilustrada Catarinense (FIC). 2Altura máxima, 3Diâmetro máximo e 4Porte com base na altura máxima dos indivíduos amostrados nos levantamentos realizados no município de Criciúma, Santa Catarina. 5De acordo com Backes e Irgang (2002, 2004).

Em Criciúma, como na maior parte das cidades brasileiras, a indicação de espécies

nativas é limitada, e carece de dados do comportamento da espécie quando utilizada fora de

sua condição natural. Para Biondi e Althaus (2005) a arborização de ruas está inserida num

ecossistema ainda desconhecido e sabe-se muito pouco sobre o comportamento de espécies

49

neste meio. É preciso adaptação ao meio urbano. Somado à este fator temos que nossas

cidades não dispõem de dados sobre de cultivo e desenvolvimento das escassas espécies

nativas presentes o meio urbano, para fins de subsídio ao plantio e manutenção.

Para Biondi e Althaus (2005), muitas vezes a espécie introduzida assume um

comportamento que foge dos padrões esperados, observado no meio natural, como a forma da

copa, o desenvolvimento das raízes e a susceptibilidade a pragas, doenças e poluição. Quanto

a forma da copa, observa-se que no ambiente natural a competição com outras espécies

condiciona uma forma diferente da árvore plantada na rua, ou até mesmo em praças

(BIONDI; ALTHAUS, 2005). Lorenzi (1998) acrescenta que difere a forma das árvores que

cresceram isoladamente. As árvores que crescem dentro da mata geralmente são mais altas e

têm copa mais estreita e elevada, normalmente muito diferente da apresentada pelos

indivíduos isolados.

50

Tabela 3.3: Detalhes paisagísticos das espécies citadas em levantamentos florísticos realizados no município de Criciúma, Santa Catarina.

Detalhes paisagísticos

Copa Espécie Flor

Folhagem Forma Sombra Observações

Possibilidade de uso

PRAÇAS, PARQUES URBANOS, CANTEIRO CENTRAL DE AVENIDAS

Aegiphila

sellowiana

Branca Caducifólia arredondada média Fuste curto de casca cinzenta muito fissurada longitudinalmente. Folhas grandes verde-claras, flores brancas, frutos vermelhos de grande efeito ornamental.

Arborização de ruas, calçadas estreitas com rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), paisagismo em pequenos espaços, plantio como elemento isolado ou em agrupamentos.

Allophylus edulis Branca Perenifólia arredondada densa Intensa floração branca. Frutos vermelhos contrastam com folhagem verde-escura da copa.

Arborização de ruas, calçadas estreitas com ou sem rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), paisagismo em pequenos espaços, plantio como elemento isolado ou em agrupamentos.

Clethra scabra Branca Semicaducifólia Arredondada densa Fuste curto com casca cinzenta, levemente fissurada. Copa pequena bastante densa, com folhas discolores, verde-escuras na face superior e acinzentadas na face inferior. Inflorescências em longos cachos salientes (12-16cm).

Arborização de ruas, calçadas largas com ou sem rede aérea, prédios públicos, estacionamentos, paisagismo aplicado a pequenos espaços, plantio como elemento isolado como também em agrupamentos.

Cordia ecalyculata branca Perenifólia umbela média Folhas verde-escuras, lisas e pendentes. Frutos vermelhos ornamentais em contraste com a copa verde-escura.

Arborização de ruas, calçadas largas com ou sem rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), paisagismo aplicado a pequenos espaços, plantio como elemento isolado.

Esenbeckia

grandiflora

Branco-esverdeada

perenifólia alongada média Árvore pequena de tronco fino com casca áspera e escura. Copa pequena e alongada provida de folhagem verde-escura.

Arborização de ruas, calçadas estreitas com ou sem rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), permite paisagismo em pequenos espaços, plantio como elemento isolado ou em agrupamentos.

Eugenia hiemalis Bicolor (branca e

bordô)

perenifólia irregular rala Tronco liso e cinzento. Flores perfumadas, bicolores, manchadas. Frutos pequenos, bagas oblongas, brilhantes, cor de vinho.

Prédios públicos (pequenos espaços), paisagismo aplicado a pequenos espaços, canteiros pequenos, plantio como elemento isolado e em agrupamentos.

Myrcia hebepetala branca perenifólia irregular média Pequena árvore de copa pequena com folhas discolores, face superior verde e face inferior marrom, muito ásperas. Floração expressiva. Frutos globosos, pequenos, vermelhos.

Prédios públicos (pequenos espaços), plantio como elemento isolado.

Myrcia palustris branca perenifólia arredondada densa Árvore pequena com ramagem ereta e rija formando copa fechada, alongado-arredondada. Folhas discolores verdes na face superior e claras na face inferior. Intensa floração repleta

Prédios públicos (pequenos espaços), permite paisagismo em pequenos espaços, canteiros pequenos, plantio isolado ou em agrupamentos.

51

Detalhes paisagísticos

Copa Espécie Flor

Folhagem Forma Sombra Observações

Possibilidade de uso

de flores brancas seguida de intensa frutificação com pequenos frutinhos escuros.

Ouratea parviflora amarela perenifólia arredondada media Árvore pequena, muito ornamental pela intensa floração amarela que contrasta com a folhagem verde-escura luzente da copa.

Arborização de ruas, calçadas estreitas com ou sem rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), paisagismo em pequenos espaços, plantio como elemento isolado eu em agrupamentos.

Luehea divaricata branca caducifólia arredondada densa Tronco de casca escura e fissurada longitudinalmente. Copa densa com folhagem verde-escura.

Arborização de ruas, calçadas largas sem rede aérea, prédios públicos (grandes espaços), plantio como elemento isolado.

Tabernaemontana

catharinensis

branca perenifólia irregular rala Pequena árvore de folhas elípticas amarelo-esverdeadas. Flores brancas torcidas e perfumadas. Frutos verrucosos, alaranjados em forma de meia lua, sementes com arilo alaranjado.

Prédios públicos (pequenos espaços), paisagismo aplicado a pequenos espaços, permite plantio em agrupamentos.

Aiouea saligna creme perenifólia irregular densa Copa ampla com folhagem verde-amarelada. Frutos bagas lisas verdes.

Parques urbanos, paisagismo aplicado a grandes espaços, plantio como elemento isolado.

Alchornea

glandulosa esverdeadas perenifólia umbela densa Fuste curto e tortuoso com casca acinzentado-escura,

descamando em grandes placas. Folhagem pendente, verde-clara e copa densa que proporciona ótima sombra.

Prédios públicos (grandes espaços), estacionamento, paisagismo aplicado a grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Campomanesia

guazumifolia branca semicaducifólia arredondada média Tronco tortuoso com casca cinzenta descamante em lâminas.

Folhas rugosas verde-fosca característica. Flores solitárias, brancas, ornamentais. Frutos globosos, amarelados.

Arborização de ruas, calçadas estreitas com rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), plantio como elemento isolado ou em agrupamentos.

Casearia decandra Branco-esverdeadas

caducifólia arredondada rala Fuste curto, reto com casca marrom, áspera, fendilhada. Folhagem verde-clara. Intensa floração branca, perfumada. Fruto globoso, castanho-alaranjado.

Arborização de ruas, calçadas estreitas com rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), permite plantio em agrupamento.

Casearia sylvestris Branco-amareladas

perenifólia arredondada densa Fuste curto com casca cinza-escura, fissurada com escamas pequenas. Copa densa com folhagem verde-escura

Arborização de ruas, calçadas estreitas com rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), estacionamento, permite plantio em agrupamentos.

Coutarea hexandra branco-rosada perenifólia arredondada densa Fuste curto, casca fina, áspera, parda. Flores grandes (6cm), tubulosas, rosadas. Copa fechada com folhagem verde-escura.

Arborização de ruas, calçadas estreitas com ou sem rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), estacionamentos, plantio como elemento isolado.

Cybistax

antisyphilitica

Verde-amarelada

decidua alongada rala Árvore esbelta, fuste longo com copa estreita, flores esverdeadas.

Arborização de ruas, calçadas estreitas com ou sem rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), paisagismo em pequenos espaços, plantio como elemento isolado.

52

Detalhes paisagísticos

Copa Espécie Flor

Folhagem Forma Sombra Observações

Possibilidade de uso

Erythroxylum

deciduum

amareladas caducifólia arredondada média Fuste curto e cilíndrico com casca grossa, castanha, fissurada. Inflorescências com flolres amareladas, perfumadas. Frutos vermelho-brilhantes, contrastam com a copa.

Arborização de ruas, calçadas estreitas com ou sem rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), permite plantio em agrupamentos.

Hirtella hebeclada branca até violácea

perenifólia umbela densa Fuste retilíneo com casca fina, áspera, acinzentada. Copa densa e larga com folhagem verde-escura intensa. Fruto drupa negra. Fornece boa sombra.

Arborização de ruas, calçadas largas sem rede aérea, prédios públicos (grandes espaços), estacionamento, paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Inga marginata branca perenifólia arredondada densa Copa densa com folhagem verde-escura. Intensa floração branca. Flores com estames brancos em forma de pincel.

Prédios públicos (grandes espaços), estacionamento, paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado e também em agrupamentos.

Ilex paraguariensi branca perenifólia alongada densa Fuste curto. Copa densa com folhas duras, verde-escuras de margem denteada. Frutos esféricos, vermelhos.

Arborização de ruas, calçadas largas sem rede aérea, prédios públicos (grandes espaços), estacionamentos, paisagismo aplicado a grandes áreas; plantio como elemento isolado.

Jacaranda puberula roxa caducifolia arredondada rala Fustes longos com casca acinzentada, copa pequena. Flores roxas, grandes e tubulosas.

Arborização de ruas, calçadas estreitas com ou sem rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), paisagismo aplicado a pequenos espaços, plantio como elemento isolado e também em agrupamentos.

Lafoensia

vandeliana

creme-amarelada

perenifólia arredondada densa Fuste curto com casca rugosa, cinzenta. Flores ornamentais em forma de dedal.

Arborização de ruas, calçadas largas sem rede aérea, prédios públicos (grandes espaços), estacionamentos, paisagismo aplicado a grandes espaços, plantio como elemento isolado.

Lonchocarpus

campestris

branca perenifólia arredondada densa Fuste longo e esbelto com casca rugosa, cinzenta e descamante em pequenas placas. Copa pequena. Sua intensa floração branca contrasta com a folhagem escura de textura delicada.

Arborização de ruas, calçadas largas sem rede aérea, prédios públicos (grandes espaços), estacionamentos, paisagismo aplicado à grandes espaços, plantio como elemento isolado.

Margaritaria nobilis - - globosa média Fuste reto e cilíndrico com casca rugosa, acinzentada. Copa larga com folhagem brilhante. Fruto cápsula globosa, verde-amarelados.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Myrcia brasiliensis branca perenifólia umbela densa Fuste reto com casca grossa, escura e escamante. Copa com densa ramagem de folhas verde-luzentes onde sobressaem inflorescências em abundantes cachos vistosos. Fruto globoso, pequeno, roxo-escuro.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado a grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Myrcia splendens branca perenifólia arredondada densa Fuste reto, delgado, com casca pouco rugosa. Intensa floração Arborização de ruas, calçadas estreitas com rede

53

Detalhes paisagísticos

Copa Espécie Flor

Folhagem Forma Sombra Observações

Possibilidade de uso

branca. Copa com ramos e folhas pendentes, verde-luzentes. aérea, prédios públicos (pequenos espaços), paisagismo aplicado a pequenos espaços, plantio como elemento isolado.

Myrcia tijucensis branca perenifólia umbela densa Árvore esbelta de fuste reto e cilíndrico com casca fina e rugosa cinza-clara. Copa densa. Frutos globosos, escuros.

Prédio públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Myrsine coriacea amarelo-esverdeada

perenifólia elíptica média Folhagem de coloração ferrugínea. Arborização de ruas, calçadas estreitas com rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), plantio como elemento isolado ou em agrupamentos.

Myrsine umbellata amarelo-esverdeada

perenifólia alongada densa Fustes curtos e retos com casca cinzento-esverdeadas, grossa e verrugosa. Copa densa com folhas coriáceas, verde-escuras brilhantes. Frutos pequenos, esféricos, roxos.

Arborização de ruas, calçadas largas sem rede aérea, prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado como também em agrupamentos.

Nectandra

megapotamica

branco-amarelada

perenifólia arredondada densa Fuste toruoso com casca castanho-acinzentada com placas descamantes. Copa globosa, densa, verde-escura com folhas pendentes. Frutos castanhos.

Prédios públicos (grandes espaços), estacionamentos, paisagismo aplicado à grandes espaços, plantio como elemento isolado.

Ocotea puberula creme perenifólia alongada densa Fustes altos e retos com casca castanha. Folhas verde-escuras, onduladas. Fruto drupa, globoso, quase negro contrasta com pedicelo vermelho.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado e também em agrupamentos.

Ormosia arborea rosada perenifólia arredondada densa Sementes ornamentais, grandes, bicolores, preta com manchas alaranjadas, simulando um olho. Copa ampla proporciona ótima sombra.

Prédios públicos (grandes espaços), estacionamento, paisagismo aplicado a grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Pera glabrata - perenifólia arredondada densa A árvore possui copa densa que proporciona ótima sombra. Folhas discolores verde face superior e avermelhada embaixo.

Prédios públicos (grandes espaços), estacionamento, paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Pouteria

gardneriana

- perenifólia umbela média Fuste curto. Copa ampla com folhas compridas, verde-amareladas, brilhantes.

Arborização de ruas, calçadas estreitas com rede aérea, prédios públicos (pequenos espaços), permite paisagismo em pequenos espaços, plantio como elemento isolado ou em agrupamentos.

Syagrus

romanzoffiana

amarelada perenifólia - rala Palmeira com estipe isolado, liso, com cicatrizes foliares. Folhas arqueadas. Inflorescência de até 1m de comprimento. Fruto globoso, amarelo.

Arborização de ruas, calçadas largas sem rede aérea, prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado a grandes áreas, plantio como elemento isolado.

PRAÇAS E PARQUES URBANOS

Geonoma gamiova - - - rala Palmeira com estipe isolado, fino e anelado. Folhas grandes. Prédios públicos (pequenos epaços), apropriada

54

Detalhes paisagísticos

Copa Espécie Flor

Folhagem Forma Sombra Observações

Possibilidade de uso

Frutos pequenos, globosos, pretos. Espécie tolerante à sombra. aos ambientes urbanos com luz difusa ou pouca luminosidade.

Garcinia

gardneriana

branco-esverdeada

perenifólia alongada - Frutos elípticos, amarelos, ornamentais. Espécie esciófita, pode ser plantada sob outras árvores em ambientes urbanos com pouca luminosidade.

Pequenos espaços, plantio como elemento isolado.

Byrsonima

ligustrifolia

vermelha perenifólia irregular média Folhagem delicada, verde-clara. Frutos esféricos, esverdeados. Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Cabralea canjerana branca perenifólia arredondada densa Folhagem verde-escura luzente. Frutos ornamentais de coloração vermelha.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Cecropia glaziovii - perenifólia arredondada rala Fuste longo, copa pequena, casca fina e cinzenta. Folhas discolores.

Prédios públicos (pequenos espaços), plantio como elemento isolado ou em agrupamentos.

Cecropia

pachystachya

- perenifólia arredondada rala Fuste médio, copa aberta com casca lisa, cinzenta. Folhas disclolores, verdes em cima e branco-prateado na face inferior. Infrutescências em forma de dedos.

Prédios públicos (pequenos espaços), plantio como elemento isolado ou em agrupamentos.

Cedrela fissilis amarelada caducifólia umbela a arredondada

média Tronco com casca grossa, cinzento-castanha com fissuras longitudinais. Frutos ornamentais em forma de flor de madeira.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Citharexylum

myrianthum

branca caducifólia umbela média Fuste curto, casca marrom. Copa de folhagem pendente com intensa floração branca. Frutos ornamentais, vermelhos, que recobrem a copa. Prefere solos úmidos.

Prédios públicos (pequenos espaços), paisagismo aplicado à áreas urbanas com lençol freático superficial.

Cordia trichotoma branca caducifólia alongada

media Fuste retilíneo com casca cinzenta, fissurada longitudinalmente; copa pequena; intensa floração branca em contraste com as folhas discolores, verde-escura em cima e prateada embaixo.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado a grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Ficus

adhatodaefolia - perenifólia espalhada densa Fustes curtos e casca lisa. Copa larga, com folhagem verde-

clara, proporcionando boa sombra. Planta lactescente. Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Cupania vernalis branco-amarelada

perenifólia arredondada densa Fuste curto com casca cinzenta. Copa ampla proporcionando boa sombra. Folhas discolores de bordo serrado

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Eugenia handroana branca perenifólia arredondada densa Copa espessa com folhagem verde-escura, flores brancas, perfumadas, densamente aglomeradas nos ramos. Frutos alongados, roxo-escuros.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

55

Detalhes paisagísticos

Copa Espécie Flor

Folhagem Forma Sombra Observações

Possibilidade de uso

Eugenia

multicostata branca perenifólia elítpica

vertical densa Tronco liso com casca avermelhada ou mulata, muito

característica. Folhas grandes intensamente verdes. Frutos grandes, vermelhos e sulcados, semelhantes aos da pitanga.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Ficus luschnatiana - caducifólia espalhada densa Fuste curto, copa ampla quando crescendo isoladamente, com folhagem verde-escura, fornece boa sombra. Planta lactescente. Raízes tabulares, quase superficiais, necessita espaço amplo.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Guarea

macrophylla

branca perenifólia arredondada média Tronco curto, casca áspera, marrom. Folhas grandes, verde-escuras. Frutos cápsulas vermelhas. Espécie de luz difusa, pode ser plantada sob outras árvores em ambientes urbanos sombrios.

Prédios públicos (grandes espaços), plantio como elemento isolado.

Euterpe edulis amarela perenifólia - rala Palmeira com estipe longo e fino, folhas pinadas recurvadas, frutos esféricos escuros. Muito ornamental. Espécie esciófita, podendo ser plantada sob outras árvores em ambientes urbanos com pouca luminosidade.

Prédios públicos (pequenos espaços), permite paisagismo em pequenos espaços, plantio como elemento isolado e também em agrupamentos.

Ficus enormis - perenifólia espalhada densa Copa larga, proporciona boa sombra. Tronco escultural com raízes tabulares, superficiais. Planta lactescente. Necessita amplo espaço e afastamento de construções.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Ficus insipida - perenifólia arredondada densa Copa arredondada, tronco de dimensões menores e raízes pouco superficiais. Folhas coriáceas. Planta lactescente. Prefere terrenos húmidos e alagadiços.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Inga vera branca perenifólia arredondada densa Grandes flores brancas de até 3cm, estames em pincel.Frutos vagens amareladas, achatadas.

Prédios públicos (grandes espaços), estacionamento, paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado como também em agrupamentos.

Inga sessilis branca perenifólia elíptica-horizontal

média Tronco liso, com casca marrom- acinzentada. Copa ampla fornece boa sombra. Inflorescências em cachos com grandes flores brancas de 2,5cm com estames vistosos. Frutos (vagem) curvos, grandes, à semelhança de uma ferradura.

Prédios públicos (grandes espaços), estacionamento, paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado como também em agrupamentos.

Lamanonia ternata branca semicaducifólia leque média Fuste curto com casca castanha fendilhada. Árvore muito ornamental quando em flor.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado a grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Machaerium

stipitatum

branca semicaducifólia alongada densa Árvore muito ornamental por sua copa cônica com ramos pendentes de folhagem verde-clara.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Meliosma sellowii branca perenifólia alongada média Tronco curto e cilíndrico com casca áspera, rugosa, de cor Prédios públicos (grandes espaços), plantio como

56

Detalhes paisagísticos

Copa Espécie Flor

Folhagem Forma Sombra Observações

Possibilidade de uso

parda. Copa alongada com folhagem verde, brilhante. Abundantes frutos grandes, globosos, amarelados. Tolerante à sombra.

elemento isolado.

Myrcia glabra branca perenifólia arredondada densa Tronco reto com casca descamante. Folhagem abundante com folhas cartáceas, verde-luzente, formando copa escura e fechada. Fruto pequeno, globoso, escuro.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado a grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Myrcia richardiana branca perenifólia arredondada densa Árvore esbelta de tronco bastante reto e copa pequena. Folhagem verde-opaca. Fruto pequeno, roxo-escuro.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Marlierea

parviflora

branca perenifólia arredondada densa Fuste reto ou levemente tortuoso com casca cinza-clara, descamante. Copa densa com folhagem verde-luzente. Ffruto pequeno, globoso, escuro.

Prédio públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Nectandra

oppositifolia branca perenifólia arredondada densa Fuste reto com casca lisa, cinzenta. Copa ampla com folhagem

de coloração ferrugínea. Contraste da floração branca com a copa.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes espaços, plantio como elemento isolado.

Pseudobombax

grandiflorum

branca caducifólia alongada média Tronco reto, verde quando jovem. Folhas grandes, digitadas, vermelhas quando novas, tornam-se verde-escuras. Flores grandes, brancas, com filetes dos estames em forma de pincel. Os frutos geram paina branca.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Sloanea

monosperma

amareladas perenifólia espalhada densa Árvore que atinge um grande porte, de casca escura e rugosa, folhagem verde-escura. Possui raízes tabulares que exigem grande área livre em torno da muda, com afastamento das construções. A árvore proporciona ótima sombra.

Estacionamentos, paisagismo aplicado a grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Magnolia ovata branca perenifólia alongada densa Grandes flores brancas. Fruto semelhante a uma pinha, com sementes de arilo vermelho.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Matayba

elaeagnoides branca perenifólia arredondada densa Fuste curto, casca cinzenta, áspera com fissuras. Copa ampla,

proporcionando boa sombra Prédios públicos (grandes espaços), estacionamento, paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Xylopia brasiliensis rosa perenifólia arredondada média Fuste reto. Notavelmente ornamental por sua folhagem delicada e pendente e suas flores róseas.

Prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

PARQUES URBANOS

Aniba firmula amarela perenifólia arredondada rala Fuste reto e cilíndrico com casca lisa, cinzenta, aromática. Copa com folhagem esparsa, verde-clara-amarelada. Espécie

Parques urbanos, paisagismo aplicado à grandes espaços, plantio como elemento isolado.

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Detalhes paisagísticos

Copa Espécie Flor

Folhagem Forma Sombra Observações

Possibilidade de uso

esciófita, tolera sombra.

Annona cacans avermelhada semicaducifolia arredondada densa Fuste reto e cilíndrico, grandes frutos verde-amarelados em forma de coração.

Parques urbanos, paisagismo aplicado à grandes espaços, plantio como elemento isolado.

Aspidosperma

parvifolium Verde-

amareladas perenifólia alongada média Árvore de grande porte. Fuste reto e longo de casca grossa

cinzento-clara, com fissuras profundas longitudinais. Folhas discolores, cinza-clara na face inferior.

Parques urbanos, paisagismo aplicado a grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Campomanesia

xanthocarpa branca semicaducifólia arredondada densa Tronco levemente tortuoso com caneluras na base, exigindo

grande área livre em torno da muda, com afastamento de construções. Folhas discolores verde-escuras na face superior e verde-claras na nferior. Frutos globosos, amarelos, comestíveis.

Parques urbanos, prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Rollinia sylvatica amarela perenifólia arredondada média Fuste curto com casca rugosa e castanha. Frutos de cor amarelada que se destacam na copa com folhagem verde intenso.

Parques urbanos, paisagismo aplicado a grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Schefflera

morototonii

Creme perenifólia umbela densa Árvore de grande porte, elegante, tronco retilíneo com casca lisa acinzentada, folhas digitadas grandes e discolores, frutos esféricos roxo-escuros.

Parques urbanos, paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Duguetia lanceolata Marrom claro perenifólia arredondada densa Fuste reto com casca castanho-acinzentada. Copa densa. Fruto oval, grande (ø 6cm), avermelhado.

Parques urbanos, paisagismo aplicado a grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Endlicheria

paniculata

creme perenifólia irregular rala Tronco tortuoso, casca rugosa castanho-escura. Copa rala com folhagem verde-escura, inflorescencias panículas com flores perfumadas. Fruto baga roxa com cúpula vermelha.

Parques urbanos, paisagismo aplicado a grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Eugenia

beaurepaireana branca perenifólia arredondada densa Árvore esbelta com tronco bastante reto e cilíndrico, casca

reticulada, cinza-clara. Frutos amarelos rugosos. Parques urbanos, prédios públicos (grandes espaços), paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Maclura tinctoria creme perenifólia espalhada densa Copa ampla que fornece boa sombra. Planta lactescente. Contém espinhos. Frutos semelhantes à amoras, verde-amarelados.

Parques urbanos, paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

Nectandra

lanceolata

branca perenifólia alongada densa Fuste reto com casca áspera, marrom, aromática Copa larga, densa, com folhas discolores verde-escura na face superior e ferrugíneo-amareladas na face inferior. Intensa floração branca contrasta com a copa.

Parques urbanos, paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado bem como em agrupamentos.

Ocotea odorifera branco-amarelada

perenifólia arredondada densa Copa globosa com folhagem verde luzente. Espécie aromática (tronco e folhas).

Parques urbanos, paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

58

Detalhes paisagísticos

Copa Espécie Flor

Folhagem Forma Sombra Observações

Possibilidade de uso

Rollinia sericea amarelada caducifólia arredondada densa Fuste curto com casca escura e fissurada. Copa densa com folhas verde-claro. Frutos verde-amarelados com muitas escamas.

Parques urbanos, paisagismo aplicado à grandes áreas, plantio como elemento isolado.

59

Recomenda-se o plantio das espécies de Ficus sp. em grandes espaços e em locais

onde não interfira nas redes de distribuição elétrica e/ou telefônica, quer em logradouros

públicos como em áreas particulares, devido ao seu porte, sistema radicular e copa de

avantajadas dimensões (SANCHOTENE, 1989).

As canelas são pouco utilizadas em projetos de tratamento paisagístico. As

características que apresentam permitem recomendá-las para utilização na arborização urbana,

devendo ser tentado inicialmente compondo a vegetação de praças e parques. A autora aponta

Nectandra rigida sendo pouco utilizada em projetos de paisagismo, apesar de sua fácil

multiplicação. Pode ser implantada em praças, parques e jardins, bem como em calçadas

largas onde não haja rede de distribuição de energia elétrica e/ou telefônica, observando-se

que deve receber leve proteção contra insolação excessiva e ventos fortes (SANCHOTENE,

1989).

As espécies da família Annonaceae foram indicadas neste estudo apenas para uso em

parques urbanos, devido ao tamanho grande e peso dos frutos, por isto não são recomendados

para plantio em praças e ruas.

Foram incluídas espécies pertencentes ao sub-bosque, portanto que apresentam

comportamento diferenciado quanto a tolerância à luminosidade, aumentando desta forma as

possibilidades de compor novos ambientes.

Quanto ao fator altura, as árvores encontradas em levantamentos de remanescentes

da cidade de Criciúma apresentam alturas elevadas. Na maioria das cidades onde o espaço

para as árvores é reduzido, é preciso haver compatibilização dos espaços. Por esta razão,

utilizam-se árvores de porte médio ou pequeno. Cabe ressaltar que para Seitz (1997) árvores

para cumprirem sua função ambiental no meio urbano devem ser de grande porte.

3.4 Conclusão

Criciúma não possui inventário quali-quantitativo de sua arborização viária e são

poucos os estudos disponíveis de seus fragmentos florestais, enfocando a utilização das

espécies nativas no meio urbano.

A análise de 82 espécies arbóreas nativas realizada a partir de levantamentos em três

fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Submontana, no município de Criciúma, SC,

levando em conta suas potencialidades ecológicas e paisagísticas teve como finalidade

60

subsidiar futuros projetos de arborização. A partir das informações obtidas foi possível

elaborar tabela enfatizando as possibilidades de uso de forma a facilitar o acesso de dados que

contribuam para melhor planejamento e qualidade da arborização.

Pelo exposto sugere-se:

a) criação de Plano Municipal de Arborização Urbana para Criciúma, em função

do zoneamento da cidade, considerando-se as características de cada local,

fluxo de pessoas e de veículos, largura de calçadas e ruas além de outros

parâmetros tais como relevo e riqueza da flora local;

b) incentivar o plantio de árvores ao longo das vias públicas dando preferência

às espécies nativas, visando reduzir a elevada proporção atualmente

observada de espécies alóctones;

c) realizar inventário quali-quantitativo da arborização viária no município;

d) gerar banco de dados local pela observação e monitoramento da arborização

pública.

Somados aos esforços acima citados faz-se necessário um programa efetivo de

Educação Ambiental, buscando a importante participação comunitária e contribuindo para a

conscientização da importância da arborização aos munícipes.

3.5 Referências

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66

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A arborização urbana, em virtude dos múltiplos benefícios que proporciona ao meio,

tem influência direta sobre o bem estar do homem e é considerada indicativa de qualidade

ambiental urbana.

Em sua grande maioria, as cidades brasileiras estão passando por um período de

acentuada urbanização, fato este que reflete negativamente na qualidade de vida de seus

moradores. A falta de planejamento, que considere os elementos naturais, é um agravante para

esta situação. Além do empobrecimento da paisagem urbana, são inúmeros e de diferentes

amplitudes os problemas que podem ocorrer, em virtude da interdependência dos múltiplos

subsistemas que coexistem numa cidade (LOBODA; DE ANGELIS, 2005).

A análise da vegetação das praças amostradas de Criciúma revela certa

homogeneidade de espécies, resultante do pequeno número de espécies nativas encontradas

que atestam a falta de uso e conhecimento de nossa Flora. Machado et al. (2006) enfatiza que

na arborização de cidades brasileiras observa-se uma crescente substituição da flora nativa por

plantas exóticas, alterando o ambiente natural que resta nos centros urbanos. Este

procedimento uniformiza as paisagens de diferentes cidades e contribui para a redução da

biodiversidade no meio urbano, dissociando-o do contexto ambiental onde se insere.

O uso da vegetação, ao longo da malha urbana, constitui-se na forma de preservação

do equilíbrio biológico (SANTOS; TEIXEIRA; 2001; REIS, 2003).

Fragmentos florestais são de grande importância no meio urbano. Representam áreas

de referência para estudos e investigações das condições naturais do ecossistema local. A

partir de dados obtidos por meio de levantamentos se pode subsidiar futuros projetos de

restauração e implementação do verde urbano. O manejo apropriado da vegetação nativa da

Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Densa) irá depender do conhecimento a respeito do

comportamento das espécies, sua biologia reprodutiva, distribuição regional e local,

utilização, além da integração com a comunidade.

Os remanescentes florestais em áreas urbanas contam com poucos instrumentos que

efetivamente conseguem resguardá-los, cabendo aos administradores e gestores públicos a

adoção de medidas que visem a valorização e preservação dos mesmos. Portanto, o incentivo

e a divulgação de estudos reforçam a importância da manutenção e conservação deste

patrimônio.

67

A arborização urbana desempenha papel relevante no contexto da cidade e seu

planejamento deve buscar harmonia entre os fatores ambientais de nossa região e os

elementos construídos.

Algumas dificuldades foram encontradas com famílias botânicas tais como

Myrtaceae, Meliaceae e Lauraceae pela falta de dados relativos as espécies. Outro fator foi a

própria ausência de grande parte das espécies estudadas em nosso meio urbano,

impossibilitando importantes observações.

Maiores estudos deverão ser incentivados com vistas a servirem de material de apoio

para estudantes da graduação, bem como gestores públicos.

O plantio de árvores ao longo das vias públicas dando preferência às espécies locais

deve ser incentivado, buscando valorizar a biodiversidade regional.

O intuito deste trabalho foi o de colaborar com a pesquisa e fornecimento de dados

para todos aqueles que pretendem planejar cidades mais sustentáveis.

68

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria. Terceiro relatório nacional para a convenção sobre diversidade biológica. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2006. 368p. (Série Biodiversidade, 21).

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RAMBALDI, D. M.; OLIVEIRA, D. A. S. (Org.). Fragmentação de Ecossistemas: causas, efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas públicas. Brasília: MMA/SBF, 2003.

REIS, A. et al. Critérios para a seleção de espécies na arborização urbana. Sellowia, Itajaí, n. 53-55, p. 51-67, 2003.

SECHREST, W. et al. Hotspots and the conservation of evolutionary history. PNAS, february, v. 99, n. 4, p. 2067-2071, 2002.

69

APÊNDICE

70

APÊNDICE A - Espécies arbustivo-arbóreas nativas citadas em levantamentos em três fragmentos florestais localizados na área urbana do município de Criciúma, Santa Catarina, onde: 1-Parque Ecológico Municipal José Milanese, 2-Morro Casagrande, 3-Morro Estevão e Albino.

Local Família/Espécie Nome popular

1 2 3

Anacardiaceae

Schinus terebinthifolius Raddi X

Annonaceae

Annona cacans Warm. Araticum-cagão X

Duguetia lanceolata St.Hil. Pindaíba X X

Guatteria australis St.Hil. Cortiça X

Rollinia rugulosa Schlecht. X X

R. silvatica Mart. Ariticum-do-mato

R. sericea (R.E.Fries) R.E.Fries Cortiça X X X

Xylopia brasiliensis Spreng. Pindaubuna X

Apocynaceae

Aspidosperma australe Müll.Arg. Peroba X

A. camporum Müll Peroba X X

A. parvifolium A.DC. Peroba X X

Peschiera catharinensis (DC.) Miers Jasmim, leitera X X

Aquifoliaceae

Ilex paraguariensis St.Hil. Erva-mate X

I. brevicuspis Reiss. Caúna-da-serra X

Araliaceae

Schefflera morototoni (Aubl.) Mag., Steyerm.& Frod. Morototó, caixeta X X X

Arecaceae

Bactris setosa Mart. Tucum X

Euterpe edulis Mart. Palmiteiro X X X

Geonoma gamiova Barb.Rodr. Gameova, palha, X X

G. schotiana Mart. Palha X

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassm. Coqueiro X X

Asteraceae

Piptocarpha tomentosa Baker Toucinho-de-folhas X X

Vernonia discolor (Spreng.) Less. Vassorão-preto X X

Bignoniaceae

Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. Ipê-verde X

Jacaranda puberula Cham. Caroba X X X

Boraginaceae

Cordia ecalyculata Vell. Louro-branco X X

Cordia trichotoma Vell. Ex Steud. Louro-pardo X X

71

Local Família/Espécie Nome popular

1 2 3

Burseraceae

Protium kleinii Cuatrec. Almíscar X

Cannabaceae

Trema micrantha Blume. Grandiúva X

Capparaceae

Cleome gigantea Blanco. X

Celastraceae

Maytenus cf. robusta Reiss X

Chrysobalanaceae

Hirtella hebeclada Moric. ex A.DC. Cinzeiro X X X

Clethraceae

Clethra scabra Pers. Carne-de-vaca X

Clusiaceae

Garcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi Bacopari X X

Combretaceae

Buchenavia kleinii Exell Garajuva X X

Cunoniaceae

Lamanonia ternata Vell. Guaperê X X

Cyatheaceae

Alsophila setosa Kaulf. Xaxim X X

Cyathea delgadii Sterb. Xaxim X

Elaeocarpaceae

Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. Laranjeira-do-mato X X

S. monosperma Vell Sapopemba X

Erythroxylaceae

Actinostemon concolor (Spreng.) Müll.Arg. Laranjeira-do-mato X

Erythroxylum deiduum St.Hil. Cocão X

Euphorbiaceae

Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. Tanheiro X

A. triplinervia (Spreng.) Müll.Arg. Tanheiro X X X

Gymnanthes concolor Müll.Arg. X X

Margaritaria nobilis L.f. Figueirinha X

Pachystroma ilicifolium (Nees) I.M.Johnston Mata-olho X

Pera glabrata Poepp. ex Bill Coração-de-bugre X X

Sapium glandulatum (Vell.) Pax Leiteiro X X

Sebastiania argutidens Pax et Hoffm Tajuvinha X X

Tetrorchidium rubrivenium Poepp. & Endl. Leitero X X X

72

Local Família/Espécie Nome popular

1 2 3

Fabaceae

Acacia cf. nitidifolia Speg. X

Inga marginata Willd. Ingá-feijão X

I. semialata (Vell.) Mart. Ingá-feijão X

I. sessilis Mart. Ingá-macaco X X X

I. striata Benter. Ingá-banana X

I. uruguensis Hook. & Arn. Ingá-banana X

Lonchocarpus cultratus (Vell.) A.M.G.Azevedo & H.C.Lima. Embira-de-sapo X X

Lonchocarpus campestris Burk. Rabo de trigo X

Machaerium aculeatum Raddi Espinho-amarelo X

M. hirtum (Vell.) Stellfld. X

M. stipitatum Vog. Marmeleiro-do-mato X

Mimosa bimucronata (DC.) O.Kuntze Maricá, silva X

Ormosia arborea Harms. Angelim-ripa X

Piptadenia gonoacantha (Mart.) MacBride Pau-jacaré X X X

Pithecellobium langsdorfii Benth. Gambazeiro X

Zolernia ilicifolia Vog. Carapicica X X

Icacinaceae

Citronella paniculata (Mart.) Howard Congonha X

Lauraceae

Aiouea saligna Meissn. Canela-anhoaíba X

Aniba firmula (Ness & Mart.) Mez Canela-de-cheiro X

Cinnamomum glaziouii (Mez) Vatt. Canela-papagaio X X

Cryptocarya moschata Nees & Mart. Canela-fogo X

Endlicheria paniculata (Spreng.) Macbride Canela-burra X

Nectandra leucothyrsus Meissner. Canela-branca X

N. megapotamica Mez. Canela-louro X

N. membranacea (Sw.) Griseb. Canela-preta X X X

N. oppositifolia Nees & Mart. ex Nees Canela-amarela X X X

N. rigida Ness. Canela-garuva X

Ocotea catharinensis Mez. Canela-bicho X

O. floribunda Mez Canela X

O. urbaniana Mez. X X

O. indecora Schott ex Meisn. Canela X X

O. lanata Mez. Canela X

O. laxa Mez. Canela-pimenta X X X

O. odorifera (Vell.) Rohwer Canela-sassafrás X X

73

Local Família/Espécie Nome popular

1 2 3

O. puberula (Reich.) Nees Canela-guaica X X

O. pulchella Mart. Canela-do-brejo X

O. silvestris Vattimo-Gil Canela X X

Loganiaceae

Strychnos cf. brasiliensis (Spreng.) Mart. Cincho X

Lythraceae

Lafoensia pacari St.Hil. Dedaleiro X

Magnoliaceae

Magnolia ovata (St.Hil.) Spreng. Baguaçu X X X

Malvaceae

Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.Robyns Embiruçu X X X

Luehea divaricata Mart. Açoita-cavalo X X

Malphigiaceae

Bunchosia cf. fluminensis Griseb Riteira X

Bunchosia maritima (Vell.) MacBride Baga-de-tucano X

Byrsonima ligustrifolia A.Juss. Murici X X

Melastomataceae

Leandra bergiana Cogn. X

Leandra. dasytricha Cogn. Pixirica X X

Leandra ulaei Cogn. X

Miconia cabucu Hoehne Pixiricão X

Miconia cubatanensis Hoehne X

Miconia iechleri Cogn. Pixirica X

Miconia petropolitana Cogn. X

Miconia cinerascens Miq. Pixirica X

Miconia fasciculata Gardn. Pixirica X

Miconia sellowiana Naud. X

Meliaceae

Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Cangerana X X X

Cedrela fissilis Vell. Cedro X X X

Guarea macrophylla Vahl. Pau-d`arco X X X

Trichilia casarettoi C.DC. Baga-de-morcego X

T. lepidota Mart. Guacá-maciele X X X

T. pallens C.DC. Arco-de-pimenteira X X

Monimiaceae

Mollinedia cf. clavigera Tulasne Pimenteira X

M. schottiana (Spreng.) Perkins Pimenteira X X X

74

Local Família/Espécie Nome popular

1 2 3

M. triflora Tul. Pau-de-espeto X

Moraceae

Brosimum lactescens (S.Moore) C.C.Berg Leiteiro X X X

Ficus adhatodaefolia Schott ex Spreng. Figueira X

F. enormis (Mart. ex Miq.) Miq. Figueira X

F. insipida Willd. Figueira-purgante X

F. luschnathiana (Miq.) Miq. Gameleira-vermelha X X X

Maclura tinctoria (L.) Don ex Steud. Tajuva X X

Sorocea bomplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer Cincho X X X

Myristicaceae

Virola bicuhyba Warb. Bicuiba X

Myrsinaceae

Ardisia guianensis (Aubl.) Mez Baga-de-pomba X

Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. Capororoca X X X

M. guineensis Kuntze. Capororoca X

M. hermogenesii Jung-Mendaçolli & Bernacci X

M. umbellata (Mart.ex A.DC.) Mez Capororocão X X X

Myrtaceae

Britoa guazumaefolia (Camb.) Legr. Seta-capotes X

Calyptranthes grandifolia Berg Guamirim-araçá X X X

C. lucida Mart. ex DC Guaramirim-ferro X X X

Campomanesia guazumifolia (Camp.) Berg Sete-capotes X

C. xanthocarpa Berg. Gabirobeira X X

Eugenia bacopari C.D.Legrand Bacupari X X

E. beaurepaireana (Kiaersk.) C.D.Legrand Guaramirim-ferro X X

E. catharinae Berg Guamirim-miúdo X

E. cf. burkartiana (D.Legrand.) D.Legrand X

E. schuechiana Berg Guamirim X X

E. handroana D.Legrand Guamirim X

E. hiemalis Camb. Guamirim X

E. multicostata C.D.Legrand Pau-alazão X X X

E. neoverrucosa Sobral Araçá X

E. platysema O.Berg Guamirim X

E. psidiiflora O.Berg Guamirim X

E. stigmatosa DC. Guamirim X

Gomidesia palustris (DC.) Legr. Guamirim X

G. tijucensis (Kiaerssk.) Ingabaú, guamirim-ferro X

75

Local Família/Espécie Nome popular

1 2 3

G. squamata Mattos & D.Legrand Guamirim X

Marlierea eugeniopsoides (C.D.Legrand & Kausel) C.D.Legrand Guaramirim-branco X

M. parviflora Berg Goiabeira-do-mato X

M. krapovickae C.D.Legrand Guamirim-chorão X

M. reitzii Legr. Pau-alazão X

M. silvatica (Berg) Kiaersk. Guaramirim X X

Myrceugenia myrcioides (Berg) C.D.Legrand & kausel Guamirim X X

Myrcia anacardiaefolia Gardn. Guamirim X

M. brasiliensis Kiaersk. Guamirim X

M. cf. calumbaensis Kiaersk. Guamirim X

M. fallax DC. Guamirim-da-folha-miuda X X X

M. glabra (Berg) C.D.Legrand Araçá-do-mato X

M. hebepetala DC. X

M. pubipetala Miq. Guaramirim-araça X X

M. richardiana Kiaersk. Ingabaú X X X

M. spectabilis DC. Guamirim-vermelho X

M. tijucensis Kiaersk. Ingabaú X X

Myrciaria floribunda (West exWilld.) Berg Camboim X

M. plinioides C.D.Legrand Camboim X

Neomitranthes cordifolia (D.Legrand) D.Legrand. Rapa-guela X

N. gemballae (Legr.) Legr. Guamirim-ferro X

Plinia cf. brachybotrya (D.Legrand) Sobral Rapa-guela X

Psidium cattleyanum Sabine Araçazeiro X X

Syzygium jambos (L.) Alston Jambo-amarelo X

Nyctaginaceae

Guapira asperula (Standl.) Lundell X

G. opposita (Vell.) Reitz Maria-mole X X X

Pisonia ambigua Heim. Maria-faceira X X

Ochnaceae

Ouratea parviflora (DC.) Baill. Batiputá X X

O. salicifolia (St.Hil. & Tul.) Engl. X

Olacaceae

Heisteria silvianii Schawarke Casca-de-tatu X X

Oleaceae

Chionanthus cf. filiformes (Vell.) Green Carne-de –vaca X

Piperaceae

Ottonia propinqua Kunth Jaguarandi X

76

Local Família/Espécie Nome popular

1 2 3

Piper aduncum Vell. X

P. arboreum Aubl X

P. gaudichaudianum Kunth. Pariparoba X X

Phyllanthaceae

Hyeronima alchorneoides Fr.Allem. Licurana X X X

Proteaceae

Roupala brasiliensis Klotzsch. Carvalho-brasileiro X

Rhamnaceae

Colubrina glandulosa Pesk. Sobragi X

Rosaceae

Prunus myrtifolia Urb. X

Rubiaceae

Alibertia concolor (Cham.) K.Schum. Guamirim X

Amaioua intermedia Mart. X

Bathysa australis (St.Hil.) Hook.F. Macuqueiro X

Coussarea cf. contracta Benth. & Hook.f. Pimenteira X

Couratea hexandra (Jacq.) K.Schum. Quina X

Faramea marginata Cham.) Pimenteira-selvagem X X X

F. montevidensis (Cham. & Schlecht.) DC. Pimenteira X

Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. & Schult. Fruto-do-macaco X X

Psychotria birotula L.B.SM. & Downs. X X

P. brachyceras Müll.Arg. X X

P. cf. barbiflora DC. X

P. leiocarpa Cham. & Schlecht Grandiúva-d’anta X X

P. longipes Müll.Arg. X X

P. myriantha Müll.Arg. X

P. suterella Müll.Arg. Café-do-mato X X X

P. umbellata Vell. Café-do-mato X

Rudgea jasminoides (Cham.) Müll.Arg. Café-do-mato X X X

Rutaceae

Esenbeckia grandiflora Mart. Pau-cutia X X

Pilocarpus pennatifolius Lemaire. Jaborandi X

Zanthoxylum rhoifolium Lam. Mamica-de-cadela X X

Z. rugosum St.Hill. X

Sabiaceae

Meliosma sellowii Urban Pau-fernandes X X

Salicaceae

Casearia decandra Jacq. Guaçatonga X

77

Local Família/Espécie Nome popular

1 2 3

C. obliqua Spreng. Guaçatonga X

C. sylvestris Swartz. Chá-de-bugre X X X

Sapindaceae

Allophylus edulis (St.Hil.) Radlk. Chal-chal X

Cupania vernalis Camb. Camboatá-vermelho X X X

Matayba elaeagnoides Radlk. Camboatá-branco X X X

Matayba guianensis Aubl. Camboatá X X X

Sapotaceae

Chrysophyllum inornatum Mart Murta X X X

Chrysophyllum viride Mart. & Eichl. ex Miq. aguaí X

Pouteria cf. gardneriana (A. DC.) Radlk. Aguaí-guaçu X

Simaroubaceae

Picramnia cf. parvifolia Engl. Pau-amargo X X

Picramnia ramiflora Planch. X

Solanaceae

Solanun pseudoquina St.Hil. canema X

Solanum sanctae-catharinae Dun. Joá-manso X X

Styracaceae

Styrax acuminatum Pohl. Jaguatinga X

Tiliaceae

Luehea divaricata Mart. Açoita-cavalo X X

Ulmaceae

Trema micrantha (L.) Blume Grandiúva X X X

Urticaceae

Cecropia glaziovii Sneth. embaúba X X X

Cecropia pachystachya Trecul Embaúba X

Verbenaceae

Aegiphila sellowiana Cham. Gaioleira X X

Citharexylum myrianthum Cham. Tarumã-branco X X

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