universidade do estado do rio grande do norte graduaÇÃo em ... · tempestade eu pudesse concluir...

94
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE ANA CRISTINA ARRAIS CARACTERIZAÇÃO CITOARQUITETÔNICA DO COMPLEXO NUCLEAR DA SUBSTÂNCIA NEGRA pars COMPACTA (SNc) DE RATOS WISTAR (Rattus norvegicus), EM DIFERENTES IDADES, MEDIANTE IMUNOHISTOQUÍMICA CONTRA S100B MOSSORÓ/RN 2018

Upload: lydung

Post on 08-Feb-2019

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE

ANA CRISTINA ARRAIS

CARACTERIZAÇÃO CITOARQUITETÔNICA DO COMPLEXO NUCLEAR DA

SUBSTÂNCIA NEGRA pars COMPACTA (SNc) DE RATOS WISTAR (Rattus

norvegicus), EM DIFERENTES IDADES, MEDIANTE IMUNOHISTOQUÍMICA

CONTRA S100B

MOSSORÓ/RN

2018

Page 2: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

ANA CRISTINA ARRAIS

CARACTERIZAÇÃO CITOARQUITETÔNICA DO COMPLEXO NUCLEAR DA

SUBSTÂNCIA NEGRA pars COMPACTA (SNc) DE RATOS WISTAR (Rattus

norvegicus), EM DIFERENTES IDADES, MEDIANTE IMUNOHISTOQUÍMICA

CONTRA S100B

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Saúde e Sociedade da Universidade

do Estado do Rio Grande do Norte como requisito

para a obtenção do grau de Mestre em Saúde e

Sociedade.

Orientador: Prof. Dr. José Rodolfo Lopes de Paiva

Cavalcanti

MOSSORÓ/RN

2018

Page 3: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

© Todos os direitos estão reservados a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. O conteúdo desta obra é deinteira responsabilidade do(a) autor(a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejaminfringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e DireitosAutorais: Lei n° 9.610/1998. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu(a)respectivo(a) autor(a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográ�cos.

Catalogação da Publicação na Fonte.Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

A773c Arrais, Ana CristinaCARACTERIZAÇÃO CITOARQUITETÔNICA DO

COMPLEXO NUCLEAR DA SUBSTÂNCIA NEGRA parsCOMPACTA (SNc) DE RATOS WISTAR (Rattusnorvegicus), EM DIFERENTES IDADES, MEDIANTEIMUNOHISTOQUÍMICA CONTRA S100B. / Ana CristinaArrais. - Mossoró, 2018.

93p.

Orientador(a): Prof. Dr. José Rodolfo Lopes de PaivaCavalcanti.

Dissertação (Mestrado em Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade). Universidade doEstado do Rio Grande do Norte.

1. Astrócitos. 2. Proteínas ligantes de cálcio. 3.Substância Negra. 4. S100B. I. Cavalcanti, José RodolfoLopes de Paiva. II. Universidade do Estado do Rio Grandedo Norte. III. Título.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográ�ca para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvidopela Diretoria de Informatização (DINF), sob orientação dos bibliotecários do SIB-UERN, para ser adaptado àsnecessidades da comunidade acadêmica UERN.

Page 4: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me
Page 5: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

Aos amores da minha vida: meus filhos Tito e

Gabriela, que diariamente renovam minhas

forças, me impulsionando a seguir em frente.

Dedico.

Page 6: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

AGRADECIMENTOS

Ao nosso Deus, que com sua infinita misericórdia olhou para mim e permitiu que em meio à

tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida.

Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me ensinar diariamente o que é força,

coragem e alegria de viver! Obrigada meu amor, por compreender todas as minhas ausências

e me receber em casa com a alegria, o sorriso e o abraço que só você tem. Meu valente

guerreiro, mamãe te ama infinitamente.

À minha amada filha Gabriela (Gabi), meu maior sonho realizado! Minha princesa, obrigada

por me ensinar o que é amar de verdade e por estar sempre ao meu lado, nos dias bons e ruins.

Mamãe te ama do fundo do coração e se orgulha do cuidado que você tem comigo, seu pai e

seu irmãozinho. Faltam palavras para definir o quanto te amo.

Ao meu esposo Manoel, que tanto se orgulha de mim. Obrigada meu amor, pelo carinho,

compreensão e por ser meu porto seguro nas maiores aflições. Só você para aguentar minhas

chatices. Te amo!

Aos meus pais, Dona Auxiliadora e “Seu Cleide”, por terem investido todo o suor de uma

vida de trabalho para nos educar. Mesmo não tendo estudos, sabiam da importância de dar aos

seus filhos uma educação de qualidade. Obrigada por acreditarem no meu potencial e me

incentivarem a crescer cada vez mais. Amo vocês!

Ao meu orientador, pela confiança, por todo o suporte não apenas como professor orientador,

mas como um amigo que sempre esteve presente e que me compreendeu no momento de

maior tribulação. Jamais esquecerei!

À minha banca de seleção e de qualificação, prof. Marco e prof. Fausto. Pessoas que eu

admiro e respeito. Obrigada por todos os conselhos e sugestões para que esse trabalho pudesse

prosseguir da melhor forma possível.

Aos professores Marco Aurélio e Vitor Aires por terem aceitado prontamente fazer parte da

minha banca de defesa.

Aos colegas de turma e de LabNeuro, por compartilhar momentos de conhecimento, de

Page 7: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

alegrias e de vitórias.

À Samara Queiroz (Samarinha), amiga sempre fiel, que me recebeu no LabNeuro e me

ensinou tudo sobre organização, postura, cuidados com os animais, limpeza das gaiolas,

preparação de soluções, perfusão transcardíaca e protocolo de imunohistoquímica. Esteve

presente em todos os momentos dessa jornada. Obrigada por tudo!

À minha amiga Lívia Helena, pessoa que amo e admiro. Obrigada por me ouvir sempre, por

me fazer sorrir quando eu só conseguia chorar e por sempre me encorajar a continuar lutando.

Amiga, se cheguei até aqui muito devo a você!

À doce e meiga Bianca, sempre atenciosa, minha companheira das imunos nos finais de

semana. Obrigada pela parceria, ensinamentos e pelas palavras de incentivo sempre!

À Lívia Nornyan, que me orientou e me encorajou a enfrentar a seleção do mestrado. Serei

sempre grata minha amiga. Mesmo você achando que não fez nada, aquelas orientações foram

suficientes para eu tomar coragem e enfrentar a seleção.

À ex-aluna, amiga e vizinha Paula Câmara, pelos muitos cafés e açaís durante os dois últimos

anos, que me proporcionavam a energia necessária para aguentar as noites de estudos. Que

continuemos os cafés e as disputas para ver quem tem mais problemas, até um dia eles

acabarem (se é que isso é possível).

Ao Luís, que com suas brincadeiras conseguia transformar as nossas tensões em risadas.

Obrigada por tudo, sobretudo pela preocupação com a saúde do meu filho e a minha também.

Deus te abençoe!

Aos amigos Lucídio, Eligleidson, Ângela, Laurinha e Wesley pela amizade, torcida, presteza e

parceria de sempre.

Ao Tiago Teófilo (UFERSA), por todas as vezes que tive a sua colaboração quando precisei

fazer as fotos deste trabalho (inclusive em feriados). Muito obrigada!

À Luzia, secretária do programa, por ser sempre atenciosa e solícita comigo e com todos.

Você é uma pessoa iluminada.

Ao Professor Thales, coordenador do PPGSS, pela dedicação, acompanhamento e zelo pelo

programa e todos que fazem parte dele. Parabéns pelo trabalho e obrigada por toda atenção.

Page 8: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

Aos Docentes do PPGSS, pelas excelentes aulas, sempre produtivas e enriquecedoras.

À FACENE/RN, minha segunda casa há mais de 10 anos, por me incentivar a buscar o

mestrado e pela flexibilidade nos dias de aula e de experimentos. Dona Tetê e Thiago, muito

obrigada!

A todos que me acompanharam no processo seletivo e vibraram junto comigo a aprovação.

Aos grupos Somos Pâncreas, Pâncreas Forever, Mães de diabéticos e As Migas, obrigada por

conseguirem me trazer de volta à vida além da diabetes do meu filho. Obrigada por tudo o que

aprendo diariamente com vocês. Não tenho dúvidas de que sem essa rede de apoio eu não

teria conseguido. Deixo aqui registrado todo o carinho e admiração que tenho por todas vocês.

Às Dras. Regina, Camila, Patrícia, Márcia e Polyana e ao Dr. Dirceu, por cuidarem de mim e

do meu filho com tanta atenção, proporcionando a segurança necessária para que eu pudesse

voltar ao foco para a conclusão do mestrado. Gratidão!

À minha tia Lurdimar que, durante o desenvolvimento desta dissertação, mesmo dizendo

“você não está fazendo nada”, assumiu o controle da minha casa e o cuidado com os meus

filhos. Você é especial e essencial em nossas vidas!

Aos familiares e amigos que se alegram com o meu crescimento enquanto pessoa e

profissional e a todos que direta ou indiretamente contribuíram para esta realização. Obrigada!

Page 9: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

“Posso todas as coisas em Cristo que me

fortalece.”

Filipenses 4: 13

Page 10: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

RESUMO

A substância negra pars compacta (SNc) é uma região do mesencéfalo contendo neurônios

que expressam dopamina, os quais sofrem degeneração progressiva durante o

envelhecimento, levando ao adoecimento. A S100B é uma proteína ligante de cálcio

encontrada predominantemente no citoplasma dos astrócitos, cujo aumento da expressão está

associado a eventos neuropatológicos como traumas, hipóxia, doenças neurológicas,

psiquiátricas e também ao envelhecimento, bem como patologias associadas a este, como o

Alzheimer e o Parkinson. Este estudo teve como principal objetivo caracterizar a

citoarquitetura do complexo nuclear da substância negra pars compacta (SNc) de Ratos

Wistar (Rattus norvegicus),em diferentes idades, mediante imunohistoquímica contra S100B.

Sendo necessário para isso, delimitar a localização do complexo nuclear da SNc a partir de

imunohistoquímica para TH; descrever os subcomponentes do complexo nuclear da SNc

mediante imunohistoquímica contra S100B e comparar, através de caracterização

citoarquitetônica, as estruturas mapeadas em três fases do ciclo vital – jovens, meia idade e

idosos. Os animais foram mantidos em laboratório em condições fisiológicas, água e ração ad

libitum. Ao atingirem a idade necessária para o estudo foi realizada a perfusão, extração dos

encéfalos, microtomia e imunohistoquímica para TH e S100B, para posterior montagem de

cortes nas lâminas e fotomicrografias. Através de análise visual comparativa foi observado

que a área da SNc apresenta marcação para S100B em todos os níveis de todas as faixas

etárias estudadas, todavia com uma intensidade mais fraca quando comparada à SNR, que

mostra marcação intensa em todas as imagens, servindo de referência para encontrar a região

de interesse para este estudo. Na SNc foram observadas intensidades diferentes na marcação,

o que permitiu delimitar e descrever a citoarquitetura da estrutura, com todas as suas

subdivisões, nos diferentes níveis e faixas etárias estudadas. A partir dos resultados obtidos

nesta pesquisa é possível concluir que: a) a SNc apresenta marcação a partir de

imunohistoquímica para S100B que varia em intensidade de acordo com a subdivisão, nível e

idade dos animais; b) as alterações na marcação não apresentam padrão específico

relacionado ao envelhecimento; c) a S100B apresentou-se como um marcador menos eficiente

para estudos relacionados à morfologia celular da SNc; quando comparado ao TH; d)

demonstrou ser um marcador que pode contribuir com estudos citoarquitetônicos, por ter se

revelado um excelente parcelador das estruturas, principalmente em ratos jovens.

Palavras-chave: Astrócitos, Proteínas ligantes de cálcio, Substância Negra, S100B.

Page 11: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

ABSTRACT

The substantia nigra pars compacta (SNc) is a region of the midbrain containing neurons that

express dopamine, which undergo progressive degeneration during aging, leading to illness.

S100B is a calcium binding protein found predominantly in the cytoplasm of astrocytes

whose increased expression is associated with neuropathological events such as trauma,

hypoxia, neurological, psychiatric and also aging disorders, as well as associated pathologies

such as Alzheimer's and Parkinson. The main objective of this study was to characterize the

cytoarchitecture of the nuclear complex of the substantia nigra pars compacta (SNc) of Wistar

rats (Rattus norvegicus), at different ages, by immunohistochemistry against S100B. It is

necessary to delimit the location of the nuclear CNS complex from immunohistochemistry to

TH; to describe the subcomponents of the nuclear CNS complex by immunohistochemistry

against S100B and to compare, through cytoarchitectonic characterization, the structures

mapped in three phases of the life cycle - young, middle age and elderly. The animals were

kept in the laboratory under physiological conditions, water and feed ad libitum. Upon

reaching the necessary age for the study, perfusion, brain extraction, microtomy and

immunohistochemistry were performed for TH and S100B, for posterior assembly of slices

and photomicrographs. Through comparative visual analysis, it was observed that the CNS

area is marked for S100B in all levels of all age groups studied, but with a lower intensity

when compared to the SNR, which shows intense marking in all the images, serving as

reference to find the region of interest for this study. In SNc, different intensities were

observed in the marking, which allowed to delimit and describe the cytoarchitecture of the

structure, with all its subdivisions, in the different levels and age groups studied. From the

results obtained in this research it is possible to conclude that: a) SNc shows labeling from

immunohistochemistry for S100B that varies in intensity according to the subdivision, level

and age of the animals; b) changes in the marking do not present specific pattern related to

aging; c) S100B presented as a less efficient marker for studies related to the cellular

morphology of the CNS; when compared to TH; d) has been shown to be a marker that may

contribute to cytoarchitectural studies, as it has proved to be an excellent splitter of structures,

especially in young rats.

Keywords: Astrocytes, Calcium-binding proteins, Black Substance, S100B.

Page 12: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: Localização da Substância Negra no encéfalo humano 18

FIGURA 2: Vias dopaminérgicas centrais 19

FIGURA 3: Localização e subdivisões da SNc. 20

FIGURA 4: Domínios de EF-hand. 22

FIGURA 5: Representação esquemática dos efeitos regulatórios intracelulares da

S100B.

25

FIGURA 6: Sinapse tripartite, demonstrando a interação dos astrócitos com

receptores pré e pós-sinápticos de neurônios, onde a liberação de neurotransmissores

no terminal pré-sináptico do neurônio ativa o aumento do Ca2+

no astrócito e estimula

a liberação de substâncias por este para o espaço sináptico, onde são captadas pelos

receptores pós-sinápticos dos neurônios.

33

FIGURA 7: Imagens de Tomografia Computadorizada de cérebro humano de um

adulto com 38 anos (esquerda) e de um idoso de 73 anos (direita), onde é perceptível

a diminuição do volume e as modificações macroscópicas de sulcos e giros.

35

FIGURA 8: Fotomicrografias em campo claro de cortes coronais de mesencéfalo de

RJ com aumento de 4x, submetidas à imunohistoquímica para TH nos níveis A

(rostral), B (médio) e C (caudal) evidenciando neurônios dopaminérgicos com intensa

marcação na VTA e SNc.

44

FIGURA 9: Chart ilustrativo de cortes coronais nos níveis rostral (A), médio (B) e

caudal (C) de mesencéfalo de ratos evidenciando a localização da SNR e subdivisões

da SNc.

45

FIGURA 10: Cortes coronais de mesencéfalo de RJ com imunohistoquímica para

S100B em níveis rostral (A), médio (B) e caudal (C), com aumento de 4x,

evidenciando a localização e as subdivisões da SNc encontradas em cada nível.

46

FIGURA 11: Cortes coronais de mesencéfalo de RJ, nível rostral, evidenciando as

diferentes intensidades de marcação encontradas na SNCD, SNR, SNCL e cp (à

esquerda) com aumento de 10x. À direita, com um aumento de 20x, pode-se verificar

com nitidez o parcelamento das estruturas em destaque na imagem anterior.

47

FIGURA 12: Fotomicrografias de mesencéfalo de RJ, nível médio, aumentado em 4x,

destacando as subdivisões da SNc (A). Em B, C e D, em aumento de 20x, observa-se

o parcelamento das estruturas destacadas em A.

48

FIGURA 13: Fotomicrografias de mesencéfalo de RJ em nível caudal, com aumento

de 20x, evidenciando o parcelamento e a ausência de astrócitos na SNCM (A) e o

parcelamento da SNCV (B), com marcação ligeiramente mais fraca do que a SNR.

Observa-se presença de astrócitos espalhados em toda a camada ventral da SNc.

50

FIGURA 14: Fotomicrografias da SNCL de RJ, com aumento de 20x, nos níveis

rostral (A), médio (B) e caudal (C), evidenciando um aumento na intensidade da

51

Page 13: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

marcação no sentido caudal e presença astrócitos em maior quantidade no nível

caudal, seguido do rostral e médio.

FIGURA 15: Cortes coronais de mesencéfalo de RMI com imunohistoquímica para

S100B, nos níveis rostral (A), médio (B) e caudal (C), aumento de 4x.

52

FIGURA 16: Fotomicrografias de mesencéfalo de RMI em nível rostral com aumento

de 4x, destacando a SNCD e SNCL (A). Em B visualizam-se as diferenças na

marcação e na estrutura do ml, SNCD e SNR. As setas indicam a linha que delimita a

margem superior da SNCD, separando-a do ml. Em C observa-se a delimitação

precisa entre a SNCL e a SNR. As setas apontam para margem do cp, que marca a

divisão entre este e a SNCL.

54

FIGURA 17: Fotomicrografias de mesencéfalo de RMI em nível médio. A porção

destacada em A (aumento de 4x) equivale à figura B (aumento de 10x), onde é

perceptível a distinção entre a SNCL e a SNR pela diferença na intensidade da

marcação, enquanto que em relação ao cp os limites estão estabelecidos pelo próprio

contorno do cp, apontado pelas setas em B.

55

FIGURA 18: Fotomicrografias de mesencéfalo de RMI em nível caudal, aumentado

em 4x (A) evidenciando o ml (mais claro) e a SNR (mais escura), entre os quais

localiza-se a SNCM e a SNCD. Em B encontra-se o quadro em destaque na figura A,

com aumento de 20x. As setas indicam a delimitação da SNCM, que a separa do ml.

56

FIGURA 19: Fotomicrografias de cortes coronais de mesencéfalo de RI com

imunohistoquímica para S100B, nos níveis rostral (A), médio (B) e caudal (C),

destacando as subdivisões da SNc, bem como as estruturas de referência para

encontrá-la. Aumento de 4x.

58

FIGURA 20: Fotomicrografias de mesencéfalo de RI, nível rostral aumentado em 4x

(A). A figura B se refere à porção destacada em A, com um aumento de 10x,

evidenciando as diferenças estruturais da SNCD, as quais as distingue das demais

regiões.

59

FIGURA 21: Fotomicrografias de mesencéfalo de RI em nível médio apresentando

em A uma área em destaque que corresponde à SNCL. Aumento de 4x. Em B temos a

imagem destacada em A, mostrando as diferentes marcações das estruturas

encontradas na imagem. As setas indicam a margem existente entre a SNCL e a

SNCD. Aumento de 10x.

60

FIGURA 22: Fotomicrografias de mesencéfalo de RI em nível caudal, evidenciando

as variações na intensidade da marcação nas diferentes estruturas (A), aumento de 4x.

Em B, imagem de corte histológico equivalente ao destacado em A, evidenciando a

SNCM com setas indicando o limite entre esta e o ml. Na imagem ainda é possível

observar as diferentes marcações na SNCD, SNCV e SNR (B), aumento de 10x.

61

FIGURA 23: Fotomicrografias de mesencéfalo de RI em nível caudal com aumento

de 10x, evidenciando em A, a SNCL, com intensa marcação, limite superior bem

delimitado e limite inferior em contato com a SNR, porém com contorno evidente

indicado pelas setas. Em B está destacada pelas setas a SNCV, com marcação

ligeiramente mais clara do que a da SNR, onde está inserida.

62

Page 14: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

FIGURA 24: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível rostral, com aumento de 4x

evidenciando a SNR, SNCD, SNCL de RJ (A), RMI (B) e RI (C).

64

FIGURA 25: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível rostral, com aumento de

10x, evidenciando a SNCL em RJ (A), RMI (B) e RI (C). Nas imagens é possível

perceber o parcelamento da estrutura em destaque, sendo que há uma melhor nitidez

no parcelamento da estrutura no RJ.

65

FIGURA 26: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível rostral, com

imunohistoquímica para S100B, com aumento de 10x, evidenciando a SNCD em

RMI (A) e RI (B).

66

FIGURA 27: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível médio, com

imunohistoquímica para S100B, com aumento de 4x, evidenciando as subdivisões da

SN em RJ (A), RMI (B) e RI (C).

68

FIGURA 28: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível médio, submetidos a

imunohistoquímica para S100B, com aumento de 10x, evidenciando a SNCL em RJ

(A), RMI (B) e RI (C).

69

FIGURA 29: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível caudal, com

imunohistoquímica para S100B, com aumento de 4x, evidenciando as subdivisões da

SN em RJ (A), RMI (B) e RI (C).

71

FIGURA 30: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível caudal, submetidos a

imunohistoquímica para S100B, com aumento de 10x, evidenciando a SNCL em RJ

(A) e RI (B).

72

FIGURA 31: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível caudal, submetidos a

imunohistoquímica para S100B, com aumento de 10x, evidenciando a SNCM em RJ

(A), RMI (B) e RI (C).

73

FIGURA 32: Fotomicrografias de mesencéfalos em nível caudal, submetidos a

imunohistoquímica para S100B, com aumento de 10x, indicando a localização da

SNCV, ligeiramente mais clara do que a SNR em RJ (A), RMI (B) e RI (C).

74

Page 15: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

LISTA DE ABREVIATURAS

AB: Complexo Avidina Biotina

BSA: Albumina Sérica Bovina

Ca2+

: Cálcio

CEEA: Comissão de Ética no Uso de Animais

cp: Pedúnculo Cerebral

DA: Dopamina/3-Hidroxitiramina

DAB: 3,3’,4,4’ tetrahidrocloreto-diaminobenzidina

DP: Doença de Parkinson

GABA: Ácido gama-aminobutírico

H2O2: Peróxido de Hidrogênio

ml: Lemnisco Medial

mp: Pedúnculo mamilar

MPTP: 1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetrahidropiridina

MT: Núcleo Medial Terminal do Trato Óptico acessório

OMS: Organização Mundial de Saúde

PAG: Área Periaquedutal

PFA: Paraformaldeído

RAGE: Receptor de Produtos Finais de Glicação Avançada

RI: Rato Wistar Idoso (23 meses)

RJ: Rato Wistar Jovem (3 meses)

RMI: Rato Wistar de Meia Idade (13 meses)

RRF: Zona Retrorubral

SNc: Substância Negra pars Compacta

SNC: Sistema Nervoso Central

SNCD: Substância Negra Camada Dorsal

SNCL: Substância Negra Camada Lateral

SNCM: Substância Negra Camada Medial

SNCV: Substância Negra Camada Ventral

SNP: Sistema Nervoso Periférico

SNR: Substância Negra Reticulada

TH: Tirosina-Hidroxilase

Page 16: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

VTA: Área Tegumentar Ventral

Page 17: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 17 1.1 CONSIDERAÇÕES ANÁTOMO-FISIOLÓGICAS ACERCA DA SUBSTÂNCIA

NEGRA pars COMPACTA (SNc) ............................................................................................ 17 1.2 PROTEÍNA S100B E SEU PAPEL NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL .................... 21 1.3 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO ....................................... 26

1.4 ENVELHECIMENTO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL ........................................ 31

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 35 2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 35 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 35

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 36

3.1 MODELO EXPERIMENTAL ............................................................................................ 36 3.2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS .......................................................................... 36

3.2.1 Anestesia ......................................................................................................................... 37 3.2.2 Perfusão Transcardíaca................................................................................................. 37 3.2.2.1 Posicionamento do animal ............................................................................................ 37 3.2.2.2 Toracotomia .................................................................................................................. 38 3.2.2.3 Cardiopunção ................................................................................................................ 38

3.2.3 Remoção dos Encéfalos ................................................................................................. 38 3.2.4 Microtomia ..................................................................................................................... 38 3.2.5 Imunohistoquímica ........................................................................................................ 39 3.2.6 Intensificação Pelo Ósmio ............................................................................................. 41 3.2.7 Obtenção das Imagens .................................................................................................. 41

4 RESULTADOS ..................................................................................................................... 42 4.1 RATOS JOVENS ................................................................................................................ 45 4.2 RATOS DE MEIA IDADE ................................................................................................. 51 4.3 RATOS IDOSOS ................................................................................................................ 56 4.4 ABORDAGEM COMPARATIVA ...................................................................................... 61 4.4.1 Nível Rostral .................................................................................................................... 61 4.4.2 Nível Médio ..................................................................................................................... 65

4.4.3 Nível Caudal .................................................................................................................... 69

5 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 74 5.1 OBSERVAÇÕES GERAIS ................................................................................................. 74

6 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 79 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 80

ANEXO .................................................................................................................................... 92

Page 18: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

17

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES ANÁTOMO-FISIOLÓGICAS ACERCA DA SUBSTÂNCIA

NEGRA pars COMPACTA (SNc)

Localizada no mesencéfalo (FIGURA 1), a Substância Negra (SN) fica situada

próximo aos pedúnculos cerebrais (cp), entre o tegmento e a base do mesencéfalo (Alho,

2011) que, juntamente com a Zona Retrorrubral (RRF) e Área Tegumentar Ventral (VTA),

corresponde às áreas do mesencéfalo que possuem neurônios dopaminérgicos. A identificação

de subdivisões ao longo da SNc foi possível pela densidade e morfologia dos neurônios

encontrados em cada uma dessas áreas (Cavalcanti et al., 2014).

FIGURA 1: Localização da Substância negra no encéfalo humano. Modificado de

https://bodytomy.com/function-location-of-substantia-nigra.

A SN contém um grande acúmulo de neurônios contendo melanina. Essa

pigmentação propiciou a visualização macroscópica da estrutura no final do século XVIII,

descrita por Vick d’Azyr e Von Soemmering, mais de 50 anos após a descoberta do núcleo

rubro (Usunoff et al., 2002).

A SN é o maior núcleo mesencefálico do SNC. Forma uma estrutura integral com os

gânglios da base e seus neurônios dopaminérgicos constituem a via nigroestriatal (FIGURA 2)

(Williams et al., 2014). A RRF, SN e VTA são também chamadas de A8, A9 e A10

respectivamente (Fu et al., 2012). Os neurônios dopaminérgicos do mesencéfalo

desempenham papeis em diversas funções cerebrais, como o processamento de recompensa,

motivação, aprendizagem, memória e movimento (Yamaguchi et al., 2013).

Page 19: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

18

FIGURA 2: Vias dopaminérgicas centrais. Modificado de https://www.axolbio.com/blog/axol-incubator-

1/post/as-strong-as-the-weakest-link-62. Ver lista de abreviações.

A SN possui duas grandes subdivisões: A parte Reticulada (SNR), gabaérgica e a

parte Compacta (SNc), dopaminérgica (FIGURA 3). Esta última possui as seguintes

subdivisões: Substância negra, camada dorsal (SNCD), Substância negra, camada ventral

(SNCV), Substância negra, camada lateral (SNCL) e Substância negra, camada medial

(SNCM). A SNCM e SNCD localizam-se lateralmente aos núcleos mamilar e supramamilar,

medial ao núcleo subtalâmico, ventral à zona incerta e dorsal à SNR. A SNCL está situada

lateralmente à SNCD e dorsal à SNR. A SNCV é formada por um grupo de neurônios

imunorreagentes à Tirosina Hidroxilase - TH, situadas bilateralmente na porção intermediária

ventral da SNCD e dorsal ao cp, inserido na SNR (Cavalcanti et al., 2016).

Page 20: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

19

FIGURA 3: Localização e subdivisões da SNc. Modificado de Paxinos e Watson, 2007. Ver lista de abreviações.

As projeções dopaminérgicas procedentes da parte ventral do mesencéfalo

desempenham papel fundamental na aprendizagem de motivação e reforço, muito embora não

se tenha ainda total clareza da natureza exata da sua contribuição (Coizet et al., 2003).

A SNc e RRF têm sido identificadas como estruturas dopaminérgicas, porém também

vem sendo documentada a presença de neurônios não dopaminérgicos nessas estruturas.

Alguns desses neurônios não-dopaminérgicos utilizam GABA como sinalizador da

neurotransmissão (Yamaguchi et al., 2013). A via nigroestriatal dos neurônios dopaminérgicos

da SNc para o estriado dorsal é controlada por vários gabaérgicos inibitórios aferentes. O

estriado, o globo pálido externo e a SNR são os que mais contribuem para o controle

gabaérgico da atividade dopaminérgica na porção caudal da VTA (Bourdy et al., 2014).

Os neurônios dopaminérgicos da SNc fazem o controle de movimentos através das

suas projeções de sinalização da dopamina (DA) para o estriado dorsal (via nigroestriatal),

onde a diminuição anormal dessa sinalização ocasiona os sintomas motores da DP, enquanto

que a diminuição anormal da sinalização da dopamina originária da parte ventral do

mesencéfalo (vias nigroestriatal e mesocorticolímbica) está associada aos sintomas de

esquizofrenia, dependência tóxica e depressão (Aumann e Horne, 2012).

A principal alteração patológica associada à DP é a degeneração dopaminérgica

progressiva nos neurônios da SN, onde a TH catalisa a síntese da L-3-4-diidroxifenilalamina -

L-DOPA para tirosina, passo limite da biossíntese da dopamina, desempenhando um papel

fundamental na patogênese da DP (Wang et al., 2016). Esta é uma enzima que pode

evidenciar neurônios dopaminérgicos e os neurônios imunorreativos à TH existentes no

Page 21: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

20

mesencéfalo são considerados produtores de dopamina, o que a torna um marcador confiável

para se pesquisar dopamina nesta região (Cavalcanti et al., 2014).

Os neurônios dopaminérgicos da SNc estão extremamente envolvidos na seleção da

aprendizagem do comportamento motor voluntário. A degeneração progressiva desses

neurônios dá origem a déficit motor e incapacidade, característicos da DP (Wild et al., 2014).

Outra característica da doença é a presença de inclusões citoplasmáticas conhecidas

histologicamente por corpos de Lewy (Oikawa et al., 2014), constituídos principalmente por

ubiquitina e α-sinucleína, alterações estas que promovem a diminuição dos níveis de DA na

via nigroestriatal, ocasionando o surgimento de déficits motores (Hohlefeld et al., 2015).

Além da perda de células, acontecem graves alterações morfológicas, como perda de espinhas

dendríticas e diminuição no comprimento destes, tanto na SNc como no estriado (Kamagata et

al., 2016).

A DP é a segunda doença neurodegenerativa mais comum associada ao

envelhecimento (Oikawa et al., 2014), perdendo o primeiro lugar para o mal de Alzheimer,

sendo este o principal fator de risco para a doença, sendo que 90% dos casos são idiopáticos

(Corradini et al., 2014). Os sintomas motores da DP incluem geralmente rigidez muscular,

bradicinesia, postura anormal, tremor estático, entre outros. Em casos avançados, os

portadores podem apresentar dificuldades no autocuidado e até paralisias. Seus mecanismos

ainda não estão totalmente esclarecidos, mas sabe-se que fatores ambientais e genéticos, como

disfunções na degradação de proteínas (Muñoz et al., 2012), o stress oxidativo, disfunção

mitocondrial, desequilíbrio da homeostase do cálcio (Ca2+

), resposta inflamatória etc., podem

induzir à perda ou degeneração dos neurônios dopaminérgicos da SN, causando a patologia

(Zhuang et al., 2015).

Sintomas não motores também podem ser verificados, como depressão, distúrbios do

sono, disfunção olfatória e déficits cognitivos, que são manifestações comuns e contribuem

para levar gradativamente o indivíduo acometido à incapacidade, afetando diretamente a sua

qualidade de vida (Ziemssen e Reichmann, 2007). Essas manifestações aparecem quando há

depleção de 60% dos neurônios dopaminérgicos da SNc e de 80% no estriado (Dauer e

Przedborski, 2003).

O stress oxidativo pode contribuir no processo de degeneração neuronal na DP, uma

vez que as reações de oxidação são catalisadas por metais como o ferro, o cobre e o

manganês, tendo o ferro a maior importância do ponto de vista biológico. As maiores

concentrações deste metal no cérebro encontram-se nos núcleos da base, principalmente no

globo pálido, núcleo rubro e SNc através da neuromelanina, seu principal armazenador.

Page 22: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

21

Normalmente as concentrações aumentam com o avançar da idade, ocasionando acúmulo do

metal no SNC, favorecendo os processos oxidativos (Fernandes et al., 2007; Teive, 2005). A

neuroinflamação é outro processo que tem um importante papel na degeneração dos neurônios

dopaminérgicos da SNc, quando há uma intensificação na ativação das células gliais (Carmo,

2015; Mosley et al., 2006; Silva, 2014).

Sabendo que a DP é uma doença neurodegenerativa relativamente comum no

envelhecimento, que acontece a partir da degeneração de neurônios dopaminérgicos da SNc, onde

a partir dessa depleção há uma intensificação na atividade das células gliais, ajudando na

sobrevivência desses neurônios (ou causando prejuízos ao tecido, dependendo do tipo de glia) e

ainda, considerando que os astrócitos são as células gliais mais numerosas no SNC e que abrigam

em seu citoplasma a proteína S100B, a qual desempenha efeitos tróficos ou tóxicos no SNC,

dependendo da sua concentração, percebe-se na necessidade de caracterizar a citoarquitetura da

SNc mediante imunohistoquímica contra S100B em diferentes etapas do ciclo vital.

1.2 PROTEÍNA S100B E SEU PAPEL NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

A proteína S100 foi primeiramente isolada em meados da década de 1960, sendo

descrita inicialmente como uma proteína específica do tecido nervoso (Moore, 1965), presente

nas células da glia, células de Schwann e subpopulações neuronais específicas (Varrica et al.,

2015). Por muito tempo foi considerada uma proteína exclusiva do sistema nervoso, porém,

estudos posteriores atestaram sua presença em diversos tipos de tecidos, não apenas neurais

(Michetti et al., 2012). Até o momento, não foi descoberta a expressão em invertebrados,

somente em humanos e animais vertebrados de um modo geral (Li, et al., 2014).

Mais de cinquenta anos se passaram e muito se tem a descobrir sobre essa proteína.

Desde sua descoberta, grandes cientistas ainda estão pesquisando suas especificidades

funcionais. Um dos dogmas favoritos dentro da biologia “um gene, uma proteína, uma

função”, não se aplica a classe das S100. Devido à sua capacidade de ligar-se com o cálcio,

este polipeptídeo se torna capaz de desenvolver inúmeras funções intracelulares e

extracelulares (Fanò et al., 1995).

Esse grupamento de proteínas recebeu a denominação de S100 por ser parcialmente

solúvel em Sulfato de Amônia 100% saturada em PH neutro (Astrand, et al., 2012). É uma

das ligantes de Ca2+

, dentre as quais acrescentam-se a Parvalbumina, Calbidina e Calretinina

(Miki et al, 2012). São proteínas multifuncionais compostas por cerca de 20 moléculas, com

20-80% de homologia em sua sequência de aminoácidos. É expressa em tecidos e células

Page 23: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

22

específicas, sendo que em algumas delas não se ligam apenas ao cálcio, mas também ao

Cobre (Cu2+

) e ao Zinco (Zn2+

) (Wheeler et al., 2016), em domínios do tipo EF-Hand, os

quais se caracterizam por duas estruturas α-hélices conectadas por uma volta, com topologia

semelhante a uma mão (FIGURA 4) (Costa, et al., 2013).

FIGURA 4: Domínios de EF-hand. Modificado de Caracelli e Schpector (2008).

No que se refere à estrutura, a proteína é um dímero composto por duas subunidades

descritas primariamente por “α” e “β”, atualmente denominadas “A” e “B” respectivamente,

constituindo assim, três isoformas: α-α, α-β e β-β, onde as subunidades α-β (S100A) e β-β

(S100B) são as mais comuns (Kumar et al., 2015). São proteínas de baixo peso molecular

(cerca de 10 a 12 kDa para cada subunidade), onde as S100B correspondem a 96% do total

das proteínas S100 presentes no encéfalo humano e 0,5% de todas as proteínas cerebrais

(Snyder-Ramos et al., 2004).

Essas proteínas são largamente distribuídas em diversos tipos de células. A

subunidade S100A tem uma ampla distribuição na musculatura esquelética, miocárdio, fígado,

pulmões, rins e pâncreas (Li et al., 2006). Pesquisadores sugerem que a subunidade S100A

pode estar envolvida na regulação do pH, eletrólitos e água, por ser encontrada em glândulas

salivares e sudoríparas, bem como em algumas células renais (Glenney et al., 1989).

A família é composta por 25 pequenas proteínas ácidas, que consiste em 16 S100A

(S100A1 – S100A16), bem como a S100B, S100G, S100P e S100Z (Gross et al., 2014). Esses

membros apresentam-se desregulados em alguns tipos de neoplasias e outras doenças, como

Page 24: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

23

no câncer gástrico, que apresentam alta expressão de S100A2, S100A4, S100A8, S100A10 e

S100A11, além da S100A14, que surgiu como um grande marcador de classificação e

prognóstico para esse mesmo tipo de câncer. As proteínas ligantes de Cálcio da família das

S100 estão envolvidas na regulação de diversos processos fisiológicos celulares, como o

crescimento e diferenciação (Zhang et al., 2014). Além dos tumores gástricos, as S100A4,

S100A8 e S100A11 se apresentam alteradas em outros tipos de tumores, como os colorretais,

pâncreas e próstata. Nesses tumores, as S100A6, S100A9 e S100P também apresentam

expressão alterada (Martinez-Aguilar, et al., 2015).

A S100A pode ser encontrada no SNC, mas não no SNP, enquanto que a S100B é

encontrada predominantemente no citoplasma de astrócitos (Costa et al., 2013), e também em

menor grau em neurônios, microglia, oligodendrócitos, diversos tipos de células e tecidos,

como as células de Schwann, condrócitos, melanócitos, adipócitos, músculo esquelético e

cardíaco (Shapiro et al., 2010), células de Bergman e ependimais (Campos et al., 2015).

A S100B está envolvida em atividades regulatórias de forma intra e extracelular.

Exerce a sua função biológica interagindo com outras proteínas, afetando diretamente na

atividade destas células. Assim, intracelularmente (FIGURA 5) este dímero exerce efeitos

regulatórios na proliferação celular, forma e diferenciação, bem como no metabolismo

energético (Al-Ayadhi e Mostafa, 2012) e ainda fosforilação proteica, transcrição e

homeostase do cálcio (Donato et al., 2009).

A principal fonte intracelular da S100B são os astrócitos, mas se expressam também

em outras células neuroectodérmicas, bem como em certas populações neuronais e

melanócitos, subconjuntos de células de defesa, incluindo células dendríticas e algumas

populações de linfócitos, células endoteliais, entre outras (Cheong et al., 2014).

Page 25: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

24

FIGURA 5: Representação esquemática dos efeitos regulatórios intracelulares da S100B.

FONTE: Donato et al., 2009.

De forma extracelular, estimula a sobrevivência neuronal, diferenciação, proliferação

dos astrócitos, degradação neuronal por apoptose e regulação da atividade inflamatória celular

(Al-Ayadhi e Mostafa, 2012). Em níveis nanomolares, a S100B exerce efeitos neurotróficos,

que podem ser relacionados à sobrevivência e desenvolvimento dos neurônios ou de estímulo

à proliferação das células neuronais, favorecendo o crescimento de neuritos e aumentando a

plasticidade sináptica (Costa et al., 2013). Por outro lado, observou-se in vitro que níveis

micromolares estimulam a expressão de citocinas pró-inflamatórias e induzem a apoptose

(Miki et al., 2012). Após o lançamento, quando a proteína atinge concentrações

micromolares, se acumula na superfície dos receptores RAGE - Receptor para produtos finais

de Glicação Avançada (Cirillo et al., 2015).

Este receptor está envolvido no reconhecimento de padrões envolvidos na ativação

da imunidade inata e a S100B interage com RAGE em diferentes tipos de células (Villarreal

et al., 2014). Os efeitos pró-inflamatórios da S100B são atribuídos a essa afinidade de se ligar

com o receptor RAGE na microglia, neurônios e astrócitos no SNC (Fujiya et al., 2014).

A expressão da S100B é detectada no tecido cerebral antes do 14º dia do

desenvolvimento embrionário e aumenta proporcionalmente durante o desenvolvimento do

sistema nervoso até a idade adulta, quando é estabilizada (Liu et al., 2011). Os valores da

S100B maiores no período neonatal são explicados pela intensa maturação da atividade

neuronal e da glia nessa fase (Martins et al., 2006). Um estudo feito com determinação da

S100B no plasma sanguíneo de humanos em diferentes fases da vida concluiu que não há

diferenças estatísticas significantes no que diz respeito ao sexo masculino e feminino nos

Page 26: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

25

grupos com a mesma idade (Portela et al., 2002).

Outras condições psiquiátricas, como a depressão e a esquizofrenia e patologias

como o mal de Alzheimer e Síndrome de Down também mostram expressão e distribuição

celular e tecidual da S100B alteradas no encéfalo (Shapiro et al., 2010). A presença ou

ausência de imunorreatividade para S100 tem sido utilizada no diagnóstico e classificação de

tumores no SNC e como marcador de diversos outros tumores, incluindo melanomas,

condroblastomas, Schwannomas, tumores de histiócitos, entre outros (Fernandez-Flores e

Díaz-Galvez, 2014).

Em estudo clínico com pacientes acometidos por depressão profunda e indicação de

Eletroconvulsoterapia, foi utilizado S100B como marcador de danos cerebrais, sabendo que

os níveis séricos já se encontram aumentados nessa patologia. Os autores concluiram que os

níveis séricos não são afetados por esta terapia (Kranaster et al., 2014).

Em pacientes com esquizofrenia paranoide aguda verificou-se que os níveis de

S100B na admissão eram mais elevados do que na alta. Nestes pacientes, a S100B se

apresentava mais elevada ao meio-dia do que à meia-noite, fato que não foi observado no

grupo-controle, indicando que o aumento das concentrações pode estar relacionado com a

condição clínica do paciente (Morera-Fumero et al., 2017).

Estudos em animais mostraram que a exposição pré-natal à cocaína debilita o

desenvolvimento das células astrogliais e diminui a distribuição da S100B em astrócitos no

hipocampo e córtex cerebral. Em estudo clínico realizado com usuários de cocaína com grupo

controle de não-usuários, foi observado mal desempenho nos testes cognitivos e elevado

número de sintomas psiquiátricos no grupo de usuários, porém as diferenças nos níveis

séricos de S100B não foram estatisticamente relevantes comparadas ao grupo-controle.

Autores comentam que não existe relação direta entre a concentração sérica de S100B e as

funções cognitivas (Kessler et al., 2007).

O aumento da liberação da S100B pelos astrócitos está presente em situações em que

há diminuição do fluxo de oxigênio para o cérebro, tais como Traumatismo Crânio

Encefálico, Infarto Agudo do Miocárdio com lesão cerebral, hipóxia neonatal, prática

esportiva, Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono e o mergulho de apneia. Devido ao papel

dessas moléculas no desencadeamento da inflamação, a S100B pode ter um papel importante

na ativação da microglia em resposta à lesão cerebral (Costa et al., 2013). Trata-se de um

marcador de danos cerebrais com algumas especificidades, tais como: meia-vida curta (apenas

2 horas), estabilidade térmica, além de manter concentrações séricas inalteradas na presença

de protamina, heparina ou em hemólise (Zhang et al., 2016).

Page 27: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

26

Existe uma correlação positiva entre S100B e disfunções neurológicas pós-cirurgia

cardíaca. Quando na cirurgia é utilizada a circulação extracorpórea (CEC), acontece hipóxia

cerebral discreta. Em tal situação, os níveis séricos de S100B aumentados imediatamente após

a cirurgia foram associados à idade e ao tempo que permaneceram em CEC. Já um aumento

persistente até 48 horas após a cirurgia foi associado à disfunção neurológica (Snyder-Ramos

et al., 2004). Em lesões encefálicas traumáticas, o acompanhamento dos níveis séricos S100B

pode ser útil como marcador para quantificar a extensão dos danos causados ao tecido no

SNC (Bellander et al., 2011).

Em pesquisa com praticantes de mergulho de apneia foi constatado um aumento

transitório nos níveis séricos de S100B, em que ocorre abertura temporária da barreira

hematoencefálica, permitindo que a proteína presente nos fluidos extracelulares cerebrais

adentre a corrente sanguínea. Em situações como a desse estudo, a concentração sérica da

S100B pode se apresentar aumentada em 100% dos casos, porém em níveis inferiores, se

comparados, por exemplo, aos níveis apresentados em pacientes que tiveram Acidente

Vascular Encefálico isquêmico ou hipóxia cerebral pós parada cardiorrespiratória (Andersson

et al., 2009). Na hemorragia subaracnóidea por aneurisma os elevados níveis séricos da

S100B foram associados aos piores prognósticos a longo prazo (Lai et al., 2015).

O encéfalo apresenta 10.000 vezes mais S100B do que qualquer outro órgão do

corpo e em mamíferos a concentração aumenta com o avançar da idade (Stefansson et al.,

1982). Em condições fisiológicas, a S100B é mais fortemente expressa em áreas como o

córtex cerebral e cerebelar, hipocampo e áreas periventriculares. A substância negra é a única

área analisada até o momento que mostra colocalização da S100B com GFAP, apenas em

condições patológicas (Campos et al., 2015).

A região da SNc foi escolhida por ser uma área que contém neurônios

dopaminérgicos, os quais sofrem depleção em uma das principais doenças associadas à idade,

que é o Parkinson, na qual os indivíduos acometidos também têm aumento na expressão de

S100B. Devido ao envelhecimento demográfico da população, a Organização Mundial da

Saúde (OMS) espera que patologias associadas ao avanço da idade venham a aumentar

diversas vezes nas próximas décadas (Moran et al., 2006), daí a necessidade de uma maior

atenção aos estudos relacionados ao envelhecimento.

1.3 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO

Page 28: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

27

O envelhecimento populacional é um evento mundial, que ocorre naturalmente tanto

em países desenvolvidos como em desenvolvimento. É um fenômeno que ocorre devido a um

processo chamado “transição demográfica”, que consiste no aumento da expectativa de vida

de uma população, associado à redução do número de nascimentos (Fine, 2014).

A OMS define o limite de 65 anos para se considerar o indivíduo idoso em países

desenvolvidos e de 60 anos nos subdesenvolvidos (Baldoni e Pereira, 2011). O aumento da

população idosa mundial, em especial dos países desenvolvidos, está acontecendo como

consequência do aumento da expectativa de vida e da baixa fecundidade (Há et al., 2014).

Há muito tempo a humanidade procura compreender como conseguir longevidade

com uma alta qualidade de vida. Uma das alternativas encontradas para esse questionamento

foi aumentar a expectativa de vida das pessoas mediante a diminuição da mortalidade através

do controle das doenças crônicas (Crimmins et al., 2016).

Inúmeros outros fatores contribuíram para esse aumento da expectativa de vida,

dentre os quais se destacam: melhorias do acesso à educação, avanços biomédicos, progresso

socioeconômico, bem como políticas democráticas de desenvolvimento social. Esse conjunto

de fatores fez com que, em um século, alguns países conseguissem duplicar a média de idade

dos seus habitantes (Fernández-Ballesteros et al., 2013).

Esse aumento da expectativa de vida ao nascer iniciou-se na Suécia e França no

século XIX, como consequência do declínio das taxas de fecundidade e se estendeu a todos os

países desenvolvidos na década de 1950. As projeções populacionais sugerem que em 2060

nas regiões mais desenvolvidas do mundo haverá aproximadamente 165 idosos com mais de

65 anos para cada 100 crianças e jovens menores de 15 anos (Uhlenberg, 2013).

Neste sentido, o quantitativo mundial de pessoas com sessenta anos ou mais está

aumentando gradativamente. Os dados da OMS apontam que em 2025 teremos mais de 800

milhões de indivíduos com mais de 65 anos em todo o mundo (Fechine e Trompieri, 2012).

Os números postos levaram a Organização das Nações Unidas a considerar o período de 1975

a 2025 como a “Era do Envelhecimento”, sendo observado de forma mais lenta e gradativa

em países desenvolvidos e de forma mais acelerada nos ditos em desenvolvimento (Moreira et

al., 2016).

No Brasil, a estrutura etária mostrava-se extremamente jovem nas décadas de 1950 e

1960, tendo iniciado o processo de envelhecimento na década de 1970. A partir daí, passou a

ocorrer declínio progressivo nas taxas de natalidade e em paralelo a diminuição nas taxas de

mortalidade, tendo como consequência o aumento das populações em idade ativa e de idosos

em 2010 (Vasconcelos e Gomes, 2012). No caso do Brasil e outros países emergentes, essa

Page 29: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

28

transição aconteceu de forma exponencial, acelerada e desordenada, sendo visualizado não só

como fator de avanço socioeconômico, mas como um problema que deve ser solucionado

(Brasil e Batista, 2015).

Com a explosiva transição demográfica no Brasil, o índice de envelhecimento da

população aumentou consideravelmente nas últimas décadas. O aumento pode ser

evidenciado pela diminuição da mortalidade infantil, que diminuiu de 69,10 para 22,5 por mil

nascidos vivos de 1980 a 2009, ao passo que a esperança de vida ao nascer aumentou de 62,6

anos para 73,09 no mesmo intervalo de tempo. Pelas projeções, estima-se que a população

idosa crescerá mais intensamente a partir de 2020, chegando a 52 milhões em 2040, o que

representa um quarto do total de habitantes do país (Mendes et al., 2012). Em 2050 serão 153

milhões de pessoas com mais de 80 anos no mundo, aproximadamente 3,4% da população

total mundial (Araújo et al., 2016).

Os gastos com a saúde das populações envelhecidas geram um impacto

socioeconômico considerável para a comunidade como um todo e em particular, para os

serviços de saúde, sendo necessário examinar a influência do envelhecimento nas despesas em

cuidados de saúde do país para orientar as políticas de saúde voltadas esse público (Há et al.,

2014).

Com essas estimativas, a questão do envelhecimento no Brasil torna-se preocupante

e impulsiona mudanças no cenário da saúde pública. Até a década de 1990 não existiam

políticas públicas voltadas aos idosos, mas alguns programas ou ações procedentes da

iniciativa privada, como a Sociedade Brasileira de Geriatria, fundada no Rio de Janeiro em

1961, entidade científica pioneira a se preocupar com a saúde dos idosos. Posteriormente a

mesma passou a ser conhecida por Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (Brandão

et al., 2015).

Após a institucionalização do Sistema Único de Saúde (SUS) no final da década de

1980, surgiram no Brasil mudanças assistenciais de extrema relevância, como a criação do

Programa de Agentes Comunitários de Saúde e posteriormente Programa Saúde da Família,

que pela importância que assumiu passou a ser chamado de Estratégia Saúde da Família,

passando a ver o indivíduo não apenas na sua patologia, mas também em sua prevenção

(Torres et al., 2014).

Com o intuito de garantir a melhoria do acesso à saúde da população, inúmeros

programas e políticas foram sendo criados, dentre eles, a Política Nacional do Idoso, na

década de 1990, aprovada pela Lei nº 8842/94 e regulamentada pelo Decreto Nº 1948/96, que

reafirma o direito da pessoa idosa a ser independente, ter autonomia e cuidado com a sua

Page 30: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

29

própria vida (Cavalini et al., 2014). A abordagem dessa política segue o conceito de

“Envelhecimento Ativo”, adotado pela OMS, em meados de 1990, com o objetivo de dar

apoio ao conceito de envelhecimento saudável e reconhecer que os cuidados com a saúde e

diversos outros fatores afetam, diretamente, o decurso do processo de envelhecimento da

população. O envelhecimento ativo tem como finalidade aumentar a qualidade e a expectativa

de vida saudável da sociedade atual à medida que as pessoas vão envelhecendo, incluindo

aqueles que são frágeis, deficientes e necessitados de cuidados, favorecendo uma alimentação

saudável e prática de atividades físicas no cotidiano, além de incentivar a redução do

tabagismo (Jhala e Christian, 2013).

Em 1999 o Ministério da Saúde, por meio da portaria nº 1.395 lança a Política

Nacional de Saúde do Idoso, que visa garantir assistência integral à saúde do idoso no âmbito

do SUS, mais uma vez com ênfase na promoção do envelhecimento ativo e saudável e

também dando apoio ao desenvolvimento de cuidados informais (Brasil, 2010).

Paralelamente ao impacto causado pelo aumento da população idosa, surge a

necessidade de políticas públicas voltadas para essa população. A partir daí é lançado em

2003 o Estatuto do Idoso que passa a garantir por lei que o idoso usufrua de todos os direitos

inerentes à pessoa humana, destacando a preservação da saúde e autonomia para as pessoas

que vivenciam a última etapa da vida (Neto et al., 2015).

Posteriormente, no ano de 2006, foi aprovada a Política Nacional de Saúde da Pessoa

Idosa, que amplia o atendimento às necessidades da pessoa idosa, direcionando medidas

coletivas e individuais de saúde voltadas à recuperação, promoção e manutenção da

independência do idoso, conforme as diretrizes do SUS (Dagios et al., 2015).

O ato de envelhecer causa alterações dinâmicas e progressivas, naturais e

irreversíveis de ordem funcional, biológica e psicológica ocorridas ao longo do tempo,

podendo ser observado em idade mais precoce ou mais avançada, dependendo da genética e

também dos hábitos de vida de cada um. Uma nutrição adequada, apoio psicológico e

atividade física podem contribuir para minimizar os efeitos do tempo no corpo do indivíduo

(Girondi et al., 2013).

Apesar das discussões e aprimoramento das garantias do acesso à saúde da

população idosa, muitas questões ainda são mal compreendidas pela sociedade em geral. Uma

delas é a diferença entre o processo de envelhecimento natural e o surgimento de doenças

crônicas. A doença necessariamente não faz parte do curso normal da velhice, mas torna-se

comum em virtude das alterações do estado geral do idoso. Para um melhor entendimento, é

importante compreender que o envelhecimento pode se dar de forma natural ou associado a

Page 31: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

30

doença. Quando o envelhecer acontece de forma natural, conceitua-se como senescência.

Trata-se de uma etapa do ciclo vital, onde ocorrem mudanças no corpo humano ao longo do

tempo, tais como: diminuição da acuidade visual, da força e do tônus muscular, além de

dificuldades na marcha e no equilíbrio, o que pode culminar, com o passar dos anos, na

incapacidade e perda da autonomia (Paiva et al., 2015), além da diminuição do turgor da pele,

surgimento de rugas, cabelos brancos e outras características (Menezes et al., 2009).

As populações que apresentam um envelhecimento tido como normal podem ainda

ser subdivididas em dois subgrupos: os que apresentam o que se chama de envelhecimento

“bem sucedido” ou “síndrome do envelhecimento puro”, e os de envelhecimento “usual”. Os

contemplados pelo envelhecimento bem sucedido representam uma população reduzida, mas

que está em franco crescimento. Caracteriza-se por manter condições fisiológicas satisfatórias

com o decorrer dos anos e perdas mínimas em um sistema específico. Esses indivíduos

apresentam um envelhecimento saudável, independente e com alta capacidade física e

cognitiva (Camozzato et al., 2014). Já os de envelhecimento “usual” ou biológico, com

preocupações voltadas não só para o envelhecimento, mas também com a longevidade e todas

as alterações biológicas trazidas por ela. Os idosos apresentam danos significativos mesmo na

ausência de doença, além de um potencial elevado para doenças e incapacidades, mas ao

mesmo tempo manifestam capacidade de reduzir essas perdas (Janini et al., 2015).

O envelhecimento, com todas as suas fragilidades, engloba um conjunto de fatores

biopsicossociais, levando o idoso a um quadro de extrema vulnerabilidade, estando sujeitos a

hospitalizações em decorrência de declínio funcional, quedas, entre outros (Lisboa e Chianca,

2012). Neste processo, praticamente todas as funções morfológicas, biológicas e fisiológicas

perdem sua eficiência, sendo acompanhado por alterações corporais progressivas ocorridas ao

longo do tempo, onde há probabilidade da aquisição de novas doenças, geralmente crônicas,

que incapacitam ou restringem a autonomia do indivíduo e que culminam com o óbito. Ao

envelhecimento associado à doença dá-se o nome de senilidade (Lima e Delgado, 2010).

Envelhecer é um processo natural, universal, intrínseco e progressivo que caracteriza

uma etapa da vida do ser humano e se dá por mudanças físicas, psicológicas e sociais que

acometem de forma particular cada indivíduo com sobrevida prolongada, sendo acompanhada

de alterações na estrutura, função e nos processos fisiológicos do sistema nervoso

(Vaillancourt et al., 2013).

Estas são algumas hipóteses utilizadas na tentativa de explicar as causas do

envelhecimento, ainda não totalmente desvendadas. Independente de teorias, com o avançar

da idade, o indivíduo apresenta capacidade diminuída para homeostase, resultando em

Page 32: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

31

desequilíbrio na manutenção dos sistemas vitais como o cardiovascular, respiratório, urinário

e, principalmente, o Sistema Nervoso Central (SNC), tendo o óbito como resultado final (Paz

et al., 2013).

1.4 ENVELHECIMENTO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

O tecido nervoso é composto por células neuronais, cujas funções são transmitir,

receber e processar informações, bem como por astrócitos, oligodendrócitos, células

ependimais e pela microglia no SNC (células gliais ou gliócitos), que apresentam funções

heterogêneas que vão desde a sustentação da rede neuronal até a manutenção da homeostase,

modulação e defesa desse sistema, além de células de Schwann (Chvátal et al., 2015) e

células da glia satélite no Sistema Nervoso Periférico (SNP) (Weider et al., 2015).

Os neurônios são células relativamente resistentes, mas apesar disso, a quantidade de

células nervosas e sinapses diminuem com o passar dos anos mesmo no envelhecimento

normal (Sagrado et al., 2012), sendo o hipocampo a região onde acontecem as maiores

perdas. Já a neuroglia apresenta um aumento dos 26 aos 82 anos em vários núcleos e diminui

em outros (Cançado e Horta, 2006).

Essas células neuronais, ao serem descobertas por volta do século XIX, por Rudolph

Virchow, foram associadas inicialmente à sustentação neuronal, sendo por isso denominadas

de neuroglia, que significa “cola neural” (do gr. Glia, que significa cola). Posteriormente foi

reclassificada como uma família de células distintas em morfologia e função, envolvidas em

diversos processos (Rossi et al., 2011).

As células da glia se diferenciam em macroglia (astrócitos, oligodendrócitos e

células ependimais) e microglia (Cuoghi e Mola, 2009). Os astrócitos são as células gliais

mais numerosas, que preenchem os espaços entre os neurônios. Tradicionalmente acreditou-se

que se tratavam de um componente do SNC bastante passivo, que auxiliava os circuitos

neuronais a manter sua função, fornecendo suporte, recursos estruturais e nutricionais (Marina

et al., 2016). Atuam na formação da barreira hematoencefálica e através da sua função de

suporte aos neurônios ajudam na sobrevivência destes (Neves, 2014).

Essa associação estrutural e funcional entre neurônios e astrócitos recebeu a

terminologia de “sinapse tripartite” (FIGURA 6), através do qual há o reconhecimento da

importância do papel dos astrócitos na fisiologia sináptica, e dessa forma, vitais no

processamento da informação (Halassa et al., 2009).

Page 33: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

32

FIGURA 6: Sinapse tripartite, demonstrando a interação dos astrócitos com receptores pré e pós-sinápticos de

neurônios, onde a liberação de neurotransmissores no terminal pré-sináptico do neurônio ativa o aumento do

Ca2+

no astrócito e estimula a liberação de substâncias por este para o espaço sináptico, onde são captadas pelos

receptores pós-sinápticos dos neurônios (FONTE: Allen e Barres, 2005).

Os oligodendrócitos estão presentes apenas no SNC e formam a Bainha de Mielina,

uma membrana que envolve o axônio fornecendo isolamento elétrico e ajuda no aumento da

rapidez de condução dos impulsos nervosos. Estudos com roedores revelaram que o ambiente

estimula a mielinização e que a aprendizagem de tarefas específicas estimula a geração de

novos oligodendrócitos mielinizantes (Mensch et al., 2015).

Há ainda células não-neuronais, como as ependimais, as quais se diferenciam no

período pré-natal, constituem o assoalho epitelial que reveste os ventrículos no cérebro onde

formam uma forte barreira seletiva entre o tecido intersticial e o líquido cefalorraquidiano e

perdem essa capacidade de barreira no envelhecimento. Déficits no desenvolvimento nas

funções das células ependimais têm sido relacionados à patogênese da ventriculomegalia,

disfunções neurocognitivas e doenças neurodegenerativas como esquizofrenia e Alzheimer

(Muthusamy et al., 2015).

A microglia é de origem mesodérmica, aparece precocemente no SNC e sua função

não é totalmente definida. No SNC é considerada uma componente-chave por exercer função

fagocitária, tornando-se macrófagos no encéfalo à medida que ocorre lesão ou degeneração

neuronal (Zotova et al. 2011).

As células da glia satélite correspondem a uma população celular pouco

caracterizada, que estabelecem comunicação intensa com os neurônios através de junções gap,

Page 34: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

33

aparentemente fornecendo-lhes nutrientes, neutrofinas, além de outras moléculas e

substâncias essenciais, o que levou ao pressuposto de que elas podem ser a contrapartida para

os astrócitos no SNP (Weider et al., 2015).

Os neurônios e células gliais, como os astrócitos e oligodendrócitos, sofrem as ações

danosas do tempo no decorrer do processo de envelhecimento. Essas ações acontecem por

fatores como genética, sexo, presença de radicais livres entre outros, denominados intrínsecos,

e também por fatores extrínsecos, como sedentarismo, tabagismo e exposição ambiental

(Cançado e Horta, 2006).

O SNC é o mais comprometido pelo envelhecimento. Alterações como a diminuição

do número de neurônios, bem como a redução da intensidade dos reflexos e condução nervosa

começam a aparecer (Fechine e Trompieri, 2012). Ao nascer, o indivíduo possui os neurônios

necessários ao funcionamento do organismo. O cérebro continua a aumentar de tamanho e

volume, atingindo, aos dois anos, 80% do tamanho adulto, continuando a crescer até a

puberdade, multiplicando as células da glia, neurônios e sinapses. A partir do início da

segunda década de vida começa a haver a eliminação de sinapses excessivas e desnecessárias,

bom como um declínio discreto do volume encefálico (cerca de 5% por década após os 40

anos), acentuando-se o declínio a partir dos 70 anos (Esquenazi et al., 2014).

Tal decréscimo se deve à “plasticidade” ou “flexibilidade” neuronal, necessária para

o desenvolvimento cerebral e das funções cognitivas e que proporcionam às crianças um

melhor prognóstico no que se refere à recuperação das lesões além de maior facilidade para o

aprendizado e para a manutenção das funções cognitivas com o avançar da idade (Morcom e

Johnson, 2015).

Além da diferença do volume e do peso, o cérebro do idoso apresenta uma série de

diferenças morfológicas em relação ao do indivíduo jovem (FIGURA 7). Macroscopicamente,

podem ser citadas: giros mais finos separados por sulcos mais delgados e profundos,

ventrículos e outras cavidades mais abertos e menor espessura do córtex. Tais alterações não

acontecem de modo uniforme. As principais aparecem nas regiões frontal e temporal, áreas

envolvidas na função cognitiva, que necessitam de memória para sua operacionalização.

Microscopicamente, queda no número total de neurônios em diferentes regiões e o surgimento

de placas senis. Em nível bioquímico, ocorre redução do fluxo sanguíneo cerebral e

consequente redução do metabolismo de oxigênio no cérebro, além da diminuição das

proteínas cerebrais (Lent, 2010).

Page 35: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

34

FIGURA 7: Imagens de Tomografia Computadorizada de cérebro humano de um adulto com 38 anos (esquerda)

e de um idoso de 73 anos (direita), onde é perceptível a diminuição do volume e as modificações macroscópicas

de sulcos e giros.

FONTE: http://neurosciencenews.com/aging-sharpness-7281/.

As proteínas atuam de maneiras diferentes no SNC. Atuam no bloqueio ou liberação

dos neurotransmissores na vesícula sináptica, do processo de fusão das membranas, além de

ter função reguladora, controlando a entrada e/ou a saída do cálcio intraneuronal (Aguayo et

al., 2014).

A neurodegeneração decorrente do envelhecimento pode dar-se em neurônios e

áreas específicas, causando enfermidades como a DP, que tem como característica principal a

depleção dos neurônios dopaminérgicos da Substância Negra pars Compacta (SNc), área

escolhida neste estudo para caracterizar a sua citoarquitetura em três fases do ciclo vital de

Ratos Wistar, a partir de imunohistoquímica contra S100B.

Page 36: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

35

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

- Caracterizar a citoarquitetura do complexo nuclear da substância negra pars compacta (SNc)

de Ratos Wistar (Rattus norvegicus), em diferentes idades, mediante imunohistoquímica

contra S100B.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Delimitar a localização do complexo nuclear da SNc a partir de imunohistoquímica para TH;

- Descrever os subcomponentes do complexo nuclear da SNc mediante imunohistoquímica

contra S100B;

- Comparar, através de caracterização citoarquitetônica, as estruturas mapeadas em três fases

do ciclo vital – jovens, meia idade e idosos.

Page 37: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

36

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 MODELO EXPERIMENTAL

Em pesquisas experimentais com modelo animal o pesquisador deve atentar para a

escolha, para que os resultados obtidos possam ser transpostos para seres humanos, daí

normalmente se estudar os mamíferos. Os roedores, especialmente ratos e camundongos, são

opções para pesquisas sobre envelhecimento por se tratarem de animais com tempo de vida

curto, o que possibilita a experimentação do nascimento até a morte (Netto, 2006), e também

pelo fato de os roedores mostrarem padrões genéticos e fisiológicos semelhantes aos humanos

(Carvalho et al., 2009).

Nesta pesquisa foram utilizados ao todo 18 ratos, da linhagem Wistar, machos,

divididos em três grupos de seis: Ratos Jovens - RJ, com três meses de idade e peso médio de

250g; Ratos de Meia Idade - RMI, 13 meses, pesando cerca de 320g e por fim, Ratos Idosos -

RI, com 23 meses, com peso em torno de 400g.

Os animais foram obtidos no biotério central da Universidade Estadual do Rio

Grande do Norte – UERN, transferidos para o Laboratório de Neurologia Experimental da

Faculdade de Ciências da Saúde - DCB/FACS/UERN, após a aprovação pela Comissão de

Ética em Experimentação Animal - CEEA, através do parecer Nº 07/16 e protocolo Nº

03/2016 (ANEXO).

Todos os cuidados foram tomados para evitar a dor, o sofrimento e stress dos

animais, conforme o que preza o Código de Ética e garantindo uma maior fidedignidade dos

resultados. Os animais foram acomodados em estante ventilada, com temperatura entre 23 e

26ºC, onde foram mantidos em gaiolas-padrão de polipropileno, medindo 49 x 34 x 16 cm,

forradas com cama de maravalha, contendo até três animais por gaiola (meia idade e idosos) e

até seis (no caso dos jovens). Também foi mantido o controle da luminosidade, com ciclos

claro/escuro de 12 horas cada, umidade natural, comida/água ad libitum.

Atingida a idade necessária, os animais foram submetidos à perfusão transcardíaca,

para posterior remoção dos encéfalos, os quais foram submetidos à microtomia, para posterior

marcação imunohistoquímica e análise de lâminas.

3.2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Page 38: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

37

3.2.1 Anestesia

Material necessário: Balança para a pesagem dos animais, Equipamentos de Proteção

individual (EPI’S), marcador permanente, seringas de 1ml, agulhas 25x7mm e 13x4,5mm,

anestésicos.

Os animais foram pesados, identificados com numeração em algarismo romano na

cauda, por ordem de pesagem, em seguida sendo realizado o cálculo para a dosagem dos

anestésicos.

Em seguida foram submetidos à anestesia por via intraperitoneal, com Ketamina (na

dose de 10 mg/Kg), um anestésico de ação rápida, à base de cloridrato de cetamina, que

produz ação dissociativa sobre o córtex cerebral, promovendo a inconsciência e também uma

“narcoanalgesia” mantendo o tônus muscular e alguns reflexos. Em associação, foi utilizada a

Xilazina (na dose de 5 mg/Kg), relaxante muscular.

O processo de perfusão de cada um dos animais somente foi iniciado quando o

mesmo atingiu o plano anestésico, ou seja, 3º. plano do 3º. estágio de Guedel (Massone,

2008), onde verificou-se ausência total de reflexos.

3.2.2 Perfusão Transcardíaca

Material necessário: Duas provetas de 1000 ml, campo cirúrgico, fita de cetim para a

contenção do animal, instrumentais (tesouras, pinças, agulhas), bomba peristáltica,

mangueiras de infusão, extensores de equipo, Solução salina a 0,9%, Heparina,

Paraformaldeído (PFA) 4%.

Após atingir o plano anestésico, os animais foram submetidos à perfusão

transcardíaca, compreendendo os passos descritos a seguir.

3.2.2.1 Posicionamento do animal

Em decúbito dorsal sobre tela de arame, sob ponto de água e com contenção das

patas traseiras e dianteiras para proporcionar uma melhor exposição do tórax.

Page 39: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

38

3.2.2.2 Toracotomia

Incisão em “V”, iniciando logo abaixo do processo xifoide, com incisão de pele,

músculos e arco costal removidos em bloco, em seguida, incisão do diafragma, para a

exposição do coração.

3.2.2.3 Cardiopunção

Com uma agulha de dimensões 17 x 1,5mm, já conectada a uma bomba peristáltica

(Cole-Parmer) a punção foi realizada no ventrículo esquerdo, em direção ao cone arterioso.

Imediatamente após a punção, foi realizada uma incisão no átrio direito, e iniciou-se a

perfusão, passando-se 300 ml de solução salina a 0,9% com heparina (Parinex, Hipolabor,

2ml/1000 ml de solução salina), a uma velocidade inicial de 30 rotações por minuto (30 rpm)

e após os primeiros 150 ml, aumentou-se a rotação para 60 rpm, infundindo os 150 ml

restantes, perfazendo um total de aproximadamente seis minutos. Em seguida, foram

infundidos 300 ml de solução fixadora de paraformaldeido 4%, passando-se metade desta

solução a um fluxo de 60 rpm, diminuindo a vazão para 40 rpm. Todo o procedimento, desde

a anestesia até o final da perfusão dura aproximadamente 60 minutos.

3.2.3 Remoção dos Encéfalos

Após uma hora da finalização da etapa de perfusão, os encéfalos foram removidos

por meio de técnicas de dissecção e armazenados por um período entre 24 e 48 horas em uma

solução contendo sacarose a 30% em tampão fosfato 0,1M, pH 7,4, a 4ºC. Após esse período,

foram submetidos à microtomia (cortes coronais).

3.2.4 Microtomia

Os encéfalos foram congelados e submetidos à microtomia, seccionados em

criostato, obtendo-se secções coronais, cuja espessura foi padronizada em 50 µm. À medida

que foram sendo cortados, as fatias foram coletadas em um meio líquido de tampão fostato

0,1M, pH 7,4, distribuídas em seis compartimentos, de forma sequencial e cíclica, de modo a

manter a distância entre uma secção e a outra imediatamente seguinte de um mesmo

Page 40: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

39

compartimento de aproximadamente 300 µm. Os compartimentos contendo os cortes foram

transferidos para solução anticongelante e conservados a -20ºC para utilização posterior em

procedimentos de imunohistoquímica.

3.2.5 Imunohistoquímica

Por se tratar de uma amostra de 18 animais, foram realizadas três rodadas de

imunohistoquímica, cada uma com 6 compartimentos, sendo dois de cada idade (jovens,

meia-idade e idosos). Para evitar resultados falso positivos, todos os anticorpos foram testados

para controle negativo.

O primeiro momento da imunohistoquímica consiste em um pré-tratamento com a

finalidade de eliminar quaisquer artefatos existentes nos tecidos. Para a realização desta etapa,

utilizou-se Tampão Fosfato 0,1M, aproximadamente 100 ml, despejados em um recipiente de

vidro contendo os tubos com filtro, onde foram acondicionados os cortes cuidadosamente,

com auxílio de um pincel macio, observando a identificação correspondente entre o

compartimento e o tubo preparado para receber os cortes. Em mesa agitadora orbital, foram

realizadas 5 lavagens de 5 minutos cada, em agitador orbital a 70 RPM, trocando o Tampão

Fosfato 0,1M a cada lavagem.

Ao terminar as 5 lavagens, foi adicionado 100µL de Peróxido de Hidrogênio (H2O2)

a 30% ao recipiente contendo Tampão Fostato 0,1M pH 7,4. Com esta solução foi realizada

uma lavagem de 20 minutos e ao concluir, procederam-se mais 5 lavagens de 5 minutos cada,

trocando o Tampão Fosfato 0,1M a cada lavagem. O objetivo do peróxido é evitar marcação

inespecífica.

O segundo momento consiste na incubação dos cortes em anticorpo primário. Para

esta etapa, primeiramente foram separados os tubos de ensaio e cada um deles foi

devidamente identificado com o código correspondentes aos animais em experimentação. Em

seguida foi preparada uma solução contendo 450 µl de Albumina de Soro Bovino (BSA 5%)

(Prothemo®) com 8550 µl de Triton X-100 a 0,4%, totalizando 9000 µL da solução, onde a

Albumina evita marcações inespecíficas e o Triton X-100 tem o objetivo de tornar a

membrana mais porosa. Em seguida, com o uso de uma pipeta, foram aspirados 9 µL do

anticorpo anti-S100B obtido em camundongo (Sigma®), na proporção de 1:1000. Para os

cortes submetidos à imunohistoquímica anti – TH utilizou-se solução de 3.800 µl de Triton X-

100 a 0,4% com 200 µl de BSA 5%, acrescido do anticorpo primário obtido em rato (mouse

Page 41: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

40

anti – TH) (Sigma®

), na diluição de 1:10.000, sendo 0,5 µl do anticorpo.

Após colocar o anticorpo primário, soltando lentamente pelas paredes com o auxílio

de uma pipeta, os tubos de ensaio receberam a solução de BSA 5% com Triton X-100 e

imediatamente após, os cortes foram transferidos para esses tubos, onde permaneceram em

incubação em homogeneizador com rotação lenta à temperatura ambiente por um período de

12 horas (Overnight).

Ao final do overnight, os cortes foram transferidos dos tubos de ensaio para os tubos

com filtro, desprezando a solução contendo o anticorpo primário e sucedendo a mais 5

lavagens de 5 minutos em Tampão Fosfato 0,1 M, pH 7,4 para em seguida realizar a

incubação no anticorpo secundário.

A incubação em anticorpo secundário consiste no terceiro momento da

imunohistoquímica e para esta etapa, foi utilizado o Goat anti Mouse (GOAT α Ms) AbCAM®

na proporção de 1:500, sendo 5 µL do anticorpo secundário e 5000 µL de Triton X-100, os

quais foram pipetados para os tubos de ensaio, que em seguida receberam os cortes para

incubação em rotor com rotação lenta por 90 minutos. Ao término da incubação, foram

realizadas mais 5 lavagens de 5 minutos em Tampão Fosfato 0,1 M com pH 7,4 em agitador

orbital.

A etapa seguinte foi a incubação a 2% no Complexo Avidina Biotina (AB) e Triton

X-100 NaCl. Foram utilizados 80 µL de AB (sendo 40µL de A e 40µL de B) e 3920 µL de

Triton NaCl, que foram inseridos nos tubos de ensaio, onde as secções foram imersas em

seguida e sucedeu-se a uma incubação por 90 minutos em rotação lenta. Ao final desta

incubação, mais 5 lavagens de 5 minutos cada, em Tampão fostato 0,1 M.

A última etapa da imunohistoquímica consiste na revelação pela DAB (3,3’,4,4’

tetrahidrocloreto-diaminobenzidina), em que se colocou os tubos com filtro contendo os

cortes em uma travessa com solução composta por 200 ml de Tampão Fosfato 0,1 M e duas

alíquotas de DAB de 25mg. Após 10 minutos com as secções imersas nesta solução,

acrescentou-se 200 µL de H2O2 e esperou-se mais alguns minutos, até que se pudesse

visualizar a coloração. Após a revelação, foram feiras mais 5 lavagens de 5 minutos cada, em

Tampão Fostato 0,1 M. Ao finalizar a 5ª lavagem, os cortes foram acondicionados na mesma

travessa, envolvidos com plástico filme e acondicionados em geladeira até a montagem nas

lâminas.

Para assegurar o procedimento livre de danos ambientais, foi realizada a

neutralização da DAB, onde foi preparada uma solução de 1 litro de água sanitária para cada 4

litros de água. Todo o material que teve contato com a DAB foi imerso nesta solução, em

Page 42: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

41

recipiente devidamente identificado, por um período de 24 horas e só então a solução com a

DAB já neutralizada foi desprezada em rede de esgoto e os materiais foram lavados e

guardados.

3.2.6 Intensificação Pelo Ósmio

Após a imunohistoquímica, os cortes foram então montados em lâminas silanizadas,

que após secagem, passaram por um processo de intensificação da marcação, sendo imersas

primeiramente em água destilada por 30 segundos, em seguida na solução de tetróxido de

ósmio a 0,05% por aproximadamente 20 segundos, com o objetivo de intensificar a marcação.

Posteriormente as lâminas passaram por baterias de desidratação sendo imersas em álcool de

graduação crescente (70%, 95% e álcool absoluto, este último duas vezes) por um tempo de 5

minutos cada. A última etapa foi a diafanização, onde as lâminas foram imersas em dois

recipientes contendo xilol, permanecendo 5 minutos em cada.

Após a bateria de ósmio, procedeu-se a montagem com lamínulas, as quais

permaneceram previamente imersas em solução de ácido acético com álcool absoluto, com a

finalidade de retirar resíduos e artefatos que pudessem prejudicar a visualização dos cortes. As

lamínulas foram cuidadosamente montadas sobre as lâminas com o uso do erv-mount e em

seguida ficaram secando ao ar livre por uma semana. Após a secagem, foi feita a limpeza das

lâminas para visualização e obtenção das imagens.

3.2.7 Obtenção das Imagens

As secções do mesencéfalo submetidas à imunohistoquímica para S100B foram

examinadas ao microscópio óptico (Olympus BX41) em campo claro. Imagens digitais

foram obtidas de secções representativas usando uma videocâmara digital (Nikon

DXM1200). Foi utilizado aumento de 4x nas imagens que mostravam toda a área da SNc e

aumentos de 10 e de 20x para detalhar as subdivisões encontradas nos níveis rostral, médio e

caudal, em ratos jovens, de meia idade e idosos.

Na continuidade, as imagens foram analisadas, corrigidas minimamente para brilho

e contraste, montadas usando o programa Adobe Photoshop CS5® e os desenhos

esquemáticos foram montados no software Adobe Illustrator CS5®. Os resultados foram

documentados em fotomicrografias e esquemas construídos a partir das mesmas.

Page 43: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

42

4 RESULTADOS

Após obtenção das imagens, as fotomicrografias foram arquivadas em pastas

separadas pela idade dos animais e em cada uma delas, as fotos foram identificadas de acordo

com o nível, rostral, médio ou caudal. As imagens foram analisadas na sequência: RJ – nível

rostral, médio, caudal e assim sucessivamente para os RMI e RI. Em cada uma das faixas

etárias também foram expostas as subdivisões visualizadas em cada nível, descrevendo as

principais características. Ao final, foi feita uma abordagem comparativa onde as imagens

foram descritas em cada nível, descrevendo as diferenças encontradas entre o jovem, o de

meia idade e idoso.

A imunohistoquímica para S100B caracteriza-se por uma marcação generalizada, ao

contrário da imunohistoquímica para TH, que marca apenas as áreas que contém células

dopaminérgicas. Como já mencionado no decorrer da pesquisa, a SNc é a parte

dopaminérgica da SN, por este motivo, a imunohistoquímica para TH foi fundamental para a

delimitação citoarquitetônica do núcleo estudado. Fazendo o pareamento das lâminas com

imunohistoquímica para TH e as de S100B foram identificados os cortes mesencefálicos à

altura da SNc para iniciar a análise.

Inicialmente, foi montada uma prancha contendo uma imagem de cada nível (rostral,

médio e caudal), de uma imunohistoquímica representativa para TH, mostrando onde os

neurônios dopaminérgicos estão localizados no mesencéfalo (FIGURA 8).

Observando as figuras obtidas de TH e com o auxílio do atlas Paxinos, Watson

(2007) foi construído um chart destacando a SNc a fim de nortear a localização do núcleo nas

imagens obtidas a partir de imunohistoquímica para S100B (FIGURA 9). A terminologia

utilizada para as subdivisões da SN teve como base os trabalhos de Cavalcanti et al. (2016);

Fu et al. (2012) e Manger (2005). Como forma de respaldar a visualização da SNc e suas

subdivisões, cada fotomicrografia foi comparada à figura correspondente no Atlas de Paxinos

e Watson (2007), através do qual foi possível identificar o nível em que se encontrava cada

corte fotografado, bem como as subdivisões do núcleo estudado.

Após expor os resultados a cada nível, separadamente por faixa etária, foi feita uma

abordagem comparativa, onde foram descritas as diferenças encontradas na SNc, observando

um nível de cada vez, no RJ, RMI e RI, detalhando as particularidades encontradas no

envelhecimento de cada uma das subdivisões.

Page 44: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

43

FIGURA 8: Fotomicrografias em campo claro de cortes coronais de mesencéfalo de RJ com aumento de 4x.

submetidas à imunohistoquímica para TH nos níveis A (rostral), B (médio) e C (caudal) evidenciando neurônios

dopaminérgicos com intensa marcação na VTA e SNc. Barra 500µm.

Page 45: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

44

FIGURA 9: Chart ilustrativo de cortes coronais nos níveis rostral (A), médio (B) e caudal (C) de mesencéfalo de

rato evidenciando a localização da SNR e subdivisões da SNc. Modificado de Paxinos, Watson, 2007. Ver lista

de abreviações.

Page 46: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

45

4.1 RATOS JOVENS

FIGURA 10: Cortes coronais de mesencéfalo de RJ com imunohistoquímica para S100B em níveis rostral (A),

médio (B) e caudal (C), com aumento de 4x, evidenciando a localização e as subdivisões da SNc encontradas em

cada nível. Ver lista de abreviações. Barra 500 µm.

Nos cortes de nível rostral em RJ (FIGURA 10A) à altura do Bregma -5,28mm

Page 47: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

46

(tendo como referência a figura nº 77 no Atlas Paxinos, 2006) observa-se marcação

aparentemente inespecífica e difusa, evidenciando pouca diferença entre as áreas, sendo

verificado à primeira impressão duas áreas se destacam, uma por apresentar marcação fraca

(pedúnculo cerebral - cp, lemnisco medial - ml e o pedúnculo mamilar - mp) e a outra por

estar fortemente marcada (SNR e o núcleo terminal medial do trato óptico acessório - MT).

Ao lado do MT e acima do pedúnculo mamilar verifica-se uma pequena porção

estreita e alongada com marcação menos intensa do que a SNR e mais forte do que a do mp.

Trata-se da porção inicial da SNCD, que é acompanhada paralelamente ao MT, desaparecendo

na metade deste e aparecendo novamente na borda superior, contornando a borda lateral

superior esquerda da SNR, até unir-se à SNCL, no final do pendúnculo cerebral, acima da

SNR, a qual se destaca por apresentar marcação ainda mais fraca do que a da SNCD, porém

mais forte do que a do cp (FIGURA 11). Essas variações na marcação permitiu que essas

subdivisões e estruturas fossem observadas em comparação com o Paxinos. Em nível rostral,

as duas subdivisões da SNc encontradas apresentaram marcação pouco densa, porém

homogênea em toda a sua extensão.

FIGURA 11: Cortes coronais de mesencéfalo de RJ, nível rostral, evidenciando as diferentes intensidades de

marcação encontradas na SNCD, SNR, SNCL e cp (à esquerda) com aumento de 10x. Barra 500 µm. À direita,

com um aumento de 20x, pode-se verificar com nitidez o parcelamento das estruturas em destaque na imagem

anterior. Barra 200 µm. Ver lista de abreviações.

Em nível rostral de rato jovem, além do parcelamento nítido da SNCL e SNCD, as

duas únicas subdivisões encontradas neste nível, pode-se observar também a presença de

astrócitos bem marcados, encontrados distribuídos de forma heterogênea pelas estruturas,

verificando “aglomerados” em alguns pontos específicos (FIGURA 11B).

No nível médio (FIGURA 10B) a identificação das estruturas foi dificultada pela

fraca marcação generalizada em todo o corte. Dessa forma, tomou-se como ponto de partida a

identificação do cp e do ml, os quais se destacam por apresentarem marcação extremamente

Page 48: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

47

fracas e também a SNR, área extensa com intensa marcação.

Em seguida procurou-se comparar o formato do corte com as figuras do Paxinos,

através do qual foi observado semelhança entre o corte em questão e a figura nº 81 (Bregma -

5,76mm). À essa altura é possível visualizar as quatro subdivisões da SNc. Comparando a

figura do Atlas com a fotomicrografia foi possível a visualização do parcelamento de todas as

subdivisões.

Abaixo do ml, com marcação mais intensa do que este e um formato ligeiramente

retangular, encontra-se o mp. Entre o mp e a SNR encontra-se a SNCM, outra pequena

estrutura, com formato circular, a qual foi possível diferenciar não pela intensidade da

marcação, mas pelo sentido das fibras que apresenta (FIGURA 12B).

FIGURA 12: Fotomicrografias de mesencéfalo de RJ, nível médio, aumentado em 4x, destacando as subdivisões

da SNc (A). Barra 500µm. Em B, C e D, em aumento de 20x, observa-se o parcelamento das estruturas

destacadas em A. Barra 200µm. Ver lista de abreviações.

Acima da SNCM, seguindo a borda da SNR verifica-se a SNCD em duas porções:

uma mais comprida e estreita que segue paralela ao ml (FIGURA 12A, B e C) e uma menor,

na porção mais superior da SNR, ligando esta à SNCL. A SNCD caracteriza-se por apresentar

Page 49: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

48

marcação intermediária entre a do ml e da SNR, além de apresentar “fibras” ou “nervuras” em

sentido diferente das que estão ao seu redor. A SNCL é de fácil visualização, pois aparece

como um triângulo lateralizado na porção superior da SNR, com uma marcação mais fraca do

que esta, porém mais intensa do que a do cp (FIGURA 12A).

A SNCV encontra-se dentro da SNR e foi visualizada por apresentar coloração

discretamente mais clara do que esta. Dentre todas as subdivisões da SNc de rato jovem em

nível médio, a SNCV é a que apresenta visualização mais difícil por apresentar marcação com

intensidade semelhante à da SNR, onde está inserida. Apesar disso, com um maior aumento é

possível visualizar o seu parcelamento (FIGURA 12D). Neste nível do RJ os astrócitos são

escassos, sendo visualizados na SNCL e na SNCV.

Em nível caudal de ratos jovens (FIGURA 10C) foi possível visualizar as quatro

subdivisões da SNc na foto obtida. A figura se compara nº 85 do atlas, à altura do Bregma –

6,24mm.

A SNCM aparece como uma faixa estreita e comprida, com pigmentação clara e

homogêna em toda a sua extensão, situada entre o ml e a SNR na sua porção inferior,

diferenciando-se desta por apresentar marcação mais fraca. A marcação da SNCM é

semelhante à do ml, porém observa-se uma linha em apagamento, contornando toda a borda

da SNCM, o que a diferencia do ml neste nível (FIGURA 13A).

Dentro da SNR, é possível visualizar a SNCV, uma estrutura alongada e arqueada,

com pigmentação mais clara do que esta, porém mais escura do que na SNCM e SNCD

(FIGURA 13B).

A SNCD apresenta marcação mais intensa do que a da SNCM e menos do que a

SNR. Aparece como uma linha extensa e delgada, contornando a SNR, que alarga no meio e

volta a estreitar à medida que se aproxima da SNCL, onde ela termina.

A SNCL aparece com pigmentação intensa, ao final do pendúnculo cerebral e acima

da SNR, com delimitação evidente, porém sem aparente diferença na marcação, quando

comparado à SNR, o que aparece pela primeira vez, quando comparado aos níveis rostral e

médio anteriomente analisados. Nessa subdivisão observa-se alguns pontos de fraca

marcação, que pode ser confundida com danos no tecido, mas essa possibilidade é descartada

pois nesses locais é possível visualizar astrócitos e algumas ramificações (FIGURA 14C).

Page 50: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

49

FIGURA 13: Fotomicrografias de mesencéfalo de RJ em nível caudal, com aumento de 20x, evidenciando o

parcelamento e a ausência de astrócitos na SNCM (A) e o parcelamento da SNCV (B), com marcação

ligeiramente mais fraca do que a SNR. Observa-se presença de astrócitos espalhados em toda a camada ventral

da SNc. Barra 200µm. Ver lista de abreviações.

Comparando os padrões de marcação encontrados nos ratos jovens, podemos dizer

que estes possuem particularidades nos diferentes níveis. O nível caudal é o que apresenta

maior nitidez na visualização das subdivisões da SNc, por apresentar maior variação na

intensidade da marcação das demais estruturas mesencefálicas, o que nos permite reconhecer

cada uma delas. Nos níveis rostral e médio o parcelamento das estruturas tornou-se

dificultado por apresentar respectivamente marcação forte e fraca em todas as áreas. Com

relação à presença de astrócitos, estes foram visualizados na SNCL e SNCV em quantidade

maior do que nos níveis rostral e médio.

A SNCL no rato jovem foi a subdivisão da SNc que mais se destacou pelo seu nítido

parcelamento, sendo observado um aumento na intensidade da marcação no sentido rostro-

caudal, além da presença de possíveis astrócitos nos níveis rostral e caudal (FIGURA 14).

Page 51: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

50

FIGURA 14: Fotomicrografias da SNCL de RJ, com aumento de 20x, nos níveis rostral (A), médio (B) e caudal

(C), evidenciando um aumento na intensidade da marcação no sentido caudal e presença astrócitos em maior

quantidade no nível caudal, seguido do rostral e médio. Barra 200µm. Ver lista de abreviações.

Page 52: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

51

4.2 RATOS DE MEIA IDADE

FIGURA 15: Cortes coronais de mesencéfalo de RMI com imunohistoquímica para S100B, nos níveis rostral

(A), médio (B) e caudal (C), aumento de 4x. Barra 500µm. Ver lista de abreviações.

A figura obtida de ratos de meia-idade no nível rostral (FIGURA 15A) encontra-se à

Page 53: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

52

altura do Bregma -4,92mm – Figura nº 74 do Paxinos. Nela observa-se a maioria das áreas

com fraca marcação, com comparação com a figura referente ao rato jovem, tendo um

destaque para a SNR, que apresenta uma marcação mais intensa.

Devido à intensificação na marcação da SNR a identificação da região em estudo se

tornou mais evidente. O cp e o ml são facilmente visualizados e delimitados quando

comparada a imagem ao atlas por apresentarem marcação mais fraca. Sabendo que a essa

altura o corte deve mostrar a SNCD e a SNCL e através da figura referente a este corte no

Atlas, as áreas em maior destaque por menor ou maior marcação foram desenhadas e através

da posição anatômica e também pelas diferenças no padrão de pigmentação, a SNCD e SNCL

foram identificadas e delineadas.

A SNCD está localizada na parte superior esquerda da SNR, que se destaca por

apresentar marcação intermediária entre o ml e a SNR, seguindo paralelamente a essas duas

estruturas até se unir à SNCL. Na borda inferior essa subdivisão encontra-se dispersa na SNR,

dela diferenciando-se por apresentar uma marcação mais fraca. Já na borda superior, uma

linha fina, branca e contínua (FIGURA 16A e B) parece delimitar a margem que separa a

SNCD do ml.

A SNCL (FIGURA 15A e 16A) apresenta-se com um contorno bem delimitado,

delineando na sua porção inferior a borda superior da SNR, da qual se destaca por apresentar

intensidade de marcação bem menor. À esquerda se une à porção final da SNCD e à direita ao

cp, do qual à primeira vista o parcelamento fica dificultado pelo fato de apresentarem

marcação igualmente fracas. Porém, ao ampliar a imagem, é possível perceber com nitidez o

contorno do cp (FIGURA 16C), o qual separa esta estrutura da SNCL.

Em nível médio (FIGURA 15B), a imagem obtida de RMI encontra-se compatível

com a figura nº 81 do Paxinos, à altura do Bregma -5,76mm, porção final do nível médio,

onde verifica-se a SNR com marcação mais intensa em comparação à do rato jovem e a todas

as outras estruturas encontradas neste nível. O cp e o ml são facilmente localizados por

apresentarem baixa marcação em relação às demais áreas, assim como o mp, abaixo do ml,

que contribuiu na escolha da figura equivalente no atlas. A partir da localização foi possível

encontrar a SNc, com suas quatro subdivisões mais fracamente marcadas.

A SNCM está localizada logo acima da porção inicial do pedúnculo cerebral, abaixo

do ml e à direita do mp. Assim como no rato jovem, a estrutura foi identificada a partir da

posição anatômica em relação ao mp e à SNR e pelo sentido dos “feixes” (na horizontal,

arqueados com pontas voltadas para baixo), os quais a diferencia das demais estruturas.

Page 54: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

53

FIGURA 16: Fotomicrografias de mesencéfalo de RMI em nível rostral com aumento de 4x, destacando a SNCD

e SNCL (A). Barra 500µm. Em B visualizam-se as diferenças na marcação e na estrutura do ml, SNCD e SNR.

As setas indicam a linha que delimita a margem superior da SNCD, separando-a do ml. Em C observa-se a

delimitação precisa entre a SNCL e a SNR. As setas apontam para margem do cp, que marca a divisão entre este

e a SNCL. Aumento de 20x em B e C. Barra 200µm. Ver lista de abreviações.

A SNCD aparece logo após a SNCM, entre o ml e a SNR, com marcação de

intensidade intermediária à das estruturas entre as quais se interpõe, que inicialmente

Page 55: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

54

apresenta-se mais intensa e vai se tornando mais fraca à medida que se aproxima do final, na

metade da borda superior esquerda da SNR. É possível também observar que essa subdivisão

apresenta fibras na diagonal em sentido contrário às encontradas no ml, o que permite

diferenciar as duas estruturas.

A SNCL está localizada logo acima da SNR, porção superior final do cp. É a parte

que apresenta a pigmentação mais clara de todas as subdivisões da SNc encontradas em nível

médio de RMI. Por apresentar marcação mais fraca, o limite entre essa subdivisão e a SNR

fica nítida neste nível. Com relação ao parcelamento entre o cp e a SNCL, por apresentarem

aparentemente a mesma intensidade de marcação, o contorno que define a área de cada um só

foi possível visualizar através de um maior aumento (FIGURA 17).

FIGURA 17: Fotomicrografias de mesencéfalo de RMI em nível médio. A porção destacada em A (aumento de

4x) equivale à figura B (aumento de 10x), onde é perceptível a distinção entre a SNCL e a SNR pela diferença na

intensidade da marcação, enquanto que em relação ao cp os limites estão estabelecidos pelo próprio contorno do

cp, apontado pelas setas em B. Barra 500µm. Ver lista de abreviações.

No corte selecionado, praticamente não se percebe a SNCV (FIGURA 15B), inserida

dentro da SNR, na sua porção inferior, sendo percebida por apresentar uma coloração

ligeiramente mais clara do que a da estrutura onde ela está inserida. A SNCV é, aparentemente

a subdivisão da SNc mais fortemente marcada em nível médio de RMI.

Em nível caudal (FIGURA 15C) a imagem capturada corresponde à figura nº 85 do

Paxinos, à altura do Bregma -6,24mm, onde é possível identificar todas as subdivisões da

SNc. Na imagem a SNR se destaca pela intensa marcação, enquanto que o cp e o ml se

destacam por estarem mais fracamente marcados. Devido à baixa marcação da SNCM e

SNCD e também pela proximidade dessas estruturas com o ml, a identificação dos seus

limites tornou-se menos evidente.

Page 56: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

55

FIGURA 18: Fotomicrografias de mesencéfalo de RMI em nível caudal, aumentado em 4x (A) evidenciando o

ml (mais claro) e a SNR (mais escura), entre os quais localiza-se a SNCM e a SNCD. Barra 500µm. Em B

encontra-se o quadro em destaque na figura A, com aumento de 20x. As setas indicam a delimitação da SNCM,

que a separa do ml. Barra 200µm. Ver lista de abreviações.

A SNCM encontra-se entre a SNR e o ml, terminando juntamente com a ponta deste.

Em uma observação inicial não se percebe diferenças entre o ml e a SNCM, porém, com um

aumento maior (FIGURA 18B) pode-se perceber o contorno que delimita a estrutura. Essa

subdivisão apresenta marcação em nuvem (aspecto esfumaçado), sendo a porção central mais

intensa do que nos contornos.

A SNCD inicia logo após a SNCM e termina ao atingir a SNCL. Se diferencia

nitidamente da SNR por apresentar marcação mais fraca do que esta. Do lado oporto, uma

linha branca e contínua demarca o seu limite. A SNCL apresenta marcação intensa,

semelhante à encontrada na SNR. Apesar da marcação semelhante o contorno dessa

subdivisão está bem definido, o que permite identificar a sua delimitação. A SNCV encontra-

se inserida na SNR, tem formato alongado e marcação com intensidade mais fraca do que a da

região onde está localizada, porém mais forte do que a SNCM e SNCD (FIGURA 15C).

Page 57: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

56

No nível caudal de RMI a SNCL é a que apresenta marcação mais intensa de todas as

subdivisões da SNc. A intensidade na marcação dessa subdivisão aumentou visivelmente no

sentido rostro-caudal, o que não foi possível observar nas outras partes que compõem a SNc,

por haver diferenças na localização e tamanho das estruturas, de acordo com o nível da figura.

4.3 RATOS IDOSOS

No nível rostral de ratos idosos (FIGURA 19A), a imagem capturada se refere à

figura nº 72 do Paxinos, Bregma -4,68mm, e demonstra uma melhor evidenciação das

estruturas mesencefálicas, por apresentar intensidade de marcação diferente em cada área.

A SNR apresenta-se em destaque por ter marcação mais forte e a partir da sua

visualização é possível determinar a localização da SNCD e da SNCL, com marcação mais

fraca, sendo que na SNCL a marcação é um pouco mais intensa do que na SNCD.

A SNCD começa no início da borda esquerda da SNR, delimita todo o seu contorno,

alargando ao centro, voltando a ficar estreita à medida que se aproxima do final da SNR e

início da SNCL. Essa porção da SNc é caracterizada por apresentar fraca marcação e por ser

formada por feixes na diagonal à direita, sem pigmentação. Em um maior aumento é possível

ver que o formato dos feixes da SNCD (FIGURA 20B) é suficiente para demarcar o seu

parcelamento, diferenciandoa-a das áreas entre as quais está entreposta.

A SNCL neste nível aparece ligada à esquerda com a SNCD, à direita com o cp e na

margem inferior com a SNR. Apresenta marcação heterogênea, discretamente mais forte do

que a SNCD e o cp e mais fraca do que a SNR, por esse motivo a visualização dessa estrutura

é facilmente obtida (FIGURA 19A e 20B).

No nível médio do RI (FIGURA 20B) as estruturas mesencefálicas são vistas à altura

do Bregma -5,64mm, figura nº 80 do Atlas. É uma região mais inicial do nével médio,

portanto da SNc, somente a SNCD e a SNCL são visualizadas. A delimitação da SNc neste

nível é facilitada por ser uma área de fraca marcação, em relação à SNR, porém a delimitação

das duas subdivisões tornou-se dificultada por estarem as duas no mesmo padrão de

marcação. A delimitação das duas estruturas foi feita mediante ampliação da foto e

comparação anatômica com a figura referente no Atlas. Através desse procedimento foram

identificadas as diferenças estruturais que delimitam o contorno de cada uma delas.

Page 58: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

57

FIGURA 19: Fotomicrografias de cortes coronais de mesencéfalo de RI com imunohistoquímica para S100B,

nos níveis rostral (A), médio (B) e caudal (C), destacando as subdivisões da SNc, bem como as estruturas de

referência para encontrá-la. Aumento de 4x. Barra 500µm. Ver lista de abreviações.

Page 59: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

58

FIGURA 20: Fotomicrografias de mesencéfalo de RI, nível rostral aumentado em 4x (A). A figura B se refere à

porção destacada em A, com um aumento de 10x, evidenciando as diferenças estruturais da SNCD, as quais as

distingue das demais regiões. Barra 500µm. Ver lista de abreviações.

A SNCD aparece dividida em duas porções no nível médio do RI. A primeira inicia

acima do mp e contorna metade da borda esquerda da SNR, paralelamente ao ml. Essa parte

inicial caracteriza-se por apresentar escassa. A outra parte aparece como uma pequena área

fracamente marcada, na borda superior esquerda da SNR, ao lado da SNCL (FIGURA 19B).

A SNCL apresenta marcação mais forte do que o cp e mais fraca do que a SNR neste

nível do RI. Não foi possível observar uma clara diferença na intensidade de marcação entre

ela e a SNCD, o parcelamento entre as duas subdivisões tornou-se visível com o aumento da

imagem (FIGURA 21B), onde foi possível verificar o contorno que as delimita.

Page 60: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

59

FIGURA 21: Fotomicrografias de mesencéfalo de RI em nível médio apresentando em A uma área em destaque

que corresponde à SNCL. Aumento de 4x. Em B temos a imagem destacada em A, mostrando as diferentes

marcações das estruturas encontradas na imagem. As setas indicam a margem existente entre a SNCL e a SNCD.

Aumento de 10x. Barra 500µm. Ver lista de abreviações.

Em nível caudal do rato idoso encontramos todas as subdivisões da SNc. A imagem

obtida equivale à nº 84 do Paxinos, Bregma -6,12mm. É um corte com diferentes intensidades

de marcação, o que proporcionou uma melhor visualização das áreas (FIGURA 19C). Após a

identificação do ml, cp e SNR – estruturas que apareceram em destaque em todos os níveis de

todas as idades, por apresentarem marcação fraca (ml e cp) e forte (SNR) – foi localizada a

SNc, apresentando marcação mais fraca do que a SNR e mais intensa do que o ml.

A SNCM apresenta marcação mais fraca do que a SNR, e inicia na porção inferior do

cp, seguindo o contorno da SNR, paralelamente ao ml, até atingir a metade deste, onde se une

à SNCD. Essa subdivisão apresenta alguns pontos de marcação mais intensa, mas na sua

maior parte a marcação não difere da encontrada no ml. Apesar da semelhança na marcação,

há uma diferença marcante na estrutura fisiológica das duas estruturas, além de uma espécie

de linha divisória entre o ml e a SNCM, que demarca o limite entre elas (FIGURA 22B).

Page 61: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

60

FIGURA 22: Fotomicrografias de mesencéfalo de RI em nível caudal, evidenciando as variações na intensidade

da marcação nas diferentes estruturas (A), aumento de 4x. Em B, imagem de corte histológico equivalente ao

destacado em A, evidenciando a SNCM com setas indicando o limite entre esta e o ml. Na imagem ainda é

possível observar as diferentes marcações na SNCD, SNCV e SNR (B), aumento de 10x. Barra 500µm. Ver lista

de abreviações.

A SNCD aparece como uma faixa longa e estreita, delimitando o contorno da SNR,

até alcançar a SNCL, com marcação mais fraca do que a da parte reticulada e mais intensa do

que a da camada medial, permanecendo aparentemente com a mesma intensidade de

marcação ao longo da sua estrutura (FIGURA 19C).

A SNCL apresenta-se ao final do pedúnculo cerebral e acima da SNR. A estrutura

tem um formato triangular e nela verifica-se pelo menos três intensidades diferentes de

marcação, sendo mais clara na porção superior, um pouco mais intensa na porção inferior

próximo à SNR e uma pequena região bastante densa próximo ao local onde a SNCL se une à

SNCD (FIGURAS 19C e 23A).

Apesar de ser uma subdivisão com marcação forte, camada lateral da SNc não se

confunde com a SNR pois é visível a borda que marca a separação entre as duas. A SNCV

Page 62: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

61

corresponde a uma estrutura extensa dentro da SNR, com marcação mais fraca do que esta e

alguns pontos de hiperpigmentação em seu interior (FIGURA 19C e 23B).

FIGURA 23: Fotomicrografias de mesencéfalo de RI em nível caudal com aumento de 10x, evidenciando em A,

a SNCL, com intensa marcação, limite superior bem delimitado e limite inferior em contato com a SNR, porém

com contorno evidente indicado pelas setas. Em B está destacada pelas setas a SNCV, com marcação

ligeiramente mais clara do que a da SNR, onde está inserida. Barra 500µm. Ver lista de abreviações.

4.4 ABORDAGEM COMPARATIVA

4.4.1 Nível Rostral

No nível rostral as imagens obtidas para RJ, RMI e RI mostram a variação na

intensidade da marcação, onde se observa que, em uma visão geral, a marcação é intensa no

RJ, diminuindo no RMI e aumentando de intensidade novamente no RI, porém não com a

mesma intensidade do jovem. O RJ é o que apresenta parcelamento mais nítido, com as

Page 63: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

62

subdivisões bem delimitadas. A esta altura, apenas duas subdivisões da SNc são encontradas:

a SNCD e a SNCL (FIGURA 24).

No RJ todas as estruturas estão fortemente marcadas, ficando em destaque as áreas

mais claras, que correspondem ao cp e ao ml e entre eles a SNc, mostrando as duas

subdivisões visíveis neste nível (FIGURA 24A). A SNCL do RJ em nível rostral é a estrutura

com parcelamento mais evidente se comparada à mesma estrutura encontrada no RMI e RI à

essa mesma altura. É possível visualizar, além do parcelamento evidente, a presença de

possíveis astrócitos, os quais não são visualizados na SNCD (FIGURA 25A).

No RMI (FIGURA 24B) há aparentemente uma diminuição na marcação da SNc,

principalmente na camada dorsal, deixando mais claro a separação desta estrutura da SNR,

porém esse clareamento dificultou a distinção do que é SNCD e ml, o que pôde ser observado

com um maior aumento (FIGURA 26A). A SNCL aparece mais clara do que no RJ, o que

permite uma diferenciação mais evidente da SNR. nesta subdivisão também é possível

visualizar células, porém em menor quantidade do que o RJ e aparentemente apresentam um

tamanho menor (FIGURA 25B).

No RI (FIGURA 24C) há um aumento na intensidade da marcação em relação ao

RMI nas duas subdivisões e com isso, a marcação da SNCL apresenta-se com intensidade

próxima à da SNR, apesar disso a borda divisória entre as duas estruturas é evidente. As

células visualizadas na SNCL do RJ e RMI também foram observadas no idoso, em menor

quantidade em relação ao RJ e maior tomando por referência a mesma estrutura e nível do

RMI (FIGURA 25C).

A SNCD no idoso em nível rostral apresenta um aumento na marcação em relação ao

RMI, levando a uma maior nitidez na visualização do parcelamento dessas estruturas,

podendo ser identificado o limite preciso das bordas superior e inferior dessa subdivisão,

delimitando o seu contorno, diferenciando-a do ml e da SNR (FIGURA 26B).

Page 64: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

63

FIGURA 24: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível rostral, com aumento de 4x evidenciando a SNR,

SNCD, SNCL de RJ (A), RMI (B) e RI (C). Barra 500µm. Ver lista de abreviações.

Page 65: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

64

FIGURA 25: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível rostral, com aumento de 10x, evidenciando a SNCL em

RJ (A), RMI (B) e RI (C). Nas imagens é possível perceber o parcelamento da estrutura em destaque, sendo que

há uma melhor nitidez no parcelamento da estrutura no RJ. Barra 500µm. Ver lista de abreviações.

Page 66: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

65

FIGURA 26: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível rostral, com imunohistoquímica para S100B, com

aumento de 10x, evidenciando a SNCD em RMI (A) e RI (B). Barra 500µm. Ver lista de abreviações.

4.4.2 Nível Médio

No nível médio são visualizadas as quatro subdivisões da SNc. No geral, os cortes

apresentam marcação mais clara no RJ, intensa no RMI, voltando a diminuir a intensidade no

RI, mesmo assim, o idoso apresenta marcação mais intensa do que o jovem (FIGURA 27).

Nas três faixas etárias é possível perceber intensidades na marcação que variam de

acordo com a estrutura mesencefálica. São essas variações na marcação, em comparação com

o atlas Paxinos (FIGURA 9) e as imagens obtidas através de imunohistoquímica para TH

(FIGURA 8), que permitem identificar a SNc e todas as suas subdivisões.

A SNCL é a que mais se destaca neste nível, por apresentar marcação mais fraca do

que a SNR e melhor nitidez no seu parcelamento, seguido da SNCM, SNCV e SNCD

(FIGURA 28). No RJ (FIGURA 28A), além da marcação mais fraca do que a da SNR e o

Page 67: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

66

contorno bem definido, observa-se a presença de inúmeras células fortemente marcadas,

possivelmente astrócitos, também visualizadas no RMI (FIGURA 28B) e RI (FIGURA 28C),

porém em menor quantidade do que no jovem.

A SNCM aparece menos marcada do que a SNCL nos três animais, no entanto assim

como visto anteriormente (FIGURA 12B), as demais faixas etárias não demonstraram a

presença de astrócitos nesta subdivisão. A identificação da área se deu pela localização

anatômica em comparação com o Paxinos e pela diferença na estrutura tecidual da região em

comparação com as áreas circunvizinhas. A intensidade da marcação seguiu a mesma

sequência da SNCL – mais intensa no RMI (FIGURA 27B), em seguida o RJ (FIGURA 27A)

e RI (FIGURA 27C), sendo que no RJ o parcelamento da estrutura aparece de forma mais

nítida.

A SNCV aparece inserida dentro da SNR e é a subdivisão que apresenta marcação

mais intensa neste nível, com intensidade semelhante à da região onde está imersa, tornando

difícil a sua identificação. O RJ (FIGURA 27A) é a que apresenta esta subdivisão em maior

evidência. Por apresentar marcação mais fraca do que a SNR, a estrutura é facilmente

visualizada. No RI (FIGURA 27C) a SNCV apresenta marcação mais intensado que o RJ,

porém o RMI (FIGURA 27B) tem marcação mais forte ainda nesta área, tanto que a

delimitação de o que é SNR e SNCV se torna praticamente impossível.

A SNCD apresenta-se dispersa neste nível, sem limites precisos, principalmente na

borda superior. Apesar disso, nas três imagens é possível visualizar a diferença entre a parte

reticulada e a camada dorsal da SNc. Tal como nas outras subdivisões no nível médio, o RMI

(FIGURA 27B) é o que apresenta a SNCD mais fortemente marcada, em seguida o RJ

(FIGURA 27A) e por último o RI (FIGURA 27C).

Page 68: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

67

FIGURA 27: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível médio, com imunohistoquímica para S100B, com

aumento de 4x, evidenciando as subdivisões da SN em RJ (A), RMI (B) e RI (C). Barra 500µm. Ver lista de

abreviações.

Page 69: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

68

FIGURA 28: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível médio, submetidos a imunohistoquímica para S100B,

com aumento de 10x, evidenciando a SNCL em RJ (A), RMI (B) e RI (C). Barra 500µm. Ver lista de

abreviações.

Page 70: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

69

4.4.3 Nível Caudal

Em nível caudal a marcação da SNc parece ser mais intensa do que nos níveis

anteriores. Neste nível, SNCL e SNCV praticamente não se diferencia da SNR em intensidade

de marcação. Já a SNCM e SNCD se distinguem da SNR por apresentarem marcação mais

fraca, semelhante à do ml, fazendo com que em algumas imagens essas estruturas se

confundam (FIGURA 29). Uma visualização com um maior aumento é suficiente para

delimitar o parcelamento das subdivisões da SNc em nível caudal nas três faixas etárias

estudadas.

Neste nível a SNCL aparece pela primeira vez com marcação de intensidade bem

próxima à da SNR, o que dificulta a delimitação do seu parcelamento. No RJ (FIGURA 30A)

a estrutura é fortemente marcada, porém discretamente mais clara do que a SNR,

apresentando células em grande quantidade. A região se caracteriza também por apresentar

vários pontos sem pigmentação dispersos na estrutura, os quais formam o desenho exato da

SNCL (FIGURA 29A). Esses apagamentos não estão presentes no RMI, onde a SNCL torna-

se visível por estar ligeiramente mais clara do que a SNR e um pouco mais intensa do que o

cp, não sendo necessário um maior aumento para visualizar seu parcelamento (FIGURA

29B). No RI (FIGURA 30B) em nível caudal há uma diminuição na intensidade da marcação,

quando comparado ao RMI e RJ, sendo que a SNCL apresenta-se com marcação intensa, bem

próxima à da SNR, porém ligeiramente mais fraca (FIGURA 29C).

A SNCM é de difícil localização nos três animais representados, por ser uma área

pequena e estreita, com marcação que pode confundir-se com o ml, localizado logo

acima.com relação à intensidade da marcação, esta é mais forte no RMI, em seguida o RJ e o

RI. Acompanha então o mesmo padrão dos outros níveis. O parcelamento é mais evidente no

RMI, pois apresenta diferenças na marcação e nas fibras encontradas na região, em

comparação com as estruturas que a circundam (SNR e ml). No RI a estrutura está com

marcação extremamente fraca, no entanto é nítida a diferença estrutural entre a SNCM e o ml,

enquanto que no RJ a diferença entre o ml e a SNCM só é perceptível por se observar um

discreto apagamento longitudinal, que forma uma espécie de linha divisória entre as duas

estruturas (FIGURA 31).

Page 71: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

70

FIGURA 29: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível caudal, com imunohistoquímica para S100B, com

aumento de 4x, evidenciando as subdivisões da SN em RJ (A), RMI (B) e RI (C). Barra 500µm. Ver lista de

abreviações.

Page 72: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

71

FIGURA 30: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível caudal, submetidos a imunohistoquímica para S100B,

com aumento de 10x, evidenciando a SNCL em RJ (A) e RI (B). Barra 500µm. Ver lista de abreviações.

A SNCV aparece com marcação intensa em todas as imagens selecionadas para este

nível, o que dificulta diferenciá-la da SNR. No RJ, apesar da intensa marcação, é possível

visualizar a camada ventral inserida na parte reticulada da SN, com uma marcação

ligeiramente mais fraca do que esta. No RMI a SNCV apresenta marcação mais intensa do

que o jovem, porém com característica heterogênea, apresentando várias manchas sem

pigmentação em toda a região. No RI esta subdivisão apresentou a marcação mais fraca

quando comparado ao RJ e o RMI no mesmo nível, mas vale salientar que na imagem, todas

as estruturas que aparecem no corte estão menos marcadas do que as demais (FIGURA 32).

A SNCD não apresenta boa nitidez no seu parcelamento neste nível nas três faixas

etárias estudadas. A intensidade da marcação nessa estrutura aparentemente diminui

gradativamente com o avançar da idade, sendo que no RJ o parcelamento é mais evidente.

Em uma visão mais geral, no nível caudal a marcação da SNc aumenta do jovem

para o de meia idade e diminui no rato idoso, fato que difere dos níveis apresentados

anteriormente. Quanto à nitidez de visualização das estruturas, em nível caudal o RJ é o que

apresenta parcelamento mais evidente na subdivisão da SNc.

Page 73: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

72

FIGURA 31: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível caudal, submetidos a imunohistoquímica para S100B,

com aumento de 10x, evidenciando a SNCM em RJ (A), RMI (B) e RI (C). Barra 500µm. Ver lista de

abreviações.

Page 74: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

73

FIGURA 32: Fotomicrografias de mesencéfalo em nível caudal, submetidos a imunohistoquímica para S100B,

com aumento de 10x, indicando a localização da SNCV, ligeiramente mais clara do que a SNR em RJ (A), RMI

(B) e RI (C). Barra 500µm. Ver lista de abreviações.

Page 75: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

74

5 DISCUSSÃO

5.1 OBSERVAÇÕES GERAIS

Conforme já mencionado no decorrer do trabalho, a S100B foi descoberta há mais de

meio século e é um dos 25 membros de uma família de proteínas ligantes de cálcio, tendo

ainda muito a se conhecer sobre ela. Desempenha atividades dentro e fora das células, sendo

que intracelularmente é encontrada difusamente no citoplasma, associando-se a membranas e

alguns elementos do citoesqueleto, sendo os astrócitos as células encefálicas que mais

expressam S100B (Gross et al., 2014).

Os níveis encontram-se aumentados na astrogliose, bem como em distúrbios

cerebrais infecciosos/ inflamatórios e na própria fisiopatologia da degeneração (Brozz et al.,

2009). A proteína encontra-se em níveis elevados em diversas patologias do SNC e algumas

associadas ao envelhecimento. O gene que abriga essa proteína está localizado no

cromossomo 21, o qual é em parte triplicado no Alzheimer e em consequência a patologia

apresenta uma maior expressão da proteína. Pacientes com Síndrome de Down também

apresentam expressão aumentada de S100B e por coincidência, apresentam tendência para o

desenvolvimento precoce do Alzheimer (Shappiro et al., 2010).

O Parkinson é outra doença associada ao envelhecimento. Trata-se de uma desordem

neurodegenerativa comum caracterizada pela perda dos neurônios dopaminérgicos da SN e

suas projeções estriatais. O diagnóstico ocorre após uma perda de 50% dos neurônios

dopaminérgicos da SN (Fricke et al., 2016), em especial os que contém neuromelanina na SN,

causando os sintomas motores característicos da patologia (Muñoz et al., 2012). Os neurônios

dopaminérgicos do mesencéfalo estão envolvidos em diversos tipos de comportamento,

doenças psiquiátricas e neurológicas, como a Doença de Parkinson, abuso de drogas e

esquizofrenia (German e Manaye, 1993). Todas essas desordens estão associadas também a

níveis elevados da Proteína S100B, conforme exposto no decorrer do referencial teórico.

Na Doença de Parkinson e epilepsia os astrócitos contribuem no disparo das reações

rítmicas anormais presentes nas duas patologias. Essas células, quando ativadas, regulam o

Ca2+

externo para desencadear o rompimento, através do qual libera a proteína S100B

(Morquette et al., 2015).

Em uma pesquisa realizada com humanos e camundongos, foi observado um

aumento considerável da expressão de S100B na região da SNc de humanos com DP post

Page 76: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

75

mortem, em relação ao grupo controle. Já os animais, uma parte foi submetida a um

tratamento com MPTP (1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetrahidropiridina), uma toxina que induz ao

Parkinson, durante 5 dias consecutivos. Esses animais foram sacrificados imediatamente ao

témino e após 2, 4, 7, 14 e 21 dias de tratamento. No estudo foi observado que a expressão da

S100B na SNc estava aumentada nos animais sacrificados imediatamente após o tratamento,

diminuindo gradativamente com o passar dos dias, até voltar a níveis basais, comparado ao

controle, sugerindo que a S100B pode ter relação com a patogênese da doença, ou atuar como

marcador desta (Sathe et al., 2012).

Em um mapeamento neuroanatômico realizado em ratos jovens de 60 dias em

condições fisiológicas foram descritas as regiões/áreas ou estruturas encefálicas que

expressam S100B em condições fisiológicas e patológicas. De acordo com o estudo, a SN não

apresenta células que expressam S100B na SN em condições fisiológicas. Nesse estudo foi

considerada a SN como um todo, sem fazer menção à parte reticulada e à compacta, bem

como não houve distinção entre níveis rostral e caudal, pois a pesquisa não era restrita a uma

área cerebral específica, e sim com o objetivo de fazer um mapeamento geral (Campos et al.,

2015).

Vale ressaltar a necessidade de deixar explícito na pesquisa se o estudo se refere à

SNc ou SNR, pois apresentam citoarquitetura e funções distintas. A parte compacta apresenta

neurônios pigmentados, denominados neuromelanina, que tem a dopamina como seu principal

neurotransmissor e apresenta fibras nigroestriatais tanto aferentes como eferentes, enquanto

que a parte reticulada possui poucos neurônios com neuromelanina e utiliza-se de

neurotransmissores gabaérgicos inibitórios (Coelho et al., 2016).

Em 1986, Boyes e colaboradores utilizaram ratos wistar machos, com peso entre

175-200g para pesquisar a co-localização imunohistoquímica para S100B e GFAP em

encéfalo de ratos. Na pesquisa observaram que na SNR, em condições fisiológicas a dupla

imunofluorescência (S100B e GFAP) as células imunorreativas compartilhavam o mesmo

padrão de distribuição e morfologia semelhante. Não foi mencionado marcação na SNc

(Boyes et al., 1986). Apesar de não ser a área escolhida para a nossa pesquisa, foi observado

que a SNR destacou-se em todas as imagens obtidas por apresentar intensa marcação para

S100B, em relação a outras estruturas mesencefálicas, como o cp, ml e à própria SNc.

Em um estudo para caracterização da SN humana durante o envelhecimento, notou-

se que há uma tendência a diminuição no volume da estrutura da SNc de acordo com o

avançar da idade dos indivíduos, mas não foi encontrada diminuição neuronal significativa

relacionada ao envelhecimento. A pesquisa enfatiza que ainda há muito a se descobrir no

Page 77: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

76

processo de envelhecimento da SNc. Divergências na literatura, no que diz respeito às

subdivisões e a morfologia neuronal, dificultam a caracterização das alterações sofridas ao

longo da vida; além disso, as disparidades encontradas nos estudos da SN podem ser

atribuídas a inúmeros fatores, tais como diferentes processos de coloração e processamento

dos cortes, bem como diferenças no delineamento da região e também em relação à linhagem

estudada (Alho, 2011).

Esta pesquisa se propôs a analisar a expressão da proteína S100B na SNc durante o

envelhecimento. A partir do levantamento de material bibliográfico verificamos alguns

estudos que abordam a expressão da proteína S100B na SNc, apresentam resultados que

muitas vezes não corroboram com os encontrados na nossa pesquisa.

Em seres humanos os níveis séricos estão aumentados no recém-nascido, estabilizam

na vida adulta e voltam a aumentar no envelhecimento, perfil também observado em roedores.

Essa variação nos níveis de S100B no envelhecimento está relacionada a eventos

neuropatológicos proinflamatórios, incluindo isquemia, trauma e infecções relacionadas ao

tempo de vida (Shapiro et al., 2010). Essas variações foram observadas com clareza na nossa

abordagem comparativa em nível rostral, onde foi visto que a marcação por S100B é intensa

no RJ, enfraquece no RMI e volta a intensificar no RI.

Um marcador bastante utilizado em estudos dos núcleos dopaminérgicos do

mesencéfalo é o TH (Cavalcanti et al., 2014). Nesta pesquisa foi imprescindível realizar

paralelamente as imunohistoquímicas para S100B e TH, tendo em vista que com os neurônios

dopaminérgicos da SNc bem marcados pela TH, a delimitação da área da SNc com

imunohistoquímica para S100B ficou mais evidente.

No nosso estudo verificamos que a SNc apresenta marcação a partir de

imunohistoquímica para S100B e essa marcação varia em intensidade de acordo com a

subdivisão, nível e idade dos animais. No estudo de Campos et al. (2015), os animais

utilizados estavam com 2 meses e a equipe se propôs a fazer um mapeamento da S100B no

encéfalo, enquanto que no nosso estudo consideramos jovens os ratos com 3 meses de vida e

teve apenas uma estrutura em foco, a SNc, o que favoreceu um olhar mais aprofundado,

permitindo que fosse visualizada as particularidades na marcação por S100B na região.

Analisando os grupos separadamente, observamos padrões distintos de marcação em

cada faixa etária: no RJ a marcação é intensa no nível rostral, diminui no nível médio e volta a

aumentar no nível caudal, mas ainda assim este apresenta marcação mais fraca do que no

primeiro. No RMI há um aumento progressivo na intensidade da marcação na SNc no sentido

rostro-caudal, enquanto que no RI há visualmente uma diminuição progressiva na marcação

Page 78: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

77

da SNc no mesmo sentido.

Durante anos os núcleos A8, A9 e A10 foram classificados em três vias distintas –

mesoestriatal, mesolímbico e mesocortical e acreditava-se que suas projeções eram formadas

por grupos homogêneos de neurônios. Pesquisas mais recentes apontam para uma nova

compreensão, demonstrando subdivisões nesses núcleos e características diferentes para cada

subunidade (Cavalcanti et al., 2016).

A S100B demonstrou ser um marcador que pode contribuir com estudos

citoarquitetônicos, por ter se revelado um excelente parcelador das estruturas, não só da SNc,

mas de outras regiões, através das diferentes intensidades de marcação, principalmente em

ratos jovens, que apresentaram parcelamento mais evidente, mostrando em detalhes a

delimitação citoarquitetônica não só da SNc e suas subdivisões, mas também de outras

estruturas visualizadas nas imagens, como a SNR, cp, ml, entre outras.

Essa visualização das subdivisões através da imunohistoquímica para S100B reforça

a ideia de que os neurônios e tipo de glia encontrados nessa região não são homogêneos, o

que sugere que cada uma das subdivisões da SNc pode ter funções diferentes.

Quanto à visualização de células, possivelmente astrócitos, estes apareceram mais na

SNCL, em todos os níveis, das três faixas etárias estudadas. São perceptíveis as variações na

quantidade de células dependendo do nível e da idade. Durante o envelhecimento as células

do SNC sofrem diversas alterações funcionais, que variam de acordo com os danos no

estresse oxidativo ao longo do tempo (Nissen, 2017). A SNCL também foi a que permaneceu

com parcelamento nítido em todos os níveis de todas as faixas etárias estudadas.

Essas células também foram visualizadas na SNCV nos níveis médio e caudal nas

faixas etárias estudadas, porém é uma subdivisão de difícil delimitação por apresentar

marcação intensa, semelhante à da SNR, onde está inserida. A SNCM e SNCD não

apresentaram astrócitos em nenhuma das imagens capturadas. A camada lateral da SNc foi

relatada nos primeiros estudos de subdivisão da SN, onde Bauer (1909) e Sano (1910)

relataram três subdivisões da SN: a pars compacta, pars reticulata e pars lateralis (Alho,

2011). Outra particularidade da camada lateral da SNc é que no processo de

neurodegeneração, ela é a primeira a sofrer danos, seguindo para a SNCM, SNCV e SNCD,

padrão associado à diminuição dos transportadores da dopamina (Pereira et al., 2007) e

padrão observado também no nosso estudo, quanto à nitidez do parcelamento, pois é mais

evidente na SNCL e na sequência SNCM, SNCV e por último a SNCD, a qual segundo alguns

autores, é mal demarcada em sua borda dorsal, composta por células que não se agrupam e se

entremeiam com as perirubrais (Braak e Braak, 1986).

Page 79: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

78

Em análise visual comparativa por nível – rostral, médio e caudal, verificamos que o

nível rostral é o único que segue o padrão descrito na literatura, estando intensa nos jovens,

diminuindo a intensidade nos RMI, tornando a aumentar no idoso, porém este menos marcado

do que o RJ. No nível médio a marcação é fraca no RJ, ficando mais intensa no RMI e torna-

se mais fraca no RI, porém ainda mais forte do que o RJ. Já na porção caudal a intensidade de

marcação na SNc aumenta no RMI em relação ao RJ, e diminui no RI, que apresenta a

marcação mais fraca neste nível, o que difere dos níveis rostral e caudal.

Isso talvez possa ser explicado pelo fato de que as alterações na expressão da S100B

no envelhecimento estão relacionadas não somente ao tempo de vida, mas também a eventos

individuais, como isquemias, traumas, infecções e diversos estressores ambientais podem

alterar a distribuição celular e tecidual da proteína no encéfalo (Shapiro et al., 2010). Os

animais utilizados no experimento não foram submetidos a estresses. Foram cuidados em

condições fisiológicas e talvez por esse fator individual da expressão da S100B, nesta

pesquisa observou-se que as alterações na intensidade da marcação não apresentam um

padrão específico relacionado ao envelhecimento.

A SNc apresenta marcação mais fraca em todas as suas subdivisões, em comparação

à parte reticulada, fato que se observa em todos os níveis nas diferentes faixas etárias dos

animais envolvidos na pesquisa. Tomando como base o cp, que aparece em destaque por

apresentar marcação ausente ou nula, comparando as imagens obtidas às figuras

correspondentes no atlas Paxinos e Watson (2007) e aos cortes com imunohistoquímica para

TH, de onde aparecem com marcação intensa os neurônios dopaminérgicos da SNc, podemos

afirmar que a S100B é expressa na SNc em todas as subdivisões em nível rostral, médio e

caudal de ratos jovens, de meia idade e idosos.

Os estudos de marcação nas células dopaminérgicas do mesencéfalo tem baseado a

subdivisão anatômica e morfológica da SN (Damier et al., 1999). A S100B apresentou-se

como um marcador menos eficiente para estudos relacionados à morfologia celular da SNc,

quando comparado ao TH ou mesmo a outras proteínas ligantes de Ca2+

não elencadas neste

estudo. Todavia, outras áreas apresentaram uma excelente marcação (ex.: PAG e SNR), o que

garante confiabilidade para estudos específicos dessas regiões. Com essa informação, podem

ser feitos estudos de dupla marcação com S100B e TH para delimitar a área da SNc através e

estudar a citoarquitetura e populações neuronais existentes em cada uma de suas subdivisões.

Page 80: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

79

6 CONCLUSÕES

A partir dos resultados obtidos nesta pesquisa, é possível concluir que:

1. A SNc apresenta marcação a partir de imunohistoquímica para S100B e essa marcação

varia em intensidade de acordo com a subdivisão, nível e idade dos animais.

2. As alterações na intensidade da marcação não apresentam um padrão específico relacionado

ao envelhecimento.

3. A S100B apresentou-se como um marcador não confiável para estudos relacionados à

morfologia celular da SNc, quando comparado ao TH ou mesmo a outras proteínas ligantes de

Cálcio não elencadas neste estudo. Todavia, outras áreas apresentaram uma excelente

marcação (ex.: PAG, SNR), o que garante confiabilidade para estudos específicos dessas

regiões.

4. A S100B demonstrou ser um marcador que pode contribuir com estudos citoarquitetônicos,

por ter se revelado um excelente parcelador das estruturas, não só da SNc, mas de outras

regiões, através das diferentes intensidades de marcação, principalmente em ratos jovens.

Page 81: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

80

REFERÊNCIAS

Aguayo LG, Castro P, Mariqueo T, Muñoz B, Xiong W, Zhang L et al. Altered sedative

effects of ethanol in mice with αi glycine receptor subunits that are insensitive to gβγ

modulation. Neuropsycopharmacology. 2014; 39: 2538-2548.

Al-Ayadhi LY, Mostafa GA. A lack of association between elevated serum levels of S100B

protein and autoimmunity in autistic children. JNI, 2012 [acesso em: 2017 mar 18]; 9:54.

Disponível em: http://www.jneuroinflammation.com/content/6/1/54.

Alho ATL. Caracterização da substância negra humana. Tese [Doutorado em Ciências].

[Internet]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2011. [acesso

em: 2016 novembro 10]. Disponível em:

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-01122011-175727/en.php.

Allen NJ, Barres BA. Signaling between glia and neurons: focus on synaptic plasticity.

Current Opinion in neurobiology. 2005; 15 (5): 542-548.

Andersson JPA, Linér MH, Jönsson H. Increased serum levels of the brain damage marker

S100B after apnea in trained breath-hold divers: a study including respiratory and

cardiovascular observations. J. Appl physiol. 2009; 107: 809-815. doi:

10.1152/japplphysiol.91434.2008.

Araújo L, Ribeiro O, Paúl C. Envelhecimento bem sucedido e longevidade avançada. Actas de

gerontologia. 2016; 2 (1): 1-11

Araújo DP. Atividade antioxidante e neuroprotetora do ácido alfa lipóico: uma nova

perspectiva para o tratamento da doença de parkinson. Dissertação [Mestrado em

Farmacologia]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará; 2012.

Astrand R, Undén J, Romner B. Clinical use of the calcium-binding S100 protein. Calcium-

bindings proteins rage. 2012; 963: 373-384.

Aumann T, Horne M. Activity-dependent regulation of the dopamine phenotpe in substantia

nigra neurons. JNC. 2012; 121: 497-515. doi: 10.1111/j.1471-4159.2012.07703.x.

Baldoni AO, Pereira LRL. O impacto do envelhecimento populacional brasileiro para o

sistema de saúde sob a óptica da farmacoepidemiologia: uma revisão narrativa. Rev ciênc

farm básica aplic. 2011; 32 (3): 313-321.

Page 82: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

81

Bellander BM, Olafsson IH, Ghatan PH, Skejo HPB, Hansson LO, Wanececk M et al.

Secondary insults following traumatic brain injury enhance complement activation in the

human brain and release of the tissue damage marker S100B. Acta neurochir. 2011 [acesso

em: 2016 mar 29]; 153: 90-100. Disponível em: http://www.springerlink.com. doi:

10.1007/s00701-010-0737-z.

Bourdy R, Sánchez-Catalán MJ, Kaufling J, Balcita-Pedicino JJ, Freund-Mercier MJ,

Veinante P et al. Controlo of the nigrostriatal copamine neuron activity and motor function by

the tail of the ventral tegmental area. Neuropsychopharmacology. 2014 [acesso em: 2017 mai

27]; 39: 2788-2798. Disponível em: www.neuropsychopharmacology.org.

Boyes BE, Kim SU, Lee V, Sung SC. Immunohistochemical co-localization of S100B and the

glial fibrilary acidic protein in rat brain. Neurosc. 1986; 17 (3): 857-865.

Braak H, Braak E. Nuclear configuration and neuronal types of the nucleus niger in the brain

of the human adult. Human neurobiology. 1986; 2: 71-82.

Brandão VMAT, Pereira BDP, Fazenda ICA. A interdisciplinaridade na gerontologia

social. Interdisciplinaridade. 2015; 7: 61-70.

Brasil. Ministério da Saúde. Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento. Brasília,

2010.

Brasil VJW, Batista NA. O Ensino de Geriatria e Gerontologia na Graduação Médica. Revista

Brasileira de Educação Médica. 2015; 39: 344-351.

Brozzi F, Arcuri C, Giambanco I, Donato R. S100B Protein Regulates Astrocyte Shape and

Migration via Interaction with Src Kinase. JBC. 2009 [acesso em: 2016 mar 29]; 284 (13):

8797-8811. Disponível em: http://www.jbc.org. doi: 10.1074/jbc.M805897200.

Camozzato AL, Godinho C, Chaves MLF. Effect of successful aging on mortality in older

individuals. Dement Neuropsychol. 2014; 8: 182-186.

Campos LMG, Pinato L, Spilla CSG, Decanini AL, Vieira IZ, Hamasaki MY, Nogueira MI.

Neuroanatomical mapping of S100 immunoreactivity. J. Neurol Neurophysiol. 2015 [acesso

em: 2016 abr 19]; 6 (6): 8p. Disponível em: www.archgate.net/publication/290985947. doi:

10.4172/2155-9562.1000326.

Cançado FAX, Horta ML. Envelhecimento Cerebral. In: Freitas EV et al. Tratado de Geriatria

e Gerontologia. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. p. 194-211.

Page 83: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

82

Carvalho GD, Masseno APB, Zanini MS, Zanini SF, Porfírio LC, Machado JP et al.

Avaliação clínica de ratos de laboratório (Rattus norvegicus linhagem Wistar): parâmetros

sanitários, biológicos e fisiológicos. Ceres. 2009; 56 (1): 051-057.

Cavalcanti JRLP, Pontes ALB, Fiuza FP, Silva KDA, Guzen FP, Lucena EES et al. The

nuclear organization of the substantia nigra, ventral tegmental área and retrorubral field of the

common marmoset (Callisthrix jacchus): A cytoarchitetonic and TH- immunohistochemistry

study. Journal of Chemical Neuroanatomy, 2016. doi: 10.1016/j.jchemneu.2016.05.010.

Cavalcanti JRLP, Soares JG, Oliveira FG, Guzen FP, Pontes ALB, Sousa TB et al. A

cytoarchitetonic and TH-immunohistochemistry characterization of the dopamine cell groups

in the substantia nigra, ventral tegmental area and retrorubral field in the rock cavy (Kerodon

rupestris). JCN. 2014 [acesso em: 2017 mai 18]; 55: 58-66. Disponível em:

www.elsevier.com/locate/jchemneu. doi: 10.1016/j.jchemneu.2014.01.002.

Cavalini BA, Ferreira MCG, Ferreira MA. Política Nacional do Idoso e sua Implementação na

Assistência de Enfermagem. Raízes e Rumos. 2014; 02: 03-11.

Cheong KA, Noh M, Kim CH, Lee AY. S100B as a potential biomarker for the detection of

cytotoxity of melanocytes. Experimental Dermatology. 2014 [acesso em: 2017 abr 12]; 23:

165-171. Disponível em: www.wileyonlinelibrary.com/journal/EXD. doi: 10.1111/exd.12332.

Chvátal A, Valentim G, Remak R, Purkyne JE. Discorering the structure of nerve tissue. J hist

neurosc. 2015; 24: 326-351. doi: 10.1080/0964704X.2014.977677.

Cirillo C, Capoccia E, Iuvone T, Cuomo R, Sarnelli G, Steardo L et al. S100B inhibitor

pentamidine attenuates reactive gliosis and reduces neuronal loss in a mouse model of

Alzheimer’s Disease. Biomed Research International. 2015; 11p. doi: 10.1155/2015/508342.

Coelho SQF. Efeitos da Senescência sobre o complexo nuclear da substância negra pars

compacta (SNc/A9) de ratos Wistar (Rattus norvegicus). Dissertação [Mestrado em Saúde e

Sociedade]. Mossoró: Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade do Estado do Rio

Grande do Norte; 2016.

Coizet V, Comoli E, Westby GWM, Redgrave P. Phasic activation of substantia nigra and the

ventral tegmental área by chemical stimulation of the superior coliculus: na

electrophysiological investigation in the rat. European journal of Neuroscience. 2003; 17: 28-

40. doi:10.1046/j.1460-9568.2003.0245.x.

Page 84: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

83

Corradini BR, Iamashita P, Tampellini E, Farfel JM, Grinberg LT, Moreira-Filho, CA.

Complex Network-Driven View of Genomic Mechanisms Underlying Parkinson’s Disease:

Analyses in Dorsal Motor Vagal Nucleus, Locus Coeruleus, and Substantia Nigra. BioMed

Research International. 2014 [acesso em: 2017 mai 27]; 16p. Disponível em:

http://dx.doi.org/10.1155/2014/543673.

Costa DCA, Silva LRS, Coertjens M. Mecanismos e funções da proteína S100B durante a

hipóxia: uma revisão de literatura. Rev. Neurociênc. 2013; 21 (3): 408-419. doi:

10.4181/RNC.2013.21.767.12p.

Crimmins M, Zhang Y, Saito Y. Trends over 4 decades in disability-free life expectancy in

the United States. Ajph Research. 2016; 106: 1287-1293.

Cuoghi B, Mola L. Macroglial cells of the teleost Central Nervous System: a survey of the

main types. Cell Tissue Res. 2009; 338: 319-332.

Dagios P, Vasconcellos C, Evangelista DHR. Avaliação da qualidade de vida: comparação

entre idosos não institucionalizados participantes de um centro de convivência de idosos

institucionalizados em Ji-Paraná/RO. Estud. Interdiscipl. Envelhec. Porto Alegre, 2015; 20:

469-484.

Damier P, Hirsch EC, Agid Y, Graybiel AM. The substantia nigra of the human brain II.

Patterns of loss of dopamine-containing neurons in Parkinson´s disease. Brain. 1999; 122:

1437-1448.

Dauer W, Przedborski S. Parkinson’s disease: mechanisms and models. Neuron. 2003; 39:

889–909.

Donato R, Sorci G, Riuzzi F, Arcuri C, Bianchi R, Brozzi F. S100B’s double life: intracellular

regulator and extracellular signal. Biochimica et Biophysica Acta. 2009 [acesso em: 2016 mar

29]; 1793: 1008-1022. Disponível em: www.elsevier.com/locate/bbamcr. doi:

10.1016/j.bbamct.2008.11.009.

Esquenazi D, Silva SRB, Guimarães MAM. Aspectos fisiopatológicos do envelhecimento

humano e quedas em idosos. Revista Hupe. 2014; 13 (2): 11-20. doi:

10.12957/rhupe.2014.10124.

Fanò G, Biocca S, Fulle S, Mariggiò MA, Belia S, Calissano P. The S-100: a protein family in

search of a function. Progress in Neurobiology. 1995; 46: 71-82.

Page 85: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

84

Fechini BRA, Trompieri N. O processo de envelhecimento: as principais alterações que

acontecem com os idosos com o passar dos anos. Interscience Place. 20ed. 2012; 20: 106-132.

doi: 10.6020/1679-9844/2007.

Fernández-Ballesteros R, Robine JM, Walker, Kalache A. Active aging: a global goal

[editorial]. Hindawi. 2013. 4p. doi: 10.1155/2013/298012.

Fernandez-Flores A, Díaz-Galvez FJ. S100 Expression by atypical megakaryocytes: a

previously unreported potential pitfall in dermopathology. J Cutan pathol. 2014; 41: 963-968.

doi: 10.1111/cup.12426.

Fernandez LL, Fornari LHT, Barbosa MV, Schroder N. Ferro e neurodegeneração. Scientia

Medica. 2007; 17 (4): 218-224.

Fine M. Intergenerational perspectives on ageing, economics and globalization. Australasian

Journal on Ageing. 2014; 33: 220-225.

Fricke IB, Viel T, Worlitzer MM, Collman FM, Vrachimis A, Faust A et al. 6-

hydroxydopamine-induced Parkinson’s disease-like degeneration generates acute microgliosis

and astrogliosis in the nigroestriatal system but no bioluminescence imaging-detectable

alteration in adult neurogenesis. EJN. 2016; 43: 1352-1365. doi: 10.1111/ejn.13232.

Fujiya A, Nagasaki H, Seino Y, Okawa T, Kato J, Fukami A et al. The role of S100B in the

interation between adipocytes and macrophages. Obesity. 2014; 22: 371-379.

Fu Y, Yuan Y, Halliday G, Rusznák Z, Watson C, Paxinos G. A cytoarchitetonic and

chemoarchitetonic analysis of the dopamine cell groups in the substantia nigra, ventral and

tegmental area, and retrorubral field in the mouse. Brain Struct Funct. 2012; 217: 591-612.

doi: 10.1007/s00429-011-0349-2.

German DC, Manaye KF. Midbrain Dopaminergic Neurons (Nuclei A8, A9 and A10): Three-

Dimensional Reconstruction in the Rat. J Comp Neurol. 1993; 331: 297-309.

Girondi JBR, Nothaft SCS, Santos SMA, Oliveira F, Sebold LF, Kempfer SS. Estudo do perfil

de morbimortalidade entre idosos. Rev Enf UFSM. 2013; 3 (2): 197-204.

Glenney J, Kindy M, Zokas L. Isolation of a new member of the S100 protein family: amino

acid sequence, tissue, and subcellular distribution. J cell Biol. 1989; 108: 569-70.

Page 86: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

85

Gross SR, Sin CGT, Barraclough R, Rudland PS. Joing S100 proteins and migration: for

better or for worse, in sickness and in health. Cell. Mol. Life Sci. 2014 [acesso em: 2016 mar

09]; 71: 1551-1579. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23811936. doi:

10.1007/s00018-013-1400-7.

Ha NT, Hendrie D, Moorin R. Impact of population ageing on the costs of hospitalisations for

cardiovascular disease: a population-based data linkage study. BMC Health Service Research.

2014; 14: 554.

Halassa MM, Fellin T, Haydon PG. Tripartite synapses: Role for astrocytic purines in the

control of synaptic physiology and behavior. Neuropharmacology. 2009 [acesso em: 2017

nov 18]; 57: 343-346. Disponível em: www.elsevier.com/locate/neuropharm.

Hohlefeld FU, Ehlen F, Tiedt HO, Krugel LK, Horn A, Kühn AA et al. Correlation between

cortical and subcortical neural dynamics on multiple time scales in Parkinson's disease. NSC.

2015 [acesso em: 2017 dez 05]; 16p. disponível em:

http://dx.doi.org/10.1016/j.neuroscience.2015.04.013.

Janini JP, Bessler D, Vargas AB. Educação em saúde e promoção da saúde: impacto na

qualidade de vida do idoso. Saúde e Debate. 2015; 39 (105): 480-490. doi: 10.1590/0103-

110420151050002015.

Jhala N, Christian A. Active Aging. International Journal of Humanities and Social Science

Invention. 2013; 2: 2319 – 7722.

Kamagata K, Hatano T, Okuzumi A, Motoi Y, Abe O, Shimoji K, et al. Neurite orientation

dispersion and density imaging in the substantia nigra in idiopathic Parkinson disease. Eur.

Radiol. 2016; 26: 2567-2577. doi: 10.1007/s00330-015-4066-8.

Kessler FHP, Woody G, Portela LVC, Tort ABL, Boni R, Peuker ACWB et al. Brain injury

markers (S100B and NSE) in cronic cocaine dependents. Rev Bras Psiquiatr. 2007 (2);

29:134-139.

Kranaster L, Janke C, Mindt S, Neumaler M, Sartorius A. Protein S-100 and neuron-specific

enolase serum levels remain unaffected by electroconvulsive therapy in patients with

depression. J. Neural Transm. 2014 [acesso em: 2016 mar 09]; 121: 1411-1415. Disponível

em: https://link.springer.com/article/10.1007/s00702-014-1228-9. doi: 10.1007/s00702-014-

1228-9.

Kumar A, Kumar P, Misra S, Sagar R, Kathuria P, Vibha D et al. Biomarkers to enhance

accuracy and precision of prediction of short-term and long-term outcome after spontaneous

Page 87: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

86

intracerebral haemorrage: a study protocol for a prospective cohort study. BMC Neurology.

2015 [acesso em: 2017 mai 24]; 15: 136. Disponível em:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4533964/. doi: 10.1186/s12883-015-0384-3.

Lai PMR, Du R. Association between S100B levels and long-term outcome after aneurismal

subarachnoid hemorrage: systematic review and pooled analysis. PLoS ONE. 2016 [acesso

em: 2016 abr 11]; 11(3). Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27007976.

doi: 10.1371/journal.pone.0151853.

Lent R. Cem bilhões de neurônios? Conceitos fundamentais de neurociências. 2ed, São Paulo:

Atheneu, 2010. 742p.

Li D, Zhu B, Ishikawa T, Zhao D, Michiue T, Maeda H. Immunohistochemical distribuition

of S-100 protein in the cerebral cortex with regard to the cause of death in forensic autopsy.

Legal Medicine. 2006 [acesso em: 2016 mar 22]; 8: 78-85. Disponível em:

www.elsevier.com/locate/legalmed. doi: 10.1016/j.legalmed.2005.09.002.

Li F, Men X, Zhang W. S100 protein in breast tumor. Indian journal of cancer. 2014 [acesso

em: 2016 mar 09]; 51 (2): 67-71. Disponível em: www.indianjcancer.com. doi: 10.4103/0019-

509X.154046.

Lima AP, Delgado EI. A melhor idade do Brasil: aspectos biopsicossociais decorrentes do

processo de envelhecimento. REFUM. 2010; 1(2): 76-91.

Lisboa CR, Chianca TCM. Perfil epidemiológico, clínico e de independência funcional de

uma população idosa institucionalizada. Rev. Bras. Enferm. 2012; 65 (3): 482-487.

Liu J, Wang H, Zhang L, Xu Y, Deng W, Zhu H. S100B transgenic mice develop features of

Parkinson’s Disease. J. Arcmed. 2011; 42: 1-7. doi: 10.1016/j.arcmed.2011.01.005.

Manger PR. Stablishing order at the systems level in mammalian brain evolution. Brain Res.

Bull. 2005; 66: 282–289.

Marina N, Teschemacher AG, Kasparov S, Gourine AV. Glia, sympathetic activity and

cardiovascular disease. Exp Physiol. 2016; 101: 565-576. doi: 10.1113/EP085713.

Martinez-Aguilar J, Clifton-Bligh R, Molloy MP. A multiplexed, targeted mass spectrometry

assay of the S100 protein family uncovers the isoform-specific expression in thyroid tumours.

BMC Cancer. 2015 [acesso em 2016 mar 09]; 15: 199. Disponível em:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25880590. doi: 10.1186/s12885-015-1217-x.

Page 88: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

87

Martins RO, Rotta NT, Portela LV, Souza DO. S100B protein related neonatal hypoxia. Arq.

Neuropsiquiatr. 2006; 64 (1): 24-29.

Massone F. Anestesiologia veterinária: farmacologia e técnicas, 1ed. Guanabara Koogan: Rio

De Janeiro, 2008.

Mensch S, Baraban M, Almeida R, Czopka T, Ausborn J, Manira AE et al. Synaptic vesicle

release regulates myelin sheath number of individual oligodendrocytes In Vivo. Nature

Neurosc. 2015; 18: 628-630.

Mendes ACG, Sá DA, Miranda GMD, Lyra TM, Tavares RAW. Assistência pública de saúde

no contexto da transição demográfica brasileira: exigências atuais e Futuras. Cad. Saúde

Pública. 2012; 28(5): 955-964.

Menezes TMO, Lopes RLM, Azevedo RF. A pessoa idosa e o corpo: uma transformação

inevitável. Rev. Eletrônica Enfermagem. 2009; 11: 598-604.

Michetti F, Corvino V, Geloso MC, Lattanzi W, Bernardini C, Serpero L et al. The S100B

protein in biological fluids: more than a lifelong biomarker of brain distress. JNC. 2012; 120:

644-659. doi: 10.1111/j.1471-4159.2011.07612x.

Miki Y, Gion Y, Mukae Y, Hayashi A, Sato H, Yoshino T et al. Morphologic, flow

cytometric, functional, and molecular analyses of S100B positive lymphocytes, unique

cytotoxic lymphocytes containing S100B protein. EJH. 2012; 90: 99-110. doi:

10.1111/ejh.12036.

Moore BW. A soluble protein characteristic of the nervous system. Biochem. Iophys. Res.

Commun. 1965; 19: 739–744.

Moran LB, Duke DC, Deprez M, Dexter DT, Pearce RKB, Graeber MB. Whole genome

expression profiling of the medial and lateral substantia nigra in Parkinson´s disease.

Neurogenetics. 2006; 7: 1-11. doi: 10.1007/s10048-005-0020-2.

Morcom AM, Johnson W. Neural reorganization and compensation in aging. Journal of

cognitive neuroscience. 2015; 27: 1275-1285.

Page 89: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

88

Moreira WC, Damasceno CKCS, Vieira SKSF, Campêlo TPT, Campêlo DS, Alencar DC.

Análise sobre as políticas públicas de enfrentamento à violência contra o idoso. Reuol. 2016;

10: 1324-31.

Morera-Fumero AL, Díaz-Meza E, Abreu-Gonzalez P, Fernandez-Lopez L, Cejas-Mendez

MR. Day/night changes in Serum S100B protein concentrations in acute paranoid

schizophrenia. Progress in neuro-psychopharmacology & biological psychiatry. 2017 [acesso

em 2017 mar 18]; 75: 207-212. Disponível em: www.elsevier.com/locate/pnp. doi:

10.1016/j.pnpbp.2017.02.007.

Morquette P, Verdier D, Kadala A, Féthière J, Philippe AG, Robiteille R, et al. An astrocyte-

dependent mechanism for neuronal rhythmogenesis. Nature Neuroscience. 2015, 13p. doi:

10.1038/nn.4013.

Mosley RL, Benner EJ, Kadiu I, Thomas M, Boska MD, Hasan K et al. Neuroinflammation,

Oxidative Stress and the Pathogenesis of Parkinson's Disease. Clinical neuroscience research.

2006; 6 (3): 261-281.

Muñoz P, Huenchuguala S, Paris I, Cuevas C, Villa M, Caviedes P et al. Protective effects of

nicotine against aminochrome-induced toxicity in substantia nigra derived cells: implications

for Parkinson’s Disease. Neurotox Res. 2012; 22: 177-180. doi: 10.1007/s12640-012-9326-7.

Muthusamy N, Sommerville LJ, Moeser AJ, Stumpo DJ, Sannes P, Adler K et al. Marks-

dependent mucin clearance and lipid metabolism in ependymal cells are required for

maintenance of forebrain homeostasis during aging. Aging Cell. 2015; 14: 764-773.

Neto ACC, Cardoso AMM, Oliveira MS, Kairala ALR. Saúde como direito fundamental no

Estatuto do Idoso. In: XV Safety, Health and Enviroment World Congress; 2015 jul 19-22;

Porto, Portugal. Porto: COPEC; 2015. p. 402-405.

Netto MP. Questões metodológicas da investigação sobre velhice e envelhecimento. In:

Tratado de Geriatria e Gerontologia. Cap. 10. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

Neves KRT. Avaliação dos efeitos da pentoxifilina em modelo experimental da doença de

Parkinson: uma abordagem comportamental, neuroquímica e imunohistoquímica. Tese

[Doutorado em Farmacologia]. Departamento de Farmacologia, Universidade Federal do

Ceará, 2014.

Nissen JC. Microglial Function across the Spectrum of Age and Gender. Int. J. Mol. Sci.

2017; 18, 561. doi: 10.3390/ijms18030561.

Page 90: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

89

Oikawa S, Kobayashi H, Kitamura Y, Zhu H, Obata K, Minabe Y. Proteomic analysis of

carbonylated proteins in the monkey substantia nigra after ischemia-reperfusion. Free radical

research. 2014; 48(6): 694-705. doi: 10.3109/10715762.2014.901509.

Paiva M, Ferrer N, Villarouco V. The process of aging: a case study approach implementing

an ergonomic evaluation of the built environment for the elderly in Brasil. Ios Press. 2015; 50:

595-606.

Paxinos, G, Watson, C. The rat brain in stereotaxic coordinates. 2ed. Academic Press, San

Diego, 2007.

Paz AA, Santos BRL, Eidt OR. O processo de envelhecimento e a vulnerabilidade individual,

social e programática. Revista de Enfermagem. 2013; 1: 19-31.

Pereira MCL, Suzuki DE, Janjoppi L, Okamoto OK. Estratégias para neuro-restauração em

modelos experimentais de doença de Parkinson. Einstein. 2007; 5(4): 387-391.

Portela LVC, Tori ABL, Schaf DV, Ribeiro L, Nora DB, Walz R. et al. The serum S100B

concentration is age dependent. Clinical Chemistry. 2002; 48 (6): 950-952.

Rossi D, Martorana F, Brambilla L. Implications of gliotransmission for the pharmacotherapy

of CNS disorders. CNS Drugs. 2011; 25: 641-658.

Sagrado E, Loli C, Pereira JNB, Guimarães JP, Mari RB. Influência do envelhecimento sobre

a densidade de neurônios mioentéricos NADPH-diafore positivo no duodeno de ratos. Arq. de

Ciên. Saúde UNIPAR. 2012; 16 (1): 27-31.

Sathe K, Maetzler W, Lang JD, Mounsey RB, Fleckenstein C, Martin HL, et al. S100B is

increased in Parkinson’s disease and ablation protect against MPTP-induced toxicity through

the RAGE and TNF-α pathway. Brain, 2012 [acesso em: 2017 set 21]; 135: 3336-3347.

Disponível em: https://academic.oup.com/brain/article-abstract/135/11/3336/271990. doi:

10.1093/brain/aws250.

Shapiro LA, Bialowas-Mcgoey LA, Whitaker-Azmitia PM. Effects of S100B on serotonergic

plasticity and neuroinflamation in the hippocampus in Down Syndrome and Alzheimer

Disease: studies in an S100B overexpressing mouse model. Cardiovascular Psychiatry and

Neurology, 2010; 13p. doi: 10.1155/2010/153657.

Silva DJ. Neuroinflamação na doença de Parkinson: avaliação de citocinas induzidas via toll

Page 91: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

90

like receptors em células do sangue periférico. Tese. Goiânia 2014.

Snyder-Ramos SA, Gruhlke T, Bauer H, Bauer M, Luntz AP, Motsch J et al. Cerebral and

extracerebral release of protein S100B in cardiac surgical patients. Anesthesia. 2004; 59: 344-

349.

Stefansson RL, Wollmann RL, Moore BW. Distribuition of S-100 protein outside the central

nervous system. Brain Research. 1982; 234: 309-317.

Torres LS, Silva VCN, Dias MA, Amorim AKMA, Mendes MIBS. Experiências em cuidado:

reflexões e ações na estratégia saúde da família. Pensar a prática, 17 (4), 2014.

Uhlenberg P. Demography in not destiny: the challenges and oportunities of global population

aging. Spring, 2013.

Usunoff KG, Itzev DE, Ovtscharoff WA, Marani E. Neuromelanin in the human brain: A

review and atlas of pigmented cells in the substantia nigra. Archives of physiology and

biochemistry. 2002; 110 (4): 257-369.

Vaillancourt DE, Spraker MB, Prodoehl J, Zhou XJ, Little DM. Effects of aging on the ventral

and dorsal substantia nigra using diffusion tensor imaging. Neurobiol aging. 2012; 33: 35–42.

Varrica A, Satriano A, Frigiola A, Giamberti A, Tettamanti G, Anastasia L et al. Circulating

S100B and adiponectin in children who underwent open heart sugery and cardiopulmonary

Bypass. Biomed Research International, 2015 [acesso em: 2017 mai 24]; 6p. Disponível em:

https://www.hindawi.com/journals/bmri/2015/402642/. doi: 10.1155/2015/402642.

Vasconcelos AMN, Gomes MMF. Transição Demográfica: A experiência brasileira.

Epidemiol. Serv. Saúde. 2012; 21 (4): 539-548. doi: 10.5123/S1679-49742012000400003.

Villarreal A, Seoane R, Torres AG, Rosciszewski G, Angelo MF, Rossi A. S100B protein

activates a RAGE-dependent autocrine loop in astrocytes: implications for its role in the

propagation of reactive gliosis. J NC. 2014; 131: 190-205. doi: 10.1111/jnc.12790.

Wang X, Yang HA, Wang XN, Du F. Effects of sirna-induced silencing of cellular prion

protein on tyrosine hydroxylase expression in the substantia nigra of a rat model of

Parkinson’s Disease. GMR. 2016; 15 (2). Doi: http://dx.doi.org/10.4238/gmr.15027406.

Page 92: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

91

Weider M. Wegener A, Schmitt C, Küspert M, Hillgärtner S, Bösi MR et al. Elevated in vivo

levels of a single transcription Factor direct convert Satellite Glia into oligodendrocyte-like

cells. J P Gen. 2015 [acesso em: 2017 nov 18]. 21p. Disponível em:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25680202. doi: 10.1371/jornal.pgen.1005008.

Wheeler LC, Donor MV, Prell JS, Harms MJ. Multiple evolutionary origins of ubiquitous

Cu2+

and Zn2+

binding in the S100 protein family. Plos One 11(10), 2016.

Wild AR, Jones S, Gibb AJ. Activity-Dependent regulation of NMDA receptors in substantia

nigra dopaminergic neurones. J Physiol. 2014; 592: 653-668. doi:

10.1113/jphysiol.2013.267310.

Williams MR, Galvin K, Sullivam B, Macdonald CD; Ching EWK, Turkheimer F et al.

Neuropathological changes in the Substantia Nigra in Schizophrenia but not Depression. Eur

Arch Psychiatry Clin Neurosci. 2014; 264: 285-296. doi: 10.1007/s00406-013-0479-z.

Yamaguchi T, Wang HL, Morales M. Glutamate neurons in the substantia nigra compacta and

retrorubral field. EJN. 2013; 38: 3602-3610. doi: 10.1111/ejn.12359.

Zhang CX, Zhang DJ, Wang YL, Han W, Shi GC, Zhang HQ. Expression level of NSE,

S100B and Npy in children with acute miliary phthisis and secondary tubercular meningitis.

Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2016; 20: 1474-1478.

Zhang Q, Zhu M, Cheng W, Xing R, Li W, Zhao M et al. Downregulation of 425G> a variant

of calcium-binding protein S100A14 associated with poor differentiation and prognosis in

gastric cancer. J. Cancer Res. Clin. Oncol. 2014 [acesso em: 2017 abr 12]; 141 (4): 691-703.

Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25266115. doi: 10.1007/s00432-014-

1830-0.

Zhuang JJ, Zheng YH, Xu XW, Zhou L. The ultra early diagnosis of Parkinson’s Disease by

the enhanced Substantia Nigra echo. Eur rev med pharmacol Sci. 2015; 19: 4621-4626.

Ziemssen T, Reichmann H. Non-motor dysfunction in Parkinson’s disease. Parkin. Rel.

Disord. 2007; 13: (323-332).

Zotova E, Holmes C, Johnston D, Neal JW, Nicoli JAR, Boche D. Microglial alterations in

Human Alzheimer’s Disease following Aβ42 immunization. Neuropathology and applied

neurobiology. 2011; 37: 513-524.

Page 93: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

92

ANEXO

Page 94: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE GRADUAÇÃO EM ... · tempestade eu pudesse concluir mais essa etapa em minha vida. Ao meu amado filho Tito, meu doce menino, por me

93