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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV
COLEGIADO DE HISTÓRIA
ESTÁGIO SUPERVISIONADO III: VIVENCIAS NA SALA DE AULA – DIAS DE
PROFESSORA.
Conceição do Coité
2017
Estágio Supervisionado III: Vivências na sala de aula – Dias de professor.
LayllaRaphaela Santos Cardoso da Silva1
Maria Eliane Lima de Jesus²
Resumo:
Este relato é fruto das nossas vivencias durante o Estágio Supervisionado III, realizado em
uma escola municipal de ensino fundamental II, localizado na cidade de Conceição do Coité,
no período de 17/04à22/05 do ano de dois mil e dezessete, é também um esforço de
empreender uma discussão acerca da importância do estágio curricular, neste processo de
formação inicial, por promover aproximação da teoria com a prática vivenciada na escola.
Buscamos também tratar um pouco da realidade da escola no que diz respeito ao cotidiano da
sala de aula, e escola como todo (estrutura/organização); o perfil dos alunos e as concepções
do professor e alunos sobre o que é e para que serve a História . O relatório está estruturado
em três partes: introdução onde descrevemos de maneira geral a estrutura e considerações
iniciais, na sequência a discussão é apresentada em tópicos, contendo a descrição dos
momentos mais significativos e algumas atividades desenvolvidas durante o estágio sendo
estas entrelaçadas com a discussão teórica e metodológica. Nas considerações finais
apresentaremos nossas conclusões sobre a experiência vivida
Palavras - chaves: Estágio III, Ensino de História, Pesquisa, Prática Docente.
1Graduandas do curso Licenciatura em História, cursando o sétimo semestre pela Universidade do Estado da Bahia – Campus
XIV e bolsistas na modalidade ID do subprojeto: O diferente na escola – formação docente e abordagem do conteúdo
multicultural no ensino de história, do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação á Docência (PIBID), programa que
conta com apoio da CAPS, na mesma instituição.
Introdução
Este relatório tem por objetivo explicitar as experiências vivenciadas durante a
realização do Estágio Supervisionado III, o qual teve como propósitos iniciais estreitar os
laços entre a teoria vivenciada na universidade e a prática do cotidiano escolar, de modo
especial com a prática em sala de aula. Pensando o espaço escolar, enquanto campo de
possibilidades para produção de conhecimento, e ampliação do nosso olhar acerca da
realidade escolar, vivenciada pelos profissionais de educação de maneira especial pelas /os
docentes.
Em primeiro momento desejamos realizar o estágio no Colégio Estadual Polivalente
de Conceição de Coité, por ser um espaço em que já nos encontrávamos inserido através do
PIBID, sendo assim familiar e também pelo fato dos horários das aulas de história melhor se
adequarem as nossas rotinas de estudante e bolsistas do projeto supracitado. Embora
desejássemos também conhecer e vivenciar outras realidades cogitando assim a possibilidade
de realização de estágio de regência em outro espaço por este (qual fosse a escolha) nos
oportunizar outras vivencias, contribuindo para ampliar o nosso olhar a cerca do espaço
escolar e de suas múltiplas experiências e possibilidades. Mediante as impossibilidades de
acompanhamento por parte de nossa supervisora entramos em um consenso em realizar o
estágio em uma escola da rede municipal, o EMAP (Escola Municipal Almir Passos).
As observações foram realizadas em turmas do Ensino Fundamental II. Nas turmas da
7º serie A e B no turno matutino, o motivo para a escolha de duas séries se deu pelo fato das
aulas de história serem apenas duas aulas por semana para cada série, essa distribuição é
diferente da rede estadual, da qual já estamos acostumadas a atuar e devido ao projeto já
citado acima, por esse motivo, foi preciso que o nosso estágio ocorresse em duas séries
diferentes, para que conseguíssemos fechar a carga horário do estágio.
O Estágio Supervisionado III é um componente curricular que está dividido em quatro
partes, dentro do currículo da licenciatura em História. A primeira parte intitulada Estágio de
observação, compõe a escolha de um centro de ensino, sendo ele da rede municipal ou
estadual, a escolha fica a critério das granduandas/os, seguido pela observação do espaço
escolar e das aulas de história de uma ou mais turmas. A segunda etapa do estágio é a
realização de uma oficina ou mini curso, podendo ocorrer em espaços formais ou não formais.
A terceira etapa se dá pela atuação das graduandas/os na sala de aula, intitulada de “regência”,
nas séries de fundamental II, nesta terceira etapa o estágio esta divida em três momentos: a
observação das salas escolhidas para a regência, à coparticipação que é pequenas intervenções
durante a aula de história e por fim a última etapa que é a regência. Na quarta e última etapa
do estágio supervisionado é a regência no ensino Médio, englobando todas as etapas citadas
na terceira etapa do estágio.
Com a decisão do colégio que iríamos atuar o primeiro passo a seguir foi se deslocar
para o mesmo, para termos o aval da direção, tendo a carta de aceite assinada e carimba, este
primeiro contato ocorreu de modo satisfatório, não havendo nenhuma resistência por parte da
direção. Partimos para conversar com a professora regente que daremos o nome de Flor2. Flor
nos recebeu de braços abertos, aceitando a nossa regência com muita felicidade, nesse
momento percebemos o quanto ela é nos ajudaria nessa nova etapa da graduação. Fomos bem
recebidas pelos funcionários de modo geral e pela direção da escola que se colocou a nossa
disposição para nos auxiliar no que precisássemos e assim o fez. Não encontramos nenhuma
resistência relativa á realização do estágio, por nenhuma das partes.
Iniciamos as nossas observações, que foram divididas em dois momentos: observações
das aulas e do espaço escolar, nessa etapa entramos nas salas escolhidas nos apresentamos,
dizemos o que fomos fazer ali, para os alunos, mas, não interferimos em nada que Flor havia
até então planejado, essa etapa comporta dez horas de nossa carga horária do estágio,
finalizando essa parte , demos inicio a segunda etapa do estágio a observação das aulas com
coparticipação, englobando cinco horas da carga horário obrigatória do estágio, nesta fase
fizemos pequenas intervenções durante as aulas, cuja o assunto trabalhado era África antes
dos Europeus, concluímos com êxito esta etapa e demos continuidade com a regência de
Classe.
O primeiro contato com as turmas escolhidas para a nossa atuação foi tranquilo, mas,
já percebemos que elas seriam turmas difíceis, devido à indisciplina do alunado, quadro que
2Nome fictício, preservando sua verdadeira identidade.
se agrava ainda mais por conta da estrutura da escola. Mas, mesmo assim aceitamos o desafio
e mantemos a nossa escolha, com as turmas e com o colégio.
Estrutura escolar
O colégio escolhido para a nossa regência faz parte da rede municipal e comporta o
ensino fundamental II. O colégio comporta as séries do 6º e 7º ano, nos turnos matutinos e
vespertinos. As salas são pequenas, principalmente as salas de aula, para a quantidade de
alunos, que são em média de 30 á 40 alunos.
A falta de espaço auxilia no grande índice de indisciplina, dificultando o trabalho do
professor e contribui para que os alunos se desconcentrem com facilidade. O problema de
infraestrutura escolar afeta direta o trabalho do professor, quando o mesmo não consegue
exercer o seu trabalho de modo satisfatório. Além de afetar o trabalho do professor, também
afeta a aprendizagem dos alunos, já que os mesmo não conseguem se concentrar. Por
exemplo, na escola onde realizamos o nosso estágio, além das serem pequenas, são coladas
umas nas outras, o que favorece ao aumento do barulho na escola e consequentemente afeta
diretamente o desempenho dos alunos, dificultando inclusive a realização de alguns tipos de
atividades, como por exemplo, trabalho em grupos.
O Caminhar na regência
Durante nossa observação, percebemos que Flor utilizava um método dito tradicional,
mas, com muitas ressalvas, já que mesmo utilizando esta metodologia, ela conseguia a
atenção dos alunos, os questionava diante de conteúdo trabalhado, fazia uma ligação entre as
suas vivências, frente ao assunto. Trazendo para a discussão um pouco do que cada estudante
já sabia ou tinha ouvido falar do determinado conteúdo. Esse é o diferencial de Flor, ela
utiliza a estrutura tradicional das aulas, mais não faz isso de maneira engessada e nem
robótica, a sua aula consegue ter dinamismo e muita participação de uma grande totalidade da
turma. Para realizar a regência o processo de observação foi essencial por ter oferecido um
pouco do panorama real a ser enfrentado durante o período de regência e também para
realizarmos nossos planejamentos.
Nós estagiárias fomos pegas de “surpresa”, com o modelo que teríamos que seguir
para organizar as nossas aulas na regência. Esse modelo dar-se o nome de “Sequência didática
problematizadora”. A essa concepção teórico e metodológica a professora Helenice Aparecida
Bastos Rocha (2012) apud BOUDOUX (2013), define como sequência didática
problematizadora o desenvolvimento das atividades de planejamento das aulas a serem
executadas pelos estagiários nas escolas campos de estágio (ROCHA, 2012).
As sequências didáticas problematizadoras têm como princípios: a identificação dos
pontos de maior dificuldades e complexidade dos conteúdos para selecionar o tipo
de atividade e o momento em que será realizada; a construção de problema sobre as
relações vividas pelos homens do passado, relacionando-as, quando possível, com o
presente; e o diálogo com diferentes linguagens verbais e não verbais para a
construção do conhecimento histórico em sala de aula. (ROCHA, 2012 apud
BOUDOUX, 2013 p. 2-3).
Com a estrutura da organização das aulas em mãos, partimos para a construção da
nossa sequência didática problematizadora, elencando os pontos que Helenice Rocha destaca,
tentamos fazer uma ligação do passado com o presente, construindo um dialogo de
conhecimento histórico na sala de aula.
Durante a nossa coparticipação, demos inicio a confecção da nossa sequência didática,
que iríamos aplicar nas turmas. O assunto que iniciamos a sequência foi a continuidade dos
conteúdos previamente selecionados pela direção, coordenação e professora no inicio do ano
letivo para cada unidade escolar. Enfim, o primeiro conteúdo trabalhado na nossa sequência
foi “A África antes dos europeus”, como mostra o quadro a seguir.
Sequência didática 1:
Tema África: e sua própria história.
Problema África é um continente?
METODOLOGIA Roda de conversa: Como vocês (alunos)
acham que os povos da África viviam, antes
da chegada dos europeus?
Sistematização das ideias no quadro.
Exibir um mapa da África, para mostrar o
quão grande é o seu território. Levantando a
questão da existência de grandes reinos,
antes da chegada dos europeus.
Leitura compartilhada de trechos do capitulo
do livro, paginas: 63, 65 e 66.
Assistir ao vídeo “História Antiga: a África
antiga, link: https://youtu.br/W_BnrEh6lsO8
sobre os reinos africanos (Vídeo fala
especificamente sobre o reino de Gana mas
já toca na questão da escravidão).
Atividade escrita: Relacionar o vídeo com as
informações fornecidas pelo livro didático e
demais informações que os mesmos já viram
na mídia, apontando as semelhanças e
diferenças.
Nesta sequência, optamos por iniciar com o problema se a África é realmente um
continente, já que, muitos alunos no momento da introdução com a professora Flor, alegaram
que não sabiam que a África era um continente e pensavam que ela era um país.
Como já salientado a indisciplina na sala de aula era um dos grandes problemas e
desafios que encontramos na regência, iniciamos a sequência com a turma 7º A, essa é uma
turma bem numerosa em media com 35 alunos, da qual são organizados em filas por duplas,
devido a falta de espaço estrutural da sala, o que facilita ainda mais a conversa paralela. Para a
aplicação desta sequência, a primeira por sinal, perdemos em média vinte minutos de tempo
aula, para fazer com que os estudantes se acalmassem e fizessem o mínimo de silencio
possível para que assim posássemos iniciar. Dado início conseguimos a atenção de grande
parte dos alunos e a sua participação. Ao passarmos o vídeo, notamos que eles ficaram
impressionados pela quantidade de povos que existiam da África antes da chegada dos
europeus, conseguimos com isso desmistificar, a noção de que a África era um espaço vazio e
que os europeus chegaram para levar civilização e bons modos.
Na turma do 7º ano B, as aulas de história são dividas em dois dias (segunda e quarta),
é uma turma bem numerosa, mais, em contra partida mais participativa que a turma A, por
esse motivo, não conseguimos passar o vídeo no mesmo dia da turma do 7º ano A, mas esse
fator não foi empecilho para o andamento da sequência didática. A sequência acima é um
exemplo das que realmente funcionaram bem, com alguns imprevistos mais que conseguimos
contornar e, a que concluímos com mais êxitos, e com grande participação dos alunos na sala.
Conforme exposto na sequência didática acima, solicitamos dos estudantes uma
atividade escrita, da qual eles iriam relacionar o vídeo com as informações fornecidas pelo
livro didático, nesta atividade, percebemos que alguns alunos tiveram dificuldade de executar
o que foi solicitado, mediante de alguns problemas, como a dificuldade na escrita ou
dificuldade de fazer esta relação. Embora na participação oral, costumava ser bem maior
principalmente quando realizamos leitura compartilhada, ou até mesmo em momentos de
diálogo durante a aula em solicitávamos a opinião dele.
Em meio a estes diálogos observamos que os alunos não concebiam a África enquanto
continente. Principalmente quando um dos alunos nos perguntou “se tinha gente branca na
África? A partir destes questionamentos, partimos para uma analise de vídeo que mostrasse
que na África, existia reinos e “vidas” antes da chegada dos Europeus, solicitamos dos
estudantes uma atividade que relacionem o vídeos que exibimos com os conteúdos que o livro
didático expunha, muitos ficaram surpresos por conhecer a África de outro ângulo, o que nos
deixou muito felizes por saber que o nosso estágio havia feito diferença na aprendizagem dos
alunos.
Sequência didática 2:
TEMA Mulheres e crianças na Idade Média.
PROBLEMA Qual o lugar da mulher na Idade Média?
Como era ser criança na Idade Média?
METODOLOGIA Iniciaremos a aula com um pergunta: Como vocês
acham que as mulheres eram tratadas na Idade
Média? Quais funções a mulher ocupava na idade
média?
Com as respostas, faremos uma breve analise da
situação feminina no período Idade Média,
problematizando a falta da mesma no livro
didático, principalmente o livro de uso dos alunos.
Exibiremos um slide com fotos das mulheres em
suas atividades agrícolas, fazendo uma relação
entre o que se considera sendo trabalho feminino e
masculino, trazendo para o seio da discussão as
inovações agrícolas do período.
Colocaremos no quadro a palavra criança e,
pediremos para que os alunos falem o que eles
acham sobre como elas viviam na Idade Média.
Explanaremos as respostas no quadro fazendo a
problematização do que eles acham e como as
crianças eram vistas e tratadas na idade média.
Exibiremos um vídeo Infância na Idade Média:
https://www.youtube.com/watch?v=frsV6vPbmDg,
para mostrar como as crianças eram tratadas no
período da Idade Média. Discutiremos o vídeo
elencando os pontos importantes do mesmo e
fazendo a sua problematização.
Por fim, passaremos uma atividade do livro
didático, da pagina 84.
Ao planejamos essa sequência, queríamos da um enfoque maior as mulheres e as
crianças da Idade Média, sujeitos esses que o livro didático pouco aborda ou ate mesmo nem
aborda. No caso do livro adotado pela escola as mulheres são pouco mencionadas no caso
deste conteúdo em especial a participação das mulheres no cotidiano medieval é aborda de
modo bem superficial. Problema que não é exclusivo do livro adotado, segundo Silva (2006):
A leitura e analise de livros didáticos de História revelam algumas das permanências
neles incrustadas. Práticas sociais que configuram determinadas relações de gênero,
homens e mulheres naturalizados em seus papeis sociais como sujeitos a –
históricos, atuando na história a partir de atitudes sociais condições sociais
preestabelecidas. Arquétipos de homens machões, dominadores, fortes, corajosos
que “nada sabiam de cavalheirismo”; e que e de mulheres frágeis, dominadas,
obedientes e omissas, “doces cabras”, persistem nos livros pesquisados da década de
1920 a 2000. (SILVA, 2006, p.5)
O livro adotado pela escola já aborda a questão da mulher nos conteúdos embora de
maneira bastante resumida, quando não em Box explicativo, no próprio corpo do texto, a
mulher ainda aparece de forma “segundaria” sem protagonismo. Entendendo que não há livro
didático ideal e que este não deve ser o único recurso utilizado para realização das aulas, e
que não só nos auxiliasse na condução da aula mais que principalmente fosse um meio
gerador de debate acerca da “exclusão” da mulher na história, pensamos em outros meios que
os alunos pudessem ter maiores participações, como por exemplo, a exibição de imagens e um
pequeno vídeo no final.
No dia da aplicação desta sequência, a sala de vídeo estava sendo utilizada pelo
programa “Mais Educação”, mesmo com o agendamento prévio. Por esse motivo resolvemos
exibir o slide com as fotografias e o vídeo na sala de aula mesmo. Como já citado a aulas do
7º ano A começam primeiro e lá fomos nós para a sala de aula com todo o planejamento em
mente e com a confiança que tudo iria ocorrer bem. Como de costume perdemos um bom
tempo da aula para fazer com que os alunos se acalmassem e fizessem silêncio, só que neste
dia, tínhamos um agravante para o aumento do barulho, estava ocorrendo uma aula de dança,
extensão do programa “Mais Educação”, vizinha a nossa sala. Com isso os alunos não se
atentavam e a todo o momento precisávamos parar a aula para pedir silêncio, algumas alunas
ficavam querendo dançar o ritmo da música o que agravou ainda mais a indisciplina na sala
de aula. Enfim, não conseguimos passar o vídeo e nem fazer o que de fato havíamos
planejado.
A aplicação desta mesma sequência na turma do 7º ano B, o que prejudicou não foi o
barulho da sala do lado, mas, os aparelhos utilizados para a exibição do slide e do vídeo, estes
estavam com problemas que apareciam e voltavam, conseguimos utilizar na primeira turma,
mas infelizmente não conseguimos usar na segunda, chamamos o rapaz que fica responsável
per eles, e com isso perdemos um grande tempo, desistimos por fim de utilizá-lo o que fez
com os meninos de agitassem ainda mais, prejudicando o andamento da sequência.
As turmas que escolhemos para a regência são turmas difíceis, e ao longo da nossa
regência pudemos perceber que os estudantes se concentravam melhor quando passávamos
atividade de preferência escrita e no caderno, eles adoravam escrever no caderno. Diante da
indisciplina, no dia da aplicação da sequência, preferimos passar uma atividade da qual os
estudantes iam pesquisar no próprio livro didático para responder algumas questões referentes
ao assunto. Não conseguimos corrigir esta atividade em sala devido ao horário, mas
percebemos que as turmas funcionavam com este tipo de atividade.
Buscamos direcionar a atividade acima mencionada de forma que eles realizassem a
pesquisa em sala e que percebessem as ausências de determinados sujeitos na história, ou
melhor, na história veiculada pelo livro didático. Ao iniciarem as pesquisas, começaram a
relatar que não estavam encontrando, então continuamos a lançar outras indagações e
atividade foi se construindo.
Considerações Finais
O estágio curricular supervisionado III é um espaço do qual nos possibilita o contato
direto com a docência, podendo nos afastar ou não do interesse pelo ensino. Esse estágio, não
foi algo inteiramente novo, pois já fazemos parte do programa de iniciação à docência –
PIBID, que nos possibilita o contato com a sala de aula, mas, sem dúvidas foi um grande
desafio este estágio, pois pegamos turmas com altos índices de indisciplina e desinteresse pela
matéria História.
Não podemos deixar de ressaltar o quanto essa experiência contribui para pensar nas
nossas escolhas e o quanto é desafiador lecionar. O estagio III nos colocou diante de novos
problemas (indisciplina de maneira que atrapalhava muito a aula) e nos impulsionou a criar
estratégias para conseguirmos a atenção dos alunos e alunas e seguir com a aula. Percebemos
que a teoria e fundamental para realização da prática, mas que a reflexão da prática contribui
para melhorar a própria prática.
As estratégias acionadas foram embasadas também na observação das turmas não só
pelos aspectos negativos (indisciplinas), mas também pelo lado positivo, como gostar de
participar da aula através de leitura compartilhada, aula na sala de vídeo e interesse por
recursos áudio- visuais. Foram observações levadas em consideração nos momentos de
planejamento e que nos auxiliaram no percurso de Estágio III.
Referencias:
BOUDOUX, Adriana Silva Teles. Estágio Supervisionado, problematização e historiografia no ensino
de História. In: Anais do XXVII Encontro Nacional de ANPUH, UFRN, 2013.
SILVA, Cristiani Bereta da. Gênero e Sexualidade nos Livros didáticos de História: Algumas questões
sobre produção de subjetividade. In :Anais do VII Seminário Fazendo Gênero, 2006.