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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Juliana Vieira Frezza Bernardes CONDUTAS DE BIOSSEGURANÇA ADOTADAS POR CIRURGIÕES-DENTISTAS EM TRABALHOS PROTÉTICOS Taubaté SP 2010

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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Juliana Vieira Frezza Bernardes

CONDUTAS DE BIOSSEGURANÇA ADOTADAS POR CIRURGIÕES-DENTISTAS EM TRABALHOS PROTÉTICOS

Taubaté – SP 2010

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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Juliana Vieira Frezza Bernardes

CONDUTAS DE BIOSSEGURANÇA ADOTADAS POR CIRURGIÕES-DENTISTAS EM TRABALHOS PROTÉTICOS

Taubaté – SP 2010

Dissertação apresentada para obtenção do Título de Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade de Taubaté. Área de concentração: Biologia Odontológica Orientadora: Profa. Dra. Silvana Soléo Ferreira dos Santos

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Ficha catalográfica elaborada pelo SIBi – Sistema Integrado de Bibliotecas / UNITAU

B518c Bernardes, Juliana Vieira Frezza

Condutas de biossegurança adotadas por cirurgiões - dentistas em ii trabalhos protéticos / Juliana Vieira Frezza Bernardes. - 2010.

55f.: il.

Dissertação (mestrado) - Universidade de Taubaté, Programa de Pós- iiiiiiiii graduação em Odontologia, 2010. Orientação: Profa. Dra. Silvana Soléo Ferreira dos Santos,

iiiiiDepartamento de Odontologia. 1. Biossegurança. 2. Próteses. 3. Desinfecção. I. Título.

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JULIANA VIEIRA FREZZA BERNARDES

Data: _________________

Resultado:_____________

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr.______________________Universidade de Taubaté

Assinatura:___________________

Prof. Dr.______________________Universidade de Taubaté

Assinatura:___________________

Prof. Dr.______________________Universidade de Taubaté

Assinatura:___________________

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Dedico este trabalho a minha família pelo apoio irrestrito em todos os momentos.

Aos meus pais pelo amor a mim dedicado esses anos todos.

Ao meu amado esposo Henderson Silva Cohen, pelo amor e incentivo, por acreditar

em mim, por tantas vezes suportar minha ausência, por me fortalecer diante dos

obstáculos. Sem sua inestimável presença, amor e apoio não teria tido condições de

chegar até aqui.

A Deus pela paz concedida em todos os momentos que a Ele recorri.

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AGRADECIMENTOS

Ao Fabio Luiz Storer pelo incentivo nesses anos e por acreditar no meu trabalho.

A minha prezada orientadora Profa. Dra. Silvana Soléo Ferreira dos Santos pela

paciência, apoio e dedicação.

A Dra. Maria Eliza de Aguiar pela oportunidade.

Ao Núcleo São Lucas de Análises Clínicas pelo apoio e compreensão durante esses

dois anos.

Aos amigos que me apoiaram e incentivaram.

Aos amigos Karen Cristine Serafim Pereira e Guilherme Menegucci Pereira pela

inestimável ajuda.

Aos acadêmicos Diego Antônio e Luma Thaine pela colaboração na pesquisa.

Ao Prof. Dr. Davi Romeiro Aquino pela realização da análise estatística dos dados.

Aos prezados dentistas que gentilmente aceitaram participar da pesquisa.

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.

“ Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza,

o meu Deus, em quem confio”

Salmos 91, 2

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Bernardes JVF. Condutas de biossegurança adotadas por cirurgiões-dentistas em trabalhos protéticos [Dissertação de mestrado]. Universidade de Taubaté, São Paulo, 2010. 56p.

RESUMO

Introdução: Moldes, modelos e próteses são veículos de microrganismos entre o consultório odontológico e o laboratório de prótese dentária, portanto, a adoção de medidas de biossegurança por cirurgiões dentistas e técnicos de prótese dentária são essenciais para a manutenção de uma cadeia asséptica. Objetivo: Este estudo verificou o comportamento de cirurgiões dentistas durante o manuseio de moldes, modelos e trabalhos protéticos na cidade de Porto Velho, RO. Método: Foram incluídos no estudo cirurgiões dentistas inscritos no Conselho Regional de Odontologia da cidade de Porto de Velho. Um questionário contendo perguntas relacionadas às condutas de biossegurança que envolvem trabalhos protéticos foi aplicado aos participantes do estudo. A análise estatística foi conduzida adotando nível de significância estatística de 95% (p<0,05), com auxílio do software Bio Estat 5.0. Resultados: 71 cirurgiões dentistas (CD) participaram do estudo, com média de idade de 34±10 anos. Todos sempre utilizavam avental, luvas e máscara durante o atendimento ao paciente, 59,15% dos profissionais afirmaram sempre realizar a desinfecção do molde após sua confecção, sendo que o alginato (88,73%) e a silicona (66,20%) foram os materiais de escolha para moldagem Quanto à desinfecção do modelo quando recebido do laboratório de prótese 43,66% afirmaram nunca realizar o procedimento, 40,75% utilizam o glutaraldeido 2% para realizar a desinfecção e 35,21% dos profissionais utilizam a imersão como método de desinfecção. Quanto ao tempo de exposição ao desinfetante, 21,13% expõem o artigo por dez minutos, 19,72% por um minuto e 19,72% por trinta minutos e 85,94% dos profissionais submetem as moldeiras ao processo de esterilização. Conclusão: A aplicação das normas de biossegurança em trabalhos protéticos, pelos profissionais da cidade de Porto Velho (RO), está aquém do esperado para que haja redução no risco de infecção cruzada. Palavras-chave: Biossegurança; Próteses; Desinfecção.

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Bernardes JVF. Behavior of dentists in the handling of templates, models and dentures

[Dissertação de mestrado]. Universidade de Taubaté, São Paulo, 2010. 56p.

ABSTRACT

Introduction: Patterns, models and prostheses are vehicles of microorganisms

between the dental office and dental laboratory, therefore, the adoption of biosecurity measures by dentists and dental technicians are essential to maintaining an aseptic chain. Objective: This study investigated the behavior of dentists during the handling of templates, models and prosthetic works in the city of Porto Velho, RO. Method:

The study included dentists enrolled in the Regional Council of Dentistry of Porto Velho. A questionnaire concerning the conduct of biosafety studies involving prosthetic was applied to study participants. Statistical analysis was conducted by adopting statistical significance level of 95% (p <0.05), using the software Bio Estat 5.0. Results: 71 dentists (CD) were enrolled, mean age 34 ± 10 years. Everyone always

used aprons, gloves and mask during patient care, 59.15% of the respondents said they always carry out disinfection of the mold after its making, and the alginate (88.73%) and silicon (66.20%) were the material of choice for casting The disinfection of the model when received from the dental lab 43.66% say they never perform the procedure, 40.75% are using 2% glutaraldehyde for disinfection and hold 35.21% of professionals use the immersion as a method of disinfection. Regarding the duration of exposure to disinfectant, the article exposes 21.13% for ten minutes, 19.72% for one minute and 19.72% for thirty minutes and 85.94% of the professionals submit the trays to the sterilization process. Conclusion: The implementation of biosafety norms in prosthetic works by professionals in the city of Porto Velho (RO), is less than expected so there is reduced risk of cross infection.

Keywords: Biosafety; Prosthesis; Disinfection.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Procedimentos indicados para desinfecção de materiais de moldagem e

d modelos

15

Figura 2 – Distribuição da frequência de atualização profissional dos indivíduos no

iiiiiiiiii presente estudo

28

Figura 3 – Distribuição da frequência de vacinação contra Hepatite B

29

Figura 4 – Distribuição dos Cirurgiões-Dentistas que acreditam na possibilidade de

mmmmm ocorrência de infecção cruzada entre o consultório e o laboratório de

mmmmm prótese dentária

29

Figura 5 – Distribuição da frequência de uso de jaleco

30

Figura 6 – Distribuição da frequência de uso de luva

30

Figura 7 – Distribuição da frequência de uso de máscara

31

Figura 8 – Distribuição da frequência de uso de óculos de proteção

31

Figura 9 – Distribuição da frequência de uso de gorro

32

Figura 10 – Distribuição da frequência de desinfecção de moldes adotada pelos dos

ee indivíduos incluídos no presente estudo

32

Figura 11 - Distribuição da frequência de desinfecção de modelos adotada pelos dos

eee indivíduos incluídos no presente estudo

33

Figura 12 – Distribuição da frequência de desinfecção de trabalhos protéticos

mwwweeeeadotada pelos dos indivíduos incluídos no presente estudo

34

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Figura 13 – Distribuição do material para confecção dos moldes utilizado pelos dos

eeeee indivíduos incluídos no presente estudo

35

Figura 14 – Distribuição dos desinfetantes para desinfecção dos moldes, modelos e

ssiiiiiiiiiiiiiiii trabalhos protéticos utilizado pelos indivíduos incluídos no presente

iiiiiiiiiiiiiiii estudo

35

Figura 15 - Distribuição das técnicas de desinfecção utilizado pelos dos indivíduos

iiiiiiiiiiii incluídos no presente estudo

36

Figura 16 - Distribuição do tempo de exposição do artigo ao desinfetante pelos dos

iiiiiiii indivíduos incluídos no presente estudo

37

Figura 17 - Distribuição dos procedimentos que as moldeiras são submetidos antes

iiiiiiiiii da sua reutilização

38

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 11

2 REVISÃO DE LITERATURA 13

3 PROPOSIÇÃO 25

4 MÉTODO 26

4.1 CÁLCULO DO TAMANHO DA AMOSTRA 26

4.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA 26

5 RESULTADOS 28

6 DISCUSSÃO 39

7 CONCLUSÃO 46

REFERÊNCIAS 47

APÊNDICES 51

ANEXO 56

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11

1 INTRODUÇÃO

A prática odontológica assim como outras áreas da saúde envolve medidas

preventivas que devem ser seguidas para minimizar os riscos de contaminação

durante exposição do profissional a fluidos corporais do paciente, assim, os

procedimentos odontológicos relacionados a biossegurança são estabelecidos por

leis, portarias e normas técnicas do Ministério da Saúde (Farinassi, 2007).

As normas de biossegurança são procedimentos que funcionam como um

conjunto no qual a realização incorreta de qualquer item compromete a

biossegurança como um todo (Santos & Pellogia, 2002). As informações sobre

biossegurança e procedimentos de desinfecção e esterilização têm sido transmitidas

em cursos formais e textos de orientação profissional, mas geralmente não se traduz

em conhecimento realmente aprendido e aplicação sistemática (Santos et al., 2008).

As primeiras publicações que regulamentavam os procedimentos básicos

para controle de infecção em consultório odontológico, surgiram nos Estados Unidos

na década de 80, com a publicação de normas preconizadas pela American Dental

Association – ADA. Entretanto, sabe-se que o emprego das normas de

biossegurança pode variar enormemente entre os profissionais em função de fatores

como formação acadêmica heterogênea, falta de atualização e excesso de

informações disponíveis sobre o assunto (Gonini Junior et al., 2001).

Em se tratando de infecção cruzada entram em questão as medidas que

devem ser adotadas pelo cirurgião-dentista, como a desinfecção, em qualquer fase

do trabalho protético.

As próteses dentárias provenientes de consultórios odontológicos quando

chegam ao laboratório protético para reparo ou ajuste, podem estar contaminadas

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Introdução_________________________________________________________12

por bactérias, vírus ou fungos da cavidade bucal do paciente. Da mesma forma os

moldes e modelos de gesso, manipulados pelos protéticos, são vias comprovadas

de infecção cruzada (Bôas & Quirino, 2002).

O risco de contaminação pode ser aumentado pela possibilidade de alguns

microrganismos sobreviverem por muito tempo, mesmo quando fora dos fluidos

bucais. Todo molde deve, obrigatoriamente, ser submetido à desinfecção antes de

ser enviado ao laboratório de prótese ou no momento em que chega neste, evitando

a contaminação cruzada. Apesar de ser um procedimento simples, a

descontaminação dos moldes deve ser criteriosamente realizada (Ferreira et al.,

2008).

Modelos em gesso, embora muitas vezes pareçam estar limpos, merecem

atenção especial, devendo ser desinfetados por imersão em produtos químicos.

Moldes, próteses e aparelhos ortodônticos devem ser lavados com água para

remoção de sangue, saliva e detritos e desinfetados por imersão antes e após

ajustes no laboratório. Após desinfecção as peças devem ser lavadas em água para

remoção do resíduo dos produtos (Jorge, 2002)

É ideal assegurar que todos os itens enviados do laboratório de prótese para

o consultório odontológico sejam desinfetados antes de ser manipulados pelo

profissional e colocados na boca do paciente (Bôas & Quirino, 2002).

Diante da importância do tema acima abordado, este trabalho teve por

objetivo avaliar o comportamento de cirurgiões-dentistas da cidade de Porto Velho

(RO) em relação aos cuidados de biossegurança com moldes, modelos e peças

protéticas.

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13

2 REVISÃO DE LITERATURA

Prevenir e controlar a infecção cruzada no consultório odontológico é hoje

exigência e direito do cliente e, sobretudo, uma declaração de respeito à equipe de

trabalho (Silva et al., 2002).

Independente do tipo de procedimento, que pode ser desde um simples

exame clínico até cirurgias complexas, os cuidados com a manutenção de medidas

de biossegurança não deve ser jamais negligenciado. Para a realização de um

controle frequente durante o atendimento do paciente, o cirurgião-dentista e sua

equipe deve seguir uma série de medidas básicas, conhecer as condutas de

biossegurança e obrigatoriamente aplicá-los dentro das normas estabelecidas pelos

órgãos oficiais responsáveis (Engelmann et al., 2010).

O Ministério da Saúde (2006) publicou um manual definindo as precauções-

padrão que auxiliam os profissionais nas condutas técnicas adequadas, por meio de

medidas para proteger a sua saúde e a da sua equipe, tais como evitar contato

direto com matéria orgânica através do uso de barreiras protetoras como uso de

luvas, máscaras, avental, protetores oculares e gorro, limitando a propagação de

microrganismos, tornando seguro o uso de artigos, peças anatômicas e superfícies.

Para qualquer que seja o processo a ser submetido um determinado artigo

(desinfecção ou esterilização), deverão ser obedecidas as etapas de imersão,

enxágue, secagem, empacotamento, ressaltando que falhas em qualquer desses

procedimentos facilitam o crescimento de microrganismos e podem comprometer o

processo de esterilização ou desinfecção.

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Revisão de literatura_________________________________________________14

Anteriormente à edição citada no parágrafo anterior, o Ministério da Saúde já

definia desinfecção como um processo que elimina microrganismos na forma

vegetativa e não destrói esporos bacterianos, devendo ser indicado apenas na

impossibilidade de submeter o artigo ao processo de esterilização. O procedimento

indicado para a desinfecção de instrumental utilizado na prática odontológica é a

imersão em solução aquosa de hipoclorito de sódio 1%, solução de álcool etílico

70%, solução aquosa de glutaraldeído a 2% ou água em ebulição (Ministério da

Saúde, 2000) e em 2006 foi incluído ainda o uso do ácido peracético a 0,2%.

Para evitar que o material contaminado seja enviado ao laboratório de

prótese, recomenda-se a prévia lavagem e descontaminação de moldes, modelos e

peças protéticas. O molde deve ser lavado em água corrente para remoção de

saliva, sangue e outros detritos, o excesso removido batendo-se suavemente a

moldeira sobre uma superfície firme e em seguida realizada a desinfecção

(Ministério da Saúde, 2000) (Figura 1).

A escolha dos desinfetantes deve considerar o material protético específico,

as recomendações do fabricante a respeito da sua estabilidade durante o processo,

bem como o grau de contaminação. Além disso, que os desinfetantes utilizados

devem estar registrados nas agências reguladoras de saúde. Materiais como

moldeiras de metal ou materiais que resistam a altas temperaturas devem ser limpos

e esterilizados, ou caso não seja possível, limpos e desinfetados (Kohn et al., 2004).

É necessário ressaltar que a Resolução SS-SP nº 27 (São Paulo, 2007), instituiu

medidas de controle sobre o uso do glutaraldeído nos estabelecimentos

assistenciais de saúde, onde abordam sua toxicidade, efeitos adversos na saúde

humana e ecotoxicidade.

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Revisão de literatura_________________________________________________15

MATERIAL DESINFETANTE TÉCNICA TEMPO

Siliconas Glutaraldeído ácido 2% Imersão 10 minutos

Mercaptanas Glutaraldeído ácido 2% Imersão 10 minutos

Polissulfeto Glutaraldeído ácido 2% Imersão 10 minutos

Poliester Hipoclorito de sódio a 1% Imersão 10 minutos

Alginatos Iodóforos; Hipoclorito de sódio 1% Aspersão ou imersão

Não mais que 10 minutos

Gesso Hipoclorito de sódio a 1% Aspersão --

Hidrocolóide Reversível

Iodóforos; Hipoclorito de sódio a 1%; Glutaraldeído ácido 2%

Imersão Não mais que 10 minutos

Prótese fixa: metal/ porcelana

Glutaraldeído 2% Imersão 10 minutos

Prótese removível: metal/acrílico

Hipoclorito de sódio a 1:10 Imersão Não mais que 10 minutos

Prótese removível total

Hipoclorito de sódio a 1:10 Imersão 10 minutos

Pasta OZE Hipoclorito de sódio a 1:10; Glutaraldeído alcalino a 2%

Imersão 10 minutos

Registro de cera Iodóforos Lavar-borrifar –lavar-borrifar

Deixar úmido por 10 minutos após a segunda

borrifada

Figura 1 – Procedimentos indicados para desinfecção de materiais de moldagem e modelos Fonte: Ministério da Saúde (2000)

Ceretta et al. (2008) realizaram um estudo para avaliar a eficácia do ácido

peracético na esterilização de materiais odontológicos, por meio de testes

microbiológicos. Foram avaliados materiais contaminados de duas clínicas

odontológicas, sendo uma pública e outra privada. O estudo demonstrou a eficácia

do ácido peracético na esterilização de materiais odontológicos, oferecendo assim

uma alternativa na prevenção de riscos de infecções dentro do ambiente

odontológico.

Kugel et al. (2000) avaliaram o nível de comunicação entre dentistas e a

equipe de laboratório de prótese sobre a desinfecção de moldes, e as medidas que

a equipe do laboratório adotava para se proteger e evitar a infecção cruzada.

Quatrocentos laboratórios de prótese dos Estados Unidos foram selecionados e, aos

responsáveis, aplicado um questionário contendo 16 questões

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Revisão de literatura_________________________________________________16

abertas. Todos os responsáveis afirmaram que estavam seguindo o protocolo de

desinfecção, 44% afirmaram que a desinfecção dos moldes recebidos era realizado

pelos dentistas antes do envio, 23% não souberam informar qual o método de

desinfecção, 47% não conheciam o tempo envolvido no processo de desinfecção,

45% dos entrevistados afirmaram que as instruções recebidas dos dentistas sobre

as técnicas utilizadas para desinfecção dos moldes eram insuficientes. O estudo

constatou que a falta de comunicação entre os dentistas e a equipe do laboratório de

prótese, juntamente com a formação inadequada do pessoal técnico do laboratório

em técnicas de desinfecção, afeta negativamente o controle da infecção cruzada.

Gonini Junior et al. (2001) verificaram a aplicação das normas básicas de

esterilização, desinfecção e paramentação utilizados pelos cirurgiões-dentistas e

seus assistentes na cidade de Londrina (PR). Foi aplicado um questionário a 78

profissionais, o estudo verificou que os profissionais apresentaram uma maior

preocupação com a desinfecção de superfícies ou equipamentos que pudessem

entrar em contato direto com o paciente, a adoção do uso de indumentárias

constatadas pelo estudo foi negligenciada pela maior parte dos cirurgiões-dentistas

e auxiliares. Quanto à pré-lavagem do instrumental, 28,2% dos consultórios não a

realizavam. Em relação aos procedimentos para esterilização de instrumentais,

notou-se a falta de controle no ciclo e na qualidade da esterilização. O estudo

concluiu que o problema estava na atitude dos profissionais, pela falta de aplicação

das regras de biossegurança disponíveis.

Bôas & Quirino (2002) avaliaram os métodos utilizados nos laboratórios de

próteses e nos consultórios odontológicos para prevenir a transmissão de

microrganismos durante a confecção de próteses. Participaram do estudo 44

cirurgiões-dentistas, e vinte protéticos da cidade de Taubaté - SP, por meio de

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Revisão de literatura_________________________________________________17

questionários sobre a realização de procedimentos de biossegurança, como

desinfecção de moldes, modelos, troqueis e outras peças protéticas e, ainda, quanto

ao uso de EPI. Observaram pouca preocupação de protéticos, auxiliares e cirurgião-

dentista quanto à prevenção de infecção cruzada.

Santos & Pellogia (2002) avaliaram os conhecimentos, atitudes e

comportamentos dos cirurgiões-dentistas frente aos riscos ocupacionais, assim

como as medidas de biossegurança e cobertura vacinal. Foi aplicado questionário

específico a 133 profissionais do Vale do Paraíba - SP. Os dados demonstraram o

alto risco de exposição a materiais biológicos a que estão sujeitos os profissionais e

o pouco conhecimento da maioria desses profissionais sobre as medidas de

biossegurança, constatando a necessidade de estratégias de ensino, treinamento e

criação de serviços especializados em biossegurança.

Machado & Kather (2002) avaliaram 75 cirurgiões-dentistas da cidade de

Taubaté - SP, em relação às formas de prevenção e controle de infecção. Por meio

de um questionário foi possível observar que os participantes do estudo em geral

fazem uso dos equipamentos de proteção individual, porém ao serem indagados

quanto à desinfecção dos moldes, modelos e próteses dentárias antes do envio ao

laboratório e ao receberem, 54% dos cirurgiões-dentistas afirmaram não utilizar tal

procedimento. Os autores concluíram que os profissionais não seguem as normas

preconizadas para controle de infecção cruzada, apesar de demonstrarem

preocupação com possível contaminação durante o atendimento.

Galvani et al. (2004) avaliaram os meios de prevenção utilizados nos

consultórios odontológicos de Porto Alegre - RS, com questionários aplicados a 445

cirurgiões-dentistas. Dos profissionais entrevistados 97,3% usavam avental, 86,96%

luvas. Quanto ao uso de máscaras 66,74% afirmaram utilizá-las e a menor

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Revisão de literatura_________________________________________________18

porcentagem foi ao com relação ao uso de óculos de proteção (34,38%). Os autores

concluíram que há necessidade de conscientizar e educar a classe odontológica

sobre o controle dos riscos de infecção cruzada.

Garbin et al. (2005) avaliaram a aplicação de medidas de precaução universal

como controle de infecção cruzada entre os cirurgiões-dentistas de consultórios

particulares e públicos da cidade de Araçatuba-SP. Foi utilizado questionário para

coleta dos dados, os resultados demonstraram que ambos os setores apresentaram

falhas no uso de barreiras de proteção, porém o setor público apresentou maior

número de falhas.

Santos et al. (2005) revisaram na literatura as técnicas de desinfecção de

moldes, alertando para os cuidados dos profissionais quanto ao risco de infecção

cruzada. Concluíram que o processo de desinfecção de moldes é controverso, e não

existe uma padronização universal, variando desde as substâncias utilizadas e suas

concentrações, o tempo de desinfecção até a técnica.

Al-Omari & Al-Dwairi (2005) avaliaram o cumprimento das medidas de

controle de infecção em clínicas odontológicas privadas da Jordânia, onde 120

clínicas foram avaliadas. Os resultados demonstraram que 36% dos cirurgiões-

dentistas se vacinaram contra hepatite B, 82% afirmaram utilizar luvas e trocá-las a

cada atendimento. 60% utilizam máscaras, somente 18% dos dentistas desinfetam

os moldes. Os autores concluíram que somente 14% dos dentistas cumprem as

medidas de controle de infecção, e sugeriram a implantação de cursos orientando

sobre a obrigatoriedade de seguir as medidas de controle de infecção cruzada.

Garcia & Blank (2006) verificaram a prevalência de exposições ocupacionais

ao longo da vida profissional. Identificaram as circunstâncias das exposições e

verificaram a existência da relação entre a ocorrência e o uso de equipamento de

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Revisão de literatura_________________________________________________19

proteção individual. A prevalência de exposições ocupacionais na vida profissional

foi maior entre os dentistas (94,5%) do que entre os auxiliares (80,8%), sendo as

lesões percutâneas mais frequentes nos auxiliares (95,2%) do que nos dentistas

(60,7%). O uso constante de óculos de proteção foi estatisticamente associado com

a menor ocorrência de respingos nos olhos de dentistas. Os autores sugeriram a

implementação de medidas educativas que visam à prevenção de acidentes

envolvendo fluidos corpóreos.

Garcia et al. (2007) verificaram a adesão às medidas de proteção contra a

hepatite B, incluindo a vacinação e o uso de equipamento de proteção individual,

entre cirurgiões-dentistas e auxiliares de consultórios dentários do município de

Florianópolis - SC. Foram entrevistados 289 cirurgiões dentistas e 104 auxiliares.

Observaram que a prevalência de vacinação completa contra a hepatite B foi de

73,4% entre os dentistas e 39,4% entre os auxiliares, apenas 32,1 e 21,9% deles,

respectivamente, monitoraram a resposta vacinal. O uso constante de luvas,

máscara e óculos de proteção foi mais elevado entre os dentistas do que entre os

auxiliares.

Yüzbasioglu et al. (2009) investigaram o conhecimento, atitudes e

comportamento de dentistas turcos da cidade de Samsun sobre controle de infecção

cruzada. Para realizar a pesquisa foi elaborado um questionário para obter

informações sobre os procedimentos utilizados para a prevenção da infecção

cruzada em consultórios dentários e determinar as atitudes e percepções dos

profissionais para os seus procedimentos, a pesquisa incluiu 184 dentistas, porém

somente 135 participaram. A maioria dos dentistas, 74,1%, expressou preocupação

sobre o risco de infecção cruzada, 43% dos participantes foi capazes de definir

“infecção cruzada” corretamente, a grande maioria dos entrevistados, 95,60%,

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Revisão de literatura_________________________________________________20

afirmou que todos os pacientes têm de ser considerados como portador de alguma

patologia e devem ser aplicada medidas preventivas, as respostas do questionário

mostraram que os dentistas tinham conhecimento considerado moderado sobre os

procedimentos de controle de infecção. O estudo concluiu que é necessário que os

procedimentos de controle recomendados devam ser cumpridos de forma mais

efetiva, além de serem criados programas de educação continuada para atualização

desses profissionais.

Engelmann et al. (2010) avaliaram os procedimentos realizados por

cirurgiões-dentistas para a manutenção da biossegurança no consultório

odontológico. Através de questionário aplicado a 41 cirurgiões dentistas da cidade

de Cascavel (PR) e região, o estudo obteve os seguintes resultados, a maioria dos

profissionais que participaram da pesquisa tinham menos de dez anos de exercício

da profissão, 88% dos relataram sempre usar o álcool 70% como solução

desinfetante. A frequência de uso do hipoclorito para desinfecção do consultório foi,

42% sempre o utilizam, 41% às vezes, e 17% nunca. Já o glutaraldeido, 42% dos

profissionais sempre o utilizam, 37% às vezes e 21% nunca o utilizam. A vacinação

contra hepatite B foi relatada por 92% dos profissionais. Quanto ao uso de

equipamentos de proteção individual, 86% dos participantes relataram sempre usar

óculos de proteção e máscara, 96% afirmaram sempre utilizar o avental durante o

atendimento ao paciente e 98% relataram utilizar um par de luvas para casa

paciente. Em relação à esterilização dos instrumentais 98% afirmaram realizar o

procedimento, e o método de escolha para tal procedimento foi a autoclave. Os

autores concluíram com o estudo que os profissionais da região estudada aplicam

os métodos de biossegurança, porém ainda existem falhas no processo de controle,

seja por negligência ou por dificuldades em implantar os métodos.

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Revisão de literatura_________________________________________________21

Storer et al. (2010) avaliaram a condição vacinal e o perfil sorológico para

hepatite B e informações de uso de equipamentos de proteção individual de oitenta

cirurgiões-dentistas do município de Porto Velho – RO. Os autores observaram que

59% dos participantes do estudo receberam as três doses da vacina da Hepatite B,

destes 47% apresentaram soroconversão decorrente da vacinação embora, 13,75%

não apresentaram soroconversão, concluindo que o perfil sorológico nem sempre foi

compatível com a cobertura vacinal. Quanto ao uso de EPIs, 86,2% relataram usar

luvas, 90% máscaras e 73,7% óculos de proteção. Os autores concluíram que há

necessidade de realização de exames laboratoriais após o termino das três doses

da vacina para que se confirme a soroconversão.

Ferreira et al. (2008) avaliaram o ensino, prática clínica e laboratorial em cinco

instituições, considerando o conhecimento de alunos e professores sobre

desinfecção de moldes. Aplicaram um questionário a 201 alunos e 27 professores,

sendo a primeira parte com perguntas discursivas. Os resultados demonstraram que

66,2% dos alunos e 81,5% dos professores realizavam desinfecção de moldes,

dentre esses 48,15% afirmaram ter recebido treinamento sobre este tema e 59,26%

responderam que o tema é enfatizado nas escolas em que lecionam. As soluções

desinfetantes citadas como mais eficazes por eles foram Glutaraldeído 2%,

Hipoclorito de Sódio 1% e Clorexidina 0,5%. Os alunos apresentaram dificuldades

em responder questões relativas à descrição da técnica de desinfecção, para

diferentes materiais de moldagem. As respostas dos docentes e discentes quando

comparadas não apresentaram padronização. Os professores da mesma instituição

mostraram pensamentos divergentes sobre questões similares. Apesar da

conscientização quanto à necessidade de desinfecção, os alunos apresentam

dificuldades na execução do procedimento.

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Revisão de literatura_________________________________________________22

Pang & Millar (2006) avaliaram a prática de desinfecção de moldes dentários

de consultórios privados de Hong Kong. Os questionários foram enviados a 98

consultórios, destes somente 53 responderam. Dos materiais utilizados para

confecção do molde, o alginato foi o mais citado, dentre os outros 4% foi a silicona e

poliester (4%). Noventa e três por cento dos entrevistados relataram lavar o molde

em água corrente, 48% realizavam a desinfecção além da lavagem. Dentre os que

realizam a desinfecção do molde, 77% utilizavam a imersão como método, o spray

foi relatado por 19%. Para a desinfecção, 77% utilizavam o hipoclorito de sódio, 8%

glutaraldeido, 8% álcool e 4% peróxido de hidrogênio. Quando indagados sobre o

conhecimento dos dentistas sobre a desinfecção dos moldes realizada pelo

laboratório de prótese, 72% relataram desconhecer. O autor concluiu que há

necessidade de educação adicional sobre a desinfecção como método de controle

de infecção cruzada.

Santos et al. (2008) avaliaram o conhecimento de oitenta acadêmicos do

sexto e oitavo período do curso de Odontologia de Barretos (São Paulo) sobre

desinfecção de moldes de hidrocolóide irreversível. Os resultados demonstraram

que 90% dos sujeitos afirmaram saber que o molde de hidrocolóide irreversível pode

disseminar doenças infecto-contagiosas, mas apenas 66% responderam que

aprenderam uma técnica de desinfecção do molde. Muitos acadêmicos (41%) não

souberam responder qual substância seria indicada para a desinfecção de moldes

de hidrocolóide irreversível e apenas 70% lavavam o molde em água corrente antes

da desinfecção química.

Panza et al. (2006) avaliaram a estabilidade dimensional dos materiais de

moldagem após a imersão em soluções desinfetantes de hipoclorito de sódio 1% e

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Revisão de literatura_________________________________________________23

glutaraldeído 2%, usando 45 moldagens para cada tipo de material (poliéster,

polissulfetos e hidrocolóide irreversível). Os quarenta moldes de cadamaterial foram

imersos nas soluções desinfetantes variando-se o tempo entre dez e 15 minutos, os

cinco moldes restantes de cada material foram utilizados como grupo controle. Os

resultados mostraram que os moldes de poliéster e polissulfeto não apresentaram

diferenças estatisticamente significante comparado ao grupo controle, porém os

moldes de alginato imersos em hipoclorito de sódio 1% por 15 minutos

apresentaram distorção estatisticamente significante quando comparado ao grupo

controle. O estudo concluiu que a desinfecção dos moldes de alginato imersos em

hipoclorito de sódio 1% por 15 minutos não é indicado, porém quando imerso por 10

minutos não há alteração dimensional.

Silva & Salvador (2004) avaliaram a estabilidade dimensional das siliconas de

condensação pesada e leve para moldagem odontológica, quando imersas em

solução desinfetante por dez e vinte minutos, relacionando a importância da

biossegurança no manuseio destes materiais. Foram testados os seguintes

materiais de moldagem: Optosil Confort e Xantopren VL Plus, e as soluções

desinfetantes foram o hipoclorito de sódio a 1% (Solução de Milton) e o glutaraldeído

a 2% (Glutaron II). Para a pesquisa foram feitos cinquenta moldes, o material foi

removido após sete minutos e submetido à imersão nas soluções desinfetantes nos

tempos determinados, sendo um grupo controle representado por moldes sem

imersão. Depois de removidos das soluções, os corpos de prova foram lavados em

água corrente por 15 segundos, secos e medidos três vezes cada para registro da

média, usando um microscópio óptico. Verificou-se que as diferenças nas

dimensões lineares da silicona testada não foram estatisticamente significantes após

sua imersão em solução de hipoclorito de sódio a 1% e glutaraldeído a 2% até vinte

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Revisão de literatura_________________________________________________24

minutos, concluindo assim que as soluções testadas podem ser seguramente

empregadas na desinfecção de siliconas.

A falta de conhecimento e a não aplicação das medidas de biossegurança na

execução de trabalhos protéticos em odontologia, demonstrada nos trabalhos

revisados e, o panorama ainda não averiguado em várias regiões do Brasil, justifica

a necessidade do estudo local para conhecer a conduta dos profissionais na cidade

de Porto Velho, RO, visando a divulgação dos resultados deste estudo para estes

profissionais avaliarem a realidade da sua prática profissional.

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25

3 PROPOSIÇÃO

O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento dos cirurgiões-dentistas

frente às condutas de biossegurança como prevenção do risco de infecção cruzada

na manipulação de moldes, modelos e próteses dentárias.

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26

4 MÉTODO

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de

São Lucas, protocolo n0 638 ( Anexo A).

Após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A)

foram avaliadas as condutas de biossegurança dos cirurgiões dentistas do município

de Porto Velho, Rondônia por meio de questionário contendo perguntas sobre

condutas básicas de biossegurança e questões específicas sobre as condutas de

biossegurança com moldes, modelos e peças protéticas (Apêndice B).

4.1 CÁLCULO DO TAMANHO DA AMOSTRA

O cálculo amostral foi realizado utilizando o programa BioEstat 5.0 com Power

de 0,8 (80%) e nível de significância 0,05, baseado no número de cirurgiões-dentistas

inscritos no Conselho Regional de Odontologia da cidade de Porto Velho, RO. Para

estes dados foi aplicado o Teste t para amostra única, que gerou um número de

duzentos cirurgiões-dentistas. Considerando-se uma perda de 10%, foram

selecionados para a pesquisa 220 cirurgiões-dentistas.

4.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA

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Método___________________________________________________________27

Após o recebimento dos questionários e sua completa tabulação, os dados

foram submetidos a tratamento estatístico específico. A análise foi conduzida

adotando nível de significância estatística de 95% (p<0,05), com auxílio do software

Bio Estat 5.0.

Em todas as situações de análise foram confeccionadas tabelas de

frequências das respostas, que foram utilizadas na montagem de tabelas de

contingência 2X2.

Finalmente, foi aplicado o teste estatístico Qui-quadrado (X2) em todas as

situações analíticas.

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28

5 RESULTADOS

Foram incluídos no presente estudo 71 indivíduos, sendo 27 homens e 44

mulheres, com media de idade de 34 anos (desvio padrão de dez anos).

Quando se avaliou a frequência de atualização profissional dos indivíduos,

observou-se que 29,58% se atualizavam semestralmente; 42,86, anualmente e

12,68% de dois em dois anos (Figura 2). Foi observada diferença significativa entre

o grupo que se atualizava anualmente e todos os demais grupos.

Figura 2 – Distribuição da frequência de atualização profissional dos indivíduos incluídos no presente estudo *, †, ‡ - Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

Com relação à vacinação, foi verificado que 8,451% dos participantes

haviam recebido somente a primeira dose; 15,49% as duas primeiras doses e

66,2% as três doses (Figura 3). Foi observada diferença significativa entre o

grupo que se recebeu as três doses da vacina e os demais grupos.

* †

‡ ‡

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Resultados________________________________________________________29

Figura 3 – Distribuição da frequência de vacinação contra Hepatite B * - Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

Quando avaliado se acreditam no risco de infecção cruzada, 95,77% dos

participantes responderam sim e 4,225, não (Figura 3). Foi evidenciada diferença

significativa entre os dois grupos.

Figura 4 – Distribuição dos Cirurgiões-dentistas que acreditam na possibilidade de ocorrência de infecção cruzada entre o consultório e o laboratório de prótese dentária

*- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

*

*

† †

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Resultados________________________________________________________30

Para a frequência de utilização de jaleco 100% dos participantes sempre

utiliza durante o atendimento ao paciente (Figura 5). Foi evidenciada diferença

significativa entre o grupo que sempre utiliza dos demais grupos.

Figura 5 – Distribuição da frequência de uso de jaleco

*- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

Quanto a frequência de utilização de luva 100% dos participantes sempre

utiliza durante o atendimento ao paciente (Figura 6). Foi evidenciada diferença

significativa entre o grupo que sempre utiliza dos demais grupos.

Figura 6 – Distribuição da frequência de uso de luva *- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

*

*

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Resultados________________________________________________________31

Quanto a frequência de utilização de máscara, 100% dos participantes

sempre utiliza durante o atendimento ao paciente (Figura 7). Foi evidenciada

diferença significativa entre o grupo que sempre utiliza dos demais grupos.

Figura 7 – Distribuição da frequência de uso de máscara

*- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

Quando avaliada a frequência do uso de óculos de proteção, 74,65% dos

participantes sempre utilizam, 18,31% as vezes e 4,22% nunca utilizam (Figura 8).

Foi evidenciada diferença significativa entre o grupo que sempre utilizam dos demais

grupos.

Figura 8 – Distribuição da frequência de uso de óculos de proteção *- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

*

*

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Resultados________________________________________________________32

Quando avaliada a frequência de uso do gorro, 88,73% dos participantes

sempre utilizam, 5,634% as vezes e, 5,634% nunca (Figura 9). Foi observada

diferença significativa entre o grupo que sempre utiliza dos demais grupos.

Figura 9 – Distribuição da frequência de uso de gorro *- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

Quando avaliado a frequência de desinfecção do molde após sua confecção,

59,15% dos participantes “sempre” realizam o procedimento, 23,94% “nunca” e,

16,9% “às vezes” (16,9%) submetem o molde a tal procedimento (Figura 10). Foi

evidenciada diferença significativa entre o grupo que sempre realiza a desinfecção

dos demais grupos.

Figura 10 – Distribuição da frequência de desinfecção de moldes

adotada pelos dos indivíduos incluídos no presente estudo

*- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

*

*

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Resultados________________________________________________________33

Quanto à frequência de desinfecção do modelo quando recebido do

laboratório de prótese para prova, 43,66% dos participantes “nunca” realizam,

36,62% “sempre” e 18,31% “as vezes”realizam a desinfecção (Figura 11). Foi

evidenciada diferença significativa entre o grupo que nunca realiza a desinfecção

dos demais grupos.

Figura 11 – Distribuição da frequência de desinfecção de modelos adotada pelos dos indivíduos incluídos no presente estudo *- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

Em relação à frequência de desinfecção do trabalho protético entregue ao

cirurgião-dentista, 63,38% dos profissionais sempre realizam o procedimento,

25,35% nunca realizam e, 11,27% dos profissionais às vezes (Figura 12). Foi

evidenciada diferença significativa entre o grupo que sempre realiza a desinfecção

dos demais grupos.

* *

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Resultados________________________________________________________34

Figura 12 – Distribuição da frequência de desinfecção de trabalhos protéticos adotada pelos dos indivíduos incluídos no presente estudo *- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

Dentre os materiais disponíveis para a confecção dos moldes, 88,73% dos

profissionais utilizam o alginato, 66,20% a silicona, 19,72% a pasta de óxido de

zinco e eugenol, 14,08% a mercaptana, 9,85% o poliéster e, 7,04% a godiva (Figura

13). Foi evidenciada diferença significativa entre o grupo o que utiliza o alginato e a

silicona dos demais grupos.

*

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Resultados________________________________________________________35

Figura 13 – Distribuição do material para confecção dos moldes utilizados

pelos dos indivíduos incluídos no presente estudo

*- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

Quanto ao desinfetante de escolha para realização da desinfecção de moldes,

modelos e trabalhos protéticos, 40,75% dos profissionais utilizam o glutaraldeido a

2%, 32,39% o hipoclorito a 1% e, 26,76% o álcool 70% (Figura 14). Foi evidenciada

diferença significativa entre o grupo o que utiliza o glutaraldeído a 2% dos demais

grupos.

Figura 14 - Distribuição dos desinfetantes para desinfecção dos moldes, modelos e trabalhos protéticos utilizado pelos indivíduos incluídos no presente estudo *- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

* *

* * *

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Resultados________________________________________________________36

Após a avaliação do desinfetante de escolha, os profissionais foram avaliados

quanto ao método de desinfecção utilizado, onde 35,21% dos profissionais utiliza a

imersão, 26,76% a aspersão, 23,94% a fricção e imersão e, 12,98% utiliza a fricção

(Figura 15). Foi evidenciada diferença significativa entre o grupo o que utiliza a

imersão dos demais grupos.

Figura 15 – Distribuição das técnicas de desinfecção utilizadas pelos indivíduos incluídos no presente estudo *- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

Quanto ao tempo de exposição que o artigo fica submetido ao desinfetante,

21,13% dos profissionais submetem o artigo por dez minutos, 19,72% por um

minuto, 19,72% por trinta minutos, 14,08% por cinco minutos e, 14,08% por quinze

minutos (Figura 16). Foi evidenciada diferença significativa entre o grupo o que

submete o artigo por dez minutos ao desinfetante dos demais grupos.

*

* *

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Resultados________________________________________________________37

Figura 16 – Distribuição do tempo de exposição do artigo ao desinfetante pelos dos indivíduos incluídos no presente estudo *, †- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

Quando avaliado o procedimento realizado com as moldeiras antes da sua

reutilização, 85,94% dos profissionais realizam a esterilização, 14,08% realizam a

desinfecção e, 1,40% lavam as moldeiras (Figura 17). Foi evidenciada diferença

significativa entre o grupo o que esteriliza a moldeira dos demais grupos.

* * † †

*

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Resultados________________________________________________________38

Figura 17 – Distribuição dos procedimentos a que as moldeiras são submetidas antes da sua reutilização *- Diferença estatisticamente significativa – Teste Qui-quadrado

*

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39

6 DISCUSSÃO

Prevenir a infecção cruzada no consultório odontológico tem sido um grande

desafio para o Cirurgião-dentista (CD). Com a obrigatoriedade do cumprimento das

Normas de Biossegurança pela Agencia Nacional de Saúde, tornou-se fundamental

a observação dos procedimentos de Biossegurança dentro da prática diária dos

ambientes odontológicos (Bôas & Quirino, 2002; Farinassi, 2007).

Os resultados demonstraram que, de modo geral, os profissionais estão

vacinados contra hepatite B, porém foi também observado que uma parte dos

profissionais não completou as três doses. Storer et al. (2010) relatam que o

esquema vacinal deve ser realizado em três doses, primeiro dia, 30° dia e a ultima

dose 180 dias após a primeira dose. Resultado semelhante ao do presente trabalho

foi observado por Garcia et al. (2007), onde 73,4% dos dentistas tinham o esquema

vacinal completo. Os autores ainda relatam que no Brasil a vacinação é

recomendada para recém-nascidos, adolescentes até 19 anos e pessoas com risco

acrescido para adquirir a infecção.

No presente estudo foi observado que 96% dos profissionais acreditam na

possibilidade de infecção cruzada entre o consultório odontológico e o laboratório de

prótese. Cotrim et al. (2001) observaram que 52% dos CD não acreditavam nesta

possibilidade.

A infecção cruzada pode atingir CD, auxiliares, pacientes e protéticos, sendo

considerado como alvo todos os que estão envolvidos no atendimento clínico ou

laboratorial (Majewski et al., 2004).

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Discussão_________________________________________________________40

Avaliando os resultados da frequência de uso de avental durante o

atendimento odontológico observou-se que 98,59% dos profissionais afirmam

sempre utilizar o equipamento. Farinassi (2007) relatou que o avental deve ser de

mangas longas, tecido claro, podendo ser de pano ou descartável para

procedimentos que envolvam atendimento ao paciente. Em um estudo realizado por

Gonini Junior et al. (2001), observou-se que 89,7% dos profissionais utilizam avental.

Não devem ser utilizadas as roupas comuns durante o atendimento

odontológico, pois elas ficarão contaminadas, tornando-se fontes de infecção para o

profissional, sua equipe e seus familiares (Galvani et al., 2004). Garcia et al. (2007)

observaram que 92,7% dos cirurgiões-dentistas sempre utilizavam avental, sendo

que 48,1% utilizavam o avental de mangas longas.

A utilização de luvas por todos os profissionais entrevistados indica que os CD

estão mais conscientes quanto a necessidade do uso deste equipamento de

proteção individual (EPI).

Resultado semelhante foi encontrado no estudo realizado por Farinassi

(2007), onde todos os cirurgiões-dentistas afirmaram utilizar luvas. Gonini Junior et

al. (2001) observaram que 93,6% dos cirurgiões-dentistas utilizava luvas

descartáveis, porem 16,7% destes só a utilizam em procedimentos considerados

críticos. Galvani et al. (2004) observaram que 95,96% dos cirurgiões dentistas

utilizam a luva durante o atendimento clínico, e aqueles profissionais com mais de

dez anos de formados não usavam luvas. Já Engelmann et al. (2010) observaram

que 98% dos profissionais utilizava um par de luvas por paciente, e 2% trocavam as

luvas, às vezes, entre os pacientes.

A máscara é indispensável para a proteção das mucosas da boca e do nariz

contra a ingestão ou inalação de aerossóis pelos profissionais e na transmissão de

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Discussão_________________________________________________________ 41

microrganismos para o paciente (Silva et al., 2002). No presente estudo todos os CD

relataram sempre utilizar máscara para os atendimentos. Resultados semelhantes

foram observados nos estudos de Gonini Junior et al. (2001) e de Garcia et al.

(2007), onde 90 e 93,8% respectivamente, dos CD participantes dos estudos utilizam

a máscara. O estudo de Galvani et al. (2004) mostrou uma menor adesão dos

profissionais (66,74%) a utilização de máscara durante o atendimento ao paciente.

Os óculos de proteção protegem contra os microrganismos e evita traumas de

vários tipos. Evitam também que o profissional toque nos olhos carregando

contaminações (Farinassi, 2007).

Os CD participantes desse estudo, não mostraram uma adesão unânime, pois

somente 74,65% relataram sempre utilizá-lo. Em estudo realizado por Garcia &

Blank (2006), o uso de óculos de proteção foi constante pelos cirurgiões-dentistas.

Uma pesquisa realizada por Galvani et al. (2004), mostrou que 34,38% dos

profissionais utilizavam o óculos como barreira de proteção. Silva et al. (2002)

observaram que entre as barreiras menos utilizadas pelos estudantes de odontologia

estava o óculos de proteção (51,7%).

O gorro confere uma barreira efetiva para o profissional, sua equipe e

paciente. Protege contra gotículas de saliva, aerossóis e sangue contaminados

(Ministério da Saúde, 2000).

A frequência de uso do gorro foi maior que o encontrado para o uso de óculos

de proteção (88,73%), existindo ainda aqueles profissionais que às vezes ou nunca

utilizam este EPI. Gonini Junior et al. (2001) observaram que somente 25,5% dos

cirurgiões-dentistas utilizam o gorro. Um número semelhante foi encontrado no

estudo de Silva et al. (2002), onde 21,2% dos participantes da pesquisa, afirmaram

utilizar o gorro. Já no estudo de Engelmann et al. (2010) o resultado observado foi

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Discussão_________________________________________________________42

semelhante ao presente estudo, onde 86% dos cirurgiões-dentistas afirmaram

sempre utilizar, demonstrando um aumento na conscientização e adesão a utilização

dos EPIs.

Desinfecção é o processo que elimina microrganismos na forma vegetativa.

Esse processo só deve ser indicado na impossibilidade de submeter o material ao

processo de esterilização (Ministério da Saúde, 2000).

A desinfecção de moldes tem sido defendida em todo o mundo por muitos

anos, porém o cumprimento das orientações não tem sido observado (Pang & Millar,

2006).

Segundo Jorge (2002) as moldagens devem ser lavadas com água para

remoção de sangue, saliva e detritos e desinfetadas de acordo com o material.

No presente estudo 59,15% dos profissionais afirmaram sempre submeter o

molde ao processo de desinfecção. Cotrim et al. (2001) observaram que apenas

22% dos CD efetuavam a desinfecção dos moldes. Um discreto aumento na adesão

a este procedimento (34%) foi observado por Bôas & Quirino (2002) e Pang & Millar

(2006), onde 48% dos profissionais participantes costumavam submeter os moldes a

desinfecção. Estes resultados demonstram que ao longo dos anos, provavelmente

pela melhora no ensino de biossegurança e aumento na fiscalização, mais CD tem

procurado submeter os moldes ao processo de desinfecção.

Quanto a desinfecção do modelo recebido do laboratório de prótese somente

36,62% dos profissionais do presente estudo afirmam sempre desinfetar o modelo.

Esse resultado demonstra haver um menor cuidado com o modelo quando

comparado ao molde. Majewski et al. (2004) observaram que apenas 6,6% dos

profissionais de laboratórios de prótese sempre desinfetam o modelo, no mesmo

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Discussão_________________________________________________________43

ano, Campanha et al. (2004) observaram que 90% dos técnicos de prótese nunca

realizaram a desinfecção dos modelos.

Convém salientar que os modelos de gesso obtidos a partir de moldes que

não sofreram tratamento desinfetante podem se tornar contaminados, e assim,

passíveis de transmitir microrganismos a quem os manipula (Santos et al. 2005).

Mesmo sendo um número muito baixo de CD entrevistados no presente

trabalho, que desinfetam os modelos, quando buscamos dados de trabalhos

realizados em anos anteriores, verificamos que somente 4% (Cotrim et al., 2001) e

6,8% (Bôas & Quirino, 2002) dos profissionais respeitavam este procedimento de

biossegurança. Isto demonstra como discutido anteriormente, que os CD estão

aderindo cada vez mais às condutas necessárias para evitar a transmissão de

microrganismos.

Em relação a frequência da desinfecção dos trabalhos protéticos, no presente

estudo 63,38% dos profissionais afirmaram sempre desinfetá-los. Entre os

resultados obtidos pelo estudo podemos observar maior preocupação dos CD com a

desinfecção do trabalho protético. Um resultado muito diferente do encontrado neste

estudo foi observado por Cotrim et al. (2001), onde apenas 6% dos cirurgiões-

dentistas participantes do estudo afirmaram sempre desinfetar o trabalho protético.

No mesmo estudo os autores concluíram que existe a possibilidade de ocorrer

infecção cruzada durante a manipulação de trabalhos protéticos, devido à presença

de grande quantidade de microrganismos na pedra-pomes utilizada no polimento

das peças. Bôas & Quirino (2002) observaram que a desinfecção dos trabalhos

protéticos era realizada por 50% dos cirurgiões dentistas e, após a prova no paciente

apenas 27,2% realizava o procedimento.

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Discussão_________________________________________________________44

Entre os materiais utilizados para confeccionar os moldes o alginato e a

silicona são os mais utilizados pelos CD participantes desse estudo.

A preferência pelo alginato deve-se provavelmente ao fato de seu custo ser

relativamente baixo, ser de fácil manipulação e conforto para o paciente (Souza et

al., 2004). Estudo realizado por Oliveira & Joias (2009) concluiu que a prática de

desinfecção por pulverização com solução de hipoclorito de sódio a 0,5% por dez

minutos não influencia a estabilidade dimensional dos moldes de alginato.

Silva & Salvador (2004) ao avaliarem a estabilidade dimensional das siliconas,

para moldagem odontológica, ao serem imersas em solução desinfetante

(glutaraldeido 2% e hipoclorito de sódio 1%), verificaram que não ocorreu alteração

dimensional dos moldes.

Quanto ao desinfetante de escolha para realizar a desinfecção dos moldes,

modelos e trabalhos protéticos, 40,85% dos cirurgiões dentistas utilizam o

glutaraldeído 2%, seguido pelo hipoclorito 1% e álcool 70%.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em março de 2007

publicou um informe técnico sobre o uso do glutaraldeído em estabelecimentos de

assistência em saúde, onde explica sua toxicidade e efeitos adversos, no mesmo

ano no Estado de São Paulo foi publicado uma resolução sobre a restrição do uso

do glutaraldeido, porém em Rondônia o uso do desinfetante não foi restringido,

sendo este talvez o motivo para um número expressivo de profissionais que o

utilizam (ANVISA, 2007).

Quanto à técnica utilizada para desinfecção, observou-se que, apesar da

baixa utilização (35,21%), a imersão foi a técnica mais citada. De acordo com Santos

et al. (2005) a imersão é a técnica mais indicada pois atinge uma maior superfície de

contato que o método de aspersão.

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Discussão_________________________________________________________45

Poucos profissionais utilizam o tempo preconizado (Ministério da Saúde,

2000), ou seja, dez minutos, para a desinfecção de moldes, modelos e peças

protéticas. A variação excessiva quanto ao tempo de exposição aos desinfetantes,

observada no presente estudo, demonstra a falta de conhecimento dos CD quanto a

este quesito.

Dentre os itens avaliados no presente trabalho quando às etapas para a

confecção de próteses, chama a atenção o grande número de CD (85,92%) que

dizem realizar a esterilização de moldeiras antes da sua reutilização.

Apesar de os resultados do presente estudo ser, na sua maioria, melhor que

aqueles desenvolvidos anteriormente no Brasil, demonstrando uma maior adesão

dos CD às normas de biossegurança, ainda há muito a ser conquistado, e isto só

será possível por meio de uma educação continuada e fiscalização sistemática.

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7 CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos neste trabalho, podemos concluir que a

aplicação das normas de biossegurança em trabalhos protéticos, pelos profissionais

da cidade de Porto Velho (RO), está aquém do esperado para que haja redução no

risco de infecção cruzada.

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REFERÊNCIAS

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4. Gonini Junior A, Gonini CAJ, Inada DY, Almeida LG. Nível de aplicação de normas básicas para esterilização, desinfecção e paramentação odontológica. Unopar Cient Cienc Biol Saúde 2001; 3(1):61-68. 5. Bôas MV, Quirino MRS. Controle de infecção cruzada: Laboratório de Prótese versus Consultório Odontológico. Rev Biociênc Taubaté 2002; 8(1):103-108. 6. Ferreira FM, Novais VR, Porta SRS, Júnior PCS, Quagliatto OS, Soares CJ, et al. Importância relativa à desinfecção de moldes na formação de alunos em diversas escolas de saúde. Horizonte Científico 2008; 1;165. 7. Jorge AOC . Princípios de biossegurança em odontologia. Rev Biociênc Taubaté 2002; 8(1):7-17. 8. Silva PEB, Patrocinio MC, Neves ACC. Avaliação da conduta de biossegurança em clinicas odontológicas de graduação. Rev Biociênc Taubaté 2002; 8(1):45-52. 9. Engelmann AL, Dai AA, Miura CSN, Bremm LL, Ceranto DCFB. Avaliação dos procedimentos realizados por cirurgiões-dentistas da região de Cascavel-PR visando ao controle da biossegurança. Ondontol Clin Cient 2010; 9(2):161-165. 10. Ministério da Saúde (BR). Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços Odontológicos: prevenção e controle de riscos. Brasília; 2006.

Referências elaboradas segundo o modelo Vancouver.

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Referências________________________________________________________48

11. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação Nacional de DST e Aids. Controle de infecções e a prática odontológica em tempos de Aids: manual de condutas. Brasília; 2000. 12. Kohn WG, Harte JÁ, Malvite DM, Collins AS, Cleveland JL, Eklund KJ. Guidelines for infection control in dental health care settings – 2003. JADA 2004; 135(1):33-47. 13. São Paulo. Secretaria da Saúde. Resolução SS-SP Nº 27 de fevereiro de 2007, Dispõe sobre a regulamentação do uso do glutaraldeído. Diário Oficial do Estado; Poder Executivo, São Paulo, SP, 1º mar. 2007. Seção 1, p. 20-3. 14. Ceretta R, Paula MMS, Angioletto EV, Meier MM, Mitellstadt FG, Pich CT, et al. Evaluation of the effectiveness of peracetic acid in the sterilization of dental equipment. Ind J Med Microbiol 2008; 26(2):117-122. 15. Kugel G, Perry RD, Ferrari M, Lalicata P. Disinfection and Communication practices: a survey of U.S dental laboratories. JADA 2000; 131(6):786-792. 16. Machado GL, Kather JM. Estudo do controle da infecção cruzada utilizada pelos cirurgiões-dentistas de Taubate. Rev BiociêncTaubaté 2002; 8(1):37-44. 17. Galvani LR, Pires MM, Passos D, Mota EG, Pires LAG. Utilização dos métodos de biossegurança nos consultórios odontológicos da cidade de Porto Alegre-RS. Stomatos, 2004; 10(18):7-13. 18. Garbin AJI, Garbin CAS, Arcieri RM, Crossaro M, Ferreira NF. Biosecurity in public and private office. J Appl Oral Sci 2005; 13(2):163-166. 19. Santos MCM, Duarte GV, Carvalho L, Mota AP, Cruz JFW. Desinfecção de moldes. Rev Ciênc Med Biol 2005; 4(1):32-37. 20. Al-Omari MA, Al-Dwairi ZN. Compliance with infection control programs in private dental clinics in Jordan. J Dent Educ 2005; 69(6):693-698. 21. Garcia LP, Blank VLG. Prevalência de exposições ocupacionais de cirurgiões-dentistas e auxiliares de consultório dentário a material biológico. Cad Saúde Públ 2006; 22(1):97-108.

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Referências________________________________________________________49

22. Garcia LP, Blank VLG, Blank N. Aderência a medidas de proteção individual contra a hepatite B, entre cirurgiões-dentistas e auxiliares de consultório dentário. Rev Bras Epidemiol 2007; 10(4):525-536. 23. Yüzbasioglu E, Saraç D, Canbaz S, Saraç YS, Cengiz S. A survey of cross-infection control procedures: knowledge and attitudes of Turkish dentists. J Appl Oral Sci 2009; 17(6):565-569. 24. Storer FL, Franco GCN, Scherma AP, Goncalves FB, Cortelli SC. Vacinação contra Hepatite B pode não induzir imunidade: estudo transversal com cirurgiões- dentistas de Porto Velho – RO. Rev Assoc Paul Cir Dent 2010; 64(1):50-54. 25. Pang SK, Millar BJ. Cross infection control of impressions: a questionnaire survey of practice among private dentists in Hong Kong. Hong Kong Dent J 2006; 3:89-93. 26. Panza LHV, Porto VC, Salvador MCG, Silva Rosa OP. Evaluation dimensional stability of impression materials immersed in disinfectant solutions using a metal tray. Rev Odonto Ciênc 2006; 21(53):261-265. 27. Silva SMLM, Salvador MCG. Effect of the disinfection technique on the linear dimensional stability of dental impression materials. J Appl Oral Sci 2004; 12(3): 244-249. 28. Cotrim LEF, Santos EM, Jorge AOC. Procedimentos de Biossegurança realizados por cirurgiões-dentistas e laboratórios durante a confecção de próteses dentárias. Rev Odontol UNESP 2001; 30(2):233-244. 29. Majeswki M, Koga-Ito CY, Junqueira JC, Jorge AOC. Avaliação das condutas de biossegurança aplicadas em laboratórios de prótese dentária. Rev Biociênc Taubaté 2004; 10(3):161-166. 30. Campanha NH, Pavarina AC, Vergani CE. Cross-infection control policy adopted by dental technicians. Rev Odontol UNESP 2004; 33(4):195-201. 31. Souza ROA, Filho RAS, Barbosa HAM, Oyafuso DK, Takahasi FE. Desinfecção, acondicionamento e vazamento de moldes de alginato por alunos de graduação. Pesq Bras Odontoped Clin Integr 2004; 4(2):91-97.

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Referências________________________________________________________50

32. Oliveira AR, Joias RM. Avaliação dimensional de moldes de hidrocoloide irreversível após desinfecção. Rev Odonto 2009; 17(33):54-61 33. ANVISA. Informe técnico n.04/07. Glutaraldeido em estabelecimento de assistência a saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

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APÊNDICES

APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido

FACULDADE SÃO LUCAS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título: CONDUTAS DE BIOSSEGURANÇA ADOTADAS POR CIRURGIÕES-DENTISTAS

EM TRABALHOS PROTÉTICOS

Pesquisadores:

JULIANA VIEIRA FREZZA BERNARDES

SILVANA SÓLEO FERREIRA DOS SANTOS

1. Introdução: As informações a seguir descreverão esta pesquisa e o papel que você terá

como participante. Os pesquisadores responsáveis pelo estudo responderão a todas as

perguntas que você possa ter. Por favor, leia este termo cuidadosamente e não tenha

dúvida em perguntar qualquer coisa sobre as informações abaixo.

2. Propósito: Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa cujo objetivo será

verificar o conhecimento e aplicação das condutas de biossegurança quanto à execução de

trabalhos protéticos.

3. Descrição do estudo: Serão enviados questionários a cirurgiões dentistas da cidade de

Porto Velho, RO, contendo questões relativas à biossegurança em trabalhos protéticos.

4. Desconforto, riscos e benefícios esperados: Estes procedimentos não provocarão

qualquer risco ou custo e você será informado sobre os resultados e, caso seja do seu

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Apêndices_________________________________________________________52

interesse, receberá informações sobre os procedimentos adequados de biossegurança

quanto à execução dos trabalhos protéticos.

5. Compensação: Não existem danos imediatos ou futuros previsíveis decorrentes da

pesquisa, portanto a mesma não inclui a possibilidade de indenização. Você receberá o

resultado da pesquisa após sua conclusão, além de folders educativos sobre biossegurança.

6. Confidencialidade dos registros: Concordando em participar desta pesquisa, você

permite acesso aos dados obtidos durante o estudo, aos pesquisadores nele envolvidos,

aos membros do Comitê de Ética responsáveis pela análise deste projeto. Os resultados

deste projeto de pesquisa poderão ser apresentados em congressos ou em publicações,

porém sua identidade não será revelada.

7. Direito de participar, recusar ou sair: Ao participar você concorda em cooperar com os

procedimentos que serão executados e que foram descritos acima, não abrindo mão de

seus direitos legais ao assinar o termo de consentimento informado. Sua participação neste

estudo é voluntária e você poderá recusar-se a participar ou poderá interromper sua

participação a qualquer momento sem penalidades ou perda dos benefícios aos quais de

outra forma tenha direito.

8. Contatos: Se ainda houver qualquer dúvida sobre o estudo, ou se você sentir algum tipo

de problema depois de realizados os exames você poderá receber mais esclarecimentos

falando com:

Juliana Vieira Frezza Bernardes Departamento de Biomedicina, Faculdade São Lucas

Telefone: (69)3224-4158

Profa. Dra. Silvana Soléo Ferreira dos Santos, Departamento de Odontologia, Universidade

de Taubaté Telefone: (12) 3635-3466

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Apêndices_________________________________________________________53

I - dados de identificação do sujeito da pesquisa ou responsável legal

1. Nome: _______________________________________________________

Documento de identidade nº: ___________________ sexo: m f

Data nascimento: _____/_____/_____

Endereço _____________________________ nº ______ apto: _________

Bairro: ____________________ cidade: ____________________________

CEP: _____________________ telefone: DDD () ___________________

II - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li

ou que foram lidas pra mim, descrevendo o estudo: CONDUTAS DE

BIOSSEGURANÇA ADOTADAS POR CIRURGIÕES-DENTISTAS EM TRABALHOS

PROTÉTICOS. Eu discuti com o Dra. Juliana Vieira Frezza Bernardes (endereço: Rua

Bidu Saião, fone 8428-1298) sobre minha decisão em participar nesse estudo.

Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, o questionário que será

realizado, garantias de confidencialidade e de esclarecimento permanente. Ficou

claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia de

acesso aos resultados da pesquisa quando necessário.

Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu

consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades.

Porto Velho, ______ de _____________ de 2010

_________________________________________________

Assinatura por extenso do sujeito da pesquisa

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Apêndices_________________________________________________________54

APÊNDICE B – Questionário que aplicado aos cirurgiões-dentistas

Idade: Sexo: masculino feminino

Formação profissional

Escola pública Escola privada Estado/UF Ano de conclusão

Atualização profissional

1. Com que frequência participa de palestras, cursos, treinamentos e/ou

congressos?

Semestral Anual Bianual A cada 5 anos A cada 10 anos

outro _____________ Não participo

Controle de infecção

2. É vacinado (a) contra Hepatite B? Não Sim

uma dose duas doses três doses

3. Acredita na possibilidade de infecção cruzada entre consultório Odontológico e

Laboratório protético? Sim Não

4. Qual equipamento de proteção individual costuma utilizar?

avental (jaleco) - As vezes Sempre Nunca

luva - As vezes Sempre Nunca

máscara - As vezes Sempre Nunca

óculos de proteção - As vezes Sempre Nunca

gorro - As vezes Sempre Nunca

5. Com que frequência realiza a desinfecção dos moldes antes de serem enviados

ao laboratório de prótese? Sempre As vezes Nunca

Caso responda As vezes ou Nunca: Porque_______________________

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Apêndices_________________________________________________________55

6. Com que frequência realiza a desinfecção dos modelos?

Sempre As vezes Nunca

Caso responda As vezes ou Nunca: Porque_______________________

7. Ao receber os trabalhos protéticos com que frequência realiza sua desinfecção?

Sempre As vezes Nunca

Caso responda As vezes ou Nunca: Porque_______________________

8. Qual material utiliza para fazer os moldes?

Hidrocolóide irreversível (alginato) Polissulfeto ou Mercaptana Godiva

Poliéster Silicona Pasta de óxido de zinco e eugenol

9. Se costuma fazer desinfecção de moldes, modelos e peças protéticas, qual (is)

desinfetante (s) utiliza? Glutaraldeído 2% Hipoclorito 1%

Iodóforos outro _____________________

10. A desinfecção é feita por:

fricção imersão fricção e imersão Aspersão

11. Qual o tempo de exposição ao desinfetante?

1 minuto 5 minutos 10 minutos 15 minutos 30 minutos

outro______

12. As moldeiras, antes de serem reutilizadas são:

esterilizadas desinfetadas somente lavadas usadas como retornam

do protético

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ANEXO

ANEXO A – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

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Autorizo cópia total ou parcial desta obra, apenas para fins de estudo e pesquisa, sendo expressamente vedado qualquer tipo de reprodução para fins comerciais, sem prévia autorização específica do autor. Juliana Vieira Frezza Bernardes

Taubaté, outubro de 2010.