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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Barbara Reis Carvalho Levantamento das concepções dos alunos do Ensino Médio, de uma escola particular de São Paulo, sobre os manguezais São Paulo 2012

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Barbara Reis Carvalho

Levantamento das concepções dos alunos do Ensino Médio, de uma escola particular de São Paulo, sobre os manguezais

São Paulo 2012

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Barbara Reis Carvalho

Levantamento das concepções dos alunos do Ensino Médio, de uma escola particular de São Paulo, sobre os manguezais

Trabalho de Graduação Interdisciplinar apresentado ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Presbiteriana Mackenzie como requisito para a obtenção do grau de Licenciada em Ciências Biológicas.

Orientador: MSc. Guilherme Moraes de O. Abuchahla

São Paulo 2012

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“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, em breve estará fazendo o impossível”

(São Francisco de Assis).

“Superar é preciso. Seguir em frente é essencial. Olhar para traz é perda de tempo. Passado se fosse bom era presente”

(Clarice Lispector).

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AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente a Deus por me dar perseverança e coragem para

realizar mais essa etapa da minha vida, pois muitos foram os obstáculos que tive de

vencer para realizar este meu grande sonho de cursar o Ensino Superior.

Agradeço a execução deste trabalho ao Centro de Ciências Biológicas e da

Saúde (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ao Setor de Bolsas de

Estudos e ao Programa Universidade para Todos (PROUNI).

Agradeço ao meu pai, Rubens Carvalho que mesmo sem estar presente

pessoalmente na minha vida neste momento, sempre me guia e me dá forças.

Agradeço aos meus demais familiares, em especial as minhas tias Solange e

Esther, e ao meu padrinho Pe. Mauro Negro que sempre acreditaram em mim e que

mesmo diante das dificuldades me incentivavam a seguir em frente e a não

desanimar, sejam dando conselhos, sejam através de inúmeros “puxões de orelha”.

Agradeço aos professores Adriano Monteiro de Castro, Magda Medhat

Pechliye e a Rosana de Campos Jordão pelos semestres que cursei em

Licenciatura, nos quais tive a honra de ser aluna. Agradeço-lhes imensamente pelos

conselhos, palavras e ações.

Agradeço ao meu orientador MSc. Guilherme Moraes de O. Abuchahla pelo

apoio, amizade, atenção e paciência.

Agradeço aos componentes da minha banca examinadora Adriano Monteiro

de Castro e Daniel Igawa Martinez.

Agradeço a todos os meus amigos Aline, Giselle, Natália, Rodrigo e aos

demais que me ajudaram e que também fizeram parte desta história.

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Agradeço ao meu namorado Alessandro pelo seu amor, carinho e

compreensão, pois sempre nas situações que eu ficava preocupada e com medo,

ele sempre me dizia que tudo daria certo.

Por fim, agradeço a todas as outras pessoas que eu não citei, mas que

contribuíram de alguma forma para que esse trabalho se concluísse.

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RESUMO

O presente trabalho foi realizado com o objetivo de conhecer as

concepções dos alunos de Ensino Médio, de uma escola particular de São Paulo,

sobre os manguezais. Esses dados foram levantados por meio da aplicação de um

questionário composto por questões abertas e fechadas. Verificou-se que os alunos

apresentaram conhecimento parcialmente satisfatório a insatisfatório sobre esses

ambientes. Acredita-se que isso ocorre por dois motivos: primeiro porque os

conteúdos são trabalhados na escola de forma descontextualizada, não permitindo

aos alunos fazerem associações do que aprendem com outros temas estudados; e

segundo porque há uma ideia do próprio senso comum que associa a este

ecossistema uma imagem de “ambiente sujo”, por causa da presença da lama e dos

odores que são característicos destes locais. Dessa forma, deve haver por parte dos

educadores um novo olhar ao trabalhar estes assuntos, porém para que isso se

efetive, é necessário que os professores saiam do tradicionalismo da sala de aula e

vão à busca de outras formas para trabalhar esta temática, para que assim, o aluno

possa ver sentido no que está estudando, elaborando suas próprias concepções.

Palavras-chave: concepções, manguezais, educação ambiental, Ensino Médio.

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ABSTRACT

The present work was carried out in order to access the concepts that high

school students of a private school have about mangroves. The data were acquired

through a questionnaire of direct and multiple choice questions. In general, the level

of knowledge that could be observed varied from 'partially satisfactory' to

'unsatisfactory'. The assumed reason for these results are two: first, because

mangroves are taught in a way in which the students cannot relate to; and second, is

due to the general idea that mangroves are dirty environments - mostly because of

the presence of mud and its characteristic odors. In this way, it is mandatory for

educators to find a new perspective while working the topic. For this new perspective

become effective, it is necessary to leave traditional methods behind and to search a

way in which students understand why they learn about this environment, and are

able to build their own concepts and conceptions of the mangrove ecosystem.

Keywords: concepts, mangroves, environmental education, high school.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 09

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 10

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................. 14

4. RESULTADOS ...................................................................................................... 18

5. ANÁLISE ............................................................................................................... 22

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 26

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 27

Anexo 1 – Modelo de questionário aplicado aos alunos do Ensino Médio ........ 30

Anexo 2 – Carta de Informação a Instituição e Termo de Livre e esclarecido ... 32

Anexo 3 – Carta de Informação ao sujeito e Termo de Livre e esclarecido ....... 34

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1. INTRODUÇÃO

Os manguezais são ambientes que se encontram associados às margens de

baías, enseadas, lagunas dentre outros locais, no qual há o encontro da água dos

rios com a do mar. Estes locais apresentam cobertura vegetal, formada por diversas

espécies vegetais lenhosas, além de micro e macro algas que são adaptadas à

salinidade e caracterizadas por colonizarem sedimentos lodosos, com baixo teor de

oxigênio (SCHAEFFER-NOVELLI; 2012).

Apesar de serem citados no presente trabalho, os manguezais são

ambientes pouco estudados, no contexto educacional, o que pode ser observado

pelo total desconhecimento a seu respeito apresentado pelos alunos, ou então pelo

fato de associarem a esses ecossistemas uma visão negativa.

Dessa forma, visando abordar essa temática foi proposta essa

monografia, cujo objetivo é conhecer quais concepções os alunos de Ensino Médio,

de uma escola particular de São Paulo, têm sobre os manguezais, utilizando para

essa abordagem um questionário composto por questões abertas e fechadas.

Para tanto, a primeira parte deste trabalho é composta por uma

fundamentação teórica, na qual são estabelecidas relações entre os autores

utilizados como referência para a abordagem deste tema. Na segunda parte deste

trabalho são descritos os procedimentos metodológicos que foram utilizados para o

levantamento destes dados.

Na terceira parte são apresentados os resultados obtidos com a

aplicação do questionário, referente à concepção dos alunos sobre os manguezais,

sendo que apuração destes dados baseou-se na metodologia utilizada nas

pesquisas de Pereira (2006), Rodrigues e Farrapeira (2008) e Vairo e Filho (2010).

Na quarta parte é proposta uma análise a partir dos resultados obtidos

e da fundamentação teórica desenvolvida neste trabalho. E por fim, são

apresentadas as considerações finais, na quais são retomadas a discussões

realizadas ao longo de toda a monografia, concluindo assim, o presente estudo

referente ao levantamento das concepções dos alunos sobre os manguezais.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste século, presencia-se um intenso processo de criação científica, pois se

compararmos com períodos anteriores, houve grandes avanços em diversas áreas,

tais como: saúde, meios de comunicação e transporte, dentre outros. A associação

entre ciência e tecnologia se ampliou, tornando-se cada vez mais presente no

cotidiano, e modificando o mundo e o próprio ser humano (BRASIL, 2000).

Apesar da associação entre ciência e tecnologia ter trazido benefícios para

muitas pessoas ao longo da história, ela também trouxe desigualdades sociais e

impactos ambientais, devido principalmente ao ritmo de vida acelerado da sociedade

atual, que para tal, se utiliza de forma excedida dos recursos naturais disponíveis,

além de emitir poluentes de forma indiscriminada (BRASIL, 2000).

A visão de que os seres humanos são proprietários da natureza deixou de ser

tão dominante. A sociedade atual vem desenvolvendo uma sensibilização baseada

na ecologia profunda, ou seja, em um novo modo de percepção de uma

interdependência entre os seres vivos, sendo que cada um contribui de alguma

forma para a manutenção do equilíbrio ecológico. Dessa maneira, está cada vez

mais nítido que se não mudarmos o nosso modo de vida, a sobrevivência na

superfície terrestre estará ameaçada (FILHO; VAIRO, 2010).

Um dos ecossistemas mais afetados pela ação de impactos antrópicos, e que

nos últimos anos vem sendo degradado, são os manguezais (LACERDA et al. 2006).

Segundo Schaeffer-novelli (2012) os manguezais são ambientes que se encontram

associados às margens de baías, enseadas, lagunas dentre outros locais, no qual

há o encontro da água dos rios com a do mar. Estes locais apresentam cobertura

vegetal, formada por diversas espécies vegetais lenhosas, além de micro e macro

algas que são adaptadas à salinidade e caracterizadas por colonizarem sedimentos

lodosos, com baixo teor de oxigênio.

Esse ecossistema é considerado o “berçário do mar”, pois diversas espécies

de aves piscívoras e de invertebrados marinhos fazem seus ninhos em árvores de

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manguezal, alimentando-se especialmente na maré baixa, quando os fundos

lodosos são expostos. Além disso, diversos organismos marinhos utilizam este

ecossistema como área de corte, reprodução, deposição de ovos e abrigo de

juvenis. Este ambiente é a principal fonte de subsistência para as populações

litorâneas, devido à pesca artesanal de peixes, caranguejos e moluscos (SANTOS;

2009).

As funções prestadas pelos manguezais são várias, dentre elas: constituem

parte da cadeia trófica com espécies importantes do ponto de vista ecológico e

econômico, servem de área de desenvolvimento, abrigo, reprodução e alimentação

de espécies marinhas, estuarinas, límnicas e terrestres, e além dessas funções o

manguezal também protege a linha de costa contra a erosão e mantém a

biodiversidade da região costeira (RODRIGUES; FARRAPEIRA, 2008).

O Brasil, segundo Rodrigues (2012) apresenta uma das maiores extensões

de manguezais do mundo, sendo que este ocorre desde o Cabo de Orange, no

Amapá, até a cidade de Laguna, em Santa Catarina. Esses ambientes, de acordo

com Lacerda et al (2006), são considerados áreas de preservação permanente pela

Legislação Federal. A despeito das leis de proteção do ecossistema manguezal,

observam-se muitos impactos sobre esse sistema. Segundo Fidelman (2000) as leis

não são suficientemente conhecidas ou aplicadas, pois falta sensibilização pública.

Tal problemática poderia ser diminuída por meio do processo educacional, como

forma de uma política de proteção às áreas de manguezal.

Conforme abordado anteriormente, os recursos naturais vêm sendo

rapidamente degradados pelo homem, incluindo o ecossistema manguezal. Este

vem sofrendo principalmente por conta da extração de madeira para a produção de

lenha e carvão, da criação de crustáceos, do desmatamento para fins imobiliários, e

da deposição de poluentes (FILHO; VAIRO, 2010). Há também danos causados

indiretamente, ocorrendo longe do litoral, como alterações no curso dos rios, a partir

da construção de represas e barragens; transposição de bacias hidrográficas,

retirada de água para abastecimento e irrigação que provocam alterações no grau

de salinização, no fluxo de água e de sedimentos para o mar, o que por sua vez

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causa erosão costeira, avanço de areias marinhas sobre estuários e intrusão salina

em águas subterrâneas (LACERDA et al., 2006).

Apesar dos manguezais serem ecossistemas muito relevantes, observa-se

que, no contexto educacional, este ambiente é pouco estudado. O reflexo deste fato

é percebido pela visão negativa e/ou total ignorância apresentada por alunos em

idade escolar acerca desse ecossistema. São dois os motivos para tal fato: o

primeiro é que os conteúdos são trabalhados na escola de forma

descontextualizada, não permitindo aos alunos fazerem associações entre

conteúdos; e o segundo que há uma ideia do próprio senso comum que associa a

este ecossistema uma imagem de “ambiente sujo”, e muitas vezes não considera

que o resultado da degradação dos manguezais é causado pelo próprio ser humano

(FILHO; VAIRO, 2010).

Dessa forma, a educação ambiental nas escolas pode ser uma das maneiras

que alterem as visões das pessoas sobre os manguezais, pois ela contribui para a

formação de cidadãos reflexivos e transformadores do seu meio, já que é nas

escolas que os alunos começam a conhecer os conceitos científicos e estes podem

auxiliá-los a desenvolver uma concepção mais ampla e integrada do ambiente

(FILHO; VAIRO, 2010).

Assim, se buscamos desenvolver nos educandos atitudes que visem à

preservação dos manguezais, torna-se necessário que eles conheçam a sua

importância e o seu significado para a manutenção do equilíbrio ecológico, pois o

grande desafio da sociedade atual é promover uma educação ambiental critica e

inovadora e que permita realizar uma transformação social. O seu foco deve ser

amplo, relacionando o homem, a natureza e o universo, entendendo que os recursos

naturais se esgotam e que os principais culpados deste processo somos nós seres

humanos (SANTOS; PARDO, 2011).

Neste contexto, a visitação de um ambiente natural pode ser considerada um

importante recurso didático para várias disciplinas, podendo ser usada em diferentes

níveis de escolaridade, estabelecendo assim, uma oportunidade que propicie o

desenvolvimento de um vínculo afetivo dos alunos com o ambiente e com os seres

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vivos. Isso pode ser feito através da observação e do reconhecimento de espécies

de animais no seu ambiente natural, de seus hábitos ecológicos e das interações

que estes têm com os demais seres vivos. Diversas atividades podem ser

desenvolvidas, dentre elas os estudos de casos que procurem falar sobre o efeito da

poluição nos manguezais; a proposição de situações-problema, procurando fazer os

alunos elaborarem possíveis soluções para resolvê-las; e a elaboração de projetos

variados acerca desta temática (RODRIGUES; FARRAPEIRA, 2008).

Rodrigues e Farrapeira (2008) citam o autor Moran, dizendo que uma

educação inovadora se apoia em um conjunto de propostas que servem como guia e

base, são eles: o conhecimento integrador e inovador, o desenvolvimento da

autoestima e do autoconhecimento, a formação do aluno-empreendedor e a

construção do aluno cidadão.

Bizzo (1998) complementa a ideia citada acima nos informando que o objetivo

de ensinar Ciências e Biologia deve proporcionar aos educandos o desenvolvimento

de ideias críticas, para que assim, estes se tornem capazes de se posicionar e

exporem suas opiniões diante da sociedade que os cercam, baseando suas

decisões em critérios objetivos e defensíveis.

E relacionando ainda as ideias destes autores com os Parâmetros

Curriculares Nacionais (2000) o conhecimento de Biologia deve subsidiar a

discussão de questões polêmicas, que dizem respeito ao aproveitamento dos

recursos naturais, ao desenvolvimento e à utilização destes recursos levando em

consideração à dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, e de todas as formas

de vida presente na natureza. Dessa maneira a educação contemporânea deve

desenvolver uma ciência contextualizada, para que assim, esta contribua para uma

aprendizagem significativa dos alunos, formando cidadãos conscientes e

comprometidos com a construção de uma sociedade sustentável (RODRIGUES;

FARRAPEIRA, 2008).

Durante o Ensino Médio, geralmente, parte-se da compreensão de um todo,

sendo mais adequado observar o fenômeno da vida em sua totalidade e o ambiente

como resultado das interações entre os fatores abióticos e bióticos, podendo estes

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ser representados a partir dessas interações (BRASIL, 2000). Portanto, aprender

Biologia na escola faz com que os alunos ampliem seu entendimento sobre o mundo

vivo, contribuindo assim, para que eles percebam a singularidade da vida humana

relativamente aos demais seres vivos, em função de sua incomparável capacidade

de intervenção no meio (BRASIL, 1998).

Previamente, no contexto escolar, o papel do professor era de transmitir

conhecimento já elaborado. Hoje ele atua como um mediador do conhecimento que

é construído cotidianamente na sala de aula, sendo que este é o resultado do

esforço mental do individuo que altera as suas ideias sobre algo que já tem

conhecimento e as adapta a situações novas (SANTOS; PARDO, 2011).

Sendo assim, o objetivo da presente monografia é conhecer quais

concepções os alunos de Ensino Médio, de uma escola particular de São Paulo, têm

sobre os manguezais, utilizando para trabalhar esta temática um questionário.

Desejando assim, através deste instrumento analisar e identificar, por meio das

repostas obtidas, suas percepções sobre o ecossistema.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O objetivo desta pesquisa é conhecer as concepções dos alunos de Ensino

Médio, de uma escola particular de São Paulo, sobre os manguezais. Para tanto a

metodologia de análise das perguntas, bem como a forma de expor os dados

coletados baseia-se nas pesquisas realizadas por Pereira (2005), Rodrigues e

Farrapeira (2008) e Vairo e Filho (2010).

O instrumento escolhido para a realização da coleta de dados foi um

questionário (vide anexo 1) composto de 05 questões, sendo 04 abertas e 01

alternativa. De acordo com Pádua (2012), o questionário é um importante

instrumento de coleta de dados, pois possibilita ao pesquisador fazer tanto uma

análise quantitativa dos dados, quando esses são apresentados por meio de

perguntas fechadas, como também uma análise qualitativa, quando neste

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instrumento são propostas questões abertas, sendo que essas assumem um caráter

pessoal, pois as repostas não são previstas. A finalidade do questionário utilizado

nesta monografia é analisar as repostas fornecidas pelos alunos referentes ao tema

do trabalho, procurando identificar quais percepções estes tem sobre os

ecossistemas de manguezal.

Este questionário, antes de ser aplicado aos alunos, foi avaliado pelo Comitê

de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade

Presbiteriana Mackenzie. O projeto foi deferido, segundo o protocolo da CIEP nº

L009/10/12.

As perguntas abertas do questionário assemelham-se às propostas por

Pereira (2005), Rodrigues e Farrapeira (2008) e Vairo e Filho (2010), que também

usaram este instrumento para identificar as concepções dos alunos referentes ao

ecossistema manguezal.

Para analisar os dados coletados nesta pesquisa, a metodologia utilizada

baseou-se nas pesquisas de Pereira (2005), Rodrigues e Farrapeira (2008) e Vairo e

Filho (2010) que classificaram as respostas obtidas nos seus questionários em três

categorias: satisfatória, parcialmente satisfatória e insatisfatória, e posteriormente

fizeram gráficos comparando o número de respostas obtidas em cada questão. Para

este trabalho foi utilizado somente às categorias, pois os critérios de classificação

das características (respostas fornecidas pelos alunos) foram desenvolvidos pela

própria pesquisadora que ao ler os questionários decidiu adotar outro critério.

Desta forma, para a análise das perguntas abertas do questionário, utilizado

nesta monografia (vide anexo 1) os critérios adotados que visam enquadrar as

repostas nas categorias citadas (satisfatória, parcialmente satisfatória e

insatisfatória) se basearam nas pesquisas de Pereira (2005), Rodrigues e Farrapeira

(2008) e Vairo e Filho (2010) , sendo expressos da seguinte forma:

1. Questão – Você sabe o que é um manguezal? – A finalidade desta questão

foi perceber se os alunos sabiam definir em poucas palavras o que eles

imaginam ser o manguezal. Foram consideradas satisfatórias as repostas que

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citaram duas características sobre o manguezal caracterizando-o como: um

local, ecossistema, ambiente, lugar que apresenta lama, plantas, raízes

submersas e presença de animais; parcialmente satisfatórias as repostas que

apontavam um dos elementos citados acima e insatisfatórias as respostas

que fugiram do tema da pergunta.

2. Questão – Você acha que o manguezal é importante? Em caso

afirmativo, escreva sobre isso. – O objetivo dessa pergunta é identificar se

o aluno reconhece ou não os manguezais como um ecossistema de

importância ecológica. Foram consideradas satisfatórias, as respostas nas

quais os alunos indicavam duas características sobre a importância do

manguezal, por exemplo, denominaram como fonte de subsistência para

pessoas que moram nessas regiões, como ecossistema importante na

manutenção do equilíbrio ecológico e habitat para diversas espécies de

animais; parcialmente satisfatórias foram as repostas que indicavam um

desses elementos e insatisfatórias foram aquelas que fugiram do tema

proposto.

3. Questão – Que animais vivem no manguezal? Você Conhece algum? –

Essa questão visa saber se os alunos conhecem os animais que habitam os

manguezais, tais como: caranguejos, moluscos bivalves, peixes, aves, entre

outros. Foram consideradas satisfatórias as respostas, que citaram quatro ou

três animais que podem ser encontrados neste ambiente, parcialmente

satisfatórias aquelas que citaram um ou dois animais, e insatisfatórias aquelas

que não citaram nenhum animal ou então que não souberam responder.

A finalidade da questão 04 “Você já esteve em um manguezal?”, cujo modelo

é apresentado abaixo foi saber se os alunos já estiveram em contato com esse

ambiente, seja por meio de uma atividade proposta pelo professor da escola, ou

então em uma viagem, ou então se nunca estiveram neste ambiente, porém já

ouviram algum comentário sobre este ecossistema. Desta forma, os alunos deveriam

escolher entre as quatro opções apresentadas (organizadas de “a” a “d”), uma única

alternativa assinalável.

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4. Você já esteve em um manguezal?

a) Sim, por meio de um passeio ou excursão oferecido pela escola;

b) Sim, por meio de uma saída turística/viagem/curso;

c) Não, mas já ouvi falar algo;

d) Nenhuma das alternativas anteriores.

5. Questão – Se você estivesse em um manguezal qual seria a sua reação?

Como você se sentiria? Fale um pouco sobre isso. – A intenção desta

pergunta é entender quais reações os alunos teriam ao estar diante de um

manguezal, ou seja, procurar perceber se essas reações seriam positivas, por

exemplo: “Eu me sentiria bem, pois estaria em contato com a natureza e com

os animais” ou então se essas reações seriam negativas, por exemplo: “Não

me sentiria bem, se eu tivesse em contato com esse monte de lama”. Foram

consideradas satisfatórias as respostas que os alunos mencionaram

justificativas cabíveis sobre o quais sensações sentiriam ao estar em contato

com o manguezal, sendo estas positivas ou negativas e insatisfatórias as

repostas nas quais os alunos não sabiam informar que reações teriam, por

exemplo, “Não sei”. As respostas parcialmente satisfatórias foram

desconsideradas nesta questão.

Foram enviados a instituição de ensino e aos alunos os termos de livre e

esclarecido, bem como as cartas de consentimento (vide Anexos 2 e 3), para assim,

obter a autorização necessária destes para a realização da coleta dos dados.

Este instrumento foi aplicado a 56 alunos do Ensino Médio, nos anos 1º e 2º

durante uma das aulas da disciplina de Biologia. Antes da aplicação a pesquisadora

explicou para os alunos como o questionário deveria ser feito, dando a eles os

seguintes critérios: não será necessário se identificar, as questões podiam ser

respondidas a lápis ou a caneta, as questões abertas deveriam ser respondidas com

as suas palavras, ou seja, sobre a ideia que os alunos têm sobre este ecossistema,

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e quanto à questão alternativa esta deveria ser assinalada em uma única opção indo

da letra “a” até a “d”.

Após a explicação de como o questionário deveria ser feito, a pesquisadora

entregou o mesmo aos alunos deu cerca de três minutos para os mesmos lerem

brevemente o que deveriam fazer e depois de transcorrido este tempo, a

pesquisadora se colocou a disposição para esclarecer os questionamentos feitos

pelos alunos. O questionário levou em ambas as classes, aproximadamente 10

minutos para ser feito, e depois de transcorrido este tempo, a pesquisadora os

recolheu.

4. RESULTADOS

A seguir são apresentados os resultados obtidos com a aplicação do

questionário. Dessa forma, baseado nos critérios utilizados para análise das

respostas sobre a concepção dos alunos sobre os manguezais, os resultados

indicam que os participantes apresentam níveis variados de conhecimento sobre o

assunto abordado, conforme representação nas figuras 1, 2, 3, 4 e 5.

Figura 1 – Respostas dos alunos referente à questão 1 “Você sabe o que é um manguezal?”.

N=56

N=56

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Figura 2 – Respostas dos alunos referente à questão 2 “Você acha que o manguezal é importante?

Em caso afirmativo, escreva sobre isso”.

Figura 3 – Respostas dos alunos referente à questão 3 “Que animais vivem no manguezal? Você

conhece algum?”.

N=56

N=56

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Figura 4 – Respostas dos alunos referente à questão 4 “ Você já esteve em um manguezal?”.

Figura 5 – Respostas dos alunos referente à questão 5 “ Se você estivesse em um manguezal qual

seria a sua reação? Como você se sentiria? Fale um pouco sobre isso”.

N=56

N=56

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Portanto, podemos perceber que os resultados referentes à primeira questão

“Você sabe o que é um manguezal?” se expressaram da seguinte forma: dos 56

alunos analisados, 20% dos alunos sabiam definir o manguezal citando duas ou

mais características, 43% dos alunos sabiam definir citando uma característica e

37% dos alunos não sabiam definir manguezal.

Na segunda questão “Você acha que o manguezal é importante? Em caso

afirmativo, escreva sobre isso” os resultados foram: dos 56 alunos analisados, 18%

alunos sabiam informar a importância do manguezal citando duas ou mais

características, 39% dos alunos sabiam informar a importância do manguezal

citando uma característica e 43% dos alunos não sabiam informar sobre a

importância do manguezal.

Na terceira questão “Que animais vivem no manguezal? Você conhece

algum?”, os resultados obtidos foram: dos 56 alunos analisados, 09% dos alunos

sabiam informar citando três ou mais animais presentes no manguezal, 71% dos

alunos sabiam informar citando apenas um ou dois animais e 20% dos alunos

desconheciam os animais que habitam o manguezal.

Na quarta questão “Você já esteve em um manguezal?” a alternativa C “não,

mas já ouvi falar algo” é dominante em relação às demais alternativas que

representaram os valores 0%, 9% e 22% de frequência relativa nas respostas dos

alunos.

Na quinta questão “Se você estivesse em um manguezal qual seria a sua

reação? Como você se sentiria? Fale um pouco sobre isso”, os resultados se

mostraram da seguinte maneira: dos 56 alunos analisados, 66% dos alunos citaram

características positivas e negativas sobre as reações que teriam por estar em um

manguezal, sendo que essas respostas foram consideradas satisfatórias e 34% dos

alunos não souberam informar quais reações teriam ao estar no manguezal, sendo

que estas respostas foram consideradas insatisfatórias. Para esta questão não

foram consideradas respostas parcialmente satisfatórias.

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5. ANÁLISE

Diante dos resultados apresentados e de acordo com a fundamentação

teórica, a finalidade desta monografia foi conhecer as concepções dos alunos de

Ensino Médio, de uma escola particular de São Paulo sobre os manguezais, para

tanto foi proposta esta análise, sendo que ela é apenas uma das interpretações

possíveis para os dados aqui representados.

Em linhas gerais, o que pode ser identificado, nas duas séries de Ensino

Médio (1° e 2° anos), nas quais foram aplicados os questionários, é que os alunos

apresentaram um conhecimento parcialmente satisfatório a insatisfatório sobre os

manguezais, pois de acordo com a análise destes dados verificou-se que estas

categorias apresentaram maior relevância nas respostas fornecidas pelos

estudantes.

Isso também foi verificado nas pesquisas realizadas por Pereira (2006),

Rodrigues e Farrapeira (2008) e Vairo e Filho (2010) que ao se valerem deste

instrumento, para saber quais concepções os alunos têm sobre os manguezais,

foram constatados que estes não apresentavam ideias claras sobre este ambiente.

Acredita-se que isso ocorre porque os conteúdos são trabalhados na escola

de forma descontextualizada, não permitindo aos alunos fazerem associações do

que aprendem com outros temas estudados, pois diante das repostas fornecidas por

eles, percebeu-se que apesar de associarem aos manguezais diversas

características (local com lama, apresenta raízes submersas, dentre outros) típicas

destes locais, em alguns casos eles identificaram o manguezal como um tipo de

plantação “É um tipo de plantação de manga” como escreveu um aluno, o que não é

correto, por serem estudantes desta modalidade de ensino.

Outro fato importante é que, ao se referirem aos animais que são encontrados

neste ambiente, a maioria das respostas citou o caranguejo como o único animal

encontrado no manguezal. Estas respostas também apareceram em maior índice

nas pesquisas de Pereira (2006), Rodrigues e Farrapeira (2008) e Vairo e Filho

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(2010), no qual grande parte dos alunos citou este animal como sendo característico

desta área.

Os motivos pelos quais os alunos destacaram a figura do caranguejo são

vários, dentre eles destacamos: os meios de comunicação, que geralmente ao

abordarem sobre este tema levam em consideração apenas a imagem deste animal

como o único representante do manguezal; e os próprios docentes que ao

trabalharem com esta temática, também levam em conta somente a figura deste

crustáceo. Portanto por ser veiculada esta imagem, os alunos acreditam que nessas

áreas são encontrados apenas esses animais.

O motivo pelo qual os alunos apresentam uma visão negativa sobre os

manguezais, refere-se à própria imagem do senso comum que associa a este

ecossistema uma imagem de “ambiente sujo”, devido à presença dos odores e da

lama que são característicos destes locais. Esta hipótese também foi levantada por

Vairo e Filho (2010), pois na maioria das respostas referente à questão 05, os

estudantes responderam que não iriam a um manguezal porque segundo eles: “Me

sentiria mal, por estar em um lugar com lama, me daria nojo” e “Desconfortável, pois

acho um lugar nojento e perigoso”. Apesar de no gráfico a maior parte das

respostas serem satisfatórias, deve se atentar que foram levadas em consideração,

as respostas nas quais os alunos mencionaram interesse estar em um manguezal e

também aquelas nas quais os alunos não demonstraram interesse em estar neste

ambiente, sendo que as respostas que fugiram do tema ou então que os alunos

escreveram “não sei”, foram consideradas insatisfatórias.

Um fato interessante levantado pelos alunos, e que merece destaque, foram

suas respostas referentes à importância do manguezal. Apesar de não saberem

citar ao certo sobre este tema, sendo que para esta questão a maior parte das

respostas foi considerada insatisfatória, foi curioso observar que alguns escreveram

que os manguezais são importantes para as pessoas que moram nessas regiões,

pois muitas sobrevivem da coleta de caranguejos, outros, porém citaram que estes

locais são relevantes devido à fauna e flora, e por fim outros escreveram que essas

áreas são importantes porque são ambientes naturais.

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Talvez essa associação ocorra pelo fato dos alunos já terem ouvido falar algo

sobre estes locais, porém não conseguiram elaborar ideias claras para escrever

sobre eles. Isso foi identificado nas repostas referente à questão alternativa, sendo

que em sua maioria os alunos responderam que nunca estiveram em um

manguezal, porém já ouviram falar algo sobre este ambiente. Uma das causas para

que seja levantado esse aspecto é que muitas vezes valoriza-se, no ensino, a

memorização, e não a construção do conhecimento (MIZUKAMI, 2010).

Conforme nos mostra Becker (1994), em algumas escolas os alunos são

concebidos como tabula rasa, sendo que seus conhecimentos prévios sobre

determinados assuntos, não são levados em consideração por parte dos

professores, o que geralmente ocorre nestes casos é que ainda alguns docentes

acreditam no processo de transmissão do conhecimento e não que este pode ser

construído juntamente com os alunos na sala de aula.

Mizukami (2010), ao falar sobre as abordagens cognitivista e sociocultural,

nos diz que o processo de ensino-aprendizagem se consolida através da construção

do conhecimento, ou seja, quando o sujeito é capaz de elaborar uma representação

pessoal do que lhe é ensinado. Neste caso tanto o professor como os alunos saem

beneficiados neste processo, pois o professor apresenta as informações e estas são

discutidas entre ele e seus alunos, valorizando assim, os conhecimentos de ambos

sobre as temáticas abordadas. Percebemos que estas propostas são as que mais

atendem as necessidades de ambos, pois visam mostrar que o conhecimento

depende da interação dos dois (professor e aluno) para ocorrer, estabelecendo

assim, uma relação de dupla troca, pois tanto o professor pode ensinar como o aluno

pode aprender ou vice-versa.

Assim sendo, para trabalhar a temática deste trabalho e não só deste como

de outros ambientes naturais presentes no nosso país, uma das sugestões seria a

educação ambiental nas escolas, pois esta pode ser uma das maneiras que alterem

as visões das pessoas sobre os manguezais, sendo que esta contribui para a

formação de cidadãos reflexivos e transformadores do seu meio, já que são nos

centros educacionais que os alunos entram em contato com os conceitos científicos

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e estes podem auxiliá-los a desenvolver uma concepção mais ampla e integrada

destes ambientes (SANTOS; PARDO, 2011).

Portanto se buscamos desenvolver em nossos educandos atitudes que visem

à preservação e ao conhecimento dos manguezais e a qualquer outro ambiente que

desejamos estudar, torna-se necessário que eles conheçam a sua importância e o

seu significado para a manutenção do equilíbrio ecológico, pois o grande desafio da

sociedade contemporânea é buscar uma educação ambiental crítica e inovadora e

que permita realizar uma transformação social, sendo que seu foco deve ser amplo,

relacionando o homem, a natureza e o universo, entendendo que os recursos

naturais se esgotam e que os principais culpados por este processo somos nós

seres humanos (SANTOS; PARDO, 2011).

Infelizmente ainda temos veiculado na nossa sociedade os conceitos relativos

à ecologia rasa que considera o homem superior aos demais seres, atribuindo a

natureza um valor apenas utilitário. O que de certa forma é uma concepção errônea,

pois dependemos dos demais seres para sobreviver (VAIRO; FILHO, 2010).

Neste contexto, acredita-se que a visitação de ambientes naturais pode ser

considerada um importante recurso didático para várias disciplinas, podendo ser

usada em diferentes níveis de escolaridade, propiciando assim, o desenvolvimento

de um vínculo afetivo dos alunos com o ambiente e com os seres vivos

(RODRIGUES; FARRAPEIRA, 2008).

Rodrigues e Farrapeira (2008) ao citarem em seu artigo Souza et al (2006),

nos informa que é de suma importância que os professores não restrinjam os

conceitos estudados apenas nas salas de aula, devendo permitir aos alunos um

contato com o ambiente externo, pois a educação se processa em vários locais.

Dessa forma para que a aprendizagem seja efetiva ao estudar os manguezais

ou outros ambientes é necessário que o aluno se sinta envolvido neste processo e

veja significado nos assuntos que estão sendo trabalhados, pois só se aprende

coisas novas quando estas têm um interesse especial para o aluno e quando ele

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considera o processo de aprendizagem como de seu próprio mérito (RODRIGUES;

FARRAPEIRA, 2008).

Portanto se desejamos propiciar aos alunos conhecimentos sobre os diversos

ambientes, torna-se necessário que os docentes repensem melhor sobre esta

temática e que passem a trabalhar melhor os conteúdos estudados, outras

sugestões podem ser dadas para esse processo tais como: saídas a campo,

elaboração de situações problema e tantas outras atividades que ressaltem a

importância e o conhecimento sobre esses ambientes, para que assim os alunos

sejam capazes de desenvolver uma concepção positiva sobre estes conceitos.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo ao ser realizado constatou que os estudantes apresentam, no

geral, conhecimento parcialmente satisfatório a insatisfatório sobre os manguezais.

Segundo os dados apresentados, acreditamos que isso ocorre por dois motivos:

primeiro porque os conteúdos são trabalhados na escola de forma

descontextualizada, não permitindo aos alunos fazerem associações do que

aprendem com outros temas estudados; e segundo porque há uma ideia do próprio

senso comum que associa a este ecossistema uma imagem de “ambiente sujo”, e

muitas vezes não considera que o resultado da degradação dos manguezais é

causado pelo próprio ser humano.

Dessa forma, uma das sugestões propostas neste trabalho para minimizar

essa problemática é a educação ambiental nos centros educacionais, pois esta pode

ser uma das maneiras que sensibilizem as pessoas a terem um melhor olhar sobre

os manguezais, desvinculando assim, as concepções negativas que estas

apresentam sobre esse ambiente.

O presente trabalho, através dos dados apresentados, pode ser considerado

uma contribuição para o processo educacional por mostrar a falta de conhecimento

dos alunos sobre os manguezais. Dessa forma, é necessário haver por parte dos

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docentes um novo olhar ao trabalhar estes assuntos, porém para que isso se efetive

é necessário que os professores saiam do tradicionalismo da sala de aula e vão à

busca de outras formas para trabalhar este tema, seja através de atividades de

campo, elaboração de projetos, dentre outros, para que assim, o aluno veja sentido

no que está estudando elaborando assim suas próprias concepções.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BECKER, F. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e

Realidade. Porto Alegre, 1994, 19(1): 89-96, jan/jun.

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Tecnologias. Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível

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28 set. 2012.

FILDELMAN, Pedro I. J., Aspectos legais da proteção do ecossistema manguezal e

a realidade no município de Ilhéus, Bahia. XIII Semana Nacional de Oceanografia,

Itajaí, SC, p. 09 – 11. 2000. Disponível em:

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LACERDA, Luiz Drude de et al. Manguezais do Nordeste. Revista Ciência Hoje, São

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http://www.institutomilenioestuarios.com.br/pdfs/Produtos/004/045_Artigo_Mangues_

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MIZUKAMI, M.G.N. Ensino: As abordagens do processo. Temas básicos de

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PADUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: abordagem

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PEREIRA, Edvânia Maria et al. Percepção e Educação Ambiental sobre os

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RODRIGUES, Lauro Lopes; FARRAPEIRA, Cristiane Maria Rocha. Percepção e

Educação ambiental sobre o ecossistema manguezal incrementando as disciplinas

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Ensino de Ciências, Porto Alegre, RS, v. 13, n. 1, p. 79 – 89. 2008. Disponível em: <

http://www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID139/v13_n1_a2008.pdf>. Acesso em: 15

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RODRIGUES, Sérgio de Almeida; O manguezal e sua fauna. Disponível em: <

http://www.usp.br/cbm/index.php/pt/artigos-acesso-livre/76-o-manguezal-e-a-sua-

fauna>. Acesso em: 12 de out. 2012

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29

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professores sobre a educação ambiental: análise e perspectiva no município de

Indiaroba, Sergipe. Revista Nordestina de Ecoturismo, Aquidabã, SE, v. 4, n. 1, p. 20

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Acesso: 25 set. 2012.

SANTOS, Janaína. Manguezais. Disponível em:

<http://www.moisesneto.com.br/artigos.html>.Acesso em: 07/10/12.

VAIRO, Alexandre Cunha; FILHO, Luiz Augusto Rezende. Concepções de alunos do

Ensino Médio sobre ecossistemas de manguezal: o caso de um colégio público do

Rio de Janeiro. Revista Eletrônica do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências

da Saúde e do Meio Ambiente, Agosto, Niterói, RJ, v. 3, n. 2, p. 15 – 19, Agosto,

2010. Disponível em:

<http://www.ensinosaudeambiente.com.br/edicoes/volume%203/texto2alexandrecun

ha.pdf>. Acesso em: 15 set. 2012.

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30

Anexo 1 – Modelo do questionário aplicado aos alunos de Ensino Médio nas

séries 1° e 2° anos

Caro (a) aluno (a),

Este questionário tem por objetivo levantar dados sobre suas concepções quanto ao

ecossistema de manguezal, para isso será necessário que as informações

fornecidas por você sejam verdadeiras. Para que você não se sinta confuso na hora

de responder as perguntas leia abaixo os seguintes critérios:

Não é necessário se identificar;

Pode responder as perguntas a lápis ou a caneta;

Caso tenha dúvidas pergunte a estagiária.

Obrigada pela sua colaboração,

Barbara

1) Você sabe o que é um manguezal? ___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) Você acha que o manguezal é importante? Em caso afirmativo, escreva sobre

isso. ___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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3) Que animais vivem no manguezal? Você conhece algum?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4) Você já esteve em um manguezal?

a) Sim, por meio de um passeio ou excursão oferecido pela escola;

b) Sim, por meio de uma saída turística/viagem/curso;

c) Não, mas já ouvi falar algo;

d) Nenhuma das alternativas anteriores.

5) Se você estivesse em um manguezal qual seria a sua reação? Como você se sentiria? Fale um pouco sobre isso. ___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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Anexo 2 – Carta de Informação a Instituição e Termo de Livre e Esclarecido

CARTA DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO

Esta pesquisa tem como intuito conhecer as concepções dos alunos sobre os

ecossistemas de manguezais. Para tanto, realizaremos um questionário

semiestruturado, composto de quatro questões, sendo três abertas e uma

alternativa, esse questionário será aplicado a 56 alunos das turmas de ensino médio

do Colégio Aliado Unidade Jardim Japão nas séries 1º e 2º anos. Para tal

solicitamos a autorização desta instituição para a triagem de participantes, e para a

realização dos procedimentos previstos.

O contato interpessoal e a realização dos procedimentos oferecem riscos

físicos e/ou psicológicos mínimos aos participantes e à instituição. As pessoas não

serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em

eventual situação de desconforto, os participantes poderão cessar sua colaboração

sem consequências negativas para si ou para a instituição. Todos os assuntos

abordados serão utilizados sem a identificação dos colaboradores e instituições

envolvidas.

Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento poderão ser

esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado.

Ressaltamos que se trata de pesquisa com finalidade acadêmica, referida à ao

Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura plena em Ciências

Biológicas, que os resultados da mesma serão divulgados em um Trabalho de

Conclusão de Curso obedecendo ao sigilo, sendo alterados quaisquer dados que

possibilitem a identificação de participantes, instituições ou locais que permitam

identificação.

De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia deste

documento ficará com a instituição e outra com o(s) pesquisador(es).

Obrigada,

.......................................................... .............................................................

Barbara Reis Carvalho Guilherme Moraes de O. Abuchahla

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Contato: Barbara R. Carvalho – Telefone: (11) 98535-8649 / (11) 29519645

E-mail: [email protected]

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a)

Pascoa Rosa Goggi Reyes Kury, representante da instituição, após a leitura da

Carta de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos propostos, não restando

quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO

LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica

claro que a instituição, através de seu representante legal, pode, a qualquer

momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de

participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-

se informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional.

São Paulo,.......... de....................................de..................

__________________________________

Assinatura do representante da instituição

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Anexo 3 – Carta de Informação ao sujeito e Termo de Livre e Esclarecido

CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO

Esta pesquisa tem como intuito conhecer as concepções dos alunos sobre o

ecossistema de manguezal. Para tanto, utilizaremos como instrumento de coleta de

dados um questionário semiestruturado composto por quatro questões, sendo três

abertas e uma alternativa. Este questionário será aplicado a 56 alunos do Ensino

Médio nas séries 1º e 2º ano da Escola Aliado Unidade Jardim Japão, localizada na

Cidade de São Paulo, capital e cuja faixa estaria de seus alunos para esta

modalidade de ensino está entre 14 e 16 anos.

O objetivo deste instrumento é analisar as repostas fornecidas pelos alunos e

identificar suas concepções sobre o ecossistema de manguezal. Para tal solicitamos

sua autorização para a realização dos procedimentos previstos. O contato

interpessoal e a realização dos procedimentos oferecem riscos físicos e/ou

psicológicos mínimos aos participantes. As pessoas não serão obrigadas a participar

da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em eventual situação de

desconforto, os participantes poderão cessar sua colaboração sem conseqüências

negativas.

Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos

participantes e instituições envolvidas. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a

qualquer momento poderão ser esclarecidas, bastando entrar em contato pelo

telefone abaixo mencionado. Ressaltamos que se trata de pesquisa com finalidade

acadêmica, referida ao Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura plena

em Ciências Biológicas que os resultados da mesma serão divulgados em um

Trabalho de Conclusão de Curso obedecendo ao sigilo, sendo alterados quaisquer

dados que possibilitem a identificação de participantes, instituições ou locais que

permitam identificação. De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma

cópia deste documento ficará com o participante da pesquisa e outra com o(s)

pesquisador (s).

Obrigada,

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35

............................................................. ........................................................

Barbara Reis Carvalho Guilherme M. de O. Abuchahla

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Contato: Barbara Reis Carvalho – Telefone: (11) 98535-8649 / (11) 2951-9645

E-mail: [email protected]

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o (a) senhor (a)

__________________________________________________________________,

representante da legal do aluno (a)

___________________________________________________________________,

após a leitura da Carta de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos

propostos, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma

seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto à

realização da pesquisa.

Autorizo a participação no questionário □ sim □ não

Fica claro que a instituição, através de seu representante legal, pode, a qualquer

momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de

participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-

se informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional.

São Paulo,....... de ..............................de..................

_________________________________________

Assinatura do sujeito (representante legal do aluno)

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Estou ciente do conteúdo da Monografia “LEVANTAMENTO DAS CONCEPÇÕES DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO, DE UMA ESCOLA PARTICULAR DE SÃO

PAULO, SOBRE OS MANGUEZAIS”.

________________________________________________ Prof. Ms. Guilherme Moraes de O. Abuchahla

(Orientador – Universidade Presbiteriana Mackenzie)

_________________________________________________ Barbara Reis Carvalho

(Aluna – Código de Matrícula 3104790-4)