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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA EEL-USP GUSTAVO MENDONÇA ARANTES THALES HENRIQUE DE OLIVEIRA Estudo comparativo dos agentes de expansão HFC e HFO para determinar a viabilidade de seus usos na produção de espumas de poliuretano Lorena 2015

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA – EEL-USP

GUSTAVO MENDONÇA ARANTES

THALES HENRIQUE DE OLIVEIRA

Estudo comparativo dos agentes de expansão

HFC e HFO para determinar a viabilidade de

seus usos na produção de espumas de

poliuretano

Lorena

2015

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GUSTAVO MENDONÇA ARANTES

THALES HENRIQUE DE OLIVEIRA

Estudo comparativo dos agentes de expansão HFC e HFO

para determinar a viabilidade de seus usos na produção de

espumas de poliuretano

Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de bacharel em Engenharia Química

Orientador: Prof. Dr. Domingos Sávio Giordani

Lorena

2015

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Agradecimentos

Eu, Thales Henrique de Oliveira, agradeço,

À Deus em primeiro lugar, pelas possibilidades e conquistas. Agradeço a

minha família, meu pai Geraldo Magela, a minha mãe Sandra e meu irmão

Gustavo Oliveira que acompanharam todo esse processo e sempre me apoiaram

principalmente nos momentos mais difíceis, aceitando até as decisões mais

difíceis como ir morar tão longe de casa, ficar um ano distante no Canadá e

meses sem conseguir visitar durante esse último ano. Obrigado pela inspiração e

exemplo, eu não estaria chegando aqui se não fossem por vocês.

Agradeço também a minha namorada e melhor amiga Thais, pelo apoio e

compreensão durante esses seis anos, me fazendo continuar mesmo quando

parecia impossível. Obrigado por ser tão especial.

E ao meu amigo Gustavo e agora colega de trabalho, agradeço pelo

companheirismo, sempre estudando juntos e ajudando um ao outro. Não poderia

ter tido uma dupla melhor para este trabalho.

Eu, Gustavo Mendonça Arantes, agradeço,

À minha família, de onde obtive meus valores, que me dá todo suporte e

apoio nas minhas decisões.

À minha amada Bruna, por ser um exemplo de dedicação e

comprometimento sem fim. Por todos os sonhos sonhados juntos e por fazer da

nossa amizade o melhor que ela pode ser, onde a felicidade se encontra em outro

nível.

Aos meus amigos da Rep. Cevada, minha segunda família.

E ao meu amigo e colega de trabalho Thales, por todo aprendizado obtido

e compartilhado nestes seis anos de estudo.

Agradecemos também o apoio do nosso orientador Domingos Sávio

Giordani, pela ótima comunicação e compreensão nas dificuldades que tivemos.

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RESUMO

ARANTES, G. M.; OLIVEIRA, T. H. Estudo comparativo dos agentes de expansão HFC e HFO para determinar a viabilidade de seus usos na produção de espumas de poliuretano. 50f. Projeto de Monografia (Trabalho de Graduação em Engenharia Química) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2015.

Com a introdução do Protocolo de Montreal em 1987, as substâncias que apresentam alto Potencial de Depleção de Ozônio (ODP) tiveram seu consumo drasticamente reduzido. No mercado de espumas de poliuretanos, os gases agentes expansores como os Clorofluorcarbonetos (CFCs) foram substituídos por compostos com menor ODP. A segunda geração de substâncias, chamadas Hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs), foi sucedida pelos Hidrofluorcarbonetos (HFCs). O Protocolo de Kyoto, posto em prática no ano de 2005, direcionou maior atenção ao Potencial de Gás do Efeito Estufa (GWP) desses gases, o que levou a apresentação dos compostos de quarta geração, as Hidrofluorolefinas (HFOs). No presente trabalho é mostrado o estudo da influência desses gases, como agentes de expansão, nas propriedades das espumas de poliuretano. O estudo demonstra a similaridade dos parâmetros técnicos dentre as gerações de agentes, sendo os parâmetros ambientais o principal diferencial para escolha.

Palavras-chave: agentes de expansão, poliuretanos, espumas, isolamento térmico, protocolo de Montreal, protocolo de Kyoto

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ABSTRACT

ARANTES, G. M.; OLIVEIRA, T. H. Comparative study of blowing agents HFC and HFO to determine the availability their uses in the manufacture of polyurethane foams. 50p. Projeto de Monografia (Trabalho de Graduação em Engenharia Química) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2015.

With the introduction of the Montreal Protocol in 1987, high Ozone Depleting Potential (ODP) substances had their consumption drastically reduced. On the polyurethane foams market, blowing agent gases as the chlorofluorocarbons (CFCs) were replaced by substances with lower ODP. The second generation of substances, called Hydrochlorofluorocarbons (HCFCs), were replaced by the Hydrochlorocarbons (HFCs). The Kyoto Protocol, put into practice in 2005, directed the attention to the Global Warming Potential (GWP) of these gases, which took to the presentation of a fourth generation of these blowing agents, the Hydrofluoroolefins (HFOs). In this work is shown the study of the influence of these gasses, as blowing agents, on the polyurethane foams properties. The study demonstrates the similarity of the technical parameters among the agent’s generations and shows that environmental parameters are the main differential regarding the decision.

Keywords: blowing agents, polyurethanes, foams, thermal insulation, Montreal protocol, Kyoto protocol

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Consumo estimado de HCFC nos países desenvolvidos em 2010 ..... 15

Figura 2 – Ciclo da quebra da molécula de ozônio ............................................... 18

Figura 3 – Estrutura de espumas de células abertas ............................................ 21

Figura 4 – Estrutura de espumas de células fechadas. ........................................ 21

Figura 5 – Saída gradual de CO2 e Agente de expansão da célula com

concomitante entrada de ar……………………………………………..……………. 30

Figura 6 – Fórmula estrutural do 1,1,1,2-Tetrafluoretano, HFC 134a……………31

Figura 7 – Fórmula estrutural do 1,1,1,3,3-pentafluorpropano….………………..36

Figura 8 – Fórmula estrutural do 1,1,1,4,4,4 hexafluor but-2-eno……………..…..38

Figura 9 – Diagrama comparativo do HBA-2 com demais agentes de

expansão………………………………………………………………………………....42

Figura 10 – Aplicação na formação de espumas de poliuretano…………………..44

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Comparação da variação entre o Fator-K de uma espuma feita com

HFC 134a como agente expansor e o Fator-K de outra feita com água como

agente expansor com seu envelhecimento ........................................................... 33

Gráfico 2 – Gráfico comparando o Fator-K do envelhecimento de uma espuma

feita com os expansores HFC 134, Solkane 365/227 (93:7) e H2O…………..…..35

Gráfico 3 – ODP dos agentes de expansão estudados…………..…….…….…….40

Gráfico 4 – GWP dos agentes de expansão estudados…………………………….46

Gráfico 5 – Condutividade térmica dos agentes estudados……………….....…….47

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Principais características das gerações dos agentes de expansão ... 24

Quadro 2 – Miscibilidade do HFC 245fa em diferentes polióis. ............................. 38

Quadro 3 – Miscibilidade do Formacel 1100 em diferentes polióis........................40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – GWP e ODP de diferentes gases ........................................................ 17

Tabela 2 – Ponto de ebulição e índices de impacto ambiental dos agentes de

expansão de primeira, segunda e terceira geração. ............................................. 24

Tabela 3 – Propriedades do HFC 134a em comparação com o HCFC-141b ....... 32

Tabela 4 – Propriedades do Solkane 365/227 (93:7) em comparação com o

HCFC-141b…………….…………………...………………………………………….. 34

Tabela 5 – Características dos agentes de expansão HFC 365mfc, HFC 227ea e

do Solkane 365/227 (93:7) …………………………………………….……..……...36

Tabela 6 – Propriedades do HFC-245fa em comparação com o HCFC-141b.…37

Tabela 7 – Resumo dos Principais Índices do Formacel 1100.................................39

Tabela 8 – Propriedades do Solstice Líquido comparadas às do HCFC-

141b…………………………………………………………………………………........41

Tabela 9 – Comparativo dos parâmetros ambientais dos agentes de

expansão………………………………………………………………………………....43

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 14

2.1 PROTOCOLOS AMBIENTAIS ................................................................. 14

2.1.1 PROTOCOLO DE MONTREAL ......................................................... 14

2.1.2 PROTOCOLO DE KYOTO ................................................................ 15

2.2 ÍNDICES DE IMPACTO AMBIENTAL ...................................................... 16

2.2.1 POTENCIAL DE DEPLEÇÃO DO OZÔNIO (ODP) ........................... 16

2.2.2 POTENCIAL DE AQUECIMENTO GLOBAL (GWP) ......................... 16

2.3 CAMADA DE OZÔNIO E MECANISMO DE DESTRUIÇÃO .................... 17

2.4 POLIURETANOS ..................................................................................... 18

2.4.1 ISOCIANATOS .................................................................................. 19

2.4.2 POLIÓIS ............................................................................................ 19

2.5 ESPUMAS DE POLIURETANO ............................................................... 20

2.6 AGENTES DE EXPANSÃO PARA PRODUÇÃO DE ESPUMAS ............ 21

2.6.1 CLOROFLUORCARBONETOS (CFC) .............................................. 22

2.6.2 HIDROCLOROFLUORCARBONETOS (HCFC) ................................ 23

2.6.3 HIDROFLUORCARBONETOS (HFC) ............................................... 23

2.6.4 HIDROFLUOROLEFINA (HFO) ......................................................... 24

2.7 PROPRIEDADES DE UMA ESPUMA ...................................................... 25

2.7.1 ISOLAMENTO TÉRMICO ................................................................. 25

2.7.2 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO ..................................................... 25

3 METODOLOGIA ............................................................................................ 26

3.1 DEFINIR AS PROPRIEDADES DE UM AGENTE DE EXPANSÃO IDEAL

…………………………………………………………………………………...26

3.2 COMPARAÇÃO DOS PARÂMETROS TÉCNICOS ................................. 26

3.3 COMPARAÇÃO DE DADOS AMBIENTAIS ............................................. 27

3.4 ESTUDO DAS GERAÇÕES DE AGENTES DE EXPANSÃO .................. 27

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 28

4.1 PROPRIEDADE DE UM AGENTE DE EXPANSÃO IDEAL ..................... 28

4.1.1 CONHECENDO AS PROPRIEDADES DO PONTO DE VISTA

TÉCNICO ....................................................................................................... 28

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4.1.2 PONTO DE VISTA AMBIENTAL ....................................................... 30

4.2 ESTUDO DA TERCEIRA GERAÇÃO ...................................................... 31

4.2.1 HFC 134a .......................................................................................... 31

4.2.2 SOLKANE 365/227 ............................................................................ 33

4.2.3 HFC-245fa ......................................................................................... 36

4.3 ESTUDO DA QUARTA GERAÇÃO ......................................................... 39

4.3.1 FORMACEL 1100 (HFO-1336mzz-Z) ................................................ 39

4.3.2 SOLSTICE ......................................................................................... 41

4.4 COMPARAÇÃO FINAL ............................................................................ 45

5 Conclusão ...................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 49

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1 INTRODUÇÃO

Em 1974, dois pesquisadores da Universidade da Califórnia, Sherwood

Rowland e Mario Molina, alegaram que compostos químicos sintéticos conhecidos

como Clorofluorcarbonetos (CFCs) estavam danificando a camada de ozônio

(UNEP, 1996). Estudos posteriores apoiaram a teoria e foi estabelecido que a

camada de ozônio, que protege a terra dos altos níveis da radiação ultravioleta do

sol, está sendo destruída pela atividade humana. Então no final de 1987, firmou-

se um acordo entre 24 países conhecido como Protocolo de Montreal (UNEP,

2001), que, inicialmente, visava reduzir e em seguida descontinuar

completamente a produção e o consumo de compostos destruidores da camada

de ozônio.

Até este período, Clorofluorcarbonetos (CFCs) foram usados

extensivamente como agentes de expansão para produção de espumas de

poliuretano. Entretanto, devido ao alto Potencial de Depleção de Ozônio (ODP, do

inglês Ozone Depletion Potencial) destes compostos, estes foram banidos pelo

protocolo de Montreal, criando uma necessidade urgente e ideal de um novo

agente substituinte (BABYACK, 2009).

Os Hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs) foram aprovados como uma

alternativa temporária até que melhores agentes de expansão fossem

descobertos, pois seu ODP é consideravelmente menor comparado ao dos CFCs.

Os HCFCs. São conhecidos como a segunda geração de agentes de expansão e

seu consumo deverá ser reduzido em 90% até 2015 (EPA, 2011).

Com o eventual cumprimento mandatório do protocolo para a

descontinuação dos HCFCs, uma terceira geração destes químicos, chamada de

Hidrofluorcarbonetos (HFCs), que não apresenta risco à camada de ozônio, foi

colocada como uma opção. Porém, com a ameaça do aquecimento global

crescendo, os elevados índices de Potencial de Aquecimento Global (GWP, do

inglês Global Warming Potencial) desta geração, levanta perguntas sobre a

longevidade do uso destes como agentes de expansão (BABYACK, 2009).

Uma quarta geração, Hidrofluorolefinas (HFOs), surge agora como uma

alternativa para substituir tanto os HCFCs quanto do HFCs, devido ao seu baixo

ODP e GWP. O desempenho deste agente, assim como das gerações anteriores,

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no que diz respeito a parâmetros técnicos e ambientais, foi contemplado neste

estudo.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 PROTOCOLOS AMBIENTAIS

Neste estudo são mencionados os tratados de Montreal e Kyoto, pois são

estes que regulamentam e controlam as produções de compostos com alto ODP

e GWP, como a grande maioria dos agentes de expansão usados nos dias de

hoje.

2.1.1 PROTOCOLO DE MONTREAL

Em setembro de 1987 foi assinado o Protocolo de Montreal para

regulamentar as substâncias que destroem a camada de ozônio. Este foi

assinado por 24 países e pela comunidade econômica europeia, entrando em

vigência no ano de 1989. O tratado afirma que os países signatários reconhecem

que a emissão de Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (SDO) são

responsáveis por efeitos negativos na qualidade de vida e do meio ambiente,

devido as alterações que estes causam na camada de ozônio.

O Protocolo de Montreal tem como objetivo tomar medidas de controle na

produção e no consumo global das SDO, tendo como meta final a descontinuação

completa de aproximadamente 100 compostos químicos (UNIDO, 2009). O

Protocolo é constantemente atualizado para refletir os avanços tecnológicos mais

recentes.

Inicialmente, foram colocadas datas de congelamento da produção e em

seguida descontinuação das SDO. A atenção foi direcionada para compostos com

alto ODP, como os CFCs. Já para os HCFCs, o cronograma de redução foi mais

brando devido ao seu menor ODP. A Figura 1 mostra o percentual de consumo do

HCFC no ano de 2010, estimado em 455000 toneladas (UNEP, 2010). Mais de

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um quinto vem da produção de espumas, o que mostra a quão necessária é a

completa substituição deste agente de expansão.

Figura 1 – Consumo estimado de HCFC nos países desenvolvidos em 2010 (Aproximadamente

455000 toneladas)

Fonte: UNEP (2010)

2.1.2 PROTOCOLO DE KYOTO

O Protocolo de Kyoto foi assinado em dezembro 1997, ratificado em 1999

e colocado em prática em fevereiro 2005 após a entrada da Rússia. O principal

objetivo do tratado é reduzir a emissão dos GEEs: Dióxido de Carbono (CO2),

Metano (CH4), Óxido Nítrico (N2O) e gases fluorados com efeito de estufa, como

os HFCs. Os CFCs e os HCFCs também são gases com efeito de estufa sendo

também regulamentados pelo Protocolo de Montreal (UNIDO, 2009).

Durante o primeiro período de redução, os países industrializados

signatários contribuíram para redução de 5% em média da emissão dos GEE em

relação aos níveis da década de 1990. Já o segundo período iniciado em 2013,

tem como meta a redução de 18% em relação aos índices dos anos 1990.

(UNFCCC, 2014).

Poliuretanos 19%

Ar condicinado

79%

Outros 2%

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2.2 ÍNDICES DE IMPACTO AMBIENTAL

2.2.1 POTENCIAL DE DEPLEÇÃO DO OZÔNIO (ODP)

Como o dano a camada de ozônio varia para diferentes compostos

químicos, a capacidade destrutiva é avaliada de acordo com o número de átomos

de cloro ou bromo na molécula em questão, assim como quanto tempo o

composto persiste na atmosfera. A medida do ODP é relativa a capacidade do

composto de destruir ozônio estratosférico. Isso descreve quão danoso é o

composto em relação ao CFC-11, que na época em que o Protocolo de Montreal

foi introduzido, era o mais conhecido por sua capacidade de destruição de ozônio.

Um composto com ODP 2.0 é duas vezes mais perigoso do que o CFC-

11 e um composto com ODP 0.2 apresenta um quinto do potencial do CFC-11

(WMO, 2006).

2.2.2 POTENCIAL DE AQUECIMENTO GLOBAL (GWP)

As estratégias para redução dos gases com efeito de estufa necessitam de

um quadro com valores numéricos a fim de determinar a substituição de

diferentes compostos.

O potencial de impacto da emissão de gases do efeito estufa é medido pelo

Potencial de Aquecimento Global GWP. Em Forster et al. (2007) o cálculo deste

índice é apresentado como uma medida relativa do impacto de outros gases em

relação ao CO2, sendo este considerado um composto de GWP igual a 1.0.

Também é levado em consideração as diferentes taxas de destruição destes

compostos na atmosfera, sendo o modelo padrão o cálculo do índice GWP para

100 anos.

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Os HFCs, terceira geração dos agentes de expansão, apesar de não

apresentarem risco à camada de ozônio, apresentam um enorme risco ao

aquecimento global, como mostra a Tabela 1:

Tabela 1 – GWP e ODP de diferentes gases

Nome Composto GWP – 100 anos ODP

Dióxido de carbono CO2 1 0

Metano CH4 25 0

Diclorofluoretano HCFC-141b 725 0.11

Tetrafluoretano HFC-134a 1430 0

Clorodifluormetano HCFC-22 1810 0.05

R-410A HFC-blenda 2100 0

Fonte – (UNIDO, 2009)

2.3 CAMADA DE OZÔNIO E MECANISMO DE DESTRUIÇÃO

A camada de ozônio (O3) é uma parcela da atmosfera, chamada de

ozonosfera mais especificamente de 10 a 50 quilômetros na estratosfera, onde o

ozônio é formado. O gás ozônio ocorre naturalmente, porém é muito raro, o que

aumenta a importância dessa camada, uma vez que 90% do ozônio da Terra está

contido nela (NOAA, 2008). A ozonosfera tem papel importante na prevenção da

entrada de radiação Ultra Violeta (UV). A luz UV quando em contato com o

oxigênio (O2) quebra a molécula em dois átomos de oxigênio livre e estes, quando

em contato com outra molécula de O2, podem formar uma molécula de O3. Esse

mecanismo pode ser comparado com um filtro, impedindo radiação UV de chegar

a Terra.

A quantidade de ozônio na atmosfera varia de acordo com a localização e

com o tempo, assim como ventos estratosféricos e destruição do ozônio. Sendo o

ozônio mais concentrado nos polos (UNIDO, 2009).

Em 1985, foi descoberto o buraco na camada de ozônio acima da

Antártida. A hipótese proposta foi a existência de átomos de cloro nas partículas

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de água congelada que compõe as nuvens estratosféricas. Esse cloro vem de

compostos inativos como cloreto de hidrogênio, ácido clorídrico e nitrato de cloro.

Em épocas com maior incidência solar, a radiação UV atua como

catalisador na conversão dos compostos inativos em monóxido de cloro, que por

sua vez destrói o ozônio rapidamente. Um radical de cloro é capaz de reagir com

milhares moléculas de ozônio, como representado na Figura 2.

Figura 2 – Ciclo da quebra da molécula de ozônio

Fonte: <http://www.sustentabilidadebrasil.com>

Os principais compostos produzidos pelo homem que contribuem com a

depleção do ozônio são brometo de metila, clorofórmio de metila, tetracloreto de

carbono e os compostos como halons, CFCs e HCFCs.

2.4 POLIURETANOS

Poliuretanos são polímeros sintéticos de cadeira linear que apresentam

grupos uretanos (-NHCO2) providos da reação entre polióis e diisocianatos.

Foram inicialmente desenvolvidos por um químico alemão, Otto Bayer, no final da

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década de 30 (UNIDO, 2009). Desde então é uma das classes mais versáteis de

polímeros e são amplamente utilizados em espumas, revestimento de superfícies,

plásticos sólidos, isolamentos térmicos, colas, solados de calçados e tintas.

Existem quatro categorias de materiais de poliuretanos, que se diferenciam

pelo seu método de produção, que são: Espumas flexíveis, espumas rígidas,

elastômeros e revestimentos (UNIDO, 2009).

2.4.1 ISOCIANATOS

Isocianatos são compostos químicos orgânicos que apresentam o grupo

funcional isocianato (R-N=C=O). Os tipos mais comuns de isocianatos para

produção de espumas contém nitrogênio, tolueno, hidrogênio e formaldeído em

sua composição. Todos são extremamente tóxicos se inalados, podendo provocar

lesões de origem alérgica nas vias respiratórias e também se ingeridos ou

colocados em contato com a pele (VILAR, 2004).

Mais de 80% da produção mundial de espumas de poliuretano rígidas e

semirrígidas utiliza Diisocianato de Difenilmetano (MDI) como reagente, por ser o

isocianato menos perigoso quando comparado com os demais comumente

disponíveis no mercado, facilitando seu manuseio. As espumas de poliuretano

flexíveis, utilizam preferencialmente o Diisocianato de Tolueno (TDI), que por sua

vez é altamente reativo (BASF, 2000).

2.4.2 POLIÓIS

Poliol é um termo que designa um composto com vários grupos funcionais

hidroxila, que formam poliuretanos quando reagidos com isocianatos. Possuem

massa molar elevada e viscosidade que varia muito em função do tamanho da

molécula. A adequação de um poliol para sua utilização pode ser dividida por

diversos critérios (DOW, 2014), dois deles são importantes para o estudo:

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a) Funcionalidade: Este critério surge da necessidade da escolha de um

iniciador para a reação de polimerização. É definido pelo número médio de

radicais isocianato reagidos por molécula de poliol, sendo um iniciador tetra

funcional chamado tetra-poliol;

b) Número de Hidroxilas: Medida da quantidade de grupos hidroxila reativas

disponíveis para reação.

Polióis de cadeia longa e com massa molar elevada (entre 1000 e 6000

g/mol) são normalmente usados na produção elastômeros e espumas flexíveis,

enquanto polióis de cadeia curta (entre 250 e 1000 g/mol) e alta funcionalidade

produzem espumas rígidas, devido ao seu alto número de ligações cruzadas

(VILAR, 2004).

2.5 ESPUMAS DE POLIURETANO

A produção das espumas de poliuretano ocorre, diferentemente da

produção de um poliuretano simples, pelo aprisionamento no próprio local onde a

reação ocorre, de bolhas de gás que provém da mistura dos reagentes, de forma

a criarem a estrutura de espuma no produto final, ao invés de um polímero sólido

(UNIDO, 2009).

Suas propriedades físicas são afetadas diretamente pela escolha do

isocianato e do poliol, pois são responsáveis pelo grau de reticulação das cadeias

poliméricas. Cadeias poliméricas mais reticuladas, garantem maior rigidez ao

polímero e impedem que o gás proveniente da reação consiga permear pela

estrutura celular, aprisionando-o. As Figuras 3 e 4 são imagens obtidas por um

microscópio de varredura eletrônica (MEV) da estrutura celular de espumas de

células abertas e fechadas, respectivamente.

Espumas de células abertas: Neste tipo, o gás consegue permear para fora

das células, deixando-as mais frágeis. As espumas flexíveis são

caracterizadas por um elevado número de células abertas.

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Figura 3 – Estrutura de espumas de células abertas

Fonte: <http://www.dow.com/public_images/pc&t/bbc3/pu_bb_fig3_1.gif>

Espumas de células fechadas: As bolhas de gás criadas durante a reação

são aprisionadas dentro da própria espuma, conferindo a elas maior

rigidez. Espumas rígidas possuem um alto grau de células fechadas.

Figura 4 – Estrutura de espumas de células fechadas

Fonte: <www.scielo.cl>

O isolamento térmico de uma espuma é afetado pelo tipo de gás nela

retido. Diferentes gases possuem diferentes condutividades térmicas, então a

escolha destes, junto com a dos isocianatos e dos polióis, é definitiva para saber

qual serão as propriedades finais da espuma.

2.6 AGENTES DE EXPANSÃO PARA PRODUÇÃO DE ESPUMAS

Um agente de expansão é uma substância que produz a estrutura celular

que dá origem a uma espuma, através da liberação de bolhas de gás.

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Na produção de espumas de poliuretanos, os agentes expansores são

responsáveis pela obtenção de poliuretanos celulares. A água, agente expansor

mais comum, reage com isocianatos formando poliuréia e liberando CO2.

Também é comum o uso de Agentes de Expansão Auxiliares (AEAs) que são

compostos de baixo ponto de ebulição, volatilizados devido ao calor da reação

exotérmica que forma os poliuretanos. Os AEAs são introduzidos junto ao poliol e

antes da adição do isocianato (VILAR, 2004).

Segundo o Protocolo de Montreal, o uso de compostos com alto ODP

passou a ser banido. O CFC-11 era um dos produtos mais utilizados e desde

então passou a ser substituído por outros agentes de expansão como HCFCs,

HFCs. Para estas substituições são avaliados tanto os impactos ambientais, como

ODP e GWP, quanto nível de isolamento térmico, ponto de ebulição e custos de

produção.

2.6.1 CLOROFLUORCARBONETOS (CFC)

Os Clorofluorcarbonetos (CFCs) são constituídos de átomos de carbono,

cloro e flúor. São compostos não tóxicos e não inflamáveis usados como agentes

de expansão, sprays aerossóis, solventes e refrigerantes.

São adicionados números ao final do CFC a fim de identificá-los, como

por exemplo, o CFC-11, em que o número 11 somado a 90 mostra o número de

átomos de carbono, hidrogênio, cloro e flúor do composto. O primeiro número é

relacionado ao número de carbonos, o segundo ao número de hidrogênios, o

terceiro ao número de flúor. Já o número de cloros é dado pela formula: 2(C+1)-H-

F (NOAA,1999).

Os CFCs foram banidos pelo Protocolo de Montreal, sendo um dos

químicos mais conhecidos pela sua capacidade de destruição de ozônio. Seu uso

já é praticamente nulo em países desenvolvidos, sendo utilizado somente para

uso em aplicações medicinais, em menores quantidades. (UNEP, 1996).

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2.6.2 HIDROCLOROFLUORCARBONETOS (HCFC)

Os Hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs) são compostos sintetizados pelo

homem baseados em hidrogênio, flúor, carbono e cloro. Sua produção teve

aumento significativo uma vez que este composto substituiu os CFCs a partir da

década de 90 (DIECKMANN, 1999).

Os HCFCs apresentam menor ODP do que os CFCs, porém seu GWP é

consideravelmente alto, sendo um composto de transição em aplicações

relacionadas à produção de espumas, uma vez que deverão ser completamente

substituídos pelos HFCs.

2.6.3 HIDROFLUORCARBONETOS (HFC)

Conhecidos como a terceira geração dos agentes de expansão para

produção de espumas de poliuretanos, os hidrofluorcarbonetos são compostos

não inflamáveis, não reativos e quimicamente estáveis, que não apresentam risco

à camada de ozônio (UNEP, 2010). As propriedades de isolamento térmico deste

material e as exigências do Protocolo de Montreal formam um cenário adequado

para a afirmação deste composto como o principal agente de expansão que

deverá substituir por completo o uso de HCFCs.

Inicialmente, substituiu por completo o CFC como gás refrigerante usado

em aparelhos de ar condicionado, que reduziu consideravelmente a ameaça à

camada de ozônio. Mas o que aparentava ser uma solução causou outro

problema ambiental. O HFC tem um GWP cerca de 1400 vezes maior que o do

dióxido de carbono, fazendo dele uma enorme ameaça ao aquecimento global

(DIECKMANN, 1999).

A Tabela 2, adaptada de McMenamin et al. (2009), mostra os índices de

ODP e GWP, assim como o ponto de ebulição da primeira e segunda gerações,

comparando-os aos índices da terceira geração dos agentes de expansão.

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24

Tabela 2 – Ponto de ebulição e índices de impacto ambiental dos agentes de expansão de

primeira, segunda e terceira geração

1ª geração 2ª geração 3ª geração

CFC-11 HCFC-141b HFC-245fa HFC-365mfc

ODP 1 0,12 0 0

GWP 4750 725 1020 782

Ponto de

Ebulição (ºC)

23,9º 32,1 15,3 40

Fonte: McMenamin et al. (2009)

O ponto de ebulição está relacionado com a processabilidade do agente,

ou seja, qual seu estado físico à temperatura ambiente e também se haverá

mudança de estado durante a reação.

2.6.4 HIDROFLUOROLEFINA (HFO)

Os HFOs são compostos desenvolvidos para aplicação em transferência

de calor, agentes expansores, solventes e propelentes. Comparado com os

demais compostos utilizados nestas aplicações, os HFOs apresentam baixo GWP

e baixo PDO, assim como baixo tempo de residência na atmosfera (BABYACK,

2009).

Como demonstrado pelo Quadro 1, a quarta geração vai de acordo com

os Protocolos de Montreal e Kyoto.

Quadro 1 – Principais características das gerações dos agentes de expansão

Geração Características principais

Primeira Baixa condutividade térmica, alto ODP, alto GWP

Segunda Baixa condutividade térmica, baixo ODP, GWP moderado

Terceira Condutividade térmica moderada, zero ODP, GWP moderado

Quarta Baixa condutividade térmica, zero ODP, baixo GWP

Fonte: McMenamin et al. (2009)

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25

2.7 PROPRIEDADES DE UMA ESPUMA

2.7.1 ISOLAMENTO TÉRMICO

O isolamento térmico da espuma é diretamente relacionado com a

condutividade térmica do gás usado como agente de expansão. Os fatores que

influenciam o desempenho são condutividade térmica (Fator-K), emissividade de

superfície, espessura de isolamento, densidade e capacidade calorífica

específica.

O Fator-K mede a taxa de tempo do fluxo de calor contínuo por uma

unidade de área de um material homogêneo induzido por um gradiente de

temperatura. Para espumas de célula fechada é válida a Equação (1):

A parcela referente ao gás é relacionada aos gases presos dentro da

espuma. Já o sólido refere-se ao polímero e o de radiação está ligado ao

processo de radiação térmica que depende do diâmetro das células da espuma.

50% do valor total do Fator-K é proveniente da condutividade térmica dos gases e

os outros 50% são do polímero e do processo de radiação (STOVALL, 2012).

2.7.2 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

A taxa de resistência à compressão de espumas de poliuretanos é uma

função complexa da deflexão e do tempo. Essa complexidade é relacionada à

desestabilização na estrutura da espuma quando comprimida. Fatores

importantes para determinação dessa taxa são: massa molar do Poliol e

quantidade de água (CAMPBELL, 1979).

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26

3 METODOLOGIA

Este trabalho teve como base o método de pesquisa científica de revisão

bibliográfica de caráter exploratório (GIL, 2002), partindo de material publicado

sobre os compostos analisados e informação dos fornecedores.

3.1 DEFINIR AS PROPRIEDADES DE UM AGENTE DE EXPANSÃO

IDEAL

Para comparar a terceira e quarta geração dos agentes de expansão, foi

necessário estabelecer quais seriam as propriedades físico-químicas a serem

estudadas. Como o estudo tem o objetivo encontrar uma alternativa que favoreça

tanto a produção de uma espuma com boas propriedades, cuja processabilidade

e custo dos equipamentos necessários não seja inviável, quanto ao impacto

ambiental consequente de sua produção, foi decidido separar as propriedades

ideais de um agente de expansão em dois pontos de vista: Técnico e Ambiental;

para chegar-se a uma conclusão a partir da análise comparativa destes dois

pontos entre ambas gerações, a fim definir qual delas é vantajosa para uma

implementação imediata ou em um futuro próximo.

3.2 COMPARAÇÃO DOS PARÂMETROS TÉCNICOS

Os parâmetros que foram usados como comparativos entre HFCs e HFOs

são dados relacionados com as propriedades de isolamento térmico e

características da espuma formada. Foi avaliada a viabilidade técnica do uso dos

compostos sem relações econômico-ambientais.

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27

3.3 COMPARAÇÃO DE DADOS AMBIENTAIS

Da mesma forma, foi feita uma comparação entre a viabilidade ambiental

de uma transição do HFC para o HFO em relação às propostas dos dois

principais protocolos ambientais em vigência, Montreal e Kyoto.

3.4 ESTUDO DAS GERAÇÕES DE AGENTES DE EXPANSÃO

Por fim, é apresentado especificamente para cada molécula, suas

propriedades e dados disponibilizados pelos fabricantes levando em consideração

os critérios já citados nesta metodologia.

Devido à importância e maior utilização atual, as propriedades dos

compostos de terceira geração são apresentados primeiro e os compostos de

quarta geração foram estudados em comparação a estes, a fim de possibilitar

uma conclusão no que diz respeito à substituição.

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28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 PROPRIEDADE DE UM AGENTE DE EXPANSÃO IDEAL

4.1.1 CONHECENDO AS PROPRIEDADES DO PONTO DE VISTA TÉCNICO

Sabendo que seriam encontradas diversas dificuldades na obtenção de

todos os dados técnicos e na sua comparação, optou-se por envolver três

propriedades principais de espumas que determinam suas características e

consequentemente seu custo.

4.1.1.1 Solubilidade e estabilidade em uma pré-blenda com poliol

Para entender esta propriedade, foi necessário saber que produtores de

pequeno porte não utilizam uma produção padrão de espuma de poliuretano, em

que seus componentes principais, poliol, isocianato e catalisadores, são

colocados para reagir em um misturador onde o poliuretano é imediatamente

formado, para que em seguida, o agente de expansão seja adicionado sob alta

pressão, dando a forma de espuma ao polímero.

Com a experiência de dia-a-dia adquirida pelos autores ao longo das

pesquisas, chegou-se a conclusão que produtores de pequeno porte necessitam

de quantidades menores de matérias-primas, tornando inviável uma produção

padrão. Para estes, há a possibilidade de misturar previamente o poliol com o

agente de expansão, que pode ser entregue ao produtor, diretamente do

fornecedor, em tambores como uma pré-blenda.

Pré-blendas são amplamente utilizadas em Casas de Sistemas de

fornecedores para suprir a necessidade de clientes que não possuem a habilidade

de formular seu próprio Sistema de Poliuretanos. Então faz-se necessária a

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solubilidade do agente de expansão no poliol, assim como a estabilidade do

mesmo em solução, principalmente devido a sua armazenagem em tambores.

4.1.1.2 Condutividade térmica

A importância da condutividade térmica dos agentes de expansão vai

além da produção de espumas de poliuretanos. A terceira geração destes

agentes domina completamente o segmento de refrigeração, como ar-

condicionado e gases de expansão para geladeiras, sendo alguns deles

excelentes isolantes térmicos. Esta é a característica que produtores de espumas

rígidas mais procuram para materiais de revestimento e isolamento, portanto, fez-

se essencial estudar a fundo essa propriedade.

A fim de determinar o agente de expansão com melhor isolamento

térmico, foi procurado o Fator-K, ou Kespuma, que é a condutividade térmica da

espuma, com menor valor. A equação (1) mencionada no tópico 2.7.1, demonstra

as parcelas do Fator-K, e, como a maior parte deste valor é derivada da

condutividade térmica do gás, o agente de expansão com menor Kgás será o

ideal.

O envelhecimento da espuma está diretamente relacionado ao aumento

da condutividade térmica, que será tratado no tópico a seguir.

4.1.1.3 Baixo coeficiente de difusão

Para encontrar uma maneira de analisar os valores dos coeficientes de

difusão dos agentes de expansão, foi analisada a variação do Fator-K com o

tempo, ou seja, com envelhecimento das espumas. As pressões parciais dos

gases dentro das células não permanecem constantes com o tempo. Uma difusão

gradual dos agentes de expansão ocorre para fora das células

concomitantemente com uma difusão de ar para dentro delas, como demonstra a

Figura 5.

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30

Figura 5 - Saída gradual de CO2 e Agente de expansão da célula com concomitante entrada de ar

Fonte: (DOW, 2015) adaptado pelos autores

A partir da variação dos valores do Fator-K dos agentes de expansão

analisados, foi possível determinar qual possui um menor coeficiente de difusão.

4.1.2 PONTO DE VISTA AMBIENTAL

Como os impactos ambientais regulados pelos protocolos de Montreal e

Kyoto são as emissões de O3 e CO2 na atmosfera, não foi necessário comparar os

ODPs da terceira com a quarta geração dos agentes de expansão, pois ambos

não destroem a camada de ozônio. Para compará-los em um ambiento

ambientalista, foi procurado o agente que não necessita de grandes mudanças na

operação ou nos equipamentos do processo de produção.

Definidas as propriedades a serem avaliadas, deu-se início à segunda

etapa do estudo.

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31

4.2 ESTUDO DA TERCEIRA GERAÇÃO

4.2.1 HFC 134a

A escolha do HFC 134a neste estudo se deve por ter sido o agente de

expansão que substituiu diretamente o CFC R-12, que era o principal

Clorofluorcarboneto utilizado em ar condicionado de carros e residências, após os

regulamentos impostos pelo Protocolo de Montreal entrarem em vigência. A

fórmula estrutural deste composto está representada pela Figura 6. Como pode

ser observado, não há cloro em sua estrutura.

Ele não foi diretamente aplicado para a produção de espumas devido ao

seu alto custo e às propriedades que estes garantem a ela, quando comparado ao

HCFC 141b. Mesmo assim, foi considerado como uma opção válida de estudo

pelos autores por possuir zero ODP e baixa condutividade térmica.

Figura 6 – Fórmula estrutural do 1,1,1,2-Tetrafluoretano, HFC 134a

Fonte: Os próprios autores

A fim de comparar os agentes de expansão da terceira geração, foram

tabeladas as principais propriedades destes agentes, comparando-as com as do

HCFC-141b, pois este é o principal composto de segunda geração utilizado na

indústria e, portanto, é o composto a ser substituído.

A Tabela 3 mostra a essa comparação em termos de Massa Molar, que

são similares entre os compostos. Ponto de Ebulição que define os estados que o

composto será manipulado em temperatura ambiente, como mencionado no

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tópico 2.6.3. Por exemplo, o HFC-134a é um composto gasoso, enquanto o

HCFC-141b é um agente de expansão líquido. Também é analisada a

condutividade térmica do gás que é diretamente relacionada com a eficiência

energética e capacidade de isolamento térmico na aplicação de espumas.

Tabela 3 – Propriedades do HFC-134a em comparação com o HCFC-141b

HFC-134a HCFC-141b

Fórmula CF3CFH2 CH3CCl2F

Massa Molar (g/mol) 102,02 116,94

Ponto de Ebulição (°C) -26,2 32

Kgás a 25°C (mW/M*K) 13,6 9,7

Inflamável Não Não

ODP 0 0,11

GWP 1430 725

Fonte: dados coletados pelos autores

Da Tabela 3, também são comparados os parâmetros ambientais, que

são o grande diferencial em relação às mudanças estabelecidas pelos protocolos

ambientais. E por fim, é importante que o composto não seja inflamável, uma vez

que seria necessária mudança de equipamentos na planta para utilização de um

composto inflamável.

Identificado o Kgás do HFC 134a, é possível ter uma ideia da grandeza

do Kespuma produzida com este agente de expansão, já que aproximadamente

60% do Fator-K de uma espuma se deve aos gases aprisionados em suas

células.

Outras propriedades do HFC 134a encontradas foram:

Solubilidade máxima de 3% de HFC 134a em uma blenda de poliol;

Fator-K inicial da espuma entre 23-25 mW/m*K a 23ºC, mostrando que

aproximadamente 60% é de fato do Kgás;

A variação do Fator-K em função do envelhecimento da espuma, como

demonstrado pelo Gráfico 1, torna possível mensurar o coeficiente de

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difusão do HCF 134a comparado ao do CO2, que é o único gás presente

em expansões feitas com água;

Gráfico 1 – Comparação da variação entre o Fator-K de uma espuma feita com HFC 134a como

agente expansor e o Fator-K de outra feita com água como agente expansor com seu

envelhecimento

Fonte: (DOW, 2015), adaptado pelos autores

É utilizado o termo “Fator-K inicial” pois a condutividade térmica do

material aumenta com o envelhecimento da espuma. Como explicado do tópico

4.1.1.3, o coeficiente de difusão do CO2 é muito elevado e a saída deste gás

concomitante com a entrada de ar nas células da espuma, reduz o isolamento

térmico desta.

4.2.2 SOLKANE 365/227

O Solkane 365/227 é um agente de expansão da terceira geração

desenvolvido pela Solvay. Trata-se da mistura do HFC 365mfc com HFC 227ea,

contendo de 7 a 13% deste último. Foram coletados dados da mistura com

composição de 7% de HFC 227, pois é o mais utilizado na produção de espumas

15

17

19

21

23

25

27

29

31

33

35

0 10 20 30 40

Fato

r-K

(m

W/m

*K)

Dias

Fator-K - 23°C

HFC 134a Água

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de poliuretanos. A Tabela 4, como mencionado no tópico anterior, compara-o com

o HCFC-141b usando os mesmos parâmetros.

Tabela 4 – Propriedades do Solkane 365/227 (93:7) em comparação com o HCFC-141b

Solkane 365/227 (93:7) HCFC-141b

Fórmula

CF3CH2CF2CH3

+

CF3CFHCF3

CH3CCl2F

Massa Molar (g/mol) 149,6 116,94

Ponto de Ebulição (°C) 30 32

Kgás a 25°C (mW/M*K) 10,7 9,7

Inflamável Não Não

ODP 0 0,11

GWP 890 725

Fonte: (SOLVAY FLUOR,2014) adaptado pelos autores

Nota-se que os compostos são muito similares em praticamente todos os

parâmetros, se diferenciando exatamente em relação ao ODP. Esse é o critério

principal para substituição segundo o Protocolo de Montreal, uma vez que a

redução do ODP significa uma redução do dano causado à camada de ozônio.

No decorrer do estudo, foi observado que este agente de expansão na

proporção 93:7 tem grande potencial e expectativas de implementação, pois suas

propriedades e custos são extremamente favoráveis. Dentre estas, o Solkane

365/227 (93:7):

Possui ponto de ebulição pouco acima da temperatura ambiente, podendo

ser processado no estado líquido;

É completamente miscível em blendas de poliol;

Tem baixo coeficiente de difusão, pois o envelhecimento da espuma não

impacta de maneira significativa sua condutividade térmica, como pode ser

observado no Gráfico 2;

Tem Fator-K da espuma com valor inicial entre 21,5 e 23 mW/m*K a 23°C;

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Gráfico 2 – Gráfico comparando o Fator-K do envelhecimento de uma espuma feita com os

expansores HFC 134, Solkane 365/227 (93:7) e H2O

Fonte: (DOW, 2015), adaptado pelos autores

A variação com o tempo do Fator-K da espuma feita pela a expansão do

poliuretano pelo Solkane 365/227 (93/7) observada no Gráfico 2, não é somente

menor do que a com expansão feita pelo HFC-134a e pela água, mas também

parte de um valor inicial menor, de aproximadamente 21,5 mW/m*K.

Na busca de características negativas que poderiam ser impactadas pela

utilização deste HFC, foi necessário entender os compostos que fazem parte de

sua mistura, HFC-365 mfc e HFC-227ea, separadamente.

Foi observado que o HFC-365mfc é inflamável e possui ponto de fulgor

em torno de -27°C, enquanto o HFC-227ea é utilizado em extintores de incêndio

por possuírem grande capacidade de extinguir fogo. A Tabela 5 mostra algumas

propriedades destes dois HFCs e do Solkane 365/227 na proporção 93:7.

15

17

19

21

23

25

27

29

31

33

35

0 10 20 30 40

Fato

r-K

(m

W/m

*K)

Dias

Fator-K - 23°C

HFC 134a SOLKANE 365/227 (93:7) Água

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Tabela 5 – Características dos agentes de expansão HFC 365mfc, HFC 227ea e do Solkane

365/227 (93:7)

HFC-365mfc HFC-227ea Solkane 365/227 (93:7)

Ponto de Ebulição (°C) 40,2 -17 30

Ponto de Fulgor (°C) -27 Não possui Não possui

Fator-K (mW/m*K) 10,6 12,7 10,7

Fonte: (SOLVAY FLUOR, 2014)

Apesar do Solkane 365/227 não ser inflamável, a mistura destes agentes

não é azeotrópica, que resulta na separação de fase em seu ponto de ebulição e,

ele não será inflamável somente se o percentual de HFC-227ea na mistura for

superior a 5%. Portanto a blenda pode possuir limitações em sua aplicação caso

a proporção do Solkane 365/227 não seja a adequada.

4.2.3 HFC-245fa

O HFC-245fa, também conhecido como 1,1,1,3,3-pentafluorpropano, é

comumente utilizado em aplicação em sistemas de isolamento térmico, porém seu

custo é elevado, o que torna seu desenvolvimento e estudo são limitados em

comparação com os demais agentes de terceira geração.

A fórmula estrutural deste composto está representada pela Figura 7, na

qual é possível notar que se trata de um composto que não possui cloro se

diferenciando dos HCFCs.

Figura 7 - Fórmula estrutural do 1,1,1,3,3-pentafluorpropano

Fonte: Os próprios autores

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A Tabela 6 compara o HFC-245fa com o HCFC-141b, também nos

mesmos termos estabelecidos, padronizando a avaliação em relação ao

composto a ser substituído.

Tabela 6 – Propriedades do HFC-245fa em comparação com o HCFC-141b

Propriedades HFC-245fa HCFC-141b

Fórmula CF3CH2CF2H CH3CCl2F

Massa Molar (g/mol) 134 116.94

Ponto de Ebulição (ºC) 15,3 32

Kgás a 25°C (mW/M*K) 12,2 9,7

Inflamável Não Não

ODP 0 0,11

GWP 1030 725

Fonte: dados coletados pelos autores

Em relação ao HCFC-141b, o HFC-245fa apresenta propriedades

similares, sendo melhor em relação ao ODP e apresentando GWP mais alto o que

inviabilizaria seu uso segundo o protocolo de Kyoto, porém atende ao protocolo

de Montreal já que o ODP é igual à zero.

Porém, todas as propriedades do HFC 245fa mostradas pela Tabela 6 se

comparadas à Tabela 4, são inferiores às do Solkane 365/227 (93:7), pois:

Kgás do HFC 245fa é menor que o Kgás do Solkane 365/227 (93:7);

Kespuma ou Fator-K inicial do HFC-245fa varia entre 22-24 mW/m*K em

contrapartida ao do Solkane que fica entre 21,5 e 23;

Sua temperatura de ebulição não está necessariamente acima da

temperatura ambiente, podendo estar tanto no estado líquido quanto

gasoso, dificultando sua processabilidade e miscibilidade em líquidos.

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O Quadro 2, prova que a miscibilidade do HFC-245fa em polióis, apesar

de excelente, é também inferior à do 365/227, que é completamente miscível.

Quadro 2 – Miscibilidade do HFC 245fa em diferentes polióis

Poliol HFC-245fa

Separação de fase Miscibilidade (%)

Dow Voranol 270 Não há >40

Dow Voranol 490 Não há >40

Dow Voranol 800 Não há >40

Fonte: (Yiu Keung Ling, David J. Williams, 2012) adaptado pelos autores

Analisadas as propriedades do HFC-134a, do Solkane 365/227 (93:7) e

do HFC-245fa concluiu-se que a melhor opção dos agentes de expansão de

terceira geração é o Solkane, pois seus parâmetros ambientais são

consideravelmente melhores, ele não é inflamável e apresenta uma condutividade

térmica mais baixa que os demais.

Deu-se então início à próxima etapa do estudo, para avaliar se os HFOs

são vantajosos quando comparados aos HFCs, com objetivo de encontrar um

agente de quarta geração com propriedades superiores ao Solkane 365/227

(93:7), o que levaria a uma substituição direta dos compostos de segunda

geração por agentes de quarta geração.

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4.3 ESTUDO DA QUARTA GERAÇÃO

4.3.1 FORMACEL 1100 (HFO-1336mzz-Z)

Da mesma maneira que os agentes de terceira geração, as propriedades

dos compostos da quarta foram comparadas em tabelas com o HCFC-141b.

O Formacel 1100, cuja fórmula estrutural está representada pela Figura 8,

não possui cloro em sua estrutura química, garantindo que o agente de expansão

tenha ODP igual à zero. O GWP da molécula é baixo quando comparado a

compostos de terceira geração. O composto não é tóxico nem inflamável. O

tempo na atmosfera é de 22 dias (NOAA, 1999).

Figura 8 – Fórmula estrutural do 1,1,1,4,4,4 hexafluor but-2-eno

Fonte: Os próprios autores

É um composto que apresenta baixa condutividade térmica e estabilidade

física e química em fase líquida. Também apresenta desempenho satisfatório em

relação a isolamento térmico no curto e longo prazo. Outros pontos positivos são:

Capacidade de ser usado como blenda, ou seja, pode ser utilizado em

formulações com mais de um agente de expansão para melhorar e

complementar suas características;

Sua eficiência energética, sendo um excelente isolante térmico.

A Dupont espera ter o Formacel 1100 produzido em larga escala a partir

de 2016. A Tabela 7 resume as principais propriedades deste agente e compara o

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composto de quarta geração com o HCFC-141b de segunda geração assim como

foi feito na análise dos compostos de terceira geração.

Tabela 7 – Resumo dos Principais Índices do Formacel 1100

Formacel 1100 HCFC-141b

Fórmula CF3CHCHCF3 CH3CCl2F

Massa Molar (g/mol) 164 116,94

Ponto de Ebulição (°C) 33 32

Kgás a 25°C (mW/M*K) 10,7 9,7

Inflamável Não Não

ODP 0 0,11

GWP 2 725

Fonte: (DUPONT,2010) adaptado pelos autores

O Formacel 1100 não é inflamável viabilizando sua aplicação direta em

sistemas que já usam o composto de segunda geração. Nas demais propriedades

os compostos são similares sendo diferenciados em relação aos parâmetros

ambientais. O Formacel 1100 por ser um composto de quarta geração apresenta

ODP igual a zero e GWP próximo a dois. Sendo então viável segundo o protocolo

de Montreal e Kyoto.

Foi observado para a espuma:

O Fator-K da espuma, ou Kespuma daquelas produzidas com expansão

feita pelo Formacel 1100 possuem um valor inicial em torno de 19,5 e 20

mW/m*K

O envelhecimento não traz grandes alterações em sua condutividade

térmica, portanto o coeficiente de difusão deste agente é baixo.

Quanto à solubilidade do Formacel 1100 em blendas de poliol, o Quadro 3

exemplifica alguns polióis e o percentual de miscibilidade deste agente neles.

Praticamente todos os polióis possuem características semelhantes de

solubilidade do Formacel, a presençao Voranol RH360, Voranol 350, Voranol 470

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e Pluracol 824 na tabela se deve por serem os mais utilizados com este agente de

expansão.

Quadro 3 – Miscibilidade do Formacel 1100 em diferentes polióis

Poliol Miscibilidade (%)

Voranol RH360 >40

Voranol 350 >40

Voranol 470 >40

Pluracol 824 >40

Fonte: (DUPONT,2010), adaptado pelos autores

4.3.2 SOLSTICE

A linha Solstice da Honeywell apresenta duas opções de agentes de

expansão, sendo um deles o HBA-2 (HFO-1233zd) que é comercializada na

forma líquida. Já o HFO-1234ze (E) é comercializado na forma gasosa. São

compostos criados especificamente para atender os protocolos de Kyoto e

Montreal.

As propriedades do Solstice líquido, assim como uma comparação direta

com o HCFC-141b, podem ser observadas na Tabela 8. Aqui também é seguida a

mesma lógica de comparação para substituição direta do agente de segunda

geração.

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Tabela 8 – Propriedades do Solstice Líquido comparadas às do HCFC-141b

Solstice Líquido HCFC-141b

Fórmula CF3CHCClH CH3CCl2F

Massa Molar (g/mol) 130,5 116,94

Ponto de Ebulição (°C) 19 32

Kgás a 25°C (MW/M*K) 13 9,7

Inflamável Não Não

ODP 0 0,11

GWP 1 725

Fonte: (HONEYWELL), adaptado pelos autores

O Solstice Líquido HBA-2 se mostra um bom substituinte, uma vez que

seus parâmetros ambientais são excelentes e a condutividade térmica, apesar de

ser menor, ainda é consideravelmente próxima do patamar dos compostos de

segunda geração.

A Figura 9 compara compostos de segunda, terceira e quarta geração e

ainda uso de hidrocarbonetos como agentes de expansão. É possível notar que o

HBA-2 se destaca como alternativa viável tecnicamente e ambientalmente,

mesmo quando comparado com compostos de terceira geração e aos

hidrocarbonetos. De forma geral, eles apresentam melhor desempenho, custo

mais baixo, são melhores ambientalmente e mais seguros.

Figura 9 – Diagrama comparativo do HBA-2 com demais agentes de expansão

Fonte: (HONEYWELL, 2010)

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A eficiência energética, como observada na Figura 9, está relacionada à

sua condutividade térmica. Espumas com isolamento térmico alto, ou seja,

condutividade térmica baixa, proporcionam maior retenção de calor. E esse

parâmetro deve ser igual ou melhor que os compostos de segunda geração, caso

contrário à substituição seria um retrocesso tecnológico.

A Tabela 9 mostra a melhoria na tecnologia de agentes de expansão em

relação ao CFC-11 para os parâmetros ambientais ODP e GWP. Estes

parâmetros são decisivos para que haja conformidade com os protocolos

ambientais. O CFC-11 é usado como base, pois ele é o composto de primeira

geração e foi o primeiro a ser substituído.

Tabela 9 – Comparativo dos parâmetros ambientais dos agentes de expansão.

Molécula ODP

Melhora em

relação ao

CFC-11

GWP 100

anos

Melhora em

relação ao

CFC-11

CFC-11 1,0 0% 4750 0%

HCFC-141b 0,11 89,0% 725 84,7%

HCFC-142b 0,065 93,5% 2310 51,4%

HCFC-22 0,055 94,5% 1810 61,9%

HFC-134a ~0 ~100% 1430 69,9%

HFC-245fa ~0 ~100% 1030 78,3%

Solstice Gasoso ~0 ~100% <1 99,9%

Solstice Líquido ~0 ~100% 1 99,9%

Fonte: (HONEYWELL, 2011) adaptado pelos autores

A empresa Honeywell também comercializa o Solstice em uma versão

gasosa. A Tabela 11 apresenta os dados deste composto comparado com o

HCFC-141b de segunda geração.

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Tabela 11 – Propriedades do Solstice Gasoso comparadas às do HCFC-141b

Solstice Gasoso HCFC-141b

Fórmula C2H2F4 CH3CCl2F

Massa Molar (g/mol) 114 116,94

Ponto de Ebulição (°C) -19 32

Kgás a 25°C (mW/M*K) 13,6 9,7

Inflamável Não Não

ODP 0 0,11

GWP <1 725

Fonte: (HONEYWELL, 2011), adaptado pelos autores

O Solstice gasoso apresenta uma melhora importante em relação ao

HCFC-141b. Ele apresenta condutividade térmica similar e ainda tem parâmetros

ambientais excelentes.

Da mesma maneira que o HBA-2, o Solstice gasoso é comparado

qualitativamente com os demais agentes de expansão e esses dados são

resumidos no diagrama representado a seguir pela Figura 10.

Figura 10 – Diagrama comparativo do Solstice 1234ze com demais agentes de expansão

Fonte: (HONEYWELL, 2010)

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O desenvolvimento tecnológico destes compostos vem crescendo a cada

ano, uma vez que também são utilizados em outras aplicações como ar

condicionado, refrigeração industrial e comercial e solventes (HONEYWELL,

2010).

Dentre os compostos de quarta geração, tanto a linha Formacel 1100 da

Dupont, quanto a Solstice da Honeywell apresentam alternativas ambientais aos

compostos de segunda e terceira geração sem perda de desempenho em relação

às capacidades técnicas para serem aplicados na produção de espumas de

poliuretanos.

4.4 COMPARAÇÃO FINAL

O objetivo do estudo é fazer uma comparação entre a terceira e a quarta

geração de agentes de expansão como substitutos da segunda geração. Foram

tabelados os principais parâmetros para essa decisão. A Tabela 12 resume as

demais tabelas apresentadas neste estudo.

Tabela 12 – Compilação dos compostos estudados.

Propriedades HCFC

141b

HFC-

134a

Solkane

365/227

HFC-

245fa

Formacel

1100

Solstice

Líquido

Solstice

Gasoso

ODP 0.11 0 0 0 0 0 0

GWP 725 1430 890 1030 2 1 <1

Kgás

(mW/m*K ) a

25 °C

9,7 13,6 10,7 12,2 10,7 13,6 13

Inflamável Não Não Não Não Não Não Não

Geração 2 3 3 3 4 4 4

Fonte: Arquivo pessoal

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Os agentes estudados, tanto de terceira quanto quarta geração, seguem

a determinação do Protocolo de Montreal de apresentar ODP igual ou próximo a

zero. O Gráfico 3 mostra a evolução dos compostos em relação a este parâmetro.

Gráfico 3 – ODP dos agentes de expansão estudados

Fonte: dados coletados pelos autores

A diferenciação entre os compostos de terceira e quarta geração é feita

em relação ao GWP, que por sua vez, é uma determinação do Protocolo de

Kyoto. O Gráfico 4 exemplifica essa premissa.

Gráfico 4 – GWP dos agentes de expansão estudados

Fonte: dados coletados pelos autores

0.11

0 0 0 0 0 0 0

0.02

0.04

0.06

0.08

0.1

0.12

ODP

ODP

725

1430

890 1030

2 1 0.9 0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

GWP (100 anos)

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Além dos parâmetros ambientais foi considerada a aplicação destes

agentes especificamente em espumas de poliuretanos, portanto foi avaliada a

condutividade térmica destes gases. O Gráfico 5 expõe as condutividades

térmicas.

Gráfico 5 – Condutividade térmica dos agentes estudados

Fonte: dados coletados pelos autores

Os hidrocarbonetos, apesar de possuírem excelentes propriedades

técnicas e ambientais, são compostos inflamáveis e demandam alterações nas

plantas e nos processos e por isso, só foram analisados os compostos não

inflamáveis neste estudo.

Após a análise de todos parâmetros técnicos, notou-se que existe grande

similaridade entre as gerações, com uma estreita vantagem nos compostos de

segunda geração. Porém, os parâmetros ambientais têm grande relevância na

escolha de um agente de expansão, permitindo que a terceira e quarta gerações

sejam consideradas como possíveis substituintes. Os HFOs se destacam por não

serem gases de efeito estufa.

Devido a esta grande semelhança de características técnicas e os prazos

estipulados pelos Protocolos, a viabilidade econômica passa a ser definitiva na

escolha dos produtores de espumas. Essas informações não foram contempladas

neste estudo, uma vez que são inerentes às empresas.

9.7

13.6

10.7

12.2

10.7

13 13.6

0

2

4

6

8

10

12

14

16

HCFC 141b

HFC-134a Solkane 365/227

HFC-245fa Formacel 1100

Solstice Líquido

Solstice Gasoso

Co

nd

uti

vid

ad

e T

érm

ica d

o G

ás

(mw

/m*K

) à 2

5ªC

Agentes de Expansão

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5 Conclusão

A análise dos agentes de expansão de terceira geração, considerando os

principais critérios técnicos e ambientais: solubilidade em poliol, condutividade

térmica, coeficiente de difusão e ODP, mostrou que o HFC 365/227 na proporção

93:7, é o melhor dentre os HFCs para substituir o HCFC 141b, da segunda

geração, nos termos do Protocolo de Montreal.

Dentre os compostos de quarta geração, todos eles se apresentam como

boa opção, de acordo com os mesmos parâmetros técnicos utilizados na

comparação dos agentes da segunda e terceira gerações. Além disso, em termos

ambientais, os HFOs são consideravelmente melhores e obedecem às definições

tanto do Protocolo de Montreal, quanto ao Protocolo de Kyoto.

Sendo assim, os agentes de quarta geração são melhores substituintes

para os agentes de segunda geração, pois mantém as propriedades técnicas e

evitam que seja feita uma substituição por um composto que deverá ser

substituído novamente em alguns anos.

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