universidade de pernambuco - upe campus garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que...

52
Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns Licenciatura em Computação HELLEN CAROLINA DA SILVA SANTOS EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM POSSÍVEL USO DAS TICS EM UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ANGELIM-PE Trabalho de Conclusão de Curso Garanhuns Dezembro, 2015

Upload: others

Post on 05-Oct-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

Universidade de Pernambuco - UPE

Campus Garanhuns

Licenciatura em Computação

HELLEN CAROLINA DA SILVA SANTOS

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM POSSÍVEL USO DAS

TICS EM UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA

MUNICIPAL DE ANGELIM-PE

Trabalho de Conclusão de Curso

Garanhuns

Dezembro, 2015

Page 2: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

HELLEN CAROLINA DA SILVA SANTOS

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM POSSÍVEL USO DAS

TICS EM UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA

MUNICIPAL DE ANGELIM-PE

Monografia apresentada como

requisito parcial para obtenção do

diploma de Licenciado em

Computação pela Universidade de

Pernambuco - Campus Garanhuns.

ORIENTADORA: SIRLENE VIEIRA DE SOUZA

Garanhuns

Dezembro, 2015

Page 3: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

Dedico esse trabalho de conclusão de curso aos meus

familiares e amigos, pelo carinho, incentivo, confiança,

amor e principalmente a confiança dedicada a mim.

Page 4: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos a todos aqueles que contribuíram direta ou

indiretamente para conclusão da monografia.

A Deus, o principal responsável por tudo ter ocorrido bem e como

planejado.

A minha professora orientadora, Ma. Sirlene Vieira de Souza, por toda

ajuda, disponibilidade de tempo e de material. Por sempre ter sido atenciosa,

por ter chamado minha atenção quando foi preciso e ter guiado meus passos e

pensamentos para o alcançar o objetivo.

A painho e mainha, por todo o esforço para que eu chegasse a essa etapa

da vida.

A tia Glauce e Tio Ney por tudo o que já fizeram e fazem por mim,

responsáveis também por essa fase da minha vida.

A Paloma, Patrícia, Vovó Lourdes e vovô Amaro que ajudaram da

maneira que puderam.

Ao meu namorado, Gustavo Henrique, que durante todo esse tempo de

graduação apoiou, ajudou, incentivou e não me deixou desistir. E por todo

carinho, dedicação e companheirismo.

Aos meus amigos, em especial Andreza Peixoto, por ter escutado minhas

reclamações diárias, por distrair minha mente quando foi preciso, que mesmo

distante se fez presente por mensagens e ligações durante todo esse tempo.

Aos amigos que fiz na faculdade (Ícaro, Rodrigo e Alisson), pela

companhia, brincadeiras e distrações.

Ao pessoal da escola que realizei a pesquisa, que sempre me atenderam

bem.

Aos bons professores que tive durante a vida, que além de professores

foram amigos e que me acrescentaram coisas positivas.

E também para aqueles que não foram citados diretamente, mas que

fazem parte do meu dia a dia e que sempre me acrescentam coisas boas.

Page 5: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros
Page 6: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

RESUMO

O objetivo deste estudo é compreender a concepção dos professores a

respeito da inclusão de alunos com deficiência na sala regular de ensino e a

colaboração das TIC’s para a aprendizagem em uma escola da rede pública da

cidade de Angelim, fazendo uma análise do uso das tecnologias da informação e

comunicação no contexto de inclusão e verificar as possibilidades do seu uso

para a inclusão dessas crianças. Foi realizado um estudo de caso qualitativo,

utilizando um questionário semiaberto com os professores, entrevista com a

psicóloga da instituição, e uma observação não participante na sala de um aluno

surdo durante a aula de português. Concluímos que os professores acreditam

positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no

processo de ensino e aprendizagem e em outros aspectos, destacando também a

importância da formação continuada.

Palavras-chave: Educação Inclusiva, Inclusão e Tecnologias, Educação

Inclusiva e Formação Continuada, TIC’s na Educação.

Page 7: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

ABSTRACT

The objective of this study is to understand the design of the teachers

regarding the inclusion of students with disabilities in regular school room and

the collaboration of ICT for learning in a public school in the city of Angelim,

making an analysis of the use of technology information and communication in

the context of inclusion and check the possibilities of its use for the inclusion of

these children. A qualitative case study was conducted using a semi-open

questionnaire to the teachers, interview with the psychologist of the institution,

and a non-participant observation in the classroom of a deaf student during

class Portuguese. We conclude that teachers believe positively on inclusion, and

who find it important to use technology in teaching and learning process and in

other respects, also highlighting the importance of continuing education.

Keywords: Inclusive Education, Inclusion and Technology, Inclusive Education

and Continuing Education, ICT in education.

Page 8: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................11

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 13

2.1. EDUCAÇÃO ESPECIAL .............................................................................. 13

2.2. INCLUSÃO E O USO DAS TECNOLOGIAS .............................................. 14

2.2.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) ....... 16

2.2.2 TECNOLOGIA ASSISTIVA (TA) ...................................................... 18

2.3. EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES ............ 19

3. METODOLOGIA ............................................................................................ 22

3.1. MÉTODO DE PESQUISA ........................................................................ 22

3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PROFESSORES ............................................... 23

3.3. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA .............................................................. 25

3.4- PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS ........................................... 27

4. EXPOSIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ....................................................... 28

4.1. QUESTIONÁRIO COM OS PROFESSORES ............................................. 28

4.2- ENTREVISTA COM A PSICÓLOGA .......................................................... 36

4.3. OBSERVAÇÃO NÃO PARTICIPANTE EM UMA AULA DE PORTUGUÊS

........................................................................................................................... 38

5. CONSIDERAÇÕES .......................................................................................... 411

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 42

APÊNDICE .............................................................................................................49

APÊNDICE 1: QUESTIONÁRIO ....................................................................49

ANEXOS ................................................................................................................ 50

Page 9: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Quantidade de professores que consideram importante o uso de

tecnologias para a inclusão do aluno com deficiência. ........................................ 35

Figura 2: Quantidade de professores que dão aula a alunos com deficiência. .... 35

Figura 3: Quantidade de professores que utilizam tecnologia durante a aula. ... 35

Figura 4: Quantidade de professores que já utilizaram o laboratório da escola. 36

Figura 5: Tecnologia assistiva: lupa para alunos com baixa visão ..................... 50

Figura 6: Sala de recursos multifuncionais ......................................................... 50

Figura 7: Computadores adaptados ...................................................................... 51

Figura 8: Sala de recursos multifuncionais .......................................................... 51

Figura 9: Sala que foi realizada a observação ....................................................... 52

Page 10: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Caracterização dos professores ............................................................. 24

Tabela 2: Estrutura física da escola ...................................................................... 25

Tabela 3: Estrutura material da escola ................................................................. 26

Tabela 4: Respostas do primeiro grupo de categorias ......................................... 29

Tabela 5: Respostas do segundo grupo de categorias .......................................... 32

Page 11: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

11

1. INTRODUÇÃO

Muito é falado a respeito da educação inclusiva e com isso podem ser

levantadas algumas questões, sendo elas: Qual a visão dos professores a respeito

do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na educação

inclusiva? Como as ferramentas educacionais são utilizadas nas aulas? Como é o

rendimento dos alunos com necessidades especiais em relação aos outros

colegas de turma? São perguntas que despertam o interesse de alguns

pesquisadores, com a validação da educação inclusiva, cresceram a busca por

estas respostas.

O artigo 8º da Lei 7.853/89 explicita que recusar a matrícula de um

aluno em qualquer escola, seja da rede pública ou da privada, por motivos

relacionados a qualquer deficiência, é crime. Além de receber uma multa, os

diretores ou responsáveis pela escola que negarem a matricula as pessoas com

deficiência podem ser punidos com reclusão de um a quatro anos.

A Educação Especial é estruturada em torno da igualdade de

oportunidades, em que todos os indivíduos, independente de suas diferenças,

devem ter acesso a uma educação com qualidade capaz de responder a todas as

suas necessidades. Para Glat e Fernandes (2005), a Educação Especial é

idealizada como um conjunto de recursos que a escola regular deve dispor para

atender as necessidades educacionais específicas de seus alunos.

Crianças que estudam com colegas com deficiência desenvolvem mais

atitudes positivas em relação a respeitar o outro, do que as que convivem em

ambientes mais homogêneos (MARTINS, 1999). A convivência também em sala

de aula com crianças de desenvolvimento considerado normal é de grande

importância para crianças com deficiência, pois os colegas servem como

exemplo de comportamento e de conquistas apropriadas para sua idade,

contribuindo para o seu desenvolvimento social e emocional.

O ensino inclusivo tem por base uma visão sociológica de deficiência e

diferença, reconhecendo as necessidades de cada criança. Isso mostra quanto às

escolas e os sistemas de educação precisam ser aprimorados para atender a

todas essas necessidades individuais de todos os educandos, sejam eles com ou

sem necessidades educacionais específicas. “É necessário valorizar as

Page 12: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

12

referências individuais, prestar atenção às singularidades e estabelecer, a partir

daí, alterações curriculares que favoreçam aprendizagens.” (CASTRO e

PIMENTEL, 2009, p. 07).

O uso das tecnologias da informação e comunicação podem contribuir

para o processo de ensino e aprendizagem se utilizadas de forma adequada,

sendo meios facilitadores. Oferecer um ambiente ou material de aprendizagem

que ajude os alunos a abandonar a postura passiva de receptores de

conhecimento, em um ambiente que seja valorizada e estimulada sua

criatividade e iniciativa, possibilita uma maior interação com as pessoas e com o

meio em que vivem (GALVÃO FILHO, 2001).

Tendo em vista a dificuldades de alguns professores em ministrar aulas

inclusivas e a importância que dão a este assunto, qual o pensamento desses

sobre a utilização dos recursos de tecnologia da informação e comunicação e em

que ponto pode colaborar no processo de ensino e aprendizagem dos alunos de

modo geral?

O principal objetivo é compreender a concepção dos professores sobre a

inclusão de alunos com deficiência e o uso das TICs na educação básica, fazendo

uma análise do uso das tecnologias da informação e comunicação no contexto

de inclusão e verificar as possibilidades do seu uso para a inclusão dessas

crianças.

Page 13: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

13

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. EDUCAÇÃO ESPECIAL

De acordo com o art. 58 da lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei

de diretrizes e bases da educação nacional- é entendido por educação especial,

para os efeitos desta Lei, a modalidade de Educação escolar, oferecida

preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com necessidades

especiais. Onde os objetivos da educação especial são basicamente os mesmos

da educação em geral, mas priorizando e respeitando as necessidades

individuais de cada educando, procurando atender e suprir suas necessidades.

A Educação Especial é desenvolvida a partir da igualdade de

oportunidades, onde todos os indivíduos, independentemente de suas

diferenças, devem ter acesso a uma educação de qualidade, sendo capaz de

suprir a todas as suas necessidades e promover sua autonomia. Segundo Castro

e Pimentel (2009), a educação deve ser desenvolvida de forma especial, visando

atender às diferenças individuais de cada criança, através de uma adaptação

do sistema educativo. Seja ela a acessibilidade da escola para alunos com

deficiências físicas, ou professor tradutor/intérprete de libras para o aluno

surdo, entre outros casos, como dito por Glat e Fernandes (2005), a Educação

Especial é concebida como um conjunto de recursos que a escola regular deve

dispor para atender à diversidade de seus alunos. De acordo com o Parecer

CNE/CEB nº 17/2001

Todos os alunos, em determinado momento de sua vida escolar podem apresentar necessidades educacionais especiais, e seus professores em geral conhecem diferentes estratégias para dar respostas a elas. No entanto, existem necessidades educacionais que requerem, da escola, uma série de recursos e apoios de caráter mais especializados que proporcionem ao aluno, meios para o acesso ao currículo (BRASIL, 2001).

Com isso, o sistema regular de ensino precisa ser modificado, adaptado e

pedagogicamente transformado para atender os alunos com necessidades

educacionais específicas de forma inclusiva. Desta forma, é preciso antes de

tudo, tornar reais as condições para que a escola seja verdadeiramente inclusiva,

e não excludente. Segundo Souza (2009, p. 03) “A inclusão requer da escola

Page 14: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

14

novos paradigmas e conhecimento escolar, entender a diversidade humana para

entender o humano”.

São as turmas heterogéneas e complexas as que proporcionam experiências aos alunos para viver, negociar e progredir em sociedades que elas próprias são complexas e conflituais. (Já imaginaram que sucesso desportivo teria uma equipa de futebol constituída pelos melhores onze jogadores do mundo, mas... todos goleiros?) (GIROTO; POKER, 2012, P. 30).

A educação inclusiva é importante tanto para o aluno com deficiência,

como para seus colegas. Pois, como foi dito por Souza (2009), a convivência

diária com alunos e professores provoca uma grande mudança na organização

escolar e proporciona transformações positivas na turma que estão inseridos,

beneficiando-se ainda das grandes possibilidades de aprendizagem.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira, INEP (2011) uma pessoa com deficiência é aquela que possui

dificuldades de natureza física, intelectual ou sensorial.

2.2. INCLUSÃO E O USO DAS TECNOLOGIAS

É entendido por inclusão, o processo estabelecido dentro da sociedade

para satisfazer necessidades relacionadas com qualidade de vida,

desenvolvimento humano, autonomia de renda e igualdade de oportunidades e

direitos para os indivíduos e grupos sociais que de alguma forma encontram-se

em situação de desvantagem com relação a outros membros da sociedade

(PASSERINO; MONTARDO, 2007).

O conceito de educação inclusiva ganha força a partir da década de 1990,

com a Declaração de Salamanca (1994) e outros instrumentos legais posteriores.

O objetivo é que os alunos com necessidades educacionais específicas não sejam

excluídos da escola de ensino comum, mas inclusos. Que significa acomodar

alunos com deficiência em um espaço comum na escola regular, dando

oportunidades para que estes alunos com deficiência façam aprendizagens

significativas (SILVA, 2011).

Ainda sobre a importância da educação inclusiva, “A exclusão nas escolas

lança as sementes do descontentamento e da discriminação social. A educação é

uma questão de direitos humanos, e os indivíduos com deficiência devem fazer

Page 15: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

15

partes das escolas [...]” (STAINBACK e STAINBACK, 1999, p 21). Com a

educação inclusiva, os alunos com deficiência são preparados para a vida em

comunidade, os professores melhoram suas aptidões profissionais e a sociedade

acolhe a decisão consciente de funcionar de acordo com o princípio da igualdade

e com isso tem como resultado a melhoria da educação.

As tecnologias da informação e comunicação (TIC) podem abrir um

mundo de possibilidades comunicativas e de acesso à informação, sendo

também um auxílio a crianças com necessidades educacionais específicas, pois

permitem facilitar todo o processo educacional desses alunos. Segundo

Damasceno (2006) ter acesso aos recursos oferecidos pela sociedade, escola,

tecnologias, etc., influencia determinantemente no processo de aprendizagem

do sujeito.

Se o uso do computador no ensino é capaz de favorecer o processo

educacional, no caso de uma pessoa com necessidades educacionais específicas,

é um recurso que favorece sua vida cotidiana, já que se trata de um meio de

comunicação, de produção, de construção, de diagnóstico, entre outros

(PASSARINO; MONTARDO, 2007). Deste modo, é importante tanto para

colaborar no processo de ensino aprendizagem, como também para a vida e

para o desenvolvimento da autonomia dessas pessoas. Para isso, é importante

que as TIC´s também sejam adaptadas e que possam atender as

particularidades de cada aluno, são as chamadas Tecnologias Assistivas (TA).

Tecnologia Assistiva ainda é um termo novo, utilizado para identificar

uma grande quantidade de recursos e serviços que colaboram para proporcionar

ou ampliar habilidades funcionais das pessoas com deficiência e

consequentemente promover vida independente e inclusão (BERSCH;

TONOLLI, 2006).

Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (BRASIL, 2007).

Desse modo, o uso dessas tecnologias pode despertar em crianças com

necessidades educacionais específicas o interesse e a motivação pela descoberta

do conhecimento, Bersch (2013, p. 02) “Num sentido amplo percebemos que a

Page 16: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

16

evolução tecnológica caminha na direção de tornar a vida mais fácil”, com isso, a

deficiência não deve ser encarada como uma impossibilidade, pois através do

professor com o auxílio das tecnologias, pode desempenhar um papel

significativo para a aprendizagem.

Ainda são várias as mudanças que devem ocorrer na escola e com os

professores. Entre elas, deve ser destacada a utilização das TIC’s, que são

formadas por vários recursos tecnológicos, tais como: computadores; internet e

ferramentas que compõem o ambiente virtual; fotos e vídeo digital; TV e rádio

digital; Tablets e celulares; entre outros (TEIXEIRA, 2010).

2.2.1 Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)

Tecnologia da informação e comunicação (TIC) pode ser definida como

um conjunto de recursos tecnológicos utilizados de forma integrada com um

objetivo comum. As TIC´s são utilizadas nas mais diversas áreas da ciência

desde indústrias até mesmo na educação. Cardoso (2011, p.03) “O termo TIC é a

junção da tecnologia ou Informática com a tecnologia da comunicação”.

Levando em consideração o uso das TIC´s na educação, a mesma está inclusa

desde o processo de ensino aprendizagem, como também na educação à

distância.

As tecnologias são ferramentas importantíssimas para o auxílio de

qualquer atividade humana, mas a eficiência destas ferramentas irá depender

muito do manuseio de quem está utilizando. Em relação à educação, não pode

tornar as potencialidades técnicas das TIC´s e dos Softwares Educativos como

ferramentas que por si só farão o trabalho de um professor, pois segundo

BELLONI (2012) a eficiência das TIC´s vai depender, portanto, muito mais da

concepção e das estratégias para a sua utilização do que das potencialidades

técnicas das ferramentas.

Utilizar o potencial das TIC´s na educação em geral pode trazer uma

dinâmica inovadora para a sala de aula trazendo novas experiências que

motivam os alunos a participarem mais, como também aprender de uma forma

diferente da aula expositiva.

As TIC´s oferecem, para além do impresso, ocasiões originais de aprendizagem trazendo desafios, provocando curiosidade,

Page 17: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

17

criando situações de aprendizagem totalmente novas, conviviabilidade e interações mais intensas do que a aula magistral baseada na autoridade do professor (BELLONI, 2012).

O uso das TIC's pode ocorrer também de forma mecânica, com isso, usar

por usar as tecnologias sem um devido fim pode ser um fator que atrapalhe no

processo de ensino aprendizagem do aluno. Segundo BELLONI (2012) É

também preciso evitar o uso indiscriminado da tecnologia por si em si, ou seja,

mais por suas virtualidades técnicas do que por suas virtudes pedagógicas. Esse

uso exacerbado da tecnologia quando não é visando suas possibilidades e

potencialidades, mas sim adotando as TIC's pelo simples fato de terem sido uma

imposição da instituição de ensino, não trará benefícios ou mudanças para a

aula, como dito por Rodrigues e Boucherville:

Muitas vezes a inserção de novas tecnologias em sala de aula não produz uma mudança no paradigma meramente instrumental e mecanicista de ensino e, “nesses casos, a tecnologia acaba servindo para fazer, com uma roupagem nova, o que já se fazia na escola do século passado”. (RODRIGUES; BOUCHERVILLE, 2013, p. 4)

Logo, conhecendo o potencial das TIC´s na educação e entendendo como

se processa a educação de alunos com necessidades educativas especiais, se

pode ter uma orientação pedagógica diferenciada que causará impactos

positivos no processo de ensino aprendizagem dos alunos, trazendo assim

ótimos rendimentos escolares e benefícios não só para os alunos com

necessidades educacionais específicas, mas também para a turma em geral,

estabelecendo assim uma escola inclusiva e atentando também para a inclusão

digital.

Segundo Rodrigues e Boucherville (2013) a inclusão digital significa fazer

com que o conhecimento e o uso das ferramentas tecnológicas sejam úteis para

melhorar a vida das pessoas, ou seja, fazer parte de um mundo informatizado e

tecnológico não significa apenas ensinar como utilizar esses recursos e

instrumentos, mas também utilizá-lo para proporcionar significados e

aprendizado no seu cotidiano. Desta forma, “colocar um computador na mão

das pessoas ou vendê-lo a um preço acessível não é necessariamente, inclusão

digital” (RODRIGUES; BOUCHERVILLE, 2013, p. 3).

Page 18: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

18

É de extrema importância que a inclusão digital seja definitivamente

inserida na educação, pois se constitui como parte dos valores sociais que

permitem aos indivíduos que não possuem condições sejam elas financeiras ou

não, condições físicas ou outras, exercerem sua cidadania dentro do ambiente

escolar desde cedo (MATTOS; CHAGAS, 2008).

Segundo Rodrigues e Boucherville (2003) existe a necessidade de que o

professor se atualizem constantemente, sempre se mantendo informado sobre

as novas formas de conhecimento. Igualmente atentando na questão da

importância da inclusão digital no ambiente escolar, que não está somente na

ferramenta utilizada, mas também na proposta de ensino e de como tirar

proveito dela a favor da aprendizagem em sala de aula.

2.2.2 Tecnologia Assistiva (TA)

Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, mas que é utilizado para

identificar todo o arsenal de recursos e serviços que possam contribuir para

adequar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com necessidades

especiais, e assim promover uma vida independente e de inclusão, como é dito

por (SARTORETTO e BERSCH, 2014). Basicamente, podemos considerar as

tecnologias assistivas como ferramentas que são utilizadas para atender a

necessidades específicas de cada pessoa. Como citado por Manzini:

Os recursos de tecnologia assistiva estão muito próximos do nosso dia-a-dia. Ora eles nos causam impacto devido à tecnologia que apresentam, ora passam quase despercebidos. Para exemplificar, podemos chamar de tecnologia assistiva uma bengala, utilizada por nossos avós para proporcionar conforto e segurança no momento de caminhar, bem como um aparelho de amplificação utilizado por uma pessoa com surdez moderada ou mesmo veículo adaptado para uma pessoa com deficiência. (MANZINI, 2005, p. 82)

Os recursos da TA são todos e quaisquer itens, equipamentos ou parte

deles, produtos ou sistemas fabricados em série ou sob medida que são

utilizados para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das

pessoas com deficiência. Os serviços de TA, são definidos como aqueles que

auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar

os recursos acima definidos (SARTORETTO; BERSCH, 2014).

Page 19: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

19

Varela; Oliver (2013, p. 02) a TA é um fator ambiental e inclui produtos e

tecnologias para uso pessoal na vida diária, facilitação da mobilidade e

transporte pessoal, comunicação, educação, trabalho, cultura, atividades

recreativas e desportivas [...]. São produtos/recursos de baixo ou alto custo, que

são utilizados para atender uma necessidade específica.

Podemos exemplificar como recursos da tecnologia assistiva, um simples

óculos, ou estender a algo mais complexo, como por exemplo, um sistema

computadorizado. Estão incluídos jogos, brinquedos, mouse de computador

especial, que consideram a questões de acessibilidade, próteses de membros,

entre inúmeras outras ferramentas.

Já os serviços são prestados por profissionais especializados, visando

auxiliar em algum problema, em como obter ou usar um instrumento de

tecnologia assistiva. Como exemplo, podem ser citadas avaliações, prova e

treino de novos equipamentos. Os serviços de TA são normalmente

transdisciplinares envolvendo profissionais de diversas áreas, como:

Fisioterapeuta, Terapia ocupacional, psicólogo, entre outros (SARTORETTO;

BERSCH, 2014).

Na educação, essas ferramentas de TA também podem ser utilizadas para

atender as necessidades especiais dos alunos, desenvolvidas respeitando as

singularidades. “Existe um número incontável de possibilidades, de recursos

simples e de baixo custo, que podem e devem ser disponibilizados nas salas de

aula inclusivas.” (TEÓFILO FILHO 2009, p.01), como lupas para alunos com

baixa visão, suportes para caneta e tesoura, entre outros.

2.3. EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Quando falamos em educação inclusiva, muitos pensam somente sobre a

inserção de alunos com deficiência na escola regular. Mas deve ser destacado

que apenas o acesso à escola comum não pode ser compreendido como

sinônimo de educação inclusiva (PEDROSO; CAMPOS e DUARTE, 2013, p. 42).

Deste modo, a educação inclusiva é acolher todas as pessoas, sem

exceções, de forma que atenda as necessidades individuais. Onde o papel da

escola é ser uma instituição aberta a todas as crianças, e que tenha a

preocupação de não descartar/excluir ninguém, fazendo com que se

Page 20: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

20

compartilhem os saberes que ela deve ensinar a todos, sem nenhuma reserva

(MEIRIEU, 2005). Para isso, é de total importância professores habilitados.

“O objetivo da inclusão nas escolas é criar um mundo em que todas as

pessoas se reconheçam e se apoiem mutuamente, e esse objetivo não é atingido

por nenhuma falsa imagem de homogeneidade e em nome da inclusão”

(STAINBACK e STAINBACK, 1999, p 408) com isso, um dos objetivos da

inclusão é também trabalhar na questão do respeito, da ajuda, da colaboração,

do aceitar as diferenças e atentar na diversidade, para que ela possa ser

trabalhada de uma forma mais eficiente apresentando um bom resultado.

Educar é colaborar para que professores e alunos – nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e de trabalho e tornar-se cidadãos realizados e produtivos (MORAN, 2000, p. 1)

Várias foram as iniciativas do MEC e de diversos outros órgãos a nível

Federal, Estadual e Municipal, no que diz respeito à formação docente para

promoção da inclusão de alunos com necessidades educacionais específicas na

escola regular (MIRANDA; TEÓFILO FILHO, 2012, p.36), a respeito de inserir

em cursos de formação de professores disciplinas sobre educação inclusiva.

“Cabe considerar que a inserção de apenas uma disciplina não irá

promover avanços significativos na formação dos professores para o ensino de

alunos com necessidades educacionais especiais.” (PEDROSO; CAMPOS;

DUARTE, 2013, p. 43). Para que possa sair um profissional capaz de ministrar

uma aula verdadeiramente inclusiva de uma graduação, é necessário mais que

só uma disciplina sobre educação inclusiva, pois o assunto é bem amplo e com

pouco tempo dedicado a essa área só é visto apenas teorias com informações

básicas.

É preciso mais que isso, é importante que haja a formação continuada, o

contato desses professores em formação com a realidade da sala da aula

inclusiva, entre outras. Para que se forme um profissional que saiba valorizar a

diversidade tratando-a como um aspecto importante no processo de

ensino/aprendizagem, é preciso desenvolver estratégias de ensino, não só com

os alunos com deficiência, mas para a prática educativa como um todo,

Page 21: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

21

diminuindo assim a segregação, a evasão e o fracasso escolar. (PLETSCH,

2009).

É de extrema importância a reorganização da escola e a formação dos

professores, e consequentemente a necessidade de adequação dos projetos

pedagógicos dos cursos de licenciatura (PEDROSO; CAMPOS; DUARTE, 2013).

Que infelizmente não são todos os professores que estão preparados ou aceitam

a ideia da educação inclusiva de fato, por se tratar também de um trabalho

extra.

Segundo Mendes (2006, p. 397) os alunos com necessidades educacionais

especiais “não estão necessariamente recebendo uma educação apropriada, seja

por falta de profissionais qualificados ou mesmo pela falta generalizada de

recursos”. Não só levando em consideração os professores, mas como também a

estrutura das escolas, a falta de recursos e de outros profissionais para o

atendimento desses alunos. “A formação docente qualificada pode muito, mas

não pode tudo. Há que se pensar em outros aspectos macro que configuram os

sistemas de ensino e as condições de trabalho docente” (MIRANDA e FILHO,

2012, p.21). Sendo muito importante que as escolas ofereçam todo o

acompanhamento ao professor, seja ele com os recursos, como também com

cursos, discursões e outras formas de apoiar e cobrar dos professores. Sobre

esse apoio das escolas, a formação continuada e especializada, é essencial o

interesse do professor em querer melhorar sua aula e de fato querer por vontade

própria.

Para uma educação de qualidade, é importante que os professores tenham

estratégias para que eles possam trabalhar de maneira confortável. Existem

professores, poucos, que possuem certa facilidade em desenvolver estratégias de

ensino que promovam a aprendizagem mais facilmente e que saibam resolver

naturalmente situações problemáticas. Falando da outra parte, a maioria dos

professores, é importante que tenham alguma formação adequada para um bom

manejo de sala de aula. “Deve ficar claro que os bons mediadores de classe são

frutos da aprendizagem – eles não nascem bons” (STAINBACK e STAINBACK,

1999, p. 336), com isso podem desenvolver suas habilidades.

De acordo com Jones e Jones (1990 apud Stainback e Stainback, 1999)

Além de um plano de manejo, os bons professores devem possuir outras

aptidões, que são baseadas em conhecer a pesquisa e a teoria sobre o manejo em

Page 22: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

22

sala de aula; conhecer as necessidades dos alunos; saber estabelecer

relacionamentos positivos, que ajudem a satisfazer as necessidades psicológicas

básicas dos alunos; saber utilizar métodos de ensino que funcionem melhor

individualmente e também para toda a turma; Saber como potencializar os

métodos de ensino para maximizar o comportamento dos alunos nas tarefas;

saber como usar uma grande variedade de métodos que envolvem os alunos no

exame e na correção de comportamentos inadequados.

Devido a uma aula mal estruturada “muitos alunos com necessidades

especiais são desinteressados pela tarefa e ficam distanciados ou comportam-se

de maneira destrutiva durante os períodos de aula” (STAINBACK e

STAINBACK, 1999, p. 342). Com isso, surge mais uma vez a importância da

formação especializada, e das aptidões necessárias para os professores em

relação ao planejamento da aula.

3. METODOLOGIA

3.1. MÉTODO DE PESQUISA

Foi realizado uma pesquisa de campo onde a pesquisa desenvolvida

utilizou uma abordagem qualitativa e quantitativa, pois segundo Queiroz (2006)

os pesquisadores reconheceram que esses tipos de pesquisa se complementam e

são fundamentais, visando diferentes objetivos da pesquisa, cujos propósitos

não podem ser alcançados por uma única abordagem metodológica.

Como instrumento foi utilizado questionário e entrevista, pois

a utilização de questionários propicia a coleta de informações da realidade dos

participantes obtendo “conhecimentos de opiniões, crenças, sentimentos,

interesses, expectativas, situações vivenciadas e etc.” (GIL, 1999 p.128). Por sua

vez, a entrevista é de grande importância também. May (2004, p. 145) afirma

que “as entrevistas geram compreensões ricas das biografias, experiências,

opiniões, valores, aspirações, atitudes e sentimentos das pessoas”, levando em

consideração que podemos tratar mais detalhes e esclarecer dúvidas, pois

somente com a utilização do questionário a pesquisa ficaria limitada. Esse

questionário foi destinado a professores de uma escola pública municipal de

Page 23: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

23

Angelim-PE, a entrevista foi realizada com a psicóloga da escola, além de visitas

e conversas com os profissionais da escola.

O estudo de caso: “trata-se de um estudo profundo de um fenômeno

social da vida real, investigado em suas características holísticas” (CARVALHO

2008, p.133). Ou seja, procura entender os fenômenos sociais na sua

globalidade. Uma das vantagens do estudo de caso é a flexibilidade do

planejamento, permitindo assim que o pesquisador fique “aberto” às

descobertas, explorando certos aspectos do fenômeno escolhido, que nem

sempre é previsto no início, mas que durante a pesquisa se tornam importantes

(CARVALHO, 2008).

Uma pesquisa de caráter qualitativo “compreende um conjunto de

diferentes técnicas interpretativas que visam descrever e decodificar os

componentes de um sistema complexo de significados” (NEVES, 1996, P.1). Ou

seja, indaga do porquê de determinado fato ou problema, estuda as motivações,

é analítico, ajuda a definir hipóteses, é exploratório. Além de permitir conhecer

tendências, comportamentos e atitudes, fornecendo informações detalhadas a

perguntas ou problemas.

Este tipo de pesquisa não oferece risco, pelo contrário, no estudo de

grandes pesquisadores foi concluído que a abordagem qualitativa complementa

a quantitativa, podemos citar Bardin (1997), Marconi e Lakatos (2003).

Com isso, para atingir os objetivos desta pesquisa, foi levado em

consideração a abordagem qualitativa baseado na técnica de observação direta

intensiva, foi utilizada a técnica de observação e da entrevista, juntamente com

a técnica de observação direta extensiva foi utilizado um

questionário (MARCONI e LAKATOS, 2003), o tipo de observação foi não-

participante realizada na aula de um professor da escola em questão.

Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 193) “Na observação não-

participante, o pesquisador toma contato com a comunidade, grupo ou

realidade estudada, mas sem integrar-se a ela: Permanece de fora”. Deste modo,

não haverá participação, só serão feitas anotações a respeito das observações.

3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PROFESSORES

Page 24: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

24

A escola conta com 64 professores, efetivos e contratados. Dentre estes,

alguns responderam voluntariamente o questionário.

Tabela 1: Caracterização dos professores

Formação acadêmica Função na escola Tempo de profissão

Ensino superior

incompleto cursando

educação física

Professor de informática 4 anos

Pós-graduação em

ensino de biologia

Professor de biologia 6 anos

Licenciatura em

geografia

Professor de geografia 21 anos

Letras Professora de português 27 anos

Letras Professor de inglês e

português

30 anos

Letras Professor 5 anos

Letras Professor 10 anos

Ensino médio completo Professor de educação

física

2 anos

Licenciatura em

Geografia

Professor de geografia e

história

6 anos

Ciências biológicas Professor de ciências e

programador de eventos

Como professor de

ciências a 8 meses e

como programador de

eventos a 2 anos.

Ciências biológicas Professor 25 anos

Pós-graduada em

educação especial

Monitora em libras 4 meses

Pós-graduada em

biologia

Professora 8 anos

Page 25: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

25

Licenciatura em

matemática

Professora de

Matemática

10 anos

Pós-graduação em

geografia

Programador

educacional

13 anos

Licenciatura em História Professora 12 anos

3.3. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

A pesquisa foi realizada na escola da rede pública (Municipal) da cidade

de Angelim-PE. Esta recebe um total de 1630 alunos e 64 professores. Deste

número de alunos, 42 possuem necessidades educacionais específicas. A escola

funciona nos períodos da manhã, tarde e noite.

No período da manhã: Educação infantil ao ensino fundamental II,

projeto “Se liga” e “Acelera” do Instituto Ayrton Senna (organização sem fins

lucrativos que pesquisa e produz conhecimentos para melhorar a qualidade da

educação) e o projeto Mais Educação.

No período da tarde: Educação infantil ao ensino fundamental II, o

projeto “Se liga” e “Acelera” do Instituto Ayrton Senna (organização sem fins

lucrativos que pesquisa e produz conhecimentos para melhorar a qualidade da

educação) e o projeto Mais Educação.

No período da Noite: Educação de jovens e adultos (EJA), de ensino

fundamental I e Ensino fundamental II.

Tabela 2: Estrutura física da escola

Estrutura da escola

Quantidade Estrutura Física

26 Salas de aula

02 Secretaria

04 Pátio interno

01 Pátio externo

Page 26: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

26

01 Quadra coberta

02 Refeitório

02 Cozinha

02 Sanitários femininos

02 Sanitários Masculinos

04 Sanitários para professores

01 Sala de vídeo e TV

01 Sala de TV

01 Laboratório de informática

01 Sala de recursos multifuncionais

01 Área para brincadeiras livres

Todos os itens estão em uso. Sempre tem um monitor no laboratório de

informática durante os três turnos, e os responsáveis pela sala de recursos

multifuncionais são: uma psicopedagoga, uma psicóloga e três professoras

especialistas na área de educação inclusiva.

Um banheiro feminino e um masculino são adaptados para pessoas com

deficiência física, porém na questão de acessibilidade entre as salas, pátios e

banheiros não existem rampas.

Destes 42 alunos, as deficiências são: baixa visão, surdez, autismo,

deficiência intelectual, deficiências múltiplas e paralisia cerebral.

A tabela 3 mostra a lista de recursos da escola e que estão disponíveis

para uso dos professores mediante agendamento de acordo com o horário de

aula e data.

Tabela 3: Estrutura material da escola

Estrutura da escola

Quantidade Estrutura Material

Page 27: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

27

1220 Cadeiras

26 Quadros negro e branco

05 Bebedouros

04 Mimeógrafos

05 Máquinas de Xerox

04 Televisão

03 Aparelho de DVD

03 Data Show/Projetor

05 Aparelho de Som

10 Computador com acesso para os

alunos

Grande quantidade Material para as aulas de educação

física (Corda, bola, colchões...)

Grande quantidade Material para prática de educação

artística

3.4- PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS

Análise de dados de conteúdo é o procedimento pelo qual se dá ordem,

composição e significados aos dados. Que consiste basicamente na

transformação dos dados coletados em conclusões e lições credíveis. Segundo

Marconi e Lakatos (2003, p. 169) “Mesmo com dados válidos, é a eficácia da

análise e da interpretação que determinará o valor da pesquisa”. E a partir de

tópicos estabelecidos, os dados podem ser processados procurando tendências,

diferenças e variações nas informações obtidas.

O objetivo da análise dos dados é descrever e resumir os elementos,

identificar relações e diferenças entre variáveis, comparar variáveis e fazer

previsões. Marconi e Lakatos (2003, p. 167) “A importância dos dados está não

em si mesmos, mas em proporcionarem respostas às investigações”, que por si

Page 28: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

28

só os dados não fornecem a informação necessária, precisam ser lapidados e

processados para que possam ser transformados em respostas e/ou soluções.

A pesquisa foi realizada a fim de compreender a concepção dos

professores sobre a inclusão de alunos com deficiência e o uso das TIC´s na

educação básica de uma escola da rede pública de Angelim-PE. Tratando as

informações conforme Meireles e Cendón (2010 apud BARDIN , 1977, p. 02) “a

análise de conteúdo pode ser definida como um conjunto de técnicas de análise

das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de

descrição do conteúdo das mensagens”. Complementa, a seguir que a análise

dos conteúdos “é um conjunto de técnicas de análise de comunicações, que tem

como objetivo ultrapassar as incertezas e enriquecer a leitura dos dados

coletados” (MOZZATO; GRZYBOVSKI, 2011, p. 04).

Para a utilização desse método foi necessário criar categorias

relacionadas ao objeto de pesquisa. As deduções lógicas ou inferências que são

obtidas a partir das categorias serão responsáveis pela identificação das

questões relevantes contidas no conteúdo das mensagens (MEIRELES;

CENDÓN, 2010). Deste modo, foi realizada uma análise dos dados, procurando

compreender sentido nas respostas, uma exploração do material e o tratamento

do resultado.

4. EXPOSIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1. QUESTIONÁRIO COM OS PROFESSORES

O objetivo do questionário foi coletar informações a respeito da inclusão,

sobre o contato dos professores com alunos com deficiência, sobre o uso de

tecnologias e quais são as tecnologias utilizadas por esses professores e se

acreditam que as TIC´s podem colaborar no processo de inclusão do aluno com

deficiência. Considerando professores de diferentes séries, formação docente

diversificada dos que ensinam aos alunos com necessidades educacionais

específicas e os que não trabalham com alunos com deficiência.

Segundo Marconi e Lakatos (2003) um questionário é um instrumento

de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas que devem

Page 29: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

29

ser respondidas por escrito e sem a presença de entrevistador, o qual deve

conter informações necessárias para o andamento da pesquisa. As folhas do

questionário foram entregues a coordenadora de disciplina da escola durante os

intervalos dos alunos.

O questionário foi aplicado na escola trabalhada, em duas folhas

contendo oito perguntas abertas e semiabertas para coletar as informações

fundamentais para a pesquisa. 16 (dezesseis) professores responderam

completamente o questionário.

“Qualquer técnica de análise de dados, em última instância, significa uma

metodologia de interpretação. Como tal, possui procedimentos peculiares,

envolvendo a preparação dos dados para a análise” (MOZZATO; GRZYBOVSKI,

2011, p. 03). A exploração e estudo do material conduziram os resultados para

dois grupos de categorias, a primeira é a respeito da concepção dos professores

da escola sobre o do uso da tecnologia para a inclusão de alunos com

deficiência, já o segundo grupo de categoria é sobre o que estes professorem

pensam a respeito da inclusão.

As seguintes categorias estruturadas da análise de dados referente a

concepção dos professores a respeito da utilização da tecnologia para a inclusão

de alunos com deficiência:

1. A tecnologia colabora no processo de ensino e aprendizagem de forma

lúdica e atrativa.

2. A ideia da inclusão social e digital na tentativa de garantir à todas as

pessoas o acesso às tecnologias da informação e comunicação.

3. A tecnologia facilita de alguma forma a aproximação do professor com o

aluno e do aluno com colegas de classe.

Tabela 4: Respostas do primeiro grupo de categorias

Categorias Professor Respostas

2 P1 Integrar o aluno na vida virtual e social

2 P2 É importante a utilização da tecnologia, pois os

conceitos devem ser contemplados por esses alunos

para seu desenvolvimento.

2 P3 Para o aluno se conectar ao mundo e promover sua

Page 30: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

30

independência

2 P4 Proporciona a independência e a inclusão social

1 P5 Mecanismo para melhorar na aprendizagem

1 P6 Colabora para que entendam melhor o acontecimento

vivenciado

1 P7 Possibilita a aprendizagem significativa

1 P8 Meio de motivar para despertar o interesse do

educando na aula

3 P9 É uma maneira mais fácil de trabalhar com o aluno

com deficiência com o uso da tecnologia

1 P10 A aula se torna mais dinâmica

2 P11 Integra o aluno no mundo da tecnologia

3 P12 Através das tecnologias podemos interagir com esses

alunos

1 P13 Mais um recurso para a aprendizagem

3 P14 A participação do aluno de forma conjunta com os

colegas

1 P15 Dinamiza o processo de aprendizagem, tornando mais

divertido para todos

1 P16 Facilita a aprendizagem e o repasse dos conteúdos

Todos os professores consideram que o uso da tecnologia é importante

para a inclusão do aluno com deficiência. A categoria “1” está relacionada aos

efeitos da tecnologia na questão de despertar o interesse e motivando-os a buscar

mais conhecimento, por ser motivadora e lúdica, e desta forma, colaborar para o

processo de ensino e aprendizagem, sendo mais um recurso para auxiliar no

processo de ensino.

Dessa forma, o professor precisa utilizar recursos que transformem suas aulas, de modo a instigar mais e mais a busca pelo conhecimento por parte dos alunos, ministrando aulas dinâmicas, motivadoras, atrativas e entendendo que as

Page 31: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

31

tecnologias disponíveis auxiliam no processo de ensino-aprendizagem, as quais vêm para colaborar com o professor, funcionando como suporte, como um recurso a mais para esse processo e não como um recurso em sua substituição. (GARCIA, 2013, p. 1)

A categoria “2” tem a ideia de que o uso da tecnologia leva à inclusão social

e também a inclusão digital, na tentativa de garantir a todas as pessoas o acesso

às tecnologias da informação e comunicação. De modo que a inclusão digital

resulta em inclusão social, assim como a exclusão digital aprofunda a exclusão

social.

Deste modo, como é dito por Mattos e Chagas (2008) é no meio digital que

se encontram os maiores estoques de informação. Deste modo, o acesso ao meio

digital (ou seja, a verdadeira inclusão digital) é de extrema importância para que

não surjam novos fatores que ampliarão as diferenças entre os cidadãos. Sabendo

que a exclusão digital amplia a miséria, coloca obstáculos ao desenvolvimento

econômico em geral e ao desenvolvimento das habilidades pessoais em

particular.

Na categoria “3”, os professores possuem a ideia de que a tecnologia

facilita na comunicação do professor com o aluno, de modo que os dois

mantenham um determinado contato neste momento. Não somente de professor

com o aluno, mas também do aluno com seus colegas de sala.

“Portanto, aprofunda-se o olhar para o acesso digital como possibilidade

do professor na interação com o aluno, na troca de conhecimentos, na busca de

sua autonomia e no estimulo do aprendizado” (RODRIGUES; BOUCHERVILLE,

2013, p. 1). Como é dito por este autor, e também pelo grupo de professores que

responderam ao questionário que acreditam que a tecnologia é também uma

forma de trocar conhecimentos com o aluno, de aprendizagem mutua, desta

maneira, proporciona uma aproximação entre estes.

Sobre a concepção dos professores a respeito da educação inclusiva e o

modo que esses alunos são atendidos, de acordo com os resultados do

questionário as respostas podem ser agrupadas em três categorias, sendo elas:

1. Acreditam que é preciso uma mudança no currículo para que a escola

possa atender todos os alunos de maneira eficiente.

Page 32: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

32

2. Acreditam que os professores não estão preparados para receber essa

demanda de alunos, e que é preciso investimento na formação

continuada.

3. Acreditam que a educação inclusiva é importante para inserir o aluno na

sociedade, de forma que ponha fim no preconceito e que o prepare para

várias situações.

Tabela 5: Respostas do segundo grupo de categorias

Categorias Professores Respostas

1 P1 É preciso medidas inovadoras para introduzir o

aluno com deficiência.

2 P2 A escola precisa estar preparada, assim como os

professores receberem capacitação, pois não adianta

inserir o aluno se os professores não estão aptos a

ensinar.

3 P3 A inclusão é necessária em todos os ambientes, e

cada um é único em suas diferenças e deficiências.

2 P4 A preparação dos profissionais da educação tem sido

muito questionada, pois a grande maioria dos

professores não teve o correto treinamento para

saber como agir frente aos estudantes com

necessidades especiais.

3 P5 É um avanço na educação e uma maneira mais

rápida para acabar com o preconceito com as

pessoas quem tem necessidades especiais.

3 P6 Tanto é bom para os deficientes como para a

sociedade.

3 P7 É importante para a interação com outros

estudantes. Assim permite que aprendam, que

socializem e dividam o mesmo espaço.

3 P8 Para que o aluno possa evoluir.

Page 33: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

33

3 P9 Se não houver inclusão na educação, onde mais vai

haver.

2 P10 Acredito que se o Brasil mostrasse essa educação

como foco principal poderia ser uma educação bem

melhor no nosso dia a dia.

1,2,3 P11 A escola ainda não está preparada para receber

integralmente esses alunos, porque precisa preparar

os professores. Mas para esses alunos é muito bom,

que eles tenham contato com outros alunos.

2 P12 Deveria formar ou melhor capacitar os professores

para lhe dar com as deficiências.

3 P13 Uma oportunidade de socialização.

3 P14 Pois é importante que o aluno com deficiência que

não o atrapalhe na aprendizagem tenha um

cotidiano normal como o dos outros alunos.

3 P15 Uma mudança de paradigmas importante em

consonância com a evolução do tempo em que

vivemos, tornando pessoas que eram estigmatizadas

em tempos passados, aptas a assumir

responsabilidades sociais.

2 P16 É preciso um trabalho com os professores para

atender as demandas.

Com base nos dados, todos os professores acreditam que a educação

inclusiva é importante e essencial. Na categoria “1”, os professores acreditam

que a escola deve modificar o currículo para que os professores possam

trabalhar de uma melhor maneira para que o aluno seja verdadeiramente

incluído.

Os seguintes autores afirmam sobre o papel da escola para as mudanças,

mas afirmam que os principais responsáveis por isso devem ser os professores,

Silva e Arruda (2008) especificam:

Page 34: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

34

Embora a escola precise ser repensada, para atender a cada necessidade, é necessária uma reflexão, a começar pelo profissional, que não esteja ali apenas pelo seu salário, mas sim para desenvolver um trabalho diferenciado, atendendo cada um dentro da sua necessidade e que esse profissional possa desenvolver seu trabalho com êxito, embora ele seja preparado para trabalhar com a diversidade, acaba tendo que adaptar-se ao meio, sem qualquer valorização ou capacitação especifica. (SILVA; ARRUDA, 2014, p. 4)

Na categoria “2”, os professores acreditam que a falta da formação

continuada impossibilita que a educação inclusiva seja efetivada, portanto, é

preciso um maior investimento nessa área.

O governo tem papel fundamental no desenvolvimento de programas e políticas de formação continuada e em serviço para os professores da rede pública de ensino. Para atender a toda a demanda advinda das mudanças sociais, é preciso que haja condições de desenvolvimento profissional e de qualificação diferentes das que vêm sendo oferecidas (SOUZA, 2011, p. 20)

Devendo destacar a importância de investimento na formação

continuada, para que desta maneira possam atender os diferentes públicos. Pois,

somente o que é visto na graduação não é suficiente, por se tratar de pouco tempo

e deste assunto ser bem amplo.

Na categoria “3”, os professores acreditam que a educação inclusiva é

importante para inserir o aluno na sociedade, de modo que ele aprenda com seus

colegas e com seus professores a maneira de se comportar, e que com o convívio

diário acabe o preconceito.

Para Delou et al. (2008) a inclusão educacional não é um fator que

envolve somente essas pessoas , mas também, os professores, a família e a

comunidade, na medida em que tem como objetivo construir uma sociedade mais

justa, consequentemente mais humana e livre de preconceitos.

Segundo Marconi e Lakatos (2003), gráficos na análise do conteúdo são

figuras que servem para representar os dados, este termo é usado para grande

variedade de ilustrações. Ainda como processamento dos dados do questionário,

seguem as seguintes informações:

Também como resultado do questionário, como explicita o gráfico da

figura 1, podemos considerar que todos acreditam na importância do uso de

tecnologias para a inclusão dos alunos com deficiência.

Page 35: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

35

Figura 1: Quantidade de professores que consideram importante o uso de tecnologias para a inclusão do aluno com deficiência.

O gráfico da figura 2 mostra a quantidade de professores que

responderam ao questionário que ministram aula para alunos com deficiência.

Figura 2: Quantidade de professores que dão aula a alunos com deficiência.

O gráfico da figura 3 explicita a quantidade de professores que utilizam

tecnologia em sala de aula, embora todos tenham dito que o uso da tecnologia

colabora com a aprendizagem dos alunos em geral.

Figura 3: Quantidade de professores que utilizam tecnologia durante a aula.

Page 36: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

36

Dentre as tecnologias citadas pelos professores estão: Projetor, celular,

computador, aparelho de som, data show, aparelho de TV e DVD, calculadora.

A figura 4 mostra o gráfico da quantidade de pessoas que já utilizaram o

laboratório de informática da escola.

Figura 4: Quantidade de professores que já utilizaram o laboratório da escola.

4.2- ENTREVISTA COM A PSICÓLOGA

A segunda parte da coleta de dados foi a entrevista, que nada mais é que

um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a

respeito de determinado assunto, diante de uma conversa de natureza

profissional (MARCONI; LAKATOS, 2003). A entrevista foi realizada com a

psicóloga da escola e que forneceu muitos dados.

Este tipo de procedimento é utilizado na investigação social, para coleta

de dados e para colaborar no tratamento de um problema social (MARCONI;

LAKATOS, 2003), seu principal objetivo é obter informações do entrevistado,

nesse caso sobre a forma que ela trabalha com os alunos com deficiência. A

pesquisa foi feita de modo padronizado e estruturado, pois seguia um roteiro

previamente estabelecido. Informações da psicóloga:

A escola possui um total de 44 alunos com deficiência.

24 alunos com laudo e 20 sem laudo.

42 são atendidos pela psicóloga.

Foi perguntado o porquê de esses alunos serem atendidos, e a resposta

foi que os alunos necessitam de adaptação curricular, feito através da avaliação

psicopedagógica e psicológica, para que essa avaliação seja encaminhada ao

Page 37: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

37

professor do ensino regular. E quando há a necessidade, o aluno é inserido no

AEE (Atendimento Educacional Especializado) dentro das atividades

pertinentes a deficiência.

Esse trabalho é feito com o auxilio de uma psicopedagoga para que

possam fazer uma adaptação desse aluno na sala de aula regular, onde vão

conhecer o aluno e diagnosticar como serão trabalhadas suas necessidades

educacionais específicas, como dito por Mattos e Nuernberg (2010, p. 01) “a

atuação do psicólogo se volta à promoção de práticas educacionais que

favoreçam a participação e aprendizado de todos os alunos”. Feito isso, a

psicóloga junto com a psicopedagoga entra em contato com os professores do

aluno. E quando existe a necessidade, o aluno é inserido na sala de recursos

multifuncionais, que possui três professoras. Sobre a sala de recursos

multifuncionais:

A política de inclusão educacional do Ministério da Educação (MEC) incentiva a implantação de Sala de Recursos Multifuncionais nas escolas públicas, visando dar suporte ao sistema educacional prevendo e provendo o atendimento educacional especializado. (ARAUJO; LOPES, 2013, p. 05)

Foi perguntado como é a participação da família na escola, e segundo a

psicóloga a família é resistente, pois por vezes não comparecem quando

solicitados, também demonstrando negar a deficiência do aluno.

Alguns pais por não conseguirem aceitar que o filho tem alguma

deficiência, recusam e não autorizam que o aluno seja atendido na sala de

recursos e não comparece a escola quando são chamados. Segundo Barbosa;

Chaud e Gomes (2008, p. 02) “as dificuldades encontradas pelos familiares e a

maneira como as enfrentavam têm grande influência sobre o desenvolvimento

da criança”. Inclusive, a psicóloga relatou que realiza orientações aos familiares

de alunos com deficiência, para com os que comparecem as reuniões.

Foi perguntado também o que ela pensa a respeito da inclusão, sua

resposta,

A inclusão, inicialmente, tem facilitado a socialização dos alunos com deficiência, incluindo-os no ensino regular, além de dar suporte no que se refere à adaptação de conteúdos, fazendo assim com que todos os alunos participem da mesma atividade (entrevista com a psicóloga. Transcrição literal).

Page 38: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

38

Sobre o pensamento dela a respeito do uso da tecnologia para a inclusão,

a resposta foi que achava eficiente e importante, pois a tecnologia tem facilitado

o conhecimento e aprendizado dos alunos. Inclusive utilizam tecnologias

adaptadas, como mouse, teclado, lupa, softwares entre outras tecnologias e

tecnologias assistivas.

Outro ponto importante também da entrevista foi se ela realiza trabalhos

de orientação com os professores sobre alunos com deficiência. Afirmou que faz

e ajuda os professores na adaptação de conteúdos orientando-os, e que também

são realizadas orientações educacionais, por exemplo, explicações sobre

deficiências, como agir com os alunos, reuniões, palestras, auxiliamos os

professores a trabalharem com os alunos com deficiência em sala de aula,

através das avaliações e relatórios, dando sugestões de atividades de acordo com

a deficiência e necessidade do aluno.

Segundo Mattos e Nuernberg (2010, p. 02) “Atualmente a

implementação das políticas de educação especial na perspectiva inclusiva tem

trazido novos desafios para as práticas profissionais do psicólogo no contexto

escolar e educacional”, pois exige que o psicólogo esteja preparado e que

continue sempre se aperfeiçoando e buscando melhorar, em como trabalhar

com os diversos públicos, envolver a família do aluno e no auxílio ao professor.

4.3. OBSERVAÇÃO NÃO PARTICIPANTE EM UMA AULA DE PORTUGUÊS

A terceira parte da pesquisa foi uma observação não participante na aula

de um professor da escola, que ministra aula para um aluno com necessidades

educacionais específicas, neste caso, surdez. A técnica de observação é utilizada

em diversas áreas de conhecimento, de modo que a mesma possibilita ao

pesquisador obter informações de grupos e situações que com outras técnicas

poderiam se tornar mais complexas ou até mesmo inviáveis (FERREIRA;

TORRECILHA; MACHADO, 2012).

O método de observação é aplicado para perceber comportamentos e

acontecimentos da situação observada no momento em que eles se produzem,

não sendo necessária a interferência de pessoas ou documentos (FERREIRA;

TORRECILHA; MACHADO, 2012). Esta técnica é o instrumento de coleta de

Page 39: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

39

dados que mais fornece detalhes ao pesquisador, por poder se basear na

descrição feita e também para utilizar todos os cinco sentidos humanos, pois o

pesquisador deve permanecer atento a todos os acontecimentos (OLIVEIRA,

2010).

A observação não participante, segundo Marconi e Lakatos (2003), é o

método em que o pesquisador tem certo contato com a comunidade, grupo, ou a

realidade a ser estudada, mas sem integrar-se a ela, ou seja, ele permanece de

fora. Estará apenas notando o que está acontecendo no local, sem opinar ou

interferir em momento algum.

A escola possui uma monitora de LIBRAS (língua brasileira de sinais),

que tem a função de interprete/tradutora. Ela acompanha o professor durante

as aulas na sala do aluno surdo, fazendo a tradução do que o professor e os

colegas de classe falam no decorrer da aula, do mesmo modo que do aluno para

seus colegas e professores. “O tradutor-intérprete precisa ouvir/ver a

enunciação em uma língua (língua fonte), processá-la e passar para a outra

língua (língua alvo) no tempo da enunciação” (QUADROS, 2004, p. 11), neste

caso, libras.

A observação foi feita numa sala da sexta série, na aula de língua

portuguesa. Nesta aula, o professor utilizou o quadro branco e lápis de quadro,

já os alunos utilizaram caderno e caneta. O objetivo do professor para a aula foi

fazer a correção do dever de casa e escrever mais cinco questões no quadro para

que os alunos respondessem na sala.

Primeiramente, o professor copiou as cinco questões no quadro e os

alunos as transcreveram em seus cadernos. Após o aluno terminar de copiar, a

intérprete sentou do lado dele e explicou a atividade, ensinou novos sinais e o

ajudou a responder, já que o aluno ainda sente dificuldades com a LIBRAS, pois

fazem apenas cinco meses que a criança tem alguém lhe acompanhando e

ensinando a linguagem brasileira de sinais, antes disso ele não tinha ninguém

que o acompanhasse na aula.

Como diz Souza:

No caso da inclusão do aluno surdo em salas comuns, os entraves se multiplicam, sobretudo pelas dificuldades que se consolidam e pelas limitações impostas pelas dificuldades em relação à comunicação dos profissionais da educação com esses alunos, ou ainda o não domínio de uma língua pelos alunos

Page 40: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

40

surdos (português ou LIBRAS), que possa facilitar a comunicação dentro do ambiente escolar. (SOUZA, 2011, p. 14)

Alguns de seus colegas conseguiam de certo modo interagir com ele

através das LIBRAS, ambos não tem domínio, como é o caso da colega que

precisou do auxilio da monitora para pedir uma caneta emprestada. Desde

modo, o aluno ainda está sendo alfabetizado.

Page 41: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

41

5. CONSIDERAÇÕES

A educação inclusiva deve ocorrer de maneira especial. Ou seja, não

adianta apenas inserir o educando com deficiência na escola regular, é preciso

também que sejam respeitadas e atendidas as suas singularidades. O objetivo é

promover uma educação de qualidade para todos, respeitando as características

e necessidades específicas de cada aluno. E para isso, é imprescindível que

sejam oferecidas alternativas de ensino que atendam essas necessidades

individuais, em uma escola que ofereça tudo isso com um ambiente inclusivo e

acolhedor, onde todos possam conviver e aprender com as diferenças.

A educação inclusiva é vantajosa para todos, tanto para o aluno com

deficiência, quanto para os colegas de sala e também para o professor. Pois faz

com que todos aprendam com as diferenças e conviver com elas. Ajuda a

promover a independência do aluno o preparando para a vida. Desta forma, a

escola tem o papel de se adaptar ao aluno e não esperar que o aluno se adapte a

escola.

Como já foi tão falado sobre a necessidade de uma metodologia de ensino

mais atrativa e na quebra dos paradigmas do ensino mecânico, o gigantesco

arsenal de recursos da tecnologia da informação e comunicação abrem portas

para um ensino de qualidade e inclusivo se utilizados de forma inovadora,

colaborando com o processo de ensino e aprendizagem de todos os educandos.

Para isso, é fundamental que a escola tome atitudes para investir na formação

continuada e que cobre resultados dos professores, para que sempre

modifiquem sua metodologia de ensino e assim atendam as demandas dos

diferentes públicos.

De acordo com o estudo realizado, os professores entendem e acreditam

de maneira positiva nos resultados da educação inclusiva, e acreditam também

que as tecnologias facilitam na aprendizagem do aluno com deficiência e dos

alunos em geral e proporciona aulas lúdicas e dinâmicas. Porém, nem todos os

professores que responderam o questionário disseram que as utilizam, mesmo

sabendo que elas são importantes.

Como relatado nos estudos e também de acordo com as respostas dos

professores, parte das dificuldades para uma educação inclusiva de qualidade é

Page 42: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

42

a falta da formação continuada para os professores, onde muitos não se sentem

preparados para ministrar aulas para os diversos públicos. Ainda é preciso uma

grande mudança no currículo escolar para que a educação inclusiva aconteça da

forma esperada. Por outro lado, existe também a resistência de alguns

professores em relação ao comodismo de buscarem novas maneiras de atender

as necessidades específicas dos alunos.

De acordo com a entrevista com a psicóloga, em alguns casos os

familiares dos alunos não aceitam que este aluno seja atendido ou

acompanhado, não comparecem as reuniões, e não cobram resultados da escola.

Para que a inclusão funcione bem, é preciso a participação da família, o

empenho dos professores e as mudanças na escola.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, M. V.; LOPES, E. Sala de recursos e contraturno escolar:

entendendo as diferenças. Paraná, 2013. Disponível em:

Page 43: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

43

<http://www.uel.br/eventos/congressomultidisciplinar/pages/arquivos/anais/

2013/AT01-2013/AT01-078.pdf>. Acesso em: 20 out. 2015.

BARBOSA, M. A. M.; CHAUD, M. N.; GOMES, M. M. F. Vivências de mães

com um filho deficiente: um estudo fenomenológico. Acta paul.

enferm. [online]. V.21, n.1, p. 46-52. 11 Jul. 2007.

BELLONI, M. L. Educação a distância. 6ª edição. Campinas – SP: Autores

Associados, 2012, 127 p.

BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional: nº

7.853. Brasília: 1989.

BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº

9394/96. Brasília: 1996.

CARVALHO, R. E. Escola Inclusiva: a reorganização do trabalho. 1Ed. Porto

alegre, Editora Mediação, 2008. 152p.

CASTRO, A. ; PIMENTEL, S. Síndrome De Down: desafios e perspectivas na

inclusão escolar. 2009. http://books.scielo.org/id/rp6gk/pdf/diaz-

9788523209285-28.pdf . Acesso em 05 de abril de 2015.

CENDÓN, B. V.; MEIRELES, M. R. G. Aplicação prática dos processos de

análise de conteúdo e de análise de citações em artigos relacionados

às redes neurais artificiais. Paraná, 2010. Disponível em:

<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/viewFile/4884

/6993> Acesso em: 16 nov. 2015

DELOU, C. M. C. et al. Educação Inclusiva. 1 Ed. Paraná, IESDE Brasil S.A.

Al, 2008. 228p.

FERREIRA, L. B.; TORRECILHA N.; MACHADO, S. H. S. A técnica de

observação em estudos de administração. Rio de Janeiro, 2012.

Page 44: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

44

Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2012_EPQ482.pdf >

Acesso em: 23 nov. 2015.

FREITAS, H. Análise de dados qualitativos: aplicações e as tendências

mundiais em Sistemas de Informação. São Paulo: Revista de Administração da

USP, RAUSP, v. 35, n. 4. p.84-102. Out-Dez. 2000.

GALVÃO FILHO, T. A. A Tecnologia Assistiva: de que se trata?. Redes

Editora. Porto Alegre. 1 ed. p. 207-235, 2009. Disponível em:

<www.galvaofilho.net/assistiva.pdf> Acesso em: 29 out. 2015

GARCIA, F. W. A importância do uso das tecnologias no processo de ensino-

aprendizagem. São Paulo, 2013. Disponível em:

<http://claretianorc.com.br/download?caminho=upload/cms/revista/sumarios

/177.pdf&arquivo=sumario2.pdf> Acesso em: 12 out. 2015.

GIBBS, G. R. Análise de dados qualitativos. 1. Ed. Porto Alegre: Artmed,

2009. 165p.

GIROTO, C. R. M.; POKER, R. B.; OMOTE, S. As tecnologias nas práticas

pedagógicas inclusivas. 1. Ed. São Paulo: Cultura acadêmica, 2012. 238p.

GLAT, R.; FERNANDES, E. M. In: Inclusão – Revista da educação especial.

Ano 1, n.1, 2015 MEC/Seesp.

PASSERINO, L. M.; MONTARDO, S. P.; Inclusão social via acessibilidade

digital: proposta de inclusão digital para pessoas com necessidades especiais.

Rio Grande do Sul, 2007. Disponível em:

<http://compos.org.br/seer/index.php/e-compos/article/viewArticle/144>.

Acesso em: 14 out. 2015.

HAYASHI, M. C. P. I. et al. competências informacionais para utilização

da análise bibliométrica em educação e educação especial. educação

temática digital. V.7, n.1, p.11-27, dez. 2005.

Page 45: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

45

INEP. Censo Escolar. (2011) Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira, em: <http://portal.inep.gov.br/basica-censo>.

Acesso em: 22 set. 2015.

LUIZ, F. et al. A inclusão da criança com síndrome de down na rede

regular de ensino: desafios e possibilidades. 2008.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

65382008000300011. Acesso em 05 de abril de 2015.

MARCONI, A. M.; LAKATOS. Fundamentos de metodologia científica.

5.Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2003. 311p.

MARLENE, R. A educação especial e a educação inclusiva:

compreensões necessárias. Rio Grande Do Sul, 2009. Disponível em: <

https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ca

d=rja&uact=8&ved=0CCEQFjAAahUKEwiU7KHX4pfIAhXMEZAKHU2QBAY&

url=https%3A%2F%2Fonline.unisc.br%2Fseer%2Findex.php%2Freflex%2Farti

cle%2Fdownload%2F918%2F665&usg=AFQjCNEBU_2Kxr2FwD4W9CkBo9jTP

Kda5w&sig2=Mf8snjCfbdb7bP1Gr7X1MA&bvm=bv.103388427,d.Y2I > Acesso

em: 28 set. 2015.

MATTOS, F. A. M.; CHAGAS, G. J. N. Desafios para a inclusão digital no

Brasil. Respectivas em Ciência da Informação. V.13. n.1, p. 67-97.

jan./abr. 2008.

MATTOS, L. K.; NUERNBERG, A. H. A intervenção do psicólogo em

contextos de educação especial na grande Florianópolis. Revista

brasileira de educação especial [online]. V. 16, n.2, p. 197-214. Mai~agos. 2010.

MENDES, E. G. Breve histórico da educação especial no Brasil. São

Paulo, 2010. Disponível em:

<http://aprendeenlinea.udea.edu.co/revistas/index.php/revistaeyp/article/vie

w/9842/9041 > Aceso em 27 set. 2015.

Page 46: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

46

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial

na Educação Básica. Parecer CEB/CNE 17/2001, homologação publicada no

DOU 17/08/2001, Seção 1, p. 46. Resolução CNE/CEB 02/2001, publicada no

DOU 14/09/2001, Seção 1, p. 39.

MIRANDA, T.G.; GALVÃO FILHO, T. A. O professor e a educação

inclusiva: formação, práticas e lugares. Salvador: Editora da Universidade

Federal da Bahia, 2012. 497p.

MORAN, J. Mudar a forma de ensinar e de aprender: Transformar as

aulas em pesquisa e comunicação presencial-virtual. Revista Interações, São

Paulo. V.5, p.57-72. 2000.

MOZZATO, A. R.; GRZYBOVSKI, D. Análise de Conteúdo como Técnica

de Análise de Dados Qualitativos no Campo da Administração:

Potencial e Desafios. Paraná, 2011. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/rac/v15n4/a10v15n4.pdf> Acesso em 16 nov. 2015>

acesso em: 15 nov. 2015.

OLIVEIRA, A. A. Observação e entrevista em pesquisa qualitativa.

Revista FACEVV, Alagoas. N. 4. p. 22-27. Jan./Jun. 2010.

OLIVER, F. C.; VARELA, R. C. B. A utilização de Tecnologia Assistiva na

vida cotidiana de crianças com deficiência. São Paulo, 2012. Disponível

em: <http://www.scielosp.org/pdf/csc/v18n6/28.pdf> Acesso em: 27 set. 2015.

OMOTE, S. A integração do deficiente: um pseudo-problema

científico. Temas psicol. V.3, n.2, p. 55-62. 1995.

PLETSCH, M. D. A formação de professores para a educação inclusiva:

legislação, diretrizes políticas e resultados de pesquisas. Paraná, 2009.

Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-

40602009000100010&script=sci_arttext> Acesso em: 02 nov. 2015.

Page 47: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

47

QUADROS, R. M. Brasília O tradutor e intérprete de língua brasileira

de sinais e língua portuguesa: programa nacional de apoio à educação de

surdos. Brasília, 2004. Disponível em: <

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/tradutorlibras.pdf> Acesso em:

24 nov. 2015.

QUEIROZ, L. R. S. Pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa:

Perspectivas para o campo da etnomusicologia. N.2, p. 87-98. Novembro 2006.

RODRIGUES, M. B.; BOUCHERVILLE, G. C. A importância da inclusão

digital no ambiente escolar e na aprendizagem. Roraima, 2013.

Disponível em:

<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&

cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj3vqrB4q_JAhUFl5AKHYwfClUQFggoMAI&u

rl=http%3A%2F%2Fufrr.br%2Fpedagogia%2Findex.php%3Foption%3Dcom_p

hocadownload%26view%3Dcategory%26download%3D110%3Amarilia-batista-

rodrigues%26id%3D18%3A2013-

2%26Itemid%3D211&usg=AFQjCNFK_o9nRorgQHRBa3UgOAHoP2yebg&sig2

=f1YlgAqeyjwO3i2XW7ZNBA&bvm=bv.108194040,d.Y2I> Acesso em: 25 nov.

2015.

ROSA, L. “Escola virtual” para a educação especial: ambientes de

aprendizagem telemáticos cooperativos como alternativa de desenvolvimento.

1997.

http://www.educacaoparavida.com/resources/Escola%20Virtual%20para%20a

%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20Especial.pdf Acesso em 19 de junho de 2015.

SANCHES, I. Compreender, Agir, Mudar, Incluir. Da investigação-acção è

educação inclusiva. Revista Lusófona de Educação, América do Norte, 2005.

Disponível em:

<http://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/1015/835>.

Acesso em: 12 Nov. 2015.

Page 48: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

48

SANT’ANA, I. M. Educação inclusiva: concepções de professores e diretores.

Psicologia em Estudo. Paraná, V. 10. n. 2. p. 227-234, mai./ago. 2005.

SILVA, A. P. M.; ARRUDA, A. L. M. M. O papel do professor diante da

inclusão escolar. São Paulo. Revista Eletrônica Saberes da Educação. V.5. n.

1. p. 1-30. 2014.

SILVA, M. et al. Processos cognitivos e plasticidade cerebral na

Síndrome de Down. 2006. http://bases.bireme.br/cgi-

bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS

&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=437491&indexSearch=ID Acesso em 20

de março de 2015.

SOUZA, S. V. Consultoria colaborativa: possibilidades e limites para a

prática pedagógica do professor da sala comum com alunos surdos inclusos.

Alagoas. 2011

SOUZA, S. V. A pesquisa colaborativa como possibilidade para a

construção da escola inclusiva. In: V congresso brasileiro

multidisciplinar e educação especial, n.49, 2009. Paraná. Fundação de

Amparo a Pesquisa, 3-6 nov. 399-406p.

STAINBACK, S.; STAINBACK, W. Inclusão: Um Guia para Educadores. ed.1.

Porto Alegre, Artmed, 1999. 456p.

SANT'ANNA. M. Conviver com a Sindrome de Down em escola

inclusiva. Marília Oct./Dec. 2012.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-

65382012000400012&script=sci_arttext Acesso em 03 de março de 2015.

ZULIAN, M. S.; FREITAS, S. N. Formação de professores na educação

inclusiva: aprendendo a viver, criar, pensar e ensinar de outro modo.

Revista Educação especial, ed. 2001, n.18, p.1-7, 2001.

Page 49: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

49

APÊNDICE

Apêndice 1: questionário

Page 50: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

50

ANEXOS

Figura 5: tecnologia assistiva: lupa para alunos com baixa visão

Figura 6: Sala de recursos multifuncionais

Page 51: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

51

Figura 7: Computadores adaptados

Figura 8: Sala de recursos multifuncionais

Page 52: Universidade de Pernambuco - UPE Campus Garanhuns ...€¦ · positivamente na inclusão, e que acham importante o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem e em outros

52

Figura 9: Sala que foi realizada a observação