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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LEONARDO MASSAHARU OURA TRATAMENTO DA ANEMIA FERROPRIVA PELA MTC (MEDICINA TRADICIONAL CHINESA) Mogi das Cruzes, SP. 2015

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

LEONARDO MASSAHARU OURA

TRATAMENTO DA ANEMIA FERROPRIVA PELA MTC

(MEDICINA TRADICIONAL CHINESA)

Mogi das Cruzes, SP.

2015

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

LEONARDO MASSAHARU OURA

TRATAMENTO DA ANEMIA FERROPRIVA PELA MTC

(MEDICINA TRADICIONAL CHINESA)

Monografia apresentada ao Programa de Pós-

Graduação da Universidade de Mogi das

Cruzes, como parte dos requisitos para a

obtenção do título de Especialista em

Acupuntura.

Orientadoras: Prof.ª Ms. Romana de Souza Franco e

Prof.ª Ms. Bernadete Nunes Stolai

Mogi das Cruzes, SP.

2015

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

LEONARDO MASSAHARU OURA

TRATAMENTO DA ANEMIA FERROPRIVA PELA MTC

(MEDICINA TRADICIONAL CHINESA)

Monografia apresentada ao Programa de Pós-

Graduação da Universidade de Mogi das

Cruzes, como parte dos requisitos para a

obtenção do título de Especialista em

Acupuntura.

Aprovado em...........................

BANCA EXAMINADORA:

Profa. Ms. Romana de Souza Franco

UMC – UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

Profa. Ms. Bernadete Nunes Stolai

UMC – UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

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Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus pais, Sr. Sadaharu Oura e

Sra. Eliza Hirose Oura, pelo carinho e amor, que doaram

um pouco de suas vidas por mim. Amo muito vocês, são as

coisas mais preciosa que eu tenho!!

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AGRADECIMENTOS

A Deus,

Aos meus pais, meus irmãos, pelo carinho, apoio.................por

tudo que vocês fizeram por mim,

Aos meus tios e tias, primos, primas, e amigos pelos momentos

alegres,

Aos meus avôs, por ensinar o significado do amor pelo trabalho, e

muitas outras experiência de vida,

A universidade de Mogi das Cruzes, pela convivência durante

esses dois anos e seis meses... e agradecer aos Funcionários,

Aos professores Bernadete, Luís Alfredo, Luís Leonelli, Romana e

aos professores convidados,

Aos meus colegas da turma 15 e 16 do curso da Pós de

Acupuntura, Alessandra, Andrea, Esdras, Fabiana, Josiane,

Larissa, Luís, Maria Claudia, Pamela, Claudia, Mara, Walter e

Natália, pelo convívio e pelas experiências....

Aos Pacientes, pelas experiências e pela contribuição científica.

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“Aprender é a única coisa de que a mente nunca

se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”.

Leonardo da Vinci

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RESUMO

A anemia ferropriva é a carência nutricional mais prevalente no mundo, acometendo mais de

600 milhões de pessoas, diante de um caso de anemia hipocrômica e microcítica. Embora a

principal causa da anemia seja a deficiência de ferro, há muitos outros fatores envolvidos na

sua etiologia. A anemia ferropriva se instala de modo lento e progressivo, em primeiro estádio

de depleção de ferro. As maiores causas de anemia ferropriva estão associadas a

sangramentos, sejam por verminoses espoliativas, varizes esofagianas, úlceras, hemorroidas,

carcinoma do estômago e colón. Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), Sangue (Xue) é

considerado uma substância fundamental que compõe o corpo humano, é uma forma densa e

material de Qi; funções e inter-relações entre o Zang Fu é a base material da formação do

Sangue, assim como a circulação de Qi e Yin e Yang demonstração são o substrato das

atividades de Sangue. Patologias de Sangue são caracterizadas de acordo com a síndrome

atribuída à deficiência do Sangue e estão associados à perda de vitalidade geral, insônia,

distúrbios visuais e Shen (atividades mentais). O objetivo deste trabalho tem como finalidade

de realizar um levantamento bibliográfico sobre anemia ferropriva descrevendo suas

principais características, formas de diagnóstico e tratamento com Medicina Ocidental e o uso

da Acupuntura ou Medicina Tradicional Chinesa no tratamento da anemia abordando os

aspectos considerados relevantes para compreensão desta enfermidade, e salientando os

conhecimentos. A tonificação de Xue propriamente também pode ser feita com estimulação de

Acupontos B17 ponto de influência do Sangue, B18 ponto associação do Fígado, B23 ponto

associação do Rim e com VB39 ponto de influência da medula. Através da Fitoterapia,

Acupuntura e Moxabustão em todas as suas facetas é possível oferecer aos pacientes um

gerenciamento abrangente de suas doenças. Com base nas pesquisas, o tratamento das

anemias com acupuntura mostrou-se eficaz e deve ser considerado. Por conseguinte, a fim de

alcançar uma verdadeira integração da medicina, é necessário continuar a análise e

investigação necessária para compreender os mecanismos e o alcance do MTC em um

contexto moderno. No tratamento das manifestações de deficiências nutricionais e produção

de Sangue, os Acupontos mais utilizados pelos autores pesquisados foram: BP6, VC4, VC6,

E36, VC12, BP3, BP10, B20 e B21.

Palavras chave: Anemia, Sangue, MTC, Acupuntura, Fitoterapia.

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ABSTRAT

Iron deficiency anemia is the most prevalent nutritional deficiency in the world, affecting

more than 600 million people, on a case hypochromic and microcytic anemia. Although the

primary cause of anemia is iron deficiency, there are many other factors involved in its

etiology. Iron deficiency anemia sets in slowly and progressively in the first stage of iron

depletion. The major causes of iron deficiency anemia are associated with bleeding, either by

worms exploitative, esophageal varices, ulcers, hemorrhoids, and stomach and colon

carcinoma. In Traditional Chinese Medicine (TCM), Blood (Xue) is considered a fundamental

substance that makes up the human body, it is a dense form and Qi material; functions and

inter-relationships between the Zang Fu is the base material of the formation of blood, as well

as the circulation of Qi and Yin and Yang statement is the substrate of Blood activities. Blood

disorders are characterized according to the syndrome attributed to deficiency of blood and

are associated with loss of overall vitality, insomnia, visual disturbances and Shen (mental

activities). This paper aims to conduct a literature review on iron deficiency anemia

describing their main characteristics, ways of diagnosis and treatment with Western medicine

and the use of acupuncture or traditional Chinese medicine in the treatment of anemia

addressing aspects relevant to understanding this disease and stressing the knowledge. The

toning Xue properly can also be done with stimulation Acupoint BL17 point of influence of

Blood, BL18 association point of the Liver, Kidney Association BL 23 point and GB39 point

of bone marrow influence. Through Herbal Medicine, Acupuncture and moxibustion in all its

facets is possible to offer patients a comprehensive management of their disease. Based on

research, treatment of anemia with acupuncture was effective and should be considered.

Therefore, in order to achieve a true integration of medicine, it is necessary to further analysis

and research needed to understand the mechanisms and the scope of MTC in a modern

context. In the treatment of the manifestations of nutritional deficiencies and production of

Blood, the Acupoint most used by the authors surveyed were: SP6, CV4, CV6, ST36, VC12,

SP3, SP10, BL20 and BL21.

Keywords: Anemia, Blood, TCM, acupuncture, herbal medicine.

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LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

MTC Medicina Tradicional Chinesa

VC Vaso Concepção

VG Vaso Governador

E Estômago

BP Baço/Pâncreas

B Bexiga

VB Vesícula Biliar

IG Intestino Grosso

C Coração

R Rim

Pe Pericárdio

Hb Hemoglobina

HbA Hemoglobina A

EPO Eritropoietina

CO2

Dióxido de Carbono

O2 Oxigênio

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

USP Universidade de São Paulo

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UNICAMP Universidade de Campinas

UNESP Universidade Estadual de São Paulo

ABNT Associação de Normas Técnicas

kg Quilograma

µg Micrograma

mg Miligrama

g Grama

mL Mililitro

L Litro

dL Decilitro

fL Fentolitros

mm3

Milímetro cúbico

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% Porcentagem

IDR Ingestão Diária Recomendada

IX Nove

UNICEF United Nations Children's Fund

δ Delta

γ Gama

β Beta

α Alfa

˂ Menor

VCM Volume Corpuscular Média

HCM Hemoglobina Corpuscular Média

CHCM Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média

RDW Red Cell Distribution Width

WHO World Health Organization

SUS Sistema Único de Saúde

RA Radix Astragali

RAS Radix Angelicae Sinensis

DBT Danggui Buxue Tang

DGSYS Dang-Gui-Shao-Yao-San

HIF Fator Induzível de Hipóxia

HRE Elemento de Resposta da Hipóxia

mRNA RNA mensageiro (ácido ribonucleico)

CFU-GM Unidade de formação colônia de granulócitos-macrófagos

CFU-E Unidade de formação colônia de eritrócitos

IL Interleucina

TNF Fator de Necrose Tumoral

CTX Ciclofosfamida

ROS Secreção Reativa Espécies de Oxigénio

GM-CSF Fator estimulador de colônia estimulando granulócito- macrófago

TGF-B Fator de transformação do crescimento beta

et al Et alii é uma expressão latina que significa "e outros".

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 11

2 METODOLOGIA .......................................................................... 13

3 ANEMIA FERROPRIVA ............................................................. 14

3.1 HEMÁCIAS .................................................................................... 15

3.1.1 Hemoglobina ............................................................................................................... 16

3.1.2 Síntese do ferro ........................................................................................................... 16

3.1.3. Síntese da globina ...................................................................................................... 17

3.2 ETIOLOGIA ................................................................................................ 18

3.3 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS ........................................................... 18

3.4 DIAGNÓSTICOS LABORATORIAIS DA ANEMIA FERROPRIVA 19

3.5 TRATAMENTO .......................................................................................... 20

4 ANEMIA NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA .......... 21

4.1 SANGUE E SHEN ....................................................................................... 21

4.2 CIRCULAÇÃO DO SANGUE................................................................... 22

4.3 RELAÇÃO ENTRE QI E XUE .................................................................. 22

4.4 DEFICIÊNCIA DE SANGUE .................................................................... 23

4.4.1 Deficiência de Sangue do Coração ........................................................................... 24

4.4.2 Deficiência do Yang do Coração ............................................................................... 24

4.4.3 Deficiência de Sangue do Pericárdio ........................................................................ 25

4.4.4 Deficiência do Sangue do Fígado .............................................................................. 25

4.4.5 Ascendência ou Subida do Yang do Fígado ............................................................. 26

4.4.6 Deficiência do Sangue do Baço ................................................................................. 27

5 FITOTERAPIA .............................................................................. 28

6 TRATAMENTOS .......................................................................... 30

6.1 TRATAMENTOS COM ACUPUNTURA ........................................... 30

6.2 TRATAMENTOS COM FITOTERAPIA ........................................... 32

7. CONCLUSÃO ............................................................................... 38

REFERÊNCIAS ................................................................................ 39

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1 INTRODUÇÃO

A anemia ferropriva é a carência nutricional mais prevalente no mundo, acarretando

prejuízos a curto e longo prazo no desenvolvimento neuropsicomotor e aprendizagem em

crianças, além de comportamento na resposta do sistema imunológico. (DEPARTAMENTO

CIENTÍFICO DE NUTROLOGIA, 2007). Como a anemia ferropriva é a doença mais

frequente do mundo, acometendo mais de 600 milhões de pessoas, diante de um caso de

anemia hipocrômica e microcítica, iniciamos a investigação pela análise dos estoques de

Ferro. (LORENZI, p.200, 2006).

A anemia é uma redução na capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue em geral

devido à redução da massa de hemácias circulantes, são refletidas pelo baixo hematócrito e

redução na concentração de hemoglobina no sangue. (KUMAR, et al, p.655, 2010). A

hemoglobina (Hb) é o principal componente dos eritrócitos ou das hemácias, é uma proteína

conjugada que serve como veículo para transporte do oxigênio (O2) e do dióxido de carbono

(CO2). A principal função da hemoglobina é o transporte do oxigênio dos pulmões para os

tecidos. (HENRY, p.559, 2008).

As pessoas anêmicas apresentam cansaço, fadiga e desatenção. E como consequências

são os baixos rendimentos escolares e mais susceptíveis a infecções e em casos mais severa

afeta o desenvolvimento intelectual. A abrangência de seus fatores de risco é importante à

ingestão adequada de alimentos com fontes de ferro. (CARVALHO, M.F, 2010)

Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) o Sangue (Xue) é uma forma de Qi mais

denso e material que o próprio Qi, inseparável deste, mais Yin e tem a função de nutrir e

umedecer o organismo, permitindo o umedecimento dos tecidos corpóreos, além de

complementar a ação nutriente do Qi. Em casos de Deficiência de Sangue (Xue), o Shen

(consciência), sem base material, torna-se-á inquieto e infeliz. (MARTINS E LEONELLI,

p.21, 2004). Na visão da MTC, o Estômago está ligado ao Baço e é responsável pelo

recebimento e maturação dos alimentos. Ele representa o início do processo digestivo e seu

funcionamento age como um complemento Yang à função Yin do Baço. Se o Estômago

encontra-se débil na sua habilidade de preparar os alimentos para a digestão, o Baço fica

incapaz de criar Qi e Sangue suficiente, levando ao enfraquecimento ou desequilíbrio de

outros órgãos. (CARVALHO, A.S, 2010). A principal fonte do Sangue é o Yong Qi (Qi

Nutritivo) gerado por matérias substanciais da água e dos alimentos digeridos pelo Estômago

e pelo Baço/ Pâncreas. O Yin Qi sobe pelos Canais até o Pulmão, Coração e o Fígado. Nos

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vasos sanguíneos, Yong Qi reúne-se com os líquidos para se converter em Sangue. O Ying Qi

é à base do Sangue e os líquidos também fazem parte do Sangue. O Sangue origina-se

primeiro das Essências inatas; depois do nascimento, tem como fonte, o Qi e Energia

essencial adquirida e o Sangue gera-se mutuamente. Finalmente, o Sangue tem como base

material as matérias substâncias da água e dos alimentos, o Yong Qi e a medula óssea são

produzidos associando-se a todos os líquidos orgânicos. (MACIOCIA, p.50, 2007).

O tratamento das anemias na MTC envolve alguns aspectos comuns independente da

etiologia primária que a deflagrou. Por se tratar frequentemente de deficiência de Yang, o

princípio básico da terapêutica envolve, portanto a tonificação. Dos órgãos relacionados com

a síntese de Xue. Estes órgãos podem ser estimulados por meio de tonificação do Yang com

Moxabustão ou Eletroacupuntura. (NUNES, 2010).

Compreende-se que o organismo frente a uma anemia se mobiliza e acelera o processo

de produção de sangue, porém muitas vezes estas respostas podem ser lentas. Diante disso,

um tratamento adjuvante nas anemias é sempre considerado importante, uma vez que a

Acupuntura pode contribuir no tratamento do indivíduo como todo. (SILVA, et al, 2012).

Este trabalho tem como finalidade de realizar um levantamento bibliográfico sobre

Anemia Ferropriva descrevendo suas principais características, formas de diagnóstico e

tratamento com Medicina Ocidental e o uso da Acupuntura ou Medicina Tradicional Chinesa

no tratamento da Anemia abordando os aspectos considerados relevantes para compreensão

desta enfermidade, e salientando os conhecimentos.

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2 METODOLOGIA

Levantamento bibliográfico relacionado com o tema com delimitação de ano de 2004 a

2014, pesquisados artigos científicos nacionais e internacionais, das mais importantes revistas

científicas indexadas em sites de confiança como Portal CAPES, Scielo, Pubmed, Elsevier,

Bireme e banco de teses e dissertações da Universidade de São Paulo (USP), Universidade

Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) e

Universidade de Campinas (UNICAMP).

A presente monografia foi escrita seguindo as normas da ABNT e de acordo com o

Manual de Trabalhos Acadêmicos da Universidade de Mogi das Cruzes.

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3 ANEMIA FERROPRIVA

A anemia ferropriva segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2004; BRASIL, 2005a)

pode ser definida como uma baixa concentração de hemoglobina no sangue em decorrência

do déficit de ingestão de nutrientes essenciais para sua síntese, no caso o ferro.

A anemia ferropriva se instala de modo lento e progressivo, em primeiro estádio de

depleção de ferro, os depósitos tendem a se esvaziar, como por exemplo, a diminuição do

ferro nos macrófagos medulares e também da ferritina do plasma. (LORENZI, p.201, 2006)

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a anemia é uma das principais endemias no

mundo, afetando principalmente crianças abaixo de 2 anos de vida, gestantes e idosos. Porém

a UNICEF estima que, na América Latina, 50% das gestantes e crianças sejam afetadas, sendo

que, na infância, 90% dos casos são de anemia ferropriva. Os limites mínimos permitidos ao

nível do mar são de 14 g/dL de hemoglobinas para homens, 12 g/dL hemoglobinas para

mulheres e 11 g/dL hemoglobinas para crianças e grávidas. (CARNEIRO, p.41, 2008;

OLIVEIRA E NETO, p.25, 2004).

Segundo Oliveira e Neto (2004) as maiores causas de anemia ferropriva estão

associadas a sangramentos, seja por verminoses espoliativas, varizes esofagianas, úlceras,

hemorroidas, carcinomas de estômago e cólon.

Nas mulheres, a perda menstrual excessiva é causa de anemia ferropriva, devendo

sempre se quantificar o fluxo menstrual, bem como sua duração. Outras causas raras de

anemia ferropriva são as perdas de sangue pelo trato urinário, secundárias à hemossiderose

pulmonar e por doações de sangue frequentes (CARNEIRO, p.56, 2008).

No Brasil, a anemia ocorre em cerca de 40 a 50% das crianças menores de cinco anos,

não havendo diferenças entre as macrorregiões. Seu comportamento endêmico permite que

crianças e mães sejam afetadas, independentemente das condições socioeconômicas.

(DEPARTAMENTO CIENTÍFICO DE NUTROLOGIA, 2007).

No ano de 2001, o Ministério da Saúde determinou obrigatória a adição de ferro (30%

IDR ou 4,2 mg/100 g) e ácido fólico (70% IDR ou 150 µg) nas farinhas de milho e trigo. A

fortificação deixa de ser facultativa e passa a ser obrigatória. Essa medida tem o objetivo de

aumentar a disponibilidade de alimentos ricos em ferro e ácido fólico para a população

brasileira e, assim, contribuir para a redução da prevalência de anemia e defeitos do tudo

neural no Brasil. (BRASIL, 2012).

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No Brasil, não há levantamento nacional da prevalência de anemia, somente estudos,

em diferentes regiões, que mostram alta prevalência da doença, estimando-se que cerca de 4,8

milhões de pré- escolares sejam atingidos pela doença. (JORDÃO, et al, 2008).

3.1 HEMÁCIAS

É uma célula anucleada, constituída por uma bicamada lipídica na qual estão inseridas

de proteínas transmembrana, um conteúdo citoplasmático restrito à proteína hemoglobina,

enzimas, íons e água. Sua forma na circulação é de um disco bicôncavo (discócito), com

diâmetro de 7,2 a 8,2 µm, espessura mais externa (borda) de 2,3 a 2,8 µm e espessura mais

interna (centro) de 0,5 a 0,11 µm. Perfaz um volume médio de aproximadamente 90

fentolitros (fL) (80 a 100 fL). (OLIVEIRA E NETO, p.29, 2004).

A principal função das hemácias, também conhecidas como eritrócitos, consiste no

transporte de hemoglobina (Hb) que, por sua vez, leva oxigênio dos pulmões para os tecidos.

As hemácias desempenham outras funções além do transporte da hemoglobina, como tampão

acidobásico, a hemácia é responsável pela maior parte da capacidade de tamponamento

acidobásico de todo o sangue. (GUYTON, HALL, p.419, 2006).

Figura 1: Hemácias

Fonte: OLIVEIRA, 2013.

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16

3.1.1 Hemoglobina

A hemoglobina é a molécula responsável pelo transporte de oxigênio aos tecidos. É

formada por uma parte inorgânica (heme = ferro + porfirina) e uma parte protéica, as cadeias

globínicas. (OLIVEIRA E NETO, p.37, 2004).

A síntese de hemoglobina começa nos eritroblastos (hemácias jovens) e prossegue até

mesmo no estágio de reticulócitos. Quando os reticulócitos deixam a medula óssea e penetram

na corrente sanguínea, continuam formando quantidades diminutas de hemoglobina, até que,

após um dia ou mais, se transformem em hemácias maduras. (GUYTON, HALL, p. 424,

2006).

A hemoglobina é uma substância com peso molecular de 64.500 dáltons, pigmentada e

formada por duas: 1ª porção que contém ferro, denominada de heme e 2ª porção de proteína,

denominada de globina. (LORENZI, p.56, 2006).

Hemoglobina humana é um tetrâmero que, na hemoglobina A do adulto (HbA), é

composto por duas cadeias Alfa (α) e duas Beta (β). (CARNEIRO, p.5, 2008).

Figura 2 – Estrutura molecular da hemoglobina

Fonte: JUBILUT, 2012.

3.1.2 Síntese do ferro

O ferro é essencial na constituição de várias proteínas e compostos no organismo

humano. A hemoglobina tem, no grupo heme, o ferro incluso em sua estrutura, sendo este o

sítio de transporte do oxigênio nas hemácias. (CARNEIRO, p.41, 2008).

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17

Mais de 65% do ferro corporal encontra-se na hemoglobina, cuja principal função é o

transporte de oxigênio e gás carbônico. Na hemoglobina, um átomo de ferro divalente

encontra-se no centro do núcleo tetrapirrílico (protoporfirina IX), formando-se o núcleo heme.

O ferro, portanto, é indispensável na formação da hemoglobina. (QUEIROZ et al, 2000).

A absorção do ferro ocorre no intestino delgado, prioritariamente no duodeno. A forma

férrica, presente na maioria dos alimentos, ligada a moléculas orgânicas e inorgânicas, sob a

ação da acidez gástrica e de enzimas hidrolíticas intestinais, transforma-se na forma ferrosa,

que será prontamente absorvida. A absorção pode ser influenciada pelo estado nutricional

relativa ao ferro, fatores dietéticos, transporte entre órgãos, captação nos tecidos e utilização

intracelular de ferro. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2007).

O ferro férrico (+3) ingerido liga-se à mucina, é carreado até o intestino, onde é

reduzido a ferroso (+2) e absorvido na altura do duodeno. É captado pela transferrina, que faz

seu transporte no sangue para os tecidos de utilização (medula óssea, epiderme, etc.) e

depósito (ferritina, hemossiderina). (OLIVEIRA E NETO, p.51, 2004).

O ferro é um mineral vital para a homeostase celular. É componente essencial para a

formação da molécula heme e participa da formação de diversas proteínas. Na forma de

hemoproteína, é fundamental para o transporte de oxigênio, geração de energia celular e

detoxificação. (GROTTO, 2010).

O ferro intracelular restante é ligado à ferritina e subsequentemente excretado nas fezes

quando o epitélio é descamado durante o giro normal. A homeostasia do ferro é regulada em

parte pela hepcidina, um pequeno polipeptídeo derivado do fígado que bloqueia a captação

duodenal de ferro ao inibir a atividade da ferroportina. (KUMAR, et al, 2010).

3.1.3. Síntese da globina

A formação da globina é comandada por genes das células eritroblásticas, existindo

quatro diferentes genes capazes de comandar a síntese dos quatros cadeias polipeptídicas que

formam as globinas normais no indivíduo adulto. Essas cadeias polipeptídicas são

denominadas alfa (α), beta (β), gama (γ) e delta (δ). As moléculas dos quatro tipos de globinas

são chamadas também de monômeros e se associam inicialmente em pares – dímeros – e

depois em quatro cadeias, formando os tetrâmeros. (LORENZI, p.59, 2006). A hemoglobina

do adulto contém dois tipos de globinas duas cadeias α (cada uma 141 resíduos) e duas

cadeias β (cada uma de 146 resíduos). (NELSON, COX, p.158, 2006).

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3.2 ETIOLOGIA

A maioria dos casos de anemias em nosso meio, especialmente entre as pessoas de

nível socioeconômico baixo, é de tipo Carencial e Ferropênico. De modo geral, a anemia das

pessoas jovens e do sexo feminino é decorrente da deficiência do ferro alimentar ou de

infestação parasitária ou nas gastrites crônicas provocadas pelo Helicobacter pylori pode

haver anemia ferropênica. (LORENZI, p.203, 2006). A anemia ferropriva representa a

deficiência nutricional de maior prevalência no mundo. Por afetar a produção de

hemoglobina, uma proteína citoplasmática, suas características morfológicas são a

microcitose e a hipocromia. (TEXEIRA, 2006). A principal causa de anemia ferropriva é a

perda excessiva de sangue, na maioria das vezes de origem gastrintestinal. Balanço negativo

de ferro e consequente anemia podem resultar de baixa ingestão dietética, má- absorção

demanda excessiva e perda sanguínea. (CARNEIRO, p.56, 2008). Perda sanguínea crônica é a

causa mais importante de anemia por deficiência de ferro no mundo ocidental; a perda pode

ocorrer pelo trato gastrointestinal (por exemplo: úlcera péptica, câncer do cólon, hemorroidas,

doença ancilostomótica) ou pelo trato genital feminino (por exemplo: menorragia,

metrorragia, cânceres). (KUMAR, et al, 2010).

3.3 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

As características clínicas da deficiência de ferro são geralmente similares a outras

anemias, porém há três achados incomuns e distintos: coiloníquia pica e esclera azul.

(TKACHUK, HIRSCHMANN, 2010).

Sintomas gerais como palidez, cansaço, adinamia, sonolência, cefaleia, tonturas,

dispnéia e claudicação são bastante comuns. Outros sintomas como gastrite atrófica, glossite e

atrofia papilar, coloníquia, estomatite e queilite angular são mais raros e denotam a falta de

ferro em tecidos com alto índice de proliferação, como o trato gastrintestinal e pele.

(CARNEIRO, p.57, 2008).

Os sintomas mais frequentes relatados são irritabilidade, apatia, anorexia, fadiga,

diminuição da capacidade física e cefaleia. Uma vez que o ferro está envolvido em diversas

reações metabólicas e oxidativas do organismo, além de serem essenciais para replicação

celular, na deficiência desse metal outros sinais e sintomas pode estar presentes, como

alterações gastrointestinais, menor tolerância aos exercícios em indivíduos adultos e

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alterações no crescimento e desenvolvimento. (BRAGA, et al, 2009; BRAGA e VITALLE,

2010). Os achados hematológicos consistem em anemia com microcitose e hipocromia, sendo

importante o diagnóstico diferencial com as talassemias, que apresentam as mesmas

características morfológicas. (KUMAR, et al, 2010).

3.4 DIAGNÓSTICOS LABORATORIAIS DA ANEMIA FERROPRIVA

A anemia ferropriva é causa mais comum de anemia microcítica. Caracteriza-se pela

diminuição do volume corpuscular médio (VCM), geralmente acompanhada pela diminuição

da hemoglobina corpuscular média (HCM) e da concentração de hemoglobina corpuscular

média (CHCM), caracterizando a presença de hipocromia associada. (VICARI,

FIGUEIREDO, 2010). Outros parâmetros constantes do hemograma seriam o RDW (red cell

distribution width), que é uma medida da anisocitose e está elevado na anemia ferropriva, e os

parâmetros relacionados aos reticulócitos, que fornecem informações sobre o nível de

atividade eritropoética da medula. (GROTTO, 2010).

Figura 3 – Lâmina de esfregaço de sangue com hemácias hipocrômico e microcítica.

Fonte: CÂMARA, 2010.

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O estado nutricional de ferro pode ser avaliado por outros exames laboratoriais, em

acréscimo ao hemograma. Os vários testes disponíveis frequentemente refletem diferentes

aspectos do metabolismo do ferro: deficiência de ferro armazenado (ferritina); deficiência de

ferro em transporte (dosagens de transferrina, índice de saturação da transferrina,

protoporfirina eritrocitária livre e do receptor de transferrina). (DEPARTAMENTO

CIENTÍFICO DE NUTROLOGIA, 2007).

Na anemia por deficiência de ferro, o ferro sérico está reduzido, a capacidade total de

ligação do ferro está elevada e a saturação é ˂ 20%. A ferritina sérica está reduzida.

Geralmente, o diagnóstico é estabelecido por estes testes, mas, também pode ser obtido por

uma amostra da medula óssea para coloração de ferro. (TKACHUK, HIRSCHMANN, 2010).

A ferritina, que reproduz a quantidade de ferro nos estoques, é também uma proteína

que aumenta em processos inflamatórios. Portanto, valores abaixo de 30 µg/L são indicadores

de diagnóstico de deficiência de ferro. (CARNEIRO, p.58, 2008).

3.5 TRATAMENTO

O tratamento da anemia ferropriva consiste da orientação nutricional, administração

por via oral ou parenteral de compostos com ferro e, eventualmente, transfusão de hemácias.

Os principais suplementos de ferro disponíveis e comercializados em diferentes países,

inclusive no Brasil, são: sais ferrosos, sais férricos, ferro aminoquelado, complexo de ferro

polimaltosado (ferropolimaltose) e ferro carbonila. (CANÇADO et al, 2010). A reposição de

ferro é bastante eficiente na correção da anemia, sendo raros os casos que necessitam de

suporte transfusional. (CARNEIRO, p.60, 2008).

A prevenção da anemia ferropriva deve ser estabelecida com base em quatro tipos de

abordagens: educação nutricional e melhoria da qualidade da dieta oferecida, incluindo o

incentivo do aleitamento materno, suplementação medicamentosa, fortificação dos alimentos

e controle de infecções. (QUEIROZ, et al, 2000).

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4 ANEMIA NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

Na MTC, Sangue (Xue) tem um significado diferente do que na medicina ocidental; é

uma forma de Qi mais denso e material que o próprio Qi (GARCÍA, et al, 2014). A fisiologia

e patologia do Sangue explicada pela MTC a partir das teorias dos Cinco Elementos e Yin e

Yang, nesta perspectiva, consideram- se que o Qi é a energia fundamental que compõe o

universo inteiro e harmoniosamente manifesta nos aspectos Yin e Yang mudanças de governo

antagônicos e complementares; Qi e do Sangue que corre ao longo dos canais e colaterais

atingindo todos os tecidos e órgãos para nutrir e lubrifica-los. (MARTINS e LEONELLI,

p.21, 2004).

Segundo Auteroche, 1992, o Sangue (Xue) é o fruto da transformação da Essência dos

Alimentos (Jing Qi) pelo Baço e o Estômago. O Sangue é governado pelo Coração,

armazenado pelo Fígado, controlado pelo Baço, circula nos vasos que são uma de suas

“moradias”. Sua função é de nutrir e circular em todo o corpo; no interior atinge todos os

órgãos e vísceras (Zang e Fu), no exterior, atinge a pele, a carne, os tendões e os músculos.

A principal fonte do Sangue é o Yong Qi (Qi Nutritivo) gerado por materiais substancias

da Água e dos alimentos digeridos pelo Estômago e pelo Baço/ Pâncreas. O Sangue origina-se

primeiro das Essências inatas, depois do nascimento, tem como forte, o Qi e Energia essencial

adquirida da água e dos alimentos; o Qi essencial e o Sangue geram-se mutuamente.

(XENBU, p.33,1993).

De acordo com a medicina chinesa, há duas características importantes na fabricação do

Sangue. Uma delas consiste no fato de que a transformação do Qi do Alimento em Sangue é

auxiliada pelo Qi Original. A outra se baseia no fato de que o Rim armazena a Essência que

produz a Medula. A Essência, por sua vez, gera a medula óssea, a qual contribui para gerar o

Sangue. (MACIOCIA, p.50, 2007).

4.1 SANGUE E SHEN

O Sangue é de fato o responsável por conter e ancorar o Shen (Mente). O Nei Jing diz

“O Sangue é a residência do Shen”, ou seja, a base material de atividades mentais, esfera

emocional e espiritual do ser. (GARCÍA, et al, 2014). O Sangue também é muito importante

sob outro aspecto: proporciona a fundação material para a Mente (Shen). O Sangue é parte Yin

(uma vez que é denso e fluído) e abriga a Mente. O Sangue envolve a Mente permitindo que

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ela floresça. (MACIOCIA, p.51, 2007). O Shen (Espírito) possuí mais características Yang

comparativamente o Xue (Sangue) como o Xue. O Coração (Xin) governa tanto o Shen

(Espírito) como o Xue, e Xin Xue (Sangue do Coração) fornece a moradia para o Shen

(Espírito). (ROSS, p.19, 1994).

“Se o Sangue estiver deficiente, a Mente terá sua base abalada e se tornará inquieta

e infeliz. Em grande parte das vezes, isso se manifesta por meio da “inquietude

deficiente”, caracterizada por uma ansiedade vaga, irritabilidade leve e sensação de

insatisfação. Quando uma pessoa está dormindo, o Sangue envolve a Mente e a

Alma Etérea de forma natural, mas se ele estiver deficiente, a Mente e a Alma Etérea

“flutuam” e a pessoa não consegue dormir ou tem muitos sonhos”. (MACIOCIA,

p.51, 2007)

4.2 CIRCULAÇÃO DO SANGUE

Os vasos sanguíneos são chamados de “a residência do Sangue” flui, incessantemente

dentro de todos os órgãos Zang Fu (órgãos e vísceras) e da superfície da pele, músculos,

tendões e ossos. (JARAMILLO, et al,1989).

O Qi e o Sangue são inseparáveis: o Qi Nutritivo circula com o Sangue nos vasos

sanguíneos. A proximidade entre Qi e Sangue é confirmada pelo fato que os clássicos antigos

parecem usar a palavra Mai de modo ambíguo, significando tanto um “canal” por onde o Qi

flui como também um “vaso” por onde o Sangue flui. (MACIOCIA, p.52, 2007).

O Sangue circula sem parar nos vasos para responder ás necessidades de todos os

órgãos e tecidos. A circulação normal do Sangue resulta da ação coordenada dos órgãos.

(AUTEROCHE, et al, p.43, 1992).

“O Coração governa o Sangue e os vasos sanguíneos responsáveis por sua

circulação; o Baço está relacionado ao Sangue sob dois aspectos, primeiro na

produção do Sangue e segundo ele mantém o Sangue nos vasos sanguíneos; o

Fígado armazena o Sangue; o Pulmão auxilia o Sangue de diversas maneiras, como

no auxilio do Baço a enviar o Qi do Alimento para o Coração e onde é transformado

o Sangue, e o Pulmão também controla todos os canais e vasos sanguíneos; Rim

contribui na produção do Sangue, pelo Qi Original e a Essência do Rim, ambos são

responsáveis no auxílio da transformação do Sangue”. (MACIOCIA, p.51, 52,

2007).

4.3 RELAÇÃO ENTRE QI E XUE

Comparativamente, o Qi é Yang e o Xue é Yin e, tradicionalmente, o Qi é considerado o

comodante de Xue e o Xue é mãe de Qi, que ativa a formação de Xue e ao mesmo tempo move

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e o retém dentro dos vasos, enquanto o Xue nutre e umedece os Zang Fu que formam e

governam o Qi. (ROSS, p.17, 1994). O Qi gera o Sangue (Gu Qi), e também, se move

permanece no interior do vaso sanguíneo, por conseguinte, o máximo de “Qi é comandante do

Sangue”. Além disso, o Qi depende da função nutritiva do Sangue, bem como sendo a base

material para o Qi está contido e não se levanta ou escapar, pois é dito que “o Sangue é a mãe

de Qi”. Se Qi é deficiente pode gerar múltiplas hemorragias. (GARCIA, et al, 2014).

4.4 DEFICIÊNCIA DE SANGUE

Vários órgãos estão envolvidos na fabricação de Sangue, em especial o Baço, o Rim e

o Fígado; sendo assim, a deficiência de Sangue na maioria das vezes é combinada com uma

deficiência de um ou mais desses órgãos. (MACIOCIA, p.363, 2007).

A Deficiência de Sangue é uma síndrome comum que muitas vezes é a origem de

várias outras Síndromes. Com frequência da Deficiência de Sangue refere-se à Deficiência de

Sangue de Fígado, sendo o principal reservatório. Mas sem o Sangue do Coração o Coração

não governa e causa Deficiência de Sangue do Coração. O Baço transforma o Gu Qi em

Sangue, podendo levar uma Deficiência de Sangue e do Rim esgota-se a sua Essência (Jing).

(MACIOCIA, 2012).

Na MTC o tratamento das anemias envolve alguns aspectos comuns independentes da

etiologia. Por tratar-se de padrões frequentemente de deficiência ou vazio de Yang, o princípio

básico da terapêutica envolve, portanto a tonificação. (SCHOEN, 2001).

Segundo Nguyen, 2011, o desequilíbrio entre Yong Qi (Qi nutritivo) e Wei Qi (Qi

defensivo), entre Qi e Xue, entre Yin e Yang são causas de múltiplas doenças. Isto quer dizer

que a desarmonia entre Xue e Qi ocasiona o desequilíbrio Yin/ Yang, responsável pela

perturbação de circulação com perda da função de sustentação e de assistências, ocorrendo o

aparecimento de fenômenos de Vazio e Plenitude, fatores da doença.

A íntima relação entre Qi e Sangue pode ser observada nos sinais clínicos seguidos de

hemorragia grave: nesses casos, em geral, após uma perda excessiva de sangue, a pessoa

desenvolve sinais de deficiência do Qi, tais como sudorese, dispnéia e membros frios. Podem-

se desenvolver sinais de Deficiência do Sangue, tais como palidez, dormência, tontura e

palpitação. (MACIOCIA, p.52, 2007). Manifestações clínicas: cútis embotada, tontura,

entorpecimento/ formigamento dos membros, memória fraca, visão turva, insônia, lábios

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pálidos, olhos secos, unhas brancas, imagens flutuantes no campo visual, palpitações,

menstruação escassa, amenorreia e infertilidade. Língua: pálida e fina. Pulso: áspero ou fino.

(MACIOCIA, p.784, 2006).

4.4.1 Deficiência de Sangue do Coração

A tez pálida sem vida, a língua pálida e o pulso fraco são manifestações de deficiência

de Sangue que não pode preencher os vasos sanguíneos e nutrir a face, o pulso e a língua. A

vertigem, palpitações, insônia, sono perturbado com sonhos, inquietação, ansiedade e

memória fraca são características da insuficiência do Sangue no Coração para hospedar o

espírito (Shen) de tal modo que fica agitado. (ROSS, p.129, 1994). Manifestações clínicas:

os sintomas comuns à deficiência do Sangue do Coração e a deficiência de Yin do Coração

são: palpitações, insônia, amnésia e alterações do sono. Na deficiência do Sangue, observa-se

também, enjoo, tontura e vertigem, rosto sem brilho, lábios e língua pálidos, pulso fino e

fraco. Na deficiência de Yin do Coração, observa-se também, calor no tórax, nas palmas das

mãos e nas plantas dos pés, transpiração noturna, secura na boca e na garganta, língua

vermelha e com pouca saliva, pulso fino e rápido. Etiologia: as causas são diversas: aparece

esta síndrome pela insuficiência na origem da produção do Sangue, pode aparecer após uma

hemorragia, ou manifesta-se em doença febril que prejudica o Yin. Podem ser também

causadas por fatores emocionais que consome insidiosamente o Yin e o Sangue. (XENBU,

p.277, 1993). Língua: pálida, fina, ligeiramente seca. Pulso: áspero ou fino. (MACIOCIA,

p.374, 2007).

4.4.2 Deficiência do Yang do Coração

A patologia deste padrão é semelhante à patologia de Deficiência de Qi do Coração com

o acréscimo de que, se o Yang está deficiente, a circulação de Sangue (Xue) torna-se

debilitado ocasionado o estado de parestesia e sensação de frio nos membros. E, se está

deficiência estiver associada com a do Yang dos Rins, poderá resultar em edema, pois, neste

caso, os Rins e o Coração não conseguem regular o Fluído Corpóreo (Jin Ye). (ROSS, p.127,

1994). Manifestações clínicas: palpitações, encurtamento da respiração em esforço físico,

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cansaço, transpiração espontânea, ligeira sensação de plenitude ou desconforto na região do

coração, sensação de frio, mãos frias, face pálida e brilhante, lábios ligeiramente escuros.

Língua: pálida, ligeiramente úmida. Pulso: profundo- fraco, em casos graves, atado.

Sintomas fundamentais: palpitações, mãos frias, pulso profundo- fraco. Etiologia: é igual à

deficiência do Qi do Coração, a deficiência do Yang do Coração pode ser causada

indiretamente pela deficiência do Yang do Rim (MACIOCIA, p.378, 2007).

4.4.3 Deficiência de Sangue do Pericárdio

O Coração e o Pericárdio abrigam a Mente, quando o Sangue do Coração e do

Pericárdio estão deficientes, a Mente carece de sua residência ficando agitado, ansioso, sono

perturbado por sonhos e com insônia. O Sangue do Coração é um dos fatores que contribuem

para a memória, e uma deficiência do Sangue do Pericárdio resulta em memória fraca.

(MACIOCIA, p.397, 2007). Manifestações clínicas: sensação de opressão e desconforto do

tórax, dor surda no tórax, encurtamento muito leve da respiração, palpitações, ansiedade,

insônia, tontura, sono transtornado por sonhos, memória fraca, propensão a se assustar,

compleição pálida e opaca, lábios, mãos frias, menstruações escassas, amenorreia. Língua:

pálida, fina, ligeiramente seca. Pulso: áspero ou fino, mas muito um pouco duro na posição

anterior esquerda. Sintomas fundamentais: desconforto do tórax, palpitações, insônia, pulso

áspero. Etiologia: a etiologia deste padrão é de tensão emocional como tristeza e pesar, na

maioria das vezes decorrentes da separação nos relacionamentos.

4.4.4 Deficiência do Sangue do Fígado

O Fígado armazena o Sangue, como o Sangue desempenha um papel na formação da

Essência (Jing), Fígado e o Rim compartilham uma relação fisiológica muito íntima, o

primeiro armazena o Sangue e o segundo armazena a Essência (Jing), uma deficiência do

Sangue do Fígado pode conduzir a uma deficiência do Rim (ou vice-versa). (GARCÍA, et al,

2014). A deficiência de Sangue tem a conotação de deficiência do Sangue do Fígado e estes

dois padrões manifestam-se pelos sintomas de deficiência de Sangue, ou seja, a tez pálida sem

vida, indiferença, entorpecimento ou tremores fracos nos membros, emagrecimento e tontura,

pulso fraco, irregular e língua mole, seca e pálida. (ROSS, p.106, 1994). A Deficiência de

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Sangue do Fígado apresenta sintomas como à falta de nutrição dos tecidos como câimbras

musculares ou dormência nas pontas, cabelo seco, olhos secos, visão turva, vertigem, unhas

pálidas, secas e quebradiças, insônia e sonhos excessivos, amenorreia ou oligomenorréia.

(GARCÍA, et al, 2014). Nas mulheres, a deficiência do Sangue do Fígado conduz

frequentemente a uma estagnação secundária do Qi são mais moderadas, há depressão pré-

menstrual em lugar de irritabilidade e o pulso é apenas ligeiramente em Corda e

frequentemente Fino. (MACIOCIA, 2012;). Manifestações clínicas: tontura, entorpecimento

ou formigamento dos membros, insônia, visão turva, “imagens flutuantes” no campo visual,

visão noturna diminuída, menstruação escassa ou amenorreia, compleição pálida embotada

sem brilho, lábios pálidos, fraqueza muscular, câimbras, unhas murchas e quebradiças, cabelo

e pele secos, depressão, sensação de falta de propósito. Língua: corpo pálido, especialmente

nas laterais, em casos extremos pode apresentar uma coloração alaranjada, fina e ligeiramente

seca. Pulso: áspero ou fino. Sintomas fundamentais: visão turva, menstruações escassas,

compleição pálida embotada e língua pálida. (MACIOCIA, p.418, 2007).

4.4.5 Ascendência ou Subida do Yang do Fígado

Este é um padrão de deficiência/ excesso misturado, uma vez que deriva da deficiência

de Yin do Fígado ou Yin do Rim, ou do ambos, ou de Sangue do Fígado causando o aumento

do Yang do Fígado. (MACIOCIA, p.422, 2007). Manifestações clínicas: cefaleia, vertigens,

tinidos, rubor, olhos vermelhos, gosto amargo na boca, secura na garganta, dor e ardor nas

costas, agitação, irritabilidade, insônia, pesadelos, hematêmese, epistaxe, constipação, urina

avermelhada, língua vermelha com saburra amarela e seca, pulso em corda e rápido.

Etiologia: é causada geralmente pelo Fogo proveniente da Energia Estagnada, ou seja, “o

excesso de Energia converte-se em Fogo”. O Fogo do Fígado sobe até a cabeça onde causa

dor, vertigens, tinidos, rosto e olhos vermelhos, o Fogo molesta a mente e causa insônia ou

pesadelos, pode lesar os vasos sanguíneos ocasionando hemorragia em forma de hematêmese

ou epistaxe, o Fogo consome os líquidos orgânicos causando a constipação e a urina

avermelhada. (XENBU, p. 287, 1993). Língua: a apresentação da língua pode variar,

dependendo amplamente da condição subjacente que causa a subida do Yang do Fígado, se

esta decorrer da deficiência do Sangue do Fígado, a cor do corpo da língua será Pálida; se

derivar da deficiência do Yin do Fígado, a cor do corpo da língua será ligeiramente Vermelha

na laterais e sem revestimento, em alguns casos, a subida do Yang do Fígado pode

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desenvolver-se da rebelião do Qi do Fígado, nesse caso, a cor da língua pode ser normal ou

ligeiramente Vermelha nas laterais. (MACIOCIA, p.422, 2007). Pulso: em Corda, fino,

rápido. (AUTEROCHE, et al, p.350, 1992).

4.4.6 Deficiência do Sangue do Baço

O Qi do Alimento (Gu Qi), produzido pelo Baço, é precursor do Sangue, uma vez que o

Qi do Alimento é transformado em Sangue com auxílio do Pulmão e do Coração. A

deficiência de Sangue do Baço simplesmente indica uma deficiência de Qi do Baço que

provoca Sangue deficiente, uma dieta com falta de alimentos nutritivos do Sangue é

frequentemente a causa dessa condição. (MACIOCIA, p.466, 2007). Manifestações clínicas:

pouco apetite, ligeira distensão abdominal, após comer, cansaço, lassitude, compleição pálida

embotada, fraqueza dos membros e fezes amolecidas, menstruação escassa ou ausente.

Língua: fina, ligeiramente seca, magra. Pulso: áspero ou fino.

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5 FITOTERAPIA

O uso de terapias complementares e alternativas tornou-se popular entre as pessoas e

os profissionais de saúde. Sendo a fitoterapia considerada uma das mais antigas práticas

alternativas e esta originada da medicina Chinesa. Estas práticas, de acordo com a

Organização Mundial da Saúde, se enquadram na medicina tradicional e na medicina

complementar e alternativa. (BOSSE, 2014).

O termo fitoterapia descreve a profilaxia e o tratamento de doenças e distúrbios da

saúde através de plantas, bem como por partes de plantas, como folhas, flores, raízes, frutas

ou sementes e pelas suas preparações. (FINTELMANN e WEISS, p.3, 2010).

A terapia fitoterápica funciona por intermédio da ingestão de ervas as quais exercem

uma influência interna direta, na fisiologia e na patologia do corpo medicamentos

fitoterápicos são plantas- drogas que tem características específicas, ou seja, um sabor ou

paladar determinado, e “temperatura” ou natureza características. (MACIOCIA, p.909 a 910,

2007).

O conceito da MTC difere das drogas sintetizadas nas formas suas propriedades são

determinadas. Medicamentos chineses são determinados principalmente pelos resultados de

seu observado clinicamente interação dentro do corpo humano. A terminologia usada na

descrição da farmacologia da medicina chinesa inclui: propriedade (frio, quente, morno,

fresco); gosto ou sabor (azedo, amargo, doce, picante, e gosto salgado); ação de ascendente,

descendente, flutuante e afundando; atributivo de meridianos, e toxicidade. (WHO, p.25,

2001)

O tratamento fitoterápico contribui para a qualidade de vida do indivíduo, porque o

contexto em que ele está inserido também é evidenciado durante o tratamento. Pode-se

reforçar que a terapia fitoterápica tem proporcionado mudanças significativas na vida de seus

usuários e o alcance de níveis satisfatórios de saúde, contribuindo para a melhoria da

qualidade de vida dos que buscam na terapia respostas para os seus problemas de saúde

(LOURES et al, 2010).

A fitoterapia, por ser prática tradicional de saúde e já revelada em diversos estudos

como de uso para fins terapêuticos para uma parcela significativa da população, poderia

atender varias demandas de saúde da população usuária deste serviço. (TOMAZZONI, et al,

2006).

“A RDC n° 48/04 é a principal legislação atual que regulamenta o registro de

fitoterápicos, onde são estabelecidos todos os requisitos necessários para a sua

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concessão, os quais se baseiam na garantia da qualidade do medicamento

fitoterápico comprovando sua segurança e eficácia. Através da Portaria Ministerial

MS/GM n° 971/06 foi aprovada a Política Nacional de Práticas Integrativas e

Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS) incentivando o uso de plantas

medicinais e fitoterápicas que podem ser disponibilizadas a população, com toda a

segurança e eficácia necessárias”. (BOSSE, 2014).

O tratamento fitoterápico para a anemia é baseado várias fórmulas, na maioria dos

casos, são misturas de diferentes tipos de plantas. Para herbalista chinês, a planta principal

para tonificar o Sangue é Dang Gui (Radix Angelicae Sinensis), tanto no Japão e na China o

extrato é usado para tratar causa anemia ginecológica e distúrbios menstruais, atonia e

sintomas da menopausa uterina ele é chamado de "ginseng feminino". (SARKER, et al,

2004). Estudos confirmam seus efeitos positivos sobre a anemia por deficiência de medula

hematopoiética e que por sangramento aguda tem mais outros efeitos como anti-inflamatório

antioxidante e outras plantas incluem Shu Di Huang (Radix Rehmanniae glutinosae).

(GARCÍA, et al, 2014).

Os medicamentos tradicionais chineses são preparados como decocções por uma

metodologia única com combinações específicas de diferentes ervas como uma fórmula. Entre

milhares de fórmulas à base de plantas, Dang Gui Bu Xue Tang é uma simples combinação de

duas ervas Radix Astragali e Radix Angelicae Sinensis. São prescritos para mulheres na China

como remédio para os sintomas da menopausa, o que melhora a sua saúde elevando o Qi

(energia vital) e nutrir o Sangue (corpo circulação). (ZHENG, et al, 2010).

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6 TRATAMENTOS

Fonte: GASPAR, 2014

6.1 TRATAMENTOS COM ACUPUNTURA

García, et al, 2014, de acordo com sua revisão bibliográfica tratamento da Anemia no

ponto de vista da MTC, Sangue (Xue) tem características influência fisiológica a nutrição dos

tecidos e também esfera mental e emocional do ser humano, é consistente conhecido como

Síndrome da deficiência de Sangue na MTC contemplando múltiplas etiologias possíveis

associados com o desequilíbrio do Qi e / ou órgãos envolvidos na formação, movimento e

controle de Xue. Descrevem-se alguns pontos de acupuntura para tratamento da deficiência

Sangue, deficiência Sangue do Fígado: F8 tonifica o Sangue do Fígado, E36 e BP6 tonifica o

Yin geral, B18 e B17 (moxa direta) ambos tonificam o Sangue do Fígado; deficiência Sangue

do Coração: C7 e VC15 tonifica o Sangue do Coração e acalma a mente, B15 e B17 (moxa

direta) tonifica o Sangue e para hemorragia; deficiência Sangue do Baço: VC12, E36, B20 e

B21 (tonifica o Qi Baço e Estômago), BP6 (tonifica o Yin do Fígado, Baço e Rim), BP10

(estimula a função do Baço e controla o Sangue, retorno do Sangue para os vasos sanguíneos),

B17 e BP1 (revigora o Baço e para metrorragia) e Deficiência Tian Gui: F8, E36 e VC4 (nutre

o sangue em geral, tonifica Yin e Essência do Rim), R3 e B23 (tonifica o Yin e tonifica

Essência do Rim). Através da Fitoterapia, Acupuntura e Moxabustão em todas as suas facetas

é possível oferecer aos pacientes um gerenciamento abrangente de suas doenças. Por

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conseguinte, a fim de alcançar uma verdadeira integração da medicina, é necessário continuar

a análise e investigação necessária para compreender os mecanismos e o alcance do MTC em

um contexto moderno.

O trabalho Silva et al, 2012, foi feito uma pesquisa sócio epidemiológico em 25

universitários onde foi realizado hemograma completo dentre os avaliados inicialmente, dois

universitários apresentaram anemia e receberam tratamento com acupuntura sistêmica, o

tratamento foi composto por cinco sessões, com frequência de 2 vezes na semana, foram

aplicadas as agulhas bilateralmente por 20 minutos nos Acupontos: BP6, E36, BP10, B17,

B18 e VB39. Estes pontos foram escolhidos para tratamento de patologias que envolvem

Sangue (Xue). Resultado: um dos voluntários obteve um aumento na dosagem de

hemoglobina de 10,4g/dL para 11,3g/dL e hemácias 5,12 para 5,15 milhões/mm3 e outro

voluntário, houve aumento da hemoglobina de 11,7g/dL para 13,0g/dL e de hemácias de 4,35

para 4,76 milhões/mm3. Concluiu-se que houve um aumento nos valores de hemoglobina e

hemácias na população estudada, acreditando assim, que a acupuntura sistêmica é um

tratamento que contribui na melhora das anemias.

Drummond (2009) avaliou laboratorialmente a resposta de parâmetros hematológicos

(volume globular, valor total de eritrócitos, valor total de leucócitos, hemoglobina e proteínas

totais) de sete cães submetidos ao tratamento por acupuntura, onde realizou uma série de 11

pontos de acupuntura foram selecionados objetivando a estimulação e tonificação do Sangue

de acordo com a MTC, os pontos foram estimulados bilateralmente com agulhas para

acupuntura, que permaneceram no local por 15 minutos, o tratamento foi aplicado somente

uma vez, e foram realizados nos pontos: BP6, E36, B10, B17, B18, B20, VB39, F8, IG11,

Pe3 e VG20. Foram observados aumentos em 24 horas, de 16,10%, 41,98%, 1,25%, 4,4% e

2,7% nos valores médios de eritrócitos, leucócitos, hemoglobina, volume globular e proteína

plasmática total, respectivamente. Foram observados aumentos de 16,10% na contagem de

eritrócitos e de 41,98% na leucometria comprovando que a acupuntura possui importante

papel no tratamento, seja suporte ou não, de diversas moléstias capazes de acometer o sistema

hematológico. Embora estudos mais profundos, necessitem ser conduzidos, devemos

considerar a acupuntura, sempre que possível, como um tratamento complementar, uma vez

que esta potencial pode preencher lacunas ainda não sanadas pela medicinal ocidental.

Lourenço, (2004), de acordo com sua monografia, na MTC, a anemia responsiva

crônica ou aguda (perda de sangue, má nutrição, parasitismo) pode ser correlacionada à

deficiência de Sangue ou Xue são anêmicas. O tratamento da anemia pela acupuntura exige

também a identificação de um padrão de desarmonia sistêmico como Baço, Fígado, Coração e

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Rim, estes órgãos podem estar envolvidos diretamente ou indiretamente na formação do

Sangue. O entendimento de produção de Xue, e os sinais clínicos decorrentes de sua

deficiência mais o conhecimento de Acupontos para o tratamento como a tonificação do Baço

torna-se um ponto importante no tratamento das anemias, uma vez que este órgão é

responsável pela captação do Qi dos alimentos, fundamental para a síntese de Xue. Os

Acupontos utilizados são: BP6, VC4, VC6, E36, VC12, BP3, BP10, B20 e B21. A tonificação

de Xue propriamente também pode ser feita com estimulação de Acupontos B17 ponto de

influência do Sangue, B18 ponto associação do Fígado, B23 ponto associação do Rim e com

VB39 ponto de influência da medula. Fazem da acupuntura uma eficaz comprovada

cientificamente, que pode ser utilizada em conjunto com a medicina ocidental no

restabelecimento da homeostase energética e orgânica.

6.2 TRATAMENTOS COM FITOTERAPIA

Segundo Wang, et al, 2014, Colla corii asini uma preparação gelatinosa obtida através

de um concentrando de material Equus asinus L. é um alimento de saúde na MTC

amplamente usado em nutrir-vida e terapia clínica hematológica Anti- anêmico há mais de

2.000 anos. Neste trabalho, compilou os constituintes químicos isolados e detectados a partir

Colla corii asini incluindo ácidos, proteínas / gelatinas, polissacáridos, substâncias voláteis

amino, substâncias inorgânicas. Investigamos as atividades biológicas de Colla corii asini,

que têm sido relatados ao longo das últimas décadas, inclusive, doenças hematológicas,

atividades inibitórias, atividade antienvelhecimento, a atividade antitumoral, atividade

imunomoduladora, a atividade de reparação óssea, atividade anti-inflamatória, atividade

antifatiga, etc. O efeito hematopoiético e mecanismo de frações da enzima digerido Colla

corii asini em ratos anêmico induzido separadamente por 5-fluorouracilo, raios γ, ou

ciclofosfamida, etc. Os resultados sugerem que as frações de os Colla corii asini digerido com

enzimas promovidas hematopoiese ativando granulócitos imaturos e células eritróides, em

parte, estimulando granulócito- macrófago fator estimulador de colônia (GM-CSF) em todos

os ratos induzidos separadamente por 5-fluorouracil, raios-γ, ou ciclofosfamida (CTX), de

modo diferente, frações promovido hematopoiese em parte pela promoção eritropoietina

(EPO) secreção e suprimindo fator de crescimento transformante soro (TGF-β) liberação em

ratos induzida pelo 5-fluorouracil, em parte, através da estimulação interleucina-6 (IL-6) e

elevando a secreção reativa espécies de oxigénio (ROS) a capacidade de eliminação de raios-γ

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ratos induzidos, e em parte por estimulação da secreção de CD34 e aumentar a proporção de

células em fase S-CTX nos ratinhos induzidos. No entanto, poucos relatos sobre as relações

entre os constituintes químicos e bioatividades foi encontrado, mais estudos de Colla corii

asini ainda são necessários para facilitar a investigação e desenvolvimento no futuro.

Segundo Zheng, et al, 2010; Entre milhares de fórmulas à base de plantas, Danggui

Buxue Tang (DBT; uma decocção) é uma simples combinação de duas ervas. Radix Astragali

(RA), raízes de Astragalus membranaceus (Fisch.) Bunge ou Astragalus membranaceus

(Fisch.) Bunge var. mongholicus (Bunge) Radix Angelicae Sinensis (RAS), raízes de Angelica

sinensis (Oliv.). DBT é prescrito para as mulheres na China como um remédio para os

sintomas da menopausa, o que melhora a sua saúde elevando o "Qi" (energia vital) e nutrir o

"Sangue" (corpo circulação). Resultados farmacológicos indicam que possua as capacidades

DBT para promover a função hematopoiética, para estimular cardiovascular circulação, para

prevenir a osteoporose, para aumentar anti-oxidação atividade, para estimular a resposta

imunitária e aumentar a sensibilidade à insulina. Ao determinar as propriedades químicas e

biológicas de DBT, as condições otimizadas para a extração de ervas têm sido estabelecido,

que curiosamente, estão de acordo com a proporção em peso de 5: 1 para a RA para RAS na

antiga preparação, e as duas ervas tem que ser cozido em conjunto para atingir atividade

máxima. A eritropoietina (EPO) é um fator de crescimento hematopoiéticas específicas do

eritrócito a ser produzido majoritariamente pelo rim, enquanto pequena quantidade de EPO é

sintetizada no fígado. A falha pode aumentar a quantidade de EPO que circula sob stress

hipóxia levando a anemia. A regulação transcricional de expressão de EPO está sendo

controlado por fator induzível-hipóxia (HIF). Após estimulação hipóxia, HIF ativado liga-se

sobre elemento de resposta de hipóxia (HRE) localizado no promotor de EPO e,

subsequentemente, inicia a expressão do gene. HIF é um heterodimérica contendo um fator de

transcrição indutível HIF-1 e uma subunidade constitutiva HIF-1 subunidade, que é um sensor

de oxigénio que desempenha um papel central na manutenção da homeostase do oxigénio no

organismo. Esta explicação molecular de "Sangue" função é estimular em excelente

concordância com a antiga teoria medicinal chinesa para o uso funcional da DBT. Portanto, a

função hematopoiética de DBT poderia ser considerada como uma nova direção no

desenvolvimento suplementos alimentar para prevenir a anemia ou stress da altitude.

Farmacologicamente, DBT foi mostrado que estimula a célula óssea diferenciação,

proliferação de células T, a agregação de plaquetas e estrogênica atividade em células

cultivadas, bem como o seu efeito em estudos com animais. A RA derivada saponina,

flavonoides e polissacárido, bem como RAS derivado ácido ferúlico e polissacarídeo, exceto

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ligustilide, são todas consideradas como sendo os principais componentes ativos da DBT.

Nossos preliminares resultados sugerem que os flavonoides derivada de RA incluindo

formononetina, ononin, calycosin e calycosin-7-O- d-glucósido são altamente ativos na

indução as expressões de HIF-1 e EPO mRNA: esses flavonoides poderia ser considerado

como um meio de DBT em a indução de funções hematopoiéticas. De acordo com esta noção,

flavonoides a partir de diferentes fontes têm sido demonstrados que induz a acumulação de

Proteína HIF-1 através do bloqueio da via de degradação. Por exemplo, uns muito comuns

flavonoides, chamada quercetina, têm sido encontrados para induzir a HIF-1 acumulação

através da inibição da ubiquitinação de HIF-1/2 em normoxia por quelantes de íons de ferro.

Assim, a estabilidade de proteínas do HIF-1 no relacionamento com os flavonoides do DBT

deve ser determinada ainda mais. Além disso, num ensaio in vitro, a função hematopoiese de

DBT também foi determinada a estar em uma relação de 5: 1 de RA para RAS em estudos

com animais. O soro coletado de Camundongos DBT-administrado foi adicionada para um

cultivo in vitro sistema de células progenitoras hematopoiéticas dos Camundongos. As

decocções continham soro que promovam ações óbvias para unidade de formação colônia de

granulócitos-macrófagos (CFU-GM) e unidade de formação colônia de eritrócitos (CFU-E).

Curiosamente, a ação do RA-RAS (5: 1) foi mais de 95% mais forte do que RA-RAS (1: 1).

Até agora, nós não sei como nosso ancestral há 800 anos poderia fazer tal a formulação, mas,

no entanto, deve-se seguir a sabedoria antiga da MTC, antes que pudéssemos revelar

plenamente o mistério.

De acordo com Wu, et al, 2007; na China, a Colla corii asini foi aplicado

isoladamente ou em conjunto com outro chinês medicamentos fitoterápicos para tratar a

deficiência de células de sangue, mas pouco se sabe sobre a relação das fracções e a função

hematopoiética. Aqui, nós somos os primeiros a relatar que as frações A e B a partir da

enzima digerido com Colla asini corii pode estimular a hematopoiese. A Colla corii asini foi

feita a partir de uma pele de asno, em que os principais componentes são proteínas de

colágeno. Após pré-tratamento com alta temperatura e pressão durante o processo de fabrico e

de digestão enzimática após a administração, as proteínas foram parcialmente hidrolisados em

aminoácidos ou pequenos peptídeos de peso molecular. No entanto, os compostos reais

produtoras de atividade hematopoiética produzida de fato precisam ser mais exploradas, com

o objetivo de novas drogas hematopoiéticas para beneficiar os pacientes. Portanto, a

identificação de um aminoácido ou peptídeo específico é ainda necessária para a indicação

clínica para a anemia causada por quimioterapia ou malignidade. A Colla corii asini foi feita

principalmente a partir da pele de Bostaurus domestics Gmelin e Sus scrofa domestics

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Brisson, da dinastia Qing a dinastia Tang, e através da atualidade, com a pele de Asini Equus.

Há uma pesquisa documentar a viabilidade do uso o couro de Bostaurus domestics Gmelin

para confecção de gelatina para a hematopoiese, mas novos experimentos devem ser

realizados para confirmar os resultados. Se as gelatinas feitas a partir de diferentes peles

apresentam os mesmos efeitos hematopoiéticos, será um tema de pesquisa significativa e

interessante. Em conclusão, podemos confirmar os efeitos terapêuticos da anemia através das

frações A e B das enzimas digestivas da pele de burro. A análise detalhada indicou que este

medicamento ativa de células imaturas granulócitos e eritróides, possivelmente por estimular

a GM-CSF e EPO, e também por supressão da secreção de TGF-β. Identificação do ativo

específico constituinte em fracções A e B podendo levar ao desenvolvimento de um novo

medicamento para anemia. Os efeitos das frações A e B de digerido por enzimas Colla corii

asini em camundongos com anemia induzida por 5-fluorouracil foram investigados. O estudo

foi compreender melhor as atividades e mecanismos de hematopoiéticas Colla asini corii. As

frações A e B foram administradas a ratinhos anémicos por 12 dias. Depois confirmando o

efeito anti-anêmico das frações A e B, foram examinados os efeitos de frações A e B em

granulócitos imaturos e atividade das células eritróides e nível de citocinas plasma. Fração A

administração de 2 g / kg e de 1 g / kg e administração fração B a 1,6 g / kg e 0,8 g / kg

ativado células granulócitos e eritrócitos progenitoras na medula óssea e de eritrócitos

progenitores no baço, levou à recuperação de glóbulos brancos e glóbulos vermelhos, e

aumentou a percentagem de reticulócitos periféricas nas células vermelhas. O GM-CSF e

EPO produção determinada por análise de mRNA de GM-CSF e EPO mRNA no rim e fígado

dos ratinhos anémicos foram também melhoradas. Este tratamento aumentou

significativamente soro GM-CSF e o nível de EPO no soro reduzido e o factor de crescimento

de transformação (TGF-β) nível. Estes resultados sugerem que as frações A e B hematopoiese

promovida pela ativação de granulócitos imaturos e células eritróides, em parte, por estimular

a GM-CSF e EPO secreção e TGF-β suprimindo release. A identificação de um peptídeo ou

proteína específica é ainda necessária para o desenvolvimento de um remédio para anemia

causada por malignidade ou quimioterapia.

Segundo Shen, et al, 2005; Dang-Gui-Shao-Yao-San (DGSYS) é uma mistura de ervas

medicinais, que tem sido muito utilizado na medicina tradicional chinesa para o tratamento de

anemia e distúrbios ovários. Dang-Gui-Shao-Yao-San (DGSYS) compreende seis

ingredientes, Angelicae sinensis (Oliv.) Diels, Ligustucum Chuanxiong Hort, Paeonia

lactiflora mortalha, Poria cocos (Schw.) Wolf, Atractylodis macrocephala Koidz e Alisma

orientalis (Sam). Juzep. Angelicae sinensis (Oliv.) Diels. Ervas chinesa são geralmente

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combinados em fórmulas para melhorar os seus efeitos e relativamente poucos são usados

sozinhos para fins medicinais. As fórmulas estão disponíveis numa variedade de formas: ervas

cruas a ser cozido em água e serviu como chá, ou ervas terrestres embalados em comprimidos

e em pó. Os praticantes acreditam que a doença pode ser tratada efetivamente através da

combinação de ervas baseado em as suas várias características e saúde do paciente. DGSYS

foi encontrado para ser eficaz para o tratamento de uma variedade de doenças devido à sua

biocompatibilidade única. DGSYS é frequentemente descrito na literatura como tendo

sedativo, antibacteriana, de formação do sangue e propriedades imunológica é usado para

tratar vários tipos de síndromes, especialmente para anemia e distúrbios ovulatórios relataram

que DGSYS podem estimular a secreção de 17-β-estradiol e a produção de interleucina-1 (IL-

1) e factor de necrose tumoral (TNF) in vitro. Este estudo foi realizado para verificar se

DGSYS possui antioxidante e propriedades citoprotetoras. Estresse oxidativo tem sido cada

vez mais implicados como um mecanismo de doenças. Espécies reativas de oxigénio são

conhecidas por contribuir para uma variedade de doenças, incluindo a arteriosclerose

coronária, doença cardiovascular, imunodeficiência e falha múltipla do órgão. Portanto,

captadores de químicos, as quais podem eliminar ou decompor os radicais livres patogénicos,

seria de esperar que funcionem como agentes terapêuticos nestas condições. Este estudo

mostrou que ânion superóxido gerado a partir do sistema de reação de oxidase de hipoxantina-

xantina foi suprimida por DGSYS. Isto indica que possui atividade antioxidante DGSYS

capaz de eliminação radicais superóxido. O aumento da atividade da enzima superóxido

dismutase no extrato de Paeoniae Radix tem sido relatada. Paeoniae Radix pode ser o

componente ativo que possuem a atividade antioxidante em DGSYS. No nosso estudo,

examinamos o efeito protetor da DGSYS em eritrócitos humanos em tratamento de

mitomicina C. O ensaio para a hemólise mediada por radicais livres mostraram que DGSYS

(10 mg / mL) poderia minimizar o dano mediado por radicais livres gerados pela mitomicina

C sobre eritrócitos humanos. A concentração de DGSYS é relativamente elevada,

possivelmente devido à natureza altamente polar dos extratos de água não pode penetrar nos

eritrócitos. Num estudo, administração de 10 mg de DGSYS por 10 g de peso do rato para

cada rato aumentou a número de unidades formadoras de colônias de baço femoral que

sobreviveram irradiação. Lá foram também outros efeitos, tais como leucopenia,

trombocitopenia melhorou significativamente depressão e de hematócritos após a irradiação.

Recentemente, considerável atenção tem sido voltada para os fitoquímicos anticancerígenos,

em especial os derivados de plantas medicinais, que foi demonstrado que possuem a

quimiopreventivo do cancro potencial ou a capacidade de minimizar a toxicidade dos

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fármacos antitumorais sobre células cardiovasculares, tais como glóbulos vermelhos e células

endoteliais da veia umbilical humana. Os presentes resultados indicam que o antioxidante é de

DGSYS exógeno valor na quimioprevenção de hemólise. Por isso, é necessário dedicar mais

esforços para investigar a combinação da MTC e medicamentos ocidentais em câncer

tratamento. Assim, com base nos dados de nosso estudo, propomos que DGSYS tem o

potencial de ser utilizado para o tratamento de distúrbios relacionados com o stress oxidativo.

As propriedades citoprotetoras de DGSYS podem fornecer mais uma alternativa para

minimizar efeitos de radicais livres mediados secundários dos fármacos antitumorais sobre as

células normais.

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7 CONCLUSÃO

Anemia Ferropriva é uma condição patológica que acomete milhares de pessoas em

todo o mundo. É dada como uma das anormalidades hematológicas mais frequentemente

constatadas na prática clínica. A anemia não é uma doença, mas uma manifestação secundária

de doença em órgãos ou sistemas, portanto a causa primária deve ser investigada para realizar

o tratamento adequado.

Na MTC, estratégias terapêuticas baseiam-se mais sobre o funcionamento dos

circuitos de energia envolvidos em cada caso individual. Do ponto de vista da MTC, o Sangue

(Xue) tem características de influência fisiológica na nutrição dos tecidos e também na esfera

mental e emocional do ser humano, não a entende como a condição conhecida como anemia

na medicina Ocidental, a qual é o resultado de vários fatores. Consiste na síndrome conhecida

como deficiência de Sangue na MTC contemplando múltiplas etiologias possíveis associados

com o desequilíbrio do Qi e / ou órgãos envolvidos na formação, movimento e controle de

Xue. Através de Fitoterapia, Acupuntura e Moxabustão em todas as suas facetas é possível

oferecer aos pacientes um gerenciamento abrangente de suas doenças. Por conseguinte, a fim

de alcançar uma verdadeira integração da medicina, é necessário continuar a análise e

investigação necessária para compreender os mecanismos e o alcance da MTC em um

contexto moderno.

A acupuntura restabelece o equilíbrio de estados funcionais alterados, através da

influência sobre determinados processos fisiológicos. A acupuntura exerce um fascínio

incrível por tratar-se de uma técnica milenar que surte efeito em diversas afecções clínicas.

Com base nas pesquisas, o tratamento das anemias provou ser bastante eficaz e deve,

portanto, ser considerada nestes processos.

Entretanto, o uso da acupuntura nas alterações hematológicas necessita de mais

pesquisas envolvendo a padronização da mesma para a utilização segura e eficaz desta

técnica. Deve-se considerar a acupuntura como um tratamento adjuvante, uma vez que este

pode auxiliar na não evolução de anemia grave evitando tratamentos invasivos como a

transfusão sanguínea. Também sugere-se utilizar a acupuntura em anemias leves, pois está

evidente que a estimulação de pontos específicos aumentam o número de hemácias e

hemoglobina circulante no sangue.

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