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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES JENNIFER YURIKO ANG ATMADJA KAREN SAYURI KOBA A ACUPUNTURA NOS CUIDADOS PALIATIVOS EM PACIENTES TERMINAIS COM CÂNCER Mogi das Cruzes 2012

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

JENNIFER YURIKO ANG ATMADJA

KAREN SAYURI KOBA

A ACUPUNTURA NOS CUIDADOS PALIATIVOS EM

PACIENTES TERMINAIS COM CÂNCER

Mogi das Cruzes

2012

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

JENNIFER YURIKO ANG ATMADJA

KAREN SAYURI KOBA

A ACUPUNTURA NOS CUIDADOS PALIATIVOS EM

PACIENTES TERMINAIS COM CÂNCER

Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Acupuntura.

Orientadores: Prof. Bernadete Nunes Stolai e

Prof. Luiz Bernardo Leonelli

MOGI DAS CRUZES

2012

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

JENNIFER YURIKO ANG ATMADJA

KAREN SAYURI KOBA

A ACUPUNTURA NOS CUIDADOS PALIATIVOS EM

PACIENTES TERMINAIS COM CÂNCER

Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Acupuntura.

Aprovado em .........................................................

BANCA EXAMINADORA

Profª. Bernadete Nunes Stolai

Prof. Luiz Bernardo Leonelli

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RESUMO

Atualmente, 12% de todas as mortes no mundo são causadas pelo câncer.

Em todo mundo, a maioria das pessoas diagnosticadas com câncer apresentam doença avançada e já incurável e, de todas as doenças degenerativas, o câncer é uma das que mais trazem transtornos às pessoas e seus familiares. Pacientes com doenças terminais passam por sofrimentos físicos e emocionais muito grandes, como dores, depressão, ansiedade, fraqueza, entre vários outros problemas que acabam reduzindo sua qualidade de vida. Existem várias formas e tipos de tratamentos para doenças terminais e cuidados paliativos, e dentre essas está a Acupuntura, que se destaca como uma técnica simples e segura. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a utilização da Acupuntura como um método eficaz na diminuição dos principais sintomas nas doenças terminais, melhorando a qualidade de vida dos pacientes, proporcionando lhes o máximo de conforto sob cuidados paliativos. Para este trabalho foi realizada uma pesquisa da literatura científica em sites de base de dados como MEDLINE, LILACS, SCIELO, PUBMED, CAPES E BIREME. A pesquisa mostrou que a Acupuntura tem um resultado positivo no tratamento de sintomas como dor, ansiedade, depressão, náusea, anorexia, constipação, fadiga e dispnéia. Em alguns casos a melhora pode ultrapassar 90%, como por exemplo nos casos de ansiedade, anorexia e constipação. Pontos como E-36, IG-4, VB-34, F-3 e BP-6 podem diminuir de forma significativa a dor. De acordo com a pesquisa realizada, é possível observar que a Acupuntura é uma prática promissora no tratamento de pacientes terminais com câncer, pois minimiza os sintomas que a doença pode causar, diminuindo o sofrimento e melhorando assim a qualidade de vida do paciente. Palavras-chave: Acupuntura, câncer e cuidados paliativos.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................... 5

2 METODOLOGIA .................................................................. 7

3 CUIDADOS PALIATIVOS .................................................... 8

4 CÂNCER ............................................................................. 12

4.1CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS TUMORES ............... 14

4.2 O CÂNCER E SEUS SINTOMAS ..................................... 15

4.3 O CÂNCER E A MORTE ................................................... 18

5 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ................................. 20

6 ACUPUNTURA NOS CUIDADOS PALIATIVOS ................ 25

6.1 CONTROLE DA ANSIEDADE ........................................... 26

6.2 DEPRESSÃO .................................................................... 27

6.3 CONTROLE DA DOR ....................................................... 29

6.4 CONSTIPAÇÃO ................................................................ 31

6.5 DISTÚRBIOS DO SONO .................................................. 33

6.6 FADIGA ............................................................................. 34

6.7 NÁUSEA ............................................................................ 35

6.8 ANOREXIA ........................................................................ 36

6.9 DISPNÉIA .......................................................................... 38

7 CONCLUSÃO ...................................................................... 40

REFERÊNCIAS ....................................................................... 41

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, 12% de todas as mortes no mundo são causadas pelo câncer e

em vinte anos, o número de mortes anuais por câncer irá duplicar, com mais de 605

dos casos novos e mortes ocorrendo nos países menos desenvolvidos

economicamente. Em todo mundo, a maioria das pessoas diagnosticadas com

câncer apresenta doença avançada e já incurável. Além da dor e outros

desconfortos físicos, ela causa um impacto de ordem psíquica, social e econômica.

Nos países menos desenvolvidos as perdas são mais intensas principalmente se

não existir um sistema formal de saúde em condições a atender às suas

necessidades (WHO 2002).

Segundo Silva e Hortale (2006), de todas as doenças degenerativas, o câncer

é uma das que trazem mais transtornos as pessoas e seus familiares, sofrimentos

de diversas dimensões acometem os portadores de câncer, seus familiares e

cuidadores. Entender todo o impacto da doença é extremamente necessário para

estabelecer estratégias de cuidados.

Pacientes com doenças terminais passam por sofrimentos físicos e

emocionais muito grandes, como dores, depressão, ansiedade, fraqueza, entre

vários outros problemas que acabam reduzindo sua qualidade de vida.

O cuidado paliativo é definido pela Organização Mundial da Saúde como o

cuidado ativo dos pacientes cujas doenças não respondem mais ao tratamento

curativo. O controle da dor e de outros sintomas e o cuidado dos problemas de

ordem psicológica, social e espiritual são os mais importantes. O objetivo é

conseguir a melhor qualidade de vida possível para os pacientes e suas famílias

(WHO, 1990).

De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, o tratamento através da

Acupuntura visa o equilíbrio fisiológico corporal por meio de um suporte funcional

que exerce um efeito terapêutico.

As recentes pesquisas científicas muito têm contribuído para uma maior

compreensão da Acupuntura. Existem mecanismos neurológicos e neuroendócrinos

que fazem dessa terapia um método promissor em relação aos sistemas alérgico e

imunológico. Apesar de ser uma ciência que veio há aproximadamente 4.500 anos,

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continua sendo um campo aberto a pesquisas e a novos conhecimentos. (WEN,

2008, p. 9)

Existem várias formas e tipos de tratamentos para doenças e cuidados

paliativos, e dentre essas está a Acupuntura, que se destaca como uma técnica

simples e segura, que tem sido praticada durante milênios com sucesso, sem

necessitar de conhecimentos médicos modernos, desenvolvidos nos últimos

séculos.

A Acupuntura pode ser praticada com ou sem agulhas. Existem técnicas

modernas não invasivas como ímãs, laser, eletroestimulação, esparadrapo com

formatos especiais, pastilhas de silício, colorpuntura e acutone, todas de grande

eficácia, substituindo as agulhadas.

Sendo assim, esse trabalho visa avaliar a utilização da Acupuntura como um

método eficaz na diminuição de sintomas principais nas doenças terminais,

melhorando a qualidade de vida dos pacientes, proporcionando o máximo de

conforto aos pacientes sob cuidados paliativos, para que o processo de morte

aconteça com dignidade e que sua sobrevida seja aproveitada da melhor forma

possível.

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2 METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa da literatura científica na Biblioteca da

Universidade de Mogi das Cruzes – UMC e em sites de base de dados como

MEDLINE, LILACS, SCIELO, PUBMED E BIREME, levantamento de literatura

disponível na biblioteca da Universidade de Mogi das Cruzes – UMC, USP e

UNIFESP, na busca por cuidados paliativos, doenças terminais, câncer e Medicina

Tradicional Chinesa.

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3 CUIDADOS PALIATIVOS

O termo paliativo vem do latim pallium, que significa manto. Ela aponta para a

essência dos cuidados paliativos, que são: aliviar os efeitos das doenças incuráveis,

ou prover um manto para aquecer aqueles que passam frio, uma vez que já não

podem ser ajudados pela medicina curativa.

O primeiro local fundado especificamente para os cuidados com pacientes

moribundos foi o de Lyon, em 1842. Na Grã-Bretanha, o renascimento ocorreu em

1905, com o St. Joseph Hospice e em 1967 surge na Inglaterra St. Christopher

Hospice, uma instituição que se transformou em um modelo de assistência, ensino e

pesquisa nos cuidados dos pacientes terminais e das suas famílias. O movimento foi

crescendo e em 1985 foi fundada a Associação de Medicina Paliativa da Grã-

Bretanha e Irlanda, e em 1987 o Reino Unido reconheceu a Medicina Paliativa como

uma especialidade médica. A partir daí os cursos de enfermagem e Medicina

passaram a incluir em seus currículos o estudo dos cuidados paliativos. A filosofia

dos cuidados paliativos é afimar a morte como um processo natural, não apressar

nem adiar a morte, procurar aliviar a dos e outros sintomas angustiantes, integrar os

aspectos psicológicos, sociais e espirituais no cuidado do paciente, disponibilizar

uma rede de apoio para auxiliar o paciente a viver tão ativamente quanto possível

até a sua morte e oferecer um sistema de apoio para a família do paciente na

vivência do processo de luto (PESSINI, 2001, p. 181).

Já no Brasil, foi fundada em 1997 a Associação de Cuidados Paliativos, que

tem como objetivo proporcionar a vinculação científica e profissional entre a equipe

de saúde que estuda e pratica as disciplinas ligadas aos cuidados paliativos nas

doenças crônico-evolutivas, em fase avançada e na terminalidade (WEISSMAN E

BLUST, 2005).

Trata-se de uma abordagem diferenciada que tem como objetivo melhorar a

qualidade de vida do paciente e seus familiares, através de uma adequada avaliação

e tratamento para alívio da dor e sintomas, além de proporcionar suporte

psicossocial e espiritual (ARAÚJO E SILVA, 2007).

No último século, os cuidados paliativos passaram a ser realizados em um

ambiente impessoal, cercado de pessoas estranhas, sob o monitoramento de

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aparelhos eletrônicos e submetidos a processos invasivos, chamado medicalização

da morte (CLARK, 2002).

O período que antecede a morte de um portador de uma doença crônica

avançada, progressiva e incurável é talvez um dos períodos mais importantes de

sua vida. Não só pelo caráter irremediável, mas também pelos distúrbios psíquicos,

financeiros, afetivos e físicos do paciente, seus familiares e cuidadores. O período

de Cuidados Terminais (PCT) é definido como sendo aquele onde há evidência de

progressão da doença maligna, e no qual a terapia aplicada não pode aumentar a

sobrevida de uma forma significativa. Os pacientes podem entrar nesse período já

na época do diagnóstico, ou após o período de tratamento ativo (SILVA e

HORTALE, 2006).

É errada a suposição de que não há mais nada a fazer pelo paciente sem

possibilidade de cura; enquanto há vida existe a necessidade de cuidado. A atuação

de uma equipe é primordial e indispensável para proporcionar o máximo de conforto

ao paciente sob os cuidados paliativos, para que o processo de morte seja com

dignidade e que o tempo que lhe resta seja aproveitado da melhor forma possível. É

extremamente importante ajudar o ser humano a buscar a qualidade de vida,

quando não é mais possível acrescer quantidade (ARAÚJO e SILVA, 2004).

A partir do surgimento dos cuidados paliativos, a morte passou a ser

entendida como um processo natural, oferecendo apoio e valorização que o paciente

sentia falta. A família e o paciente se sentiam marginalizados pelo fato de que a

assistência médica se limitava ao cuidado do funcionamento do corpo e não do

paciente como ser humano. Foi percebendo esta necessidade de mudar a forma de

compreender o universo do indivíduo, que a essência dos cuidados paliativos

começou a se destacar (BARBOSA e OKAY, 2001).

Existe uma preocupação com a pessoa e a sua dignidade, respeitando-a

como ser humano, valorizando sua dor. É uma área tecnicamente preparada para

ajudar os pacientes e familiares a vivenciarem a última etapa da doença e a

chegada da morte. Pode ser oferecido em instituições de saúde ou na própria

residência. Deve ser oferecido a indivíduos com doenças terminais, desde o seu

diagnóstico até o momento da morte e aos seus familiares durante o curso da

doença e em programas de enlutamento (SILVA e HORTALE, 2006).

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) estimam que mais de

50 milhões de pessoas morram por ano no mundo. Estima-se que para o ano de

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2020 haverá 15 milhões de novos casos por ano. É frente a esta realidade dificílima

que os cuidados paliativos se apresentam como uma forma inovadora de cuidado na

área da saúde.

O cuidado paliativo afirma a morte como um processo normal do viver, não

apressa nem adia a morte, procura aliviar a dor e outros sintomas angustiantes,

integra os aspectos psicológicos, sociais e espirituais no cuidado do paciente,

disponibiliza uma rede de apoio para auxiliar o paciente a viver tão ativamente

quanto possível até sua morte e oferece um sistema de apoio para a família do

paciente na vivência do processo de luto (ARAÚJO e SILVA, 2007).

Um dos desafios desse método é integrar-se aos cuidados paliativos. Paliar é

uma dimensão crítica dos cuidados em saúde e todos os profissionais de saúde

deveriam saber quanto os cuidados paliativos são necessários. Quando qualquer

indivíduo se aproxima dos últimos momentos de uma condição de saúde debilitante,

a necessidade desse tipo de cuidado aumenta (SILVA e HORTALE, 2006).

O relacionamento humano é a essência do cuidado que sustenta a fé e a

esperança nos momentos mais difíceis para os pacientes sob os cuidados paliativos.

Expressões de compaixão e afeto na relação com o outro trazem a certeza de que

somos parte importante de um conjunto, o que traz a sensação de consolo e

realização, além da paz interior (HAWTHORNE e YURKOVICH, 2003).

Com relação à terminalidade, cuidar significa estar ao lado de pessoas

fragilizadas, com perda de vitalidade e autonomia, dor, depressão. O cuidado só é

eficaz quando o paciente consente em ser alvo dessas ações, cooperando e

aderindo ao plano assistencial proposto pelo profissional, o paciente só se permite

ser cuidado quando se sente seguro e confia no profissional (ARAÚJO & SILVA,

2007).

A comunicação entre a equipe de saúde, o paciente e a família,

principalmente com a proximidade da morte, pode ser determinante na tomada de

decisões coerentes e apropriada, contribuindo para criar um ambiente de maior

tranqüilidade e colaboração nas ações realizadas. Esta atitude é o que mais

representa o cuidar paliativo (GIROND & WATERKEMPER, 2006).

Para obter-se o bem estar físico é necessário levar em conta a capacidade

funcional do indivíduo, força e fadiga, sono e repouso, náusea e apetite e

evacuações. A parte psicológica esta relacionado a ansiedade, depressão, medo

diversão, lazer, sofrimento pela do e felicidade. O bem estar social é o suporte

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social, família, sexualidade, aparência e relacionamentos. A parte espiritual reflete a

religiosidade, significado da dor, do sofrimento. A avaliação do bem estar físico deve

estar relacionado com questões como o alívio da dor e controle dos sintomas

comuns aos pacientes em fase terminal, pois não existe qualidade de vida quando

esses sintomas estão presentes (CHAVES, 2006).

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4 CÂNCER

Os agentes mutagênicos alteram a sequencia de bases do DNA, o que pode

acelerar ou aumentar o aparecimento de mutações que estão relacionadas com o

aparecimento de neoplasias. Ao passar por várias divisões, uma célula poderá

acumular várias mutações que, em número elevado poderá determinar a perda do

controle da divisão celular, levando assim ao aparecimento do câncer. As causas do

câncer podem ser endógenas ou exógenas, estando, no entanto, inter-relacionadas.

As causas exógenas estão relacionadas com o meio ambiente e aos hábitos de um

ambiente social e cultural. As endógenas geralmente estão geneticamente pré-

determinadas, e estão diretamente associadas à capacidade do organismo de se

defender das agressões externas. Esses dois fatores podem interagir de várias

formas, aumentando assim a probabilidade de transformações malignas nas células

normais (RIBEIRO & MARQUES, 2003).

De acordo com Lewis (2004, p.325), a divisão celular é um processo que é

controlado de forma bem rigorosa. Se a célula se divide ou pára de se dividir e se

ela expressa um conjunto de genes que a tornam especializada como um

determinado tipo de célula, isso tudo depende de sinais bioquímicos das células

vizinhas. O problema de uma célula cancerosa é que ela simplesmente pára de ouvir

estes sinais. As mutações que afetam esses estágios de transdução de sinal ou

expressão gênica podem fazer com que uma célula tenha uma divisão

descontrolada. E enquanto uma célula cancerosa tiver nutrientes e espaço

suficiente, ela se divide continuamente. As células cancerosas se dividem

frequentemente ou mais vezes se comparada com os tipos de células das quais

surgiram.

Segundo Junqueira e Carneiro (2000, p.75), o câncer surge de uma mutação

que atinge uma única célula, que se multiplicou por mitoses e suas células

descendentes foram acumulando outras mutações, até originarem uma célula

cancerosa. Esse processo de acúmulo de mutações é muito lento, e isso explica o

fato da maior incidência de câncer ser em pessoas idosas.

Se uma mutação atingir um gene que modula a proliferação ou a

diferenciação de uma célula, isso pode fazer com que o produto deste gene seja

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hiperativo ou produzido em excesso, isso tem como resultado a transformação do

fenótipo das células (CARVALHO & RECCO-PIMENTEL, 2001).

Quando os cânceres têm uma causa externa conhecida, há um longo

período entre os eventos casuais e o estabelecimento da doença. O câncer

pulmonar inicia o crescimento rápido somente após 10 ou 20 anos de fumo intenso.

A incidência de leucemias em Hiroshima e Nagasaki não teve um aumento até cerca

de cinco anos após a explosão da bomba atômica, alcançando seu pico somente

após oito anos (ALBERTS et al., 1997, p. 872).

De todos os casos de câncer, 80 a 90% estão diretamente ligados a fatores

ambientais, como é o caso do cigarro e o câncer de pulmão, a exposição excessiva

ao sol e o câncer de pele e alguns vírus e a leucemia (RIBEIRO & MARQUES,

2003).

Muitas moléculas que são ingeridas tornam-se cancerígenas depois de

modificadas por processos metabólicos de destruição de substâncias tóxicas, que

falham nesses casos. Quando isso acontece, ocorre a produção de moléculas

cancerígenas a partir de precursores que não possuem essa propriedade. Um

exemplo disso é o cloreto de vinil usado na fabricação de plásticos, que só se torna

cancerígeno depois de modificado no próprio organismo (JUNQUEIRA &

CARNEIRO, 2000, p. 292).

A velocidade da evolução e o avanço de um tumor podem ser acelerados

tanto por agentes mutagênicos quanto por agentes não mutagênicos que afetam a

expressão de genes, estimulam a proliferação celular e alteram o equilíbrio entre as

células mutantes e não mutantes. A maior parte dos agentes cancerígenos

conhecidos são mutagênicos; isso inclui certos vírus, carcinógenos químicos e

várias formas de radiação, como por exemplo as radiações ionizantes e a luz

ultravioleta. A maioria dos cânceres é em princípio possível de ser prevenida, isso

porque muitos fatores que contribuem para o desenvolvimento de um câncer podem

ser controlados pelo homem. Entre os muitos fatores de risco ambiental que já são

conhecidos, muitos podem ser evitados, como por exemplo, o tabagismo e as

infecções por vírus causadores de câncer, como o papilomavírus e o vírus da

hepatite B. Atualmente, o tabagismo é de longe a causa ambiental mais importante

do câncer. As principais causas ambientais do câncer são produtos de um estilo de

vida altamente industrializado, o crescimento da poluição, o aumento no uso de

aditivos nos alimentos, entre outros (ALBERTS et al., 2006, p. 1326).

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4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS TUMORES

As células cancerosas violam todas as regras básicas de comportamento

pelo qual os organismos multicelulares são constituídos e mantidos, isso porque

essas células exploram todos os tipos de oportunidades para que ocorra a

proliferação celular. São células cromossomicamente instáveis, onde há uma

produção contínua de mudanças estruturais e o cariótipo geralmente apresenta

aberrações complicadas e bizarras. São muito tolerantes a perdas cromossômicas,

como é evidenciado pelas consideráveis variações numéricas e múltiplas cópias

cromossômicas (SAVAGE, 1999; ALBERTS et al., 2006).

Quando a proliferação está fora de controle, ela dá origem a um tumor, ou a

uma neoplasia, que é uma massa compacta de células anormais que estão em um

processo contínuo de crescimento. O tumor é considerado benigno se as células

neoplásicas permanecerem agregada formando uma massa única. Nesta fase é

possível haver uma cura completa pela remoção cirúrgica da massa. Um tumor é

considerado um câncer somente se for maligno, quando as células adquirem a

capacidade de invadir os tecidos adjacentes. Esta invasividade está diretamente

relacionada com a capacidade de desagregação e penetração na corrente

sangüínea ou nos vasos linfáticos e formação de tumores secundários, conhecidos

como metástase em outras partes do corpo. Essa dispersão torna mais difícil a

erradicação do tumor (ALBERTS et al., 2006, p.1347).

A metástase é o aspecto do câncer mais temido e menos compreendido.

Quando acontece a disseminação pelo corpo, o câncer se torna praticamente

impossível de ser erradicado por cirurgia ou por irradiação localizada, tornando-se

letal. A metástase é um processo de muitas etapas, onde as células devem se

despregar do tumor primário, invadir os tecidos vizinhos e vasos e em seguida

estabelecer colônias em locais distantes do tumor primário. Cada um desses

processos é muito complexo, e os mecanismos moleculares envolvidos ainda não

estão totalmente claros (ALBERTS et al., 2006, p. 1350).

Uma vez que é preciso haver muitas mutações para que se tenha o conjunto

de propriedades indesejáveis que o câncer tem, não é surpresa que praticamente

todas as células cancerosas tenham propriedades adicionais que lhe conferem uma

alta taxa de mutação, isso devido à aquisição de um ou mais defeitos nos vários

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aspectos do metabolismo do DNA. Esta instabilidade genética é que dissemina o

intricado conjunto de alterações que a célula adquiriu e que é extremamente

necessário para a neoplasia e para a malignidade do tumor (ALBERTS et al., 2006,

p. 1340).

Segundo Junqueira e Carneiro (2000, p. 200), as células malignas secretam

moléculas que fazem com que ocorra o crescimento de vasos sangüíneos,

promovendo uma angiogênese que é a neoformação vascular. Este processo ocorre

quando o tumor entra em metástase, sendo que essa formação de vasos garante o

suprimento de nutrientes, fatores de crescimento e oxigênio, e possibilita ter uma via

de eliminação de refugos do metabolismo. Não se forma metástase nos tecidos que

não oferecem condições para o estabelecimento de uma circulação sangüínea.

Os cânceres podem ser classificados de acordo com o tecido e tipo de célula

que lhe dão origem. Os carcinomas são cânceres que se originam de células

epiteliais, sarcomas são aqueles que se originam de tecidos conjuntivos ou tecidos

musculares, leucemias são derivadas de células hematopoéticas e cânceres

derivados de sistema nervoso (ALBERTS et al., 1997, p. 1347).

Quase todos os tipos de células do organismo podem gerar tumores.

Entretanto, algumas células originam tumores com mais freqüência do que outras,

como, por exemplo células que se dividem muito. Isso porque quanto mais vezes o

DNA se replicar, maior a possibilidade de mutações, isso devido a falhas no

processo de síntese da nova molécula de DNA e na reparação do DNA defeituoso

(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2000, p. 295).

4.2 O CÂNCER E SEUS SINTOMAS

Pacientes fora de perspectivas terapêuticas de cura que se encontram em

fase terminal, apresentam grande fragilidade, imobilidade, perda de interesse na

ingestão de alimentos e bebidas, além de dificuldade de engolir. Tornando-se

elevados os níveis de ansiedade, tensão e emoções, sendo importante que a equipe

profissional tenha uma conduta irrepreensível e estruturada, com o objetivo de

controlar os sintomas e apoiar o paciente e seus familiares (REZENDE, 2000).

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O aumento da sobrevida transformou o câncer em uma doença crônica e

dessa forma os doentes estão sujeitos a maiores sofrimentos. Estes sofrimentos

provem do tumor e de outros sintomas relacionados à doença, do desgaste com

todo o tratamento e de toda carga emocional que envolve o diagnóstico (VIEIRA,

2002, p. 369).

Pacientes com câncer em estágio muito avançado apresentam dor de

moderada a intensa, decorrentes de varias causas e isso compromete a qualidade

de vida, assim o paciente passa a evitar atividades sociais e as relações

interpessoais. O controle da dor é a base para a qualidade de vida, para isso são

utilizados vários métodos de intervenção com uma equipe multidisciplinar com o

objetivo de adquirir a melhor analgesia, reabilitação motora e estabilidade emocional

(SAKATA; GUALDES; AOKI, 2006)

A dor do câncer é resultado de múltiplas causas; o envolvimento direto do

tumor, compressão ou infiltração do nervo ou comprometimento de partes moles; a

dor também pode ser resultados de tratamentos como a quimioterapia, radioterapia

e síndromes pós cirúrgicas, como a dor pós mastectomia (DOYLE, 1993, p. 45).

É comum pacientes com câncer avançado apresentarem anorexia e o apetite

e a ingestão de alimentos são fatores importantes na manutenção da qualidade de

vida. Essa alteração alimentar pode estar relacionada a alterações emocionais

presentes no doente. A anorexia é um sintoma comum nos pacientes oncológicos,

associada inicialmente ao processo natural da doença ou, mais tardiamente, ao

crescimento tumoral e presença de metástases. Pode estar relacionada à náusea e

vômito, à própria doença, ou ser resultante de medicamentos utilizados durante o

tratamento, desconforto devido a mucosite, entre outros (CABRAL, 2004, p. 329)

A depressão pode se manifestar de varias maneiras, como as alterações de

humor, que podem ser a tristeza, perda de interesse por qualquer atividade, falta de

prazer, crises de choro ou variação diurna de humor. Alterações motoras também

estão presentes, como inibição ou retardo dos movimentos e agitação. As mudanças

somáticas podem aparecer como, alterações de sono, como por exemplo, insônia ou

hipersonia, variações no apetite e peso, perda da libido, obstipação e fadiga.

Existem também alterações sociais, apatia e isolamento. A depressão também deve

ser tratada mesmo no paciente que já se encontra na fase terminal do câncer para

otimizar a melhora na qualidade de vida. A dor, câncer avançado, historia previa de

depressão ou alcoolismo, uso de corticóides, desordens endócrinas, doenças

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neurológicas e deficiência nutricional são fatores de risco para a depressão. Os

sintomas psicológicos devem ter avaliação priorizada, como a sensação de perda,

sentimento de culpa, diminuição do prazer e pensamento suicida, dessa forma deve

ser feita uma abordagem médica e psicológica ao paciente e a família (NARDI,

1998, p. 120).

A ansiedade é definida como um estado de alerta, que aumenta o estado de

atenção diante de uma situação de perigo real ou imaginário. É uma sensação

difusa desagradável de apreensão acompanhadas por sensações físicas como mal

estar gástrico, precordialgia, palpitações, cefaléia e sudorese excessiva (JONES,

2001).

No caso da dispnéia a casa deve ser sempre avaliada, pois nem sempre ela

esta relacionada a severidade do quadro, salvo em casos da câncer de pulmão. Os

sinais mais característicos são respirações difíceis ou desconfortáveis, geralmente é

descrito como falta de ar. A oxigenoterapia é indicada nos casos de câncer

avançado, é necessário manter a cabeceira elevada se possível sentado e

proporcionar ambiente bem ventilado (BRASIL, 2002).

A síndrome da anorexia-caquexia (SAC) é uma complicação freqüente no

paciente portador de uma neoplasia maligna em estado avançado. Caracteriza-se

por um intenso consumo dos tecidos muscular e adiposo, com consequente perda

involuntária de peso, além de anemia, devido alterações fisiológicas, metabólicas e

imunológicas. Mudanças na percepção de paladar e olfato ocorridas com a

progressão tumoral e com o tratamento oncológico, também contribuem com a

anorexia e consequentemente, com a SAC (CUPPARI, 2005, p. 244).

A náusea é uma sensação de aversão a alimentos ou medicamentos, que

pode ser causada por ansiedade, anorexia e dor. A náusea pode preceder o vomito

que também esta relacionado a dor ansiedade, anorexia e a aversão a

medicamentos, alimentos, quimioterapia, radioterapia que causam a alterações

metabólicas. Uma avaliação nutricional é importante no tratamento deste sintoma,

deve-se também eliminar as causas desencadeadas quando possível e administrar

medicamentos. A constipação intestinal pode ser causada por imobilidade, baixa

digestão hídrica, dieta com pouca ou nenhuma fibra alimentar, o uso de algumas

medicações como opiáceos, antidepressivos, compressão tumoral do intestino,

desconforto e falta de privacidade.

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O distúrbio de sono pode estar relacionado a dor, náuseas, dispnéia, medo

ansiedade e medicações. Uma das condutas é basicamente eliminar as causas

desencadeadas e promover um ambiente tranqüilo no momento do descanso

(SOUZA, 2000).

A fadiga é um sintoma relatado pelos doentes com câncer em todas as fases

da doença, principalmente nos casos que apresentam metástase. A fadiga limita de

forma significativa as atividades as atividades diárias e reduz a capacidade de

trabalho. Esse é o sintoma para o qual menos se conhecem intervenções efetivas,

principalmente quando comparadas as indicadas para o controle de outros sintomas

como a dor. A fadiga não é só o sintoma mais freqüente como é o mais

incapacitante. Ela engloba os âmbitos físico, emocional e cognitivo do paciente, na

fase mais avançada da doença ou quando o paciente esta recebendo cuidados

paliativos, a fadiga atinge 99% de ocorrência, é a fase de maior desconforto e

prejuízo a qualidade de vida. A fadiga do doente com câncer geralmente é crônica, e

o paciente e seu cuidador relatam priora a funcionabilidade mesmo em repouso. Os

termos astenia, letargia, exaustão, sensação de fraqueza, cansaço extremo e falta

de motivação são usados como sinônimo (INCA, 2001).

4.3 O CÂNCER E A MORTE

A sociedade tem cada vez mais dificuldade em pensar na questão da morte e

do morrer, mesmo sendo uma sociedade de risco, com varias possibilidades de

experimentar a vulnerabilidade e enfrentar a morte em várias situações diferentes. A

presença da morte gera incômodos provocados por uma sociedade que vive do

prazer. Uma vez que a morte é ocultada e sobre ela estão relacionados alguns

valores negativos, o moribundo é algo que causa incomodo, a sua presença no

ambiente hospitalar é considerada por muitos um incomodo, é algo que muitos

escondem sob o discurso técnico da biomedicina, irreconhecível como humano

(SILVA e HORTALE, 2006).

De modo geral, o tema câncer ainda é um problema, pois em nossa cultura

ainda prevalecem os preconceitos sobre o câncer, relacionando-o a idéia de

sofrimento e terminalidade, mesmo o prognostico não seja o mesmo de uma pessoa

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para outra e mesmo nem sempre a doença sendo fatal. Até a pronúncia da palavra

muitas vezes é evitada, muitas pessoas utilizam palavras como a doença, ela, isso,

o problema. Da mesma forma que evitam falar sobre o câncer, os pacientes também

não se sentem a vontade em falar sobre a morte esperada, muitas vezes mudando

de assunto ou simulando o não entendimento, para assim evitar situações de

intenso sofrimento. Falar sobre a perda iminente da vida e de todos os

relacionamentos de uma forma geral é um assunto evitado pela maioria dos

pacientes, na realidade eles demonstram mais interesse em conversar sobre

amenidades, como futebol e novelas, ou outros assuntos triviais que fazem ou que

fizeram parte de seu mundo. Pacientes relatam que não é porque estão vivenciando

o câncer e a terminalidade, que deixaram de gostar do que antes era prazeroso.

Dessa forma é necessário que as conversas não sejam focadas apenas na doença e

na morte (ARAÚJO e SILVA, 2007).

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5 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

A MTC abrange vários setores ligados à saúde e a doença. Para tanto, ela

enfatiza os fenômenos precursores das alterações funcionais e orgânicas que

provocam o aparecimento dos sintomas e de sinais, que são causados pelo

desequilíbrio da energia interna, induzido pelo meio ambiente ou pela alimentação

desregrada, emoções retidas, fadigas, entre outras coisas (YAMAMURA, 2004, p.

LIV).

Esta ciência surgiu na China há aproximadamente 4.500 anos. No entanto,

apesar de sua antiguidade, continua evoluindo (WEN, 2008, p. 9).

Concentra-se na observação dos fenômenos da Natureza e no estudo e

compreensão dos princípios que regem a harmonia nela existente. O Universo e o

ser humano estão submetidos às mesmas influências (YAMAMURA, 2004, p. XLIII).

As recentes pesquisas científicas muito têm contribuído para uma

compreensão maior desta terapia. Existem mecanismos neurológicos e

neuroendócrinos e que fazem dessa terapia um método promissor em relação ao

sistema imunológico. Apesar de ser um estudo antigo, continua sendo um campo

aberto à pesquisa e a novos conhecimentos (WEN, 2008, p.9).

Acupuntura é um antigo método terapêutico chinês que se baseia na

estimulação de determinados pontos do corpo com agulhas, a fim de restaurar e

manter a saúde (YAMAMURA, 2004, LIV).

Portanto, a Acupuntura pode ser definida como terapia fisiológica coordenada

pelo cérebro, que responde à estimulação dos nervos sensoriais periféricos pela

inserção de agulhas por via manual ou elétrica. Ela não trata nenhum sintoma

patológico em particular, mas normaliza a homeostase fisiológica e promove a

autocura, cuida do corpo como um todo (MA, 2006, p. XXI).

As técnicas de inserção de agulhas têm por finalidade promover a

mobilização, a circulação e o fortalecimento das energias humanas, bem como a

expulsão de energias perversas que acometem o indivíduo (YAMAMURA, 2004,

LVII).

A filosofia chinesa sobre o Universo está associada a três bases: a teoria Yin

Yang, os Cinco Elementos e os Zang-Fu.

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Segundo a MTC, todas as estruturas do organismo se encontram

originalmente em equilíbrio, pela atuação das energias Yin (negativas) e Yang

(positivas). Essas energias podem explicar os fenômenos que ocorrem nos órgãos,

por conceito de superficial e profundidade; de excesso e deficiência; de calor e frio.

Assim, se as energias Yin e Yang estiverem em equilíbrio, ou seja, em harmonia, o

organismo certamente estará com saúde. Por outro lado, o desequilíbrio acarretará a

doença (WEN, 2008, p. 9).

O Yin Yang é o conceito básico e fundamental de todas as ciências orientais

que corresponde à condição primordial e essencial para a origem de todos os

fenômenos naturais. Representam o positivo e o negativo, sendo o princípio da

dualidade, onde o positivo não vive sem o negativo e vice e versa. O Yin representa

a escuridão, o princípio passivo, feminino, frio e noturno. Já o Yang representa a luz,

o princípio ativo, masculino, quente e claro. Além disso, também são indicados como

lados opostos. Quanto mais Yin você possuir, menos Yang terá e, quanto mais Yang

possuir menos Yin você terá (YAMAMURA, 2004, p.XLVI).

Os Cinco Elementos (Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água) são os cinco

elementos básicos que constituem a natureza. Entre eles existe uma

interdependência e uma interrestrição que determinam seus estados de constante

movimento e mutação. Esta Teoria ocupa um lugar importante na Medicina Chinesa,

porque todos os fenômenos dos tecidos e órgãos, da fisiologia e da patologia do

corpo humano, estão classificados e são interpretados pelas interrelações desses

elementos. É muito usada como guia na prática médica (WEN, 2008, p.21).

Já a Teoria dos Zang-Fu consideram três aspectos diferentes: o energético, o

funcional e o orgânico. É o estudo dos órgãos (Zang) e vísceras (Fu).

Os seis órgãos (Zang), de natureza Yin são representados pelo coração (Xin),

pericárdio (Xin Bao), pulmão (Fei), fígado (Gan), baço-pâncreas (Pi) e rins (Shen).

No geral, são responsáveis pela preservação das energias vitais, crescimento,

desenvolvimento e manutenção do corpo e da mente. Cada órgão representa um

dos Cinco Movimentos.

O coração (Xin) governa todas as vísceras e intestinos. É chamado de “O

Imperador” dos órgãos internos. Suas principais funções são governar o sangue, os

vasos sanguíneos e abrigar a Mente (Shen). Está relacionado ao elemento Fogo. O

Pericárdio (Xin Bao) protege o coração dos ataques externos e controla a função

cardíaca. Está diretamente ligado ao Coração (PERCÍLIA, 2009).

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O Pulmão (Fei) governa o Qi, a respiração e é responsável pela inalação do

ar. É ele quem intermédia o organismo e o meio ambiente, além de controlar a

passagem das águas, que é importante no movimento dos fluídos corpóreos.

Relaciona-se ao elemento Metal.

O Fígado (Gan) armazena sangue (Xue), faz o Qi fluir suavemente no corpo,

controla os tendões, abriga a alma hetérea (Hun), auxilia no processo digestivo.

Relaciona-se ao elemento Madeira.

O Baço-Pâncreas (Pi) está relacionado ao Elemento Terra. Auxilia no

transporte e a transformação das essências dos alimentos durante a digestão,

absorvendo os nutrientes e separando as partes aproveitáveis das não

aproveitáveis; controla o sangue e os músculos.

O Shen – Rim relaciona-se com Elemento Água e é conhecido como a “Raiz

da Vida”, pela sua função de armazenar a essência derivada dos pais, responsável

pela nossa constituição. Também governa o nascimento, o crescimento, o

desenvolvimento e a reprodução. Produz a medula, abastece o cérebro, controla os

ossos, governa a água, controla a Porta da Vida.

As vísceras (Fu), de característica Yang são divididas em seis: Estômago

(Wei Wan), Intestino Delgado (Xiao Chang), Intestino Grosso (Da Chang), Vesícula

Biliar (Dan), Bexiga (Pang Guang) e Triplo Aquecedor (San Jiao).

O Estômago (Wei) é a mais importante víscera Yang, pois juntamente com o

Baço-Pâncreas é a origem de todo Qi e sangue produzido após o nascimento. Faz a

digestão e transformação dos alimentos e da água. É um acoplado do Baço.

Receber os alimentos e líquidos após a digestão realizada pelo Estômago e

transformá-las em partes puras e impuras são funções do Intestino Delgado (Xiao

Chang). Esta víscera é acoplada ao Coração (PERCÍLIA, 2006).

As funções do Intestino Grosso (Da Chang) são receber alimentos e líquidos

do intestino delgado, reabsorver uma parte dos fluídos corpóreos e excretar as

fezes. Está acoplado ao Pulmão.

A Vesícula Biliar (Dan) estoca e excreta a bile para auxiliar na digestão,

controla os tendões e está acoplada ao Fígado.

A Bexiga (Pang Guang) remove a água do corpo por meio da transformação

de Qi. Está acoplada ao Rim.

O Triplo Aquecedor não é uma víscera no sentido substancial, porém abrange

todos os órgãos da cavidade abdominal e torácica e suas funções de assimilação,

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distribuição e expulsão de alimentos e líquidos. Está ligado ao Pericárdio e suas

funções são mobilizar o Qi original, controlar o transporte e penetração do Qi,

controlar a passagem das águas e excreção de fluídos.

De acordo com Nystrom (2008, p.31), na MTC as emoções são divididas em

fúria, alegria, tristeza, preocupação e abstração e medo. Fúria: inclui ressentimento,

fúria contida, irritabilidade, frustração, ódio, indignação, animosidade ou amargura.

Qualquer um desses estados emocionais pode afetar o Fígado e, se persistir ao

longo do tempo, pode causar a Estagnação do Qi desse órgão com a manifestação

de muitos sintomas na cabeça, como: cefaléia, zumbido, tontura, manchas

vermelhas na parte frontal do pescoço, rubor facial, sede, língua vermelha e gosto

amargo na boca. Há a possibilidade de se ter também sintomas como submissão,

depressão (fúria reprimida – língua vermelha escura e seca) e palidez. Alegria: deve

ser entendida não como um estado saudável de felicidade, mas um excitamento

excessivo que pode lesar o Coração, como, por ex., em uma crise de enxaqueca

causada por boas notícias repentinas.Tristeza: debilita o Pulmão, mas também afeta

o Coração. O Pulmão governa o Qi e a tristeza depaupera o Qi, provocando

sintomas como dispnéia, cansaço, depressão ou choro, e, nas mulheres, pode

provocar amenorréia. Preocupação e Abstração: pensar demais, exercer um

trabalho mental ou estudo excessivo debilita o Baço e causa cansaço, anorexia e

diarréia. A preocupação depaupera o Qi do Baço, paralisando o Qi do Pulmão e

provocando sintomas como ansiedade, dispnéia e rigidez nos ombros e pescoço.

Medo: depaupera o Qi do Rim e faz o Qi descender. Nas crianças, situações

geradoras de medo e insegurança levam à descida do Qi, podendo provocar a

enurese noturna. Em adultos, medo e ansiedade provocam a deficiência do Yin do

Rim, levando à sensação de calor na face, sudorese noturna, palpitação, boca e

garganta secas.

Choque emocional: suspende o Qi e afeta o Coração e o Rim, causando

sintomas como palpitação, dispnéia, insônia, sudorese noturna, boca seca, tontura

ou zumbido (PERCÍLIA, 2011).

A Acupuntura é uma terapia com inúmeras possibilidades de aplicação, na

qual é útil em qualquer doença, oferecendo auxílio em todas as idades e

independente do sexo e pode ser associada a outras modalidades terapêuticas.

Pode também ser utilizada para apressar na recuperação no período pós-operatório

(WEN, 1985, p.13).

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Além disso, possui outras vantagens como melhorar a circulação sanguínea,

equilibrar o organismo e reduzindo assim, a utilização de medicamentos. Utiliza

materiais simples e de fácil transporte, é um tratamento seguro, complementa

tratamentos da medicina moderna e auxilia no diagnóstico de doenças (MA, 2006, p.

XXII).

Os únicos fatores desfavoráveis são o temor que muitas pessoas sentem

pelas agulhas e o longo período de tratamento que a Acupuntura exige.

Muitos outros métodos de tratamento foram desenvolvidos para substituir as

agulhas tais como em casos de estremo temor, porém, não causam os mesmos

efeitos que as agulhas.

A OMS reconhece o uso da Acupuntura para vários tipos de patologias, como,

por exemplo, enxaquecas, problemas gastrointestinais, alergias e dores diversas.

Além disso, vários estudos têm demonstrado que a Acupuntura apresenta uma

influência profunda sobre os problemas emocionais e mentais, sendo recomendável

a combinação dessa técnica com outras psicoterápicas.

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6 ACUPUNTURA NOS CUIDADOS PALIATIVOS

Dor, anorexia, depressão, ansiedade, constipação, problemas respiratórios,

fraqueza, distúrbios de sono, náusea entre outros, são alguns dos sintomas que

acometem os indivíduos em fase terminal de câncer. Todos esses sintomas

diminuem de algum modo sua qualidade de vida, merecendo dessa forma a atenção

dos profissionais de saúde, na medida em que a doença progride maior é a

necessidade de cuidados paliativos, o que os torna quase que exclusivos ao final da

vida (ARAÚJO e SILVA, 2007).

O tratamento paliativo tem como objetivo o controle dos sintomas de

desordens orgânicas e seu foco principal é proporcionar à pessoa que está

morrendo uma sobrevida digna e com o máximo de qualidade possível. É muito

freqüente em pacientes em fase terminal de câncer a presença de dor intensa,

sintomas de agitação e confusão mental ou dificuldade para respirar. Para diminuir

esses sintomas podemos associar aos tratamentos paliativos a utilização de drogas,

como por exemplo, a morfina, um potente analgésico, que pode produzir como

efeitos adversos uma baixa na pressão arterial ou uma depressão respiratória e até

privar o paciente de sua consciência, este é o chamado princípio do duplo efeito

(PESSINI, 2001).

Dessa forma a utilização da Acupuntura para o alivio dos sintomas dos

pacientes que se encontram na fase terminal da doença deve ser considerada, pois

não apresenta efeitos colaterais. Ela também deve ser indicada para pacientes que

não respondem mais ao tratamento convencional com medicamentos e assim

permanecem com todos os sintomas que levam a perda da qualidade de vida, como

por exemplo a dor. Pacientes que desejam reduzir a quantidade de medicamentos

devido ao duplo efeito também podem fazer uso da Acupuntura.

A Acupuntura é um ramo da medicina interna que é muito bem recebida, isso

pela sua extensa aplicação, eficácia, segurança e efeitos secundários

insignificantes, assim como sua fácil aplicação (VIEIRA, 2010, p. 143).

Existem algumas restrições para a Acupuntura, as agulhas não devem ser

inseridas na área tumoral ou em áreas de ulcerações, febre muito alta, estado de

embriaguez, problemas de sangramento, áreas de instabilidade espinhal, pois pode

existir o risco de compressão medular (devido ao relaxamento muscular que a

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Acupuntura pode causar), nas próteses de silicone, a eletroAcupuntura em pacientes

com marcapasso. Nos pacientes com extrema fobia de agulhas a sessão deve ser

realizada com cautela ou ser realizada com laser. Em pacientes com câncer a

cautela também é necessária, pois podem ser mais sensíveis as agulhas, e em

casos de quelóides, gravidez e epilepsia.

6.1 CONTROLE DA ANSIEDADE

De acordo com Silva (2007) a Acupuntura é uma estratégia eficaz,

rápida e segura no tratamento de ansiedade, depressão, estresse psíquico, desejo

de morte, distúrbios do sono, distúrbios psicossomáticos e é considerada como uma

estratégia clinica potente na promoção da saúde geral. É considerada uma

excelente terapêutica que atua em vários níveis complexos, como o psicológico,

comportamental e biológico, a ciência ocidental vem corroborando o que a tradição

oriental já sabia. A Acupuntura quando bem administrada é terapêutica, preventiva,

segura, rápida, eficaz, com efeito duradouro e de baixo custo financeiro.

Esses dados estão de acordo com Kurebayashi et al. (2009), que concluiram

que a Acupuntura pode ser inserida no tratamento de reabilitação de diversas

enfermidades, agudas ou crônicas. Pode ter um importante papel também na

prevenção de doenças, isso porque um de seus focos é o tratamento de desordens

energéticas, primarias e anteriores a doença, indicada para o tratamento de

estresse, ansiedade, pois leva ao relaxamento do corpo e da mente.

De acordo com Ross (2003, p. 461-464), a ansiedade pode ser definida com

um estado subjetivo desagradável e inquieto de tensão e apreensão, no qual é difícil

relaxar ou encontrar calma e paz. É resultado de um distúrbio do Shen e pode ser

originado por excesso, devido a estresse emocional ou do excesso de fumo, álcool e

alimentos gordurosos, além da falta de exercícios; ansiedade por estagnação,

devido a estagnação emocional podem levar ao distúrbio do espírito do coração e à

hiperatividade do yang do fígado e ansiedade por deficiência, em que aumenta

quando a energia está reduzida, deficiência por falta de sono e descanso, excesso

de trabalho, estresse, doença e nutrição deficiente.

Ling (2006) realizou um estudo com Acupuntura no tratamento de ansiedade,

foram selecionados 65 pacientes para este estudo, que foram divididos em dois

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grupos, um grupo recebeu o tratamento com Acupuntura e o outro grupo controle,

com tratamento medicamentoso. Os pontos utilizados nessa pesquisa foram:

yintang, CS-6, VC-17, R-6, VG-20 e C-7, foi realizada um sessão por dia, durante 30

dias consecutivos. O grupo que recebeu o tratamento com Acupuntura obteve uma

melhora significativa em relação ao grupo controle, dos pacientes tratados com

Acupuntura, houve 34,3% de cura, 45,7% de melhora significativa, 14,3% de

melhoria. O grupo controle obteve 26,7% de cura, 40,4% de melhora significativa e

16,7% de melhoria, no geral a eficácia foi de 83,3% e no grupo que recebeu

Acupuntura foi de 94,3%, mostrando assim os benefícios da Acupuntura.

Seroiska et al. (2013) realizaram uma pesquisa no tratamento do transtorno

de ansiedade generalizada através da Acupuntura auricular. Participaram dessa

pesquisa 60 indivíduos com idades entre 20-64 anos de ambos os sexos com

transtorno de ansiedade generalizada. Foram feitas 10 sessões, e os pontos usados

foram: Shen men, rim, ansiedade 1 e 2, simpático, tensão, e estômago. Para avaliar

os resultados foram utilizados os questionários de Hamilton e Zung; de acordo com

o questionário de Hamilton houve 68% de melhora dos sintomas e de acordo com o

questionário de Zung houve uma melhora entre 90 e 95% dos sintomas.

Segundo Yamamura (2004, p. 956), alguns pontos são indicados para o

controle da ansiedade como: C7 (acalma o Shen, a mente), CS6 (acalma o Shen e o

coração e clareia a mente) e yintang (ponto extra indicado para o relaxamento e

ansiedade).

6.2 DEPRESSÃO

A depressão geralmente esta associada com deficiência, onde não

existe energia suficiente para sentimentos positivos, ou com estagnação, mas o

fluxo de energia e das emoções esta bloqueado. Essa deficiência também pode

estar associada com o excesso, como por exemplo, na depressão maníaca, ou com

irregularidade, como é o caso da depressão acompanhada de ansiedade.

A Acupuntura pode e deve ser indicada para qualquer caso de depressão,

tanto em casos de depressão leve como nos casos mais profundos.

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Ela não é só utilizada como um recurso complementar, mas possui também

um papel único e específico no tratamento da depressão, independente da indicação

paralela de outras intervenções. Com relação aos benefícios, é possível citar a

rapidez no tratamento, a eficácia, trabalhar de forma indireta um conflito,

desbloquear e liberar um conflito e também a individualidade na forma como o

paciente é tratado (BRASIL, 2002).

A eficácia da Acupuntura em sintomas psicológicos como a depressão pode

ser observada em um estudo realizado com 12 jovens adultos e 12 idosos, foram

realizadas 6 sessões com uma frequência de duas por semana, foram utilizados três

pontos bilateralmente (IG4, BP6 e E36). A avaliação da escala de depressão foi feita

através do Beck Depression Inventory, após o tratamento verificou-se uma

atenuação significativa dos sintomas psicológicos como a depressão em ambas as

faixas etárias investigadas (PAVÃO, 2008).

Smith et al. (2012) verificaram a eficácia da Acupuntura a laser em

comparação com a Acupuntura placebo no tratamento de depressão. Esse estudo

foi realizado com 47 participantes com depressão com idades entre 18-50 anos.

Foram realizadas duas sessões por semana durante quatro semanas. Os pontos

utilizados foram: F-14, VC-14 e R-3 (somente do lado direito) e F-8 e C-7 (somente

do lado esquerdo). Esses pontos foram usados nos dois grupos, mas no grupo

placebo o feixe de infra-vermelho do laser não acendia quando o interruptor era

pressionado. No grupo que recebeu o tratamento da Acupuntura a laser houve uma

redução significativa dos sintomas de depressão em comparação com a Acupuntura

placebo, mostrando assim os benefícios da Acupuntura em casos de depressão.

Essa eficácia também foi observada em um estudo feito por Hong et al.

(2004), com 22 homens e 46 mulheres com depressão, com idade entre 14 e 78

anos. Foram realizadas de 10 a 20 sessões em dias alternados com pontos

principais: CS-6, VG-26, VC-23, Yintang e VG-20. Utilizaram-se também pontos de

acordo com a sintomatologia, que foram: VC-17 e E-40 (propensão a suspirar e

sensação de caroço na garganta), F-2, F-3, VB-20 (irritabilidade, mal humor,

sensação de boca seca, sabor amargo, e olhos vermelhos), C-7, BP-6 e Ex-CP-1

(fadiga, transtornos de memória e sono, apetite e insônia). Dos 68 casos de

depressão, houve 40 casos de cura, 25 com melhora significativa e 3 de ineficácia.

Com esses dados é possível observar os benefícios da Acupuntura na depressão.

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Para o tratamento da depressão pode-se usar alguns pontos como: VG-20

(clareia a Mente e melhora a disposição), B-15 (se aplicado com moxa, tonifica o Qi

do coração, clareia a Mente e melhora a disposição), B-13 (caso a depressão for

causada na sua maior parte pela tristeza, é um bom ponto para tonificar o Qi do

pulmão), B-44 (tonifica o coração e acalma a Mente). São apenas alguns dos pontos

que podem ser utilizados. (MACIOCIA, 2010, p. 120).

6.3 CONTROLE DA DOR

A Acupuntura tem sido muito indicada para tratamentos de diversas dores,

Sua eficácia em relação a dor crônica tem sido extremamente satisfatória e

comprovada. Os efeitos neurobiológicos que a Acupuntura exerce, atuam também

sobre neurotransmissores que estão relacionados com a dor, e os efeitos do

tratamento sobre a qualidade de vida dos pacientes, foram contatados em um

ensaio clínico em que o tratamento diminui a percepção da intensidade da dor

(CARNEIRO, 2001, p.110).

Estudos recentes tem enfatizado a liberação de substâncias como endorfinas,

encefalinas, betalipotropina, betaendorfina para a explicação dos efeitos da

analgesia causada pela Acupuntura. Outras substâncias como a ACTH, acetilcolina,

íons magnésio, cálcio e outras substâncias são responsáveis pelo efeito analgésico,

todas essas substâncias que são responsáveis pela analgesia são liberadas pelo

estímulo provocado nos pontos de Acupuntura.

A eficácia da Acupuntura no tratamento de dor foi observada em um estudo

realizado por Harris et al. (2005), onde 114 pessoas com fibromialgia foram divididas

em quatro grupos de tratamento; o primeiro grupo com inserção de agulhas em

locais tradicionais com estimulação manual, o segundo com agulhas em locais

tradicionais sem estimulação, o terceiro com agulhas em locais que não eram pontos

de Acupuntura (pontos Ashi) com estimulação, e o último grupo com agulhas em

locais que não eram pontos de Acupuntura, mas sem estimulação. Foram realizadas

18 sessões com os pontos VG-20, IG-11, IG-4, VB-34, E-36, BP-6, F-3 e o ponto

auricular Shenmen. Foi observada uma melhora significativa da dor independente do

estÍmulo da agulha, indicando que mesmo sem a manipulação da agulha a

Acupuntura tem um efeito analgésico. Essa melhora na dor também foi observada

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independente do local de inserção, mostrando que independente do estímulo ou do

local de inserção a Acupuntura é benéfica no tratamento da dor.

Saidah et al. (2003) avaliaram os benefícios da Acupuntura no pós operatório

das cirurgias artroscópicas no joelho, essa pesquisa foi realizada utilizando-se a

técnica “ ao oposto”, em que os pontos de Acupuntura eram inseridos no joelho não

afetado. Foram selecionados 36 pacientes, divididos em dois grupos: grupo I

(Acupuntura) e grupo II (fisioterapia) associado a antiinflamatórios não esteroides, os

dois grupos foram submetidos a 20 sessões. Os pontos de Acupuntura utilizados

foram: M-MI-27, M-MI-16, B-54 (ponto referente ao ponto B-40 na literatura), E-35,

E-36, VB-34, BP-9, R-10, F-8. Os resultados foram obtidos de acordo com dados

como: a intensidade da dor relatada, dificuldade de andar, agachar, de subir e

descer escadas, correr e necessidade do uso de apoio. No grupo I houve uma

melhora significativa mais precocemente e o grupo II mostrou uma melhora

significativa mais tardiamente, mas no final do tratamento os dois resultados foram

semelhantes.

Esses dados estão de acordo com um estudo realizado por Araújo e Silva

(2009), que teve como objetivo demonstrar a eficácia da Acupuntura sistêmica e

Acupuntura sistêmica associada ao vaso maravilhoso da cintura no tratamento da

dor crônica. A paciente foi submetida a 24 sessões, foram utilizados 2 protocolos de

tratamento de forma intercalada. Protocolo 1: VB41, P7, F13, F14, VC15, VC12,

E25, BP6, E36,R3, F3,IG4, TA5; Protocolo 2: P7, VG20, F13, F14, VC15, E25,

VB26, VB27, VB41, F3,IG4,E36, BP6. No inicio do tratamento a paciente referia dor

por todo o corpo, com o decorrer do tratamento houve uma diminuição da

intensidade da sua dor, a mensuração foi feita através da escala visual analógica da

dor (EVA). Essa redução também foi observada após o termino de cada sessão, a

sensação de dor era reduzida a quase 0, mantendo-se dessa forma por cerca de 2

a 3 dias após a sessão, fato este que não acontecia quando a paciente utilizava

analgésicos.

De acordo com Yamamura (2004, pág. 34) os efeitos combinados da ação de

Qi nos canais de energia, agem sobre o sistema nervoso autônomo e sobre o

sistema nervoso central, assim como no Xue (sangue) difundindo o Qi e os

substratos (hormônios, hormônios cerebrais, etc.) provocando as reações de

analgesia, hipoanalgesia, hiper ou hipofunção das estruturas orgânicas, quando se

estimulam os pontos de Acupuntura.

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Conforme Maciocia (2010, p. 99), para controlar a dor, pode-se usar os

pontos P-7 para cabeça, ombros e pescoço, VG-16 (expele o vento da cabeça), VG-

20 (nos casos em que a dor for na cabeça inteira), B-60 (se a dor afetar também a

parte inferior do pescoço e ombros). Para costas e ciática os pontos VG-3 (fortalece

as costas e as pernas, caso a dor irradie para a perna), B-32 (caso a dor se localize

no sacro), VG-8 (relaxa os tendões e alivia a rigidez e a contração), B-2 e B-59 (caso

o paciente apresente dificuldade para andar).

6.4 CONSTIPAÇÃO

De acordo com a MTC, a constipação é a deposição difícil, com fezes duras e

secas, uma vez a cada vários dias e que pode estar acompanhada de sintomas

como, cefaléia, vertigens, cansaço fácil, náuseas, palpitações, etc. A etiopatogenia

da constipação pode ser por calor, estagnação, vazio ou frio. Na constipação por

excesso a defecação ocorre a cada 3 ou 5 dias ou ate mais (GARCIA, 2003, p. 57).

Estudos realizados recentemente comprovam que a Acupuntura tem um

resultado eficaz nos casos de constipação, normalizando a função intestinal sem o

uso de medicamentos, como por exemplo, o laxante.

Broide et al. (2001) realizaram uma pesquisa para comprovar os benefícios

da Acupuntura na constipação intestinal em crianças. A pesquisa foi realizada com

27 crianças na faixa de 3-13 anos com prisão de ventre crônica de no mínimo 6

meses, somente 17 (12 meninos e 5 meninas) completaram o estudo. O grupo

controle foi formado por 15 crianças sem problemas gastrointestinais, com idade

entre 2-14 anos (10 meninos e 5 meninas). As 17 crianças foram submetidas

primeiro a 5 sessões semanais de Acupuntura placebo (inserção em locais que não

eram pontos de Acupuntura), seguidas de 10 sessões de Acupuntura, os pontos

utilizados foram: IG-4, IG-2 e E-36. Os resultados foram observados através de um

questionário preenchido pelos pais sobre o hábito intestinal de cada criança. A

frequência de evacuações foi maior nos meninos, onde houve um aumento de forma

gradual conforme as sessões eram realizadas. Nas meninas a frequência de

evacuações alcançou uma melhora significativa somente depois das 10 sessões de

Acupuntura verdadeira.

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Yi-Wen e Wei-Ling (2004) estudaram o uso da Acupuntura e Tuiná (Técnica

de Massoterapia) combinados com laxante no tratamento de constipação causada

por medicamentos.

Foram selecionados 240 pacientes (145 homens e 95 mulheres entre 20 e 61 anos),

que foram divididos em 4 grupos de estudo: grupo A (Acupuntura, Tuina e laxante),

grupo B (Acupuntura), grupo C ( Tuina) e grupo D (laxante). Todos os tratamentos

foram realizados uma vez por dia, durante sete dias. Na Acupuntura os pontos

utilizados foram: E-25, E-37, TA-6. No Tuina os pontos usados foram: VG-14, B-20,

B-21, B-25, B-57, B-24, E-25 e VC-12. A taxa de efetividade do grupo A foi de

98,3%, do grupo B foi de 95%, do grupo C foi de 91,7% e do grupo D de 60%. Os

pacientes do grupo B e C melhoraram de forma significativa, embora o grupo A

tenha obtido o melhor resultado. Nesse estudo foi possível observar a melhora na

constipação através da Acupuntura e do Tuiná

Esses dados estão de acordo com uma pesquisa realizada por Yong-hui e Ni

(2006), onde 40 casos de constipação foram tratados através da Acupuntura, foram

selecionados 14 homens e 26 mulheres com idade entre 24-65 anos. Foram

realizadas 20 sessões e os pontos usados foram: VC-12, VC-6, E-25 e BP-15. Após

20 sessões, houve 40% de cura, 45% de melhora significativa, 10% de melhora e

5% onde o tratamento foi ineficaz.

Camello (2004) estudou a eficácia da Acupuntura em um tratamento de

constipação intestinal como complicação de um acidente vascular cerebral

isquêmico. Os pontos utilizados foram B25 e B28, a partir da quarta sessão a

paciente passou a evacuar em dias alternados, sem o uso de drogas laxativas e o

tratamento foi mantido para que a função intestinal fosse preservada sem o uso de

medicamentos.

Segundo Yamamura (2004, pág. 118), para auxiliar contra a constipação, os

pontos E-25 (produz os líquidos orgânicos), TA-6, IG-4 (facilita o trânsito e a descida

dos alimentos do estômago para os intestinos), P-7 (promove o peristaltismo

intestinal).

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6.5 DISTÚRBIOS DO SONO

Yeung et al. (2009), avaliaram eficácia a curto prazo da eletroAcupuntura

para o tratamento de insônia, foram selecionados 60 voluntários ( com três ou mais

noites de insônia). Foram realizadas três sessões por semana, durante três

semanas. Os pontos utilizados foram: M-CP-3, VG-20, M-CP-1, N-CP-54 e o ponto

auricular Shen men (bilateralmente). Os resultados foram obtidos através de

questionários auto aplicáveis e de diários de sono, após três semanas de tratamento

os voluntários apresentaram uma melhora na insônia.

A eficácia da Acupuntura também pode ser observada em um estudo

realizado por Cerrone et al. (2008), onde o objetivo era avaliar a eficácia a

acupressão do ponto de Acupuntura C-7 no tratamento de insônia. O ponto C-7 é

um ponto que harmoniza o Xin Qi, o Yong Qi, acalma a mente e fortalece a mente,

transforma a mucosidade do Xin, faz a limpeza de calor do Xin, refresca o calor do

Xue e dispersa a mucosidade e o vento perverso. Nesse estudo foram selecionados

25 pacientes afetados por distúrbios do sono, dos quais 14 tinham uma doença

neoplásica. O tratamento foi realizado durante duas semanas consecutivas, dos 25

pacientes tratados 60% deles obtiveram uma melhora significativa e entre os 14 que

tinham neoplasias, 79% melhoraram significativamente.

Esse mesmo resultado foi obtido em um estudo feito por Sun et al. (2009), o

objetivo desse estudo foi verificar a eficácia da acupressão no ponto de Acupuntura

C-7 no tratamento de insônia. Participaram dessa pesquisa 50 voluntários que

sofriam de insônia e que foram divididos em dois grupos, grupo experimental e

grupo controle, 44 completaram o tratamento (23 do grupo experimental e 21 do

grupo controle). Durante cinco semanas o grupo experimental recebeu a acupressão

no ponto C-7 e o grupo controle recebeu apenas leves toques no mesmo ponto. No

grupo experimental obteve uma melhora significativa em relação ao grupo controle,

e essa melhora se estendeu mesmo após o término do tratamento.

Guo et al. (2010), pesquisaram o efeito da Acupuntura em casos de insônia

Foram selecionados 60 voluntários com problemas de insônia, divididos em dois

grupos, um grupo tratado com Acupuntura e outro com medicamento (controle). No

grupo de Acupuntura havia 14 homens e 16 mulheres, com idade média de 49 anos.

No grupo controle havia 12 homens e 18 mulheres com idade média de 52 anos. O

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tratamento foi realizado uma vez por dia, durante 30 dias, e os pontos usados foram:

VG-29, VG-24, C-7, M-CP-1. Após os 30 dias de tratamento foi possível observar

que o grupo que recebeu o tratamento de Acupuntura melhorou de forma mais

significativa a qualidade do sono e essa melhora aconteceu de forma mais rápida

quando comparado ao grupo controle.

Para auxiliar nos distúrbios do sono e acalmar a mente, alguns pontos podem

ser úteis, como: VC-17 e C-6 (acalmam a Mente), F-3 e F-14 (relaxa os tendões e

músculos e harmoniza o fígado) (YAMAMURA, 2004, pág. 460).

6.6 FADIGA

A fadiga é o sintoma prevalente na doença oncológica avançada, ocorrendo

em 75% a 95% dos doentes. Compromete as atividades da vida diária e ocasiona

prejuízos à qualidade de vida. Não é só o sintoma mais freqüente, mas o mais

incapacitante. Algumas patologias ou alterações como dor, infecção, desidratação,

hipercalcemia, hipóxia, febre, anemia, diabetes, constipação, caquexia, depressão,

ansiedade e insônia podem agravar o sintoma (MOTA, 2002).

Pacientes reportam fadiga como um dos sintomas mais importantes e

estressantes relacionadas ao câncer e seu tratamento (CAMPOS, 2011).

Na MTC ocorre quando há o esgotamento do Qi e é um sintoma muito comum

em pacientes com câncer, principalmente nos que se encontram em fase terminal da

doença. As alterações emocionais, o excesso de pensamentos, que é natural nesse

estágio da doença levam também ao esgotamento de Qi. Nesses casos a

Acupuntura tem um resultado muito satisfatório.

Segundo Yamamura (2004, p. 245), os pontos VC-12, E-36, VC-17, VG-20

são alguns dos pontos que são utilizados para o tratamento da fadiga.

Em um estudo feito por Molassiotis et al (2007), foram avaliados 47 pacientes

com câncer, diagnosticados com fadiga moderada a severa e que haviam concluído

a quimioterapia no mês anterior. Dividiram-se os pacientes em 3 grupos; grupo de

Acupuntura tradicional, acupressão e Acupuntura placebo. No grupo de Acupuntura

tradicional, foram utilizados os pontos IG-4, E-36 e BP-6 bilateralmente, 3 vezes por

semana, durante 20 minutos, no período de 2 semanas. O grupo de acupressão

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utilizaram-se os mesmos pontos, tonificando cada ponto durante 1 minuto. Esse

procedimento era feito diariamente, durante o mesmo tempo em que a Acupuntura.

Já no grupo da Acupuntura placebo, foram utilizados os pontos IG-12, VB-33 e B-61

de Acupuntura, que não são associados com “energia”. O procedimento foi o mesmo

da acupressão. Ao final das 2 semanas, houve melhora de 36% no sintoma da

fadiga em pacientes da Acupuntura, 19% de melhora na acupressão em 0,6% nos

pacientes da Acupuntura placebo. Concluiu-se, nesse estudo, que a Acupuntura

com agulhas foi mais eficiente e houve melhora significativa no sintoma, sendo

necessário continuar com o tratamento com Acupuntura.

Balk (2004) fez um estudo com 27 pacientes com câncer, divididos em 2

grupos de tratamento. O primeiro grupo, com 11 pacientes, foi submetido a

Acupuntura placebo e o outro grupo, a Acupuntura com agulhas. Utilizando-se os

pontos R-3, IG-4, E-36 e VC-6, ele escolheu o método de eletroacupuntura com a

potência de 1HZ. Os tratamentos foram feitos de 1 a 2 vezes por semana, durante 6

semanas e 30 minutos cada sessão. A eletroacupuntura foi escolhida em consulta

com médicos acupunturistas, com o objetivo de tonificar os pontos. Os resultados

obtidos foram favoráveis a Acupuntura tradicional, 75% dos pacientes relataram

melhora desse sintoma. Neste trabalho foi possível observar os benefícios da

Acupuntura no tratamento da fadiga.

6.7 NÁUSEA

A náusea é um sintoma muito comum em pacientes com câncer, em virtude

do tratamento com quimioterapia, medicamentos e outros procedimentos

(JOSEFSON & KREUTER, 2003).

Segundo Nystrom et al. (2008), a literatura atual tem demonstrado grande

eficácia da Acupuntura no tratamento de náuseas. Pontos como, por exemplo, E-36

e CS-6 levam a uma redução significativa na intensidade desse sintoma.

Tonezzer et al. (2012), observaram a eficácia da Acupuntura contra a náusea

em um estudo realizado com 75 pacientes em tratamento quimioterápico, sendo 35

correspondente ao grupo controle e 40 correspondente ao grupo experimental.

Nesse experimento foi utilizada a aplicação da Estimulação Elétrica Nervosa

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Transcutânea (TENS) de baixa frequência no ponto PC-6 (Neiguan) de Acupuntura.

Os resultados demonstraram uma melhora significativa nos sintomas de náuseas e

vômitos decorrentes do tratamento quimioterápico, tanto com relação a intensidade

quanto com relação a sua frequência, no grupo controle.

Chung (2007), avaliou a eficácia de duas técnicas de Acupuntura no controle

da náusea e vômito em portadoras de câncer de mama, que estavam sendo

submetidas a quimioterapia. O estudo foi realizado com 64 pacientes no primeiro

ciclo de quimioterapia, as pacientes foram divididas em três grupos: A (tratamento

antiemético convencional com medicamentos), B (tratamento antiemético e

aplicação de Acupuntura clássica), C (tratamento antiemético e aplicação de

auriculoterapia). Os resultados obtidos, mostraram com relação a náusea e o vômito

do primeiro ao sétimo dia, que houve uma diferença significativa, entre o grupo A e

B, sugerindo que a Acupuntura diminui a intensidade, a diferença da duração de dias

de pior intensidade também foi significativa, ou seja a técnica também diminui os

dias de pior intensidade desses sintomas, com relação ao grupo B e C, a

Acupuntura clássica também obteve um resultado mais significativo, os dados

obtidos mostraram que a Acupuntura clássica diminui esses sintomas em relação ao

grupo controle e a auriculoterapia. Do oitavo a vigésimo primeiro dia houve uma

diferença, entre os grupos A e B e entre os grupos A e C, as pacientes dos grupos B

e C tiveram uma redução dos sintomas de náusea e vômito com relação ao grupo

controle. Nesse experimento foi possível observar que a Acupuntura clássica reduz

a intensidade e duração desses sintomas do primeiro ao sétimo dia após ao

tratamento quimioterápico, já do oitavo ao vigésimo primeiro dia essa redução pode

ser observada tanto na Acupuntura clássica como na auricular.

6.8 ANOREXIA

De acordo com Eisenchlas (2006, p. 21-226), a anorexia/caquexia está

presente em doenças agudas e crônicas, como câncer, HIV, insuficiência renal

crônica, insuficiência cardíaca crônica, entre outros. No paciente com câncer a

incidência é elevada, prevalecendo em casos de neoplasias gastrointestinais e

pulmonares. Em pacientes com câncer do trato digestivo superior há uma redução

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de cerca de 80% e aumenta 50% antes da morte, sendo a principal causa em mais

de 20% dos pacientes doentes.

Os distúrbios alimentares, como a anorexia, podem ser causados por

alterações emocionais, que é natural ocorrer em pacientes que se encontram no

estágio final da doença, pois precisam lidar com todos os outros sintomas e também

com a proximidade da morte. A Acupuntura tem um papel importante, pois também

trata o emocional do paciente e tem resultados significativos nesse aspecto, como

por exemplo, em casos de depressão e ansiedade. BP-4, E-36, E-45, B-13, B-64,

CS-6, R-22, moxa em B-20, B-21 são alguns pontos que ajudam o paciente com

anorexia, pois dão melhor disposição na hora de se alimentar (NYSTROM, 2008, p.

31).

Yao (2010) fez um estudo com 30 crianças, com idade entre 2 e 5 anos e

mais 30 crianças com idade entre 10 meses a 5 anos, todas com anorexia.

Utilizaram-se os pontos M-MS-10, B-20, B-21, B-18 e E-36, uma vez por semana,

durante cinco semanas. 83,3% e 96,6% das crianças entre 2 e 5 anos 10 meses e 5

anos respectivamente, obtiveram resultados positivos no tratamento, melhorando

assim, a nutrição destas crianças. O ponto M-MS-10 promove a digestão e regula o

baço e estômago, E-36 ajusta o baço e estômago, assim como B-20, B-21 e B-18,

além de nutrir o sangue no fígado. A Acupuntura feita com essa combinação de

pontos melhora a secreção das glândulas digestivas, melhora a digestão e absorção

do intestino, promovendo a utilização dos nutrientes pelo organismo. Assim, esse

estudo mostra que a Acupuntura tem um efeito benéfico na anorexia.

Outro estudo feito por Zhou & Chen (2004) com 46 crianças, a maioria de 1 a

3 anos de idade, um bebê de 8 meses e uma outra criança de 5 anos de idade

também demonstra que a Acupuntura juntamente com o Tuina tem sido eficazes no

tratamento da anorexia. Utilizou-se os pontos de Acupuntura M-MS-10, VG-1 e VG-

14, massageando os pontos B-20, B-21 e E-36 bilateralmente durante um minuto,

respectivamente. Esse tratamento foi realizado durante 5 dias consecutivos. Beliscar

o músculo ao longo da coluna vertebral pode melhorar a função motora do nervo

vegetativo, facilitar a absorção do intestino delgado e baço pâncreas. Pressionar o

E-36 pode aumentar a absorção intestinal, regulação da motilidade do intestino e

estômago e fortalecer a função imunológica. O ponto M-MS-10 é eficaz para

problemas digestivos, como retenção de alimentos e indigestão e

consequentemente, esta manipulação possui bons efeitos, pela sua manipulação

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fácil, de baixo custo e segura. Dos 46 casos de anorexia tratados, houve 20 de

melhora significativa, 24 de melhora e 2 casos não obtiveram resultados

satisfatórios. Concluiu-se que 95,7% do total de crianças tratadas obtiveram

resultados positivos.

González López-Arza et al. (2012) realizaram uma pesquisa sobre o aumento

do apetite utilizando-se da técnica de moxabustão no ponto de acupuntura VC-8.

Para essa pesquisa foram selecionadas 40 estudantes universitárias com idade

entre 18-20 anos, foram excluídas pessoas com contra indicação para a acupuntura

e com distúrbios alimentares. Foram realizadas 10 sessões consecutivas de moxa

no ponto de acupuntura VC-8 de forma indireta durante 5 minutos. Os resultados

foram observados de acordo com a variação do apetite e da ansiedade. No grupo

que recebeu o tratamento com moxa, houve um aumento no apetite e uma

diminuição no nível de ansiedade, já no grupo controle ocorreu o oposto, um

aumento no nível de ansiedade e uma redução no apetite. Essa pesquisa indica que

a moxa no ponto VC-8 poderia ser uma opção para o tratamento de mudanças no

peso corporal de pessoas que sofrem de anorexia.

6.9 DISPNÉIA

A dispnéia é o termo usado para designar a sensação de dificuldade para

respirar, sentida por pacientes acometidos por diversas doenças e até em indivíduos

sadios, quando em condições de exercício físico intenso. Esse sintoma é o principal

fator limitante da qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes crônicos

(PORTAL DO CORAÇÃO, 2007).

De acordo com Yamamura (2004, p. 240), alguns pontos utilizados para esse

sintoma são: B-13 tonifica o Qi do Pulmão e nutre o Yin do Pulmão, além de aliviar a

dispneia; P-9 promove a descida do Qi do Pulmão e fluidifica as mucosidades; E-36

tonifica o Qi e o Sangue, expele a umidade e o frio. Tonifica o corpo e o baço,

descongela e ativa os meridianos; B-23 tonifica o Rim e nutre sua essência, resolve

a umidade e VG-12 clareia o calor do Pulmão, extingue o vento interior, acalma a

Mente e elimina os espasmos.

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Segundo Auteroche (1992, p. 98), na Acupuntura é possível reduzir os

sintomas com consequente redução da falta de ar e proporcionar uma melhora da

qualidade de vida do paciente.

Conforme Vickers et.al (2005), a dispnéia ou falta de ar é um sintoma comum

em pacientes avançados. O tratamento farmacológico é de comprovado benefício,

mas não ajuda todos os pacientes. Esse estudo foi composto por 47 pacientes

portadores de câncer de mama ou de pulmão, que apresentavam dispnéia. A

Acupuntura foi aplicada duas vezes ao dia para proporcionar a estimulação contínua

dos pontos durante uma semana. Após esse período foi avaliado o grau de dispnéia

dos pacientes. Os pontos utilizados foram VC-6, VC-17, P-1, P-7, E-36 e R-6. Houve

uma melhora de 20% em todos os pacientes que receberam o tratamento com

Acupuntura.

Um estudo realizado por Pan (2000) avaliou 24 pacientes com idade média de

60 anos, com dispnéia, que foram tratados com Acupuntura. Foram 3 semanas de

tratamento e 13 sessões, de 10 minutos cada. Todos os pacientes foram tratados

com o ponto IG-4. Após o período de tratamento, 70% dos pacientes relataram

melhora acentuada sintomática, além de relaxamento, diminuição da falta de ar,

ansiedade e melhora significativamente na freqüência respiratória.

Sendo assim, a Acupuntura demonstra eficácia no tratamento de problemas

na respiração, pois estudos realizados em pacientes com doença pulmonar crônica

mostram melhora significativa na respiração após o tratamento com Acupuntura.

Dessa forma a técnica traria resultados positivos na melhora da qualidade de vida.

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7. CONCLUSÃO

Doentes na fase terminal do câncer encontram-se debilitados e dependentes,

há dor, confusão mental, dificuldades respiratórias, alimentares e de locomoção,

assim como a ansiedade e a depressão, que são os problemas mais freqüentes.

Essa é a fase onde os cuidados paliativos se tornam extremamente

importantes, o foco principal dos cuidados paliativos é melhorar a qualidade de vida

dos pacientes que se encontram na fase terminal de qualquer doença, minimizando

os sintomas que levam a perda dessa qualidade.

Existem evidências de que a Acupuntura tem um resultado positivo no

tratamento de sintomas como dor, ansiedade, depressão, náusea, anorexia,

constipação, fadiga e dispnéia.

Dessa forma, avalia-se que a Acupuntura é uma prática promissora no

tratamento de pacientes terminais com câncer, pois minimiza os sintomas que a

doença pode causar, diminuindo o sofrimento e melhorando assim a qualidade de

vida do paciente. Assim é possível concluir que a Acupuntura pode e deve ser

utilizada como um cuidado paliativo com o objetivo de melhorar a qualidade de vida

do paciente terminal com câncer.

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