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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB FACULDADE DE CEILÂNDIA - FCE CURSO DE ENFERMAGEM Flávia Meirelles de Souza IDOSOS: UM PERFIL CADA VEZ MAIS FREQUENTE NA REALIDADE DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA CEILÂNDIA - DISTRITO FEDERAL 2016

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB

FACULDADE DE CEILÂNDIA - FCE

CURSO DE ENFERMAGEM

Flávia Meirelles de Souza

IDOSOS: UM PERFIL CADA VEZ MAIS FREQUENTE NA REALIDADE DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

CEILÂNDIA - DISTRITO FEDERAL

2016

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB

FACULDADE DE CEILÂNDIA - FCE

CURSO DE ENFERMAGEM

Flávia Meirelles de Souza

IDOSOS: UM PERFIL CADA VEZ MAIS FREQUENTE NA REALIDADE DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina

Trabalho de Conclusão de Curso em

Enfermagem 1, da Faculdade de Ceilândia -

Universidade de Brasília

Orientação: Prof.ªDrª. Marcia Cristina da Silva Magro

CEILÂNDIA - DISTRITO FEDERAL

2016

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meioconvencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

Souza, Flávia Meirelles.

Idosos: um perfil cada vez mais frequente na realidade da Unidade de Terapia Intensiva

60p.: il.

Monografia (Graduação). Universidade de Brasília. Faculdade de Ceilândia. Curso de Enfermagem. 2016.

Orientação: Marcia Cristina da Silva Magro

1. Idosos 2. Unidade de Terapia Intensiva 3. Comorbidades

I . Souza, Flávia Meirelles II. Título: Idosos: um perfil cada vez mais frequente na realidade da Unidade de Terapia Intensiva.

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SOUZA, Flávia Meirelles

Idosos: um perfil cada vez mais frequente na realidade da unidade de terapia intensiva

Monografia apresentada à Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília como requisito de obtenção do título de enfermeiro.

Aprovado em: ___________/___________/__________

Comissão Julgadora

_______________________________________________

Profª. Drª : Marcia Cristina da Silva Magro Universidade de Brasília/ Faculdade de Ceilândia

_______________________________________________

Profª. Drª : Paula Regina de Souza Hermann Universidade de Brasília/ Faculdade de Ceilândia

_______________________________________________

Profª. Drª : Michele Zampieri Ipolito Universidade de Brasília/ Faculdade de Ceilândia

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Dedico este trabalho a todos aqueles que me apoiaram e incentivaram o meu crescimentoprofissional.

AGRADECIMENTOS

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Agradeço, inicialmente, aDeus, que me concedeu energia e força para concluir todo

este trabalho.

Agradeço a minha mãe, Maria Aparecida, meu pai, Flávio Silva, e meus irmãos,

Fúlvio, Erick e Edgard, que sempre estiveram presentes me apoiando e me dando forças para

que eu continuasse na luta durante essa etapa da minha vida.

A todos os meus amigos e demais familiares, que, por intermédio de seu apoio e

carinho, me mantiveram firme em minha jornada, proporcionando-me momentos

maravilhosos no período de minha formação.

Agradeço a minha orientadora Márcia Magro,por sua ajuda gentil,guiando-meno

decorrer deste trabalho, dando-metodo o suporte necessário.Agradeço, também, a todo o

corpo docente da Universidade de Brasília – Faculdade de Ceilândia, pelo seu

comprometimento com o ensino de qualidade e formação de profissionais qualificados.

Por fim, agradeço a todos, mesmo os não citados, que fizeram parte, de alguma forma,

desse processo de formação e me ajudaram a me tornar quem eu sou hoje. Muito obrigada a

todos!

SOUZA, FM. Idosos: um perfil cada vez mais frequente na realidade da unidade de terapia intensiva. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade de Brasília – Faculdade de Ceilândia. Distrito Federal, 2016.40p.

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Introdução: A idade avançada dos pacientes é uma variável que alcança grande relevância

por provocar maior necessidade de recursos na unidade de terapia intensiva (UTI), com

aumento da relação custo-benefício, por prolongados períodos. A população está

envelhecendo, e, com isso, o número de pessoas com doenças crônicas degenerativas está

aumentando, bem como a necessidade de internação na UTI. Objetivo: Traçar o perfil do

idoso na UTI de um hospital público do Distrito Federal. Método: Estudo transversal,

quantitativo desenvolvido na UTI geral e adulta do Hospital Regional de Ceilândia. A

amostra foi constituída de 14 idosos. Foram incluídos os pacientes com idade igual ou acima

de 60 anos e excluídos os pacientes em cuidados paliativos. Os dados foram expressos em

frequência absoluta (n) e frequência relativa (%), média e em mediana e percentil 25 e 75.

Resultados: Constatou-se que a amostra estudada apresentou idade média avançada (72±9,2

anos). A maioria era do sexo masculino (57%). Dentre os diversos diagnósticos médicos

encontrados, as doenças que acometem o sistema respiratório tiveram predominância,

dentreelas a pneumonia (21,4%). A comorbidade predominante foi hipertensão arterial

sistêmica e o diabetes mellitus (21,4%). Foram constatadas diversas complicações durante o

período de internação, mas as com maior incidência foram os casos de insuficiência

respiratória aguda (64,3%) e lesão renal aguda (57,1%). Conclusão: Constatou-se a presença

de idosos de idade avançada com comorbidades características do envelhecimento e

internações predominantes por problemas respiratórios.

Descritores: idosos, unidade de terapia intensiva, comorbidade, complicações.

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SOUZA, FM. The elderly population: An increasingly frequent profile in the reality of the intensive unit care. Final Paper. University of Brasilia - Ceilândia Faculty. Distrito Federal. 2016. 40 pages.

Abstract: The patient's old age is a variable that shows great relevancy as it creates a bigger

need of resources in the intensive care unit (ICU), with an increase of the cost-benefit relation

for extended periods of time. The population is getting older, a fact which causes the number

of people with chronic degenerative diseases to increase, as well as the need of ICU

hospitalization. Objective: To trace the profile of an elderly user of a public hospital's ICU in

Distrito Federal. Methods: A quantitative and transversal study developed at the adult/general

ICU of Hospital Regional de Ceilândia. The sample was constituted of 14 elderly people.

Patients that are 60 or more were included and patients in palliative care were excluded. The

data was expressed in absolute frequency ?? and relative frequency (%), average and median

and percentages 25 and 75. Results: The study observed that the studied sample showed

advanced average age (72±9, 2 years). Most were males (57%). Within the several medical

diagnoses found, diseases that tackle the respiratory system were predominant, among them

pneumonia (21.4%). The predominant comorbidities were systemic arterial hypertension and

diabetes mellitus (21.4%). Several complications were observed during the hospitalization

period, but the ones with greater incidence were cases of acute respiratory failure (64.3%)

and acute kidney damage (57.1%). Conclusion: It was found the presence of older elderly

aging characteristics and comorbidities predominant admissions for respiratory problems.

Keywords: elderly population, intensive care unit, comorbidity, complications.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 –Distribuição das características demográficas e clínicas dos pacientes em regime

de hospitalização, em unidade de terapia intensiva. Distrito Federal, Ceilândia,

2016......................................................................................................................................... 21

Tabela 2 – Distribuição dos pacientes internados na unidade de terapia intensiva de acordo

com a estratégia de oxigenação, comunicação, atividade física e eliminações vesico-

intestinais. Distrito Federal, Ceilândia,

2016......................................................................................................................................... 23

Tabela 3 – Distribuição dos pacientes internados em unidade de terapia intensiva, de acordo

com o perfil hemodinâmico e laboratorial. Distrito Federal, Ceilândia,

2016......................................................................................................................................... 24

Tabela 4 –Distribuição dos pacientes de acordo com o grau de comprometimento da função

renal segundo a classificação AKIN (critério creatinina). Distrito Federal, Ceilândia,

2016........................................................................................................................................ 25

Tabela 5 – Distribuição dos pacientes idosos internados na unidade de terapia intensiva de acordo com sexo. Distrito Federal, Ceilândia, 2016......................................................................................................................................... 25

Tabela 6 –Distribuição dos pacientes idosos internados na unidade de terapia intensiva, de acordo a ocorrência de lesão renal aguda, segundo a classificação AKIN (critério creatinina sérica). Distrito Federal, Ceilândia, 2016......................................................................................................................................... 25

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LISTA DE ABREVIATURAS

AKIN - Acute Kidney Injury Network

AMIB - Associação Brasileira de Medicina Intensiva Brasileira

ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar

BPM - Batimentos por minuto

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

Crs - Creatinina Sérica

DF – Distrito Federal

DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

HRC - Hospital Regional de Ceilândia

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMC - Índice de Massa Corpórea

IRC - Insuficiência Renal Crônica

ITU - Infecção do Trato Urinário

LRA - Lesão Renal Aguda

OMS - Organização Mundial de Saúde

PEEP - Pressão Positiva ao Final da Expiração

RIFLE - Risk, Injury, Failure, Loss, End Stage

RPM - Respirações por minuto

SAE - Sistematização da Assistência em Enfermagem

UTI - Unidade de Terapia Intensiva

VM - Ventilação Mecânica

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 12

2.REFERÊNCIA TEÓRICO ............................................................................................... 14

3. OBJETIVOS..................................................................................................................... 18

3.1 GERAL............................................................................................................... 18

3.2 ESPECÍFICO...................................................................................................... 18

4. METODOLOGIA............................................................................................................ 19

4.1 Delineamento do Estudo..................................................................................... 19

4.2 Local de desenvolvimento do estudo.................................................................. 19

4.3 Período de coleta de dados................................................................................. 19

4.4 Critérios de seleção............................................................................................. 19

4.5 Protocolo de coleta de dados.............................................................................. 19

4.6 Considerações éticas........................................................................................... 20

4.7 Tratamento estatístico......................................................................................... 20

5. RESULTADOS................................................................................................................ 21

6. DISCUSSÃO.................................................................................................................... 27

7. CONCLUSÃO.................................................................................................................. 30

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 31

9. APÊNDICE...................................................................................................................... 35

APÊNDICE A: Instrumento de Coleta de Dados..................................................... 35

APÊNDICE B: Termo de Consentimento Livre...................................................... 37

APÊNDICE C: Parecer Consubstanciado do CEP................................................... 39

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1. INTRODUÇÃO

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são unidades hospitalares complexas,

destinadas ao atendimento a pacientes críticos que demandam de espaço físico específico,

recursos humanos especializados e instrumental tecnológico avançado. A internação e alta

dos pacientes impõem a necessidade de critérios e protocolos que estabeleçam a indicação do

tratamento intensivo, tanto para beneficiar o paciente quanto para otimizar os recursos

(BARRETO, et. al. 2001).

Nesse contexto, a idade avançada dos pacientes alcança grande relevância, por

provocar questionamentos relacionados ao emprego de recursos da UTI por prolongados

períodos e determinar aumento da relação custo-benefício. Atualmente, a população está

envelhecendo, e, com isso, o número de pessoas com doenças crônicas degenerativas está

aumentando, bem como a necessidade de internação na UTI (CIAMPONE, et. al. 2006).

O fenômeno do envelhecimento significa um processo manifestadopela involução da

função dos órgãos e dos sistemas e linearidade em função do tempo. Caracteriza-se

tambémpela progressiva incapacidade de manutenção do equilíbrio homeostático em

condições de sobrecarga funcional (PAPALÉO, 2004).

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), idoso é a pessoa com 65 ou mais anos

de idade. Para países em desenvolvimento, como o Brasil, essa definição se aplica a partir dos

60 anos de idade. O aumento na expectativa de vida impõe novos desafios à saúde pública,

sobretudo nos países em desenvolvimento (LIMA-COSTA, 2003). Estatísticas revelam que o

Brasil tem cerca de 23,5 milhões de indivíduos idosos, com idade igual ou superior a 60 anos,

e que em 2025 este país terá cerca de 40 milhões de idosos, alcançando 60 milhões em 2050

(IBGE, 2010).

O aumento populacional do número de idosos, aliado a escassez de medidas de

prevenção, tem provocado discussões relacionadas ao atendimento à saúde e suas

repercussões nas UTIs. Frente às necessidades geradas pela nova demanda que o

envelhecimento está causando, reconhece-se que o atual sistema de saúde não está preparado

para atender e entender esta população, que, em número cada vez maior, ocupa os serviços

hospitalares (FONSECA, et. al. 2010). Os pacientes idosos são responsáveis por 42a 52 por

centodas admissões em UTIs e consomem 60% das diárias disponíveis (SCHEIN, et. al.

2010).

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Existe um dilema em relação ao tratamento de idosos na UTI, relacionado à decisão

quanto à medida de investimento terapêutico que deve ser aplicado diante de perspectivas de

sobrevida reduzidas ou de limitada qualidade de vida pós-alta da unidade, sem transgredir o

princípio ético de igualdade de atendimento assegurado pelo estatuto do idoso, no qual a

idade não pode ser um fator de exclusão (BRASIL, 2003).

Os motivos que podem levar um idoso à internação em UTI são: pós-operatório de

cirurgias de grande porte; insuficiênciacardíaca ou/e coronariana; insuficiênciarespiratória

aguda ou crônica agudizada;lesão renal aguda; tipos de choques (cardiogênico, hipovolêmico,

séptico, etc.); e trauma. Quadros clínicos de instabilidade de órgão ou sistema que exponha o

indivíduoao risco de morte ou de complicação imediata, necessidade de ventilação mecânica,

necessidade de monitoramento hemodinâmico, cardíaco ou respiratório, também são

indicações para admissão do paciente ao tratamento intensivo (FREITAS, et. al. 2011).

Mesmo com o crescente aumento desse grupo populacional, há poucos estudos no

Brasil sobre o tema, sobretudo no que diz respeito à condição de vida e identificação de

determinantes sociais sobre o padrão de morbimortalidade. Esse fato se torna ainda mais

relevante, quandoseinvestigamdados sobre idosos hospitalizados nas UTIs. Dada à relevância

do tema, esse estudo justifica-se pela necessidade de traçar o perfil do idoso (patologias,

complicações, fatores de risco, índice prognóstico, taxa de mortalidade) para direcionar

medidas ajustadas e individualizadas, de maneira adequada para esse grupo de pacientes.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O envelhecimento populacional

O envelhecimento da população é notório mundialmente. De acordo com a

Organização Mundial da Saúde (OMS), a idade considerada idosa é estabelecida conforme o

nível socioeconômico de cada nação, ou seja, em países em desenvolvimento, é considerado

idoso aquele que tem 60 anos ou mais, e, nospaíses desenvolvidos, a idade se estende para 65

anos (FELIX, 2007).

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em

2050, um quinto da população mundial será de idosos. O percentual de idosos subiu de 4,8%,

em 1991, para 5,9%, em 2000, e para7,4, em 2010, dados que podem ser reflexo dos avanços

em ciência médica e da adoção de estilos de vida mais saudáveis (IBGE, 2010).

O fenômeno do envelhecimento traz como significado um processo manifestado pela

involução da função dos órgãos e dos sistemas e linearidade em função do tempo.

Caracteriza-se também pela progressiva incapacidade de manutenção do equilíbrio

homeostático, em condições de sobrecarga funcional (PAPALÉO, 2004). Com isso, o número

de pessoas idosas, com doenças crônicas degenerativas, está aumentando, bem como a

necessidade de internação na UTI (CIAMPONE, et. al. 2006).

Dentre as doenças que acometem os idosos brasileiros, temos com maior prevalência

as doenças do aparelho circulatório, com 35%; as neoplasias, com 19% (principalmente o

câncer de mama, entre as mulheres, e o de próstata, entre os homens); e as doenças do

aparelho respiratório, com 9% nas estatísticas, o que representa cerca de 60% do total de

óbitos em ambos os sexos (SCHEIN, et. al., 2010). No entanto, as disfunções

cardiovasculares e respiratórias são mais frequentes na realidade da UTI, devido ao risco de

morte.

Quadros clínicos de instabilidade de órgão ou sistema que exponha o indivíduoao

risco de morte ou de complicação imediata, necessidade de ventilação mecânica, necessidade

de monitoramento hemodinâmico, cardíaco ou respiratório, também são indicações para

admissão do paciente para tratamento intensivo (FREITAS, et. al. 2011).

2.2 Políticas de Saúde voltadas ao idoso

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O Brasil com o passar dos anos,está se organizando para responder às crescentes

demandas da população idosa. Em 1994, foi promulgada a Política Nacional do Idoso,

regulamentada em 1996, que assegura direitos sociais à pessoa idosa e reafirma o direito à

saúde nos diversos níveis de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) (MINISTÉRIO

DA SAÚDE, 1994). No ano de 1999, foi criada a Política de Saúde do Idoso, determinando

aos órgãos e entidades do Ministério da Saúde a necessidade de promoção, elaboração e a

readequação de planos, projetos e atividades, conforme as diretrizes e responsabilidades

estabelecidas (MINISTÉRIO DA SAÚDE,1999).

Em 2003, é lançado o Estatuto do Idoso, que ampliou a resposta do Estado da

Sociedade, direito e necessidades de saúde da população. Então, em 2006, é aprovada a

Política Nacional de Saúde da Pessoa idosa, que traz, como objetivo principal, recuperar,

manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando

medidas coletivas, nas quais profissionais de saúde devem avaliar estes indivíduos de acordo

com a sua capacidade funcional. Aos idosos frágeis ou dependentes, serão destinadas ações

de reabilitação, prevenção secundária e a atenção domiciliar. Os considerados independentes

vão receber ações de prevenção e promoção da saúde, reabilitação preventiva, atenção básica

e suporte social (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

2.3 Realidade do idoso na unidade de terapia intensiva

De modo geral, a realidade de internação representa um momento de tensão aos

pacientes. Muitos serviços de saúde não apresentam estrutura física e recursos humanos para

atender às necessidades de cuidados complexos e intensivos,de que o idoso precisa, fazendo-

se necessário o encaminhamento desses para uma UTI, o que causa, de forma intensificada,

insegurança, estresse e medo a esses pacientes (MINNE et. al., 2011).

Sabe-se que o envelhecimento provoca diminuição progressiva da capacidade de

manutenção do equilíbrio homeostático, que, em condições basais, não é o suficiente para

reproduzir um distúrbio funcional, mas diversos órgãos sofremredução das suas funções, que,

associadas às modificações patológicas,o idoso pode evoluir mais facilmente a um estado

crítico e um pior prognóstico (FREITAS et. al., 2011).

O idoso necessita de cuidados específicos, devido a sua condição fisiológica do

envelhecimento, o que, por sua vez, não ocorre na realidade das UTIs. É senso comum entre

os intensivistas que os pacientes idosos sejam tratados como adultos, com mais idade, o que,

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por sua vez, traz a vantagem de se evitar o preconceito contra o indivíduo idoso(SCHOUERI

JR., 2013).

Com isso, o desafio real para a equipe intensivista que assiste o idoso na UTI é

compreender a complexidade do idoso, a relação entre suas doenças crônicas e os fatores

desencadeadores da descompensação clínica, assim como o papel que as UTIs podem

desempenhar nessas situações (FONSECA et. al. 2010).

2.4 Atuação do Enfermeiro ao Idoso crítico

Está descrito, na literatura (FEIJÓ, et. al. 2006), que a idade não determina pior

prognóstico, mas sim os fatores associados, tais como a gravidade da disfunção fisiológica.

Há, ainda, a percepção de profissionais da saúde em relação aos idosos, os quaisrespondem

menos a certas medidas terapêuticas, necessitando de mais cuidados (SOUSA, et. al. 2009).

A situação de saúde em que os idosos são admitidos gera dependência da enfermagem

para que haja satisfação das necessidades humanas básicas, pois a grande maioria apresenta

lesão por pressão de diferentes estágios de evolução, infecção urinária, desidratação, etc. Tal

fato impõe a implementação de um cuidado sistematizado, a partir de diagnósticose

indicadores de intervenção (SALES et. al. 2007).

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) configura-se em uma

metodologia para organizar e direcionar o cuidado, tendo como objetivo principal identificar

a situação de saúde-doença e as necessidades do cuidado de enfermagem, para que as

intervenções, ou a promoção e prevenção em saúde, sejamvoltadasà reabilitação da saúde do

indivíduo, da família e da comunidade (TRUPPEL et. al. 2009). Devido ao cuidado altamente

especializado e complexo que o enfermeiro desenvolve em uma UTI, a sistematização da

assistência de enfermagem (SAE) e a organização do trabalho da equipe de

enfermagemmostram-seimprescindíveis para uma assistência de qualidade, com eficiência e

eficácia (TRUPPEL et. al. 2009).

Um estudo sobre a relação da carga de trabalho de enfermagem requerida por adultos

idosos na UTI revelou que o fator idade pouco interfere na carga de trabalho dispensada aos

pacientes internados. No entanto, a carga de trabalho da equipe de enfermagem, em relação

àalta do paciente, se mostrou diferente entre o grupo de adultos e idosos, indicando que os

pacientes, com a idade mais avançada,mantêm a demanda elevada de cuidados, após a alta da

UTI (SOUSA, et. al. 2009).

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Os enfermeiros devem estar sempre atentos às alterações que acompanham o processo

do envelhecimento, sabendo interpretá-las, não se preocupando meramente com a doença,

mas também com o desgaste emocional e físico que o ambiente de UTI causa nestes

pacientes. Sendo assim, a visão holística do paciente idoso crítico é fundamental para nortear

a sistematização do cuidado (SALES et. al. 2007).

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Traçar o perfil do idoso na unidade de terapia intensiva, de um hospital público do Distrito Federal (DF).

3.2 Objetivos específicos

- Identificar os diagnósticos e as principais complicações durante a internação do paciente idoso, na unidade de terapia intensiva.

- Caracterizar o perfil sociodemográfico dos pacientes idosos em regime de internação, na unidade de terapia intensiva.

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4. MÉTODO

4.1 Delineamento do estudo: Estudo transversal, quantitativo.

Nos Estudos transversais,também chamados de estudos seccionais, cada indivíduo é avaliado

para o fator de exposição e a doença em determinado momento, com a finalidade de

determinar indicadores globais de saúde para o grupo investigado.

4.2 Local do estudo: Foi desenvolvido na unidade de terapia intensiva geral e adulta do

Hospital Regional de Ceilândia (HRC).

O HRC é constituído de 327 leitos destinados a assistência aos pacientes do Sistema Único de

Saúde (SUS). Desses, dez são destinados à unidade de terapia intensiva.

4.3 Período da coleta de dados: os dados foram coletados de fevereiro a maio de 2016, após

a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).

Amostra:Foi constituída de 14 idosos.

4.4 Critérios de seleção:

Critérios de inclusão: Foram incluídos os pacientes:

- com idade igual ou acima de 60 anos;

Critérios de exclusão:Foram excluídos os pacientes:

-em cuidados paliativos.

4.5 Protocolo de coleta de dados:Foram acompanhados todos os pacientes idosos com

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,com registros em prontuário

disponíveis no sistema informatizado denominado TrakCare, adotado pela Secretaria de

Saúde do Distrito Federal.

Os dados foram registrados em um questionário estruturado (APÊNDICE A) com

questões relacionadas à identificação pessoal e sociodemográfica, história diagnóstica,

comorbidades, complicações, dados hemodinâmicos e laboratoriais.

Para avaliação da função renal, foi aplicada a classificação AKIN. Nessa, os pacientes

com alteração primária da creatinina sérica >0,3mg/dL ou aumento ≥150 a 199%, em relação

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à primeira medida, são classificados como possuindo lesão em estágio 1. Quando o aumento

da creatinina sérica é de 200 a 299%, em relação à primeira aferição, o paciente é classificado

como estágio 2. Por fim, estão agrupados os pacientes que apresentam aumento ≥300%, em

relação à creatinina inicial ou uma creatinina sérica ≥4,0mg/dL, com uma elevação abrupta

de pelo menos 0,5mg/dL, ou início de TSR (Bagshaw et al, 2008).Posteriormente esses dados

foram transferidos e armazenados em uma planilha no Microsoft Excel, para análise.

4.6 Considerações éticas:Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa, da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde – FEPECS, segundo

parecer 1.399.411, CAAE: 51579315.2.0000.5553 (ANEXO A). Todos os participantes da

pesquisa incluídos assinaram a aquiescência do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE)(APÊNDICE B)

A liberdade do consentimento foi particularmente garantida para todos os

participantes da pesquisa, assim como o sigilo e anonimato, assegurando a privacidade a

esses, quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa.

Obedecidos os critérios éticos, por se tratar de pesquisa com seres humanos de acordo

com a Resolução 466/12, os prejuízos físicos ou psicológicos sobre os participantes

forammínimos, por se tratar de uma pesquisa descritiva, ou seja, sem intervenções invasivas.

Dessa forma, este estudo poderá subsidiar uma estratégia assistencial promissora que

promova não apenas o ajuste e individualização do cuidado na UTI, mas também educação

em saúde relacionada à gestão do cuidado ao paciente idoso que evolui com lesão renal

aguda.

4.7 Tratamento dos resultados:Os dados foram expressos em frequência absoluta (n) e

frequência relativa (%), média e em mediana e percentil 25 e 75.

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5. RESULTADOS

Delineando o perfil sociodemográfico de 14 idosos, na UTI de um hospital público do

Distrito Federal, constatou-se que a amostra estudada apresentou idade média avançada

(72±9,2 anos). A maioria foi do sexo masculino (57%). O índice de massa corpórea (IMC)

médio foi de 22,4 kg/m2, o que caracterizou eutrofismo. Quase a metade (42,8%) dos

pacientes apresentou como nível de escolaridade o ensino fundamental incompleto,e 28,5%

eram analfabetos. Não houve uma grande diferença entre a distribuição das raças, sendo 6

(42,8%) indivíduos de raça negrae 5 indivíduos de raça branca (35,7%). O tempo médio de

internação na UTI foi de aproximadamente 10 dias (Tabela 1).

A maioria dos idosos internados (92,8%) era composta por pacientes acamados, sendo

que apenas um paciente (7,1%) deambulava com auxílio. Constatou-se que, em relação à

avaliação do nível de consciência, 35,7% estavam sedados e 14,2% em estado

torporoso.Dentre os diversos diagnósticos encontrados, as doenças que acometem o sistema

respiratório tiveram predominância, entre elas a pneumonia (21,4%) e o enfisema pulmonar

(14,2%). Em relação àscomorbidades, uma minoria possuía história de obesidade (7,1%);a

maioria (63,3%), dehipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus (21,4%). Foram

constatadas diversas complicações durante o período de internação na UTI,com maior

incidência para os casos de insuficiência respiratória aguda (64,3%),lesão renal aguda e

distúrbios eletrolíticos (57,1%), pneumonia (50%), choque séptico (35,7%), anemia, DPOC

agudizada e taquiarritmia(28,5 %), como mostra a Tabela 1.

Tabela 1 – Distribuição das características demográficas e clínicas dos pacientes em regime de hospitalização em unidade de terapia intensiva. Ceilândia, 2016.

Variável (n=14) n(%) Média±DP Idade - 72,7±9,2 Índice de massa corporal

- 22,4±5,6

Sexo masculino 8 (57,1) - feminino 6 (42,8) - Raça a - Branca 5 (35,7) - Negra 6(42,8) - Tempo de internação na - 9,8±13,3

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UTI (dias) Mobilidade Acamado 13 (92,8) - Deambula com auxílio 1 (7,1) Nível de consciência Consciente 4 (28,5) - sedado 5 (35,7) - Torporoso 2 (14,2) - Coma 3 (21,4) - Nível de escolaridadeb Ensino Fundamental Incompleto

6 (42,8) -

Analfabeto 4 (28,5) - Diagnóstico principal Câncer de próstata 1 (7,1) - Leptospirose 1 (7,1) - Fratura óssea 1 (7,1) - Neoplasia intestinal 1 (7,1) - Apendicite 1 (7,1) - Diabetes Mellitus 1 (7,1) - Acidente vascular encefálico

1 (7,1) -

Edema agudo 1 (7,1) - Infarto agudo do miocárdio

1 (7,1) -

Leucocitose 1 (7,1) - Enfisema pulmonar 2 (14,2) - Pneumonia 3 (21,4) - Comorbidadesc Hipertensão arterial sistêmica

9 (64,3) -

Diabetes mellitus 3 (21,4) - Obesidade 1 (7,1) - Acidente vascular encefálico

3 (21,4) -

Doença pulmonar obstrutiva crônica

3 (21,4) -

Complicações durante internaçãod

LRA 8 (57,1) - IRC 1 (7,1) - Anemia 4 (28,5) - Insuficiência respiratória aguda

9 (64,3)

Pneumonia 7 (50,0) - Hiperbilirrubinemia 1 (7,1) - Plaquetopenia 1 (7,1) - Leucocitose 1 (7,1) - Doença coronária 3 (21,4) - Sepse 3 (21,4) -

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Choque séptico 5 (35,7) - Pancreatite 2 (14,2) - Cor pulmonale 1 (7,1) - Hipertensão arterial 3 (21,4) - Taquiarritmia 4 (28,5) - Distúrbio eletrolítico 8 (57,1) - Hipercapnia 1 (7,1) - Acidente vascular isquêmico

2 (14,2) -

Edema agudo 1 (7,1) - ITU 1 (7,1) - Derrame pleural 1 (7,1) - Pneumotórax 2 (14,2) - DPOC agudizada 4 (28,5) -

a faltaram 3 registros de raça; UTI= unidade de terapia intensiva; b4 sem registro; c;dmais de um paciente por variável; LRA= lesão renal aguda; IRC = insuficiência renal aguda

A Tabela 2 mostra que o tipo de estratégia de oxigenação mais utilizada foi a

ventilação mecânica invasiva (50%), e a menos utilizada foi a máscara de nebulização e

ventilação espontânea (7,1%). Destacou-se,ainda, o fato de mais da metade (64,3%) dos

pacientes apresentarem ausência de comunicação (afasia). Dentre os pacientes internados,

50% não deambulavam, e28,5%conseguiam deambular de forma parcialmente dependente.

Do total de idosos estudados, mais da metade (57,1%) apresentaram distúrbios urinários

como oligúria, e somente 28,5% apresentaram débito urinário de acordo com a normalidade.

Em 64,3% dos idosos, as eliminações intestinais estavam presentes, e em 28,5%,ausentes.

Tabela 2 – Distribuição dos pacientes internados na unidade de terapia intensiva, de acordo com a estratégia de oxigenação, comunicação, atividade física e eliminações vesico-intestinais. Ceilândia, 2016.

Variável (n=14) n(%) Tipo de oxigenação Máscara de nebulização e ventilação espontânea

1 (7,1)

Máscara de nebulização e ventilação não invasiva

2 (14,2)

Ventilação Mecânica Invasiva 7 (50%) Comunicação Afasia 9 (64,3) Comunicação verbal 5 (35,7) Atividade física Não deambula 7 (50%)

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Parcialmente dependente 4 (28,5) Dependente 3 (21,4) Eliminações urinárias Oligúria 8 (57,1) Débitourinário de acordo com kg/peso 4 (28,5) Eliminações intestinais Presente 9 (64,3) Ausente 4 (28,5)

Em relação ao perfil hemodinâmico e laboratorial da amostra, foi possível identificar que

todos os parâmetros hemodinâmicos se mantiveram dentro da normalidade. Sendo eles:

pressão arterial média de 92 mmHg (valor de referência/SES = 70 a 100 mmHg); temperatura

com média de 370C (valor de referência/SES = 35º a 37,40C); frequência cardíaca média de

82 batimentos por minuto (valor de referência/SES = 60 a 100 bpm); frequência respiratória

média de 18 respirações por minuto (valor de referência/SES = 12 a 18rpm). O perfil

laboratorial da amostra demonstrou alguns valores de referência abaixo da normalidade,

como a hemoglobina média de 10,8 g/dL (normalidade esperada entre 12,0 a 15,5 g/dL);

hematócrito médio 33±8,1% (valor de referênciade 35 a 45%). No período de três dias de

acompanhamento da creatinina sérica,verificou-se uma tendência à diminuição durante os

dias de internação, como pode ser verificado na tabela 3.

Tabela 3 – Distribuição dos pacientes internados em unidade de terapia intensiva, de

acordo com o perfil hemodinâmico e laboratorial. Ceilândia, 2016.

Variável (n-14) Média±DP Perfil hemodinâmico Pressão arterial média (mmHg) 92±15 Saturação periférica de oxigênio (%) 96±3 Temperatura (°C) 37,2±0,5 Frequência cardíaca (bpm) 82±16,9 Frequência respiratória (ipm) 19±4,5 Perfil laboratorial Hemoglobina (g/dL) 10,8±8,1 Hematócrito (%) 33±8,1 Sódio (mEq/L) 140,4±0,9 Potássio (mEq/L) 3,8±3,6 Creatinina sérica (mg/dL) Creatinina (dia 1) 2,3±2,6 Creatinina (dia 2) 2,4±1,2 Creatinina (dia 3) 1,7±0,8

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A Tabela 4 mostra que os idosos foram classificados com risco e lesão renal (28,6%),

respectivamente. Em um menor percentual (14,3%), identificou-se falência renal, conforme a

classificação AKIN, critério creatinina sérica.

Tabela 4 – Distribuição dos pacientes de acordo com o grau de comprometimento da função renal, segundo a classificação AKIN (critério creatinina). Ceilândia, 2016.

Estágios AKIN (n=14)

n(%)

Estágio 1/Risco 4 (28,6) Estágio 2/Lesão 4 (28,6) Estágio 3/Falência 2 (14,3)

A tabela abaixo demonstra predomínio do sexo masculino, porém o feminino apresentou

idade mais avançada com mediana de 78 (67,5-86) anos e o IMC de 28 km/m2, indicativo de

sobrepeso. Quanto ao tempo de internação, foi possível identificar que o sexo masculino teve

um período de internação mais longo, com mediana 7 (6-14) dias. O registro da creatinina

sérica, no primeiro momento de avaliação, evidenciou o sexo masculino com um valor maior,

mediana 1,3 (1-3,3)mg/dL, quando comparado ao sexo feminino.

Tabela 5 – Distribuição dos pacientes idosos internados na unidade de terapia intensiva, de acordo com sexo. Ceilândia, 2016.

Variável Sexo feminino

(n=6) Sexo masculino

(n=8) Mediana (25-75) Mediana (25-75)

Idade (anos) 78(67,5-86) 71(64,5-76) Índice de massa corporal (kg/m2)

28(18-28) 20(18-21)

Tempo de intubação (dias)

5(4-37) 7(6-14)

Creatinina sérica (dia 1) mg/dL

0,9(0,8-1,2) 1,3(1-3,3)

A tabela 6 caracterizou que os pacientes com a idade mais avançada (mediana de 86,7±2,1anos), predominantemente evoluíram com lesão renal aguda e oligúria.

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Tabela 6 – Distribuição dos pacientes idosos internados na unidade de terapia intensiva, de acordo a ocorrência de lesão renal aguda, segundo a classificação AKIN (critério creatinina sérica). Ceilândia, 2016.

Variável LRA (n=6) SEM LRA

(n=8) n(%) n(%)

Idade (anos) 86,7±2,1 68,9±6,0 Sexo

Masculino 3(50,0) 5 (62,5) Feminino 3(50,0) 3 (50,0)

Índice de massa corporal (kg/m2) 20 (19-32) 21(19-25) Raça

Branca 3(50,0) 3(50,0) Oligúria 5 (83,3) 3 (37,5)

Tempo de ventilação mecânica (dias)

8(6-28) 3(1,5-7)

Creatinina sérica (dia 1)mg/dL 0,8(0,8-1) 1,3(1,1-1,4)

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6. DISCUSSÃO

O presente estudo avaliou o perfil sociodemográfico de idosos enfermos, internados

na UTI de um hospital público do Distrito Federal. Este estudo teve algumas limitações

ilustradas pelo pequeno tamanho amostral, mas acreditamos que os resultados obtidos são

importantes e podem salientar alguns aspectos que devem serconsiderados na prática clínica.

O crescimento do número de idosos e o cuidado de saúde voltado a este grupo

populacional têmrepresentadoa relevância do tema para melhor gerir a estratégia assistencial.

A idade avançada desvela o crescimento da expectativa de vida da população e o consequente

aumento deadmissões de idosos emUTIs (SCHEINet al, 2010). Estudos de Ciamponeet al

(2006) e Valdelice (2011)apontam a predominância do sexo masculino nesse grupo. De modo

geral, nas UTIs, o baixo nível de escolaridade e a falta de instrução entre os idosos, na

maioria dasvezesdificultam a aderência ao tratamentoe refletem a presença dessa população

em escala crescente nas instituições de assistência à saúde (LUZet al, 2014).

A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), junto à Agência Nacional de

Saúde Suplementar (ANS), em 2013, relatou que o tempo de permanência dos pacientes

emUTIs varia de 3 a 4 dias. Nosso estudo mostrou um período superior (aproximadamente 10

dias). Esse achado pode ser associado tanto à própria gravidade e idade avançada do paciente,

internado no cenário de críticos,como pode ser associado à condição clínica vigente e

acúmulo de comorbidades. Por outro lado, quandoo tempo de permanênciaexcede 18 dias, é

reconhecido oaumentodo risco de infecção e de aquisição de outras patologias, além do ônus

financeiro ao sistema de saúde (ANS, 2013).

As comorbidades encontradas neste estudo foram hipertensão arterial sistêmica,

diabetes mellitus, acidente vascular encefálico e doença pulmonar obstrutiva, sendo menos

frequente a obesidade. Com o envelhecimento da população, a prevalência de doenças

crônicas e degenerativas sofre um aumento progressivo, e essas doenças comprometem a

capacidade funcional desses indivíduos, podendo levá-los ao óbito (RODRIGUES et al,

2015).

Evidências sinalizam que a necessidade do cuidado com a saúde destaca-se mais entre

as mulheres, fato relacionado nesse estudo possivelmente pela maior senescência em relação

ao masculino (COSTA-JÚNIOR et. al. 2009). As mulheres apresentaram também índice de

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massa corporal de 28 km/m,2 indicativode sobrepeso. Deve ser considerado que a obesidade

representa um problema de saúde mundial, sobretudo determinante de problemas

cardiovasculares e de outras doenças crônicas. Nesse contexto, segundo o Ministério da

Saúde, no Brasil, 15% da população é obesa e 48% tem sobrepeso (JÚNIOR, 2013).

O Ministério da Saúde (2007) retrata o envelhecimento como causa de diminuição

progressiva da capacidade funcional dos indivíduos. Nesse cenário, o comprometimento renal

e cardiopulmonar ganha maior destaque, assim como identificado no estudo ora apresentado.

No contexto de idosos, a avaliação do perfil hemodinâmico impõenecessidade de

maior vigilância devido à grande alteração nos limiares das variáveis. Os sinais vitais

comportam-se como indicadores do estado de saúde e da garantia da preservação das funções

corporais de natureza circulatória, respiratória, renal, neural e endócrina (TEIXEIRA et al,

2015). Entretanto, neste estudo o perfil hemodinâmico se manteve dentro dos padrões de

normalidade,porém, os parâmetros laboratoriais apresentaram pequenas variações abaixo da

referência de normalidade, acreditando-se que tal fato possa estar relacionado àscomplicações

apresentadas durante a internação na UTI.

Losset al (2015) afirma, em seu estudo, que os pacientes que necessitam de ventilação

mecânica, por um tempo maior ou igual a 21 dias, apresentam um maior risco de

complicações durante a permanência na UTI, taxas mais elevadas de mortalidade e maior

ônus ao sistema de saúde. A ventilação mecânica (VM), na maioria das vezes,impõe

prolongamento da internação.Dessa forma, é alarmante o resultado desse estudo, ao mostrar

que 50% dos pacientes estavam sob essa estratégia. Outrossim, mostra que o emprego da

sedação,combinada com a VM invasiva, muitas vezes culmina em ausência de comunicação e

de deambulação por tempo prolongado (LOSS et al, 2015). (Achado similar foi encontrado

no estudo ora apresentado.)

A idade avançada dos pacientes representa um dos fatores que corroboram com a

redução da função renal. Tal evidência é parte do processo de envelhecimento natural do

organismo e que pode apresentar um maior risco quando associado a outras patologias

(CERQUEIRA et al, 2014). Em nosso estudo, 57,1% dos pacientes da amostra, durante a

internação, tiveram como complicação LRA evidenciada pelos quadros de oligúria e de

alteração no nível sérico de creatinina. A LRA tem se tornado cada vez mais um problema de

saúde com incidência crescente e prevalente entre os pacientes críticos (ABREU, 2013).

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Para o estadiamento da função renal nos idosos deste estudo, foi adotada a

classificação AKIN, que incorpora a variação de creatinina sérica (Crs), e do débito

urináriocomo indicador da disfunção renal (SALGADO et al, 2013). Nessa vertente,

classificaram-se 28,6% dos pacientes em estágio 1 (risco para LRA) e estágio 2 (lesão renal),

respectivamente. Além disso, 14% foram classificados em estágio 3 (falência renal).Frente ao

exposto, é válido ressaltar que a maioria dos adultos mais velhos vivem com uma ou mais

condições crônicas, o que impõe a necessidade de múltiplas medicações. E, quando há

presença de doença aguda, ocorre aumento da vulnerabilidade, o que pode culminar em

desfechos sombrios. Tal fatopode justificar o predomínio de disfunção renal entre os idosos

do estudo (HAIN, D; PAIXAO, R, 2015).Ao distribuirmos a amostra em grupos com LRA e

sem LRA, foi possível identificar que os pacientes com idade mais avançada evoluíram com

LRA, mas não houve predominância de gênero e raça, assim como de IMC. Ressalta-se que,

de acordo com Júnior et al (2006), a prevalência de LRA é expressivamente maior em

indivíduos do sexo masculino, e Soto (2012) relata que pacientes obesos têm predisposição a

desenvolver essa patologia,devido ao acúmulo de maior número de comorbidades.(JÚNIOR

et al, 2006; SOTO et al, 2012).

Estudos destacam a associação de VM com a ocorrência de LRA, considerando que a

vigência de VM incrementa três vezes a probabilidade de ocorrência da LRA em pacientes

críticos (MELO, 2014).Kuiuper, em 2005, relatou que a ventilação mecânica pode levar ao

desenvolvimento da LRA, por meio de fatores hemodinâmicos ou lesões pulmonares, porém

ainda não há consenso acerca desta temática (KUIPER, 2005).

Frente às necessidades geradas pela nova demanda imposta pelo envelhecimento,

reconhece-se que o atual sistema de saúde não está preparado para atender e entender esta

população, que, em número cada vez maior, ocupa os serviços hospitalares (FONSECA, et.

al. 2010).

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CONCLUSÃO

Constatou-se a presença de idosos de idade avançada com comorbidades

características do envelhecimento e internações predominantes por problemas respiratórios.

A classificação AKIN foi efetiva em sinalizar a disfunção da função renal entre os

idosos de raça negra.

Foi possível verificar o crescimento do número de idosos emUnidades de Terapia

Intensiva como uma realidade que necessita de uma atenção especializada.

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APÊNDICE A – Instrumento de coleta de dados A) Identificação Nº matrícula SES:___________________________ Data de internação: __________________________ Data internação na Unidade de Terapia Intensiva:___________________________________ Tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva:_______________________________ B) Características Idade:_____anos Altura:_________cm Peso:__________kg IMC:_________ Grau de instrução ( ) ensino fundamental completo ( ) ensino fundamental incompleto

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( ) ensino médio completo ( ) ensino médio incompleto ( ) ensino superior completo ( ) ensino superior incompleto Mobilidade ( ) acamado ( ) plegia ( ) deambulante ( ) paresia ( ) deambula com auxílio ( ) parestesia Nível de consciência ( ) sedado ( ) acordado ( ) consciente ( ) confuso ( ) letárgico ( ) coma ( ) torporoso Comorbidades ( ) diabetes ( ) hipertensão ( ) obesidade ( ) Doença cardiovascular (Acidente vascular cerebral) ( ) Outras. Quais?____________________________________________________________ C) Complicações durante a internação (evolução médica). ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ D) Oxigenação ( ) intubado ( ) cânula nasal de oxigênio ( ) Máscara de nebulização ( ) ventilação espontânea ( ) ventilação mecânica invasiva ( ) ventilação não invasiva Tempo de intubação: __________________dias E) Sono e repouso Usa medicamentos para dormir? ( ) sim ( ) não Quais?______________________________________________________________________ F) Comunicação ( ) afasia ( ) disartria ( ) usa comunicação verbal ( ) usa comunicação não verbal ( ) dificuldade de comunicação ( ) gagueira G) Atividade física

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( ) dependente ( ) parcialmente dependente ( ) não deambula ( ) deficiência física ( ) dor ao movimento ( ) atrofia muscular 3) Hemodinâmica

parâmetros PAS/PAD/PAM SpO2 Temperatura axilar Frequência cardíaca/ritmo cardíaco Frequência respiratória

4) Exames laboratóriais

Exames Saturação arterial de oxigênio hemoglobina hematócrito leucograma sódio potássio

5) Funcionamento vesical ( ) anúria ( ) oligúria ( ) poliúria ( ) fluxo urinário de acordo com kg/peso 6) Funcionamento intestinal ( ) presente ( ) ausente ( ) colostomia ( ) constipação ( ) via retal (normal)

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APÊNDICE B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Universidade de Brasília/Faculdade de Ceilândia Curso de Graduação em Enfermagem

O (a) Senhor(a) está sendo convidado(a) a participar do projeto: IDOSOS: UM

PERFIL CADA VEZ MAIS FREQUENTE NA REALIDADE DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA. O nosso objetivo Traçar o perfil do idoso na unidade de terapia intensiva, do Hospital Regional de Ceilândia.

O(a) senhor(a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa, e lhe asseguramos que seu nome não aparecerá, sendo mantido o mais rigoroso sigilo,através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo(a)

A sua participação será atravésdo consentimento em usar os dados registrados no prontuário para a realização da pesquisa. Informamos que a Senhor(a) pode se recusar a responder a qualquer questão que lhe traga constrangimento, podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento, sem nenhum prejuízo para a senhor(a). Será de responsabilidade do pesquisador o ressarcimento de potenciais danos decorrentes do estudo.Caso haja algum dano direto ou indireto, decorrente de sua participação na pesquisa, o senhor(a) poderá ser indenizado, obedecendo-se às disposições legais vigentes no Brasil. Sua participação é voluntária, isto é, não há pagamento por sua colaboração.

Os riscos decorrentes de sua participação na pesquisa serãomínimos por tratar-se de um estudo com seres humanos. Entretanto, os benefícios esperados estão relacionados aos pacientes que poderão ser beneficiados a longo prazo, pela possibilidade de desenvolvimento e aperfeiçoamento das medidas que possibilitem uma assistência qualificada para os idosos sob regime de internação na unidade de terapia intensiva. Os resultados da pesquisa serão divulgados aqui na Unidade de Terapia Intensiva e na Instituição (Hospital Regional de Ceilândia), podendo ser publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda do pesquisador.

Se o Senhor(a) tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor, telefone para:Prof(a).Drª Marcia Cristina da Silva Magro, na Universidade de Brasília/Faculdade de Ceilândia telefone (61) 3377-0615, ou celular (61) 8269-0888, no horário de 8 as 16 horas. Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da SES/DF. As dúvidas com relação à assinatura do TCLE, ou os direitos do sujeito da pesquisa, podem ser obtidos através do telefone: (61) 3325-4955. Este documento foi elaborado em duas vias, sendo que uma ficará com o pesquisador responsável e a outra, com o participante da pesquisa.

______________________________________________ Nome / assinatura:

____________________________________________ Pesquisador Responsável

Nome e assinatura: Brasília, ___ de __________de _________

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ANEXO A: Parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa

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