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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE CEILÂNDIA
GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
DOUGLAS DOS SANTOS VASCO
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E CARGA DA TUBERCULOSE NO
DISTRITO FEDERAL NO PERÍODO DE 2001 A 2014
BRASÍLIA, DF 2016
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DOUGLAS DOS SANTOS VASCO
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E CARGA DA TUBERCULOSE NO
DISTRITO FEDERAL NO PERÍODO DE 2001 A 2014
Monografia apresentada como requisito para obtenção do título de Bacharel em Saúde Coletiva na graduação em Saúde Coletiva, na Universidade de Brasília, Campus Ceilândia.
Orientador: Prof. Dr. Walter Massa Ramalho
BRASÍLIA, DF
2016
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DOUGLAS DOS SANTOS VASCO
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E CARGA DA TUBERCULOSE NO DISTRITO
FEDERAL NO PERÍODO DE 2001 A 2014
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Bacharel em
Saúde Coletiva, na graduação em Saúde Coletiva, na Universidade de Brasília,
Campus Ceilândia.
Brasília, 06 de Julho de 2016.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________
Prof. Dr. Walter Massa Ramalho
Universidade de Brasília
Orientador
__________________________________
Prof. Dr. Wildo Navegantes de Araújo
Universidade de Brasília
__________________________________
Prof.ª Dra. Priscila Almeida Andrade
Universidade de Brasília
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Ao Curso de Saúde Coletiva da
Universidade de Brasília, Faculdade de
Ceilândia, onde aprendi а refletir е nunca
encarar а realidade como pronta. Às
pessoas com quem convivi nesses
espaços ао longo desses anos, fazendo
esta vida valer cada vеz mais а pena. E à
minha família, pоr sua capacidade dе
acreditar е investir еm mim.
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AGRADECIMENTOS
À Deus, pois sem Ele nada disso seria possível e a Nossa Senhora por estar
ao meu lado me protegendo, me guiando e me iluminando, não só durante esses
quatro anos, mas durante toda a minha vida.
À minha família pelo imenso amor, incentivo e apoio. Em especial a minha
mãe pelos sacrifícios feitos em razão da minha educação e dos meus irmãos. A
minha irmã Débora, por ser fonte de inspiração, me proporcionando todo amor,
apoio e incentivo necessário para essa conquista. Aos meus irmãos Diego, Ricardo
e Ronny, pela paciência com que aturaram meu estresse e minha bagunça. Por me
acompanharem madrugada adentro me apoiando e incentivando. Agradeço também
aos meus avós José Francisco e Enedilha Lira pelo amor incondicional. Não existe
amor e nem agradecimento maior do que a vocês.
Ao meu orientador, Profº Walter Massa Ramalho, por quem tenho grande
apreço e admiração. Agradeço pelo apoio, pelo incentivo, pela disponibilidade, pelo
bom humor e por estar sempre disposto a compartilhar seus conhecimentos que
tanto me ajudaram. Aos demais mestres pelos ensinamentos e oportunidades,
proporcionando valiosos conhecimentos no processo de formação profissional. Em
especial ao Wildo Navegantes e Jamila Reis.
À minha namorada Andreia Puttini, pela paciência, pelo apoio, pelo
companheirismo e pela compreensão em todos os momentos de ausência e
estresse. Obrigado pelo teu carinho, tua alegria, tua atenção, tua vibração com as
minhas conquistas e teu ombro em cada momento difícil que você ajudou a
atravessar. Sem você, essa conquista não teria o mesmo gosto.
Aos meus grandes amigos Hendrix Dias, Danylo Vilaça, Walter Pamplona,
Diego Nascimento, Lina Karla, Milena Frazão, Maiza Misquita, Rodrigo Souza,
Leonardo Lourenço, Felipe Fernandes, Lucas Breno, Klauss Garcia, Samantha
Linares, Karen Milhomem, Ronielcio Ramos, Felipe Santos, Sergio Carnevale,
Rodrigo Vieira, Henrique Rocha, Lídia Maria, Mábia Milhomem e aos amigos não
citados, mas que fizeram parte dessa história, me perdoem por essa ausência na
fase final da faculdade, saibam que eu os tinha em pensamento todo o tempo.
Obrigado por cada momento que dividimos. Poder compartilhar esses anos com
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vocês foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida. À vocês um carinho
especial e a certeza que os levarei comigo por toda a vida.
Agradeço também a todos que fizeram direta ou indiretamente parte da minha
história na graduação. Ao curso de Saúde Coletiva, que me proporcionou um
crescimento intelectual e principalmente pessoal, transformando-me em uma pessoa
melhor. A todas as pessoas que se dedicam por um SUS mais aperfeiçoado, mais
justo e direcionado ao seu objetivo.
Sou muito grato!
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“Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram
conquistadas do que parecia impossível.”
(Charles Chaplin)
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RESUMO
Introdução: A abordagem da equidade em saúde é uma temática discutida cada
vez mais, inferindo no monitoramento e enfrentamento das desigualdades sociais
em saúde. Mesmo com a mudança do perfil epidemiológico geral, ainda é possível
identificar um conjunto de doenças tipicamente de pobreza. A tuberculose é uma
doença infecciosa de grande importância no perfil de morbidade, com
comportamento influenciado pelo nível socioeconômico e condição de vida da
população. Assim, a distribuição espacial pode identificar e descrever padrões
espaciais da tuberculose, possibilitando a identificação dos locais de risco e gerando
informações consistentes para o direcionamento de intervenções. Esse
conhecimento é importante no debate sobre os determinantes das desigualdades,
contribuindo na redução dos fatores de riscos em grupos mais vulneráveis.
Objetivo: Analisar as desigualdades sócio espaciais da distribuição da tuberculose
no Distrito Federal no período de 2001 a 2014. Método: Estudo epidemiológico
descritivo ecológico. Dados sobre a tuberculose foram coletados das bases de
dados nacionais do Ministério da Saúde. A carga de doença por tuberculose baseou-
se no cálculo de Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade (DALY). O
DALY foi estimado pela soma dos Anos de Vida Perdidos (YLL) e Anos Vividos com
Incapacidade (YLD). Os valores de DALY foram calculados por sexo, faixa etária e
Região Administrativa. Os valores foram transformados em taxas por 100 mil
habitantes. A construção dos indicadores baseou-se na Curva de Lorenz, pois
compara a distribuição de uma variável com uma distribuição uniforme de igualdade,
representada graficamente por uma linha diagonal. Quanto mais distante desta linha,
mais desigual a variável. O coeficiente de Gini varia de zero a um, onde zero
corresponde a uma situação de igualdade. O mapeamento epidemiológico permite
analisar as relações de ambiente e saúde, possibilitando a caracterização da
situação dos eventos de saúde. Resultados: A carga de doença por tuberculose foi
maior no ano de 2014, com taxa de 16,47 DALYs/100 mil habitantes, dos quais
69,29% foram YLLs e 30,71% foram YLDs. As maiores taxas foram encontradas no
sexo masculino e nas faixas etárias de 35 a 39 anos, com distribuição heterogênea
entre as Regiões Administrativas. A maior carga foi estimada para a RA Vicente
Pires, com 76,24 DALYs/100 mil habitantes, e menor para o Sudoeste, com 0,62
DALYs/100 mil habitantes). O coeficiente de Gini foi calculado, a partir da taxa do
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DALY, para os anos de 2004 e 2013, com resultados de 0,429 e 0,534
respectivamente, representados pela curva de Lorenz. Conclusão: A carga de
doença por tuberculose no Distrito Federal concentrou-se em homens na fase
adulta, com distribuição heterogênea entre as Regiões Administrativas acometendo
áreas mais pobres e/ou mais populosas. Os indicadores de desigualdade mostraram
que a ocorrência da doença está ligada a condições sociais desfavoráveis.
Palavras Chave: Determinantes Sociais, Desigualdades em Saúde, Análise
Espacial, Carga de Doenças, Tuberculose.
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ABSTRACT
Introduction: The approach to health equity is a theme discussed increasingly more
inferring monitoring and addressing social inequalities in health. Even with the
change of the general epidemiological profile, you can still identify a set of typically
poverty diseases. Tuberculosis is an infectious disease of great importance in
morbidity profile with behavior influenced by socioeconomic status and living
conditions of the population. Thus, the spatial distribution can identify and describe
spatial patterns of tuberculosis, enabling the identification of risk areas and
generating consistent information for targeting interventions. This knowledge is
important in the debate on the determinants of inequalities, contributing to the
reduction of risk factors in vulnerable groups. Objective: To analyze the spatial
distribution of social inequalities of tuberculosis in the Federal District in the period
2001-2014. Method: Ecological descriptive epidemiological study. Data on
tuberculosis were collected from national databases of the Ministry of Health. TB
disease burden was based on the calculation of Adjusted Years of Life Lost Disability
(DALY). DALY was estimated by the sum of years of life lost (YLL) and Years Lived
with Disability (YLD). The DALY values were calculated by sex, age and
Administrative Region. The values were transformed into rates per 100.000
inhabitants. The construction of the indicators based on the Lorenz curve, it
compares the distribution of a variable with a uniform distribution equal graphically
represented by a diagonal line. The further this line, the more unequal the variable.
The Gini coefficient ranges from zero to one, where zero corresponds to an equal
footing. The epidemiological mapping allows you to analyze the environment and
health relationships, enabling the characterization of the situation of health events.
Results: TB disease burden was higher in 2014 , with a rate of 16.47 DALYs /
100,000 inhabitants, of which 69.29 % were YLLs and 30.71 % were YLD . The
highest rates were found in males and in the age groups from 35 to 39 years, with
heterogeneous distribution between administrative regions . The largest load was
estimated for the RA Vicente Pires , with 76.24 DALYs / 100,000 inhabitants , and
less to the Southwest , with 0.62 DALYs / 100,000 inhabitants) . The Gini coefficient
was calculated from the DALY rate for the years 2004 and 2013 , with results of
0.429 and 0.534 respectively , represented by the Lorenz curve. Conclusion: TB
disease burden in the Federal District has focused on men in adulthood, with unequal
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distribution between the administrative regions affecting the poorest and / or most
populous . inequality indicators showed that the occurrence of the disease is linked to
unfavorable social conditions.
Keywords: Social Determinants, Health Inequalities, Spatial Analysis, Disease
Burden, Tuberculosis.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Os principais Determinantes Sociais da Saúde proposto por Dahlgren a
Whitehead. ................................................................................................................ 32
Figura 2. Mapa do Distrito Federal por Regiões Administrativas. ............................. 37
Figura 3. Representação gráfica da curva de Lorenz e área para o cálculo do
coeficiente de Gini. .................................................................................................... 39
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Coeficiente de Prevalência da Tuberculose no Distrito Federal no período
de 2001 a 2014. ........................................................................................................ 45
Gráfico 2. Coeficiente de Mortalidade da Tuberculose no Distrito Federal no período
de 2001 a 2014. ........................................................................................................ 50
Gráfico 3. Curva de Lorenz da taxa DALY por tuberculose, segundo as Regiões
Administrativas, no Distrito Federal, no ano de 2004. ............................................... 73
Gráfico 4. Curva de Lorenz da taxa DALY por tuberculose, segundo as Regiões
Administrativas, no Distrito Federal, no ano de 2013. ............................................... 74
Gráfico 5. Curva de concentração segundo renda per capita média mensal das
Regiões Administrativas pela taxa DALY, no Distrito Federal, no ano de 2004. ....... 76
Gráfico 6. Curva de concentração segundo renda per capita média mensal das
Regiões Administrativas pela taxa DALY, no Distrito Federal, no ano de 2013. ....... 77
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Distribuição dos casos por tuberculose, segundo sexo, no Distrito Federal,
no período de 2001 a 2007. ...................................................................................... 46
Tabela 2. Distribuição dos casos por tuberculose, segundo sexo, no Distrito Federal,
no período de 2008 a 2014. ...................................................................................... 46
Tabela 3. Distribuição dos casos por tuberculose, segundo faixa etária, no Distrito
Federal, no período de 2001 a 2007. ........................................................................ 46
Tabela 4. Distribuição dos casos por tuberculose, segundo faixa etária, no Distrito
Federal, no período de 2008 a 2014. ........................................................................ 47
Tabela 5. Distribuição dos casos de tuberculose, segundo Região Administrativa, no
Distrito Federal, no período de 2001 a 2007. ............................................................ 48
Tabela 6. Distribuição dos casos de tuberculose, segundo Região Administrativa, no
Distrito Federal, no período de 2008 a 2014. ............................................................ 49
Tabela 7. Distribuição dos óbitos por tuberculose, segundo sexo, no Distrito Federal,
no período de 2001 a 2014. ...................................................................................... 50
Tabela 8. Distribuição dos óbitos por tuberculose, segundo faixa etária, no Distrito
Federal, no período de 2001 a 2014. ........................................................................ 51
Tabela 9. Distribuição dos óbitos por tuberculose, segundo Região Administrativa,
no Distrito Federal, no período de 2001 a 2014. ....................................................... 52
Tabela 10. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, no Distrito Federal, no período de 2001 a 2014................................... 53
Tabela 11. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo sexo, no Distrito Federal, no período de 2001 a 2014. ......... 55
Tabela 12. Distribuição dos Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade
devido a Tuberculose, segundo faixa etária, no Distrito Federal, no período de 2001
a 2014. ...................................................................................................................... 56
Tabela 13. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2001. 57
Tabela 14. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2002. 58
Tabela 15. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2003. 59
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Tabela 16. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2004. 60
Tabela 17. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2005. 61
Tabela 18. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2006. 62
Tabela 19. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2007. 63
Tabela 20. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2008. 64
Tabela 21. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2009. 65
Tabela 22. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2010. 66
Tabela 23. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2011. 67
Tabela 24. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2012. 68
Tabela 25. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2013. 69
Tabela 26. Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade devido a
Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal, no ano de 2014. 70
Tabela 27. Distribuição das taxas dos Anos de Vida Perdidos Ajustados por
Incapacidade devido a Tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito
Federal, no período de 2001 a 2014. ........................................................................ 71
Tabela 28. Distribuição dos indicadores de desigualdades no Distrito Federal, no
ano de 2004. ............................................................................................................. 72
Tabela 29. Distribuição das Regiões administrativas por quartis segundo indicador
de saúde, no Distrito Federal, no ano de 2004. ......................................................... 72
Tabela 30. Distribuição dos indicadores de desigualdades no Distrito Federal, ano
de 2013. .................................................................................................................... 73
Tabela 31. Distribuição das Regiões administrativas por quartis segundo indicador
de saúde, no Distrito Federal, no ano de 2013. ......................................................... 74
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Tabela 32. Distribuição da taxa DALY segundo quartis de renda per capita média
mensal, no Distrito Federal, no ano de 2004. ............................................................ 75
Tabela 33. Distribuição das Regiões administrativas por quartis segundo indicador
de renda per capita média mensal, no Distrito Federal, no ano de 2004. ................. 75
Tabela 34. Distribuição da taxa DALY segundo quartis de renda per capita média
mensal, no Distrito Federal, no ano de 2013. ............................................................ 76
Tabela 35. Distribuição das Regiões administrativas por quartis segundo indicador
de renda per capita média mensal, no Distrito Federal, no ano de 2013. ................. 77
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
APVP Anos Potenciais de Vida Perdidos
BAAR Bacilo Álcool-Ácido Resistentes
BCG Bacilo de Calmette e Guérin
BK Bacilo de Koch
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CM Coeficiente de Mortalidade
CNDSS Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde
CNS Conselho Nacional de Saúde
Codeplan Companhia de Planejamento do Distrito Federal
CP Coeficiente de Prevalência
DALY Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade
Datasus Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
DF Distrito Federal
DN Doenças Negligenciadas
DSS Determinantes Sociais de Saúde
E Etambutol
H Isoniazida
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
MS Ministério da Saúde
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OMS Organização Mundial de Saúde
PDAD Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios
PNCT Programa Nacional de Controle da Tuberculose
R Rifampicina
RA Região Administrativa
SIG Sistemas de Informações Geográficas
Sinan Sistema de Informações sobre Agravos e Notificações
SUS Sistema Único de Saúde
TB Tuberculose
UF Unidade Federativa
YLD Anos Vividos com Incapacidade
YLL Anos de Vida Perdidos
Z Pirazinamida
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 20
2. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 22
2.1. Doenças Negligenciadas ........................................................................... 22
2.2. Tuberculose ................................................................................................ 23
2.2.1. Histórico ......................................................................................................... 23
2.2.2. Etiologia ......................................................................................................... 23
2.2.3. Manifestações Clínicas ............................................................................... 25
2.2.3.1. Tuberculose Pulmonar .................................................................... 25
2.2.3.2. Tuberculose Extrapulmonar ............................................................ 25
2.2.3.3. Tuberculose Laríngea ..................................................................... 25
2.2.3.4. Tuberculose Ganglionar Periférica .................................................. 26
2.2.3.5. Tuberculose Meningoencefálica ...................................................... 26
2.2.3.6. Tuberculose Cutânea e Ocular ....................................................... 26
2.2.3.7. Tuberculose Óssea ......................................................................... 27
2.2.3.8. Tuberculose Genitourinária ............................................................. 27
2.2.3.9. Tuberculose Miliar ........................................................................... 27
2.2.4. Diagnóstico e Tratamento ........................................................................... 27
2.2.5. Populações Vulneráveis .............................................................................. 29
2.2.5.1. População Privada de Liberdade .................................................... 29
2.2.5.2. População Indígena ........................................................................ 29
2.2.5.3. População em Situação de Rua ...................................................... 30
2.2.5.4. Coinfecção TB/HIV .......................................................................... 30
2.3. Determinantes Sociais da Saúde (DSS) ................................................... 30
2.3.1. Desigualdades e Iniquidades Sociais em Saúde .................................... 33
2.3.2. Impacto das Desigualdades na Saúde ..................................................... 34
2.4. Distrito Federal ........................................................................................... 36
2.4.1. Desigualdades em Saúde no Distrito Federal ......................................... 37
2.5. Principais Medidas do Estudo .................................................................. 38
2.5.1. Coeficiente de Gini ....................................................................................... 38
2.5.2. Estudo de Carga de Doença: Anos de Vida Perdidos Ajustados por
Incapacidade ................................................................................................................... 39
3. OBJETIVO ...................................................................................................... 41
3.1. Objetivo Geral ............................................................................................. 41
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3.2. Objetivos Específicos ................................................................................ 41
4. METODOLOGIA ............................................................................................. 42
4.1. Tipo de Estudo ........................................................................................... 42
4.2. Local, Período e Objeto de Estudo ........................................................... 42
4.3. Fonte de Dados .......................................................................................... 42
4.4. Método ........................................................................................................ 42
4.5. Aspectos Éticos da Pesquisa ................................................................... 44
5. RESULTADOS ................................................................................................ 45
5.1. Situação de Saúde ..................................................................................... 45
5.2. Carga da Doença ........................................................................................ 53
5.3. Indicadores de Desigualdades .................................................................. 72
5.3.1. Indicador de Saúde ...................................................................................... 72
5.3.2. Indicador Socioeconômico .......................................................................... 75
6. DISCUSSÃO ................................................................................................... 78
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 82
8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 83
9. ANEXO ............................................................................................................ 89
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20
1. INTRODUÇÃO
A abordagem da equidade em Saúde vem se tornando cada vez mais
popular, e alvo de grande desenvolvimento de instrumental metodológico,
elaboração de indicadores compostos, lançamento de programas com o intuito de
seu monitoramento e mitigação (WHO, 2011).
Há um desenvolvimento de abordagens, metodológicas e conceitual tal como
as que respeitam os diferentes níveis de determinação como o marco adotado no
relatório final da Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde (DSS)
(WHO, 2011).
No Brasil, o monitoramento e o enfrentamento das desigualdades sociais têm
sido pautados como uma política estratégica direcionada há pouco mais de uma
década, para crescimento econômico vinculado à distribuição de renda, à redução
das desigualdades sociais e da pobreza extrema no Brasil (WHO, 2011).
Ainda que, a urbanização das cidades, as melhores condições de vida e de
trabalho da população, o acesso aos serviços de saúde e as novas tecnologias de
cuidado em saúde tem contribuído para a mudança do perfil epidemiológico geral do
Brasil, ainda enfrentamos um conjunto de doenças tipicamente de pobreza, ou
aquelas relacionadas às doenças infecciosas (BARRETO, 2011).
A tuberculose (TB) ainda é uma das doenças infecciosas de grande
importância no perfil de morbidade no Brasil com magnitude bastante expressiva
(BARATA, 2008). Em 2012, no Brasil houve notificação de 71.230 casos da doença
no Sistema de Informações sobre Agravos e Notificações (SINAN). A taxa de
incidência foi de 36,7 casos por 100.000 habitantes e a taxa de mortalidade de 2,4
por 100.000 habitantes. No mesmo ano 54,8% dos casos realizaram testagem para
diagnóstico de co-infecção TB/HIV, desse percentual 6.932 foram positivos,
correspondendo a uma proporção de co-infecção de TB/HIV de 9,7% (BRASIL,
2014a).
O comportamento da evolução da TB é muito influenciado, tanto, pelo nível de
desenvolvimento socioeconômico e condições de vida da população, quanto, pela
qualidade dos serviços de saúde específicos para o controle (WALDMAN; SILVA;
MONTEIRO, 1999).
O descontrole da TB resulta em implicações sociais e epidemiológicas de
grande relevância para o meio em questão. O abandono ao tratamento que ocorre
-
21
em diversas regiões do Brasil possui variações distintas, caraterizadas como valores
inaceitáveis em alguns municípios brasileiros. A não adesão ao tratamento pode ser
influenciada por diversos fatores, tais fatores podem se relacionar aos serviços de
saúde ofertados, ao atendimento realizado pelo médico e ao próprio doente
(RIBEIRO et al, 2000).
A distribuição espacial pode identificar e descrever padrões espaciais da TB,
sendo possível identificar locais de risco para a população. As informações
alcançadas fornecem embasamentos consistentes para dimensionar medidas de
planejamento, monitoramento e avaliação do impacto destas ações em saúde assim
como direcionar as intervenções.
Assim, a distribuição epidemiológica também tem valor ao analisar as
relações de ambiente e de saúde, possibilitando a caracterização da situação em
que ocorrem os eventos de saúde, priorizando a alocação dos recursos e planejando
ações de emergência epidemiológica.
Dessa forma, devido à natureza deste tipo de estudo e a sua potencialidade
para estudos de saúde, comunidade e ambiente, o presente trabalho pretende
explorar aspectos epidemiológicos da ocorrência da TB no Distrito Federal (DF)
mediante medidas epidemiológicas, buscando melhor compreensão da ocorrência
deste agravo no DF, com especial ênfase às desigualdades entre distintos grupos
sociais.
Esse conhecimento é importante para fomentar o debate sobre os
determinantes e contextos condicionantes dessas desigualdades, focalizar ações e
monitorar avanços na redução dos excessos de risco nos grupos mais vulneráveis.
Finalmente, justifica-se o projeto pela necessidade de sistematização técnicas de
pesquisa em saúde com vistas à identificação de microáreas de extremas
vulnerabilidades, oferecendo ao gestor local, possibilidades de intervenções mais
localizadas.
-
22
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Doenças Negligenciadas
As doenças negligenciadas (DN) são caracterizadas como um agrupamento
de doenças causadas por agentes infeciosos ou parasitas que acarretam relevante
dano físico, cognitivo e socioeconômico em crianças e adolescentes, sobretudo em
comunidades pobres (MATHERS et al, 2012).
As DN não predominam apenas em condições de pobreza, elas também
contribuem para a manutenção do cenário de desigualdade, uma vez que
manifestam amplo obstáculo ao avanço dos países. A denominação “doenças
negligenciadas” foi proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) juntamente
com a Organização Médico Sem Fronteira. Como exemplos dessas enfermidades,
podemos citar dengue, doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase,
leishmaniose, malária, tuberculose, entre outras. De acordo com a OMS, mais de
um sexto da população mundial portam um ou mais tipos de DN (BRASIL, 2010c).
Essas doenças vêm sendo gradualmente excluídas de programas de
pesquisas pelos seus responsáveis, tanto no setor privado quanto no setor público,
especialmente porque as pessoas que acometem alguma dessas DN são de baixa
renda e consequentemente não oferecem um retorno lucrativo suficiente para que a
indústria farmacêutica invista em pesquisa e desenvolvimento de novos
medicamentos voltados para tais doenças (CHIRAC; TORREELE, 2006).
Nos últimos anos o Brasil tem obtido sucesso na contenção dessas doenças,
porém algumas ainda persistem em várias regiões do país. Recursos são investidos
em prol da redução da pobreza com esforços direcionados para o fortalecimento dos
serviços de saúde locais, tornando o acesso universal. Mesmo dispondo desses
investimentos, o país manifesta desigualdades intra-urbanas consideráveis, com
diferentes determinantes que apoiam a permanência de alguns desses problemas
de saúde pública (PERNAMBUCO, 2011).
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23
2.2. Tuberculose
2.2.1. Histórico
A TB é um problema de saúde antigo, e sua existência é comprovada desde
os períodos pré-históricos. A partir do final do século XIX, devido ao grande impacto
consequente da doença e o fato de ter-se espalhado entre as populações mais
pobres, passou a ser caracterizada como “mal social” ou “peste branca”
(GONÇALVES, 2000).
A doença chegou ao Brasil através da vinda dos jesuítas e colonos, durante o
período de colonização. Muitos deles portavam a TB e vieram com a esperança de
que as qualidades climáticas tropicais contribuiriam para o processo de cura da
doença. Por ser uma doença infecciosa, disseminou-se rapidamente, se tornando
uma epidemia nas maiores cidades brasileira (MELO et al., 2009).
Durante o século XIX o tratamento da TB ocorria em sanatórios localizados
afastados das cidades. Esses locais acabaram tornando-se centros de isolamento e
tratamento, que servia para pessoas de qualquer classe social. Com o passar do
tempo e com o descobrimento dos quimioterápicos, o tratamento dos tuberculosos
foi transferido dos sanatórios para os ambulatórios (GONÇALVES, 2000).
A TB era conhecida como “calamidade negligenciada”, pois constituía um
problema de saúde pública mundial (FIGUEIREDO et al, 2009), o Brasil juntamente
com outros 21 países em desenvolvimento, albergam 80% dos casos da doença,
com isso, a OMS declarou a TB como um problema emergencial de saúde pública
no mundo (BRASIL, 2010a).
2.2.2. Etiologia
A TB é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica causada pelo
Mycobacterium tuberculosis, apresentando um longo período entre a infecção inicial
e a sua manifestação clínica. Na apresentação clínica, a doença afeta
principalmente os pulmões, podendo ocorrer em outros órgãos do corpo, como
ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro) (BRASIL, 2013a).
O M. tuberculosis é também conhecido como bacilo de Koch (BK) por ter sido
identificado, em 1882, pelo alemão, famoso bacteriologista, Robert Koch. Estima-se
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24
que, durante um ano, numa comunidade, um indivíduo bacílifero pode infectar em
média de 10 a 15 pessoas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
O micro-organismo é caracterizado morfologicamente como um bacilo reto ou
levemente encurvado, com dimensão de aproximadamente 0,6 por 10 micrômetros,
não possuindo espórulo nem capsula, permanecendo imóvel. O bacilo não produz
toxinas e caracteriza-se como um patógeno intracelular aeróbico estrito, pois
sobrevive no interior de células fagocitárias. É envolto por uma barreira hidrofóbica,
constituída basicamente por ácidos micólicos, conferindo grande resistência, sendo
essa a característica mais importante (MELO et al, 2009).
A transmissão da doença acontece pela via aérea, especialmente por meio da
tosse de um doente bacilífero, através dos aerossóis infectados. As gotículas mais
pesadas armazenam-se rapidamente no solo, misturando-se com a poeira, enquanto
as mais leves permanecem suspensas no ar. Apenas os núcleos secos das
gotículas, denominado núcleo de Wells, de até 5u comportando até 2 bacilos, ao
serem inaladas, podem chegar aos bronquíolos e alvéolos iniciando a propagação
(RISK et al, 2013).
A transmissão do bacilo é plena enquanto o tuberculoso estiver eliminando o
micro-organismo para o ambiente, com a infecção de outros indivíduos a depender
do estado bacteriológico do doente. Após o início do tratamento, a transmissão é
reduzida, de forma gradual, para níveis insignificantes em pouco tempo, sendo que
em crianças, geralmente, a doença não é infecciosa (RISK et al, 2013).
São vários os fatores que contribuem para o adoecimento do indivíduo
tornando-o mais susceptível à infecção. Dentre eles, destacam-se os fatores que se
associam à competência do sistema imunológico e ao uso de medicamentos
imunossupressores. A carga bacilífera e a virulência do micro-organismo são outras
variáveis que também podem influenciar no surgimento da doença. De acordo com o
Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 7, para um indivíduo ser infectado e que
essa infecção evolua para a doença dependerá de outros determinantes, em
especial, idade avança, condições socioeconômicas em que o indivíduo estiver
inserido e algumas condições clínicas. Na TB tanto os fatores clínicos quanto os
fatores não clínicos devem ser levados em consideração (MELO et al, 2009;
BRASIL, 2009).
-
25
2.2.3. Manifestações Clínicas
A TB pode se manifestar de várias formas dependendo diretamente do órgão
acometido. A forma pulmonar é a apresentação mais frequente da infecção, pois o
agente etiológico tem preferência por este órgão. É também a forma mais relevante
para os estudiosos em saúde pública, pois tem grande contribuição na cadeia de
transmissão da doença. Porém existem outras manifestações extrapulmonares, com
ocorrência ampliada em indivíduos imunosuprimidos (BRASIL, 2010a).
2.2.3.1. Tuberculose Pulmonar
O dano na TB pulmonar é causado pela presença de bacilos nos macrófagos
desencadeando uma inflamação crônica descontrolada e progressiva, esta
manifestação está ligada à resposta do hospedeiro ao micro-organismo, resultando
em tosse seca ou produtiva com expectoração mucóide ou purulenta, com a
presença ou não de hemoptise. Outros sintomas são: irritabilidade, sudorese
noturna, falta de apetite, emagrecimento, entre outros (CAMPOS, 2006; BRASIL,
2010a; MINAS GERAIS, 2006).
2.2.3.2. Tuberculose Extrapulmonar
Os sintomas da TB extrapulmonar dependem dos órgãos ou sistemas,
classificando-se de acordo com a sua localização, podendo ser laríngea, ganglionar
periférica, meningoencefálica, óssea, genitourinária, miliar e ainda cutânea e ocular.
Nessa forma o paciente manifesta febre, comumente no período vespertino, além de
tosse e sudorese. Outros sintomas são mal-estar, fadiga, perda de peso, dor
torácica e dispneia. Esses sinais são mais brandos até que a doença esteja
avançada (SILVA; MONTEIRO; FIGUEIREDO, 2011).
2.2.3.3. Tuberculose Laríngea
A TB laríngea é caracterizada pelo seu alto contagio e sua relação com as
lesões tuberculosas pulmonares extensas. Essas lesões são granulomatosas ou
semelhante a tumores, sendo encontradas nas pregas vocais, pregas vestibulares e
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26
na epiglote. A disfonia é o sintoma mais comum nessa forma, estando presente em
praticamente todos os casos, podendo se estender a afonia. Outras manifestações
importantes são: disfagia, tosse, hemoptise e dispneia (MOTA et al., 2010).
2.2.3.4. Tuberculose Ganglionar Periférica
Esse tipo de TB é uma das mais comuns em nosso meio, sendo mais
frequente entre crianças, paciente com idade inferior a quarenta anos e portadores
do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Ela ocorre principalmente nos gânglios
anteriores da cadeia cervical, mas em pacientes portadores do HIV, o acometimento
ganglionar tende a ser bilateral. A evolução da doença inicia-se a partir do
crescimento dos gânglios, nessa fase o desenvolvimento é lento, indolor e móvel.
Em seguida a tendência é o aumento do volume agregando as partes separadas,
formando uma massa, fazendo ligação com os tecidos. Nessa manifestação a
sintomatologia é praticamente inexistente (BRASIL, 2010a).
2.2.3.5. Tuberculose Meningoencefálica
A TB meningoencefálica é uma mais manifestações mais graves da infecção,
porém tem um pequeno impacto em relação ao numero de casos devido à
implementação da vacina Bacilo de Calmette e Guérin (BCG). Nela, o processo
inflamatório resulta no aumento da permeabilidade vascular, com acúmulo de
células no local, formando edema e fibrose, podendo ainda levar à lesão vascular
com trombose e infartos, além de hidrocefalia e aumento da pressão intracraniana.
Os sintomas dessa infecção dependerão da intensidade e do local da inflamação
(CAMPOS, 2006).
2.2.3.6. Tuberculose Cutânea e Ocular
As duas formas da doença são consideradas atípicas, pois não possuem o
agente infeccioso no local da lesão. Ambas são causadas por reações de
hipersensibilidade à tuberculoproteína, componente antigênico do micro-organismo
causador da TB, porém possuem manifestações clínicas distintas. Na TB cutânea
-
27
são incluídos o eritema nodoso e o eritema endurecido, enquanto que na TB ocular
a única apresentação típica é a ceratoconjuntivite flictenular (CAMPOS, 2006).
2.2.3.7. Tuberculose Óssea
A TB óssea manifesta-se em crianças e indivíduos com idade entre quarenta
e cinquenta anos. Ela afeta principalmente as vértebras e as epífises dos ossos
longos, acometendo também as articulações do joelho e do quadril. Nessa infecção,
o micro-organismo se instala na vértebra gerando destruição óssea parcial,
alterando o formato original das vertebras. Os sintomas apresentados são dores
lombares, dor à palpação e sudorese noturna. Essas dores são insidiosas, surgindo
de forma lenta e progressiva (CONDE et al., 2009).
2.2.3.8. Tuberculose Genitourinária
Ocorre principalmente em pacientes adultos com idade entre vinte e quarenta
anos. Nela os principais sintomas são disúria, a polaciúria, hematúria, dor lombar e
pode apresentar urgência urinária. O agente infeccioso atinge o sistema urinário
através da disseminação linfo-hematogênica, alojando-se no córtex renal, onde
acontece sua multiplicação (LOPES et al., 2006).
2.2.3.9. Tuberculose Miliar
A manifestação da doença depende da virulência do micro-organismo e da
imunidade do hospedeiro, sendo considerada grave esta forma pode ter sintomas
agudos e insidiosos, variando entre febre, adinamia e perda ponderal, o que a
caracteriza como uma doença de sintomatologia inespecífica. Nela o sistema
imunológico é incapaz de conter a disseminação hematogênica do agente infeccioso
(MELO et al., 2009).
2.2.4. Diagnóstico e Tratamento
A TB se manifesta de diversas formas, dentre elas tosse prolongada com
duração de mais de três semanas, dor no peito, hemoptise, febre, sudorese noturna,
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28
perda de apetite, emagrecimento e fadiga. A partir desses sintomas é possível obter
um diagnóstico clínico da doença, porém é necessário realizar exames
bacteriológicos, achados radiológicos, histopatológicos, imunológicos e moleculares,
entre outros a fim de confirmar da infecção (ZOCCHE; SILVA, 2009).
A baciloscopia e cultura para micobactérias são alguns dos exames
bacteriológicos para o diagnóstico da TB. A baciloscopia é a mais utilizada na rede
pública de saúde, pois possui rapidez na obtenção dos resultados além de um baixo
custo, porem possui baixa sensibilidade. Já o exame de cultura realiza a
multiplicação e o isolamento de Bacilo Álcool-Ácido Resistentes (BAAR) com base
na semeadura da amostra clínica em meios de cultura específicos (BRASIL, 2008;
PAIVA; PEREIRA; MOREIRA, 2011).
Outras formas de diagnóstico são os exames histopatológicos realizados
através biópsia da amostra com suspeita da doença. A confirmação se dá através da
presença de lesão granulomatosa com ou sem necrose caseosa e podendo ser
confirmada também pela presença de BAAR no local da lesão (BRASIL, 2002).
O teste radiológico passou a ser mais valorizado ao longo do tempo, pois com
o avanço das tecnologias, permitiu-se um exame com maior exatidão. Nos testes
imunológicos e moleculares, a obtenção de diagnóstico possui algumas
desvantagens, pois é necessário profissional especializado em biologia molecular,
além dos reagentes e equipamentos serem bastante caros (BRASIL, 2010a).
A prestação de serviços aos usuários suspeitos de portarem o agente
infeccioso da TB se baseia na promoção da saúde, prevenção, diagnóstico precoce
e recuperação da doença. É necessário o acompanhamento adequando desses
usuários, pois dessa forma há um impacto direto no controle da doença (MINAS
GERAIS, 2006).
A TB é caracterizada como uma doença grave, de difícil tratamento, porém se
forem tomadas as doses corretas e o esquema medicamentoso for adequado tem
cura. Os portadores da doença não devem ser segregados do convívio comunitário,
pois após o inicio do tratamento, os bacilos da TB perdem gradativamente seu poder
infectante. O tratamento é padronizado no Brasil, com os medicamentos sendo
distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (CAMPOS, 2007; BRASIL, 2009).
O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) estipula ações
para serem executadas nacionalmente. De acordo com o Ministério da Saúde (MS),
a o esquema básico para o tratamento da TB em adultos e adolescentes, a base de
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29
quimioprofilíticos, ocorrendo em um semestre. Os medicamentos utilizados no
tratamento são: Rifampicina (R), Isoniazida (H), Pirazinamida (Z) e Etambutol (E).
Esse esquema de tratamento é de curta duração, devendo o individuo medicar-se
por 6 meses (BRASIL, 2011a).
2.2.5. Populações Vulneráveis
A partir da implantação do tratamento contra a TB no SUS, houve a
diminuição do impacto da doença na população, porém em alguns grupos
específicos ela se mantem em constante crescimento, denominando-se populações
vulneráveis. São elas: população privada de liberdade, a população indígena, a
população em situação de rua e as pessoas HIV positivo. São necessárias
estratégias específicas para o controle da infecção nesses grupos populacionais,
uma vez que, estão inseridos em condições de vida desfavoráveis (BRASIL, 2012a).
2.2.5.1. População Privada de Liberdade
Dentro de penitenciárias a TB é facilmente disseminada. Devido ao grande
aglomerado de pessoas, a incidência da doença é maior que entre a população
geral. A partir do banco de dados do SINAN, verificou-se que no ano de 2010, a
população carcerária, cerca de 0,2% da população geral, contribuiu para 6,0% dos
novos casos da doença. Esse panorama comprova a condição desfavorável e
mostra a importância em ações e serviços de saúde específicos para esse grupo
(BRASIL, 2012a).
2.2.5.2. População Indígena
A população indígena possui baixa representatividade na população
brasileira, apenas 0,4% da população geral. De acordo com o SINAN, no ano de
2010, a população indígena, contribuiu para 1,0% dos novos casos da doença. A
taxa de incidência nesse mesmo ano configurou-se em valores altíssimos em
relação ao valor da média nacional. A taxa foi de 95,5 casos por cada grupo de 100
mil habitantes (BRASIL, 2012a).
-
30
2.2.5.3. População em Situação de Rua
Dados que relacionam a TB e a população em situação de rua são escassos,
porém, de acordo com profissionais que estão em constante contato com esse
grupo, a taxa de incidência de TB é bastante elevada, com grande quantidade de
abandono de tratamento. De acordo com alguns estudos realizados no sudeste,
esse grupo específico possui de 48 a 67 vezes mais incidência de TB do que os
demais grupos populacionais (BRASIL, 2012a).
2.2.5.4. Coinfecção TB/HIV
Dentre as causas de morte entre pacientes com Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS), a TB segue em primeiro lugar. A coinfecção
TB/HIV infere diretamente ao tratamento da doença, apresentando um desfecho
desfavorável. No ano de 2010, cerca de 10% de todos os casos notificados no
SINAN apresentavam a coinfecção TB/HIV (BRASIL, 2012a).
As taxas elevadas de TB e coinfecção pelo HIV determinam desafios que
impedem a redução da incidência de ambas às infecções. Com o surgimento do HIV
no cenário global, houve sérios problemas a cerca do controle da TB, principalmente
em países com altas taxas de prevalência. O HIV é um dos principais responsáveis
pelo aumento da mortalidade entre os pacientes co-infectados (NUNN et al, 2005).
2.3. Determinantes Sociais da Saúde (DSS)
As diferenças na situação saúde da população são comuns no cotidiano atual
e ainda podem persistir futuramente, pois cada indivíduo e grupo possuem
características próprias que os diferem, seja a idade, sexo, entre outras, impactando
na condição sanitária. Essas diferenças são consideradas naturais, porem há
diferenças nas condições saúde que se relacionam aos DSS, ao contrário das
outras, essas desigualdades são injustas e inaceitáveis (BRASIL, 2006).
As relações entre os determinantes e o que determinam é mais complexa do
que as relações de causa e efeito. No caso da TB, por exemplo, o causador é o BK,
mas são os determinantes sociais que explicam porque determinados grupos da
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31
população são mais susceptíveis do que outros para contrair a doença (BRASIL,
2006).
Os DSS possuem atualmente diversas definições, com o conceito bastante
difuso de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da
população estão relacionadas com sua situação de saúde. A OMS defende uma
definição mais direta, conforme a qual os DSS são as condições sociais em que as
pessoas vivem e trabalham (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007). De formar mais
abrangedora, Nancy Krieger (2001) os define como fatores e mecanismos através
dos quais as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente podem ser
alterados através de ações baseadas em informação. Já Tarlov (1996) apresenta,
incisivamente, a compreensão dos DSS como as características sociais dentro das
quais a vida transcorre.
Essas definições expressam a intenção de atacar as causas das causas das
doenças e das iniquidades em matéria de saúde e os mecanismos pelos quais as
condições do contexto social afetam a saúde e podem ser modificadas (GEIB,
2012).
As definições dos DSS manifestam o desejo de contestar as causas das
causas das doenças e das iniquidades em saúde e os artifícios pelos quais as
condições do contexto social interferem na saúde. Esses conceitos podem ser
alterados por ações específicas sobre os determinantes como renda, educação,
ocupação, estrutura familiar, disponibilidade de serviços, saneamento, exposições a
doenças, redes e apoio social, discriminação social e acesso a ações preventivas de
saúde (GEIB, 2012).
Segundo Geib (2012) a rápida aquisição de conhecimento sobre os DSS
possibilitou o desenvolvimento de vários modelos que visam demonstrar a relação
entre as desigualdades e iniquidades sociais e os impactos na saúde. Dentre as
opções, a Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS)
adotou o modelo de Dahlgren e Whitehead (2006), por possuir uma visualização
gráfica simplificada, tornando-o de fácil compreensão.
-
32
Figura 1. Os principais Determinantes Sociais da Saúde proposto por Dahlgren a Whitehead.
Fonte: BRASIL, 2006.
O modelo proposto por Dahlgren e Whitehead explica os mecanismos pelos
quais as interações entre os níveis sociais produzem as desigualdades em saúde,
variando do nível individual até níveis mais amplos, como as condições econômicas,
culturais e ambientais, predominantes na sociedade (GEIB, 2012).
Individualmente, algumas características influenciam a saúde do indivíduo,
são elas: idade, gênero e fatores genéticos. No nível subsequente, encontram-se os
fatores que se relacionam com o comportamento e estilo de vida, contribuindo para
a exposição a fatores de risco à saúde. O próximo nível caracteriza as interações
estabelecidas na sociedade e suas influencias na comunidade representada por
meio de redes comunitárias e de apoio, serviços sociais, de lazer e de segurança. O
nível seguinte demonstra as condições de vida e de trabalho, disponibilidade de
alimentos e acesso a ambientes e serviços essenciais, colocando os indivíduos em
desvantagem social pelo maior grau de exposição ao desemprego, à alimentação
inadequada, às habitações insalubres, ao menor acesso aos serviços públicos, entre
outros. No último nível estão as condições econômicas, culturais e ambientais,
incluindo também determinantes supranacionais como o processo de globalização.
Este modelo realça a importância dos fatores não-clínicos sobre a situação da saúde
dos indivíduos e das populações (GEIB, 2012).
-
33
2.3.1. Desigualdades e Iniquidades Sociais em Saúde
Em 1993, a TB foi declarada uma emergência em todo o mundo pela OMS.
Toda essa gravidade se deve a alguns fatores como os grandes movimentos
migratórios, envelhecimento da população, surgimento do HIV/AIDS e as
desigualdades sociais. Outros fatores intrínsecos nas questões sociais são
insuficiência de pesquisas com o intuito de desenvolver novos tratamentos e vacinas
e deficiências do sistema de saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998;
BARREIRA; GRANGEIRO, 2007).
Quando se trata de desigualdades, referem-se à sinalização de variações,
diferenças ou disparidades nos desfechos de saúde individuais ou coletivos. Ao
levar para o âmbito da saúde, as desigualdades são vistas como diferenças na
incidência, prevalência, mortalidade ou carga de doenças e de outros danos à saúde
(KAWACHI; SUBRAMANIAN; ALMEIDA-FILHO, 2002).
O termo desigualdade abrange vários aspectos. Dentre os aspectos
relacionados à desigualdade em nível mundial, destaca-se como um problema
social, a desigualdade econômica. Com o advento dessa desigualdade, a pobreza,
a fome, a criação de favelas, o desemprego e a dificuldade de acesso aos serviços
de saúde tornaram-se exemplos de impactos que assolam a sociedade (RAMALHO,
DUARTE, 2015).
As desigualdades são definidas de duas formas, categorizando como
desigualdades naturais e sociais em saúde. As naturais ocorrem quando as
divergências nos desfechos em saúde são causadas por características individuais
como sexo, idade, etnia, entre outros. As sociais são caraterizadas por diferenças
nos padrões de saúde a nível coletivo em grupos específicos. Quando as
desigualdades sociais são consideradas injustas, surge o conceito das iniquidades
(RAMALHO, DUARTE, 2015).
A iniquidade pode ser compreendida como ausência de desigualdades
caracterizadas inaceitáveis. No âmbito da saúde, ela refere-se a uma menor
cobertura e/ou pior qualidade dos serviços oferecidos, tornando-se um importante
indicador da relação entre oferta e necessidades de saúde. O conceito de iniquidade
se difere do conceito de desigualdade por ser descritivo e normativo (ASIS, 2013;
MANO et al, 2011)
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34
A iniquidade em saúde entre grupos populacionais é caracterizada como
injusta, desnecessária e acima de tudo evitável. A redução dessas iniquidades
consiste em avaliar a magnitude do acesso entre os diversos grupos sociais e sua
evolução ao longo do tempo (DAHLGREN, WHITEHEAD, 2006).
Entendendo que o controle da TB fundamenta-se na interrupção da sua
cadeia de transmissão é necessário considerar os indicadores sociais. Os
programas de controle da doença atuam com a atenção individualizada aos
pacientes e seus contactantes e com a vigilância em saúde dos agrupamentos
populacionais. Na segunda perspectiva a infecção é compreendida em um nível
ampliado, com interação de indivíduo e espaço social contribuindo na produção de
locais que propiciam riscos de adoecimentos diversos, alterando assim, a
programação de ações e a operacionalização dos programas de controle (COSTA et
al, 1998; CARVALHO; SOUZA-SANTOS, 2005).
2.3.2. Impacto das Desigualdades na Saúde
As desigualdades possuem padrões que são influenciados pelo tempo e
espaço, e podem ainda ter agravos em função de outros determinantes, sejam eles
ambientais, demográficos e/ou acesso aos bens e serviços de saúde. Problemas
relacionados à urbanização e ao aglomerado populacional determinam novos
contornos à desigualdade em saúde. Alguns fatores resultantes desse processo são:
consumo abusivo de drogas, crime, doenças mentais, vandalismo, padrões de
moradia e dificuldade em lidar com o lixo produzido, impactando diretamente à
saúde da sociedade (DUARTE et al, 2002).
Dessa forma, as mudanças sociais possui grande contribuição ao que
concerne à manutenção da saúde. As condições econômicas e ambientais levam à
justaposição de doenças e agravos típicos de países desenvolvidos com aqueles
próprios de países pouco avançados, denominando-se “dupla carga de doenças”
(DUARTE et al, 2002).
A exposição a fatores de risco determinam a ocorrência da dupla carga de
doenças, sendo essas exposições caracterizadas como tradicionais, tratando de
ausência de saneamento básico, poluição intradomiciliar e desnutrição, entre outros,
ou caracterizados como riscos mais atuais, entre eles, violência e poluição. A
justaposição dos riscos terá um maior impacto em populações mais empobrecidas,
-
35
onde a vulnerabilidade permite altos níveis de interação de risco (DUARTE et al,
2002).
O quadro de doenças resultantes do panorama de desigualdades em saúde
pode resultar nas populações mais frágeis, mortalidade precoce, sobrecarga de
determinados procedimentos médicos, maiores demandas de serviços sociais e
redução da possibilidade de ascensão social, dentre outros problemas relacionados
à saúde, tanto a nível individual quanto coletivo (DUARTE et al, 2002).
Na literatura atual, é consenso que as condições sociais e econômicas
desfavoráveis contribuem para uma pior condição de saúde. São nítidas as
disparidades em saúde quando se observa populações com maior poder aquisitivo e
com menor poder aquisitivo (SAGAR, 1994).
Alguns estudos epidemiológicos realizados no mundo evidenciam as
associações existentes entre desigualdades socioeconômicas e desigualdades em
saúde. Essa análise da situação saúde a partir das condições sociais permite inferir
a dimensão do impacto. Em alguns casos, a desigualdade nas distribuições salariais
relaciona-se à distribuição desigual das tendências de mortalidade, ou até mesmo à
expectativa de vida. Já em outros, essas diferenças nas rendas resultam em
aumento ao número de homicídios e mortalidade infantil (DUARTE et al, 2002).
Os diferenciais encontrados, no que se referem às desigualdades e impactos
na saúde, podem esclarecidos por alguns determinantes, considerados mais amplos
e de maiores impactos. Esses macrodeterminantes são: pobreza, urbanização e
aspectos relacionados à organização dos serviços de saúde. Quando se trata de
pobreza, trata-se da dificuldade em se obter bens e serviços que estão ligados, de
forma direta ou indiretamente, à saúde. A falta de dinheiro infere na qualidade de
vida, na moradia, na alimentação, no saneamento, entre diversos outros, gerando
resultados, na maioria das vezes negativos, para a saúde da população. Em seguida
temos a urbanização e com ela, a possível potencialização dos fatores de risco das
doenças, ocorrendo assim uma sobreposição desses fatores com os fatores de risco
resultantes do processo de urbanização. Por último, temos os serviços de saúde,
destacados em suas variáveis mais importantes, acesso e qualidade. Esses
aspectos relacionados aos serviços de saúde podem aumentar ou promover as
desigualdades em saúde, tornando-se um fator extremamente relevante na
discussão sobre desigualdades e saúde (DUARTE et al, 2002).
-
36
2.4. Distrito Federal
De acordo com o último censo demográfico (2010) do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), a população do DF era de 2.570.160 habitantes, com
estimativa de aumento para 2.914.830 habitantes em 2015. A área territorial do DF
compreende a 5.779,999 km², equivalendo a 0,06% da superfície do País com
444,66 por habitante/km² de densidade demográfica. No DF o número médio de
moradores por domicílio é de 3,39 pessoas, de acordo com a Pesquisa Distrital por
Amostra de Domicílios (PDAD) realizada em 2013 pela Companhia de Planejamento
do Distrito Federal (CODEPLAN).
A qualidade de vida no DF é considerada boa, pois o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) é o segundo melhor do Brasil, com 0,844, apenas
0,003 pontos percentuais abaixo de Florianópolis, o maior do País. O DF acolhe
pessoas de todos os lugares do Brasil. Após a percepção da agricultura como forma
de impulsionar a economia local, ocorreu uma ocupação significativa. A população
do DF, ainda é essencialmente urbana, com registro de 95,6% em 2000 (BRASIL,
2012b).
A população do DF reside em sua maioria na zona urbana, com o tipo de
moradia variando de acordo com a condição econômica. Ao longo do tempo, em
virtude da migração, novos espações habitacionais surgiram. Essa movimentação
migratória se deu devido à busca de melhores condições de vida (BRASIL, 2014b).
O DF é considerado um estado atípico, sendo dividido geograficamente por
Regiões Administrativas (RA), um modelo organizacional diferente dos outros
estados, que adotam a municipalização. O DF possui 31 RAs, são elas: Águas
Claras; Brasília; Brazlândia; Candangolândia; Ceilândia; Cruzeiro; Fercal; Gama;
Guará; Itapoã; Jardim Botânico; Lago Norte; Lago Sul; Núcleo Bandeirante;
Paranoá; Park Way; Planaltina; Recanto das Emas; Riacho Fundo; Riacho Fundo II;
Samambaia; Santa Maria; São Sebastião; SCIA - Setor Complementar de Indústria e
Abastecimento (Cidade Estrutural e Cidade do Automóvel); SIA - Setor de Indústria e
Abastecimento; Sobradinho; Sobradinho II; Sudoeste/Octogonal; Taguatinga; Varjão;
Vicente Pires (BRASIL, 2014b).
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37
Figura 2. Mapa do Distrito Federal por Regiões Administrativas.
Fonte: www.codeplan.df.gov.br (2016)
2.4.1. Desigualdades em Saúde no Distrito Federal
O DF possui uma situação bastante privilegiada quando comparado com
outras unidades federativas (UF). A capital possui maior disponibilidade de serviços
públicos ao alcance de seus habitantes e àqueles oriundos de outras localidades
que também usufruem de sua infraestrutura, porém, divergências acentuadas são
apresentadas entre as RAs (BRASIL, 2007).
No estado o processo de urbanização consolidou-se em uma sociedade com
rendas distribuídas desigualmente, contribuindo para uma estrutura urbana
fragmentada espacial e socialmente. Todo esse processo implicou em condições de
vida não homogêneas, com a existência de zonas desassistida socialmente e com
limitado acesso aos serviços de saúde essenciais (CAIADO, 2005).
O DF possui um dos maiores IDH do país, possuindo também excelentes
indicadores médios de desenvolvimento social e econômico. As informações obtidas
a partir do censo demográfico de 2010, realizado pelo IBGE mostram que no estado
a renda média domiciliar per capita é de R$ 1.326,23 e o rendimento médio do
trabalho é de R$2.245,95. Apesar dos altos valores referentes a renda, o estado vive
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38
um cenário diferente, pois parte da população vive em situação de baixa renda,
enquanto outra concentra grande parte da renda (BRASIL, 2010b).
A configuração socioespacial do DF é resultante do processo de migração
que ocorre desde a criação do estado. A partir da sua origem o DF recebe pessoas
de vários estados brasileiros e essa movimentação desenfreada gera conflitos por
apropriação do espaço urbano, e consequentemente resulta em formação de
extensas periferias social e economicamente desassistidas, evidenciando as
desigualdades locais (CAIADO, 2005).
A partir da variável renda é possível diagnosticar as dessemelhanças e
similaridades, tornando-a um indicador de qualidade de vida e de caracterização
populacional. Com base nesse indicador o DF apresenta diferenças concretas e
acentuadas entre suas RAs, onde há um grupamento de regiões com excelente
condição socioeconômica e outro grupo com renda irrisória e com pouco acesso aos
serviços públicos (BRASIL, 2007).
2.5. Principais Medidas do Estudo
2.5.1. Coeficiente de Gini
O índice de Gini é uma medida utilizada para descrever e analisar, através da
curva de Lorenz, a distribuição de renda nos grupos populacionais, quantificando o
grau de concentração populacional desses fenômenos (RAMALHO, DUARTE,
2015).
A curva de Lorenz é um gráfico que mostra a variação da proporção de renda
acumulada em função da proporção da população, indicando uma distribuição
uniforme de igualdade, representada no gráfico por uma linha diagonal. Assim,
quanto mais distante a curva estiver da diagonal, mais desigual será a análise e
quanto mais próxima, mais uniforme (RAMALHO, DUARTE, 2015).
Dessa forma, esta é uma medida que quantifica a área entre a diagonal de
igualdade e a curva de Lorenz, obtida através da razão, “a/(a+b)”, entre as áreas
destacadas, representadas na Figura 3. O seu resultado consiste em um número
entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade de renda e 1 corresponde à
completa desigualdade. Por ser um coeficiente expresso em pontos percentuais, o
valor do coeficiente é multiplicado por 100³º (RAMALHO, DUARTE, 2015).
-
39
Figura 3. Representação gráfica da curva de Lorenz e área para o cálculo do coeficiente de Gini.
Fonte: ASIS, 2015.
O coeficiente de Gini pode ser calculado com a Fórmula de Brown:
Onde:
Yᵢ, a proporção acumulada da variável de saúde até o grupo i
Xᵢ, a proporção acumulada da variável de população até o grupo i
Em perfeita igualdade o valor dos indivíduos dará o mesmo resultado, sendo
o primeiro e o último igual a (Xk+1 – Xk = 1) e (Yk+1 + Yk = 1) respectivamente, e G
igual a 0. Quando há desigualdade, qualquer individuo dará (Yk+1 + Yk = 0), e G
fica igual a 1. A soma desses valores sempre resultará em um numero entre 0 e
1(RAMALHO, DUARTE, 2015).
2.5.2. Estudo de Carga de Doença: Anos de Vida Perdidos Ajustados por
Incapacidade
No ano de 1992, o Banco Mundial em parceria com a Escola de Saúde
Pública de Havard desenvolveram uma metodologia capaz de medir a carga global
de doenças nas populações, o estudo foi denominado Global Burden Disease.
Diferente dos outros estudos já existentes na época, o método deveria incorporar as
-
40
medidas de mortalidade e morbidade no mesmo indicador, usando dados
disponíveis nos países com a possibilidade de comparações a nível mundial,
objetivando avaliar de forma ampla a carga de doença (MURRAY, 1994).
Esse tipo de estudo permite a ampliação de debates referentes a valores
sociais que contribuem na organização de recursos nos sistemas de saúde. Em sua
metodologia utiliza-se um indicador denominado Disability-Adjusted Life Years,
traduzido como Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade (DALY)
(MURRAY, LOPEZ, 1997).
O surgimento deste indicador deu-se a partir do aprimoramento de outro,
denominado Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) apresentado por Dempsey
em 1947. Este indicador era utilizado de forma complementar para outros
indicadores, a fim de obter-se uma análise mais ampla das doenças. Um estudo
realizado com o APVP atribui um peso maior às mortes de pessoas mais jovens,
enquanto o DALY além de considerar essas mortes prematuras, também
compreende no estudo os anos vividos com incapacidade, tornando-o um indicador
composto, capaz de identificar problemas de saúde negligenciados e as fortalezas e
fragilidades nos sistemas de informação existentes (MURRAY, LOPEZ, 1997).
A carga de doença é mensurada com o objetivo de efetivar propostas que
abranjam todos os aspectos da doença dentro do contexto dos serviços de saúde.
Assim torna-se possível elencar prioridades no âmbito de pesquisas em saúde e
contribuir na identificação do público alvo das intervenções, e ainda, promover a
comparações de resultados para programação, avaliação e planejamento em saúde
(MURRAY, 1994).
Estudos de cargas de doenças possuem grande valia no que concerne à
gestão de serviços em saúde, pois fornecem aos gestores um panorama mais claro
a respeito dos agravos e fatores de risco das doenças. Além disso, nesse tipo de
estudo é possível medir mais de uma variável no mesmo indicador, transferindo
praticidade e qualidade ao estudo (MURRAY, 1994).
-
41
3. OBJETIVO
3.1. Objetivo Geral
Analisar as desigualdades sócio-espaciais da distribuição da tuberculose no
Distrito Federal no período de 2001 a 2014.
3.2. Objetivos Específicos
Descrever os coeficientes médios de prevalência e mortalidade da
tuberculose para o período no DF;
Descrever os números de casos segundo sexo, faixa etária e Regiões
Administrativas no período;
Calcular os Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade (DALY) por
TB no período;
Analisar a desigualdade sócioespacial referente aos casos de tuberculose no
DF.
-
42
4. METODOLOGIA
4.1. Tipo de Estudo
Foi realizado um estudo do tipo descritivo ecológico com o propósito de
verificar a distribuição espacial de casos novos de TB no período de 2001 a 2014,
segundo região administrativa do DF.
4.2. Local, Período e Objeto de Estudo
Utilizou-se como objeto de pesquisa todos os casos notificados de TB e TB-
HIV, incluindo os óbitos ocorridos por TB no DF, registrados no SINAN, no período
de 2001 a 2014.
4.3. Fonte de Dados
Os dados utilizados para a pesquisa foram extraídos das bases de dados
nacionais do SINAN do Ministério da Saúde. Foi utilizado o banco não-nominal de
TB. As estimativas populacionais para o período de 2001 a 2014 foram extraídas do
IBGE.
4.4. Método
Foram calculados os coeficientes de prevalência (CP) e mortalidade (CM),
sendo que para prevalência os numeradores foram os casos de TB no DF no
período do estudo e para mortalidade os numeradores foram os óbitos por TB no DF
no período do estudo. Ambos os cálculos tiveram como denominadores a população
do DF no mesmo período.
As RAs foram distribuídas em 4 grupos, classificadas de acordo com as
condições de saúde e socioeconômicas, de forma que o 4º quartil representa as
regiões em melhores condições e o 1º quartil representa as piores condições.
A construção do coeficiente baseia-se na “Curva de Lorenz”, a partir dela é
possível mostrar como a proporção acumulada da taxa do DALY varia em função da
-
43
proporção acumulada da população, ordenando os indivíduos pelos valores
decrescente da taxa DALY. O mesmo foi realizado para renda em função da
proporção acumulada da população, estando os indivíduos ordenados pelos valores
crescentes da renda. Para os indicadores de saúde obtêm-se o coeficiente de Gini,
já para os indicadores socioeconômicos, obtêm-se o índice de concentração. O valor
para ambos vai de zero a um, onde o zero corresponde a uma situação de total
equilíbrio de igualdade.
Neste estudo os indicadores selecionados foram à própria taxa DALY obtida
no estudo e o indicador de renda per capita mensal, obtidos através das informações
presentes na PDAD onde estão disponíveis informações socioeconômicas,
demográficas e sanitárias desagregadas para as RAs no DF no período.
Serão estimados também os anos de vida perdidos ajustados por
incapacidade (DALY) a partir do somatório de seus componentes de mortalidade
precoce (YLL) e incapacidade (YLD).
DALY = YLL + YLD
Para alcançar o YLL é necessário calcular a diferença entre a esperança de
vida dos indivíduos e a idade em que ocorreu o óbito. A esperança de vida utilizada
nesse estudo foi de 86 anos para ambos os sexos, expresso por:
YLL = 86 anos – idade ao óbito
Para calcular o YLD é necessário multiplicar o número de casos incidentes
com o peso da tuberculose e com a mediana do tempo médio de sobrevida após o
diagnóstico, representado por:
YLD = casos incidentes x 0,331 x 1 ano
Os indicadores foram calculados em taxas, por 100 mil habitantes, segundo o
sexo, as faixas etárias e a RA, tendo como referência a população-padrão mundial.
Utilizou-se o software R, para a manipulação dos dados, e o software Microsoft
Excel 2010, para as estatísticas descritivas. Para as informações relativas aos casos
-
44
de tuberculose foram utilizados dados secundários provenientes do SINAN, sendo
eliminados os casos de pacientes não residentes no DF.
4.5. Aspectos Éticos da Pesquisa
O estudo foi realizado exclusivamente com bases de dados secundários
coletados nas bases nacionais do SUS, de acesso público, do sítio eletrônico do
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e do SINAN
sem identificação dos indivíduos. O presente estudo limitou-se a apresentar
informações de agregados, e foi realizado em conformidade com os princípios da
ética em pesquisa envolvendo seres humanos, constantes na Resolução do
Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Com isso,
a proposta deste estudo é dispensada de apreciação por Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP).
-
45
5. RESULTADOS
5.1. Situação de Saúde
A partir do banco de dados do SINAN identificou-se que no DF, no período de
2001 a 2014 ocorreram 5419 casos de TB, representando um CP de 16,15 casos
por 100.000 habitantes. Observa-se no gráfico 1 que o maior registro deu-se no ano
de 2003, com o CP de 19,47 casos por 100.000 habitantes e o menor no ano de
2010, com o CP de 12,47 casos por 100.000 habitantes. A maioria dos registros foi
do sexo masculino, com um percentual de 64,1%, já o sexo feminino totalizou
35,9%, com os CP por sexo de 21,59 e 11,13 casos por 100.000 habitantes
respectivamente. O registro menos considerável do sexo masculino ocorreu no ano
de 2009, com o CP de 17,95 casos por 100.000 habitantes, enquanto o feminino
ocorreu no ano de 2010, com o CP de 7,53 por 100.000 habitantes. Ambos os sexos
registraram os maiores valores no ano de 2003, com o CP de 25,77 casos por
100.000 habitantes para homens e 13,65 casos por 100.000 habitantes para
mulheres.
Gráfico 1. Coeficiente de Prevalência da Tuberculose no Distrito Federal no período de 2001 a 2014.
Fonte: Elaboração própria.
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
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20
14
Co
efi
cie
nte
de P
rev
alê
ncia
Ano
F M Total
-
46
A partir das tabelas 1 e 2 nota-se que os valores referentes ao sexo
masculino são os maiores em todo o período do estudo, com seu ápice no ano de
2014, com 291 casos. O ano de 2014 registrou o maior numero de casos para o
período, totalizando 452 casos. O sexo feminino possui baixo acometimento em
relação ao masculino, tendo seu menor registro no ano de 2010, com 101 casos.
Tabela 1. Distribuição dos casos por tuberculose, segundo sexo, no Distrito Federal, no período de 2001 a 2007.
Sexo
Ano
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Total Total Geral
Masculino 224 225 258 245 245 257 276 1730 3475
Feminino 142 144 148 133 149 151 162 1029 1944
Total 366 369 406 378 394 408 438 2759 5419
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 2. Distribuição dos casos por tuberculose, segundo sexo, no Distrito Federal, no período de 2008 a 2014.
Sexo
Ano
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total Total Geral
Masculino 243 214 222 232 283 260 291 1745 3475
Feminino 129 131 101 127 155 111 161 915 1944
Total 372 345 323 359 438 371 452 2660 5419
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 3. Distribuição dos casos por tuberculose, segundo faixa etária, no Distrito Federal, no período de 2001 a 2007.
Faixa Etária (Anos)
Ano
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Total Total Geral
0 – 4 11 15 19 9 10 6 4 74 136
5 – 14 9 13 5 13 12 8 9 69 118
15 – 29 99 75 103 81 98 105 105 666 1282
30 - 44 130 128 134 128 132 149 136 937 1843
45 - 59 83 64 85 74 88 95 110 599 1214
60 - 69 19 38 33 44 32 26 31 223 443
70 - 79 9 25 23 17 15 15 28 132 275
80 + 6 11 4 12 7 4 15 59 108
Total 366 369 406 378 394 408 438 2759 5419
Fonte: Elaboração própria.
-
47
Tabela 4. Distribuição dos casos por tuberculose, segundo faixa etária, no Distrito Federal, no
período de 2008 a 2014.
Faixa Etária (Anos)
Ano
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total Total Geral
0 – 4 7 8 5 10 9 6 17 62 136
5 – 14 5 10 6 7 7 6 8 49 118
15 – 29 96 67 78 86 105 85 99 616 1282
30 - 44 128 116 106 116 163 118 159 906 1843
45 - 59 85 84 74 89 102 90 91 615 1214
60 - 69 24 29 36 25 29 34 43 220 443
70 - 79 21 27 14 20 14 20 27 143 275
80 + 6 4 4 6 9 12 8 49 108
Total 372 345 323 359 438 371 452 2660 5419
Fonte: Elaboração própria.
Quando examinada a variável faixa etária (tabelas 3 e 4), identifica-se que
houve um predomínio dos casos na faixa etária dos 30 aos 44 anos, totalizando
1843 casos em todo o período do estudo, com o maior registro no ano de 2012, com
163 casos. A faixa etária com menos registros de casos foi dos 80 anos ou mais,
com apenas 108 casos em todo o período, marcando os menores valores nos anos
2003 e 2006, com 4 registros cada.
Em relação à distribuição dos casos de TB segundo RA (tabelas 5 e 6)
mostra-se perceptível a disparidade entre os registros. No período, a RA com menor
numero de casos de TB foi o Jardim Botânico, com 8 casos apenas. Liderando
esses valores encontra-se a Ceilândia, sinalizando 948 casos no período, com os
maiores valores apresentados nos anos 2001 e 2012, cada um com 82 casos. Em
seguida temos Taguatinga, com 458 casos no período, registrando seu maior valor
no ano de 2014, com 41 casos. As RAs, Brasília, Gama, Planaltina o Setor de
Indústria e Abastecimento (SIA), também registraram altos valores referentes ao
numero de casos no período. Identificou-se que algumas RAs não possuem registro
de casos em alguns anos do período, como é o caso da RA Fercal, sinalizando
registros apenas para os anos de 2003 a 2006, com um somatório de 13 casos para
o período. Os itens denominados „não identificados‟ são de casos em que não foi
possível identificar a RA de ocorrência, somando 24 casos no período do estudo.
-
48
Tabela 5. Distribuição dos casos de tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal,
no período de 2001 a 2007.
Região Administrativa
Ano
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Total Total Geral
Águas Claras - 3 3 3 8 4 3 24 75
Brasília 30 26 30 34 35 23 41 219 383
Brazlândia 13 7 8 9 8 6 9 60 100
Candangolândia 3 3 3 2 1 3 5 20 30
Ceilândia 82 75 78 54 75 60 77 501 948
Cruzeiro 6 7 5 2 2 3 6 31 63
Fercal - - 1 5 4 3 - 13 13
Gama 21 20 22 18 31 19 20 151 306
Guará 15 20 14 26 13 15 24 127 241
Itapoã 1 1 1 - 2 4 1 10 49
Jardim Botânico - 1 - 2 - 2 - 5 8
Lago Norte 4 3 4 2 2 9 3 27 47
Lago Sul 2 4 5 2 5 4 7 29 57
Nucleo Bandeirante 6 8 8 7 3 6 9 47 73
Paranoá 12 7 11 6 7 14 13 70 167
Park Way 2 1 - 4 6 6 4 23 33
Planaltina 31 36 30 29 30 34 26 216 434
Recanto das Emas 19 16 21 26 23 16 20 141 285
Riacho Fundo 5 2 1 4 1 3 9 25 62
Riacho Fundo II - 4 2 7 5 3 8 29 52
SIA 22 22 39 29 24 36 42 214 456
Scia (Estrutural) 14 17 17 19 16 19 24 126 249
Samambaia 12 18 22 17 29 39 17 154 266
Santa Maria 4 1 3 2 3 7 2 22 72
São Sebastião - 2 7 3 1 7 - 20 22
Sobradinho 14 9 17 22 18 20 19 119 222
Sobradinho II 7 13 8 3 3 4 8 46 117
Sudoeste/Octogonal - 5 5 - 3 3 3 19 47
Taguatinga 35 31 34 37 31 30 33 231 458
Varjão 2 2 2 - 2 2 1 11 20
Vicente Pires 4 4 2 1 2 4 2 19 40
Não Identificados - 1 3 3 1 - 2 10 24
Total 366 369 406 378 394 408 438 2759 5419
Fonte: Elaboração própria.
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49
Tabela 6. Distribuição dos casos de tuberculose, segundo Região Administrativa, no Distrito Federal,
no período de 2008 a 2014.
Região Administrativa
Ano
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total Total Geral
Águas Claras 4 4 2 6 10 9 16 51 75
Brasília 29 25 13 23 22 24 28 164 383
Brazlândia 5 2 5 7 9 6 6 40 100
Candangolândia 4 2 - 1 1 - 2 10 30
Ceilândia 61 55 65 50 82 57 77 447 948
Cruzeiro 8 5 5 3 3 3 5 32 63
Fercal - - - - - - - 0 13
Gama 25 13 19 25 32 15 26 155 306
Guará 9 21 4 20 19 16 25 114 241
Itapoã 5 4 5 5 6 8 6 39 49
Jardim Botânico 1 - - 1 - - 1 3 8
Lago Norte 3 2 1 3 2 7 2 20 47
Lago Sul 8 4 2 2 2 6 4 28 57
Nucleo Bandeirante 2 1 2 6 7 2 6 26 73
Paranoá 15 9 14 18 19 11 11 97 167
Park Way 3 - 2 - 2 2 1 10 33
Planaltina 18 27 26 29 43 30 45 218 434
Recanto das Emas 21 22 23 23 12 19 24 144 285
Riacho Fundo 2 3 6 6 7 7 6 37 62
Riacho Fundo II 3 4 4 4 4 2 2 23 52
SIA 32 33 32 26 40 38 41 242 456
Scia (Estrutural) 17 16 23 13 21 15 18 123 249
Samambaia 20 24 8 19 15 16 10 112 266
Santa Maria 8 3 5 3 11 12 8 50 72
São Sebastião 1 - - - - - 1 2 22
Sobradinho 21 13 12 14 11 16 16 103 222
Sobradinho II 8 7 10 11 12 8 15 71 117
Sudoeste/Octogonal 3 7 3 3 4 6 2 28 47
Taguatinga 34 37 26 33 30 26 41 227 458
Varjão 1 - 2 3 1 2 - 9 20
Vicente Pires 1 1 2 2 5 4 6 21 40
Não Identificados - 1 2 - 6 4 1 14 24
Total 372 345 323 359 438 371 452 2660 5419
Fonte: Elaboração própria.
Analisando os óbitos por tuberculose no DF no período do estudo, obteve-se
um CM de 0,19 óbitos por 100.000 habitantes. A partir do gráfico 4 nota-se que o
ano de 2010 registra um CM de 0,65 óbitos por 100.000 habitantes para o sexo
masculino, estando acima do valor registrado para todo o período.