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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UnB FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA - FAV USO DO REGULADOR DE CRESCIMENTO ÁCIDO INDOLBUTÍRICO NA PROPAGAÇÃO POR ESTAQUIA DE MARACUJÁ-AZEDO. Carolinny Barbosa Franco Elias Cardoso Munique Caixeta Côrtes MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA Brasília-DF Dezembro/2015

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UnB

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA - FAV

USO DO REGULADOR DE CRESCIMENTO ÁCIDO INDOLBUTÍRICO NA

PROPAGAÇÃO POR ESTAQUIA DE MARACUJÁ-AZEDO.

Carolinny Barbosa Franco Elias Cardoso

Munique Caixeta Côrtes

MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

Brasília-DF

Dezembro/2015

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Universidade de Brasília - UnB

Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária - FAV

Uso do regulador de crescimento Ácido Indolbutírico na propagação por estaquia de

maracujá-azedo.

Carolinny Barbosa Franco Elias Cardoso

Matrícula: 11/0026667

Munique Caixeta Côrtes

Matrícula: 11/0064496

Orientador: Prof. Dr. Márcio de Carvalho Pires

Projeto final de Estágio Supervisionado, submetido à Faculdade de Agronomia e

Medicina Veterinária da Universidade de Brasília, como requisito parcial para a

obtenção do grau de Engenheiras Agrônomas.

APROVADO PELA BANCA EXAMINADORA:

Eng. Agrônomo Márcio de Carvalho Pires, Dr. (Universidade de Brasília – FAV)

(Orientador) CPF: 844256601-53. E-mail: [email protected]

Eng. Agrônoma Michelle Souza Vilela, Dr. (Universidade de Brasília – FAV)

(Examinadora Interna) CPF: 919623401-63. E-mail: [email protected]

Eng. Agrônoma Ingrid Gonçalves Vasconcelos, Esp. (Universidade Federal de Viçosa -

UFV) (Examinadora Externa) CPF: 033829781-21.

E-mail:[email protected]

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FICHA CATALOGRÁFICA

RODRIGUES, B.B.; MATOS, C.M.

Efeitos do tratamento de uniconazole nas mudas de mamão (Carica papaya

L.) nos genótipos Tainung e Sekati/ Bruna Braz Rodrigues e Catherine

Mendes de Matos; orientação de Marcio Carvalho - Brasília, 2014.

Monografia - Universidade de Brasília/Faculdade de Agronomia e

Medicina Veterinária, 2013. 1. Mamão - Uniconazole 2. Mamão – Efeitos nas plantas

3. Tratamento com hormônio.

I.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CARDOSO, C.B.F.E., CÔRTES, M.C. Uso do regulador de crescimento Ácido

Indolbutírico na propagação por estaquia de maracujá-azedo. 2015. 36. Monografia

(Graduação em Agronomia) - Universidade de Brasília - UnB, Brasília, 2015. CESSÃO DE DIREITOS

Nome das Autoras: Carolinny Barbosa Franco Elias Cardoso e Munique Caixeta

Côrtes.

Título da Monografia de Conclusão de Curso: Uso do regulador de

crescimento Ácido Indolbutírico na propagação por estaquia de maracujá-azedo.

Grau: Graduação Ano: 2015

É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta

monografia e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e

científicos. O autor reserva-se a outros direitos de publicação e nenhuma parte desta

monografia pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.

Carolinny Barbosa Franco Elias Cardoso - CPF: 011421671-19.

E-mail: [email protected]

Munique Caixeta Côrtes CPF: 031133541-10. E-mail: [email protected]

CARDOSO, C.B.F.E., CÔRTES, M.C.

Uso do regulador de crescimento Ácido Indolbutírico na propagação

por estaquia de maracujá-azedo. Carolinny Barbosa Franco Elias

Cardoso e Munique Caixeta Côrtes; orientação de Marcio Carvalho

- Brasília, 2015.

Monografia - Universidade de Brasília/Faculdade de Agronomia e

Medicina Veterinária, 2015.

1. Maracujá – Ácido Indolbutírico 2. Maracujá – Efeito nas

plantas 3. Tratamento com hormônio.

I.

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DEDICATÓRIA

Carolinny Barbosa Franco Elias Cardoso

Aos meus pais, pelos sacrifícios e renúncias em favor de me oferecerem o melhor de suas

possibilidades.

Ao meu irmão pelo incentivo, paciência e ajuda em muitos momentos dessa

trajetória.

Munique Caixeta Côrtes

Dedico este trabalho:

A Deus, meu Senhor que me guia no caminho do bem.

À minha querida Mãe, Rejane, que possibilitou esse sonho com muito amor e dedicação, me

dando exemplo de bondade, honestidade, caráter e principalmente de força para vencer

todos os obstáculos que surgiram em nossas vidas.

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AGRADECIMENTOS

Carolinny Barbosa Franco Elias Cardoso

A Deus, pela dádiva de vida, conhecimento e paciência para cumprir esta longa

caminhada.

Ao meu pai Octávio Elias Cardoso da Silva e minha mãe Lúcia Barbosa Franco

Guttemberg, pelos exemplos de força e coragem que fizeram com que eu nunca

desistisse dos meus sonhos, pela certeza de que, em vocês, encontraria o conforto para

as decepções e fracassos.

Ao meu irmão e melhor amigo Geraldo Guttemberg Soares Neto, por todo carinho,

conselho e por ter dedicado o seu tempo para me ajudar.

Ao meu amigo e orientador Professor Dr. Marcio de Carvalho Pires, por todo o

ensinamento e conselhos que compartilhou nesse tempo de trabalho, demonstrando

paciência e compreensão.

À minha parceira e grande amiga Munique Caixeta com quem dividi alegrias e tristezas

durante esses cincos anos, pelo companheirismo, esforço e dedicação que tivemos para

a conclusão desse trabalho.

À Universidade de Brasília, por ser um lugar único, onde amadureci e fiz grandes

amigos que levarei para a vida toda.

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Munique Caixeta Côrtes

Primeiramente a Deus, por me fazer sentir sua presença em tudo na minha vida.

Especialmente à minha mãe, Rejane do Carmo Caixeta, pelo seu imenso carinho,

compreensão, ensinamentos, exemplo de força e coragem que me inspiram.

Ao meu pai pela inspiração da profissão que escolhi, pelo amor, orgulho e torcida

transmitidos.

Aos meus avós, Vina e Zé, pelos cuidados e orações que puderam fazer em vida e hoje

do céu continuam enviando bênçãos.

Ao meu noivo, Leandro Tavares, por estar ao meu lado tanto nos momentos de tensão

quanto nos momentos de diversão, me dando seu amor, sua companhia e sua firmeza

para olhar o futuro.

Ao meu orientador, amigo, mestre e exemplo, Dr. Márcio de Carvalho Pires, pelos

conselhos valiosos, pela compreensão, caminhos oferecidos e principalmente pela

enorme contribuição neste trabalho.

Aos meus grandes amigos antigos e aos novos que fiz na Universidade, que tanto

compartilharam e ajudaram nesse processo de formação acadêmica e humana.

À minha parceira e amiga Carolinny Barbosa pelas angustias divididas, pela amizade e

esforço que juntas tivemos para a conclusão desse trabalho.

À Universidade de Brasília, por ser esse universo de diferenças, onde tive a honra de

conviver e conhecer muitas pessoas e pude ter um olhar novo para o mundo de grande

amadurecimento e humanidade.

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RESUMO

No Brasil, o maracujazeiro é propagado usualmente via semente, sendo esse um

problema para a passicultura, pois acarreta uma alta variabilidade em pomares. Em

decorrência deste fato, a cultura enfrenta uma alta pressão fitossanitária que acaba

gerando uma queda na produtividade e qualidade de frutos. Dentre várias técnicas, o uso

de cultivares resistentes é uma medida muito eficaz no controle de doenças. Neste

sentido a propagação por estaquia torna-se uma técnica bastante promissora, pois

permite a obtenção e multiplicação de clones de progênies elite e ou de cultivares

geneticamente melhoradas. Neste sentido foi utilizado o fitormônio ácido indolbutírico

AIB visando otimizar o processo de enraizamento de estacas. O presente trabalho teve

como objetivo avaliar a aplicação de diferentes doses de hormônio AIB no enrizamento

de estacas (4 progênies) de maracujá-azedo, oriundas de um programa de melhoramento

desenvolvido pela Universidade de Brasília – UnB, Embrapa Cerrados – CPAC e

Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, visando a obtenção de progênies

resistentes e ou tolerantes a doenças e pragas. Foi realizado na Estação Experimental de

Biologia, no setor de fruticultura na Universidade de Brasília, no período de junho a

setembro de 2015. O delineamento experimental adotado foi de blocos (dose e

progênie) inteiramente ao acaso, sendo uma bandeja para cada progênie com três

repetições para cada concentração do hormônio AIB. Totalizando 16 tratamentos

diferentes entre doses e progênies. Cada parcela com 18 (6x3) estacas, sendo (12x24)

288 estacas úteis. As progênies utilizadas foram MAR 20#39 R1, EC-RAM, MAR

20#34 F2R1 e ROSA CLARO PL1R2. Avaliou-se número de folhas, formação de calo,

potencial de enraizamento, número de estacas enraizadas, número de brotações e

porcentagem de enraizamento das estacas de acordo com os níveis de doses para cada

uma das quatro progênies. O uso de 2000mg/L de AIB, foi mais eficiente no

enraizamento de estacas nas progênies ROSA CLARO PL1R2 e MAR 20#39 R1.

Palavras-chave: Passiflora edulis Sims, ácido indolbutírico, estaquia.

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ABSTRACT

In Brazil, the passion fruit is usually propagated by seed, causing a problem for

passicultura because it carries a high variability in orchards. Due to this fact, culture

faces a high disease pressure that ends up generating a drop in productivity and fruit

quality. Among various techniques, the use of resistant cultivars is a very effective

measure in controlling diseases. Therefore, propagation by cuttings become a very

promising technique since it allows obtaining and multiplying progeny clones from

genetically improved cultivars. Thereby, we used the indolebutyric acid IBA plant

hormone in order to optimize the cuttings rooting process. This study aimed to evaluate

the application of different hormone doses of IBA in stakes reefing (4 progenies) of

passion fruit tart, coming from a breeding program developed by the University of

Brasilia - UNB and Embrapa Cerrado - CPAC and Embrapa Genetic Resources and

Biotechnology, in order to produce progenies resistant or tolerant to diseases and pests.

The seach was conducted at the Experimental Biology Station in the horticulture sector

at the University of Brasilia, from June to September 2015. The experimental design

was by blocks (dose and progeny) completely randomized, and a tray for each offspring

with three repetitions for each concentration of IBA hormone. It totalized 16 different

treatments between doses and progenies. Each portion with 18 (6x3) stakes, and

(18x16) 288 useful stakes. The progenies were used MAR 20#39 R1, EC-RAM, MAR

20#34 F2R1 e ROSA CLARO PL1R2. We evaluated the number of leaves, callus

formation, rooting potential, number of rooted cuttings, number of shoots and rooting of

cuttings according to the dose levels for each of the four progenies. The use of 2000

mg/L IBA was more efficient at rooting cuttings in ROSA CLARO PL1R2 and MAR

20 # 39 R1 progenies.

Keywords: Passiflora edulis Sims, indolebutyric acid, cuttings.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 9

2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 11

2.1 Origem ............................................................................................................................... 11

2.2 Taxonomia e Morfologia Maracujá-Azedo .................................................................... 11

2.3 Aspectos Econômicos ........................................................................................................ 12

2.4 Melhoramento Genético ................................................................................................... 13

2.5 Reprodução em Maracujazeiro ....................................................................................... 14

2.6 Propagação em Maracujá-Azedo….......……………………………………...14

2.7 Propagação por Estaquia……………………...………….…………………...14

2.8 Hormônio e Regulador de Crescimento Vegetal.............................................15

3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................ 17

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................................... 23

5. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 31

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 32

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1. INTRODUÇÃO

Maracujá é uma denominação indígena, de origem tupi, que significa “alimento

em forma de cuia”. Os maracujás pertencem à família Passifloraceae. Passiflora é

palavra latina composta de passio = paixão e de flos = flor (Flor da Paixão em

português). Os colonos portugueses acreditavam ver nos segmentos das flores do

maracujá os diversos objetos que serviram ao martírio de Jesus Cristo, daí o nome: Flor

da Paixão, nome popular pouco usual no Brasil.

O maracujazeiro é originário da América Tropical, com mais de 150 espécies

de Passifloraceaes utilizadas para consumo humano. As espécies mais cultivadas no

Brasil e no mundo são o maracujá-amarelo, também conhecido como maracujá azedo

(Passiflora edulis Sims), maracujá-roxo (Passiflora edulis) e o maracujá-doce

(Passiflora alata). O maracujá-amarelo é o mais cultivado no mundo, responsável por

mais de 95% da produção do Brasil e utilizado principalmente no preparo de sucos.

O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá – azedo. Os principais estados

produtores são Pará, Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Sergipe.

Na cultura do maracujazeiro temos carência de materiais genéticos com alta

produtividade, qualidade de frutas e resistência a fitopatógenos, em razão,

principalmente, da falta de trabalhos de pesquisa nas diversas áreas do conhecimento e

especialmente com melhoramento genético dessa espécie. Em campo aberto, o

desempenho agronômico e a resistência a doenças necessitam de um trabalho contínuo

de melhoramento genético, uma vez que, existem poucas cultivares de maracujazeiro

disponíveis aos produtores brasileiros e a produtividade das mesmas é considerada de

regular a baixa. Além disso, a maioria desses materiais apresenta alta suscetibilidade aos

fitopatógenos de maior importância econômica.

O maracujazeiro-azedo é atacado por várias doenças causadas por fungos,

bactérias e por vírus e similares, afetando o sistema radicular e a parte aérea (Santos

Filho e Junqueira, 2003). Por esse motivo é necessário o investimento em tecnologia de

propagação vegetativa que consiste em multiplicar assexuadamente partes de plantas

(células, tecidos, órgãos ou propágulos), originando indivíduos geralmente idênticos à

planta-mãe que deve conter resistência a essas doença, aumentando a vida útil nos

pomares e um padrão de frutos homogêneos para o consumidor final. É uma técnica que

está sendo cada vez mais adotada em nível mundial, principalmente por sua maior

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efetividade em capturar os ganhos genéticos obtidos dos programas de melhoramento.

A seleção de plantas matrizes com características altamente desejáveis, somada à

multiplicação por enraizamento de estacas, poderá contribuir para a obtenção de

lavouras muito superiores às atuais.

A capacidade de uma estaca emitir raízes é função de fatores endógenos e das

condições ambientais proporcionadas ao enraizamento (Fachinello et al., 2005). Entre

tais fatores, o uso de reguladores vegetais contribui para o enraizamento e formação de

raízes de qualidade, destacando-se o grupo das auxinas, que inclui o ácido indolbutírico

(Coutinho et al., 2007; Betanin; Nienow, 2010). Com base no descrito acima, o objetivo

do presente trabalho foi de obter clones de progênies promissoras oriundas do programa

de melhoramento desenvolvido pela Universidade de Brasília – UnB e Embrapa

Cerrados – CPAC e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, através da estaquia e

da aplicação de diferentes concentrações de AIB.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1- Origem

Maracujá é uma denominação indígena, de origem tupi, que significa “alimento

em forma de cuia”. Os primeiros descobridores conheceram nas Américas e sua

primeira descrição foi feita em 1569, como o nome de granadilla, a partir de uma planta

enviada ao papa Paulo V. Ele mandou cultivá-la em Roma, por considerá-la uma

revelação divina. Os maracujás pertencem à família Passifloraceae. Passiflora é palavra

latina composta de passio = paixão e de flos = flor (Flor da Paixão em português). A

grande maioria das espécies do gênero é brasileira, conhecidas pelo elegante e eufônico

nome indígena Maracujá. Os colonos portugueses acreditavam ver nos segmentos das

flores do maracujá os diversos objetos que serviram ao martírio de Jesus Cristo, daí o

nome: Flor da Paixão, nome popular pouco usual no Brasil. Tal correlação é explicada

por Frei Vicente (Hoehne, 1937) referindo-se, inicialmente, aos três estiletes/estigmas

que representam a Santíssima Trindade ou os três cravos utilizados na crucificação de

Jesus Cristo; os cinco filetes/estames representam as cinco chagas e a corona/verticilos,

a coroa de espinhos de Jesus Cristo. As folhas, em forma de lança, também, segundo

Frei Vicente, estão relacionadas à Paixão de Cristo.

2.2- Taxonomia e Morfologia Maracujá-Azedo

O maracujá é originário da América do Sul, sendo que algumas plantas são

encontradas na Ásia, Austrália e América do Norte. A família Passifloracea possui 630

espécies e 18 gêneros, sendo os gêneros Dilkea e Passiflorae os únicos existentes no

Brasil (Lopes, 1994), sendo que o segundo é composto de 24 subgêneros e 465 espécies.

São encontradas no estado silvestre (Junqueira et al., 2005).

É uma planta trepadeira, semilenhosa, de crescimento e frutificação precoce,

com os seus ramos podendo atingir um comprimento de 10 e 15 metros. Desenvolve-se

em diferentes tipos de solos, contando que sejam relativamente profundos, férteis e de

boa drenagem (Junqueira et al., 1999).

Os frutos do maracujazeiro azedo são uma baga globosa, com 5 a 7,5 cm de seu

maior diâmetro, apresentam peso entre 70 e 130 g, amarelo quando maduro com

pericarpo pouco espesso. As sementes são de coloração parda escura e são revestidas

pelos arilos, de onde é extraído o suco (Manica, 1997; Pinto, 2002).

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O caule na base é lenhoso e menos lenhoso em direção ao ápice da planta. São

cilíndricos ou 3-5 angulado, raro quadrangular, em geral estriado longitudinal. São

vigorosos, semi-flexiveis e trepadores, sendo cilíndricos em Passiflora e fortemente

sulcados em Decaloba (Vanderplank, 1996).

As folhas têm disposição alternada, geralmente simples, inteiras ou lobadas e

forma muito variável, raramente composto e margem inteira ou serrilhada, ás vezes

glandular-serrilhadas, normalmente com três nervuras, ou cinco nervadas, e raramente

peninervadas. Em condições ideais, as folhas do maracujazeiro são permanentes, porém,

sob estresse hídrico, pragas ou doenças, ventos fortes e geadas, tendem a cair e voltam a

brotar no início do ciclo seguinte da cultura (Manica, 1997; Cunha, 2002).

2.3- Aspectos Econômicos

As espécies mais cultivadas no Brasil e no mundo são de maracujá-azedo

(Passiflora edulis Sims), maracujá-roxo (Passiflora edulis) e maracujá-doce (Passiflora

alata). Apesar da grande variedade de espécies atribuída à família Pacifloracea, a

espécie de maracujá-azedo representa a quase totalidade do volume comercializado

mundialmente. O valor econômico está intrinsecamente associado à produtividade,

rendimento de suco e teor de acidez. O fruto pode ser consumido in natura ou

processado sob a forma de suco concentrado, polpa, geleia e néctar.

O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, com produção de 923 mil

toneladas em área aproximada de 62.000 ha. A espécie mais representativa é Passiflora

edulis Sims, maracujazeiro azedo, com aproximadamente 95% da área plantada (IBGE,

2012). Nos países sul-americanos, predomina a produção de maracujá azedo, e na

África, o maracujá roxo. Em nível mundial, o Equador é, atualmente, o maior

exportador, tendo como mercado-destino mais relevante os Estados Unidos (The

Ecuadorian Passion Fruit Processor’s Association, 2006).

No Brasil, a exploração econômica da cultura do maracujá ocorre mais

fortemente a partir da década de 1970, com a comercialização do fruto. Na década

seguinte, percebe-se uma nova dinâmica no mercado, especialmente com a

industrialização da fruta, principalmente sob a forma de polpa e sucos prontos, o que

propiciou a expansão da cultura via incorporação de novas áreas produtoras (Pires et al.,

1993). Todo esse esforço levou o país a tornar-se o maior produtor dessa fruta.

No Brasil, a produção de maracujá é disseminada em praticamente todo o país,

muito embora a colheita seja realizada em épocas distintas do ano, dependendo da

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região produtora. No Centro-Oeste, Sul e Sudeste, a safra ocorre normalmente entre os

meses de novembro e agosto. No Norte e Nordeste, é possível obter preços mais

compensadores. Em função dessas características, a comercialização do fruto acontece,

praticamente, ao longo de todo ano.

Quase todos os Estados brasileiros cultivam maracujá, no entanto, ao longo do

tempo, a produção sem sendo reduzida consideravelmente. Nos últimos anos, mais de

70% da produção concentrou-se nos estados da Bahia, Ceará, Sergipe, Espírito Santo e

Minas Gerais, que contribuíram, no ano de 2009, com aproximadamente 371.000 T

(45%). 129.000 T (18%), 44.000 T (6%), 42.000 T (6%) e 35.000 T (5%),

respectivamente.

Por outro lado, novos estados vêm se inserindo nesse cultivo de forma crescente,

como Espírito Santo, Goiás e Paraná. Essa organização espacial da produção é resultado

dos movimentos de preços pagos ao produtor e da necessidade de minimização dos

custos de produção, dada a exigência cada vez maior de tratos culturais, decorrentes de

problemas fitossanitários, o que aumenta esses custos e, muitas vezes, reduz a

lucratividade e a competitividade do negócio. Nessa nova dinâmica, a Bahia vem

ampliando sua participação na produção nacional, pois se em 1990 estava em trono de

18%, em 2009 atinge o percentual de 45%.

2.4- Melhoramento Genético

A cultura do maracujazeiro vem se expandindo no Brasil, entretanto, devido às

doenças, a cultura tem características de nomadismo, fixando-se numa região, mas não

nas propriedades potencialmente produtoras.

A vida útil do maracujazeiro vem-se reduzindo em decorrência de problemas

fitossanitários. A propagação assexual torna-se assim uma ferramenta útil para a

multiplicação de plantas mais tolerantes. Justifica-se, também, pela existência de plantas

altamente produtivas, em meio a outras de baixa produtividade, num mesmo pomar.

Assim, plantas selecionadas, com alta produção, elevados teores de suco e de sólidos

solúveis totais, poderiam ser reproduzidas através de estacas enraizadas e enxertia,

possibilitando a obtenção de plantas-filhas geneticamente iguais às boas matrizes que

lhe deram origem.

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2.5- Reprodução em Maracujazeiro:

O maracujazeiro azedo é uma planta alógama devido, principalmente, à

morfologia floral, uma vez que as anteras (parte reprodutiva masculina) se posicionam

abaixo dos estigmas (parte reprodutiva feminina), e possui grãos de pólen pesados e

pegajosos, o que dificulta a polinização anemófila (Nishida, 1958; Akamine; Girolami,

1959). Essa alogamia é reforçada pela autoincompatibilidade, embora seja possível

encontrar plantas autocompatíveis (Menzel et al., 1989). Pelo fenômeno da

autoincompatibilidade, o pólen de uma planta é incapaz de fertilizar as flores dela

mesma e diferentes plantas podem ou não ser compatíveis entre si. Desconhecendo esta

particularidade, muitos produtores têm plantas improdutivas do pomar, ou ficam

esperando que uma única planta produza frutos.

2.6- Propagação em Maracujá-Azedo

A propagação no maracujazeiro pode ser realizada sexuada, por meio de

sementes, ou assexuada, vegetativamente. As plantas de maracujá reproduzidas por

sementes possuem uma elevada variabilidade e baixa uniformidade dos pomares. A

propagação vegetativa, que pode ser por estaquia ou enxertia, proporciona a

manutenção das características genéticas melhoradas de plantas com boas qualidades

agronômicas como a resistência e ou tolerância a doenças e pragas, que hoje é o maior

diferencial na produção do maracujazeiro, gerando plantas-filhas idênticas.

2.7- Propagação por Estaquia:

A propagação por estaquia tem como vantagem permitir a clonagem de plantas

superiores em produtividade, uniformidade, qualidade de frutos e plantas mais

resistentes a doenças, ou seja, as mudas produzidas têm o mesmo potencial genético da

planta mãe do qual foram retiradas. A estaquia é o processo de multiplicação de plantas

vegetativamente o qual se utilizam segmentos de caules, raízes, brotos apicais e folhas

que submetidos às condições favoráveis, desenvolvem enraizamento originando novas

plantas (Lorenzi et al., 2006).

Diversos fatores podem afetar a capacidade de enraizamento de estacas, dos

quais podem ser citadas a condição fisiológica e a idade da planta-mãe, a época do ano

que se coleta as estacas, o tipo de estaca, além de condições ambientais favoráveis de

temperatura, umidade, luminosidade e substrato (Paiva e Gomes, 2005). Uma das

maneiras de auxiliar no sucesso dessa técnica de propagação vegetativa é adoção da

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utilização de reguladores vegetais, para provocar e acelerar o enraizamento de estacas,

como o AIB, auxina mais comumente utilizada na indução do enraizamento adventício,

por se tratar de uma substância fotoestável, de ação localizada e menos sensível à

degradação biológica, em comparação ás demais auxinas sintéticas (Smarci, 2008).

Segundo Fachinello et al. (2005), o corte em bisel propicia a formação de um

tecido cicatricial a partir da desdiferenciação celular de celular parenquimáticas, o qual

evolui para calos com diferentes etapas de lignificação de suas células, diminuindo a

desidratação na área injuriada. Para aumentar a umidade relativa do ar é importante o

emprego da nebulização, aumentando a porcentagem de enraizamento e a diminuição do

tempo de início e desenvolvimento do sistema (Lima e Cunha, 2004).

A clonagem é um sistema importante de propagação, principalmente, quando se

encontram indivíduos superiores para as características que determinado programa de

melhoramento deseja. Como são indivíduos de alta heterose, a clonagem manterá suas

características nas descendências geradas, o que é importante na manutenção de

matrizes, coleções de trabalhos e bancos de germoplamas, com grande potencial para a

utilização na propagação comercial de cultivares (Braga et al., 2005).

2.8- Hormônio e Regulador de Crescimento Vegetal:

Os hormônios vegetais são compostos orgânicos não nutrientes produzidos por

plantas, geralmente em um local diferente daquele onde são usados. Tais hormônios, em

baixas concentrações, regulam o crescimento e as reações fisiológicas das plantas.

Recentemente, uma grande quantidade de hormônios vegetais foi sintetizada e alguns

são usados comercialmente para matar ervas daninhas ou cultivar frutas.

As plantas são altamente organizadas tanto em termos de forma, quanto de

função. São os hormônios vegetais que coordenam e integram os processos de

crescimento das plantas e que provocam esse nível de organização. O aspecto do

controle do crescimento das plantas fica particularmente evidente no estudo de tecidos

vegetais.

Os hormônios vegetais podem ser agrupados em diversas classes principais.

Essas classes são determinadas pelas características químicas dos hormônios ou pelos

efeitos que exercem sobre as plantas. São auxinas, giberelinas, citocininas, etileno, e o

ácido abscísico, os principais grupos (Taiz e Zeiger, 2004).

Sobre as auxinas, são os compostos que provocam o alongamento nas células

dos brotos de plantas. As auxinas são sintetizadas e apresentam as concentrações mais

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altas nas áreas meristemáticas do broto e da raiz, áreas nas quais as células se dividem

rapidamente para renovar o seu crescimento. As auxinas são deslocadas por toda a

planta a partir dessas áreas.

Embora a auxina natural mais amplamente encontrada nas plantas seja o ácido

indolil-3 acético, ou AIA, este é muito menos usado na agricultura que as auxinas

sintéticas, tais como o ácido indolbutírico AIB, o ácido naftalenacético ANA e o ácido

2,4-diclorofenoxiacético 2,4-D. O motivo é que o AIA é continuamente quebrado por

sistemas de enzimas na planta, ao passo que os compostos sintéticos não são sujeitos a

tal degradação. Consequentemente, pequenas doses de auxinas sintéticas podem resultar

em efeitos amplos e duradouros.

A influência que a auxina exerce sobre as funções fisiológicas da planta depende

de diversos fatores, entre eles concentração e fatores locais. Todavia a função

fisiológica sob a qual todos os outros efeitos da auxina se desenvolve está em

multiplicação e alongamento celular. Cada tecido vegetal apresenta uma resposta

característica quando submetido a ação das auxinas. Em galhos, a auxina produz

alongamento axial. Já em raízes ela influencia na formação de raízes laterais. Nos frutos

ela proporciona expansão isodiamétrica, ou seja, crescimento. A interferência das

auxinas no ciclo de vida das plantas se manifesta de formas específicas em cada tecido.

Em diversos sistemas de propagação assexuada e micro propagação, faz-se necessária a

indução da formação de calos ou de raízes adventícias.

As auxinas, tanto endógenas quanto sintéticas, são importantes reguladores do

crescimento e do comportamento dos vegetais, desde os níveis celulares até os níveis

sistêmicos. Existem diversas aplicações práticas para o uso de auxinas como

reguladores. A promoção de raízes é influenciada pelas auxinas, mas um fato

interessante é que nem todas as espécies respondem da mesma forma as mesmas

auxinas sob as mesmas concentrações, desta forma, surge um campo de estudo em que

para cada espécie vegetal, e eventualmente suas cultivares, há necessidade de estudos

que avaliem suas respostas as auxinas.

As interações entre o vegetal e as auxinas acontecem em um meio turbulento que

envolve o ambiente em que o vegetal está inserido, sua carga genética, os nutrientes aos

quais este vegetal está exposto, as auxinas e muitos outros hormônios vegetais.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

Para o presente estudo foi conduzido um experimento objetivando avaliar a

propagação assexuada na cultura do maracujazeiro, a saber: Experimento: referente ao

enraizamento de diferentes progênies dentro da espécie Passiflora edulis Sims

provenientes de um pomar cultivado na Fazenda Água Limpa FAL/UnB, sendo assim,

todo o material utilizado no estudo cultivado em regiões de cerrados. O estudo foi

desenvolvido entre o período de junho de 2015 a setembro de 2015.

Local da instalação do experimento

O experimento foi conduzido no Setor de Fruticultura da Estação Experimental

de Biologia – EBB, Universidade de Brasília, situada no Distrito Federal a uma latitude

Sul de 16o, longitude a Oeste de Greenwich de 48

o, e altitude de 1010 metros acima do

mar.

Delineamento Experimental

O delineamento experimental adotado foi o de blocos inteiramente ao acaso,

com 4 repetições, em arranjo fatorial 4 x 3, sendo 4 diferentes progênies e 3 níveis de

hormônio, totalizando 12 tratamentos e 24 parcelas, sendo a parcela formada por 6

estacas úteis, perfazendo-se um total de 288 estacas úteis (Figura 2).

Material e Equipamentos Utilizados

Casa de Vegetação

A casa de vegetação foi protegida por sombrite-50% com nebulização

intermitente a 18 ± 5oC à noite e 38 ± 5

oC ao dia e umidade relativa de 70% a 100%,

sistema de irrigação por aspersão, com a utilização de “bailarinas", a aproximadamente

1,5 m de altura de bancada, com vazão de 100 litros/hora.

Equipamentos e Procedimentos para Enraizamento

Foram utilizadas estacas herbáceas retiradas da parte mediana de ramos sem

gemas brotadas tendo cerca de 20cm de comprimento e 0,4cm de diâmetro, de plantas

adultas de Passiflora edulis Sims, progênies: MAR 20#39 R1, EC-RAM, MAR 20#34

F2R1 e ROSA CLARO PL1R2, para tanto foram utilizadas tesouras de poda, sacos

plásticos, caixa térmica, canivete e água para manter as estacas hidratadas. As estacas

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passaram por tratamento, ou seja, foram desinfetadas. Logo após sofreram um corte em

formato de bisel em suas respectivas bases, em seguida tiveram suas bases imersas em

solução de hormônio, AIB, por um período variando entre 3 a 5 minutos, em sequência

foram transplantadas, tendo sido enterrado cerca de 3 a 5cm de sua base. Para tanto

foram usadas bandejas de poliestireno com 72 células, contendo volume de 120g cada, o

meio e cultura utilizado foi substrato Bioplant®

umedecido.

A soluções de hormônios foram separadas em 3 concentrações distintas, sendo 0

ppm a testemunha, 500, 1000 e 2000 ppm as demais. A mistura foi realizada no

laboratório do setor de fruticultura, utilizou-se balança de precisão, luvas de

procedimento cirúrgico descartáveis, balão volumétrico, pipeta, Becker, bastão de vidro,

proveta, funil, espátula, barra magnética (bailarina), agitador magnético, água destilada,

álcool etílico absoluto (C2H5OH) - PM: 46,07 e hormônio AIB na forma pura

(C12H13NO2) - PM: 203,24, as soluções foram armazenadas em recipientes protegidos

da luz e estes foram armazenados em geladeira durante a execução do processo (Figura

1 e 3).

Características Avaliadas

Visando o estudo da propagação assexuada através do método de estaquia,

foram avaliadas as seguintes características;

Retenção Foliar (RF)

Dado pela contagem da quantidade de folhas verdadeiras que permaneceram na

estaca enraizada.

Formação de Calo (FC)

Avaliado sobre a existência ou não de calos nas raízes (Figura 4).

Percentual de Enraizamento (PE)

Avaliado através de notas que foram dadas através do número de raízes emitidas

por estaca (Figura 5).

Número de estacas enraizadas (NEE)

Realizada pela contagem de estacas que emitiram raízes.

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Percentagem de enraizamento das estacas (%EE)

Foi mensurada através de uma média feita entre o número de estacas enraizadas

por bloco.

As avaliações foram efetuadas aos 60 dias após o plantio das estacas enraizadas

e brotadas.

Número de brotações (NB)

Obtido pela contagem da qualidade de brotações das estacas de passiflora

enraizadas e brotadas.

Análises estatísticas

Os dados coletados para cada característica foram submetidos as análises

estatísticas apropriadas ao delineamento adotado. Na análise de variância dos dados,

para avaliação da significância do efeito dos tratamentos foi utilizado o teste de F.

Comparou-se as medidas entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

Os cálculos referentes às analises estatísticas foram executados, utilizando o

software SISVAR, de autoria de Ferreira (2008), desenvolvido na Universidade Federal

de Lavras.

Foram testadas as seguintes progênies: MAR 20#34 F2R1, ROSA CLARO

PL1R2, MAR 20#39 R1, EC - RAM foram obtidos por seleção massal de plantios

comerciais contendo nove materiais superiores, considerando os aspectos de

produtividade, qualidade de frutos e resistência aos fitopatógenos, trazidos do município

de Araguari - Minas Gerais (Quadro 1).

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Quadro 1 Progênies cultivadas em pomares comerciais no município de Araguari (MG)

utilizados na seleção massal.

1 Maguary “Mesa 1”

2 Maguary “Mesa 2”

3 Havaiano

4 Marília Seleção Cerrado (MSC)

5 Seleção DF

6 EC-2-O

7 F1 (Marília x Roxo Australiano)

8 F1 [Roxo Fiji (introdução das ilhas Fiji) x Marília]

9 RC1 [F1 (Marília (seleção da Cooperativa sul Brasil de Marília – SP) x Roxo

Australiano) x Marília (pai recorrente)].

Figura 1 – Materiais utilizados: Tesoura de poda, balança de precisão, becker, bailarina

e agitador magnético.

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Figura 2 – Croqui das estacas em bandejas de poliestireno com as concentrações

dispostas aleatoriamente para cada progênie.

Figura 3 – Estacas cultivadas em bandejas de poliestireno de 72 células com substrato

em estufa.

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Figura 4 – Formação de Calo em estaca de maracujá-azedo.

Figura 5 – Raízes formadas em estaca de maracujá-azedo.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Sobre efeito do AIB no enraizamento de estacas herbáceas de maracujazeiro

azedo e da interação dose de aplicação versus progênies, nas variáveis: número de

folhas, formação de calo, percentual de enraizamento, número de estacas enraizadas,

porcentagem de estaca enraizada e número de brotações. Houve efeito significativo da

aplicação de diferentes doses de AIB sob quatro progênies de maracujá azedo (Tabelas

e Gráficos de 1 a 6).

As progênies MAR 20#39 R1 e EC - RAM tratadas na concentração de 1000

mg/L apresentaram melhor resultado dentro da variável retenção foliar, sendo a média

de 4,67, enquanto na dose de 500 mg/L, houve menor retenção foliar de 1,67. Não

houve diferença significativa entre as progênies com relação ao tratamento controle,

contudo dentro das doses de 500 e 2000 mg/L a progênie ROSA CLARO PL1R2 se

destacou apresentando maiores médias de retenção foliar (Tabela 1).

Pires (2007), estudando enraizamento de espécies de maracujazeiro com ácido

indolbutírico, sob câmara de nebulização, observou que o resultado para o número de

folhas na dose de 500 ppm para as espécies passiflora quadrangulares, passiflora

serrato digitata, passiflora edulis e passiflora edulis Sims ‘EC-2-0’ foi o melhor

apresentado em relação as doses de 1000 e 1500 ppm.

A progênie ROSA CLARO PL1R2 foi a que mais se destacou para formação de

calo nas doses de 1000 e 2000 mg/L com média de 4,00. (Tabela e Gráfico 2).

Tofanelli et al. (2002), estudando o efeito do ácido indolbutírico no

enraizamento de estacas de ramos semilenhosos de pessegueiro, observaram que o AIB

influenciou no enraizamento, na formação de calo e no número de raízes. As maiores

porcentagens de enraizamento foram observadas nas cultivares Pérola de Mairinque

(56,62%) e Tropical (55,04%), ambas ocorrendo na concentração de 3000 mg/L de AIB.

Enquanto que nas cultivares Tropical (27,55%) e Diamante (18,77%) foram superiores

às demais quanto ao percentual de formação de calo nas estacas, porém a conclusão foi

que o hormônio AIB não favorece a formação de calo, mas favorece o aumento do

número de raízes em algumas cultivares.

Todas as progênies obtiveram maiores resultados para o percentual de

enraizamento nas doses de 1000 e 2000 mg/L (Tabela e Gráfico 3).

Sabião (2011), trabalhando com estacas de Passiflora nitida submetidas à

diferentes concentrações de AIB, concluiu que a porcentagem de enraizamento atingiu a

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média de 86,3%, tendo os melhores resultados para os tratamentos com doses 1.000;

3.000 e 5.000 mg/L, com 88,75%, 95% e 98,75% de enraizamento, respectivamente,

diferindo significativamente da testemunha (0 mg/L), que atingiu o valor médio de

62,5%.

Na variável número de estacas enraizadas a concentração de 500 mg/L e

controle nenhuma das progênies se diferenciaram estatisticamente, enquanto que nas

doses de 1000 e 2000 mg/L as progênies ROSA CLARO PL1R2, MAR 20#39 R1 e EC

- RAM tiveram médias significativas de 3,00, 3,00 e 2,67, respectivamente (Tabela e

Gráfico 4). Já na variável porcentagem de estaca enraizada a progênie MAR 20#34

F2R1 apresentou o menos desempenho em todos os tratamentos. Na concentração de

2000 mg/L o destaque foi para as progênies ROSA CLARO PL1R2 e MAR 20#39 R1

com médias de 49,34 e 50,34, respectivamente (Tabela e Gráfico 5).

De acordo com o trabalho apresentado por Lima (2009), no capítulo I, sobre

enraizamento de híbridos interespecíficos de maracujá utilizando regulador de

crescimento AIB, para as espécies P. mucronata x P. caerulea o índice de estacas

enraizadas foi mais elevado nas concentrações de 750 e 1500 ppm, mas mesmo assim, o

percentual de estacas enraizadas foi muito baixo. As estacas das espécies (P. coccínea x

P.setacea) x P. coccínea apresentaram maior percentual de enraizamento tratadas com

500 ppm de AIB. Concluiu-se que o híbrido P. coccínea x P. edulis apresentou o

melhor desenvolvimento, alto índice de estacas enraizadas e bom desenvolvimento

vegetativo.

Para a variável número de brotações, a progênie MAR 20#39 R1 apresentou

melhor desempenho para as doses de 0, 500 e 2000 mg/L, contudo não diferiu

significativamente entre elas. Na concentração de 1000 mg/L foram os melhores

resultados, as progênies ROSA CLARO PL1R2, MAR 20#39 R1 e EC - RAM tiveram

médias de 4,34, 4,67 e 5,00, respectivamente (Tabela e Gráfico 6).

Em estudo realizado por Pires (2007) sobre propagação de maracujazeiro por

estaquia e enxertia em estacas enraizadas, concluiu-se que a dose de 500 ppm para o

número de brotações da espécie P. edulis Sims híbrido ‘EC-2-0’ proporcionou diferença

significativa.

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Tabela 1 – Retenção foliar em estacas das progênies MAR 20#34 F2R1, ROSA

CLARO PL1R2, MAR 20#39 R1 e EC – RAM em Brasília-DF, 2015.

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e letra minúscula nas colunas não diferenciam entre

si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CV (%) = 33,64 DMS = 2,08.

Gráfico 1 – Retenção foliar em estacas de 4 progênies de maracujá-azedo.

[VALOR]Aa [VALOR]Aa

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

MAR 20#34 F2R1 ROSA CLARO

PL1R2

MAR 20#39 R1 EC - RAM

Controle (mg/L) 500 (mg/L) 1000 (mg/L) 2000 (mg/L)

PROGÊNIES

Ácido Idolbutírico

0 mg/L 500 mg/L 1000 mg/L 2000 mg/L

MAR 20#34 F2R1 1,67 Aa 1,00 Ab 1,67 Ab 1,34 Ab

ROSA CLARO PL1R2 3,00 Aa 3,67 Aa 4,67 Aa 4,34 Aa

MAR 20#39 R1 2,34 Ba 1,67 Bab 4,67 Aa 3,00 AB ab

EC - RAM 2,34 Ba 1,67 Bab 4,67 Aa 3,00 AB ab

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Tabela 2 – Formação de calo em estacas das progênies MAR 20#34 F2R1, ROSA

CLARO PL1R2, MAR 20#39 R1 e EC – RAM em Brasília-DF, 2015.

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e letra minúscula nas colunas não diferenciam entre

si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CV (%) = 6,88 DMS = 0,33.

[VALOR]Aa

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

MAR 20#34 F2R1 ROSA CLARO

PL1R2

MAR 20#39 R1 EC - RAM

Controle (mg/L) 500 (mg/L) 1000 (mg/L) 2000 (mg/L)

PROGÊNIES

Ácido Idolbutírico

0 mg/L 500 mg/L 1000 mg/L 2000 mg/L

MAR 20#34 F2R1 1,00 Bb 1,00 Bb 3,00 Ab 2,67 Ab

ROSA CLARO PL1R2 2,00 Ba 2,00 Ba 4,00 Aa 4,00 Aa

MAR 20#39 R1 1,00 Bb 1,00 Bb 3,00 Ab 3,00 Ab

EC - RAM 0,90 Bb 0,90 Bb 3,00 Ab 3,00 Ab

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Gráfico 2 – Formação de calo em estaca de maracujá- azedo.

Tabela 3 – Percentual de enraizamento em estacas de maracujazeiro azedo nas

progênies MAR 20#34 F2R1, ROSA CLARO PL1R2, MAR 20#39 R1 e EC – RAM

em Brasília-DF, 2015.

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e letra minúscula nas colunas não diferenciam entre

si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CV (%) = 20,60 DMS = 0,84.

[VALOR]Aa

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

MAR 20#34 F2R1 ROSA CLARO

PL1R2

MAR 20#39 R1 EC - RAM

Controle (mg/L) 500 (mg/L) 1000 (mg/L) 2000 (mg/L)

PROGÊNIES

Ácido Idolbutírico

0 mg/L 500 mg/L 1000 mg/L 2000 mg/L

MAR 20#34 F2R1 1,00 Ba 1,00 Ba 2,34 Aa 2,34 Aa

ROSA CLARO PL1R2 1,00 Ba 1,00 Ba 3,00 Aa 3,00 Aa

MAR 20#39 R1 1,00 Ba 1,00 Ba 3,00 Aa 3,00 Aa

EC - RAM 1,00 Ba 1,00 Ba 2,67 Aa 2,34 Aa

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Gráfico 3 – Percentual de enraizamento em estaca de maracujá-azedo.

Tabela 4 – Número de estacas enraizadas nas progênies MAR 20#34 F2R1, ROSA

CLARO PL1R2, MAR 20#39 R1 e EC – RAM em Brasília-DF, 2015.

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e letra minúscula nas colunas não diferenciam entre

si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CV (%) = 18,04 DMS = 0,72.

Gráfico 4 – Número de estacas enraizadas nas progênies de maracujá-azedo.

[VALOR]Aa

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

MAR 20#34 F2R1 ROSA CLARO

PL1R2

MAR 20#39 R1 EC - RAM

Controle (mg/L) 500 (mg/L) 1000 (mg/L) 2000 (mg/L)

PROGÊNIES

Ácido Idolbutírico

0 mg/L 500 mg/L 1000 mg/L 2000 mg/L

MAR 20#34 F2R1 1,00 Aa 1,00 Aa 1,34 Ab 1,67 Ab

ROSA CLARO PL1R2 1,00 Ba 1,00 Ba 3,00 Aa 3,00 Aa

MAR 20#39 R1 1,00 Ba 1,00 Ba 3,00 Aa 3,00 Aa

EC - RAM 1,67 Ba 1,00 Ba 2,67 Aa 2,67 Aa

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Tabela 5 – Porcentagem de estaca enraizada nas progênies MAR 20#34 F2R1, ROSA

CLARO PL1R2, MAR 20#39 R1 e EC – RAM em Brasília-DF, 2015.

PROGÊNIES

Ácido Idolbutírico

0 mg/L 500 mg/L 1000 mg/L 2000 mg/L

MAR 20#34 F2R1 4,00 Ab 2,00 Ac 4,67 Ab 3,34 Ac

ROSA CLARO PL1R2 26,67 Ba 20,34 Bb 18,67 Ba 49,34 Aa

MAR 20#39 R1 35,00 Ba 31,34 Ba 21,34 Ca 50,34 Aa

EC - RAM 10,34 Bb 11,45 Bbc 16,34 ABa 25,67 Ab

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e letra minúscula nas colunas não diferenciam entre

si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CV (%) = 20,82 DMS = 9,56.

Gráfico 5 – Porcentagem de estaca enraizada em progênies de maracujá-azedo.

[VALOR]Aa [VALOR]Aa

0

10

20

30

40

50

60

MAR 20#34 F2R1 ROSA CLARO

PL1R2

MAR 20#39 R1 EC - RAM

Controle (mg/L) 500 (mg/L) 1000 (mg/L) 2000 (mg/L)

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Tabela 6 – Número de brotação em estacas de maracujá-azedo nas progênies MAR

20#34 F2R1, ROSA CLARO PL1R2, MAR 20#39 R1 e EC – RAM em Brasília-DF,

2015.

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e letra minúscula nas colunas não diferenciam entre

si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CV (%) = 27,51 DMS = 1,89.

[VALOR]Aa

[VALOR]Aa

[VALOR]Aa

0

1

2

3

4

5

6

MAR 20#34 F2R1 ROSA CLARO

PL1R2

MAR 20#39 R1 EC - RAM

Controle (mg/L) 500 (mg/L) 1000 (mg/L) 2000 (mg/L)

PROGÊNIES

Ácido Idolbutírico

0 mg/L 500 mg/L 1000 mg/L 2000 mg/L

MAR 20#34 F2R1 1,34 Ab 1,34 Ac 1,67 Ab 1,67 Ab

ROSA CLARO PL1R2 3,00 ABab 2,34 Bbc 4,34 Aa 3,67 ABa

MAR 20#39 R1 3,34 Aa 4,34 Aa 4,67 Aa 3,34 Aab

EC - RAM 2,34 Bab 3,34 ABab 5,00 Aa 4,00 ABa

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Gráfico 6 – Número de brotação em estaca de maracujá-azedo.

5. CONCLUSÃO

As progênies ROSA CLARO PL1R2 e MAR 20#39 R1, apresentaram maior

desempenho para as seguintes variáveis analisadas: índice de retenção foliar,

formação de calo, percentual de enraizamento, número de brotações e

porcentagens de estacas enraizadas.

O efeito da aplicação do fitohormônio ácido indolbutírico nas doses de 1000 e

2000 mg/L em geral

foram melhores do que a dose de 500 mg/L

e testemunha.

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