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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM ODONTOLOGIA
Efeito fotossensibilizador in vitro da violeta de genciana na
terapia fotodinâmica sobre cândida albicans
RACHEL CHRISTINA DE QUEIROZ PINHEIRO
Orientador: Prof. Dr. Cacio Moura Netto
Dissertação apresentada ao Mestrado em Odontologia, da Universidade Cruzeiro do Sul, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Odontologia.
SÃO PAULO
2015
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
P718e
Pinheiro, Rachel Christina de Queiroz. Efeito fotossensibilizador in vidro da violeta de genciana na
terapia fotodinâmica sobre cândida albicans / Rachel Christina de Queiroz Pinheiro. -- São Paulo; SP: [s.n], 2015.
33 p. : il. ; 30 cm. Orientador: Cacio Moura Netto. Dissertação (mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Odontologia, Universidade Cruzeiro do Sul. 1. Terapia fotodinâmica - Odontologia 2. Cândida albicans 3.
Laser de baixa intensidade 4. Violeta genciana 5. Azul de metileno. I. Moura Netto, Cacio. II. Universidade Cruzeiro do Sul. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. III. Título.
CDU: 615.831:616.314(043.3)
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
Efeito fotossensibilizador in vitro da violeta de genciana na
terapia fotodinâmica sobre cândida albicans
RACHEL CHRISTINA DE QUEIROZ PINHEIRO
Dissertação de mestrado defendida e aprovada
pela Banca Examinadora em 06/03/2015.
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. Cacio Moura Netto
Universidade Cruzeiro do Sul
Presidente
Prof. Dr. Igor Prokopowitsch
Universidade Cruzeiro do Sul
Profa. Dra. Karla Baumotte de Carvalho
Universidade Gama Filho
DEDICATÓRIA
“Creio em mim mesmo. Creio nos que trabalham comigo,
creio nos meus amigos e creio na minha família. Creio que
Deus me emprestará tudo que necessito para triunfar,
contanto que eu me esforce para alcançar com meios
lícitos e honestos. Creio nas orações e nunca fecharei
meus olhos para dormir, sem pedir antes a devida
orientação a fim de ser paciente com os outros e tolerante
com os que não acreditam como eu acredito. Creio que o
triunfo é resultado de esforço inteligente, que não depende
da sorte, da magia, de amigos, companheiros duvidosos
ou de meu chefe. Creio que tirarei da vida exatamente o
que nela colocar. Por isso serei cauteloso quando tratar os
outros, como quero que eles sejam comigo. Não caluniarei
aqueles que não gosto. Não diminuirei meu trabalho por
ver que os outros o fazem. Prestarei o melhor serviço de
que sou capaz, porque jurei a mim mesmo triunfar na vida,
e sei que o triunfo é sempre resultado do esforço
consciente e eficaz. Finalmente, perdoarei os que me
ofendem, porque compreendo que às vezes ofendo os
outros e necessito de perdão.”
(Mahatma Gandhi)
Dedico esse trabalho a minha amada família.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por guiar o meu caminho.
A Nossa Senhora minha AMIGA e intercessora junto a Jesus.
Ao meu pai que mesmo ausente (in memoriam), sempre está presente.
A minha mãe por seu eterno incentivo e amor incondicional.
Ao meu marido e filhos que muitas vezes não aceitavam a minha ausência, mas compreenderam e ajudaram na concretização desse sonho, AMO VOCÊS.
A Nalva cujo amor e dedicação aos meus filhos, a Toby e a minha casa, me proporciona paz para a realização de sonhos.
As minhas irmãs pela torcida e apoio sempre.
As minhas irmãs-amigas, Daliana e Raquel, pelo incentivo, amparo, torcida e exemplo de como ser uma professora.
A Isabela Arrais mais um anjo que Deus me enviou.
Aos meus amigos de mestrado.
Aos meus alunos que me ajudam a procurar saber sempre mais.
A Daniele e Janaína que me auxiliam no dia a dia, e não me deixam enlouquecer.
ESSA CONQUISTA É NOSSA!
Ao professor Cacio Moura-Netto, meu orientador, por sua abnegada e inteligente dedicação ao estudo.
A professora Maria do Socorro Vieira, pela colaboração e atenção a mim dispensadas durante a construção deste sonho. Meu respeito, minha admiração, meu carinho, meus agradecimentos.
A Amanda de Farias Charamba e Matheus Sousa Peixoto pela colaboração na obtenção dos dados e construção deste trabalho.
Ao querido e solicito Bosco sem o qual essa pesquisa não teria se tornado realidade.
Aos meus amigos de disciplina que sempre entenderam a minha ausência.
A todos que direta ou indiretamente me auxiliaram de alguma forma e sempre torceram para que esse trabalho fosse concluído com sucesso,
MUITO OBRIGADA!
PINHEIRO, Rachel Christina de Queiroz. Efeito fotossensibilizador in vitro da violeta de genciana na terapia fotodinâmica sobre cândida albicans. 2015. 33 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia)-Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2015.
RESUMO
A proposta deste estudo foi avaliar a ação dos corantes violeta de genciana e azul
de metileno, in vitro, sobre Candida albicans, isolados ou como fotossensibilizantes
na TFD. Foi uma pesquisa experimental com abordagem quantitativa. A linhagem
de Candida albicans ATCC 1106 foi inoculada obtendo-se um overnight de 1,37x104
UFC/ml. Foi adicionado 50µl da suspensão fúngica (overnight) em 18,0ml de caldo
Saboraud, a esse conjunto foi adicionado o 0,2ml do corante da violeta genciana a
1%, esperou-se o tempo de preirradiação de 5 minutos e aplicou-se o laser
vermelho, a dose aplicada foi de 100J/cm², com energia total de 3J, depois foram
subcultivadas a 37°C em caldo Saboraud por 1 hora. Ao fim desse período, uma
alíquota de 1,0 ml foi diluída em 9,0ml de solução salina 0,85% esterilizada, foi
plaqueada e semeada 0,1 ml dessa diluição em ágar saboraud. As placas, em
triplicata, foram incubadas em estufa de crescimento de microrganismos a 37°C e
após 48h feito a contagem das UFCs/ml. Além da violeta genciana a 1% combinada
ao laser, foram analisados os grupos: azul de metileno a 1% associado ao laser,
azul de metileno a 1%, a violeta genciana a 1%, e o laser sem adição de corantes.
As análises foram realizadas no software IBM SPSS (21.0) e utilizou-se o teste de
Kruskal-Wallis (Mann-Whitney) e o teste de Friedman (Wilcoxon), adotando-se um
nível de significância de �=5%.. Como resultado observou-se que a violeta genciana
a 1% associada ao laser tem efeito importante contra Candida albicans na terapia
fotodinâmica.
Palavras-chave: Terapia fotodinâmica, Candida albicans, Laserterapia de baixa intensidade, Violeta genciana, Azul de metileno.
PINHEIRO, Rachel Christina de Queiroz. Photosensitizing effect in vitro of gentian violet in photodynamic therapy on candida albicans. 2015. 33 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia)-Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2015.
ABSTRACT
This study aims to evaluate the action of the dyes gentian violet and methylene blue,
in vitro, on Candida albicans, isolated or as photosensitizer in the TFD. It was an
experimental research with a quantitative approach, the strain of Candida albicans
ATCC 1106 was inoculated obtaining an overnight of 1,37x104 UFC / ml. It was
added 50µl of the fungal suspension (overnight) in 18,0ml of Saboraud broth, to this
set was added 0.2 ml of the gentian violet dye 1%, it was waited 5 minutes of pre-
irradiation time and the red laser was applied, the applied dose was 100 J / cm², at
full power of 3J, then were subcultivated at 37 ° C in Sabouraud broth for 1 hour.
After this time, a part of 1.0 ml was diluted in 9,0ml of saline solution 0.85% sterile, it
was plated and spread 0.1 ml of this dilution in Sabaroud agar. The plates, in
triplicate, were incubated in a microorganism’s growth chamber at 37 ° C and after
48h, the UFCs/ml were counted. Besides the gentian violet 1% combined with the
laser, the following groups were analyzed: methylene blue 1% associated to the
laser, methylene blue 1%, gentian violet 1%, and the laser without adding any dye.
The analyzes were performed in IBM SPSS (21.0) software and was used the
Kruskal-Wallis test (Mann-Whitney) and the Friedman test (Wilcoxon), adopting a
significance level of �=5%. As a result, it was observed that the gentian violet 1%
associated to the laser has an important effect against Candida albicans in
photodynamic therapy.
Key Words: Photodynamic therapy, Candida albicans, Low level laser therapy,
Gencian violet, Blue methylene.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10
2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 12
2.1 Terapia fotodinâmica ................................................................................. 12
2.2 Azul de metileno ........................................................................................ 14
2.3 Violeta genciana ......................................................................................... 15
2.4 Infecções fúngicas ..................................................................................... 16
3 PROPOSIÇÃO ............................................................................................. 18
4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 19
4.1 Delineamento do estudo ........................................................................... 19
4.2 Local de realização do estudo .................................................................. 19
4.3 Espécies fúngicas ...................................................................................... 19
4.4 Determinação do efeito fungicida ............................................................ 19
4.5 Laser ........................................................................................................... 21
4.6 Avaliação estatística .................................................................................. 22
5 RESULTADOS ............................................................................................ 23
6 DISCUSSÃO................................................................................................ 26
7 CONCLUSÃO .............................................................................................. 29
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 30
10
1 - INTRODUÇÃO
A crescente resistência de fungos e bactérias, em decorrência dos
tratamentos convencionais, resulta na necessidade de buscar alternativas
eficazes de cura. A terapia fotodinâmica (TFD) surge como essa opção, a qual
desde a pesquisa de Raab em 1900, que provou a ação do corante acridina com
a luz de relâmpagos sobre paramécios, encontra-se bem fundamentada
cientificamente.
A TFD foi desenvolvida para combater lesões malignas, porém tem sido
utilizada com sucesso para o tratamento de infecções fúngicas, sendo empregada
com êxito contra Candida albicans (CA) e outras espécies de Candida (LYON et
al., 2011). Esses fungos comumente causam infecções das mucosas e pele em
pacientes com imunidade comprometida (MITRA, 2011).
Devido ao aumento da resistência as drogas antifúngicas disponíveis
comercialmente, pesquisas são realizadas no intuito de se obter alternativas de
tratamento (CALZAVARA-PINTON, 2012; LI 2013). Por isso, muitos autores estão
realizando continuamente estudos na área de TFD, os quais têm mostrado efeito
bactericida e fungicida em microrganismos orais, a partir da terapia com laser de
baixa intensidade (TLBI) (MAVER-BISCANIN, 2005; QUEIROGA, 2011; LI, 2013).
Essa terapia baseia-se no conceito de que um corante não tóxico,
conhecido como um fotossensibilizador (FS) costuma localizar-se,
preferencialmente, em certos tecidos ou células e, subsequentemente, ser ativado
pela luz visível, produzindo espécies reactivas de oxigénio (EROS), as quais
podem matar as células que se ligam ao FS (DAI, 2011; MACHADO-DE-SENA,
2014).
A multiplicidade de alvos nas células (mitocôndrias, lisossomos e núcleos)
dos fungos reduz o risco de cepas resistentes fotomutantes e este risco é
minimizado pela ausência de efeitos mutagênicos da TFD (CALZAVARA-
PINTON, 2012), a qual pode ser repetida várias vezes, sem indução aparente de
11
resistência, já que o DNA não é o alvo principal das EROS (MAISCH, 2009). O
perigo de danos no DNA em fungos é reduzido pela presença de uma membrana
que envolve o núcleo, atuando como uma barreira para a penetração de corantes
ou seus fotos produtos de alta energia (ZEINA, 2001).
Diferentes tipos de FSs são propostos na TFD. A interação entre o FS, a
membrana celular e estruturas intracelulares são de grande relevância na
resposta a TFD. Devido à grande diversidade de microrganismos, um FS com
propriedades físico-químicas distintas pode ser requerido (DOVIGO et al., 2011).
O Azul de metileno (AM) e a violeta genciana (VG) são
fotossensibilizadores catiônicos, das classes das fenotiazinas e dos triarilmetanos,
por serem relativamente lipofílicos, permeiam membranas e com carga positiva
são atraídos pelo potencial negativo das mitocôndrias, podendo atuar nesta
organela. Gerando EROS. Sendo que o primeiro gera reações do tipo II e o
segundo, reações do tipo I (OLIVEIRA, 2011).
Já sabendo dos resultados positivos da ação da VG como antifúngico
sobre CA, este trabalho objetivou avaliar a ação dos corantes violeta de genciana
e azul de metileno, in vitro, sobre Candida albicans, isolados ou como
fotossensibilizantes na TFD.
12
2 - REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Terapia fotodinâmica
A terapia fotodinâmica tem sido utilizada como alternativa para inativação
de microrganismos patogênicos em que uma combinação de um
fotossensibilizador e uma fonte de luz visível, na presença de oxigênio, é utilizada
nesse processo (HILF, 2007; MAISCH, 2009; LYON et al., 2011; BRESKEY et al.,
2013). Estudos com essa terapia estão em desenvolvimento para várias
aplicações na área da oncologia, dermatologia e oftalmologia. Já na odontologia a
cavidade oral é indicada para a TFD, já que é fácil o acesso para a iluminação
(PERNI, 2011).
O efeito antimicrobiano potente e de amplo espectro destacou esta terapia
como um tratamento alternativo promissor para infecções localizadas (KATO,
2013). Muitos relatos na literatura confirmaram inativação eficiente de várias
espécies de bactérias e leveduras após a luz e PS serem aplicados sobre as
células. (LYON, 2011; PERNI, 2011; KATO, 2013; LI, 2013)
O Fotossensibilizador tem sido usado na TFD por absorver luz com
elevada eficiência, sendo capazes de induzir ou participar de reações
fotoquímicas. Como a maioria das espécies microbianas não tem componentes
fotossensíveis endógenos é importante o uso de um fotossensibilizador capaz de
atrair luz e iniciar a formação de radicais livres (WILSON, 1993). As drogas
fotossensibilizadores atuam com um agente de absorção óptica ou cromóforo,
que produz fluorescência após a irradiação, causando citotoxidade no meio
(PUPO, 2011)
Após a luz ativar o FS, poderá seguir dois caminhos para gerar ERO: O
tipo I envolve a interação direta do FS com o meio para gerar radicais ou íons de
radicais como radicais hidroxila (HO) e ânions super óxido (O2); O tipo II,
geralmente, ocorre a geração de oxigênio singleto pela excitação do FS por
transferência de energia direta do estado tripleto do FS para a molécula do
13
oxigênio. A ERO gerada reage rapidamente com o seu ambiente dependendo da
localização da ativação do FS (MAISCH, 2009).
Figura 1 - O mecanismo de ação da terapia fotodinâmica. Números em sobrescritos denotam o número de elétrons desemparelhados em cada molécula. Adaptado de Konan et al. (2002)
Em qualquer caso (Tipo I/Tipo II), o tempo de vida das espécies reativas é
relativamente baixa, o que implica que a ação do dano está focada no tecido alvo,
sem afetar os tecidos vizinhos, de uma forma significativa (LYON, 2011).
O oxigênio singleto gerado pela excitação de fotossensibilizadores é um
agente de oxidação não específica. Consequentemente, não há nenhuma defesa
celular contra ela. De fato, enzimas antioxidantes, como a superóxido-dismutase e
catalase são inativadas por ela. Isso significa que não deve haver nenhuma
diferença na suscetibilidade à TFD entre organismos resistentes a antifúngicos
convencionais e os seus homólogos. A alta reatividade do oxigênio singleto tem
outras vantagens, porque apesar de a localização do fotossensibilizador poder ser
determinada pelas suas propriedades físico-químicas, a difusão de oxigênio
singleto deve ser suficiente para ser capaz de inativar outras estruturas e
biomoléculas. Portanto, é pouco provável que os fungos possam desenvolver
resistência ao oxigênio singleto. Além disso, os processos de TFD nunca foram
associados com efeitos mutagênicos nos microrganismos e o oxigênio singleto só
está presente durante a iluminação e os fungos não são continuamente expostos
a ela, como eles são com antifúngicos convencionais. O oxigênio singleto não
pode viajar para outras partes do corpo, tais como o trato intestinal, durante o
14
tratamento. Estes últimos fatos tornam o desenvolvimento de resistência ainda
mais improvável (DONNELLY et al., 2008).
Dois pontos devem ser considerados quando a eficácia do procedimento
fotodinâmica é avaliada: (i) a concentração do fotossensibilizador no tecido alvo,
(ii) a intensidade de fótons incidentes no tecido alvo (LYON, 2011). Uma
concentração demasiadamente elevada de FS irá dificultar esse corante de se
ligar a célula microbiana que se dejesa, e a luz será absorvida, inutilmente, por
moléculas de corantes não ligados a qualquer célula microbiana. (DAI, 2011).
Os passos básicos de TFD incluem: (1) a administração de um FS (um
produto químico capaz de induzir uma reação fotodinâmica que transfere energia
para o tecido), (2) o tempo de espera suficiente para a absorção de local ou
sistêmica do fármaco – tempo de preirradiação - TIP, e (3), em seguida, irradiar
com uma luz a área de tratamento ou dentro do paciente para desencadear a
reação fototóxica (BRESKEY et al., 2013).
Quando comparado com outras terapias, a TFD tem várias vantagens, tais
como elevada especificidade alvo (PS pode ser entregue às células e a luz pode
ser centrada no local da lesão), tem pouco efeito colateral indesejável e pouca
probabilidade de levar ao desenvolvimento de resistência por microrganismos,
este tratamento não está associado com o efeito genotóxicos ou mutagênicos
para fungos (DONNELLY et al., 2008).
2.2 Azul de metileno
Os estudos demonstram a TFD com azul de metileno (AM) aumentando a
permeabilidade da membrana de CA, podendo diminuir a resistência desta
levedura a tratamentos adicionais com outras drogas. Esses corantes são
conhecidos por se localizarem na membrana plasmática de leveduras, logo, este
é a estrutura danificada após a iluminação e foi proposta que o aumento da
permeabilidade, resultante de tal dano, é a razão para a morte celular (GIROLDO
et al., 2009). Para outros autores esse FS é um inibidor da respiração
(MORALES, 2013).
15
2.3 Violeta genciana
Violeta genciana (VG) é uma mistura de corantes triarilmetanos, usada
para tingir o cabelo, colorir papel ou têxteis, e é usado em laboratórios de
microbiologia. Derivado do alcatrão de carvão tem sido amplamente utilizado
como um produto antisséptico. Sua atividade antimicrobiana tem sido reconhecida
e é recomendada para tratamento de candíase (MARDH, 2002). O mecanismo de
ação da VG não está relacionado com uma lesão primária da membrana
citoplasmática sendo provavelmente relacionada com a inibição de uma via
metabólica (ELVES, 2012).
A Organização Mundial de Saúde recomenda a aplicação tópica de GV em
uma concentração de 1% para o tratamento inicial de candidíase oral em
pacientes infectados pelo HIV em contextos de recursos limitados, uma vez que o
custo do tratamento tem um custo baixo, é bem tolerado (MALEY, 2013). No
entanto, devido às suas propriedades de coloração e estigma a VG não é usado
atualmente para o tratamento da CA. Estudos realizados por Jurevic, 2011, em III
ensaio clínico multicêntrico internacional para avaliar a segurança e eficácia de
violeta de genciana em comparação em concentrações diferentes de VG mostrou
que esse FS na concentração de 0,00165% não mancha a cavidade oral, é
estável, bem tolerada, e possui uma potente atividade anti-Candida. Em uma
pesquisa realizada por ELVAS em 2012, ela concluiu que VG apresenta uma
atividade fungicida contra a maioria Candida spp, onde a C. albicans e C.
tropicalis foram às espécies mais suscetíveis. Estudos já confirmam o potencial
de ação da VG no tratamento da candidíase oral devido à sua atividade
antibiofilme e antigerminação, é possível que a produção de radicais
hidroxil/peroxido pode facilitar a penetração de GV através da matriz levando a
inibição da síntese da parede celular dos fungos. Os estudos clínicos para
determinar a eficácia da GV no tratamento desta doença são garantidos
(TRABOULSI et al., 2011)
Uma dificuldade é que a administração destes FSs altamente coloridos
para os seres humanos provoca uma coloração indesejável de dentes, lábios e
mucosa bucal (CALZAVARA-PINTON, 2012). Porém, estudos in vivo
16
demonstraram que a cavidade oral é especialmente adequada para a TFD, pois é
relativamente acessível para a iluminação (DURTBUDAK, et al., 2001; PERNI,
2011), onde o FS fornecido e a aplicação de luz são fáceis de se manusear
(LYON et al., 2011).
200 300 400 500 600 700 800 900
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Abs
orbâ
ncia
(u.
a)
Comprimento de onda (nm)
ADV DAUF UNIPHAR1 UNIPHAR
584
301 247
207
Gráfico1- Mostra o comprimento de onda na qual a VG absorve melhor a luz. As bandas aparecem em torno de 584 nm, 301 nm, 247 nm e 207 nm. Gentilmente cedido por João Jarllys Nóbrega de Souza, aluno de doutorado em química,
2.4 Infecções fúngicas
A incidência de infecções fúngicas superficiais e profundas tem aumentado
significativamente ao longo dos últimos 20 anos. Várias razões têm sido proposta
para o aumento da incidência de infecções fúngicas, incluindo o aumento do uso
de medicamentos antineoplásicos e imunossupressores, antibióticos de amplo
espectro, próteses, enxertos e cirurgias mais agressivas (DONNELLY et al.,
2007), até porque com o desenvolvimento da medicina, no campo da cirurgia e
transplantologia, tem aumentado de forma dramática o número de indivíduos
imunocomprometidos, os quais são mais susceptíveis a infecções fúngicas,
17
(KARKOWSKA-KULETA, 2009). Micoses invasivas representam uma ameaça
exponencialmente crescente para a saúde humana devido a uma combinação de
diagnóstico lento e a existência de, relativamente, poucas classes de drogas
antifúngicas disponíveis e eficazes, podendo resultar em alta mortalidade (DAI et
el., 2012).
Muitos dos fatores de virulência fúngica tem se desenvolvido naturalmente
durante a evolução do organismo e originalmente atua como uma defesa contra
condições ambientais desfavoráveis e por este caminho muitos deles tornou-se
importante como fatores de virulência, facilitando a infecção (KARKOWSKA-
KULETA, 2009).
A Candida albicans apresenta-se como a mais prevalente espécie
envolvida em infecções (LYON et al., 2011), representam uma das micoflora
oportunistas da cavidade oral com especial importância para a saúde humana
(GRICE, 2012), provoca micoses superficiais e doença sistêmica disseminada
(PFALLER, 2007). Há também aqueles pacientes com leucemia,
imunossupressão, usuários de corticoides, pacientes com outras condições
debilitantes que podem desenvolver infecções sistêmicas e/ou locais mais graves,
extensas e difíceis de serem tratadas na presença desse fungo (EGGIMANN et
al., 2003, PUPO, 2011).
A alta taxa de mortalidade das infecções invasivas por cândida e
disponibilidade limitada de agentes antifúngicos eficazes torna necessário
desenvolver novas terapias antifúngicas. (LI, 2013).
A TFD reduz a habilidade de a CA causar uma infecção sistêmica (KATO,
2013)
18
3 - PROPOSIÇÃO
A proposta deste estudo foi avaliar a ação dos corantes violeta de genciana
e azul de metileno, in vitro, sobre Candida albicans, isolados ou como
fotossensibilizantes na TFD.
19
4 - MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Delineamento do estudo
Foi realizado um estudo do tipo experimental e quantitativo em laboratório,
aonde foi testada, in vitro, a VG a 1% como fotossensibilizador de terapia
fotodinâmica.
Por ser uma pesquisa que não envolve seres humanos não foi necessária
a apreciação no comitê de ética.
4.2 Local de realização do estudo
A pesquisa foi realizada no Laboratório de Genética de Microrganismos do
Departamento de Biologia do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da
Universidade Federal da Paraíba na cidade de João Pessoa-Pb, no período
compreendido entre dezembro de 2014 a janeiro de 2015.
4.3 Espécies fúngicas
Foi utilizada, na presente pesquisa, a linhagem de Candida albicans ATCC
1106 (padrão internacional, referência), pertencente a coleção de microrganismos
do Laboratório de Micologia do Departamento de Ciências Farmacêuticas, Centro
de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba-João Pessoa-Pb.
4.4 Determinação do efeito fungicida
A metodologia desta pesquisa utilizou o método proposto por Craig;
Gudmundson (1991) (Pereira et al, 2014) modificado para a determinação
fúngica, a linhagem de Candida albicans ATCC 1106 foi inoculada em caldo
Saboraud incubadas a 37°C por 18-20 horas, obtendo-se um overnight de
1,37x104 UFC/ml. Foi adicionado 50µl da suspensão fúngica (overnight) em
18,0ml de caldo Saboraud, a esse conjunto foi adicionado o 0,2 ml do corante AM
20
a 1% ou a VG a 1%,, em seguida levamos esse conjunto para o vortex, logo após
plaqueamos, esperou-se o tempo de preirradiação (TPI) de cinco minutos e
aplicou-se o laser. A dose aplicada foi de 100J/cm², com energia total de 3J,
numa distância de 1,0 cm por ponto em toda extensão da placa de petri, com a
ponta a 1,0 cm de altura da placa, depois foram subcultivadas a 37°C em caldo
Saboraud por 1 hora. Ao fim desse período, uma alíquota de 1ml era diluída em
9ml de solução salina 0,85% esterilizada e levada para o vortex, que foi diluída
convenientemente, em seguida foi plaqueada e semeada em ágar saboraud 0,1
ml desse subcultivo. As placas foram incubadas em estufa de crescimento de
microrganismos a 37°C. A contagem de células viáveis neste tubo foi determinada
e designada como o tempo 0 para a determinação do efeito pós-antimicrobiano. O
recrescimento da cultura foi monitorado por um período de 0, 24 e 48 horas, pelo
método padrão de contagem em placas. A leitura das placas foi efetuada após
incubação por 48 horas a 37° C. Os experimentos foram realizados em triplicata.
Os resultados da contagem de células viáveis (UFC/ ml) da cultura tratada foram
descritos em tabela.
A sequência foi respeitada na manipulação e determinação do efeito
fungicida e na contagem das UFCs, com exceção do TPI, que não foi necessário,
para os grupos dos corantes AM a 1% e VG a 1% sem usar o laser, para o grupo
controle e para o grupo do laser sem FS.
21
Figura 2- Esquema do passo a passo da metodologia
Figura 3- Esquema para aplicar o laser a 1cm de distância
4.5 Laser
Foi empregado o Laser vermelho semicondutor (GaA1As e InGaAlP),
aparelho laser DUO MMOPTICS São Carlos, SP, Brasil (Fig. 4), com
comprimento de onda (λ) de 660 nm, a potência do parelho foi de 100 mW., a
dose aplicada foi de 100J/cm², com energia total de 3J, numa distância de 1 cm
por ponto em toda extensão da placa de petri, com a ponta do spot a 1cm de
altura da placa, a emissão do laser foi contínua, com o modo de operação
pontual. Essas especificações foram indicadas pelo fabricante do aparelho no
18,Oml CALDO SABARAUD +
50µ OVERNIGHT
0,2ml CORANTE
1ml SUSPENSÃO
FÚNGICA + 9ml SOLUÇÃO
SALINA 0,85%
1h ESTUFA
DILU
IR
0,1ml ÁGAR
SABARAUD ESTUFA 48h
UFCs
22
caso de terapia fotodinâmica sem fibra óptica As placas de petri selecionadas
para o uso do FS + laser esperou o tempo de preirradiação de 5 minutos.
Figura 4: Aparelho laser DUO MMOPTICS São Carlos, SP, Brasil.
4.6 Avaliação estatística
Realizou-se o teste de normalidade (Shapiro-Wilk) para verificar a
distribuição dos dados, onde se observou que, para todos os grupos, a
distribuição das contagem de UFCs foi não-normal (p<0,05). Na comparação das
médias de UFCs entre os grupos, nos mesmos períodos de tempo, realizou-se o
teste de Kruskal-Wallis e, na comparação entre os grupos, dois a dois, realizou-se
o teste de Mann-Whitney. Já para a comparação da contagem de UFCs dentro
dos grupos, nos diferentes períodos de tempo, utilizou-se o teste de Friedman,
sendo as diferenças identificadas mediante o teste de Wilcoxon. Para todas as
análises adotou-se um nível de significância α=5%. As análises foram realizadas
no software estatístico IBM SPSS (21.0).
23
5 - RESULTADOS
Na referida pesquisa quando se utilizou a VG a 1% associado ao laser, foi
realizado a TFD, observou-se que na 0h houve uma diminuição nas UFCs, porém
nas 24h e 48h não houve formação de colônias, o que pode ser observado na
Tabela 1.
Ao se pesquisar apenas a VG a 1%, foi observado que, na 0h, houve uma
redução nas UFCs, e nas 24h e 48h não houve formação de colônias (Tabela 1).
Quando se pesquisou o AM a 1% combinado com o laser, ou seja, foi
efetivado a TFD, constatou-se que na 0h houve uma redução das UFCs, e nas
24h e 48h não houve o desenvolvimento de UFCs (Tabela 1).
No grupo do AM a 1% isolado foi registrado que a 0h, 24h e 48h houve um
aumento gradativo na formação das UFCs (Tabela 1).
No grupo em que apenas o laser foi utilizado, houve uma diminuição das
UFCs na 0h, e nas 24h e 48h não houve produção dessas colônias (Tabela 1).
Figura 5- Grupo dos FSs + Laser; Grupo dos corantes sem laser; Grupo do laser e Grupo controle no T0h
24
Figura 6- Grupo dos FSs + Laser; Grupo dos corantes sem laser; Grupo do laser e Grupo controle no T24h
Figura 7- Grupo dos FSs + Laser; Grupo dos corantes sem laser; Grupo do laser e Grupo controle no T48h
25
Tabela 1. Valores médios para as Unidades Formadoras de Colônia (UFC’s) obtidas para o grupo controle e para os grupos tratados com Laser, Violeta, Laser + Violeta, Azul de metileno e Laser + Azul de metileno, nos tempos “0h”, “24h” e “48h”.
Grupo
Tempo Controle Laser Violeta Laser +
Violeta
Azul de
metileno
Laser + Azul
de metileno
0h 3,43 X 10³ A a
6,10 x 10² A b
2,04 x 10³ A
c
1,95 x 10³ A
c
4,9 x 10³ A d
1,73 x 10³ A c
24h 1,53 x 106 B a
0 B b
0 B b
0 B b
1,64 x 106 B a
0 B b
48h 2,45 x 108 C a
0 B b
0 B b
0 B b
1,37 x 107 C c
0 B b
Valores expressos em UFC/ml. Letras maiúsculas iguais em colunas e minúsculas iguais em linhas indicam não haver diferenças estatisticamente significantes (p> 0,05) entre os grupos. Teste de Kruskal-Wallis. Teste de Friedman.
26
6 - DISCUSSÃO
A resistência de microrganismos aos medicamentos utilizados para tratar
infecções (DOVIGO, 2011;SHARON, 2012; CALZAVARA-PINTON, 2012; LI,
2013) causa sérios danos em pacientes imunocomprometidos e debilitados
(CARVALHO, 2009; MITRA, 2011; DAI, 2012), podendo aumentar as infecções
sanguineas (ATALAYA, 2015), elevando a morbidade e mortalidade dos
pacientes. Os estudos em busca de uma terapia que proporcione a cura, sem
causar resistência vêm crescendo na atualidade, surgindo, desta forma, a TFD.
Por reduzir a habilidade de a Candida albicans causar uma infecção
sistêmica (KATO, 2013; MALEY, 2013) a TFD tem sido considerada um
tratamento alternativo promissor para infecções localizadas (LYON, 2011; PERNI,
2011; LI, 2013; PAZ-CRISTOBAL, 2014), apesar de Javed, 2014, concluir, em
um artigo de revisão, que a eficácia clínica antimicrobiana da TFD, como uma
estratégia terapêutica potente para infecções fúngicas orais, requer mais
investigações.
É comum usuários de prótese apresentarem candidíase, uma infecção
oportunista multifatorial, decorrente da ação patogênica do fungo CA, sendo
considerada a doença de maior prevalência na mucosa oral (SHARON, 2010;
MORALES, 2013; FORD, 2015;). Apesar das orientações quanto à higiene e a
recomendação do uso de antifúngicos, observa-se frequente recorrência dessa
infecção (NEPPELEMBROEK, 2008).
A VG é um tradicional fungicida agente utilizado para o tratamento de
candidíase (VAZQUEZ, 2002; MARDH, 2002), é muito comum o seu uso em
crianças e idosos, além de pacientes portadores de vírus HIV.
Ao se associar, nesta pesquisa, a VG a 1% com o laser vermelho (660nm),
foi constatado que houve uma redução, nas primeiras horas, de colônias
formadas, e, no decorrer das horas, não foi verificado a presença de UFCs. No
estudo realizado por Oliveira, 2011, em célula de adenosarcoma, in vitro, ele
27
utilizou a VG a 1% associado com o laser Nd:YAG, o resultado foi satisfatório,
nesta mesma pesquisa, o pesquisador também utilizou o AM a 1% com o laser
Nd:YAG, os resultados foram satisfatórios.
Neste estudo, ao se utilizar a VG a 1%, sem a TFD, foi observado que na
0h houve uma diminuição das UFCs, e nas 24h e 48h não houve formação de
colônias. Traboulsi, 2011, testou concentrações menores do FS, a VG a 4µg/ml
(0,0004%), reduziu a massa de biofilmes em pacientes com o vírus HIV, porém
ele conclui que quanto maior for a concentração da VG, melhores são os
resultados obtidos. Jurevic, 2011 também utilizou pacientes HIV (+) para testar se
a concentração da VG fazia diferença no tratamento da CA, utilizou
concentrações variadas e mostrou que a concentração de 0,00165%, a mais
baixa testada por ele, mostrou-se estável, bem tolerada, não manchou a mucosa
oral e possuiu potente ação contra a CA. Apesar de esses dois últimos estudos
terem um resultado bom com concentrações mais baixas da VG, visto que
buscavam tratar pacientes sem trazer o desconforto de corar a boca, ainda houve
formação de UFCs.
Ao ser testado o corante AM a 1% com o laser, foi analisado que ele,
gradativamente, com o tempo, diminuiu as UFCs, ou seja, tem ação antifúngica.
Teichert, 2002, utilizou concentrações mais baixas do corante AM, e quase todas
reduziram as UFCs, porém as concentrações do AM a 0,045% e 0,05% foram as
únicas que obtiveram resultados semelhantes a este estudo, não havendo
crescimento de colônias. Souza, 2006 utilizando a concentração de 0,01%
também conseguiu reduzir o número de UFCs. Corroborando com esta pesquisa,
há um consenso de que o AM pode ser utilizado com excelentes resultados (MIA
2011; QUEIOROGA, 2011; KHADEMI, 2014). Deve-se ter precaução ao se
determinar as concentrações dos FSs, pois uma concentração mais alta faz-se
necessário para uma eficácia maior da TFD, porém concentrações muita altas
tendem a não ser absorvidas pelos fungos, dificultado a ação da TFD (DAI, 2011;
KATO, 2013)
28
Quando se utiliza o AM a 1% sem o laser, foi possível observar um
aumento do número de CA, porém Souza, 2006 afirma que houve uma redução,
embora não significativa, ou seja, não é viável o uso do AM sem a TFD.
No presente estudo, ao ser testado o laser sem FS, foi constatado ser fatal
para microrganismo, confirmando esses resultados está a pesquisa de Maver-
Biscanin, 2004, uma pesquisa in vivo, que comparou o uso do laser de
comprimento de onda de 685nm e 830nm, com o uso de gel oral antifúngico
(myconazolum), associado a uma solução antisséptica para a prótese Com base
nesta pesquisa, os autores relatam que não há condição de concluir se o efeito
fungicida foi alcançado devido ao efeito da bioestimulçaõa do LBI, ou devido a
efeitos fototérmico ou fotodinâmico relacionada com cromóforos endógenos
presentes nos fungos. Indo de encontro a esses achados está a pesquisa de
Sousa, 2006, que não apresentou redução para a CA e sim para a Candida
tropicalis ao usar apenas o laser sobre esses fungos.
29
7 -CONCLUSÃO
� A violeta genciana e o azul de metileno, associados ao laser, assim como a
violeta genciana e o laser isolados são capazes de impedir a formação de
colônias para o fungo Candida albicans;
� Ao analisar, in vitro, a capacidade antifúngica do azul de metileno sem
associação com o laser, verificou-se que não apresentou atividade
antifúngica;
� Ao confrontar o efeito antifúngico da terapia fotodinâmica do azul de
metileno e da violeta de genciana, conclui-se que ambos têm atividade
antifúngica sobre a candida albicans.
30
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