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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” O PEDAGOGO NAS ORGANIZAÇÕES Por Paloma de Oliveira Xavier Moura Orientador Profª. Ms. Maria Lucia de Souza Moreira Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O PEDAGOGO NAS ORGANIZAÇÕES

Por Paloma de Oliveira Xavier Moura

Orientador

Profª. Ms. Maria Lucia de Souza Moreira

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O PEDAGOGO NAS ORGANIZAÇÕES

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em. Pedagogia

Empresarial.

Por: Paloma de Oliveira Xavier Moura

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente a Deus, que está dia-a-dia presente em minha

vida, iluminando o meu caminho, dando-me sabedoria e amor pela minha

profissão.

Meus sinceros agradecimentos aos meus colegas de turma.

Agradeço, por fim, com muito amor aos meus familiares pelo apoio em

toda a minha caminhada acadêmica.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a todas as empresas que buscam qualidade e

aperfeiçoamento entre as suas equipes corporativas.

5

RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo apresentar a inserção do Pedagogo no meio

empresarial. A partir de uma perspectiva sócio-histórica de sociedade desde a

década de 70 até os dias atuais, analisaremos como as transformações no

mercado trabalho influenciaram na requisição desse profissional, pelo meio

empresarial e acabaram por determinar atualmente o seu perfil e sua forma de

atuação. Discutiremos o perfil, a prática desse profissional, o papel

desempenhado, os desafios e as perspectivas. De fato, Pedagogo passou a

ser requisitado pelo meio empresarial por deter uma determinada competência

do “conhecimento“ que contribui no desenvolvimento de processos educativos

voltados para os colaboradores, para atender a demanda de formação

continuada nas organizações empresariais.

Palavras-chave: Pedagogia, empresa, recursos humanos.

6

METODOLOGIA

Esta pesquisa é um estudo teórico-reflexivo sobre a atuação do

Pedagogo Empresarial. A mesma demonstra a preocupação de oferecer um

material atualizado sobre as principais ações deste profissional junto às

organizações. Foram selecionados artigos e livros sobre a ênfase pedagógica,

voltada para o campo empresarial.

Não deixamos de citar gênios da Educação que contribuíram com os

seus estudos sobre individuo, sociedade, meio e interação. O trabalho será

desenvolvido através de pesquisas em artigos, livros e publicações on-line.

Com certeza os resultados apontados traduzem a satisfação dos

profissionais da Pedagogia envolvidos nas empresas e a inquietude dos

mesmos na busca pelo molhor nos treinamentos e práticas de desenvolvimento

humano.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÂO ..................................................................................................8

CAPÍTULO 1- A PEDAGOGIA EMPRESARIAL DO SÉC XXI.........................10

1.1- Histórico ...............................................................................................10

1.2- Perfil .....................................................................................................12

1.3-Habilidades e competências necessárias para o profissional da

Pedagogia Empresarial ...............................................................................15

1.4- Função Social ..................................................................................... 19

CAPÍTULO 2- A IMPORTÂNCIA DO PEDAGOGO NAS ORGANIZAÇÕES...20

2.1- Ética e cultura empresarial ..................................................................20

2.2- Gestão do conhecimento ....................................................................23

2.3- Formação de equipes multiculturais ...................................................26

2.4- Processo Seletivo ...............................................................................27

CAPÍTULO 3- REFLEXÕES SOBRE A PEDAGOGIA EMPRESARIAL .........30

CONCLUSÃO .................................................................................................. 32

BIBLIOGRAFIA E WEBGRAFIA

8

INTRODUÇÃO

Segundo Freire (2010), estamos vivendo numa era veloz da informação

e da tecnologia, onde as pessoas precisam manter-se atualizadas às

mudanças e à dinâmica do mercado em prol da qualidade dos serviços

prestados à sociedade. Qual é a importância da presença de um Pedagogo

na gestão de pessoas? Sabemos que a Pedagogia é bem quista no campo da

Educação devido ao seu excelente compromisso com a organização e

orientação de equipes pedagógicas.

Estudiosos como descobriram que este sucesso também pode ser

levado ao universo empresarial, pelo fato que, em alguns processos internos

assemelham-se com o perfil de planejamento e produto final, pois na educação

o foco é na formação íntegra do ser humano para ações de convivência em

sociedade e, no caso da empresa, no desenvolvimento dos profissionais para o

sucesso e credibilidade da organização no mercado capitalista. Com isso, para

obter os produtos finais, sugerimos às organizações investimentos no

processo de estruturação e formação qualificada da sua equipe de trabalho.

O tema da pesquisa surgiu devido à escassez do assunto no campo

acadêmico e ao real interesse de caracterizar e valorizar a atuação desse

Pedagogo nas organizações empresariais. O principal objeto de estudo é o

papel do pedagogo na gestão de pessoas. O desafio, portanto, é tornar visível

aos olhos dos atuais gestores a importância dessa nova função em suas

empresas.

A função do Pedagogo Empresarial é, entre muitas, a de ser o mediador

e o articulador de ações na administração de informações dentro do processo

contínuo de mudanças e de gestão do conhecimento. Acreditamos, também,

em sua importância para orientar e atender à necessidade de crescimento e

desenvolvimento do profissional, planejando e investindo na formação

continuada dos colaboradores. Para tal surge a necessidade de expor a sua

real importância frente à dinâmica das relações entre profissionais empresariais

9

Esta pesquisa caracteriza-se por uma análise bibliográfica e visa

oferecer um panorama explicativo sobre as principais atribuições do mesmo

com o intuito da qualidade na prestação de serviços no campo empresarial.

Iremos, portanto, (1) caracterizar o perfil deste profissional da Pedagogia do

séc. XXI, (2) identificar as suas principais áreas de atuação e, por fim, (3)fazer

uma análise crítica sobre a real importância deste colaborador nas empresas

que buscam inovação, estabilidade e credibilidade no mercado.

10

CAPÍTULO 1- A PEDAGOGIA EMPRESARIAL DO SÉC XXI.

1.1- Histórico

A Pedagogia é uma área ligada diretamente à Educação. Está voltada

para as práticas pedagógicas em espaços onde há vida e relações

humanas. Atualmente, além da Instituição Escolar, notamos grande

crescimento e atuação nas áreas hospitalares e empresariais.

Considerado o Pai da Pedagogia, Platão(427-347a.C) foi o primeiro

pedagogo não só por ter concebido um sistema educacional para o seu

tempo mas, por ter integrado a uma dimensão ética e política. O objetivo da

educação era a formação do homem moral, vivendo em um Estado justo.

Platão foi o segundo grande filósofo entre os outros dois principais para a

época: Sócrates(469-399 a.C) e Aristóteles(384-322 a. C) que foi seu

discípulo. Para Platão, toda virtude é conhecimento. Ao homem virtuoso, é

dado por conhecer e praticar o bem e o belo.

Mais tarde, no século XVII, Commenius, considerado pai da didática

moderna, dedicou seus estudos à descoberta da doutrina filosófica, a qual

ele nomeou de “pansophia”, que propõe a universalização do saber e a

supressão dos conflitos religiosos e políticos. Tais inovações nos métodos

de ensino influenciaram em grande medida as reformas educativas e as

teorias entre pedagogos nos séculos posteriores.

No decorrer da história da Educação e da humanidade, a Pedagogia,

tornou-se necessária às ares do saber e do conhecimento. Hoje, o termo

"Pedagogia" norteia toda e qualquer proposta pedagógica destinada à

aprendizagem e desenvolvimento cognitivo humano.

Deste modo, a Pedagogia mostra os caminhos para o alcance dos

objetivos traçados.

No Brasil, ainda no tempo imperial século XIX, houve um crescimento

nas escolas elementares servindo às classes dominantes. Somente no

11

século XX que surgem as escolas de formação de professores e faculdades

ligadas ao exercício do magistério.

A Pedagogia só passou a ser reconhecida como um curso superior

quando, em 1931, foi criado os decretos n.º 19851 e 19852, a Faculdade de

Educação Ciências e Letras da Universidade do Rio de Janeiro, que foi

reformulada em 1939 e denominada Faculdade de Filosofia Ciências e

Letras (FFCL), passando a ter uma seção específica para a pedagogia.

Com a revolução e evolução da sociedade pós-industrial a história e

rotina da humanidade começaram a modificar. As inovações tecnológicas

trouxeram grandes conflitos sociais. A mulher entrou no mercado de

trabalho e criou movimentos pela igualdade. O mercado passou a ser

liderado pelas grandes máquinas.

Todas essas transformações levaram a sociedade a criticar os meios de

alienação consumista, capitalista e o padrão educacional formatado pelos

governos.

Depois de grandes reformas educacionais, ainda vivemos numa

sociedade capitalista, porém voltada para a valorização do conhecimento e

do saber, na qual o recurso controlador não é só aquele voltado para o

capital, a terra ou a mão-de-obra, mas, sim, na capacidade, na qualidade e

na experiência dos indivíduos.

Isso significa que, se quisermos formar uma sociedade crítica e

inovadora, teremos que mudar o modo de entender e de agir as relações

em todos os espaços escolares e não escolares.

É preciso, contudo, modificar profundamente a nossa postura em

relação à educação da sociedade ainda quando jovens na escola. Esta

preocupação de formar e aperfeiçoar os colaboradores é a diretriz chave

para a implantação da Pedagogia dentro das empresas. O intuito é levar às

organizações a estrutura competente e humana da Pedagogia, para

transformar os seus espaços tradicionais em lugares voltados para o

progresso saudável do desempenho dos colaboradores tanto nas

pequenas, quanto nas grandes empresas.

12

Portanto, a atuação do Pedagogo não fica restrita apenas aos espaços

escolares. Sua formação vai ao encontro às propostas empresariais, pois no

curso de formação profissional, ele agrega ao seu conhecimento conceitos e

vínculos com as diferentes áreas do saber social, emocional, econômico, e

político, como a Sociologia, Economia, Lingüística, Psicologia, História,

Tecnologias e Filosofia.

1.2- Perfil

Frente às mudanças econômicas, sociais e políticas do mundo atual, as

empresas perceberam que seu modelo de trabalho, antes voltado

basicamente para o trabalho mecânico e automatizado, mudou e que

precisava tomar outras rotas mais globalizadas e dinâmicas. Com isso, em

determinado momento histórico, as organizações empresariais passaram a

recrutar o Pedagogo para que seus interesses de mudanças fossem

atendidos. Sendo assim, O Pedagogo começou a ser chamado para atuar

nas empresas no final da década de 60, início de 70. Esse período foi muito

influenciado pela tecnocracia.

A concepção de educação que predominava trazia consigo a ideologia

desenvolvimentista, fundamentada nos princípios da Teoria do Capital

Humano, muito presente no cenário brasileiro, visando o aperfeiçoamento

do sistema industrial e econômico.

“A escola encontrava-se despreparada para oferecer

contribuições na profissionalização dos trabalhadores

para que atendessem as perspectivas de

desenvolvimento industrial. Sendo assim, buscaram-se

outros mecanismos situados fora da escola formal para

formar o trabalhador viável àquele momento. A formação

profissional passou a ter seu âmbito cada vez mais

definido no local de trabalho ou através de treinamentos

intensivos, coordenados por instituições ou pela própria

empresa” (URT; LINDQUIST, 2004, p.3).

13

Neste momento, o papel do Pedagogo consistia em atuar nos Centros

de Treinamento e voltou-se quase exclusivamente para a área de treinamento.

Ele era a pessoa que fazia o levantamento das necessidades, planejava,

ministrava os treinamentos, avaliava, e ainda conduzia alguns processos de

escolarização que ocorriam dentro da organização.

Segundo Mota (1987) para se apreender o surgimento de uma profissão

é necessário examinar o próprio movimento e evolução da sociedade,

identificando não somente as necessidades existentes, como também o seu

processo de criação e apropriação pelos agentes no interior da correlação de

forças de classes. Afirma, ainda, que além da questão técnica, o exercício

histórico de uma profissão é, sem dúvida, condicionado pelo uso de estratégias

face à limitação/possibilidade reais. Essas estratégias, na verdade, refletem a

presença de um tipo de consciência social dos agentes, qualificando o

exercício profissional, para além de uma mera questão de habilidades, como

um comportamento político, o que esclarece o projeto político a que está

necessariamente ligada a origem da profissão.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Mato Grosso do Sul,

em 2004, realizou uma pesquisa empírica que teve como referência dados

coletados através de estudo de caso em seis empresas na cidade de São

Paulo, das quais foram entrevistados Pedagogos e Gerentes de Recursos

Humanos. Foram 06 (seis) empresas no total das quais duas pertenciam ao

ramo da indústria, setores de alumínio e cosméticos; duas do comércio, setor

varejista e duas de serviços, setor bancário e de informação.

Estes mesmos pesquisadores apontaram que

“na década de 70 as mudanças do mercado de trabalho,

as inovações tecnológicas, os novos perfis de

trabalhador repercutiram muito na prática do Pedagogo

na empresa. Um fator significativo foi a suspensão da Lei

6297/75, em 12 de Abril de 1990, eliminando o apoio

financeiro do governo às empresas, o que enfraqueceu o

processo de treinamento nas organizações, e como

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conseqüência muitos centros de treinamento foram

desativados. As empresas que tinham um número

grande de Pedagogos passaram a ficar somente com o

Psicólogo e um Pedagogo. O Pedagogo, que antes se

envolvia em todo o processo de treinamento, passa a ser

o articulador, o que contrata e avalia a processo de

treinamento, mas seriam as mudanças nas formas de

organização do trabalho, que exigiram desse profissional

mudanças no seu perfil e prática.

Uma das Pedagogas entrevistadas sintetizou a

necessidade de transformação na prática do Pedagogo.”

(URT ; LINDQUIST, 2004, p.3).

Com o fracasso dos centros de treinamentos, as empresas tomaram

consciência de que o sucesso da produção não estava nas mãos e braços

dos funcionários, mas na capacidade intelectual e crítica dos mesmos. As

mudanças exigiram dos colaboradores uma grande habilidade de aprender

rapidamente e aplicar novos conceitos, quebrando vários paradigmas de

modelos mentais retrógradas, que agora, estão voltados para a gestão do

conhecimento e do capital intelectual.

Hoje o mercado mundial muda com grande velocidade devido às

constantes incertezas. Para lidar com elas, devemos gerar novos

conhecimentos. Conhecimento é uma mistura da experiência vivida, dos

valores, das informações contextuais e do discernimento que venham

proporcionar a uma pessoa, é uma estrutura para a avaliação e a

incorporação de novas experiências e informações. O conhecimento conduz

à ação e está nas trocas com outros indivíduos.

O Pedagogo irá atuar na produção, organização, disseminação e

gestão deste conhecimento, e, além disso, deve ter o domínio das

ferramentas de multimídias e redes sociais mais modernas que existem,

pois as pessoas já incorporaram tais ferramentas no seu cotidiano e,

também, podem ser usadas como veículo de informações e novas

15

metodologias para os cursos de formação continuada dos colaboradores,

um exemplo disso são as metodologias “e-learning”.

A atuação do Pedagogo Empresarial não se restringe apenas aos

projetos e às salas de RH. De fato, ele está diretamente ligado à qualidade

na aprendizagem, estímulo à inovação e conhecimento dos funcionários de

toda a empresa. Assim, logo que requisitado pelos gestores, ele poderá

desenvolver programas para o desenvolvimento das competências e

habilidades dos colaboradores, atuar nas Universidades Corporativas,

propagar práticas pedagógicas no ambiente corporativo, ministrar e

desenvolver cursos de formação continuada através de plataformas, fazer

a interface entre empresa e sociedade e, também, recrutar, selecionar e

promover campanhas sociais.

O Pedagogo é o mediador educacional da empresa, sua função é a

concretização da educação dentro dos processos empresariais de cada

momento e necessidades específicas. Sendo assim, é dentro do contexto

da empresa flexível e estratégica, dos programas de controle do processo

de trabalho, do modelo das competências e habilidades que o Pedagogo se

estrutura na empresa como um profissional que agrega valores, e

estabelece relações conjuntas com outros profissionais como o Psicólogo, o

Administrador, o Assistente Social, a equipe de Recursos Humanos. Ele

quem conduz a educação e formação do trabalhador dentro das

perspectivas empresariais atuais.

1.3-Habilidades e competências necessárias para o profissional da

Pedagogia Empresarial

Durante décadas, a empresa foi um cenário de controle e opressão.

Funcionários automatizados e acomodados no seu saber. Com o passar dos

anos, pesquisadores concluíram que a educação não deve ser um ato imediato

e imposto, e sim, um processo prazeroso e significativo, pois seria por toda

vida. Com este propósito que o cenário de aprendizagem e conhecimento tem

atraído o interesse de grandes empresas brasileiras.

16

Então, o que o Pedagogo Empresarial deve saber e fazer diante de

funcionários adultos já vividos e alocados as suas funções nas organizações?

Como resposta imediata, diríamos que os Pedagogos precisariam saber lidar

com as competências e habilidades dos colaboradores e saber interagir com

diferentes realidades e cultura organizacional da empresa.

Sob a lógica das competências, compete ao Pedagogo, uma série de

habilidades que estão de acordo com o meio educacional, pois é ele,

um dos profissionais de humanas que tem um know how (saber) que agrega

valor à instituição, mas o título não é o fundamental, e sim a postura, a atitude

e o novo perfil.

Na visão da empresa, o Pedagogo detém um saber que lhe é

interessante, pois é um saber ligado ao conhecimento do processo de

aprendizagem, de técnicas, de recursos, de formas para que o processo de

aprendizagem dentro da organização se dê da melhor forma possível. Hoje é

imprescindível para as organizações o controle do processo de informação e

conhecimento.

O colaborador, por sua vez, precisa estar apto para receber novas

aprendizagens e a lidar com as novas tecnologias, novo modelo

organizacional, e, principalmente, ter uma estrutura emocional que lhe dê

condições de suportar as incertezas, as exigências por metas e resultados, as

novas formas de relações, a instabilidade e o risco. Formar o trabalhador

crítico, flexível, dinâmico, criativo, que se envolva com os projetos da empresa,

que dê resultados, esse é o maior desafio empresarial.

O Pedagogo desempenha um papel importante enquanto facilitador e

agente provocador de mudança de mentalidade e de conhecimento. Ele é o

grande elo entre as teorias de aprendizagem e a mudança de comportamento e

visão estratégica.

Perrenoud (2000), grande teórico da atualidade, discorre sobre as

competências que um profissional da Educação deve ter e esclarece a

importância da formação continuada. Delineia um quadro com dez

competências, tal como um horizonte, para que os educadores, de maneira

ampla, possam refletir e orientar-se em sua prática reflexiva e pedagógica.

17

Competência, nesta última, refere-se à “capacidade de mobilizar diversos

recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações”. O referencial adotado

por Perrenoud (2000),associa cada competência principal às competências

mais específicas, que poderiam, por sua vez, ser ainda decompostas. Tais

competências, são fundamentais aos alunos no processo de aprendizagem.

Em síntese, cada competência bem desenvolvida gera a necessidade de

desenvolver outra. Usaremos tal teoria, nesta pesquisa, para citar algumas

competências ao Pedagogo em atuação na empresa.

Competências de referência do

educador*segundo Perrenoud

Competências do Pedagogo Empresarial

1- Organizar e dirigir situações de aprendizagem.

1- Organizar e dirigir situações de novas aprendizagens e conhecimento.

2- Administrar a progressão das aprendizagens.

2- Estimular os colaboradores às novas aprendizagens.

3- Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação.

3- Ter compreensão do processo histórico, social, administrativo e operacional da organização.

4- Envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho.

4- Zelar pelo bom relacionamento interpessoal

5- Trabalhar em equipe

5- Trabalhar em parceria com outros profissionais como Psicólogos, Administradores, Gestores e Recursos Humanos

6- Participar da administração da escola.

6- Planejar, organizar, liderar, monitorar e empreender

7- Informar e envolver os pais

7- Ter habilidade na busca de soluções relativos à gestão participativa.

8- Utilizar novas tecnologias

8- Manter-se atualizado com as multimídias e tecnologias contemporâneas.

9- Enfrentar os deveres e 9- Flexibilidade em suas

18

Os principais verbos usados para expressar o que é competência são: ter,

organizar, planejar, os quais dão idéia de movimento. Isso significa que a

competência está relacionada um potencial de intervenção que pode se

os dilemas éticos da profissão.

ações. Ter preparo para administrar conflitos.

10- Administrar sua própria formação contínua.

10-Administrar sua própria formação contínua, mantendo-se atualizado às mudanças de mercado.

19

manifestar no contexto real, em busca de potencialidade de ação. Acontece

quando o indivíduo mostra-se competente quando demonstra a mobilização

dos saberes apreendidos e aprendidos com autonomia para aplicar em

situações concretas.

A noção de competência está associada ao desempenho profissional,

que exige do funcionário não só saber fazer bem as suas atividades, como

saber ser um bom profissional. Portanto, torna-se necessário na função do

Pedagogo, mudar a organização do trabalho; dar autonomia aos funcionários e

criar um ambiente favorável para o desenvolvimento da criatividade e da

responsabilidade.

1.4- Função Social

Toda empresa por lidar diretamente com seus clientes deveria possuir

um caráter de bem e fazer social. De início pensam somente no lucro. Porém,

atualmente, vimos que para manter e aumentar o lucro se faz necessário

apresentar uma estrutura sólida e humanizada tanto para os colaboradores

quanto para seus clientes. Sistemas de fidelizações são cada vez mais

implantados pelas empresas. Fidelizar é propor garantias na qualidade, no

atendimento e no produto.

É neste viés que encadearemos nosso pensar em uma empresa

“humanizada” que não está mais interessada em treinar robôs, em músculos,

mas no conhecimento, nas relações interpessoais, nos pensamentos, na

qualidade de vida do trabalhador.

Valorizar seu trabalhador é ter a certeza de que ele será também um

grande parceiro na busca pelo sucesso no mercado. Além das atividades de

bem-estar interno da empresa, o Pedagogo também visa propor situações de

envolvimento com a comunidade. São os projetos sociais junto às ONGs.

20

CAPÍTULO 2- A IMPORTÂNCIA DO PEDAGOGO NAS

ORGANIZAÇÕES

2.1- Ética e cultura organizacional

O estudo da ética está voltado para a responsabilidade dos indivíduos

por aquilo que fazem, considerando os possíveis impactos de seus atos e

decisões para o bem da sociedade.

Dada a necessidade de delimitar as formas de atuação de seus

colaboradores e parceiros, as empresas vêm procurando elaborar códigos

de conduta. No Brasil estes códigos começaram a tomar espaço na década

de 90. Estes códigos valorizam as condutas corretas e a tentativa de

reprimir ações ilícitas e comportamentos danosos que possam dificultar o

relacionamento interpessoal com os diferentes públicos e modelos mentais.

O objetivo não é punir, mas criar um espaço consciente e crítico entre as

pessoas, onde o equilíbrio, a harmonia e a liberdade de expressão possam

contribuir para o futuro e sucesso da empresa.

A existência do código de ética evita que os julgamentos subjetivos

deturpem, impeçam ou restrinjam a aplicação dos princípios. De maneira

geral, eles criam normas para a boa convivência nas relações de

trabalho.Uma vez que criado, torna-se necessário a fiscalização para o seu

cumprimento.

Uma organização que cria um clima transparente, de confiança e

respeito mútuo, possui recurso valioso para gerar credibilidade interna e

externa. É vantajoso para as organizações ser considerada ética, pois tal

reputação produz um efeito positivo sobre seus clientes.

Em toda empresa, a diversidade de público é enorme. Cada um já

possui um modelo mental estabelecido, com seus princípios e valores, mas

que precisam se adaptar à cultura organizacional da empresa. Cultura

organizacional é um sistema de significados compartilhados, mantidos pelos

membros de uma organização. É o que diferem de outras empresas, são

21

suas peculiaridades quanto projetos, valores, crenças, ideologias, hábitos e

costumes internos.

A essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira como

ela faz seus negócios, a maneira como ela trata seus clientes e

funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas

unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários

com relação à empresa. A cultura organizacional representa as visões dos

dirigentes e funcionários da organização e reflete a mentalidade que

predomina na organização.

Segundo Kissil (1998), para que a organização possa sobreviver e se

desenvolver, para que existam revitalização e inovação, deve-se mudar a

cultura organizacional. Esse conceito responde plenamente esta questão,

onde o Autor sugere que a revitalização e a inovação são fatores

importantes para as empresas, e de certo modo só se consegue isso

mudando a cultura da organização.

Só existem duas maneiras de mudar a cultura de uma organização:

mudando as pessoas ou mudando de pessoas. Porém existem algumas

ferramentas, citadas pelo Portal RH (2010), que ajudam na mudança desta

cultura.

-A Clareza de objetivos, os valores e os princípios: neste caso, a empresa

tem seus próprios objetivos definidos, formalmente estabelecidos e

orientados para médio e longo prazo. Para ter êxito, a empresa deve fazer

com que todos os funcionários tenham acesso aos seus objetivos, ter

definidos os valores e princípios, sendo relembrados periodicamente (Ex.

reunião mensal), isso auxilia no processo de mudança e seu retorno pode

ser de médio prazo, caso bem divulgado e aplicado.

-Imagem de produtos e serviços: o grau em que os vários públicos (internos

e externos) percebem a qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Não

é suficiente que só o cliente externo tenha percepção da empresa, mas

também os funcionários, a "venda" interna é muito importante, divulgação

22

de projetos que estão sendo executados, conquistas, detalhes sobre a

qualidade de seus produtos e serviços, devem ser do conhecimento dos

clientes internos e externos, fazendo com que o funcionário tenha orgulho

do seu trabalho. Seu resultado na mudança pode ser notado no longo

prazo. Deve ser também ser trabalhado constantemente, para manter os

funcionários informados.

-Integração e comunicação: Onde a estrutura da organização permite a

comunicação interna entre os diversos níveis de forma simples e aberta.

Tendo também a colaboração e parceria como meio existente como auxílio

mútuo, sendo tanto internamente (funcionários) quanto externamente

(fornecedores). A comunicação flexível, entre subordinados e gestores,

caso a empresa for muito fechada se dará num período de longo prazo,

porém sendo um pouco mais flexível, se dará no curto ou médio prazo. A

política de "portas abertas" deve ser incentivada pelos gestores até se

tornar comum na organização.

-Abertura a novas idéias: Grau em que a empresa é dinâmica, está atenta

às mudanças, tem senso de oportunidade, estabelece objetivos arrojados, é

líder de tendências e cria um ambiente motivador. Nesse ambiente a

empresa valoriza e incentiva as novas idéias de seus colaboradores.

Podem ser feitos incentivos financeiros como premiações por economia na

mudança de algum processo, criar uma caixa de sugestões, ter reuniões

periódicas entre setores na busca de melhorias, criar um grupo de melhoria,

etc. Depende muito da comunicação, ela deve ser aberta a ponto do

funcionário ter a ousadia de expor e criar novos métodos e procedimentos.

É um trabalho que pode trazer resultados no curto, médio, ou longo prazo.

-Desempenho profissional: O trabalho é estimulante para os funcionários e

oferece desafios profissionais, possibilidade de crescimento e valorização

pessoal. A própria prática de idéias faz com que o profissional sinta-se mais

valorizando, pode-se também fazer rodízios, onde o funcionário deixa de

23

ser um especialista numa função e começa a ter conhecimento de outras

atividades, ajudando no entendimento do todo do processo e seu objetivo

final. A construção de um plano de carreira também é importante, mas

certamente é mais viável em empresas de grande porte. Seus resultados

são médio a longo prazo.

-Aprendizado: A empresa estimula e proporciona oportunidade de

desenvolvimento profissional para os funcionários. A empresa não passa da

fase de apenas cobrar qualificação do quadro funcional, mas passa a

incentivar. Pode-se fazer isso com cursos internos, auxílio financeiro nos

estudos (faculdade, curso de línguas, cursos profissionalizantes específicos,

etc.). Pode ser implantado com divulgação de uma nova política de

valorização dos funcionários incentivando aos estudos, tem um reflexo

muito bom, e seus resultados podem ser de curto prazo.

-Critérios para recrutamento, seleção, promoção de empregados. Os tipos

de pessoas que são contratadas e os que têm sucesso são aqueles que

aceitam e comportam-se de acordo com os valores da organização. É

fundamental não ter o favoritismo de algumas pessoas, onde o caráter

paternalista, pode ser visto muito fortemente em empresas familiares

acontecer tornando a organização desacreditada internamente. Aplica-se

com um recrutamento e seleção feita por profissionais qualificados, onde

são buscados profissionais que se encaixam com o perfil da vaga e os

objetivos da organização. Seu retorno é de longo prazo.

É importante, porém, ressaltar que antes de qualquer atitude deve-se

primeiramente fazer um diagnóstico da atual cultura da organização, para

poder assim fazer um plano de ação e finalmente executar e controlá-lo.

2.2- Gestão do conhecimento

O ambiente de trabalho atual passou a ser uma dinâmica de saberes e

competências. As empresas buscam as pessoas que saibam explorar esse

24

contexto desenvolvendo constantemente as práticas construtivas do

diferencial competitivo e dedutivo.

O mundo empresarial mudou e foi facilitado pelas tecnologias de

informação e comunicação (TICs) que se aliaram aos processos produtivos

e as redes sociais e técnicas. Muitas pesquisas da FGV mostram que o

conhecimento não se encontra mais fixo e incorporado no processo

produtivo. Está em constante transformação e nas cabeças dos

funcionários. Segundo Rocha-Pinto, Pereira, Coutinho e Johann(2007),

“este cenário vem evidenciando a necessidade de investimento em gestão

do conhecimento, caso as empresas queiram manter-se no mercado”. Tais

mudanças impactam, consideravelmente, nos processos de treinamento,

formação dos funcionários e na mudança de perfil dos gestores e

colaboradores.

Com a prática e rotina do dia-a-dia, observamos que a produção de

conhecimento aumenta em tempo cada vez menor. Assim, o conhecimento

que já temos tende a ficar obsoleto mais rapidamente. As pessoas precisam

aprender mais em menos tempo. O maior tempo disponibilizado tem sido

aprender e ensinar. A aprendizagem torna-se um processo contínuo e

fundamental para os indivíduos que buscam novos desafios.

O local de aprender modificou-se. As entidades responsáveis pela

capacitação e certificação de competências, até então desempenhadas

pelas instituições de ensino tradicionais como escolas e universidades,

passam também a ser exercidas pelas próprias organizações. Ao invés de

levar os funcionários às escolas e universidades, as empresam optam por

trazer estes especialistas até o local de trabalho. Atribuem esta mudança à

real necessidade de ajuste à empresa. O funcionário vai aprender aquilo

que realmente fará diferença no seu aprendizado. A formação passa a ser

voltada para a melhoria dos pontos fracos em específico. O conhecimento

passa a ser mais significativo e útil.

As pessoas estão cada vez menos construindo conhecimentos e sim

transformando-os. Com a velocidade das informações nas redes virtuais, as

pessoas buscam o que já está pronto. Porém, correm o risco de reproduzir

25

algo que ele mesmo poderia criar. A competência de inovar deixa de ser

trabalhada. Com as facilidades tecnológicas não precisamos sair de casa

para pesquisar, basta clicar, selecionar e conhecer. O conhecimento

ganhou tempo útil. O que eu sei hoje, amanhã já modificou.

Para desenvolver o novo perfil e os novos conhecimentos, as empresas

precisam elaborar uma metodologia de gestão de conhecimentos que

privilegie desenvolvimento de atitudes, posturas e habilidades alinhadas

com o movimento estratégico e investir nos programas de treinamentos e

desenvolvimento, como conceitos de educação corporativa e modelos

aplicativos como a universidade corporativa.

A gestão do conhecimento volta-se para o capital intelectual disponível

na empresa. Como objetivos primordiais, a gestão do conhecimento,

segundo Rocha-Pinto, Pereira, Coutinho e Johann (2007, p 98):

“busca reter e transferir conhecimentos, ao passo que a

gestão de ativo intelectual baseia-se na propriedade e na

guarda de conhecimento, para agregar valor para a

organização, o que a demanda mudança em grande

escala de postura e atitude dos funcionários”

Portanto, a gestão do conhecimento, está relacionada ao processo de

aprendizagem e implica na estrutura e união de processos como a aquisição,

desenvolvimento, disseminação e construção de memória em um

desenvolvimento coletivo.

26

2.3- Formação de equipes multiculturais

Antes de falar de equipes é preciso entender como se dá a formação

dos grupos. Um grupo é uma reunião de pessoas com um ou mais objetivos

comuns e que se percebem como seus integrantes. Podem sofrer

influências de três fatores: o ambiente, o próprio grupo e o indivíduo. Em

primeiro lugar, o grupo é influenciado pelo ambiente que se formou ou que

atua. O tipo de organização, as estratégias, as facilidades ou dificuldades

irão afetar positiva ou negativamente o grupo. Outras influências são as

decisões gerenciais que determinam sua formação, modificação ou

exteinção, dentro de qualquer estrutura formal. Por outro lado, todo

ambiente apresenta ameaças e oportunidades que podem afetar a coesão

do grupo e os sentimentos de seus membros.

Em segundo lugar, o grupo recebe influências de si próprio através de

seus valores, crenças e habilidades.

Em terceiro, temos o indivíduo com o seu conjunto característico de

personalidade, conhecimentos, experiências, os quais, combinados aos

outros contribui para que o grupo tenha uma identidade e desempenho

específico.

A cultura tem uma grande participação no clima organizacional da

empresa. Os valores culturais precisam ser aceitos pelos integrantes, senão

este poderá fragmentar-se em subgrupos que, ao longo do tempo, acabarão

por subdividir-se em subculturas. Assim, o fato de pertencer a determinados

grupos sociais, culturais, esportivos, religiosos tende a aproximar as

pessoas. O fortalecimento dos vínculos sócio-culturais podem comprometer

o desempenho quanto ajudar a vencer dificuldades e impulsionar para o

sucesso.

Todo grupo pode transformar-se em equipe quando passa a prestar

atenção à sua própria forma de operar e procura resolver os problemas que

aparecem no cotidiano empresarial. Um grupo que se desenvolve como

equipe incorpora as suas práticas as habilidades de diagnose e resolução

de problemas.

27

O trabalho em equipes multiculturais é um permanente processo de

experimentação, troca e, sobretudo, aprendizagem. São características de

equipes eficazes: gestão participativa, flexibilidade, canal aberto para a

comunicação, capacidade de ouvir, motivação, criatividade e crescimento

pessoal.

De fato, a convivência entre equipes contribui para a socialização e

aumenta a satisfação e autoconfiança dos colaboradores.

2.4- Processo Seletivo

A seleção de pessoas é uma espécie de filtro para que algumas pessoas

possam ingressar nas organizações, buscando o candidato mais adequado

para o cargo pretendido.

Segundo Chiavenato(1999, p 107)), “se não houvesse as diferenças

individuais e se todas as pessoas fossem iguais e reunissem as mesmas

condições, a seleção de pessoas seria desnecessária.” As diferenças entre

pessoas são muitas, o que levam a ter comportamentos e desempenhos

diferentes.

O processo seletivo baseia-se em dados e informações sobre o cargo

preenchido. As exigências dependem desses dados e informações que são

exigidas pelos gerentes e gestores das empresas. Muitas vezes, a seleção

representa um processo de comparação entre os perfis, valorizando as

competências e habilidades. Por um lado temos o cargo a ser preenchido

e, do outro, os candidatos.

A seleção é responsabilidade da equipe de Recursos Humanos, porém,

a decisão do futuro colaborador, cabe ao gerente ou ao gestor. Antes, a

comparação é quase sempre uma função de staff, que deve contar com

especialistas para aprovar ou rejeitar o candidato. Só depois de reunir os

candidatos aprovados que eles são encaminhados aos tomadores de

28

decisão. Em algumas empresas estes gerentes e gestores fazem questão

de estar presente em todo o processo.

Para cada necessidade, existe um modo de selecionar. É função do

Pedagogo, verificar os currículos e arquivos de candidatos, fazer entrevistas

de triagem, desenvolver técnicas, preparar, treinar e assessorar os gerentes

nas técnicas de entrevistar. Os testes psicométricos e de personalidade são

de responsabilidade dos Psicólogos.

As técnicas de seleção permitem ao Pedagogo, maiores informações

sobre as características individuais dos candidatos. A entrevista é uma das

principais e a mais usada como técnica para ter o contato face a face com

o candidato, pois proporciona a comunicação e interação direta, além de

focalizar o candidato como pessoa e avaliar as suas reações e emoções.

Existem vários tipos de entrevistas, podendo ser usadas na triagem

inicial dos candidatos, como entrevista pessoal inicial na seleção, entrevista

técnica para avaliar conhecimentos técnicos e especializados, entrevista de

avaliação de desempenho e entrevista de desligamento.

Com o avanço da tecnologia e a rapidez das informações, hoje,

podemos realizar entrevistas de triagem e seleção através de mídias em

tempo real, como videoconferências, MSN e outros.

É importante que o entrevistador esteja preparado, deve evitar

improvisos, pois uma boa empresa sempre tem um bom direcionamento

além de acolher e receber bem os seus candidatos.

Chiavenato (1999), sugere alguns cuidados preliminares para melhorar a

eficiências na hora das entrevistas.

• Identificar e planejar antecipadamente a entrevista. Ler a descrição e

especificações do cargo.

• Criar um clima de atenção e agradabilidade à entrevista.

• Conduzir a entrevista orientando para objetivos. Ser objetivo.

• Evitar questões discriminatórias.

• Responder as questões feitas.

• Anotar todas as impressões e observações imediatamente após a

entrevista.

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Sabemos que o processo seletivo é uma etapa importantíssima para o

desenvolvimento da empresa. Precisamos ter tempo suficiente para coletar

as informações e conhecer este candidato antes de assumir o cargo. Após

a seleção é de costume oferecer uma ambientação ao novo funcionário.

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CAPÍTULO 3- REFLEXÕES SOBRE A PEDAGOGIA

EMPRESARIAL

No conjunto de transformações ocorridas até hoje no campo

empresarial, as mudanças políticas, tecnológicas, econômicas e sociais

contribuíram para uma estruturação organizacional mais participativa,

integrada, grupal, descentralizada, autônoma e flexível, propiciando as

inovações e o surgimento dos trabalhadores do conhecimento.

As empresas tradicionais diferem-se das novas organizações por

apresentarem propostas de desenvolvimento e treinamento de seus

colaboradores, valorizando e investindo nas habilidades e competências

profissionais.

A Pedagogia empresarial é um campo em permanente ebulição nas

empresas que tem como objetivo as mudanças nos processos de

aprendizagem dos colaboradores. Toda mudança começa por um trabalho de

autoconhecimento que depende da aprendizagem adquirida pelo indivíduo.

Assim, o processo de ensino-aprendizagem nas organizações é um fator

essencial para a inovação e perspectivas de mudança.

Estamos numa nova era veloz da informação, da tecnologia e do

conhecimento, onde os clientes estão cada vez mais exigentes e conectados

com o mundo pós- moderno. A empresa, por sua vez, buscam a inovação

como trunfo essencial à sua sobrevivência. Daí a importância de aspectos tais

como atitude de aprendizado, liderança, equipe, comunicação e

empreendedorismo na realização do trabalho.

O Pedagogo entra neste cenário de grandes estímulos para o

conhecimento e aprendizado dos funcionários. Na prática, as organizações

têm transferido mais poder para a base hierárquica, onde se concentram as

ações diretamente ligadas satisfação de clientes, como atendimento, cobrança

e assistência técnica. Com isso, a flexibilidade e a agilidade dos processos

organizacionais ganham mais força e os gestores começam a perceber que os

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resultados empresariais estão relacionados com a motivação e desempenho

dos colaboradores.

Para Senge (2009,p.106), todos os indivíduos precisam exercitar sempre

a mudança de mentalidade. Isso significa que quanto mais vivemos e

convivemos com as mudanças do mundo atual, mais estamos diante de novos

desafios. Hoje o pensamento sistêmico, aquele que valoriza o todo, é mais

necessário do que nunca, pois estamos mergulhados em tanta complexidade.

Para este autor, talvez estejamos vivendo um fato inusitado na história da

humanidade: o homem está criando muito mais informações do que ele pode

absorver, sugindo os colapsos sistêmicos, que são problemas de todos, como

aquecimento global, mudanças climáticas, poluição, etc.

A nossa postura como Pedagogos vai além da função objetiva de gerar

treinamentos, mas de oferecer subsídios para o desenvolvimento de uma nova

visão de mundo, fazendo a empresa enxergar o mundo com outros olhos.

Senge (2009, p 220), complementa esta visão quando diz o trabalho

com modelos mentais começa por virar o espelho para dentro; aprender a

desenterrar nossas imagens internas do mundo, a levá-las à superfície e

mantê-las sob rigorosa análise. Inclui também a capacidade de realizar

conversas ricas em aprendizados, que equilibrem indagação e argumentação,

em que as pessoas exponham de forma eficaz seus próprios pensamentos e

estejam abertas à influência dos outros.

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CONCLUSÃO

Esta pesquisa, como foi de caráter teórico-reflexivo, contribuirá

satisfatoriamente para o aumento da procura pelo Pedagogo nas

organizações e, também, apresentou um novo olhar que as empresas têm

tido em relação à atuação do mesmo como parceiro e colaborador eficiente

para as práticas pedagógicas internas. Este estudo sinalizou o compromisso

que o Pedagogo deve exercer para a formação dos colaboradors

empresariais.

Com o foco na totalidade e qualidade de serviços, o trabalho pedagógico

na empresa busca oferecer oportunidades para que a formação do ser humano

aconteça de forma global,ou seja, possibilitando a este profissional, uma visão

sistêmica voltada à gestão educacional, permitindo aos envolvidos na pesquisa

estarem atentos aos diversos aspectos do perfil profissional como: atuação

ético-profissional relativa à responsabilidade social para a construção de uma

sociedade solidária, justa e inclusiva; investigação de situações educativas que

ocorrem em ambientes não escolares; conhecimento e entendimento de

projetos educativos que considerem a diversidade e as inter-relações da

sociedade na esfera: cultural, científica, tecnológica, estética e ética que

ocorrem nas diferentes instituições não escolares.

Portanto, concluímos este estudo salientando a importância da

Pedagogia nas empresas por tratar de uma área sensível e que possui

profissionais que agregam à sua formação valores e competências especiais

para atuar com seres sociais. As características mais relevantes foram:

capacidade de flexibilidade em suas ações; conhecimento e experiências

relativos à gestão participativa; competência e habilidade na busca de soluções

para os impasses enfrentados, com compreensão do processo histórico, social,

administrativo e operacional em que está inserido; comprometimento e

envolvimento com o trabalho; ter preparo para administrar conflitos; zelar pelo

bom relacionamento interpessoal; gostar de trabalhar com pessoas;

comunicação eficaz; conhecimento de princípios de educação popular; ter

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competência e habilidade para planejar, organizar, liderar, monitorar,

empreender.

Ser Pedagogo Empresarial é estar à frente de uma liderança saudável e

humana, pois é o único que consegue reunir um grupo quantitativo de pessoas e

dispõe-se olhar as peculiaridades de cada indivíduo de forma diferenciada, levando-

o às novas aprendizagens e conhecimento.

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BIBLIOGRAFIA E WEBGRAFIA

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Disponível em: http://www.isafreire.pro.br Acesso em 9 março. 2010.

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MOTA, Ana Elizabete da. O feitiço da ajuda – As determinações do Serviço

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KISSIL, Marco; Gestão da Mudança Organizacional. Instituto para

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