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UNIVERSI DADE CA NDIDO MENDES – UCAM PÓS – GRA DUAÇÃO “LATU – SENSU” INSTITUTO A VE Z DO MESTRE A GEST ÃO PARA A QUALIDADE TOTAL M ETODOLO GIAS E ESTRATÉGIAS DE GEST ÃO PARA ESTABELECIMENTO DA VANTAGEM COMP ETITIVA NO S DIAS DE HOJE Por: Alexndra Alexandrino deOliveira Vasconcelos Orientador: Professor Jorge Tadeu V. Lourenço Rio de Janeiro 2006

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – UCAM PÓS – … ALEXANDRINO DE OLIVEIRA... · Ishikawa e Philip B. Crosby, muito embora outros tenham contribuído significativamente para a Gestão

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – UCAMPÓS – GRADUAÇÃO “LATU – SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A GESTÃO PARA A QUALIDADE TOTALMETODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE GESTÃO PARA

ESTABELECIMENTO DA VANTAGEM COMPETITIVA NOS DIAS DE HOJE

Por: Alexndra Alexandrino deOliveira Vasconcelos

Orientador:

Professor Jorge Tadeu V. Lourenço

Rio de Janeiro

2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – UCAMPÓS – GRADUAÇÃO “LATO – SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A GESTÃO PARA A QUALIDADE TOTALMETODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE GESTÃO PARA

ESTABELECIMENTO DA VANTAGEM COMPETITIVA NOS DIAS DE HOJE

Monografia apresentada à Universidade

Cândido Mendes – Instituto A Vez do

Mestre – como requisito parcial para a

obtenção de Grau de Especialista em

Gestão Estratégica.

Por: Alexandra A. de O. Vasconcelos

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de

melhoramento e aos meus pais, Celina e

Silvestre, por toda ajuda e amor com que

calçaram a minha caminhada até aqui.

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SUMÁRIO

RESUMO

METODOLOGIA

INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 6

CAPÍTULO 1 – A ORIGEM DA GESTÃO DE QUALIDADE TOTAL............................. 7

CAPÍTULO 2 – FILOSOFIA DA GESTÃO DE QUALIDADE TOTAL.......................... 10

CAPÍTULO 3 – A MELHORIA EM FUNÇÃO DA QUALIDADE ................................... 13

CAPÍTULO 4 – ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA GESTÃO DA QUALIDADE ........ 14

4.1 – Centralização no Cliente ............................................................................... 14

4.2 – Gestão de Processos .................................................................................... 15

4.3 – Melhoria Continuada ..................................................................................... 15

4.4 – Envolvimento de todas as Esferas da Organização ..................................... 16

4.5 – Objetivos de Qualidade ................................................................................. 16

CAPÍTULO 5 – A IMPLEMENTAÇÃO .......................................................................... 18

CAPÍTULO 6 – O CICLO DE MELHORIA DA QUALIDADE ....................................... 23

CAPÍTULO 7 – CONCLUSÃO....................................................................................... 28

7.1 – Vantagens na Implementação da Qualidade Total....................................... 28

7.2 – Qualidade Total – O Caminho a Seguir ........................................................ 29

BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................. 32

ÍNDICE ............................................................................................................................ 33

FOLHA DE AVALIAÇÃO ............................................................................................... 34

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RESUMO

O grande questionamento das organizações nos dias de hoje é como

atingir a sonhada vantagem competitiva que a sustentará no mercado e

proporcionará seu crescimento. É indiscutível que os novos padrões

tecnológicos surgidos no âmbito das empresas de todas as áreas deixaram de

constituir-se uma vantagem competitiva “estável e segura”, uma vez que as

inovações tecnológicas estão disponíveis e acessíveis a todos e são facilmente

reproduzidas sem maiores problemas. Se é verdade que elas ainda são as

“vedetes”, estabelecendo padrões em todas as áreas, também é verdade que a

vantagem competitiva advinda da tecnologia é fugaz e facilmente superável.

No mundo altamente competitivo e client focused como no que vivemos,

fez com que o foco da competição entre as organizações fosse alterado,

surgindo a implementação da Gestão da Qualidade Total como novo diferencial

entre as organizações e responsável, em muitos casos, pelo estabelecimento

da vantagem competitiva.

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METODOLOGIA

Como metodologia para a preparação deste trabalho, foram realizados

estudos sobre a bibliografia existente a cerca do tema que definiram e definem

as bases dos sistemas de qualidade aplicados nos dias de hoje, assim como as

tendências atuais de gerenciamento e perspectivas futuras da implementação

da qualidade total nas empresas.

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INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, com a evolução do mercado, a carga de

complexidade aderida as suas necessidades e o acirramento da competição,

ocorreu o deslocamento do eixo principal do binômio produção–produto para o

binômio cliente–requisitos do cliente. Observamos a mudança do foco na

produção para o foco no cliente e suas necessidades. Em decorrência disto,

verificamos que hoje, não mais é suficiente ter-se o melhor produto ou a última

inovação tecnológica se isto não vier aliado à satisfação das necessidades do

cliente por completo. O mercado está cada vez mais exigente e a forma de

“seleção natural” das organizações já não se encontra direcionada ao produto,

mas no quão capaz a empresa é de atender às necessidades de seus clientes,

sejam eles internos ou externos.

Neste ambiente, surge a Gestão para a Qualidade Total como um

diferencial. Ela desempenha um papel preponderante na remodelação de

organizações em todo o mundo dentro da nova filosofia do mercado. A

Qualidade Total consiste, hoje, numa estratégia adulta de desenvolvimento

empresarial, que está a ser, ativamente, seguida em todos os setores da

economia global, por empresas que procuram tornar-se lucrativas, através da

satisfação do cliente.

Com o aumento da concorrência, maior informação e maior capacidade

de escolha por parte do consumidor, muitas destas empresas de serviços

compreenderam que, para alcançar a diferença aos olhos dos clientes e para

manter uma vantagem, realmente competitiva, necessitavam de ir além das

práticas e padrões existentes.

Buscamos demonstrar, então, como, através da implementação da

Gestão da Qualidade Total e aplicação de suas ferramentas pode tornar-se

uma vantagem para as organizações.

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CAPÍTULO 1 – A ORIGEM DA GESTÃO DE QUALIDADE TOTAL

Os princípios e práticas da Gestão da Qualidade Total (GQT ou TQM)

desenvolveram-se, nos últimos 20 anos, a partir das idéias e da experiência

empírica de empresas no Japão, EUA, Pacífico e Europa. Desde os primeiros

dias da década de 50, em que as figuras do Dr. W. Edward Deming e de

Joseph M. Juran pregaram pela primeira vez a Qualidade aos líderes

empresariais Japoneses, a Qualidade Total desenvolveu-se e amadureceu,

transformando-se numa filosofia empresarial prática. Ela desempenha um

papel preponderante na remodelação de organizações em todo o mundo, no

oriente e no ocidente, na indústria e nos serviços no setor publico e privado.

São inúmeras e diversas as explicações para o "como" e "porquê" do

crescimento da Qualidade Total em tais proporções, contudo, há várias

matérias que são, normalmente, identificadas como sendo os pontos vitais.

Durante os anos 70 e 80 devido às significativas incursões que a

indústria Japonesa efetuou nos mercados dos EUA e Europa, as organizações

americanas envidaram esforços consideráveis para compreender o que

possibilitou estes avanços da concorrência. Após várias “descobertas”, quando

técnicas individuais (Círculos da Qualidade, Controle de Processo Estatístico e

Just in Time) eram arvoradas como segredo subjacente ao sucesso, houve

quem começasse a compreender, no seio das maiores empresas americanas,

que os enormes passos dados pelos Japoneses tinham como base um

afastamento radical das abordagens tradicionais da Qualidade, caracterizadas

por:

Apagar Incêndios A atividade mais importante é a que

vem em seguida

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8

Esta virada teve os seus princípios mais remotos nos setores da

eletrônica informática e indústria, nos EUA. Seguidamente, as oportunidades

de melhoria apresentadas pela Qualidade Total foram prontamente

reconhecidas pelas empresas do setor de serviços. Com o aumento da

concorrência, maior informação e maior capacidade de escolha por parte do

consumidor, muitas destas empresas de serviços compreenderam que, para

alcançar a diferença aos olhos dos clientes e para manter uma vantagem,

realmente competitiva, necessitavam de ir além das práticas e padrões

existentes.1

Este interesse, cada vez maior, na atenção ao cliente e "Assistência ao

cliente" conduziu à descoberta de que os pontos subjacentes eram paralelos

aos do setor industrial, e que o modo do raciocínio e técnicas relativas à

Qualidade Total ofereciam a possibilidade de uma maior e mais significativa

1 ISHIKAWA, K. Controle de Qualidade Total à Maneira Japonesa.Rio de Janeiro: Campus, 1993.

Orientação de Funções Barreiras entre departamentos

Recusa da posse de

problemasSíndrome "Não é problema meu"

Indefinição de classes da

Qualidade

Confusão relativamente aos

requisitos

Inevitabilidade de

deficiência

Porque a atividade empresarial é

extremamente complexa

Gestão autocrática Falta de capacidade

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9expansão. Este potencial foi posto em prática em muitas empresas do sector

dos serviços, incluindo companhias aéreas, bancos, companhias de seguros,

hotéis, serviços públicos, notários, aluguel de veículos, contabilidade, e mesmo

consultoria e gestão.

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CAPÍTULO 2 – FILOSOFIA DA GESTÃO DE QUALIDADE TOTAL

Não é possível definir a Gestão da Qualidade Total como um conceito

concreto. Ela deve ser entendida como um conjunto de regras abstratas,

projetando-se numa escola filosófica. Durante o século passado, várias foram

as doutrinas formuladas com o objetivo comum de atingir a Qualidade,

destacando-se as teorias de W. Edward Deming, Joseph M. Juran, Kaoru

Ishikawa e Philip B. Crosby, muito embora outros tenham contribuído

significativamente para a Gestão da Qualidade Total, tais como, Shingeo

Shingo, Genichi Taguchi e Armand V. Feigenbaum.

As filosofias da qualidade podem ser divididas em dois grupos, de

acordo com a sua orientação: centrada nas pessoas ou centrada na produção.

As filosofias de Deming e Ishikawa tendem a ser centradas nas pessoas,

enquanto as filosofias de Juran e Crosby tendem a dar mais ênfase à

produção. Independentemente da linha de pensamento, a satisfação do cliente,

sucesso empresarial e benefícios sociais são aspectos convergentes no que

diz respeito à finalidade da Gestão da Qualidade Total.

Abaixo, estão resumidos os principais pontos mais amplamente divulgados e

aceitos de cada uma das escolas:

Filosofias com Foco em Pessoas

W. Edward Deming (1990) Kaoru Ishikawa (1993)

Qualidade deixa de ser inibidora

de produtividade

Redução de custos em

decorrência da redução do re-

trabalho, rejeitados, etc.

Filosofia baseada no

desempenho pessoal, individual e

em grupos

Qualidade em primeiro plano e

não os lucros

Orientação para o Cliente

Estabelecer relação cliente–

fornecedor em termos internos

Utilizar métodos estatísticos –

apresentar fatos e dados;

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11

em grupos

Aposta na liderança, formação e

educação

Garantia de qualidade baseada

na cultura de empresa

14 pontos de Deming

Garantir a participação e

envolvimento de todos;

Desenvolveu o conceito de True

Quality e Substitute Quality;

Desenvolveu as sete ferramentas

básicas da Qualidade.

Filosofias com Foco na Produção

Joseph M. Juran (Juran apud

KOLARIK, W.J. 1995)

Philip B. Crosby (Crosby apud

KOLARIK, W.J. 1995)

Introduziu o conceito de que a

qualidade pode ser gerida

Filosofia voltada para atos de

gestão

Introduz fortemente conceito de

cliente e requisito para clientes

Trilogia: Quality Planning – Quality

Control – Quality Improvement

Define Qualidade como

conformidade com os requisitos

O sistema que garante a Qualidade

é a prevenção

O desempenho normal deve ser o

de Zero Defect

A medida da Qualidade é o preço

da não conformidade

É imprescindível o envolvimento da

gestão da Alta Administração

Procedimentos e medidas de

Qualidade garantem o domínio dos

custos (da Qualidade) e a

constante minimização dos

mesmos

Programa de 14 pontos para se

atingir Zero Defect e mantê-lo

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As filosofias de Qualidade centradas nas pessoas tendem a ter objetivos

muito abrangentes e a ser pouco definidas e estruturadas em comparação com

as filosofias centradas na produção. Por outro lado, as filosofias centradas na

produção exploram até à exaustão processos centrados na Qualidade e

medições de progresso, com a expectativa de, em curto prazo, se obterem

resultados palpáveis. A última filosofia tende a ser muito bem definida e

sistemática no que diz respeito à sua integração no local de trabalho.

Muitas companhias desenvolvem filosofias baseadas na conjunção de

ambas as correntes filosóficas, com foco nas pessoas e na produção.

Independentemente do objetivo principal, as pessoas e as suas capacidades

para definir e estabelecer Qualidade nos produtos e processos são o aspecto

central na transformação da Qualidade.

As filosofias de Qualidade encorajam a liderança respeitando o

propósito. Na maior parte dos casos, é necessário fazer uma "transformação

substancial" (nas palavras de Deming) ou "revolução" (nas palavras de

Ishikawa) para proporcionar tanto a liderança como a criatividade das pessoas

no local de trabalho. O pré-requisito para a transformação da Qualidade

consiste na definição e delineação dos objetivos concretos, que é função da

visão da liderança. Esta transformação depende de dois elementos: paixão

para criar experiência de Qualidade para ambos os clientes internos e externos

e persistência para manter a filosofia de Qualidade.

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CAPÍTULO 3 – A MELHORIA EM FUNÇÃO DA QUALIDADE

Não é fácil avançar com mudanças destinadas à melhoria. Empreender a

viagem para a Melhoria da Qualidade significa dar lugar à mudança de

comportamentos. Ao trabalhar numa idéia relacionada com melhoria, quer por

iniciativa individual, quer fazendo parte de um grupo, é importante ter

consciência de que o futuro sucesso das empresas só poderá ser atingido, se

todos os intervenientes se encontrarem capacitados no sentido de encontrarem

maneiras mais eficazes de satisfazer as necessidades do cliente, e fazê-lo

melhor do que a concorrência.

A Gestão da Qualidade Total proporciona a oportunidade de melhorar

aquilo que o rodeia. A sua implementação e cumprimento trazem, sem dúvida,

algumas preocupações. Contudo, esta experiência também poderá trazer muita

satisfação pessoal, assim como momentos agradáveis, ao longo do caminho.

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14CAPÍTULO 4 – ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA

GESTÃO DA QUALIDADE

A Qualidade Total consiste, hoje, numa estratégia adulta de

desenvolvimento empresarial, que está sendo ativamente seguida em todos os

setores da economia global, por empresas que procuram tornarem-se

lucrativas, através da satisfação do cliente.

Podemos pensar na Qualidade Total como uma “melhoria acelerada da

performance”, tanto em termos de percepção do cliente, acerca da Qualidade

do Serviço, como da rentabilidade do investimento e performance global da

empresa.

À medida que a experiência na Qualidade Total se foi desenvolvendo,

emergiu uma firme percepção em relação aos fundamentos necessários para

obtenção desta melhoria na performance.2 Estes poderão ser descritos nos

seguintes termos:

4.1 – Centralização no Cliente

A capacidade para oferecer produtos e serviços que vão ao encontro

das expectativas dos clientes, baseia-se no conhecimento e antecipação das

suas necessidades. Apenas quando todos na empresa compreendem o que a

cliente deseja e como poderão, enquanto indivíduos, contribuir para a

satisfação do cliente, poderá a organização esperar atingir o pretendido nível

global de uma performance de Qualidade.

Nas organizações de Qualidade Total, é reconhecido que o cliente só

será satisfeito, em última análise, se todos os aspectos do produto, ou serviço,

2 CAMPOS, Vicente Falconi. Gerência da Qualidade Total – Estratégia para Aumentar a Competitividade

da Empresa Brasileira, Belo Horizonte: Fundação Cristiano Ottoni, 1990.

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15estiverem corretos ou conformes. A idéia dos fornecedores e clientes internos é

utilizada para enfatizar o fato de que, para satisfazer o cliente final, todos

dentro da empresa, têm um cliente que necessita ser satisfeito. Em última

análise, o consumidor é sempre o juiz da Qualidade.

4.2 – Gestão de Processos

Os produtos e serviços exigidos pelos clientes são produzidos e

entregues por elementos vindos das diferentes partes da empresa. Estas várias

atividades individuais podem ser encaradas coletivamente, como um processo

que poderá ser concebido no sentido da obtenção da satisfação total do cliente.

As empresas de Qualidade Total reconhecem que este processo empresarial

básico necessita ser concebido, orientado e gerido para ir ao encontro das

expectativas do cliente, de modo lucrativo. Todas as barreiras para o

atingimento da performance são, sistematicamente, identificadas, analisadas e

derrubadas. Estas barreiras poderão apresentar-se em termos de divisões

funcionais arbitrárias entre pessoas, burocracia ou, simplesmente, métodos de

trabalho mal definidos.

4.3 – Melhoria Continuada

Consiste na idéia de que a perfeição no contexto empresarial é

impossível e de que o único objetivo com significado é a luta contínua para

melhorar algo que já foi atingido. O objetivo é fazer as coisas bem logo à

primeira e, depois, começar a melhorá-las. Os Japoneses utilizam a palavra

“Kaizen” para descrever esta abordagem em que todos na empresa estão

empenhados em conseguir, diariamente, pequenos progressos em cada

processo. Isto significa que, com o tempo, milhares de idéias para a melhoria, a

maioria delas motivadas pelo objetivo da satisfação do cliente, serão

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16incorporados no processo empresarial.

4.4 – Envolvimento de todas as Esferas da Organização

As organizações de Qualidade Total reconhecem que as pessoas que

estão, atualmente, desempenhando determinada função, se encontram em

posição privilegiada para saber o que acontece e como atingir, mais

eficientemente, as melhorias desejadas na performance. Esta percepção leva,

diretamente, à conclusão que todo o pessoal deve ter a confiança,

conhecimento e técnica necessários para traduzir este seu potencial em ação.

A mobilização implica a concessão de autoridade com base nos

conhecimentos, técnica e formação, à pessoa que se encontra em melhor

posição para proporcionar Qualidade ao cliente.

4.5 – Objetivos de Qualidade

A obtenção de Qualidade Total é um compromisso, em longo prazo,

para qualquer empresa. O papel dos objetivos com significado, e que

constituam um desafio em termos de progresso, é vital para o processo de

definição de uma nítida percepção das prioridades relativas à ação e para o

reconhecimento do sucesso. O estabelecimento e a comunicação dos objetivos

de melhoria de qualidade, ligados ao plano empresarial, proporcionam um foco

de motivação poderoso que está aberto a todos, estabelece um mecanismo

para a auto-gestão e uma plataforma para o reconhecimento do sucesso

individual e em equipe.

O poder dos cinco fundamentos acima apresentados, enquanto

potencialmente válidos, em si, para a organização, é desbloqueado através de

uma liderança empenhada, que constitui a dinâmica transformadora destas

idéias de senso comum numa estratégia empresarial.

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17A liderança, ou a falta dela, é muitas vezes um dos maiores obstáculos à

transformação para a qualidade. Só o total empenho e envolvimento de toda a

organização, começando pela Alta Administração, pode garantir o sucesso da

implementação da qualidade na empresa, pois é necessário ganhar o apoio e

empenho de toda a força de trabalho. Geralmente a atitude dos funcionários é

determinada pelo que eles pensam que a gestão espera deles. Então, é

essencial que a gestão defina clara e objetivamente os objetivos em relação à

qualidade.3

3 AQUILANO, F.J., JACOBS, F.R. Production and Operations Management, Manufacturing and

Services. New York: McGraw-Hill, 1998.

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CAPÍTULO 5 – A IMPLEMENTAÇÃO

Com referência à implementação, é preciso primeiro reconhecer que

este é um trabalho constante e incessante dento da Gestão de Qualidade,pois

este, na maior parte das vezes, se confunde com a aplicação de todos os

processos de acordo com os princípios de Qualidade na forma adotada pela

organização para o atingimento de seus objetivos estratégicos.

Para que os objetivos sejam definidos claramente e sejam

verdadeiramente aplicados estrategicamente na organização e todos os

colaboradores, desde a Alta Administração, reconheçam seu papel e saibam o

que se espera deles é necessário que o trabalho de implementação se inicie

nas bases. Inicialmente, deve ter lugar toda uma avaliação e mapeamento dos

processos existentes e o entendimento de “onde” e “como” cada um desses

processos contribui para o atingimento dos objetivos da organização e de que

forma eles estão sendo executados. A partir desta análise, ocorrerá a

“positivização” dos processos de forma que, a partir das competências

individuais mapeadas juntamente com os processos, a organização reconheça

suas necessidades, trabalhe sobre elas e desenvolva suas próprias

competências, gerando o padrão de qualidade da organização. Após a

reconstrução do modus operandi existente, a implementação de processos

mais dinâmicos e melhorados e a identificação e consolidação do padrão de

qualidade, será reconhecida, então, a necessidade de re-avaliação constante e

melhorias.

Uma boa implementação da GQT inclui, fomentar o envolvimento e

iniciativa dos funcionários, trabalho de equipe e planejamento para a qualidade,

associado com técnicas e ferramentas de resolução de problemas, indicadores

de performance, e análise sistemática quer dos produtos quer dos processos.

Além disso, tem como objetivo desenvolver um ambiente de trabalho (que

compreende não só a organização, como também seus fornecedores e vende–

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19dores), que encoraja e desafia as pessoas para aprender, cooperar e explorar

todo o seu potencial, em busca da satisfação dos consumidores externos e

internos.

Tipicamente, um processo de Gestão da Qualidade Total é composto

pelas seguintes fases:

a) Planejamento – A Alta Administração decide aderir à Qualidade

Total, e começa por definir a missão, objetivos e depois definir um

plano de ação;

b) Compreensão dos consumidores – Ouvir as suas necessidades e

os seus requisitos dos produtos e serviços;

c) Determinação dos custos da não-qualidade – Determinar os custos

conseqüentes da falta de Qualidade quer dos produtos quer dos

processos;

d) Formação e Comunicação – Dar formação aos funcionários e

comunicar a nova cultura empresarial;

e) Medição do desempenho – estabelecer indicadores de desempenho

para avaliar a satisfação dos clientes (internos e externos), os

resultados operacionais e aferir a diminuição dos desperdícios;

f) Prevenção e melhoria – Melhorar os processos e evitar erros

eliminando-os na fonte;

g) Reconhecimento – Recompensar os funcionários atribuindo prêmios

de desempenho e prêmios de qualidade.4

Para além de todas as filosofias e teorias acerca da implementação da

Qualidade Total, existem também métodos, ou ferramentas, para a

implementação prática da Qualidade nas empresas. Elas representam um

papel de grande importância na implementação da Qualidade em quanto parte

do processo de GQT. Existem várias ferramentas, dependendo um pouco da

4 MUNRO-FAURE, Lesley & Malcom. Implementing Total Quality Management. London: Pitman

Publishing (Finacial Times), 1993.

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20filosofia que se aplica, mas é possível reunir um conjunto delas, que são

comuns a todas as filosofias. Abaixo, detalhamos brevemente as ferramentas

básicas da Qualidade:

a) Folhas de Registro – As folhas de registro funcionam como uma

maneira dos operadores registrarem, por exemplo as causas da parada

de determinadas máquinas ou a falha em determinada parte do

processo de prestação de serviço e o nº de vezes que isso aconteceu.

Torna-se assim fácil a recolhimento e arquivamento dos registros, sua

leitura e a consolidação dos dados para sua aplicação na melhoria

continuada.

b) Diagramas de Pareto – Através dos diagramas de Pareto podemos

hierarquizar os problemas pelo seu grau de importância e assim

saberemos quais os poucos problemas que são responsáveis por 80%

das ocorrências da não-qualidade.

c) Diagrama de Concentração de Defeitos – A este diagrama está

associado a rapidez de registro e temos acesso a uma informação

"espacial", ou seja, podemos ver no produto ou serviço onde é que estão

as ocorrências da não-qualidade.

d) Brainstorming ("tempestade-cerebral") – Brainstroming é uma técnica

para a produção de idéias, sua avaliação e seleção. Este método tem

várias fases. Inicia-se por pedir aos participantes que dêem idéias sobre

o problema, sejam elas de quais tipos forem, interessantes, óbvias,

absurdas, etc. Muitas vezes idéias geram idéias. Todos participam e

todas as idéias ficam registradas para serem avaliadas e selecionadas

conforme a melhor capacidade de cada uma em atingir o objetivo

pretendido.

e) Diagrama Causa-Efeito – O diagrama é a representação gráfica das

relações entre uma característica da qualidade (efeito) e o fator que

contribui para tal (causa), e tem como objetivo encontrar potenciais

fatores (causas) para um efeito crítico.

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f) Diagrama de Correlação – Este diagrama é a representação gráfica do

grau de influência que uma causa tem no efeito, e tem como objetivo

determinar as relações de causa e efeito entre diversos resultados, e

visualizar padrões lógicos entre eles;

g) Histogramas – Não são mais que a representação gráfica dos dados.

Através dos histogramas pode-se identificar a existência de um modelo,

ou de uma tendência;

h) Cartas de controle ou Observações – As cartas de controle ou

observações permitem detectar não conformidades antes delas

acontecerem, e também analisar o processo em tempo real.5

Porém, além destas existem ainda outras ferramentas que ajudam quer

à implementação da Qualidade nos produtos e processos, quer na tomada de

decisões estratégicas e de posicionamento por parte da gestão da empresa.

Como exemplo de uma política empresarial definida pela Alta

Administração, orientada para a Qualidade Total e para o cliente, temos a

Daimler-Chrysler do Brasil. (2006)

Na Daimler-Chrysler do Brasil as ferramentas de padronização auxiliam

na gestão de políticas, projetos, diretrizes e rotinas para que o trabalho seja

realizado sempre de forma organizada e eficaz. O desdobramento dos Planos

de ação, bem como a evolução das metas a serem atingidas são

acompanhadas através do Sistema de Gestão à Vista, que utiliza o método de

gerenciamento de melhorias (Plan – Do – Check – Act ou PDCA) que veremos

mais adiante.

Os objetivos estratégicos da empresa incluem oferecer novos produtos

com alto nível de competitividade em custo e qualidade, atender às

necessidades dos clientes e manter uma forte posição no mercado, trabalhar

5 KOLARIK, W.J. Creating Quality, Concepts, Systems, Strategies and Tools. New York: McGraw-Hill,

1995.

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22com fornecedores que são referência em qualidade e custo, ser uma empresa

com excelência nos processos internos e ter colaboradores motivados e ser

uma excelente empresa para se trabalhar.

A partir da análise de sua missão e objetivos, vemos que a empresa fez

da qualidade um de seus objetivos estratégicos para ser líder no seu

segmento.

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CAPÍTULO 6 – O CICLO DE MELHORIA DA QUALIDADE

Um dos aspectos fundamentais de todo o processo consiste em criar

uma abordagem sistemática de resolução de problemas para a introdução de

Qualidade.

Para se conseguir efetivamente a vantagem competitiva, ser bem

sucedido na melhoria da Qualidade deverá significar mais do que, apenas, uma

série de serviços rápidos para os clientes. Deverá tornar-se um hábito e uma

filosofia de vida, para todos dentro da empresa, simplesmente, "o modo como

se faz".

O ciclo de Melhoria da Qualidade oferece uma estrutura para

implementação das iniciativas de Melhoria da Qualidade. Estas são

constituídas a partir do hábito de uma abordagem sistemática do 'Processo de

Gestão', baseada nos cinco fundamentos da Qualidade Total anteriormente

discutidos.

Neste capítulo, a metodologia do ciclo de Melhoria da Qualidade Total é

explicada e relacionada com os vários 'Instrumentos e Técnicas' para a

melhoria da Qualidade, que poderão ser utilizados no sentido de assegurar

verdadeiros passos em frente para a satisfação do cliente e do pessoal, e para

a obtenção de lucro.

O esquema abaixo ilustra o modo como as etapas do ciclo de melhoria

da Qualidade constituem um caminho prático no sentido da consolidação dos

cinco fundamentos em qualquer atividade de melhoria da Qualidade.

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24

Fonte: Daimer-Chrysler, 2006

Hoje em dia é crucial analisar as informações e as idéias dos clientes

bem como todos os processos e procedimentos, e as ferramentas da Gestão

da Qualidade e auxiliam, não só à implementação da Qualidade nos produtos e

processos como também na tomada de decisões estratégicas e de

posicionamento por parte da gestão da empresa.

Na Tabela abaixo se pode observar o ciclo de Melhoria da Qualidade,

descrevendo os Instrumentos e Técnicas Chave utilizados nas diferentes

etapas.6

O ciclo de Melhoria da Qualidade oferece uma estrutura, dentro da qual poderá

ser planejado e orientado o progresso de projetos individuais. Poderá, também,

ser utilizado como 'Mapa de Estrada' nas etapas críticas do projeto, ajudando a

decidir o que fazer a seguir. Quando estiver trabalhando com o ciclo de

Melhoria da Qualidade, utilize-o como orientação, que poderá incentivar e

6 KOLARIK, W.J. Creating Quality, Concepts, Systems, Strategies and Tools. New York: McGraw-Hill,

1995.

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25centralizar o debate, mas não tente segui-lo de modo rigoroso, nem dogmático.

Poderão existir ocasiões em que fará sentido realizar as tarefas segundo uma

ordem diferente, ou incluir etapas extras, ou simplesmente, ignorar

determinadas etapas. A utilização do ciclo de Melhoria da Qualidade como um

ponto de partida para o debate sobre o planejamento de projetos permitirá que

toda a equipe participe nos processos de resolução de problemas e de tomada

de decisões, com base numa plataforma de entendimento comum. Cria-se,

assim, uma oportunidade que convida à contribuição de todos os pontos de

vista.7

7 DE TORO, Tenner. Three Steps for Quality Improvement. PFE Editions, 1991.

Ciclo de Melhoria

Análise de Preocupações

Lista de Preocupações

Clarificação de Preocupações

Definição de Prioridades

Processo de Identificação

Instrumentos e Técnicas

Centralização do Cliente

BrainstormingAnálise da Cadeia de

Fornecedor e ClienteBenchmarking CompetitivoDefinição de StandardsEntrevistasReuniõesDiagramas de Causa e

EfeitoFolhas de VerificaçãoHistogramasGráficosAnálise de ParetoTabela de Definição de

Prioridades

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Ciclo de Melhoria Instrumentos e Técnicas

Resolução de Problemas

Exposição do Problema

Dimensões do Problema

Dimensões Comparativas

Diferenças / Alterações

Avaliação dos Fatos

Possíveis Causas

Verificação

Processos Geridos

Análise da Cadeia de Fornecedores e Clientes

Benchmarking CompetitivoEntrevistasReuniõesFolhas de VerificaçãoHistogramasGráficosBrainstormingAnálise do ProcessoDiagramas de Causa e

feitoMapas de FluxoPlanejamentoDefinição de Standards

Ciclo de Melhoria Instrumentos e Técnicas

Tomada de Decisões

Exposições das DecisõesEstabelecimento de

ObjetivosClassificação de ObjetivosAvaliação dos ObjetivosCriação de AlternativasSeleção de AlternativasAvaliação de AlternativasCálculo do ValorOpção ExperimentalAvaliação dos RiscosDecisão Final

Melhoria Continuada

ReuniõesAnálise da Cadeia

Fornecedor ClienteEntrevistasBrainstormingBenchmarking CompetitivoFolhas de VerificaçãoHistogramasGráficos

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Ciclo de Melhoria Instrumentos e Técnicas

Prevenção de Problemas

Exposições do PlanoEtapas ComponentesSeqüência das EtapasDefinição de Limites

TemporaisDefinição de

ResponsabilidadesEtapas CríticasPotenciais ProblemasAvaliação das AmeaçasCausas prováveisAvaliação de

ProbabilidadesAção PreventivaAção ContingentePlano Mestre

Envolvimento

BrainstormingAnálise da Cadeia

Fornecedor ClienteBenchmarking CompetitivoEntrevistasReuniõesDiagrama de Causa e

EfeitoApresentaçõesGestão do Tempo

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CAPÍTULO 7 – CONCLUSÃO

7.1 – Vantagens na Implementação da Qualidade Total

A qualidade total não é uma opção "suave". Ela implica uma mudança

em toda a empresa, e uma procura infinita no sentido da melhoria. No entanto,

este investimento deverá ser contrabalançado com as vantagens e prêmios

suscetíveis de alcançar. Para os elementos da empresa há a perspectiva real

de sentirem a satisfação e orgulho inerentes ao reconhecimento de um trabalho

bem feito. Para muitos, o envolvimento na Qualidade Total marca um

despertar, ou re-despertar do entusiasmo pela vida profissional; um significativo

processo de auto-desenvolvimento e um alargamento dos seus horizontes

pessoais e profissionais. Para a empresa, as vantagens não são menos

tentadoras.

Durante os anos de experiência da Qualidade Total, as principais

vantagens obtidas pelas empresas de sucesso podem ser discutidas em

termos de:

a) Maior Rendimento – Obtido através de maior lealdade dos clientes,

atraindo novos produtos e serviços baseados na Qualidade;

b) Custos Reduzidos – Obtidos através da melhoria sistemática dos

processos de todos os aspectos operativos da empresa;

c) Vantagem de Mercado – Através da capacidade de apresentar

produtos distintos e atraentes, serviços eficientes e eficazes e qualidade

nas operações com efetiva redução de custos;

d) Aumento de Consistência e Confiança – Através do maior controle

exercido sobre os processos fundamentais da empresa;

e) Adaptabilidade e Flexibilidade – Para reagir a alterações do mercado,

e aumento potencial para explorar com êxito novas oportunidades de

negócio;

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29f) Moral Levantada – A todos os níveis da organização, à medida que o

reconhecimento da qualidade produz orgulho no trabalho e incentiva um

melhor trabalho em equipe.

7.2 – Qualidade Total – O Caminho a Seguir

A decisão de seguir o caminho da Qualidade Total não pode ser tomada

de ânimo leve. Os primeiros passos da viagem têm que ser dados com

cuidado, para que o empenho tenha como base sólida a lógica empresarial, e

seja apoiado por todos elementos-chave da empresa.

O sucesso irá nascer do desenvolvimento de todos nas atividades

significativas e coordenadas de Melhoria da Qualidade com base num claro

entendimento das necessidades prioritárias do cliente e dos objetivos e metas

a serem alcançados pela organização.

Ninguém poderá atingir, isolado, a Qualidade Total: o progresso flui

através da colaboração das pessoas, em toda a organização. Isto não significa

esperar que os outros dêem o primeiro passo; há sempre coisas que não estão

bem, ou que não apresentam a qualidade que deveriam apresentar, mas em

relação às quais nunca se teve tempo para fazer nada. A Qualidade começa

com o reconhecimento e aceitação de que um indivíduo é o responsável pela

qualidade do seu próprio trabalho, e de que existe sempre espaço para a

melhoria.

No passado, este papel poderá ter sido considerado como o de alguém

que tem de produzir o output ou prestar o serviço, estando a Qualidade sob a

alçada de outra pessoa, que inspecionava o seu trabalho, e aprovava ou

reprovava a sua contribuição. Para muitos, esta abordagem à Qualidade foi

considerada um processo arbitrário e por vezes, intimidante. Este processo

resultou, freqüentemente, no disfarce e ocultação dos erros efetuados, em

detrimento da sua correção. Os indivíduos defendiam que os clientes não

reparavam nos erros, ou se reparavam, não iriam reclamar.

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30No passado, esta suposição poderia ter sido razoável. O fato é que

apenas poucos clientes que sentem problemas em relação a um fornecedor

reclamam. E mesmo estes poderiam ter pensado que não teriam um serviço

melhor noutro lugar. Este princípio tem vindo, progressivamente, a afastar-se

da verdade. Cada vez há mais pessoas que se queixam de um mau serviço.

A Qualidade é o ponto competitivo mais importante para a maior parte

das empresas. Muito do que já foi dito acerca da qualidade e de melhoria não é

mais do que senso comum; o que é difícil é tornar este senso comum em

prática comum. Neste momento, qualquer que seja o papel do indivíduo na

empresa, as coisas que faz são importantes. No mercado de hoje, cada vez

mais consciente da Qualidade, os clientes olham a todos os aspectos da

empresa, e a sua impressão irá influenciar a sua decisão.

O funcionário faz a diferença. Em vez de disfarçar ou ocultar os erros, é

mais positivo considerá-los como oportunidades para melhorar e demonstrar o

valor que proporciona. O administrador tem como função apoiá-lo nos seus

esforços para oferecer o melhor ao cliente, ajudando-o a conceber de novo, ou

a simplificar os seus processos de trabalho ou, simplesmente, demonstrar

disponibilidade e vontade para debater as idéias que desenvolveu. A Melhoria

da Qualidade tornar-se-á, cada vez mais, parte da atividade diária de todos,

fazendo, normalmente, parte da vida profissional.

A adaptação de novas formas de trabalho irá, progressivamente, voltar a

atenção das pessoas em toda a empresa para a Qualidade e, gradualmente,

começar a produzir resultados que sejam reconhecidos pelos clientes. É

através deste processo, que implica a Qualidade nas práticas diárias de

trabalho da empresa, que é o "hábito da Qualidade", é implementado e a

mudança cultural é alcançada. Enquanto esta persistente atenção dada à

Qualidade nos assuntos diários da empresa constitui o caminho para a

mudança permanente, ela não constitui, no entanto, a única estratégia para

obter avanços na melhoria da performance.

Os "exércitos" para a Qualidade e as equipes para a melhoria

constituem também, formas preciosas de conduzir projetos em que exista a

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31necessidade de uma melhoria específica, ou em que os assuntos exijam o

desenvolvimento de pessoas vindas das mais variadas formações de base.

Enquanto as equipes para a Qualidade podem ter várias utilizações e,

quando lideradas com entusiasmo e determinação, atingir resultados

estrondosos, elas nunca poderão, no entanto, substituir, por completo, a

implacável aplicação das práticas de Qualidade por todos na sua atividade

diária.

Sabe-se que, neste momento, todas as empresas estão considerando

uma abordagem de melhoria da Qualidade, ou já estão prosseguindo com a

respectiva estratégia específica. O que já está claro para todas as

organizações é que, no mundo altamente competitivo e client focused como o

de hoje a competição entre as empresas foi alçada a novo nível e a Gestão da

Qualidade Total surge como novo diferencial entre as organizações e

responsável, em muitos casos, pelo estabelecimento da vantagem competitiva

para sustentar uma empresa líder de mercado.

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BIBLIOGRAFIA

ABNT. NBR ISO 9000-1. Normas de Gestão da Qualidade e Garantia da

Qualidade. Parte 1: Diretrizes para Seleção de Uso. Rio de Janeiro,

1994.

______. NBR ISO 9001. Sistemas da Qualidade. Rio de Janeiro, 2000.

MUNRO-FAURE, Lesley & Malcom. Implementing Total Quality

Management. London: Pitman Publishing (Financial Times), 1993.

KOLARIK, W. J. Creating Quality, Concepts, Systems, Strategies and

Tools. New York: McGraw-Hill, 1995.

DE TORO, Tenner. Three Steps for Quality Improvement. PFE Editions,

1991.

CAMPOS, Vicente Falconi. Gerência da Qualidade Total – Estratégia para

Aumentar a Competitividade da Empresa Brasileira. Belo Horizonte:

Fundação Cristiano Ottoni, 1990.

DEMING, W. Edwards. Qualidade: A Revolução da Administração. Rio de

Janeiro: Marques – Saraiva, 1990.

ISHIKAWA, K. Controle de Qualidade Total à Maneira Japonesa. Rio de

Janeiro: Campus, 1993.

AQUILANO, F. J., JACOBS, F. R. Production and Operations Management,

Manufacturing and Services. New York: McGraw-Hill, 1998.

ULRICH, K., T., EPPINGER, S., D. Product Design and Development. New

York: Irwin McGraw-Hill, 2000.

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ÍNDICE

RESUMO .......................................................................................................................... 5

METODOLOGIA............................................................................................................... 6

INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 6

CAPÍTULO 1 – A ORIGEM DA GESTÃO DE QUALIDADE TOTAL............................. 7

CAPÍTULO 2 – FILOSOFIA DA GESTÃO DE QUALIDADE TOTAL.......................... 10

CAPÍTULO 3 – A MELHORIA EM FUNÇÃO DA QUALIDADE ................................... 13

CAPÍTULO 4 – ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA GESTÃO DA QUALIDADE ........ 14

4.1 – Centralização no Cliente ............................................................................... 14

4.2 – Gestão de Processos .................................................................................... 15

4.3 – Melhoria Continuada ..................................................................................... 15

4.4 – Envolvimento de todas as Esferas da Organização ..................................... 16

4.5 – Objetivos de Qualidade ................................................................................. 16

CAPÍTULO 5 – A IMPLEMENTAÇÃO .......................................................................... 18

CAPÍTULO 6 – O CICLO DE MELHORIA DA QUALIDADE ....................................... 23

CAPÍTULO 7 – CONCLUSÃO....................................................................................... 28

7.1 – Vantagens na Implementação da Qualidade Total....................................... 28

7.2 – Qualidade Total – O Caminho a Seguir ........................................................ 29

BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................. 32

ÍNDICE ............................................................................................................................ 33

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – UCAM

Projeto A Vez do Mestre

Título da Monografia: A Gestão para a Qualidade Total – Metodologias e

Estratégias de Gestão para Estabelecimento da Vantagem Competitiva nos

Dias de Hoje

Autor: Alexandra Alexandrino de Oliveira Vasconcelos

Data da entrega: 25/09/2006

Avaliado por: Conceito: