universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato … · acolhida e amada e que a fé remove...

41
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE DESATANDO O NÓ.COM.BR A IMPORTÂNCIA DA ORGANICIDADE NA DESBUROCRATIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Por: Maria Alexandrina Cesar Ferraz Orientador Profª. Maria Lucia de Souza Moreira Rio de Janeiro 2010

Upload: others

Post on 18-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DESATANDO O NÓ.COM.BR

A IMPORTÂNCIA DA ORGANICIDADE NA

DESBUROCRATIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

Por: Maria Alexandrina Cesar Ferraz

Orientador

Profª. Maria Lucia de Souza Moreira

Rio de Janeiro

2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DESATANDO O NÓ.COM.BR

A IMPORTÂNCIA DA ORGANICIDADE NA

DESBUROCRATIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão Pública

Por: Maria Alexandrina Cesar Ferraz

AGRADECIMENTOS

A meu Deus, que sempre mostrou que

não há noites que pudesse impedir o

nascer do sol e a esperança e não há

problemas que possam impedir as

mãos de Jesus para me ajudar.

A Santa Rita de Cássia que mostra que

a missão é difícil, mas não é impossível

e a São José que orienta a ouvir a

Sabedoria Divina para alcançarmos o

discernimento.

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a minha mãe Djanira Cesar

Ferraz “In Memoriam”, ao meu pai Jeremias Ferraz

“In Memoriam”, que se fizeram presentes em minha

vida para ser o que sou, ao meu irmão Alexandre,

que um dia saberá o quanto eu o amo, aos meus

amigos Uilton, Valdecira, Magali, Antonio Carlos,

Solange, Jose Luiz, Margareth, Claudio, Ronaldo

que me presenteou com a amizade da Elza, a Emilia

Fernanda, a Meire a meu anjo Alexandre Valério, a

minha mãezinha Alice Pereira de Souza, seu filho

André e Ana que em minha vida se fizeram

presentes em atos de humanidade e carinho.

Em especial à Escola Santo André da igreja Nossa

Senhora do Loreto nas pessoas de Gilberto e

Dorinha que me mostraram o quanto é bom ser

acolhida e amada e que a fé remove montanhas de

dificuldades que nós mesmos colocamos.

Aos meus amigos profissionais Astride Rangel,

Selma de Fátima, Maria Lúcia, Cristina Figueiredo,

Jair Claudio e a Silvia Tinoco, que sempre pautaram

um conduta admirável de união e compreensão em

meu ambiente de trabalho.

RESUMO

Este trabalho foi sistematizado na avaliação da intensificação ao

acesso as informações produzidas e recebidas pela administração pública e a

necessidade efetiva da participação da sociedade sobre as ações,

demandando mudanças organizacionais, que incentivassem a reciprocidade da

qualificação dos funcionamentos dos procedimentos administrativos

informacionais, a fidedignidade da informação, a transparência de suas

atividades organizacionais, a simplicidade de acesso ao resultado das

necessidades recíprocas de uma sociedade interativa, participativa e

formadora do Estado-cidadão em tempo real.

METODOLOGIA

A pesquisa baseou-se em dados bibliográficos, sites oficiais

governamentais e na legislação sobre a desburocratização e a gestão

eletrônica de documentos.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Importância da Gestão Eletrônica de Documentos

Para a Desburocratização na Administração Pública 10

CAPÍTULO II - Refletir sobre o e-ARQ Brasil

15

CAPÍTULO III – Refletir sobre a Organicidade da Informação

na Administração Pública 24

CAPÍTULO IV – Refletir sobre a Importância da Organicidade na

Desburocratização

29

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

38

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO

41

8

INTRODUÇÃO

As consequências da relação social e os meios de comunicação

englobam uma burocracia nos processos de informar, registrar e divulgar a

história rotineira de pessoas que se encontram presentes em todos os

aspectos do mundo contemporâneo, evolutivo e acelerado.

Os meios e as formas desta comunicação disseminam-se

mutativamente e intensificam a preocupação do Estado para seu entendimento

no tempo dinâmico, gerenciador e participante desta mesma sociedade.

A dinâmica desta comunicação necessita ser identificada, para se

ter um planejamento de mecanismos administrativos que gerem a informação

como produto do conhecimento, a simplificação como resultado da

aproximação, interagindo com essa sociedade, que, reciprocamente, passa a

ter interesse em se identificar e minimizar a obstaculação do exercício da

cidadania informacional.

A idéia do Estado-cidadão põe em prática o direito participativo,

as garantias interativas de resultados, surgindo a possibilidade de facilitação e

reciprocidade gerencial, rumo à desburocratização informacional, de soluções

em tempo real, das necessidades constitutivas deste Estado-cidadão.

Segundo o Livro Desburocratização e Cidadania para o

Desenvolvimento Local, p.13 (2004), um questionamento que se faz mister:

“Porque combater a burocracia?”

A resposta remete-se a uma infindável montanhas de papeis,

intermináveis procedimentos, prazos infinitos que levam o cidadão a

desmotivação, gastos e esgotamento da paciência.

9

O Estado passa a ter uma dimensão inimaginável de dificuldades

com a administração truncada, ineficiente, ineficaz, desacreditada, com custos

altíssimos de solução, quando se tem uma.

O ir e vir na busca do exercício da cidadania administrativa

pública passa a ser uma peregrinação inútil e o exercício do Estado passa a ter

a característica de imbrolho nas soluções, constatando-se a ruptura de direitos

em função da falta de identificação comunicativa e interativa das necessidades

do Estado e do cidadão, na busca de resultado e no aproveitamento do tempo

de satisfação de ambos.

Segundo o Livro Desburocratização e Cidadania para o

desenvolvimento local, p.14 (2004):

“...a desburocratização é essencial a uma administração

pública democrática, na qual o cidadão mais humilde seja

como efetivo destinatário do serviço público e não como

“súdito” do governo.”

10

CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO ELETRÔNICA DE

DOCUMENTOS PARA A DESBUROCRATIZAÇÃO NA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Pode-se dizer que a revolução das Tecnologias de Informação e

Comunicação (TIC) encaminha para uma nova visão da atuação

administrativa.

De acordo com citação de Gonçalves, p.16 (2006), no

documento da Presidência da República, intitulado “Carta pela Democratização

Universal do Saber”:

“Do trabalho-ferramenta ao trabalho-conhecimento que

alertava para a importância de administrar e distribuir a

abundância do conhecimento e saudava as redes

telemáticas de distribuição desse recurso como

ferramenta que “pode consumar e concretizar o velho

ideal da esfera pública democrática participativa””

(BRASIL, 2003a, p.2).

O Estado é formado por seres humanos que coexistem

pacificamente, numa ordem social, que gozam de direitos civis e políticos de

um modo geral.

Para a efetivação deste direito, o Estado vinha evidenciando a

falta de padrões de gerenciamento informacional e limitações de recursos

11

humanos, materiais, tecnológicos e em serviços públicos dos órgãos

governamentais, resultando em deficiência no processamento técnico e no

atendimento a esta sociedade. Neste sentido, as restrições de consultas e as

condições de acesso físico e intelectual limitavam consideravelmente o

exercício deste direito.

A cidadania está em permanente construção, é um referencial de

conquista da humanidade, através da luta por maiores direitos de liberdade,

garantias individuais e coletivas, isto é, cidadãos que não se conformam com a

opressão, com a injustiça da maioria desassistida, que não conseguem ser

ouvidas, e que, apesar de algumas vitórias constitucionais já obtidas, ainda são

obstadas por este Estado-cidadão.

Conforme cita Gonçalves, p.16 (2006):

“O documento citado lançou as bases para um novo

projeto de democratização do acesso à informação e ao

conhecimento “para incorporar essa massa (de excluídos)

às novas condições de produção e à vida democrática”

(/) as políticas públicas e os investimentos (/) precisam

estar também voltados para permitir à maioria da

sociedade inserir-se nesta nova condição de trabalho

criativo e inventivo.” (BRASIL, 2003a, p.4).”

A administração pública personificada através de seus servidores

passa a ter um novo ordenamento comportamental administrativo.

Numa democracia a publicidade é a regra básica do poder e, o

segredo, a exceção, o que significa que é extremamente limitado o espaço do

Estado.

A Constituição de 1988 priva pelo princípio da publicidade para a

ciência e informação do exercício da cidadania. Neste sentido, surgem vários

12

mecanismos relativos às novas formas organizacionais, novos paradigmas de

aprendizagem e redes direta e indiretamente de atividades estatais.

A clareza da atuação da cidadania vem propagando outro

momento muito significativo na nossa sociedade, a luta pela

desburocratização.

No Livro Desburocratização e Cidadania para o Desenvolvimento

Local, p.10 (2004):

“Trata-se do combate sistemático à desburocratização,

um fenômeno que afeta a vida do cidadão comum, em

particular os que não têm meios para se valer de

despachantes, e gera custos excessivos...”

A excelência de qualidade na busca de resultado deverá ser

alcançado em tempo real e satisfatório a todos que necessitem do Estado,

independente da classe social a que pertença este cidadão.

Com isto, o Estado passa a implantar melhorias nos serviços

prestados, ou seja, os interesses do cidadão passaram a ser prioridades.

Buscam-se novas metodologias para atingir melhores resultados,

avaliação das estruturas e reflexão com direcionamento mais finalístico deste

Estado-cidadão para alcance da credibilidade de seus serviços prestados.

A informação, sua forma de produção, sua forma de recebimento,

publicação e coleta de dados passaram a ter um novo tratamento.

Hoje, o cidadão não pode mais levar tanto tempo para acessar,

solicitar, tramitar e ter o resultado dos seus direitos em serviços

enigmaticamente indefinido.

13

Diante deste fato, o Estado põe em prática o Decreto nº 1.048, de

21 de janeiro de 1994, que:

“Dispõe sobre o Sistema de Administração dos Recursos

de Informação e Informática, da Administração Pública

Federal, e dá outras providências – SISP.”

A administração pública passa a se preparar tecnologicamente

para o recebimento e produção da informação, reduzindo tempo, qualificando

seus servidores, customizando seus serviços e buscando resultado em tempo

real das necessidades dos seus cidadãos.

A capacidade de reagir rapidamente às mudanças da sociedade,

a busca da eficiência dos processos de trabalho na administração pública, faz

com que esta administração reconheça que a informação passa a ser

sistêmica, informatizada, planejada, coordenada e a operação sob o controle e

a supervisão dos recursos da informação e informática dos órgãos e entidades

da Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional, em articulação

com os demais sistemas que atuam direta ou indiretamente na gestão da

informação pública, facultando apenas as Forças Armadas e aos órgãos de

política externa e de segurança à inclusão do SISP, ficando a inserção a

critério de seus respectivos dirigentes, respeitado o sigilo de defesa

constitucional, conforme Decreto nº 1.048, de 1994.

14

No entendimento de Gonçalves (2006), p.21:

“Nesta nova estrutura social, a Sociedade do

Conhecimento, o intelecto e as idéias criativas,

inovadoras e inventivas se tornam uma fonte de

vantagem e riqueza. Estes fatores também trazem uma

promessa de aumentar o desenvolvimento humano e a

qualidade de vida. Assim, a capacidade de uma nação

para desenvolver sistemas que apoiem a criação e

aplicação de conhecimento na área governamental,

aumenta em importância e deve ser objeto de maior

consideração.”

Diante desta nova realidade, a administração pública constata

uma grande massa de informação documental que necessita de atenção no

diagnóstico, na constituição, na manutenção, desta gestão informacional,

levando o tratamento da informação, com a finalidade de recuperação e uso,

supondo metodologia e prática, gerando novas ferramentas tecnológicas que

disponibilizadas nos dias atuais, compatibilize com este novo comportamento

social de produção e recebimento de comunicação participativa e identificadora

desta sociedade, tornando possível a tomada de decisão em tempo exato de

reciprocidade das necessidades deste Estado-cidadão.

Surge assim, A Resolução nº 25, de 27 de abril de 2007, que:

“Dispõe sobre a adoção do Modelo de Requisitos para

Sistemas Informatizados de Gestão de Documentos – e-

ARQ Brasil pelos órgãos e entidades integrantes do

Sistema Nacional de Arquivos – SINAR.”

15

CAPÍTULO II

REFLETIR SOBRE O E-ARQ BRASIL

Concernente com o Modelo de Requisitos para Sistemas

Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos – e-ARQ Brasil (2009),

p. 18, traz-se a motivação para um novo ordenamento arquivístico cuja

finalidade possa atingir em tempo real o resultado recíproco e interativo do

Estado para com a cidadania.

No século passado, a Segunda Guerra Mundial, para intercambiar

informações e orientações às áreas estratégicas militares, utilizavam-se da

tecnologia do computador.

Sendo uma área estratégica de segurança nacional, apenas os

especialistas obtiveram permissão para uso, devido a complexidade de

hardware (parte física computacional) e de software (programas), atuavam

completamente separados das Instituições, mantendo assim, o domínio das

estruturas lógicas complexas como estratégia de defesa da Nação.

No pós-guerra, aproximadamente nos anos 80, foi democratizado

a utilização destas ferramentas, onde marcou-se o início da descentralização

das atividades informacionais.

Essa tecnologia propagou-se rapidamente, em função do

surgimento dos microcomputadores, a disseminação da tecnologia de rede

para as áreas metropolitanas, nacionais e globalizando-se com o marco da

Internet. Cidadãos comuns passaram a usufruir dessa tecnologia e a criarem

redes multiplicadoras de informações e interligações, descentralizando as

atividades informatizadas de comunicação.

16

As instituições públicas são atingidas a partir dos anos 90, com a

mudança radical nos trâmites de registro e comunicação da informação.

O avanço tecnológico passou a ser um fato gerador de novos

ambientes, novos mecanismos surgiram com o advento tecnológico.

A instituição pública passou a ter que conviver com ambientes

eletrônicos, com a produção documental em novos formatos armazenados em

suportes magnéticos e ópticos, formato digital, tornando-se assim, entidades

lógicas.

Começa a surgir no mercado à diversidade de software e

hardware, formatos de mídias diversificados, dificultando a preservação, o

armazenamento e a acessibilidade contínua desses documentos.

De modo geral, a organicidade e meios de acesso à informação

na administração pública, com suas dificuldades em tornar, em muitos casos,

acessíveis para o público essa informação, denotou a ausência de

acompanhamento organizacional das diversas dimensões macro-estruturais,

no tempo, da informação.

Perde-se informações que se constituem, precipuamente, em

instrumentos fundamentais para a tomada de decisão, fere-se as garantias de

direitos a cidadania e a testemunho de ação, órgãos e entidades fragilizam-se

com o tempo em suas prestações de contas, a confiabilidade e a credibilidade

desses documentos digitais passam a ser duvidosos.

A administração pública passa a se organizar através do

gerenciamento documental sistematizado informaticamente e conhecido como

gerenciamento eletrônico de documentos (GED).

A produção, transmissão, armazenamento e acesso, trazem um

marco significativo na customização da administração informacional.

17

Mas como todo progresso, acarretaram alguns problemas,

passou-se a lidar com a informalidade na linguagem, nos procedimentos

administrativos devido a simplificação da nova linguagem, fragilização das

posições hierárquicas por causa da facilidade de acesso à comunicação,

adulteração documental , a degradação das mídias digitais e a evolução veloz

de software, hardware e formatos altamente diversificados.

Perdem-se informações que constituem, precipuamente, em

instrumentos fundamentais para tomada de decisão, ferem-se as garantias de

direitos à cidadania e ao testemunho de ação, órgãos e entidades fragilizam-se

com o tempo em suas prestações de conta, a confiabilidade e a credibilidade

destes documentos digitais passam a ser duvidosos.

É importante ressaltar que a informação é sempre algo construído

e inserido num contexto social, não dependendo assim, ser analisada fora

dele. A importância social das instituições é reforçada no direito público de

acesso aos arquivos do governo, apesar deste acesso aos documentos

governamentais não serem, de modo geral, popularmente amplo e irrestrito.

A finalidade é alcançar a não repetição de erros e atingir novos

patamares, no sentido de encontrar novas alternativas e soluções para os

problemas informacionais que se apresentem novos ou transmutados nesta

sociedade produtora e recebedora de informação.

A transformação do conhecimento constata a rapidez das

mudanças sociais decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico e

enseja a criação de uma nova tecnologia que levasse a sociedade e o Estado

à inserção em um mundo globalizado com conexões e tecnologias intensas.

Percebe-se então, paradigmas com profundas e significativas

alterações, com alta taxa de rotatividade, em períodos de tempo muito curtos.

18

O progresso está relacionado a qualquer área de conhecimento,

sobre o mercado de trabalho e sobre o próprio profissional, necessitando

assim, a busca da capacitação, passando por uma reflexão significativa a

respeito do conceito de informação.

Conforme Gonçalves (2006), p.21:

“A revolução das Tecnologias de Informação e

Comunicação (TIC) trouxe novos modos de criação,

coleta, armazenamento, combinação e utilização do

conhecimento que caracterizam o que se denomina

Economia do Conhecimento, definida pelo Departamento

de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas”

(UNDESA, 2005, p.8).

Começa-se a lidar com a informação orgânica, contida em

documentos registrados em suportes que permitam a gravação eletrônica,

produzidos e recebidos por uma sociedade ativa, seja de caráter diversificado,

independente de suas idades e valores intrínsecos.

Reflete-se o interesse no valor secundário dos documentos

contra-partindo com a proposta integrada de tratar a informação desde o

nascimento até o seu destino final. Sendo assim, percebe-se que a ação

integrada é a única com a capacidade de assegurar a continuidade das

intervenções no quadro de uma política de organização informacional.

Na administração pública constata-se grande massa de

informação documental acumulada de forma inadequada, a ausência de fluxo

informacional, estrutura e funções indicam que a organização não dá valor à

importância da informação.

19

Tornou-se mister, um ordenamento que levasse as autoridades

governamentais implantar um programa de Gestão Arquivística de

Documentos Eletrônicos para mudar esta realidade da administração

informacional.

No Brasil, conforme citado no “Modelo de Requisitos para

Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos e-ARQ Brasil

(2009), p.19 informa que o Sistema Nacional de Arquivos (SINAR), e tem o

Conselho Nacional de Arquivo (CONARQ), como órgão central , que por

intermédio de suas câmaras técnicas, comissões especiais dos três poderes

que o compõe (Executivo, Legislativo e Judiciário)”, é o órgão balizador dos

instrumentos normativos e disciplinador das matérias que concerne arquivos,

amparados na Lei nº 8.159, de 08 de janeiro de 1991, que pauta todo um

ordenamento, identificação, classificação , condução ao tratamento dos

documentos e arquivos públicos e privados, atribui funções e

responsabilidades hierárquicas dentro dos órgãos públicos federais.

Segundo o Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados

de Gestão Arquivística de Documentos (2009), p. 9:

“É uma especificação de requisitos a serem cumpridos

pela organização produtora/recebedora de documentos,

pelo sistema de gestão arquivística e pelos próprios

documentos, a fim de garantir sua confiabilidade e

autenticidade, assim com sua acessibilidade.

Além disso, o e-ARQ Brasil pode ser usado para orientar

a identificação de documentos arquivísticos digitais.”

A Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos se preocupou em

apresentar um parâmetro de definição de documentação digital, documentação

arquivística digital e a diferenciação do documento arquivístico convencional

20

para que se pudesse dar tratamento específico e direcionado

tecnologicamente.

Apesar de, ressaltar, precipuamente que, conforme o Modelo de

Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de

Documentos (2009), p.8:

“...devem ser considerados os fundamentos da

diplomática, da arquivologia, especialmente da gestão de

documentos, e da tecnologia da informação para fornecer

um conjunto de requisitos que seja amplo, rigoroso e de

qualidade.”

Desta forma, abre-se caminho para a implantação de novo

tratamento de documentos produzidos de formas digitalizadas, nas mais

diversas mídias.

Conforme entendimento do Modelo de Requisitos para Sistemas

Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos (2009), p.8 foi

elaborado em duas partes, onde na primeira parte preocupou-se com os

“Aspectos de funcionalidades” e na segunda parte com o esquema de

metadados, sobre aresponsabilidade da Câmara Técnica de Documentos

Eletrônicos (CTDE).

Nesta etapa o e-ARQ Brasil (2009), p.8 é contextualizado e

ressaltada a importância da conceituação e identificação de documentos

arquivísticos em formatos digitais para melhor entendimento de seus usuários

não especializados na área.

Explicita-se os conceito de sistema de informação, gestão

arquivística de documentos, isto é, os conjuntos de procedimentos e opressões

técnicas existentes quanto ao tratamento documental; a evidência da

necessidade de eficiência e eficácia através do sistema de gestão arquivística

21

de documentos; a funcionalidade do conjunto de tecnologias para organização

da informação não estruturada através do gerenciamento eletrônico de

documentos (GED); o novo mecanismo utilizado através de um conjunto de

procedimentos que leva em conta o ciclo de vida, produção, destinação final

apoiado em um sistema informatizado de gestão arquivística de documentos

(SIGAD), conforme p.10 do e-Arq Brasil.

O Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados e Gestão

Arquivística de Documentos (2009), p. 23, enfatiza que na elaboração e

implantação da Gestão Eletrônica de Documentos há que se observar os seus

participantes quanto as suas responsabilidades, ou seja, direção superior

viabilizando, integralmente, a facilitação destas políticas; a participação de

profissionais de arquivos, cuja sapiência se faz evidente na área documental,

pois, as técnicas arquivísticas para serem planejadas, implantadas e

disseminadas dependerão do seu conhecimento; unidades ou grupo de

trabalhos bem gerenciados para a produção de tarefas dentro do programa

arquivístico documental; as produções documentais rotinadas por usuários

finais e os gestores de sistemas de informação que tecnologicamente

projetam, desenvolvem e mantem os sistemas de informação onde os

documentos digitais são gerados e usados arquivisticamente denotando lógica

e realidade do resultado finalístico.

22

O e-ARQ Brasil (2009) na p.23 mostra a importância do

detalhamento do planejamento e implantação do programa de gestão

arquivística de documentos, tendo como base a política arquivística e a

designação antecipada e defina de responsabilidade, levando em conta o

contexto jurídico-administrativo, a missão institucional, a legislação vigente, e

formando assim a elaboração de instrumentos e manuais para facilitação do

seu uso.

A reflexão correta, os metadados necessários, atividades bem

apoiadas e a prestação de contas das atividades realizadas sustentam a

qualidade do documento arquivísticos.

O e-ARQ BRASIL (2009), p.25 destaca que o programa de gestão

arquivística de documentos deve privar pela organicidade, unicidade,

confiabilidade, autenticidade e acessibilidade.

O e-ARQ Brasil (2009), p.27, menciona a utilização da

metodologia do planejamento e da implantação de gestão flexível. É

estabelecido passos que diferem de acordo com as necessidades do órgão ou

entidade. São etapas interativas, parcial ou gradualmente desenvolvidas em

diferentes processos.

Faz-se então, um levantamento preliminar normativo do órgão ou

entidade para a definição de quais documentos devem ser produzidos e

capturados; plano de classificação e tabela de temporalidade e destinação,

baseadas nas funções e atividades desenvolvidas pelo órgão ou entidade;

análise das funções das atividades desenvolvidas e dos documentos

produzidos, cujo objetivo é desenvolver modelo conceitual sobre o órgão que

resulte em esquema de classificação das funções e atividades; mapas, fluxo

de trabalho, tesauros e vocabulários controlados; identificador da atividade

específica do órgão; análise das funções, das atividades desenvolvidas e dos

documentos produzidos; identificação das exigências a serem cumpridas para

23

a produção de documentos; avaliação dos sistemas existentes, identificação

das estratégias para satisfazer as exigências a serem cumpridas par a

produção de documentos arquivísticos, projeto do sistema de gestão

arquivísstica de documentos, implantação do sistema de gestão arquivística de

documentos, monitoramentos e ajustes e a possibilidade de suspensão ou

extinção do SIGAD.

Nesta fase, o e-ARQ Brasil (2009), p.119 conceitua os metadados

conforme estabelecido no glossário da Câmara Técnica de Documentos

Eletrônicos:

“Dados estruturados que descrevem e permitem

encontrar, gerenciar, compreender e/ou preservar

documentos arquivístico ao logo do tempo.”

Conforme Resolução nº 20, de 16 de julho de 2004 identifica-se

um elenco de requisitos de informações estruturadas, visando a identificação

dos dados contextuais documentais concernente a identificação do produtor, a

segurança do documento o contexto tecnológico e a localização física

documental a ser trabalhada, observado o que estiver estabelecido pelo

Conselho Nacional de Arquivos – Conarq.

24

CAPÍTULO III

REFLETIR SOBRE A ORGANICIDADE DA INFORMAÇÃO NA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Passe-se ao questionamento, conforme o Livro

Desburocratização e Cidadania para o desenvolvimento local, p. 17: “Mais

papel ou menos papel?”

O excesso de formalismo nos remete a uma herança colonial,

com requintes de crueldades e o combate ao formalismo deve ser uma política

pública visando a descentralização administrativa, a conduta burocratida

através de procedimentos rotineiros e simples e de resultados em tempo real

das necessidades recíprocas do Estado-cidadão no exercício da cidadania.

É imprescindível mencionar os Direitos e Garantias Fundamentais

do Cidadão, que dentre eles constam sobre a informação, liberdade de

expressão, de comunicação, independente de sensura ou licença e o acesso a

informação a todos imputando a responsabilidade aos órgãos públicos.

Tamanha importância o Estado deu a informação, que a

regulamentou na Lei nº 11.111, de 05 de maio de 2005, onde transcreve

normativas orientadoras para acessibilidade dos cidadãos aos documentos

públicos, resguarda a segurança imprescindível a sociedade e ao Estado e cria

uma Comissão de Análise de Informações Sigilosas que vai decidir quais serão

as ressalvas que obstarão o acesso a estes documentos.

25

Essa sociedade é geradora de informação que se transforma em

conhecimentos, dados históricos, dados probatórios, necessitando de uma

nova visão onde segundo Gonçalves (2006), p15:

“A Gesto do Conhecimento no setor público é uma

visão de um novo caminho para melhor desempenho e melhor

relacionamento interno e externo das organizações desse

setor.”

O Estado tem uma complexidade histórica na gestão

informacional, obstaculando os resultados almejados por seus cidadãos.

Percebe-se então a necessidade de uma estratégia para viabilizar

esta aproximação. Segundo citação de Gonçalves (2006), p. 27:

“O governo pode impulsionar o desenvolvimento desses

sistemas formulando conceitos e atuando como líder. Pode

desempenhar uma função chave estabelecendo prioridades e

objetivos essenciais e coordenando o desenvolvimento de um

marco conceitual amplo. Com esta finalidade, o governo pode

iniciar um processo participativo que reúna as diversas partes

interessadas e dê lugar a uma estratégia de conhecimento,

inovação e tecnologias integrada e centrada nas pessoas.”

(UNPAN, 2002, p.8).”

São Ações integradas que em um processo participativo

estabelecerá novos conceitos, prioridades essenciais rumo a uma estratégia de

conhecimento, inovação e tecnologia centrada nas pessoas.

A luta social, em fim, tem reconhecimento e espaço de decisão,

ingerência e obtenção de resultados em tempo de suas necessitadas. Passa-

se ter um mecanismo para lidar com a dimensão participativa e a pluralidade

26

da sociedade, ou seja, a questão informacional nasce como um fator

otimizante, pois ao se tornar conhecimento alcança níveis básicos de

capacidade governativa.

Segundo Gonçalves (2006), p.30:

“Para inserir o Brasil nesse novo modelo de

desenvolvimento o Estado precisa fazer a gestão estratégica

de sue ativo valioso: o conhecimento – presente nas

capacidades de aprendizado, inovação e adaptação às

mudanças, de milhares de serviços públicos, nos processos

organizacionais e, principalmente, nas redes de

relacionamentos intra e inter-organizacionais.”

A preocupação com a perda do conhecimento com as diversas

mudanças governamentais, descontinuidades de planos e projetos, a falta de

fidedignidade de registros diversos dentro dos órgãos governamentais, a

ausência de sistematização continuada do conhecimento passa ser a meta de

modificação do Estado-cidadão.

Cria-se ordenamentos para execução de um governo eletrônico,

onde com envolvimentos de vários seguimentos do Poder Executivo Federal,

com a finalidade de elaborar uma estratégica logística e tecnológica da

informação, visando a articular e coordenar programas e projetos para a

customização, otimização e utilização da infra-estrutura tecnológica da

informação e comunicação e definindo padrões de qualidade para as formas

eletrônicas de interação.

Implanta-se o Comitê Gestor do Governo Eletrônico (CEGE) com

as finalidades acima citadas dentre outras. Foram criados também mais oitos

Comitês Técnicos, com a finalidade de planejar e implantar ações nas

respectivas áreas de competência, dentre as quais gestão de conhecimento e

informação estratégica.

27

O Comitê Técnico de Gestão do Conhecimento e Informação

Estratégica (CTGCIE) foi criado com a missão de, segundo citação Gonçalves

(2006), p. 32:

“Promover a Gestão do Conhecimento na

Administração Pública, tendo como pressuposto que a

experiência acumulada progressivamente pelos gestores

públicos constitui um capital estratégico do Estado, o qual deve

ser compartilhado e explorado ativamente pelos órgãos de

governo e pela sociedade brasileira. (FRESNEDA, 2005, p.6).”

A sociedade moderna passa a ter interpretada a informação como

um fator enriquecedor de conhecimento.

A administração pública passa a valorizar e priorizar a interação

com esta sociedade, na finalidade de mapear e disseminar práticas de gestão

de conhecimento, eliminando assim, a descontinuidade de resultados no

serviço público.

A sociedade é reconhecida como produtora de conhecimento

coletivo, onde a compreensão do Comitê Executivo do Governo Eletrônico –

CEGE reconhece, concernente citação de Gonçalves (2006), p.33:

“Um conjunto de processos sistematizados, articulados e

intencionais, capazes de incrementar a habilidade dos gestores

públicos em criar, coletar, organizar, transferir e compartilhar

informações e conhecimentos estratégicos que podem servir

para tomada de decisões, para a gestão de políticas públicas e

para inclusão do cidadão como produtor de conhecimento

coletivo. (BRASIL, 2004, p.17.”

O governo passa a ter Gestão do conhecimento institucionalizado

como instrumento estratégico, a contribuição e a inserção do Brasil na

28

Sociedade do Conhecimento, a integração das esferas de Governo, a inclusão

da sociedade e suas organizações como produtores de conhecimento, a

ampliação do quadro de interlocutores, os pressupostos da atuação

governamental integrada, eficiente e transparente, por meio de utilização

intensiva das novas formas eletrônicas de interação, implantação e avaliação

da política de Gestão do Conhecimento vinculada à Presidência da República.

Isto significa a sociedade informando e produzindo conhecimento,

interagindo e participando nas estratégias das mudanças de modelos de novas

administrações públicas mais modernas e próximas desta sociedade, onde o

resultado passa a ter qualidade, eficiência, eficácia e tempo real de produção,

ou seja, Estado-cidadão no exercício para seus clientes.

29

CAPÍTULO IV

REFLETIR SOBRE A IMPORTÂNCIA DA ORGANICIDADE NA

DESBUROCRATIZAÇÃO

Encaminha-se a indagação, conforme o livro Desburocratização e

Cidadania para o desenvolvimento local (2004), p. 15: “Como se promove a

descentralização administrativa em benefício do cidadão?.”

O Estado-cidadão reconhece que a burocracia é um elemento

impactantemente negativo, os encargos burocráticos comprometem a

competitividade do país e, nesse sentido, remete-se às medidas inovadoras

visando à satisfação do cidadão e à customização de seus atos

administrativos.

A administração pública deve estar voltada para servir os

cidadãos, através de ações de simplificação e desregulamentação

minimizando e interagindo de maneira mais objetiva e direta nas relações de

direito e obrigações entre o Estado e o cidadão.

A busca por resultados concretos com o reconhecimento por meio

de uma gestão dinâmica e atualizada é fundamental para a própria

sustentabilidade da administração pública.

A gestão pública moderna passa a modelar-se em critérios como

liderança, estratégia e planos, critério cidadão e critério sociedade, informação

e conhecimento, objetivando a identificar junto ao cidadão e a sociedade às

políticas públicas, cujo resultado seja o necessário e esperado, mostrando o

comprometimento com a melhoria da qualidade de serviços, por meios de

processos que permitam criar valor público para o cidadão proporcionando

ganho social.

30

As novas ações levam a criação do Decreto 5.378, de 23 de

fevereiro de 2005, onde:

“Institui o Programa Nacional de Gestão Pública e

Desburocratização – GESPÚBLICA e o Comitê Gestor do

Programa Nacional de Gestão e Desburocratização, e dá

outras providências.”

No Decreto nº 5.378 de 2005 o Governo preocupou-se em editar

medidas que levasse a economia administrativa, ao alcance da qualidade de

seus serviços, o menor tempo de resultado para o exercício da cidadania e a

acessibilidade, tornando mais simples a comunicação e a informação entre o

Estado e o cidadão.

A eficiência, a eficácia e a ética passaram a serem prioridades na

busca dos serviços prestados ao cidadão. Este passou a ser o detentor

precípuo da qualidade dos serviços deste Estado, identificado como cliente.

No Decreto 6.944, de 11 de agosto de 2009, onde:

“Estabelece medidas organizacionais para

aprimoramento da administração pública federal direta,

autárquica e fundacional, dispõe sobre normas gerais relativas

a concursos, públicos, organiza sob forma de sistema as

atividades de organização e inovação institucional do Governo

Federal, e dá outras providências.”

31

Além das inúmeras normas de alteração concursal, cria-se o

Sistema de Organização e Inovação Institucional do Governo Federal –

SIORG, onde os órgão e entidades da administração direta, autárquica e

fundacional do Poder Executivo Federal passam a ter norteadores para as

atividades de desenvolvimento organizacional.

Agora o cidadão já consegue visualizar todos os órgãos do Poder

Executivo Federal, suas finalidades, suas funções básicas de organização e

inovação institucional, suas competências, as próprias competências das

unidades setoriais e seccionais do próprio SIORG e enuncia uma tabela de

sistema informatizado integrado como única referência para o cadastro de

órgãos e unidades administrativas.

A administração pública do Poder Executivo passa a interagir e

ser identificada sistemicamente, tendo como gestor o Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão, o qual expede normativa de orientação e

gestão através atos complementares.

A administração pública passa a ter uniformidade da informação,

das ações, tem o dever de aperfeiçoar seus recursos e dentre outras regras

gerar, adaptar e disseminar tecnologias de inovação, que levem a

racionalização de métodos e processos administrativos, isto é, planejamento,

eficiência e eficácia no atendimento de qualidade no resultado para o seu

púbico alvo, o cidadão.

A administração pública passa a ter uma política formulada para o

exercício de excelência podendo ser comparada com padrões internacionais

de qualidade em gestão.

Entende-se, também, que a qualidade deve ser voltada para o

cidadão, e desenvolve-se, dentro do espaço constitucional, demarcados pelos

princípios de impessoalidade, da legalidade, da moralidade, da publicidade e

da eficiência.

32

A melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados aos

cidadãos e o aumento da competitividade do País, compreende a ação como

um todo, em todos os poderes e esferas do governo, e implicam numa ação

mais integrada e coordenada entre os diversos entes e instituições públicas.

Em fim, é um elenco de normativas que eleva a melhoria contínua como

estratégias de mudanças, elevando a patamares cada vez mais altos do

desenvolvimento institucional.

Observa-se que o sucesso institucional se alcança

gradativamente, pelo esforço contínuo e coletivo em direção à gestão de

excelência.

A excelência fica focada nos objetivos de gerar benefícios para o

setor público e para a sociedade a partir da participação e do

comprometimento dos servidores com a missão de sua organização.

A missão é o instrumento nacional de cidadania, orientado pelos

princípios e valores éticos que norteiam a atividade pública, com a finalidade

primordial de orientar e instrumentalizar o setor público para o cumprimento

eficaz e eficiente, de assegurar o bem-estar da sociedade, gerando benefícios

concretos para o País.

Partiu-se da premissa de que e possível ser excelente sem deixar

de ser público.

A visão é criar o entendimento necessário para dar viabilidade ao

seu processo de transformação rumo a excelência da gerencia pública com

base em padrões e práticas mundialmente aceitas.

Forma-se um conjunto, onde por meio da liderança forte da alta

administração, focam-se as necessidades dos cidadãos destinatários da ação,

da organização, os serviços e os processos são planejados para melhor

atender esse conjunto de necessidades, levando-se em conta os recursos

33

disponíveis.

A partir daí, pessoas e processos representam a execução do

planejamento, concretizando ações que transformam objetivos e metas em

resultados. Isto é, pessoas capacitadas e motivadas que operam este processo

e produzam os resultados esperados.

Tendo-se então, o resultado como controle, pois serve para

acompanhar o atendimento quanto à satisfação dos destinatários, através de

avaliações dos serviços e da ação do Estado, o orçamento e as finanças, a

gestão das pessoas, a gestão de fornecedores e de parcerias institucionais,

assim como, o desempenho dos serviços e processos organizacionais.

A priorização destas metas é destinada, fundamentalmente, a

envolver não apenas o cidadão individualmente, mas todas as formas

representativas sociais, ou seja, empresa, associações, organizações e

representações comunitárias.

Várias outras normas passaram a ser editadas visando à

facilitação desse resultado dentre elas o Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de

2009, que:

“Dispõe sobre a simplificação do atendimento público

prestado ao cidadão, ratifica a dispensa de firma em

documentos produzidos no Brasil, institui a “Carta de Serviços

ao Cidadão” e dá outras providências.”

Nesta Carta temos vários princípios constitucionais descritos

numa forma mais simples “todos são inocentes até que prove ao contrário”,

presunção de boa-fé, “princípio da publicidade, ou seja, públicas são as

informações contidas em repartições públicas, respeitados o sigilo de defesa

nacional”, ou seja, passa-se a compartilhar as informações nos termos da lei,

os constrangimentos de comprovação de antecedentes criminais, informações

34

sobre pessoas jurídicas e situações expressamente revistas em lei não serão

mais obrigatoriamente entreguem pelo cidadão, pois o próprio órgão público

que, agora se encontra integralizado aos sistemas informatizados, poderá

obtê-los.

O Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão edita uma

Instrução Normativa nº 1, de 06 de janeiro de 2010, que:

“Dispõe sobre a elaboração e a publicação de Carta de

Serviço ao Cidadão e a aplicação de pesquisa de satisfação ao

usuário..”

A opinião do cidadão passou a ser de extrema importância para a

orientação do Sistema de Organização e Inovação Institucional - SIORG.

No site da GesPública, a modernização e a desburocratização

utiliza-se de ferramentas do Guia de Simplificação administrativa. Tem-se o

papel do facilitador, ou seja, uma pessoa que catalisa as diversas idéias que

poderão emergir de grupos durante reuniões de trabalhos, motiva o debate

participativo na medida de buscar estímulos dos participantes a contribuírem,

expondo ponto de vistas a ser tema tratado, estabelece, desta forma um

espaço de respeito e confiança, pois sua meta é a inclusão dos participantes

no processo. É uma pessoa importante dentro do meio administrativo e deverá

ser sempre receptivo às idéias apresentadas.

No site Gespública, a desburocratização também trouxe uma

proposta de simplificação em seu Capítulo 9, no Guia “d” de Simplificação

(2009), que como está definida em seu item 9.2:

“É o documento que apresenta a síntese do Novo

Desenho do Processo de trabalho e tem como objetivo sua

submissão à apreciação da autoridade competente para que

seja aprovada e implantada”.

35

Esta proposta tem como objetivo sugerir melhorias e soluções de

curto, médio e longo prazo e benefícios que resultem de implantações de

novos processos. Em fim, trás em seu bojo os objetivos a serem alcançados,

novos desenhos de processos, pontos de melhoria implantados, sugestões de

melhorias para encaminhamento e benefícios da implantação do novo desenho

do processo dentro da administração púbica.

Com isto, tem-se uma nova rotina organizacional, a simplificação

administrativa no fluxo do trabalho, pautando-se na elaboração do Manual de

Procedimentos, capacitação dos envolvidos no Novo Processo de Trabalho,

ampla divulgação do novo funcionamento do processo de trabalho e dos

benefícios gerados.

Diante dessa tendência, passa-se a ter um conjunto de decisões

que levam a ver o cidadão como um cliente, pois envolve critérios de

qualidades, plano de ações e atividades pautado em sua opinião.

O processo passa a ser mero fluxo operacional visando à

satisfação das necessidades dos cidadãos que agora são reconhecidos como

clientes.

Para o alcance desse resultado o processo deve ter linguagem

clara e acessível, disponibilidade 24h no portal da GespPública, atualização

conforme demandas e pesquisas e aderência aos critérios GesPública do

Modelo de Excelência em Gestão Pública - MEGP.

36

Numa modelagem simplificada de processo, pode-se encontrar

uma Árvore de Soluções, ou seja, identificação das condições para a

realização dos subprocessos, análise e melhoria, desenho do novo processo,

identificação dos recursos necessários para a sua execução, identificação das

principais necessidades dos usuários, análise de coesão e acoplamento,

análise do ciclo de planejamento-desenvolvimento-controle-ação corretiva,

finaliza-se então a proposta de melhoria na ação administrativa.

Evidencia-se, mais uma etapa para a busca do resultado de

qualidade que é a árvore de solução, cuja principal meta é identificar os

problemas, analisar suas causas e efeitos, elaborar o detalhamento destas

causas dos problemas, analisar e priorizar a solução, utilizando-se da

ferramenta de técnica de moderação por cartelas, formulários de cronograma

de encaminhamentos e resultados com cronograma de ações para soluções

de problemas.

Por fim, o Estado passa a gerar ferramentas de auto-avaliarão,

mecanismos que irão identificar pontos fortes e fracos no gerenciamento, na

aplicabilidade e no relacionamento entre a administração púbica, seus atos e

resultados perante aos seus cidadãos. É um instrumento que pontua as

organizações públicas que avaliarem seus sistemas de gestão.

37

CONCLUSÃO

A Administração Pública percebe que a informação produzida e

recebida pelos seus cidadãos e pela máquina administrativa é também um

mecanismo estratégico para o desenvolvimento do País.

A facilitação da comunicação entre o Estado e o cidadão, a

desmistificação da acessibilidade informacional, geram uma formulação de

políticas e orçamentos públicos, que refletem uma nova ordem de prioridades

na busca do resultado da cidadania em tempo real.

A informação necessita ser sistêmica, informatizada, planejada,

coordenada e com a obtenção de recursos de informática dos órgãos e

entidades de Administração Pública Federal como um todo.

Já se iniciou com a Gestão Sistêmica da Administração –

GesPublica, simplificando a identificação de seus órgão e os procedimentos

organizacionais administrativos, direcionando-se para a Gestão Eletrônica de

Documento – e-ARQ BRASIL (2009), onde a acessibilidade das necessidades

e dos resultados do cidadão estão sendo trabalhados em tempo real. Mais

muito há que se fazer para que alcance-se a plenitude desburocratizada do

Estado-cidadão.

38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

GONÇALVES, Sonia Maria Goulart. Elementos Básicos para a Formulação de

uma Política de Gestão do Conhecimento para a Administração Pública

Federal Brasileira. Brasília: IBICT, 2006

Desburocratização e Cidadania: para o desenvolvimento local. - Rio de

Janeiro: FGV, 2004.

Conarq. Resolução nº 25, de 27 de abril de 2007.

Conarq. Lei nº 8.159, de 08 de janeiro de 1991.

Conarq. Resolução nº 20, de 16 de julho de 2004.

Conarq. e-ARQ Brasil. Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de

Gestão Arquivística de Documentos.

Presidência da República. Constituição Federal, 1988.

Presidência da República. Decreto nº 1.048, de 21 de janeiro de 1994.

Presidência da República. Decreto 5.378, de 23 de fevereiro de 2005.

Presidência da República. Decreto 6.944, de 11 de agosto de 2009.

Presidência da República. Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009.

Presidência da República. Lei nº 11.111, de 05 de maio de 2005.

Site GespPública.gov.br. Carta de Serviço ao Cidadão, 2009.

Site GespPública.gov.br. Guia “d” de Simplificação, 2009.

39

Site GespPública.gov.br. Gestão de Processo, 2009.

Site GespPública.gov.br. Pesquisa de Satisfação, 2009.

Site Servidor.gov.br. Instrução Normativa nº 1, de 06 de janeiro de 2010

40

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 6

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

A Importância da Gestão Eletrônica de Documento

para Desburocratização na Administração Pública 10

CAPÍTULO II 15

Refletir sobre o e-ARQ Brasil

CAPÍTULO III 24

Refletir sobre a Organicidade da Informação

na Administração Pública

CAPÍTULO IV 29

Refletir sobre a Importância da Organicidade

na Desburocratização

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 41

41

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: DESATANDO O NÓ.COM.BR

A IMPORTÂNCIA DA ORGANICIDADE

NA DESBUROCRATIZAÇÃO

DO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

Autor: Maria Alexandrina Cesar Ferraz

Data da entrega: 03/09/2010

Avaliado por:Profª Maria Lucia de Souza Moreira Conceito: