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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O TRABALHO DO FISIOTERAPEUTA PSICOMOTRICISTA NAS ALTERAÇÕES COGNITIVAS DA MELHOR IDADE Por: Wilmar Souza da Mota Orientador Prof. Vilson Sérgio de Carvalho Co-orientador: Dr. André Luiz Ferreira Rio de Janeiro - RJ Julho / 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O TRABALHO DO FISIOTERAPEUTA PSICOMOTRICISTA

NAS ALTERAÇÕES COGNITIVAS DA MELHOR IDADE

Por: Wilmar Souza da Mota

Orientador

Prof. Vilson Sérgio de Carvalho

Co-orientador:

Dr. André Luiz Ferreira

Rio de Janeiro - RJ

Julho / 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O TRABALHO DO FISIOTERAPEUTA PSICOMOTRICISTA

NAS ALTERAÇÕES COGNITIVAS DA MELHOR IDADE

Por Wilmar Souza da Mota

Apresentação de Monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato sensu”

em Psicomotricidade.

Rio de Janeiro – RJ

Julho / 2003

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AGRADECIMENTOS

As DEUS por agraciar o meu caminho com

tamanha luz.

A Ângela e Roberto que muito me

incentivaram para iniciar os estudos no campo da

Psicomotricidade.

As Professoras Fátima e Cristie por

contribuírem para o meu embasamento nesta área.

A todos os amigos da turma de Pós-

graduação o meu muito obrigado por participar do

meu engrandecimento.

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DEDICATÓRIA

“Envelhecer bem é aceitar a velhice como um bem”.

DUARTE et al,2000

Dedico esta vitória ao meu supervisor e amigo

André, minha Mãe e minha Irmã..

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RESUMO

O ser humano sofre várias alterações desde a sua concepção até à

morte, sendo o envelhecimento a última fase. A desorganização estrutural

descrita pela perda progressiva em função do tempo, associa-se ao surgimento

de patologias gerando vários graus de incapacidade. As alterações cognitivas

são algumas das alterações descritas no processo de envelhecimento,

necessitando de atividades capazes de manter ou restaurar tal função no

indivíduo da melhor idade. A Fisioterapia busca na Psicomotricidade

atividades que trabalhem as áreas psicomotoras com a finalidade de ampliar a

visão global deste corpo estimulando a memória, o processo de aprendizado, a

inteligência e o tempo de reação deste sujeito.

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METODOLOGIA

A proposta para o desenvolvimento deste trabalho centrou-se na

necessidade de ajustar as funções cognitivas do sujeito na melhor idade para

as perdas descritas pelo processo de envelhecimento.

Pretendeu-se que através de observação e revisão bibliográfica se

enumerassem atividades compatíveis com as necessidades cognitivas de

indivíduos na melhor idade, que pudessem ser executadas pelo Fisioterapeuta.

Num primeiro momento, foram agrupadas as informações necessárias

ao embasamento científico, capaz de nortear a dissertação de conceitos para

descreverem a experiência vivida com grupos da melhor idade.

A metodologia utilizada se concentrou na busca de informações

necessárias a psicomotricidade, a fisioterapia e a melhor idade através de

consultas bibliográficas, passando para um próximo estágio onde associou-se

a revisão da bibliografia com as vivências até este momento, sendo descrita

neste trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 01

CAPÍTULO I - A melhor idade 03 1.1 – O processo do envelhecimento 04

1.1.1 – Alterações biofisiológicas no processo do envelhecimento 05

1.1.2 – Alterações cognitivas 14 CAPÍTULO II - Psicomotricidade 19

2.1 – Áreas psicomotoras 23 CAPÍTULO III – A Fisioterapia 27

3.1 – Efeitos dos exercícios no idoso 25 3.2 – Atividades psicomotoras para o sujeito da melhor idade 27 CAPÍTULO IV – Atuação do fisioterapeuta psicomotricista nas

alterações cognitivas do idoso 33

CONCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIA 37 WEBGRAFIA 43 ANEXOS 45 FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

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INTRODUÇÃO O ser humano sofre várias alterações desde a sua concepção até à

morte, sendo o envelhecimento a última fase, cuja qual é descrita por um

declínio funcional provocado pelo progressivo envelhecimento e perda de

células em todos os tecidos.

O processo de envelhecimento do ser humano sempre foi trabalhado

como um fator limitante do indivíduo perante a sociedade em que vive, algumas

vezes sendo considerado um empecilho para as atividades cotidianas do resto

da família da qual faz parte.

Somente a bem pouco tempo, é que se voltou para conscientizar o idoso

de suas capacidades proporcionando-lhe uma autonomia para manutenção de

sua vida em grupo, vivenciando manias, regras e normas coletivas e

individuais.

O indivíduo na melhor idade é detentor de grandes conhecimentos, pois

já vivenciou muitas passagens em sua vida, tornando-lhe capaz de direcionar

seus sentimentos, pois quanto mais idade mais perdas, abandonos e

decepções já foram vividas, bem como muitas alegrias. Através de suas

lembranças é capaz de dividir com os outros seus conhecimentos, pois já

foram testados em sua própria vivência.

Vale ressaltar que algumas alterações fisiológicas no idoso devem ser

trabalhadas para permitir melhor qualidade de vida nas atividades diárias

durante a melhor idade. Muitas vezes se faz uso de dinâmicas de grupo e

jogos para dividir as dificuldades apresentadas e experimentar a solução em

comum para uma mesma situação.

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A melhor idade sempre foi posta de lado, pois é considerada por muitos

como o período do descanso. Muitas vezes não observamos a utilidade do

indivíduo nesta fase, pois questionamos as suas atitudes, não o permitindo

inovar e resolver suas limitações.

O indivíduo na melhor idade é capaz de manter uma rotina menos

apertada, aproveitando mais seu tempo, pois não se preocupa tanto em

realizar o maior número de atividades no menor espaço de tempo, apenas cria

normas em sua rotina para melhor aproveitar seu tempo, devendo receber

orientações para manutenção desta rotina.

As alterações cognitivas na melhor idade ditam a qualidade de vida

deste sujeito, uma vez que estão diretamente ligadas ao controle de sua

movimentação e execução de tarefas. Portanto perfaz um dos objetivos de

trabalho da Fisioterapia aplicada a Geriatria.

A Fisioterapia busca atividades na psicomotricidade para manutenção e

reeducação das alterações cognitivas do sujeito da melhor idade, seja através

de exercícios motores ou ações mais complexas utilizando o corpo como um

todo, valendo-se das áreas psicomotoras para evoluir a mente e os

movimentos deste sujeito.

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CAPÍTULO I A MELHOR IDADE

O ser humano sofre várias alterações desde a

sua concepção até à morte, sendo o

envelhecimento a última fase, cuja qual é

descrita por um declínio, ou melhor, por um

decréscimo das funções dos órgãos,

descrevendo um declínio funcional, pelo

progressivo envelhecimento e perda de células

em todos os tecidos.

Na segunda década de vida iniciamos o

processo de envelhecimento, normalmente

pouco perceptível, onde somente na terceira

década começará a descrever alterações

funcionais ou estruturais, que atingiram um

percentual aproximado de um por cento de

perda da função/ano nos diferentes sistemas

orgânicos, a partir da quarta década.

A desorganização estrutural descrita pela perda progressiva em função

do tempo, associa-se ao surgimento de patologias gerando vários graus de

incapacidade.

A melhor idade é assim definida como a fase no desenvolvimento do

sujeito, constituída pelas perdas somadas ao longo da vida deste indivíduo,

desde que ele seja capaz de desempenhar funções e atividades, capazes de

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alcançar expectativas e desejos, mantendo-se ativo no seu meio socio-cultural,

efetuando projetos, tendo assim uma boa qualidade de vida.

1.1 – O PROCESSO DO ENVELHECIMENTO

"...Envelhecer é um processo seqüencial, individual,

acumulativo, irreversível, não patológico, de

deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os

membros de uma espécie, de maneira que o tempo o

torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio

ambiente e, portanto aumente sua possibilidade de

morte." (OPAS, 1993)

Desta definição, ressaltam-se alguns pontos:

1o. o envelhecimento é um processo e, assim sendo, é algo que vai sendo

construído no transcorrer da existência humana. Não ficaremos velhos aos 60,

70 ou 80 anos, estamos envelhecendo a cada dia, porém dificilmente isto é

aceito pelas pessoas em virtude de mitos e esteriótipos socialmente impostos

que colocam o velho como uma seção à parte da sociedade para a qual só

gera ônus, uma vez que já não faz mais parte do mercado produtivo. Estas

imposições sociais são tão expressivas que, na maioria das vezes, as pessoas

se referem aos idosos como aqueles que têm pelo menos 15 anos mais que

elas, independente da idade que as mesmas possuem. É interessante, no

entanto, relembrar que só não ficará idoso ou velho o indivíduo que morrer

jovem, o que, sem dúvida, não é anseio nem das pessoas, e tampouco da

ciência que há muito vem trabalhando para prolongar os anos de existência do

ser humano.

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2o. envelhecer é um processo fisiológico e natural pelo qual todos os seres

vivos passam e é, sem dúvida, a maior fase do desenvolvimento humano.

Nascemos, crescemos e amadurecemos; deste momento até a nossa morte,

passamos a vida toda envelhecendo. Nesta fase, várias alterações fisiológicas

ocorrerão de modo mais ou menos acentuado e com velocidades variáveis

entre as diferentes pessoas geralmente relacionados a variáveis pessoais.

Tais alterações têm por característica principal a diminuição progressiva

de nossa reserva funcional. Isto significa dizer que um organismo

envelhecido, em condições normais, poderá sobreviver adequadamente,

porém, quando submetido a situações de estresse físico, emocional, etc; pode

apresentar dificuldades em manter sua homeostase manifestando, assim,

sobrecarga funcional, que pode culminar em processos patológicos.

O conhecimento e a compreensão de tais alterações são fundamentais

para evitar dois grandes equívocos assistências citadas por JACOB (1994)

onde:

� sinais e sintomas próprios da senescência são equivocadamente atribuídos

a doenças, determinando a realização de exames e tratamentos

desnecessários. Nada mais é do que "diagnosticar" o envelhecimento como

doença;

� todas as alterações encontradas em um idoso são erroneamente atribuídas

ao seu envelhecimento natural, impedindo a detecção de processos

patológicos passíveis de tratamento e/ou cura.

1.1.1 – ALTERAÇÕES BIOFISIOLÓGICAS NO PROCESSO DO

ENVELHECIMENTO

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O processo de envelhecimento se inicia geralmente na segunda década

de vida, porém é pouco perceptível. Já, ao final da terceira década surgem as

primeiras alterações funcionais ou estruturais. A partir da quarta década há

uma perda aproximada de 1% da função/ano nos diferentes sistemas

orgânicos. Estas alterações fisiológicas possuem um efeito acumulativo e

gradativamente vão diminuindo a reserva funcional do indivíduo

comprometendo sua capacidade de adaptação às modificações do meio

interno e/ou externo.

Segundo DUARTE (1996), CONFORT caracterizou o envelhecimento

pela progressiva incapacidade de manutenção do equilíbrio homeostático em

condições de sobrecarga funcional. A homeostase representa um equilíbrio

dinâmico e compreende a automaticidade dos mecanismos homeostáticos e a

ritmicidade das alterações produzidas no meio interno que se diversificam ao

longo do tempo.

Conforme DUARTE (1996), os mecanismos homeostáticos são

processos de auto-regulação que preservam a capacidade de um organismo

para se adaptar aos estressores e simultaneamente manter o equilíbrio interno.

Tais mecanismos são desenvolvidos junto à evolução humana e se destinam à

manutenção automática do equilíbrio interno a despeito das agressões a que

possa ser submetido. Preservam, portanto, a integridade do organismo,

contrabalanceando os estressores e compensando suas conseqüências,

procurando, assim, corrigir automaticamente quaisquer desvios da

normalidade. Estão intimamente relacionados ao sistema neuro-endócrino

enviando sinais para os sistemas cardiovascular, respiratório, genitourinário,

digestivo e renal. A descompensação de um sistema produz desequilíbrios em

outros sistemas. Tais mecanismos visam minimizar a diferença entre a forma

pela qual um sistema funcionaria idealmente e a forma pela qual, de fato, ele

está funcionando. Isto ocorre dentro de limites controlados (feedback; interação

do meio interno com o meio ambiente), levando ao que se denomina equilíbro

homeostático. Quando o sistema homeostático está comprometido (o que

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ocorre com o avançar da idade), o organismo pode, frente a um fator estressor,

entrar em ruptura completa ou numa situação de funcionamento inteiramente

nova. A progressiva diminuição da capacidade de manutenção do equilíbrio

homeostático observada nos idosos, em condições basais, normalmente não

produz distúrbio funcional, porém, sob influência acentuada de fatores

estressores, há um aumento da probabilidade do desenvolvimento de

morbidades.

As alterações biofuncionais observadas no envelhecimento podem ser

classificadas de várias formas. DUARTE (1996) adota a proposta de

classificação por KENNEY, por ser de mais fácil compreensão, onde:

a) a função é afetada em condições basais ou de repouso (por exemplo:

órgãos dos sentidos);

b) a função é afetada apenas quando o órgão ou sistema é solicitado a

aumentar sua atividade (por exemplo: s. cardiovascular, s. respiratório, etc)

As principais alterações biofisiológicas verificadas no processo de

envelhecimento, podem ser visualizadas no quadro a seguir, baseado em

RUIPÉREZ, I; LLORENTE, P. Geriatria, McGraw Hill, Rio de Janeiro, 1998:

ALTERAÇÕES BIOFISIOLÓGICAS

OBSERVADAS NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

ALTERAÇÕES ORGÂNICAS

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COMPOSIÇÃO CORPÓREA.

. diminuição da água corporal total (de 70% em crianças para 52% no idoso)

OBS: O idoso fica assim a um limite tênue da desidratação. Perdas moderadas

de líquidos podem evoluir rapidamente para um processo de desidratação

evidente.

GORDURA.

. Há uma distribuição mais centrípeta da gordura corporal

ESTATURA.

. Mantém-se até os 40 anos, depois diminui cerca de 1 cm por década

. Esta diminuição acentua-se após os 70 anos em virtude de:

� achatamento vertebral.

� redução dos discos intervertebrais

� presença de cifose dorsal

� arqueamento dos MMII

� achatamento do arco plantar

PESO.

. tendência a diminuir após os 60 anos em virtude da diminuição da massa

muscular e â do peso dos órgãos.

ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS

"Fascies" do idoso (estas extremidades apresentam crescimento contínuo):

. Aumento da circunferência craniana

. Aumento da amplitude do nariz

. Aumento do pavilhão auricular

Tórax senil:

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. Aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax

. Aumento do diâmetro transverso do tórax

ALTERAÇÕES TEGUMENTARES

PELE

. lentificação da renovação epidérmica.

. adelgaçamento da derme.

. diminuição da elasticidade (diminuição de fibras eláticas, surgimento de rugas).

. diminuição da lubrificação tegumentar (diminuição glândulas sebáceas).

. pele mais ressecada (diminuição das glândulas sudoríparas).

. diminuição do tecido subcutâneo em membros (superiores e inferiores) e face

e conseqüente diminuição da proteção tecidual com maior propensão a

instalação de lesões.

. hipertrofia das células de pigmentação (manchas senis).

. despigmentação e palidez (diminuição de capilares e melanócitos)

PELOS E FÂNEROS.

. diminuição da pilificação em geral.

. pilificação em regiões anômalas (devido a alterações hormonais, hipertricose

em mulheres).

. pelos menos espessos e mais fracos.

. perda gradativa da pigmentação (diminuição da atividade dos melanócitos).

. crescimento lentificado e espessamento das unhas (diminuição da circulação

periférica).

. unhas mais secas e quebradiças

OLHOS.

. mais fundos (diminuição da gordura orbitária).

. surgimento do arco senil ( acumulação de lipídeos).

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. diminuição da elasticidade do cristalino e diminuição da acomodação visual

(diminuição da capacidade de focar objetos próximos - presbiopia).

. diminuição do tamanho da pupila e diminuição da velocidade de resposta à luz

( > dificuldade de adaptação à diferentes luminosidades)

OUVIDOS.

. o tímpano torna-se mais espesso ( tendência à formação de tampões de

cerume).

. degeneração do ouvido interno e do nervo auditivo levando a presbiacusia

(diminuição da capacidade auditiva para altas freqüências). Isto impede a

audição de consoantes, de acordo com o ruído ambiental fazendo com que o

idoso ouça mas não compreenda o que lhe é dito)

BOCA.

. boca mais seca (diminuição na produção de saliva e da sua qualidade).

. diminuição do paladar ( em especial para doces e salgados).

. diminuição da superfície das gengivas dificultando a fixação de prótese

dentária e tornando-as mais friáveis.

. tendência a perda progressiva dos dentes que se tornam mais escuros

(diminuição do esmalte e depósitos minerais).

. lentificação do reflexo nauseativo aumentando as possibilidades de

esgagamento

NARIZ.

. aumento de tamanho (crescimento contínuo).

. diminuição da capacidade olfativa.

. aumento da pilificação interna ( em número e espessura)

SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO

. diminuição da massa corporal total.

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. diminuição da força, tônus e velocidade de contração muscular (lentificação

dos movimentos).

. aumento da base de sustentação ( alteração na marcha).

. diminuição dos movimentos de braços ao se movimentar.

. diminuição da massa óssea (osteopenia).

� aumenta com a menopausa (diminuição dos estrógenos).

� pode ocorrer osteoporose.

� > possibilidade de fraturas e deformação das vértebras (tendência à cifose

dorsal)

SISTEMA RESPIRATÓRIO

. diminuição da capacidade vital (em + ou - 25%).

. aumento da capacidade residual.

. diminuição da capacidade respiratória total (em + ou - 50%).

. diminuição da eficácia e da capacidade pulmonar.

. diminuição da elasticidade e permeabilidade dos tecidos que cercam os

alvéolos (diminuição da taxa de absorção de O2).

. diminuição da elasticidade pulmonar (rigidez pulmonar). diminuição da

capacidade inspiratória.

� calcificação das cartilagens intercostais.

� diminuição da contratilidade dos músculos inspiratórios

� diminuição da elasticidade do tecido pulmonar

� enfraquecimento dos músculos do diafragma e intercostais

. diminuição da função pulmonar em geral tornando os pulmões mais

vulneráveis

. diminuição da eficiência da tosse

. aumento do lúmen, diminuição dos cílios e seu movimento

. aumento das glândulas brônquicas de muco

LEVAM A:

diminuição das trocas gasosas

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acúmulo de secreções

dificuldade de expectoração

QUE LEVAM A:

aumento da possibilidade de infecções

SISTEMA CARDIOVASCULAR

Em condições basais é suficiente mas em sobrecarga pode apresentar distúrbio

levando ao comprometimento da função renal

CORAÇÃO.

. aumento do colágeno no pericárdio e endocárdio

. degeneração das fibras musculares do miocárdio e hipertrofia das

remanescentes

. espessamento e calcificação das valvas

. diminuição da força de contração cardíaca

. diminuição da capacidade máxima do coração

. diminuição do débito cardíaco ( em até 50%)

VASOS SANGUÍNEOS

. aumento do colágeno e diminuição da elastina - > rigidez da parede dos vasos

. aumento da espessura e diminuição da luz dos vasos - > comprometimento

circulatório

SISTEMA GASTROINTESTINAL

. lentificação do esvaziamento esofágico devido à dilatação do terço inferior do

esôfago

. diminuição das enzimas digestivas e pancreáticas

. diminuição da pepsina e ácido clorídrico em até 60% (lentificação do processo

digestivo)

. diminuição das lípases gástricas e intestinais

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. diminuição do volume e peso do fígado - diminuição da massa celular hepática

funcionante

� alterações no metabolismo hepático de várias substâncias, inclusive as

drogas, podendo resultar em aumento de seus níveis séricos e do tempo de

excreção dos mesmos

. diminuição da motilidade intestinal

. deterioração das superfícies de absorção intestinal

. diminuição do tônus muscular do esfíncter interno do intestino grosso

. diminuição do tônus muscular intestinal e da motilidade à obstipação

SISTEMA RENAL E URINÁRIO

. aumento do tecido conjuntivo intersticial

. diminuição do tamanho e peso dos rins

. diminuição do número de néfrons

. alterações tubulares

. diminuição da filtração glomerular em até 45% entre os 20 e os 90 anos

. diminuição do fluxo sanguíneo em até 53%

. diminuição da filtração tubular em até 50% aos 70 anos

. lentificação da excreção dos metabólitos

. alteração na capacidade de concentração e diluição urinárias

SISTEMA GENITAL

NAS MULHERES:

com a menopausa:

. diminuição na produção hormonal

. diminuição dos pêlos pubianos

. atrofia dos grandes lábios, colo uterino e vagina

. diminuição dos ovários, trompas e útero

. diminuição da extensão da vagina ( + curta, - elástica e - lubrificada)

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. relação sexual tende a ser mais dolorosa para as mulheres

. > risco de infecções vaginais

NOS HOMENS:

. aumento no tamanho da próstata (hipertrofia benigna)

. ereção mais lenta

. diminuição da sensibilidade peniana e do tamanho testicular

. aumento o período refratário pós-ereção

. ejaculação é retardada

. diminuição do volume do esperma

TERMORREGULAÇÃO

. diminuição dos sensores para frio - lentificação da resposta neuronal, assim o

frio é sentido mas não é reconhecido e portanto, nenhuma reação protetora é

ativada

. alterações vasculares ( dificuldade de contração e dilatação dos vasos em

função dos estímulos nervosos) leva a uma diminuição da resposta ao frio

< produção de calor:

. idoso diminuição a atividade física em geral

. diminuição do metabolismo basal

Hipertermia:

. diminuição da elasticidade dos vasos

. > dificuldade em dilatação

. > dificuldade em perder calor

. diminuição da atividade das glândulas sudoríparas

SONO E REPOUSO

. diminuição do número de horas de sono requeridas

. diminuição de 50 % do sono profundo

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. idosos acordam com mais facilidade e demoram mais para adormecer

1.1.2 – ALTERAÇÕES COGNITIVAS

A compreensão do estado emocional de um idoso implica na

contextualização de sua história de vida, considerando que suas reações

emocionais provavelmente estão diretamente relacionadas com as vivências

que acumulou no transcorrer de sua existência.

Segundo GAVIÃO (2000), "...devemos esperar de um adulto

psiquicamente saudável um equilíbrio efetivo entre a satisfação de suas

necessidades pessoais e a de seus objetos de amor; maior tolerância às

frustrações e controle dos impulsos agressivos, uma auto imagem positiva e

maior eficácia na avaliação da realidade", aspectos estes considerados

essenciais a um envelhecimento bem-sucedido, que dependerá, portanto, de

laços afetivos satisfatórios, tolerância ao estresse, espontaneidade, otimismo,

capacidade de atualizar-se e de sentimentos de segurança e auto-estima.

Um envelhecimento bem-sucedido relaciona-se à maneira pela qual um

idoso consegue adaptar-se às inúmeras situações de ganhos e perdas com as

quais se depara. Conforme explicita NERI (1995), esta "balança" torna-se

menos positiva com o passar dos anos em decorrência de inúmeras perdas

normalmente vivenciadas pelos idosos, como, por exemplo a aposentadoria,

mudanças nos papéis sociais, os handcaps, perda de entes queridos, maior

distanciamento dos filhos, perdas cognitivas e de funções orgânicas, alterações

na própria auto-imagem e consciência da maior proximidade da morte.

O enfrentamento de tais situações está diretamente relacionado à

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maneira pela qual o indivíduo vivenciou e se posicionou previamente em

situações parecidas. Isto é denominado competência intelectual, onde:

"Envelhecer bem é aceitar a velhice como um bem.

Para atingir a sabedoria e a serenidade e para inventar

uma nova maneira de viver, é preciso ter sido capaz de

adaptar-se ao longo da vida. Na medida em que se soube

viver, também se deve saber e ser capaz de envelhecer"

(DUARTE et al, 2000).

Adaptação, no entanto, é diferente de resignação. Ao se adaptar, um

indivíduo continua a viver utilizando-se de estratégias que o auxiliam na

conservação de sua auto-estima, mantendo um equilíbrio mínimo e o

estimulando a enfrentar novos desafios. Os aspectos positivos relacionados a

esta fase da vida dizem respeito ao acúmulo de experiência e à compreensão

ampla, realista e objetiva da própria existência. Sua contribuição na construção

da história viva de uma sociedade é fundamental e se relaciona à valorização

de seu passado e de seus conhecimentos e vivências.

Assim, senescência psíquica, conforme descrito por GAVIÃO (2000):

"...é a possibilidade do idoso encontrar satisfação de viver, apesar do

enfrentamento de perdas ou de um estado de doença, o que dependerá de um

funcionamento psíquico no qual prevaleçam sentimentos amorosos e

construtivos mesmo em situações adversas. Reações depressivas, algum nível

de ansiedade e de instabilidade emocional são esperados e não devem ser

confundidos com psicopatologias." Já a senilidade psíquica, continua a autora,

está mais diretamente relacionada a psicasopatologias prévias, onde o

profissional de saúde que se depara com sintomas emocionais, tais como: alto

nível de angústia, desmotivação, agressividade acentuada e comportamentos

bizarros; deverá solicitar um psicodiagnóstico cuidadoso para o adequado

acompanhamento deste idoso.

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A diminuição fisiológica de algumas funções cognitivas representa um

dos maiores fantasmas para os idosos por significar uma ameaça ao seu bem-

estar e à sua auto-estima. As perdas neurológicas, no entanto, são as

primeiras a aparecerem. Do nascimento, a partir de um total de cerca de 10

bilhões, há uma perda de 50.000 neurônios por dia. Estudos indicam que nos

idosos estas perdas situam-se na faixa de 20 a 40%. Apesar desta diminuição

progressiva, ela não impede o funcionamento mental e psicológico do idoso.

As funções intelectuais mais atingidas são a memória, o tempo de

reação e a percepção, estas últimas são expressas pela redução da

capacidade de receber e tratar informações provenientes do meio ambiente,

prejudicando sua capacidade de interação e interferindo na sua capacidade de

adaptação. Aos profissionais cabe auxiliar os idosos na adaptação frente a

estas perdas, de modo que eles possam se manter alertas e em contato com o

meio.

O quadro a seguir, Extraído de Berger,L; Mailloux-Poirier, M Pessoas Idosas:

uma abordagem global, Lusodidacta, 1995, sintetiza algumas das alterações

mais freqüentes, observadas nos idosos :

MODIFICAÇÕES NAS FUNÇÕES COGNITIVAS

INTELIGÊNCIA

a. não se pode afirmar que haja declínio acentuado com o avançar da idade

b. maior estabilidade e performance intelectual

c. fadiga mental, desinteresse, diminuição da atenção e concentração

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geralmente estão associadas ao declínio da inteligência

d. estudos mostram uma relação direta entre a presença de doenças e o

declínio das capacidades cognitivas

e. características pessoais como aptidões intelectuais anteriores,

Escolaridade, nível socioeconômico e atividades influenciam a performance

intelectual

f. há um ligeiro declínio nas aptidões psicomotoras em especial as

relacionadas à coordenação, à agilidade mental e aos sentidos (visão e

audição) levando os idosos a um desempenho menos satisfatório quando

submetidos a testes que exigem rapidez de execução, longa duração, são

muito competitivos e só estimulam aptidões não verbais,

MEMÓRIA E APRENDIZAGEM

a. as alterações na memória e aprendizagem dos idosos não estão

claramente identificadas mas há indicações de prováveis relações com as

alterações químicas, neurológicas e circulatórias que afetam a função

cerebral como diminuição dos neurônios do SNC, diminuição da eficácia da

oxigenação e nutrição celular e diminuição na aprendizagem associada às

deficiências nas sinapses

b. diminuição motivação, diminuição estado de saúde e experiências prévias

de aprendizagem parecem influir nas modificações observadas no

envelhecimento

c. assimilação mais lenta

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d. diminuição da memória a curto prazo (imediata)

e. conservação da memória de longo prazo (fixação)

f. conservação da capacidade de aprendizagem

g. dificuldade na organização e utilização das informações armazenadas

h. diminuição da memória visual e auditiva a curto prazo

TEMPO DE REAÇÃO

a. diminuição da rapidez dos reflexos e da execução de gestos

b. aumento do tempo de reação

b1. diminuição da acuidade visual e auditiva

b2. diminuição da resposta motora a um estímulo sensorial

b3. diminuição da memória recente

b4. diminuição da motivação

b5. ausência de contatos significativos

b6. presença de doenças

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CAPÍTULO II PSICOMOTRICIDADE

Para entendermos a psicomotricidade se faz necessário conceituá-la:

“A psicomotricidade é a técnica ou grupo de

técnicas que tendem a interferir no ato intencional

significativo, para estimular ou modifica-lo, usando

como mediadores a atividade corporal e sua

expressão simbólica. O objetivo, por conseguinte, é

aumentar a capacidade de interação do sujeito

com o ambiente.”( Gª NÚÑEZ Y FERNÁNDEZ

VIDAL, 1994)

“A psicomotricidade é um foco da intervenção

educacional ou terapia cujo objetivo é o

desenvolvimento da capacidade motriz,

expressivas e criativas a partir do corpo, o que o

leva centrar sua atividade e se interessar pelo

movimento e o ato, que é derivado da: disfunções,

patologias, excitação (estímulos), aprendizagem,

etc.” (BERRUESO, 1995)

“ A psicomotricidade é a posição global do sujeito.

Pode ser entendido como a função de ser humano

que sintetiza psiquismo e motricidade com o

propósito de permitir ao indivíduo adaptar de

maneira flexível e harmoniosa ao meio que o

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cerca. Pode ser entendido como um olhar

globalizado que percebe a relação entre a

motricidade e o psiquismo como entre o indivíduo

global e o mundo externo. Pode ser entendido

como uma técnica cuja organização de atividades

possibilite à pessoa conhecer de uma maneira

concreta seu ser e seu ambiente de imediato para

atuar de maneira adaptada.“ (DE LIÈVRE y

STAES, 1992)

“ É a ciência que tem como objeto de estudo o homem

através do seu corpo em movimento e em relação ao seu

mundo interno e externo, bem como suas possibilidades

de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e

consigo mesmo. Está relacionada ao processo de

maturação, onde o corpo é a origem das aquisições

cognitivas, afetivas e orgânicas.” (S.B.P.1999)

Em termos epistemológicos, a Psicomotricidade não encerra só a

história dos conceitos do exercício físico, da motricidade e do corpo,

convocados para restaurar uma "ordem psíquica perturbada" ou para facilitar o

"funcionamento do espírito", mas também, o estudo causal e a análise de

condições de adaptação e de aprendizagem que tornam possível o

comportamento humano.

TISSIÊ utilizou o termo composto "psicomotor" acompanhado do termo

"centro" ao definir Educação Física quando colocou que a mesma não deveria

ser entendida apenas como "o exercício muscular do corpo, mas também e

principalmente o treinamento dos centros psicomotores". (TISSIÊ, 1901 apud

CAMUS, 1986, p. 24)

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Segundo MIRANDA (2003), historicamente, ao longo dos séculos, a

significação do corpo sofreu inúmeras transformações. Desde Aristóteles

passando pelo cristianismo, havia a divisão corpo/alma, onde o corpo era

negligenciado em relação ao espírito. A partir do século XIX, o corpo passou a

ser estudado por neurologistas com o objetivo da compreensão das estruturas

cerebrais, e posteriormente por psiquiatras para o conhecimento

das patologias mentais. O desenvolvimento da consciência corporal, da

reflexão e da criatividade, além do pleno desenvolvimento afetivo, cognitivo e

motor, constitui alguns dos objetivos da psicomotricidade que, se alcançados,

possibilitarão adultos sadios e felizes. Portanto, proporcionar o trabalho

psicomotor irá ajudar na estruturação da personalidade da criança, já que ela

pode expressar melhor seus desejos, elaborar seus fantasmas, desenvolver

suas necessidades e trabalhar suas dificuldades. A psicomotricidade é uma

ciência que, por ter o homem como objeto de seu estudo, engloba várias outras

áreas: educacionais, pedagógicas e de saúde.

Atualmente, as áreas de atuação da psicomotricidade são descritas

como: educação psicomotora, reeducação psicomotora e terapia psicomotora,

sendo realizada por profissionais da saúde e da educação, com a finalidade de

unir o movimento e o psiquismo do corpo do sujeito organizando a ação

executada pelo mesmo.

A discussão e a rivalidade entre a Educação Física e a Cinesiologia,

entre a Reeducação Física e a Cinesioterapia, foi-se dividindo, e

subseqüentemente divergindo, entre um "corpo físico, higienista e em esforço"

hipotecado ao anatómico e ao fisiológico, defendendo um paralelismo psico-

físico desintegrado de que são exemplos paradigmáticos as afirmações "mens

sana in corpore sano" e "um cérebro irrigado por meio do exercício físico

funciona melhor", e um "corpo afetivo, emocional e relacional" mais próximo

dos fundamentos psicomotores wallonianos e ajuriaguerrianos.

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Em síntese, a Psicomotricidade com o seu pluralismo histórico, fixa a

sua origem nas práticas no esquema corporal, conceito chave ainda hoje, do

seu edifício terapêutico e reeducativo. A importância da sua vivência e da

consciencialização, do papel da acção na emergência das noções

fundamentais à volta das quais se organiza a linguagem (Quirós & Schrager,

1978) e o pensamento, constitui o seu paradigma crucial.

A Psicomotricidade, ao contrário das concepções de Educação Física

não privilegia o "físico", hipotecando-o ao anatômico, ao fisiológico e ao

morfofuncional, reforçando um paralelismo psico-físico ou psico-cinético, nem

tão pouco valoriza os segmentos corporais e os componentes musculares,

visando a excelência da prestação física, a destreza, o alto rendimento ou a

pura proficiência motora.

Em Psicomotricidade, o corpo não é entendido como fiel instrumento de

adaptação ao meio envolvente ou como instrumento mecânico que é preciso

educar, dominar, comandar, automatizar, treinar ou aperfeiçoar, pelo contrário,

o seu enfoque centra-se na importância da qualidade relacional e na

mediatização, visando a fluidez eutônica, a segurança gravitacional, a

estruturação somatognósica e a organização práxica expressiva do indivíduo.

Privilegia a totalidade do ser, a sua dimensão prospectiva de evolução e a sua

unidade psicossomática, por isso está mais próxima da neurologia, da

psicologia, da psiquiatria, da psicanálise, da fisioterapia,da fenomenologia, da

antropologia, da educação, etc.

A Psicomotricidade na sua essência, não é só a chave da sobrevivência,

como se observa no animal e na espécie humana, mas é igualmente, a chave

da criação cultural, em síntese a primeira e última manifestação da inteligência.

A Psicomotricidade, em termos filogenéticos, tem portanto, um passado de

vários milhões de anos, porém uma história restrita de apenas cem anos. A

motricidade humana, a única que se pode denominar por psicomotora, é

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distinta da motricidade animal por duas características: é voluntária e possui

novos atributos de interação com o mundo exterior (Eccles, 1989).

2.1 – ÁREAS PSICOMOTORAS

Para o uso da psicomotricidade se faz

necessário mediadores para o desenvolvimento

e aprimoramento dos movimentos do corpo, isto

é, elementos básicos que influam

significativamente na ação deste corpo. Tais

mediadores se erguem através da discriminação

visual, discriminação auditiva, percepção

espacial e temporal, análise-síntese, memória-

raciocínio e motricidade, sendo descritos como

esquema corporal, coordenação óculo-manual,

coordenação dinâmica geral, lateralidade,

organização e estruturação temporal,

organização e estruturação espacial e

motricidade fina das mãos e dos dedos.

O Esquema Corporal refere-se ao

conhecimento que temos do nosso corpo, sendo

construído através de informações

proprioceptivas, interoceptivas e exteroceptivas,

acompanhando as mudanças deste corpo de

acordo com seu desenvolvimento corporal. É o

canal por onde circula a imagem do corpo, é

nosso equipamento neuromotor, tradutor do que

sentimos e vivemos como sendo nós mesmos.

É o que damos a ver ao outro, é uma

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representação, podendo ser mensurada, é

consciente.

É necessário citarmos ainda, a Imagem Corporal, que está ligada a

história individual de cada um e as relações que este estabelece com os afetos

que recebe nas relações com o mundo. É inconsciente, não podendo ser

mensurada como o esquema corporal, e mudando a cada alteração do afeto.

A Coordenação Óculo-manual é a associação do campo visual com a

motricidade das mãos e dos dedos, tendo como finalidade o domínio do campo

visual, desenvolvendo a habilidade e a precisão de movimentos através da

atenção a natureza dos objetos (grande/pequeno, pesado/leve), o tipo de

trajetória e a posição do sujeito. Este elemento faz parte do grafismo, pois ao

controlar a força muscular na realização da leveza dos movimentos,

melhoramos a habilidade manual solicitada pelo grafismo.

A Coordenação dinâmica geral permite a realização de movimentos

complexos através do controle e organização de todo o corpo, sendo

constituída de exercícios de equilíbrio, cuja finalidade é melhorar o comando

nervoso, a precisão motora e o controle global dos deslocamentos do corpo no

tempo e no espaço. Para o domínio da coordenação dinâmica geral são

necessários alguns elementos: freio inibitório, equilíbrio e relaxamento.

O Freio Inibitório é a supressão de movimentos no tempo e no espaço

preciso. Inicialmente, em movimentos simples e, só depois, na folha de papel.

Limites na marcha, na corrida, no ritmo. Podemos exemplificar através de:

parar ao toque do apito: parar diante de obstáculos; dança da cadeira; imitar

estátua a um estímulo auditivo qualquer.

Equilíbrio é a manutenção do corpo de forma coordenada (papel do

cerebelo) em uma mesma posição durante um tempo determinado. Pode ser

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estático ou dinâmico. Como exemplos podemos: andar sobre a trave ou sobre

um banco e apanhar um objeto; corrida de revezamento com um copo de água

bem cheio à mão.

O Relaxamento ou Relaxação é a diminuição da tensão muscular que

leva o sujeito a sentir-se mais à vontade com seu corpo. Segundo Werneck

(1986):

"É também denominado relaxamento muscular profundo

ou relaxamento muscular progressivo. Por seu efeito, o

relaxamento muscular progressivo é análogo ou

treinamento autógeno, mas não tem objetivos ambiciosos

como existe no grau superior do treinamento autógeno. O

relaxamento muscular progressivo não age somente na

melhora da restauração física, mas também na supressão

de fatores psíquicos de treinamento (por exemplo:

angústia)”.

A Organização e Estruturação Temporal é a compreensão das

dimensões do tempo em relação a acontecimentos do passado, presente e

futuro. Esta área está relacionado a noção de tempo (agora, ontem, hoje,

amanhã, antes, depois, noite, dia, novo, velho, etc), seqüência de ações,

velocidade, duração e ritmo do movimento. Exercícios de organização e

estruturação temporal trabalham noções necessárias ao aprendizado da escrita

e, particularmente, da leitura.

A Organização e Estruturação Espacial é a percepção da dimensão

relacionada a tudo aquilo que nos cerca, isto, o espaço imediato. Nesta área

trabalhamos formas, quantidade, comprimento, tamanho, orientações direita,

esquerda, atrás, na frente, entre, perto, longe, maior e menor.

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Na orientação espacial trabalhamos a posição espacial, distinção do

objeto no espaço; a relação espacial, habilidade de observar um objeto em

relação a outro; adequação espacial, quando percebe-se que um objeto

adapta dentro de um determinado espaço sugerido; e a direção do movimento.

É necessário citarmos a Lateralidade, que é uma área psicomotora de

importância na formação do esquema corporal, pois definirá um eixo corporal e

espaços ladeando este eixo. A partir desta noção de eixo, podemos levar o

sujeito a tomar consciência de que há dois lados que se posicionam em volta

deste eixo, em cada lado repetem-se estruturas semelhantes (as partes do

corpo que temos em pares)como: olhos, orelhas, braços, etc, dando-lhe a idéia

de simetria. Finalmente levá-la a experimentar tais lados em ação (sobretudo

mãos e pernas) e assim, descobrir que utilizamos mais um lado do que o outro

atingindo o conceito de assimetria. Só a partir de então, podemos nomeá-los

com nomes diferentes: Direito e Esquerdo farão sentido para o sujeito, evitando

que se confunda lateralidade com conhecimento de esquerda e direita.

O Equilíbrio é um sistema compensatório para constante modelagem do

sujeito no espaço, estando diretamente ligado a função tônica, associando

sistema nervoso ao sistema muscular.

A junção dos elementos básicos da psicomotricidade, descrevem as

áreas psicomotoras:

- Comunicação e expressão;

- Percepção;

- Coordenação;

- Orientação espaço-temporal;

- Esquema corporal e Lateralidade.

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CAPÍTULO III

A FISIOTERAPIA

“É uma ciência aplicada, cujo objeto de estudos é o

movimento humano, em todas as suas formas de

expressão e potencialidades, quer nas suas alterações

patológicas, quer nas suas repercussões psíquicas e

orgânicas, com objetivos de preservar, manter,

desenvolver ou restaurar a integridade de órgãos, sistema

ou função.”

(Resolução COFFITO - 80, em 21/05/1987)

A Fisioterapia utiliza recursos físicos e naturais, de ação isolada ou

conjunta em eletroterapia, crioterapia, termoterapia, hidroterapia, fototerapia,

mecanoterapia e cinesioterapia, para alcançar os fins e objetivos propostos.

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“Fisioterapeuta é o profissional da área de Saúde, a quem

compete executar métodos e técnicas fisioterápicas, com

a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a

capacidade física do paciente”

(Decreto Lei n. 938, de 13 de outubro de 1969).

Sem dúvida nenhuma, a Fisioterapia, ocupa hoje um lugar de destaque

entre as inúmeras profissões da área de saúde. Poucas tiveram um

desenvolvimento tão rápido e significativo nos últimos dez anos. A Fisioterapia

ganhou espaço em empresas privadas, associações esportivas, centros de

saúde, clínicas particulares, e principalmente em hospitais, onde o

fisioterapeuta mantinha-se timidamente circunscrito a situações bem menos

complexas do que as atualmente desenvolvidas. Passou a ser reconhecido em

sua relevância profissional, tornando-se presença obrigatória no atendimento

hospitalar, de todas as especialidades clínicas e cirúrgicas, além dos serviços

de urgência e de terapia intensiva, minimizando, sobremaneira, as

complicações decorrentes dos longos períodos de internação.

A Fisioterapia, hoje, vem se aprimorando paulatinamente, de forma a

desenvolver, a cada dia, novos métodos de tratamento, o que tem levado seus

profissionais a buscar uma melhor qualificação de seu trabalho e maior

participação no ensino e pesquisa.

Segundo REBELATO e BOTOMÉ (1999), na antigüidade , período

compreendido entre 4.000 a.C. e 395 d.C. havia uma forte preocupação com as

pessoas que apresentavam as chamadas "diferenças incomodas"; este termo

era então utilizado para abranger o que na época era considerado de "doença".

Havia uma preocupação em eliminar essas "diferenças incomodas "através de

recursos, técnicas, instrumentos e procedimentos. Os agentes físicos já eram

utilizados para reduzir essas "diferenças".

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Os médicos na antigüidade conheciam os agentes físicos e os

empregavam em terapia. Já utilizavam a eletroterapia sob forma de choques

com um peixe elétrico no tratamento de certas doenças. O hábito de utilizar as

formas de movimento como recurso terapêutico remonta há vários séculos

antes da era cristã. Nessa época acreditava-se que o uso da ginástica estava

unicamente nas mãos dos sacerdotes e que era empregada somente com fins

terapêuticos, ou seja, os movimentos do corpo humano, quando estudados,

racionalizados e planejados eram utilizados no tratamento de disfunções

orgânicas já instaladas.

Conforme REBELATO e BOTOMÉ (1999), no ano de 2698 A. C. o

imperador chinês Hoong-Ti criou um tipo de ginástica curativa que continha

exercícios respiratórios e exercícios para evitar a obstrução de órgãos

Segundo REBELATO e BOTOMÉ (1999), na medicina Trácia e Grega a

terapia pelo movimento constituía uma parte do tratamento médico. Galeno

(130 a 199 d.C.) consegui através de uma ginástica planificada do tronco e dos

pulmões corrigir o tórax deformado de um rapaz até chegar á condições

normais. O que se pretendia era basicamente curar os indivíduos que fossem

portadores de alguma doença ou deformidade. Na idade média as "diferenças

incomodas "eram consideradas como algo a ser exorcizado. Foi um período

onde ocorreu uma interrupção dos estudos na área da saúde.

A interrupção desses estudos parece ter tido dois aspectos principais: o

corpo humano foi considerado como algo inferior e as camadas superiores da

nobreza e do clero começaram a despertar o interesse pôr uma atividade física

dirigida para um objetivo determinado que era o aumento da potência física.

As ordens eclesiásticas eram inimigas do corpo. Os hospitais da idade média

tinham caráter eclesiásticos , localizavam-se junto aos mosteiros e suas salas

de enfermos estavam ao lado das capelas, havendo inclusive altares na sala

dos enfermos, não havendo local apropriado para a realização de exercícios .

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REBELATO e BOTOMÉ (1999) relatam que no Renascimento volta a

aparecer alguma preocupação com o corpo saudável. O humanismo e as artes

desenvolveram-se e permitiram, paralelamente a retomada dos estudos

relativos aos cuidados com o corpo e o culto ao "físico". Mercurialis apresentou

princípios definidos para a ginástica médica que compreendiam:

1-) exercícios para conservar um estado saudável já existente;

2-) regularidade no exercício;

3-) exercícios para indivíduos enfermos cujo estado pode exacerbar-se;

4-) exercícios individuais especiais para convalescentes;

5-) exercícios para pessoas com ocupações sedentárias.

Nessa época nota-se uma preocupação com o tratamento e os cuidados

com o organismo lesado e também com a manutenção das condições normais

já existentes em organismos sãos. No final do renascimento o interesse pela

saúde corporal começa a especializar-se.

Na fase de transição entre o renascimento e a fase de industrialização o

uso de recursos físicos passa a ter influencia no mundo ocidental. Don

Francisco Y Ondeano Amorós (1779-1849) que não era médico, dividiu a

ginástica em quatro pontos, e um deles era a cinesioterapia com a finalidade de

manutenção de uma saúde forte, tratamento de enfermidades, reeducação de

convalescentes e correção de deformidades. (Lindeman, 1970, p.179).

Segundo REBELATO e BOTOMÉ (1999), "G. Stebbin e B. Mesendiac"

vêem como finalidade de seu sistema de prevenção de lesões corporais e sua

correção, (o sistema Mesendiac dá importância ao trabalho de sustentação

muscular através da fisioterapia). Ling, um professor sueco de ginástica e

massagens corretivas teve seu trabalho divulgado através de discípulos como

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Rothstein, um oficial prussiano que utilizava exercícios preventivos e corretivos

nos cuidados com o corpo, na Alemanha.

Na época da industrialização volta o interesse pelas "diferenças

incomodas". O novo sistema maquinizado, otimizava a crescente produção

industrial trouxe o excesso de trabalho, onde a população oprimida era

submetida a exaustiva e excessivas jornadas de trabalho, as condições

alimentares e sanitárias eram precárias provocando novas doenças como as

epidemias de cólera, tuberculose pulmonar, alcoolismo, e os acidentes do

trabalho. Surge então a preocupação das classes dominantes para não perder

ou diminuir a sua fonte de riqueza e bem estar gerados pela força de trabalho

das classes baixas.

Conforme REBELATO e BOTOMÉ (1999), o exercício físico e as outras

maneiras de atuar caracterizam a Fisioterapia no século XX. Klapp

desenvolveu em sua técnica a posição de gato para o tratamento dos desvios

laterais da coluna vertebral (escolioses) e Kohlransch (1920) situa a

cinesioterapia sobre todos os métodos relaxadores e distensores e desenvolve

o tratamento de enfermidades internas e ginecológicas.

Durante a guerra surgem as escolas de cinesioterapia, para tratar ou

reabilitar os lesados, ou mutilados que necessitavam readquirir um mínimo de

condições para retornar a uma atividade social integrada e produtiva. A

Fisioterapia passa a fazer parte da chamada "Área da saúde" e foi evoluindo no

decorrer da história, teve seus recursos e formas de atuação quase que voltada

exclusivamente para o atendimento do indivíduo doente, para reabilitar ou

recuperar as boas condições que o organismo perdeu.

As formas de atuação da fisioterapia já evidenciam: Atuação terapêutica

através do movimento (cinesioterapia); através da eletricidade (eletroterapia);

através do calor (termoterapia), do frio (crioterapia), da massagem

(massoterapia).

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REBELATO e BOTOMÉ (1999), descrevem que no Brasil, a utilização

dos recursos físicos na assistência à saúde iniciou-se pôr volta de 1879, na

época da industrialização , devido ao grande número de acidentados do

trabalho, e seus objetivos eram voltados para a assistência curativa e

reabilitadora.

Em 1929 o médico Dr. Waldo Rolim de Moraes, instalou o serviço de

fisioterapia do Instituto Radium Arnaldo Vieira para atender aos pacientes da

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Posteriormente organizou o serviço

de fisioterapia dos Hospital das Clínicas de São Paulo, conforme relatado por

REBELATO e BOTOMÉ (1999).

Na década de 50 a incidência de poliomielite atingia

índices alarmantes e como conseqüência o número de

indivíduos portadores de seqüelas motoras e que

necessitavam de uma reabilitação para a sociedade. O

número de pessoas acometidas pêlos acidentes de

trabalho no Brasil se apresentava como um dos maiores

da América do Sul, e essa expressiva faixa populacional

precisava ser reabilitada para reintegrar o sistema

produtivo do país. Em 195l surge no Brasil o primeiro

curso para a formação de técnicos em fisioterapia. Em

1956 surgiu o primeiro curso com duração de dois anos

para formar fisioterapeutas que atuassem na reabilitação.“

(Sanchez, 1984, p.31).

A fisioterapia no Brasil foi regulamentada como profissão através do

decreto-lei nº 938 de 13 de outubro de 1969, descrevendo de fato uma

profissão reconhecida, com características específicas e atuação direcionada.

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CAPÍTULO IV

ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA PSICOMOTRICISTA NAS

ALTERAÇÕES COGNITIVAS DO IDOSO.

A fisioterapia se vale da psicomotricidade para um melhor

aproveitamento cinesiológico voltado a uma terapia global, pois este

profissional entendo o sujeito com um corpo sedento de movimento, porém

sem esquecer que este corpo tem sua emoções e inteligência, sendo

necessário moldar, ensinar, moldar ou reestruturar este corpo como um todo.

Através da psicomotricidade, podemos ensinar novos procedimentos ao

sistema nervoso, reestruturando os já existentes, seguindo a seguinte ordem:

aquisição, reestruturação e retenção, necessárias ao aprendizado motor.

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Valendo-se das alterações cognitivas que acometem o sujeito na melhor

idade, e sempre observando suas limitações fisiológicas e individuais, o

fisioterapeuta poderá planejar as intervenções junto com os idosos adequando-

as a suas alterações, auxiliando na compreensão destas alterações permitindo

assim uma melhor adaptação do mesmo ao seu tempo de reação.

O Fisioterapeuta psicomotricista deverá dar tempo suficiente para a

memorização e aprendizado respeitando o ritmo do idoso, considerando

aprendizados anteriores, direcionando-se a valorizar e utilizar a memória de

longo prazo, bem como a memória visual , considerando limites físicos e

intelectuais . Deverá propor sessões curtas, utilizando vocabulário simples,

evitando a memorização de coisas não essenciais, dando valor aos esforços

empregados por cada indivíduo na melhor idade.

O terapeuta deverá repetir intencionalmente as ordens necessárias para

a execução da atividade, sendo o mais concreto e realista possível,

utilizando materiais manipuláveis, de fácil manuseio pelo idoso.

A inteligência poderá ser trabalhada através da manutenção das

aptidões através do contínuo desempenho de atividades cognitivas,

propiciando constantemente novas oportunidades de aprendizado . O

Fisioterapeuta Psicomotricista disponibilizará tempo adequado para a

realização de testes de inteligência, preferindo os que incidem sobre a

percepção, evitando testes cronometrados e dando importância relativa ao

tempo de realização dos mesmos, estimulando ainda a volta aos estudos

(grupos de terceira idade) ou ao desempenho de atividades laborativas.

O Fisioterapeuta psicomotricista poderá utilizar-se de jogos, dinâmicas e

vivências para atingir o objetivo de manutenção das funções cognitivas do

sujeito na melhor idade.

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O ato de jogar é tão antigo quanto o próprio homem, na verdade o jogo

faz parte da essência de ser dos mamíferos. O jogo é necessário ao nosso

processo de desenvolvimento, tem uma função vital para o indivíduo

principalmente como forma de assimilação da realidade, além de ser

culturalmente útil para a sociedade como expressão de ideais comunitários.

Ao utilizar meios lúdicos para o ensino, criamos ambientes gratificantes

e atraentes servindo como estímulo para o desenvolvimento integral da

criança, e esta ludicidade pode ser utilizada como meio de busca da qualidade

de vida no indivíduo da melhor idade, pois o jogo deixa de ser uma coisa

regrada e passa a ser o jogo pelo jogo.

Para estimularmos a cognição no idoso podemos utilizar-se de:

- Jogos de caça-palavras;

- Jogos de quebra-cabeça;

- Bingo;

- Jogo dos erros (diferenças);

- Recorte e colagem;

- Trabalhos manuais (artesanato);

- Palavras cruzadas;

- Carta enigmática

- Diagrama de letras;

- Torre de palavras;

- Identificar figuras geométricas, associando a quantidades;

- Jogos de caça-números;

- Palavra-Chave;

- Jogos dos nomes (cidade, país, fruta, ator, cantor, animal,etc.);

- Jogos de observação (pode associar as atividades de vida diária);

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- Jogos de Memória auditiva (lêem-se seqüência de palavras, vira-se a

lista e repetem-se as palavras lidas;

- Jogos de quantidades;

- Soma de cabeça (Executar some de acordo com o comando solicitado,

sem usar a escrita);

- Dinâmicas e vivências, visando auxiliar nas tarefas diárias da rotina

deste sujeito na melhor idade.

O idoso deve ser trabalhado para permanecer com sua

integridade físico-emocional para o movimento corporal, seja ele através de

tarefas comuns seja através de atividades em grupo, o que não deve cessar

são os estímulos necessários à manutenção de cada indivíduo, respeitando

sempre as variações de cada indivíduo visando ativar a memória, a

inteligência, o processo de aprendizado e o tempo de reação.

CONCLUSÃO

Cedo ou tarde, o processo de envelhecimento atingirá todos os

indivíduos, devendo nos preparar para melhor viver no período da melhor

idade, haja visto que não poderemos contornar esta etapa de vida, apenas nos

abastecer de informações e atividades que contribuam para a qualidade de

vida.

A Fisioterapia muito tem a ganhar ao utilizar a Psicomotricidade como

meio de atuação para as alterações cognitivas na melhor idade. Através de

atividades psicomotoras mantêm-se o envio de estímulos constantes para o

centro nervoso capaz de aprimorar os movimentos existentes e manter a

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memória e a inteligência, ou ainda aprender novas formas de ações

melhorando o tempo de reação no sujeito que se encontra na melhor idade.

O uso de dinâmicas e vivências de grupo são necessárias a manutenção

das funções cognitivas uma vez que expõe o indivíduo a situações que

permitem evidenciar sua limitações e a busca de soluções, mostrando que

todos temos alguma limitação, estimulando com isso a constante estimulação

nervosa necessária a evolução do sujeito na melhor idade, proporcionando

melhor qualidade de vida.

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ANEXOS

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Candido Mendes

O TRABALHO DO FISIOTERAPEUTA PSICOMOTRICISTA

NAS ALTERAÇÕES COGNITIVAS DA MELHOR IDADE

Autor: Wilmar Souza da Mota

Data da entrega: 08/07/2003

Avaliado por: Conceito:

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Conceito Final: