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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
VENDAS NO VAREJO
ALUNO:MARIO LUIZ PINTO RABAÇA
ORIENTADOR:PROF.NILSON GUEDES DE FREITAS
Trabalho Monográfico apresentado
como requisito parcial para
obtenção do Grau de Especialista
em Marketing no mundo globalizado.
Rio de Janeiro,RJ,fevereiro/2002.
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
VENDAS NO VAREJO
ALUNO:MARIO LUIZ PINTO RABAÇA
ORIENTADOR:PROF.NILSON GUEDES DE FREITAS
Rio de Janeiro,RJ,fevereiro/2002.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 03
CAPÍTULO I
1- O QUE É VAREJO E COMO É SUA ADMINISTRAÇÃO ......................................... 05
1.1- Tipos de Varejistas ............................................................................................ 05
1.2- Principais Tipos de Varejo ................................................................................. 07
1.3- Varejo sem Loja ................................................................................................. 14
2- COMO MONTAR UM PLANO DE MARKETING PARA EMPRESAS VAREJISTAS. 14
2.1- Missão e Objetivos ............................................................................................. 16
3- REALIDADE CORPORATIVA ................................................................................... 19
4- VISÃO 360 GRAUS ................................................................................................... 22
5- TRÍPLICE ALIANÇA .................................................................................................. 24
6- À PROVA DE ERROS ............................................................................................... 26
CAPÍTULO II
1- COMPOSTO DE SERVIÇOS ..................................................................................... 29
1.1- Serviços Primários .............................................................................................. 29
1.2- Serviços Secundários ......................................................................................... 30
1.3- Atmosfera da Loja ............................................................................................... 31
1.4- Decisões de Preço .............................................................................................. 32
1.1.4- Seguindo a Regra de Preços ..................................................................... 33
1.5- Decisão de Promoção ......................................................................................... 34
1.6- Decisão de Localização .......................................................................................35
1.7- Novas Formas de Varejo ..................................................................................... 36
CAPÍTULO III
1- CRESCENTE IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DE VAREJO ................................ 37
2- EXPANSÃO GLOBAL DOS GRANDES VAREJISTAS .............................................. 38
3- UM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO ....................................................................... 39
3.1- Número de Internautas ........................................................................................ 39
3.2- Estratégias Multicanal no Varejo ......................................................................... 40
3.3- O Varejo e o B2B ................................................................................................ 41
3.4- Afinal, Oportunidade ou Problema ? ................................................................... 42
CAPÍTULO IV
1- VENDAS VAREJO – SUPERMERCADOS ............................................................... 44
1.1- O que os Supermercadistas estão fazendo para aumentar as Vendas e Conquistar os
Clientes ............................................................................................................... 44
2- RUMO AO CONHECIMENTO ................................................................................... 50
3- ESCOLA SUPERIOR DE SUPERMERCADOS ......................................................... 54
NOVOS SERVIÇOS: EXIGÊNCIAS E PERSPECTIVAS ................................................ 56
CONCLUSÃO GERAL .................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 61
AGRADECIMENTO.
Agradeço a orientação de todos os professores e amigos.
Dedicatória. Dedico este trabalho a minha família pelo apoio em
todos os momentos.
INTRODUÇÃO
Neste trabalho, podemos examinar os varejistas
como formuladores de suas próprias estratégias de
marketing. Alguns desses intermediários são tão
grandes e poderosos que dominam os fabricantes
com os quais trabalham. Muitos estão usando
planejamento estratégico, sistemas de informações
avançados e ferramentas de marketing
sofisticadas. Estão mensurando o desempenho mais
em termos de retorno sobre o investimento do que
em termos de margem de lucro. Estão também
segmentando seus mercados, melhorando metas de
mercado-alvo e posicionamento e procurando
agressivamente a expansão e estratégias de
diversificação.
Os varejistas atuais estão ansiosos para encontrar novas estratégias de marketing
para atrair e manter consumidores. No passado, isto era possível oferecendo-se localização
conveniente, sortimentos de bens especiais ou exclusivos, serviços mais amplos ou melhores
do que os concorrentes e cartões de crédito de loja para favorecer as compras a prazo. Tudo
isso mudou. Hoje, muitas lojas oferecem sortimentos similares: marcas nacionais como Calvin
Klein, Izod e Levi são agora encontradas na maioria das lojas de departamentos, varejo de
venda em massa e lojas de descontos. Os fabricantes de marcas nacionais, em sua
orientação por volume, espalham seus produtos em todos os pontos de vendas disponíveis. O
resultado é que as lojas de varejo e outros tipos de varejo têm crescido e estão cada vez mais
parecidos.
A diferenciação dos serviços também não existe mais. Muitas lojas de departamentos
têm ampliado seus serviços, o mesmo ocorrendo com muitas lojas de descontos. Os
consumidores se tornaram mais espertos e mais sensíveis a preço. Não vêem mais razão
para pagar mais por marcas idênticas, principalmente quando as diferenças entre os serviços
estão diminuindo. Não necessitam de cartões de crédito das lojas porque os cartões de
crédito bancários se tornaram cada vez mais aceitos por todas as lojas.
Por todas essas razões, muitos varejistas, hoje, estão repensando suas estratégias de
marketing.
O desafio real do varejista começa após o sortimento de produtos e o nível de
qualidade da loja terem sido definidos. Sempre haverá concorrentes com sortimentos e
qualidade similares. O desafio é desenvolver uma estratégia de diferenciação de produtos.
Parece não haver dúvidas, portanto, de que a informatização das empresas varejistas
contribui para melhorar os resultados e poderia ser um importante auxiliar no processo de
tomada de decisão, numa época em que a capacidade de competir de forma adequada vem
sendo posta à prova.
É preciso ensinar ao varejista como tirar proveito gerencial das informações do
sistema, o que requer uma análise de forma como o empresário administra sua empresa, e
que mudanças ele terá de fazer para que os benefícios se tornem palpáveis.
A automação comercial representa no Brasil uma oportunidade extraordinária para
empresas de software que conseguem visualizar que sua missão é ajudar o varejo a
melhorar seus resultados, em vez de simplesmente vender sistemas relevantes apenas para
quem produz.
CAPÍTULO I
1- O QUE É VAREJO E COMO É SUA ADMINISTRAÇÃO
O Varejo inclui todas as atividades
envolvidas na venda de bens e serviços
diretamente aos consumidores finais para
uso pessoal. Um Varejo ou Loja de Varejo é
qualquer empresa cujo volume de vendas
decorre, principalmente, do fornecimento por
unidade ou pequenos lotes.
Qualquer organização que pratica este tipo
de venda, seja um fabricante, atacadista seja
varejista, está na área de varejo. Não importa
como os bens ou serviços são vendidos
(pessoalmente, pelo correio, telefone ou
máquina automática) ou onde são vendidos
(em uma loja, na rua ou na casa do
consumidor).
1.1- Tipos de Varejistas
As organizações varejistas são variadas e novas formas continuam surgindo. Diversas
classificações têm sido propostas. Para nossos propósitos, discutiremos as lojas de varejo,
varejos sem loja e organizações varejistas.
Hoje, os consumidores podem comprar bens
e serviços em uma ampla variedade de lojas.
Os tipos de lojas de varejo mais importantes,
muitas das quais são encontradas na maioria
dos países, classificam-se em oito
categorias: lojas de especialidade, loja de
departamentos, supermercados, lojas de
conveniência, lojas de descontos, varejos de
liquidação, superlojas e showrooms de
catálogos. Talvez, o tipo de varejo mais
conhecido é a loja de departamentos. Esse
tipo de loja no Japão, como a Takashimaya e
Mitsukoshi, atrai milhões de compradores por
ano. Essas lojas possuem galerias de arte,
cozinha diversificada e playgrounds para as
crianças. A rede de lojas de departamentos El
Corte Ingles, da Espanha, atende a multidões
de compradores.
Como os produtos, os tipos de lojas de varejo passam por estágios de crescimento e
declínio que podem ser descritos como ciclo de vida do varejo. Um tipo de loja de varejo
surge, desfruta período de crescimento acelerado, atinge a maturidade e, depois, declina. As
formas mais antigas de varejo demoraram muitos anos para atingir a maturidade, mas as
formas mais novas chegam à maturidade muito mais cedo. A loja de departamentos demorou
80 anos para atingir a maturidade, enquanto as lojas de fábricas, uma forma mais moderna,
chegou à maturidade em 10 anos.
Uma razão para o surgimento de novos tipos de lojas para desafiar os varejos
tradicionais é dada pela hipótese conhecida como roda de varejo. As lojas convencionais
típicas oferecem muitos serviços a seus consumidores e o preço de seus produtos cobrem os
custos envolvidos nessa prática. Isso fornece uma oportunidade para o aparecimento de
novos tipos de lojas (por exemplo, as lojas de desconto) que oferecem preços menores,
serviços limitados e menos status. Grande número de compradores usa as lojas
convencionais para decidir o que comprar e, depois, dirige-se às lojas de descontos para fazer
a compra. À medida que essas lojas de descontos aumentam sua participação de mercado,
elas oferecem mais serviços e melhoram as instalações. Entretanto, com o aumento dos
custos, são obrigadas a aumentar os preços até ficarem similares às lojas tradicionais que
substituíram. Como conseqüência, tornam-se vulneráveis a novos tipos de operações de
baixo custo e margem baixa. Esta hipótese explica parcialmente o sucesso inicial e os
problemas atuais das lojas de departamentos, e, mais recentemente, das lojas de descontos.
1.2- Principais Tipos de Varejo
♦ LOJAS DE ESPECIALIDADES
Vendem uma linha de produtos estreita com um profundo sortimento dentro dessa
linha: roupas, materiais esportivos, móveis, floriculturas e livrarias. Podem ser
subclassificadas pelo grau de abrangência de sua linha de produtos. Uma loja de
roupas seria uma loja de linha limitada e uma loja de camisas masculinas sob medida
seria uma loja superespecializada. Alguns analistas debatem que, no futuro, as lojas
superespecializadas crescerão aceleradamente pela vantagem das crescentes
oportunidades de segmentação de mercado, práticas de mercado-alvo e
especialização do produto.
♦ LOJAS DE DEPARTAMENTOS
Vendem várias linhas de produtos, tipicamente roupas, móveis e utilidades
domésticas, em que cada linha é operada como um departamento separado,
administrado por compradores especializados.
♦ SUPERMERCADOS
Relativamente grandes, operam com custo baixo, margem pequena, volume
elevado, auto serviço projetado para atender às necessidades totais do consumidores
em termos de alimentos, produtos de higiene pessoal e de limpeza e produtos para a
manutenção do lar. Operam com lucro operacional de apenas 1% sobre as vendas e
obtêm lucro de 10% sobre o patrimônio líquido. Apesar da forte concorrência de
concorrentes novos e inovadores como superlojas e lojas de descontos, os
supermercados permanecem o tipo de loja de varejo mais frequentemente visitado
pelos compradores.
♦ LOJAS DE CONVENIÊNCIA
São lojas relativamente pequenas, localizadas próximo às áreas residenciais,
permanecendo abertas além do horário normal e sete dias por semana. Vendem uma
linha limitada de produtos de conveniência de alta rotatividade. Seu horário de
funcionamento amplo e o fato de os consumidores as procurarem para compras
complementares e de última hora as caracterizam como estabelecimentos de preços
relativamente altos. Muitas vendem sanduíches, café e massas semipreparadas.
Preenchem uma importante necessidade do consumidor e as pessoas parecem
dispostas a pagar pela conveniência.
♦ LOJAS DE DESCONTOS
Vendem mercadorias padronizadas a preços mais baixos porque trabalham com
pequenas margens e grande volume. O uso de descontos ocasionais os especiais não
caracterizam uma loja de descontos. Esta vende regularmente suas mercadorias a
preços baixos, oferecendo a maioria das marcas nacionais e não produtos inferiores.
As lojas de descontos estão indo além de venda de mercadorias básicas ao vender
com desconto produtos disponíveis em lojas de especialidade, como as de materiais
esportivos, produtos eletrônicos de consumo e livros.
♦ VAREJOS DE LIQUIDAÇÃO
Compram a preços abaixo do atacado e transferem parte da vantagem aos consumidores.
Trabalham com sortimento variável e mutante de produtos de alta qualidade,
frequentemente, pontas de estoque, números e modelos esparsos obtidos a preços
reduzidos de fabricantes ou de outros varejistas. Há três tipos importantes de varejos
de liquidação: oulets de fábrica, varejos de liquidação independentes e clubes de
atacadistas.
Oulets de Fábrica: Operados pelos próprios fabricantes, normalmente vendem sobras e
mercadorias descontinuadas ou irregulares. Tais estabelecimentos estão se agrupando cada
vez mais em shoppings de fabricantes, onde dezenas de lojas, oferecem preços até 50%
inferiores aos praticados pelos varejos tradicionais e de ampla variedade de itens.
Varejo de Liquidação Independentes: São de propriedade ou dirigidos por empreendedores
ou por divisões de corporações varejistas maiores.
Clube de atacadistas: Vendem uma seleção limitada de produtos alimentícios de marcas
conhecidas, eletrodomésticos, roupas e uma miscelânea de outros bens com grandes
descontos aos associados que pagam anuidades de $ 25 a $ 50. Atendem a pequenos
varejistas e a órgãos governamentais, organizações que não visam o lucro e algumas grandes
empresas. Operam com grandes volumes, possuem despesas baixas por estarem localizados
em armazéns e oferecem poucos serviços. Seus custos são inferiores porque compram em
grandes quantidades e usam pouca mão-de-obra na estocagem. Não fazem entregas ou
aceitam cartões de crédito. Oferecem preços bem baixos, normalmente, 20 a 40% abaixo dos
preços dos supermercados e lojas de descontos.
♦ SUPERLOJAS
O espaço de venda médio das superlojas é de aproximadamente 11.000 metros
quadrados. Visam atender à necessidade total dos consumidores para compras
rotineiras de alimentos e de itens não-alimentos. Geralmente, oferecem serviços como
lavanderia, lavagem a seco, reforma de calçados, caixas eletrônicos e recebimento
de contas. Em anos recentes, as superlojas têm-se tornado lojas de especialidades
gigantes, que vendem sortimento muito amplo de uma linha específica, empregando
funcionários bem preparados. Variações das superlojas incluem a loja mista e o
hipermercado.
Lojas Mistas: Representam uma diversificação do supermercado para o promissor campo de
medicamentos vendidos sob prescrição médica. Ocupam espaço de venda médio de 17.000
metros quadrados.
Hipermercados: Variam de 24.000 a 67.000 metros quadrados e combinam os princípios do
supermercado, das lojas de descontos e dos varejos de fábrica. Seu sortimento de produtos
vai além de bens comprados rotineiramente, incluindo móveis, eletrodomésticos grandes e
pequenos, itens de vestuário e muitos outros produtos. A abordagem básica é a exposição de
grandes volumes de produtos com mínima manipulação por parte dos funcionários. São
oferecidos descontos aos consumidores que estiverem dispostos a carregar utilidades
domésticas de maior porte e móveis. O primeiro hipermercado originou-se na França, e esta
forma de varejo é ainda muito popular na Europa.
♦ SHOWROOMS DE VENDA POR CATÁLOGOS
Vendem uma seleção ampla de bens de marcas conhecidas que permitem markup alto,
giro rápido e descontos nos preços. O sortimento oferecido inclui jóias, ferramentas elétricas,
câmeras fotográficas, malas de viagem, pequenos eletrodomésticos, brinquedos e materiais
esportivos. Os consumidores escolhem os bens em catálogos, que depois são retirados na
área de expedição do showroom. Ganham dinheiro cortando custos, reduzindo a margem de
lucro de vendendo barato, o que possibilita maior volume de vendas.
Novos tipos de lojas surgem para atender às preferências variadas em relação a
diferentes níveis e tipos de serviços. Os varejistas da maioria das categorias de produtos
podem posicionar-se ao oferecer um entre quatro níveis de serviços:
X Varejo de auto-serviço - Usado em muitas operações varejistas, especialmente
para oferecer bens de conveniência e, em alguma extensão, bens de compra comparada. O
auto-serviço é pedra angular de todas as operações de desconto. Muitos consumidores estão
dispostos a assumir seu próprio processo de localizar, comparar e selecionar produtos para
economizar dinheiro.
X Varejo de auto-seleção – Envolve consumidores à procura de bens, com alguma
assistência de vendedores. Eles completam suas transações pedindo o auxílio de um
vendedor na compra de algum item. As organizações de auto-seleção têm maiores custos
operacionais do que os de varejos de auto-serviço porque exigem maior número de
funcionários.
X Varejo de serviço limitado – Fornece mais assistência de venda em razão de
oferecer maior número de produtos de compra comparada que demandam informações de
vendedores. As lojas também oferecem serviços, como privilégios de crédito e de devolução
de mercadorias, o que não é comumente encontrado em lojas que oferecem poucos serviços.
Como conseqüência, os varejos de serviço limitado tem custos operacionais mais elevados.
X Varejo de serviço completo – É composto de lojas que possui vendedores
preparados para orientar o consumidor em todas as fases do processo de localização,
comparação e seleção da compra. Os consumidores que gostam de ser atendidos preferem
esse tipo de loja. O alto custo com funcionários, juntamente com a maior proporção de bens
de especialidade e de giro baixo (itens de moda, jóias, câmeras fotográficas), políticas mais
liberais para a devolução de mercadorias, vários planos de financiamento, entrega gratuita,
serviços domiciliares para bens duráveis e instalações destinadas aos consumidores, como
banheiros e restaurantes, resultam em um varejo de custo elevado.
1.3- Varejo sem Loja
Embora a esmagadora maioria dos bens e
serviços sejam vendidos através de lojas, o
varejo sem loja vem crescendo mais rápido
do que o varejo de loja, representando mais
de 12% de todas as compras dos
consumidores. Esse tipo de varejo é
classificado em quatro grandes categorias:
venda direta, marketing direto, venda
automática e serviço de compra. Alguns
observadores prevêem que um terço de todas
as vendas no varejo será realizado através de
canais sem loja no final do século, como
compra pelo correio, por televisão, telefone,
que possibilitam resposta imediata através de
número de telefone toll-free (discagem
gratuita) ou computador, via Internet.
2- COMO MONTAR UM PLANO DE MARKETING PARA EMPRESAS
VAREJISTAS
Um dos fatores de sucesso do marketing é o
planejamento, sistemático e contínuo, de
forma a transformar os requisitos do cliente
em produtos e serviços adequados ao target
da empresa e aos objetivos da empresa.
Isso nos parece óbvio. Entretanto, para que
se consiga isso, é indispensável a adoção
pela empresa do conceito de marketing
integrado, isto é, a integração de todas as
variáveis controláveis – produto, serviço,
qualidade, preço, canais de distribuição e
composto promocional – de forma
harmônica. (fig. 1).
Produto
Composto Preço
Marcado da
de Marketing Distribuição
Empresa
Comunicação
Figura 1
E o plano de marketing, o que é ? Ele é um
documento que estabelece os objetivos
mercadológicos de uma empresa, define as
ações necessárias para a consecução dos
objetivos estabelecidos e define os prazos e
responsáveis por sua implementação.
“O Plano de Marketing” – Diz M. Cobra1 –
“identifica as oportunidades mais
promissoras no negócio para a empresa.
Mostra como penetrar com sucesso, obter e
manter as posições desejadas nos mercados
identificados. Efetivamente, o Plano de
Marketing é a base na qual os outros planos
da empresa devem estar montados; define as
metas, princípios, procedimentos e métodos
que determinam o futuro; é efetivo, desde
que envolva um compromisso por parte de
1 Marcos Cobra – Marketing Básico – Atlas.
todos que contribuem para seu sucesso, do
presidente ao funcionário da expedição”.
Sete pontos devem ser notados ao se
planejar: simplicidade, clareza, objetividade,
previsibilidade, integração, flexibilidade e
segurança.
2.1- Missão e Objetivos
O posicionamento de uma empresa – escreve
M. Porter2 – “parte de sua ‘missão
estratégica’ e significa definir o seu lugar,
imagem e atitudes perante o mercado. Acima
de tudo, trata-se de criar as bases para definir
a sua estratégia competitiva a longo prazo”.
O estabelecimento de objetivos é crucial
para o crescimento equilibrado das
empresas. E o primeiro passo para
estabelecê-los é identificar e analisar as
fraquezas e oportunidades de sua própria
empresa. Uma das formas mais usuais de se
fazer isso é respondendo os famosos o que,
quem, por que meios, por que, quando, onde
e como, que encerra o que, em retórica, se
chama circunstâncias: a pessoa, o fato, o
2 Michael Porter – Competitive strategies – Prentice-Hall.
lugar, os meios, os motivos, o modo e o
tempo.
As empresas de sucesso estão sempre
prontas a responder às constantes mudanças
do mercado através de planos de marketing
bem elaborados e flexíveis. Para isso,
analisam de forma planejada e contínua o
ambiente e não dispensam a definição clara
do negócio e da missão da empresa.
Lembre-se que Aristóteles certa vez disse: “O
caminho para alcançar êxito começa em
termos primeiramente uma idéia definida,
clara e prática – um objetivo; em segundo
lugar, possuir os meios necessários para
atingir nossos fins: sabedoria, dinheiro,
materiais e métodos; em terceiro, combinar
todos os elementos para uma finalidade.”
A forte mudança no panorama mundial vem
exigindo que o mercado varejista realize uma
busca constante de novas estratégicas não
só para atrair novos clientes, mas
principalmente, para mantê-las.
Não se precisa ser especialista em marketing para observar que os grandes
fabricantes, objetivando aumentarem seus volumes de vendas, vêm distribuindo seus
produtos nos mais diferentes tipos de lojas – shopping, departamentos, massa, descontos,
etc. Como conseqüência, como bem observa P. Kotler3 e Gary Amstrong4: “as lojas estão se
tornando cada vez mais semelhantes uma das outras. Elas se tornaram descaracterizadas.
Em qualquer cidade, um comprador pode encontrar muitas lojas, mas pouco sortimento”.
O reflexo dessa mudança de comportamento também pode ser observado em
diversas e tradicionais lojas de departamentos em nosso país – e em outros países –
reduzindo substancialmente os seus serviços, eliminando inclusive seção inteiras. Em
contrapartida as lojas de descontos têm aumentado os seus.
Se o mercado mudou, o cliente foi o grande responsável. Dinheiro é um produto
escasso no mundo e os consumidores estão muito mais sensíveis a preços. Eles não vêem
razões para pagar mais por produtos idênticos. Afinal, como já previa o professor Ishikawa5 :
“...quem na década de 90 não vender qualidade abaixo custo sairá do mercado”.
Não resta a menor dúvida de que está na hora de pensar – ou repensar – a estratégia
de varejo de sua empresa.
O apetite das grandes redes varejistas
mundiais pelo mercado brasileiro está longe
de se sentir saciado. Ao contrário, está até
aumentando. Num primeiro momento, com a
estagnação das economias européias,
grupos alemães, espanhóis, franceses,
ingleses, precisam ampliar suas fronteiras de
negócios e enxergam o Brasil como uma das
regiões mais atraentes do planeta para
estender seus tentáculos, sozinhos ou
3 Philip Kotler – Asdministração de Marketing – Atlas. 4 Gary Armstrong – Marketing Management: analysis, planning, implementation and control – Prentice-Hall. 5 Revista Varejo & Tecnologia. Ano 1. Nº 4. Agosto de 2000.
associados a empresários brasileiros. A
Leroy Merlin é a primeira a chegar neste ano.
Associada a brasileira Léo Madeiras, está
para inaugurar sua primeira loja de materiais
de construção em Ribeirão Preto, no interior
de São Paulo. Redes de supermercados
como Continente, Metro, Auchan, ao lado de
lojas de departamentos como Marks &
Spencer preparam o desembarque no país
nos próximos meses. E também podemos
contar com a marca registrada mais
conhecida do mundo no comércio varejista
de alimentos: o McDonald’s. Quem avisa é o
consultor Marcos Gouveia de Souza, diretor
geral da GS&MD, empresa especializada em
comércio varejista. Sua carteira de clientes
inclui estrelas como o grupo Pão de Açúcar,
C&A, Lojas Americanas, Mappin, Makro e
Wal-Mart. Em Janeiro, Gouvêa de Souza
liderou uma delegação de 100 empresários
brasileiros que participou da Convenção
anual National Retail Federation (Federação
Nacional do Varejo) realizada em Nova York.
3- REALIDADE CORPORATIVA
Embora hoje o McDonald’s seja o quarto
maior varejista da América, a imprensa fica
fascinada principalmente com o reluzente
exterior da companhia. A imagem de
marketing é fabulosa, mas a realidade
corporativa é desconhecida.
Quando esta empresa abriu a sua loja nº 8.000 ou alcançou a cifra de 50 bilhões de
hambúrgueres servidos – ambos em 1984 - , ela foi notícia de destaque. Mas as estratégias
que usou para dominar a indústria de 130 bilhões de dólares em serviços alimentares nos
Estados Unidos – um mercado quase duas vezes o da indústria americana de computadores
– nunca recebem tanta atenção.
Uma cobertura tão superficial não pode ser atribuída inteiramente aos jornalistas. O
próprio McDonald’s tem contribuído para promover a face mais simples de seu negócio.
Desde o princípio, ele encorajava reportagens de focalizassem o volume de vendas de
hambúrgueres.
Num mercado típico de televisão, sua marca é promovida através de trinta comerciais
de rádio e TV levados ao ar diariamente. É como se a presença externa fosse tão esperada
que seu poder e presença corporativos passassem despercebidos. O McDonald’s é o que
existe de mais próximo a um serviço de utilidade pública varejista na América.
O controle de tal participação de mercado proporcionou um impacto sobre o sistema
de processamento de alimentos dos Estados Unidos que os próprios processadores não
entendem completamente. Com um consumo superior a 300.000 toneladas de hambúrgueres
por ano em seus restaurantes, o McDonald’s é o maior comprador de carne bovina do país. A
cadeia serve tanta batata frita que a cada ano compra 8 por cento de toda a colheita de
batatas dos Estados Unidos cultivadas para alimentação. Devido a esses volumes e à sua
insistência sobre a qualidade e a consistência do produtos, o McDonald’s produziu mudanças
revolucionárias no processamento de carne e batata.
O impacto também é evidente nas posições concorrentes das principais companhias
da área de processamento de alimentos. Consideremos apenas o impacto sobre a indústria
de toda a Coca-Cola vendida nos Estados Unidos – em copos, garrafas ou latas. E se o
McDonald’s mudasse para Pepsi-Cola em suas lojas, os oito pontos percentuais que a Coca
tem de vantagem sobre a Pepsi seriam reduzidos quase à metade, e a diferença superior a
dois para um, que a Coca hoje mantém na venda de xarope de coca na fonte, seria
praticamente eliminada.
O poderio econômico em relação as indústrias não ligadas à alimentação é ainda
menos compreendido. É provável que a maioria dos especialistas em imóveis não se dêem
conta de que, em 1982, o McDonald’s superou a Sears como o maior proprietário mundial em
imóveis comerciais. Na verdade, é o controle da companhia sobre os imóveis que explica por
que o McDonald’s se beneficia de forma tão considerável de sua liderança industrial em
volumes de alimentos.
Além de tudo isso, ainda tem a área de mão-de-obra que talvez seja a maior influência
sobre a economia americana, que é mais subestimada. Com mais de 800.000 pessoas na
folha de pagamento a qualquer momento dado, o McDonald’s System é, sem dúvida, um dos
maiores empregadores dos Estados Unidos. Pelo fato de nele treinar estudantes secundários
em seu primeiro emprego, a maioria de seus funcionários rapidamente avança para outras
funções mais bem remuneradas, o que explica por que a taxa de rotatividade de pessoal das
lojas tem sido historicamente maior do que 100 por cento por ano.
Contudo, explicar meramente o impacto econômico dessa cadeia não é nem o
começo da revelação. É o caráter da empresa – as pessoas que administram e a maneira
como a operam.
Muitos tentam decifrar tal sucesso, mas até o momento, esses estão enterrados sob
camadas freqüentemente enganadoras. Segundo alguns relatos, os segredos estão
completamente contidos no espírito empreendedor de seu fundador Ray Kroc. Este tem sido
pintado como um especialista em marketing que imaginou como vender hambúrguer às
massas. Poucas pessoas fora dessa empresa entendem que o brilhantismo de seu fundador
estava na maneira como ele selecionava e motivava seus gerentes, seus franquiadores e
seus fornecedores. Seu talento administrativo, porém, reflete-se melhor no tipo de
organização que construiu para agrupar todos os elementos do seu sistema. Na verdade,
Kroc construiu uma corporação de personalidades naturalmente inteligentes, fanaticamente
agressivas e extremamente divergentes. A visível padronização dos mais de 11.000
restaurantes McDonald’s dá a impressão de uma corporação com burocracia centralizada,
mas os que pertencem a ele sabem que é diferente.
4- VISÃO 360 GRAUS
Conhecer o cliente em todos os seus aspectos é a chave para conquistar sua
lealdade.
Muito se tem falado sobre o conceito de CRM (Customer Relationship Management
ou Gerenciamento das Relações com o Cliente), mas poucos têm se empenhado em
realmente explicar como essa estratégia pode ajudar uma empresa a conquistar e reter
clientes. O conceito vai desde a implantação de um call center, passando pela automação de
força de vendas, gerenciamento de campanhas de marketing, até o acompanhamento de pós-
vendas. E não é só isso: segundo um estudo de Gartner Group, muitos dos projetos de CRM
podem fracassar se não houver uma grande interação entre todas as gerências da
corporação. As empresas já passaram pelos mais diferentes desafios, tais como,
reengenharia, downsizing e outsourcing, e agora que estão prontas para competir
globalmente agindo localmente, deparam-se com um problema muitos mais sério: como
conquistar novos clientes e manter meus clientes fiéis ? Como personalizar produtos e
serviços para determinados nichos de mercado ? Afinal, como aumentar, investindo de
maneira correta a minha verba de marketing ? Com a competitividade do mercado, é cada
vez mais importante dimensionar e medir resultados dos investimentos feitos pelas empresas.
É preciso medir esses resultados do ponto de vista do cliente.
Atualmente, é necessário ter uma visão completa do cliente, abrangendo muito mais
que simples informações de endereços e datas de aniversário. Temos de contar com um
histórico do consumidor, analisar suas tendências de compra e prever qualquer decisão dele
em adquirir um produto de um concorrente. Parece difícil ? Um bom sistema de CRM o
ajudará a fazer tudo isso e muito mais.
A palavra-chave no mercado é fidelização. Nunca se investiu tanto em programas
desse tipo, já que manter o cliente custa cinco vezes menos do que conseguir um novo. Ou
seja, manter clientes é, antes de tudo, uma questão de economia. Outro ponto importante é o
atendimento via internet. Estudos mostram que 96% das empresas não estão preparadas
para atender seus clientes via internet e, quando possuem uma estrutura para tal, não sabem
distinguir quando o mesmo cliente vem da internet e de uma chamada telefônica. Quem já
não recebeu uma mala direta duplicada ? Ou duas ligações diferentes, propondo a mesma
assinatura de jornal ?
E o que é preciso para implantar um sistema de CRM ? Existem padrões de
tecnologia a serem seguidos ? Hoje, estão trabalhando com diversos parceiros que
desenvolvem suas soluções de CRM nos padrões da tecnologia Microsoft. Com isso,
organizações de qualquer tamanho podem escolher soluções de CRM de acordo com suas
necessidades, baseadas em uma plataforma tecnológica confiável e avançada, composta de
banco de dados SQL Server 7.0, que permite armazenar qualquer volume de dados; de
Exchange, que permite a colaboração e a integração dos funcionários da corporação; de Site
Server, que torna viável o atendimento via web; e, por fim, de Windows 2000, uma plataforma
mais robusta e segura para os negócios.
Existem alguns segredos para uma implantação de sucesso de CRM. Entre eles,
estão o comprometimento de todos os envolvidos, a escolha de um software que permita
customização, a implantação de um call center que permita atendimento via internet, fax ou
contrato direto, a existência de vendedores treinados para saber o que oferecer para os
clientes e parceiros, departamentos de marketing e de vendas que tenham o mesmo discurso,
um departamento financeiro integrado com tudo isso, e uma mudança na cultura de como se
atender o cliente. Afinal, o consumidor deve ser tratado como único, se sentir como tal e,
principalmente, ter suas necessidades atendidas de maneira simples, rápida e eficiente.
5- TRÍPLICE ALIANÇA
Emissoras de cupons fiscais, automoção
comercial e reforma fiscal são essenciais
para uma completa transformação do
pequeno e médio varejo.
Estamos na iminência de uma verdadeira
revolução tecnológica e cultural no modelo
de gestão do pequeno e médio varejo. Muito
embora não tenham origens nem propósitos
comuns, três fatores interagem e podem
rapidamente catalisar mudanças no processo
de gestão dessas empresas que trazem
grandes transformações. Os três fatores são:
implantação do ECF, tecnologia de
automação comercial e necessidade de
reforma fiscal.
O cronograma imposto pelo governo para a
implementação do ECF determinava que
inicialmente que as grandes empresas
varejistas deveriam implementar a
sistemática. Em seguida, gradativamente as
empresas de menor porte também o fariam. A
etapa de implantação nos grandes varejistas
ocorreu conforme o previsto, com sucesso.
Mas, quando chegou a vez dos médios e
pequenos, a implantação perdeu velocidade e
o cronograma simplesmente não aconteceu.
Muito se especula, e pouco se conclui, a
respeito das razões que impediram a
implementação do ECF no pequeno e médio
varejo dentro das previsões governamentais.
Houve ao menos duas condições
inequivocadamente facilitadoras desse
processo para os grandes e que se tornaram
obstáculos por não existirem nos pequenos e
médios: a existência de um sistema de
automoção comercial já instalado na empresa
e a crença de que a sonegação fiscal não
constitui uma vantagem competitiva.
Essa crença, embora costume ser tratada de
forma velada, não esconde evidências de
que, para os pequenos e médios, recolher
todos os impostos implica não conseguir
condições competitivas para sobreviver no
mercado.
O terceiro ponto é a reforma fiscal, que visa
aplicar a tributação apenas no varejo.
Todavia, o sistema de fiscalização atual,
baseado em auditorias por agentes, apenas
consegue atingir com eficiência os pontos
mais altos da cadeia produtiva. Por ser um
processo automatizado e que facilita a
fiscalização, o ECF vem se apresentando
como única alternativa para a implementação
da reforma fiscal sem que o Estado corra o
risco de uma queda insuportável na
arrecadação.
A dita revolução, no pequeno e médio varejo,
deverá ocorrer em duas esferas: na filosofia
da gestão empresarial e na tecnologia dos
sistemas de informação gerencial. A primeira,
em virtude da quebra do paradigma de que só
se sobrevive sem pagar impostos, o que será
atingido com a implantação total do ECF e
uma reforma fiscal com redução sensível da
carga fiscal. E a segunda, em função da
implementação da automação comercial, que
permitirá ao administrador desenvolver uma
gestão baseada em informações gerenciais
fidedignas.
6- À PROVA DE ERROS
Embora estimulado de modo incorreto pelo
governo, o ECF está mudando o cenário do
varejo brasileiro.
Estima-se que até meados da década de 90, o
mercado de automação do varejo brasileiro
absorvia de 25 mil a 30 mil terminais de
pontos-de-venda (caixas registradoras, PDVs
modulares) ao ano. Até 1994, a Comissão
Técnica Permanente (Cotepe) do Confaz, que
trata das especificações de equipamentos
que emitem documentos fiscais em
substituição à Nota Fiscal ao Consumidor,
não permitia o uso do PC com uma
miniimpressora como equipamento válido
para a emissão de documentos fiscais.
A partir do Convênio ICMS/156, publicado no
final de 1994, o Fisco passou a aceitar o PDV
modular como solução fiscal, com a criação
do conceito da impressora fiscal
(tecnicamente chamada ECF-IF), uma
miniimpressora dotada de memória fiscal
capaz de armazenar informações de venda e
de tributos para efeito de fiscalização. A
partir dessa definição, não seria mais
necessário ao lojista adquirir um sistema
“fechado” que emitisse cupons fiscais na
frente de loja. Um PC, um software qualquer
de automação e uma impressora fiscal
passaram a ser aceitos pelo Fisco como uma
legítima solução fiscal.
Nesse novo cenário, vários novos
fornecedores passaram a suprir o mercado,
destacando-se as grandes empresas
multinacionais que, até então, não atuavam
no mercado de automação comercial
brasileiro. De 1995 a 1997, os
estabelecimentos comerciais representados
por grandes redes de lojas e supermercados
passaram a adotar o ECF-IF. O mercado de
automação comercial brasileiro começou a
crescer rapidamente, devido à flexibilização
dos equipamentos fiscais, necessidade de
atualização tecnológica, busca de eficiência,
meios de pagamento “eletrônicos” (cartão de
débito e de crédito), redução de preços e
maior disponibilidade de soluções.
No final de 1997, após o início da crise
asiática, o governo baixou um pacote de
medidas visando conter gastos e aumentar a
arrecadação. Nesse pacote, passou a
considerar o uso do emissor de cupom fiscal
pelo varejo como obrigatório. Essa
obrigatoriedade somente foi regulamentada
em fevereiro de 1998, com a publicação de
um cronograma estipulando a
obrigatoriedade por faixa de faturamento.
O interesse do governo na adoção
generalizada do ECF é grande, em função da
cantada e decantada reforma tributária que
tenderia a acabar com o cascateamento de
impostos e passaria a tributar as mercadorias
apenas na venda ao consumidor, como
acontece hoje nos países de Primeiro Mundo.
Para que essa reforma fosse viável em um
país sem tradição no correto recolhimento de
impostos, seria necessária uma base grande
de equipamentos que facilitassem a auditoria,
por parte do Fisco, do recolhimento correto
dos impostos devidos.
Polêmico ou não, o ECF mudou o perfil de
automação do varejo brasileiro. A
obrigatoriedade do uso de cupom fiscal teve,
e está tendo, o papel de acelerar a
modernização da gestão do segmento de
comércio no país. Esse é o lado bom de um
processo que poderia ter sido implantado de
forma mais eficiente e planejada pelo
governo.
CAPÍTULO II
1- COMPOSTO DE SERVIÇOS:
O mundo moderno tem deixado para trás
algumas práticas do comércio que permitiram
a essas empresas conquistarem seus
clientes. Os velhos armazéns e mercearias –
ainda bem que conto com o do “seu”
Benjamim – que ofereciam serviços de
entrega, crédito e bate-papos estão sendo
substituídos por frios e impessoais serviços
dos atuais supermercados.
O que o varejista anda esquecendo é que o
composto de serviços é uma poderosa arma
de diferenciação entre estabelecimentos.
Os serviços a serem oferecidos podem ser
classificados como primários e
suplementares. Os primários são aqueles que
a maioria das lojas deveria ter. Os
suplementares são aqueles que agregam
valor aos anteriores.
1.1- Serviços Primários:
• Assistência técnica;
• Crédito;
• Devolução e ajustes de mercadorias;
• Entrega à domicílio;
• Estacionamento;
• Horário de funcionamento conveniente;
• Instalação e montagem;
• Provadores de roupa;
• Recebimento de reclamações;
• Ar condicionado.
1.2- Serviços Suplementares:
• Treinamento constante da equipe;
• Achados e perdidos;
• Cadeiras de rodas;
• Compras personalizadas;
• Conferências de embalagens;
• Consultores de compras;
• Demonstrações;
• Desconto de cheques;
• Embalagens para presentes,
• Funcionárias que cuidam de bebês;
• Informações de compras;
• SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente;
• Locais para guarda de pertences pessoais (com segurança);
• Localizador de produtos;
• Pagamento de contas;
• Pedidos especiais;
• Playground para crianças;
• Lista para noivas;
• Registro de clientes;
• Restaurantes ou lanchonetes;
• Merchandising atuante;
• Shows.
1.3- Atmosfera da Loja:
A Atmosfera da loja é outro elemento no
arsenal de produtos. Um layout de loja pode
tanto facilitar como dificultar o tráfego de
clientes em seu interior, isto é, ele deve ser
adequado ao seu mercado-alvo, induzindo os
clientes a comprar. Isto é o que alguns
autores denominam incorporação de uma
atmosfera planejada.
“O prezado leitor já se perguntou por que se
toca música em supermercado? É que os
supermercadistas descobriram que o ritmo
da música afeta tanto o tempo de
permanência do cliente na loja como,
obviamente, seus gastos.”
Cada vez mais, os varejistas estão se
esforçando para criar ambientes de compra
que se adaptem a seus mercados-alvo.
Shoppings como o Barrashopping e outros
da rede estão realizando shows em suas
dependências. Cadeias como a Banana
Republic e Laura Ashey estão transformando
suas lojas em teatros que transportam os
clientes para ambientes de compras
incomuns e excitantes. Até mesmo a
conservadora Sears – como explica G.
Amstrong – dividiu as áreas de roupas em
cada uma de suas lojas em “seis” lojas
distintas, cada uma com seu próprio
ambiente de venda projetado para satisfazer
os gostos de segmentos individuais.
1.4- Decisões de Preço:
O preço continua sendo a “grande arma” do
varejista no Brasil e em todo mundo. Ele é
fator importantíssimo no posicionamento e
deve ser considerado levando-se em
consideração o mercado que se pretende
atingir, sortimento dos produtos da loja,
serviços oferecidos e, obviamente, a
concorrência.
Como lembra G. Amstrong:6 “...os varejistas
devem prestar atenção na tática de
estabelecimento de preços. Em sua maioria,
eles fixam preços baixos para alguns itens,
de modo que estes sirvam de itensificadores
de tráfego ou queima de estoque. Em outras
ocasiões, eles promovem vendas de todo o
estoque. Planejam, também reduções de
preços para mercadorias de giro lento...”
Qualquer uma das táticas, entre outras
existentes, é válida. O que não deve ser
esquecido é que o preço deve ser sempre
exeqüível, isto é, que possibilite que um
número maior de consumidores possa pagá-
lo, salvo exceções, como de especialidades.
1.4.1- Seguindo a Regra de Preços
6 BRANDÃO, Ailton Bomfim. Administração de Marketing. 5ª ed. Ed. Atlas S/A . São Paulo. 1998.
A equação de valor de uma determinada
empresa afirma que quanto menor o preço
maior a satisfação do cliente. A redução não
foi uma promoção e sim, permanente. E só
foi possível, graças ao volume de
ingredientes que passaram a consumir com a
expansão, no momento em que
ultrapassaram a marca dos 300 restaurantes
no Brasil e encaminharam-se para dobrar
esse volume em três anos. O raciocínio é
simples: quanto maiores os volumes,
maiores as possibilidades de se negociar
preços ainda melhores com os fornecedores.
É o que se chama de “economia de escala”.
Cabe a cada empresa decidir o que fazer com
esses ganhos. No caso dessa conceituada
empresa, eles são transferidos diretamente
para o cliente, na forma de descontos nos
preços.
Oferecer planos cada vez melhores requer
um esforço de toda a empresa e uma
dedicação muito grande das equipes de
todos os setores na busca de eficiência. É um
desafio contínuo, um esforço muito grande.
Mas que os clientes sabem reconhecer,
honrando as empresas com sua preferência,
fidelidade e freqüência. Resta a cada empresa
melhorar a experiência que os clientes vivem
a cada vez que lhe visitam, para terem uma
equação de valor imbatível e clientes cada
vez mais satisfeitos. Observemos a figura 2
abaixo, um esquema da redução de preços:
Mais Maior
volume
Restaurantes de
compras
Quanto mais
Mais cresce, mais barato
Redução
clientes pode cobrar
nos Custos
Mais
Descontos
vendas nos
preços
Figura 2
1.5- Decisão de Promoção
Os varejistas usam ampla variedade de
ferramentas promocionais para gerar tráfego
e compras nas lojas. Fazem anúncios,
adotam companhas de vendas especiais,
distribuem cupões de descontos e, mais
recentemente, estão instituindo programas
de compradores freqüentes, montando
quiosques para degustação de alimentos,
colocando cupons nas prateleiras ou junto
aos caixas. Cada varejista deve usar as
ferramentas promocionais que apoiam e
reforçam seu posicionamento de imagem. As
lojas refinadas veiculam anúncios de bom
gosto em revistas com Vogue e Harper’s.
Elas treinam seus vendedores sobre como
dar boas-vindas aos consumidores,
interpretar suas necessidades e lidar com as
reclamações. Os varejistas de descontos
organizam seus produtos para promover a
idéia de barganhas e grande economia,
embora oferecem poucos serviços e
assistência de vendedores.
1.6- Decisão de Localização
Como os corretores de imóveis, os varejistas
estão acostumados a afirmar que as três
chaves para o sucesso são “localização,
localização e localização”. Por exemplo, os
consumidores escolhem, de preferência, o
banco e o posto de gasolina mais próximos.
As redes de lojas de departamentos,
empresas petrolíferas e as franquias de fast-
food devem tomar muito cuidado ao
selecionar suas localizações. O problema
começa com a seleção das regiões do país
onde abrir pontos de venda, depois, as
cidades específicas e, dentro das cidades, os
locais específicos. Por exemplo, uma rede de
supermercados pode decidir operar no meio-
oeste e no sudeste; no meio-oeste, nas
cidades x, y e z; na cidade x, em 14 pontos
distintos, a maioria no subúrbio. Em anos
recentes, as duas redes de varejo de
descontos que mais investem em localização
são a T.J. Maxx e a gigante de brinquedos
Toys “R” Us. Ambas localizam a maioria de
suas novas lojas em áreas que concentram
grande número de famílias jovens. A grande
vencedora na “corrida pela localização” é a
Wal-Mart, cuja estratégia de ser o primeiro
varejo de massa a se localizar em mercados
pequenos e rurais tem sido um dos fatores-
chaves de seu sucesso fenomenal.
Os grandes varejistas enfrentam o seguinte
dilema: instalar várias pequenas lojas em
muitos locais ou lojas maiores em alguns
locais. De modo geral, o varejista deve abrir o
maior número possível de lojas em cada
cidade ou região para obter economia de
escala com promoção e distribuição. Quanto
maiores as lojas, maiores suas áreas de
atração.
Os varejistas podem escolher entre localizar
suas lojas no centro comercial de uma
cidade, em um shopping center regional, em
um shopping center local, em uma rua
comercial de bairro ou dentro de uma loja
maior.
1.7- Novas Formas de Varejo
Constantemente, surgem novas formas de
varejo para ameaçar as formas tradicionais.
Um banco de Nova York entrega dinheiro
diretamente no escritório ou na residência de
seus clientes mais importantes. A Adelphi
College oferece “aulas em um vagão de
trem”, onde é possível aos executivos que
viajam diariamente na linha Long Island-
Manhattan obter créditos para o MBA (pós-
graduação em administração de empresas). A
American Bakeries inaugurou a
Hippopotamus Food Stores, onde os
consumidores podem comprar embalagens
tamanho família e economizar de 10 a 30%.
Uma forma “nova” e muito rentável de varejo
é, realmente, rival do tipo de varejo mais
antigo: as carrocinhas.
CAPÍTULO III
1- CRESCENTE IMPORTÂNCIA DA
TECNOLOGIA DE VAREJO
As tecnologias de varejo estão tornando-se
criticamente importantes como ferramentas
competitivas. Os varejistas progressistas
estão usando computadores para fazer
previsões melhores, controlar os custos de
estoque, fazer pedidos eletrônicos aos
fornecedores, enviar correio eletrônico entre
lojas e, ainda, para vender aos consumidores
em suas lojas. Estão adotando sistemas de
caixas providos de leitura ótica por scanners,
intercâmbio eletrônico de dados (EDI), redes
internas de TV em lojas e melhoria dos
sistemas de movimentação de mercadorias.
Está atualmente em uso um sistema de
escaneamento inovador que detecta o tráfego
de compradores na loja. Quando uma filial da
Saks Fifth Avenue, de New Jersey, usou este
sistema, o ShopperTrak, seus
administradores constataram que o fluxo de
compradores era elevado entre 11h00 e
15h00. Para melhor trabalhar com esse fluxo,
adotaram horários móveis de almoço para os
balconistas. A Pier One Imports usa o mesmo
sistema para testar, entre outras coisas, o
impacto dos anúncios de jornais no tráfego
da loja. Ao combinar tráfego e dados de
vendas, os varejistas informam que podem
identificar como converter interessados em
compradores.
2- EXPANSÃO GLOBAL DOS GRANDES
VAREJISTAS
Os varejistas com formato de loja exclusivo e
forte posicionamento de marca estão
crescentemente entrando em outros países.
No decorrer dos anos, varejistas norte
americanos gigantes como McDonald’s, The
Limited, The Gap, Toys “R” Us têm-se
tornado globalmente proeminentes como
resultado de sua grande habilidade em
marketing.
Devido a mercados domésticos maduros e
saturados, muitas empresas norte-
americanas de varejo estão entrando em
mercados externos visando aumentar seus
lucros. Entretanto, elas estão ainda bem atrás
das empresas da Europa e do Extremo
Oriente quando pensam em expansão global.
Apenas 18% dos maiores varejistas norte-
americanos operam globalmente,
comparados aos 40% dos varejistas
estrangeiros destacam-se a rede Marks &
Spencer, da Inglaterra, Benetton, da Itália,
hipermercados Carrefour, da França, lojas de
móveis Ikea, da Suécia e os supermercados
Yaohan, do Japão.
A Marks & Spencer, que teve origem como
um pequeno bazar em 1884, cresceu e
transformou-se em uma rede de lojas
variadas no decorrer das décadas e, agora,
possui 150 lojas franquiadas espalhadas pelo
mundo, que vendem, principalmente, roupas
com sua marca privada. Também dirige um
grande negócio de alimentos.
A Benetton, frequentemente na mídia devido
sua propaganda controvertida e levemente
indecente, permanece uma das redes de
varejo de expansão mais rápida no mundo,
com faturamento previsto de $ 2,5 bilhões em
1997. Os móveis Ikea, bem construídos e
baratos, provou sua popularidade nos
Estados Unidos, onde os compradores,
frequentemente, passam um dia inteiro em
suas lojas.
3- UM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO
Ultimamente, temos sido bombardeados por
informações, números, siglas e premonições
sobre o e-commerce e seu impacto nos
negócios. Nesse emaranhado de siglas,
confrontam-se frequentemente os mercados
B2B (business-to-business) e B2C (business-
to-consumer). As mirabolantes projeções
realizadas por empresas de consultoria e de
pesquisa ao redor do mundo tentam
adivinhar (com enormes disparidades e
incertezas entre elas) os números dessa
loteria que se tornaram as previsões sobre a
internet e o e-commerce. A verdade é que
pouco se sabe e não há histórico suficiente
para respaldar as projeções e, no caso
brasileiro, não fugimos à regra. Vale a pena,
então, tentar comparar os números para
antever oportunidades.
3.1- Números de Internautas
Há grande variação entre os números
apresentados, pois eles são estimados com
base em metodologias diferentes e fruto de
pesquisas realizadas em períodos diferentes.
O número de internautas brasileiros já deve
estar acima de 10 milhões, o que representa
cerca de 6% da população brasileira.
O número de telefones e a base instalada de
computadores (pré-condições para o
aumento no acesso) vêm crescendo de forma
acelerada. Estudos da Fundação Getúlio
Vargas estima em 10 milhões o número de
PCs no país até o fim deste ano, devendo
aumentar em 50% em 2001.
3.2- Estratégias Multicanal no Varejo
O comércio eletrônico certamente não
destruirá o varejo tradicional. Isso significa
que a internet se tornará uma canal de
vendas adicional, que deve ser integrado
pelas empresas varejistas tradicionais em
uma estratégia multicanal. O conceito
fundamental é estabelecer relacionamento
com os clientes e atendê-los da forma como
eles quiserem.
O pânico que tomou conta do mercado
varejista americano após o número de venda
via internet no Natal de 1998 já está
redimensionado. Por outro lado, existe uma
clara percepção das vantagens competitivas
que os varejistas tradicionais possuem ao
encontrar no mundo virtual: a marca, o
relacionamento com os clientes, a
complementaridade da loja no processo de
fulfillment, a facilidade de executar trocas, o
potencial de comunicação das lojas,
embalagens e publicidade, o poder de escala
e a capacidade de sustentar os investimentos
em operações não rentáveis.
Vale ressaltar que penetração global do e-
commerce terá profundas diferenças
setoriais. Os segmentos de varejo de livros,
música, softwares, informática e eletrônicos
em geral certamente sofrerão impacto maior
do que de vestuário e calçados. Mas
dificilmente haverá espaço para empresas
que não empregarem ativamente a internet
como ferramenta de venda, comunicação e
relacionamento com os seus clientes.
3.3- O Varejo e o B2B
E como fica o varejo ? Já está sendo afetado
dramaticamente. Os varejistas podem
estreitar relacionamentos com fornecedores
e acelerar processos de integração como o
CPFR (Collaborative Planning, Forecast and
Replenishment, ou Planejamento, Previsão e
Reposição Colaborativa entre varejista e
fornecedor). Além disso, em muitos casos
ocorrem processos de desintermediação,
transformando o papel dos atacadistas em
operadores logísticos e prestadores de
serviço. Outro impacto é a redefinição de
fronteiras em relação à concorrência.
E o varejo brasileiro ? O Grupo Pão de
Açúcar já anunciou que, até o fim deste ano,
vai realizar 100% de suas compras via
internet. Além disso, têm surgido diversos
mercados eletrônicos para setores como
alimentício, de eletrodomésticos, produtos
farmacêuticos e confecções, nos quais
mesmo o pequeno varejista pode ter acesso a
fornecedores de todo o país (e também do
exterior), pesquisando preços e comprando
diretamente, muitas vezes em regime de
preços dinâmicos (leilões exchange).
Para os varejistas brasileiros (principalmente
o varejo especializado), existem duas
grandes barreiras que terão de ser
removidas:
• O alto grau de informalidade que ainda existe nas operações. Não é possível
compartilhar informações sem controles adequados. Seria importantíssima a
realização da tão sonhada reforma tributária;
• A cultura centralizadora e absolutamente reservada em relação a informações
das empresas, que na era da internet ainda vivem tentando esconder de
fornecedores, funcionários, concorrentes e parceiros números que valem
muito pouco.
• É preciso compreender que, na nova economia, a informação rápida e
precisa, a colaboração, as sinergias, o controle de custos e desempenho e a
velocidade são determinantes de sucesso. Os resistentes podem esperar por
tempos amargos.
3.4- Afinal, Oportunidade ou Problema ?
O problema é que enquanto estamos sendo
empurrados, sem cerimônia, para manter
nossa mente no futuro, mantemos nossos
pés fincados fortemente no passado.
No varejo brasileiro, há muito a ser feito. Os
dados da ACNielsen referentes ao setor de
supermercados, por exemplo, apontam para a
existência de 2.724 lojas informatizadas em
1998. Mesmo que no último ano esse número
tenha triplicado, ainda assim apenas 14% do
setor estaria informatizado. Nos demais
setores varejistas, a situação não é diferente.
A falta de instrumentos capazes de
administrar a informação impede que as
empresas desse setor melhorem o seu
desempenho de forma generalizada. Apenas
um grupo menor, que utiliza todos os
recursos da informática em seus negócios,
vem colhendo resultados melhores do que
seus concorrentes.
Um estudo realizado pela Fia-USP junto a 57
supermercados de pequeno e médio porte
localizados na cidade de São Paulo mostrou
que, do grupo que apresentava desempenho
superior à média, 36% utilizavam informática
como ferramenta gerencial de forma intensa e
50% de forma parcial, enquanto no grupo
com desempenho inferior à média apenas
14% declaravam uso intenso desse
instrumento.
CAPÍTULO VI
1- VENDAS VAREJO –
SUPERMERCADO
1.1- O que os Supermercadistas estão fazendo para aumentar as Vendas e
Conquistar os Clientes.
- Tendências de Layout atendem perfil do cliente
Os novos layouts são resultado das
mudanças de hábitos de consumo, da
inovação tecnológica, da habilidade e
criatividade dos profissionais do setor de
supermercados para surpreender seus
clientes. A questão é estratégica: da sua
escolha pode depender o sucesso do
empreendimento. Há tendências que
permanecem válidas, outras devem ser
questionadas, mas inovações continuam.
Entrar na loja pelas seções de flores e
hortifrútis e encontrar ao fundo, á direita a
seção de peixaria. Ainda no fundo da loja, no
centro, passar por uma bem montada área
destinada a pratos prontos para consumo e, á
esquerda, encontrar o açougue. Na parede
lateral esquerda, chegar às seções de
congelados e frios, para finalmente alcançar
a padaria, localizada estrategicamente na
saída da loja, à esquerda.
Esse é um conceito básico, e atual de loja,
que reserva uma proporção de pelo menos
50% de perecíveis e 50% de mercearia. Mas o
empresário supermercadista precisa saber
adequar esse conceito à sua própria
realidade, como recomendam os
especialistas no assunto.
“Hoje os layouts estão intimamente ligados
ao jeito de viver e às necessidades dos
consumidores. Os conceitos básicos de
layout são válidos para todos os formatos e
tamanhos de loja, mas raramente são iguais”,
afirma o arquiteto, especializado em projetos
de loja de supermercado, Enrique Barreira7.
“Não existe uma única fórmula mágica e
comum para todos”, acrescenta o consultor
de varejo da Abras e sócio da Ascar e
Associados, Antonio Carlos Ascar8. Segundo
ele, tudo depende da personalidade da
empresa e do que ela quer mostrar para o
mercado. “O layout precisa adequar-se ao
que a empresa acredita ser a loja vitoriosa e
que vem ao encontro do que realmente o
consumidor deseja em determinado bairro,
cidade ou país”, destaca.
- Questão Estratégica:
7 Revista ABAD. Distribuição. Ano VIII. Nº 94. Setembro de 2000.
Para a diretora da Planner’s e consultora do
centro de Tecnologia do Varejo do Senac,
Marta Sotto Maior, o layout precisa virar
estratégia do negócio, mostrar e vender os
produtos. Na circulação, o consumidor deve
levar o que quiser no menor espaço de tempo
possível. “O bom layout tem que garantir o
aproveitamento de venda total”, destaca
Marta9.
E os especialistas reconhecem o esforço de
atualização das empresas supermercadistas
brasileiras, sobretudo as pequenas e médias
redes. O aumento da concentração no setor e
o acirramento da concorrência são fatores
que exigem adequação às exigências do
mercado.
Por isso mesmo, ninguém está ficando
parado. Os supermercadistas investem cada
vez mais em viagens técnicas pelo Brasil e
pelo exterior para conhecer as novas
tendências de loja.
Mas transplantar o layout adotado por
terceiros, pura e simplesmente, nos dias de
8 Revista ABAD. Distribuição. Ano VIII. Nº 94. Setembro de 2000.
hoje pode significar um investimento com
retorno arriscado. “Os conceitos devem ser
traduzidos para cada caso específico”, afirma
a arquiteta Patrícia Baker Upton10, sócia da
A6 Design, outra empresa especializada em
projetos de supermercado.
Da mesma forma, não é possível colocar uma
estrutura velha de trabalho, esperando o
melhor resultado. É essencial o envolvimento
do dono do negócio no projeto, na execução
do layout e também na estruturação da
equipe investindo no treinamento de pessoal.
O empresário não pode abrir uma nova loja
com cara velha.
- Perecíveis:
Para Ascar, que classifica os conceitos de
layout de loja em gerações, os
supermercados do Brasil estão
aperfeiçoamento a quarta geração de layouts,
que começou no início desta década. A
largura dos pontos–de-venda aumentou e os
9 Revista Varejo e Tecnologia. Ano I. nº 4. Agosto de 2000. 10 Revista ABAD. Distribuição. Ano VIII. Nº 94. Setembro de 2000.
supermercados passaram a ficar muito mais
retangulares. Essa característica, entre
outras coisas, possibilitou aos
supermercados brasileiros trabalharem com
gôndolas inteiras entre 12 e 18 metros
lineares. Os supermercados ganharam
espaço adicional de perecíveis, que
passaram a responder por no mínimo 50% da
área total de vendas.
As seções de flores e a peixaria foram
incorporadas às lojas. As padarias
consolidaram-se como importantes
geradoras de tráfego. Nessa concepção de
layout, surgiram muitas idéias de
conveniência. Os layouts têm privilegiado
espaços para a venda de bebidas geladas,
sanduíches, saladas prontas, comidas
prontas e semi-elaboradas, etc. Com isso, os
supermercados se incorporaram cada vez
mais no conceito de meal solution (solução
de refeição).
Não estamos entrando na quinta geração de
layouts, mas está havendo uma evolução da
quarta geração. A evolução da conveniência
garante à quarta geração. As gôndolas mais
altas permitem também acomodar o maior
sortimento de produtos expostos na área de
vendas. As flores garantem alegria e beleza.
“Tudo vale para cair na graças do
consumidor. Quem dirige este caminho no
Brasil é o Pão de Açúcar. E está com
conceito diferente, com lojas mais
despojadas, onde acaba ficando mais fácil a
circulação e encontrar os produtos, porém
sem graça. Mas, é um outro conceito que
também funciona muito bem”, diz Ascar11,
para explicar a diversidade de layouts de loja.
- As Quatro Gerações de Layouts:
O consultor de varejo da Abras, Antonio
Carlos Ascar12, divide os layouts de
supermercado no Brasil em quatro gerações.
Segundo ele, na década de 60, os
supermercados consolidavam a primeira
geração de layouts. A mercearia era o
destaque. Os perecíveis, que respondiam por
cerca de 20% a 25% da área de vendas,
11 Revista ABAD. Distribuição. Ano VIII. Nº 94. Setembro de 2000.
concentram-se todos no fundo da loja e se
resumiam a açougue, frios e laticínios e
frutas, legumes e verduras. O formato era
estreito, com poucos check-outs e comprido.
Na segundo geração, já na década de 70, a
área de perecíveis cresceu, passando a
ocupar 30% a 35% da área, com ênfase na
seção de frutas legumes e verduras. O
açougue continuava no fundo, à esquerda,
mantendo o status de mais importante
gerador de tráfego.
Nos anos 80, a terceira geração de
supermercados apresentava layouts de lojas
mais largos. Os formatos já eram mais
quadrados. Essa geração ganhou largura
para acomodar mais check-outs, já que as
vendas por check-outs cresceram em relação
às décadas passadas. Com frente mais
ampla, o fundo da loja também cresceu e
acomodou a padaria no lado direito. A seção
de hortifrútis foi deslocada para a entrada da
área de vendas. Os perecíveis começam a
ocupar metade da área de vendas, com
seções de congelados, peixaria e flores.
12 Revista ABAD. Distribuição. Ano VIII. Nº 94. Setembro de 2000.
No início da década de 90, começa a ganhar
espaço a quarta geração de layouts, com
seção de perecíveis abrindo espaço para os
alimentos prontos, no conceito de “meal
solution”. A peixaria passa a ser uma seção
obrigatória, posicionada à direita, ao fundo
da loja, antes do açougue.
- Tendências:
A colocação da seção de hortifrútis na
entrada é realmente uma tendência, mas só
vale a pena se a rede trabalhar muito bem
essa seção, de acordo com o arquiteto da
Tecno Design, Percio Ricardo Bomente13. Por
isso, não existe receita pronta. Isso vale
também para outras seções, como a padaria:
“Se não tiver uma operação impecável, não
compensa abri-la para o público”.
A arquiteta Marília Godinho14, da Mac
Arquitetura, empresa especializada em
layouts para hotéis, restaurantes e
supermercados, aposta também em
13 Revista ABAD. Distribuição. Ano VIII. Nº 94. Setembro de 2000. 14 Revista ABAD. Distribuição. Ano VIII. Nº 94. Setembro de 2000.
perecíveis com qualidade, mais dentro do
conceito de loja de vizinhança, que acredita
será o grande “boom” do setor daqui por
diante. “O modelo que vai prosperar é o de
supermercados de 400 a 1.000 metros
quadrados, com todos os produtos
setorizados, de forma que o cliente possa
fazer uma compra conveniente em uma hora,
adquirindo tudo o que compraria em um
hipermercado, sem cansaço e sem enfrentar
grandes filas”, explica.
Já para Ascar15, a tendência geral é o
supermercado aumentar de tamanho,
comportando mais linhas de produtos na sua
área de vendas, com layout diferenciado.
“Não serão superlojas, mas um conceito mais
próximo do combination store que no Brasil
batizei de híper compacto, entre 2.000 e 4.000
metros quadrados de área de vendas.”
Na visão do arquiteto Enrique Barreira, uma
tendência é os supermercados adotarem o
que ele classifica de praça de perecíveis.
Nesse ambiente, pode-se incluir padaria
peixaria, frios, hortifrútis, etc. Se houver,
15 Revista ABAD. Distribuição. Ano VIII. Nº 94. Setembro de 2000.
inclui-se aí também a lanchonete. A
introdução de pequenas padarias cozinhas
na área de vendas, que funcionam mais como
um showroom para chamar a atenção do
cliente e mostrar que o produto é feito na
própria loja , também deve ganhar impulso no
layout do futuro.
Barreira acredita que as lojas temáticas que
têm a ver com a comunidade e com a região
onde se instalam, também vão ganhar terreno
no futuro. “Elas se aproximam da
comunidade, tendo inclusive a participação
de artistas locais na confecção dos projetos
de comunicação visual” 16. A seção de
padaria também está sendo obrigatória,
segundo o arquiteto. “Com a avanço da
tecnologia, o tamanho dos equipamentos
dessa seção diminuiu bastante. Distante
desse nova característica, é possível colocar
a padaria em qualquer lugar dentro do ponto-
de-venda”, frisa ele.
Nos médios e pequenos supermercados, a
seção de bazar ganha força e a peixaria
torna-se uma seção obrigatória. Para driblar a
16 Revista ABAD. Distribuição. Ano VIII. Nº 94. Setembro de 2000.
questão de espaço, os pequenos tendem a
criar um setor especial para a
comercialização de peixe, identificado como
peixaria, só que trabalhando com produtos
congelados à base de peixe.
A preocupação estética, com a beleza da loja,
também está se disseminando entre os
supermercados, incluindo nesse rol
pequenas e médias redes. O fator preço
sozinho hoje não é suficiente para conquistar
e manter consumidores satisfeitos, mas sim
o somatório entre qualidade, conforto, beleza
e preço. Hoje as lojas consomem design. Os
equipamentos, além de eficientes, também
precisam ser bonitos.
A tendência hoje, é as lojas serem decoradas
de forma a tornar o ambiente mais íntimo e
humano, como se fosse a continuidade da
casa do cliente, por meio da arquitetura de
interiores.
2- RUMO AO CONHECIMENTO
A ABRAS acredita que o desenvolvimento
intelectual dos profissionais do setor é
fundamental para que os funcionários
estejam preparados para atender o cliente.
Estar à frente na Abras no momento em que
se realiza a 34ª Convenção Nacional dos
Supermercados e a Feira Internacional de
Produtos, Serviços, Equipamentos e
Tecnologia para Supermercados é, motivo de
grande satisfação e orgulho. Principalmente
porque, para o evento deste ano, a Abras
criou importantes diferenciais, dedicando
especial atenção às palestras e painéis, que
contarão com profissionais nacionais e
estrangeiros debatendo temas que, sem
dúvida, são de interesse de todos os
convencionais supermercadistas.
Para se desenvolver e crescer em uma área
cada vez mais competitiva é preciso ouvir
diferentes opiniões e idéias. Por isso,
trouxeram estes especialistas, para conhecer
estratégias que resultaram em histórias de
sucesso.
Os profissionais do setor têm cases para
relatar e essa será uma excelente
oportunidade para o supermercadista
descobrir as inúmeras variáveis existentes
em nosso mercado, que permitirão a
aplicação correta da melhor metodologia de
trabalho ou de operação em cada uma das
áreas de sua empresa.
Este ano, teremos mais de 550 expositores
mostrando os últimos lançamentos em
produtos, equipamentos e serviços do setor
varejista. A Abras’2000, mais uma vez, está
recebendo expositores de diversas partes do
mundo. Além dos países que
tradicionalmente participam do evento,
contamos novamente, neste ano, com a
presença de fornecedores da África do Sul,
Espanha, França, Itália, Líbano e México, que
participaram pela primeira com estandes e
pavilhões oficiais em 1999.
Devemos, ainda, destacar, entre outras, a
participação de Portugal e Argentina, que
mais uma vez engrandecem a convenção. A
Abras trabalhou para que o número de
participantes aumente a cada ano, reunindo
em breve países dos cinco continentes.
É importante enfatizar mais uma vez que
durante a 33ª Convenção nasceu a Escola
Nacional de Supermercados (ENS), projeto
chave para as empresas do setor no futuro. A
ENS será concretizada durante a solenidade
de abertura do evento, quando a Abras e o
Ministério da Educação, por seu titular
ministro Paulo Renato (1999), assinaram
convênio criando a Escola.
O ministro fala sobre as metas e objetivos de
sua pasta em relação ao ensino em geral e ao
profissionalizante em particular. Ele também
avaliou os resultados do seu ministério, citou
exemplos de políticas de educação de
sucesso em outros países e comentou a
sinergia entre escola e empresa presente na
atual Lei de Diretrizes e Bases do Ensino.
O conhecimento será a grande ferramenta
para o trabalhador se desenvolver no
mercado de trabalho no próximo século. Por
isso, a Abras acredita que o desenvolvimento
intelectual dos profissionais é fundamental
para que os funcionário estejam preparados
para o consumidor em todas as áreas do
supermercado.
O supermercadista deve estar atento a todas
as novidades e tecnologias apresentadas
pelos especialistas, para voltar ao seu
negócio ciente de que muito do que foi
apresentado poderá ser aplicado para
melhorar o desempenho de sua empresa,
para capacitar seus colaboradores e para
aprimorar o atendimento aos consumidores.
Estar atualizado com as modernas técnicas e
estratégias que a cada dia surgem no setor
de auto-serviço nacional e internacional é a
melhor arma para se manter competitivo no
mercado.
3- ESCOLA SUPERIOR DE
SUPERMERCADOS
(O Futuro da mão-de-obra do setor passa
por aqui.)
A Abras’99 será lembrada como um marco na
história do supermercadismo no Brasil. Foi nessa
ocasião que a Abras apresentou ao setor um de
seus projetos mais ambiciosos: a Escola
Nacional de Supermercados. Consciente de seu
papel político e social diante da necessidade de
profissionalização do trabalhador brasileiro, a
entidade desenvolveu um Centro de Referência
Tecnológica, que teve como foco central a
pesquisa, um ensino, a preparação de materiais
didáticos e o treinamento de instrutores. Os
beneficiados são os supermercadistas,
funcionários, consumidores e a sociedade, já
que os cursos preenchem um importante espaço
no ensino profissionalizante no país.
No dia 13 de setembro de 1999, a Abras
iniciou um novo ciclo no que diz respeito à
profissionalização no setor supermercadista.
Foi nesta data que a Escola Nacional de
Supermercados ganhou vida. Na prática, isso
significa que durante a Solenidade de
Abertura da 33ª Convenção Nacional de
Supermercados houve o lançamento oficial
deste que é um dos mais ambiciosos projetos
da gestão de José Humberto Pires de Araújo.
Na ocasião, o ministro da Educação, Paulo
Renato Souza, assinou o convênio que
oficializou o apoio governamental do projeto.
“Acho extremamente importante e fiquei
muito satisfeito por ter sido procurado pela
Abras para executar-mos em conjunto este
projeto. É um exemplo típico daquilo que o
governo quer. A Associação do Governo
Federal com uma entidade nacional e de um
setor tão importante para a geração de
empregos, como é o supermercado.”, afirmou
o ministro Paulo Renato.
A proposta da Escola é inovadora. Até hoje,
os supermercados brasileiros preparavam
sua mão-de-obra por meio de treinamentos
específicos, desenvolvidos pelas próprias
empresas, por fornecedores ou empresas de
capacitação de recursos humanos.
Entretanto, o grau de qualificação dessa mão-
de-obra ainda é muito aquém do desejado, o
que gera um alto índice de turnover. Diante
desse cenário a Abras, consciente que a
profissionalização desse trabalhador faz
parte do seu papel político e social como uma
associação de abrangência nacional, deu um
passo importante no sentido de capacitar a
mão-de-obra já existente e de formar futuros
profissionais. O projeto está inserido na
política I, de desenvolvimento de recursos
humanos, a área de responsabilidade da vice-
presidente Maria de Fátima Pinheiro Braga e
que faz parte do Plano Estratégico Plurianual
de gestão, encabeçado pelo presidente José
Humberto. “É o projeto mais audacioso do
setor supermercadista brasileiro no que
concerne a preparação da mão-de-obra de
um segmento. É uma iniciativa inédita que
deve nortear outros setores.”17, diz .
NOVOS SERVIÇOS: EXIGÊNCIAS E PERSPECTIVAS
OPERADOR LOGÍSTICO
17 Revista ABAD. Distribuição. Ano VIII. Nº 94. Setembro de 2000.
É o encarregado da prestação de serviços de movimentação, armazenagem, transporte,
processamento de pedidos, controle de estoques, embalagem, etiquetagem, construção de
cestas básicas, etc. É um mercado de prestação de serviços que cresce bastante e fatura
muito, quase R$ 1 bilhão por ano. Porém, o operador logístico precisa definir exatamente esse
mercado, saber se vai atender ao varejo ou grandes distribuidores. Além disso, é
imprescindível contar com tecnologia e elevado nível de automação. As principais vantagens
de se adotar o modelo é a redução de custos e da força de vendas, maior número de clientes
(com e-commerce), menor incidência de impostos (sem a tributação do PIS e Cofins, hoje em
torno de 5% sobre a margem).
E-COMMERCE Será, na opinião de especialistas, o gerador de grandes oportunidades para o atacado
distribuidor, uma vez que o Brasil todo vai precisar de operadores capacitados para atender a
tudo o que for vendido no comércio eletrônico. O setor tem vocação para o serviço, já que tem
afinidade com processos logísticos. É negócio bem sucedido na internet que não atrapalha as
vendas tradicionais. O ponto crítico talvez esteja na forma de gerir o negócio, que necessita
de revisão e modernização. Os especialistas alertam que o e-commerce é a última etapa da
automação comercial, atrás das fases de implantação de sistemas ERP e CRM.
BROKER É a empresa contratada pelo fabricante para prestar serviços ao varejo; encarrega-se da
entrega em prazos programados, assessoria em merchandising na loja e cobrança. Como o
broker bnão compra nem revende, elimina-se aí uma etapa de impostos. A atividade é
canalizada para o atendimento, melhor colocação do produto no varejo, merchandising e
prestação de serviços. Todo o processo é realizado de acordo com a orientação do fabricante.
Dessa forma, além de melhorar o atendimento ao cliente, o serviço possibilita que as linhas de
produtos cheguem ao ponto-de-venda dentro do planejamento de marketing do fabricante.
CONCLUSÃO GERAL
Como podemos perceber ao longo desta
monografia, as lojas de varejo não são
apenas volumes de vendas por unidade ou
pequenos lotes, pois essas organizações
estão passando por transformações de
crescimento acelerado. E para controle desse
sistema deve-se ter um bom planejamento de
marketing integrado para cada tipo de loja
varejista, isso faz com que cada variável
controlável, ou seja, os produtos, serviços,
preço, tenham distribuição harmônica.
Depois de identificada cada oportunidade de
negócio para a empresa, ficará mais fácil
penetrar, obter sucesso e manter as posições
desejadas no mercado.
Após a invenção do CRM (Gerenciamento das Relações com o Cliente), as empresas
se conscientizaram que grande parte do seu sucesso é a intenção total entre as gerências da
corporação e, além disso, este conceito vai desde a implantação do programa de marketing
até a automação da força de vendas e pós-vendas.
Deve-se ter uma visão completa do cliente, ou seja, analisar as tendências de compra
e qualquer decisão em adquirir um produto do concorrente, ou ainda, tem-se que fazer este
cliente ser fiel a empresa. Aliás, em nossos dias, nunca investiram tanto em fidelização, pois
manter um cliente é antes de tudo, uma questão de economia. Para melhorar e intensificar
esta fidelidade, os gerentes das lojas varejistas estão preocupados com o layout da loja para
facilitar o tráfego de clientes em seu interior, pois este deve ser adequado ao mercado-alvo,
para a indução da compra.
Para ajudar ainda mais esta jogada de marketing das lojas, os varejistas devem optar
por abrir várias pequenas lojas em cada cidade do Brasil para, assim, obter maior economia
de escala utilizando promoções e distribuições.
Mais uma importante arma do mercado varejista é o preço. Este, conforme cada
mercadoria, deve ser sempre de forma que haja possibilidade de pagamento de todas as
classes, há não ser os produtos especializados. Como também, os gerentes perceberam que
quanto maior o volume de mercadorias negociadas junto aos seus fornecedores, menor será
o preço para o consumidor, na forma de descontos, liquidações ou ofertas.
Para que esse plano chamado de “economia de escala” dê certo, é necessário que
todos os setores da empresa dediquem-se a busca de máxima eficiência de suas atividades;
é um desafio e um esforço muito grande de cada componente, mas que será reconhecido e
recompensado com a fidelidade (freqüência) dos clientes.
Com o mercado cada vez mais exigente e competitivo, não poderia ficar de fora a
utilização da tecnologia. A internet está revolucionando o mercado varejista, além claro, da
utilização dos programas de computador para controle de custos, estoques, pedidos a
fornecedores e comunicação entre as lojas.
Já temos 6% da população brasileira como internautas e, isso significa dizer, que 10
milhões de pessoas podem fazer suas compras por computador. Mas isso não quer dizer que
o varejista tradicional será instinto do mercado, apenas significa que a internet será um canal
adicional de vendas, que está sendo integrado pelas empresas tradicionais como estratégia
multicanal, ou seja, manter relacionamento com os clientes da melhor forma para eles. O
Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, afirma que, até o final do ano 2000, realizará 100% de
suas compras via internet.
Estão lançando no mercado, diversos programas eletrônicos para cada tipo de setor
(farmacêutico, eletrodomésticos, etc), para que até os pequenos varejistas possam ter acesso
aos fornecedores de todo o mundo, para pesquisas de preço principalmente. Mas ainda
existem grandes barreiras para os brasileiros: seria importante, por exemplo, a reforma
tributária. No varejo brasileiro ainda tem muito a ser feito, pois apenas 14% desse setor é
informatizado e, o empresário que for resistente a todas essas mudanças tecnológicas, não
agüentará a pressão do mercado atual. Enfim, se não houver capacitação tecnológica com
programas especializados em TI (Tecnologia da Informação), não será possível o melhor do
desempenho de uma forma generalizada da empresa e, como conseqüência, estará fora do
mercado.
Os supermercadistas são os mais avançados desse setor. Selecionam e montam
estruturas gerenciais que realizam estudos de aperfeiçoamento de layout até o
desenvolvimento intelectual de todos os funcionários de todos os setores do supermercado,
com o intuito de capacitar a mão-de-obra já existente para a formação de futuros profissionais
do ramo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- COAD. Administração de Negócios. Ano
VIII. Nº 27. Julho de 1999.
2- KOTLER. Philip. Administração de Marketing – análise, planejamento, implementação
e controle. 5ª ed. Ed. Atlas S/A . São Paulo, 1998.
3- Revista Distribuição. Ano VIII, nº 94 –
Setembro 2000.
4- Revista Varejo & Tecnologia. Ano 1. Nº 4 –
Agosto de 2000.
5- WWW.ABAD2001.COM.BR