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Universidade Candido Mendes Pró-reitoria de planejamento e desenvolvimento Diretoria de projetos especiais Projeto “A vez do Mestre” A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NAS BRINCADEIRAS E JOGOS NA APRENDIZAGEM INFANTIL Rio de Janeiro 2010 Universidade Candido Mendes Pró-reitoria de planejamento e desenvolvimento

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Universidade Candido Mendes Pró-reitoria de planejamento e desenvolvimento

Diretoria de projetos especiais Projeto “A vez do Mestre”

A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NAS BRINCADEIRAS E JOGOS NA

APRENDIZAGEM INFANTIL

Rio de Janeiro

2010

Universidade Candido Mendes Pró-reitoria de planejamento e desenvolvimento

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Diretoria de projetos especiais Projeto “A vez do Mestre”

A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NA APRENDIZAGEM INFANTIL

ATRAVÉS DE BRINCADEIRAS E JOGOS

Autora: Jane Gapo de Lacerda dos Santos

Monografia apresentada a Universidade Candido Mendes, projeto “A vez do mestre” para o curso de Pós-graduação em Psicopedagogia.

Rio de Janeiro

2010

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Dedico esta monografia a meus filhos, Maria Vitória e Carlos Eduardo, e todas as

pessoas que de alguma forma contribuíram para sua realização e, em especial à

minha mãe que tanto me ajudou.

.

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AGRADECIME�TOS

À minha família, pelo carinho, amor e ajuda recebida durante o curso.

Às amigas Denise, Andréia e Rosa, pela ajuda inestimável.

A mim mesma, pela força de vontade e dedicação durante o curso, por ter vencido todas

as dificuldades e apesar da falta de tempo e recursos financeiros, consegui atingir meus

objetivos.

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Resumo

O eixo principal deste trabalho fundamenta-se em trazer à luz dentro do olhar

psicopedagógico, algumas considerações acerca das brincadeiras e dos jogos na

educação infantil. A partir do estudo de alguns teóricos como Piaget, (1995) Vigotsky

(1991) buscou-se direcionar que o brincar e o jogar são atividades fundamentais para o

desenvolvimento cognitivo do ser em desenvolvimento. A maneira como uma criança

brinca e joga, em sua maioria, reflete sua forma de pensar e sentir. Nas brincadeiras as

crianças podem desenvolver capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a

memória e a imaginação.

Nesta pesquisa outros autores como Froebel, Comenius, Montessori, Wallon,

Rousseau, contemplados na obra de Aranha (2002) também trouxeram suas

contribuições no sentido de demonstrar a importância de trazer para o processo ensino-

aprendizagem as brincadeiras no sentido mais amplo da palavra.

As atividades lúdicas podem melhorar a socialização entre as crianças, fazendo

com que vivenciem situações de colaboração, trabalho em equipe e respeito. Além de

proporcionarem momentos lúdicos e prazerosos, possibilitando que as mesmas

aprendam a classificar ordenar, estruturar, resolver pequenos problemas. Podem

aprender a ultrapassar seus próprios limites, com motivação. Enquanto brinca, a criança

está pensando, criando e desenvolvendo, dentre outros fatores, o pensamento crítico.

Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível

que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas. Com isso, há

uma necessidade constante de atualização das práticas educacionais voltadas para o

aprendizado através de jogos e brincadeiras infantis, tendo em vista à importância de

mudanças na formação dos profissionais de educação, assim como em seus métodos. É

neste contexto que a formação psicopedagógica pode contribuir significativamente.

Cabe à Educação a função de que devemos aproveitar a grande oportunidade que

temos de observar as crianças, os jovens quando estão brincando ou jogando, pois

certamente estão desenvolvendo, aprendendo a lidar com suas próprias emoções e com

o mundo onde vivemos.

A partir da analise dos conceitos propostos por alguns autores apresentados neste

trabalho, descobre-se que as atividades lúdicas ajudam a construir o conhecimento, nas

quais as crianças possam expressar diferentes sentimentos, podendo, gradativamente,

aceitar a existência do outro. 5

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Metodologia

Para este trabalho, como metodologia foi realizada uma pesquisa bibliográfica

dos autores que abordam e conceituam o desenvolvimento infantil, através de atividades

lúdicas.

A pesquisa utilizou-se também de artigos, que abordam assuntos relacionados a

brinquedos, jogos e brincadeiras, na Educação Infantil.

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SUMÁRIO RESUMO............................................................................................................ INTRODUÇÃO..............................................................................................

Capítulo I :

1.1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL- PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

1.2.- A Educação Infantil: etapa inicial da Educação básica Capítulo II:

2.0 Jogos e Brincadeiras - Contribuição para o processo Ensino- aprendizagem

2.1- PRINCIPAIS TEÓRICOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA AS ATIVIDADES LÚDICAS: 2.2 – Comenius ............................................................................................. 2.3 – Rousseau ............................................................................................. 2.4 – Froebel ................................................................................................. 2.5 – Montessori ............................................................................................ 2.6 – Dewey .................................................................................................. 2.7 – Wallon ..................................................................................................

Capítulo III:

A Importância das Brincadeiras Infantis Para o Desenvolvimento Neuropsicológico, segundo abordagem de Valentim

Capítulo IV

A contribuição da Psicopedagogia na aprendizagem através dos jogos e brincadeiras

BIBLIOGRÁFICAS..................................................................

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Introdução

“Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados, enfileirados em sala sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem”.

Carlos Drummond de Andrade A escolha deste tema surgiu a partir da necessidade de analisar de que forma a

psicopedagogia pode contribuir na aprendizagem infantil, através de "jogos e

brincadeiras", não apenas como simples entretenimento, mas como atividades que

possibilitem uma aprendizagem significativa, capaz de desenvolver, na criança, várias

habilidades. O objetivo do presente trabalho é correlacionar o lúdico, a brincadeira de

infância, com recursos capazes de contribuir para o desenvolvimento das funções

cognitivas da criança.

Na concepção piagetiana, (1995 apud Passerino2002) os jogos consistem numa

simples assimilação funcional, num exercício das ações individuais já aprendidas

gerando, ainda, um sentimento de prazer pela ação lúdica em si e pelo domínio sobre as

ações. Sendo assim, os jogos desempenham uma dupla função: consolidar os esquemas

já formados e dar prazer ou equilíbrio emocional à criança. [FARIA 1995,]

Segundo Vygotsky o lúdico influencia enormemente o desenvolvimento da

criança. É através do jogo que a criança aprende a agir, sua curiosidade é estimulada,

adquire iniciativa e autoconfiança, proporcionando o desenvolvimento da linguagem, do

pensamento e da concentração.

De acordo com o artigo de Silva (2010), As ações com o jogo devem ser criadas

e recriadas, para que seja sempre uma nova descoberta, e sempre se transformem em um

novo jogo, em uma nova forma de jogar. Ao brincar, a criança toma certa distância da

vida cotidiana, entra em seu mundo imaginário e ilusório, sem preocupar-se com a

aquisição de conhecimento ou desenvolvimento de qualquer habilidade mental ou física.

O que importa, neste caso, ainda segundo a autora, é o processo em si, algo que flui

naturalmente, pois a única finalidade é o prazer, a alegria, a livre exploração do

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brinquedo. Diante dessas informações sobre o prazer de se aprender brincando, sobre a

facilidade que o professor tem em conduzir uma aula, partindo da curiosidade dos

alunos, atualmente, percebe-se a relevância desta discussão e da responsabilidade da

formação psicopedagógica, pois muitos educadores pensam que dinamizar as suas aulas

utilizando jogos e brincadeira é pura "perda de tempo". Todavia é fundamental

conscientizar esses professores da importância do brincar. Mas como fazê-lo? O brincar

sendo direcionado, seguindo uma linha de aprendizagem para o alcance de objetivos é o

caminho. Torna-se importante levar o educador a refletir sobre a sua prática pedagógica

no que diz respeito à utilização de jogos e brincadeiras, no decorrer de suas aulas, e

também de buscar informações, sobre a prática de ensino.

No capítulo I, a pesquisa buscou conceituar o desenvolvimento infantil, os

pressupostos teóricos de Piaget (1995) e Vigotsky (1991), sobre o papel das atividades

lúdicas na aprendizagem infantil. Trouxe um breve histórico da inclusão da Educação

Infantil no Ensino básico, contextualizando as mudanças que ocorreram sobre o

conceito de linguagem. Que ao longo foi se verificando o aprimoramento da função

simbólica e da linguagem, como elementos constituintes da forma humana de aprender

e de ser.

No capítulo II a abordagem foi baseada na contribuição dos jogos no processo de

ensino, uma vez que, através do lúdico, a criança realiza a aprendizagem significativa.

O jogo e a brincadeira propõem à criança um mundo do tamanho de sua compreensão,

no qual ela experimenta várias situações, permitindo-lhe compreender a vida cotidiana

brincando. Ainda no capítulo II a presente pesquisa trouxe os principais teóricos e suas

teorias sobre atividades lúdicas e seu enriquecimento pedagógico.

No capítulo III considerou-se pertinente trazer o artigo de Valentim (2010) que traz o

seguinte questionamento: “Se as brincadeiras infantis cooperam para o

desenvolvimento e aprendizagem da criança, por que alguns educadores resistem em

adotá-las em seus planejamentos educativos, utilizando-as apenas como recreação

informal? Segundo analisa a autora mencionada, isto ocorre porque, provavelmente se

trata de algo que exija certo cuidado no seu planejamento e execução. Devido a esta

questão o assunto veio ao encontro dos objetivos desta pesquisa.

No capítulo IV foi analisada e discutida qual a contribuição da

Psicopedagogia na aprendizagem através dos jogos e brincadeiras, mas, sobretudo o

papel da educação no contexto das transformações tecnológicas.

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Capítulo I

1.1 DESE�VOLVIME�TO I�FA�TIL- PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

“A infância tem suas próprias maneiras de ver, pensar e sentir. +ada mais insensato que pretender substituí-las pelas nossas”.

JEAN-JACQUES ROUSSEAU

A educação infantil corresponde a uma fase de desenvolvimento particularmente

importante da criança, que vai desde seu nascimento até os 6 ou 7 anos. Nesta fase, a

criança convive, em geral até os três anos de idade, exclusivamente com a família. Aos

poucos vai crescendo em direção a uma autonomia, ou seja, ela inicia um processo de

governar a si mesmo e tem condições de se desligar progressivamente dos laços

maternos. Por ser este período, de zero a sete ano complexo e abrangente, ele sofre

subclassificações.

Para falar de desenvolvimento infantil, este trabalho considerou de suma

importância trazer dentre outras definições os conceitos que representaram um marco

para um olhar diferenciado da criança e seu processo ensino- aprendizagem. Piaget

(1971) com a visão cognitiva e Vigotsky (1991) o aspecto social. Suas teorias se

complementam e nos ajuda a compreender as fases do desenvolvimento infantil.

Jean Piaget (1896-1980) nascido na Suíça, embora não fosse propriamente

pedagogo, muito influenciou a pedagogia do século XX. Suas primeiras obras aparecem

na década de vinte e logo provoca viva repercussão, sobretudo a psicologia genética,

que investiga o desenvolvimento cognitivo da criança desde o nascimento até a

adolescência.

Vygotsky (1896-1934) nasceu na Rússia czarista. E junto com seus

colaboradores desenvolveu uma teoria original e fecunda. Apesar de ter morrido muito

jovem, produziu volumosa obra escrita além de ter aplicado suas teorias em múltiplas

atividades.

Piaget (idem) subdivide o período em sensório-motor, que vai de zero a dois

anos; e pré-operatório ou do pensamento intuitivo que vai de dois a sete anos. Isso

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indica que existem diferenças significativas entre duas crianças pré-escolares, por

exemplo, uma de dois e uma de seis anos. Estas classificações são importantes

principalmente quando se trata de fixar uma política para pré-escolar, estabelecendo-se

os objetivos e estratégias de atendimento e distribuindo-se os encargos entre os órgãos

oficiais que devem executar as respectivas atribuições maneira eficiente.

Para Vygotsky (idem) a brincadeira, o jogo são atividades específicas da

infância, na quais a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. É uma

atividade social, com contexto cultural e social. Ele fala sobre a ZDP (Zona de

Desenvolvimento Proximal) que é a distância entre o nível atual de desenvolvimento,

determinado pela capacidade de resolver, independentemente, um problema, e o nível de

desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema, sob a

orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz.

A noção de zona de desenvolvimento proximal interliga a sensibilidade do

professor em relação às necessidades e capacidade da criança. As brincadeiras que são

oferecidas à criança devem estar de acordo com a ZDP em que ela se encontra.

No processo de internalização é fundamental a interferência do outro. Sendo esta, a

mãe, os companheiros de brincadeira e/ou o objeto de estudo. Vygotsky (1991)

classifica o brincar em três fases. Sendo que na primeira fase a criança inicia seu

distanciamento do seu primeiro meio social, representado pela mãe, começa então, a

falar, andar e movimentar-se em volta das coisas. E é nesta fase, que o ambiente a

alcança por meio do adulto e pode- se dizer que esse período se prolonga até que a

criança atinja uma idade de mais ou menos sete (7) anos. A fase seguinte é caracterizada

pela imitação, a criança copia o modelo dos adultos. E a última fase se caracteriza pelas

convenções que surgem através das regras e normas a elas associadas.

Seguindo essa linha, Vygotsky (1991) afirma que é enorme a influência do

brinquedo no desenvolvimento da criança. É no brinquedo e no jogo que a criança

aprende a agir numa esfera cognitiva.

Para Piaget (1973), tanto a brincadeira como o jogo é essencial para contribuir

no processo de aprendizagem. Por isso, ele afirma que os programas lúdicos na escola é

o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança. Sendo assim, essa atividades

se tornam indispensável a pratica educativa, pois, contribuem e enriquecem o

desenvolvimento intelectual:

O jogo é, portanto, sob suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma

assimilação da real à atividade própria, fornecendo a

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esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu.

Piaget 1973,p.160

Por isso, segundo o autor, os métodos ativos de educação das crianças exigem

todos que se forneça às crianças um material conveniente para que ao “jogar”, elas

cheguem a assimilar às realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores a

inteligência infantil.

Dessa forma, ainda segundo Piaget (idem), ao lançar uma atividade

desconhecida (um jogo ou uma brincadeira), o aluno entrará em conflito. Entretanto,

logo ao tomar conhecimento e compreender melhor as idéias, este estará assimilando e

acomodando o novo conhecimento. Motivo pelo qual Piaget acredita que a atividade

lúdica é essencial na vida da criança, pois, se constitui, em expressão e condição para o

desenvolvimento infantil, já que quando as crianças jogam assimilam e transforma a

realidade.

1.2.- A Educação Infantil: etapa inicial da Educação básica

Segundo Vecchiatto, Müller, Cúnico (2001), as instituições de Educação Infantil

passaram a ser consideradas espaços privilegiados para buscas, intervenções,

questionamentos e trocas no fim do século XX. Esta mudança pôde favorecer o

conhecimento do mundo e a formação do indivíduo, pois pela primeira vez na história, a

Educação Infantil foi reconhecida como a etapa inicial da educação básica, através da

publicação na LDB nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 e consolidou esse

reconhecimento, abrindo novas perspectivas educacionais para as crianças de zero a 6

anos de idade.

Entretanto, ainda segundo os autores acima, corresponde a uma realidade em

construção,no nosso país. Tem se oscilado entre as práticas que visam simplesmente à

antecipação da escolarização, que têm em vista a preparação para o Ensino

Fundamental, e propostas que, privilegiando, sobretudo o espontaneísmo, acabam não

favorecendo a ampliação e o enriquecimento das vivências infantis.

A Educação Infantil exige uma prática bem planejada, que considere os interesses, as

características e as necessidades de nossas crianças e vise superar os limites das

informações restritas ao senso comum às quais elas estão expostas em seu cotidiano.

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Através da Mediação do professor, essa prática proporciona o acesso a experiências e

conhecimentos significativos, que ajudam as crianças a se situarem no mundo. Essa

inserção se dará à medida que elas forem reconhecendo e estabelecendo relações entre

as várias explicações sobre a realidade humana, de modo a habilitar-se a ver,

compreender e atuar significativamente no mundo.

É importante ressaltar (idem, 2001) que esta proposta se consolidará na medida em que

nela estiverem inseridas relações interpessoais baseadas na compreensão e na

afetividade.

A organização da prática pedagógica, ainda de acordo com os autores acima

mencionados, torna os atos de brincar e refletir, de fazer e representar oportunidades

para a apropriação de conhecimentos, hábitos e valores construídos socialmente. Da

mesma forma, os momentos de cuidado, que envolvem tanto a dimensão afetiva quanto

os aspectos biológicos de alimentação e saúde, são compreendidos como parte

indissociável do ato de educar. Nesse contexto, a educação para esta faixa etária,

superou a conotação de processo natural e espontâneo, passando a ter como funções

educar e cuidar.

Sobre o conceito de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil,

gradativamente foi-se reconhecendo, que os seres humanos não existiram sempre da

mesma forma, não foram sempre iguais ao que são hoje. Cada nova forma de

organização social, (idem), exige de todos os indivíduos a apropriação de

conhecimentos, de valores, de atitudes e de hábitos necessários à sobrevivência da

sociedade.

Essa apropriação não acontece de forma natural, mas por meio de um processo

de aprendizagem que se realiza pela mediação social, ou seja, “é com os humanos que

aprendemos a nos tornar humanos”. Vigotsky(1991), com muita propriedade, aborda

este assunto, que contribuiu significativamente para a discussão deste trabalho.

Esse processo possibilita o desenvolvimento da emoção e da afetividade, assim

como das funções psicológicas superiores, como a atenção, a percepção, a memória e a

imaginação. Com base nessa compreensão, realizar o processo de ensino-aprendizagem

na escola significa, ainda segundo abordagem dos autores acima citados, organizar

conhecimentos necessários à vida em sociedade, planejando situações em que as

crianças possam vivenciá-los por meio da troca de experiências, da elaboração de

trabalhos conjunto se da realização de atividades expressivas, da manifestação das

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emoções, de um “fazer junto”, desenvolvendo a autoconfiança, a personalidade como

um todo, e conquistando a autonomia.

A linguagem, neste contexto, passa a ser entendida como uma produção humana

que se origina na necessidade de comunicação. Através dela, os indivíduos produziram

simultaneamente a capacidade de operar com símbolos, possibilitando a organização da

prática social, o registro, o acúmulo de experiências e a transmissão de informações.

Nesse processo de simbolização, segundo afirmam Vecchiatto, Müller, Cúnico (2001)

os seres humanos vão desenvolvendo gradativamente formas mais elaboradas e

complexas de pensamento e de expressão.

Trata-se se um universo simbólico, que compreende várias linguagens, como a

corporal (o gesto, a mímica, a dança, o teatro), a sonora, a gráfica (o desenho e a

escrita), a científica e a plástica, entre outras. A linguagem e o aprimoramento da função

simbólica são elementos constituintes da forma humana de aprender e de ser. Logo se

torna extremamente relevante para a psicopedagogia, buscar contribuir para que essas

diferentes linguagens sejam desenvolvidas na Educação Infantil.

A brincadeira constitui uma forma de a criança satisfazer algumas de suas

necessidades mais básicas e é essencial em seu processo de desenvolvimento.

É por meio da atividade lúdica que a criança expressa a sua necessidade de conhecer o

mundo e de agir sobre ele.

Diante da impossibilidade de executar ações características do universo adulto,

como, por exemplo, dirigir um carro, pilotar um avião, cozinhar, entre outras, elas

representam essas situações substituindo alguns objetos por outros e agindo por meio do

faz-de-conta. É a atividade lúdica que possibilita o surgimento de um processo

psicológico novo, a imaginação, que permite à criança transcender o seu cotidiano.

“No brinquedo (Vygotsky apud Vecchiatto, Müller, Cúnico 2002). a criança se

comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento

diário; [...] “é como se ela fosse, maior do que é na realidade”

Por meio do brinquedo, da brincadeira e do jogo simbólico, a criança desenvolve

a abstração e, portanto, elabora melhor sua forma de pensar.

Essas questões justificam a necessidade de o professor considerar o jogo, a brincadeira,

como aspecto fundamental na organização e na realização da prática pedagógica, uma

vez que a brincadeira – o faz- de conta – constitui a atividade principal desse período

do desenvolvimento infantil.

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Ainda segundo os preceitos deste estudo (idem2002), os autores afirmam que, é

o jogo que organiza e promove todas as mudanças nas estruturas psicológicas e

personalidade da criança.

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Capítulo II

2.0 Jogos e Brincadeiras - Contribuição para o processo Ensino-

aprendizagem

O jogo é uma atividade que tem valor educacional intrínseco. De acordo com

Leif (1978) apusd Passerino (2010), "jogar educa assim como viver educa: sempre sobra

alguma coisa”. A utilização de jogos educativos no ambiente escolar favorece o

processo ensino-aprendizagem, pois, o jogo é um impulso natural da criança, ou seja,

funciona como um grande motivador. A criança obtém prazer e realiza um esforço

espontâneo e voluntário para atingir o objetivo do jogo

Ainda segundo abordagem da autora mencionada, são mobilizados esquemas

mentais, que estimulam o pensamento, a ordenação de tempo e espaço. O jogo integra

várias dimensões da personalidade: afetiva, social, motora e cognitiva. Favorece a

aquisição de condutas cognitivas e desenvolvimento de habilidades como coordenação,

destreza, rapidez, força, concentração, etc.

O ato de brincar (jogo, brinquedo, brincadeira) proporciona à criança relacionar

as coisas uma com a outra, e ao relacioná-la é que ela constrói o conhecimento. Para ela

é importante, é terapêutico, é prazeroso e o prazer é o ponto fundamental da essência do

equilíbrio humano. Logo, pode-se dizer que a ludicidade é uma necessidade interior,

tanto da criança quanto do adulto.

Através do lúdico, a criança realiza a aprendizagem significativa. Assim, pode-

se afirmar que o jogo e a brincadeira propõem à criança um mundo do tamanho de sua

compreensão, no qual ela experimenta várias situações, entre elas o “fazer comidinhas”,

“limpar a casa”, e etc.

O jogo tornou-se nos últimos tempos, objetos de interesse de pedagógicos,

educadores, pesquisadores, como decorrência da sua importância para a criança e da

constatação do que é uma prática que auxilia o desenvolvimento infantil e a construção

do conhecimento.

Segundo Brougere e Henriot,(2004), o jogo caracteriza-se por constituir-se de

um sistema de regras, de uso de determinado tipo de objeto e também do contexto social

em que este se apresenta. Já o brinquedo, em contraposição ao jogo, não pressupõe a

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utilização de regras enquanto objeto, é sempre um suporte para a brincadeira, sendo que

esta nada mais é do que o lúdico em ação.

2.1- PRI�CIPAIS TEÓRICOS E SUAS CO�TRIBUIÇÕES

PARA AS ATIVIDADES LÚDICAS

Neste capítulo, de uma forma breve, a presente pesquisa traz a visão dos teóricos que foram considerados, alguns dos mais significativos, cujas contribuições norteiam as atividades lúdicas na educação infantil. Enfatizaram-se os pressupostos de Rousseau, grande contribuidor para a educação infantil, na visão de Aranha (2002) e Pileti e Pileti (1995) e do próprio Rosseau (1999). Abordou-se também Comenius, Froebel, Montessori, Dewey, Vygotsky, Piaget e Wallon, respaldando a obra de Aranha (2002) e os autores citados no discorrer do trabalho.

A pesquisa optou por estes teóricos, por acreditar que foram importantes

pensadores que fizeram da criança em seus discursos sujeitos capazes de participar

ativamente de seu processo ensino-aprendizagem e, sobretudo trazer possibilidades de

repensar a prática pedagógica e consequentemente a formação psicopedagógica

Analisando a obra de Aranha (2002) pode-se verificar que desde o século XVII,

já havia uma preocupação pedagógica com a aprendizagem infantil, através de

atividades lúdicas. Uma característica natural que criança apresenta é o desejo em

manipular, explorar e projetar seu interesse pela descoberta.

2.2. Comenius

João Amós Comenius (1592-1670) nascido na Morávia ... Fundador da didática moderna da pedagogia (Didática Magna)... Criou uma escola maternal para crianças na fase da infância onde recomendava experiências com

brinquedos para exercitar os sentidos externos. (ARANHA. 2002, p.108).

Percebe-se, segundo a autora acima, que é através do método, que o indivíduo cria suas

normas, ou seja, basicamente tudo “segue um método”, “obedece a um método” ou “aplica-

se um método”. No caso das brincadeiras e jogos, executa-se atividade de ensinar seguindo

regras, aplicando métodos.

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Comenius (tradução de Benedetti1999), afirma que, toda a aprendizagem só ocorre por

meio da prática, e o homem ele compara com a natureza, principalmente quando afirma que

a criança aprende desde muito cedo, e por isso enfatiza Comenius: “Vimos que a natureza

dá as sementes da ciência, da honestidade, da religião, não dá a ciências, a virtude, a

religião; estas são adquiridas apenas com a prece, com o estudo, com o esforço pessoal”.( p.

71).

O autor compara o saber como uma dádiva. Afirma que os educadores devem

compreender de que forma podem proporcionar, aos alunos, o acesso a estes saberes,

afim de que, os mesmos, possam utilizá-los de forma positiva. Seria o mesmo que

plantar uma semente, esperar que cresça e que dê bons frutos, sem oferecer os cuidados

necessários: Assim, finalmente pelos bons resultados da prática, todos

experimentarão a verdade do provérbio: fazendo aprendemos a

fazer... Mostre-se o uso dos instrumentos, mas com a prática que

com palavras, isto é, mais com exemplos que com regras. O ensino

deve ser feito pela ação e estar voltado para a ação.

(COMENIUS Apud ARANHA. 2002 p. 104)

2.3 Rousseau:

Rousseau, de acordo com a autora (idem), “provocou uma revolução

copernicana na pedagogia: assim como Copérnico inverteu o modelo astronômico,

retirando a Terra do centro”. Ou seja, convidou a educação a centralizar os interesses

pedagógicos no aluno, não mais no professor. Mais que isso, segundo a autora, ele

ressaltou a especificidade da criança, não devendo ser encarada como adulto em

miniatura, conforme prática da época. Em sua tese, deve-se buscar valorizar a criança

dentro do processo educacional, na primeira infância:

A natureza quer que as crianças sejam crianças antes de ser homens. Se quisermos perturbar essa ordem,

produzimos frutos precoces, que não terão maturação nem sabor e não tardarão em corromper-se; teremos

jovens doutores e crianças velhas. (ROSSEAU, 1999,p.17)

Sendo assim, para que a criança alcance um desenvolvimento em todos os seus

aspectos, deve-se deixar que ela viva cada fase de sua vida, no seu devido tempo. E a

brincadeira faz parte do cotidiano de toda criança. Faz parte da natureza dela.

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Ainda seguindo a mesma linha de pensamento, a criança devia ser educada,

sobretudo em liberdade e viver cada fase da infância na plenitude de seus sentidos —

mesmo porque, segundo seu entendimento, até os 12 anos, o ser humano é,

praticamente, só sentido, emoções e corpo físico, enquanto a razão ainda se forma.

Liberdade não significa a realização de seus impulsos e desejos, mas uma dependência

das coisas.

Rousseau condenava, em bloco, os métodos de ensino utilizados até ali, pois se

baseavam, basicamente, na repetição e memorização de conteúdos, e pregava sua

substituição pela experiência direta por parte dos alunos, a quem caberia conduzir pelo

próprio interesse o aprendizado.

Para Pileti e Pileti (1995) Rousseau não aceitava determinadas restrições, a qual

as crianças eram submetidas, no período de um a cinco anos de vida. Os autores

comentam que as restrições eram:

[...] excesso e o aperto das roupas, a falta de liberdade, a vida

fechada, a repressão às inclinações e aos desejos naturais, a

punição antes que a criança consiga entender o erro e o motivo da

punição. A liberdade segundo a natureza que tornará a criança forte,

implicará um corpo obediente e protegido contra o vício.

(PILETI e PILETI, 1995, p.121)

Nesse sentido, a falta de liberdade prejudicava a criança, e para Rousseau a

mesma deveria seguir seu percurso de uma forma livre e natural, inclusive a própria

educação, pois como ressaltam os autores a educação como processo deveria ser tão

simples quanto à natureza.

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2.4 – Froebel De acordo com Aranha (2002), Froebel foi o primeiro a reconhecer

verdadeiramente, a importância do lúdico. Criador e fundador do jardim de infância. Comparava a criança como uma planta, a qual precisa de carinho e cuidados especiais desde a mais tenra idade, para tornar-se um adulto equilibrado.

Dessa forma, o indivíduo teria mais condições de viver melhor por meio da relação que mantinha com os brinquedos e jogos direcionados, livres ou espontâneos.

Assim, Froebel, segundo afirma a autora citada acima, privilegia a atividade lúdica por perceber o significado e a função da brincadeira para o desenvolvimento sensório-motor, e ainda cria métodos para ampliar a capacidade intelectual através da relação com objetos, transformando-os de acordo com a imaginação e vivência.

Kishimoto (2002), sobre Froebel, comenta que, o filósofo defendia o valor do lúdico na infância e a expressão de liberdade como um meio para o ensino. E sua proposta se caracterizava no caráter lúdico, pois esse era o fator determinante da aprendizagem das crianças:

[...] Froebel acreditou na criança, enalteceu sua

perfeição, valorizou sua liberdade e desejou a expressão da natureza infantil por meio de brincadeiras livres e

espontâneas. Instituiu uma Pedagogia tendo a representação simbólica como eixo do trabalho

educativo, sendo reconhecido por isso como psicólogo da infância.

(KISHIMOTO. 2002, p. 57).

Ao valorizar uma educação através de jogos, como ressalta a autora, mesmo que não

tenha sido Froebel o primeiro experimentador, foi ele que elevou o jogo como parte

primordial da prática pedagógica, ao fundar o “jardim da infância com o uso de jogos e

brinquedos”. (KISHIMOTO. 2002, p. 61)

Para o filósofo, de acordo com a autora, as brincadeiras e jogos são atividades que

caracterizam a criação de significados, como: o faz-de-conta e fantasias, em ambientes

livres e espontâneos, utilizando o próprio corpo para interagir com o brinquedo. E por meio

dos brinquedos, cria espaço para a criança ter iniciativa e expressar sua fala, representando

no próprio imaginário.

Segundo Kishimoto (idem), as obras de Froebel despertam o interesse pela auto-

atividade da criança, a liberdade de brincar e expressar tendências internas e pelo jogo

como fator de desenvolvimento integral na criança. Entretanto, o aspecto mais

importante de sua teoria: o papel da brincadeira enquanto elemento para o

desenvolvimento simbólico parece ter sido pouco percebido.

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2.5 – Montessori

A médica italiana Maria Montessori (1870-1952) também pôde contribuir para

um novo olhar sobre aprendizagem infantil. interessou-se inicialmente pela educação de

crianças excepcionais e deficientes mentais, experiência que lhe permite fazer

observações importantes sobre a psicologia infantil. Montessori criou seu próprio

método de ensino a partir da pesquisa e observação com crianças com problemas

mentais. Assim, como aborda Aranha (2002), a pedagogia montessoriana valorizava o

ambiente, adequando-o de acordo com o tamanho da criança. E, além disso, o material

didático deveria estar voltado para a estimulação sensório-motora.

Para Montessori, estimulando a parte sensório motora, estaria também estimulando a

mente, como forma de alimentação, pois, corpo e mente, caminham juntos. Assim,

todas as atividades relacionadas com os órgãos dos sentidos eram bem valorizadas,

como por exemplo, sons (audição), qualidades táteis, dimensões, movimentos

objetivando alcançar o maior domínio das coisas e do corpo. Assim ela privilegiava a

educação dos sentidos.

2.6 – Dewey O filósofo John Dewey (1859-1952), ainda de acordo com a obra de Aranha

(idem) defende o conhecimento como uma atividade dirigida que não tem um fim em si

mesmo, mas está voltado para a experiência. Para tanto, Dewey, segundo a autora,

acredita que a atividade lúdica torna-se um fator decisivo para o desenvolvimento da

criança, pois, em todos os tempos contou com essas atividades como fonte importante

na educação das crianças. Poucas teorias deram importância ao lúdico como as dele.

Nesse sentido Aranha assevera: “Dewey faz severas críticas à educação

tradicional, sobretudo à predominância do intelectualismo e da memorização”.

(ARANHA. 2002, p.171).

De acordo com seu pensamento, a escola deve oferecer sugestões significativas, com o

intuito de trabalhar conteúdos do cotidiano da vida social do aluno, ou seja, a realidade em

que o mesmo está inserido.

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2.7 – Wallon O médico neurologista e psicólogo francês Henri Wallon (1879-1962), com base

ainda na obra de Aranha (idem) em uma concepção dialética marxista, orienta suas

observações sobre as anomalias psicomotoras de crianças doentes. Desenvolve então

uma teoria para explicar o processo que se faz desde o movimento mais simples até o

ato mental.

Na concepção walloniana, o termo infantil significa lúdico, pois toda atividade da criança é lúdica quando é exercida por ela mesma. O brincar é uma forma livre e individual. Evidencia o caráter emocional em que os jogos se desenvolvem, demonstrando seu interesse pelas relações sociais infantis nos momentos do jogo e seus aspectos relativos à socialização.

Neste contexto Wallon afirma:

A criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos a que pode entregar-se

com suas camadas de grupo, e também das contestações, dos conflitos que podem surgir nos jogos

onde existem duas equipes antagônicas. (WALLON, 1979. p. 210)

Com isso, reforça-se o grande valor educacional das brincadeiras e jogos em

grupo. Mas, por outro lado, ele diz que a família e os educadores não permitem que a

criança desenvolva todo seu potencial, não deixando que as crianças realizem tarefas

que elas são capazes, como comer sozinha, vestir-se, calçar, tomar seu banho, escovar

os dentes. O adulto, ainda segundo Wallon, sem perceber leva a criança à imobilidade e

ao silêncio, não deixando que a ludicidade e a motricidade infantil sejam reconhecidas e

respeitadas.

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Capítulo III

A Importância das Brincadeiras Infantis Para o Desenvolvimento �europsicológico, segundo abordagem de Valentim

Para este trabalho considerou-se relevante trazer também a abordagem de Valentim (2010), em seu artigo, sobre a contribuição das brincadeiras infantis no desenvolvimento neuropsicológico da criança. Segundo afirma a autora, é fator fundamental ao desenvolvimento das aptidões físicas e mentais da criança, sendo um agente facilitador para que esta estabeleça vínculos sociais com os seus semelhantes, descubra sua personalidade, aprenda a viver em sociedade e preparar-se para as funções que assumirá na idade adulta.

Em seu artigo fez- se um questionamento: Se as brincadeiras infantis cooperam para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, por que alguns educadores resistem em adotá-las em seus planejamentos educativos, utilizando-as apenas como recreação informal?Para a autora em análise isto ocorre porque, provavelmente por se tratar de algo que exija certo cuidado no seu planejamento e execução. Devido a esta questão o assunto veio ao encontro dos objetivos desta pesquisa.

O Vocábulo “brincar” é predominante da Língua Portuguesa quando se trata de atividade lúdica infantil. A palavra "jogo", segundo a autora (idem), se origina do vocábulo latino ludus, que significa diversão, brincadeira. O jogo é reconhecido como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades. O vocábulo "brinquedo” para Wallon (1979 apud Valentim, 2010) não pode ser reduzido à pluralidade de sentidos de jogo, pois conota criança e tem uma dimensão material, cultural e técnica. Como objeto é sempre suporte de brincadeira. E brincadeira? É a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica.

Em seu artigo Valentim nos convida a consultar a obra de Wallon (idem), que como Piaget, também desenvolveu trabalhos na área de Psicologia Genética e se interessou pelo jogo infantil. O autor, dentro da linha piagetiana, fez vários comentários, referindo-se ao caráter emocional em que os jogos desenvolvem e seus aspectos relativos à socialização, conforme foi pontuado em capítulo anterior.

Ressalta também as contribuições sobre o brincar, na visão de Fröbel, que foi o primeiro filósofo a justificar seu uso para educar crianças pré- escolares. (também abordado anteriormente) Considerado por Blow (1991) psicólogo da infância, ao introduzir o brincar para educar e desenvolver a criança. Sua Teoria Metafísica, ainda segundo Valentim, pressupõe que o brinquedo permite o estabelecimento de relações entre os objetos do mundo cultural e a natureza, unificados pelo mundo espiritual.

O artigo em análise, também trouxe Maria Montessori, relacionado a tipos de jogos- “jogos sensoriais” Baseado nos "jogos Educativos" pensados por Fröbel - jogos

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que auxiliam a formação do futuro adulto -, Montessori, segundo Leif e Brunelle (1978), elaborou os "jogos sensoriais" destinados a estimular cada um dos sentidos.

Durante muito tempo confundiu-se "ensinar" com "transmitir" e, nesse contexto, o aluno era um agente passivo da aprendizagem e o professor um transmissor. A idéia de um ensino despertado pelo interesse do aluno acabou transformando o sentido do que se entende por material pedagógico. Seu interesse passou a ser a força que comanda o processo da aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor de seu progresso e o professor um gerador de situações estimuladoras e eficazes.

É nesse contexto que o jogo ganha um espaço como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno. O jogo ajuda-o a construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva o professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.

Antunes (2000 apud Valentim 2010) elaborou um trabalho baseado nas áreas das inteligências que podem ser estimuladas através da utilização de um jogo, de natureza material ou até mesmo verbal. Incluem as dimensões: lingüística, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésico-corporal, naturalista, intrapessoal e interpessoal. Na área de inteligência lingüística tem-se como exemplos o jogo da forca, bingo gramatical e telefone sem fio. Na inteligência lógico-matemática: o dominó, jogos das tampinhas, jogo das formas e baralho de contas. Na inteligência espacial, o jogo da sucessão, jogo da memória e damas.

Muitos jogos infantis fazem parte do folclore, que Cascudo (1979) definiu como a "cultura popular, tornada normativa pela tradição". Os jogos populares, ao lado dos acalantos, parlendas, adivinhas e cantigas de roda, foram reunidos sob o título de "Folclore Infantil". Os jogos tradicionais, como amarelinha, o esconde-esconde, a queimada, a cabra-cega etc. são encontrados, nas diferentes regiões do mundo: Portugal, Espanha, França, Itália e outros.

A importância dos jogos e brincadeiras infantis para o desenvolvimento intelectual e social da criança é notório, mas faz-se necessário também associar os mecanismos da aprendizagem com a integridade do sistema nervoso. Crianças com algum tipo de problema neurológico ou motor necessitam de materiais especialmente criados, para auxiliá-las nas atividades pedagógicas.

Existem dois aspectos cruciais no emprego dos jogos como instrumentos de uma aprendizagem significativa. Em primeiro lugar o jogo ocasional, distante de uma cuidadosa e planejada programação, é tão ineficaz quanto um único momento de exercício aeróbio para quem pretende ganhar maior mobilidade física, e em segundo lugar, uma grande quantidade de jogos reunidos em um manual somente terá validade efetiva, quando rigorosamente selecionados e subordinados à aprendizagem que se tem em mente como meta.

Valentim afirma: ”Em síntese, jamais pense em usar os jogos pedagógicos sem um rigoroso e cuidadoso planejamento, e jamais avalie sua qualidade de professor pela quantidade de jogos que emprega, e sim pela qualidade dos jogos que se preocupou em pesquisar e selecionar”.

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A autora conclui seu pensamento enriquecendo significativamente o teor desta análise.

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Capítulo IV

A contribuição da Psicopedagogia na aprendizagem através dos jogos e

brincadeiras

Segundo Beclair (2004) a Psicopedagogia no Brasil está se consolidando, cada

vez mais, num movimento de busca concreta por respostas e alternativas aos problemas

vinculados ao aprender, que se avolumam no cotidiano da escola, cujas conseqüências

se fazem, cada vez mais, presentes no contexto social.

Para ele, a Psicopedagogia é um campo do conhecimento que se propõe a

integrar, de modo coerente, conhecimentos e princípios de diferentes Ciências Humanas

com a meta de adquirir uma ampla compreensão sobre os variados processos inerentes

ao aprender humano. Enquanto área de conhecimento multidisciplinar interessa a

Psicopedagogia compreender como ocorrem os processos de aprendizagem e as

possíveis dificuldades situadas neste movimento. Para isto, se faz necessário integrar

vários campos do conhecimento, tais com a Psicologia, a Psicanálise, a Filosofia, a

Psicologia Transpessoal, a Pedagogia, a Neurologia, entre outros.

Conforme Cória-Sabini e Lucena (2005), Gardner ao debater sobre o processo

de aprendizagem ele afirma que, Seres humanos têm capacidades tremendas para

aprender e se desenvolver, como pode ser facilmente visto se observarmos uma criança

explorando ativamente seu ambiente durante os primeiros anos de vida, e, pelo menos,

algumas crianças continuam a demonstrar a pronta assimilação e um domínio

impressionante depois que ingressam na escola e em outros meios educacionais. O

problema não e tanto uma dificuldade na aprendizagem escolar por si, mas sim um

problema de integrar o conhecimento notacional e conceitual, apresentado na escola,

com aquelas vigorosas formas de conhecimento intuitivo que se desenvolveram

espontaneamente durante os primeiros anos de vida.

Cabe ao psicopedagogo, fundamentado teoricamente, promover o caminho para

que a aprendizagem ocorra de forma lúdica e consciente.

Segundo Beclair (idem), a psicopedagogia é o campo do conhecimento que pretende propor uma integração, de modo coerente, dos conhecimentos e princípios das diferentes ciências humanas, visando compreender a complexidade do processo ensino- aprendizagem, que é transitório, permanente e inerente ao ser humano. Nossa atuação deve estar voltada também para o indivíduo, como ser único, sujeito “histórico” de sua trajetória. Atuação esta que,ganha legitimidade na medida em que há um reconhecimento da nossa formação. Formação esta, que deve ser ampla e

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interdisciplinar, buscando valorizar e reconhecer as contribuições dos demais profissionais da área. Agregando suas descobertas, para que o ser cognoscente possa de fato, ser beneficiado e formado para exercer sua cidadania. É uma questão mundial: pensar não só o futuro, mas o presente da nossa humanidade, no sentido literal da palavra.

Tendo em vista que conforme afirma Piaget (2003), o professor

(consequentemente-psicopedagogo) tem um importante papel na mediação da relação

epistemológica, ou seja, da relação da criança com o conhecimento, assim como na

constituição da identidade e da autonomia da criança.

E como bem ressalta Penteado(2001) O conhecimento, mediado pelo professor, o qual deve ter o papel de facilitador, frequentemente assume

características desvirtuadoras de sua finalidade. Uma boa relação confunde-se muitas vezes com aquela em que um professor ‘bonzinho’, ‘ camarada’, ‘ amigo’, fecha os olhos para as exigências do trabalho escolar, prioriza circunstancia particulares de existência do aluno, erigindo-as como pilares da inviabilização de um verdadeiro

formador. (PENTEADO. 2001, p.

Portanto, a função real do educador é exercer o papel mediador, tarefa relacionada

diretamente à idéia da construção do conhecimento, tanto como orientador do planejamento

pedagógico, quanto da seleção e tratamento dos conteúdos curriculares.

Se desejarmos formar seres criativos, de acordo com Kishimoto (2002), críticos e

aptos para tomar decisões, um dos requisitos é o enriquecimento do cotidiano infantil com a

inserção de contos, lendas, brinquedos e brincadeiras. Para isso, se faz necessário

compreender melhor nossas crianças. Pois antes de freqüentar a escola, elas vivem no seu

universo. O desejo de conhecer tudo em volta de si faz de seus movimentos e brincadeiras,

o seu mais sério meio de apropriar-se do mundo e comunicar-se com ele. Entretanto, ao

chegar à escola, tudo aquilo que representa sua forma de viver, compreender socialmente e

culturalmente é anulado.

Atualmente, a formação de professores, é hoje uma preocupação constante para aqueles que

acreditam na necessidade de transformar o quadro educacional presente, pois da forma

como ele se apresenta fica evidente que não condiz com as reais necessidades dos que

procuram a escola com intuito de aprender o saber, para que, de posse dele, tenham

condições de reivindicar seus direitos e cumprir seus deveres sociais.

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CONCLUSÃO:

Após lançar mão das obras dos autores acima relacionados, a presente pesquisa

pode concluir que, de fato, a criança aprende enquanto brinca. De alguma forma a

brincadeira se faz presente e acrescenta ingredientes, indispensáveis, ao relacionamento

com outras pessoas. Pois, estabelece com os jogos e as brincadeiras, uma relação natural

e consegue canalizar suas tristezas e alegrias, angústias, paixões, passividades e

agressividades. Por meio da brincadeira a criança envolve-se no jogo e partilha com o

outro, ou seja, se conhece e conhece o outro.

Além da interação, que a brincadeira e o jogo proporcionam, são de fundamental

importância como mecanismo para desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a

percepção, a criatividade e habilidade para melhor desenvolver a aprendizagem.

Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades

indispensáveis a sua futura atuação profissional tais como atenção, afetividade, o hábito

de concentrar-se, dentre outras habilidades. Nessa perspectiva, as brincadeiras e os

jogos vêm contribuir para o importante desenvolvimento das estruturas psicológicas e

cognitivas do aluno. Vimos que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em

qualquer idade, mas principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada, não

apenas como diversão, mas com objetivo de desenvolver as potencialidades da criança,

visto que o conhecimento é construído pelas relações inter-pessoais e trocas recíprocas

que se estabelece durante toda a formação do sujeito.

De acordo com Gardner (2009), em uma entrevista, estamos vivendo três

poderosas revoluções: globalização- As pessoas trabalham em empresas multinacionais

e mudam de país, o que é bem diferente de quando as populações não tinham contato

umas com as outras. A segunda revolução é a biológica: Todos os dias, o conhecimento

científico se aprimora e isso afeta a maneira de ensinar e de aprender. O cérebro das

crianças poderá ser fotografado no momento em que estiver funcionando, permitindo

detectar onde estão os pontos fortes e os fracos e a melhor forma de aprender. A terceira

revolução é a digital, que envolve realidade virtual, programas de mensagens

instantâneas e redes sociais. Tudo isso vai interferir na forma de pensar a Educação no

futuro.

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Neste contexto de tantas transformações a educação também precisa se atualizar

e adequar-se ao advento das novas tecnologias, sem perder de vista o propósito de

formar sujeitos críticos, capazes de exercer de fato sua cidadania. Cabe aos educadores

reconhecer o papel da formação psicopedagógica e dos demais profissionais da área,

que muito podem contribuir neste processo.

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