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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESNVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VOZ DO MESTRE OS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM,SOB UM ENFOQUE PSICOPEDAGÓGICO. LUCIA MARIA MOREIRA MARCHETTI MAGALHÃES Orientador: Jorge Tadeu Vieira Lourenço, M. Sc. Rio de Janeiro, fevereiro / 2002.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESNVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VOZ DO MESTRE

OS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM,SOB UM ENFOQUE

PSICOPEDAGÓGICO.

LUCIA MARIA MOREIRA MARCHETTI MAGALHÃES

Orientador: Jorge Tadeu Vieira Lourenço, M. Sc.

Rio de Janeiro, fevereiro / 2002.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VOZ DO MESTRE

OS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM, SOB UM ENFOQUE

PSICOPEDAGÓGICO

LUCIA MARIA MOREIRA MARCHETTI MAGALHÃES

Trabalho monográfico apresentado

como requisito parcial para obtenção

do Grau de Especialista em Sabedoria Geral

Rio de Janeiro, fevereiro / 2002.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, ao C.e.f.e.t. por me pro-

porcionar essa oportunidade de cresci –

mento profissional, e ao professor Jorge

Tadeu pela orientação para elaboração e

montagem da monografia .

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DEDICATÓRIA

Dedico, primeiramente, a Deus, pois sem a

vontade do qual nada teria sido possível. E

também, a minha família e amigos, que dire-

tamente ou indiretamente, contribuíram para

a realização deste trabalho.

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RESUMO

A finalidade deste trabalho é mostrar o papel do Psicopedagogo no processo

avaliativo quanto aos problemas que interferem na aprendizagem escolar nos

servimos de pesquisas bibliográficas de diversos autores sobre o tema, além

da observação durante todo o período de nosso estágio.

O resultado disso passa por vários fatores; um deles é a não aprendizagem na

escola que é uma das causas do fracasso escolar. Não podemos deixar de

registrar as relações entre a produção escolar e as oportunidades reais que a

sociedade dá à s diversas classes sociais.

Muitas vezes, os alunos são rotulados como “problemáticos”, mas na

realidade, lhes faltam oportunidades de desenvolvimento de linguagem,

crescimento cultural e de rápida construção cognitiva, isto com certeza

aumentaria suas chances de êxito na escola. Percebemos também que a

escola não é um compartimento estanque e isolado da sociedade, mas que o

sistema de ensino reflete a sociedade a que está inserido. Portanto, a absorção

de conhecimento por parte do aluno está diretamente ligada as informações

que ele recebe da sociedade em que vice e estas dependem da condição

social que determina a qualidade do mesmo. É preciso avaliar vários fatores, a

maneira da escola ensinar, seu modo de explicar a linguagem que usam, que

podem ser os verdadeiros responsáveis pelo fracasso do aluno.

A má qualidade do ensino também provoca desestímulo na busca do

conhecimento.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 06

1 – HISTÓRICO DO C-.E.F.E.T./ R.J. 07

2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM 09

2.1 – A maturação é desenvolvimento do corpo, da parte neurológica e

orgânica de um ser, abrange padrões de comportamento resultantes da

atuação de algum mecanismos interno 09

2.2 – A aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre o ser,

é a mudança de comportamento em função da experiência 09

2.3 – Os problemas de aprendizagem 10

2.4 – Maturação 11

3 – OS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM 12

3.1 – O que são os problemas de aprendizagem 12

4 – DISTÚRBIOS DA FALA 13

4.1 – Mudez 13

4.2 – Atraso na linguagem 13

4.3 – Problemas da articulação 13

4.4 – Dislalia 14

4.5 – Disartria 15

4.6 – Linguagem tatibitate 15

4.7 – Rinolalia 15

4.8 – Problemas de fonação 15

4.9 – Distúrbios de ritmo 16

4.10 – Afasia 16

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5 – DISTÚRBIOS PSICOMOTORES 18

5.1 – Definição 18

5.2 – Desenvolvimento psicomotor 18

5.3 – Tipos de disturbios 19

5.4 – Como identificar problemas de psicomotricidade 19

5.5 – O professor e a psicomotricidade 20

6- DISTÚRBIOS NA SAÚDE FÍSICA 21

6.1 – Visão 21

6.2 – Identificação de problemas visuais 21

6.3 – Audição 22

6.4 – O papel do professor frente aos problemas auditivos 23

6.5 – Disritmia cerebral 23

6.6 – A atuação do professor 23

7 – DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO 24

7.1 – Características básicas 24

7.2 – Fatores dos distúrbios 25

7.3 – Autismo infantil 25

7.4 – Agressividade 25

7.5 – Medo 26

7.6 – Fobia escolar 27

7.7 – Ciúme 27

7.8 – Timidez 27

7.9 – Fantasia 28

7.10 – Problemas Familiares 29

7.10.1 – Separação dos pais 29

7.10.2 – Morte 29

7.10.3 – Superproteção – filho único 30

7.10.4 – Vícios infantis 30

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CONCLUSÃO 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32

ANEXOS – Comprovantes Acadêmicos

A1 – De estágio 34

A2 – De participações em eventos culturais 35

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INTRODUÇÃO

A Psicopedagogia, enquanto área do conhecimento sustenta em sua história a

conquista de um espaço e do respeito na escola ao portador de necessidades

especiais, portanto com base nos seus pressuposto buscar-se-á uma leitura

integrada dos momentos de luta de uma família de uma criança portadora de

distúrbio, do próprio sujeito e da instituição escolar, representada pela

professora e pela equipe técnico-administrativa.

Propõe-se o repensar sobre uma história verídica, analisada sob a luz dos

princípios psicopedagóicos institucionais e familiares.

A psicopedagogia impõe-se como uma necessidade para que o professor

descubra forma de interligar ensino e aprendizagem em seus estágios

evolutivos reais, transformando as unidades de ensino de forma lenta e

gradativa proporcionando a consciência crítica e o aprender apropriado.

Nesse trabalho está provado que a função do psicopedagogo, através da

comunicação interpessoal, é fundamental para que o processo ensino-

aprendizagem transcorra normalmente, principalmente se no meio do caminho

algum distúrbio for detectado.

O processo de aprendizagem envolve a criança a família, e a escola, sendo

que cada um desses elementos é um sistema aberto em transformação.

Os conflitos entre a família e a escola, e os sintomas da criança manifestados

na sua aprendizagem e/ ou na sua conduta resultam de modelos de desordem

de vários níveis de interação e apontam para uma necessidade de mudança.

Ao buscar entender os distúrbios de cada criança e atender as suas

necessidades de integração na escola, abrem-se as possibilidades de

integração de rede interativas para encaminhamento dos problemas de

aprendizagem.

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CAPÍTULO 1

HISTÓRICO DO C.E.F.E.T / RJ

O Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca é uma

instituição autárquica, vinculada ao Ministério da Educação, sendo referencia

do Ensino, Pesquisa e Extensão, voltados para a Educação Tecnológica.

Sempre buscando novos caminhos para a Educação e a Formação

Profissional, desenvolvendo ações no âmbito da Educação Profissional de

Nível Técnico, nos seguintes cursos: Edificações, Estradas, Eletrônica,

Informática, Eletrotécnica, Mecânica, Meteorologia, Telecomunicações e

Segurança do Trabalho.

Na Educação Profissional no nível de tecnólogo, o CEFET/RJ oferece os

cursos superiores de Tecnologia, formando tecnólogos, nas áreas de

Saneamento, Segurança do Trabalho, Telecomunicações, Construção Civil e

Mecânica.

Na Educação Superior oferece cursos de: Engenharia Industrial Mecânica,

Engenharia Industrial Elétrica com ênfase em Eletrotécnica, Eletrônica e

Telecomunicações, Engenharia de Produção, Administração Industrial e

Cursos Superiores em Tecnologia.

A Pós-Graduação possui: Mestrado em Tecnologia – sricti sensu – em

Engenharia de Segurança do Trabalho, Qualidade e Produtividade.

O Cefet/RJ também desenvolve pesquisa na área tecnológica, envolvendo

projetos com instituições nacionais e estrangeiras.

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Num tempo de mudanças de paradigmas educacionais e de grandes

alterações na Legislação Educacional, o CEFET/RJ vem apresentando uma

expansão na oferta da Educação Tecnológica. Esta expansão tecnológica

tornar o CEFET/RJ atualmente um centro de excelência, tendo sua

preocupação voltada para a qualidade do Ensino Público.

O CEFET/RJ presta, ainda, serviços de consultoria e treinamento para

empresas, desenvolvendo parcerias com a iniciativa privada e órgãos

governamentais.

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CAPÍTULO 2

DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM

É de vital importância o papel dos educadores ( pais e professores ) nos

processos fundamentais do desenvolvimento humano.

A partir do momento em que o profissional em educação, e/ou, o professor

começar a compreender os princípios do processo de aprendizagem, os

problemas que surgirem poderão ser tratados com mais seriedade e sem

tabres.

O desenvolvimento abrange todas as modificações que o organismo e a

personalidade de um ser humano passa, ao longo de sua existência. É preciso

se levar em conta à hereditariedade, o ambiente e num processo mais global, a

maturação e a aprendizagem propriamente dita, e o educador precisa estar

atento.

2.1. A maturação é o desenvolvimento do corpo, da parte neurológica e

orgânica de um ser, abrange padrões de comportamento resultantes da

atuação de algum mecanismo interno.

A maturação conduz ao desenvolvimento do potencial do organismo. Para que

a aprendizagem se processe, é necessário quando o organismo esteja

suficientemente maduro para recebe-la.

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2.2 – A aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre o

ser, é a mudança de comportamento em função da experiência.

É comum as pessoas restringirem o conceito de aprendizagem aos fenômenos

que ocorrem na escola, como resultado do ensino. Mas na realidade tem um

sentido mais amplo; abrange hábitos que formamos, aspectos de nossa vida

afetiva e a assimilação de valores culturais.

O processo de aprendizagem sofre interferência de vários fatores:

- intelectuais

- psicomotor

- físico

- social

Para que a aprendizagem provoque uma mudança de comportamento e amplie

cada vez mais o potencial do educando, será necessário que ele perceba a

relação entre o que está aprendendo e a sua vida. É preciso que tudo aquilo

que será aprendido, seja de grande significado para ele.

É na família que o ser tem as primeiras experiências educacionais.

Na escola, o professor deve estar sempre atento a todas as etapas de

desenvolvimento do aluno colocando-se sempre como facilitador da

aprendizagem, atento para as atitudes de quem ajuda e para a percepção de

quem é ajudado por ele.

É de vital importância que o professor conheça o processo de aprendizagem e

esteja interessado nos “seres humanos” que são os seus alunos e os respeite

como tal. O aluno precisa participar, estar envolvido no processo ensino-

aprendizagem.

2.3 - Os problemas de aprendizagem

Os problemas podem ocorrer em qualquer momento, e devem ser tratados e

investigados no campo em que eles se manifestam, e em qualquer problema

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(distúrbio) de aprendizagem requer bastante empenho do profissional em

levantar dados e analisar os fatos e situações, visando sempre descobrir o que

está dificultando que o aluno aprenda.

Devemos levar em conta também que o profissional não é detentor de toda

sabedoria, para identificar o estágio em que se encontra o aluno, portanto ele

deve ter uma noção bastante clara do que se apresenta como empecilho e

observar para reconhecer o progresso e a evolução e desenvolvimento e

comparando-a com suas habilidades e capacidades em diversas etapas.

2.4 – Maturação

Para que o ser se desenvolva bem ele precisa de ambiente afetivamente

equilibrado, onde lhe permitam satisfazer as necessidades próprias. Quando

isso não ocorre, inicia-se uma luta entre o que o ser vive e as exigências que

ele apresenta, o que fatalmente levará a uma situação desequilíbrio, possível

geradora de comportamentos problemáticos ou até patológicos.

Esse desequilíbrio pode se manifestar de diversas formas e quando essas

reações apresentam um evidente agravamento deve-se considerar o quadro

como tendendo a anormal ou patológico.

O comportamento anormal ou patológico pode ter origem no fator genético ou

social.

Depois de detectado isso, o profissional precisa verificar a permanência das

características apresentadas, para então fazer uma análise mais profunda de

que caminho seguir para ajudar o ser superar todas as dificuldades.

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CAPÍTULO 3

3.1. O que são problemas de aprendizagem

Os problemas de aprendizagem referem-se às situações difíceis enfrentadas

pela pessoa normal e pela pessoa com um desvio do quadro normal, mas com

expectativa de aprendizagem em longo prazo.

Podemos considerar esse problema como um sintoma, no sentido de que o

não aprender não configura um quadro permanente.

Nem sempre se descobre com facilidade, diferenciar um distúrbio de um

problema de aprendizagem pela intensidade com que se apresentam os

comportamentos e sintomas, pela duração que eles têm e pela participação do

lar e da escola. Cabe ao educador detectar as dificuldades de aprendizagem

que aparecem em sala de aula e investigar as causas de forma ampla que

abrange os aspectos orgânicos, neurológicos, mentais, psicológicos

adicionados à problemática ambiental que a pessoa (aluno) vive. Essa postura

facilita o psicopedagogo que ao tratar da deficiência, tem condições de orientar

ao educador a lidar com o aluno ou se considerar necessário, indicar sua

transferência para sala especial.

Existem inúmeros fatores que podem desencadear um problema ou distúrbio

de aprendizagem. São considerados fundamentais:

- Fatores orgânicos – saúde física deficiente, falta de integridade

neurológica ( sistema nervoso doentio ), alimentação inadequada.

- Fatores psicológicos – inibição, fantasia, ansiedade, angústia,

inadequação a realidade, sentimento de rejeição.

- Fatores ambientais – o tipo de educação familiar, o grau de estimulação

que a criança recebeu desde os primeiros dias de vida, a influência dos

meios de comunicação.

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CAPÍTULO 4

DISTÚRBIOS DA FALA

4.1 - Mudez

É a incapacidade de articular palavra, geralmente decorrente de transtornos do

sistema nervoso central que impede a forma de comunicação verbal.

Várias são as causa da mudez que vão dos problemas de audição, passando

por má-formação da boca e do nariz, os fatores emocionais e psicológicos que

estão presentes em algumas formas de mudez.

Todos esses distúrbios ao serem detectados devem ser encaminhados a um

especialista que indicará o tratamento mais adequado.

4.2 - Atraso na linguagem

Somente após os 14 meses é que a criança é capaz de pronunciar palavras

com significado, portanto, a afirmação de algumas pessoas, de que criança

com idade anterior a essa, são atrasadas, não é verdadeira.

O especialista sabe que a deficiência no vocabulário, deficiência na capacidade

de formular idéias, e o desenvolvimento retardado da estruturação de

sentenças são características principais na criança que tem atraso na

linguagem.

4.3 - Problemas de articulação

Durante um determinado tempo a criança apresenta dificuldade de pronunciar

determinados sons. Somente a partir dos 7 anos é que elas pronunciam

corretamente todas as consoantes. Muitos são identificados como portadores

de problemas de aprendizagem quando não realizam o que se espera de uma

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programação de ensino. Na verdade quando o ato de aprender se apresenta

como problemático, é preciso uma avaliação muito minuciosa e mais

abrangente.

Várias são as formas de distúrbios que podem ocorrer na aprendizagem:

1. Distúrbios de aprendizagem condicionados pela escola

1.1. os condicionados pelo professor

1.2. os condicionados pela relação professor-aluno;

1.3. os condicionados pela relação entre os alunos;

1.4. os condicionados pelos métodos didáticos.

2. Distúrbios de aprendizagem condicionados pela situação familiar.

3. Distúrbios de aprendizagem condicionados por características da

personalidade da criança.

4. Distúrbios de aprendizagem condicionados por dificuldades de

educação.

A proposta Brasileira é dar, a cada criança a oportunidade de aprender tanto

quanto a sua capacidade permitir. No entanto, os alunos que não conseguem

acompanhar o currículo das escolas são rotulados como fracos e o sistema

educacional os rejeitam.

São vários os distúrbios que interferem na aprendizagem, como por exemplo,

os da fala, leitura, escrita, psicomotores e todos os problemas que ocorrem na

área da linguagem se apresentam sob aspecto psicológico e orgânico.

4.4 - Dislalia

É a omissão, substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra falada.

Trata-se de falha que pode ser orgânica (defeito na arcada dentária, lábio

leporino, freio da língua curto, língua tamanho anormal) ou funcional (a criança

não sabe mudar a posição da língua e dos lábios). A dislalia interfere no

aprendizado da língua escrita.

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4.5 - Disartria

É um problema articulatório que se manifesta na forma de dificuldade para

realizar alguns ou muitos dos movimentos necessários à emissão verbal.

É comum em casos de paralisia geral, onde ela se manifesta associada a

outros distúrbios de linguagem.

4.6 - Linguagem tatibitate

É um distúrbio de articulação (e também de fonação) em que se conserva

voluntariamente a linguagem infantil. Ela geralmente tem causa emocional e

pode resultar em problemas psicológicos para a criança.

4.7 - Rinolalia

Caracteriza-se por uma ressonância nasal mais ou menos que a do padrão

correto da fala, que pode ser causada por problemas nas vias nasais. Quando

é muito acentuado esse distúrbio torna a fala incompreensível, isso pode

provocar forte reação psicológica, fazendo com que a criança emudeça por

perceber que não é compreendida.

4.8 - Problemas de fonação

A voz é um instrumento que o homem maneja a vontade. Pequenas mudanças

em suas características são suficientes para exprimir desejos, sentimentos e

necessidades.

Esses problemas são considerados funcionais quando impedem o controle dos

sons envolvendo somente os órgãos periféricos.

A voz em falsete é um distúrbio de fonação dos mais comuns.

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A afonia é um problema de vos que em geral acontece com as meninas. Pode

começar com uma rouquidão e evoluir com o desaparecimento total da voz.

4.9 - Distúrbios de ritmo

Esses distúrbios se referem à fala produzida com repetições de sílabas,

palavras ou conjunto delas - dificuldades para prosseguir a emissão de sons.

Às vezes é confundido por gagueira pelos leigos.

4.10 - Afasia

Esta é universalmente associada à perturbação da linguagem decorrente de

distúrbios no funcionamento celebral. Ela se caracteriza, mais especificamente

por falhas na compreensão e na expressão verbais, relacionadas à

insuficiência de vocabulário, escolha equivocada de palavras.

O mais importante é que a afasia é um problema cujos sintomas envolvem

diferentes setores: emocional, de aprender a ler e escrever, apresentando uma

série de outros problemas que interferem no processo escolar.

Os distúrbios se dividem nos seguintes quadros, segundo Grünspun:

- Instabilidade psicomotora

- Debilidade psicomotora

- Inibição psicomotora

- Lateralidade Cruzada

- Imperícia

Instabilidade psicomotora

É o tipo mais complexo e que causa uma série de transtorno pelas reações. O

ser com instabilidade revela instabilidade emocional e intelectual, falta de

atenção e concentração (nunca termina a tarefa iniciada), falta de coordenação

geral e coordenação motora fina; e muitas outras. Normalmente não podem

permanecer em turma comum.

Debilidade psicomotora

Caracteriza-se pela presença de paratonia e da sincinesia.

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Paratonia: É a persistência de uma certa rigidez muscular, apresenta uma

deselegância geral na posição estática ou em movimento.

Sincinesia: É a participação de músculos em movimentos dos quais eles não

são necessários. Um teste com uma criança com debilidade motora é pedir-lhe

que fique sobre um só pé, para ela será impossível.

As crianças com essa debilidade devem ser submetidas a um trabalho

individual com professor especializado.

Inibição psicomotora

Os portadores apreciam situações novas e se comportam melhor em grupo.

Podem permanecer em comum desde que sejam atendidos individualmente.

Lateralidade cruzada

A maioria acredita que existe no celebro um hemisfério dominante responsável

pela lateralidade do indivíduo. De acordo com a ordem enviada teríamos o

destro e o canhoto. Além da dominância da mão, existe também a do pé, do

olho e do ouvido. Quando estas dominâncias não se apresentam do mesmo

lado, dizemos que o indivíduo tem lateralidade cruzada.

Imperícia

Em geral, o portador da imperícia possui inteligência normal, evidenciando uma

frustração pelo fato de não conseguir realizar certas tarefas que requerem uma

apurada habilidade manual.

Pode ser um distúrbio de menor gravidade e sua recuperação se faz mais

facilmente.

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CAPÍTULO 5

DISTÚRBIOS PSICOMOTORES

O estudo da psicomotricidade é recente, inicialmente sobre o desenvolvimento

motor, depois ultrapassou os problemas motores, pesquisa também as ligações

com a lateralidade, à estruturação espacial e orientação temporal e por outro

lado, as dificuldades de inteligência normal.

5.1 - Definição

A psicomotricidade como a educação do movimento com atuação sobre o

intelecto, numa relação entre o pensamento e ação, englobando funções

neurofisiológicas e psíquicas. Pode-se dizer que é a ciência do corpo e da

mente. Integra várias técnicas com as quais se trabalha todas as partes do

corpo relacionando-o com a afetividade, o pensamento e o nível de inteligência.

Enfoca a unidade da educação, dos movimentos, ao mesmo tempo em que

põem em jogo as funções intelectuais.

5.2 - Desenvolvimento psicomotor

Engloba o desenvolvimento funcional de todo o corpo e suas partes. É através

dele que a criança deixa de ser a criatura frágil e se transforma numa pessoa

livre e independente do auxílio alheio.

As atividades motoras desempenham papel importante.

Um desenvolvimento psicomotor normal apresenta qualidades nos movimentos

que se integram numa certa ordem, obedecendo às etapas:

- precisão – 0 a 7 anos

- rapidez – 7 a 10 anos

- força muscular – 10 a 15 anos

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A coordenação geral do indivíduo alcança seu desenvolvimento definitivo

aproximadamente aos 15 anos. Uma evolução psicomotora normal permite a

criança passar dos movimentos globais mais específicos e do movimento

espontâneo ao movimento consciente. Os movimentos são subdivididos em:

- estáticos – movimentos que envolvem equilíbrio.

- Dinâmicos – movimentos de grupos musculares diferentes, que podem

ser gerais, quando envolvem os membros inferiores e/ou superiores

(saltar, correr, etc...) e manuais (movimentos de ambas as mãos).

5.3 - Tipos de distúrbios

Qualquer distúrbio psicomotor liga-se a problemas que envolvem o indivíduo

em sua totalidade. Os psicomotores e os afetivos estão ligados, isto é, as

dificuldades se traduzem no comportamento, o que cria novas dificuldades.

A psicomotricidade sempre leva em conta o indivíduo como um todo,

pesquisando se o problema está no corpo, na área da inteligência ou na

afetividade.

Os distúrbios psicomotores podem ser detectados antes de 1 ano de idade.

É comum entre nós a incidência de alunos com distúrbios psicomotores.

Embora aparentemente normais eles são incapazes.

5.4 - Como identificar problemas de psicomotricidade

É preciso fazer uma avaliação psicomotora através de exercícios específicos

que verifiquem aspectos como:

- qualidade gestual, e tônica;

- agilidade;

- equilíbrio;

- coordenação;

- lateralidade;

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- organização temporoespacial;

- grafomotricidade.

Essa avaliação identifica atrasos no desenvolvimento motor, e perturbações de

equilíbrio, sensibilidade, grafismo, afetividade, e outros.

5.5 - O professor e a psicomotricidade

O desenvolvimento psicomotor tanto de crianças normais quanto de crianças

portadoras de distúrbios, requer o auxílio constante do professor, através da

estimulação em sala de aula e do encaminhamento quando se fizer necessário.

O papel do professor, na pré-escola, não é alfabetizar, mas estimular funções

psicomotoras necessárias ao aprendizado formal.

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CAPÍTULO 6

DISTÚRBIOS NA SAÚDE FÍSICA

Esses distúrbios são apresentados por crianças que têm limitações com

deficiência visual ou auditiva, defeito ou disfunção de qualquer parte do corpo,

anemia crônica, epilepsia, e até mesmas verminoses.

Se a criança se percebe diferente, pode ter sentimentos de frustração e muitas

dificuldades de relacionamento na classe.

6.1 - Visão

Para que ocorra a aprendizagem, é preciso que o organismo esteja apto a

perceber.Os órgãos dos sentidos são os meios através dos quais percebemos

o mundo exterior e nos relacionamos com ele.

6.2 - Identificação dos problemas visuais.

Ao nascer, o bebê enxerga muito pouco. Sua visão limita-se a movimentos

desordenados dos olhos, sem objetivo definido.

É aconselhável que todo o pré – escolar seja levado ao oculista, mesmo que

os pais não tenham percebido qualquer problema ou que a criança não se

queixe. No contato diário com a criança, o professor tem oportunidade de

observar o aluno em diferentes situações.Para que o professor tenha indicação

mais segura, deve verificar a seqüência dos sintomas e sinais.Alguns sinais e

sintomas de distúrbios de visão são identificados:

- pelo modo de agir da criança é sensível à luz; esfrega os olhos com

freqüência, aperta os olhos;

- pela queixa da criança não enxerga bem ,dores nos olhos;

- pela observação – estrabismo, pálpebras vermelhas;

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- durante a leitura e a escrita- tem dificuldade de ler e escrever segura o

livro muito perto,perde o lugar na página.

Após a identificação dos sinais e sintomas característicos do

problema de visão, professor deverá conversar com os pais para possível

encaminhamento.

O papel do professor nos problemas visuais

É função do professor verificar a existência de problemas visuais em seus

alunos, através da observação de suas atitudes e rendimento escolar.

Ele deve encaminhar ao serviço de saúde da escola ou ao oftalmologista

aqueles alunos que apresentam distúrbios.Também compete ao professor

desenvolver um programa educativo de prevenção de problemas visuais com

alunos e pais.

6.3 – Audição

Os problemas de audição influem não só no desenvolvimento do individuo,

mas também no uso de suas habilidades de comunicação verbal.Como a

linguagem é necessária à integração social, torna-se evidente que o dano

causado por um distúrbio auditivo representa muito mais do que uma simples

capacidade de ouvir.

A grande preocupação dos educadores no que se refere à capacidade auditiva

não deve ser só com a criança surda, mas também com aquelas que

apresentam perdas moderadas e leves de audição; pois elas não têm suas

deficiências facilmente detectadas, o que pode causar desajustamentos,

distúrbios de linguagem oral e escrita, mau aproveitamento escolar e ainda o

rótulo de retardadas, distraídas ou desmotivadas para o trabalho.

Integrar intelectual e socialmente o aluno são o objetivo primordial da

educação.

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6.4. O papel do professor frente aos problemas auditivos.

Cabe ao educador observar diariamente seus alunos para detectar possíveis

sintomas de um distúrbio auditivo.

Conversas com os pais, também serão de grande auxílio, pois eles devem

contribuir para o ajustamento do filho e fornecer dados sobre a existência de

familiares surdos, uso de antibióticos por longo tempo e em altas doses.

6.5. Disritmia cerebral

Algumas pessoas apresentam disritmia, mas não têm conhecimento disto,

pois.

Ela não se manifesta e não interfere na vida diária.

A manifestação mais temida da disritmia é a convulsão, embora existam outras,

como as ausências, os desmaios, e algumas manifestações clínicas que

devem ser examinadas em sua relação com uma provável disritmia. O

tratamento é longo(cinco ou seis anos mais ou menos), mas o uso adequado

da medicação e a constância no tratamento podem levar a um resultado

satisfatório.

6.6. A atuação do professor

Ao educador cabe examinar e acompanhar o comportamento de cada criança

dentro da expectativa de um padrão médio normal, assim como avaliar o

resultado da aprendizagem de acordo com a média do grupo ao qual a criança

pertence.Não deve deixar por conta das diferenças individuais os possíveis

problemas, algumas vezes de ordem apenas psicológicas (familiar ou social),

mas detectar prováveis causa orgânicas e não deixar de fazer o

encaminhamento médico. Não existem atividades pedagógicas que ajudem a

curar. No entanto, é muito importante para o doente se sentir seguro, confiante

e para o professor a paciência é fundamental.

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CAPÍTULO 7

DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO

Os distúrbios de comportamento constituem um assunto de grande

preocupação para os professores porque, embora muitos casos exijam

assistência especializada, o aluno-problema geralmente permanece em sala de

aula , mesmo enquanto o tratamento está se realizando.

7.1 - Características básicas

Muitos psicólogos classificam os distúrbios de comportamento em duas

categorias: problemas de conduta e problemas de personalidade.

Os problemas de conduta relacionam-se a comportamentos que perturbam

totalmente as outras pessoas e podem ser dirigidos contra elas,visto que são

hostis, agressivos, destrutivos.

Os problemas de personalidade são de caráter neurótico e podem ser

chamados de comportamento esquivo, isto é , a criança tem medo dos outros,

sente- se ansiosa , evita situações que possam expo-la à crítica, ao ridículo.

Uma das razões pela qual é difícil compreender os distúrbios de

comportamento é que eles servem como fuga ou defesa contra a ansiedade.

Há vários tipos diferentes de manobras que as pessoas usam, como meios de

lidar com as ansiedade ou tensão.Elas são chamadas ¨mecanismos mentais,

de defesa ou de fuga¨.Esses mecanismos têm em comum o seguinte:são

padrões de comportamento aprendidos com o objetivo de reduzir ou elimiinar a

ansiedade ao invés de resolver os problemas que constituem a causa básica

da mesma.

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7.2 - Fatores dos distúrbios

Os distúrbios de comportamento são criados ou agravados por conflitos, dos

quais o mais comum é o do aluno proveniente de um lar em que os valores e

padrões aceitáveis de comportamento estão em contraste direto com os da

escola.Quando o aluno descobre que não consegue agradar tanto à sua família

como a sua professora, é possível que expresse isso através de um tipo de

problema de comportamento.

A incidência de problemas de comportamento é maior entre os meninos do

que entre as meninas.Os sentimentos de fracasso escolar ,que são resultado

de experiências na escola levam centena de estudantes a problemas de

comportamento. Existe uma diversidade de distúrbios que envolvem o

comportamento nos seus diferentes níveis; desde os patológicos, que

necessitam de tratamento fora , até os que envolvem a adaptação normal da

criança frente ao problema que ela enfrenta no seu dia a dia.

7.3 – Autismo infantil

Caracteriza-se por uma interiorização intensa – uma espécie de fechamento

sobre si mesmo – e por um pensamento desligado do real. A incapacidade de

se relacionar normalmente com pessoas e situações pode aparecer desde os

primeiros tempos de vida e constitui o principal sintoma dessa perturbação que

faz a criança viver num mundo todo particular.

Assim com as origens do autismo são desconhhecidas, aterapêutica também

não tem uma linha definitiva e eficaz.

7.4 – Agressividade

O comportamento agressivo é fruto de aprendizagem e a educação dada pelos

pais desempenha um papel relevante na formação de uma personalidade mais

ou menos agressiva.

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Grande parte do comportamento agressivo resulta de práticas sociais que o

reforçam. A agressão também funciona como um desejo de afirmar-se ou

exibir-se perante os outros.

7.5 – Medo

O medo representa uma das emoções normais da vida humana. É um estado

emocional de alerta, que se caracteriza por sensação de desconforto e

ansiedade ante um perigo iminente.O medo é freqüente em crianças de todas

as idades. Dependendo das experiências vividas pela criança e do ambiente

que a cerca, ela pode passar por várias fases de medo,até criar uma

verdadeira fobia.Basicamente, o medo é causado por dois fatores :falta de

segurança e falta de amor e proteção.

Evolução do Medo

Medo biológico

Medo psicológico

Medo condicionado

(perda do conteúdo intelectual)

. Ansiedade

Fobia

O receio de falhar, de ser reprovado ou de perder prestígio aos olhos dos

outros é um fator muito comum de medo na escola.Muitas vezes a criança leva

à escola o medo que sente dos pais, de uma censura por nota baixa, de uma

observação na caderneta escolar.Essas atitudes devem ser observadas com

atenção ´pelo professor, que procurará chegar aos problemas individuais do

aluno.

7.6 - Fobia escolar

À incapacidade total ou parcial de freqüentar a escola dá-se o nome de fobia

escolar. Ela ocorre em crianças de todos os níveis sociais, de todos os graus

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de escolaridade e de todos os níveis de inteligência. Manifesta –se através de

ansiedade, pânico, náuseas vômitos, diarréias, dores de cabeça e de

barriga,etc.A criança pode ir até a escola, mas quando chega começa a sentir

esses sintomas ou chora. Não se deve confundir a fobia escolar com o temor

dos primeiros dias de aula, sobretudo na pré-escola.

7.7- Ciúme

O ciúme é uma emoção que traz em si um potencial imprevisível de reações,

quer seja experimentada pelo adulto, pelo adolescente ou pela criança. Embora

não esteja diretamente ligado à vida escolar, é importante que o professor

saiba identifica-lo, pois pode constituir-se em elemento capaz de interferir na

aprendizagem.

O ciúme configura um diagnóstico grave quando persiste durante muitos anos.

As emoções encontráveis no ciúme são “ a inveja, seguida de raiva, ódio, pena,

autocomiseração, vingança, tristeza, mortificação, culpa, vaidade, inferioridade,

orgulho, medo e ansiedade” .

7.8 - Timidez

Do ponto de vista de temperamento, a criança já nasce com série de

características mais ou menos pronunciadas. Assim, algumas crianças são

inibidas e outras, extrovertidas.

A timidez excessiva de uma criança deve ser encarada com seriedade.

Os excessos de castigos corporais também levam à timidez. E, por outro lado,

as crianças superprotegidas tendem a tornar-se tímidas quando em contato

com um novo ambiente, como por exemplo a escola.

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A criança tímida, quando não participa de jogos, competições e brincadeiras,

deixa de adquirir a autoconfiança tão necessária à sua vida futura.

Eventualmente, o encaminhamento a um pediatra e a um psicólogo é

necessário na solução do problema escolar.

7.9 - Fantasia

A fantasia considerada “normal” é uma forma de ajustamento da criança à

realidade em que ela vive. Já a fantasia caracterizada como problema

psicológico é aquela que a criança usa como uma espécie de fuga da

realidade, que ela não quer aceitar por diversos motivos.

Para contornar o excesso de devaneios, é preciso dar à criança outros

trabalhos enquanto a classe conclui os seus ou adequar a tarefa à sua

capacidade.

A fantasia pode vir acompanhada não só por medo também por agressividade

e outros sentimentos.

Quando ela é usada como um meio de enfrentar o medo, pode-se manifestar

através de uma brincadeira.

Considerando a fuga da realidade através da fantasia dentro dos parâmetros

da normalidade, verificamos que muitas crianças conseguem isso criando em

sua imaginação o que chamaríamos de “companheiros imaginários”, amigos

que na realidade não existem.

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7.10 - Problemas Familiares

Uma grande parte dos distúrbios de comportamento reflete o desequilíbrio

social e emocional das relações existentes na família.

A família é a primeira unidade com a qual a criança tem contato continuo e é

também o primeiro contexto no qual se desenvolvem padrões de socialização e

problemas sociais.

Dentro da família existem problemas que afetam direta ou indiretamente a

criança, refletindo-se no desempenho escolar. Neste caso, um trabalho

conjunto entre família e escola pode sem duvida ajudar a criança a vencer as

dificuldades.

Os problemas mais comuns existentes na família e que podem interferir na

aprendizagem são:

7.10.1 - Separação dos pais

Pode trazer um desajustamento social muito grande para a criança,

levantando-a à agressividade, angustia, sentimento de abandono nos casos em

que ela se sente perdida, dividida e sem saber se continua ou não sendo

amada.

7.10.2 - Morte

A morte dos pais, de um parente ou de um amigo especial pode acarretar

sérias conseqüências, para a criança, dependendo do grau de maturidade e

das atitudes da família em relação ao fato.

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7.10.3 - Superproteção – filho único

A superproteção dos pais e sobretudo da mãe ou dos avós impede a criança

de tomar qualquer iniciativa, tornando-a aos poucos completamente passiva,

dependente da vontade dos adultos.

7.10.4 - Vícios infantis

Uma série de distúrbios de comportamento pode ser provocada pelo uso

excessivo e inadequado das drogas e do álcool.

O professor deve ter conhecimento do assunto, procurando informações

quanto às formas de identificar a criança portadora desses vícios e dos

sintomas que eles provocam.

Os vícios existem em todas as faixas etárias, todas as regiões e todas as

camadas sociais.

A educação ainda é o único meio de romper o circulo vicioso das drogas e do

álcool. Uma atitude amiga e aberta do professor e uma educação diária com

fotos, poemas, historias, filmes, podem ajudar a prevenir a criança contra os

efeitos negativos que esses vícios provocam.

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CONCLUSÃO

De acordo com um critério de consenso, por parte do professor e

psicopedagogo, as características que a criança apresenta, seja ela positiva ou

negativa devem ser analisadas e levadas em consideração em conformidade

com os vários problemas que tentamos solucionar.

Os encaminhamentos se farão necessários depois de esgotados todos os

recursos do lar e da escola. Há fases em que certos problemas são de ordem

funcional, emocional cessando após um certo período.

Achamos que o trabalho docente, quando responsável e profissional, deve

envolver segurança e firmeza.

Respeitar a criança é, sobretudo apontar os seus limites, e ao mesmo tempo

estima-la a alçar o vôo maior da criatividade individual.

Para o êxito não há receitas e sim a segurança, o amor e a dedicação à

criança, sejam ela normal ou não.

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FREIRE, Paulo. Vivendo e aprendendo 3ª ed. Brasileira, 1980

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WEISS, Mª Lucia L. – Psicopedagogia clinica – uma visão diagnostica dos

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8ª edição.

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ANEXOS

COMPROVANTES ACADÊMICOS

A1 – De estágio

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A2 – De participações em eventos culturais