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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS EDUCAÇÃO LÚDICA: O LÚDICO DESENVOLVE A AUTO-ESTIMA E FACILITA O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM Por: Luiz Claudio Coelho Dias Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Supervisão Escolar. Rio de Janeiro, RJ, maio de 2002.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

EDUCAÇÃO LÚDICA:

O LÚDICO DESENVOLVE A AUTO-ESTIMA E FACILITA O PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM

Por:

Luiz Claudio Coelho Dias

Trabalho monográfico apresentado

como requisito parcial para

obtenção do Grau de Especialista

em Supervisão Escolar.

Rio de Janeiro, RJ, maio de 2002.

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Agradeço primeiramente a Deus por

sermos dotados de intel igência e de

alguma forma a prioridade de estar

desenvolvendo e aprimorando o saber.

E a todos aqueles que direta ou

indiretamente contribuem para esse

crescimento.

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Dedico este trabalho de pesquisa a

todos aqueles que de alguma forma

procuram práticas educativas

dinâmicas para desenvolverem seus

trabalhos educacionais.

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"Gostar de si mesmo é o primeiro - e

grande-passo para ser fel iz. E a base

dessa conquista está na confiança em

nossas próprias idéias e na

consciência de que merecemos ter

prazer e satisfação. A partir daí, nasce

a motivação para sonhar, desejar,

conhecer, agir, se relacionar. Enfim,

para viver melhor".

Andréa Boechat

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SUMÁRIO

RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .....6

INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .......................................7

CAPÍTULO I

O histórico do lúdico na Educação.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10

CAPÍTULO II

O lúdico na construção da l inguagem..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14

CAPÍTULO III

O lúdico como papel socializador... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16

CAPÍTULO IV

A família compreendendo o lúdico no desenvolvimento

infanti l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............19

CAPÍTULO V

O educador e o lúdico.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .22

CAPÍTULO VI

Método lúdico de alfabetização.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..24

CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .........26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..........28

BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29

ANEXOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .........................30

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RESUMO

Acredita-se que o lúdico é o estimulador da aprendizagem,

facil i tando à troca de conhecimentos, experiências e

desenvolvendo o intelectual, estimulando as habil idades motoras e

o raciocínio lógico, proporcionando a socialização, integração e

buscando a segurança em expressar as próprias idéias e elaborar

sentimentos e emoções. Através de atividades onde o educando

possa consolidar e experimentar e construir conhecimentos de

forma prazerosa e satisfatória vivenciando e expressando à

criatividade, expandindo o mundo da fantasia e do lúdico,

estabelecendo uma relação entre a mente e o corpo. É importante

perceber que através do lúdico o educando evidência l imites e

regras, o qual contribuirá para a elaboração de valores individuais

e grupais. O educador funcionará como um incentivador, buscando

e criando práticas pedagógicas diversif icadas e dinamizadoras

para que os educandos sintam-se motivados a descobrirem e

participarem de forma criativa das atividades, elucidando o

verdadeiro signif icado do aprender. Desta forma o educando

amplia a visão de mundo, sendo um agente na história

educacional.

A famíl ia deve favorecer e estimular os horizontes da infância

para serem bem vividos e seus territórios bem explorados

assegurando a criança oportunidades para desenvolverem e

expandirem amplamente seu potencial. O ambiente lúdico funciona

como um atrativo para o educando, sentir-se parte integrante do

processo ensino-aprendizagem reconhecendo seu valor e expondo

suas habil idades, socializando, integrando e aprendendo a

parti lhar e participar do todo para conquistar um objetivo.

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INTRODUÇÃO

A pesquisa apresentada foi desenvolvida com vinte e cinco

crianças da classe de alfabetização da Creche Comunitária São

Judas Tadeu, situada à rua: Professor Gastão de Oliveira, s/ n.º,

bairro: Heliópolis, município: Belford Roxo.

O lúdico funciona como uma ponte para a construção do

saber onde o educador buscará práticas diversif icadas de trabalhar

à relação ensino-aprendizagem. A partir do momento em que o

educador estabelece uma relação de compromisso com o educando

em "fazer a diferença na vida educacional e ao longo de sua

história" , estando aberto a perceber as dif iculdades para juntos

buscarem propostas que possam dinamizar o trabalho pedagógico,

estimulando sua auto-estima e entusiasmando-a para a descoberta

do prazer e à satisfação, construindo regras, vivenciando os

l imites que o lúdico exige e futuramente, à vida, tornando-se mais

fácil, pois já evidenciou l imites e regras, experimentando

sentimentos, elaborando suas fantasias-emoções e explorando o

mundo estabelecendo uma relação corpo e mente e percebendo

esse indivíduo com um todo.

E, através da ludicidade a criança desenvolve múltiplas

habil idades de forma prazerosa, desenvolvendo, mais o gosto pela

vida escolar não realizando atividades que exijam repetição,

decoreba, algo pronto e, sim que ele possa, elucidar sua

criatividade e seu potencial enquanto um ser pensante, o qual,

proporciona um amplo desenvolvimento cognit ivo, afetivo e

psicomotor.

Desenvolvendo o intelectual, estimulando as habil idades

motoras e o raciocínio.

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Proporcionando a socialização e integração, buscando a

segurança em empressar as próprias idéias e a sensação de que

se tem direito ao prazer e a satisfação.

Elaborando as diversas emoções.

É essencial que os professores estejam prontos para aceitar

as diferenças entre os alunos para trabalhar com os diversos

potenciais, sem comparações. Inspirando e estimulando os

educandos a desenvolverem atividades que possibil i tem a busca

do prazer e à satisfação, facil i tando o processo ensino-

aprendizagem, sendo protagonista na construção do saber.

Apostando em suas possibil idades e trabalhando suas l imitações,

incentivando e valorizando, desenvolvendo uma auto-estima

incluindo o senso de auto-eficiência, confiança na própria

capacidade de pensar, aprender, tomar decisões, dar conta dos

desafios básicos da vida.

Os recursos uti l izados para obtenção das informações

mencionadas foram questionário, textos informativos e

observações. Os mesmos serão dispostos em capítulos:

I - O histórico do lúdico na Educação;

I I - O lúdico na construção da l inguagem;

II I - O lúdico como papel social izador;

IV - A famíl ia compreendo o lúdico no desenvolvimento

infanti l .

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V - O educador e o lúdico

VI - Método lúdico de alfabetização

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CAPÍTULO I

O HISTÓRICO DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO

Na Grécia Antiga, um dos maiores pensadores, Platão (427 -

348), afirmava que os primeiros anos da criança deveriam ser

ocupados com jogos educativos, praticados em comum pelos dois

sexos, sob vigi lância e em jardins de crianças.

Platão dava ao esporte, tão difundido na época, valor

educativo, moral, colocando-o em pé de igualdade com a cultura

intelectual e em estreita colaboração com ela na formação do

caráter e da personalidade. Por isso investia contra o espírito

competit ivo dos jogos que, muitas vezes, usados de forma

institucional pelo Estado, causavam danos à formação das

crianças e dos jovens.

Platão introduziu também, de modo bastante diferente, uma

prática matemática lúdica, tão enfatizada hoje em dia. Ele aplicava

exercícios de cálculos l igados a problemas concretos, extraídos da

vida e dos negócios. Afirmava: "Todas as crianças devem estudar

a matemática, pelo menos no grau elementar, introduzindo desde o

início atrativos em forma de jogo".

Mesmo entre os egípcios, romanos, maias os jogos serviam

de meio para a geração mais jovem aprender com os mais velhos

valores e conhecimentos, bem como normas dos padrões de vida

social.

Com a ascensão do crist ianismo, os jogos foram perdendo

seu valor, pois eram considerados profanos e imorais e sem

nenhuma signif icação.

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A partir do século XVI, os humanistas começaram a perceber

o valor educativo dos jogos, e os colégios jesuítas foram os

primeiros a recolocá-los em prática, impuseram, pouco a pouco, às

pessoas de bem e aos amantes da ordem uma opinião menos

radical com relação aos jogos.

Phil ippe Ariés, pesquisador da vida social da criança e da

famíl ia, afirma em relação aos jogos: "Os padres compreenderam

desde o início que não era possível nem desejável suprimi-los ou

mesmo fazê-los depender de permissões precárias e vergonhosas.

Ao contrário, propuseram-se a assimilá-los e a introduzi-los

oficialmente em seus programas e regulamentos e controlá-los.

Assim, discipl inados os jogos, reconhecidos, como bons, foram

admitidos, recomendados e considerados a partir de então como

meios de educação tão estimáveis quanto os estudos." Um

sentimento novo surgiu: a educação adotou os jogos que até então

havia proscrito e tolerado como um mal menor. O jesuítas editaram

em latim tratados de ginástica que forneciam regras dos jogos

recomendados e passaram a aplicar nos colégios a dança, a

comédia, os jogos de azar, transformados em práticas educativas

para aprendizagem da ortografia e da gramática.

Outros teóricos, percursores dos novos métodos ativos da

educação, fr isaram a importância do processo lúdico na educação

das crianças "Ensina-lhes por meio de jogos" , proclamava

Rabelais, ainda no século XVI, dizendo: "Ensina-lhes a afeição à

lei e ao desenho , e até os jogos de cartas e f ichas servem para o

ensino da geometria e da aritmética".

Montaigne (1533- 159) já partia para o campo da observação,

fazendo a criança adquirir curiosidade por todas as coisas que

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visse ao redor: um edifício, uma ponte, um homem, um lugar, uma

pas-arte, um admirável instrumento para promover a educação

para as crianças.

Dewey (1859- 1952), para ele, as diversas formas de

ocupação ativa tem oportunidade de f i l iar-se à vida, de fazer o

ambiente natural da criança, onde ela aprende a viver retamente,

em vez de aprender simplesmente l ições que tenha uma abstrata e

remota referência a alguma vida possível que haja de localizar-se

no possuir.

A educação lúdica esteve presente em todas as épocas,

povos, contextos de inúmeros pesquisadores, formando, hoje, uma

vasta rede de conhecimento não são no campo da educação, da

psicologia, f isiologia, como nas demais áreas do conhecimento.

A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática

atuante. Seus objetivos, além de explicar as relações múlt iplas do

ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico,

enfatizam a l ibertação das relações pessoais passivas, técnicas

para as relações reflexivas, criadoras , intel igentes ,

social izadoras, fazendo do ato de educar um compromisso

consciente intencional, de esforço, sem perder o caráter de prazer,

de satisfação individual e modif icador da sociedade.

" O jogo é tão importante na vida da criança como é o

trabalho para o adulto, Makarenko, daí o fato de a educação

do futuro cidadão desenvolver antes de tudo no jogo".

Comênio (1592-1671) resumia seu método em três idéias

fundamentais que foram as bases da nova didática: naturalidade,

intuição e auto-atividade. Esse método natural, que obedeceu às

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leis do desenvolvimento da criança, traz consigo rapidez,

facil idade e consistência no aprendizado.

Jean-Jacques Rosseau (1712 - 1778) demonstrou que a

criança tem maneiras de ver, de pensar e de sentir que lhe são

próprias, demonstrou que não se aprende nada senão por meio de

uma conquistou ativa. "Não deis a vosso aluno nenhuma espécie

de l ição verbal: só da experiência ele deve receber".

Percebeu ainda que só aprende se se exercitam os sentidos,

instrumentos da intel igência, e para t irar todo proveito possível é

preciso que o corpo que os forneça seja robusto e são. Assim, "a

boa constituição do corpo é que torna as operações do espírito

fáceis e seguras".

Pestalozzi (1746-1827), graças a seu espírito de observação

sobre o progresso do desenvolvimento psicológico dos alunos e

sobre o êxito ou o fracasso das técnicas pedagógicas empregadas,

abriu um novo rumo para a educação moderna. Segundo ele, a

escola é uma verdadeira sociedade, na qual o senso de

responsabil idade e as normas de cooperação são suficientes para

educar as crianças, e o jogo é um fator decisivo que enriquece o

senso de responsabil idade e fort i f ica as normas de cooperação.

Froebel (1782-1852), discípulo de Pestalozzi, estabelece que

a pedagogia deve considerar a criança como atividade criadora, e

despertar, mediante estímulos, suas faculdades próprias para a

criação produtiva. Na verdade, com Froebel se fortalecem os

métodos lúdicos na educação. O grande educador faz do jogo uma.

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CAPÍTULO II

O LÚDICO NA CONSTRUÇÃO DA LINGUAGEM

O lúdico proporciona o desenvolvimento da l inguagem,

facil i tando a comunicação entre as criança e a ação em cima do

conhecimento. E consequentemente estará desenvolvendo

múlt iplas intel igências, ou seja, através da l inguagem a criança

expressa suas idéias, sentimentos, emoções...relacionando-se,

construindo, criando, trocando, experimentando..., enfim

exteriorizando o mundo interno.

"A criança começa a perceber o mundo que o cerca através

da voz, também. Anteriormente o seu único instrumento eram

os olhos. Por meio da palavra a criança pode se expressar e,

é importante percebemos que, mesmo usando a l inguagem

verbal às vezes não consegue exprimir o que deseja; aí ela

experimenta o uso da l inguagem gestual, facil i tando a sua

comunicação. A fala, a l inguagem, segundo Vygotsky 'é parte

essencial do desenvolvimento cognit ivo da criança'" .

Através do lúdico a criança constrói seus conhecimentos,

percebe o mundo que a cerca e busca adaptar-se ao seu mundo

real; representando situações que não foram elaboradas

intrinsecamente.

A l inguagem é um instrumento facil i tador no processo ensino-

aprendizagem, através dela a criança torna-se estrênuo para

expressar-se, demonstrando como percebe o mundo, tornando-o

mais desinibido e comunicativo, apropriando-se de todos os

conhecimentos buscando novos desafios, aprimorando e

aperfeiçoando o desenvolvimento das faculdades.

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A família é o primeiro espaço para inferir no desenvolvimento

da l inguagem, estimulando a criança e aguçando a percepção para

a descoberta, tornando-o iterativo a cada momento assimilando e

acomodando novas descobertas.

De acordo com Piaget, "o desenvolvimento da inteligência

está voltado para o equilíbrio; a intel igência é adaptação. O

homem estaria sempre buscando uma melhor adaptação ao

ambiente".

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CAPÍTULO III

O LÚDICO COMO PAPEL SOCIALIZADOR

Compreendendo a educação à ciência que proporciona a

transformação social, tendo uma visão global de seus alunos,

acreditando que eles são capazes de construir conhecimentos

sólidos, despertando novos desafios e favorecendo o acesso aos

conhecimentos socialmente oferecidos.

O ser desde ventre mantém uma relação de simbiose com a

mãe; Acreditando-se que essa relação deve se perdurar pela vida,

criando novos laços e percebendo que à base da vida é a busca de

novos relacionamentos, seja afetivo ou relações que favoreçam o

crescimento pessoal e/ou coletivo. O lúdico proporciona à

construção de conhecimento em grupo, interagindo idéias e, apartir

daí aprendemos a nos expor e a ouvir idéias diferentes.

É meu! Me dá! Até pouco tempo atrás, dava a impressão de

que as crianças só enxergavam o próprio umbigo. Viviam voltados

para si mesmos, sem levar em consideração a existência e as

necessidades das outras pessoas.

Normal! É só por volta do sexto ano que o vocabulário infanti l

abre espaço para o verbo comparti lhar. Até então, o

desenvolvimento e psíquico das crianças só "reconhecem" verbos

de posse absoluta, todos conjugados na primeira pessoa. Agora,

não. Começa uma nova etapa, em que a socialização e o

reconhecimento do outro tornam-se cada vez mais presentes,

deixando lugar para uma espécie de abertura à generosidade, à

troca, à tolerância.

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Segundo Paulo N. de Almeida "o jogo mantém relações

profundas entre as crianças e as faz aprender a viver e a crescer

conjuntamente nas relações sociais. O jogo não é uma atividade

isolada de um grupo de pessoas formadas ao acaso: reflete

experiências, valores da própria comunidade em que estão

inseridas".

"Segundo Snyders retoma Durkheim ao afirmar que a

educação exige um esforço difíci l , pois deve conduzir-nos a

ultrapassar a cultura inicial .. . tende a elevar a criança acima de si

mesma, de transformar o que há de egoísmo e de puramente

individual numa possibil idade de socialização".

Essa fase coincide, para os meninos, com a superação do

que os psicólogos denominam "complexo de Édipo", a competição

inconsciente pelo amor da mãe, e para as meninas, com as

mesmas atitude em relação ao complexo de "Eletra" , a disputa pelo

pai.

Essa superação sinaliza um período de calmaria, ou

"latencia", usando o l inguajar dos especialistas em

comportamento. Ao desviar o foco de sua atenção dos pais, a

criança se l ivra de uma série de confl i tos internos

inconscientemente relacionado com o peso da culpa e com o

desejo de destruição do "rival" . Como consequência, ganha

autoconfiança e se l ibera para sair dos seus próprios l imites e

mergulhar no mundo.

Os novos relacionamentos abrem para os pequenos um

campo riquíssimo de desenvolvimento. No contato com os outros,

eles trocam informações, aprendem a ceder e dialogar, tem de

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respeitar regras, esperar a vez para brincar, administrar confl i tos,

atentar para os sentimentos alheios. Enfim, amadurecem.

Aos pais cabe incentivar e ajudar o f i lho a dar esse salto. Um

bom início é facil i tar o convívio dele com outras crianças, na

forma, por exemplo, de um intercâmbio; algumas vezes é você

quem se dispõe a receber a turminha em casa, outras é ele quem

vai à casa dos amigos.

No processo de socialização, seu f i lho vai encontrar também

muitas oportunidades para treinar a generosidade, um aprendizado

cuja assimilação varia muito de um indivíduo para o outro.

Entre as muitas capacidades adquiridas dos seis aos sete

anos está a de conseguir se colocar no lugar do outro, o que

resulta, naturalmente, em pequenos gestos solidários, como

emprestar um brinquedo ou dividir o que possuir na hora do recreio

com o amigo.

Mas a generosidade mesmo, aquela que os pais esperam que

seja aprendida e aplicada ao longo da vida, essa vai depender

basicamente de dois fatores: a personalidade da criança e o

exemplo dos pais. No primeiro caso, alguns meninos e meninas

trazem consigo essa predisposição interna para se doar,

enquanto outros resistem mais aos gestos generosos.

As atividades lúdicas favorecem a socialização e a

integração social, assim eles aprendem a parti lhar e participar do

todo para conquistar um objetivo.

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CAPÍTULO IV

A FAMÍLIA COMPREENDENDO O LÚDICO NO

DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Segundo Paulo Nunes de Almeida, "Uma criança de qualquer

classe social ou idade, nos dias de hoje, raramente encontra no

meio famil iar uma vivência de alegria, de participação e de

comunicação de afetividade" .

"Muitas vezes, os pais, sobrecarregados pelos encargos

diários e pelas preocupações do momento, não tem forças ou

coragem para estar ao redor dos f i lhos, brincar com eles ou

proporcionar-lhes divertimentos sadios. Um muro de indiferença,

quando não um clima de hosti l idade, parece levantar-se entre eles,

e os f i lhos acabam perdendo a confiança afetuosa e a

compreensão constante" .

A primeira coisa que uma criança faz é brincar, não importa a

sua idade. Os bebês descobrem, ainda recém-nascidos, prazer

possível em suas mãos, nas sensações, nos movimentos, nos

sorrisos. Eles se divertem até com os barulhinhos que fazem.

Conforme crescem, vão mudando as brincadeiras. O que poucas

famíl ias percebem é a importância desta atividade. Afinal, é

brincando que as crianças desenvolvem a criatividade e uma auto

imagem posit iva, além de aprender regras e descobrir seu mundo

interior. Viu como brincar é coisa séria e importante para o

desenvolvimento infanti l?

A famíl ia deve favorecer e estimular os horizontes da infância

para serem bem vividos e seus territórios bem explorados

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assegurando às crianças oportunidades para desenvolverem e

expandirem amplamente seu potencial.

Para aprender a respeitar o momento da criançada, nada

como entender melhor suas brincadeiras criando espaços e dando

chances para descobrirem juntos o prazer da brincadeira. Às

vezes, a criança precisa testar l imites, correr perigo - conquistando

autoconfiança, descobrindo seus potenciais e crescendo.

Segundo Paulo Nunes de Almeida, "É fundamental

compreender que o conteúdo do brinquedo não determina a

brincadeira da criança. Ao contrário: o ato de brincar ( jogar,

participar) é que revela o conteúdo do brinquedo" .

Mãe compra pra mim!

Eles querem tudo o que vêem nos comerciais da TV. Atitudes

simples podem frear a voracidade destes pequenos consumistas

fazendo com que valorizem as brincadeiras culturais, a construção

dos próprios brinquedos usando a imaginação e a criatividade.

Seduzidas pela propaganda da mídia ou pelas vitr ines dos

shoppings, as crianças querem tudo o que vêem: da boneca recém-

lançada, à sandália da apresentadora de TV, ou o novo game que

acabou de chegar ao mercado.

Hoje a criança é mais consumista do que há alguns anos, por

uma série de motivos. O marketing infanti l teve um grande impulso

nas últ imas décadas, devolvendo estratégias intel igentes para

atrair as crianças. Os programas de televisão também se

sofist icaram e seus protagonistas transformaram-se em bonecas,

capas de cadernos, f igurinhas autocolantes.

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O esti lo de vida das crianças modernas também contribui

para este comportamento. Um brinquedo novo sempre faz a alegria

da criançada em qualquer época, mas antigamente, uma rua

tranquila e alguns amigos para brincar de roda, pega-pega ou

esconde-esconde já eram suficientes para armar a festa. Por conta

da periculosidade social, tais como, violência nas múlt iplas formas,

balas perdidas, sequestro, dessa forma as crianças f icam limitadas

a brincarem em um espaço restrito ou a passarem horas em frente

a TV, buscando preencher da "melhor forma possível" o seu tempo

ocioso.

Esta mesma vida moderna leva as mães a trabalhar e f icar

menos tempo junto aos f i lhos. Com isso as mães querem

compensar essa ausência, seja com presentes ou fazer algo que

querem. A consequência disso, é que as crianças tendem a ser

mais material istas. Com isso deixemos claro que quantidade não

justif ica qualidade.

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CAPÍTULO V

O EDUCADOR E O LÚDICO

É preciso que haja educadores com o espírito de educar, ou

seja, ousadia, criatividade, dinamismo e com conhecimentos e ou

que queiram adquirir conhecimentos pedagógicos diversif icados

para colocá-los em práticas. Hoje entende-se conscientemente que

os alunos não foram preparados para pensar, criar e sim para

reproduzir o que o sistema ou nossos professores achavam

necessários. Nos dias atuais sentir-se a necessidade de preparar

os alunos para à vida, expandindo conhecimentos, questionando,

criando e que os conteúdos programáticos possam ter uma

aplicabil idade com o dia-a-dia. Deve-se relacionar alguns

conteúdos com as práticas vividas por nossos alunos, de forma

que possam interagir prática e teoria desenvolvendo e adquirindo

conhecimentos concretos para o crescimento pessoal e social.

O educador deverá buscar em suas aulas motivar o educando

para que descubra o prazer e interesse em participar das

atividades propostas, desta forma contribuirá para o aprender, pois

estará evidenciando e construindo conhecimentos, experimentando

sentimentos e idéias e expressando suas habil idades. O papel do

educador é criar desafios para que os educandos busquem

soluções, despertando o verdadeiro aluno, aquele que investiga,

cria hipótese e assim pode chegar a uma conclusão do

conhecimento existindo um real signif icado do aprender.

De modo geral, os educadores mantêem uma relação de

distância, aquele que ensina (professor) e aquele que aprende

(aluno). O educador é aquele que detém o conhecimento e de

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alguma forma a sua aula segue um planejamento não podendo

haver uma flexibi l idade.

O educador fará das suas aulas uma caixinha de surpresa,

criando oportunidades para os educandos criarem jogos que

possam contribuir para o desenvolvimento das aulas. Desta forma

sentir-se-ão como parte integrante do processo, o qual facil i tará o

processo ensino-aprendizagem.

O espaço escolar deverá estar imbuindo neste processo

formulando atividades dentro do projeto polít ico pedagógico para

concomitantemente o corpo docente e discente almejem um

espírito de construção.

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CAPÍTULO VI

MÉTODO LÚDICO DE ALFABETIZAÇÃO

Antes de pensar em método, deve-se acreditar em um ser

que é capaz de produzir conhecimentos e descobrir novas

realidades, proposto através de novos desafios ampliando seu

universo.

Acredita-se que método lúdico de alfabetização proporciona a

construção do saber, onde o educador buscará planejar atividades

que os educandos possam consolidar, questionar, ampliar,

pesquisar e desenvolver os aspectos cognit ivos, afetivos,

psicomotores e sociais de forma integradora e prazerosa.

Por conseguinte, é importantíssimo que os educadores

proporcionem um ambiente agradável, estimulador e criativo onde

os educandos sintam-se como parte integrante de um processo em

construção, e motivados para a descoberta do aprender.

Sendo assim, o ambiente funciona como um atrativo para o

educando expressar suas múlt iplas intel igências, sentindo-se

seguro e estabelecendo laços de confiança para expor suas idéias

e trabalhos.

O educador uti l izará de vários recursos e estratégias para

conquistar a confiança dos educandos, fazendo-se perceber que é

um ser capaz de colaborar para o crescimento pessoal e coletivo

produzindo idéias, conhecimentos, enfim, vivenciando algo

diferente no âmbito educacional.

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O educador deve incentivar o educando a expandir sua

criatividade, desenvolvendo habil idades e favorecendo o

desenvolvimento das faculdades mentais. È importante perceber

que através do lúdico pode-se explorar várias áreas do

conhecimento, realizando a interdiscipl inaridade.

Quando a criança chega à escola, traz consigo inúmeros

conhecimentos e experiências do mundo da leitura e escrita. Cabe

ao educador proporcionar atividades que envolvam e desenvolvam

o educando como um todo. Criando espaço onde os educandos

conheçam seu nome, os dos colegas, social izem-se e comparem

os nomes, e que as atividades possam partir do contexto social

vivido pelo grupo.

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CONCLUSÃO

Acredita-se que a escola deva preparar o aluno para

produção do conhecimento e de idéias. Preparando-o para um

mundo amplo das informações, tecnologia, vencendo desafios,

obstáculos e, consequentemente desenvolvendo a capacidade de

pensar de forma mais estratégica, explorando, ousando,

construindo, descobrindo e pensando criativamente.

A aprendizagem deve ter um real signif icado, para que o

educando possa vivencia de forma sólida e experimental o

conhecimento, estabelecendo uma relação com prática,

despertando o prazer de descobrir o conhecimento, possibil i tando-

lhe a satisfação de aprofundar os estudos, desvendando coisas

novas e praticando uma vida coletiva. Não sendo levado e ou

programado a repetir e reproduzir o saber acadêmico de forma

depositária, marcado por uma ação castradora e diretiva não se

ajustando à vida do aluno.

A educação lúdica, contribui e influencia na formação do

educando, possibil i tando um crescimento sadio, um enriquecimento

contínuo, integrando-se a uma prát ica democrática e investindo na

produção do conhecimento. Sua prática exige a participação,

criatividade, l ivre expressão, crit icidade, contribuindo para

interação social e tendo em vista o forte compromisso de

transformação e modif icação do meio.

A escola representa para a criança a essência de sua

formação, contribuindo para o pleno desenvolvimento, inspirando

os princípios de l iberdade e os ideais de solidariedade humana,

preparando-o para o exercício da cidadania e qualif icando-o para o

trabalho e à prática social, sendo educado, incorporando novos

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conhecimentos e buscando verdadeiros estímulos que ativem sua

capacidade inventiva e criativa, dando-lhe novas possibil idades de

sempre descobrir, al imentando o desejo de aprender cada vez

mais para poder transformar e construir uma nova história e uma

sociedade melhor.

É preciso que as escolas repensem seus objetivos, metas e

ações para interagir no processo de reconstrução de um novo

cidadão. O aluno ao caminhar para escola possa encontrar um

amigo, um desafiador, alguém consciente fazendo pensar,

tornando consciente de si e da realidade, descobrindo que a maior

melhor escola é aquela que existe dentro dele mesmo.

A educação lúdica deve ser o objetivo de uma escola. O

papel dela é funcionar como instrumento para alcançar os

objetivos educacionais. A educação lúdica influi à medida que

diversif ica o modo de transmitir conhecimentos. Mais do que isso,

ela amplia o próprio conceito de conhecimento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação lúdica, técnicas e jogos

pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1998.

MARANHÃO, Diva N. m. Machado. Ensinar brincando: a

aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro:

Wak, 2001.

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BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula . Campinas,

São Paulo: Papirus, 1999.

FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender - o resgate do

jogo infanti l . São Paulo: Moderna, 1998.

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ANEXOS

O poema nos convida a refletir sobre as práticas educativas e

os valores desenvolvidos dentro das escolas.

Na idade dos porquês

(Cecíl ia Meirel les)

"Professor, diz-me, por quê?

por que voa o papagaio

que solto no ar,

que vejo voar

tão alto no vento

que o meu pensamento

não pode alcançar?

Professor, diz-me, por quê?

por que roda o meu pião?

ele não tem nenhuma roda

e roda, roda, gira, rodopia

e cai morto no chão...

Tenho nove anos, professor,

e há tanto mistério à minha volta

que eu queria desvendar...

por que o céu é azul?

por que marulha o mar?

tanto porquê que eu queria saber

e tu, tu não queres me responder!

Tu falas, falas, professor,

daquilo que te interessa

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e que a mim não interessa...

Tu obrigas-me a ouvir,

quando eu quero falar,

obriga-mês a dizer,

quando eu quero escutar,

se eu vou a descobrir,

faz-me decorar...

E a luta, professor,

a luta em vez do amor...

Mas, enquanto tua voz zangada ralha,

tu sabes, professor,

eu fecho-me por dentro,

faço uma cara resignada,

e f injo, f injo

que não penso em nada...

Mas penso!

penso em como era engraçada

aquela rã que esta manhã ouvi coaxar

que graça que tinha

aquela andorinha,

que no céu eu vi passar!

E quando tu, depois,

vens definir

o que são preposições e conjunções

quando me fazes repetir

que o coração tem dois ventrículos

e duas aurículas...

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e tantas, tantas mais definições,

o meu coração,

meu coração que não sei como é feito

e nem quero saber,

cresce, cresce dentro do peito,

a querer saltar para fora, professor,

a ver se assim compreenderias

e me farias

mais belos os meus dias.

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Prezado professor,

Eu, Luiz Claudio Coelho Dias, valho-me deste instrumento

para fundamentar minha pesquisa com o tema: Educação Lúdica: o

lúdico desenvolve a auto-estima e facil i ta o processo ensino-

aprendizagem, desenvolvida sob a orientação do prof. Marco

Antonio Chaves, da Universidade Candido Mendes, como aquisição

para obtenção do grau de Especialista em Supervisão Escolar.

Solicito e agradeço sua colaboração.

1-Como você percebe o sistema educacional nos dias atuais?

2 - Como as atividades lúdicas podem contribuir no processo

ensino-aprendizagem?

3 - Qual é papel do educador nas atividades lúdicas?

4 - Como o lúdico pode contribuir no desenvolvimento da

l inguagem?

5 - Como a família pode contribuir no desenvolvimento

infanti l?

6 - Como você percebe o lúdico como papel social izador?

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

EDUCAÇÃO LÚDICA:

O LÚDICO DESENVOLVE A AUTO-ESTIMA E FACILITA O PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM

Por:

Luiz Claudio Coelho Dias

Orientador:

Prof. Marco Antonio Chaves de Almeida

Rio de Janeiro, RJ, maio de 2002.