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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL
Por: Julio Cesar Mourão Coelho
ORIENTADOR
Professor Marco Antonio Larosa
Julho de 2005
2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL
Apresentação da monografia à Universidade Candido
Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso
de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Marketing
3 AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força no
decorrer do desenvolvimento desse trabalho. Também
agradeço a todos que de uma forma ou de outra
torceram por mim durante toda a etapa da pós-
graduação, em especial ao meu coordenador Fabiano
que me liberava mais cedo do trabalho para concluir
esse curso.
4 DEDICATÓRIA
Dedico esta obra ao meu Diretor, Sr. Marcelo Botelho,
que fez possível ser realidade este curso, devido ao seu
incentivo e apoio durante todo o curso.
5 RESUMO
O esforço pela busca de ter funcionários motivados deve ser constante em
uma organização, pois a motivação no ambiente de trabalho faz com o lugar que
atuam se torne em um clima mais saudável.
As lideranças podem contribuir e muito para alcançarem um ambiente mais
agradável, proporcionando aos funcionários condições de crescimento profissional,
respeito pelo ser humano, buscando sempre o bom humor, dentre outras coisas.
Apesar de sabermos que motivação é importante, tem se percebido que
muitos profissionais estão desmotivados e como conseqüência vem a baixa
produtividade e um clima ruim na empresa.
Se tiver funcionários que não estão motivados a vir trabalhar como vão
gerar resultados?
Em primeiro lugar deve se ter o pensamento que os funcionários da
empresa são seres humanos e diferentes uns dos outros. Deve-se respeitar a
individualidade de cada um, o que motiva uma pessoa pode não motivar outra.
Diante dessa situação de desmotivação é necessário tomar atitudes rápidas
para descobrir a(s) causa(s) dessa desmotivação realizando pesquisas com os
próprios funcionários com questões diretamente ligadas a satisfação em trabalhar
nessa empresa.
É claro que mesmo tendo diferenças de um ser humano para outro, existem
pontos comuns que ajudam a melhorar o ambiente antes da realização da
pesquisa, por exemplo, fazendo com que seus funcionários participem mais dos
6 processos dando sugestões e deixando que eles percebam que estão sendo mais
ouvidos pela empresa e criando desafios, porém isso não significa que deverá ser
dada uma tarefa inatingível pelo funcionário, mas algo que ele seja capaz e esteja
ao seu alcance, mas nunca fez. Isso também fará com seus funcionários
percebam a confiança que você está depositando neles.
Motivar para ter um ambiente agradável não significa somente desenvolver
uma política de salários elevados, isso é bom, mas ainda não é tudo. O
funcionário gosta e precisa se sentir útil e valorizado pelo seu trabalho, empenho e
esforço, isso levanta a auto-estima de qualquer um e cada vez mais se fica
motivado.
7 METODOLOGIA
Para desenvolver este trabalho foi adotada uma metodologia com base em
pesquisa bibliográfica, através de livros e revistas, mas também foi feita a consulta
de artigos publicados na Internet.
8 SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I – MOTIVAÇÃO 12
1.1 A Motivação humana 13
1.2 Principais teorias de motivação 14
1.3 Ciclo motivacional 27
CAPÍTULO II – MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES 31
2.1 Motivação na organização 32
2.2 Estudo de caso – Casa da Moeda trabalha motivação interna 35
CAPÍTULO III – CLIMA ORGANIZACIONAL 39
3.1 Mas, afinal, o que é clima? 40
3.2 Clima organizacional: O diferencial competitivo 40
3.3 Pesquisa do clima organizacional – PCO – O diagnóstico da
empresa 43
3.4 Clima saudável 47
CAPÍTULO IV – COMO MOTIVAR? 49
CONCLUSÃO 52
9 INTRODUÇÃO
A motivação dos funcionários em uma empresa é essencial para a
qualidade no desempenho do trabalho e também para se obter um ambiente
saudável. Funcionários ou pessoas com uma boa motivação alcançam com
facilidade seus objetivos no ambiente de trabalho e na vida pessoal. É mais que
correto afirmar que pessoas desmotivadas tendem a diminuir sua produtividade.
Mas para se ter pessoas motivadas é preciso criar um ambiente favorável para
isso, ou seja, um clima saudável.
Muitos estudos comprovam que o clima de uma organização impacta
diretamente ao desempenho dos seus colaboradores. Se o ambiente está bom, as
pessoas desempenham suas tarefas mais felizes, mais motivadas e se tornam
capazes de dar o melhor de si. Se estiver ruim, as pessoas ficam desconfiadas,
irritadas e desanimadas - e com isso produzem menos. Um clima bom ou ruim não
resulta de uma única causa, mas sim de várias. É necessário que seja feita uma
avaliação do ambiente de trabalho periodicamente, a cada 18 meses seria um
prazo adequado, para saber, por exemplo, em que pontos o relacionamento entre
empresa e funcionários precisa ser melhorado; qual o grau de liderança dos
gestores; como está a confiança das pessoas na gestão da empresa; etc.
A Pesquisa de Clima Organizacional visa em um primeiro momento,
proporcionar a análise da organização com o seu ambiente, bem como o conjunto
de condições que caracterizam o estado de satisfação e/ou insatisfação dos
colaboradores na empresa.
A primeira etapa do processo de gestão de clima é a pesquisa, são
avaliados os aspectos corporativos, a maneira como os colaboradores analisam a
gestão da empresa, os estilos de liderança de cada gestor e a motivação pessoal.
10 É responsabilidade dos gestores das empresas um melhor entendimento do
ser humano para poderem motivar seus funcionários e obter um melhor clima na
sua equipe de trabalho, sem falar em melhores resultados. Mas estes, geralmente,
ficam muito tempo focados em relatórios e metas a serem alcançadas e acabam
deixando de lado um fator muito importante, talvez o mais importante, que vai
fazer com que estas metas sejam cumpridas: As pessoas.
Um bom gestor de empresas deve compreender como as pessoas pensam,
sentem e reagem no seu dia-a-dia. À medida que trabalhamos com elas
começamos a observar como todas têm algumas coisas em comum:
· Todo mundo gosta de se sentir especial e mais ainda quando isso
é dito para si próprio, por isso elogie, mas elogios sinceros, pois as
pessoas conseguem perceber quando você não está sendo
honesto ou está fazendo isso apenas para agradar. Não há
necessidade de usar de fingimento, todos nós temos virtudes.
Descubra o que ela possui de melhor e aí sim reforce;
· Também é um desejo comum o direcionamento, por isso, seja a
pessoa que vai indicar o melhor caminho. Diga o que deve ser feito
e como fazer;
· Sonhar! Quem não possui sonhos? Pois bem, encoraje as pessoas
a alcançarem, ou pelo menos a buscarem, ir atrás dos seus sonhos,
pois as pessoas desejam muito o sucesso, anime-as;
· As pessoas devem ser tratadas como indivíduos, olhe para elas e
tente entendê-las, mostre a sua importância e que você está
dedicando sinceramente o seu tempo para isso;
O Clima Organizacional é o ambiente humano dentro do qual as pessoas
de uma organização desempenham suas tarefas com ou sem satisfação. O clima
não pode ser tocado ou visualizado, porém pode ser percebido e mensurado em
seus diversos aspectos. Essa é a proposta desse trabalho, por isso vamos
11 analisar o ambiente da empresa e verificar como que a motivação dos funcionários
pode melhorá-lo, tornando-o um clima saudável e gerando vantagens para todos.
12
CAPÍTULO I
Motivação
13 A motivação está constituída por todos os fatores capazes de provocar,
manter e dirigir a conduta para um objetivo. No exemplo da fome, evidentemente
temos uma motivação, claro que isso provoca a conduta que consiste em ir a
buscar alimento e, depois, a mantém; é dizer que quanto mais fome temos, mais
diretamente nos encaminharemos à satisfação adequada. Se temos fome vamos
ao alimento; ou seja, a motivação nos dirige para satisfazer a necessidade.
A motivação também é considerada como o impulso que conduz uma
pessoa a escolher e realizar uma ação entre aquelas alternativas que se
apresentam em uma determinada situação. Com efeito, a motivação está
relacionada com o impulso, porque este provê eficácia ao esforço coletivo
orientado a conseguir os objetivos da empresa, por exemplo, e empurra ao
individuo a busca contínua de melhores situações a fim de realizar-se profissional
e pessoalmente, integrando-o assim na comunidade onde sua ação cobra
significado.
Sentir-se motivado significa identificar-se com o fim e, pelo contrário, sentir-
se desmotivado representa a perda de interesse e de significado do objetivo ou a
impossibilidade de conseguí-lo.
A motivação é resultado da interação do indivíduo com a situação. De
maneira que ao analisar o conceito de motivação, se tem que ter em conta que
seu nível varia, tanto entre indivíduos como dentro dos mesmos indivíduos em
momentos diferentes.
1.1 A Motivação Humana
A motivação é um dos fatores internos que influenciam o comportamento
das pessoas. Motivação está relacionado a motivo, ou seja, tudo aquilo que
impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem
a uma propensão a um comportamento específico. Esse impulso à ação pode ser
14 provocado por um estímulo externo (provindo do ambiente) e pode também ser
gerado internamente nos processos mentais do indivíduo.
No que tange ä motivação, as necessidades variam de pessoa para pessoa,
produzindo diferentes padrões de comportamento; os valores sociais também são
diferentes; as capacidades para atingir os objetivos são também diferentes; as
necessidades são diferentes. Dentro deste contexto, existem três regras que
explicam o comportamento humano:
a) O comportamento é causado, isto é, tanto a hereditariedade como
o meio ambiente influem decisivamente no comportamento das
pessoas. O comportamento é causado por estímulos internos ou
externos.
b) O comportamento é motivado, isto é, há uma finalidade em todo o
comportamento humano. O comportamento é dirigido e orientado
para algum objetivo.
c) O comportamento é orientado para objetivos, isto é, em todo o
comportamento existe sempre um impulso, um desejo, uma
necessidade, uma tendência.
1.2 Principais teorias de motivação
O estudo da motivação no trabalho é o foco central do nosso debate sobre
a motivação humana e as organizações. As teorias da motivação tratam das
forças propulsoras do indivíduo para o trabalho e estão normalmente associadas à
produtividade e ao desempenho, despertando o interesse de dirigentes.
Desta forma, o crescimento dos estudos da motivação para o trabalho se
dá pela possibilidade de atender o sonho dos dirigentes de criar um motor
propulsor, um combustível que mantenha o homem trabalhando, conforme as
expectativas da organização.
15 Executivos e chefes gostariam de ver seus funcionários motivados e
integrados com os objetivos da empresa de forma a atingir o máximo de
produtividade. Ao perder o sentido do trabalho com sua crescente divisão, as
teorias motivacionais têm se transformado em sucedâneos na busca da motivação.
A busca de teorias perde o foco no homem. Os indivíduos se tornam um meio
para a busca dos fins definidos pela organização devido ao uso de padrões
organizacionais de motivação. O indivíduo passa a ser instrumentalizado. Para
Sievers (1998:22):
"A fragmentação do trabalho nas organizações produtivas e a alienação daí
decorrente levou muitas pessoas que trabalham nas organizações
contemporâneas a aceitarem como absolutamente normal desempenhar
atividades que não fazem o menor sentido. A motivação do empregado só se
tornou uma questão organizacional porque o próprio trabalho, pela excessiva
fragmentação, perdeu o sentido. As teorias motivacionais têm procurado oferecer
aos gerentes os corantes e aromatizantes artificiais para tornar tolerável uma
atividade que já não faz sentido”.
Pode-se separar as teorias de motivação em grande correntes, que se
diferenciam quanto à visão do que seria a força propulsora para o trabalho. Estas
correntes seriam: os etologistas, que sugerem ser a conduta instintiva de cada
espécie animal e a busca por adaptação ao meio a maior motivação para a ação,
inclusive dos homens; os behavioristas, que acreditam que a força propulsora são
os estímulos externos através do processo de aprendizagem; os cognitivistas, que
acreditam que a motivação depende da representação que os indivíduos possuem
do meio, o que inclui um conjunto complexo de fatores como percepção,
pensamento, valores, expectativas e aprendizagem; a psicanálise, que enfatiza as
motivações inconscientes derivadas de pulsões biológicas e experiências
passadas, principalmente durante a infância; e um grupo de teóricos que procuram
compreender o ser humano na sua vivência concreta, evitando assim os
reducionismos.
16 No sentido de melhor compreender a relação existente entre a motivação
humana e as organizações abordaremos nesta seção as teorias da motivação
mais freqüentemente utilizadas pelos teóricos da administração.
1.2.1 Os behavioristas e a motivação.
Tanto os behavioristas, quanto os cognitivistas, desenvolveram uma teoria
na qual a motivação fundamenta-se no princípio do hedonismo, que afirma que os
indivíduos buscam o prazer e afastam-se do sofrimento. Acreditam que as
pessoas se comportam de forma a maximizar certos tipos de resultados de suas
ações, ou seja, dão ênfase à aprendizagem. Sua abordagem é histórica porque o
que motiva o comportamento são as conseqüências dos efeitos produzidos pelo
comportamento passado dos indivíduos.
O pressuposto fundamental dos behavioristas, que os diferencia dos
cognitivistas, é que a força que conduz o comportamento motivado está fora da
pessoa, nasce de fatores extrínsecos que são soberanos a sua vontade. Desta
forma, para os behavioristas existe uma ligação necessária entre o estímulo
externo e a resposta comportamental. Trata-se de uma espécie de acomodação
do organismo vivo às modificações operadas no meio ambiente.
Assim, pelo reforço, ou recompensa, a motivação passa a ser vista como
um comportamento reativo, que leva ao movimento. Conforme apontado por
Bergamini (1990 : 26):
"A motivação passa a ser compreendida como um esquema de ligação
Estímulo-Resposta (...) e que o homem pode ser colocado em movimento por
meio de uma seqüência de hábitos que são o fruto de um condicionamento
imposto pelo poder das forças condicionantes do meio exterior".
A teoria behaviorista pode representar, de certa forma, um perigo ao se
chegar indevidamente à percepção de que o homem está verdadeiramente
17 motivado, quando na verdade está apenas alterando seu comportamento,
reagindo ao meio exterior e se movimentando. Assim, a crença de que se pode
dirigir o comportamento das pessoas a partir de uma programação controlada,
independente de suas vontades, ameaça o sentido da identidade pessoal definido
e mantido ao longo de toda a vida.
1.2.2 Os Cognitivistas e a motivação
Os cognitivistas, ao contrário dos behavioristas, acreditam que os
indivíduos possuem valores, opiniões e expectativas em relação ao mundo que os
rodeia e que assim também são direcionados em seus comportamentos, só que
desta vez, baseados nas representações internas. Isto é, os indivíduos possuem
representações internalizadas do seu ambiente que envolvem os processos de
percepção, pensamento, e aprendizagem. De acordo com estas representações
os indivíduos formam objetivos e lutam para atingi-los. Segundo Motta (1986 :
124):
"Os indivíduos possuem objetivos e expectativas que desejam alcançar e
agem intencionalmente, de acordo com suas percepções da realidade. (...) As
intenções dependem das crenças e atitudes que definem a maneira de um
indivíduo ver o mundo, ou seja, suas percepções."
Em oposição aos behavioristas, que acreditavam que é possível e
necessário aprender a motivar os outros, os cognitivistas acreditam que ninguém
jamais pode motivar quem quer que seja, uma vez que as ações humanas são
espontâneas e gratuitas, tendo como origem suas impulsões interiores. Todavia,
não podemos esquecer que os indivíduos tendem a buscar o prazer e se afastar
do sofrimento, mas desta vez a escolha feita em determinada situação é
ocasionada pelos motivos e cognições próprios do momento em que faz a escolha.
18 1.2.3 A Psicanálise
A administração busca em Freud contribuições para a teoria das
motivações, uma vez que este aborda a motivação de uma forma dinâmica que se
baseia em forças internas que direcionam o comportamento. Estas forças internas
seriam os instintos (libido) que fornecem uma fonte fixa e contínua de estímulo,
sendo algumas vezes conscientes e outras inconscientes. As pessoas em alguns
momentos estão conscientes das motivações de suas ações, só que muitas vezes
são comandadas pela necessidade de liberação e satisfação dos instintos.
Segundo Aguiar (1992 : 257) a principal contribuição da teoria psicanalítica
está na ênfase que Freud dá à dependência que o comportamento adulto mantém
em relação às experiências da infância.
"A ênfase no passado do indivíduo e nos instintos como forças motivadoras
realmente caracteriza a abordagem histórica e o determinismo biológico da teoria
psicanalítica.(...) O determinismo biológico deve-se ao fato de que os instintos são
herdados e determinam o comportamento humano."
Assim, a principal contribuição de Freud encontra-se no fato de considerar
o homem prisioneiro de sua hereditariedade, de seu passado e de seu meio.
1.2.4 Teoria de Maslow
A teoria de Maslow é conhecida como uma das mais importantes teorias de
motivação. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma
hierarquia, ou seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que
no momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu
lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfazê-la. Poucas
ou nenhuma pessoa procurará reconhecimento pessoal e status se suas
necessidades básicas estiverem insatisfeitas.
19 Abraham Maslow, psicólogo americano e grande pesquisador de
comportamento, criou a Hierarquia das Necessidades mais conhecida como a
Pirâmide de Maslow, na qual ele explica os cinco níveis de necessidades do ser
humano.
Auto Realização
Estima
Social
Segurança
Fisiológicos
Ø Necessidades Fisiológicas: aparecem na base da pirâmide e são
básicas para a sobrevivência (alimento, repouso, reprodução, etc). As
empresas procuram satisfazer essa necessidade oferecendo: refeições,
horários adequados, intervalos de descanso, transporte etc.
Ø Necessidades de Segurança: constituem o segundo nível da pirâmide.
Trata-se da autopreservação, ou seja, de evitar o perigo físico, evitar a
privação das necessidades fisiológicas, buscar a estabilidade. Algumas
empresas oferecem seguro de vida e de acidentes, planos de saúde,
curso de preparação para a aposentadoria etc visando minimizar a
insegurança de seus empregados.
Ø Necessidades Sociais: as pessoas sentem necessidades de serem
aceitas e de pertencerem a grupos estabelecendo assim relações de
amizade, afeto e amor. Quando não satisfeitas, tornam-se hostis,
20 solitárias e deprimidas. O papel da empresa é de despertar no
colaborador a importância do trabalho em equipe e aprimorar as
relações humanas.
Ø Necessidades de Estima: Nesta fase as pessoas passam a sentir
necessidade de estima, ou seja, tanto de auto-estima quanto de
reconhecimento por parte dos outros. Querem prestigio, status e
consideração.À empresa cabe reconhecer os esforços do trabalhador
através de elogios, promoções, premiação (não necessariamente com
dinheiro)etc.
Ø Necessidades de Auto-Realização: Aqui começa a predominar a
necessidade de realizar aquilo de que se é capaz e que realmente se
gosta de fazer. São as necessidades mais elevadas e estão no alto da
pirâmide de Maslow. As empresas podem atender a satisfação desta
necessidade possibilitando ao trabalhador o uso de sua criatividade, da
liberdade de expressão, de trabalhar naquilo que gosta etc.
Segundo a teoria de Maslow:
Ø A motivação é interna e não externa.
Ø As necessidades são hierárquicas (seguem uma ordem de
prioridade) .
Ø Uma necessidade uma vez satisfeita, não é mais um motivador.
Pode-se observar que cada pessoa tem um grau de interesse, desejo,
habilidade aptidão para realizar suas atividades pessoais e profissionais.
21 Manter funcionários motivados, tentar que objetivos individuais sejam
satisfeitos juntamente com os da organização, aumentar a produtividade, manter
um espírito sadio de equipe tem sido uma busca permanentemente pelos
responsáveis em comportamento.
Deve-se considerar que o papel do líder é fundamental para a motivação de
um grupo de trabalho; a ele compete administrar as diferenças individuais,
conciliá-las e canalizá-las rumo às metas a serem alcançadas pela sua área.
Estar motivado é estar numa situação de estresse em satisfazer uma
necessidade interna.À medida que as necessidades mais fundamentais vão sendo
satisfeitas, as pessoas procuram uma crescente auto afirmação e realização.
Baseando-se na teoria de Maslow premiar funcionário é uma atitude
motivadora?
Será motivadora se você conhecer bem as necessidades dele e conseguir
perceber em que nível da pirâmide de Maslow ele se encontra. Não seria nada
motivador você presentear um funcionário que se encontra no nível fisiológico com
uma placa de prata. Provavelmente este funcionário receberia bem melhor uma
cesta básica.
1.2.5 Teoria de Herzberg
Frederick Herzberg (1968) desenvolveu a teoria da motivação-higiene,
através da qual procurou demonstrar que a motivação se dá apenas nos últimos
degraus da hierarquia das necessidades humanas.
Herzberg realizou, em 1959, numerosas entrevistas com engenheiros e
contadores de indústrias em Pittsburgh, Estados Unidos, onde procurou identificar
os fatores que geravam satisfação e os fatores que geravam insatisfação no
22 trabalho. Como resultado, Herzberg concluiu que os fatores de insatisfação
normalmente estavam relacionados ao ambiente de trabalho, e os fatores de
satisfação ao trabalho em si, conforme apresenta a tabela abaixo.
FATORES QUE PREVINEM A
INSATISFAÇÃO
(HIGIÊNICOS)
FATORES QUE GERAM SATISFAÇÃO
(MOTIVADORES)
SALÁRIO REALIZAÇÃO
CONDIÇÕES DE TRABALHO RECONHECIMENTO
RELAÇÃO COM PARES,
SUPERVISOR E COM
SUBORDINADOS
RESPONSABILIDADE
SEGURANÇA PROGRESSO
POLITÍCA E ADMINISTRAÇÃO DA
COMPANHIA
DESENVOLVIMENTO
Herzberg chamou os fatores que geravam satisfação de fatores
motivadores e aqueles que apenas preveniam a insatisfação de fatores higiênicos,
procurando evidenciar que, no comportamento humano, o contrário de
insatisfação não é necessariamente a satisfação. O contrário de insatisfação seria
nenhuma insatisfação e o contrário de satisfação, nenhuma satisfação.
Sendo assim para Herzberg, a motivação das pessoas depende de dois
fatores:
a) FATORES HIGIÊNICOS:
Referem-se às condições que rodeiam a pessoa enquanto trabalha,
envolvendo as condições físicas e ambientais de trabalho, o salário, os benefícios
23 sociais, as políticas da empresa, o tipo de supervisão recebido, o clima de
relações entre a direção e os empregados, os regulamentos internos, as
oportunidades etc. Porém, estes fatores são muito limitados em sua capacidade
de influenciar poderosamente o comportamento dos empregados.
b) FATORES MOTIVACIONAIS
Referem-se ao conteúdo do cargo, às tarefas e aos deveres relacionados
com o cargo em si. Produzem efeito duradouro de satisfação e de aumento de
produtividade em níveis de excelência, ou seja, acima dos níveis normais.
Fazendo-se um paralelo com a hierarquia das necessidades e Maslow,
pode-se dizer que os fatores higiênicos seriam aqueles que procuram satisfazer as
necessidades fisiológicas, de segurança e sociais. Os fatores motivadores seriam
aqueles que procuram satisfazer as necessidades de estima e auto-realização. A
figura abaixo apresenta esta relação.
PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS FATOR MOTIVADOR
Eliminar alguns controles, mas manter a
obrigatoriedade de prestar contas.
Responsabilidade e realização pessoal.
Aumentar a obrigatoriedade de cada
empregado prestar contas de seu
próprio trabalho.
Responsabilidade e reconhecimento
Dar a uma pessoa uma unidade natural
completa de trabalho (módulos, divisão,
área).
Responsabilidade, realização e
reconhecimento.
Conceder mais autoridade a um
empregado em sua atividade; liberdade
no cargo.
Responsabilidade, realização e
reconhecimento.
Fornecer relatórios periódicos
diretamente ao próprio empregado e
Reconhecimento interno.
24 não ao supervisor.
Acrescentar tarefas novas e mais
difíceis, não executadas anteriormente.
Desenvolvimento e aprendizagem.
Atribuir tarefas específicas ou
especializadas a cada um dos
empregados, permitindo-lhes que se
tornem especialistas.
Responsabilidade, desenvolvimento e
progresso.
Fonte: Herzberg (1968,p.9)
Hierarquia necessidades de Maslow Fatores de motivação de Herzberg
Auto-Realização
Estima
Motivacionais:
O trabalho em si;
Responsabilidade;
Progresso;
Crescimento;
Realização;
Reconhecimento;
Status.
Social
Segurança
Fisiológicos
Higiênicos:
Relações interpessoais;
Supervisão;
Colegas e subordinados;
Supervisão técnica;
Políticas administrativas e
empresariais;
Segurança no cargo;
25 Herzberg buscou evidenciar a diferença existente entre motivação e
movimento. Ele chamou todos os fatores que servem apenas de estímulo externo
à realização das tarefas de “pebuns”, afirmando que estes fatores geram apenas
movimento. A motivação aconteceria apenas quando houvesse a vontade própria
do indivíduo de realizar as tarefas. O movimento poderia ser gerado por dois tipos
de “pebun”.
“Pebun” negativo: ocorre quando o trabalhador recebe um “pontapé no
traseiro” (física ou psicologicamente) para executar a tarefa. Nos tempos antigos,
isto poderia ser ilustrado pelas agressões físicas feitas aos escravos, para que
eles cumprissem suas obrigações. Nos tempos modernos, o “pebun” negativo
acontece toda vez que o trabalhador recebe broncas, punições ou ameaças para
que execute a tarefa.
“Pebun” positivo: ocorre quando um trabalhador é “seduzido” por alguma
forma de incentivo para realizar a tarefa. Na verdade, ele não quer realizar a tarefa,
apenas irá executá-la para receber a recompensa. Herzberg apontou várias
formas de “sedução” utilizadas nas empresas. Entre elas, destacam-se: redução
do expediente de trabalho, salários em espiral, benefícios previdenciários, apoio
assistencial, participação nos lucros. Assim, os “pebuns” positivos, normalmente
vistos pela empresa como fatores de motivação, apenas gerariam movimento
através da prevenção da insatisfação e poderiam ser classificados como fatores
higiênicos.
Para Herzberg, a única forma de fazer com que o indivíduo sentisse
vontade própria de realizar a tarefa seria proporcionando-lhe satisfação no
trabalho. Em outras palavras, a motivação aconteceria apenas através dos fatores
motivadores. O caminho apontado por Herzberg para a motivação é o
enriquecimento da tarefa.
26 Hersey e Blanchard (1986, p.77) explicam que o que se entende por
enriquecimento da tarefa:
“Um deliberado aumento da responsabilidade, da amplitude e do desafio
do trabalho”.
1.2.6 Teoria X e Y
Douglas McGregor propôs duas visões distintas do homem: uma
basicamente negativa, denominada teoria X, e outra basicamente positiva,
denominada teoria Y. Na teoria X, as quatro preposições mantidas pelo
administrador são:
· Os empregados detestam inerentemente o trabalho e sempre que possível
procurarão evitá-lo.
· Uma vez que os empregados detestam o trabalho, devem ser coagidos,
controlados ou ameaçados com punições para se alcançar os objetivos desejados.
· Empregados evitarão responsabilidades e procurarão receber ordens
formais, sempre que possível.
· A maioria dos trabalhadores põe a segurança acima de todos os fatores
associados ao trabalho, exibindo pouca ambição.
Em oposição a esta visão negativa da natureza do homem, McGregor cita
outras quatro pressuposições, que denomina teoria Y.
· Os empregos podem chegar a encarar o trabalho como tão natural, como
descanso ou divertimento.
· Uma pessoa exercerá autodireção e autocontrole quando estiver
comprometida aos objetivos.
· Uma pessoa média pode aprender a aceitar, e até mesmo a procurar
responsabilidades.
27 · Criatividade, isto é, capacidade de adotar boas decisões, é amplamente
dispersa na população, não sendo necessariamente uma atribuição exclusiva dos
ocupantes das função administrativas.
Infelizmente, nenhum desses conjuntos de hipóteses representa uma
descrição precisa do homem. Os administradores não tem que encarar o homem
tão negativamente como sugere a teoria X, nem tão positivamente como sugere a
teoria Y.
1.3 Ciclo Motivacional.
O ser humano se encontra imerso em um ciclo que impõe certas restrições
ou certos estímulos que influenciam decididamente na conduta humana. É sem
dúvida também que o organismo tem uma série de necessidades que vão a
condicionar uma parte do comportamento humano. Assim, por exemplo, quando
temos fome nos dirigimos para o alimento. Aí temos uma conduta. Quando temos
fome, em nosso organismo quebra um equilíbrio; existe, por tanto, um
desequilíbrio que buscamos remediar; então o organismo atua em busca de seu
estado de equilíbrio. O estado "ideal" seria o de ter o estomago satisfeito (cheio);
mas quando este equilíbrio se rompe, imediatamente nossos receptores
comunicam ao sistema nervoso central que o estomago está vazio e que urge
voltar a estar cheio para manter a vida. Então esse equilíbrio, esse estado, se
rompe e o organismo busca restaurá-lo novamente.
Se enfocamos a motivação como um processo para satisfação de necessidades,
surge o que se denomina de ciclo motivacional, cujas etapas são as seguintes:
a) Equilíbrio: Em certo momento o organismo humano permanece em estado de
equilíbrio.
28 b) Estímulo: É quando aparece algo que vá ativar e gerar uma necessidade.
c) Necessidade. Esta necessidade (insatisfeita ainda), provoca um estado de
tensão.
d) Estado de tensão: A tensão produz um impulso que dá lugar a um
comportamento ou ação.
e) Comportamento: O comportamento, ao ativar-se, se dirige a satisfazer a
necessidade.
f) Satisfação: Se for satisfeita a necessidade, o organismo retorna ao seu estado
de equilíbrio, até que outro estímulo se apresente. Toda satisfação é basicamente
uma liberação de tensão que permite o retorno ao equilíbrio anterior.
Abaixo um esquema para melhor explicar o que foi visto:
Satisfação
Comportamento
Tensão
Necessidade
Equilíbrio
Estímulo
29 Maslow cita o comportamento motivacional, que é explicado pelas
necessidades humanas. Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos
que agem com força sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para que haja ação
ou reação é preciso que um estímulo seja implementado, seja decorrente de coisa
externa ou proveniente do próprio organismo. Esta teoria nos dá idéia de um ciclo,
o Ciclo Motivacional.
O organismo ao acionar a conduta, nem sempre obtêm a satisfação da
necessidade, já que pode existir alguma barreira ou obstáculo que impeça de
alcançá-la, produzindo-se desta maneira a denominada frustração, continuando o
estado de tensão devido à barreira que impede a satisfação. A tensão existente ou
não liberada, ao acumular-se no indivíduo o mantém em estado de desequilíbrio.
Todavia, cabe assinalar que quando uma necessidade não é satisfeita dentro de
um tempo razoável, pode chegar a certas reações como as seguintes:
a) Desorganização do comportamento (conduta ilógica e sem explicação
aparente);
b) Agressividade (física, verbal, etc);
c) Reações emocionais (ansiedade, aflição, nervosismo e outras manifestações
como insônia, problemas circulatórios e digestivos etc);
d) Apatia e desinteresse pelas tarefas ou objetivos;
e) Passividade, moral baixo, má vontade, pessimismo, resistência às modificações,
insegurança, não colaboração, etc.
Quando a necessidade não é satisfeita e não sobrevindo as situações
anteriormente mencionadas, não significa que o indivíduo permanecerá
eternamente frustrado. De alguma maneira a necessidade será transferida ou
30 compensada. Daí percebe-se que a motivação é um estado cíclico e constante na
vida pessoal.
CAPÍTULO II
Motivação na Organização
31
Antes de entrar no assunto de motivação na organização é imprescindível
conceituar o termo organização. Pode-se dizer que organização é um sistema de
atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas onde, devido
a limitações pessoais, os indivíduos são levados a cooperarem uns com os outros
para alcançar certos objetivos que a ação individual isolada não conseguiria.
Portanto, as organizações se constituem nessa interação que faz com que elas
sejam dinâmicas e complexas, ou seja, um organismo vivo. Assim, pode-se
compreender porque a definição etimológica do termo é organom = órgão. Ao
ingressar em um sistema organizacional produtivo, o indivíduo busca, de modo
geral, satisfazer tanto suas necessidades de pertencer a um grupo social quanto
de se autorealizar. No entanto, sabe-se que estes objetivos nem sempre são
alcançados, visto que existem inúmeros fatores que permeiam as relações de
trabalho e influenciam na satisfação dessas necessidades. Pode-se dizer, ainda,
que um dos fatores mais complexos e potentes nesse sentido é a própria
subjetividade humana, ou seja, as motivações, interesses, valores, história de vida,
modo de relacionar-se, enfim a singularidade de cada sujeito que influencia o
grupo como um todo. Confirmando essa visão Moscovici (1997) afirma que: “A
maneira de lidar com as diferenças individuais cria um certo clima entre as
pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, principalmente nos
processos de comunicação, relacionamento interpessoal no comportamento
organizacional e na produtividade”. Sendo assim, o relacionamento interpessoal e
o clima dos grupos podem trazer satisfações ou insatisfações pessoais ou grupais,
repercutindo na organização em sua totalidade. Neste sentido é que o conjunto de
preceitos, políticas administrativas, valores e crenças dão forma ao modo especial
e único de como as pessoas agem e interagem dentro de uma organização e
32 conseqüentemente colaboram para o estabelecimento de uma cultura e clima
organizacional.
2.1 Motivação na Organização
Quando se fala sobre motivação a primeira idéia que vem a mente é a
Teoria da Hierarquia das Necessidades de Abraham Maslow, que desenvolveu um
esquema interessante para explicar a intensidade de certas necessidades (Hersey
/ Blanchard – psicologia para administradores – Ed. EPU,1986 - pág. 33), os
estudos de Maslow influenciaram muitos pesquisadores entre eles Frederick
Herzberg, que desenvolveu a sua Teoria da Motivação-Higiene, onde levantava
dados sobre o comportamento humano no trabalho, salientando que : Para a
empresa, a vantagem do estudo das atitudes no trabalho seria o aumento da
produtividade, a diminuição do absenteísmo e melhores relações de trabalho. Para
o indivíduo, a compreensão das forças que elevam o moral traria mais felicidade e
auto-realização. (Herzberg e outros – The motivation to work).
Hersey e Blanchard (op.cit.), falam sobre situação motivadora onde os
objetivos de uma pessoa são dirigidos para a consecução do objetivo dentro
dessa idéia os autores fazem uma comparação entre Herzberg e Maslow “...
Maslow é útil para a identificação das necessidades ou motivos e Herzberg
fornece idéias sobre as metas e incentivos que satisfazem a essas necessidades.
Assim, numa situação motivadora, se soubermos quais são as necessidades de
alta intensidade (Maslow) dos indivíduos que desejamos influenciar, deveremos
ser capazes de determinar os objetivos (Herzberg) que devem ser colocados no
ambiente para motivar tais indivíduos. Ao mesmo tempo, quando sabemos que
objetivos essas pessoa querem satisfazer, também sabemos quais são as suas
necessidades de alta intensidade..
Isso é possível porque se verificou que o dinheiro e os benefícios tendem a
satisfazer às necessidades nos níveis fisiológicos e de segurança; as relações
33 interpessoais e a supervisão são exemplos de fatores de higiene que tendem a
atender às necessidades sociais; maior responsabilidade, trabalho desafiante,
crescimento e desenvolvimento são motivadores que tendem a satisfazer às
necessidades de estima e auto-realização...”“.
Em 1975, em artigo publicado na Califórnia Management Review, intitulado
“A new strategy for job enrichment” Hackman e Oldham identificaram cinco
dimensões funcionais que contribuem especialmente para o enriquecimento de
cargos. Segundo os pesquisadores se a falta de qualquer uma delas é sentida, os
trabalhadores ficam psicologicamente debilitados e a motivação tende a ser
reduzida. O estudo acima pode ser considerado uma adaptação da Teoria da
motivação-higiene de Herzberg, na tabela abaixo apresentamos uma comparação
entre os dois estudos e também uma nova proposta. Segue a Comparação entre
os estudos de Hackman / Oldham, Herzberg, Renê / Zacarelli.
Dimensões Fundamentais
dos Cargos
Fatores Motivacionais
O trabalho em si
Gerenciamento e
Desenvolvimento
de Carreiras
Variedade de Tarefa Trabalho Desafiante Multifuncionalidade
Identidade da Tarefa Reconhecimento do
Desempenho
Visibilidade no
Mercado
Significância da Tarefa Realização Visão Estratégica
Autonomia Maior Responsabilidade Capacidade de
Inovação
Feedback Crescimento e
Desenvolvimento
Autoparabéns
Não mencionado nos estudos anteriores Interpessoalidade
34 Segundo Motta (Record, 1991): "... os indivíduos possuem objetivos que
desejam alcançar e agem intencionalmente de acordo com suas percepções da
realidade. A motivação se desenvolve somente depois de se ter um objetivo a
concretizar. O objetivo é que dá impulso, ou seja, mobiliza as energias de um
indivíduo e gera a intenção de se concretizar algo. Nessa perspectiva, a motivação
se liga à ação (...) A intencionalidade do indivíduo é sempre associada à sua
expectativa de realização”.
Outra visão que nos parece adequada para o estudo da motivação no
trabalho é a que define o "contrato psicológico". Não se trata de um contrato
convencional, já que a sua maior parte não pode ser escrita e nem falada.
Segundo Buono (Pioneira, 1992): "Algumas recompensas materiais e benefícios
são especificamente estipulados e concordados, porém os fatores psicológicos,
tais como a satisfação no trabalho e as expectativas de trabalho desafiante,
tratamento imparcial e assim por diante são mais implícitos por natureza. Mesmo
assim, embora não declaradamente esta 'renda psicológica' talvez seja o
componente mais crítico do contrato". Nessa ótica, a motivação depende de duas
condições básicas:
· Até que ponto as expectativas das pessoas sobre o que a
organização lhes dará e o que eles devem dar à organização em
troca coincidirem com as expectativas da organização em relação ao
que ela irá dar e receber;
· Supondo que haja um acordo entre os dois conjuntos de expectativas,
a natureza do que é efetivamente intercambiado (por exemplo,
dinheiro em troca de tempo no serviço, satisfação social e segurança
no emprego em troca de trabalho duro e lealdade, oportunidades de
crescimento e desenvolvimento em troca de trabalho de alta
qualidade e esforços criativos, ou combinação variadas dessas
coisas).
35 2.2 Estudo de caso - Casa da Moeda trabalha motivação interna
Quando estamos manuseando as cédulas do real, nem imaginamos que
por trás da nossa moeda corrente existem várias pessoas que se dedicam
diariamente à sua produção. E se pararmos para imaginar como é o ambiente de
trabalho desses profissionais, provavelmente visualizaremos um local onde
imperam apenas cifras, números gigantescos, seriedade e uma produção
cansativa. No entanto, na Casa da Moeda do Brasil - uma empresa totalmente
estatal - a realidade não é bem esta, já que lá os colaboradores também têm
momentos de descontração. Isso só se tornou possível porque em 2003, a
organização lançou o Motiva-Ação, uma iniciativa que vem sendo utilizada para
melhorar e manter um clima interno agradável.
A Casa da Moeda do Brasil (CMB) foi criada em 1694, quando se
estabeleceu no país a colônia de governantes portugueses, para fabricar moedas
com o ouro proveniente das minerações. A primeira sede da empresa funcionou
em Salvador, sendo transferida posteriormente para o Rio de Janeiro. O novo
complexo industrial da CMB foi projetado, construído e inaugurado em 1983, em
Santa Cruz - zona oeste do Rio de Janeiro. Contando com cerca de 1900
profissionais em seu quadro, a organização possui instalações atuais que ocupam
cerca de 110 mil metros quadrados de área construída. A empresa dedica-se à
produção de moedas, cédulas e documentos de segurança como selos postais,
selos fiscais, passaportes, títulos do governo, bilhetes magnetizados para
transportes públicos, cartões telefônicos, documentos de identidade, licenças para
conduzir veículos, entre outros serviços.
36
A necessidade de criar o Motiva-Ação foi identificada, em 2003, durante a
realização de uma Oficina de Planejamento Estratégico da CMB, onde
participaram a presidência, o corpo executivo e demais representantes de outros
níveis da empresa. Na ocasião, o objetivo da iniciativa foi realizar uma avaliação
situacional da organização, definir o plano estratégico de gestão e estabelecer um
plano de ação em curto prazo. Para isso, foram realizadas várias discussões que
abordaram temas como valorização profissional e dos talentos internos, além da
motivação dos colaboradores. O resultado desse trabalho foi a definição de uma
nova meta para a área de Capacitação e Desenvolvimento de RH: a elaboração
de um programa de cunho motivacional que buscasse a criação de sinergia,
baseado na elevação da auto-estima e valorização dos funcionários.
Depois de definida a meta para a área de Capacitação e Desenvolvimento
de RH nasceu o Motiva-Ação. Visando atender a todos os colaboradores da
empresa, o programa foi estruturado para promover a realização de atividades
que estejam voltadas para o segmento artístico com apresentação de peças
teatrais ou shows musicais, bem como atividades corporais que incluem desde
meditação, shiatsu, yoga até ações de entretenimento. Todas essas atividades
acontecem no auditório da organização e são coordenadas pela psicóloga Maria
Luiza Prillwitz. As atividades do Motiva-Ação acontecem às sextas-feiras,
começando pontualmente às 12h30. A duração média dos eventos é de
37 aproximadamente 40 minutos, alocados dentro do período de almoço e a média
de participação chega a atingir cerca de 300 participantes nas atividades que
envolvem shows e filmes.
Para informar os colaboradores sobre a programação oficial do Motiva-
Ação a Casa da Moeda utiliza a Intranet, com chamada em uma pop-up, além de
cartazes que são colocados em pontos estratégicos da empresa.
Segundo Claudia Patrícia Guimarães, gerente da área de Capacitação e
Desenvolvimento de RH, a organização também colocou uma caixa de sugestões
na entrada do auditório onde os encontros acontecem, permitindo que os
colaboradores registrem suas indicações quanto às atividades que desejam
participar. No caso da exibição de filmes, ela explica que os títulos são escolhidos
previamente pelos próprios funcionários, através de votação. Para isso, são
disponibilizadas três opções de exibições indicadas pelos colaboradores, sempre
na semana anterior. "No Cine CMB, os filmes são exibidos em três partes,
iniciando-se as apresentações a partir da quarta-feira", salienta Guimarães.
A gerente de Capacitação e Desenvolvimento de RH comenta, ainda, que
todos os colaboradores podem se dirigir à coordenação do Motiva-Ação para
apresentar idéias próprias. Dentre os eventos que mais chamou a atenção do
cliente interno, ela relembra a festividade do Natal de 2003, quando o Grupo
Vozes - formado por colaboradores da empresa - preparou uma apresentação de
canções natalinas para os próprios colegas de trabalho. Mais recentemente, em
2004, aconteceu a apresentação da peça teatral "Cinderela de Santa Cruz" - uma
adaptação do clássico da literatura infantil à realidade brasileira.
Quando questionada sobre a receptividade do programa, Claudia Patrícia
Guimarães explica que a cada seis meses, a CMB envia um questionário aos
gestores para avaliar a repercussão do programa e o impacto no clima
organizacional. Um outro questionário é destinado aos demais colaboradores,
38 enquanto participantes, para verificar a aceitação e que tipo de adequação pode
ser feita aos eventos."O último levantamento realizado mostrou que 70% dos
gestores e 90% dos participantes consultados, por meio de questionário,
consideram o programa como mais um benefício que a Casa da Moeda do Brasil
oferece", conclui a gerente.
39
CAPÍTULO III
CLIMA ORGANIZACIONAL
40 3.1 Mas, afinal, o que é clima?
Clima é a percepção coletiva que as pessoas têm da empresa, através da
experimentação de práticas, políticas, estrutura, processos e sistemas e a
conseqüente reação a esta percepção.
Clima organizacional é um conceito relacionado aos níveis de satisfação no
trabalho experimentado por um empregado. Trata-se de uma tentativa de avaliar
as percepções que a pessoa tem a respeito de elementos ou fatores presentes em
seu ambiente de trabalho e que permitem o atendimento de suas necessidades. É
uma tendência de percepção favorável ou desfavorável em relação ao trabalho em
geral ou, então, em relação a diferentes aspectos ou variáveis que formam o clima
na empresa.
3.2 Clima Organizacional: O diferencial Competitivo.
Durante algum tempo, venho acompanhando as publicações anuais da
Revista Exame "As 100 Melhores Empresas para Você Trabalhar". Sempre me
chama atenção em que aspectos estas empresas são diferenciadas em relação às
demais, no mundo corporativo. Após sua leitura, pude perceber alguns fatores que
acredito serem decisivos e que necessariamente precisam ser incorporados à
gestão da empresa, para torná-la competitiva. Senão vejamos:
* Respeito profundo pelo ser humano
* Valorização e reconhecimento das pessoas como geradoras de resultado
* Comunicação vertical e horizontal eficaz, transparente e verdadeira
* Alegria e bom humor constante
41 * As pessoas comprometidas com o negócio - vibram com os acertos e com a
melhoria
* Motivação como força propulsora para atingir objetivos
* Confiança das pessoas com a gestão da empresa – compartilham
* Política de remuneração na média do mercado
* Treinamento e capacitação focado no negócio e para a busca de resultados
* Relacionamento ético com todos os parceiros do negócio - clientes, fornecedores,
sociedade, governo, colaboradores...
* As pessoas têm orgulho de trabalhar na empresa
* A empresa tem responsabilidade social
* Tem política de participação efetiva nos resultados atrelado ao cumprimento de
metas individuais e coletivas
* Oportunidades de desenvolvimento e carreira dentro da organização
* Tem foco no cliente - todos pensam e agem assim
* Tem idéia de time e de conjunto
* Informações sobre os dados do negócio circulando em toda a empresa -
transparência...
O desafio, colocado às empresas em geral, é investir num clima
organizacional positivo e sadio para que os resultados qualitativos e quantitativos
aconteçam. As empresas precisam compreender que tratar a questão do clima
interno como estratégia de gestão, é fundamental para o aumento da melhoria da
42 qualidade de vida das pessoas e para a saúde do negócio. Os aspectos acima
ratificam que o clima organizacional é um diferencial competitivo, de que as
empresas precisam lançar mão para poderem competir adequadamente no
mercado e gerar satisfação interna. Esquecemos, infelizmente, de valorizar, dentro
das empresas, esse componente estratégico que passa a ser um fator decisivo
para a rentabilidade do negócio.
Em ambiente estabilizado e competitivo, todos os aspectos que envolvem a
gestão, passam a ser importante no intuito de gerar resultados concretos com o
crescimento do negócio, inclusive um ótimo ambiente de trabalho. Ambientes onde
há um clima organizacional ruim, onde predominam a desmotivação da equipe, a
ausência de integração de pessoas e departamentos, os conflitos entre chefias e
pessoas, a ausência de objetivos individuais e coletivos, a falta de
comprometimento das pessoas com o negócio, a falta de respeito do ser humano,
os conflitos societários, a ausência de transparência na gestão, a comunicação
deficiente, a rotatividade elevada... são enormes geradores de problemas e de
custos invisíveis para o negócio.
Aliás, custos estes que sequer são medidos pelas empresas e que afetam
tanto o relacionamento interno, como o resultado operacional. As empresas
precisam investir maciçamente na melhoria do clima organizacional adotando
práticas de gestão abertas e transparentes, que privilegiem as pessoas na busca
do comprometimento e do envolvimento com o negócio. Para tanto, a gestão da
empresa sob este aspecto precisa ser reformulada, adotando ferramentas
modernas de relacionamento e de abertura, para que as pessoas possam produzir
mais, melhor e se sintam felizes por estarem ali.
A felicidade de um ambiente organizacional produz resultados significativos
em termos de produtividade do negócio e das pessoas e, com isso, acaba
agregando valor ao negócio.O ganho financeiro e não-financeiro do negócio passa
necessariamente pela melhoria do clima organizacional interno. Apenas é
43 necessário que seus fatores estejam incorporados aos princípios modernos da
gestão da empresa e que todos dentro da organização tenham a responsabilidade
na sua implementação. Isto fará a diferença.
3.3 Pesquisa do Clima Organizacional - PCO - O diagnóstico do clima.
É muito importante para uma empresa analisar o seu ambiente interno
através do conjunto de condições que caracterizam o estado de satisfação dos
colaboradores. Para isso, as organizações estão recorrendo à aplicação de
Pesquisas de Clima Organizacional - PCO, uma ferramenta que além de permitir o
acompanhamento do nível de comprometimento dos funcionários, possibilita o
alinhamento organizacional, a diminuição da burocracia, a otimização da
comunicação, entre outros.
Enquanto algumas organizações ainda buscam familiarizar-se com a PCO,
outras empresas já conhecem, há um bom tempo, os benefícios que essa
ferramenta oferece. Um exemplo ocorre na Intelbras - Indústria de
Telecomunicações e Eletrônica Brasileira - empresa líder nacional na fabricação
de terminais e centrais telefônicas, cujo parque fabril localiza-se na região
metropolitana de Florianópolis/SC.
Essa experiência começou na Intelbras em 1994, quando a empresa
adotou o Climão - uma ferramenta formada por aproximadamente 60 perguntas
que abordam vários aspectos que envolvem a organização. Essa prática tem
como público-alvo os cerca de 970 colaboradores da companhia.
Graças a um modelo próprio de pesquisa, ao longo desses anos, a
Intelbras tem conseguido obter um diagnóstico que permite conhecer o público
interno em suas necessidades e aspirações. Através do Climão, a companhia
conseguiu, ainda, reorientar o foco de investimento, identificar os pontos críticos
44 existentes e divulgar para os colaboradores a filosofia, as políticas e os valores da
empresa.
Na prática, a pesquisa de clima organizacional da Intelbras começa com a
definição do instrumento a ser utilizado, a escolha da condução dada à aplicação
e a elaboração das perguntas que serão feitas aos colaboradores. "Após essa
definição, em consenso com a diretoria, começamos a aplicar a pesquisa,
conforme modelo já formatado", explica a supervisora de Gestão de Pessoas da
Intelbras, Dione de Quadros Teodoro.
Dentre os assuntos abordados na PCO encontram-se: ambiente de trabalho,
recursos das atividades, benefícios, remuneração, oportunidades de
desenvolvimento profissional, relação com as lideranças, comunicação interna;
abertura e transparência nos processos, imparcialidade, justiça, credibilidade da
gestão, qualidade de produtos e serviços da empresa, satisfação com os
programas participativos.
Conheça algumas questões já utilizadas no Climão:
a) Liderança
- O meu Diretor/Supervisor/Líder está interessado nas minhas idéias e sugestões
e toma ações com base nelas?
- O meu desempenho é avaliado periodicamente pelo Diretor/Supervisor/Líder?
- É fácil se aproximar dos Diretores, Supervisores e Líderes e também é fácil falar
com eles?
b) Comunicação
45 - Os Diretores/Supervisores/Líderes mantêm os colaboradores informados sobre
as atividades, mudanças, metas e objetivos da empresa/setor?
- As informações importantes para o meu desempenho ou que afetam o meu
trabalho chegam até mim rapidamente e sem alteração -distorção?
c) Ambiente
- Como você considera as instalações de seu local de trabalho?
- Você se sente bem no seu local de trabalho?
d) Justiça
- Se eu for tratado injustamente, acredito que serei ouvido e acabarei obtendo
justiça?
- Acredito que a quantia que recebo na participação dos lucros é justa?
e) Imparcialidade
- Aqui as pessoas são bem tratadas, independente de sexo, cor, raça, tempo de
casa, cargo etc?
f) Credibilidade da Gestão
- Os Diretores/Supervisores/Líderes cumprem o que prometem?
- Você vê que no dia-a-dia valores como transparência, confiança nas pessoas e
gestão participativa são praticados?
g) Satisfação
- Julgo a Intelbras um excelente lugar para se trabalhar?
46 A realização da pesquisa é informada aos colaboradores através dos
mecanismos de comunicação que a empresa possui, a exemplo dos jornais
internos, murais, reuniões departamentais e painel eletrônico. A data e o horário
de aplicação do questionário são agendados com antecedência pela liderança do
departamento que repassa e combina com os demais colaboradores. Todo o
processo de aplicação do Climão dura cerca de dois meses.
Graças à aplicação da pesquisa de clima organizacional, a Intelbras
conseguiu desenvolver ações concretas em sua gestão como a implantação do
Programa de Cargos e Salários, do Plano de Previdência Privada, além da
abertura para mais opções de cursos oferecidos pelo Programa Pró-Educar - uma
ação que subsidia cursos de formação de idiomas, graduação e especialização.
Climinha - O Climão torno-se uma ferramenta tão importante para o
processo de gestão participativa, que a Intelbras resolveu adotar uma versão
"light" dessa prática, que recebeu o nome de Climinha - uma pesquisa simples,
que pode ser usada a qualquer momento pela organização. Através dessa
modalidade de pesquisa é possível obter informações rápidas sobre o ambiente
organizacional. Normalmente, a realização do Climinha dura cerca de um mês.
O último Climinha da Intelbras foi feita a seguinte pergunta aos
colaboradores:
Ø A Intelbras quer ser um excelente lugar para trabalhar. Que nota
você dá para a Intelbras?
Para facilitar as respostas, foi oferecida uma escala de notas de 1 a 10,
onde as pessoas assinalavam a pontuação que a empresa merecia. "Sendo que
as notas estavam dentro de uma escala de cores. As notas de 1 a 5
correspondiam ao vermelho, a nota 6 ao amarelo, as notas 7 e 8 ao verde e as
47 notas 9 e 10 ao azul". Logo em seguida, o Climinha apresentou mais duas
questões:
Ø Cite as duas principais qualidades da Intelbras;
Ø Cite os dois principais problemas.
Com isso, a companhia conseguiu obter um feedback sobre as práticas da
empresa que os colaboradores mais admiram e os principais problemas, de forma
mais objetiva. Como ocorre no Climão, antes de aplicar o Climinha a Intelbras
escolhe o instrumento, sua aplicação e as perguntas que constarão no
questionário. Vale salientar que a diretoria também participa ativamente das
discussões dessa modalidade de pesquisa. Normalmente, a realização do
Climinha dura cerca de um mês.
3.4 Clima Organizacional Saudável
Vital hoje para toda empresa que quer obter sucesso e se manter em alta
no mercado é investir na obtenção de um clima organizacional harmonioso.
Conquistar a satisfação dos clientes é, antes de qualquer coisa, conquistar
as pessoas que cuidam deles. Se os colaboradores são importantes,
automaticamente, eles colocarão o cliente em primeiro lugar; é uma questão de
causa e efeito.
Atualmente, no Brasil, os programas de qualidade de vida vêm sendo
considerados dos mais completos, pois implementam ações de promoção psico-
sociais, de saúde física/mental, cultural, de cidadania, ambiental, buscando a
integração de mente, corpo e espírito, num ambiente saudável e feliz de se
trabalhar.
48
Confira algumas sugestões que podem assegurar o bem-estar dos
empregados:
a) Benefícios individualizados - O funcionário pode optar pelo benefício
que realmente seja de seu interesse naquele momento. Por exemplo,
um profissional no início de sua carreira tem maior interesse em
ferramentas de desenvolvimento complementares, como cursos de
idiomas e cursos extensivos, como pós-graduação e MBA, portanto, o
reembolso deste tipo de ação para ele é prioritário em relação a ter a
opção de um plano de previdência. Ao permitir que o funcionário
escolha o tipo de benefício que quer receber, a organização mostra que
entende as necessidades particulares de cada indivíduo do seu time.
b) Visita de familiares - Os parentes dos empregados conhecem o local
de trabalho de seu familiar, aproximando-se mais da empresa e
compreendendo melhor as tarefas do parente visitado.
c) Programas de ginástica - A organização pode utilizar ferramentas
ligadas aos programas de ginástica, estética e todas que incentivem a
prática de exercícios físicos.
d) Programas Sociais - A organização pode incentivar projetos sociais
que contribuam para o desenvolvimento da comunidade próxima a
empresa.
e) Outras atitudes - Qualquer flexibilização na quase sempre rígida
jornada de trabalho pode alterar os humores, para muito melhor. Cientes disso,
algumas empresas vêm implantando práticas como a de não realizar reuniões às
segundas-feiras pela manhã e nem às sextas-feiras à tarde ou limitar o trabalho no
máximo até às 22 horas, ou às 20 horas.
49 É aí que reside um formidável potencial de redução de fatores de estresse,
melhoria no desempenho integral de todas as partes do negócio e a preservação
de um clima organizacional saudável.
A empresa criativa propicia um bom ambiente de trabalho e é mais
valorizada pelos seus colaboradores e clientes. Conseqüentemente, terá mais
sucesso, além de ter grandes possibilidades em reter seus talentos, muitos destes
desenvolvidos e capacitados por esta incentivadora e inteligente empresa.
50
CAPÍTULO IV
COMO MOTIVAR?
51 Como motivar seus funcionários
Apesar de saber que cada pessoa é motivada por diferentes razões,
qualquer grande gerente sabe que o mínimo que todo profissional espera da
empresa em que trabalha é respeito e envolvimento. Mas mesmo que você já
saiba disso reflita na lista abaixo com algumas sugestões para ajudar os seus
funcionários a colocarem para fora o que eles têm de melhor e beneficiar a
empresa como um todo.
a) Envolva os funcionários nos processos de decisão. Sempre que possível
permita aos seus funcionários participar dos processos decisórios da
empresa.
b) Mantenha-os informados. Mantenha os funcionários informados sobre as
mudanças que podem afetar diretamente a eles, tais como mudanças
políticas, mudanças de procedimentos & regras, produtos e performance.
c) Esteja sempre consciente a respeito do nível de entusiasmo dos seus
funcionários. Seja sensível às mudanças de moral na equipe. Saiba
quando e porque o clima está bom ou ruim.
d) Mantenha sempre uma política de portas abertas. Esteja sempre
disponível, circule pela empresa e demonstre interesse pelo trabalho dos
outros.
e) Desenvolva uma atitude de TESÃO por pessoas. Um bom gerente treina,
desenvolve, aconselha, guia e suporta os seus funcionários. SEMPRE!
TODOS OS DIAS!
52 f) Assegure-se que você sabe ouvir. SEMPRE escute e procure tentar
entender o que os seus funcionários dizem.
g) SEMPRE trate os seus funcionários com respeito. Tenha SEMPRE
consideração pelas pessoas que trabalham para você.
h) Peça por sugestões. Tenha certeza que você SEMPRE pede por
sugestões e novas idéias aos seus funcionários. Seja rápido em colocá-
las em prática.
i) Seja um Crítico Construtivo. Um gerente efetivo fornece críticas
construtivas aos seus funcionários e NUNCA faz ataques pessoais.
j) Reconhece os seus funcionários. Procure reconhecer um trabalho bem
feito através de palavras ou mesmo reconhecimentos materiais.
k) Coloque as responsabilidade de cada um no papel. Assegure-se que
TODOS os funcionários saibam exatamente o que é esperado do seu
trabalho. Cada funcionário deve saber como sua performance será
avaliada.
l) Mantenha altos padrões de trabalho. Ao envolver os seus funcionários no
estabelecimento de altos padrões de performance, você irá ajudá-los a
serem mais orgulhosos e confiantes do seu próprio trabalho.
Talvez você ainda acredita que a maioria dos funcionários são preguiçosos,
tediosos, cansados e incompetentes, mas, procure pensar um pouco sobre onde
realmente começou esse problema. .
53 CONCLUSÃO
A motivação nas empresas tem sido alvo de diversos estudos. O que é que
leva realmente as pessoas a estarem motivadas e mais produtivas? A grande
parte dos gestores tenta encontrar resposta para esta questão. Só depois de se
conhecerem as fontes de motivação dos trabalhadores é que se podem esperar
ganhos adicionais, efetuando, ao mesmo tempo, uma eficaz gestão de recursos
humanos. O sucesso de qualquer organização passa sem dúvida pelo nível de
motivação dos seus colaboradores. Afinal, o que é que leva os trabalhadores a
continuarem ligados à empresa, seguindo as regras e convicções da mesma?
Atualmente, o dinheiro já não é o principal fator de motivação. Os
trabalhadores já não são meros assalariados, vivendo em função do salário que
chega ao fim do mês. Os trabalhadores são pessoas com sentimentos, desejos e
ambições. Ninguém pode negar que luta por uma estabilidade econômica e
financeira, mas as pessoas também se esforçam para conseguir realizarem-se
profissionalmente. Mais importante que o pagamento no final do mês, é a
satisfação que se pode levar para casa, ao final de cada dia, sabendo que se
desempenharam bem as funções que estavam atribuídas, e que esse
desempenho irá ser reconhecido.
É este o melhor prêmio que o trabalhador pode levar para casa. Idealmente,
a remuneração deveria acompanhar o bom desempenho, como forma de
recompensa e reconhecimento. Mas mesmo que tal não aconteça, o trabalhador
tem consciência das suas capacidades e habilitações, o que faz com que não
desanime, pois tem sempre a possibilidade de oferecer os seus serviços a outras
organizações que se disponha a valorizar as suas capacidades. As empresas que
de alguma maneira já conseguiram descobrir a origem da motivação dos seus
colaboradores, devem trabalhar no sentido de mantê-la e incrementar, de forma a
maximizar as potencialidades dos seus mais importantes recursos: as pessoas.
Um bom gestor é aquele que consegue gerir as aptidões e competências que se
54 movem na empresa, mantendo a motivação. Se o gestor adaptar os seus métodos
de gestão às capacidades e talentos revelados pelos seus colaboradores, haverá
uma resposta muito mais positiva por parte dos mesmos. Convém não esquecer
que trabalhadores motivados e reconhecidos aumentam o nível de qualidade e
quantidade de desempenho, e conseqüentemente, aumenta a produção.
55 ANEXOS
56
57
58 BIBLIOGRAFIA
Bergamini, C. W. Motivação nas Organizações, São Paulo: Atlas, 1990
MOTTA, Paulo Roberto. Gestão contemporânea. Rio de Janeiro: Record, 1991.
MOTTA, Fernando C.P. & PEREIRA, Luiz C.B. Introdução à organização
burocrática. São Paulo: Brasiliense, 1986.
HERSEY, Paul e Blanchard, Kenneth H.. Psicologia para administradores - A
teoria e as técnicas para a liderança situacional. São Paulo: EPU, 1986.
BUONO, A. F. Elementos do comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira, 1994
AGUIAR, Maria Aparecida F. de. Psicologia aplicada à administração. São Paulo:
Excellus e Consultoria, 1992.
BERGAMINI, Cecília W. Motivação: mitos crenças e mal-entendidos. Revista de
Administração de Empresas. Abril, 1990, 30 (2) 23-34.
SIEVERS, Burkard. Além do sucedâneo da motivação. Revista de Administração
de Empresas. Janeiro, 1990, 30 (1) 5 -10.
CALDAS, Miguel P e MOTTA, Fernando C. Prestes, Cultura organizacional e
cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997.
CHIAVENATO, Idalberto. Os novos paradigmas: como as mudanças estão
mexendo com as empresas. São Paulo: Atlas, 1996.
59 Herzberg, F. One more time: How do you motivate employees? Harvard Business Review, Jan-Feb, 1968, pág. 53-62
VERGASTA, Patrícia Dantas. Cultura e aprendizagem organizacional. 2001.
Disponível em: <http://www.terravista.pt/enseada/5831/trabalho/t20001310.html>.
Acesso em: 7 abr. 2002.
WEIL, Pierre. Organizações e tecnologias para o terceiro milênio: a nova cultura
organizacional holística. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1995.
60 ÍNDICE
CAPA 1
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I – MOTIVAÇÃO 12
1.1 A Motivação humana 13
1.2 Principais teorias de motivação 14
1.3 Ciclo motivacional 27
CAPÍTULO II – MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES 31
2.1 Motivação na organização 32
2.2 Estudo de caso – Casa da Moeda trabalha motivação interna 35
CAPÍTULO III – CLIMA ORGANIZACIONAL 39
3.1 Mas, afinal, o que é clima? 40
3.2 Clima organizacional: O diferencial competitivo 40
3.3 Pesquisa do clima organizacional – PCO – O diagnóstico da
empresa 43
3.4 Clima saudável 47
CAPÍTULO IV – COMO MOTIVAR? 50
CONCLUSÃO 53
ANEXOS 55
BIBLIOGRAFIA 58
ÍNDICE 60
FOLHA DE AVALIAÇÃO 61
61 FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Lato Sensu” em Marketing
Título da Monografia: Motivação no Ambiente Organizacional
Nome do autor: Julio Cesar Mourão Coelho
Nome do orientador: Marco Antonio Larosa
Data da Entrega:_____________
Avaliação
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Avaliado por:_______________________________Grau____________________
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