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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS … THOMAZ DA SILVA.pdf · 5 RESUMO Este trabalho tem por objetivo descrever a grafologia na sua totalidade, bem como focar o uso da técnica e seus

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

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O ESTUDO DA GRAFOLOGIA E SUA APLICABILIDADE NA

ÁREA DE RECURSOS HUMANOS

<>

<>

Por: Michelle Thomaz da Silva

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Orientador

Profª. MSC Adélia Araújo

<>

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Rio de Janeiro

2006

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS … THOMAZ DA SILVA.pdf · 5 RESUMO Este trabalho tem por objetivo descrever a grafologia na sua totalidade, bem como focar o uso da técnica e seus

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

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<>

O ESTUDO DA GRAFOLOGIA E SUA APLICABILIDADE NA

ÁREA DE RECURSOS HUMANOS

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Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Gestão de Recursos Humanos.

Por: Michelle Thomaz da Silva

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AGRADECIMENTO

Ao grande grafólogo Paulo Sergio de

Camargo pelo livro e ajuda em todos

os momentos de dúvidas e

dificuldades.

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DEDICATÓRIA

Ao meu pai Gilberto, à minha mãe Rosa e

ao meu amor Tony pela força,

encorajamento e paciência em todos os

momentos.

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5

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo descrever a grafologia na sua totalidade,

bem como focar o uso da técnica e seus benefícios para o departamento de

Recursos Humanos de uma empresa.

O estudo fundamenta-se na possibilidade da aplicação da grafologia

nos diversos segmentos de RH, onde o foco é a identificação das

características de comportamento e aptidões do indivíduo para o

desenvolvimento de tarefas no ambiente de trabalho.

A grafologia surge como mais uma ferramenta capaz de identificar perfis

desejados por empresas, uma vez que a competição mercadológica e a

globalização que tomou conta do mercado de trabalho faz com que

empreendedores queiram estar sempre à frente.

Aplicada principalmente para recrutar e selecionar, a grafologia vem

abrindo mais espaço no que diz respeito ao campo da avaliação profissional.

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METODOLOGIA

A metodologia aqui utilizada tem como objetivo apresentar aos leitores

deste trabalho uma visão generalizada sobre a grafologia e sua aplicabilidade

em Recursos Humanos.

Essa pesquisa de caráter exploratório busca diagnosticar a forma

como a grafologia pode auxiliar no processo de recrutamento e seleção de

pessoal.

A referência utilizada é a consulta a livros (bibliografia), matérias e

reportagens de jornais e revistas, artigos de internet e contato com

especialistas na área da grafologia.

A proposta dessa monografia é expor a técnica e despertar a

curiosidade dos leitores para essa ciência cheia de mistérios, mas que nada

tem a ver com misticismo, exoterismo ou adivinhação.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – A História 11

1.1 - Resumo histórico da grafologia e seus principais estudiosos 11

1.2 - O grafólogo 13

1.3 - Ferramentas do grafólogo 15

1.4 - Aplicação do teste grafológico 16

1.5 - O laudo grafológico 17

CAPÍTULO II – Aspectos Gerais 20

2.1 - Classificação dos gestos 20

2.2 - Margens 30

2.3 - O simbolismo do espaço 32

2.4 - Rubricas e Assinaturas 35

CAPÍTULO III – A Grafologia no RH 38

3.1 - O recrutamento por intermédio da grafologia 38

3.2 - Pontos fortes e fracos na aplicação da técnica 40

3.3 - A grafologia nos diversos segmentos de RH 41

3.4 - Outras utilizações da grafologia 43

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA 47

ÍNDICE 48

ANEXOS 50

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8

INTRODUÇÃO

Despertamos para o interesse sobre o tema a partir de uma palestra

realizada em 5 de maio de 2003 por Patrícia de Toledo Ferreira, psicóloga

formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ em 2002 e

grafóloga pela Graphos Assessoria e Treinamento Ltda. desde 2001. Segundo

ela, muitas pessoas se interessam pelo tema e pela possibilidade de se

identificar características de personalidade e comportamento na simples forma

de como cada indivíduo se expressa através da escrita.

Esta técnica, tão útil a diversos ramos do conhecimento, pode ser

utilizada também na área de Recursos Humanos, auxiliando nos processos de

seleção, recrutamento e promoção de pessoas. Ela beneficia a empresa na

contratação e descreve o candidato com uma simples (ou não tão simples)

análise, o que será demonstrado ao longo da monografia. Daí o interesse em

abordar o tema, pois poucas pessoas e empresas têm o conhecimento de

como a contratação pode se tornar mais segura com a utilização dessa

técnica.

Segundo Patrícia de Toledo: “Nem todos os traços da pessoa

aparecem na análise, mas todas as características que aparecem, são da

pessoa“.

XANDRÓ (1989) disserta sobre a razão da grafologia ser vista como

ciência:

“Ciência por que a Grafologia é um dos diversos

ramos que parte da psicologia experimental e descobre

nas particularidades da caligrafia pessoal e íntima as

equivalências mímicas que elas representam, e é

equiparável ao tom de voz, ao gesto ou ademane, ao

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9passo ou à fisionomia. Do mesmo modo que todas as

ciências mencionadas, investiga a alma humana, com seu

cortejo de vícios e virtudes, aptidões, etc.”. (p.21).

Milênios após a invenção da escrita, surge, como dito anteriormente, a

ciência que é capaz de desvendar as características de personalidade e

comportamento do indivíduo que a executa. Dá-se a essa ciência o nome de

Grafologia. Etimologicamente, essa palavra é formada pelos vocábulos gregos

“graphein” (escrever) ou “graphos” (escrita) e “logos” (tratado). (op.cit).

Da mesma forma que homem externa suas emoções través da

expressão corporal, com gestos, pode também expressá-las através da escrita,

projetando no papel não só emoções e sentimentos, mas um conjunto de

informações acerca de seu comportamento, personalidade, inteligência e

caráter.

CAMARGO (1999), diz que: “A Itália e a França são consideradas o

berço da grafologia e sua rota de propagação passa pela Alemanha, Suíça,

Espanha e, mais tarde, pelos Estados Unidos”. (p.16).

O primeiro livro sobre grafologia foi escrito em 1622, pelo médico

italiano e professor da Universidade de Bolonha Camillo Baldo (1555-1635) e

no Brasil, a primeira publicação foi em 1900 com o livro: “A Grafologia em

Medicina Legal” do médico baiano José A. Costa Pinto. Sua tese sobre o tema

foi aprovada com relevância na Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia.

(op.cit.).

O tema será tratado em 3 capítulos. O capítulo I se inicia com o

resumo histórico da grafologia onde a formação do profissional da área, as

ferramentas utilizadas na avaliação, aplicação e análise do teste grafológico

são abordados.

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10No capítulo II, aspectos gerais como os gestos (tamanho, forma,

direção, rapidez, pressão, inclinação, ligamentos e conjunto), a simbologia

espacial (rosa dos ventos e zonas gráficas e de motivação), margens e

rúbricas e assinaturas serão explorados.

E, finalmente, no capítulo III, a grafologia será apresentada como uma

poderosa técnica utilizada em Recursos Humanos para recrutar, selecionar,

contratar, treinar e avaliar pessoas. São discutidos seus pontos fortes e fracos

assim também como outros segmentos nos quais a grafologia atua

brilhantemente, auxiliando profissionais para que estes atinjam a excelência

nos resultados dos seus trabalhos.

Cabe ressaltar que, ao longo do estudo, a grafologia é citada algumas

vezes como técnica e outras vezes como ciência. Isso vai variar de acordo

com o autor que estará sendo referenciado na ocasião.

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CAPÍTULO I

A HISTÓRIA

Estudiosos do campo da grafologia têm a mesma opinião no que diz

respeito à evolução dessa técnica como ciência. MANDRUZATO (1997) diz

que: “Grafologia é o estudo da estrutura psicológica do ser humano através de

sua escrita. É uma ciência social e, assim como os outras, depende de

pesquisa e experimentação ʊ não de intuição ou magia”. (p.1). Outro autor

que disserta sobre esse conceito é CAMARGO (1999), dizendo que: “A

grafologia deve ser encarada como uma ciência que necessita de pesquisa

para sua evolução, pois trata-se de um método que visa auxiliar o

aperfeiçoamento do ser humano”. (p.14).

1.1 – Resumo histórico da grafologia e seus principais

estudiosos

Ainda a.C., a escrita já era exercitada, porém sem nenhum fundamento

científico. Dionísio (100 a.C.), Demétrio de Falério (309 a.C.), Aristóteles (384 –

322 a.C.) e o poeta Menandro enxergavam a escrita como um comando

natural do ser humano. (CAMARGO, 1999).

Camilo Baldo (1555 – 1635), médico italiano, foi o primeiro

responsável, em 1622, pela escrita de um livro sobre grafologia. (op. cit.).

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12Johann Gaspar Lavater (1710 – 1782), entre 1775 e 1778, expressou

em estudos certezas de que o caráter e personalidade do autor da escrita

poderiam ser descobertos através da análise de sua grafia. (op. cit.).

O padre francês Jean Hippolyte Michon (1806 – 1881), foi o

responsável, em 1875, por batizar de GRAFOLOGIA o estudo da

personalidade através das letras. Este se preocupou muito em dedicar-se a

esse estudo pois, até então, os interessados pelo tema guiavam-se somente

pela intuição. (MANDRUZATO, 1997).

Aluno de Michon, Jules Crépieux-Jamin (1858 – 1940) foi autor de

diversas abras sobre a grafologia. Aperfeiçoou o trabalho de Michon (que

analisava separadamente cada letra), fazendo com que a análise se baseasse

em conjuntos (classificação e interpretação dos gêneros, espécies e

movimentos gráficos). Achava que os sinais não podiam ser avaliados

isoladamente. Considerado o verdadeiro pai da grafologia moderna, sua

principal obra “O ABC da Grafologia” deve ser lida por todo aquele que deseja

se aprofundar no assunto. (GANDARELA, 2003).

Filósofo e psicólogo, o alemão dr. Ludwig Klages (1872 – 1956),

baseado nos ensinamentos de Michon e Jamin, criou sua própria escola e o

método Klages que liga a grafologia com a psicologia lançando, assim, bases

científicas. (CAMARGO, 1999).

Max Pulver (1890 – 1953), suíço, foi o responsável por introduzir a

psicanálise na grafologia. Pulver contribuiu para que o trabalho do grafólogo

fosse simplificado através de leis de interpretação. (op. cit.).

“Segundo Maurice de Jamin, ex-presidente da

Sociedade de Grafologia Francesa, Michon foi o iniciador,

Crépieux-Jamin o ordenador, Klages o introdutor de

novos horizontes psicológicos e, em Max Pulver, estão

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13reunidos seus três antecessores, pois possui a

inteligência de Michon, a construção sistemática de

Crépieux-Jamin e a sensibilidade simbólica de Klages”.

(GANDARELA, 2003, p.3).

Outros estudiosos da grafologia contribuíram muito para a evolução da

ciência. Dentre eles destaco Elizabeth Keochlin ou Saint-Morand, como é mais

conhecida, criadora do “gesto-tipo”, “Rosa dos Ventos” e “supervital e

sobrevital” que estuda a vitalidade da escrita e o italiano Girolano Moretti com a

Escola Morettiana e o Instituto Moretti, que cativa adeptos em todo o mundo.

(CAMARGO, 1999).

No Brasil, a ciência á difundida com amplitude no Rio de Janeiro, Belo

Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Recife, Porto Alegre e em São Paulo, cidade

que abriga a SOBRAG – Sociedade Brasileira de Grafologia, criada em 1979.

(GANDARELA, 2003).

1.2 – O grafólogo

Infelizmente, a formação de alguns grafólogos no Brasil é deficiente

por não existirem cursos regulamentados, o que impede a grafologia de ser

reconhecida oficialmente. O que vemos são cursos livres que dão aos

interessados conhecimentos básicos e avançados, mas nada oficial ou

reconhecido. Outros países como Alemanha, Espanha, Estados Unidos e

França possuem cursos de formação reconhecidos e módulos de grafologia

nos cursos de psiquiatria e psicologia. (CAMARGO, 1999).

Não é necessário ser psicólogo ou oriundo de qualquer outra classe

profissional para se nomear um grafólogo. Por isso, devido à falta de controle

do método e uso profissional da grafologia no Brasil, a preocupação é grande

no sentido de que as pessoas podem se utilizar de má fé, visando

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14exclusivamente o retorno financeiro nas suas avaliações. Vale lembrar que

estando qualificado a aplicar o teste grafológico, qualquer profissional pode

fazê-lo. (op. cit.).

Recomenda-se que, para realizar análises grafológicas, o interessado

possua, no mínimo, o 2º grau completo, conhecimentos em diversas áreas, e

que tenha participado de cursos de grafologia e sido supervisionado por

profissionais da área por, no mínimo, dois anos. Quando falo em cursos de

grafologia, refiro-me ao curso básico, avançado e cursos de formação que

estudam mais profundamente o tema e exigem monografias. Entre dois e cinco

anos, o profissional estará apto à realização de análises grafológicas

competentes. (op. cit.).

Ressalto alguns predicados que grafólogo deve ter e absorver ao

longo da execução da sua função: ética, compreensão, manter a

confidencialidade das informações, ser livre de qualquer tipo de preconceito,

utilizar uma linguagem clara na confecção de seus laudos, imparcialidade,

concentração na análise, equilíbrio no feedback (se tiver que fazê-lo), não

deixar que problemas pessoais interfiram na análise, atitudes positivas,

dosagem nos termos ao se referir aos pontos fracos do avaliado, respeitar a

privacidade do candidato, tratar as informações de maneira discreta, dentre

outros. Tendo sempre a consciência de que a grafologia objetiva

principalmente o aperfeiçoamento do ser humano. (op. cit.).

Conforme diz o item 8 do Código Europeu de Ética:

“O trabalho executado pelo grafólogo refere-se ao

ser humano e obriga-o a total respeito aos valores morais

e profissionais. O grafólogo deve sempre salvaguardar

sua independência, integridade e sentimento de

humanidade. Ele não deve ser influenciado por nenhum

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15preconceito referente ao sexo, raça, política, classe social

ou religião”. (MANDRUZATO, 1997, p.85).

1.3 – Ferramentas do grafólogo

Além do olhar atento, da experiência, da capacitação profissional, da

formação, da sensibilidade e da técnica do grafólogo no ato da avaliação do

documento, são utilizadas algumas ferramentas que fazem com que a análise

seja mais precisa e os sinais gráficos sejam melhor observados e identificados.

Segundo GANDARELA (2003), as ferramentas utilizadas são as seguintes:

A lupa é utilizada para aumentar os caracteres e facilitar a visão dos detalhes da escrita, que podem passar desapercebidos a olho nú.(GANDARELA, 2003).

A régua é utilizada para verificar o traço horizontal ou ondulado das

linhas e na medição das dimensões da escrita. (GANDARELA, 2003).

lupa [Do fr. loupe.]S. f. 1. Ópt. Lente simples, ou composta, empregada como

instrumento óptico de ampliação; microscópio simples.(FERREIRA, 1999).

régua[Do lat. regula, 'regra'; 'esquadro ou tala de madeira'.]S. f. 1. Peça longa, de madeira, metal, plástico, etc., de faces retangulares, superfície plana e arestas retilíneas, e que serve para traçar linhas retas. [Sin., p. us.: regra.]. (FERREIRA, 1999).

transferidor(ô). [De transferir + -dor.]S. m. 3. Instrumento circular ou semicircular, com o limbo dividido em graus, usado para medir ângulos. [Cf., nesta acepç., acuta.] . (FERREIRA, 1999).Fig. 3

Fig. 2

Fig. 1

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16O transferidor é utilizado para medir o ângulo de inclinação da escrita.

(GANDARELA, 2003).

O lápis capta, intuitivamente, o estado de ânimo do autor do

documento a ser avaliado no ato do repasse da escrita. (GANDARELA, 2003).

1.4 - Aplicação do teste grafológico

O primeiro passo para uma pessoa ser submetida a um teste

grafológico é saber ler e escrever, ser alfabetizada. A partir daí, qualquer

pessoa, de qualquer nível de escolaridade ou profissional pode ser avaliada.

(CAMARGO, 1999)

É muito simples aplicar um teste grafológico, partindo do princípio de

que quem aplica não precisa ser um especialista na área. (op. cit.).

O custo da aplicação do teste é baixo, pois o material utilizado é muito

simples: uma folha de papel sulfite tamanho A4 ou ofício sem pauta ou

margem e uma caneta esferográfica. Não é permitido o uso de lápis para a

realização do teste. (op. cit.).

Quanto ao local para realização do teste, este deve estar em boas

condições: iluminação adequada, cadeiras firmes e mesas de apoio com a

superfície lisa. (op. cit.).

Algumas orientações devem ser seguidas pelo avaliado, tais como:

lápis[Do it. lapis < lat. lapis, idis, 'pedra'.]S. m. 1. Estilete de grafita envolvido em madeira, cilíndrico ou oitavado, para escrever ou desenhar. (FERREIRA, 1999).

Fig. 4

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS … THOMAZ DA SILVA.pdf · 5 RESUMO Este trabalho tem por objetivo descrever a grafologia na sua totalidade, bem como focar o uso da técnica e seus

17 O texto deve ser escrito com letra manuscrita e ter em torno de 20

linhas; (FERNANDES, 2000).

Não deve ser passado a limpo; (VEJA, 2001).

O verso da folha não deve ser utilizado. Caso haja necessidade, o

avaliado deverá continuar em outra folha; (BISPO, 2003).

O texto não poderá ser uma cópia. Deverá ser uma criação espontânea;

(FERNANDES, 2000).

O avaliado deverá dissertar sobre um tema livre ou definido. Isso será

determinado pela empresa; (BISPO, 2003).

O tempo para a elaboração do teste é de mais ou menos, 10 a 20

minutos; (CAMARGO, 1999).

Pede-se que o autor assine, date e se tiver rubrica, faça ao final do

texto. (FERNANDES, 2000).

1.5 - O laudo grafológico

No ato da elaboração do laudo, é importante que o grafólogo leve em

consideração alguns fatores para que o resultado seja satisfatório e que

chegue às mãos do avaliador final numa linguagem pertinente ao seu

entendimento. (CAMARGO, 1999).

As características identificadas devem estar de acordo com o desejado

para cada objetivo específico. No caso de uma contratação, por exemplo, o

grafólogo deve ter o cuidado para não perder o foco da função pretendida pelo

candidato e solicitada pela empresa. (op. cit.).

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18Características irrelevantes para a avaliação do candidato devem ser

desprezadas. Portanto, para a elaboração de um bom laudo, o grafólogo deve

observar atentamente o documento e saber interpretar a escrita de maneira

condizente com o cargo solicitado. (op. cit.).

O vocabulário utilizado deve ser técnico e formal, porém de fácil

compreensão para quem vai ler o laudo. Muitas vezes é um leigo no assunto

que dá o “ok final” na contratação. (op. cit.).

Existem vários tipos de laudo que podem ser apresentados, salvo se a

empresa tiver um modelo escolhido previamente. Por esse motivo, é

importante que o grafólogo tenha conhecimento de diversos modelos de laudo

para que, caso a empresa tenha um modelo pré definido, ele saiba utilizá-lo.

(op. cit.).

Segundo CAMARGO (1999), podemos destacar algumas variações de

laudo grafológico:

Laudo descritivo – Construído por meio de palavras. Descrição do

escritor. É o modelo mais utilizado no Brasil.

Laudo pré-formatado – As informações devem ser marcadas numa

tabela de características já existente. Observações adicionais podem

ser feitas em todo o laudo.

Laudo gráfico – Após a realização do levantamento de dados, aplicam-

se valores a esses dados e monta-se o gráfico. As ferramentas do

programa Excel podem ajudar na sua elaboração.

No exemplo de laudo gráfico a seguir (fig.5), CAMARGO (1999),

menciona que “quanto mais para fora do centro, melhor a característica; neste

exemplo nota-se a atrofia do lado esquerdo”. (p.70).

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS … THOMAZ DA SILVA.pdf · 5 RESUMO Este trabalho tem por objetivo descrever a grafologia na sua totalidade, bem como focar o uso da técnica e seus

19Fig. 5

Fonte: A grafologia no Recrutamento e Seleção de Pessoal, CAMARGO, 1999, p.70.

Não existe um modelo de laudo grafológico mais correto, mas, sim, o

mais indicado para a necessidade de cada empresa. (CAMARGO, 1999).

É imprescindível que o grafólogo tenha muito cuidado no feedback

tanto para a empresa, quanto para o avaliado, caso este venha a ter

conhecimento da sua análise. As características mais importantes devem ser

mostradas antes das que o candidato apresenta maior “deficiência”. Entre

aspas para deixar claro que para algumas empresas, determinadas

características são vistas como defeitos e para outras, como grandes

qualidades. (op. cit.).

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20

CAPÍTULO II

ASPECTOS GERAIS

À medida que crescemos e amadurecemos, nossa escrita vai

modificando suas características assim como nós construímos nossa

personalidade e caráter. XANDRÓ (1989) afirma que: “Cada escrita não é

definida por uma única característica, já que ao mesmo tempo, ela pode ser

clara, redonda, rápida, inclinada, etc.”. (p.38).

2.1 – Classificação dos gestos

Segundo XANDRÓ (1989), podemos destacar oito grupos que,

divididos em subgrupos, podem classificar os tipos de escrita existentes. Cabe

ressaltar que somente uma característica não basta para que cada escrita seja

completamente identificada e analisada. Uma determinada escrita é rica em

características que somente sendo observada em seu todo pode determinar

resultados positivos e corretos. O quadro 1, apresentado a seguir, simplifica a

divisão dos gestos gráficos facilitando a interpretação do leitor.

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21Quadro 1

GRUPOS SUBGRUPOSCAMPO PSICOLÓGICO

TamanhoDilatada – Apertada – Grande – PequenaSobreerguida – Rebaixada – Crescente Uniforme – Decrescente – Espaçada Condensada

Grau de expansão, de confiança em si, real ou figurada, etc...

FormaRedonda – Angulosa – Em arcadas – Em grinaldas – Complicada – SimplificadaVulgar – Harmoniosa – Caligráfica Tipográfica – Estranha

Indica cultura indivi-dual, gostos, origi-nalidade de pensa-mento, loucura...

DireçãoAscendente – Descendente – RetaCôncava – Convexa – Imbricada ascendenteDescendente – Sinuosa

Estados anímicos, retidão, flexibilidade, atividade.

Rapidez Lenta – Pausada – Rápida – Precipitada Ardor, precipitação, lentidão.

Pressão Leve – Firme – Pesada – Deficiente Fusiforme – Relevo – Pastosa – Torcida

Firmeza, sensualida-de, enfermidade.

Inclinação Inclinada – Reta – Invertida – Inclinação irre-gular

Afeto, frieza, paixão.

LigamentosLigada – Desligada – Agrupada – Monótona Variada – Compensada – DesequilibradaRebuscada – Trêmula – Aberta – Fechada Recheada

Lógica, intuição, sin-ceridade, falsidade, extravagância, excitação

ConjuntoClara – ConfusaMargem e começos de linhas: Ordenados – DesordenadosMargem superior: Ampla – AusenteMargem esquerda: Regular – Ausente Alargando-se – Estreitando-se

A ordem, a pressão, a poupança e a dilapidação. O trato com os demais e a clareza ou confusão de pensamentos.

Fonte: Grafologia Elementar, XANDRÓ, 1989, p.39.

2.1.1 – Tamanho ou dimensão

Quando falamos em tamanho de escrita, toma-se como referência para

medida o corpo central da letra: “a”, “o”, “m”, “n”, etc. A seguir, veremos as

variações da escrita no que diz respeito ao tamanho:

A escrita normal, segundo XANDRÓ (1989), caracteriza-se da seguinte

forma:

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS … THOMAZ DA SILVA.pdf · 5 RESUMO Este trabalho tem por objetivo descrever a grafologia na sua totalidade, bem como focar o uso da técnica e seus

22“Entende-se por escrita normal ou dentro da norma a que

mede entre 2,5 e 3,5 mm no corpo médio das letras. Os

pés ou as cristas _ salientes para cima, no “d”, “l”, “t”, “h”,

etc., ou para baixo, no “q”, “j”, “g”, etc. _ hão de medir,

para serem normais em cada tamanho, de duas a três

vezes a medida do corpo médio. As maiúsculas serão de

três a quatro vezes o corpo médio. Entre as linhas haverá

uma separação entre os prolongamentos altos e baixos

por meio de um oval; à proporção que aumenta o

tamanho da escrita, são normais aproximações menores

sem se roçarem. Em escritas pequenas, pode aumentar

um pouco o espaço sem deixar de ser normal. Entre

palavra e palavra, a separação normal é de um a dois

ovais. A escrita normal carece de interpretação”. (p.40).

Na escrita grande, o corpo da escrita se apresenta maior do que 3,5

mm, e as maiúsculas ultrapassam 1,5 mm. A escrita pequena por sua vez,

apresenta seu corpo menor do que 2,5 mm, e as maiúsculas medem até 1 cm.

(op.cit.).

Caracteriza-se a escrita sobreerguida com relação à largura, que perde

proporcionalmente para a altura. Suas letras aparentam ser altas e “magras”.

(op.cit.).

Na escrita rebaixada, contrária à anterior, a altura perde

proporcionalmente para a largura. Suas letras aparentam ser baixas e

“gordas”, inclusive nas letras que possuem parte superior como “l”, “b”, “h”, etc.

(op.cit.).

XANDRÓ (1989) descreve a escrita crescente da seguinte maneira:

“As letras vão aumentando à medida que a palavra progride; as últimas letras

são maiores que as primeiras”. (p. 43). Já na escrita decrescente, sua

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23característica é contrária à afirmação anterior. Suas letras vão diminuindo à

medida que a palavra progride. As primeiras letras são maiores do que as

últimas.

A escrita uniforme, como o nome já diz, caracteriza-se pela sua

uniformidade, que prevalece do início ao fim da escrita. Já a escrita dilatada, é

larga e com letras “baixas”. Numa linha cabem poucas palavras. (op. cit.).

Na escrita apertada, as letras apresentam-se espremidas, apertadas,

juntas ou condensadas. Numa linha cabem muitas palavras por estarem muito

próximas. Já na escrita espaçada, existe um espaço grande entre uma linha e

outra. Na escrita condensada, ao contrário da anterior, o espaço entre uma

linha e outra é muito pequeno. (op. cit.).

2.1.2 – Forma

Através da forma da escrita já é possível observarmos algumas

características do escritor. O desenho das letras expressa a individualidade do

autor da escrita. (XANDRÓ, 1989).

Na escrita redonda, a letra se expressa arredondada em seu todo.

Partes iniciais, finais, altas e baixas. Já na escrita angulosa, segundo o autor:

“A letra ”M” maiúscula e minúscula forma ângulos vivos.

Elas vêm a ser como ordens cortantes ou movimentos

marciais, concisos, que correspondem a caracteres

enérgicos. O ângulo na escrita se forma por interrupções

e torna a começar, o que apenas se explica por certo

domínio despótico da vontade”. (p. 47).

A escrita em arcadas caracteriza-se pelas suas letras serem

apresentadas em forma de arcos. Já a escrita em grinaldas, letras como o “m”

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24e o “n” são apresentadas na forma da letra “u”. Elas são escritas como se

estivessem de “cabeça para baixo”. (op.cit.).

Na escrita complicada, as iniciais das palavras apresentam traços

grandes que se misturam entre as demais letras e fazem com que a escrita

fique confusa, embaralhada. Escrita de letras maiúsculas desenhadas. Porém

a escrita simplificada é feita sem nenhum esforço. Simplicidade aparente nas

maiúsculas e minúsculas. (op. cit).

É percebida na escrita vulgar, como o nome já diz, vulgaridade na

escrita de pessoas que não a dominam como uma atividade rotineira. Seus

traços apresentam-se obscenos, maculados. Já na escrita elegante ou distinta,

existe a elegância e graciosidade no desenho das suas letras. Harmonia do

conjunto da escrita e considerável relevo na maioria de suas apresentações.

XANDRÓ (1989) diz que “Nesse tipo de grafia costuma-se encontrar a letra ”a”

substituída pelo alfa grego”. (p.49).

A escrita caligráfica é aquela aprendida quando criança num molde

pré-definido pelo educador. Conhecida como “letra de professora”. A escrita

tipográfica é mais conhecida como letra de imprensa. É a escrita típica de leitor

assíduo. Já a escrita estranha apresenta-se extravagante, de difícil

entendimento. O desenho de suas letras é fora do normal. Esquisita. Confunde

a leitura. Chamativa de atenção. (op. cit.).

2.1.3 – Direção das linhas

Nas linhas ascendentes, a trajetória da linha sobe no decorrer da

escrita, enquanto que nas linhas descendentes, ao contrário da anterior, a

direção da linha descende. A trajetória da linha desce no decorrer da escrita.

(XANDRÓ, 1989)

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25Quando as linhas são retas, a sua direção é constante. Sua trajetória

não ascende nem descende. (op. cit).

XANDRÓ (1989) caracteriza as linhas côncavas da seguinte maneira:

“São as que primeiro descem mas em seguida sobem, dando a impressão de

uma corda frouxa presa pelas duas extremidades”. (p.53). Já as linhas

convexas têm a sua definição contrária à definição anterior.

Na linha imbricada ascendente, os finais de cada palavra formam um

tipo de escada ascendente. As sílabas finais se sobrepõem ao início da

próxima palavra. Já na linha imbricada descendente, ao contrário da anterior,

os finais de cada palavra formam um tipo de escada descendente. As sílabas

finais se sobpõem ao início da próxima palavra. E, finalmente, a escrita

sinuosa ora sobe, ora desce. Não segue um ponto fixo. Sua trajetória é

inconstante, instável. (op. cit.).

2.1.4 – Rapidez do traçado

Denomina-se, na teoria, rapidez do traçado, o tempo que o escritor

demora na execução da escrita. (XANDRÓ, 1989).

Caracteriza-se uma escrita lenta quando a forma do traçado é feita de

forma cautelosa e desenhada. O autor ressalta que escritas lentas não

alcançam 100 letras por minuto. (op. cit.).

Já a escrita pausada é a escrita executada sem pressa, cuidadosa,

limpa, porém consegue ultrapassar 100 letras por minuto, não chegando a 130.

(op. cit.).

A escrita rápida alcança 200 letras por minuto. Suas letras são

desenhadas de forma simples e sem perda de tempo com detalhes. Letras “l”,

“h” e “t” riscadas, pontos ligados e traço do “t” ligado à letra seguinte. (op. cit.).

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26Na escrita precipitada, a formação é feita por letras legíveis ao início e

ilegíveis ao final, com os finais das palavras em forma de riscas onduladas.

Segundo XANDRÓ (1989), o escritor consegue ultrapassar 200 letras por

minuto.

2.1.5 – Pressão

A pressão é caracterizada como um dos mais importantes gestos a se

estudar e pode ser melhor identificada com o auxílio da lupa (fig.1, p. 15,

cap.I). (XANDRÓ, 1989).

Na escrita leve, um quarto de milímetro mede a parte mais grossa do

traço. A espessura do traço não varia do início ao fim da palavra. Já na escrita

firme, meio milímetro é o que mede, aproximadamente, a espessura do traço.

Caracteriza-se pela harmonia do traçado e a firmeza do contorno. (op. cit.).

A escrita pesada tem o traço com medida de três quartos de milímetro,

aproximadamente. Em alguns casos, essa medida pode chegar a um

milímetro. (op. cit.).

Já no traçado frouxo ou deficiente, como o próprio nome diz, a escrita

apresenta falhas de continuidade do traço. Essas falhas ocorrem em diferentes

lugares no decorrer da escrita e na escrita fusiforme ou inchada, traços finos e

grossos intercalam entre si. Dá a impressão que a letra ora aparenta estar em

relevo e ora parece inchar-se. (op. cit.).

A escrita de relevo é caracterizada pelos relevos das letras serem

feitos propositalmente, ao contrário da anterior. Escrita de aparência limpa. Na

escrita pastosa ou entupida, por sua vez, nas letras ovais, como: “a”, “o”, “b”, o

entendimento fica prejudicado pois parecem estar entupidos pelo excesso de

preenchimento. E por fim na escrita torcida, o traço apresenta tremores e se

desvia da trajetória básica do desenho da letra, afirma XANDRÓ (1989).

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272.1.6 – Inclinação das letras

Da mesma forma que a lupa (fig.1, p. 15, cap.I) auxilia na detecção da

pressão, neste item a ferramenta utilizada é o transferidor (fig.3, p. 15, cap.I)

que serve para medir o ângulo de inclinação da escrita. (XANDRÓ, 1989).

A escrita inclinada caracteriza-se por apresentar letras inclinadas à

direita, mas sem excessos, mantendo o grau constante. Já na escrita reta,

XANDRÓ (1989) afirma que: “As partes superiores das letras minúsculas estão

perpendiculares à base, com ângulo de 90º”. (p.63).

Na escrita invertida, ao contrário da escrita inclinada, a inclinação

desta é levemente à esquerda. Mas para ser caracterizada nesta classe, o seu

grau de inversão deverá permanecer constante. E a escrita de inclinação

variável agrupa as três classes descritas anteriormente. O jeito de ser do

escritor será caracterizado de acordo com a classe que se apresentar com

maior freqüência. (op. cit.).

2.1.7 – Ligamentos

A escrita ligada é realizada de forma contínua sem que a caneta saia

do papel por nenhum instante. A lupa (fig.1, p. 15, cap.I) auxilia para a certeza

da continuidade. Já a escrita desligada é a escrita na qual as letras aparecem

separadas umas das outras. (XANDRÓ, 1989).

Na escrita agrupada, em uma única palavra, aparecem grupos de

letras e a escrita monótona, caracteriza-se pelos traços das letras serem

idênticos. As letras repetidas são exatamente iguais. (op. cit.).

A escrita variada é formada por letras com diferentes inclinações,

diferentes tamanhos, diferentes formas, porém sem perder a harmonia.

Escritas compensadas são aquelas que possuem letras “altas” e “baixas”, onde

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28as hastes superiores e inferiores têm a mesma medida e a escrita

desequilibrada muito tem a ver com a escrita variada, porém a incidência de

variações é muito maior e, por isso, desarmoniza a aparência da escrita. (op.

cit.).

A escrita rebuscada é feita com o intuito de chamar a atenção, com

cores de tintas e papéis fora do usual. Pode chegar a ponto de ficar ilegível,

tamanha a pretensão do escritor. Já a escrita trêmula caracteriza-se pelo traço

do escritor se expressar de forma trêmula, como se uma criança ou uma

pessoa com doença nervosa estivesse escrevendo. (op. cit.).

XANDRÓ (1989) caracteriza a escrita aberta da seguinte forma: “Deixa

abertas as letras “a” e “o” em sua parte superior. É interessante que a parte por

ser fechada seja a superior ou direita”. (p.68).

Na escrita fechada, suas letras apresentam-se inteiramente fechadas.

Ex.: letras “a” e “o” minúsculas e na escrita recheada, as letras que apresentam

ovais: “a”, “o”, “d” e “g” minúsculas são cortadas por um traço no meio das suas

ovais. Por isso aparentam estarem “recheadas”. (op. cit.).

2.1.8 – Aspecto de conjunto

Na escrita clara, a escrita é bem legível, com espaços entre palavras e

linhas proporcionais entre si, que não se tocam ou misturam. Porém a escrita

confusa, ao contrário da anterior, apresenta-se, na maioria das vezes, ilegível

por misturar os traços das palavras uns com os outros. (XANDRÓ, 1989).

Baseado no exposto anteriormente, é apresentado a seguir um quadro

que demonstra algumas características identificáveis a partir da análise do

texto exposto pelo escritor.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS … THOMAZ DA SILVA.pdf · 5 RESUMO Este trabalho tem por objetivo descrever a grafologia na sua totalidade, bem como focar o uso da técnica e seus

29Quadro 2

ALGUMAS DAS CARACTERÍSTICAS IDENTIFICÁVEIS

Adaptabilidade Agilidade Mental Agressividade Ambição Aproximação Metódica Astúcia Atenção a Detalhes Auto-afirmação Autoridade Calma sob Pressão Clareza de Julgamentos Comunicabilidade Concentração Confiabilidade Confiança Consciência Coragem Criatividade Curiosidade no Pensamento Decisão Deferência Desequilíbrio (Mental / Emocional) Desonestidade Diplomacia Discrição Egocentrismo Energia Estabilidade Evasividade Extroversão Flsidade Firmeza de Caráter Flexibilidade Habilidade Dar / Receber Ordens Habilidade de Liderança Harmonia Hipocrisia Idéias confusas

Imaginação Independência Inibição Inteligência Generalizante Inteligência Particularizante Introversão Juízo Crítico Lógica Maneira Complicada de Pensar Meticulosidade Modéstia Motivação Narcisismo Nervosismo Ordem Organização Orgulho Orientação para a Meta Originalidade de Idéias Passividade Pensamento Crítico Pensamento Dedutivo Pensamento Rápido Percepção Perseverança Praticabilidade Prioridades Morais Prudência Rapidez de Ação Receptividade Rigidez Sensibilidade Senso Comum Senso de Prioridade Teimosia Tenacidade Versatilidade de Idéias

Fonte: A grafologia e a empresa, MANDRUZATO, 1997, p.11.

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30

2.2 – Margens

FAISSAL (2002), define como margem o “espaço entre as bordas do

papel e os traços o grafismo”. (p.65).

Diferentes profissionais do ramo dão à margem mais ou menos

importância no ato da análise. O mais indicado é que estes profissionais

tomem a margem como mais um dado a ser avaliado. Tão importante quanto

os demais itens. (GANDARELA, 2003).

Ao começar a escrever, o indivíduo toma o papel como o seu mundo e

a sua escrita revela a maneira como ele se comporta diante desse mundo. O

relacionamento interpessoal se realiza de forma mais fácil quando a margem

direita é mais preenchida. Quando esta se mostra menos preenchida, expõe as

dificuldades nas iniciativas, projetos e ambições futuras. (MANDRUZATO,

1997).

Baseado nos estudos de XANDRÓ (1989) e GANDARELA (2003), a

figura 6 a seguir, demonstra, visualmente, a distribuição da escrita no papel e,

por conseqüência, as margens que serão dissertadas uma a uma mais

adiante.

Fig. 6

Fonte: Grafologia Elementar, XANDRÓ, 1989, p.71.

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31

Margens ordenadas: Início dos parágrafos e escritas com suas

extremidades sempre na mesma direção. (fig. 6A). Características

identificáveis: organização, praticidade, cortesia, educação, boa

administração do tempo.

Margens desordenadas: Margens esquerdas e direitas e parágrafos não

seguem uma direção definida. (fig. 6B). Características identificáveis:

má administração do tempo, desorganização e, em alguns casos mais

específicos, falta de atenção.

Margem superior dilatada: A escrita começa muito embaixo na folha,

(fig. 6C). Características identificáveis: introversão, dificuldade de

relacionamento, elegância, boa cultura.

Ausência de margem superior: A escrita começa muito na parte superior

da folha. (fig. 6D). Características identificáveis: agressividade, falta de

cultura, pessoa de fácil contato, naturalidade.

Margem esquerda regular: Segue a mesma distância entre borda e

início de linha do começo ao fim do texto. (fig. 6A). Características

identificáveis: desejo de ordem na vida, controle, auto domínio, rotina.

Ausência de margem esquerda: A escrita começa muito à esquerda da

folha não deixando nenhum espaço em branco. (fig. 6D). Características

identificáveis: tendência à reflexão, timidez, aproveitamento máximo do

tempo, dinheiro e jornada de trabalho.

Margem esquerda que se alarga: Como o enunciado anterior diz,

começa com pequena margem esquerda e termina com essa margem

muito dilatada. (fig. 6E). Características identificáveis: falta de controle

nos gastos, precipitação, ostentação, repressão da extroversão.

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32

Margem esquerda que se estreita: Descrição oposta à anterior. (fig. 6F).

Características identificáveis: senso de economia, cautela, controle,

falsa generosidade, prudência, costuma prometer e não cumprir.

2.3 – O simbolismo do espaço

Além das letras, a identificação das características do indivíduo pode

ser feita através do espaço que a escrita ocupa na folha de papel.

XANDRÓ (1989), baseando-se nas doutrinas de Max Pulver, diz que:

“O ato de escrever, que nas linguagens ocidentais

começa em cima e à esquerda, avançando para a direita,

representa ou simboliza no seu lado esquerdo o passado,

pois tudo o que fica à esquerda é o que já aconteceu,

enquanto o centro ou zona média é ocupada pelo

presente, pelo que está acontecendo, e o lado direito ou a

parte direita é o futuro, o que vai suceder.

Do mesmo modo, a parte alta ou superior da

página ou da letra simboliza o ideal, o espiritual, Deus, o

sublime. A inferior é o avanço para o instintivo e sensual,

para o positivo e materialista, para o abismo...”. (p.34).

As figuras 7 e 8 a seguir, demonstram, visualmente, a divisão das três

zonas gráficas: superior, média e inferior.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS … THOMAZ DA SILVA.pdf · 5 RESUMO Este trabalho tem por objetivo descrever a grafologia na sua totalidade, bem como focar o uso da técnica e seus

33Fig. 7 Fig. 8

Fontes: Fig. 7 - A grafologia no recrutamento e seleção de pessoal, CAMARGO, 1999, p.31.

Fig. 8 - A utilização da grafologia nos processos de seleção de pessoal, FAISSAL, 2002, p.22.

Também baseada nos estudos de Pulver, Saint-Morand, grafóloga

francesa, criou a Rosa dos Ventos (fig. 9). CAMARGO (1999), afirma que “o

esquema simplifica a vida do grafólogo, para onde se dirige o traço indica a

característica da personalidade de quem escreveu”. (p.29).

Fig. 9

ÁREA DO PENSAMENTO PUROEXALTAÇÃO

Intelectualidade, razão, consciente, idealismo, individualismo, imaginação, espiritualidade, misticismo, ambição,

poder, utopia, superioridade

ÁREA DA INTROVERSÃO REPRESSÃO

Intenção, reflexão, percepção, passado, defesa do ego,

egocentrismo, negação, figura da mãe, feminino, passivo, inibição,

pessimismo, desconfiança, insegurança

ÁREA DA EXTROVERSÃOEXPANSÃO

Iniciativa, decisão, futuro, dinâmica, dominação, instinto de luta,

combatividade, agressividade, segurança, otimismo, figura do pai,

masculino, ativo, confiança, altruísmo

ÁREA CORPORAL-BIOLÓGICAEXCITAÇÃO

Instinto, inconsciente, sexualidade, nutrição, interesses materiais e físicos,

trabalho, esportes, apego ao clã

Fonte: A utilização da grafologia nos processos de seleção de pessoal, FAISSAL, 2002, p.63.

As características encontradas nas cinco zonas gráficas ou de

motivação (fig. 10) apresentam uma relação com a pirâmide da Hierarquia das

Necessidades (fig. 11) criada por Abraham Maslow em 1943. Quanto mais

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34baixo o seu posicionamento na pirâmide, mais essas características se

demonstram ser de sobrevivência para o ser humano. (FAISSAL, 2002).

Fig. 10 Fig. 11

Fonte: Fig.10 - A grafologia no recrutamento e seleção de pessoal, CAMARGO, 1999, p.115.

FAISSAL (2002) faz um paralelo entre as zonas de motivação e a

pirâmide das necessidades conforme a seguir:

1. Necessidades fisiológicas (Zona de motivação 1): São as necessidades

de alimentação, de repouso, de abrigo, de sexo, etc.

2. Necessidades de segurança (Zona de motivação 2): É a busca da

proteção contra ameaças ou perigo, estabilidade financeira, etc.

3. Necessidades sociais (Zona de motivação 3): É a busca de aceitação e

reconhecimento por parte da sociedade, afeto, amor.

4. Necessidades de auto-estima (Zona de motivação 4): São as

necessidades relacionadas com a maneira pela qual o indivíduo se vê e

se avalia. Valorização, autoconfiança, desejo de status, etc.

5. Necessidades de auto-realização (Zona de motivação 5): Localiza-se no

topo da hierarquia. Necessidade do indivíduo superar seu próprio

potencial, auto-desenvolvimento contínuo.

Segundo CAMARGO (1999), conforme as necessidades forem sendo

atendidas, essas perdem o seu poder de motivação no indivíduo e ele passa a

aspirar o nível superior ao da necessidade satisfeita.

1

2

3

4

5

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35

2.4 – Rubricas e assinaturas

A assinatura e a rubrica caracterizam-se por revelar o íntimo do

escrevente enquanto que o texto revela a forma como esse escrevente se

comporta perante a sociedade. Deve-se salientar que a assinatura

isoladamente não traz significados satisfatórios e completos. Ela deve ser

avaliada sempre em conjunto com o texto. (GANDARELA, 2003,

MANDRUZATO, 1997 e XANDRÓ, 1989).

FAISSAL (2002) ressalta, ainda, que o texto é formado por gestos

inconscientes, enquanto que a assinatura ou rubrica, por gestos conscientes.

Segundo XANDRÓ (1989) e GANDARELA (2003), a importância da

análise da assinatura se deve a três características importantes nesse estudo:

a) A localização da assinatura na página:

Perto do texto: pessoa que faz amizade facilmente;

Afastada do texto: orgulho depreciativo, isolamento;

À esquerda do texto: introversão, timidez, pouca iniciativa;

À direita do texto: extroversão, pessoa decidida, com iniciativa;

No centro do texto: autocontrole, prudência razão, imparcialidade.

b) A comparação entre assinatura e texto:

Tamanho da letra maior que o texto: pessoa confiante em si, forte

auto-estima;

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36

Tamanho da letra menor que o texto: sentimento de inferioridade;

Direção da assinatura horizontal ao texto: auto-estima elevada e

segurança;

Direção da assinatura ascendente ao texto: desejo de superar

dificuldades e ambição pessoal;

Direção da assinatura descendente ao texto: depressão, abatimento,

inquietação;

Texto inclinado à esquerda e assinatura à direita: pessoa arredia;

Texto inclinado à direita e assinatura à esquerda: tenta se mostrar

mais reservado do que é;

Assinatura perpendicular e texto inclinado à direita: controle da

emotividade e desejo de intelectualidade;

Assinatura inclinada à direita e texto perpendicular: tenta se mostrar

emotivo, mas é frio o objetivo.

Assinatura com letra igual ao texto: pessoa honesta, autêntica e

confiante;

Assinatura com letra diferente do texto: desonestidade e

dissimulação.

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37c) A rubrica

A rubrica, assim como a assinatura, se submete a todas as leis de

interpretação as quais o texto se submete. A diferença entre a

rubrica e a assinatura é um traço acrescentado de forma arbitrária

após a descrição do nome e sobrenome. É nas formas e

localizações desse traço que se caracteriza a personalidade do

escrevente.

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38

CAPÍTULO III

A GRAFOLOGIA NO RH

A partir do final da década de 80 até os dias de hoje, a grafologia tem

sido utilizada cada vez com mais freqüência nos processos de seleção de

pessoal nas empresas, complementando outros testes projetivos utilizados.

(FAISSAL, 2002).

3.1 – O recrutamento por intermédio da grafologia

Embora seja uma poderosa técnica de recrutamento e seleção, a

grafologia não deve ser utilizada de forma isolada, tendo em vista que

centenas de outros testes podem servir de complemento para que a escolha

do profissional para a ocupação de determinado cargo seja feita de maneira

eficiente e eficaz. (CAMARGO, 1999)

CAMARGO (1999) cita um exemplo de como ocorre a seleção de

candidatos quando a central de seleção e a filial localizam-se em diferentes

Estados:

Primeiramente é colocado um anúncio para o preenchimento da vaga

no jornal de circulação da filial, solicitando que uma carta de próprio punho e

um currículo sejam encaminhados.

Após o recebimento da documentação, esta é enviada à central onde é

feita a triagem inicial (seleção) de 5 a 15 candidatos por cargo. Os currículos

devem ser muito bem selecionados. Um processo seletivo é bem executado

quando o currículo é relacionado com a análise grafológica.

Para recrutar, o profissional sai da central de seleção e vai à filial

realizar o processo somente com aquela quantidade de candidatos

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39selecionada anteriormente. Economiza-se assim tempo, custo com passagem,

hospedagem em hotéis e refeições.

Ao final do recrutamento, os processos rotineiros da empresa são

realizados, como a utilização de outros testes e entrevistas, e dois ou três

finalistas são levados ao responsável pelo setor solicitante do preenchimento

da vaga para a decisão final.

A grafologia não deve ser utilizada como a única técnica a ser aplicada

para recrutar e selecionar, assim como a decisão da contratação não deve

caber exclusivamente ao grafólogo. Este deve dar o suporte com instrumentos

confiáveis para que o chefe decida quem deve ser contratado. (op. cit.).

Cabe ressaltar que o grafólogo deve estar munido de todas as

ferramentas necessárias para que possa encaminhar ao chefe solicitante

profissionais que se enquadrem dentro do perfil do cargo solicitado. (op. cit.).

O esquema a seguir (fig.12) demonstra todas as fases pelas quais os

candidatos devem passar para que o processo seletivo seja bem executado:

Fig. 12

Fonte: A grafologia no recrutamento e seleção de pessoal, CAMARGO, 1999, p.55.

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40

3.2 – Pontos fortes e fracos na aplicação da técnica

Segundo CAMARGO (1999) e MANDRUZATO (1997), a grafologia

apresenta vantagens com relação a outros testes. Dentre muitos pontos fortes,

destacamos:

Empresas que realizam seus processos de seleção à distância, se

beneficiam do fato da grafologia não exigir a presença do avaliado;

Sua aplicação é rápida e simples por se tratar apenas de uma

redação;

O teste não é invasivo. A privacidade do avaliado é preservada por

ele estar dissertando sobre um assunto de seu conhecimento;

Várias fases e momentos da vida do candidato podem ser

identificados pela análise da grafia;

Adquire-se amplitude de informações;

Mesmo que o avaliado tenha conhecimento da técnica, não é

possível manipulá-la integralmente já que é extremamente difícil

controlar a forma da escrita ao longo de todo o processo;

Redução considerável da possibilidade de erro na análise pelo alto

grau de fidedignidade nas informações coletadas.

O quadro 3, apresentado a seguir, demonstra uma comparação entre a

grafologia e outros testes:

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41Quadro 3

QUADRO COMPARATIVO DOS TESTES

TESTES

FATORESWARTEGG HTP PALOGRÁFICO PMK

TESTE DAS

CORESGRAFOLOGIA

Material

necessário

folha impressa

para aplicação do

teste e lápis

folhas em branco

e lápis

folha em branco

com aplicação do

teste e lápis

folha em branco e

lápis

jogo de 8 cartões

com as cores

folhas em branco

e caneta

Local para

realização

do teste

sala com

carteiras e

cadeiras (grupo)

sala com

carteiras e

cadeiras (grupo)

sala com

carteiras e

cadeiras (grupo)

sala com mesa e

cadeiras e tábua

(individual)

sala com mesa

e cadeiras

(individual)

sala com

carteiras e

cadeiras (grupo)

Instruções fáceis fáceis fáceis não muito fáceis fáceis fáceis

Tempo de

aplicaçãode 20 a 30 min de 15 a 30 min 10 min 30 min 10 min de 10 a 20 min

Tempo para

confecção do

laudo

de 30 a 60 min de 30 a 60 min 20 min 2 a 3 h 30 min 30 min

Confiabilidade boa muito boa muito boa boa – muito boa boa excelente

Fonte: A grafologia no recrutamento e seleção de pessoal, CAMARGO, 1999, p.263.

O único ponto fraco, mas o mais grave de todos os problemas, que põe

à prova a seriedade da grafologia, é a formação e a experiência do grafólogo,

que, como abordado anteriormente, pode levar por água abaixo todos os

esforços que os profissionais sérios têm feito para que essa ciência se torne

confiável nas diversas áreas em que é utilizada. (CAMARGO, 1999).

3.3 – A grafologia nos diversos segmentos de RH

GANDARELA (2003) afirma que, segundo Vels, outro grande estudioso

da ciência, a grafologia é utilizada internacionalmente por empresas para

treinar e desenvolver pessoas, tendo em vista que a técnica auxilia na rápida

identificação da personalidade, atitudes e caráter.

CAMARGO (1999) vai mais longe. Afirma que, além de treinar e

desenvolver, o recrutamento e a seleção de pessoal, assim como as

admissões e promoções, também contam com a ajuda da grafologia.

MANDRUZATO (1997) comenta que na sua experiência em aplicação

de testes projetivos em empresas (como Roscharch, Palográfico e Wartteg

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42dentre outros), observou que, ao associar a grafologia a essas técnicas, obteve

não apenas a confirmação dos resultados dos testes aplicados como também

percebeu que a grafologia contribuiu para a ampliação das informações antes

coletadas.

A figura 13, apresentada a seguir, demonstra de uma forma mais

simplificada, as ramificações do RH nas quais a análise grafológica pode e

deve ser utilizada.

Fig. 13

Fonte: A grafologia e a empresa, MANDRUZATO, 1997, p.43.

Estamos vivendo em um mundo onde a globalização força os

empresários a investirem mais capital em seus negócios, abrindo assim novas

vagas de oportunidades para a contratação de mão-de-obra para suas

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43empresas. Baseada nesta necessidade, a cada dia essas empresas precisam

contar com técnicas e métodos cada vez mais confiáveis e eficazes para

realizar o preenchimento de suas vagas. É nesse contexto que a grafologia

entra dando a sua contribuição. (CAMARGO, 1999).

3.4 – Outras utilizações da grafologia

Segundo XANDRÓ (1989), não é possível listar todas a áreas de

utilização da grafologia, uma vez que para os seguidores dos estudos de

Michon, como ele, a grafologia pode ser empregada em qualquer área que

estude o conhecimento e descoberta do ser humano em sua totalidade de

personalidade e caráter.

CAMARGO (1999), assim como XANDRÓ (1989), comenta o uso da

grafologia na criminologia para detecção de falsificações. A Polícia Civil, os

bancos e as Forças Armadas possuem especialistas em grafotecnia nos seus

quadros.

A grafologia também é utilizada no âmbito familiar, orientando jovens e

crianças na parte da psicopedagogia e na parte matrimonial, sendo capaz de

identificar incompatibilidades no relacionamento de um casal. (MANDRUZATO,

1997).

A área médica conta com o método na pesquisa de doenças como

esquizofrenia, hipocondria, álcool, drogas e doenças degenerativas como

oncologia e AIDS. (CAMARGO, 1999 e MANDRUZATO, 1997).

Na pedagogia, a técnica atua como um orientador educacional e

profissional, identificador vocacional e de aptidão visando principalmente o

estudo em crianças e adolescentes. (CAMARGO, 1999 e XANDRÓ, 1989).

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44GANDARELA (2003) afirma, como encerramento, que a grafologia

auxilia a todos os profissionais que atuam, mesmo em diferentes segmentos,

mas com o mesmo objetivo: o estudo do comportamento humano.

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CONCLUSÃO

Como visto, a grafologia pode ser percebida como algo além de uma

simples forma de identificação da personalidade do ser humano. Ela pode ser

utilizada como a peça chave na definição do perfil pretendido pela empresa

para a ocupação de seus cargos, inclusive alguns da maior importância.

Empresas atualizadas no contexto do mercado de trabalho são

aquelas que sabem, de maneira inteligente, utilizar-se de todas as ferramentas

que os profissionais mais qualificados disponibilizam para que os seus

recrutamentos, seleções, contratações, treinamentos e desenvolvimento de

pessoal possam acontecer de forma segura e garantam um resultado

satisfatório e bem sucedido.

Grandes universidades no mundo reconhecem a grafologia e a

importância do seu estudo e desenvolvimento para que o comportamento

humano seja melhor compreendido.

“Pelo que aqui se expôs fica evidente que a

Grafologia pode ser utilizada como instrumento de

avaliação profissional nos processos de seleção de

pessoal, por apresentar-se como uma técnica capaz de,

por meio da observação sistemática dos traços gráficos,

revelar as características de personalidade que estão

relacionadas com um grande número de ocupações. Esta

capacidade lhe é conferida porque a execução do gesto

gráfico enquadra-se no conjunto de movimentos

automáticos, que embora inicialmente conscientes e

dependentes de aprendizado, após a conclusão desta

fase, sob condições normais, passam a ser coordenados

por uma atividade reflexa, livrando-se do controle

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46consciente que dá vez ao pensamento simultâneo,

responsável pela escrita espontânea executada com

movimentos inconscientes. O escrevente concentra sua

atenção no ‘que’ escreve, ficando livre a forma ‘como’ o

faz.”. (FAISSAL, 2002, p.95).

A verdade é que é praticamente impossível, quando escrevemos,

esconder o que realmente somos, nosso caráter e sentimentos. A

complexidade do ser humano faz com que praticamente nenhum método

consiga desvendar suas características mais íntimas, mas a grafologia está aí

para provar sua eficiência progredindo a cada dia.

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BIBLIOGRAFIA

BISPO, Patrícia. Os objetivos práticos da Grafologia.

www.rh.com.br/ler.php?cod=3486&org=3. Recife, 2003. (acesso em

14/10/2005).

CAMARGO, Paulo Sergio de. A grafologia no recrutamento e seleção de

pessoal. São Paulo: Ágora, 2ª edição, 1999.

FAISSAL, Reinaldo. A utilização da grafologia nos processos de seleção de

pessoal. Dissertação de Mestrado em Administração Pública e de Empresas,

Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro, 2002.

FERNANDES, Edilson. Avaliação Grafológica. www.grafologia-sp.com.br. São

Paulo, 2000. (acesso em 17/10/2005).

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio -Século XXI.

Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

GANDARELA, Eliane (instrutora). Curso básico em grafologia. Rio de Janeiro:

Megga Recursos Humanos Ltda., 2003.

MANDRUZATO, Maria Lucia. A grafologia e a empresa. Rio de Janeiro:

Qualitymark, 1997.

VEJA, Revista. Vale o que está escrito. Rio de Janeiro: Ed. Abril, Edição 1.725,

2001.

XANDRÓ, Mauricio. Grafología Elemental. Barcelona: Editorial Herder S/A.,

1989.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A HISTÓRIA 11

1.1 - Resumo histórico da grafologia e seus principais estudiosos 11

1.2 - O grafólogo 13

1.3 - Ferramentas do grafólogo 15

1.4 - Aplicação do teste grafológico 16

1.5 - O laudo grafológico 17

CAPÍTULO II

ASPECTOS GERAIS 20

2.1 - Classificação dos gestos 20

2.1.1 - Tamanho ou dimensão 21

2.1.2 - Forma 23

2.1.3 - Direção das linhas 24

2.1.4 - Rapidez do traçado 25

2.1.5 - Pressão 26

2.1.6 - Inclinação das letras 27

2.1.7 - Ligamentos 27

2.1.8 - Aspecto de conjunto 28

2.2 - Margens 30

2.3 - O simbolismo do espaço 32

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492.4 - Rubricas e assinaturas 35

CAPÍTULO III

A GRAFOLOGIA NO RH 38

3.1 - O recrutamento por intermédio da grafologia 38

3.2 - Pontos fortes e fracos na aplicação da técnica 40

3.3 - A grafologia nos diversos segmentos de RH 41

3.4 - Outras utilizações da grafologia 43

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA 47

ÍNDICE 48

ANEXOS 50

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

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ANEXOS

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ANEXOS

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: O estudo da grafologia e sua aplicabilidade na área

de recursos humanos

Autor: Michelle Thomaz da Silva

Data da entrega: 28 de janeiro de 2006

Avaliado por: Adélia Araújo Conceito: