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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNC I A DO FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENT A DE GERENCIA MENTO FINANCEIRO Por: Marcus Vinicius Mello Bezerra Orientador Prof. Ms. Marco A. Larosa Rio de Janeiro 2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA

DE GERENCIAMENTO FINANCEIRO

Por: Marcus Vinicius Mello Bezerra

Orientador

Prof. Ms. Marco A. Larosa

Rio de Janeiro

2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA

DE GERENCIAMENTO FINANCEIRO

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Finanças.

Por: . Marcus Vinicius Mello Bezerra

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos mestres, que me ajudaram ao longo desse curso a acumular conhecimentos que me seguirão ao longo de minha vida, e também aos companheiros de classe que nas horas difíceis muitas vezes me ajudaram.

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha mãe que com muito amor e carinho está sempre ao meu lado, e também ao meu pai que sempre me incentivou ao estudo e que infelizmente hoje não faz parte deste mundo.

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RESUMO

O tema do presente trabalho, parte da importância do Fluxo de Caixa como

instrumento de gerenciamento financeiro, e a escolha da periodicidade correta

para o mesmo, sendo formalizado através de um Sistema de ERP (Software)

adequado, onde o qual busque todas as informações diretamente do sistema da

empresa para compor os dados de forma correta, evidenciando-se como ponto

relevante na tomada de decisões. Propõe-se para contribuir para a gestão das

empresas, oferecendo uma ferramenta de controle financeiro. O modelo adaptado

de Fluxo de Caixa permite uma visualização antecipada das necessidades ou

sobras de caixa no curto prazo que, permitindo simulações, auxilia o gestor a

planejar seu negócio. Ao final, o estudo da ao gestor uma visão macro das

atividades da organização, projetando as entradas e saídas de caixa, bem como

todo o conjunto de decisões que afetam direta ou indiretamente sua saúde

financeira. Permite estimar as operações a serem realizadas pela empresa,

facilitando a análise e decisão de comprometer recursos financeiros, de selecionar

o uso das linhas de crédito menos onerosas, de determinar o quanto à

organização dispõe de capital próprio, bem como utilizar as disponibilidades da

melhor forma.

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METODOLOGIA

As técnicas de pesquisa que serão utilizadas serão as seguintes:

a) Quanto aos procedimentos: classifica-se como Pesquisa bibliográfica, pois o

objetivo é a geração de conhecimentos para possibilitar a elaboração de um fluxo

de caixa para ser utilizado nas tomadas de decisões.

b) Quanto à abordagem do problema: Caracteriza-se como Pesquisa Qualitativa

pois buscará a tradução e análise de dados para a geração do fluxo de caixa com

dados corretos, para a tomada de decisão.

c) Quanto aos seus objetivos, o trabalho pode ser classificado como Pesquisa

Exploratória. Realizando a busca de dados para sua elaboração em diversos

meios, envolvendo também as pesquisas bibliográficas, que proporcionará maior

conhecimento e familiaridade do tema em questão.

A pesquisa bibliográfica será elaborada através da consulta a vários títulos

de variados autores, buscando assim bom embasamento teórico para a pesquisa.

Buscando idéias e linhas de pensamento diversificado, para enriquecer e melhor

embasar a pesquisa.

A pesquisa exploratória consistirá no aprofundamento de conceitos

preliminares sobre a área financeira, contemplando sobre maiores informações do

assunto a ser investigado, orientação e fixação dos objetivos e sobre a formulação

das suas hipóteses.

A pesquisa qualitativa descreverá a complexidade de determinado

problema, analisando e interpretando suas variáveis. Ressalta-se também o

entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos, concebendo

análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado.

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SUMÁRIO:

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A importância da contabilidade

para o administrador 10

CAPÍTULO II – Administração Financeira 13

CAPÍTULO III – Fluxo de Caixa 16

CAPÍTULO IV – Tipos de Fluxo de Caixa 25

CAPÍTULO V – Abrangência e Vantagens do Fluxo de Caixa 30

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 39

ÍNDICE 40

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INTRODUÇÃO

As empresas defrontam-se constantemente com problemas financeiros,

algumas com excessos de recursos financeiros, e outras com déficit, precisando

captar recursos de terceiros. o que se observa dentro deste contexto, é que os

problemas financeiros podem ser oriundos das limitações das informações para a

tomada de decisão, exigindo informes de gestão capaz de acompanhar e fornecer

subsídios necessários para atender a esta finalidade.

A economia brasileira passa por uma fase de estabilidade, a sobrevivência

de uma empresa depende muito do grau de acerto em suas demonstrações

financeiras, sendo assim é imprescindível ter o controle dos recursos a receber e a

pagar, e suas disponibilidades bem aplicadas, ter um controle de seu capital de

giro, pois os custos financeiros podem abalar e absorver valores significativos da

receita operacional.

O fluxo de caixa é indispensável para um administrador financeiro planejar,

organizar, e controlar os recursos financeiros de uma empresa, para um período

pré-estabelecido. Deve-se também administrar todo o ativo, a sua liquidez e sua

rentabilidade, para ter disponibilidades suficientes para liquidar suas obrigações

contraídas, efetuando cobranças do contas a receber, dimensionando estoques

para o andamento do ciclo operacional da empresa, não tendo elevados excessos

tanto em reservas no caixa como nos estoques, pois isto leva ao desperdício, a

custos desnecessários com possíveis captações de capital de giro.

O Fluxo de Caixa constitui ferramenta de fundamental importância para a

boa administração e avaliação das organizações. A sua adoção possibilita uma

boa gestão dos recursos financeiros, evitando situações de insolvência ou falta de

liquidez que representam sérias ameaças à continuidade das empresas.

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9 Balanço retrata uma situação da entidade em uma determinada data, por

sua conotação estática representa uma fotografia da empresa naquele momento

estático. A Demonstração de Resultado do Exercício já apresenta uma

característica mais dinâmica, porém ainda não oferece as informações relativas

apenas às receitas e despesas incorridas.

A boa utilização da ferramenta fluxo de caixa também possibilita o

conhecimento do grau de independência financeira da empresa, com base na

avaliação do seu potencial para geração de recursos no futuro para saldar seus

compromissos e para pagar a remuneração dos seus empreendedores.

Tomar decisões baseadas no fluxo de caixa, certamente haverá uma

tomada de decisão com mais acertos, do que se baseando em demonstrações

financeiras da contabilidade, baseados em dados já ocorridos e apresentados de

forma estática.

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CAPíTULO I

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA O

ADMINISTRADOR

Com o surgimento de novas tecnologias, torna-se cada vez mais evidente a

necessidade de geração de informações confiáveis para a tomada de decisão. A

evolução das economias, a globalização acirrando, cada vez mais concorrência, o

surgimento de novas oportunidades de negócios, aliados à necessidade de

respostas rápidas e se possível antecipadas às perguntas dos usuários, faz com

que as empresas necessitem de sistemas de gestão empresarial que auxiliem no

processo decisório, gerando informações rápidas e precisas que sirvam como

base para tomada de decisões.

Aliado a esse processo decisório, está a informação contábil, como

instrumento fundamental para tomada de decisões, pois sem uma informação

detalhada e precisa, torna-se difícil tomar decisões racionais. A contabilidade

como sistema de informações, além de gerar informações rápidas e precisas

explica os fenômenos patrimoniais e fornecem a seus usuários informações

econômico-financeiras, de resultados e de produtividade relativos à empresa, bem

como faz projeções para exercícios futuros.

O sistema contábil é o principal e o mais confiável sistema de informações

de uma empresa. A contabilidade possui em sua estrutura elementos

fundamentais para se tornar o sistema de informação mais importante dentro de

uma organização.

Nas organizações, a qualidade das decisões depende da qualidade da

informação nas quais estas se baseiam. As informações contábeis dão suporte

aos processos táticos e estratégicos de uma organização, auxiliando e

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11coordenando as decisões de planejamento e execução das metas traçadas pela

empresa.

Sabendo utilizar de maneira correta essa informação contábil o

administrador tem a oportunidade de gerir melhor os seus negócios, competindo

melhor no mercado que atua, conseqüentemente melhorando os resultados e

garantindo a continuidade dos negócios da empresa.

A contabilidade mensura e relata informações financeiras, bem como outros

diversos tipos de informações que ajudam os gestores a tomarem as melhores

decisões e atingirem suas metas contribuindo paro o seu melhor desempenho e o

da empresa. A mesma também serve de instrumento para atender a legislação

fiscal, mediante planejamento tributário, que permite acompanhar os impostos

gerados pela empresa e sua evolução dentro das operações e resultados da

empresa.

A contabilidade concede além de dados históricos apurados com base nos

registros contábeis, informações sobre a economia de um modo geral, como a

política governamental, expectativa dos clientes, dos fornecedores, parceiros,

situação do mercado. Tais dados propiciam uma visão clara da necessidade de

mudanças para competir num mercado cada vez mais exigente.

O sistema contábil possibilita o administrador de conhecer todas as

informações que compõem a movimentação de uma empresa, desde a

negociação da compra de mercadorias ou matérias-primas até a elaboração do

produto final para a venda, passando por todos os centros de custo na área de

produção e por todos os setores componentes na área administrativa. Na

produção, com a Contabilidade de Custos, o administrador tem condições de

diminuir os gastos despendidos pela empresa e assim aumentar a lucratividade

através de uma nova composição no preço do bem. Na administração, com a

Contabilidade Gerencial, detém as informações das aplicações que

proporcionarão ganhos para a empresa.

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12As ferramentas contábeis são muito importantes para ajudar o

administrador no processo de decisão e gestão. É preciso que um bom gestor

conheça muito bem cada uma delas e saiba utilizar no momento exato para que

se tenha êxito.

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CAPíTULO II

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

A administração financeira de uma empresa, como todos os departamentos

empresariais existentes, é exercida por pessoas ou grupos de pessoas que podem

ter diferentes denominações, como: vice-presidente de finanças, diretor financeiro

e gerente financeiro.

O administrador financeiro contribui consideravelmente com os

conhecimentos técnicos que conduzem de forma harmônica as atividades e

operações que existem em função do negócio da empresa, pois sua tarefa mais

importante é criar valor nas atividades de investimento, financiamento e gestão de

liquidez da empresa, uma vez que o fluxo de caixa não deve ser enfocado como

uma preocupação exclusiva da área financeira. Mais efetivamente, deve haver

comprometimento de todos os setores empresariais com os resultados líquidos de

caixa. Assim vê-se qual a importância da função do administrador financeiro de

uma empresa, que identifica os valores para a elaboração do Fluxo de Caixa,

advindos muitos das demonstrações financeiras da contabilidade, que devem ser

trabalhadas e analisadas para daí compor a nova demonstração que é o Fluxo de

Caixa.

2.1- Demonstrações Financeiras:

Para uma perfeita administração, deve-se ter conhecimento das diversas

demonstrações financeiras existentes, que são fonte de dados para compor o

Fluxo de Caixa, o que vem de encontro com as palavras de Gitman (1997, p.66)

”É fundamental entender as demonstrações financeiras para administrar um

negócio e saber como ele opera. As demonstrações financeiras fornecem uma

rápida visão intuitiva da situação da empresa, um ponto de partida para análises

posteriores”.

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14Têm-se quatro demonstrações financeiras básicas, o Balanço Patrimonial,

demonstra a posição da empresa de forma estática em data especifica,

confrontando os ativos e os passivos, a DRE (Demonstração do Resultado do

Exercício) que demonstra um resumo financeiro de um período especifico, a

DOAR (Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos) com esta

demonstração verifica-se a correlação entre os recursos obtidos e suas

aplicações, e DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa).

2.2- Balanço Patrimonial:

Elaborado pelo Contador da empresa, e conforme Gitman (2002, p. 72), “O

Balanço Patrimonial representa a demonstração resumida da posição financeira

da empresa em determinada data", o que quer dizer se são dados estáticos e se

deterioram rapidamente e como complementa Padoveze (2000, p. 62), “já nasce

inútil".

O Balanço Patrimonial, apresenta uma posição da empresa através de dois

lados que o formam, de um lado os Ativos e de outro os Passivos, sendo que no

lado do Passivo ainda encontramos o Patrimônio Líquido. Onde o Ativo é

composto pelos bens e direitos da empresa, o Passivo pelas obrigações da

empresa e o Patrimônio Líquido pelos direitos dos sócios e acionistas.

2.3- Demonstração de Resultado do Exercício:

A DRE (Demonstração de Resultado do Exercício) demonstra o andamento

de um período específico, como um ano por exemplo. Como o Balanço

Patrimonial a DRE também é estática pois ela demonstra o resultado do que foi

efetuado durante um determinado período.

Segundo Ross (2002), “a demonstração de resultado é elaborada por

diversas seções, sendo a operacional, onde apresenta as receitas e despesas

inerentes às operações principais da empresa, a seção não operacional onde se

inclui todos os custos de financiamentos, tais como despesas de juros, uma outra

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15seção ainda indica como item separado os impostos lançados contra o lucro, e por

o último o Lucro Líquido”.

2.4- Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos:

Este demonstrativo complementa o anteriormente visto (DRE) das

movimentações ocorridas em um período, sendo que o Balanço Patrimonial traz

as informações resumidas e acumuladas dos investimentos efetuados e recursos

obtidos não demonstrando as origens e aplicações dos mesmos.

“Com este relatório, ficará claro se houve boa correlação entre os tipos de

recursos obtidos e suas aplicações. Exemplificando, se a empresa aportou

substanciais recursos de longo prazo durante o exercício, deveríamos ter

aplicações similares nos ativos permanentes” Complementa Padoveze (2000 p.

68).

De forma que no ativo temos as aplicações dos recursos e no passivo as

origens destes recursos, a DOAR demonstra a variação entre eles em certo

período.

Todas essas demonstrações que vimos neste capítulo mostram a posição

da empresa de forma estática em um determinado período passado. Nos próximos

capítulos detalharemos todo o fluxo de caixa, demonstrando a sua dinâmica.

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CAPíTULO III

FLUXO DE CAIXA

Denomina-se fluxo de caixa de uma empresa ao conjunto de ingressos e

desembolsos de numerário ao longo de um período determinado. O fluxo de caixa

consiste na representação dinâmica da situação financeira de uma empresa,

considerando todas as fontes de recursos e todas as aplicações em itens do ativo.

O fluxo de caixa representa o movimento de numerário diário da empresa,

em função dos ingressos e dos desembolsos de caixa. Deve-se ratificar que o

disponível é um dos principais subgrupos do balanço patrimonial, pois informa o

montante de recursos existentes na empresa, em determinado período.

Quando a empresa pretende honrar uma obrigação com terceiros, ela

precisa saber, se na data do vencimento terá o dinheiro disponível para saldar o

compromisso. Nestes termos, o centro de interesse estará voltado para o

disponível, ou seja, os saldos de caixa, bancos e aplicações financeiras da

empresa. Assim, a projeção do fluxo de caixa depende de vários fatores como o

tipo de atividade econômica, o porte da empresa, o processo de produção e/ou

comercialização se é continuo ou não, etc. Deve-se considerar, também, as fontes

de caixa que podem ser internas e/ou externas.

Os ingressos decorrentes de fontes internas podem ser originados por

vendas à vista, cobrança das vendas a prazo, vendas de itens do ativo

permanente, enquanto as fontes externas são identificadas como provenientes de

fornecedores, instituições financeiras e governo. Acresce-se, ainda, que os

ingressos de caixa ocorrem a intervalos regulares, embora algumas empresas

podem receber maior parte dos recursos provenientes de sua atividade

econômica, no inicio de cada mês ou em determinado período do ano, quando se

tratar de vendas sazonais por questão de moda, safra ou estação.

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17Entretanto, determinadas empresas, como as de construção civil ou naval,

podem receber suas receitas em intervalos bem maiores, em conseqüência de

contratos firmados e a duração do empreendimento. Independente do modo e do

período de recebimento, a expectativa da empresa é que uma parcela deste

retorno ao caixa, proveniente das vendas, deva representar lucros. Enquanto

esses lucros não forem distribuídos aos proprietários, constituem uma forma de

redução de financiamentos externos, pois ao invés de retirarem os lucros e

posteriormente reinvesti-los na empresa, os acionistas apenas fizeram que os

membros lá permanecessem.

Ainda, quanto às principais fontes externas de aporte de recursos

financeiros que uma empresa possa dispor, consistem na emissão de novas

ações pela mesma e na captação de empréstimos junto às instituições de credito

existentes. Por outro lado, a empresa apresenta desembolsos de caixa que podem

ser classificados como regulares, periódicos e irregulares. Os desembolsos

regulares de caixa são aqueles que ocorrem por pagamentos de salários (folha de

pagamento), fornecedores, despesas administrativas e de vendas.

Cumpre destacar que, para obter-se um estoque regular de matérias-

primas, há necessidade de compra, no período certo, para que o processo

produtivo seja eficaz. Estas passam, por sua vez, a produtos em processamento,

que, juntamente com a mão-de-obra empregada e demais despesas indiretas de

fabricação, transformam-se em produtos prontos. Isso, obviamente, pode sofrer

alterações de acordo com o ramo de atividade e o tamanho da empresa, mas

mesmo assim irá representar uma saída regular de caixa.

Os desembolsos periódicos de caixa correspondem aos pagamentos de

juros a terceiros por operações financeiras, dividendos aos acionistas, retiradas

feitas pelos proprietários, despesas tributárias, amortizações de dividas por

empréstimos ou financiamentos e resgates de outros títulos da empresa.

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18Quanto aos desembolsos irregulares, poderão ser por aquisição de itens do

ativo imobilizado e outras despesas não esperadas pela empresa. Toda empresa

apresenta um fluxo continuo de entradas e saídas de recursos financeiros. Este

fluxo de caixa será mais ou menos intenso de aportes monetários, dependendo

dos elementos descritos e das características de cada empresa.

3.1- A importância do Fluxo de Caixa:

É de suma importância o Fluxo de Caixa em uma empresa, pois é através

dele que o administrador financeiro, vê antecipadamente a necessidade de

recursos para honrar seus compromissos em seus respectivos vencimentos ou

seus excessos de disponibilidade para a escolha da melhor forma de aplicação.

Outra função importante é que pelas informações demonstradas no Fluxo

de Caixa, pode-se evitar a programação de desembolsos desnecessários em

períodos de baixo ou nenhum ingresso, ou seja programar os desembolsos

conforme o grau de sua importância. Neste sentido contribui Zdanowicz (2000, p.

33), “Com base nos registros dos recebimentos e pagamentos de caixa, a

empresa poderá programar as suas necessidades financeiras, bem como aplicar

os possíveis excedentes de forma segura e rentável. O fluxo de caixa é o

instrumento que permite demonstrar as operações financeiras que serão

realizadas pela empresa, facilitando a analise e decisão, de comprometer os

recursos financeiros, de selecionar o uso das linhas de crédito menos onerosas,

de determinar o quanto à organização dispõe de capitais próprios, bem como

utilizar as disponibilidades da melhor forma possível.”

Deduz-se assim que o Fluxo de Caixa é de vital importância para a continuidade

da empresa .

3.2- A periodicidade do Fluxo de Caixa:

A periodicidade para a elaboração do Fluxo de Caixa varia muito com o

tamanho e o ramo de atividade da empresa, empresas com atividades de grandes

oscilações tem a tendência de optarem por períodos curtos, já as que têm uma

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19atividade mais estável preferem períodos longos, como escreve, Frezatti, (1991, p.

10), “Discutir horizonte implica na definição do período pelo qual a empresa se

preocupa e mobiliza para obter resultados de caixa. Pode fazê-lo para 30 dias, 90,

360, enfim, o horizonte que trouxer beneficio ao processo decisório da empresa. O

critério para se definir horizonte não é o critério de”gosto", pelo simples fato de

querer tê-lo. O critério correto consiste em usar o horizonte que tenha utilidade em

termos de decisão para a empresa”.

Assim deduz-se que a periodicidade de um Fluxo de Caixa deve ser a que

melhor se adapte a empresa em questão, e não algo pré-definido.

3.3- Planejamento do Fluxo de Caixa:

Um Fluxo de Caixa deve ser bem planejado, para trazer as informações

úteis, práticas e seguras, pois o mesmo é um instrumento de grande importância

nas tomadas de decisões pelos administradores da empresa. Como afirma,

Zdanowicz (2000, p. 125),”O processo de planejamento do fluxo de caixa da

empresa consiste em implantar uma estrutura de informações útil, prática e

econômica. A proposta é dispor de um mecanismo seguro para estimar os futuros

ingressos e desembolsos de caixa na empresa...., o fluxo de caixa é um dos

instrumentos mais eficientes de planejamento e controle financeiros, o qual poderá

ser elaborado de diferentes maneiras, conforme as necessidades ou

conveniências de cada empresa, a fim de permitir que se visualize os futuros

ingressos de recursos e os respectivos desembolsos”.

O administrador financeiro deve fazer o seu planejamento focando-se a

redução de custos e ganhos financeiros para a empresa, como por exemplo, caso

um fornecedor lhe conceda um desconto atrativo para o pagamento de um titulo

antecipadamente, mesmo não tendo outro interesse, mas já o ganho deste

desconto lhe traga um bom retorno financeiro, o mesmo deve ser aproveitado.

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20Como é de conhecimento, enumeras empresas tem fracassado em sua

continuidade, por uma falta de planejamento e controle financeiro, não se pode

afirmar que todos estes fracassos foram devido ao planejamento financeiro, mas

com certeza a grande maioria.

Auxiliando descreve Zdanowicz (2001, p.91),”será fundamental para a

empresa estabelecer um equilíbrio financeiro entre as receitas e os custos

projetados, no sentido de estimar, antecipadamente, o saldo necessário entre

entradas e saídas financeiras, evitando assim possíveis embaraços na hora de

cumprir os futuros compromissos da empresa".

Em conseqüência destes fatos, é imprescindível se manter um nível

aceitável de planejamento, manter um saldo de caixa para honrar seus

compromissos assumidos, e caso tiver um período de falta de caixa, através do

planejamento pode-se antecipar as fontes de recursos menos onerosas a

empresa.

Grande parte das informações necessárias para um planejamento

financeiro já está na empresa, apenas devem ser trabalhadas e transformadas em

Fluxo de Caixa, é lógico que para isto deve-se esta coordenação a um bom

administrador financeiro.

É imprescindível considerar na elaboração do Fluxo de Caixa, as oscilações

de mercado, que possam vir a afetar as projeções efetuadas, pelo qual deverão

ser observados os índices econômicos que influem em tais projeções.

Deve-se também buscar informações em outras áreas e departamentos da

empresa, que possam ajudar a compor corretamente o Fluxo de Caixa.

Segundo Zdanowicz (2000),“para que a empresa alcance os seus objetivos

financeiros, faz-se necessários seguir alguns requisitos”:

Buscando sempre ao Lucro, dentro dos padrões da empresa.

Assegurar a conta caixa,um valor mínimo desejável.

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21 Estipular saldos mínimos, baseados em um histórico com a possibilidade de

eventuais correções.

Obter a maior rentabilidade nas aplicações financeiras oriundas dos

excessos”.

3.4- Demonstração do fluxo de caixa:

Para ter-se uma perfeita analise das informações contidas no Fluxo de

Caixa, as mesmas devem apresentar uma estrutura detalhada que se faça

facilmente entendida pelo administrador e decidir corretamente.

Basicamente, conforme Gitman (1997), a demonstração do Fluxo de Caixa

deve ser dividida em três segmentos, sendo:

Fluxos Operacionais

Fluxos de Investimentos

Fluxos de Financiamento

Os Fluxos Operacionais são formados pelos gastos relativos a produção,

distribuição e comercialização dos produtos ou serviços oferecidos, deve conter

entre seus dados as entradas de cobrança das vendas efetuadas e as saídas

oriundas da produção, administração e comercialização dos produtos ou serviços,

como), fornecedores, logística, fretes, etc.

Os Fluxos de Investimentos baseiam-se na aquisição ou venda de

imobilizados que serão utilizados no parque fabril da empresa, quando é contraído

ou concedido um empréstimo, recebimentos de juros de aplicações financeiras,

etc. Já os Fluxos de Financiamento são a balança dos demais Fluxos, caso tenha

sobras os recursos serão aplicados , e no caso de falta , tem a possibilidade do

resgate de aplicações ou investimentos, ou até a captação de recursos junto a

terceiros.

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22A demonstração do Fluxo de Caixa pode ser assim dividida em

Demonstração Fluxo de Caixa Modelo Direto, e a Demonstração de Fluxo de

Caixa pelo Método Indireto, que serão demonstradas a seguir,

3.4.1- Fluxo de Caixa Método Direto:

Este método representa todas as entradas e saídas que efetivamente

ocorreram para a variação da conta disponível em certo período, originadas de

atividades como recebimento por vendas efetuadas, pagamentos a fornecedores,

salários pagos aos funcionários, entre outros, como contribui Marion (2003, p. 431)

”O fluxo de caixa pelo método direto é também denominado Fluxo de caixa no

sentido Restrito. Muitos se referem a ele como o "verdadeiro Fluxo de caixa",

porque... nele são demonstrados todos os recebimentos e pagamentos que

efetivamente concorreram para a variação das disponibilidades no período”.

O método direto exige um maior esforço na elaboração do mesmo, pois se

deve detalhar os fluxos das operações, iniciando-se pelos recebimento de vendas,

ao em vez do lucro líquido, como é no método indireto, em seguida efetua-se os

demais lançamentos de recebimentos como alugueis, arrendamentos, juros ,

dividendos, etc, e depois os de pagamentos como fornecedores, funcionários,

juros pagos, impostos, etc. Como se pode observar este método tem um grande

número de informações, sendo assim melhor aos usuários internos e externos.

3.4.2- Fluxo de Caixa Método Indireto:

O método indireto ou método de sentido amplo como já dizia, Marion

(2003, p 431) ”O fluxo obtido sob essa concepção é denominado Fluxo de Caixa

pelo Método Indireto ou Fluxo de Caixa no Sentido Amplo. Isso se explica pela

analise dos fundamentos de sua elaboração. É estruturado por meio de um

procedimento semelhante ao da Doar podendo mesmo ser considerado como uma

ampliação da mesma”.

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23Este método inicia-se pelo Lucro Líquido, excluindo-se as transações que

foram caixa no passado ou que não são circulantes que não alteraram a conta

disponível, como depreciações, amortização, ganhos ou perdas em vendas de

imobilizado, etc. Este método é muito aceito pelos profissionais que elaboram o

Fluxo de Caixa que também elaboram a Doar, por já estarem habituados à

mesma, todavia os órgãos normatizadores das praticas contábeis, recomendam a

utilização do Método direto, pela facilidade de compreensão do mesmo pelos seus

usuários.

3.5- Objetivos do fluxo de caixa:

O principal objetivo do fluxo de caixa é dar uma visão das atividades

desenvolvidas, bem como as operações financeiras que são realizadas

diariamente, no grupo do ativo circulante, dentro das disponibilidades, e que

representam o grau de liquidez da empresa.

Os mais importantes objetivos do fluxo de caixa são:

a) facilitar a análise e o cálculo na seleção das linhas de crédito a serem

obtidas junto às instituições financeiras;

b) programar os ingressos e os desembolsos de caixa, de forma criteriosa,

permitindo determinar o período em que deverá ocorrer carência de recursos e o

montante, havendo tempo suficiente para as medidas necessárias;

c) permitir o planejamento dos desembolsos de acordo com as

disponibilidades de caixa, evitando-se o acúmulo de compromissos vultosos em

época de pouco encaixe.

d) Determinar quanto de recursos próprios à empresa dispõe em dado

período, e aplicá-los de forma mais rentável possível, bem como analisar os

recursos de terceiros que satisfaçam as necessidades da empresa;

e) Proporcionar o intercambio dos diversos departamentos da empresa com a

área financeira;

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24f) Desenvolver o uso eficiente e racional do disponível;

g) Financiar as necessidades sazonais ou cíclicas da empresa;

h) Providenciar recursos para atender aos projetos de implantação, expansão,

modernização ou relocalização industrial e/ou comercial;

i) Fixar o nível de caixa, em termos de capital de giro;

j) Auxiliar na análise dos valores a receber e estoques, para que se possa

julgar a conveniência em aplicar nesses itens ou não;

k) Verificar a possibilidade de aplicar possíveis excedentes de caixa;

l) Estudar um programa saudável de empréstimos e financiamentos;

m) Projetar um plano efetivo de resgate de débitos;

n) Analisar a conveniência de serem comprometidos os recursos pela

empresa;

o) Participar e integrar todas as atividades da empresa, facilitando assim os

controles financeiros.

Um dos principais motivos do fluxo de caixa é otimizar a aplicação de

recursos próprios e de terceiros nas atividades mais rentáveis pela empresa.

Numa conjuntura econômica como a brasileira, nenhuma empresa pode-se

dar ao luxo de deixar seus recursos ociosos.

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25

CAPíTULO IV

TIPOS DE FLUXO DE CAIXA:

A elaboração do Fluxo de Caixa, deverá ser feita através de análises e

trabalhos das demonstrações citadas anteriormente, visto que conforme citado as

mesmas são de forma estática com resultados de um período geralmente de um

ano, e já o Fluxo de Caixa tem a função de mostrar o andamento financeiro da

empresa e variados períodos a escolher. Para a elaboração do Fluxo de Caixa, a

pessoa mais indicada é o administrador financeiro, que vive o dia-a-dia da

empresa, com o qual contribui Padoveze (2000, P. 72),"Raramente vemos o fluxo

de caixa ser elaborado pelo setor de contabilidade. É considerado, inclusive peça-

chave na administração financeira."

4.1- Fluxo de Caixa Realizado ou Histórico:

O Fluxo de Caixa Realizado ou Histórico coloca-se como instrumento

complementar às demais demonstrações contábeis,como coloca Padoveze (2000,

p.72),"Fluxo de caixa versus origens e aplicações de recursos são demonstrativos

complementares. Concordamos que o fluxo de caixa é mais fácil de ser assimilado

pelos usuários não muito afeitos a técnica contábil", sendo assim o mesmo

estabelecendo o rastreamento da atividade passada, com a possibilidade de sanar

pontos críticos no desempenho financeiro da empresa, sua análise permite avaliar

a forma de como vinham sendo aplicados os recursos da empresa visando um

crescimento da mesma.

4.2- Fluxo de Caixa Descontado:

Segundo www.analise financeira.com.br, “uma vez constituídos os fluxos de

caixa da empresa / projeto, pode-se avaliar seu valor atual através da metodologia

do Fluxo de Caixa Descontado, que consiste em trazer a valor presente, os fluxos

futuros a uma taxa de desconto (%) tecnicamente definida”.

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26Conforme Znadowicz (2000 p.294),"Uma forma prática de analisar as

alternativas de investimento de uma empresa, é através do fluxo de caixa

descontado, também denominado de fluxo de caixa liquido". O fluxo de caixa

descontado pode ser chamado de fluxo de caixa líquido, pois apresenta a real

disponibilidade ou necessidade de captação de recursos, podendo assim o

administrador financeiro, analisar e decidir antecipadamente sobre os fluxos de

investimentos e políticas de prazos, antes deles acontecerem.

Em seguida tem-se uma pequena demonstração do fluxo de caixa descontado.

Exemplo.

ITENS MÊS 01 MÊS 02 MÊS 03

(+) Ingressos 600,00 650,00 750,00

(-) Desembolsos 500,00 600,00 820,00

FLUXO DE CAIXA

DESCONTADO

100,00 50,00 -70,00

Saldo Inicial de Caixa – SIC 50,00 60,00 70,00

Saldo Final de Caixa – SFC 150,00 110,00 0,00

Nível desejado de caixa

projetado –NDC

60,00 70,00 80,00

Empréstimo ou aplicações no

mercado financeiro

-90,00 -40,00 80,00

Fonte : Zdanowicz (2000, p. 295)

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27Observando-se o fluxo de caixa descontado acima, observa-se que os

ingressos de recursos são diminuídos dos desembolsos para formarem o fluxo de

caixa descontado, adicionando-se o saldo inicial, para que se obtenha o saldo final

de caixa do período .É importante observar que neste método existe o nível de

caixa desejado para indicar o quanto de empréstimos ou aplicações deverão ou

poderão ser feitos respectivamente.

4.3- Fluxo de Caixa Projetado:

Já o Fluxo de Caixa Projetado, antecipa desembolsos futuros, prevendo

períodos críticos que poderão ser tratados antecipadamente, ou situações de

excesso com ingressos futuros, que podem ser analisados previamente, para

direcioná-los da melhor forma possível,o que condiz com Berti (1999, p.38) "O

fluxo de caixa fornece informações de quais são os dias de estrangulamento ou de

excedentes de recursos, possibilitando uma melhor administração do fluxo

financeiro", porém como a maioria dos dados futuros é projetada, estes não estão

isentos de possíveis oscilações, devido à observação do principio da prudência na

ocasião de sua elaboração.

Pode-se observar que o Fluxo de Caixa Histórico limita-se a dados do

passado e já no Fluxo de Caixa Projetado prevê-se o futuro, nesta visão, prevendo

o futuro, possibilita a uma melhor adaptação e agilidade de situações que estão

por vir, mas sempre tomando por base fatos históricos.

4.4- O Fluxo de Caixa a Longo Prazo:

O Fluxo de Caixa a longo prazo dispensa muitos detalhes, pois sua função

é demonstrar apenas as situações significativas, para se traçar planos de ação a

serem tomados pela alta direção da empresa. Este tipo de Fluxo de Caixa, deve

indicar a época em que os recursos serão insuficientes para honrar

compromissos, para que o administrador financeiro, possa planejar e buscar

caminhos para saldar os mesmos.

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28O que condiz com as palavras de Zdanowicz (2000, p.129),”Tem por

objetivo demonstrar a possibilidade de serem geradas as disponibilidades de

caixa, ou obtidos os recursos financeiros necessários à manutenção das

atividades planejadas para um dado período. Deverão indicar as épocas em que

as disponibilidades poderão ser insuficientes”.

Normalmente, o Fluxo de Caixa a longo prazo, é planejado de dois a cinco

anos, incluindo os projetos de expansão, modernização, recolocação ou novas

instalações da empresa.

O motivo pelo qual se projeta um Fluxo de Caixa a longo prazo, vem da

importância do controle de possíveis necessidades de caixa, e conforme

Zdanowicz (2000 ) “a prática de buscar recursos depois de ter surgido à

necessidade, denota a falta de planejamento e controle financeiros da empresa”.

4.5- O Fluxo de Caixa a Curto Prazo:

O Fluxo de Caixa de curto prazo, segundo Zdanowiz (2000), “pode ser

diário, semanal ou mensal, é utilizado onde existem grandes oscilações, para

assim ter-se um acompanhamento mais próximo e evitar surpresas, ainda se a

empresa pratica investimentos de forma intensiva, o curto prazo da demonstração

do Fluxo de Caixa, é muito importante”. Deve-se ater que esta demonstração,

parte de um Fluxo de longo prazo, alterando-se para período mensal

posteriormente em semanal e por fim em diário, para assim a empresa ter em

mãos um poderoso instrumento de planejamento e controle financeiro para a

tomada de decisões, como contribui, Zdanowicz (2000, p.128), ”É importante a

empresa trabalhar com um planejamento mínimo para três meses. O fluxo de

caixa mensal deverá, posteriormente, transformar-se em semanal e este em

diário. O modelo diário fornece a posição dos recursos em função dos ingressos e

desembolsos de caixa, constituindo-se em poderoso instrumento de planejamento

e controle financeiros para a empresa”.

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29Nestes termos, o Fluxo de Caixa a Curto Prazo, para atingir seus objetivos,

também deve partir de um prazo mais alongado para compreender todas as suas

estimativas.

Enfim, podemos concluir que toda empresa necessita efetivamente de um

fluxo de caixa bem elaborado para facilitar o processo de decisão e gestão, cabe a

cada gestor decidir qual o tipo de fluxo de caixa que melhor se adequa a realidade

da sua empresa

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30

CAPÍTULO V

ABRANGÊNCIA E VANTAGENS DO FLUXO DE CAIXA:

Foi comentado que o fluxo de caixa descreve as diversas movimentações

financeiras da empresa em determinado período de tempo, e sua administração

tem por objetivo preservar uma liquidez imediata essencial à manutenção das

atividades da empresa.

Por não incorporar explicitamente um retorno operacional, seu saldo deve

ser o mais baixo possível, o suficiente para cobrir as várias necessidades

associadas aos fluxos de recebimentos e pagamentos.

Deve-se ter em conta que saldos mais reduzidos de caixa podem provocar,

entre outras conseqüências, perdas de descontos financeiros vantajosos pela

incapacidade de efetuar compras a vista junto aos fornecedores.

Por outro lado, posições de mais elevada liquidez imediata, ao mesmo

tempo que promovem segurança financeira para a empresa, apuram maior custo

de oportunidade.

Em essência, este é o dilema risco e rentabilidade presente nas finanças

das empresas.

Ao apurar o saldo líquido destes fluxos monetários, o instrumento do fluxo

de caixa permite que se estabeleçam prognósticos com relação a eventuais

sobras ou faltas de recursos, em função do nível de caixa desejado pela empresa.

O fluxo de caixa não deve ser enfocado como uma preocupação exclusiva

da área financeira. Mais efetivamente, deve haver comprometimento de todos os

setores empresariais com os resultados líquidos de caixa, destacando-se:

a área de produção, ao promover alterações nos prazos de fabricação dos

produtos, determina novas alterações nas necessidades de caixa. De forma

idêntica, os custos de produção têm importantes reflexos sobre o caixa;

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31 as decisões de compras devem ser tomadas de maneira ajustada com a

existência de saldos disponíveis de caixa. Em outras palavras, deve haver

preocupação com relação à sincronização dos fluxos de caixa, avaliando-se os

prazos concedidos para pagamento das compras com aqueles estabelecidos para

recebimento das vendas;

políticas de cobrança mais ágeis e eficientes, ao permitirem colocar

recursos financeiros mais rapidamente à disposição da empresa, constituem-se

em importante reforço de caixa;

a área de vendas, junto com a meta de crescimento da atividade comercial,

deve manter um controle mais próximo sobre os prazos concedidos e hábitos de

pagamentos dos clientes, de maneira a não pressionar negativa-mente o fluxo de

caixa. Em outras palavras, é recomendado que toda decisão envolvendo vendas

deve ser tomada somente após uma prévia avaliação de suas implicações sobre

os resultados de caixa (exemplos: prazo de cobrança, despesas com publicidade

e propaganda etc.);

a área financeira deve avaliar criteriosamente o perfil de seu

endividamento, de forma que os desembolsos necessários ocorram

concomitantemente à geração de caixa da empresa.

Uma adequada administração dos fluxos de caixa pressupõe a obtenção de

resultados positivos para a empresa, devendo ser focalizada como um segmento

lucrativo para seus negócios.

A melhor capacidade de geração de recursos de caixa promove, entre

outros benefícios à empresa, menor necessidade de financiamento dos

investimentos em giro, reduzindo seus custos financeiros.

Dessa forma, o objetivo fundamental para o gerenciamento dos fluxos de

caixa é atribuir maior rapidez às entradas de caixa em relação aos desembolsos

ou, da mesma forma, otimizar a compatibilização entre a posição financeira da

empresa e suas obrigações correntes.

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32Temos conhecimento que a extensão do ciclo operacional é o fator

determinante das necessidades de recursos do ativo circulante; ele é administrado

através de:

negociações com fornecedores e outros credores visando alongar os

prazos de pagamento;

medidas mais eficientes de valores a receber, sem prejuízo de vendas

futuras, objetivando reduzir o volume de clientes em atraso e inadimplentes;

decisões tomadas na área com intuito de diminuir os estoques e

incrementar seu giro;

concessão de descontos financeiros, sempre que economicamente

justificados, na expectativa de redução dos prazos de recebimentos das vendas

etc.

Os sistemas de cobrança, por seu lado, devem ser avaliados com base em

sua facilidade de pagamento e rapidez de emissão e entrega das

faturas/duplicatas aos clientes.

A agilidade do sistema revela-se mais indispensável, ainda, no caso de

clientes que pagam somente em determinado(s) dia(s) do mês, ou que

apresentam um processo lento de pagamento.

De maneira ampla, o fluxo de caixa é um processo pelo qual uma empresa

gera e aplica seus recursos de caixa determinados pelas várias atividades

desenvolvidas.

Neste enfoque, ainda, o fluxo de caixa focaliza a empresa como um todo,

tratando das mais diversas entradas e saídas (movimentações financeiras) de

caixa refletidas por seus negócios.

O entendimento do fluxo de caixa pode dar-se também dentro de um

sentido mais restrito, definido por fluxo de caixa proveniente das operações. Este

fluxo é formado de maneira progressiva, determinado como um resultado

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33monetário, no sentido de realização de caixa, proveniente das operações

realizadas pela empresa. Em outras palavras, são os recursos gerados por suas

próprias operações em determinado período.

O fluxo de caixa proveniente das operações é apurado, na hipótese de

realização financeira plena de todas as operações, pela soma do lucro líquido

(após o Imposto de Renda e antes dos dividendos e participações) com os custos

e despesas caracteristicamente não desembolsáveis, ou seja, aqueles que

afetaram o resultado do período, mas não consumiram efetivamente recursos

(depreciação, apropriação de encargos financeiros por competência etc.) nesse

mesmo período.

Deste resultado, ainda, devem ser subtraídas as receitas consideradas na

apuração do lucro, mas que não envolveram efetivamente ingressos de recursos,

tais como receita de equivalência patrimonial, juros ativos apropriados

contabilmente etc.

Em certas condições, a forma mais rápida de se apurar o fluxo de caixa

proveniente das operações a partir do demonstrativo de resultados de um período

é somar ao lucro líquido aquelas despesas classificadas como não

desembolsáveis e subtrair as receitas tidas como não realizadas financeiramente.

Não obstante sua simplicidade, o método de cálculo exposto constitui-se

numa medida aproximada do fluxo de caixa proveniente das operações. Em

determinadas situações, a demonstração de resultados, conforme

convencionalmente elaborada pela contabilidade, já não revela claramente os

elementos que afetaram o lucro líquido sem consumir recursos de caixa. Por outro

lado, a elaboração do fluxo de caixa decorrente das operações implica também a

hipótese discutida de realização plena, em termos de caixa, de todos os itens que

participaram da formação do lucro.

O aumento da competitividade cobra maior eficiência na gestão dos

recursos empresariais, ao mesmo tempo em que exige bens e serviços a preços

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34menores e com melhor qualidade. Não há mais espaços para o empirismo

administrativo. O que se observa, é que problemas financeiros podem surgir,

oriundos das limitações das informações para a tomada de decisão. A gestão

empresarial necessita de ferramenta, capaz de acompanhar e fornecer subsídios

necessários para esta finalidade, que possibilite identificar as necessidades ou

sobras de caixa na busca de um equilíbrio financeiro no curto prazo, médio prazo

e longo prazo.

O objeto principal da contabilidade é o de prover seus usuários com

demonstrações e análises de naturezas econômicas, financeiras, com relação à

entidade objeto da contabilização.

O Balanço retrata uma situação da entidade em uma determinada data, por

sua conotação estática representa uma fotografia da empresa naquele momento

estático. A Demonstração de Resultado do Exercício já apresenta uma

característica mais dinâmica, porém ainda não oferece as informações relativas

apenas às receitas e despesas incorridas.

Sabe-se que as demonstrações contábeis por si só não representam

informações compatíveis para tornar eficiente a complexa gestão empresarial,

com isso se faz necessário à utilização de demonstrativos simplificados e de maior

compreensão, exigindo-se a utilização de vários métodos, meios e recursos que

transcendem às fronteiras geográficas, faz-se necessário padronização e

simplificação dos demonstrativos.

No entendimento de Assaf Neto (1997), “a Demonstração de Fluxo de

Caixa é de fácil compreensão para todos os interessados. Dá condições para a

tomada de decisões com relação aos recursos, tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atração de

investimentos e também para a obtenção de financiamentos, tanto no presente

como para o futuro”.

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A gestão dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa. Uma das funções do Fluxo de Caixa é o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos, com o

objetivo de administrar tais recursos com melhor operacionalização.

A DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata, dentro do regime

de caixa, mostrando a modificação ocorrida no saído de disponibilidades da

empresa durante determinado período por meio dos fluxos de recebimento e

pagamento. Com a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), o entendimento do

fluxo financeiro das empresas ficou mais explicitado.

O fluxo de caixa demonstra como serão pagos os compromissos, como

será gerado o caixa, quais as políticas financeiras serão adotadas pela empresa,

enfim como planejar e administrar as fontes e necessidades de caixa.

A obtenção de resultados líquidos positivos de caixa deve envolver toda a

organização e não somente a tesouraria da empresa. Envolve todos os setores da

empresa no sentido de maximizar produtividade, receitas operacionais e não-

operacionais, políticas de cobrança, prazos de pagamentos, compras planejadas,

negociações favoráveis, e por outro lado, minimizar custos, despesas

administrativas, comerciais e financeiras, prazos de apronto de bens ou serviços,

prazos de recebimento de clientes e de giro de estoques etc.

Para Zdanowicz (1998), “o fluxo de caixa tem por objetivo fundamental

levantar todas as necessidades da organização, para que possa cumprir com

todas as obrigações nos prazos certos, alcançando resultados positivos

considerando os desembolsos necessários para o seu funcionamento”.

Um dos propósitos da Demonstração do Fluxo de Caixa é prover

informações sobre os recebimentos e pagamentos de caixa de uma organização,

durante o período, e o outro é de prover informações aproximadas das atividades

operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento durante

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36determinado período. Prova disso é que através da apuração do fluxo de caixa

pelo método indireto, faz-se o cruzamento entre o lucro líquido com o fluxo de

caixa operacional líquido.

A prática da gestão pelo caixa tende a desenvolver a cultura do

planejamento e controle financeiro por parte dos gestores. Concomitante, estimula

o administrador a gerenciar o caixa da empresa com os recursos próprios,

evitando assim o uso de capital oneroso. Também permite, com as informações

do caixa, tomar as decisões gerenciais com segurança.

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CONCLUSÃO

O fluxo de caixa é o instrumento essencial para a administração do

disponível e sucesso da empresa, em termos de planejamento e de controle

financeiro. É o instrumento mais preciso e útil para levantamentos financeiros a

curto e longo prazos. A empresa que mantém continuamente o seu fluxo de caixa

atualizado, poderá dimensionar com mais facilidade o volume de ingressos e de

desembolsos dos recursos financeiros, assim como fixar o seu nível desejado de

caixa para o período seguinte.

As médias e grandes empresas, com uma situação financeira bem

estruturada,é usual utilizarem dois fluxos de caixa, um em condições reais de

recebimentos e pagamentos e outro projetado para hipóteses razoavelmente

pessimistas.

Uma empresa, antevendo um excedente de caixa, poderá planejar seus

investimentos de forma segura, ao passo que outra, estimando uma escassez de

caixa poderá projetar as possíveis fontes de financiamento para suprir a sua

necessidade futura de caixa.

O fluxo de caixa permite ao administrador financeiro ter uma visão clara da

época em que ocorrerão os ingressos e os desembolsos de caixa, através da

projeção das entradas e das saídas, decorrentes da atividade operacional da

empresa para o período desejado.

A vida da empresa não pode ser uma aventura expondo-se aos

acontecimentos futuros incertos, sem um mínimo de planejamento e de controle

financeiros. É preciso, além de projetar, agir com habilidade no sentido de

neutralizar ou minimizar as situações desfavoráveis à empresa.

Não basta a empresa projetar o fluxo de caixa, mas é preciso que o

administrador financeiro busque e determine as medidas necessárias para o

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38estabelecimento ou restabelecimento do nível desejado de caixa. O administrador

financeiro deverá sempre considerar as circunstâncias ou as modificações nas

políticas que possam provocar aumento ou redução do nível de recursos no caixa.

Conclui-se que, dificuldades poderão ocorrer na empresa, em função do

seu nível de caixa, desde que estas não sejam permanentes. Caso isto ocorra,

poderá ocasionar graves problemas financeiros para saldar seus compromissos

em dia, e quando esta prática tornar-se rotina levará fatalmente a empresa à

concordata e/ou falência. Sendo assim, o fluxo de caixa se torna uma importante

ferramenta de gestão para todas as empresas.

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BIBLIOGRAFIA

BERTI, Anélio – Analise do capital de giro: Teoria e Pratica. São Paulo: Ícone,

1999.

FREZATTI, F. – Gestão do fluxo de caixa diário. São Paulo: Atlas, 1991.

GITMAN, J.L. – Princípios de Administração financeira. 7ª ed. São Paulo: Harba

ltda, 1997.

MARION, Jose Carlos – Contabilidade Empresarial. 10ª ed. São Paulo: Atlas,

2003.

PADOVEZE, Clóvis Luis – Contabilidade Gerencial, um enfoque em sistema de

informação contábil. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2000.

ROSS, Stephen A. – Administração Financeira, tradução: Antonio Zoratto

Sanvicente. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

ZDANOWICZ, Jose Eduardo – Fluxo de Caixa: uma decisão de planejamento e

controle financeiro. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2000.

ANALISE FINANCEIRA - Portal de interesse em finanças e risco – endereço:

http://www.analisefinanceira.com.br/analses/nt.htm

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40

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – A Importância da contabilidade para o administrador 10

CAPÍTULO II – Administração Financeira 13

2.1 – Demonstrações Financeiras 13

2.2 – Balanço Patrimonial 14

2.3 – Demonstrações de Resultado do Exercício 14

2.4 – Demonstrativo das Origens e Aplicações

de Recursos 15

CAPÍTULO III – Fluxo de Caixa 16

3.1 – A Importância do Fluxo de Caixa 18

3.2 – A Periodicidade do Fluxo de Caixa 18

3.3 – Planejamento do Fluxo de Caixa 19

3.4 – Demonstração do Fluxo de Caixa 21

3.4.1 – Fluxo de Caixa Método Direto 22

3.4.2 – Fluxo de Caixa Método Indireto 22

3.5 – Objetivos do Fluxo de Caixa 23

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CAPÍTULO IV – Tipos de Fluxo de Caixa 25

4.1 – Fluxo de Caixa Realizado ou Histórico 25

4.2 – Fluxo de Caixa Descontado 25

4.3 – Fluxo de Caixa Projetado 27

4.4 – Fluxo de Caixa a Longo Prazo 27

4.5 – Fluxo de Caixa a Curto Prazo 28

CAPÍTULO V – Abrangência e Vantagens do Fluxo de Caixa 30

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 39

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:Universidade Candido Mendes–Projeto A Vez do Mestre

Título da Monografia: A Importância do Fluxo de Caixa como Ferramenta de

Gerenciamento Financeiro

Autor: Marcus Vinicius Mello Bezerra

Data da entrega: 26/07/2006

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: