universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · um castigo de deus. e com isso existia uma...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
POLÍTICAS DE INCLUSÃO PARA UMA SOCIEDADE E UMA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: LIMITES E POSSIBILIDADES NO
ENSINO SUPERIOR
Por: Jorge Santiago Marques
Orientador
Prof. Mônica Melo
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
POLÍTICAS DE INCLUSÃO PARA UMA SOCIEDADE E UMA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: LIMITES E POSSIBILIDADES NO
ENSINO SUPERIOR
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Docência no Ensino
Superior
Por: . Jorge Santiago Marques
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço inicialmente a Deus, aos
amigos e parentes, professores,
coordenadora e orientadora da AVM, e
em especial, à minha esposa e minha
filha, pela conclusão deste curso e
realização deste sonho.
4
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado a luta de todas as
pessoas portadoras de deficiência que lutam
pelo reconhecimento de seus direitos como
cidadãos, encarando as barreiras que lhes
são impostas e transpondo-as com garra e
determinação.
5
RESUMO
O presente trabalho objetivou abordar sobre a educação especial e como
ela acontece no Brasil. Primeiramente retratando como foi a evolução do
deficiente no mundo até que o deficiente passou a ter algum reconhecimento
e ter um atendimento especializado; em seguida como foi no Brasil,
buscando por cada deficiência como aconteceram as primeiras iniciativas
para uma educação voltada para os deficientes. No segundo e terceiro
capítulo foi demonstrado quais são as políticas públicas voltadas para a
educação especial e como elas podem favorecer para que aconteça uma
educação inclusiva. No quarto capítulo, foi demonstrado que, apesar da
existência de meios legais para que os portadores de deficiências possam
exercer seus direitos de cidadania, com o direito de freqüentar faculdades
públicas, adquirindo formação profissional de nível superior, ainda carecem
de vontade política para concretização destes direitos.
Palavras chaves: (Políticas Públicas, Educação Especial, Educação
Inclusiva)
6
METODOLOGIA
O tema proposto visa demonstrar que, apesar do caráter democrático de
nossa Constituição, os portadores de deficiência carecem do devido respeito
aos seus direitos, por parte de nossa sociedade e de seus representantes
políticos. Através de pesquisas, foi verificada uma grande evolução na
conquista destes direitos, porém ainda carecem de conclusões. Legalmente
estes direitos já foram assegurados, porém, culturalmente e socialmente
carecem de reconhecimento. Os autores cujos conhecimentos mais
contribuíram para a execução deste trabalho foram MAZZOTTA, Marcos José
Silveira, PESSOTTI, Isaías e CAHALI, Yussef Said.
7
SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 10
CAPÍTULO II - POLÍTICAS DE INCLUSÃO EM EDUCAÇÃO: LEIS
INTERNACIONAIS E LEIS NACIONAIS 23 CAPÍTULO III – LEIS ESPECÍFICAS INCLUSIVAS 39
CAPÍTULO IV – DIFICULDADES NO ACESSO AO ENSINO
SUPERIOR 52
CONCLUSÃO 54
BIBLIOGRAFIA 56
ANEXOS 60
ÍNDICE 63
8
INTRODUÇÃO
Os direitos das pessoas com deficiência não são diferentes dos
direitos humanos das outras pessoas que não têm deficiência. Isto
é, todas as pessoas são iguais na sociedade independente da
deficiência, raça, cor, idade e gênero.
(www.seid.pi.gov.br – acessado em 15.12.2011)
Historicamente, as pessoas com deficiência foram excluídas da
sociedade, vítimas do preconceito e amparadas pela caridade dos filantropos.
Após uma longa trajetória de lutas e conquistas, obtiveram o acesso à
informação sobre os direitos que lhes são assegurados hoje
Torna-se necessário que todos os cidadãos despertem para o
conhecimento dos direitos das pessoas com deficiência, acompanhando e
fiscalizando a execução das políticas públicas, fazendo com que as pessoas
com deficiência se tornassem definitivamente, prioridade na sua agenda social.
Esperamos que este trabalho possa ser útil a todos aqueles envolvidos
com o tema, os gestores públicos, os técnicos e profissionais que atuam nas
mais diversas políticas públicas (saúde, educação, entre outras), os
conselheiros, bem como as pessoas com deficiência, que, conhecendo mais os
seus direitos, possam exercer a sua cidadania plena.
A deficiência, seja ela qual for, jamais deverá ser uma barreira para que
as pessoas com deficiência tenham acesso a frequentar cursos superiores.
A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação
Inclusiva define o Atendimento Educacional Especializado como um
atendimento não substitutivo à educação regular, que tem como função
identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que
eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas
9
necessidades específicas. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a
formação do aluno com vistas à autonomia e independência na escola e fora
dela (portal.mec.gov.br/seesp/arquivo – acessado em 10.12.2011)
10
CAPÍTULO I - A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Na história dos deficientes, primeiramente é evidenciada uma fase
chamada de pré cristã aonde havia uma ausência total de atendimento e os
deficientes eram eliminados, perseguidos de acordo com a sociedade em que
viviam.Em seguida até o século XVIII, não havia uma avaliação de como
acontecia as deficiências “ As noções a respeito da deficiência eram
basicamente ligadas a misticismo e ocultismo, não havendo base científica
para o desenvolvimento de noções realísticas.” (MAZZOTTA, 1996, P.16).
Os deficientes eram marginalizados e perseguidos considerando que
desde os primórdios o diferente, sempre foi visto com temor. E a própria
religião fazia com que esse receio acontecesse, já que colocava o homem
como imagem e semelhança de Deus como um ser perfeito, então o homem
era associado a uma perfeição física e mental, o que fazia com que os
deficientes fossem excluídos dessa perfeição e por isso não sendo associado a
Deus.
Na Antiguidade as crianças quando nasciam com alguma deficiência
eram consideradas sub-humanas e por isso eram abandonadas ou levadas ao
sacrifício. Em algumas culturas o próprio pai logo após a constatação da
“anormalidade” deveria matá-la. Quando as crianças deficientes não eram
mortas, elas eram abandonadas, e acabavam servindo como pedintes, ou
tratados como bobos em circos.
“As leis romanas, àquela época, proibiam a morte intencional de
crianças com menos de três anos de idade, exceto no caso de a criança ter
nascido com alguma mutilação ou ser considerada monstruoso. Para casos
como esses, a lei previa a morte ao nascer. (SILVA, 1987).
11
Nessa época a justificativa dada quando as pessoas nasciam com
deficiência, era porque essa pessoa estava “possuída pelo demônio”, e com
isso deveriam ser purificadas.
Somente no fim da Antiguidade, que começou haver alguma mudança
em relação ao deficiente. Com o cristianismo o deficiente começou a ter alma e
por isso não poderiam ser maltratados, eliminados ou abandonados, pois a
religião cristã não permitia.
Durante a Idade Média toda doença grave e deficiência era considerado
um castigo de Deus. E com isso existia uma grande crença em magias e
feitiços, acontecendo, ritos misteriosos, exorcismo e a utilização de remédios
naturais, para a purificação dessas pessoas.
Na era cristã o corpo diferente continua sendo relegado. O moralismo
católico traduzia os deficientes como representativas do pecado e as colocava
diante da fogueira da inquisição. Neste período os ditos idiotas, imbecis e
loucos eram eliminados pela igreja, que em nome de Deus disseminavam o
terror entre as famílias que tinham filhos. As crianças quando atingiam a idade
de cinco anos era submetida a um teste para a observação de seus
movimentos, a predominância lateral, narra-se que nesta época a criança que
possuíssem predominância lateral esquerda, ou seja, canhoto, eram jogadas a
fogueira da inquisição.. Este termo “canhoto” significa “cão preto”, que
destinavam essas crianças a serem considerado “filho do diabo”.
Somente por volta de 1300 que surgiu a primeira legislação para os
cuidados com os deficientes, a “De Praerogativa Regis” promulgada por
Eduardo II da Inglaterra. Com essa legislação os deficientes começaram a ter
alguns direitos e cuidados. Dessa maneira os deficientes mereciam sobreviver
e ter condições confortáveis de vida.
12
Nessa época os deficientes tinham como modo de sobrevivência, a
troca de pequenos serviços para a igreja ou pedindo esmolas. Um fato que é
importante ressaltar é que o deficiente conseguiu ter os seus direitos, auxilio
abrigo, mas também passou a merecer castigo, pois para algumas pessoas o
castigo era uma forma de caridade para salvar a alma do demônio. Já no final
da Idade Média e início da Idade Moderna, a Inquisição Católica sacrificou
milhares de pessoas, entre elas, os deficientes. Eles eram considerados
hereges e dessa maneira eram mandados para a fogueira.
Somente no século XVI, começaram a acreditar que os portadores
deficiência mental adquiriam a deficiência por uma fatalidade hereditária ou
congênita.
Por volta de 1650, em Londres Thomas Willis, descreveu, pela primeira
vez, a anatomia do cérebro humano e afirmou que as deficiências eram
produtos de alterações na estrutura do cérebro.
E assim começou haver diversos estudos, a o atendimento desses
deficientes, e destacaram-se os pioneiros nos estudos dos surdos e dos cegos,
respectivamente, o Charles Michel Eppé e Valentin Hauy, o primeiro inventou a
língua de sinais, para a comunicação dos surdos e o segundo inventou as
letras em alto-relevo para o ensino dos cegos.
Charles Michael Eppée (1712-1789) foi o fundador da primeira instituição
especializada para pessoas com deficiência auditiva, ele também inventou o
método de sinais. Com a iniciativa de Eppée, diversas pessoas de mundo
inteiro foram sendo influenciadas e acabaram fundando institutos em seus
respectivos países. Um deles foi Samuel Hernecke (1729-1790), que inventou
o método oral, que é a leitura dos movimentos da boca, como é chamado hoje
de leitura labial, e esse método, desde aquela época se discutia a validade,
qual seria o melhor, os métodos de sinais ou o oral.
13
E em 1818, Esquirol, diferenciou a doença mental da deficiência mental,
nas concepções dele o primeiro é louco e o segundo é idiota e com isso a
idiotia deixa de ser considerada uma doença e o critério para avaliá-la é o
rendimento educacional, e assim é aberto um novo campo de pesquisa
educacional. Esquirol “Estabeleceu claramente a diferença entre a idiotia
(definida como ausência de desenvolvimento intelectual desde a infância
devido a carências infantis ou condições pré e perinatais), a confusão mental
(entendida como condições passageira de incidência mais ou menos geral) e
loucura (caracterizada como perda irreversível da razão e suas funções)
(PESSOTTI, 1984).
Por volta de 1900, a educação dos deficientes passou a ser muito mais
um problema pedagógico do que médico, e dessa maneira o método de
Montessori passou a ser bastante, importante já que ele criou sistemas
pedagógicos eficazes para a infância em geral, mas foi baseando em crianças
intelectualmente deficientes e, posteriormente, o método foi estendido a
crianças sem deficiência.
O método de Montessori respeita as vivências e as experiências de cada
um, e aos ritmos de progresso de cada criança. Nesse método o educador
deveria se colocar no mesmo nível dos alunos, pois agindo de outra forma, não
conseguiria educá-los.
Maria Montessori definiu 10 regras na educação de todas as crianças,
sendo deficientes ou não:
A - As crianças são diferentes dos adultos e necessitam ser tratadas de
modo diferente.
B - A aprendizagem vem de dentro e é espontânea; a criança deve estar
interessada numa atividade para se sentir motivada.
C - As crianças têm necessidade de ambiente infantil que possibilite
brincar livremente, jogar e manusear materiais coloridos.
D - As crianças amam a ordem.
14
E - As crianças devem ter liberdade de escolha; por isso necessitam de
material suficiente para que possa passar de uma atividade a outra,
conforme os índices de interesse e de atenção o exijam.
F - As crianças amam o silêncio.
G - As crianças preferem trabalhar a brincar.
H - As crianças amam repetição.
I - As crianças têm senso de dignidade pessoal; assim não podemos
esperar que façam exatamente o que mandamos.
J - As crianças utilizam o meio que as cerca para se aperfeiçoar,
enquanto os adultos usam-se a si mesmos para aperfeiçoar o meio.
Em 1817, surgiu a primeira escola pública para surdos nos Estados
Unidos, e no Canadá, em 1848, foi fundada uma escola para meninos “surdos-
mudos”. E só após cinqüenta anos, que foi fundada nos Estados Unidos o
primeiro internato para cegos. E em 1848, foi criado o primeiro internato público
para deficientes mentais.
O período de 1817 a 1850 foi de grande importância para a educação
dos deficientes, foram surgindo diversas iniciativas e escolas para a educação
deles, Somente para os deficientes físicos que houve ainda uma demora para
um atendimento escolar especifico.
O modelo Europeu de escolas residenciais começou a ter uma forte
influência nos Estados Unidos, no período de 1850 a 1920, mas no final do
século XIX, esses tipos de instituições, não foram consideradas apropriadas e
acabaram não sendo considerada valida.
Em 1940, no jornal Times, de Nova York, publicou um anúncio, sobre
crianças de com paralisia cerebral e essa reportagem fez com que houvesse
uma organização dos pais das crianças deficientes fizeram pesquisas e
incentivaram o governo a criar uma legislação para proporcionar recursos
necessários para atender as crianças deficientes.
15
Por volta de 1950, os pais de crianças com paralisia cerebral criaram um
movimento chamado National Association For Retarded Children, devido às leis
que dificultavam o ingresso e a permanências das crianças com deficiência na
escola, e esse movimento serviu de grande influencia em diversos países, e no
Brasil foi a inspiração para a criação das Associações de Pais e Amigos dos
Excepcionais (Apaes).
1.1 - A História da Educação Especial no Brasil
No Brasil, a o final do século XIX, a educação do país estava bastante
difícil, com um alto índice de analfabetismo e uma insuficiência de escolas para
as camadas populares, fez com que houvesse uma dificuldade muito grande
para a escolarização das pessoas com deficiência.
Na primeira Constituição do Brasil (1824) privava o deficiente do direito
político, mas defendia uma instrução primária e gratuita para todos, mesmo que
isso não ocorresse.
A primeira instituição criada no Brasil para atender os deficientes, foi
uma instituição particular especializada em deficientes físicos, localizada em
São Paulo, em 1600.
1.1.1 . Deficientes Visuais
Para os deficientes visuais a primeira iniciativa ocorreu em 1854, quando
D. Pedro II, fundou na cidade do Rio de Janeiro, através do Decreto Imperial
n°1428, o chamado Imperial Instituto dos Meninos Cegos.
A fundação do Imperial Instituto deveu-se, em grande parte, a um cego
Brasileiro, José Álvares de Azevedo, que estudara no Instituto dos Jovens
Cegos de Paris, fundado por Vlentin Hauy no século XVIII. Por ter obtido muito
sucesso na educação da Adélia Siaud, filha do Dr. José F. Xavier Sigaud,
16
médico da família imperial, José Álvares de Azevedo despertou a atenção e o
interesse do Ministro do Império Conselheiro Couto Ferraz. Sob Influência de
Couto Ferraz, D. Pedro II criou tal Instituto, que foi inaugurado no dia 17 de
setembro de 1854, cinco dias após sua criação. Para dirigi-lo, foi nomeado o
Dr. Xavier Sigaud, cujo busto em mármore se encontra no salão nobre daquela
casa de ensino. (MAZZOTTA, 1996, p.28).
O Instituto permaneceu 36 anos com o Nome de Imperial Instituto dos
Meninos Cegos, em 1890, no governo republicano, o nome foi substituído por
Instituto Nacional dos Cegos e em 1891, o nome foi trocado novamente para
Instituto Benjamin Constant (IBC).
A primeira revista editada em Braille no Brasil foi feita pelo Instituto
Benjamin Constant, em 1942, primeiramente foi criada para atender aos alunos
do Instituto, mas após seis anos passou a ser distribuídas gratuitamente, para
as pessoas cegas que não pertenciam ao instituto.
No ano de 1946, o curso do Benjamin Constant foi equiparado ao ensino
ginasial comum, dessa forma os deficientes visuais, começaram a ter um
ensino integrado. Já em 1947, ocorreu o primeiro curso de Especialização de
Professores na Didática para Cegos, Primeiramente foi realizado juntamente
com Fundação Getúlio Vargas e no Período de 1951 e 1973, o curso foi
realizado em um convênio com o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos
(Inep).
Outro Instituto importante foi o Instituto de Cegos Padre Chico, fundado
em 1928, em São Paulo, era um instituto em formato residencial e atendia
crianças em idade escolar.
Em São Paulo, no ano de 1954, aconteceu outro fato que marcou a
época, que foi a criação da Fundação para o Livro do Cego no Brasil (FLCB),
este órgão marcou a época, pois inicialmente foi criado para produzir e
17
distribuir livros em Braille, mas acabou que suas atividades foram estendidas e
acabou atuando na reabilitação, educação e bem estar social das pessoas com
deficiência visual. E a instituição acabou se tornando uma instituição sem fins
lucrativos, de nível federal, municipal e estadual, vivendo de doações e
recursos dos três níveis.
1.1.2 - Deficientes Auditivos
Após três anos da fundação do Instituo Benjamin Constant, D. Pedro II,
criou, pela Lei n° 839 de 26 de setembro de1857, o Imperial Instituto dos
Surdos-Mudos, também localizado no Rio de Janeiro.
A criação desta escola ocorreu graças aos esforços de Ernesto Huet e
seu irmão. Cidadão francês, professor e diretor do Instituto de Bouges, Ernesto
Huet chegou ao Rio de Janeiro no final do ano de 1855. Com suas credenciais
foi apresentado ao Marquês de Abrantes, que levou ao Imperador D. Pedro II.
Acolhendo com simpatia os planos que Huet tinha para a fundação de uma
escola de “surdos-mudos” no Brasil, o Imperador ordenou que lhe fosse
facilitada a importante tarefa. Começando a lecionar para dois alunos no então
Colégio Vassimon, Huet conseguiu, em outubro de 1856, ocupar todo o prédio
da escola, dando origem ao Imperial Instituto dos Surdos-Mudos. Em 1957, ou
seja, cem anos após sua fundação pela Lei n°3.198, de 6 de julho, passaria a
denominar-se Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES.(MAZZOTTA,
1996, p.29)
A escola desde a sua criação, caracterizou-se em uma educação
literária e profissionalizante de crianças com deficiência auditiva com idade
entre 7 e 14 anos.
Em 1883, o Imperador realizou o primeiro congresso de Instrução
Pública, e nesse congresso houve uma grande preocupação com a Educação
18
Especial, inclusive com o Currículo para a educação dos deficientes e a
formação e capacitação dos professores para lidar com eles.
Outro instituto importante é o Instituto Santa Terezinha, fundado em
1929, em Campinas, depois em 1933 foi transferido para São Paulo, o instituto
era especializado no ensino de meninas surdas, primeiramente funcionava em
regime de internato e somente em 1970 passou para regime de externato para
meninas e meninos.
De natureza particular, O Instituto Santa Terezinha é mantido pela
Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Calvário. Reconhecido como de
Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal, Mantém convênios com
Órgãos federais como a Legião Brasileira de Assistência, LBA; com órgãos
estaduais e municipais e com a CBM – entidade religiosa da Alemanha.
Considerado na área de educação especial como instituição
especializada de elevada conceituação, o instituto oferece aos alunos
deficientes auditivos, além do ensino de 1°grau, atendimento médico,
fonoaudiológico, psicológico e social. (MAZZOTTA, 1996, p.35)
Em seguida foram criadas diversas instituições especializadas em
deficientes auditivos, como o Instituto Pestalozzi, a Escola Municipal Hellen
Keller e o Instituto Educacional de São Paulo.
O Instituto Educacional de São Paulo em 1962 passou a pertencer a
entidade mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-
SP), e diante dessa modificação, o Instituto ficou subordinado ao Centro de
Educação e Reabilitação dos Distúrbios de Comunicação (Cerdic), que
atualmente se chama Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios de
Comunicação (Derdic), que é um órgão suplementar da PUC-SP.
19
1.1.3 - Deficientes Físicos
A primeira iniciativa voltada para o atendimento aos deficientes físicos foi
em 1948, com a criação de uma classe especial na Escola Mista do Pavilhão
Fernandinho da Santa Casa de Misericórdia. Mais tarde foram criadas outras
classes especiais nessa mesma escola. E essas classes funcionavam como
classes hospitalar, onde cada professora tinha um planejamento e um
atendimento individualizado.
Outra Instituição importante no atendimento aos deficientes físicos é a
chamada Lar-Escola São Francisco, que é uma instituição especializada na
reabilitação de deficientes físicos, e em 1956 foi a pioneira no Brasil, no campo
da reabilitação dos incapacitados, reconhecida como utilidade pública estadual.
Em 1950, o Mar-Escola São Franciso tornou-se membro da International
Society for Rehabilitation of Cripples, atualmente International Society for
Rehabilitation of Disabled.Em 1958, a Diretora fundadora, com bolsa de
estudos da Organizações das Nações Unidas –ONU, permaneceu seis meses
estagiando em centros similares nos Estados Unidos e Canadá, tendo feito o
curso de Counseling in Rehabilitation na Universidade de Minnesota, em
Minneapolis. Voltando dos Estados Unidos Dona Maria Hecilda obteve da
Prefeitura de São Paulo um terreno à Rua dos Açores, n°310. No Jardim
Lusitânia, local onde ainda hoje funciona o seu principal Centro.
Desde o início de seu funcionamento, o Mar-Escola São Francisco
mantém convênio com a Secretaria da Educação do Estado, pelo qual tem
assegurada sua equipe de professores. (MAZZOTTA, 1996, p.40)
Em 1950 foi fundado um dos mais importantes centros de reabilitação do
Brasil, a Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD), essa
Associação tem um atendimento muito grande desde que foi criada e até nos
dias atuais onde, funciona em regime de externato, semi-internato e internato,
atendendo a pacientes em reabilitação que estão em idade escolar.
20
1.1.4 - Deficientes Mentais
No final do Império, foram criadas duas instituições especializadas em
deficientes mentais, a primeira foi criada em 1874, no Hospital Estadual de
Salvador, em Salvador, e a outra foi criada em 1887, chamada a Escola do
México, no Rio de Janeiro.
Nessa época havia pouco atendimento aos deficientes mentais, mas
quando havia, era mais um atendimento médico do que educacional. O
Interesse pela educação para essas pessoas só começou a existir no século
XX. Quando começou a ser publicados diversos trabalhos técnicos e
científicos.
Somente em 1926 foi criado o Instituto Pestalozzi, em Porto Alegre, no
ano seguinte foi transferido para Canoas e a escola foi à precursora da
expansão de outras Instituições semelhantes tanto no Brasil, quanto na
América do Sul. A professora Helena Antipof, trabalhou bastante para abrir
outras diversas unidades do Instituto.
A Sociedade Pestalozzi, em 1959, na unidade de São Paulo, passou a
oferecer um Curso Intensivo de Especialização de Professores, pois foi
percebido que não havia professores especializados para trabalhar com os
deficientes mentais.
Foi fundada no Rio de Janeiro, em 1954 a primeira Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais (Apae), que foi a primeira Apae de muitas outras
fundadas no Brasil. Há atualmente, 61 Apaes no Rio de Janeiro, 822 no
Sudeste e 2.081 no Brasil.
21
(http://www.apaebrasil.org.br/arquivos.phtml?t=acessado em 17.09.2011)
Somente no século XX, podemos considerar que começou a existir uma
educação voltada para os deficientes, com a criação de instituições
especializadas. E estudos revelaram que havia uma falta de uma Política
Nacional da Educação Especial, e dessa forma o Governo Federal, começou a
promover campanhas para a existência de uma Política Nacional voltada para
o atendimento aos deficientes, e essas campanhas aconteceram de 1957 a
1992. Segue abaixo as principais campanhas que ocorreram nesse período:
1957- Foi criada a Campanha para a Educação do Surdo Brasileiro, no Instituto
Nacional de Surdos(INES), localizado no Rio de Janeiro.
1958- Foi criada juntamente com o Instituto Benjamin Constant (IBC),
localizado no Rio de Janeiro, a Campanha Nacional de Educação e
Reabilitação de Deficientes da Visão.
1960- Foi iniciada a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de
Deficientes Mentais (Caderme), por influência de movimentos liderados pelas
Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais e pela Sociedade Pestalozzi.
1971- Aconteceu a aprovação da Lei n°5.692/71, que em seu Art. 9 previa
“tratamento especial aos excepcionais”. E outro dois documento também
22
ficaram em destaque nessa época , que foi o Parecer n°848/72 e a Carta do
Presidente da Federação Nacional da Apaes, solicitando a adoção de medidas
urgentes para a educação dos deficientes.
1973- O Cenesp foi criado para promover a expansão e a melhoria do
atendimento aos excepcionais.
1975- Foi aprovado pelo Regime Interno, na Portaria n°550 de 29 de outubro
de 1975, a organização, competência e atribuições do Cenesp.
“O CENESP tem por finalidade planejar coordenar e promover o
desenvolvimento da Educação Especial no período pré-escolar, nos ensinos de
1° e 2° graus, superior e supletivo, para os deficientes da visão, da audição,
mentais, físicos portadores de deficiências múltiplas, educandos com
problemas de conduta e os superdotados, visando à sua participação
progressiva na comunidade, obedecendo aos princípios doutrinários, políticos e
científicos que orientam a Educação Especial.” (MAZZOTTA, 1999, p.56)
1981- A portaria n°696, de 15 de dezembro de 1981, aprovou um novo regime
inteiro do Cenesp e revogou o anterior, o Cenesp mais tarde foi transformado
em Secretaria de Educação Especial (Sespe).
1990- com a transferência do órgão de Educação Especial para Brasília, o
poder político sobre a Educação Especial foi deslocado para Capital Federal.
Com a nova reestruturação a extinta Sespe passou a ser chamada de
Secretaria Nacional de Educação Básica (Seneb).
1992- A Secretaria de Educação Especial (Seespe) foi novamente ativada,
como um órgão do Ministério da Educação e do Desporto.
23
CAPÍTULO II - POLÍTICAS DE INCLUSÃO EM EDUCAÇÃO: LEIS
INTERNACIONAIS E NACIONAIS
Neste capitulo descreveremos sobre as Políticas Públicas que nortearam
a inclusão dos deficientes na Educação. A trajetória para que se concretizasse
uma acessibilidade do deficiente na educação, sempre foi muito difícil, em
muitos paises, sobretudo nos em desenvolvimento, as condições de ingresso e
permanência desses cidadãos nas escolas eram limitados ou inexistentes.
Portanto esse estudo irá demonstrar as Políticas Publicas que favoreceram
para que os deficientes conseguissem a concretização de seu direito, de ter
uma educação digna e de qualidade.
2.1- Principais Documentos Internacionais
O Primeiro Documento que defendia que a educação é de direito de
todos foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948
(portal.mj.gov.br – acessado em 13.10.2011), esse documento surgiu em uma
época, em que o mundo vivia um pós-guerra onde diversas pessoas tinham
morrido, decorrente da discriminação, e este documento garante a educação
para todos, indistintamente, quaisquer que sejam os origens ou condição
social.
Em seu Preâmbulo e na Assembléia Geral o documento já ressalta o
direito de liberdade, igualdade, de educação e de proteção ao ser humano:
PREÂMBULO
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do homem
conduziram a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e
24
que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e
de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta
inspiração do homem;
Considerando que é essencial a proteção dos direitos do homem através de
um regime de direito, para que o homem não seja compelido, em supremo
recurso, à revolta contra a tirania e a opressão;
Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações
amistosas entre as nações;
Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de
novo, a sua fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da
pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se
declararam resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores
condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla;
Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover, em
cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e
efectivo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais;
Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da
mais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso.
(portal.mj.gov.br – acessado em 13.10.2011),
ASSEMBLEIA GERAL
Proclama a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como ideal
comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os
indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no
espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito
desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de
ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação
25
universais e efetivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros
como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição.
(portal.mj.gov.br – acessado em 13.10.2011),
Em seu Art° 26 o documento fala especificamente da educação, que
deve ser gratuita e obrigatória pelo menos na educação básica, e que a
educação deve visar favorecer a amizade e o respeito entre as nações e todos
os grupos raciais e religiosos.
Ainda no âmbito internacional, outras Declarações especificamente
voltadas a garantia, pelos países membros, dos direitos das pessoas com
deficiência foram, subseqüentemente, produzidas: Declaração dos Direitos das
Pessoas Deficientes (O.N.U., 1975), Programa de Ação Mundial relativo às
Pessoas com Deficiência (O.N.U, 1982), Declaração e Programa de Ação de
Viena(O.N.U., 1993), Normas sobre a Equiparação de Oportunidades para
Pessoas com Deficiência (O.N.U., 1993), Conferência Mundial sobre
Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade (O.N.U., 1994),
Panama Commitment to Per sons with disabilities in the american hemisphere
(O.N.U., 1996) e a Declaração de Caracas (O.N.U., 2001), Decreto 3.956, No.
10.172, 2001 – Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência.
O Brasil, como país membro da O.N.U. participou da elaboração e foi
signatário de todos esses documentos, tendo assim se comprometido com o
respeito ao conteúdo neles contido. Na América Latina, saiu à frente, tendo
sido um dos primeiros países a reproduzir, em sua legislação, os princípios da
Educação para Todos e a produzir documentos norteadores para a prática
nacional do atendimento de pessoas com deficiência no sistema regular de
ensino, consistentes com o conteúdo dos documentos norteadores de âmbito
internacional.
26
Outro documento internacional de grande relevância foi a Declaração de
Salamanca (portal.mec.gov.br – acessado em 22.10.2011). Este documento é
o resultado da Conferência Mundial sobre Necessidades Especiais. Essa
Conferência teve a participação de noventa e dois países e vinte e cinco
organizações internacionais, com o objetivo de favorecer a educação
integradora, capacitando as escolas para atender as crianças com deficiência.
Eles proclamaram na declaração que:
•Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser
dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de
aprendizagem,
• Toda criança possui características, interesses, habilidades e
necessidades de aprendizagem que são únicas,
• Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas
educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar
em conta a vasta diversidade de tais características e
necessidades,
• Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter
acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma
Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais
necessidades,
• Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva
constituem os meios mais eficazes de combater atitudes
discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras,
construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para
todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à
maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última
instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.
A Declaração de Salamanca visa criar condições favoráveis para que
aconteça uma sociedade inclusiva, sem discriminações e mais solidária.
Começando esse processo de inclusão com o acesso das pessoas com
27
necessidades especiais a educação, incluindo essas pessoas em salas
regulares de ensino, para que dessa forma todos possam aprender uns com os
outros, sem discriminações.
2.2- Principais Documentos Nacionais.
2.2.1 - CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
A Educação Especial é fundamentada na Constituição da República
Federativa do Brasil (1988), que através de alguns de seus artigos, favoreceu
para que houvesse um respeito, uma valorização e uma educação de
qualidade para as pessoas com deficiência. (CAHALI, 1999, P.3)
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária.
IV- promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 2009. pág. 7)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
segurança e à propriedade. ( CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 2009.
pág. 7)
Nos dois artigos citados acima, mostra que não pode haver qualquer tipo
de discriminação, que todos são iguais perante a lei. E essa discriminação
relatada inclui o preconceito aos deficientes. Dessa forma não podem existir
discriminações nas escolas, nos acessos a lugares públicos e privados e na
admissão de empregos.
28
Art. 23° É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:
II- cuidar da saúde e assistência da proteção e garantia das
pessoas portadoras de deficiência. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL,
2009. pág. 77)
Art. 24° Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre:
XIV- proteção e integração social das pessoas portadoras de
deficiência. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 2009. pág. 17)
No Art. 23° e 24° relata que é dever do poder público cuidar da saúde e
da assistência ao deficiente, e de produzir legislações que favoreçam a
proteção e a integração social das pessoas com necessidades especiais. .
(CAHALI, 1999, P.23 e 24)
Art. 7º São direitos dos trabalhos urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
XXXI- proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e
critérios de admissão do trabalho portador de deficiência.
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 2009. pág. 12)
Art. 37° A administração pública, direta, indireta ou funcional, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao seguinte:
VIII- a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios
de sua admissão. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 2009. pág. 21)
29
Art. 203° A assistência social será prestada a quem dela
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade
social, e tem por objetivos:
IV- a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de
deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V- a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família, conforme dispuser a lei. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL,
2009. pág. 66)
Pesquisas relatam que o Brasil está muito atrasado com relação ao
número de contratações de pessoas com deficiência em empregos. O mercado
de trabalho está muito exigente, sempre exigindo diversas qualificações dos
profissionais, e assim acaba existindo poucas vagas para os deficientes neste
mercado de trabalho tão competitivo.
O deficiente tem o direito ao trabalho, sendo ele em empresas privadas
ou públicas, livre de preconceitos, sem redução de salários, e é isso que retrata
os artigos 7°, 37° e 203° na Constituição Federal.
Art. 208 O dever do Estado com a educação será efetivado
mediante a garantia de:
III – atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder
Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da
autoridade competente. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 2009. pág.
66)
30
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar
à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação e à convivência familiar
e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 1º - O Estado promoverá programas de assistência integral à
saúde da criança e do adolescente, admitida a participação de
entidades não governamentais e obedecendo os seguintes
preceitos:
II – criação de programas de prevenção e atendimento
especializado para os portadores de deficiência física, sensorial
ou mental, bem como de integração social do adolescente
portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e
a convivência, e a facilitação de acesso aos bens e serviços
coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos
arquitetônicos.
§ 2º - A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e
dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de
transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas
portadoras de deficiência. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 2009.
pág. 70)
Art. 244 A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos
edifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo
atualmente existentes a fim de garantir acesso adequado às
pessoas portadoras de deficiência, conforme o disposto no art.
227, § 2º. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 2009. pág. 73)
É dever do estado oferecer a educação ao deficiente, mas também é o
dever da família assegurar a educação, os cuidados, a saúde. É direito do
31
deficiente um atendimento hospitalar especializado, e o direito de ir e vir, ter
acesso a todos os locais.
2.2.2 - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE/ LEI Nº 8.069,
DE 13 DE JULHO DE 1990.
O Estatuto da Criança e do Adolescente busca a proteção integral das
crianças e dos adolescentes, a lei caracteriza na condição de criança àquele de
idade até doze anos incompletos, e adolescente é àquele que estiver entre
doze e dezoito anos de idade. E determina que ambos devem usufruir de
todos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana.Também estabelece
que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.
No estatuto destaca que nenhuma criança ou adolescente será objeto de
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão,
aos seus direitos fundamentais. E tem direito a proteção á vida e a saúde,
como está explicito no Art. 7°:
Art. 7º. A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à
saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso,
em condições dignas de existência. (CAHALI, 1999, P.680)
No que se refere à questão da saúde pública, além de estabelecer a
necessidade de tratamento prioritário, informa que o adolescente portador de
deficiência receberá atendimento especializado, definido na obrigação do poder
público de fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem os medicamentos,
32
próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
Da mesma forma, determina que os estabelecimentos de atendimento à saúde
deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um
dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.
Art. 11. É assegurado atendimento médico à criança e ao
adolescente, através do Sistema Único de Saúde, garantido o
acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção,
proteção e recuperação da saúde.
§ 1º. A criança e o adolescente portadores de deficiência
receberão atendimento especializado.
§ 2º. Incumbe ao Poder Público fornecer gratuitamente àqueles
que necessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos
relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. (CAHALI,
1999, P.681).
A criança e o adolescente têm direito à educação, para o seu pleno
desenvolvimento, preparando para o exercício da cidadania e qualificação para
o trabalho, sendo dever de o Estado assegurar à criança e ao adolescente o
ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria, progressiva extensão da obrigatoriedade e
gratuidade ao ensino médio, além do atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, e atendimento em creche e pré-escola às
crianças de zero a seis anos de idade, dentre outros na esfera educacional,
inclusive com eventuais programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
III - atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
(CAHALI, 1999, P.687)
33
No artigo 208, assegura o cumprimento do Estatuto, alegando ofensa
aos direitos das crianças e dos adolescentes o não oferecimento ou oferta
irregular a alguns direitos compostos na lei. E um desses incisos é o de
atendimento educacional especializado para os deficientes.
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de
responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e
ao adolescente, referentes ao não-oferecimento ou oferta
irregular:
II - de atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência. (CAHALI, 1999, P.718)
2.2.3 - LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO/ LEI 9394/96
(www.planalto.gov.br – acessado em 15.12.2011)
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, é a lei mais importante da
educação e a presença de um capítulo falando somente sobre a educação
especial, demonstra um grande avanço para os direitos das pessoas com
deficiência.
No Art. 3°, no Inciso I, a lei retrata que será um principio da educação ter
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, com isso
todos, independente de cor, raça, religião e se tem ou não uma deficiência, tem
o mesmo direito de ter acesso e permanência na escola.
Em seu Art. 4°, inciso III a LDB, diz que é do direito à educação e do
dever de educar, os portadores de necessidades especiais ter um atendimento
educacional especializado gratuito, preferencialmente na rede regular de
ensino.
No Capítulo V, a lei fala somente da Educação Especial:
34
CAPÍTULO V
Da Educação Especial
Art. 58º. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta
Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos
portadores de necessidades especiais.
§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio
especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades
da clientela de educação especial.
§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
serviços especializados, sempre que, em função das condições
específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas
classes comuns de ensino regular.
§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do
Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a
educação infantil.
(www.planalto.gov.br – acessado em 15.12.2011)
Art. 59º. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com
necessidades especiais:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organização específicos, para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir
o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em
virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor
tempo o programa escolar para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como professores
do ensino regular capacitados para a integração desses
educandos nas classes comuns;
35
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva
integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas
para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins,
bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior
nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino
regular.
(www.planalto.gov.br – acessado em 15.12.2011)
Art. 60º. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino
estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas
sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em
educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo
Poder Público.
Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa
preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com
necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino,
independentemente do apoio às instituições previstas neste
artigo.
(www.planalto.gov.br – acessado em 15.12.2011)
Com esse capítulo na LDB, é efetivada a obrigação ao acesso das
crianças portadoras de deficiência, nas escolas e preferencialmente na rede
regular de ensino, sendo obrigatória a capacitação de profissionais, para uma
melhor qualificação ao trabalhar com esses educandos.
2.2.4 - PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
O Plano Nacional de Educação tem como seu principal e objetivo, a
erradicação do analfabetismo e a universalização da educação básica. Com
36
isso o deficiente é incluído no plano em busca do acesso de todos a educação
e principalmente dos alunos portadores de necessidades especiais e da
permanecia desses alunos, para alcançar a universalização com qualidade
para todos
O Plano Nacional de Educação passado era valido de 2001 até 2010, e
tinha um capítulo falando somente da educação especial, que em suas
diretrizes abordava que mesmo estando na Constituição Federal a mais de dez
anos que toda criança portadora de deficiência tem direito a um atendimento
educacional sendo ele em classe regular ou em classe especial, ainda não
houve uma mudança na realidade escolar, de forma que todas as crianças com
necessidades especiais estejam matriculadas em unidades escolares.
A educação especial tem que estar disponível em todas as modalidades
de ensino, mesmo sendo precocemente, como quando se inicia na educação
infantil, essa iniciativa precoce pode funcionar inclusive como uma ação
preventiva, já que algumas deficiências, quando trabalhadas mais tarde, no
ensino fundamental, acabam encontrando maiores dificuldades no
aprendizado.
No documento também evidencia que é de grande importância a
capacitação de professores e profissionais para trabalharem com os
educandos portadores de deficiência, pois somente dessa forma haverá uma
aprendizagem e um desenvolvimento eficiente.
No documento existiam também vinte e oito objetivos e metas para
serem alcançados durante esses dez anos, mas, ficaram ainda muito
subjetivos e podemos perceber visivelmente pelos dados do censo escolar
2010 que ainda não foram alcançados ainda em sua totalidade, pois ainda
existem muitos portadores de deficiência, sem atendimento escolar.
37
O novo Plano Nacional de Educação que vale de 2011 até 2020, foi
elaborado de maneira diferente do anterior, foi dividido em vinte metas para
serem alcançadas. Dessas metas existe uma falando especificamente da
educação dos portadores de deficiência:
Meta 4: Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o
atendimento escolar aos estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação na rede regular de ensino.
Estratégias:
4.1) Contabilizar, para fins do repasse do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, as
matrículas dos estudantes da educação regular da rede pública
que recebem atendimento educacional especializado
complementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na
educação básica regular.
4.2) Implantar salas de recursos multifuncionais e fomentar
a formação continuada de professores para o atendimento
educacional especializado complementar, nas escolas urbanas e
rurais.
4.3) Ampliar a oferta do atendimento educacional
especializado complementar aos estudantes matriculados na rede
pública de ensino regular.
4.4) Manter e aprofundar programa nacional de
acessibilidade nas escolas públicas para adequação
arquitetônica, oferta de transporte acessível, disponibilização de
38
material didático acessível e recursos de tecnologia assistiva, e
oferta da educação bilíngüe em língua portuguesa e Língua
Brasileira de Sinais - LIBRAS.
4.5) Fomentar a educação inclusiva, promovendo a
articulação entre o ensino regular e o atendimento educacional
especializado complementar ofertado em salas de recursos
multifuncionais da própria escola ou em instituições
especializadas.
4.6) Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do
acesso à escola por parte dos beneficiários do benefício de
prestação continuada, de maneira a garantir a ampliação do
atendimento aos estudantes com deficiência na rede pública
regular de ensino.
(Plano Nacional de Educação,2011-2020, p.7)
As novas metas são bastante interessantes e parece objetivos que já
foram bastante discutidos como a formação de professores, a ampliação da
oferta do atendimento educacional especializado e o a acesso e a permanecia
dos alunos com deficiência na escola.
39
CAPITULO III - LEIS ESPECÍFICAS INCLUSIVAS
No Brasil existem leis que programam os direitos do deficiente na
sociedade, essas leis fortificam o direito de todos serem iguais perante a lei e
com isso disponibilizam todos os direitos de um cidadão brasileiro ao
deficiente. As leis especificas para os portadores de deficiência são de grande
importância também para o âmbito da educação, pois elas favorecem um
atendimento educacional adequado, de acordo com suas necessidades.
3.1- Lei 7853/1989
A Lei 7853 de 24 de Outubro de 1989: dispõe sobre o apoio às pessoas
portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria
Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde institui a
tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina
a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.
(portal.mec.gov.br/seesp/arquivo – acessado em 10.12.2011)
Essa lei assegura todos os direitos individuais e sociais do deficiente,
buscando a sua integração total na sociedade. E ela começa o seu Art. 2°,
apresentando:
Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas
portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos,
inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à
previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros
que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar
pessoal, social e econômico.
(portal.mec.gov.br/seesp/arquivo – acessado em 10.12.2011)
O Artigo compõe cinco incisos que propõem medidas que devem ser
tratadas como direitos prioritários ao deficiente, nas áreas:
40
ü Da Educação – Visando a inclusão de um sistema educacional em
todos os níveis de ensino, acesso aos deficientes nas classes de
ensino, sendo elas regulares ou classes especiais, e um atendimento
educacional nos hospitais.
ü Da saúde – Promoção de ações preventivas, sendo elas para
prevenir a obtenção de alguma deficiência ou para o controle, para
um menor desenvolvimento da deficiência; Assegurar acesso e
atendimento especializado para todos os deficientes, mesmo aqueles
que necessitam atendimento domiciliar;
ü Da formação profissional e do trabalho – Garantia de uma formação
profissional para o deficiente e da obtenção da existência do acesso
e de vagas para o trabalho.
ü Na área de recursos humanos – Formação e qualificação de
profissionais para um atendimento adequado aos deficientes.
ü Na área das edificações – Garantia de acesso a todos os
estabelecimentos e vias públicas, sendo eles edifícios, logradouros e
meios de transporte.
A lei assegura o direito aos deficientes constituindo crime ou multa a
negação dos seus direitos como:
Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 1 (um) a 4 (quatro)
anos, e multa:
I - recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer
cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento
de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por
motivos derivados da deficiência que porta;
II - obstar, sem justa causa, o acesso de alguém a
qualquer cargo público, por motivos derivados de sua deficiência;
41
III - negar, sem justa causa, a alguém, por motivos
derivados de sua deficiência, emprego ou trabalho;
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de
prestar assistência médico-hospitalar e ambulatorial, quando
possível, à pessoa portadora de deficiência;
V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo
motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que
alude esta Lei;
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei,
quando requisitados pelo Ministério Público.
(portal.mec.gov.br/seesp/arquivo – acessado em 10.12.2011)
3.2- Decreto 3298/1999
Este decreto regulamenta a lei 7853/89 que dispõe sobre a Política
Nacional de Integração do Deficiente. (portal.mec.gov.br/seesp/arquivo –
acessado em 10.12.2011)
Este decreto começa especificando os tipos e as classificações das
deficiências considerando deficiência a perda ou anormalidade de uma
estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere
incapacidade para o desempenho de atividade dentro do padrão considerado
normal para o ser humano. A deficiência permanente é aquela que não permite
recuperação ou alteração apesar do aparecimento de novos tratamentos, por já
ter corrido tempo suficiente para a sua consolidação.
Já a incapacidade, é redução efetiva e acentuada da capacidade de
integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou
recursos especiais para que a pessoa portadora de deficiência possa receber
ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao
42
desempenho de função ou atividade a ser exercida. E também descreve cinco
tipos de deficiências, que são as deficiências física, auditiva, visual, mental e
múltipla, visando dessa forma, apontar que todos os deficientes que se
enquadram nessas descrições, têm os direitos expostos no decreto.
Em suas diretrizes e seus objetivos o decreto visa à inserção do
deficiente na sociedade, procurando adotar estratégias para a aplicação na
Política Nacional para a Integração da pessoa com Deficiência, e dessa forma
incluir a pessoa portadora de deficiência, respeitando as suas peculiaridades,
em todas as iniciativas governamentais relacionadas à educação, à saúde, ao
trabalho, à edificação pública, à previdência social, à assistência social, ao
transporte, à habitação, à cultura, ao esporte e ao lazer e também proporcionar
uma qualificação profissional aos deficientes.
No decreto na Seção II, ele explicita de forma mais abrangente do
que na lei 7853/89, sobre o acesso à educação aos deficientes, afirmando que
os órgãos que tratam da educação sendo de forma direta ou indireta têm que
tratar de forma prioritária o que ta exposto no decreto.
Do Acesso à Educação
Art. 24. Os órgãos e as entidades da Administração Pública
Federal direta e indireta responsáveis pela educação dispensarão
tratamento prioritário e adequado aos assuntos objeto deste
Decreto, viabilizando, sem prejuízo de outras, as seguintes
medidas:
I - a matrícula compulsória em cursos regulares de
estabelecimentos públicos e particulares de pessoa portadora de
deficiência capazes de se integrar na rede regular de ensino;
II - a inclusão, no sistema educacional, da educação especial
como modalidade de educação escolar que permeia
transversalmente todos os níveis e as modalidades de ensino;
43
III - a inserção, no sistema educacional, das escolas ou
instituições especializadas públicas e privadas;
IV - a oferta, obrigatória e gratuita, da educação especial em
estabelecimentos públicos de ensino;
V - o oferecimento obrigatório dos serviços de educação
especial ao educando portador de deficiência em unidades
hospitalares e congêneres nas quais esteja internado por prazo
igual ou superior a um ano; e
VI - o acesso de aluno portador de deficiência aos benefícios
conferidos aos demais educandos, inclusive material escolar,
transporte, merenda escolar e bolsas de estudo.
§ 1o Entende-se por educação especial, para os efeitos
deste Decreto, a modalidade de educação escolar oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino para educando com
necessidades educacionais especiais, entre eles o portador de
deficiência.
§ 2o A educação especial caracteriza-se por constituir
processo flexível, dinâmico e individualizado, oferecido
principalmente nos níveis de ensino considerados obrigatórios.
§ 3o A educação do aluno com deficiência deverá iniciar-se
na educação infantil, a partir de zero ano.
§ 4o A educação especial contará com equipe
multiprofissional, com a adequada especialização, e adotará
orientações pedagógicas individualizadas.
§ 5o Quando da construção e reforma de estabelecimentos
de ensino deverá ser observado o atendimento as normas
técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT
relativas à acessibilidade.
(portal.mec.gov.br/seesp/arquivo – acessado em 10.12.2011)
Art. 25. Os serviços de educação especial serão ofertados
nas instituições de ensino público ou privado do sistema de
44
educação geral, de forma transitória ou permanente, mediante
programas de apoio para o aluno que está integrado no sistema
regular de ensino, ou em escolas especializadas exclusivamente
quando a educação das escolas comuns não puder satisfazer as
necessidades educativas ou sociais do aluno ou quando
necessário ao bem-estar do educando.
(portal.mec.gov.br/seesp/arquivo – acessado em 10.12.2011)
Art. 26. As instituições hospitalares e congêneres deverão
assegurar atendimento pedagógico ao educando portador de
deficiência internado nessas unidades por prazo igual ou superior
a um ano, com o propósito de sua inclusão ou manutenção no
processo educacional.
(portal.mec.gov.br/seesp/arquivo – acessado em 10.12.2011)
Art. 27. As instituições de ensino superior deverão oferecer
adaptações de provas e os apoios necessários, previamente
solicitados pelo aluno portador de deficiência, inclusive tempo
adicional para realização das provas, conforme as características
da deficiência.
§ 1o As disposições deste artigo aplicam-se, também, ao
sistema geral do processo seletivo para ingresso em cursos
universitários de instituições de ensino superior.
§ 2o O Ministério da Educação, no âmbito da sua
competência, expedirá instruções para que os programas de
educação superior incluam nos seus currículos conteúdos, itens
ou disciplinas relacionados à pessoa portadora de deficiência.
(portal.mec.gov.br/seesp/arquivo – acessado em 10.12.2011)
Art. 28. O aluno portador de deficiência matriculado ou
egresso do ensino fundamental ou médio, de instituições públicas
ou privadas, terá acesso à educação profissional, a fim de obter
45
habilitação profissional que lhe proporcione oportunidades de
acesso ao mercado de trabalho.
§ 1o A educação profissional para a pessoa portadora de
deficiência será oferecida nos níveis básico, técnico e tecnológico,
em escola regular, em instituições especializadas e nos
ambientes de trabalho.
§ 2o As instituições públicas e privadas que ministram
educação profissional deverão, obrigatoriamente, oferecer cursos
profissionais de nível básico à pessoa portadora de deficiência,
condicionando a matrícula à sua capacidade de aproveitamento e
não a seu nível de escolaridade.
§ 3o Entende-se por habilitação profissional o processo
destinado a propiciar à pessoa portadora de deficiência, em nível
formal e sistematizado, aquisição de conhecimentos e habilidades
especificamente associados a determinada profissão ou
ocupação.
§ 4o Os diplomas e certificados de cursos de educação
profissional expedidos por instituição credenciada pelo Ministério
da Educação ou órgão equivalente terão validade em todo o
território nacional.
(portal.mec.gov.br/seesp/arquivo – acessado em 10.12.2011)
Art. 29. As escolas e instituições de educação profissional
oferecerão, se necessário, serviços de apoio especializado para
atender às peculiaridades da pessoa portadora de deficiência, tais
como:
I - adaptação dos recursos instrucionais: material
pedagógico, equipamento e currículo;
II - capacitação dos recursos humanos: professores,
instrutores e profissionais especializados; e
III - adequação dos recursos físicos: eliminação de barreiras
arquitetônicas, ambientais e de comunicação.
46
(portal.mec.gov.br/seesp/arquivo – acessado em 10.12.2011)
O decreto assegura a educação para os deficientes desde a educação
infantil na idade de zero ano até a formação profissional, e assim
encaminhando o deficiente para o mercado de trabalho. E também assegura
uma educação em classe hospitalar para as crianças que se encontram
internadas.
3.3- Lei 10.048/2000 e Lei 10.098/2000 (www.planalto.gov.br/ccivil -
acessado em 10.12.2011)
A lei 10.048 dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e
dá outras providências, e a Lei 10.098 estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
A lei 10.048 da o atendimento prioritário para As pessoas portadoras de
deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as
gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo, em
repartições públicas, empresa concessionárias de serviços públicos,
instituições financeiras e transportes coletivo.
E a infração do disposto da lei acarretará penalidades e multas de
acordo com cada lugar e legislação específica.
A lei 10.098 promove a acessibilidade do deficiente, sendo ela em
mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços
públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos
meios de transporte e de comunicação.
Essa busca pela a acessibilidade pode ser encontrada de diversas
formas na sociedade como nos elementos da urbanização no desenho e da
47
localização do mobiliário urbano, na acessibilidade nos edifícios públicos ou de
uso coletivo, na acessibilidade nos edifícios de uso privado, na acessibilidade
nos veículos de transporte coletivo e na acessibilidade nos sistemas de
comunicação e sinalização.
É Importante que exista um planejamento para qualquer construção de
uso público, como praças e parques, sendo ele público ou privado devem
obedecer a regras de acessibilidade aos deficientes.
Na construção de estacionamentos que devem obedecer às regras de
vagas especificas para deficientes e também o acesso do deficiente ao
estacionamento. Os banheiros públicos também têm que haver banheiros
específicos, para o acesso e a mobilidade do deficiente dentro do banheiro.
É de grande importância também a existência de acesso dos deficientes
em edifícios de uso coletivos, sendo eles públicos ou privados, pois o deficiente
tem está incluído no direito de ir e vir previsto para qualquer cidadão brasileiro.
Também é de grande relevância a existência da acessibilidade dos portadores
de deficiência nos meios de comunicação e de sinalização para assim haver
uma maior integração do deficiente na sociedade.
3.4 - Decreto 5296/2004 (www.planalto.gov.br/ccivil - acessado em
10.12.2011)
O Decreto 5296/2004 Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de
novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que
especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas
gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras
providências.
48
Este Decreto procura viabilizar de maneira mais ampla a acessibilidade
das pessoas portadoras de deficiência, procurando sempre o bem estar e os
direitos dos deficientes.
3.5 - Diretrizes Nacionais Para a Educação Especial na Educação
Básica (portal.mec.gov.br – acessado em 17.12.2011)
As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
foram instituídas pela Resolução n°02/2001, da Câmara de Educação Básica
do Conselho Nacional de Educação, com o objetivo de assegurar uma boa
escola para todos. As diretrizes representam um avanço para a universalização
do ensino, sendo assim, um marco para a diversidade na educação brasileira.
A educação especial considerará os perfis dos estudantes, as
características biopsicossociais, faixas etárias, e se pautará princípios éticos,
políticos e estéticos para assegurar: a dignidade e o direito do aluno realizar
seus projetos de estudo, trabalho e inserção na vida social, a identidade, o
reconhecimento e a valorização das diferenças e potencialidades, e também
suas necessidades educacionais especiais no processo de ensino e
aprendizagem, constituindo e ampliando os valores, atitudes, conhecimentos,
habilidades e competências, o desenvolvimento com o exercício da cidadania,
participação social, política e econômica, mediante o comprimento do dever
usufruindo seus direitos.
As Diretrizes tornaram-se uma referência para a educação especial e
nela estão expostas todas as formas de organização para um atendimento
adequado para os deficientes.
Ela mostra como deve ser feita a implementação dos serviços de
educação especial, organizando como seria o atendimento na rede regular de
ensino e quais os profissionais e suas qualificações para trabalhar na rede
regular de ensino.
49
Nas diretrizes também apresentam como devem ser feitas a organização
para um atendimento adequado em escola especial, que devem:
Para uma educação escolar de qualidade nas escolas especiais,
é fundamental prover e promover em sua organização:
I - matrícula e atendimento educacional especializado nas etapas
e modalidades da Educação Básica previstas em lei e no seu
regimento escolar;
II - encaminhamento de alunos para a educação regular, inclusive
para a educação de jovens e adultos;
III - parcerias com escolas das redes regulares públicas ou
privadas de educação profissional;
IV - conclusão e certificação de educação escolar, incluindo
terminalidade específica, para alunos com deficiência mental e
múltipla;
V - professores especializados e equipe técnica de apoio;
VI - flexibilização e adaptação do currículo previsto na LDBEN,
nos Referenciais e nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
As escolas especiais públicas e privadas obedecem às
mesmas exigências na criação e no funcionamento:
a) são iguais nas finalidades, embora diferentes na ordem
administrativa e na origem dos recursos;
b) necessitam de credenciamento e/ou autorização para o seu
funcionamento.
(portal.mec.gov.br – acessado em 17.12.2011)
Os alunos com necessidades educacionais especiais que requeiram de
atenção individualizada podem ser atendidos em escolas especiais
complementando o atendimento das escolas de classes comuns. As escolas
especiais devem cumprir as exigências legais quanto ao processo de
credenciamento e autorização dos cursos, nessas escolas os currículos devem
ser construídos de acordo as condições do aluno e a escola especial e a
50
famílias decidem quanto à transferência para escola regular de ensino em
condições de realizar o atendimento educacional, com base em avaliação
pedagógica.
Compete aos sistemas públicos serem responsáveis pela identificação,
análise e avaliação da qualidade de escolas, públicas ou privadas observados
os princípios da educação inclusiva, organizando currículos de competência e
responsabilidade as escolas constando no seu projeto político pedagógico,
respeitadas as etapas e modalidades da Educação Básica.
3.6 - Portaria nº 1.679, de 2 de dezembro de 1999, assinada pelo
ministro Paulo Renato Souza. (portal.mec.gov.br – acessado em 06.01.2012).
O Ministro de Estado da Educação, considera o disposto na Lei nº 9.131, de 24
de novembro de 1995, na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e no
Decreto nº 2.306, de 19 de agosto de 1997, e considerando ainda a
necessidade de assegurar aos portadores de deficiência física e sensorial
condições básicas de acesso ao ensino superior, de mobilidade e de utilização
de equipamentos e instalações das instituições de ensino.
Em seu art. 1º, determina que sejam incluídos nos instrumentos destinados a
avaliar as condições de oferta de cursos superiores, para fins de sua
autorização e reconhecimento e para fins de credenciamento de instituições de
ensino superior, bem como para sua renovação, conforme as normas em vigor,
requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de necessidades especiais.
No art. 2º a Secretaria de Educação Superior, com o apoio técnico da
Secretaria de Educação Especial, estabelece requisitos, tendo como referência
a Norma Brasil 9050, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que trata
da Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficiências e Edificações,
Espaço, Mobiliário e Equipamentos Urbanos.
No art. 3º menciona-se a observância dos requisitos estabelecidos na forma
desta Portaria vinda a ser verificada, a partir de 90 (noventa) dias da
51
publicação, pelas comissões de especialistas de ensino, responsáveis pela
avaliação a que se refere o art. lº, quando da verificação das instalações
físicas, equipamentos, laboratórios e bibliotecas dos cursos e instituições
avaliados.
52
CAPÍTULO IV – DIFICULDADES NO ACESSO AO ENSINO SUPERIOR
Apesar dos instrumentos legais criados para facilitar e impor o respeito a
cidadania das pessoas portadoras de deficiência, impondo requisitos de
acessibilidade, visando, inclusive, instruir os processos de autorização e de
reconhecimento de cursos, e de credenciamento de instituições, nossas
faculdades públicas carecem de condições para receber e poder, de forma
digna, formar profissionais que possuam deficiências.
Inicialmente torna-se necessário planejar e sistematizar a compra dos
equipamentos exigidos pelas leis e como obter ajuda quanto à operação destes
em prol do aluno portador de deficiência no ensino superior. .
Quando do ingresso de alunos especiais nas faculdades públicas, sejam
respeitadas as leis que determinam a série de exigências, as Instituições
devem primeiramente orientar o corpo discente através de trabalhos e
documentos relativos a acessibilidade. É importante dar a atenção necessária a
esses alunos para que não os force a seguir pelos caminhos da justiça, dos
tribunais e órgãos de defesa dos direitos das pessoas portadoras de
deficiência.
A discussão vai muito além destas exigências, pois a lei não ordena que
haja uma capacitação dos docentes e nem orienta por onde as Instituições
devem começar o trabalho de inclusão. Alguns órgãos do governo ajudam com
esclarecimentos, mas ainda é pouco levando em consideração a dimensão do
problema.
Um exemplo é a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência - CORDE. Este é o órgão de Assessoria da Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, responsável pela
gestão de políticas voltadas para integração da pessoa portadora de
deficiência, tendo como eixo focal a defesa de direitos e a promoção da
cidadania.
53
A Lei nº 7.853/89 e o Decreto nº 3.298/99 balizam a política nacional
para integração da pessoa portadora de deficiência.
A CORDE tem a função de implementar essa política e para isso, orienta
a sua atuação em dois sentidos: primeiro é o exercício de sua atribuição
normativa e reguladora das ações desta área no âmbito federal e, o segundo é
desempenho da função articuladora de políticas públicas existentes, tanto na
esfera federal como em outras esferas governamentais.
Existem também as intervenções do MEC para criar regras para atender
portadores de deficiências nas universidades.
Todas as universidades, públicas ou particulares, terão de oferecer
acessibilidade em suas áreas físicas e nas comunicações para pessoas
portadoras de deficiências.
Muitos portadores de deficiência têm movido ações judiciais para garantir
seus direitos. Com a medida, os direitos dessas pessoas ficam assegurados. A
portaria determina que na avaliação das condições de oferta de cursos
superiores - para autorizá-los, reconhecê-los e renová-los - sejam incluídos
requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de necessidades especiais.
Estes requisitos dizem respeito a carências de alunos portadores de
deficiência física, visual e auditiva. Eliminação de obstáculos para circulação do
estudante, permitindo acesso aos espaços de uso coletivo; reserva de vagas
em estacionamentos nas proximidades das unidades de serviço; construção de
rampas com corrimãos ou colocação de elevadores e adaptação de portais e
banheiros com espaço suficiente para permitir a circulação de cadeira de rodas
são alguns dos requisitos.
54
CONCLUSÃO
As bases legais para que os portadores de deficiências venham a
exercer sua cidadania, através do direito de freqüentar faculdades públicas,
adquirindo formação profissional de nível superior, já existem, faltando apenas
a atitude de nossos administradores em fazer cumprir a lei.
Todas as faculdades públicas devem ser adaptadas a receber estes tipos
de alunos, fazendo com que tenham condições de receber as formações
pretendidas, sendo assim respeitados seus direitos de cidadania.
A maior dificuldade de realização encontrada são as adaptações para o
acesso dos deficientes nos edifícios, que muitas vezes não foram planejados
de forma correta para o acesso dessas pessoas, edifícios antigos, com muitas
escadas precisam encontrar uma forma para adaptações.
Um exemplo claro de uma construção antiga tombada que teve que
encontra uma solução para a acessibilidade dos deficientes é o Museu
Histórico Nacional, colocando rampas de acesso, e elevadores para os
deficientes.
O Museu Histórico Nacional também promoveu a acessibilidade
oferecendo ao deficiente auditivo guia em áudio e vídeo na linguagem brasileira
de sinais. Com uma pequena tela de vídeo em mãos, os deficientes auditivos
podem viajar por peças e histórias não abordadas tradicionalmente. Além de
dois guias em linguagem de sinais com tela de vídeo, foram adquiridos 40
equipamentos de áudio guia com informações em português, inglês e
espanhol. Que pode ser utilizado também por deficientes visuais e por turistas.
Assim, o visitante pode se guiar pelo museu e observar as peças do acervo e
os detalhes da arquitetura. A duração do áudio-guia é de cerca de 60 minutos.
Uma prova inequívoca de que quando existe interesse e bom senso, as
adaptações necessárias podem ser realizadas.
55
É, ainda, imprescindível levar todos os tipos de tecnologias existentes ao
conhecimento de todo corpo docente, para que estes fiquem atentos ao que há
de mais novo em relação programas de computador e aparelhos desenvolvidos
em prol dos portadores de deficiências.
Com um trabalho de conscientização pode-se vir a identificar, em
conjunto com os docentes e responsáveis pela administração, a melhora no
desempenho acadêmico destes alunos.
.
56
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, M. I. Ações organizacionais e pedagógicas dos sistemas de
ensino: políticas de inclusão. In: ROSA, D. E. G.; SOUZA, V.C. (Org.).
Políticas organizativas e curriculares, educação inclusiva e formação de profes
sores. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p.57-66.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa
Oficial, 1988.
BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades
educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.
BRASIL. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: plano de ação para
satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem de Jomtien, 1990
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990.66p.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Especial. Política nacional de educação especial.Livro 1. MEC/SEESP. Brasília:
SEESP, 1994.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 10.172 de 09 de janeiro de 2001.
Aprova o Plano Nacional de Educação e dó outras providências. Brasília:
MEC,2001.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei Nº.
7.853, de 24 de outubro de 1989.
57
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto nº
3.298, de 20 de dezembro de 1999.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília:
MEC/SEESP, 2001.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei n°
10.048 de 8 de novembro 2000.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília:
MEC/SEESP, 2001.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto Nº
5.296 de 02 de dezembro de 2004.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial.Lei n°
10.098 de 19 de novembro 2000.
BUENO, José Geraldo Silveira. Educação especial brasileira: integração
segregação do aluno diferente. S.P: Cortez, 1993.
CAHALI, Yussef Said. Código Civil, Código de Processo Civil, Código
Comercial, Legislação Civil, Processual Civil e Empresarial, Constituição
Federal. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais. 2008
CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE NECESSIDADES EM EDUCAÇÃO
ESPECIAL. A Declaração de Salamanca sobre princípios. Política e Prática em
Educação Especial. 1994.
58
MAZZOTTA, Marcos José Silveira. Fundamentos de educação especial. São
Paulo: Pioneira, 1982.
MAZZOTTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas.
São Paulo: Cortez, 1996. 208p.
PESSOTTI, Isaías. Deficiência mental: da superstição à ciência. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 1984.
SILVA, O. M. A epopéia ignorada: a pessoa deficiente na história do mundo de
ontem e hoje. São Paulo: CEDAS,1987.
VADEMECUNS, Direito. Brasil: Saraiva, 2009
59
WEBGRAFIA
portal.mec.gov.br/seesp/arquivo
portal.mj.gov.br
www.apaebrasil.org.br/arquivos
www.planalto.gov.br
www.seid.pi.gov.br
Anexo 1
Os resultados referem-se à matrícula inicial na Creche, Pré-Escola, Ensino Fundamental e Ensino Médio (incluindo o médio integrado e normal magistério) e na Educação de Jovens e Adultos presencial Fundamental e Médio (incluindo a EJA integrada à educação Os resultados são apresentados por Unidade da Federação, em ordem alfabética, segundo os municípios.
Unidades da Federação Municípios Dependência Administrativa
Matrícula inicial
Educação Especial (Alunos de Escolas Especiais, Classes Especiais e Incluídos)
Educação Infantil Ensino Fundamental Médio
EJA Presencial
Creche Pré- escola Anos Iniciais Anos Finais Fundamental Médio
Parcial Integral Parcial Integral Parcial Integral Parcial Integral Parcial Integral Parcial Integral Parcial Integral
BRASIL Estadual Urbana 897 34 3.971 56 65.115 4.862 63.253 2.585 24.215 330 9.686 270 3.219 0
Estadual Rural 0 2 80 1 3.157 186 2.343 84 585 16 570 0 31 0 Municipal Urbana 2.381 3.263 20.443 1.744 177.395 11.196 41.060 2.828 390 7 25.120 74 123 0
Municipal Rural 289 86 3.223 56 36.740 1.023 8.703 341 210 3 5.980 22 13 0 Estadual e Municipal 3.567 3.385 27.717 1.857 282.407 17.267 115.359 5.838 25.400 356 41.356 366 3.386 0
62
Anexo 2
Os resultados referem-se à matrícula inicial na Creche, Pré-Escola, Ensino Fundamental e Ensino Médio (incluindo o médio integrado e normal magistério), e na Educação de Jovens e Adultos presencial Fundamental e Médio (incluindo a EJA integrada à educação Os resultados são apresentados por Unidade da Federação, em ordem alfabética, segundo os municípios.
Unidades da Federação Municípios Dependência Administrativa
Matrícula inicial
Educação Especial (Alunos de Escolas Especiais, Classes Especiais e Incluídos)
Educação Infantil Ensino Fundamental Médio
EJA Presencial
Creche Pré- escola Anos Iniciais Anos Finais Fundamental Médio
Parcial Integral Parcial Integral Parcial Integral Parcial Integral Parcial Integral Parcial Integral Parcial Integral
BRASIL Estadual Urbana 897 34 3.971 56 65.115 4.862 63.253 2.585 24.215 330 9.686 270 3.219 0 Estadual Rural 0 2 80 1 3.157 186 2.343 84 585 16 570 0 31 0 Municipal Urbana 2.381 3.263 20.443 1.744 177.395 11.196 41.060 2.828 390 7 25.120 74 123 0 Municipal Rural 289 86 3.223 56 36.740 1.023 8.703 341 210 3 5.980 22 13 0 Estadual e Municipal 3.567 3.385 27.717 1.857 282.407 17.267 115.359 5.838 25.400 356 41.356 366 3.386 0 RIO DE JANEIRO Estadual Urbana 0 0 0 0 1.830 270 1.242 17 1.284 46 373 0 181 0 Estadual Rural 0 0 0 0 10 7 64 0 48 5 25 0 9 0 Municipal Urbana 98 370 1.359 129 17.517 1.147 2.454 120 39 1 1.614 0 3 0 Municipal Rural 13 7 93 6 1.404 61 139 10 0 0 68 0 0 0 Estadual e Municipal 111 377 1.452 135 20.761 1.485 3.899 147 1.371 52 2.080 0 193 0 RIO DE JANEIRO Estadual Urbana 0 0 0 0 330 0 71 2 570 5 70 0 46 0 Estadual Rural 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Municipal Urbana 30 224 389 71 7.585 306 1.100 23 0 0 455 0 0 0 Municipal Rural 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Estadual e Municipal 30 224 389 71 7.915 306 1.171 25 570 5 525 0 46 0
63
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 10
1.1 - A História da Educação Especial no Brasil 15
1.1.1 - Deficientes Visuais 15
1.1.2- Deficientes Auditivos 17
1.1.3 - Deficientes Físicos 19
1.1.4 - Deficientes Mentais 20
CAPÍTULO 2 - POLÍTICAS DE INCLUSÃO EM EDUCAÇÃO: LEIS INTERNACIONAIS E LEIS NACIONAIS 23 2.1 – Principais Documentos Internacionais 23 2.2 – Principais Documentos Nacionais 27
CAPÍTULO 3 – LEIS ESPECÍFICAS INCLUSIVAS 39
CAPÍTULO 4 – DIFICULDADES NO ACESSO AO ENSINO
SUPERIOR 52
CONCLUSÃO 54
BIBLIOGRAFIA 56
WEBGRAFIA 59
ANEXOS 60
ÍNDICE 63