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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A EXECUÇÃO, EXEQUENTE, EXECUTADO, PRINCÍPIOS E PRESSUPOSTOS NECESSÁRIOS Por: Marcos Vinicius Yunes Barbosa da Silva Orientador Prof. José Roberto Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A EXECUÇÃO, EXEQUENTE, EXECUTADO, PRINCÍPIOS E

PRESSUPOSTOS NECESSÁRIOS

Por: Marcos Vinicius Yunes Barbosa da Silva

Orientador

Prof. José Roberto

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A EXECUÇÃO, EXEQUENTE, EXECUTADO, PRINCÍPIOS E

PRESSUPOSTOS NECESSÁRIOS

Monografia apresentada à Faculdade de Direito

Candido Mendes – A Vez do Mestre como requisito

parcial para a obtenção do título Especialista em

Direito Processual Civil.

Por: Marcos Vinicius Yunes Barbosa da Silva

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AGRADECIMENTOS

A meus pais, Marcos Aurélio Barbosa

da Silva e Nádia Yunes Barbosa da

Silva que fizeram e ainda fazem de

tudo, dentro de suas possibilidades,

para me proporcionar as melhores

condições de vida.

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DEDICATÓRIA

Dedico o presente trabalho, aos meus

patrões, Dr. Afonso Mattos e Drª. Márcia

Maria Fadel Janot de Mattos, que me

incentivaram a fazer o curso.

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RESUMO

O presente trabalho tem como finalidade analisar e demonstrar a

necessidade da execução nos processos, seus princípios e pressupostos, os

requisitos e procedimentos da lei.

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METODOLOGIA

Na elaboração do presente trabalho busquei através de pesquisa na

doutrina existente, apresentar de forma objetiva as formas de execução, seus

procedimentos e conseqüências.

Desta forma, a luz do entendimento dos respeitados doutrinadores,

Araken de Assis e Alexandre Freitas Câmara, consegui descrever de forma

inequívoca os procedimentos e requisitos para tal tese.

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SUMÁRIO

CAPITULO I

(NOÇÕES GERAIS SOBRE EXECUÇÃO)

1) Natureza jurídica ........................................................... 11

2) Princípios fundamentais................................................ 13

CAPITULO II

(ESPÉCIES E PRESSUPOSTOS NECESSÁRIOS)

3)Espécies de execução ................................................... 16

3.1) Execução indireta ..................................................... 17

3.2) Execução direta ......................................................... 18

4) Pressupostos necessários .......................................... 20

4.1) Títulos executivos ....................................................... 21

4.2) Inadimplemento .......................................................... 29

5)Elementos do Processo Executivo ................................ 32

5.1) Elementos Subjetivos.................................................. 32

5.1.1) Nomeclatura................................................................32

5.1.2) Legitimação Ativo.......................................................33

5.1.3) Legitimação Ativa Derivada ou Superveniente....... 34

5.1.4) LegitimaçãoPassiva.................................................. 35

5.2) Elemento Objetivo........................................................ 37

5.2.1) Liquidação de Sentença........................................... 37

CAPITULO III

(INÍCIO DO PROECESSO DE EXECUÇÂO)

6) inicio da demanda.................................................................................. 37

7) da petição inicial ................................................................................. 43

BIBLIOGRAFIA ............................................................... 45

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INTRODUÇÃO

O Processo de Execução,é uma forma legal de que dispõe o credor para ter satisfeita ou compensada sua expectativa de realização do crédito, frente ao devedor, principalmente porque a própria Carta Magna exclui do campo penal a inadimplência, exceto quanto à pensão alimentícia (art. 5o., LXVII).

Requisitos e Pressupostos do Processo de Execução são: o

Inadimplemento do devedor – considera-se inadimplente o devedor que não satisfaz espontaneamente a obrigação ou o direito reconhecido em sentença. Existência de um título executivo – sem o título não há como executar a obrigação. O título executivo dá a certeza da existência da obrigação, para assim poder atingir o patrimônio do devedor.

O título executivo deve ser certo (sabe-se o que se deve), líquido

(sabe-se quanto se deve) e exigível (obrigação vencida). Existência patrimonial – para efetivação do processo de execução é necessário que o devedor possua bens penhoráveis que possam tornar exeqüível a execução. Princípios Informadores do Processo de Execução:

a) Autonomia da execução – a ação de execução tem elementos

próprios, distinta da ação de conhecimento. b) Patrimonialidade – a garantia da execução da obrigação é o

patrimônio, e não a pessoa do devedor. A execução é real, só atinge o patrimônio do devedor.

c) Exato Adimplemento - a execução visa satisfazer o interesse do credor e não meio de punir o devedor. A execução deve garantir o mesmo resultado, caso o devedor resolvesse quitar a obrigação espontaneamente.

d) Utilidade – a execução tem que ser útil ao credor, não é admitida a execução que traga apenas prejuízo ao credor.

e) Menor onerosidade – a execução tem que se feita pelo meio menos gravoso ao devedor, caso existam diversos meios de satisfazer a obrigação.

f) Responsabilidade do devedor – o devedor pe responsável pelas custas, despesas do processo e honorários do advogado.

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g) Contraditório – aceito no processo de execução mesmo de forma mitigada. Mesmo que de forma particular o juiz abre possibilidade de manifestação das partes.

CAPÍTULO I

NOÇÕES GERAIS SOBRE EXECUÇÃO

1) Natureza Jurídica

No desempenho da atividade executiva, o juiz expede atos de natureza

radicalmente diversa daqueles proferidos no âmbito da função cognitiva. Nesta

última, a relevância do ato judicial se mede pelo conteúdo decisório, conforme

previsão dos arts. 162 e 163 do CPC. O motivo dessa diferença, segundo o

Mestre Araken de Assis em seu manual de execução 11ª Edição, se deve à

diversidade das tarefas atribuídas ao juiz .

Conforme afirmado pelo Mestre, em sua obra, tem o ato executivo de

peculiar, distinguindo-se dos demais atos do processo a virtualidade de

provocar mudanças no mundo natural. Objetiva a execução adequar o mundo

físico ao projeto sentencial, empregando a força do Estado ( art. 579 CPC) .

Essas modificações fáticas requerem uma invasão da esfera jurídica do

executado e não só de seu circulo patrimonial, porque, no direito pátrio, os

meios de coerção se ostentam admissíveis. A medida do ato executivo é seu

conteúdo coercitivo.

Em toda execução há invasão da esfera jurídica do executado, trata-se

de algo mais amplo do que a simples ruptura do círculo patrimonial.Ela é

necessária à vista de certos bens personalíssimos e de alguns direitos dotados

de valores expressivos, como o crédito alimentar. Com o propósito de atua-los

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in natura , o CPC, utiliza uma pressão psicológica, culminada pela incidência

de sanção pecuniária ou pessoal, o que penetra na esfera jurídica do

executado, porém, se o expediente tiver êxito, a execução atingirá o patrimônio

só por via reflexa.

A execução têm atos, chamados de atos executórios que para sua

análise devemos dividi-los em:

A) Atos de apreensão: exemplos nítidos são a primeira etapa da penhora (

art 475 – J, caput, c/c art. 652, parágrafo 1º e art. 664 do CPC) e a do

desapossamento (art. 625) que têm por fito tanto coisas, móveis e imóveis

quanto o desapossamento, pessoas ( art.839 do CPC).

B) Atos de transformação: exemplificados na tormentosa atividade prática

da execução do facere fungível ( art.633 do CPC), ás vezes de extraordinária

complexidade.

C) Atos de custódia: exemplo é o depósito da coisa penhorada ( art.664

do CPC) e a prisão do executado (art.733, parágrafo 1º).

D) Atos de dação: entrega do dinheiro produzido pela expropriação

(art.708, I, CPC) e da imissão na posse (art.625).

E) Atos de transferência: quando os direitos são compulsoriamente

transladados da esfera jurídica do executado, como ocorre na arrematação

(art.693 CPC).

F) Atos de pressão: servindo de exemplo a cominação da pena pecuniária

e da prisão ao executado, constrangendo sua vontade.

Em todos esses atos sobreleva-se a coerção, submetida, entretanto a

atento controle do juiz. Segundo dispõe o art.577, os atos executivos

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dependem de provisão judicial e o Oficial de Justiça, que é auxiliar do juízo,

compete realizá-lo. Esses atos constatarão de termo, confeccionado pelo

escrivão (exemplo : termo de penhora), ou seja, todo ato é documentado.

2) Princípios fundamentais

Os princípios fundamentais encontram-se na Constituição, porém não

são exatamente esses o objeto da presente tese. Nesse estudo

aprofundaremos somente os princípios sob o título de “caracteres da

execução”, que são os princípios específicos da execução.

O princípio da autonomia é o corolário da especificidade da própria

função executiva, ostenta a autonomia da execução compreendida no sentido

funcional, constitui ente à parte das funções de cognição e cautelar.

Quando se entra na fase de execução o Autor, ora Exeqüente, começa

um novo processo, inaugurado por demanda da parte e encerrado por

sentença (art.795 CPC). A execução pode ser precedida ou não de outro

processo, se a mesma se basear em título judicial , houve pretérita

condenação, derivada de processo de conhecimento,ou de atividade

parajurisdicional (sentença arbitral) , em outros casos, a lei abstrai a

condenação prévia e agrega efeito executivo a documentos criados pelos

particulares, postergando a cognição plena para uma oportunidade ulterior e

eventual, pois dependerá da iniciativa do executado.

O princípio do Título aparece na ação executória que nasce do efeito

executivo da condenação. Desta maneira a ação executória sempre se baseará

no título executivo, como reza o art. 586 CPC “a execução para cobrança de

crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível”, a

ausência do título irá gerar a nulidade cominada, a teor do art.618, I.

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A nova redação do art.475-N, reforça que o princípio do título ao

explicitar que assume tal condição o provimento que reconhecer a cargo do

vencido “ obrigação de fazer, não fazer,entregar coisa ou pagar quantia”.

Nesse sentido, o condenado vencido a prestar obrigação de fazer ou de

entregar coisa, através de provimento final ou antecipatório, há título.

Com isso, deverá o credor invocar e exibir o título executivo,

documento incluído no rol exaustivo dos arts. 475-N e 585 do CPC, sob pena

de inépcia da inicial.

O princípio da responsabilidade patrimonial; a execução visa o

patrimônio do executado. O devedor responde pelo cumprimento da obrigação

através de seus bens presentes e futuros. A patrimonialidade da execução

desaparece no emprego da coerção pessoal. O art.84, parágrafo 5º da Lei

8.078 de 1990 (CDC) aponta para isso, pois autoriza o juiz , para a tutela

específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente do facere

infungível a “determinar as medidas necessárias, tais como a busca e

apreensão, remoção de coisas e pessoas...”

O princípio do resultado; faz com que a expropriação, meio executório

se realize em proveito do credor , o conjunto dos meios executórios, integrados

pela expropriação (art.646) tem o único objetivo de satisfazer o credor.

Entretanto paralelamente o princípio do resultado que Têm várias tendências

convergentes, também tutela o executado/devedor, nenhum ato inútil como

penhora de bens de valor insignificante e incapaz de satisfazer o crédito poderá

ser consumado ( art.659, parágrafo 2º).

A execução é parcial limitando-se ao necessário e suficiente para

saldar a dívida também é econômica, ou seja, evita maiores sacrifícios ao

devedor que os exigidos pelo resultado, o art. 620 apenas enuncia princípio

que governa a intimidade dos meios executórios.

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O princípio da disponibilidade está fundado na idéia de satisfação plena

do credor, “não se concebendo que a execução venha a produzir a satisfação

de eventual pretensão do executado “ (Cândido Rangel Dinamarco, Execução

civil, n.89, p. 148). O art.569, caput, torna ineficazes objeções do devedor à

desistência formulada pelo credor da execução, definitiva ou obrigatória, ou de

alguma medida executória. Por tal motivo, a 4ª Turma do STJ enfatiza a

possibilidade de o credor “desistir a qualquer momento em relação a um, a

alguns ou a todos os executados, mesmo porque a execução existe em

proveito do credor, para satisfação do seu crédito”. (4ª T. do STJ, Resp. 7.370-

PR, 01.10.1991, Rel Min. Sálvio de Figueiredo, RJSTJ 4(29)/386).

Se este poder de disposição vale integralmente, na hipótese de o

executado não se opor à execução através de embargos , também se aplica

sobrevindo semelhante remédio.Ocorrendo a desistência antes do

oferecimento dos embargos o exeqüente responderá pelos honorários

advocatícios se o executado constituiu advogado para nomear bens à penhora

ou oferecer exceção de pré-executividade. Por conseguinte, não cabe a fixação

de honorários a favor do executado que não conseguiu advogado.

O credor desistindo na pendência da oposição do executado, o

parágrafo único do art.569 traça as regras quanto ao destino dos embargos,

seja quando houver desistência de toda a execução, seja quando o credor

desistir de apenas alguma medidas executivas (Ex: Penhora). A extinção

decorrente da desistência do exeqüente não atinge o crédito, Ela se distingue,

nesse aspecto, da renuncia prevista no art. 794, III, e, portanto nada impede a

renovação do processo executivo com base no mesmo título. Extinguindo-se a

execução, porém, pela extinção superveniente do crédito, o credor não poderá

renovar o processo.

O princípio da adequação têm uma distribuição em três níveis:

subjetivo, objetivo e teleológico ( Galeno Lacerda, Comentários..., n7, p. 31-36).

O processo de execução obedece todos. O desimpedimento ( adequação

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subjetiva) é tão importante quanto a disponibilidade do bem (adequação

objetiva) e a idoneidade do meio executório, sem meio hábil, o bem nunca será

alcançado pelo credor.

CAPÍTULO II

ESPÉCIES E PRESSUPOSTOS NECESSÁRIOS

3) Espécies de Execução

O objeto de qualquer execução é a satisfação do exeqüente, os atos

executivos se encadeiam e se articulam em operações, chamadas meios

executórios. O legislador preferiu designar os meios executórios de espécies

de execução, Título, II do livro II, do CPC. Eles se aplicam, naturalmente, ao

cumprimento da sentença (art. 475 –R).

A compreensão dos meios executórios inicia pela identificação precisa

do bem jurídico ambicionado pelo demandante. Tais bens podem ser uma

coisa certa ou determinada, uma soma em dinheiro, ou uma quantidade de

coisas em dinheiro passíveis de conversão, e finalmente, uma atividade ou

uma abstenção do executado.

Os meios executórios constituem a reunião de atos executivos

endereçada, dentro do processo, à obtenção do bem pretendido pelo

exeqüente. Eles vinculam a força executiva que se faz presente em todas as

ações classificadas de executivas, e não só naquelas que se originam do efeito

executivo da sentença condenatória.

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Nesse sentido, podemos agrupar os meios executórios em duas

classes fundamentais: a sub-rogatória, que despreza e prescinde da

participação efetiva do devedor e a coercitiva, em que a finalidade precípua do

mecanismo, de olho no bem, é captar a vontade do executado ( Em geral, só a

execução “direta” é reputada autêntica “execução” : José Alberto dos Reis,

Processo de execução, v.I/25 e ss., n. 12; Francisco Carnelutti, Diritto e

processo, n. 179, p.289....)

A sub-rogação abrange a expropriação ( art.647 do CPC), o

desapossamento ( art.625) e a transformação ( art.634). No contexto da

expropriação, cumpre distinguir o desconto (art. 734), e , como o exemplo da

execução comum da obrigação pecuniária acima indicou, a alienação (art. 708,

III). O uso desses mecanismos segue a ordem sugerida pela seriação dos

incisos do art. 647, redação da Lei 11.382/2006.

A coerção utiliza a ameaça de prisão (art.733, caput e parágrafo 1º) e

de imposição de multa em dinheiro.

3.1 Execução Indireta

Os meios executórios de coerção são divididos em coerção patrimonial

e coerção pessoal:

Coerção patrimonial:

Professor Amaral Santos acentua que somente as particularidades do

facere infugível , exigindo a insubstituível participação do executado, explicam

a espécie de demanda.. O sinal característico da cominatória é o preceito,

sinônimo de mandado, monitório, ordem ou cominação. Despachando a inicial

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de semelhante ação, o juiz desde logo comina pena pecuniária ao réu com fito

de força-lo ao cumprimento e desestimular a defesa, mas ressaltava ao

demandado a faculdade de opor-se à pretensão. No demais afirma Amaral

Santos, “ tanto quanto as obrigações de dar, fazer, ou não fazer, poderiam ser

acertadas por ação ordinária de conhecimento.

Segundo os arts. 287 e 644 do CPC, à condenação em prestações de

fazer fungíveis e infugíveis, positivas e negativas, e nas prestações para

entrega de coisa é possível cominar, mediante pedido e condenação explícitos

ou independentemente de pedido, multa pecuniária por dia de atraso no

cumprimento. Idêntica cominação poderá ser determinada, como estabelecem

os arts. 621, parágrafo único e 645, pelo juiz da execução, ante eventual

omissão do título extajudicial.

Coerção pessoal:

O descumprimento de duas obrigações conduzem o devedor à prisão

por dívida, nos termos de notória ressalva constitucional (art.5º, LXVII, da

CF/1988) a obrigação pecuniária alimentar.

3.2 Execução direta

Os meios que abstraem a participação do executado são designados

de sub-rogatórios e a execução em que atuam, chamada de direta, ostentam

todavia determinadas diferenças no modo de penetração na esfera patrimonial

do devedor.

O desapossamento é uma espécie dessa sub-rogação , e se resume a

procurar se a coisa for móvel, encontrar, tomar e entregar a res ao exeqüente.

O art. 625 do CPC distingue a busca e a apreensão, dirigidas às coisas móveis,

da imissão na posse, restringida a imóvel.

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A transformação, mais uma espécie, é aquela na qual a esfera

patrimonial do executado é invadida para executar obrigações de fazer

fungíveis ou direitos a ela equiparados ( art.633 e seguintes do CPC).

O meio de expropriação outra espécie pode ser explicado, também

dentro da execução, onde as obrigações pecuniárias consistem no corte da

porção patrimonial correspondente ao valor da dívida. Os meios executórios se

submetem aos valores prevalentes do ordenamento jurídico e ao

desenvolvimento de sua época. A rápida evolução tecnológica em áreas

críticas induz à suposição de que, brevemente, novos meios sejam

empregados, independentemente da concordância do executado, na execução

de créditos. É o que se infere da menção a meios eletrônicos no art. 685-C,

parágrafo 3º, e a Lei 11.419/2006 abre amplas perspectivas na

“desmaterialização” do processo, tornando inúteis os autos de papel.

O meio de desconto é retirado com a remuneração da pessoa natural ,

ou seja, o juiz ordena à fonte pagadora o desconto da quantia devida e seu

imediato pagamento ao alimentário. É o principal mecanismo da tutela

executiva dos alimentos ( art.16 da Lei. 5.478/1968).

O meio de adjudicação evita a lenta e dispendiosa alienação em hasta

pública, o art. 647, I, na redação da Lei. 11.382/2006, situa a adjudicação como

o primeiro dos meios expropriatórios. Na adjudicação, o próprio credor adquire

o bem penhorado, em substituição à vetusta remição do bem, o art. 685 – A,

parágrafo 2º também permite ao cônjuge, aos descendentes ou aos

ascendentes do executado resgatarem o bem, mantendo-o no patrimônio

familiar.

A alienação por meio de iniciativa particular tem o objetivo de atalhar

a hasta pública, presumivelmente ineficiente, o art. 647, II, contempla a

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alienação por iniciativa particular, regulada no art.685-C. Sintetizando, o

exeqüente providenciará, por iniciativa própria, ou através de concurso de

corretor credenciado pelo juiz da execução, a localização de interessado em

adquirir o bem , cabendo ao juiz fixar prazo para os contatos preliminares e

todas as condições especificadas no art 685-C, parágrafo 1º.

Não requerida a adjudicação, nem promovida pelo exeqüente a

alienação por iniciativa particular, restará a alienação do bem por hasta pública

. O procedimento da alienação abrange as etapas de avaliação e a apuração

do valor de mercado permite modificar e adequar a constrição à bitola da dívida

( art 685), da publicação de editais e da arrematação, na qual o órgão

jurisdicional aceita a proposta mais vantajosa e transfere o domínio da coisa,

pertencente ao executado, ao adquirente.

Sendo o bem penhorado (móvel ou imóvel) é frutífero, a satisfação do

credor poderá acontecer através da expropriação desse direito parciário,

mediante adjudicação, durante certo período, dos rendimentos do objeto da

constrição (art.716 do CPC). O estatuto em vigor designa de “usufruto” a

expropriação do direito à fruição e uso da coisa. A Lei 11.382/2006 manteve

esse mesmo mecanismo.

4) Pressupostos necessários

Os pressupostos práticos e legais defendidos por Liebman, na sua

obra processo de execução, são o título que funciona como “condição

necessária e suficiente da execução” e o inadimplemento que corresponde a

situação de fato que pode dar lugar a execução. Esses requisitos de fato e de

direito são erigidos, porque a execução implica conseqüências muito graves ao

patrimônio do executado, motivo por que ela se subordina a rigorosas

condições de admissibilidade.

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O inadimplemento e o título representariam condições da ação

executiva. Os dois pressupostos se aplicam, indistintamente, à execução do

Livro II e ao “cumprimento”.

A Lei 11.382/2006 revogou o art.583, mas expressou o princípio do

título no art.586, conjugando, no mesmo dispositivo a enunciação do princípio e

os atributos do título que funda a execução em título de obrigação certa, líquida

e exigível. Em síntese a execução se baseia no título exibido pelo exeqüente.

4.1) Título executivo

Conforme o mestre, Carnelutti, enquanto o processo de conhecimento

se contenta com uma pretensão, entendida como vontade de submeter o

interesse alheio ao próprio, , bem mais exigente o processo executivo que

reclama, para sua instauração uma pretensão conforme ao direito.

Em outras palavras, o juiz no processo de execução, necessita de

âncoras explícitas para ordenar atos executivos e alterar a realidade em certos

rumos. O título faz prova legal ou integral do crédito, é a fonte imediata, direta e

autônoma da regra sancionadora e dos efeitos jurídicos dela decorrentes.

No plano material a dimensão do título sobreleva-se em declaração de

certeza (relativa), obtida através do órgão jurisdicional e de cognição prévia.

O título executivo constitui a prova pré-constituída da causa de pedir

da ação executória e consiste na alegação realizada pelo credor na inicial, de

que o devedor não cumpriu, espontaneamente, o direito reconhecido na

sentença.

Nesse sentido, o título outorga ao credor a possibilidade de propor

ação executória irrompendo na esfera jurídica do executado. O Estado sub-

rogará a vontade do obrigado, produzindo certas transformações na realidade.

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Confrontado pela ação executória o executado se sujeita à

semelhança do que sucede em qualquer processo, as conseqüências da

propositura da demanda.

Em face da função executiva preponderante na ação executória,

porém, os incômodos aumentam de grau, superando os ônus comuns e

inerentes à própria defesa, respondendo eventual demanda caprichosa e

infundada, no ângulo do devedor, seu legítimo patrimônio se submeterá à

agressão dos meios executórios.

Não se limita a sujeição do executado ao término da fase

expropriativa, no direito pátrio nenhum credor desprovido de título ingressa,

ainda que na qualidade de terceiro no processo executivo.

No seu conteúdo, o título delimita, subjetivamente, a ação executória,

determina o bem objeto das aspirações do demandante e às vezes de marca

os lindes da responsabilidade patrimonial.

A exigibilidade do título, o implemento do termo, outorga atualidade ao

crédito (art 572 CPC). Termo é fato natural, verificado no próprio título e por

esta razão carece de qualquer prova em princípio tirante a do chamado termo

incerto. Ao contrário, a condição, porque evento futuro e incerto, exigirá prova

na petição inicial da ação executória ( art. 614, III, CPC).

O art. 475-N do CPC arrola os títulos judiciais. Ele abrange

determinadas espécies de sentenças, nada obstante a afirmativa de que a lista

se mostra “taxativa” duas situações extravagantes se harmonizam com o texto.

Em primeiro lugar, o conceito de sentença proferida no processo civil (art.475 –

N, I) há de ser redimensionado, incluindo atos decisórios diversos, ademais,

existe caso anômalo de sentença prolatada em processo trabalhista que em

razão da competência não se executa naquele juízo.

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Segundo o art. 162, parágrafo 1º, CPC, na redação da Lei.

11.232/2005, a sentença é o provimento decisório que implica alguma das

situações previstas nos arts. 267 e 269 dessa Lei.Abandonou-se o anterior

critério baseado no efeito extintivo do provimento, caso o vencido não aviasse

o recurso cabível – Apelação (art.513) - , e criado para fins práticos, definindo o

âmbito de incidência da apelação e do agravo (art.522, caput).

O título extrajudicial prescinde de prévia ação condenatória, ou seja,

resolução judicial que reconheça o dever de prestar do vencido. O título

extrajudicial não tem antecedência, mas antecipa-se à sentença de cognição,

nota Pontes de Miranda. Conseguinte, postergando a função de conhecimento,

o grau de estabilidade deste tipo de título diminui de modo dramático. O

principal sintoma da fragilidade se encontra no regime heterogênico da

oposição do executado, que, contra execução fundada em título extrajudicial,

possui horizontes largos ( art.745, V, do CPC, redação da Lei. 11.382/2006).

Sintetizando, a declaração das partes, seja para adscrever

determinado negócio documentado à execução, seja para excluí-lo da tutela

executiva, é ineficaz perante o catálogo do art. 585 CPC. Tal manifestação de

vontade não institui e não exclui a ação por ventura cabível. Previsto o

documento num dos tipos arrolados no art. 585, está autorizada a ação

executória, refugindo ele ao catálogo legal, o mesmo se afigura imprestável

para basear a demanda executória. Os títulos extrajudiciais são letra de

câmbio, nota promissória, o cheque, a debênture e a duplicata, todos esses

são indicados no inciso I, do art. 585.

O art. 585, II, contempla quatro documentos distintos como título

executivo, a escritura pública, documento público assinado pelo devedor,

documento particular assinado devedor e duas testemunhas, transação

referendada pelo Ministério Público, pelo Defensor Público ou pelos advogados

dos transatores.

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O instrumento público, inicialmente, o art. 585, II, alude à escritura

pública que representa espécie de instrumento público, exteriorizando o

negócio jurídico.

Dotado de fé publica, e fazendo prova plena da obrigação, o

documento notarial constitui requisito de validade dos negócios jurídicos que

visem à constituição, transferência, modificação ou renuncia de direitos reais

sobre imóveis de valor superior a 30 (trinta) vezes o maior salário mínimo

vigente no país, a teor do art.108 do CC.

A força executiva abrange as obrigações contraídas no próprio

instrumento e quaisquer outras preexistentes, mas reconhecidas perante o

notário. Não importa outrossim, o caráter unilateral ou bilateral do negócio ou

que, neste último, as prestações sejam simultâneas.

Em juízo, apresenta-se a escritura pública sob forma de translado que

é a primeira cópia do instrumento, e das certidões, posteriormente extraídas

pelo notário, nos termos do art. 2177 do CC e do art. 365, II, do CPC.

O instrumento particular de confissão de dívida no art. 1º, parágrafo

10, do Dec.- lei 1.042/1969, retirou a sua eficácia executiva, posteriormente,

restaurada pelo art. 585, II, e pela revogação daquele texto por obra do Dec.-

lei 1.700/79, que, igualmente, suprimiu o registro fiscal dos títulos cambiais (art.

585,I).

A substância do documento particular integra a assinatura de duas

testemunhas. Decidiu a 4ª Turma do STJ que na sua falta não há título.

Também se revela imprescindível a assinatura do próprio devedor ou de

procurador com poderes expressos e se for o caso, exibindo procuração por

instrumento público, não valendo a assinatura a rogo, mas não se exige que a

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assinatura das testemunhas seja contemporânea à do devedor, também não é

necessário o reconhecimento das firmas.

O processo que objetiva a condenação ao pagamento de quantia certa

e não estiver alicerçado em título executivo extrajudicial termina com uma

sentença com resolução do mérito (art. 267), resolvendo o conflito de

interesses que havia entre as partes.

A sentença pode ser líquida ou ilíquida; se for ilíquida, deve-se passar,

primeiro, pela fase de liquidação e ao depois, adentrar na execução

propriamente dita; todavia, se a sentença for líquida, vai-se diretamente para o

seu cumprimento em execução.

Esta decisão que reconhece o an debeatur pode gerar um título

executivo judicial líquido ou ilíquido com a fixação do quantum debeatur.

Quando a sentença não determinar o valor devido (quantum debeatur)

norma o art. 475-A do CPC; "procede-se á sua liquidação".

Esta liquidação deve ser pedida pelo vencedor mediante requerimento

ao juiz do feito, com exposição dos motivos e indicando a forma de liquidação:

a) se por cálculo (art. 475-B), quando deverá ser instruída com a respectiva

memória do cálculo; b) por arbitramento (art.475-D), quando o juiz fixará perito

e marcará prazo para a entrega do laudo; e, finalmente; c) por artigos (art.475-

F) cujo rito será o do processo comum (art. 272).

Norma o § 1º do art. 475-A "que do requerimento de liquidação de

sentença será a parte intimada na pessoa do seu Advogado, seguindo o

processo o mesmo rito do processo de liquidação que se processava antes da

Lei 11.232/05.

Por outro lado, sempre é bom lembrar, que o § 1º do art. 475-I diz: "é

definitiva a execução de sentença transitada em julgado e provisória quando se

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tratar de sentença impugnada mediante o recurso ao qual não foi atribuído

efeito suspensivo

Fixado o quantum debeatur, quer na sentença do processo de conhecimento, quer

na fase de liquidação, após o trânsito em julgado (ressalvada a hipótese de execução por

carta de sentença com efeito suspensivo), o exeqüente deverá apresentar um requerimento

ao Juiz, seguindo, no que couber, as regras e requisitos dos arts. 282, 283 e 614 do CPC,

pedindo que seja intimado o devedor, na pessoa de seu Advogado pela imprensa oficial

(Diário Oficial de Justiça) para que pague o valor da condenação em dinheiro, no prazo de 15

(quinze) dias; há opiniões ligeiramente divergentes quanto á forma do requerimento, como a

de Humberto Theodoro Júnior ao afirmar: "o requerimento do credor que dá início á execução

do título judicial de quantia certa, é, em tudo, igual ao pedido de expedição do mandado de

despejo, quando o inquilino não desocupa o imóvel, dentro do prazo que a sentença lhe

assinou".

Neste requerimento o credor (exeqüente) já indicará o bem a ser penhorado e

pedirá sua avaliação podendo até mesmo indicar assistente técnico; observe-se que o

devedor poderá contestar a penhora e avaliação em sua impugnação (art. 475-L, inciso III); o

oficial de justiça é quem deve fazer a avaliação, salvo se exigir conhecimento técnico

especializado, fato que deverá levar ao conhecimento do Juiz para as providências cabíveis.

Se o Juiz deferir o requerimento do credor, determinará a expedição do mandado

de penhora e avaliação, do qual deverá constar o valor líquido e certo da condenação,

mandando intimar o devedor para pagar o valor fixado no título judicial, no prazo de quinze

(15) dias.

Desses atos processuais, doutrina Nelson Nery Junior, "será intimado o devedor, na

pessoa do seu Advogado, para querendo, opor impugnação ao cumprimento da sentença.

Essa intimação será feita na forma do CPC 236 e 237. O ato de intimação pode ser realizado,

também, na pessoa do próprio executado ou do seu representante legal, por mandado ou

pelo correio. A partir da publicação do ato de intimação na imprensa oficial ou, se tiver sido

feita por mandado ou pelo correio, da juntada do respectivo mandado ou aviso de

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recebimento aos autos (CPC 241), inicia-se o prazo de quinze dias para o devedor opor

impugnação ao cumprimento da sentença".

Alguns doutrinadores têm entendido que na própria exordial da ação que resultará

no título judicial executável, o autor já pode requerer a expedição do mandado executório após

o trânsito em julgado da sentença.

Divergimos, pois se o § 5º, do art. 475-J norma: "Não sendo requerida a execução

no prazo de 6 (seis) meses, o juiz mandará arquivar os autos, sem prejuízo de seu

desarquivamento a pedido da parte"; isto vale dizer que o vencedor tem o prazo de 6 (seis)

meses, desde o trânsito em julgado da sentença que fixar o montante da condenação, para

requerer a execução; não é ato que o juiz possa tomar de ofício.

Logo, há necessidade do credor fazer requerimento para iniciar a execução, não

sendo caso de mero impulso processual, ainda que o credor já tenha feito o pedido quando

apresentou a exordial do processo de conhecimento.

Há necessidade do credor fazer requerimento para iniciar a execução, não sendo

caso de mero impulso processual, ainda que o credor já tenha feito o pedido quando

apresentou a exordial do processo de conhecimento.Considerada por alguns doutrinadores

como um misto de ação e defesa, na prática, formalmente, o cumprimento da sentença é

mais uma fase do prolongamento do processo de conhecimento, na qual se executa o

julgado para cumprir a decisão judicial.

A defesa do executado se faz mediante incidente de impugnação que não tem

efeito suspensivo salvo se o juiz acolher alegação de dano de difícil ou incerta reparação

apresentada pelo executado em sua impugnação.

Quanto á estrutura da petição de impugnação, deve-se observar o figurino traçado

nos artigos 282 e 283 do CPC, no que couber; o prazo para apresentá-la começa a fluir

segundo o critério do art. 241 do CPC.

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O art. 475-L apresenta o rol de matérias que podem ser objeto da impugnação: I -

falta ou nulidade da citação; II - inexigibilidade do título; III - penhora incorreta ou avaliação

errônea; IV - ilegitimidade das partes; V - excesso de execução; VI - qualquer causa

impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação,

transação ou prescrição, desde que superveniente á sentença, o rol do art. 475-L não implica

a adoção do princípio da taxatividade, pois o executado impugnante pode ter alguma matéria

relevante a ser apresentada, tanto que os doutrinadores estão escrevendo sobre a

possibilidade de objeções e exceções por petições, a qualquer tempo, sobre matéria de

ordem pública.

O despacho que indeferir liminarmente tais requerimentos será interlocutório,

passível de ser atacado por agravo de instrumento.

A impugnação substitui nas hipóteses de execução de título judicial, os embargos

do devedor; segundo doutrina de Rodrigo Barioni, "a defesa do executado, nos termos da Lei

11.232/2005, far-se-á por meio de impugnação (incidente processual) - e não mais pelo

processo incidental de embargos á execução do executado sobre a penhora e a avaliação. O

primeiro ponto a destacar é a tentativa de uniformizar os prazos de defesa na fase de

execução da sentença e na fase de conhecimento (para o rito comum ordinário). Em segundo

lugar, observa-se que o prazo para oferecimento da impugnação á execução começa a fluir

da intimação do devedor sobre a penhora realizada e não mais da juntada aos autos da prova

da intimação da penhora".

O § 2º do art. 275-L atribui ao impugnante o dever de indicar o montante correto da

dívida, quando alegar excesso de execução (inciso V); nesta hipótese deve apresentar a

respectiva memória de cálculo. Concedido efeito suspensivo á impugnação, "é lícito ao

exeqüente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando caução

suficiente e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos próprios autos", norma do § 1º, do art.

375-M do CPC. Vale assinalar que não fica afastada a hipótese do devedor apresentar outros

meios de defesa, tais como a exceção de executividade e a objeção de executividade, que

dispensam esteja o juízo seguro pela penhora ou depósito; tais medidas não suspendem o

prazo para impugnação porque não têm o condão de suspender a execução.

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A exceção de executividade pode ser proposta a qualquer momento após a

propositura da execução (sic Nelson Nery); deve ser instruída com prova pré-constituída e

não admite dilação probatória, devendo, todavia, sobre ela ser ouvido o exeqüente; da

decisão que julga a exceção cabe agravo de instrumento se ela for rejeitada ou se acolhida

não extinguir a execução; no entanto se a decisão extinguir a execução, não será

interlocutória mas sim sentença e contra ela a parte vencida deverá interpor apelação.

Nelson Nery doutrina que "a impugnação é em tudo, equiparável aos embargos do

devedor (CPC 736, 741 e 745) - misto de ação e de defesa -, mas não tem autonomia

procedimental. Quanto ao procedimento, portanto, a impugnação é um incidente

processual".(13)

Com relação á objeção de executividade, esta envolve as questões de ordem

pública (art. 267, IV, V e VI e art. 301), aquelas que devem ser conhecidas de ofício pelo juiz

ou Tribunal a qualquer momento ou grau de jurisdição (menos em RE e REsp), processando-

se nos moldes da exceção de executividade.

A impugnação processa-se nos próprios autos da ação de conhecimento se tiver

sido recebida com efeito suspensivo e em autos apartados em caso contrário; as exceções e

objeções devem ser autuadas e processadas sempre em autos apensos.

4.2 Inadimplemento

O inadimplemento é fato constitutivo da demanda executória O

inadimplemento do devedor. A execução forçada exige a concorrência de dois

pressupostos básicos e indispensáveis e que são:

I - o inadimplemento do devedor (art. 580/582); e

II - o titulo executivo, judicial ou extrajudicial (art. 583/590).

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Só a conjugação dos dois requisitos é que se torna viável o manejo do

processo de execução. A exigência dos pressupostos é geral e aplica-se a

todas as espécies de execução, sejam das obrigações de pagar quantia certa,

sejam das obrigações de dar, de fazer ou não fazer.

Mas a situação de fato que dá lugar a execução consiste sempre "na

falta de cumprimento de uma obrigação por parte do obrigado". Se considera

inadimplente o devedor não cumpriu, na forma e no tempo devidos, o que lhe

competia segundo a obrigação pactuada.

A execução exige, pois:

a) que exista o título executivo; e

b) que a obrigação esteja vencida.

Sem o vencimento da divida, seja normal ou extraordinário, não ocorre

a sua exigibilidade. E não sendo exigível a obrigação, o credor carece da ação

executiva (art. 586). Não sendo necessário que a prova do inadimplemento

venha com a inicial, pois o transcurso do prazo da citação sem o cumprimento

da obrigação, como forma de interpelação judicial, é a mais enérgica e

convincente demonstração da mora do devedor.

Ademais, a simples verificação, no título, de que já ocorreu o

vencimento é a prova suficiente para abertura da execução. Ao devedor é que

incumbe o ônus da prova em contrário, isto é, a demonstração de que

inocorreu o inadimplemento, o que deverá ser alegado e provado em embargos

à execução (art. 741, n° VI). Sendo o título executivo judicial (sentença) só se

pode falar em inadimplemento após o trânsito em julgado e a liquidação da

condenação, se for o caso, salvo a excepcional possibilidade da execução

provisória.

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Para os títulos extrajudiciais, não se tratando de obrigação à vista, o

inadimplemento se dá após a ultrapassagem do termo ou a verificação da

condição suspensiva. O CPC define a inadimplência (art. 580, § único):

“Art. 580. (...) § único. Considera-se inadimplente o

devedor que não satisfaz espontaneamente o direito

reconhecido pela sentença, ou a obrigação, a que a lei

atribuir a eficácia de título executivo.”

O inadimplemento pressupõe uma situação de inércia culposa do

devedor. Havendo cumprimento voluntário da obrigação pelo devedor, o credor

não poderá iniciar a execução (art. 581, CPC):

Art. 581: “O credor não poderá iniciar a execução, ou nela

prosseguir, se o devedor cumprir a obrigação; mas poderá

recusar o recebimento da prestação, estabelecida no

título executivo, se ela não corresponder ao direito ou à

obrigação; caso em que requererá ao juiz a execução,

ressalvado ao devedor o direito de embargá-la”.

Mas, para desvencilhar-se da execução e obter a quitação da dívida é

imprescindível que o devedor cumpra a prestação exactamente como a define

o título de crédito do exeqüente. Caso contrário, será lícito ao credor recusá-la

e dar curso ao processo executivo (art. 581, do CPC). Mesmo que já tenha tido

início a execução forçada, caberá sempre ao devedor o direito de fazer cessar

a sujeição processual através do pagamento da dívida, que é fato extintivo do

processo executivo (art. 794, I):

Art.: 794: “Extingue-se a execução quando:

I - o devedor satisfaz a obrigação (...);

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5) Elementos do processo executivo

Os elementos do processo costumam ser classificados como

subjetivos e objetivos. No processo, os elementos subjetivos compreendem as

partes e o órgão judicial, que se apresentam como os seus sujeitos principais.

Quanto aos elementos objetivos compreendem, ora as provas, ora os bens,

que se revelam como os objetos sobre os quais incide a atividade processual.

É impossível o desenvolvimento do processo executivo sem a existência de

bens penhoráveis do devedor (art. 791, n° III).

Podemos, diante do exposto, apontar como elementos necessários do

processo de execução:

I - subjetivos:

a) as partes: credor e devedor;

b) o juiz, ou o órgão judicial, e seus auxiliares;

II - objetivos:

a) a prova do direito líquido, certo e exigível do credor, representada,

obrigatoriamente, pelo titulo executivo;

b) os bens do devedor, passíveis de execução.

5.1) Elementos subjetivos

5.1.1) Nomenclatura

Na execução forçada, as partes ativas e passivas são chamadas

tradicionalmente de exeqüente e executado. O CPC prefere denominá-las

credor e devedor.

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5.1.2) Legitimação ativa

O CPC trata da legitimação para propor a execução forçada nos arts.

566 e 567.

No primeiro dispositivo, tem-se a legitimação originária, ou seja, aquela

que decorre do conteúdo do próprio título executivo e compreende:

a) o credor, como tal indicado no título; e

c) o Ministério Público, nos casos prescritos em lei.

No art. 567, acha-se especificada a legitimação derivada ou

superveniente, que corresponde às situações formadas posteriormente à

criação do título e que se verificam nas hipóteses de sucessão tanto mortis

causa como inter vivos.

Legitimação ativa originária do credor: Compete a execução, em

primeiro lugar, ao credor "a quem a lei confere o título executivo" (art. 566, n° I).

A legitimação das partes, por sua vez, será extraída, quase sempre, do

próprio conteúdo do título. Assim, no título judicial, credor ou exeqüente será o

vencedor da causa, como tal apontado na sentença. E, no título extrajudicial,

será a pessoa em favor de quem se contraiu a obrigação.Além de ser parte

legítima, por figurar no título como credor, ou por tê-lo legalmente sucedido,

para manejar o processo de execução o interessado terá ainda que:

a) ser capaz, ou estar representado de acordo com a lei civil pelo pai,

tutor ou curador;

b) outorgar mandato a advogado.

Ministério Público: Pode, também, promover a execução forçada "o

Ministério Público, nos casos prescritos em lei" (art. 566, nº II).

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5.1.3)Legitimação ativa derivada ou superveniente

O art. 567 do CPC determina pessoas legitimadas ativamente para a

execução forçada. São originalmente estranhos à formação do título executivo,

mas que, posteriormente tornaram-se sucessores do credor, assumindo, a

posição que lhe competia no vínculo obrigacional primitivo.

A modificação subjetiva da lide nestas hipóteses, tanto pode ocorrer

antes como depois de iniciada a execução forçada, e os fatores determinantes

da sucessão tanto podem ser causa mortis como inter vivos, sendo, ainda,

indiferente que o título executivo transmitido seja judicial ou extrajudicial.

São legitimados supervenientes para promover a execução, ou nela

prosseguir:

a) o espólio, os herdeiros ou sucessores do credor, sempre que, por

morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;

b) o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for

transferido por ato entre vivos;

c) o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.

Espólio: Por espólio designa-se o património deixado pelo falecido,

enquanto não ultimada a partilha entre os sucessores.Representado,

normalmente, pelo inventariante, ou excepcionalmente, pela totalidade dos

herdeiros(art. 12, V, e § l°), é natural que o espólio possa promover a execução

forçada, ou nela prosseguir, se já iniciada em vida pelo de cujus, pois o direito

de ação também integra a universalidade que compõe a herança, enquanto

sucessão aberta.

A prova da qualidade de inventariante é feita por certidão extraída do

processo de inventário, com o esclarecimento de que o interessado se acha no

exercício do múnus.

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Herdeiros e sucessores: Reconhece o art. 567, n° I, que a execução

pode ser ajuizada pêlos herdeiros e sucessores do credor morto.

Por herdeiro deve-se entender quem sucede ao autor da herança, a

título universal, ou seja, recebendo toda a massa patrimonial do de cujus, ou

uma quota ideal dela, de modo a compreender todas as relações econômicas

deixadas, tanto ativas como passivas. E por sucessor simplesmente, tem-se o

legatário, que sucede o de cujus a título singular, sendo contemplado, no

testamento, com um ou alguns bens especificados c individuados.

Cessionário: Considera-se cessionário o beneficiário da transferência

negocial de um crédito por ato inter vivos, oneroso ou gratuito. Para execução

forçada, o cessionário, além de exibir o título executivo, terá o ônus de

demonstrar a cessão, a fim de legitimar-se à causa.

5.1.4) Legitimação passiva

O art. 568 do Código indica quem pode ser sujeito passivo da

execução, arrolando:

I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;

II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;

III - o novo devedor, que assumiu, com o consentimento

do credor, a obrigação resultante do título executivo;

IV - o fiador judicial;

V - o responsável tributário, assim definido na legislação

própria.

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O devedor: O primeiro legitimado passivo para a execução forçada,

segundo o art. 568, n° I, é "o devedor, reconhecido como tal no título

executivo".

Se se trata de execução de sentença, o executado será o vencido no

processo de conhecimento e sua identificação far-se-á pela simples leitura do

decisório exeqüendo.

Se a execução for de título extrajudicial, será sempre legitimado

passivo aquele que figurar no documento negociai como devedor.

Espólio e sucessores: O art. 597, onde se lê que "o espólio responde pelas

dívidas do falecido".

Concluída a partilha, desaparece a figura da herança ou espólio, como

massa indivisa, e cada herdeiro só responderá pelas dívidas do finado, "na

proporção da parte que na herança lhe coube"(art.597).

Se a execução já estiver em curso quando ocorrer o óbito do devedor,

sua substituição pelo espólio ou pêlos sucessores, dar-se-á através da

habilitação incidente, com observância dos arts. 43 e 1.055 a 1.062,

suspendendo-se o processo pelo prazo necessário à citação dos interessados

(art. 265, n.° I, § 1°).

O art. 568, n.º II, indica, para o caso de falecimento do devedor, a

legitimidade passiva do espólio, dos herdeiros ou sucessores.

O novo devedor: O inciso III do art. 568 cuida da cessão do débito pelo

devedor ou assunção da dívida por terceiro.

Trata-se de novo devedor, que assumiu, com o consentimento do

credor, a obrigação resultante do titulo executivo".

Fiador judicial: A caução é o meio jurídico de garantir o cumprimento

de determinada obrigação. Pode ser real ou fidejussória. Real é a representada

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pela hipoteca, penhor etc.; a fidejussória é a garantia pessoal representada

pela fiança e pelo aval.

A fiança, por sua vez, pode ser convencional ou judicial, conforme

provenha de contrato ou ato processual.Considera-se, portanto, fiador judicial

aquele que presta, no curso do processo, garantia pessoal ao cumprimento da

obrigação de uma das partes, conforme o disposto nos arts. 826 e seguintes do

CPC.As hipóteses seguintes são descritos os procedimentos impostos para

cada caso:

5.2) Elemento Objetivo

5.2.1) Liquidação de sentença – arts. 603/605

Diversas espécies de execução – 612/619 – importante – o artigo 614

obriga a que o credor, com a petição inicial junte o título executivo, se fundado

em título extrajudicial, demonstrativo de débito e prova de que se verificou a

condição ou ocorreu o termo.

Capitulo III

INÍCIO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

6) INICIO DA DEMANDA

O fato de se obter uma sentença condenatória em que se constitui o

título executivo judicial, não força o devedor a satisfazer o credor (cumprindo a

obrigação de dar, de fazer ou de não fazer). Se o ganhador do processo de

conhecimento não agir (Ação), o devedor ficará impune da sanção. Conditio

sine qua non, para ter o seu direito satisfeito, o credor necessita mover uma

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nova ação (a Ação de Execução) que determinará a existência de um novo

processo (o Processo de Execução). Daí, a teoria da autonomia do processo

de execução.

Esta autonomia do processo de execução, nos parece clara e evidente

quando da existência deste sem a prévia fase de cognição. Isto ocorre quando

o mesmo se fundamenta na existência do título executivo extrajudicial, como

veremos mas adiante em nosso estudo.

Contudo, alguns doutrinadores têm negado essa autonomia do

processo de execução, no caso do prolongamento da fase de cognição, entre

os quais Gabriel de Resende Filho, Costa Carvalho e Fraga. Para essa parte

da doutrina, este processo é, na realidade, um prolongamento da fase

cognitiva, havendo entre ambos, "uma unidade lógica" , tornando o processo

em quatro fases: a fase postulatória, a instrutória, a decisória e a executória.

Mas, à maioria doutrinária cabe forte argumento no que se refere à

autonomia do processo de execução. Segundo tais argumentos o processo de

conhecimento tem como objetivo exclusivo a sentença declaratória e a

constitutiva, encerrando o processo. Mesmo no caso das sentenças

condenatórias, o processo encerra-se com a declaração do direito do vencedor

e a conseqüente constituição da obrigação do sucumbente. Neste caso,

quando o devedor cumpre voluntariamente a obrigação constituída,

desnecessário, e até mesmo descabida, se faz a Ação de Execução, conforme

podemos deduzir do Art. 581, do CPC.

A questão da autonomia do processo de execução somente é trazida à

tona, quando se tratar da execução de título judicial. O título extrajudicial, por si

só, já traduz a autonomia em referência, pois que não se questiona qualquer

outra ação para validade deste processo neste caso. Assim, a justificar a

grande maioria da doutrina que entende ser o processo de execução,

autônomo, vejamos o princípio processual que advém do art. 2o. do CPC,

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onde, no caso do processo de conhecimento, a tutela jurisdicional, jamais

poderá estender-se além de sua sentença, partindo para a execução, sem a

devida petição do interessado (credor).

A "ação" é o ato praticado pela parte interessada na tutela jurisdicional,

representada pelo processo, que tem início a partir da petição inicial. Este é o

momento em que o autor do processo dá o impulso (princípio da inércia), caso

isto não aconteça, nenhum juiz poderá dar início ao processo (nemo iudex sine

actore; ne procedat iudex ex officio), como deduzimos do Art. 2o. do CPC.

No caso do processo de execução, o interesse de agir do credor nasce

da inadimplência do devedor, sem a qual "o credor não poderá iniciar a

execução ou nela prosseguir" (Cód. Proc. Civil, art. 581).

Qualquer pessoa tem o direito de agir, tem o direito de ação. Porém,

não há colidência entre o direito de ação e o direito material. Assim, o "direito

objetivo" constitui o direito a que corresponde o "direito subjetivo" que qualquer

pessoa pode ter para justificar a ação, (limites do direito de ação).

Na Ação de Execução, o interesse de agir do credor nasce da

inadimplência do devedor, ou seja, da falta de cumprimento deste de uma

obrigação líquida e certa e exigível. Mas, o perdão da dívida pode eliminar o

interesse de agir do credor que, num gesto inusitado, deixa ou esquece-se de

exercer o seu direito de ação executiva, o que, dependendo do espaço de

tempo pode ocasionar a prescrição (perda do direito de ação).

É certo, como vimos que o interesse de agir na execução, pelo credor,

nasce da inadimplência do devedor. Porém, não obstante os argumentos a

respeito do objeto da execução, dois elementos fundamentais devem ser

considerados para validação da propositura da ação executória. São os

pressupostos da execução que, aliás, como bem lembra Araken de Assis, o

titulo e o inadimplemento, e se pretende na execução é a efetivação da sanção,

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no caso, do inadimplemento configurada pela penhora de bens para

compensação da obrigação inadimplente. Cândido Dinamarco lança mão de

dois conceitos para esclarecer os pressupostos processuais da execução: "Diz-

se que a execução se subordina a um pressuposto legal (título) e a um

pressuposto prático (inadimplemento), ou, em outras palavras, a um

pressuposto formal Os pressupostos processuais na execução diferem dos

da ação de conhecimento.

Há de se questionar que, certamente, os pressupostos processuais são

pertinentes ao processo executivo (subjetivos e objetivos). Vejamos o diagrama

apresentado à página 24: quanto ao juiz (jurisdição, competência e

imparcialidade), quanto às partes (personalidade processual, capacidade

processual, capacidade postulatória e legitimidade); os extrínsecos

(litispendência, coisa julgada, depósito da sucumbência, etc.) e intrínsecos

(existência, validade e eficácia dos atos).

Apesar da característica e força do título executivo e da inadimplência

do devedor, preenchedores dos requisitos legais preceituados pelo Código de

Processo Civil, é de se notar que a execução se reveste de todas as condições

naturais de qualquer ação e reveste-se dos pressupostos processuais, pois,

não poderíamos conceber a execução de um título executivo (judicial ou

extrajudicial), sem que o seu titular absoluto o queira. A representação por

mandatário estaria fora da presente análise, já que o representante o faz pela

vontade do titular, mas não se aceita que alguém represente o credor em juízo

sem sua autorização formal.

A execução não é una, isto é, pode ser classificada e difere segundo

vários aspectos e circunstâncias. Por exemplo, quanto ao título, como vimos,

pode se basear em título executivo judicial ou extrajudicial.

Já com referência à eficácia do título executivo, a execução pode ser definitiva

ou provisória, conforme veremos a seguir.

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Concernente ao processo, a execução pode tomar a forma simultânea

ou sucessiva. Vamos verificar a ocorrência destas duas formas de execução

quanto ao processo.

Execução simultânea é a modalidade em que, em virtude de uma

sentença líquida em parte e ilíquida no restante, o autor decide partir para a

execução daquela parte líquida e, simultaneamente, promover a liquidação

daquela parte ilíquida (art. 586, § 2o.). O que o legislador quis garantir ao

credor foi a faculdade de decidir por conta própria se espera a liquidação da

parte que falta da sentença, ou promove imediatamente a execução daquilo

que a jurisdição já lhe garante como direito líquido e certo e exigível, evitando a

perda de tempo no que tange ao que já é certo.

Execução sucessiva é aquela cuja sentença seja genérica, isto é,

ilíquida, assim, proceder-se-á primeiro à sua liquidação para, em seguida

(sucessivamente) promover-se a respectiva execução (art. 586, § 1o.).

Outra classificação é quanto ao objeto. Neste caso, a execução pode

ser direta ou indireta. O primeiro caso é facilmente identificado já que se

enquadra na circunstância em que a coisa requerida é perfeitamente tangível,

isto é, identificável. A outra situação (execução indireta) é a circunstância em

que não havendo a coisa, possa o credor transformar o pedido em perdas e

danos (pagamento em dinheiro por um dano ou perda causado pela ausência

da coisa desejada ou requerida).

E, finalmente, uma última classificação, a qual podemos chamar de

'classificação legal' visto que é oriunda da própria lei que a distingue quanto a

natureza da prestação em três espécies, a saber:

· - execução para entrega de coisa certa ou incerta

· - execução de obrigação de fazer ou de não fazer

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· - execução por quantia certa

Há ocasiões em que a sentença recebe recurso, conforme veremos no

próximo tópico de nosso estudo. Outras ocasiões, ao contrário, podem gerar

sentença transitada em julgado, justamente pela falta ou impossibilidade do

recurso. Neste caso, ou quando baseada na existência de um título executivo

extrajudicial, nasce a oportunidade para a execução definitiva. A situação aqui

é irretratável ou imutável, ou seja, não há questionamento legal, característica,

aliás, marcante na execução forçada, visto que não temos o contraditório.

A execução provisória somente é concebível quando fundada em título

judicial, já que quando se fala de título extrajudicial, automaticamente tem-se

uma única possibilidade de execução, qual seja a execução definitiva.

A respeito, vejamos, com referência ao art. 587 do CPC, texto de Araken de

Assis: "Aspecto interessante, que esse artigo insinua e ao mesmo tempo

resolve, consiste na definitividade ou provisoriedade da execução do título

extrajudicial após o julgamento dos embargos do devedor que, nada obstante,

foi objeto de apelação sem efeito suspensivo (art. 520, V, do CPC).

Representaria flagrante contra-senso, além de chancelar a completa inutilidade

da amputação do efeito suspensivo da apelação nesta hipótese, transformar

em provisória execução iniciada definitiva.

E o mesmo se pode afirmar da execução de um título judicial

indiscutível (trânsito em julgado) e posteriormente embargada. Essas questões

se examinarão no âmbito dos embargos".

Podemos compreender, pois, que os embargos, como veremos a

seguir, não suspendem a execução definitiva e nem a tornam provisória. E

quando julgados improcedentes, a apelação somente poderá provocar efeito

devolutivo.

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A execução provisória, como o próprio art. 587 do Código bem o diz,

tem sua existência baseada na possibilidade de execução de sentença

impugnada cujo recurso foi recebido só no efeito devolutivo.

Aqui, o credor tem pleno direito de proceder a execução,

independentemente do que ocorrerá com referência ao recurso interposto.

Entretanto, algumas considerações devem ser levadas em conta neste caso,

aliás, como alguns doutrinadores têm levantado, as quais constituem alguns

princípios processuais executórios.

Estes princípios encontram-se prescritos pelo próprio Código de

Processo Civil em seu art. 588 e são de importância analisar:

· - Escolha do meio executório prevista pelo caput do artigo.

· - Responsabilidade objetiva do credor (inciso I).

· - Restrição à operatividade dos meios executórios (inciso II).

· - Restituição ao estado prístino (inciso III).

7) Da petição inicial

A lei 11232/05 deixou de relacionar a sentença com a extinção da

prestação jurisdicional. Isso porque apenas nos casos do art. 269 do CPC

ocorre o fim do processo cognitivo e o respectivo surgimento da coisa julgada,

com a prolação da sentença. Nesse caso ela é formadora do título executivo

judicial, contudo, a lei deixou claro que ela não mais põe fim ao ofício

jurisdicional, ou seja, não mais extingue o processo.

Esses novos fundamentos, somados à própria mudança na estrutura

de execução do título judicial, deixam evidente que, a partir de agora, a

prestação jurisdicional só se extingue com o recebimento, pelo vencedor da

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demanda, do bem de vida almejado por este, ou seja, pela realização do

pedido mediato do demandante.

Além disso, todas as modificações inseridas no CPC visam dar

eficiência e rapidez ao processo. Logo, cabe ao Magistrado praticar todos os

atos que resolvam de vez a celeuma, inclusive atuando de ofício nos atos que

são inerentes à jurisdição. Assim como as partes não precisam requerer que o

juiz sentencie, pois a sentença é inerente a estrutura do processo e à função

do Magistrado, também não há necessidade da parte vencedora requerer ao

Juiz a intimação do vencido para que pague o valor devido, pois o cumprimento

da sentença, a execução, tornou-se parte inerente e integrante do processo.

Em outras palavras, todas as modificações inseridas no CPC visam dar

eficiência e rapidez ao processo. Logo, cabe ao Magistrado praticar todos os

atos que resolvam de vez a celeuma, inclusive atuando de ofício nos atos que

são inerentes à jurisdição. Assim como as partes não precisam requerer que o

juiz sentencie, pois a sentença é inerente a estrutura do processo e à função

do Magistrado, também não há necessidade da parte vencedora requerer ao

Juiz a intimação do vencido para que pague o valor devido, pois o cumprimento

da sentença, a execução, tornou-se parte inerente e integrante do processo.

Assim, a atuação de ofício do Juiz decorre da transformação da

execução em uma fase do processo de conhecimento: fase do cumprimento

da sentença, ou seja, a partir de agora as sentenças civis condenatórias não

mais terminam com a mera declaração que condena o réu, mas sim com a

entrega do bem da vida ao vencedor da demanda. Nesse contexto, existindo a

fase de cumprimento da sentença, estabelecida no CPC, seria ilógico e

irracional o Juiz não intimar de ofício o vencido a cumprir o determinado; assim

como seria ilógico o Juiz não proferir a sentença, ao término da fase de

conhecimento, sob o argumento de que isso não foi requerido pelas partes.

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Além disso, o art. 475-J refere-se a uma condenação que obriga o

devedor ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, ou seja, o

credor não pleiteia e não quer apenas a sentença, mas sim o pagamento do

valor devido. Logo, a pretensão do credor somente é satisfeita com o

pagamento. Caso não haja o pagamento toda a movimentação da jurisdição,

todos os atos processuais, etc foram inúteis. Portanto, a relação processual

somente acabará quando o pagamento for efetuado e o Juiz, sabendo disso,

não pode postergar a questão, esperando que o credor solicite a intimação do

devedor para iniciar a execução. Assim, cabe ao Magistrado agir de ofício e

intimar o devedor a efetuar o pagamento, pois isso dará efetividade à sentença

que proferiu, podendo, inclusive, finalizar de vez o caso.

A principal finalidade da lei 11.232/05 foi dar meios executivos às

decisões judiciais, unindo a fase de conhecimento com a fase executiva

(tendência a ser regra geral nos títulos executivos judiciais). Essa união de fase

é necessária para que o direito reconhecido no processo cognitivo seja

usufruído pela parte que tem razão, logo após a prolação da sentença e,

independentemente, de um novo processo - execução.

CONCLUSÃO

O Processo de Execução a nascer de uma Ação de Execução que,

como vimos, no âmbito das hipóteses demonstradas para responder as

questões, reveste-se de todas as condições da ação de conhecimento, sem

continuar do mesmo modo no processo, pois que, já na citação do réu, esta

não o intima a apresentar contestação, mas, sim, para pagar a dívida que tem

para com o credor.

Não há como negar o direito do credor de ver satisfeita a obrigação

pelo devedor. O nascimento do título executivo, traduz a existência do direito

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numa cártula, proporcionando o inquestionável (título executivo = líquido, certo

e exigível) e, por isto mesmo, afastando a possibilidade do contraditório no

processo. Como bem o disse Cândido Rangel Dinamarco, "... o título executivo

reúne em si todas as condições da ação executiva, ...". Caracterizada está,

pois a sujeição do devedor que vê-se "forçado" a aceitar o esforço jurisdicional

sem defender-se por nenhuma forma no processo inicial.

Entretanto, de todo não está entregue o devedor ao regime jurídico da

força do processo de execução, de tal forma a humilhar-se injustamente

perante os liames judiciários, quando qualquer que seja, por menor que seja,

dúvidas venham a pairar sobre a execução. Envolto em legítima possibilidade

de contestar o questionado no processo, pode valer-se dos embargos do

devedor, que, mesmo não constituindo-se numa forma de defesa, provoca o

estanque da execução forçada, que espera pelo resultado final destes.

E o resultado é uma sentença, pela qual o juiz julga procedentes ou

improcedentes os embargos. Ora, temos, pois, neste instituto, uma nova ação

que surge no processo de execução, com força para estagná-lo, para-lo até o

ao final cheguem. E a característica de ação dos embargos do devedor,

mostra-se com a análise dos mesmos quanto às condições da ação e pela

existência dos pressupostos processuais, concluindo-se, facilmente, pela

verossimilhança desta afirmativa.

Nosso caminho trilhado até este momento, procurou embasamento em

quase todos os liames do direito material e do direito processual, estudando

pressupostos processuais e os princípios fundamentais do processo e da

jurisdição, para, por fim, conseguir subsídios para claro entendimento da idéia

proposta, centrada na importância do processo de execução.

Estabelecer a relação processual pela ação de execução, sem contar com uma

obrigação (de dar, de fazer ou de não fazer), torna-se impossível quando se

imagina a verificação pelo juízo desses princípios e pressupostos, além das

condições da ação. As várias teorias levantadas nos levou ao entendimento

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geral das circunstâncias pelas quais se reveste o processo. O Processo de

Execução é de suma importância e a forma legal atual, nos parece adequada

para o momento e a cultura atual.

BIBLIOGRAFIA

- Assis, Araken de. Manual de Execução– São Paulo: Editora Revista dos

Tribunais 2007.

- Câmara, Alexandre Freitas. Lições de Direito processual Civil – Vol. II, 7ª

edição, editora Lumen Júris, ampliada e atualizada segundo o Código civil de

2002.

- Jose Lebre de Freitas, A ação executiva, n.3.4.2, p.43.

- Humberto Teodoro Jr. Editora Forense, volume II.