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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM A RELAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE COM O PILATES NA TERCEIRA IDADE Por: Letícia Agostino Palma Orientadora Profª. Ms. Fátima Alves Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A RELAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE COM O PILATES NA

TERCEIRA IDADE

Por: Letícia Agostino Palma

Orientadora

Profª. Ms. Fátima Alves

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A RELAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE COM O PILATES NA

TERCEIRA IDADE

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para obten-

ção do grau de especialista em Psicomotricidade.

Por: Letícia A. P.

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AGRADECIMENTOS

.... à Deus; à minha orientadora, Fátima

Alves; aos amigos; parentes e pacien-

tes ...

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DEDICATÓRIA

.....Dedico este trabalho ao meu pai, Alde-

li, e minha mãe, Marília, que sempre me

apoiaram e incentivaram, me ensinando

que o maior bem é a educação. A minha

irmã, Bianca, que em todos os momentos

contribuía com criticas construtivas. Ao

meu namorado, Victor, por ter me ajudado

em muitos momentos, mesmo não sa-

bendo.......

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RESUMO

Este estudo visa averiguar a relação existente entre a Psicomotricidade

e o Pilates na Terceira idade e destacar os seus benefícios. A população não

pára de crescer e segundo pesquisas, já são mais de 10 milhões de brasileiros

com mais de 65 anos e a previsão é que esse crescimento se acelere. Para

que os idosos tenham qualidade de vida e preservação das funções básicas do

cotidiano, é interessante que pratiquem alguma atividade física. No caso desse

estudo enfocaremos o Pilates e a Psicomotriciadade. A psicomotricidade para

idosos tem o mesmo enfoque do método Pilates: a manutenção de suas capa-

cidades funcionais. O desenvolvimento motor dos indivíduos está relacionado a

três fatores: motricidade, afetividade e mente; a Psicomotricidade e o Pilates

fazem a abordagem clínica voltada para a globalidade do paciente, desconsi-

derando a divisão em partes motoras, afetiva e intelectual.

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METODOLOGIA

Será realizada uma pesquisa de campo através de estudo de caso, que

terá início no mês de março de 2011, os atendimentos acontecerão duas vezes

por semana, no período de 4 meses.

Primeiramente será realizada a anamnese (ANEXO 1), depois avaliação

psicomotora para terceira idade (ANEXO 2) e avaliação postural (ANEXO 3).

Tais avaliações serão feitas duas vezes, logo no início e ao término do

tratamento (ANEXO 4 e 5). Os resultados serão comparados entre si.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Psicomotricidade 11

CAPÍTULO II - O Pilates 18

CAPÍTULO III – A Terceira idade 26

CONCLUSÃO 36

ANEXOS 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46

ÍNDICE 48

FOLHA DE AVALIAÇÃO 51

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INTRODUÇÃO

A população brasileira está envelhecendo. Já são mais de 10 milhões

de brasileiros com mais de 65 anos e a previsão é de que esse crescimento se

acelere (SANTOS, 2005).

Com o envelhecimento da população cresce também a preocupação

com a saúde. As medidas de prevenção de doenças devem ser focadas em

aumentar os anos de vida com saúde e não meramente prolongar a vida.

O aumento significativo da perspectiva de vida vem convocando as ci-

ências a realizarem uma abordagem atualizada da realidade e das necessida-

des do indivíduo idoso, visto que os cuidados sociais e de saúde implicam con-

sideravelmente na qualidade de vida nos anos posteriores aos 60 anos de ida-

de.

No conceito de qualidade de vida para o idoso estão explícitos como

fatores possibilitantes – a manutenção de sua capacidade funcional, um bom

nível cognitivo e a continuidade do gerenciamento de sua vida com indepen-

dência.

O envelhecimento biológico normal leva a diminuição das reservas

funcionais do organismo. Este efeito pode ser observado em todos os apare-

lhos e sistemas: circulatório, pulmonar, endócrino, imunológico, ósseo, nervoso

e muscular. No entanto, a velocidade e a extensão desse declínio varia muito

entre os diversos tecidos e funções, como também varia de um individuo para

o outro, além de ser acelerado pela presença de patologias.

São muitas as alterações decorrentes do processo de envelhecimento

que influenciam a mobilidade funcional e o déficit de equilíbrio em idosos. As

alterações dos sistemas músculo-esquelético, neuromuscular e sensorial (fato-

res intrínsecos) dados pelas alterações posturais, diminuição da força muscular

e amplitude de movimento, diminuição da velocidade de contração muscular,

diminuição da acuidade visual e auditiva, agregado aos fatores extrínsecos

contribuem para o imobilismo.

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Algumas alternativas podem ser adotadas no intuito de maximizar a

mobilidade funcional e o equilíbrio do idoso. Uma delas é a prática de atividade

física. Os exercícios contribuem no ganho de força muscular, amplitude de mo-

vimento, equilíbrio, etc.

Um método a ser indicado é o Pilates, pois tem sido utilizado por fisio-

terapeutas, educadores físicos e bailarinos no intuito de reabilitar e condicionar

crianças, adultos e idosos, sedentários ou atletas em todo o mundo.

É um programa de treinamento físico e mental que considera o corpo e

mente como uma unidade e dedica-se a explorar o potencial de mudança do

corpo humano.

É recomendado para ganho de flexibilidade, de definição corporal e pa-

ra aumento da saúde. Recentemente ganhou espaço e popularidade no trata-

mento de diversas patologias, sendo também empregado no tratamento de

desordens neurológicas, dor crônica, problemas ortopédicos e lombalgias.

O método Pilates constitui-se em uma alternativa para combater o se-

dentarismo. Desenvolvido por Joseph Hubertus Pilates no início da década de

1920, Pilates descreveu seu método com base em um conceito denominado

Contrologia, ou seja, o controle consciente de todos os movimentos muscula-

res do corpo. Através dos exercícios de Contrologia a pessoa desenvolve o

corpo uniformemente, corrige posturas erradas, restaura a vitalidade física,

revigora a mente e eleva o espírito. Um dos principais resultados da Controlo-

gia está no domínio completo da mente sobre o corpo.

O método Pilates é um método holístico, preventivo e orientado, muitos

movimentos terapêuticos foram desenvolvidos para ajudar pessoas na recupe-

ração de lesões, mas tais movimentos podem ser intensificados para desafiar

atletas experientes.

Este método baseia-se em oito princípios básicos: relaxamento, respi-

ração, concentração, power house, alinhamento, coordenação, fluidez e força.

Por ser um programa de exercícios físicos que trabalha o corpo e a

mente vem sendo assunto de diferentes trabalhos, com objetivo de comprovar

os diversos benefícios que somente a pessoa que pratica o método é capaz de

notar.

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A psicomotricidade é uma ciência relativamente nova que estuda o in-

dividuo através de seus movimentos, base das posturas e posicionamento di-

ante da vida e nas relações com seu mundo interno e externo. Através do mo-

vimento que se estabelece se desenvolve o intelecto, a motivação e as expres-

sões do individuo consigo e com os outros, abrindo-se para novas experiências

e para reviver ou resgatar experiências mal vividas.

A psicomotricidade para idosos tem o mesmo enfoque do método Pila-

tes: a manutenção de suas capacidades funcionais.

O desenvolvimento motor dos indivíduos está relacionado a três fato-

res: motricidade, afetividade e mente; a psicomotricidade faz a abordagem clí-

nica voltada para a globalidade do paciente, desconsiderando a divisão em

partes motoras, afetiva e intelectual.

Envelhecer é uma forma de viver permanentemente jovem, mesmo

que os anos e os fatos, abram rugas na face e amor e apego à existência, por

isso basta querer viver com qualidade de vida.

Os assuntos pertinentes à monografia serão abordados através de três

capítulos denominados: Psicomotricidade, Pilates e Terceira idade, respecti-

vamente. No primeiro será descrito as áreas de atuação da Psicomotricidade,

os tipos e as estruturas psicomotoras. O segundo abordará o conceito do mé-

todo Pilates, os princípios, funcionamentos, benefícios e apresentação dos a-

parelhos. O terceiro e último enfocará a Terceira idade, suas teorias e etapas

do envelhecimento e a beleza do envelhecer.

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CAPÍTULO I

A PSICOMOTRICIDADE

“Você receberá um corpo físico.

Você pode amá-lo ou detestá-lo,

mas ele será seu ao longo

de toda a sua existência.”

Autor desconhecido.

A psicomotricidade é uma ciência que dispõe de conhecimentos de ou-

tras áreas: biologia, psicanálise, sociologia e linguística, para fundamentar su-

as mediações (VASCONCELOS, 2003).

A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade define desde 1984, a Psi-

comotricidade da seguinte forma: "é uma ciência que tem por objetivo de estu-

do o homem através do seu corpo em movimento, nas suas relações com seu

mundo interno e externo". Já o homem, o corpo e o movimento estão interliga-

dos e no final, terá um ser humano melhor quantitativamente e qualitativamen-

te.

A Psicomotricidade tem como objetivo segundo Alves (2008), melhorar

ou normalizar o comportamento geral do individuo, desenvolvendo também um

trabalho constante sobre as condutas motoras, aonde através dessas condutas

o indivíduo vai se conscientizar de seu próprio corpo, desenvolver seu equilí-

brio, controlar a sua coordenação global e fina (segmentar), a respiração, or-

ganizar e estruturar a orientação espaço-temporal.

Já segundo Santos (2005) o objetivo da Psicomotricidade é ajudar as

pessoas a conviverem melhor com elas mesmas e, consequentemente com o

mundo em volta, ensinando-as a se movimentar melhor.

Podemos dividi-la em dois conceitos básicos: os funcionais e os rela-

cionais. Descritos da seguinte forma:

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1.1 – Áreas de atuação da psicomotricidade

Existem quatro formas de atuação psicomotora, em certos trabalhos

elas chegam a se confundir; porém existem características próprias em cada

uma delas. Podemos citar:

1.1. 1 – Estimulação psicomotora

É uma atividade preventiva que através da prática psicomotora propicia

o desenvolvimento das capacidades básicas, sensoriais, perceptivas e moto-

ras, favorecendo a uma organização mais adequada ao desenvolvimento da

aprendizagem.

1.1. 2 – Educação psicomotora:

Aperfeiçoamento das possibilidades percepto-motoras. Permite a cri-

ança experimentar.

Segundo Nicola (2004) objetiva educar a pessoa na correta utilização

do próprio corpo. Aprendendo a conhecê-lo, explorá-lo e organizá-lo enquanto

instrumento para aquisição da aprendizagem.

1.1. 3 – Reeducação psicomotora:

Faz a correção de suas alterações (SILVA, 2004). Para Nicola (2004)

objetiva reintegrar a pessoa na relação com seu próprio corpo.

1.1. 4 – Terapia psicomotora:

Aperfeiçoamento das possibilidades percepto-motoras e a correção de

suas alterações (SILVA, 2004).

Alves (2003) indica a atividade psicomotora a indivíduos de inteligência

normal com ou sem problemas psicomotores; com deficiência mental, auditiva

e/ou visual; e para indivíduos com distúrbios da voz, da fala e da linguagem,

isolados ou associados. Desta forma pode se concluir, que independentemente

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da faixa etária que se encontra o indivíduo, seja ele uma criança ou um idoso,

a psicomotricidade pode ser aplicada.

1.2 – Psicomotricidade funcional

Os conceitos funcionais são referentes à integração motora do indiví-

duo em um determinado espaço e tempo, cuja ação e qualidade podem ser

percebidas e mensuradas (ANEXO 2). São eles:

1.2. 1 – Equilíbrio:

É a noção de distribuição do peso em relação a um espaço, um tempo e

em relação ao eixo de gravidade. Pode ser estático ou dinâmico.

Não pode haver coordenação de movimentos sem um bom equilíbrio,

permitindo o ajustamento do homem ao meio. É um dos sentidos mais nobres

do corpo humano. À medida que o indivíduo cresce e evolui, o equilíbrio torna-

se cada vez mais importante e sua base de sustentação vai se ajustando ao

seu tamanho e sua forma, imprescindível para a manutenção do equilíbrio

(SANTOS, 2005). a) Estático –

É mais abstrato e exige mais concentração. Contudo, seu con-

trole é importantíssimo para uma futura e adequada aprendi-

zagem. Suas formas de ação referem-se à capacidade de sus-

tentar-se em diferentes situações, mesmo as mais difíceis

(com olhos fechados, sobre um pé. Sobre um plano inclinado,

de cócoras). Seu domínio implica o controle da postura (BUE-

NO, 1998).

b) Dinâmico –

São movimentos locomotores como, por exemplo, o andar em

marcha normal sobre uma linha pré-delimitada (ALVES, 2008).

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1.2. 2 – Coordenação motora

1.2.2.1 - Global -

Engloba o corpo em sua totalidade. São movimentos amplos, que

colocam em uso grandes músculos em ação simultânea.

1.2.2.2 – Fina -

É a capacidade de controlar os pequenos músculos para exercícios

refinados (SANTOS, 2005). Ou seja, é a habilidade e a destreza.

Faz-se necessário haver também um controle ocular, ou seja, a vi-

são acompanhando os gestos da mão e do pé (SILVA, 2004).

a) Óculomanual ou viso-manual

A coordenação viso-manual é a coordenação entre a visão e o

tato, os segmentos da cabeça e das mãos, que juntamente

permitem à criança poder segurar e controlar o movimento pa-

ra o objetivo, por meio do instrumento de apoio ou não, do que

os olhos vêem (BUENO, 1998).

b) Óculopedal

É a coordenação entre a visão e a motricidade do pé, sendo

toda a atividade que leve a pessoa a olhar para o seu pé para

realizá-la.

1.2. 3 – Esquema corporal:

O esquema corporal, para Le Boulch (1983), pode ser definido como

“uma intuição de conjunto ou um conhecimento imediato que temos de nosso

corpo estático ou em movimento, na relação de suas diferentes partes entre si

e, sobretudo, nas relações com o espaço e com os objetos que o circundam”.

Conhecer as partes do corpo, suas funções e interações com ele mesmo e

com o meio que o cerca é de fundamental importância na construção do es-

quema corporal e no desenvolvimento normal no âmbito motor, social e afetivo.

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O indivíduo que não tem consciência do seu corpo pode apresentar di-

ficuldade de percepção, controle, equilíbrio e coordenação dos movimentos, o

que prejudica a execução das mais variadas atividades, desde vestir-se até

jogar bola (SANTOS, 2005).

1.2. 4 –Lateralidade:

É a capacidade motora de percepção integrada dos dois lados do cor-

po: direito e esquerdo; é a capacidade de vivenciar a simetria do seu corpo: a

bilateralidade, a unilateralidade e a dominância lateral; é a propensão do sujei-

to de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro.

Existe a dominância de um dos lados, que apresenta maior força mus-

cular, mais precisão e mais rapidez (SANTOS, 2005).

A lateralidade contribui na formação da auto-imagem e da autocogni-

ção, no esquema corporal, na percepção da simetria do corpo, na estrutura

espacial (SOUZA; GODOY, 2005).

Se divide em três níveis: mão, olho e pé.

1.2. 5 – Estrutura espacial:

Tomada de consciência da situação de seu próprio corpo em um meio

ambiente, da situação das coisas entre si e da organização perante o mundo

que o cerca (SILVA, 2004).

1.2. 6 – Estrutura temporal:

É a capacidade de situar-se em função da sucessão de acontecimen-

tos, da duração dos intervalos, da renovação cíclicas de certos períodos e do

caráter irreversível do tempo (SANTOS, 2005).

1.2. 7 – Percepção:

Está ligada à atenção, a consciência e a memória, através dos estímu-

los, recebidos se têm a possibilidade da percepção e da descriminação (SIL-

VA, 2004). Divide-se em: visual, gustativa, auditiva, tátil e olfativa.

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1.3 – Psicomotricidade relacional

A psicomotriciade relacional tem como objetivo desenvolver e aprimo-

rar os conceitos com relação a globalidade do homem.

Fundamenta-se na comunicação verbal, salientando os aspectos rela-

cionais, psicofísicos, socioemocionais, cognitivos e afetivos do indivíduo.

Segundo Vieira (2005), é uma prática que permite a libertação do de-

sejo e do prazer de ser, de comunicar-se, de estar vivo.

1.3. 1 – Comunicação:

Está diretamente vinculada à expressão e a comunicação.

Para Bueno (1998) é impossível não comunicar. E uma comunicação

não só transmite informação, mas ao mesmo tempo impõe um comportamen-

to. Afirma que é pelas diversas formas de comunicação, sejam elas de ordem

verbal (oral) ou não-verbal (gestual, corporal), que o ser humano estabelece as

relações com os outros e os objetos.

1.3. 2 – Expressão:

Atividades de mímica, dramatização, dança servem para demonstrar a

expressão.

Porque para Bueno (1998) por meio dessas atividades a criança ex-

prime verdadeiramente os seus sentimentos e, consequentemente, as suas

dificuldades, sejam elas de ordem psicológica, física ou biológica.

1.3. 3 – Agressividade:

Por meio da agressividade a criança assume a sua identidade.

Bueno (1998) pontua que a agressividade bem canalizada ajuda a cri-

ança a esgotar as manifestações próprias de uma fase, canalizando-as de

forma mais elaborada ou modificada para a fase seguinte, ajudando-a a cres-

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cer. Reprimir a agressividade ou leva a introversão ou a compulsão. Reprimida,

a agressividade contida em algum momento estoura.

1.3. 4 – Afetividade:

É um estado psicológico do homem que pode ou não ser alterado a

partir de fatos do cotidiano. Tal estado pode interferir no comportamento e no

aprendizado das pessoas concomitantemente com o desenvolvimento cogniti-

vo.

A afetividade está diretamente relacionada à emoção, conseguindo de-

limitar o modo com que as pessoas vêem o mundo e também a forma com que

se manifestam nele.

1.3. 5 – Limite:

É balancear o permitir e o proibir.

Segundo Bueno (1998) são percebidos pelos movimentos intencionais

e de prazer. É fazer aceitar, compreender as restrições necessárias do meio. É

ter o equilíbrio entre a permissão e o limite.

1.3. 6 – Corporeidade:

É a capacidade do indivíduo sentir e utilizar o corpo como instrumento

de manifestação e interação com o mundo e com outras pessoas. Evolui ao

longo dos anos.

Bueno (1998) afirma que o melhor canal para desenvolver a corporei-

dade é por meio de movimentos.

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CAPÍTULO II

O PILATES

“Verdadeira saúde é obter e manter o

desenvolvimento uniforme do corpo

com perfeito equilíbrio entre corpo,

mente e espírito.”

Joseph H. Pilates

Joseph Hubertus Pilates nasceu no dia 9 de dezembro de 1883, em

Mönchengladbach, próximo a cidade de Dusseldorf na Alemanha. Enquanto

pequeno Pilates sofreu de asma e febre reumática. Sua aparência era de uma

criança fraca e franzina.

Na adolescência, Pilates tomou a decisão de mudar o seu físico. Ini-

ciou uma série de exercícios de ginástica e exercícios com sobrecarga; melho-

rando o seu físico e tornando isto um hábito em sua vida. Praticou mergulho,

skiaquático, boxe e defesa pessoal. Também se aprofundou na Yoga, no Kara-

tê e na Meditação Zen. Foi morar na Inglaterra em 1912, onde trabalhou como

instrutor de Boxe, Circo e Defesa Pessoal, tornando-se membro da policia Bri-

tânica.

Pilates ficou refugiado em um campo de concentração na ilha de Man,

durante a Primeira Guerra Mundial. Lá, ele fez experimentos e aplicou seus

conhecimentos para ajudar feridos na Guerra. Iniciou seus experimentos tiran-

do proveito de molas e de cordas de colchões para o trabalho de reabilitação

com soldados restritos ao leito. Pilates analisou que a recuperação do tônus

muscular era mais rápida no grupo que se exercitava. Utilizando esses materi-

ais criou o popular “Reformer” e mais tarde o “Cadillac”.

Após a guerra, Pilates voltou para Hamburgo, na Alemanha, onde a-

primorou seus equipamentos e método. Durante este tempo, conheceu Rudol-

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ph Van Laban, que lhe passou conhecimentos de dança. Mais tarde, Pilates

passou a trabalhar com bailarinos, aperfeiçoando seu método.

Pilates foi morar nos EUA em 1926, onde abriu o seu Studio na 8ª A-

venida, em Nova York. Em 1934 publicou o seu 1º livro sobre Exercícios e Sa-

úde. Nesta época iniciou o trabalho de solo e aparelhos com bailarinos, os aju-

dando nas recuperações de lesões.

Em 1945, Pilates publicou seu 2º livro – “Return to Life Through Con-

trology”, com o co-autor William John Miller.

Pilates morreu em 1967, devido a um incêndio em seu Studio, na ten-

tativa de salvar seus aparelhos. Clara, sua esposa, procurou dar andamento

ao seu trabalho e contou com a ajuda dos bailarinos que trabalharam com Pila-

tes. Seus ensinamentos foram passados como um método de condicionamen-

to físico denominado Arte do Controle ou “Contrologia”.

2.1 – O método

Chegou ao Brasil nos anos 90, através de Alice Becker Denovaro, que

foi a primeira brasileira a se certificar.

No princípio era denominado de "Contrologia" por seu criador, definin-

do o método como a ciência e a arte de coordenar o desenvolvimento do cor-

po, mente e espírito através de movimentos naturais sob o rígido controle da

vontade. Só após o falecimento de Joseph que o método ficou conhecido por

seu sobrenome "Pilates". Trabalha intensamente a musculatura abdominal, o

power house, enquanto fortalece e alonga as outras partes de corpo por meio

de exercícios de baixo impacto e com poucas repetições.

O método Pilates revigora o equilíbrio natural e qualquer pessoa pode

desfrutar de seus benefícios com relativa facilidade. É muito seguro, por isso é

indicado para pessoas de todas as faixas etárias, inclusive idosos e gestantes.

O próprio criador afirmava que o objetivo de um cidadão saudável era

ter a mente forte e através dela obter o controle total do próprio corpo.

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Por isso desenvolveu mais 500 exercícios, com a finalidade de alongar

e fortalecer globalmente e sincronicamente a musculatura, podendo ser reali-

zados em diversos locais: - no solo (sobre um colchonete), aproveitando a re-

sistência do próprio corpo; - ou em aparelhos de sua própria criação, constituí-

dos de um mecanismo de molas que dependendo do exercício coloca uma

maior resistência ou facilita a realização dos movimentos e representam ocasi-

ões do dia-a-dia, tendo diversos graus de dificuldade, adquirindo progresso do

praticante com o decorrer do tempo.

2.2 – Os princípios do método

O método é constituído de 8 princípios básicos que formam os funda-

mentos para seu entendimento e prática.

2.2. 1 – Relaxamento:

Relaxando as tensões físicas e mentais prepara-se o corpo para a e-

xecução correta do exercício, aberto para a escuta de si próprio e das indica-

ções do instrutor.

2.2. 2 – Respiração:

Ao relaxar se permite o livre ajuste da respiração adequada para ativa-

ção do Power House.

Joseph Pilates escreveu: “Antes de tudo, aprenda a respirar correta-

mente”. Defendia que forçar a expiração completa era a chave para uma inspi-

ração correta. Normalmente, inspiramos no momento da força e expiramos

durante o relaxamento (CARVALHO, 2010).

2.2. 3 – Concentração:

Também chamado de visualização, estrutura-se mentalmente o movi-

mento a ser realizado, ativando-se os programas neuromotores.

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Os exercícios não devem ser realizados de forma mecânica, a mente

deve se concentrar no corpo em movimento. É essencial ter consciência de

todas as partes do corpo. Elas são interconectadas, por esse motivo aprender

a concentrar-se é aprender a controlar corpo e mente (CARVALHO, 2010).

2.2. 4 – Power house ou Casa de Força:

Todo exercício começa ativando o centro e qualquer movimento é rea-

lizado a partir dele.

O foco principal dos exercícios é fortalecer a Casa de Força, que é de-

finida como o cinturão, que se estende desde a base das costelas até a região

inferior da pelve. A casa de força suporta o tronco, ajuda a melhorar a postura,

facilita movimentos equilibrados e auxilia o controle motor das extremidades

(CARVALHO, 2010).

2.2. 5 – Alinhamento:

O movimento deve respeitar as vias ósseas, articulares e miofasciais.

Se uma parte do corpo está desalinhada, toda a estrutura é compro-

metida. Todos os exercícios têm uma estrutura clara, uma forma precisa e uma

dinâmica adequada. Foram planejados com o objetivo de se obter o máximo

deles (CARVALHO, 2010).

2.2. 6 – Coordenação:

O movimento tem uma ordem de sinergias a ser respeitada.

2.2. 7 – Fluidez:

As sinergias entram em relação sem bloqueios ou descontinuidade.

Desenvolve a habilidade de movimentar-se com leveza, continuidade e

harmonia (CARVALHO, 2010). Não há movimentos estáticos, isolados, porque

o corpo não funciona naturalmente desta maneira (MASIERO, 2010).

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2.2. 8 – Força:

Também chamado de vigor, o movimento deve ser executado com a

força adequada à demanda do exercício.

2.3 – Funcionamentos e benefícios

O Pilates trabalha com uma ordem de movimentos controlados e preci-

sos executados em aparelhos confeccionados especialmente para a realização

do método pelo próprio Joseph Pilates. Os aparelhos possuem um jogo de mo-

las que vão determinar a resistência do exercício. Os exercícios são feitos em

várias posições: em pé, sentado, deitado, inclinado. As sessões são sempre

ministradas e acompanhadas por profissionais habilitados no método.

O indivíduo que realiza o método deve passar por uma avaliação criteri-

osa composta por: anamnese (ANEXO 1) e avaliação postural (ANEXO 3), a

partir daí são traçados os objetivos dos exercícios.

Quando realizado com frequência estimula o corpo, aperfeiçoa a postu-

ra, revigora a mente, eleva o espírito, dorme melhor, obtendo um corpo forte,

mais flexível.

Segundo Carvalho (2010) os benefícios do método são muitos, entre e-

les: aprimora a capacidade cardiovascular respiratória; trabalha o alongamen-

to, flexibilidade e aumenta a mobilidade das articulações; dá ênfase ao Power

House, o abdome fica forte e definido; aumenta o tônus muscular sem exage-

ro, protegendo os ossos; melhora o condicionamento físico e mental, pois os

exercícios exigem atenção e concentração; a prática constante ajuda a diminuir

a gordura do corpo e promove relaxamento; as séries são repetidas poucas

vezes, não levando o praticante a exaustão.

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2.4 – Os aparelhos

Todos os aparelhos foram inventados e elaborados por Joseph Pilates.

Serão descritos a seguir:

2.4.1 - Reformer:

É o mais popular, como o nome sugere, ajuda a “reformar” trabalhando

de forma global todo o corpo, desde os pés até a cabeça.

É composto por molas, alças e tiras de couro, além de diversos aces-

sórios. Foi idealizado como um carro que corre sobre rodas em uma platafor-

ma de alumínio ou madeira. A resistência das molas pode ser alterada, aumen-

tando ou diminuindo a potência, de acordo com a capacidade do praticante ou

mesmo do tipo de movimento. Cada exercício dispõe de um número de molas

adequado, estudado pelo próprio criador e até hoje é usado como padrão. A

diminuição do número de molas também pode afetar a execução do exercício

e agir como um fator que dificulta ou facilita, dependendo de cada movimento

(PANELLI, MARCO, 2009).

Carvalho (2010) diz que as molas representam a função dos músculos.

Os exercícios podem ser praticados em diversas posições: deitado, sentado,

ajoelhado e em pé.

2.4.2 – Cadillac:

É uma plataforma em forma de cama cercada por uma moldura de me-

tal, onde estão fixadas a barra de empurrar, a barra do trapézio, a barra de

rolamento posterior e as molas para os braços e as pernas, que tem uma resis-

tência variável (CARVALHO, 2010).

A altura deste equipamento permite ao instrutor efetuar as correções

nos praticantes com uma postura adequada. As barras e os diversos acessó-

rios também auxiliam na execução dos movimentos para praticantes saudáveis

ou na reabilitação de lesões. Foi desenvolvido para corrigir as necessidades

individuais (PANELLI, MARCO, 2009).

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É um aparelho muito importante para indivíduos com pouca flexibilida-

de como idosos e pessoas com dificuldades de deambular.

2.4.3 – Chair:

É um aparelho em forma de cadeira com duas barras, uma de cada la-

do e um pedal fixado com molas para a resistência (CARVALHO, 2010).

É um equipamento no qual é possível realizar uma ampla variedade de

movimentos que exigem, além de fortalecimento e flexibilidade muscular, con-

trole do equilíbrio e um bom alinhamento do corpo. É muito efetivo em casos

de alterações de simetria corporal, como a escoliose. Oferece suporte na rea-

bilitação de lesões nas articulações e auxilia no desenvolvimento da muscula-

tura necessária para efetuar movimentos mais avançados em outros equipa-

mentos. Os exercícios podem ser realizados em posturas onde o praticante

esteja deitado, sentado, apoiado nos joelhos, em frente, atrás ou em pé sobre

a cadeira. O número de molas também é alterado conforme o tipo do exercício

e a intensidade que se pretende atingir, de acordo com o nível de habilidade

do praticante (PANELLI, MARCO, 2009).

2.4.4 – Wall-unit:

É uma adaptação do Cadillac para ambientes com espaço reduzido e

teto baixo (PANELLI, MARCO, 2009).

O aparelho é composto por uma base de ferro afixada na parede com

uma barra de empurrar móvel e um colchão de apoio. Em toda sua extensão

são afixados ganchos que seguram as molas que tem diversos níveis de inten-

sidade. É possível realizar exercícios de braços, pernas, abdominais, alonga-

mentos e exercícios posturais (CARVALHO, 2010).

2.4.5 – Ladder barrel:

É o único aparelho do método que não possui molas (CARVALHO,

2010).

Pilates desenvolveu o Ladder Barrel para estimular principalmente a

força, a flexibilidade e o alinhamento do tronco, movido pela grande preocupa-

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ção com os maus hábitos posturais das pessoas. Durante alguns exercícios, o

tronco permanece apoiado sobre a face arredondada do barril, em decúbito

dorsal, ventral ou lateral. Os exercícios neste aparelho atuam no alongamento

axial e consequente descompressão discal, além de promover um melhor ali-

nhamento e equilíbrio entre os grupos musculares do tronco e corrigir maus

hábitos posturais. Tal aparelho age também sobre a musculatura anterior do

tronco e a articulação do quadril, alongando os músculos flexores do quadril e

os músculos extensores da região lombar, massageando a coluna e estimu-

lando a força e flexibilidade na musculatura dos membros inferiores, sem es-

quecer de sua ação sobre o centro de força para garantir a boa estabilidade e

equilíbrio dos grupos musculares. O desenho do equipamento favorece a exe-

cução de exercícios simples com a intenção de reduzir o encurtamento da

musculatura posterior de membros inferiores (isquiostibias principalmente) ou

para alunos em nível avançado e atletas cujos movimentos exigem maior grau

de dificuldade (PANELLI, MARCO, 2009).

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CAPÍTULO III

A TERCEIRA IDADE

“Não faças da tua vida um rascunho.

Poderás não ter tempo de passá-la a limpo.”

Mário Quintana

O papel do idoso na história sempre foi considerado como algo inex-

pressivo a sociedade, o que vem ocasionando sérios problemas afetivo-

emocionais. Por causa disso, eles se expressam na forma de reprovação, re-

pressão ou isolamento social, revelando o desprezo e a não vontade de viver

novas experiências.

Envelhecer é viver, viver é estar em evolução, toda evolução sugere

movimento e o movimento promove modificações estruturais, funcionais e so-

ciais que remetem o idoso a atitudes de autodesvalorização, reações emocio-

nais e comportamentais regressivos, que exigem intervenções preventivas,

mantenedoras e sociabilizadoras de um indivíduo idoso com uma corporeidade

nova, repleto de participação e significação no mundo (VASCONCELOS,

2003).

3.1 – Teorias do envelhecimento

Os organismos multicelulares têm um tempo limitado de vida e ocor-

rem alterações fisiológicas ao longo dos anos. A vida desses organismos habi-

tualmente é dividida em três fases: a fase do crescimento, a fase reprodutiva e

o envelhecimento.

Na primeira fase, acontece o desenvolvimento dos órgãos, o corpo

progride e adquire capacidades funcionais que o torna capaz de se proliferar. A

sobrevivência e a perpetuação estão na próxima fase que é distinguida pela

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capacidade de reprodução. A senescência é a terceira fase onde está presente

a declinação do organismo, inclusive das capacidades funcionais.

A senescência ocorre devido à modificações moleculares e celulares,

que acarretam em perdas funcionais crescentes dos órgãos e do organismo.

Este declínio é observado ao final da fase reprodutiva, porém as perdas fun-

cionais começam a acontecer anteriormente. Por exemplo, o sistema respirató-

rio e o tecido muscular iniciam o processo de declínio funcional a partir dos 30

anos.

Segundo Santos (2005) após alcançar a maturidade reprodutiva as

possibilidades de sobrevivência começam a decair. Todos os organismos mul-

ticelulares têm tal propensão no processo de evolução. O desenvolvimento, a

reprodução e o envelhecimento são etapas naturais da vida de cada espécie,

que ocorrem de forma sequencial e interdependente: o início da senescência é

dependente da fase reprodutiva que, por sua vez, é dependente do desenvol-

vimento. No entanto, não há uma separação rígida entre as três fases. O cres-

cimento pode continuar mesmo depois de que a maturidade reprodutiva é atin-

gida.

Para alguns gerontologistas, o processo do envelhecer tem início a

partir do momento da concepção, sendo a velhice determinada como um pro-

cesso dinâmico e progressivo onde ocorrem alterações tanto morfológicas co-

mo funcionais, bioquímicas e psicológicas que definem o constante declínio

das capacidades de tornar-se apto ao meio ambiente, acarretando maior pro-

pensão e incidência de processos patológicos.

Santos (2005) afirma que o processo de envelhecimento não é um

processo unilateral, mas a soma de vários processos entre si, os quais envol-

vem os aspectos biopsicossociais.

3.1. 1 – Teoria do envelhecimento biológico:

Segundo Moreira (2001) o envelhecimento biológico é caracterizado pela

perda das reservas funcionais. De qualquer maneira, é evidente que cada es-

pécie animal tem um tempo de vida próprio. Isso destaca a importância que

têm os determinantes genéticos que regulam a longevidade e representam uma

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barreira biológica absoluta.

As alterações no organismo dos indivíduos evoluem harmonicamente ao

desenvolvimento e envelhecimento. Como no crescimento e na reprodução, a

senescência está geneticamente estabelecida, sendo ambos essenciais ao

longo da vida. A principal característica da senescência é a evidente perda da

capacidade de adaptação e menor expectativa de vida; as alterações aconte-

cem de forma única, pessoa para pessoa, variando entre as condições físicas

internas, do meio ambiente e do estilo de vida.

"Essencialmente, marca-se o envelhecimento biológico pela diminuição da taxa metabólica refletindo na lentidão do intercâmbio de energia do organismo. A energia, quando usada em excesso, não é totalmente recuperada, uma vez que o aumento da idade celular decorrente de menor capacidade para divisão celular resulta em de-saceleração funcional. Assim, o envelhecimento do tecido é o resultado da mudança das células renováveis para não renováveis." (SIMÕES, 1998).

3.1. 2 – Teoria do envelhecimento psicológico:

Segundo Verderi (2004), para o idoso o domínio psicológico torna-se

mais difícil, pois a longa história da vida acentuada as diferenças individuais,

quer pela aquisição de um sistema de reivindicações e desejos pessoais, quer

pela fixação de estratégias de comportamento. Através de uma barreira social,

pessimismo face à existência, passividade e queixas somáticas, que têm sido

erroneamente considerados como parte do processo normal do envelhecimen-

to, mascaram a ansiedade, a depressão e a insônia, precursoras comuns de

infarto do miocárdio.

Para Santos (2005) o aspecto psicológico é evidenciado por um pro-

cesso dinâmico e extraordinariamente complexo muito influenciado por fatores

individuais que se iniciam com um declínio lento e depois acentuado das habi-

lidades que o indivíduo desenvolvia anteriormente.

Com o passar dos anos, algumas alterações acontecem no intimo do

indivíduo, de modo que seus valores e atitudes também sofrem modificações.

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Os entusiasmos são menores, a motivação tende a diminuir e são ne-

cessários, ao idoso, estímulos bem maiores para fazê-lo empreender uma no-

va ação. A auto-imagem e a auto-estima são modificadas no processo de en-

velhecimento, diminuindo a positividade. É como se ele carecesse de reserva

de força física ou psicológica para lutar contra fatores, tanto externos como

internos, que ameaçam a vida (SANTOS, 2005).

3.1. 3 – Teoria do envelhecimento social:

Para Verderi (2004), no envelhecimento é comum o indivíduo sentir-se

só. Nesta etapa da vida, o apoio da família, a convivência com amigos e a par-

ticipação em um grupo social pode contribuir para ausência da solidão e da

inutilidade. Nesse momento, destacam-se considerações quanto à aposenta-

doria, à família, aos amigos e ao ambiente que o cerca.

Santos (2005) analisou alguns fatores que levam ao envelhecimento

social com curva de declínio mais acentuado:

• Isolamento social;

• Situação econômica crítica;

• Insegurança social;

• Estado de saúde insatisfatório;

• Ruptura com a vida profissional;

• Perda concomitante da função e do status social;

• Falta de opção do idoso: poder escolher ou rejeitar o lazer;

• Falta de opção do idoso: poder optar por uma aposentadoria ativa

ou passiva (vítimas das normas pré-estabelecidas pela sociedade);

3.1. 4 – Teoria do envelhecimento funcional:

Moreira (2001) afirma que no envelhecimento do organismo as altera-

ções morfológicas e funcionais dos órgãos e tecidos não são sempre patológi-

cas, no entanto, as patologias podem aparecer decorrente de desequilíbrios no

processo de envelhecimento. Inúmeras alterações ocorrem com nossas fun-

ções ao longo dos anos. O pulmão em envelhecimento é caracterizado por

uma dilatação dos ductos alveolares, uma diminuição na elasticidade dos alvé-

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olos e uma diminuição no número de alvéolos, provocam uma diminuição da

superfície total respiratória; através do deslocamento da parcela não solúvel

ocorre uma redução da elasticidade pulmonar.

O envelhecimento do sistema nervoso inicia-se um processo de dimi-

nuição do número de células do cérebro, diminuição da velocidade da passa-

gem de mensagens pelos nervos, redução da sensibilidade tátil, diminuição

das substâncias químicas associadas à atividade neurotransmissora, diminui-

ção do fluxo sanguíneo para o sistema nervoso, diminuição no equilíbrio e na

coordenação motora. Os movimentos tornam-se mais lentos e diminui a aten-

ção e concentração. No envelhecimento do sistema cardiovascular ocorre a

diminuição do número de células do músculo cardíaco, decréscimo da elastici-

dade do mesmo; as válvulas do coração se tornam menos flexíveis, aumento

da pressão arterial sistólica, surgimento de depósito de gordura nos vasos

sanguíneos (colesterol), maior incidência de ateriosclerose entre outros. A co-

ordenação sensório-motora gradualmente torna-se menos eficiente, devido aos

prejuízos que o sistema neuromuscular já apresenta; o idoso precisa, portanto,

de instruções claras e concretas, não de movimentos rápidos, uma vez que se

preocupa em analisar a tarefa a ser executada antes de desempenhar ou não

o ato motor. Também estão reduzidas as sensações do próprio corpo, a per-

cepção do movimento de vibração e feedback de posicionamento. A manipula-

ção de objetos pode ser impedida ou dificultada não só pela problemática da

visão mas também por intermédio das sensações proprioceptivas. Ocorre tam-

bém ligeira perda nas aptidões psicomotoras, em especial naquelas relaciona-

das à coordenação, à agilidade mental e aos sentidos (visão e audição) levan-

do os idosos a um desempenho menos satisfatório quando submetidos a al-

guns testes que exigem rapidez de execução ou longa duração. Além disso,

ocorre uma diminuição na velocidade dos reflexos e da execução de gestos e

um aumento do tempo de reação devido à diminuição da resposta motora a

um estimulo sensorial. A articulação envelhecida é geralmente inflexível e me-

nos móvel. Alterações no tecido conjuntivo dos músculos, ligamentos, cápsulas

articulares e tendões parecem responsáveis pela perda da flexibilidade e mobi-

lidade (SANTOS, 2005).

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3.2 – Etapas do envelhecimento

Para Nicola (1896), existem quatro etapas de envelhecimento, diferen-

ciados da seguinte forma:

• Idade do meio ou crítica: começa aos 45 anos e vai até os 60 anos,

aproximadamente. Os primeiros sinais do envelhecimento são encontrados,

representando normalmente uma predisposição e/ou aparecimento de doen-

ças.

• Senescência gradual: começa aos 60 anos e vai até os 70 anos, a-

proximadamente. É distinguido pelo surgimento de modificações fisiológicas e

funcionais instaladas, típicas da idade.

• Velhice: se inicia por volta do 70 anos, tem se o velho ou ancião no

sentido exato.

• Longevo ou grande velho: pessoas com mais de 90 anos.

Deve-se ressaltar que de uma maneira geral os estudiosos nesta área

são unânimes em afirmar que a idade cronológica não corresponde à idade

biológica. E que esta classificação é utilitária quanto à orientação profissional

em abordagem aplicável ao indivíduo, seja ela preventiva, reabilitativa ou palia-

tiva (SILVA, 2004).

3.3 – A beleza do envelhecer

Para a grande maioria das pessoas, debater a beleza no processo de

envelhecimento é algo contraditório, porque até o presente momento acredita-

se que beleza é apenas privilégio dos mais jovens. Porém, envelhecer faz par-

te do processo natural da vida, portanto, por que não viver e amadurecer con-

comitantemente com a beleza?

Para o gerontologista Monteiro (2008) envelhecer é verbo, ação, conti-

nuidade. Envelhecer é transformação: ação além da forma. Nos tornamos mais

velhos a cada momento. Sem ressignificar crenças, podemos cair no abismo

da melancolia da velhice, no sofrimento da repressão ao prazer, na solidão dos

quartos dos fundos, na limitação da expressão da vida, na doença destrutiva

do corpo, na ruína de uma morte indigna.

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A beleza é de difícil definição, portanto é relativa. Existem muitos con-

ceitos de beleza na história. Vários filósofos tentaram buscar um modo de con-

ceituá-la, porém nunca chegaram a uma conclusão definitiva. No livro de Mon-

teiro (2008) ele cita que alguns filósofos consideravam a beleza como a imita-

ção da natureza, outros como a simetria entre as partes, a harmonia entre as

coisas, aquilo que vai além do bem e do mal, objeto de satisfação, perfeição

ligada ao bem, divina proporção, o verdadeiro e o justo, ordem e medida ideal.

As palavras BELEZA e APARÊNCIA na atualidade têm sido emprega-

das como se tivessem o mesmo significado, porém isso não é verdade; são

palavras distintas. Segundo o dicionário Aurélio beleza é qualidade de belo;

pessoa bela, muito agradável. Enquanto aparência é definida como aspecto, o

que se mostra à primeira vista. Logo a beleza é relativa ao emocional, é de-

sencadeada pelas sensações e sentimentos.

Monteiro (2008) afirma que o tempo da juventude é tão passageiro

quanto o tempo da infância, como será também o tempo da velhice. O enve-

lhecer é processo contínuo de aprimoramento do ser e, portanto, a beleza, no

seu sentido mais amplo e profundo, pode ser alcançada com mais facilidade

na velhice. Se a nossa imagem é apenas o reflexo daquilo que somos, então a

beleza na velhice pode se revelar com muito mais intensidade do que se reve-

laria na juventude. Ao sentirmos a força viva da emoção fluir através do corpo,

constataremos a potência da beleza e reconheceremos que a felicidade é um

sentimento único e simples, no qual calam todos os desejos de conquista, to-

das as paixões desordenadas e as necessidades doentias. Alcançar a felicida-

de é atingir o fulcro da verdade e lá encontrar o genuíno, sem maquiagens,

sem retoques, sem auto-enganos. Ao elevarmos o nosso espírito o alvorecer

de nossa auto-estima se intensificará e passaremos a compreender que somos

muito mais que a soma de nossas partes. Assim será possível encontrar o su-

blime, um sentimento vivo que nos coloca acima de nós mesmos, eliminando

qualquer vulgaridade ou alegria fugaz. Nesse estado de exaltação, entendere-

mos finalmente que nada precisa ser acrescentado apenas é necessário apri-

morar o melhor de nós mesmos.

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A realização do homem exige reconhecimento para estimular o pro-

cesso contínuo da ação. O reconhecimento produz prazer e certeza de que

aquilo teve alguma serventia e foi agradável. A organização e a proporção são

idéias relativas ao belo e útil, ao mesmo tempo que a desorganização é classi-

ficada como inútil e feia. A maioria das pessoas mais velhas se consideram

inúteis e feias, porque não se sentem mais aptas para realizarem o que esta-

vam acostumadas a fazer quando mais jovens; elas ficam privadas do reco-

nhecimento de outras pessoas e sem vontade de continuar vivendo. Sem von-

tade alguma não conseguem estabelecer novos relacionamentos, ficando iso-

ladas, não querendo mais se compor, ou seja, a desorganização invade a apa-

rência. Sem serem reconhecidas terminam se sentindo feias, fundamentando a

feiúra porque são velhas. Por outro lado, quando mantêm os laços sociais se

preocupam em aprontar a aparência, rejeitando o fato de serem idosos, imagi-

nando que são jovens. Logo o idoso é feio porque é encarado como sinônimo

de desproporção, assimetria, desarmonia, desordem física e inutilidade. É por

isso que os indivíduos que se sentem bem não se classificam como idosos.

Correr atrás dos modelos de beleza nunca foi tão evidente quanto atu-

almente. Os indivíduos tentam fazer de tudo para conseguir uma aparência

agradável e no fundo não estão nem um pouco atentos ao seu interior. A regra

a ser praticada é a de manter a beleza do corpo, não se preocupando se a

pessoa se sentirá bem.

Monteiro (2008) assinala que frequentemente é questionado sobre o

que fazer para se ter uma vida saudável e como manter a beleza durante o

processo de envelhecimento. Segundo ele responder a essa pergunta não é

difícil porque todas as respostas podem estar corretas, uma vez que sabemos

pouco sobre os mistérios da vida e também sobre como envelhecemos. É por

isso que encontramos tantas receitas antienvelhecimento nas revistas femini-

nas. Não importa a veracidade delas, o importante é participar do mito do reju-

venescimento. Quando é desafiado a dar um conselho para as pessoas, o ex-

pressa em uma única frase: harmonize-se para estar bem no espetáculo da

vida. O sucesso só pode existir na harmonia do corpo, independentemente de

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padrões preestabelecidos. O importante é buscar a identidade perdida e não o

corpo perfeito.

As pessoas só se sentem belas porque estão em harmonia com elas

próprias e com a vida. Por exemplo: uma pessoa sem expressão é também

uma pessoa sem possibilidades. Quando um cidadão consegue fazer o que

sempre teve vontade, passa a pertencer a um espaço próprio, reincorporando-

se e volta à vida tornando-se dono de si. Ele se sentirá belo porque está inte-

gro. Ninguém pode viver fora de si mesmo, mas apenas sobreviver.

O grande mal da humanidade é a comparação, porque ela é que traz a

infelicidade.

O presente estudo teve como objetivo verificar a relação existente en-

tre a Psicomotricidade e o Pilates na terceira idade, como uma alternativa para

o indivíduo estudado se conhecer e se dar a conhecer, de poder entregar o

corpo para aquele momento, trabalhando seus pontos fortes e fracos, criando

confiança em si e estimulando o corpo e a mente. Desde o momento do nosso

parto nos movimentamos; com o passar do tempo nos desenvolvemos, cres-

cendo e aperfeiçoando os movimentos, mas quando ficamos mais velhos os

movimentos vão ficando mais limitados.

Foi realizado um estudo de campo através de estudo de caso, que teve

início no mês de março de 2011, os atendimentos ocorreram duas vezes por

semana, no período de 4 meses, somando 24 horas/aula.

A paciente M. O. S., sexo feminino, 66 anos, raça branca, casada. Cur-

sou nível médio, trabalhou em escritório e atualmente aposentada. Sedentária;

nega: tabagismo, etilismo, diabetes, problemas cardíacos, hipertensão, distúr-

bio tiroidiano e câncer. Apresenta: varizes e constipação. Tempo e qualidade

de sono são adequados. Com diagnóstico fisioterapêutico de cervicotoraco-

lombalgia. SIC com a paciente o quadro álgico da coluna surge ao longo do

dia, principalmente quando realiza grandes esforços (ANEXO 1).

Na avaliação postural (ANEXO 3) foi observado na vista anterior: incli-

nação da cabeça para direita, ombros protrusos e elevado para a esquerda,

triângulo de Talles maior a direita, abdome distendido e flácido, espinha ilíaca

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ântero-superior elevada a direita, joelhos valgos, pés abduzidos. Na vista late-

ral: hiperlordose das colunas cervical e lombar, e hipercifose da coluna toráci-

ca, anteroversão da pelve, joelhos fletidos, tornozelos atrás da linha da gravi-

dade e pés com arcos mediais normais. Na vista posterior: ambas escápulas

são aladas, linhas glútea e poplítea elevadas a esquerda, tendões de Aquiles

varos.

Para mensurar a flexibilidade foi solicitado que a paciente fizesse o mo-

vimento de flexão anterior de tronco com os joelhos estendidos (mãos em dire-

ção ao solo). Então foi medido a distância do dedo médio ao solo, dando 8 cm.

Também foi realizada uma avaliação psicomotora para a terceira idade

(ANEXO 2), onde são analisados os aspectos funcionais: equilibração (estático

e dinâmico), coordenação motora (global e fina), esquema corporal, lateralida-

de (mão, pé e olho), ritmo, orientação espacial e temporal, percepções: tátil,

visual, auditiva e olfativa; onde obteve bons resultados.

As aulas foram baseadas no método Pilates. Os exercícios foram esco-

lhidos e determinados pela terapeuta e autora do estudo. Os exercícios foram

evoluindo de forma gradativa, de acordo com as capacidades da paciente em

realizá-los.

Ao final a paciente foi reavaliada em relação a psicomotricidade (ANE-

XO 4) e a postura (ANEXO 5). Os resultados foram comparados entre si.

A paciente relatou melhora do quadro álgico, diminuição da ansiedade.

Em relação à flexibilidade houve uma melhora acentuada, onde na reavaliação

a paciente conseguiu apoiar os dedos no chão sem flexionar os joelhos. Quan-

to a postura, foi observado uma redução na inclinação da cabeça e protrusão

de ombros, diminuição do triângulo de Talles e da perimetria abdominal e os

pés estão alinhados. Na vista lateral pode ser notada uma evolução em rela-

ção as curvaturas da coluna que estão menos acentuadas. E na vista posterior

as escápulas estão menos aladas, devido ao consequente fortalecimento mus-

cular da região escapular.

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CONCLUSÃO

A nossa ligação com o mundo nos interfere de modo fisiológico, mas o

oposto também acontece, alterações fisiológicas podem acarretar em modifi-

cações no nosso comportamento.

Uma boa qualidade de vida na terceira idade é consequência de uma a-

limentação saudável e da prática regular de exercícios físicos, além de se man-

ter um contato social saudável. O idoso deve estar ciente que seu corpo ainda

pode executar e participar de muitas atividades e ações que tragam bem-estar

para o próprio. Os profissionais que atuam na área devem estimulá-los para

reaver o esquecido, executar o desconhecido e torná-lo real.

A psicomotricidade para os idosos é um modo de encontrar outras ma-

neiras de realizarem o que já sabem, proporcionando a essas pessoas, apro-

veitar o envelhecimento como uma fase plena da vida, de muitas ações e não

de limitações e perdas. A pessoa que adquire a auto-confiança e resgata a

auto-estima, estimula o autocuidado e motiva a preservação da independência

e autonomia que proporcionam o bem-estar.

A interação do método Pilates e da Psicomotricidade pode tornar a atu-

ação mais efetiva e significativa tanto para o paciente como para o terapeuta.

A negligência durante a avaliação de alguns pontos, como: os aspectos afetivo

e emocional, a percepção espacial, a espontaneidade do indivíduo; podem tor-

nar o atendimento algo desinteressante para o paciente, dificultando sua ade-

são ao tratamento. Assim, observa-se a necessidade de novos trabalhos asso-

ciando o método Pilates com as técnicas psicomotoras, já que, na literatura

atual, não existem artigos que abordem a interação entre essas áreas do co-

nhecimento.

Com base nos resultados obtidos neste estudo, após um período de a-

tendimento com o método Pilates, podemos afirmar que a paciente obteve

uma melhora significativa e, portanto, o método influenciou positivamente nu-

ma diminuição do tempo para a realização das AVDs, interferindo de uma for-

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ma positiva na qualidade de vida e também diminuindo o quadro de ansiedade,

antes apresentado. Em relação aos aspectos psicomotores também foi obser-

vado uma melhora no equilíbrio, na coordenação motora global, na consciência

corporal, nas estruturas espaciais; além da psicomotricidade relacional que não

foi avaliada, mas também foi possível observar melhora na comunicação, ex-

pressão e corporeidade.

Durantes as aulas sempre era focado a necessidade de se manter um

modo de vida ativo, um envelhecimento saudável, onde os níveis de indepen-

dência na velhice estão diretamente ligados ao estado de saúde, para isto, a

atividade física é uma ferramenta valiosa para a manutenção da saúde.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Ficha de anamnese;

Anexo 2 >> Avaliação psicomotora;

Anexo 3 >> Avaliação postural.

Anexo 4 >> Reavaliação psicomotora;

Anexo 5 >> Reavaliação postural.

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ANEXO 1

FICHA DE ANAMNESE

I – DADOS PESSOAIS: NOME:_____ M. O. S.__________________________________________________________. DATA DE NASCIMENTO:___01_/_09_/_1944_______________________________________. PROFISSÃO:__CONTADORA___________________________________________________. DATA DA AVALIAÇÃO:__17 / 03 / 2011___________________________________________. II – QUEIXA PRINCIPAL: __SENTE DOR NA COLUNA (CERVICOTORACOLOMBALGIA), QUE SURGE AO LONGO_ DO DIA E PARA MELHORAR A POSTURA________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________. III – ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES: DIABETES:__NEGA___________________________________________________________. PROBLEMAS CIRCULATÓRIOS:_TEM VARIZES E OS PAIS TAMBÉM TINHAM__________. PROBLEMAS CARDÍACOS:__NEGA_____________________________________________. ALERGIAS:__RESPIRATÓRIA – DEVIDO A MOFO, POEIRA E CHEIROS FORTES________. HIPERTENSÃO:__NEGA_______________________________________________________. DISTÚRBIOS TIROIDIANOS:__ NEGA____________________________________________. CÂNCER:__ NEGA____________________________________________________________. CIRURGIAS:_DUAS CESÁRIANAS, VESICULOTOMIA E TRÊS FLEBOTOMIAS__________. IV – HÁBITOS E VÍCIOS: FUMANTE:__ NEGA___________________________________________________________. INGESTÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS:__SOCIALMENTE___________________________. ATIVIDADE FÍSICA:__NÃO PRATICA_____________________________________________. INGESTÃO DE LÍQUIDO DIÁRIA:__APENAS 1 LITRO_______________________________. FUNCIONAMENTO INTESTINAL:__APRESENTA CONSTIPAÇÃO_____________________. FUNCIONAMENTO RENAL:__BOM______________________________________________. TEMPO E QUALIDADE DE SONO:_BOM, DORME 8 HORAS__________________________. MEDICAMENTOS:__DIOSMIND SDU – 1 SACHÊ PELA MANHÃ_______________________ _________________TIBOLONA 2,5 MG – 1 C. PELA MANHÃ_________________________ _________________CARBOLITIUM 300 MG – 1 C. x DIA_____________________________ _________________CITALOPRAM 20 MG – 1 C. x DIA_______________________________ _________________CÁLCIO + VITAMINA D – 1 C. x DIA_____________________________. V – TRATAMENTOS ANTERIORES: _NUNCA FEZ_______________________________________________________________.

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ANEXO 2

AVALIAÇÃO PSICOMOTORA

1 – EQUILIBRAÇÃO: EQUILÍBRIO ESTÁTICO:__preservado___________________________________________. EQUILÍBRIO DINÂMICO - # MARCHA:_preservada_______________________________________________________. # SALTA COM OS PÉS JUNTOS:_realiza__________________________________________. # SALTA COM UM PÉ SÓ – DIREITO:_realiza______________________________________.

– ESQUERDO:_realiza_____________________________________. 2 – COORDENAÇÃO: OCULOMANUAL:_preservada__________________________________________________. OCULOPEDAL:__preservada___________________________________________________. GLOBAL:__preservada________________________________________________________. 3 – ESQUEMA CORPORAL: __Reconhece e nomeia as partes do corpo._______________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 4 – LATERALIDADE: MÃO:_direita________________________________________________________________. PÉ:_direito__________________________________________________________________. OLHO:_direito_______________________________________________________________. 5 – RITMO: __preservado_______________________________________________________________. 6 – ORIENTAÇÃO ESPACIAL: __preservada________________________________________________________________. 7 – ORIENTAÇÃO TEMPORAL: _preservada_________________________________________________________________. 8 – PERCEPÇÃO: VISUAL:_pouco diminuída_____________________________________________________. AUDITIVA:_satisfatória________________________________________________________. TÁTIL:_satisfatória___________________________________________________________. OLFATIVA:_satisfatória________________________________________________________.

Data: _17_/ _03_/ _2011_.

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ANEXO 3

AVALIAÇÃO POSTURAL

1 - Vista Anterior: Cabeça: ( ) simétrica ( X ) inclinada D/E ( ) rodada D/E

Clavícula: ( ) simétricas ( ) horizontalizada D/E ( X ) verticalizada D/E

Ombros: ( ) simétricos ( X ) elevado D/E

Triângulo de Talles: ( ) simétrico ( X ) aumentado D/E

Abdome: ( ) normal ou ( X ) distendido e ( ) tenso ou ( X ) flácido

EIAS: ( ) simétricas ( X ) elevada D/E

Joelhos: ( ) alinhados ( ) varo D/E ( X ) valgo D/E

Patelas: ( ) alinhadas ( ) mais alta D/E ( X ) rodada Lateral/Medial D/E

Pés: ( ) alinhados ( X ) abduzidos D/E ( ) aduzidos D/E

2 - Vista Lateral Dir: Coluna cervical: ( ) normal ( X ) hiperlordose ( ) retificação

Ombro: ( ) normal ( X ) protruso ( ) retraído

Coluna torácica: ( ) normal ( X ) hipercifose ( ) retificação

Lombar: ( ) normal ( X ) hiperlordose ( ) retificação

Pelve: ( ) alinhada ( X ) anteroversão ( ) retroversão

Joelho: ( ) alinhado ( ) hiperestendido ( X ) fletido

Tornozelo: ( X ) atrás linha grav. ( ) frente linha grav. ( ) alinhado

Arco plantar E: ( X ) normal ( ) aumentado ( ) diminuído

3 - Vista Lateral Esq: Coluna cervical: ( ) normal ( X ) hiperlordose ( ) retificação

Ombro: ( ) normal ( X ) protruso ( ) retraído

Coluna torácica: ( ) normal ( X ) hipercifose ( ) retificação

Lombar: ( ) normal ( X ) hiperlordose ( ) retificação

Pelve: ( ) alinhada ( X ) anteroversão ( ) retroversão

Joelho: ( ) alinhado ( ) hiperestendido ( X ) fletido

Tornozelo: ( X ) atrás linha grav. ( ) frente linha grav. ( ) alinhado

Arco plantar D: ( X ) normal ( ) aumentado ( ) diminuído

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4 - Vista Posterior: Escápulas: ( ) alinhadas ( X ) alada D/E ( ) abduzida D/E ( ) aduzida D/E

Distância entre escápulas e col. Vertebral: ( X ) simétrica ( ) assimétrica

Linha glútea: ( ) alinhada ( X ) elevada D/E

Linha poplítea: ( ) alinhada ( X ) elevada D/E

Pés (tendão de Aquiles): ( ) verticais ( ) valgo ( X ) varo

5- Perimetria abdominal:

17/03 18/04 16/05 13/06

Umbilical 90 cm 88 cm 88 cm 86 cm

EIAS 99 cm 95 cm 93 cm 92 cm

Trocânter maior

fêmur

109 cm 108 cm 105 cm 103 cm

Data: _17_/ _03_/ _2011_.

Examinador: _LETÍCIA AGOSTINO PALMA_.

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ANEXO 4

REAVALIAÇÃO PSICOMOTORA

1 – EQUILIBRAÇÃO: EQUILÍBRIO ESTÁTICO:__preservado___________________________________________. EQUILÍBRIO DINÂMICO - # MARCHA:_preservada_______________________________________________________. # SALTA COM OS PÉS JUNTOS:_realiza__________________________________________. # SALTA COM UM PÉ SÓ – DIREITO:_realiza______________________________________.

– ESQUERDO:_realiza_____________________________________. 2 – COORDENAÇÃO: OCULOMANUAL:_preservada__________________________________________________. OCULOPEDAL:__preservada___________________________________________________. GLOBAL:__preservada________________________________________________________. 3 – ESQUEMA CORPORAL: __Reconhece e nomeia as partes do corpo._______________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 4 – LATERALIDADE: MÃO:_direita________________________________________________________________. PÉ:_direito__________________________________________________________________. OLHO:_direito_______________________________________________________________. 5 – RITMO: __preservado_______________________________________________________________. 6 – ORIENTAÇÃO ESPACIAL: __preservada________________________________________________________________. 7 – ORIENTAÇÃO TEMPORAL: _preservada_________________________________________________________________. 8 – PERCEPÇÃO: VISUAL:_pouco diminuída_____________________________________________________. AUDITIVA:_satisfatória________________________________________________________. TÁTIL:_satisfatória___________________________________________________________. OLFATIVA:_satisfatória________________________________________________________.

Data: _13_/ _06_/ _2011_.

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ANEXO 5

REAVALIAÇÃO POSTURAL

1 - Vista Anterior: Cabeça: ( ) simétrica ( X ) inclinada D/E ( ) rodada D/E

Clavícula: ( ) simétricas ( ) horizontalizada D/E ( X ) verticalizada D/E

Ombros: ( ) simétricos ( X ) elevado D/E

Triângulo de Talles: ( ) simétrico ( X ) aumentado D/E

Abdome: ( ) normal ou ( X ) distendido e ( ) tenso ou ( X ) flácido

EIAS: ( ) simétricas ( X ) elevada D/E

Joelhos: ( ) alinhados ( ) varo D/E ( X ) valgo D/E

Patelas: ( ) alinhadas ( ) mais alta D/E ( X ) rodada Lateral/Medial D/E

Pés: ( ) alinhados ( X ) abduzidos D/E ( ) aduzidos D/E

2 - Vista Lateral Dir: Coluna cervical: ( ) normal ( X ) hiperlordose ( ) retificação

Ombro: ( ) normal ( X ) protruso ( ) retraído

Coluna torácica: ( ) normal ( X ) hipercifose ( ) retificação

Lombar: ( ) normal ( X ) hiperlordose ( ) retificação

Pelve: ( ) alinhada ( X ) anteroversão ( ) retroversão

Joelho: ( ) alinhado ( ) hiperestendido ( X ) fletido

Tornozelo: ( X ) atrás linha grav. ( ) frente linha grav. ( ) alinhado

Arco plantar E: ( X ) normal ( ) aumentado ( ) diminuído

3 - Vista Lateral Esq: Coluna cervical: ( ) normal ( X ) hiperlordose ( ) retificação

Ombro: ( ) normal ( X ) protruso ( ) retraído

Coluna torácica: ( ) normal ( X ) hipercifose ( ) retificação

Lombar: ( ) normal ( X ) hiperlordose ( ) retificação

Pelve: ( ) alinhada ( X ) anteroversão ( ) retroversão

Joelho: ( ) alinhado ( ) hiperestendido ( X ) fletido

Tornozelo: ( X ) atrás linha grav. ( ) frente linha grav. ( ) alinhado

Arco plantar D: ( X ) normal ( ) aumentado ( ) diminuído

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4 - Vista Posterior: Escápulas: ( ) alinhadas ( X ) alada D/E ( ) abduzida D/E ( ) aduzida D/E

Distância entre escápulas e col. Vertebral: ( X ) simétrica ( ) assimétrica

Linha glútea: ( ) alinhada ( X ) elevada D/E

Linha poplítea: ( ) alinhada ( X ) elevada D/E

Pés (tendão de Aquiles): ( ) verticais ( ) valgo ( X ) varo

5- Perimetria abdominal:

17/03 18/04 16/05 13/06

Umbilical 90 cm 88 cm 88 cm 88 cm

EIAS 99 cm 95 cm 93 cm 92 cm

Trocânter maior

fêmur

109 cm 108 cm 105 cm 103 cm

Data: _17_/ _03_/ _2011_.

Examinador: _LETÍCIA AGOSTINO PALMA_.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALVES, Fátima. Psicomotricidade: Corpo, Ação e Emoção. 4ª ed. Rio de Janei-

ro: Wak editora, 2008.

BUENO, Jocian Machado. Psicomotricidade teoria e prática. Editora Lovise,

1998.

CARVALHO, Marcelia Fernanda. Método Pilates por uma Visão Empresarial.

2010.

JUNGES, Silvana. Eficácia do método Pilates no tratamento de mulheres adul-

tas com cifose. 2010.

MASIERO, Priscilla Melo Garcia. A inclusão do método Pilates como disciplina

eletiva na graduação de fisioterapia, uma nova tendência do século XXI. 2010.

MONTEIRO, Pedro Paulo. Coleção Envelhecer e viver: A beleza do corpo na

dinâmica do envelhecer. 1ª Ed. Belo Horizonte: Editora Gutenberg, 2008.

MOREIRA, Carlos Alberto. Atividade física na maturidade: avaliação e prescri-

ção de exercícios. Rio de Janeiro: Shape, 2001.

NICOLA, Mônica. Psicomotricidade – Manual Básico. 1ª ed. Rio de Janeiro:

Editora Revinter, 2004.

NICOLA, Pietro de. Geriatria. 1ª ed. Porto Alegre: Editora D. C. Luzzatto, 1986.

PANELLI, Cecília. MARCO, Ademir de. Método Pilates de condicionamento do

corpo. 2ª ed. São Paulo: Phorte editora, 2009.

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SANTOS, Cristina França dos. Psicomotricidade e o idoso. 2005.

SILVA, Andréa Carnaúba da. O idoso e a Psicomotricidade. 2004.

SIMÕES, Regina. Corporeidade e terceira idade: a marginalização do corpo

idoso. 3ª ed. Piracicaba: Editora UNIMEP, 1998.

SOUZA, Hugo Alves de. GODOY, José Roberto Pimenta de. A psicomotricida-

de como coadjuvante no tratamento fisioterapêutico. 2005.

VASCONCELOS, Mylena Menezes. A psicomotricidade como promotora da

qualidade de vida na terceira idade. 2003.

VERDERI, Érica. O corpo não tem idade: educação física gerontológica. São

Paulo: Editora Fontoura, 2004.

VIEIRA, José Leopoldo. Psicomotricidade relacional: a teoria de uma prática.

2005.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A PSICOMOTRICIDADE 11

1.1 – Áreas de atuação da psicomotricidade 12

1.1.1 – Estimulação psicomotora 12

1.1.2 – Educação psicomotora 12

1.1.3 – Reeducação psicomotora 12

1.1.4 - Terapia psicomotora 12

1.2 – Psicomotricidade funcional 13

1.2. 1 – Equilíbrio 13

1.2. 2 – Coordenação motora 14

1.2. 3 – Esquema corporal: 14

1.2. 4 – Lateralidade: 15

1.2. 5 – Estrutura espacial: 15

1.2. 6 – Estrutura temporal: 15

1.2. 7 – Percepção: 15

1.3 – Psicomotricidade relacional 16

1.3.1 – Comunicação 16

1.3.2 – Expressão 16

1.3.3 – Agressividade 16

1.3.4 – Afetividade 17

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1.3.5 – Limite 17

1.3.6 – Corporeidade 17

CAPÍTULO II

O PILATES 18

2.1 – O método 19

2.2 – Os princípios do método 20

2.2. 1 – Relaxamento 20

2.2. 2 – Respiração 20

2.2. 3 – Concentração 20

2.2. 4 – Power house 21

2.2. 5 – Alinhamento 21

2.2. 6 – Coordenação 21

2.2. 7 – Fluidez 21

2 .2. 8 – Força 22

2.3 – Funcionamentos e benefícios 22

2.4 – Os aparelhos 23

2.4.1 – Reformer 23

2.4.2 – Cadillac 23

2.4.3 – Chair 24

2.4.4 – Wall-unit 24

2.4.5 – Ladder 24

CAPÍTULO III

A TERCEIRA IDADE 26

3.1 – Teorias do envelhecimento 26

3.1. 1 – Teoria do envelhecimento biológico 27

3.1. 2 – Teoria do envelhecimento psicológico 28

3.1. 3 – Teoria do envelhecimento social 29

3.1. 4 – Teoria do envelhecimento funcional 29

3.2 – Etapas do envelhecimento 31

3.3 – A beleza do envelhecer 31

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50

CONCLUSÃO 36

ANEXOS 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46

ÍNDICE 48

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: