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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM PSICOPED AGOGIA INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Andreialice Ribeiro Moraes Orientado(a): Ana Paula Lettieri Fulco RIO DE JANEIRO 2007

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM PSICOPEDAGOGIA

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Andreialice Ribeiro Moraes

Orientado(a): Ana Paula Lettieri Fulco

RIO DE JANEIRO 2007

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM PSICOPEDAGOGIA

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM CRIANÇAS NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

OBJETIVO: Elaborar a monografia como complementação para a conclusão do curso de pós-graduação em Psicopedagogia.

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AGRADECIMENTOS

Nessa oportunidade especial é momento primeiramente de agradecer a Deus por ter chegado a mais uma conquista; ou seja, uma vitória, pois sem Ele creio que não venceremos sozinhos. E foram pessoas especiais que ele tem iluminado para me darem essa força constantemente no meu dia a dia.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia àqueles que de alguma forma ajudaram

no desenvolvimento deste trabalho. Às pessoas as quais interagi durante o

ano e a Deus pela força e sustento espiritual.

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo principal orientar educadores da Educação

Infantil a refletir sobre sua prática, conhecendo melhor o Construtivismo e os estágios de

desenvolvimento mental da criança. Será apresentada sua definição e todos os dados

relevantes ao seu entendimento, sendo colocado em oposição a outras teorias. Apresentamos

ainda sugestões de atividades que levem o lúdico para a sala de aula e valorizem o trabalho

do professor. Neste trabalho, é apresentado ainda a função primordial da educação que é a

construção do conhecimento estabelecendo suas ações criticas entre o homem e o meio no

qual vive.

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METODOLOGIA

Esta pesquisa será elaborada através de dados bibliográficos referentes ao tema e a

partir da própria experiência pessoal na área da Educação Infantil. Foram utilizados os

seguintes autores como base da pesquisa, JEAN PIAGET e LEVI VYGOTSKY. Tem como

objetivo geral instruir os educadores a levar o aluno construir o conhecimento ao invés de

apenas transmitir conteúdos. Compreendendo especificamente os problemas que a falta de

informação e atualização dos professores traz para o desenvolvimento cognitivo do aluno.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................ 8

CAPITULO 1 - Construtivismo........................................................................ 9 1.1. O Construtivismo e a educação.................................................................. 10 1.2. Piaget e Vygotsky, semelhanças e diferenças de opiniões.......................... 13

CAPITULO 2 – Contribuição de Vygotsky e Piaget na Educação Infantil....... 14

CAPITULO 3 – Os estímulos adequados para a construção do conhecimento.. 20

3.1. Sugestões de estímulos de acordo com a idade.......................................... 223.2. Ludicidade: estímulo construtor do conhecimento..................................... 25

CONCLUSÃO.................................................................................................. 26

BIBLIOGRAFIA.............................................................................................. 29

ANEXOS........................................................................................................... 30

Anexo 1 ............................................................................................................. 31Anexo 2 ............................................................................................................. 32Anexo 3 ............................................................................................................. 33Anexo 4 ............................................................................................................. 34

FOLHA DE AVALIAÇÃO................................................................................ 35

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INTRODUÇÃO

No decorrer do desenvolvimento dos estágios da vida de uma criança, percebemos

várias transições e ampliações de suas habilidades, desde sua gestação até a sua fase adulta.

A medida em que se desenvolve, a criança torna-se cada vez mais independente e capaz de

coordenar seus movimentos, atitudes e conhecimentos, ampliando consideravelmente suas

possibilidades de adaptação ao ambiente em que vive.

Durante muito tempo, psicólogos, filósofos e educadores em geral tentaram

entender como o indivíduo aprende. Essa forma de entender como o ser humano aprende

implica na ênfase da prática educativa vivenciada na sala de aula e no cotidiano dos vínculos

familiares.

Novas descobertas e experiências cientificas vão aparecendo com os avanços

tecnológicos e conseqüentemente reformulando maneiras de pensar e entender como o

individuo constrói o conhecimento.

Com a finalidade de definir essa construção do conhecimento em crianças,

recorremos inicialmente a alertar os educadores para que reflitam sobre sua prática

pedagógica.

O homem constrói o conhecimento a partir da sua relação com o meio, sendo

necessária uma adequação pedagógica às características de cada aluno. A interação do

organismo com o meio depende essencialmente da sua noção biológica e da maturidade que o

cérebro da criança passa nesse momento.

Independente do status social do aluno, a educação precisa ter como principio

fundamental valorizar o conhecimento prévio do educando, deixando que ele relate suas

vivências, descreva seu dia-a-dia e sua realidade familiar.

Se na escola tradicional as prioridades educacionais eram respaldadas nos conteúdos

impostos aos alunos, centrada no educador que cuja função se limita em corrigir erros e

passar a matéria aos alunos, de um outro lado temos uma educação inovadora, centrada no

aluno como sujeito do conhecimento, interagindo constantemente com conteúdos do seu

cotidiano, dentro de um ambiente acolhedor e estimulativo.

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CAPÍTULO 1

1. O QUE É CONSTRUTIVISMO?

Desde o nascimento até a fase adulta, o ser humano percorre por distintos processos

no seu desenvolvimento mental, onde conhecimento é o centro desse processo e se constrói

a partir da sua interação com o meio.

A forma de a criança conhecer depende diretamente das fases mentais diferenciadas

pelas quais vive no decorrer do seu crescimento. Essa construção ocorre à medida em que

a criança tem maturação neurológica suficiente.

Assim a aprendizagem torna-se condicionada à maturação, pois é uma condição

necessária para que esta aconteça.

Os neurônios existem desde o nascimento, porém amadurecem gradativamente com o

tempo e com a relação individuo e meio, pois são as combinações dessas células nervosas

que permitem o desenvolvimento das operações mentais.

Podemos verificar que o conhecimento depende de tais fases, da herança genética e

esquemas anteriores que o indivíduo traz dos antepassados, para assim entendermos como se

constrói o conhecimento. Esta linha atualmente usada para aprender é o Construtivismo,

preconizada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e utilizadas na maioria das

escolas brasileiras. Quando começou-se a falar em construtivismo pensava-se que era apenas

mais uma teoria de educação que estavam inventando, mas, com o passar dos anos, foi

ficando clara a proposta do construtivismo como uma nova forma de pensar e reestruturar a

educação. A partir deste momento começou a pensar a criança de outra forma, não mais como

um papel, onde podem escrever um monte de informação, sem que este questione o que está

recebendo, mesmo porque nossas crianças de hoje não aceitam mais nada que venha sob

imposição. Os meios de comunicação e a própria sociedade moderna contribui para esta

mudança, bom ou ruim não se sabe, mas ajudou.

A qualidade do ensino de uma instituição não é garantida pela adoção de uma

determinada teoria pedagógica. Podem existir escolas que em seu discurso demonstrem estar

afinadas com as mais modernas propostas pedagógicas e que, na prática, deixem a desejar na

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formação de seus alunos. Ao mesmo tempo, estabelecimentos tradicionais, que utilizam uma

metodologia mais conservadora, podem ter êxito em seus objetivos. Entre as teorias de

aprendizagem, o construtivismo é a que goza de maior aceitação no momento. Pode-se dizer

até que nove entre dez escolas se apresentam como construtivistas e são baseadas em estudos

de Piaget sobre o desenvolvimento do processo de aprendizagem das crianças e o

construtivismo proposto por Vygotsky.

“O conhecimento não está no sujeito nem no objeto, mais ele se CONSTRÓI na interação do sujeito com o objeto. É na medida que o sujeito interage (e portanto) age sobre e sofre a ação do objeto que ele vai produzindo sua capacidade de conhecer também o próprio conhecimento”.(Franco, 2000, p.21)

1.1 O Construtivismo e a educação

As principais bases do Construtivismo estão nas pesquisas de Jean Piaget sobre a

construção do conhecimento (Epistemologia genética), afirmando que este é o resultado da

construção do próprio indivíduo. Estas são derivadas das suas pesquisas sobre "a origem e

evolução da inteligência" que também se constrói na interação do sujeito com o mundo,

considerando os fatores biológicos (maturação do sistema nervoso), experiências físicas, a

troca social, e os processos de equilíbrio e desequilíbrio nessa construção. Nesse processo, o

indivíduo é o motor ativo e coordenador do seu próprio desenvolvimento.

Ao se falar em construtivismo dentro da educação, muitas pessoas pensam que é uma

teoria educacional, no entanto, nada mais é que uma teoria sobre o conhecimento, este assunto

é bem visto por uns, mal vistos por outros, e ainda existem aqueles que não sabem o que isto

significa. Fazendo uma análise sobre os anos que se passa dentro das escolas, talvez não se

tenha boa recordação do passado, tanto quanto aos conteúdos estudados, quanto a nossa

formação como indivíduos realizados intelectualmente. Continuando a análise, pensa-se agora

no ensino que as escolas estão fornecendo atualmente. Que tipo de cidadão a escola visa

formar?As escolas realmente tem tido esta preocupação com o tipo de cidadão que pretendem

formar ou apenas preocupam-se em manter o sistema já preestabelecido?

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Por estas e outras perguntas que nos deixam cada vez mais intrigados sobre o nosso

futuro, futuro destas crianças que poderão tornar-se até mesmo governantes de nossa cidade,

nosso estado ou país. Será que essas crianças estarão preparadas psicologicamente para

encararem o futuro? Será que conseguirão introduzir em suas vidas os conteúdos programados

que as escolas introduziram em seus anos escolares? Ou os mesmos não servirão para nada?

A maioria dos educadores visa formar indivíduos críticos, autônomos, confiantes de si

mesmos, etc. Porém, na prática escolar o que proporcionam para desenvolverem estas

habilidades em seus alunos?

O Construtivismo (vale a pena lembrar que não é um método), de certa forma "surge"

como uma forma de reestruturar a educação, baseado na teoria de Piaget, acredita-se que o

conhecimento do indivíduo é construído por si mesmo e não transmitido por alguém. Trata-se,

principalmente, de desenvolver a mente, pois isso contribuirá para que aprenda com menos

dificuldade. Além disso, um bom desenvolvimento intelectual contribui para que compreenda

melhor o mundo em que vive e se torne mais livre. Compreendendo essa situação e sabendo

qual seu papel no mundo, o indivíduo poderá fazer suas próprias escolhas.

A educação nos permite contribuir para o desenvolvimento da mente dos indivíduos,

mas para isso, precisamos saber como se produz esse conhecimento, e suas leis, e contribuir

para estimulá-lo colocando as pessoas em situações que o favoreçam. É importante que

estejamos cientes que a inteligência não se desenvolve através de fórmulas ou técnicas

transmitidas, a inteligência somente é desenvolvida exercitando-a e não ensinando a ser

inteligente.

Um dos fatores que dificultam o progresso de muitos indivíduos na escola é o fato de

não entenderem qual é a natureza do conhecimento e o que estão aprendendo na escola. De

certa forma, este fato contribui para a indisciplina que cresce gradualmente dentro das escolas,

sabemos que a criança tem muito a oferecer, sabem sobre os mais diversos assuntos,

entretanto, o planejamento escolar já foi programado e seus conhecimentos talvez não

poderão ser expressados em determinados momentos.

A aprendizagem deve começar pelos acontecimentos em que os alunos estão

envolvidos (suas "crenças" prévias) e cujo significado procuram construir. Para se poder

ensinar bem é necessário conhecer os modelos mentais que os alunos utilizam na

compreensão do mundo que os rodeia, e os pressupostos que suportam esses modelos.

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Aprender é construir o seu próprio significado e não encontrar as "respostas certas" dadas por

alguém.

Além de Piaget, outros estudiosos importantes para a educação, como o russo

Vygostky e o francês Wallon, também são construtivistas. Temos ao nível de Rio Grande do

Sul, o GEEMPA, que é um grupo de pessoas que estudam o construtivismo e divulgam-no

com a ajuda da Esther Pillar Grossi e outros colaboradores. Temos também a argentina Emilia

Ferreiro como outra estudiosa do Construtivismo.

Outro pensador que influencia a prática das escolas é o psicólogo bielo-russo

Vygotsky, que preconizava que o sujeito não nasce pronto nem é resultado exclusivo da ação

do ambiente externo. Para ele, o desenvolvimento do indivíduo era resultado de uma interação

permanente entre os processos internos e as influências do mundo exterior. Seu pensamento

ficou sendo conhecido como sociointeracionismo.

Segundo o Construtivismo de Piaget(1989) a aquisição do conhecimento de dá por

um processo de construção que ocorre dentro do individuo e não por um processo de

interiorização de informações externas. Para ele a interação do sujeito com o ambiente,

percorre então, progressivamente uma trajetória que vai do conhecimento mais elementar até

o mais complexo. Assim o sujeito se torna capaz de conhecer objetivamente a realidade a qual

esta inserido.

A criança que interage em um ambiente escolar voltado apenas a repetições e

acúmulos de informações, segundo Piaget esta não tem criticidade sobre os conteúdos que

lhes são impostos, não age sobre os objetos que lhes são oferecidos de modo a descobrir suas

propriedades, suas relações etc.

Todo conhecimento deve ser construído através da própria manipulação ativa da

criança e não pela observação da atividade de outras pessoas.

Na Educação Infantil, a manipulação de objetos estimula a criança estabelecer

relações entre eles, classificá-los ou seriá-los, desta maneira o conhecimento lógico-

matemático é desenvolvido corretamente, facilitando o desenvolvimento mental infantil.

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1.2 Piaget e Vygotsky, semelhanças e diferenças de opiniões

Os dois autores de início partem de um mesmo pressuposto que o desenvolvimento

humano se dá em interações do sujeito e objeto (meio) manterem continuamente relações, de

forma que um constitua o outro.

Porém para Piaget, o indivíduo nasce e sobrevive dependendo dos mecanismos de

reflexos e que ao interagir com o seu meio estes são ativados e transformados em esquemas

(ação).

De forma diferenciada, Vygostsky defende a posição de que a criança ao nascer vê-

se envolvida num mundo “social”. Para ele o meio externo deve atuar no meio interno do

individuo (psiquismo individual).

Ambos entenderam o conhecimento como algo adaptável e construído

individualmente, concordando também que a aprendizagem e o desenvolvimento são

modificáveis constantemente.

Quanto ao processo de construção eles se divergiram, Piaget interessa-se como o

conhecimento se constrói e também como isso ocorre na mente do indivíduo; Vygotsky

interessa-se na questão de como os fatos sociais e culturais influenciam o desenvolvimento

intelectual, mais ambos estavam preocupados com o desenvolvimento mental, porém cada

qual com o seu parecer.

A idéia construtivista evoluiu muito com o enfoque dos dois autores, pelo

aprofundamento da dimensão social da aprendizagem a partir do confronto de pensamentos

entre Piaget e Vygotsky .

“Construtivismo é o processo pelo qual o indivíduo elabora a sua própria inteligência adaptativa e seu próprio conhecimento.” (Kamii, 1989, p. 24)

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CAPÍTULO 2

2. CONTRIBUIÇÕES DE VYGOTSKY E PIAGET NAEDUCAÇÃO INFANTIL

Um importante pensador repercutiu, com suas idéias, durante décadas, no meio

educacional,: Vygotsky virou fonte de inspiração do sócio-construtivismo, uma postura cada

vez mais presente na vida dos educadores.

Para Vygotsky(1982-1984), o homem modificou o ambiente e o ambiente modifica o

homem, na medida em que a aprendizagem e o desenvolvimento humano pressupõem

natureza social em um processo dialético, onde o sujeito interage e é interagido pela realidade

social, física e cultural em que vive.

Quando Vygotsky(1982-1984) afirma que o indivíduo é um ser social, a interação

com outras pessoas (pais, professores, colegas ...) torna-se um fato essencial para o

desenvolvimento da criança durante a Educação Infantil. Nesse contexto, o educador passa a

ser o principal estimulador da zona de desenvolvimento proximal, impulsionando o

desenvolvimento psíquico da criança, não devendo ser, contudo, autoritário e diretivo mas,

sim, dinâmico e consciente da sua postura educativa.

Na teoria de Vygotsky(1984), o erro é parte integrante do processo ensino-

aprendizagem, sendo a correção um recurso importante para que a criança perceba a

necessidade de melhorar e de dedicar-se mais aos conhecimentos que ainda não domina.

De forma geral, Vygotsky(1984) contribuiu para inovações que ultrapassam as

escolas tradicionais, trouxe metodologias inovadoras que levam a uma educação significativa

e construtiva, a qual conduz o aluno a ser um sujeito consciente de sua autonomia social.

Embora haja uma diferença muito marcante no ponto de partida que definiu o

empreendimento intelectual de Piaget(1934) e Vygotsky(1982) - o primeiro tentando

desvendar as estruturas e mecanismos universais do funcionamento psicológico do homem e o

último tomando o ser humano como essencialmente histórico e portanto sujeito às

especificidades do seu contexto cultural - há diversos aspectos a respeito dos quais o

pensamento desses dois autores é bastante semelhante. Tanto Piaget como Vygotsky são

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interacionistas, postulando a importância da relação entre indivíduo e ambiente na construção

dos processos psicológicos; nas duas abordagens, portanto, o indivíduo é ativo em seu próprio

processo de desenvolvimento: nem está sujeito apenas a mecanismos de maturação, nem

submetido passivamente a imposições do ambiente.

Apenas para citar outros dois trabalhos de relativa divulgação, mencionamos Davis e

Oliveira (1990) e Rosa (1994), onde também o pensamento de Vygotsky é enquadrado no

modelo interacionista-construtivista.

Ainda que nossa hipótese não se restrinja à questão da denominação dessa escola,

começaremos por essa questão, posto que o nome de uma escola é um dos elementos que

definem sua especificidade perante outras.

Além das denominações "socioconstrutivismo", "sociointeracionismo" e

"sociointeracionismo-construtivista",segundo a Escola de Vygotsky foi chamada no Brasil

também de "construtivismo pós-piagetiano".

Diga-se em primeiro lugar que nenhuma dessas denominações aparece nas obras de

Vygotsky, Leontiev, Luria, Galperin, Elkonin, Davidov, ou qualquer outro membro dessa

escola. Esses autores preocuparam-se sempre em caracterizar essa psicologia naquilo que ela

tem de diferenciador em relação a outras, ou seja, sua abordagem histórico-social do

psiquismo humano. Por essa razão, as denominações que eles mais utilizaram para se

autocaracterizarem foram a de teoria histórico-cultural e a de teoria da atividade, sendo esta

segunda denominação empregada para caracterizar especificamente o trabalho de Leontiev e

seus seguidores. O próprio Leontiev, num texto sobre essa corrente da psicologia, caracterizou

como central o paradigma histórico do psiquismo por ela adotado, desde os trabalhos de

Vygotsky. Assim, acreditamos que não há porque não utilizar a denominação histórico-

cultural, isto é, não há por que buscar um critério para a denominação que seja externo ao

esforço feito pela própria Escola de Vygotsky de autocaracterização.

Sejamos ainda mais claros: o divisor de águas para a Escola de Vygotsky, quando da

caracterização das correntes da psicologia, residia justamente na abordagem historicizadora

ou não-historicizadora do psiquismo humano. Ora, para eles somente uma psicologia marxista

poderia abordar de forma plenamente historicizadora o psiquismo humano. E não se trata

apenas de uma das possíveis formas de se conceber o psiquismo, mas sim de que ele não pode

ser plenamente compreendido se não for abordado como um objeto essencialmente histórico.

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Estamos perante a questão do critério de classificação das correntes da psicologia.

Quando o critério é a historicização ou não do psiquismo, Piaget, Skinner e Freud estão muito

mais próximos um do outro do que da psicologia da Escola de Vygotsky.

Procuraremos mostrar aqui que o interacionismo é um modelo epistemológico que

aborda o psiquismo humano de forma biológica, ou seja, não dá conta das especificidades

desse psiquismo como um fenômeno histórico-social. Com isso, estamos defedendo que a

psicologia histórico-cultural não é uma variante do interacionismo-construtivista. Não basta

colocarmos o adjetivo social. A questão é a de que a especificidade dessa escola da psicologia

perante outras não pode ser abarcada pela categoria de interacionismo nem pela de

construtivismo.

Para efeito dessa análise epistemológica, passaremos a empregar a expressão

interacionismo-construtivista, como tradução de um mesmo modelo epistemológico,

independentemente de ele ser chamado por algum autor através apenas do adjetivo

interacionista ou do adjetivo construtivista. Entendemos como legítima essa nossa atitude,

pelo fato de que ambos os termos têm a origem de sua utilização na mesma fonte, a obra de

Piaget.

São abundantes os trabalhos que fazem referência às origens, na obra de Piaget, do

modelo epistemológico interacionista-construtivista. Limitando-nos a algumas obras recentes

e de fácil acesso, mencionamos aqui os trabalhos de Azenha (1993), Davis e Oliveira (1990) e

Rosa (1994). Com pequenas variações de terminologia, esses três trabalhos mostram que o

modelo interacionista-construtivista apresenta-se por oposição a dois outros modelos

epistemológicos: o empirismo e o inatismo (ou pré-formismo). Como explica Azenha (1993).

De um lado, o programa de pesquisa de Locke e seus sucessores, de Condillac a

Skinner, conhecido como "empirismo". A interpretação "empirista" do conhecimento

supervaloriza o papel da experiência sensível, particularmente da percepção, que inscreveria

direta ou indiretamente os conteúdos da vida mental sobre um indivíduo com extrema

plasticidade. Essa plasticidade, por sua vez, seria decorrente de uma baixíssima

indeterminação mental por ocasião do nascimento. Do outro lado, a segunda resposta clássica

à questão naufragaria no extremo oposto, admitindo, na origem, uma forte determinação ou

dotação mental desde o nascimento. Dito de outra forma, outros programas de pesquisa

partem de um compromisso ontológico com o inatismo ou o pré-formismo. A solução da

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origem e processo do conhecimento, para Piaget, está numa terceira via, alternativa ao

empirismo e ao pré-formismo. O Construtivismo seria solução para o estudo e

desenvolvimento da gênese do conhecimento.

De fato, não discordamos que a psicologia histórico-cultural também se oponha tanto

às abordagens inatistas quanto às empiristas. Ocorre que há algo que pode unir pré-formistas,

empiristas e interacionistas: o modelo biológico, naturalizante, a partir do qual é assumida

uma posição perante essa questão. Para a Escola de Vygotsky, mais importante do que apenas

superar os unilateralismos na análise da relação sujeito-objeto, era buscar compreender as

especificidades dessa relação quando sujeito e objeto são históricos e quando a relação entre

eles também é histórica. Não é possível compreender essas especificidades quando se adota o

modelo biológico da interação entre organismo e meio ambiente. Azenha explicita que o

interacionismo-construtivista de Piaget apóia-se nesse modelo biológico:

“...a concepção do funcionamento cognitivo em Piaget é a aplicação no campo psicológico de um princípio biológico mais geral da relação de qualquer ser vivo em interação com o ambiente. Ser bem-sucedido na perspectiva biológica implica a possibilidade de conseguir um ponto de equilíbrio entre as necessidades biológicas fundamentais à sobrevivência e as agressões e restrições colocadas pelo meio à satisfação dessas mesmas necessidades.” (Azenha 1991, p. 24)

A autora prossegue mostrando que nesse processo intervém dois mecanismos: a

organização do ser vivo e a adaptação ao meio. Explica ainda que a adaptação se realiza

através dos processos de assimilação e acomodação . sintetiza de forma semelhante as idéias

de Piaget sobre essa questão e diz que:

Os mesmos mecanismos de assimilação e acomodação desenvolvidos pelos moluscos dos

lagos, em termos puramente orgânicos, são desenvolvidos pelo homem no plano das estruturas

cognitivas, destinadas a facilitar a adaptação do organismo humano ao seu meio.

Assim, se empregarmos a categoria de interacionismo (que vimos resultar de um

modelo essencialmente biológico) para caracterizar a Escola de Vygotsky, estaremos tentando

enquadrar essa escola sob um modelo que contraria a pretensão fundamental de construir uma

psicologia histórico-cultural do homem.

Além disso, parece-nos que, freqüentemente, essa questão é mal interpretada, pois ela

afirma que trazer Vygotsky para o interacionismo-construtivista seria trazer o social para essa

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corrente. O senso comum pedagógico expresso na matéria publicada pela Revista Nova

Escola(1994) já traduz isso dizendo que Vygotsky seria "uma pitada social no

Construtivismo". Acrescente-se que a concepção de social expressa nessa matéria não

ultrapassa o estar fazendo algo junto com outras pessoas, isto é, não ultrapassa a existência de

processos intersubjetivos. Uma leitura atenta de Vygotsky revela que, apesar de tratar da

questão da intersubjetividade, ele nunca reduziu o social a isso. Até porque a interação entre

subjetividades era, para Vygotsky, sempre uma interação historicamente situada, mediatizada

por produtos sociais, desde os objetos até os conhecimentos historicamente produzidos,

acumulados e transmitidos.

Já em abordagem diferente, Piaget, também importantíssimo pensador, forneceu uma

outra visão sobre a construção do conhecimento em crianças, que serve atualmente como base

de muitas linhas educacionais.

Suas idéias mostram que o desenvolvimento da criança se divide em estágios,

constituindo-se na modificação progressiva dos esquemas de assimilação, acomodação e

adaptação. Estes estágios vão evoluindo progressivamente e o indivíduo não passa por um

estágio sem respeitar o anterior, não existindo, então, idades relativas a cada estágio e, sim,

maturidade neurológica.

Embora os estágios de desenvolvimento evoluam em etapas fixas, o indivíduo passa

de um estágio para o outro em idades diferentes.

Algumas crianças aprendem mais novas, outras mais velhas, e esse processo de

desenvolvimento mental depende exclusivamente de fatores externos e internos, como a

maturação do sistema nervoso, o ambiente físico em que vivem e o ambiente social no qual

estão inseridas.

Piaget divide a evolução mental em estágios:

Sensório-motor;

Pré-operatório;

Operatório-concreto;

Operatório-formal.

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Estágio Sensório-motor – Compreende as informações sensoriais e motoras da

criança, desde o nascimento até os 2 anos de idade. A ausência da função semiótica se destaca

onde a criança não representa mentalmente os objetos que a rodeiam.

Estágio Pré-operatório – Envolve crianças de 2 a 6 anos de idade, mais ou menos,

que já dependem exclusivamente dos movimentos e sensações do estágio anterior.

Identificam o objeto ausente nomeando e raciocinando intuitivamente.

Operatório-concreto – Dura dos 7 anos a 11 anos e a criança já possui organização

mental integrada. Suas operações de pensamento estão formalizando-se gradativamente ao

invés das ações.

Operatório-formal – Desenvolvido entre 12 e 15 anos de idade e compreendendo as

operações de raciocínios abstrato.

Nesse estágio a criança inicia sua transição para características de um adulto.

O ato de ensinar seria uma das concepções pedagógicas que, como no caso do

Construtivismo, respaldam-se em teorias psicológicas que valorizam as aprendizagens que o

indivíduo realiza sozinho, como qualitativamente superiores àquelas onde o indivíduo

assimila conhecimento através da transmissão de outras pessoas. Dentro do próprio

Construtivismo existem muitas variações quanto a essa questão. Algumas posições mais

extremadas tendem a considerar o processo de desenvolvimento psíquico do indivíduo como

independente da assimilação dos conhecimentos socialmente existentes. Essa posição

encontra respaldo na concepção de Piaget sobre as relações entre desenvolvimento e

aprendizagem. Como disse Vygotsky acerca da teoria de Piaget:

Para Piaget a concepção de que o nível de desenvolvimento da criança aparece

colocando limites sobre o que podia ser aprendido naquela idade, a nova construção é sempre

realizada sobre a construção anterior.

Embora Vygotsky elogie as obras de Piaget, também critica, por considerar que

Piaget não valorizou o meio social no qual o indivíduo vive. Ambos atribuem grande

importância a construção do conhecimento, mas Vygotsky ressalta o desenvolvimento social e

é chamado por muitos como sociointeracionista e não como Piaget de apenas interacionista.

Para Vygotsky a socialização tem destaque na construção do conhecimento da criança,

possibilitando trocas e compartilhações efetivas.

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CAPÍTULO 3

3. OS ESTÍMULOS ADEQUADOS PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

A concepção de conhecimento está baseada na realidade escolar e na vivência diária

do educando.

O conhecimento nesta concepção não vem pronto, mas se constrói junto com a

escola, o corpo docente e discente, exigindo uma metodologia atualizada e crítica. A

contribuição do adulto na vida da criança é de extrema valia para que ele atinja o ápice do

desenvolvimento mental e se capacite para a linguagem verbal e a criticidade. A escola e a

família devem caminhar juntas para melhor estimulação da criança.

Os estímulos adequados para um bom desenvolvimento mental podem ser toques e

palavras de incentivo, jogos educativos, músicas, brincadeiras dirigidas, narrativas de estórias

entre outros que variam de acordo com a idade da criança. Educadores afirmam que muito

mais importante que o tipo de estímulo é a maneira na qual ele é oferecido à criança. A

demonstração deve vir junto com todo carinho e paciência ao ensinar algo para o aluno.

Os seis primeiros anos de vida são primordiais na vida do ser humano. É uma fase

decisiva do desenvolvimento infantil, etapa em que a maior parte das conexões cerebrais se

formam. As células neurológicas se conectam pelos estímulos que o bebê ou a criança recebe

do meio social que vive.

Ressaltando nesse momento a convicção de que é essencial incentivar o

desenvolvimento nos primeiros anos, onde várias “janelas da inteligência” estão prontas a

receber os mais variados estímulos.

Por isso a falta de estímulos ou estímulos inadequados significam, no geral, perda de

oportunidades, atraso no desenvolvimento cognitivo ou menor inteligência; com isso, crianças

menos estimuladas são proporcionalmente menos inteligentes.

Quando um professor ensina um conteúdo a seus alunos ele atravessa todo o

processo de construção do conhecimento obstruindo o processo de abstração reflexionante.

Em nome da transmissão do conhecimento ele impede a construção de estruturas básicas de

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todo o conhecer, ou o a priori de toda a compreensão. É isto que Piaget quer dizer ao afirmar

que toda a vez que ensinamos algo à criança, impedimos que ela invente esta e tantas outras

coisas.

Mas existem formulações que procuram atenuar tal dicotomia, apresentando o

processo de ensino escolar como um processo de intervenção que visaria propiciar as

condições para a construção autônoma, pelo indivíduo, do conhecimento assim expressa sua

interpretação construtivista da ação educativa escolar:

“Numa primeira aproximação, a concepção construtivista da intervenção pedagógica postula que a ação educacional deve tratar de incidir sobre a atividade mental construtiva do aluno, criando as condições favoráveis para que os esquemas de conhecimento — e, em conseqüência, os significados associados aos mesmos —que inevitavelmente o aluno constrói no decurso de suas experiências sejam os mais corretos e ricos possível e se orientem na direção marcada pelas intenções que presidem e guiam a educação escolar. Numa perspectiva construtivista, a finalidade última da intervenção pedagógica é contribuir para que o aluno desenvolva a capacidade de realizar aprendizagens significativas por si mesmo numa ampla gama de situações e circunstâncias, que o aluno "aprenda a aprender". (Salvador 1994, p. 136 )

Essa passagem reforça, em muito, uma das hipóteses com a qual temos trabalhado

em nossos estudos, qual seja, a de que o Construtivismo retoma em outras roupagens muitas

das idéias fundamentais da Escola Nova. Mas neste momento não é sobre esse aspecto que

nos deteremos e sim sobre a questão da valoração, como objetivo maior da educação escolar,

o de "contribuir para que o aluno desenvolva a capacidade de realizar aprendizagens

significativas por si mesmo". Em outra passagem, o mesmo autor expõe a mesma idéia de

forma ainda mais enfática:

Aprender a aprender, sem dúvida o objetivo mais ambicioso, mas irrenunciável, da

educação escolar, equivale a ser capaz de realizar aprendizagens significativas por si só numa

ampla gama de situações e circunstâncias.

Não se trata aqui de questionar a necessidade de a aprendizagem escolar desenvolver

nos alunos a capacidade de realizarem aprendizagens de forma autônoma. O que estamos sim

questionando é por que esse tipo de aprendizagem deve ser valorado como qualitativamente

superior às aprendizagens que decorrem da transmissão de conhecimentos por outra pessoa.

Relacionado a essa secundarização da transmissão de conhecimentos está o problema da

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definição do papel do professor no processo educativo. É interessante notar que no

Construtivismo, a despeito das constantes afirmações de que o professor tem um papel

importante no processo educativo (seria difícil afirmar-se explicitamente o contrário, posto

que normalmente se escreve para professores), esse papel acaba por ser diluído de tal forma

que se resume ao de alguém que acompanha o desenvolvimento e a aprendizagem da criança.

"Um mediador é alguém que, em cada momento, em cada circunstância, toma decisões pedagógicas conscientes: nunca está limitado a corrigir ou deixar errada, pois além de informar e respeitar o erro quando construtivo, ele pode problematizar, questionar, ajudar a pensar. "(Telma Weisz, p22, 1990)

3.1 Sugestões de estímulos de acordo com a idade

A aprendizagem da criança começa muito antes da aprendizagem escolar que nunca

parte do zero. Toda aprendizagem da criança na escola tem uma pré-história. Atividade

criadora é uma manifestação exclusiva do ser humano, pois só este tem a capacidade de criar

algo novo a partir do que já existe. Através da memória, o homem pode imaginar situações

futuras e formar outras imagens. Sendo assim, a ação criadora reside no fato da não-adaptação

do ser, isto é, de não estar acomodado e conformado com uma situação, buscando através do

imaginário e da fantasia, um equilíbrio, bem como a construção de algo novo.

Para a criança de 0 a 2 anos o uso de músicas, brinquedos com texturas e cores

variadas tem muita importância no desenvolvimento infantil. Cada vez que a criança tem

contato com objetos variados mais habilidades motoras e cognitivas são estimuladas. A

socialização com outras crianças também tem extrema importância para o desenvolvimento

cognitivo da criança. Usar móbiles no berço de cores diferentes. Afastar objetos da criança

para que ela se esforce a pegá-los. Ajudar a criança a desenvolver a auto-estima e segurança

desde os seus primeiros dias de vida.

Em crianças de 3 a 6 anos, valoriza-se passar informações coerentes com a

realidade e descobrir o mundo com a criança por meio de:

1. Uso de jogos e brincadeiras;

2. Ampliação do vocabulário com linguagem oral e escrita;

3. Estórias infantis;

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4. Socialização em grupos variados;

5. Pintura e desenhos livres;

6. Passeios em diferentes lugares.

É importante ressaltar algumas diretrizes orientadoras da prática cotidiana em que os

educadores possam levar os alunos a terem melhores estímulos.

Na distribuição de materiais, é interessante o educador colocar-se em um

ponto fixo da sala de aula, chamar uma ou mais crianças e distribuir os

materiais. Esse processo ajuda as crianças a se organizarem para as

atividades, valoriza o trabalho e permite que o aluno e o educador tenham

uma visão de conjunto.

Quando estiverem em desenvolvimento de atividades, os educadores

percorrem as salas perguntando o que cada criança está fazendo, propondo

sugestões e desafios, estimulando e passando mensagens otimistas . Nesse

momento é de extrema valia observar e registrar o desempenho da turma.

Incentivar as descobertas que as crianças estão realizando e os novos

conhecimentos que estão construindo. Valorizando o erro de modo que

prossigam com suas explorações e descobertas.

Destacar o objetivo de cada atividade proposta para que as crianças entendam

o valor ao exercitar. Para isso, cada atividade deve ser anunciada com seu

“por quê”. Isso se aplica também nos momentos de arrumação do ambiente

onde estão sendo desenvolvidas as atividades (pátio, sala de aula, sala de

leitura, refeitório...).

As atividades são significativas e tem sempre um objetivo, com isso não

valorizamos músicas para anunciar o que será feito. A música dá

contribuições extremamente ricas tanto cultural quanto psicologicamente para

o equilíbrio das ações infantis e não devem ser utilizadas como forma de

condicionar as crianças, atraindo-as para alguma atividade. Isso verifica-se

condicionamento e não construção de sua autonomia.

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As atividades diversificadas são introduzidas progressivamente.

As atividades devem ser curtas estendendo-se à medida que o grupo cresce

em organização e manifesta interesse em continuar.

Instruir a criança a se organizar no tempo, como construírem noções de ontem

/ hoje / amanhã, antes / depois, semana que vem etc.

O meio físico e social estimulam as crianças a desenvolverem noções. Por

isso é imprescindível o educador manifestar seu entusiasmo pelos

conhecimentos e sua função social. Além disso, é preciso o professor ter

sempre claro – e expressar à turma – que o conhecimento é coletivamente

construído. Os intercâmbios (de informações e hipóteses explicativas) entre

as crianças são fundamentais, e o professor é um a mais no grupo: suas

contribuições são imprescindíveis, mas não são a única fonte de

conhecimento da turma.

É importante destacar as diferenças existentes entre as crianças de forma a

que elas constatem tais diferenças e percebam que somos todos iguais e, ao

mesmo tempo, diferentes. Assim, as crianças vão aprendendo a se aceitar:

uma é mais gorda, outra mais magra, uma fala mais depressa, a outra gosta de

cantar, uma mora em casa, outra ... etc.

Algumas atividades precisam ser realizadas de diferentes formas. Dentre elas

destacam-se as estórias e desenhos. Contar estórias com ou sem livros,

confeccionar livros de estórias, inventar enredos para estórias já conhecidas

etc., e, por outro lado, desenhar com materiais diversos (lápis de tamanhos,

cores e espessuras diferentes, papéis de diversos tamanhos, texturas e

formatos), individualmente ou com os colegas, são atividades essenciais. Elas

permitem que as crianças expressem suas várias maneiras de compreender o

mundo, a criação simbólica e o trabalho em grupo. Além disso, nunca é

demais repetir que a linguagem (conversas, comentários, perguntas,

sugestões) deve estar presente de forma viva e rica em todos os momentos do

cotidiano da pré-escola.

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Em função de alcançar as metas educacionais traçadas, essas atitudes decorrem no

cotidiano escolar e se concretizam em função de quem são as crianças, não só do ponto de

vista psicológico como também social; e de como se constrói o conhecimento; dos conteúdos

escolares organizados para essa faixa etária que são realizadas variadas atividades em sala de

aula.

3.2. Ludicidade: estímulo construtor do conhecimento

O ato lúdico se revela importante para a educação de crianças, pois permite que as

mesmas sejam conduzidas a aprender de forma divertida e construtiva sem serem moldadas

ou mutiladas socialmente.

A educação lúdica bem desenvolvida contribui para a qualidade no ensino, ajudando

a criança conseqüentemente a permanecer estudando, evitando a “evasão escolar”. Com a

ludicidade amplia-se os estímulos de forma agradável para a criança. É fundamental que a

educação ofereça oportunidades para que o aluno faça experiências agradáveis de alegria de

conviver e cultivar momentos de felicidade.

O aprender brincando tornou-se para muitas instituições de ensino algo inseparável

do currículo escolar. O ato de brincar faz parte da proposta pedagógica das escolas embasadas

numa teoria construtivista, com educadores dispostos a pôr em prática todo o conteúdo escola.

O papel da escola, para este autor é de fazer a criança progredir em sua compreensão

do mundo a partir de seu desenvolvimento já construído, brincando, aprendendo e tendo

como fim etapas posteriores ainda não obtidas. Cabe ao professor interferir na zona de

desenvolvimento proximal dos alunos a fim de que esse se sinta intrigado a procurar saber

cada vez mais, fato esse não acontece ao aluno se não for provocado.

Observa-se à preocupação que o professor deve ter no momento de planejar o seu

trabalho, o qual deverá levar em conta a bagagem cultural e emocional trazida pela criança,

pois só assim terá condições de realizar um trabalho baseado no Construtivismo, porque

dentro desta proposta o professor é visto como um mediador e não como quem determina

previamente o que será trabalhado pelos alunos. Desta forma só com muito conhecimento da

realidade em que ir atuar é que o professor pode aplicar esta proposta de trabalho pedagógico.

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CONCLUSÃO

Tendo como base o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil,

acredita-se que uma educação de boa qualidade perpassa por vários aspectos com ambiente

adequado, boa formação dos educadores, materiais pedagógicos suficientes e de qualidade e

dentre outros uma boa proposta pedagógica atualizada e construtivista. A teoria construtivista

surge para desenvolver sujeitos conscientes de sua função social, moral e intelectual, não

meras pessoas que são manipuladas e submissas diariamente, não se dando conta do que esta

passando ao seu redor.

Considerando que precisamos com isso de educadores com mentalidade aberta,

atitudes investigativas, interesse intelectual, senso critico, sensibilidade às mudanças do

mundo e flexibilidade para aceitar as diferenças dos alunos; a equipe pedagógica por sua vez

precisa interagir em conjunto diariamente, onde os professores sintam-se apoiados para

refletir sobre a sua prática e o processo de construção cognitiva dos seus alunos.

É um bom momento para pensarmos sobre os indivíduos que realmente desejamos

formar, pensar em nossa forma de agir perante estas crianças que conosco estão hoje. O

Construtivismo vem ao encontro das nossas necessidades, a única forma de desenvolvermos a

autonomia moral e intelectual em nossos alunos é fazendo com que os mesmos se sintam

seguros para tomarem decisões em suas vidas, é nesta parte que nós, pais e educadores devem

estar bem atentos; as crianças somente serão responsáveis por decisões tomadas por elas

mesmas, pois, enquanto as decisões forem tomadas por outras pessoas, elas poderão somente

obedecer, perdendo desta forma a oportunidade de se tornarem responsáveis, confiantes e

autônomas.

Quando trabalhamos com o Construtivismo podemos formar sujeitos conscientes de

sua função social, moral e intelectual, não meras pessoas que sejam manipuladas e ludibriadas

diariamente, sem darem-se por conta do que estão passando, continuarão a submeterem-se a

decisões de pessoas que não as conhecem sobre como deve ser a educação no país. Portanto,

cabe a nós professores, estudar sempre e optar por uma educação onde os nossos alunos

possam ter um futuro melhor, utilizando uma proposta de trabalho onde possamos oferecer

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esta oportunidade a eles desde seu início na vida escolar. O professor deve ter uma

mentalidade aberta, atitude investigativa, desprendimento intelectual, senso crítico,

sensibilidade às mudanças do mundo combinado com iniciativa para torná-las significativas

aos olhos dos alunos e flexibilidade para aceitar a si mesma em processo de mudança

contínua.Ela precisa dar mais de si e precisa estar o tempo todo se renovando, para sustentar

uma relação com os alunos que não se baseia na autoridade, mas na qualidade. A professora

precisa de uma orientadora pedagógica para servir de interlocutora com quem ela possa

refletir sobre sua prática.

O construtivismo se destaca sobre outras linhas de ensino por procurar formar

pessoas de idéias inquisitivas, participativas e cooperativas, com mais desembaraço na

elaboração do próprio conhecimento. Além disso, o construtivismo cria condições para um

contato mais intenso e prazeroso com o universo da leitura e da escrita. Mesmo, muitos

reclamando do construtivismo por não oferecer à professora instrumentos tão seguros e

precisos com respeito ao seu trabalho diário, porém, em nível de conhecimento o

construtivismo pode formar bem melhor o aluno quanto à qualidade do conhecimento, pois

desperta no aluno um senso de autonomia e participação que não é comum em outras linhas

pedagógicas.

Uma das linhas mestras do construtivismo repousa justamente na cooperação entre

seus pares, investindo no desafio pessoal como motivação para a criança ir sempre avante nas

trilhas do conhecimento. Outro fator importante a ser levado em consideração é o

construtivismo ser uma teoria do conhecimento baseada numa filosofia materialista-histórica,

o que vai de encontro com o atual sistema que mantém a maioria das escolas (públicas)

brasileiras; imagina-se existir aí mais uma dificuldade para bom emprego desta nova forma de

pensar a educação.

A função primordial da educação está na construção do conhecimento. A ação

pedagógica na escola deve oportunizar a construção do conhecimento, o que numa instância

maior resulta na constituição de identidades autônomas, capazes de estabelecer relações

críticas entre os homens, suas ações e o mundo. Entretanto sabemos que nem sempre as

práticas pedagógicas atingem, ou procuram atingir a construção do conhecimento. Esse é um

processo no qual é necessária a permanente busca de significado, de sentido.

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O conhecimento só acontece através do significado que adquire aquilo que se estuda,

aquilo que se fala e que se faz por quem realiza a ação, seja ele professor ou aluno; e

principalmente só acontece quando há interação, onde todos têm voz para falar e discutir.

Caso contrário, só se tem informações e sujeitos. Falta a interação entre eles, ou seja, a

construção de significados.

Através deste trabalho foi possível concluir que a escola é a referência para a

elaboração de uma leitura de mundo baseada no conhecimento do aluno. Logo, o principal

determinante no processo de elaboração dessa leitura, que é construção de conhecimento, está

no currículo – formal, em ação e oculto – como ação pedagógica. Dessa forma é fundamental

ao professor e aos profissionais da educação, avaliar as questões curriculares, na busca de

uma ação pedagógica que contribua efetivamente para a construção do conhecimento onde o

conhecimento não seja limitado. Somente uma revisão profunda das questões curriculares,

que envolva o planejamento dos programas, a discussão dos mesmos, a formulação dos

planos de trabalho dos professores e a sua aplicação, ou seja, toda a ação pedagógica em

meios privilegiados poderá transformar o estado em que se encontra a situação educacional

hoje.

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BIBLIOGRAFIA

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WEISZ, Telma. Dialogo entre ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ed. Àtica . 2002

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WEISZ, Telma. Reescrevendo a Educação:proposta para um Brasil melhor. São Paulo:

Ed. Àtica .

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ANEXOS

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ANEXO 1

EXPOSIÇÃO: GERSON - Um lírico entre envelopes

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ANEXO 2

EXPOSIÇÃO: Aleijadinho e seu tempo

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ANEXO 3

EXPOSIÇÃO: Primeiro de março, 66 – 100 anos

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ANEXO 4

PEÇA DE TEATRO: Hedda Gabler

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da instituição:UCAM(Instituto a vez do Mestre)

Titulo da monografia: A construção do conhecimento na Educação Infantil

Autor: Andreialice Ribeiro Moraes

Data da entrega: 27 de janeiro de 2007

Avaliado por: Ana Paula Lettieri Fulco