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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE GESTÃO DE PESSOAS COM BASE EM COMPETÊNCIAS Por: Francisco de Assis das Neves Mendes Orientadora: Profa. Adélia Maria Oliveira de Araújo Manaus 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO DE PESSOAS COM BASE EM COMPETÊNCIAS

Por: Francisco de Assis das Neves Mendes

Orientadora:

Profa. Adélia Maria Oliveira de Araújo

Manaus

2009

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO DE PESSOAS COM BASE EM COMPETÊNCIAS

Apresentação de monografia à Universidade Cândido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Administração de Recursos Humanos.

Por: Francisco de Assis das Neves Mendes

Dedicatória

Dedico es te t rabalho a minha esposa Joseane, aos meus f i lhos Ana Carol ina, Samantha, Matheus e

Sophia, e aos meus pais Claudionor de Macedo (em memória) e Maria

Tereza.

Agradecimentos

Agradeço a Professora Marcela Estevez que me ajudou a construir

es te t rabalho at ravés de suas val iosas orientações .

RESUMO

A necessidade de desenvolver competências individuais interligadas com as

necessidades de competências organizacionais, está se tornando cada vez mais

críticas nas organizações. Neste trabalho, é apresentado um estudo sobre as

práticas tradicionais de gestão de pessoas, bem como o modelo moderno baseado

no desenvolvimento de competências individuais estratégicas para as organizações.

Dentro do estudo a ser apresentado sobre gestão de pessoas baseado no

modelo por competências, será detalhado os processos de definição de

competências, mapeamento de competências, comparativos de competências

requeridas versus competências existentes e o plano de desenvolvimento individual.

O modelo de gestão de competências tem se destacado entre os demais

modelos de gestão de pessoas e crescido visivelmente nos últimos anos. Este

modelo disponibiliza ótimas ferramentas para que as empresas possam desenvolver

estrategicamente as competências necessárias para a maximização do capital

intelectual dos seus colaboradores.

METODOLOGIA

O método de pesquisa a ser utilizado neste trabalho, será baseado na

pesquisa bibliográfica, através leituras de livros especializados na área de recursos

humanos, publicados por autores renomados como Chiavenato, Dutra, Leme,

Gramigna, Mascarenhas e outros. Além da pesquisa bibliográfica para

fundamentação teórica, será apresentado um modelo de aplicação na prática do

modelo de Gestão de Pessoas baseado em Competências. Este modelo a ser

apresentado, foi levantado junto a uma empresa multinacional do Pólo Industrial de

Manaus, que atua no segmento de indústria de motocicletas, a qual implantou a

Gestão de Competências acerca de um ano na unidade de Manaus.

S U M Á R I O

Introdução

Capítulo I – Visão Geral do RH

1.1 Histórico do RH

1.2 Os Novos Desafios do RH

1.3 O RH como Parceiro Estratégico

Capítulo II – Modelo de Competências

2.1 Conceitos de Competências

2.2 Mapeamento de Competências

2.3 Desenvolvimento de Competências

2.4 Avaliação de Desempenho com Foco em Competências

2.5 Coaching e Mentoring

Capítulo III – Aplicação do Modelo de Competências 36

3.1 Política de Desenvolvimento de Competências

3.2 Definição de Eixos de Carreiras

3.3 Inventário de Competências

3.4 Plano de Desenvolvimento de Competências

Conclusões

Bibliografias

INTRODUÇÃO

Este trabalho de pesquisa bibliográfica tem como tema a Gestão de

Pessoas com base em Competências. A problemática levantada neste estudo tem o

seguinte questionamento: O Modelo de Gestão de Competências valoriza o

desenvolvimento do capital individual ?. Esta pergunta deverá ser respondida

durante a construção deste trabalho.

A justificativa deste estudo se baseia na contextualização de que, numa

economia globalizada, onde as empresas deixaram de competir localmente e

passaram a competir internacionalmente, é fundamental que as empresas

desenvolvam novos produtos e serviços para manter-se competitiva neste mercado

de concorrência acirrada. Neste novo cenário, é necessário que as empresas

inovem de forma contínua, desenvolvendo e valorizando o capital humano da

empresa, pois é este capital que irá ser o diferencial competitivo das empresas, e

para que isso aconteça, é necessário que as busquem novas práticas de gestão de

pessoas, saindo do modelo tradicional focado apenas na recompensa através de

salários e buscar modelo estratégico focado no desenvolvimento intelectual das

pessoas, na qualidade de vida do trabalhador e na recompensa pelo desempenho

no trabalho. Diante do exposto, busca-se neste trabalho contribuir para sociedade

acadêmica, através da pesquisa e publicação de material acadêmico sobre novo

modelo de gestão de pessoas que valorize o desenvolvimento intelectual dos

trabalhadores nas organizações.

O objetivo geral a ser atingido nesta investigação, é identificar no modelo de

Gestão de Pessoas por Competência as contribuições para gerir pessoas com foco

no desenvolvimento intelectual. Em relação aos objetivos específicos busca-se: a)

Investigar os conceitos de Gestão de Pessoas por Competência; b) Analisar

modelos de aplicação da Gestão por Competência e c) Propor modelo de Gestão de

Pessoas com base em Competências.

Quanto às hipóteses para possíveis causas relativas ao problema

contextualizado nesta pesquisa, acredita-se que, a visão tradicional de RH trabalha

o foco em gerenciamento de benefícios e atividades rotineiras como folha de

pagamento, as políticas de RH não priorizam o desenvolvimento intelectual dos

seus colaboradores e as políticas de RH estão muito focados no atendimento

operacional, esquecendo de trabalhar a visão estratégica de Gestão de Pessoas.

No capítulo I, será abordado a visão geral da área de Humanos, partindo de

um histórico da área, apresentando seus novos desafios da área e concluindo com

uma visão estratégica do RH. Já no capítulo II, serão abordados os conceitos e

técnicas do modelo de Gestão de Pessoas baseado no modelo de competências,

bem como o mapeamento e desenvolvimento de competências dos colaboradores.

No capítulo III, será apresentado a aplicação na prática do modelo de Gestão por

Competências, através da definição das competências necessárias para

organização, o inventário de competências dos colaboradores e o planejamento e o

acompanhamento das competências dos mesmos.

CAPÍTULO I - VISÃO GERAL DO RH

1.1 Histórico do RH

Desde a revolução Industrial, a ênfase na eficiência, na produtividade, na

integração vertical e na expansão da produção impunha às organizações a

necessidade de se administrar o fator humano coerentemente, já que este seria um

dos recursos mais custosos e de difícil gestão. À medida que as organizações se

tornavam mais complexas, as exigências associada à administração de recursos

humanos impunham a especialização da função de gestão de pessoas. O

paradigma indivíduo-cargo baseava-se nos princípios de gestão racional e

autoridade impessoal, difundidos pela escola clássica de administração (Shafrtiz e

Ott apud Mascarenhas, 2001).

O modelo tradicional de Gestão de RH seria o alinhamento entre os

requerimentos dos cargos e posições hierárquicas e os indivíduos que os

preencheriam. Divisão de tarefas, padronização das atividades, especialização e

minimização de custos estariam entre os principais parâmetros dos subsistemas de

RH, entre os quais a seleção de pessoal, o treinamento e a remuneração. Entre os

métodos analíticos fundamentais para a atuação dos administradores de RH, a

análise dos cargos permite sua decomposição em tarefas, atividades e

responsabilidades, bem como a identificação das habilidades e conhecimentos

necessários à sua execução.

Segundo Mascarenhas (2008), a lógica da relação indivíduo-cargo

permearia todas as atividades emergentes de RH, permitindo também a definição

dos critérios mais elementares para a avaliação da efetividade das estratégicas de

recursos humanos.

O modelo do indivíduo-cargo, apesar de ter introduzido critérios lógicos e

maior precisão a uma função gerencial até então desempenhada informalmente, as

concepções de indivíduo e grupo inerentes a esse modelo sofreram críticas

fundamentais ao longo do século XX.

Entre as críticas segundo Mascarenhas (2008), a escola de relações

humanas alerta para a complexidade do comportamento das pessoas nas

organizações, que não dependia apenas de incentivos econômicos, mas deveria ser

compreendido em termos de sua integração com o sociocultural.

A escola de relações humanas definiu as bases para compreensão da

organização como um complexo sistema social no qual as pessoas se aliam a

outros espontaneamente, constroem relações sociais que transcendem suas

posições formais, produzem interpretações culturais que divergem das intenções da

administração, tendo assim sua produtividade mediada por diversos fatores até

então ignorados pelos teóricos clássicos.

Os debates em torno do comportamento humano nas organizações, apoiou-

se em contribuições das ciências humanas, sugerindo uma série de novas

premissas a serem incorporadas à prática gerencial. A relação entre indivíduos e

organizações não deveria ser de estrita dependência, mas de co-dependência. Não

somente os indivíduos dependeriam das organizações, mas também estas

dependeriam do envolvimento, da satisfação e da motivação, que fluiriam em

decorrência do desenvolvimento dos indivíduos no ambiente de trabalho.

“A crença na aplicabilidade das ciências do comportamento na gestão de pessoas e a idéia de que a satisfação das necessidades dos funcionários era uma condição ao seu desenvolvimento no trabalho permitiram que a área de RH desenvolvesse uma atuação mais ampla nas organizações, assumindo a função de intermediária entre as necessidades da empresa e as dos funcionários, segundo o que se denominou de atuação administrativa do RH”. (Nogueira apud Mascarenhas (2008, p. XXVII)

A área de RH deveria responsabilizar-se pela definição e normatizam de

regras que regulassem os relacionamentos na empresa, incluindo as relacões entre

chefes e subordinados, que deveriam assumir um caráter mais humanizado.

“Na década de 1980, tornaram-se claros os limites do paradigma da adequação indivíduo-cargo, bem como das idéias humanísticas que criticavam seus pressupostos. Apesar de todas as inovações, essas abordagens não geravam o comprometimento e o alinhamento à organização, como cada vez mais demandado com o acirramento da competição nos cenários de negócios”. (Mascarenhas (2008, p. XXVIII)

Na realidade, os pioneiros da perspectiva humanista foram alvos de críticas

que denunciavam a visão ainda estreita do ser humano. Críticos sugeriram que a

preocupação dos teóricos das relações humanas com a cooperação dos indivíduos

no trabalho era justificada pelos objetivos da administração, e impunham à análise

do comportamento humano um foco limitado.

Na prática, as técnicas utilizadas pelos gestores de pessoas funcionavam

parcialmente, produzindo resultados insuficientes e temporários, não gerando

comprometimento efetivo com a organização.

1.2 Os Novos Desafios do RH

Segundo Chiavenato (2005), os fatores de sucesso empresarial que

predominaram no século XX foram talhados em: tamanho organizacional para

proporcionar produção em escala, especialização via divisão do trabalho e controle

baseado na hierarquia.

No século XXI em que as inovações tornam-se um diferencial competitivo é

necessário repensar a organização como um todo. Para Chiavenato (2005), os

fatores de sucesso que estão predominando no século XXI incluem aspectos como:

flexibilidade a partir da capacidade de aprender, integração interligada com iniciativa

e inovação baseada na criatividade.

Para Chiavenato (2005), as empresas para tirar proveito desses novos

fatores de sucesso, precisam re-configurar quatro tipos de fronteiras organizacionais

que estão engessando e dificultando seu funcionamento, conforme abaixo:

• Fronteiras verticais: são os andares e tetos que separam as pessoas por

meio de níveis hierárquicos, títulos, status e classificação de cargos. A

hierarquia de autoridade criou barreiras internas dentro da organização que

precisam ser removidas. A forte diferenciação de poder cria mais problemas

do que soluções.

• Fronteiras horizontais: são as paredes internas que separam as pessoas em

departamentos por funções, unidades de negócios, grupos de produtos ou

diviões. A departamentalização e divisionalização criaram barreiras internas

dentro da organização que precisam ser derrubadas ou flexibilizadas. Os

feudos são coisas do passado. A organização precisa funcionar como um

sistema aberto e integrado e não mais como um conjunto de órgãos

independentes e sem relacionamento entre si.

• Fronteiras externas: são paredes externas que separam as empresas de seus

clientes, fornecedores, comunidades e outros grupos externos. O conceito

atual de empresa é envolvente e integrador. As empresas mais bem-

sucedidas estão eliminando suas barreiras externas e incentivando o

relacionamento com os clientes em uma ponta e com os fornecedores na

outra para alcançar maior e melhor integração externa por meio de uma

enorme cadeia de valor.

• Fronteiras geográficas: são paredes culturais decorrentes de diferentes

países e regiões e que também funcionam no tempo e no espaço. A

globalização impõe a derrubada dessas fronteiras geográficas sob pena de

redução de mercados e oportunidades. Por essa razão, muitas empresas

estão deixando de ser nacionais ou multinacionais para se tornarem globais.

Todas essas fronteiras requerem permeabilidade e flexibilidade para que

idéias, informação e recursos possam fluir livremente para cima e para baixo, para

dentro e para fora ao longo de toda organização. Quanto maior essa permeabilidade

e flexibilidade, melhor o estado sólido e estável da orgzanização, bem como sua

atuação global e sistêmica.

2.3 O RH como Parceiro Estratégico

Segundo Becker (2001), as últimas décadas testemunharam mudanças

profundas no papel de RH. Tradicionalmente, os gerentes viam a função de

recursos humanos como basicamente administrativa e profissional.

O pessoal de RH se concentrava no gerenciamento de benefícios e de

atividades rotineiras, como folha de pagamento e outras funções operacionais, e

não se considerava participante da estratégia geral da empresa.

Os esforços para medir a influência de RH sobre o desempenho da empresa

eram produtos dessa mentalidade. Em especial, os teóricos analisavam

metodologias e práticas que convergiam para o nível de cada empregado, de cargos

específicos e de práticas isoladas. A idéia era que a melhoria do desempenho

individual dos empregados se refletiria automaticamente no desempenho da

organização.

Segundo Becker (2001), na década de 1990, desenvolveu-se nova ênfase

sobre estratégia de negócios e sobre a importância dos sistemas de RH. Com efeito,

visualizamos como representando a seguinte revolução de recursos humanos como

ativo estratégico.

a) Perspectiva do Pessoal: a empresa contrata e remunera pessoas, mas

não se empenha em atrair os melhores ou em desenvolver

empregados excepcionais;

b) Perspectivas da Remuneração: a empresa usa bônus, pagamento de

incentivos e diferenças expressivas na remuneração para recompensar

os que apresentam alto e baixo desempenho. Trata-se de um primeiro

passo no sentido de confiar nas pessoas como fonte de vantagem

competitiva, mas ainda não explora integralmente os benefícios de RH

como ativo estratégico;

c) Perspectiva do Alinhamento: os gerentes seniores vêem os

empregados como ativo estratégico, mas não investem na

reformulação geral dos recursos de RH. Portanto, o sistema de RH é

incapaz de alavancar a perspectiva da gerência;

d) Perspectiva do Alto Desempenho: os executivos de RH e outros vêem

RH como um sistema embutido dentro do sistema mais amplo de

implementação da estratégia de negócios. A empresa gerencia e mede

as relações entre esses dois sistemas e o desempenho da empresa.

As empresas vivem em uma época em que um novo paradigma econômico,

caracterizado pela velocidade, pela inovação, pela curta duração do tempo dos

ciclos, pela qualidade e pela satisfação dos clientes. Acentua a importância dos

ativos intangíveis, tais como identificação da marca, conhecimento, inovação e,

sobretudo, capital humano. Esse novo paradigma talvez seja o marco de uma nova

era de ouro para RH. Todavia, mesmo quando os profissionais de recursos

humanos e os gerentes de linha seniores apreendem este potencial, muitos deles

não sabem como dar o primeiro passo para realização.

A iniciativa mais poderosa dos Gerentes de RH para garantir sua

contribuição estratégica é o desenvolvimento de um sistema de mensuração que

demonstre, de maneira convincente, o impacto do RH sobre o desempenho da

empresa. Para projetar tal sistema de mensuração, os Gerentes de RH devem

adotar uma perspectiva radicalmente diferente, que se concentre no modo como a

área de recursos humanos pode desempenhar um papel central na implementação

da estratégia da empresa. Com uma arquitetura estratégica adequada, os gerentes

de toda a empresa serão capazes de compreender exatamente como as pessoas

criam valor e como medir o processo de criação de valor.

Aprender a atuar como parceiro estratégico não é apenas um meio para que

os profissionais de RH justifiquem sua existência ou defendam suas funções.

Também tem implicações para sua própria sobrevivência e para a sobrevivência da

empresa como um todo. Se a função RH for incapaz de demonstrar que agrega

valor, ela corre o risco de ser terceirzada. Só por si, isso não é necessariamente

ruim, a terceirização de funções ineficientes é capaz de efetivamente melhorar o

resultado final da empresa. Contudo, também pode significar o desperdício de

potenciais imprescindíveis. Com a preocupação correta e boas ferramentas de

mensuração, a arquitetura de RH pode significar a diferença entre uma empresa que

apenas acompanha a concorrência e outra que dispara na dianteira.

Segundo Becker (2001), se o foco da estratégia corporativa é criar

vantagem competitiva sustentável, o da estratégia de RH é igualmente nítido.

Consiste em maximizar a contribuição da área para o mesmo objetivo, de modo a

gerar valor para os acionistas.

Para Mascarenhas (2008, p. 33), “a atuação estratégica do RH basear-se-ia

em análises minuciosas das variáveis do contexto de negócios, de forma a viabilizar

o alinhamento estratégico”.

O alicerce do RH atuando como papel estratégico está composto de: a

função, o sistema e o comportamento dos empregados. A reflexão a respeito da

influência de RH sobre o desempenho da empresa exige que se concentre a

atenção em vários níveis de análise.

“Algumas teorias em Estratégia seriam fortemente influenciadas pelo pensamento militar, por pressupostos econômicos de decisão racional e pela idéia do mercado como um sistema auto-regulado de alocação de recursos escassos. A economia clássica baseia-se em uma concepção absoluta de racionalidade, pressupondo o conhecimento total das opções disponíveis de ação por parte do planejador do tomador de decisões. Com base no processamento das informações, o planejador ou tomador de decisão pode pesar todas a opções de ação possíveis e escolher a melhor opção, de acordo com critérios e objetivos determinados”. (Vasconcelos apud Mascarenhas (2008, p. 33)

O fundamento da estratégia de RH criadora de valor se baseia em uma

infra-estrutura gerencial que compreenda e seja capaz de implementar a estratégia

da empresa. Normalmente, os profissionais da função de RH deveriam liderar esse

esforço. Isso implica afastar-se da tradicional orientação funcional de muitos

gerentes de RH e compreender, de maneira mais ampla, o papel estratégico que

área de RH deve desempenhar na empresa.

O sistema de RH é o fator crítico de influência estratégica da área de

recursos humanos. O modelo defendido por Becker (2001) se baseia na

maximização da qualidade geral do capital humano em toda organização. Esse

modelo é estruturado nos seguintes pontos:

• Desenvolvem estratégias que oferençam apoio oportuno e eficaz às

habilidades necessárias para implementação da estratégia da empresa.

• Promulga políticas gerenciais referentes a desempenho e remuneração que

atraiam, retenham e motivem empregados de alto desempenho.

Em última instância, qualquer discussão sobre o papel estratégico dos

recursos humanos ou do capital humano convergirá implicitamente para os

comportamentos produtivos das pessoas na organização. Sob certo aspecto, essa

afirmação é quase uma redundância, pois é apenas por meio de seus

comportamentos que os seres humanos afetam seus contextos de atuação.

A integração do foco aos comportamentos, dentro do esforço geral de

influenciar e medir as contribuições de RH para o desempenho da empresa é um

desafio. A compreensão de como as pessoas e processos dentro da organização

efetivamente criam valor é o ponto de partida. Essa análise revelará os tipos de

comportamento geralmente necessário em toda empresa e os que se revestem de

valor específico em pontos críticos da cadeia de valor.

O potencial estratégico emergente, de RH, gira em torno do papel cada vez

mais central dos recursos intangíveis e do capital intelectual na economia da

atualidade. O desempenho superior duradouro, no mundo dos negócios, exige que a

empresa cultive continuamente sua margem competitiva. Tradicionalmente, esse

esforço assumia a forma de barreira à entrada no nível setorial, de proteção de

patentes, e de normas governamentais. Mas as mudanças tecnológicas, a rapidez

das inovações e a desregulamentação eliminaram boa parte dessas barreiras.

Como hoje o desemepnho superior duradouro exige flexibilidade, inovação e

agilidades do mercado, a vantagem competitiva decorre basicamente dos recursos e

das capacidades internas de cada organização. Como principal fator capacitante do

capital humano, RH desfruta também de condições privilegiadas para alavancar

muitos outros intangíveis.

Se o foco da estratégia corporativa é criar vantagem competitiva

sustentável, o da estratégia de RH é igualmente nítido. Consiste em maximizar a

contribuição da área para o mesmo objetivo, de modo a gerar valor para os e cadeia

de valor representada pela arquitetura de RH: a função, o sistema e o

comportamento dos empregados. A reflexão a respeito da influência de RH sobre o

desempenho da empresa exige que se concentre a atenção em vários níveis de

análise. A arquitetura de RH deve enfatizar suas estratégias sobre os profissionais

de RH até os sistemas de políticas e práticas de RH, passando pelas competências,

motivações e comportamentos dos empregados na empresa.

CAPÍTULO II - MODELO DE COMPETÊNCIAS

Um dos principais indicadores de desempenho empresarial é a capacidade

de atrair, desenvolver e reter talentos. Diante deste contexto, as empresas devem

buscar um modelo eficaz na Gestão de Pessoas, visando atender as três

capacidades supra-citadas e, assim maximizar a potencialidade de seus recursos

intangíveis, ou seja, as pessoas.

Segundo Mascarenhas (2008, p.177), “o conceito de competência vem

sendo utilizado para a construção de uma abordagem alternativa às metodologias

tradicionais de gestão do desempenho – a gestão das competências”.

A gestão do desempenho pode ser considerada um sistema amplo de

administração que busca integrar o desempenho das pessoas, grupos e áreas

funcionais aos objetivos e às metas empresariais, destacando a importância da

contribuição de cada nível organizacional às estratégias. Na abordagem da gestão

de competências, a noção de competência individual surge em substituição ao

tradicional conceito de qualificação para o posto de trabalho como base para o

desenvolvimento de modelos integrados de gestão de pessoas que sejam mais

abrangentes e flexíveis, pautados em valores e expectativas que caracterizariam

organizações em aprendizagem.

Segundo Gramigna (2007), as premissas para se implantar um de

competências nas organizações se baseia em:

• Conscientização de que cada tipo de negócio necessita de pessoas

com perfis específicos;

• Crença de que cada posto de trabalho existente na empresa tem

características próprias e deve ser ocupado por profissionais que

apresentem determinado perfil de competências;

• Reconhecimento de que ocupam funções gerenciais são responsáveis

pela oferta de oportunidades que permitam o desenvolvimento e a

aquisição de novas competências;

• Percepção de que sempre haverá demanda para o desenvolvimento

de novas competências e que o que hoje é essencial para a boa

execução de um trabalho poderá agregar novas exigências amanhã.

Essas premissas segundo a autora, devem ser difundidas até que façam

parte da cultura geral e sejam internalizadas nas atitudes e no comportamento de

todos.

O foco principal do modelo é a integração dos processos de recursos

humanos. Essa é a condição básica para a obtenção de resultados positivos.

Faz-se necessário alinhar as necessidades humanas a estratégia da

empresa, tornando o ambiente de trabalho um espaço de aprendizagem e de troca

de experiências.

2.1 Conceituação

2.1.1 Conceitos Básicos

Num mundo moderno e globalizado é necessário que as empresas

desenvolvam novas competências, visando gerar novos produtos e serviços. Estas

competências vão variar de acordo com as necessidades organizacionais de cada

empresa.

Segundo Chiavenato (2005, p-9), “competência significa a qualidade que

uma pessoa possui e que é percebida pelos outros. Não adianta possuir

competências, é necessário que as outras pessoas reconheçam”.

Para Prahalad e Hamel apud Gramigna (2007), competência é um conjunto

de conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos, gerenciais e valores

que geram diferencial competitivo.

Já para Dutra (2001), a competência é um conjunto de conhecimentos,

habilidades e atitudes necessários para que a pessoa desenvolva suas atribuições e

responsabilidades.

Os pilares das competências são três famosas letras que formam o CHA:

e) Conhecimentos: são informações, fatos, procedimentos e conceitos. É

o saber.

f) Habilidades: é a capacidade de colocar seus conhecimentos em ação

para gerar resultados, domínio de técnicas, talentos e capacidades. É

o saber fazer.

g) Atitudes: são valores, princípios, comportamentos, pontos de vista,

opiniões, percepções e atos pessoais. É o querer fazer.

Segundo Leme (2006), as competências podem ser classificadas em dois

grupos:

a) Competências técnicas: é tudo o que o profissional precisa ter para

desempenhar seu papel, e são expressas pelo C e pelo H do CHA, o

saber e o saber fazer.

b) Competências comportamentais: é o diferencial competitivo de cada

profissional e tem impacto em seus resultados.

Organizações e pessoas, lado a lado, propiciam um processo contínuo de

troca de competências. A empresa transfere seu patrimônio para as pessoas,

enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar novas situações profissionais e

pessoais, dentro ou fora da organização. As pessoas, por seu turno, ao desenvolver

sua capacidade individual, transferem para a organização seu aprendizado, dando-

lhe condições para enfrentar novos desafios.

Segundo Dutra (2001), “são as pessoas que, ao colocarem em prática o

patrimônio de conhecimentos da organização, concretizam as competências

organizacionais e fazem sua adequação ao contexto”.

Quando usado de forma consciente o patrimônio de conhecimento da

organização, as pessoas conferem-lhe validade ou implementam as modificações

necessárias para seu aprimoramento. A agregação de valor dos indivíduos é,

portanto, sua contribuição efetiva ao patrimônio de conhecimentos da organização,

o que lhe permite manter suas vantagens competitivas ao longo tempo.

Há uma relação íntima entre as competências organizacionais e as

individuais, portanto, o estabelecimento das competências individuais deve estar

vinculado à reflexão sobre as competências organizacionais, uma vez que há uma

influência mútua entre elas.

A competência é compreendida por muitas pessoas e por alguns teóricos da

administração como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes

necessários para que a pessoa desenvolva suas atribuições e responsabilidades.

Contudo, essa forma de encarar a competência tem se mostrado pouco

instrumental. As pessoas possuem um determinado conjunto de conhecimentos,

habilidades e atitudes, o que não garante que a organização se beneficiará

diretamente.

2.1.2 Categorias de Competências

Segundo Chiavenato (2005), as competências organizacionais são aquelas

que definem o que a empresa é capaz de fazer de modo superior ao de sua

concorrência. Cada empresa precisa fortalecer suas competências para tornar-se

competitiva.

Para Chiavenato (2005), existem quatro grandes categorias de

competências, a saber:

a) Competências essenciais: são as competências básicas e fundamentais

para o sucesso de uma organização em relação aos clientes, à

sociedade e aos concorrentes. Correspondem àquilo que cada

organização sabe fazer melhor do que ninguém. Cada organização

precisa identificar e localizar as competências essenciais capazes de

levá-la ao sucesso. As competências essenciais são fundamentais para

a eficácia organizacional.

b) Competências de gestão: são as competências relacionadas com a

gestão de recursos (financeiros, comerciais, produtivos etc.). Refere-se a

como os recursos organizacionais são utilizados e os processos

mobilizados para obter os melhores resultados. As competências e a

gestão são fundamentais para sua eficiência interna.

c) Competências organizacionais: são as competências relacionadas com a

vida íntima da organização. Correspondem as modus vivendi da

organização, à sua cultura corporativa, como a organização se estrutura

e organiza para realizar o trabalho organizacional. As competências

organizacionais se referem ao aparato interno por meio do qual a

organização se articula e se integra para poder funcionar.

d) Competências pessoais: são as competências que cada indivíduo

aprende e desenvolve em suas atividades pessoais na organização. As

competências pessoais conduzem às competências organizacionais,

estas competências de gestão e, por fim, às competências essenciais.

As organizações avaliam e definem quais suas competências essenciais

e daí, partem para suas competências de gestão, competências

organizacionais até chegar às competências individuais por meio de um

processo estratégico de desenvolvimento de competências.

A globalização da economia força as empresas a atuarem de forma

altamente competitivas e eficazes em seus mercados, e para que isso aconteça, é

necessário desenvolver competências individuais que estejam relacionadas com as

competências organizacionais.

2.2 Mapeamento de Competências

O processo de mapeamento de competências é o momento em que a

empresa irá efetuar em um primeiro momento a definição das competências

organizacionais estratégicas e num segundo momento inventariar junto aos seus

colaboradores as competências já adquiridas, para que depois seja feito um

cruzamento e identificadas as lacunas a serem desenvolvidas. Este processo de

mapeamento de competências servirá de base para o desenvolvimento do capital

intelectual dos colaboradores dentro da organização. No entanto, antes de iniciar

este processo, se faz necessário uma revisão dos indicadores organizacionais.

2.2.1 Revisão dos Indicadores Organizacionais

Segundo Gramigna (2007), a empresa ao decidir pela utilização do modelo

de gestão de pessoas baseado em competências, faz-se necessário revisar ou

investir no realinhamento de quatro indicadores organizacionais:

• Definição do negócio

• Definição da missão

• Definição da visão de futuro

• Identificação dos valores organizacionais

Ao definir as competências da empresa e das pessoas, estas deverão se

orientar pelos indicadores citados anteriormente.

2.2.1.1 Definição do Negócio

Espaço que a organização pretende ocupar em função das demandas

ambientais. É a definição dos desejos ou necessidades que ela quer satisfazer

quando o cliente adquire seu produto ou serviço,

A definição e o conhecimento claro do negócio, serve para orientar o

comportamento de todos os colaboradores e expressar seus valores.

2.2.1.2 Missão

Segundo Alvin Tofler apud Gramigna (2007), “uma missão coerente é um

instrumento poderoso, que pode ajudar os responsáveis pelas decisões a encontrar

o caminho em meio à confusão e à complexidade”.

Para Gramigna (2007), a missão dá significado ao negócio, define a razão

da existência da empresa, indica os rumos para excelência e que revela sua

essência. Orienta a empresa para tomada de decisões e na definição de objetivos e

estratégias.

Segundo Oliveira (1999), missão como sendo a razão de ser da empresa. É

a determinação de qual é o negócio da empresa, por que ela existe, ou ainda em

que tipos de atividades a empresa deverá concentrar-se no futuro.

A missão é a razão da existência da organização, é o propósito de existir.

Ela responde as seguintes perguntas:

• Qual é o nosso negócio ?

• Quem é o nosso cliente ?

• Onde ? (Base, prioridade, segmentação)

• Como ? (Desafio, diferencial)

• Com que finalidade ? (grupos de interesses)

2.2.1.3 Visão de Futuro

Definir a visão de futuro é pensar em como queremos ser vistos pelos

clientes, fornecedores, parceiros e pessoal interno.

Segundo Oliveira (1999), visão é conceituada como os limites que os

proprietários e principais executivos da empresa conseguem enxergam dentro de

um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla.

Visão de futuro ou visão estratégica é algo que pode ser pensado como um

cenário ou como uma intuição, um sonho, uma vidência, acima dos objetivos

específicos de uma empresa e que lhe serve de guia.

2.2.1.4 Valores e Crenças

Normas, princípios ou padrões sociais aceitos por um grupo, uma instituição

ou uma sociedade.

Orientam a conduta das pessoas em uma organização. Definem os padrões

de comportamento e contribuem para o estabelecimento da cultura interna.

Os valores são adquiridos no meio familiar e levados para outros ambientes.

É vivenciando esses valores que surgem as crenças e formam-se os princípios e as

culturas variadas.

Segundo Gramigna (2007), existem valores construtivos e destrutivos, por

isso é necessário identificar os que movem os seres humanos em direção ao

desenvolvimento, à prosperidade e à harmonia.

A seguir, um exemplo de valor na história de vida:

• Valor: trabalho em equipe.

• Crença: as pessoas são cooperativas e gostam de trabalhar juntas.

• Princípio: trabalhamos em times.

• Cultura: participação.

Alguns valores e crenças que podem ser citados:

• Autonomia: as pessoas são responsáveis.

• Qualidade de vida: merecemos o melhor.

• Democracia: o poder deve ser compartilhado.

• Liberdade: as pessoas devem ser livres para se expressar e agir.

2.2.2 A Competência Individual

Segundo Mascarenhas (2008), o conceito tradicional de qualificação para o

posto de trabalho surgiu em contextos caracterizados pelos cargos definidos,

enfatizando o acumulo de capacidades necessárias ao desempenho das

atribuições.

O modelo tradicional de cargos e salários nas empresas dá ênfase na

definição dos cargos a partir da relação do posto de trabalho versus as atividades e

tarefas, sem se priorizar a questão dos conhecimentos, habilidades e atitudes

necessárias para o cargo.

Mascarenhas (2008), cita que o conceito de competência surge com a

intensificação da evolução tecnológica e da concorrência, principalmente após 1990,

quando as organizações se deparam com novas lógicas de trabalho.

A reestruturação produtiva nas últimas décadas transformou os conteúdos

dos postos de trabalho e os pré-requisitos a ocupá-los.

2.2.3 A Competência Organizacional

Segundo Prahalad e Hamel apud Mascarenhas (2008, p. 185), uma

competência organizacional pode ser definida como “uma articulação de recursos

organizacionais, um aprendizado da organização, um saber-fazer coletivo e

complexo, especialmente no que diz respeito à coordenação de diversas habilidades

de produção e à integração de múltiplas correntes de tecnologia”.

Uma competência organizacional é mais que a soma de competências

individuais, ela deve ser a soma das competências de todos os indivíduos dentro da

organização, pois é constituída por uma complexa harmonização de múltiplos

recursos em rotinas que contribuam para a consecução da visão estratégica da

organização.

Segundo Mascarenhas (2008), duas categorias são importantes: as básicas

e as seletivas.

a) Competências básicas: são aquelas que garantem a sobrevivência da

organização no mercado. Sem o domínio de competências básicas, a empresa não

consegue pleitear níveis mais elevados de competitividade.

b) Competências seletivas: são aquelas que permitem a diferenciação da

organização ante seus competidores no mercado.

Em mercados dinâmicos, uma competência básica pode tornar-se uma

competência seletiva, o que salienta a necessidade do desenvolvimento contínuo de

competências organizacionais. Se o mercado for invadido por fortes competidores

estrangeiros de grande prestígio em seus mercados de origem, e capazes de

transferir essas percepções para o mercado a ser disputado, esta se torna uma

competência seletiva, capaz de diferenciá-lo, mas não de garantir sua liderança e

pioneirismo futuro no mercado.

2.3 Desenvolvimento de Competências

Segundo Dutra apud Mascarenhas (2008, p. 191), “as empresas e os

indivíduos trocam competências continuamente. As organizações geram

oportunidades de aprendizagem e disponibilizam aos indivíduos seus recursos,

preparando-os para enfrentar novas situações”.

As organizações estão cada vez mais pressionadas, tanto pelo ambiente

externo e interno,a investir no desenvolvimento humano. Elas mesmas percebem a

necessidade de estimular e apoiar o contínuo desenvolvimento das pessoas como

forma de conquistar vantagens e de continuar competitivas no mercado. Ao mesmo

tempo, os indivíduos hoje se dão conta de que aperfeiçoar-se é condição

fundamental para sua inserção ou manutenção no mercado de trabalho.

O grande desafio consiste, então, em orientar esse desenvolvimento em

ambiente volátil, como o que presenciamos atualmente e no qual é provável que

continuemos a viver no futuro. Para enfrentar esse desafio, precisa-se encontrar

referências estáveis capazes de balizar o aperfeiçoamento das pessoas e das

empresas.

Pode-se visualizar que, independentemente dos possíveis cenários futuros,

as organizações e a sociedade caminham para um nível maior de complexidade

tecnológica e das relações no trabalho. As pessoas devem estar preparadas e

atentas para contextos cada vez mais exigentes e complexos, ao mesmo tempo em

que o desenvolvimento humano está cada vez mais associado à complexidade.

Numa visão processual da gestão estratégica, a evolução das competências

em uma empresa estaria relacionada à evolução de suas estratégias. As

organizações realizam o planejamento estratégico, definindo visões e intenções de

curto, médio e longo prazo. Estratégias seriam definidas com base em estudos que

identificam as competências organizacionais seletivas, bem como os mercados nos

quais essas competências poderiam ser exploradas de forma a gerar níveis

superiores de rentabilidade. Contudo, em mercados dinâmicos, os recursos

estratégicos e competências organizacionais que geram vantagem competitiva a

uma empresa mudam.

Segundo Mascarenhas (2008), gestão de competências é um referencial

que busca alinhar competências individuais e competências organizacionais. Neste

momento, deve-se destacar a dimensão de alinhamento, o que força a discutir o

desenvolvimento de competências.

O desenvolvimento dos indivíduos deve-se ser entendido como o

desenvolvimento de suas competências, vistas como estoque de conhecimentos e

padrões de entrega. As pessoas desenvolvem na medida em que lidam com

atribuições e responsabilidades de maior complexidade. A gestão por competências

requer que seja facilitado o desenvolvimento das competências individuais de

maneira a viabilizar a aprendizagem organizacional.

Uma competência organizacional pode formar-se progressivamente à

medida que as pessoas mobilizam suas capacidades em interdependência com

outros recursos, interagem criativamente umas com as outras, compartilhando

conhecimentos e utilizando-os para resolução de problemas ou melhorias de

processos e produtos. Quando acontece a articulação entre tecnologia e

capacidades, consegue-se formular proposições criativas e experimenta-se

soluções e pode-se repensar rotinas e procedimentos característicos da cultura

organizacional.

Segundo Mascarenhas (2008), “as dinâmicas de evolução do estoque de

recursos e competências em uma organização em aprendizagem são processos

fundamentais à manutenção de sua vantagem competitiva”.

Para Mueller apud Mascarenhas (2008, p. 205), “o desenvolvimento de

capacidades e competências seria um processo dependente da inserção dos

indivíduos nas rotinas organizacionais e experiências no trabalho”.

A interação, a cooperação, a disseminação do conhecimento e a

experimentação no contexto do trabalho são dimensões cruciais à formação das

competências. Nesse sentido, segundo Mascarenhas (2008), um sistema

abrangente de desenvolvimento de competências deve associar práticas mais

formalizadas, coordenadas pelo RH, ao estímulo à aprendizagem informal,

coordenada pelos líderes de equipes para inserção dos indivíduos em seus

contextos de trabalho.

2.4 Desenvolvimento da Carreira por Competência

As organizações estão cada vez mais pressionadas, tanto pelo ambiente

externo quanto pelo interno, a investir no desenvolvimento humano. Elas mesmas

percebem a necessidade de estimular e apoiar o contínuo desenvolvimento das

pessoas como forma de conquistar vantagens e de continuar competitivas no

mercado. Ao mesmo tempo, os indivíduos hoje se dão conta de que aperfeiçoar-se

é condição sine qua non para sua inserção ou manutenção no mercado de trabalho.

Segundo Dutra (2001), o grande desafio das pessoas, consiste em orientar

esse desenvolvimento em ambiente competitivo e inovador, como o que se

presencia atualmente e no qual é provável que continuemos a ver no futuro.

Pode-se antever que, independente dos possíveis cenários futuros, as

organizações e a sociedade caminham para um nível maior de complexidade

tecnológica e das relações no trabalho. As pessoas devem estar preparadas e

atentas para contextos cada vez mais exigentes e complexos, ao mesmo tempo em

que o desenvolvimento humano está cada vez mais associado à complexidade.

Pode-se definir o desenvolvimento de um indivíduo como a “a capacidade de

assumir atribuições e responsabilidades em níveis crescentes de complexidade”.

Para Dutra (2001), o desenvolvimento permite os seguintes

desdobramentos:

• Mensuração do desenvolvimento: ao se mensurar os níveis de

complexidade podemos medir o nível de desenvolvimento de uma

pessoa.

• Perenidade e comparação dos padrões: como o objeto da mensuração

não é o trabalho das pessoas em si, mas a complexidade desse

trabalho, temos um padrão estável no tempo.

• Desenvolvimento das pessoas: sabe-se, que, quando um profissional

aprende a atuar em determinado nível de complexidade, ele não

regride a níveis de menor complexidade.

2.5 Avaliação de Desempenho com Foco em Competências

Algumas organizações consideram a avaliação de desempenho como pouco

mais do que uma tarefa de preenchimento de formulários. Uma avaliação, porém,

pode oferecer uma inestimável oportunidade para gestor e o membro da equipe

trocarem opiniões. Em muitas organizações, a avaliação está vinculada a um

sistema de gestão de desempenho e a um programa de treinamento e

desenvolvimento.

2.5.1 Avaliação de Desempenho

Segundo Leme (2008), a avaliação de desempenho tradicional, a qual visa

avaliar os colaboradores em relação ao passado. Olha-se o passado e analisa-se o

que aconteceu e questiona-se por que o resultado não foi alcançado.

Avaliação de Desempenho é a nomeclatura mais comum encontrada nas

empresas. Geralmente elaborada através de um formulário desenvolvido pelo RH

em que o superior imediato pontua seu liderado em uma escala do desempenho

que teve em um determinado período, gerando, assim o resultado de seu

desempenho.

O sistema de gestão do desempenho liga o desempenho de um indivíduo as

metas organizacionais gerais. O sistema auxilia o gestor a:

• Determinar o que espera do indivíduo;

• Oferecer auxílio para alcançar objetivos;

• Fazer regularmente uma avaliação do que foi alcançado;

• Gerenciar o desempenho;

• Recapitular metas estabelecidas.

Geralmente, os itens a serem apurados pela avaliação são questões de

cumprimento de normas e políticas de RH da empresa, de resultados e algumas

questões comportamentais.

Segundo Leme (2008), algumas empresas evoluem na construção do

formulário, mas grande parte acaba caindo em alguns problemas básicos do

instrumento de avaliação, como escala inadequada, falta de clareza nos parâmetros

a serem avaliados e conceitos.

2.5.2 Avaliação de Competências

O assunto competências é antigo, mas de fato desembarcou com força nas

empresas brasileiras nos últimos anos. Da década de 90 e a partir do ano 2000

tornou-se um febre entre as empresas e, atualmente, até os governos federal,

estaduais e municipais compartilham da necessidade da Gestão por Competências.

Segundo Leme (2008), as empresas estão usando a avaliação por

competências como avaliação de desempenho, afirmando que essas duas

avaliações, são insuficientes, por serem incompletas.

O problema referente à avaliação de competências é que existe um

tendência de as empresas fazerem uma avaliação comportamental e utilizá-la como

desempenho do colaborador. Conceitualmente, competência é um conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes separados em dois grupos chamados

competências técnicas e competências comportamentais, e o fato de avaliar

somente a parte comportamental não pode ser chamado sequer de avaliação de

competências, por faltar a parte técnica.

Para Leme (2008), uma avaliação de competências é aquela que avalia as

competências técnicas e comportamentais de seus colaboradores em relação às

competências que a empresa e, mais especificamente, que a função do avaliado

precisa.

2.5.3 Avaliação de Desempenho com Foco em Competências

Segundo Leme (2008), a avaliação de desempenho com foco em

competências trabalha a mensuração do desempenho do colaborador pela

composição de quatro perspectivas básicas: técnica, comportamental, resultados e

complexidade.

As duas primeiras tem origem no CHA (Conhecimentos, Habilidades e

Atitudes) das competências. A terceira são os resultados, as metas e os objetivos

alcançados para o colaborador. A complexidade tem origem na descrição da função,

que são as tarefas estratégicas que o colaborador realiza e a forma que são

realizadas tem impacto nos resultados.

Essas quatro perspectivas compõem o coeficiente de desempenho do

colaborador, que identifica a entrega do colaborador para a organização, ou seja,

suas competências, mas, no sentido amplo, e não limitado apenas ao CHA.

A ampliação do conceito do CHA para competências é uma visão que

requer o alinhamento da Visão Estratégica da empresa. Para Dutra apud Leme

(2008), “o fato de as pessoas possuírem determinado conjunto de conhecimentos,

habilidades e atitudes não é a garantia de que elas irão agregar valor à

organização”.

Toda empresa tem como objetivo o atingimento de resultados para

sobreviver, e estes resultados são obtidos através de seus colaboradores. Daí a

afirmação de que o maior capital das empresas é o capital humano. Mas o capital

humano precisa trazer resultados, caso contrário, a organização não sobreviverá

nem para ela mesma, nem para seu capital humano. Fazer Gestão de Pessoas por

Competências está ligado diretamente na busca de resultados através de

competências de seus colaboradores.

2.6 Coaching e Mentoring

2.6.1 Coaching

Todas as maneiras através das quais um indivíduo é capaz de motivar um

outro indivíduo falam a respeito do reforço do desempenho e desenvolvimento da

satisfação no trabalho, no entanto o coaching faz uma abordagem específica a

respeito de fazer um baixo-realizador se destacar ou ajudar alguém que

simplesmente não possui a experiência necessária à boa execução de alguma

tarefa.

Segundo Leme (2008), “Coach é um termo em inglês que significa treinador,

técnico ou preparador. Em uma organização, ser um coach é o papel que um

indivíduo assume ao se comprometer em orientar e apoiar alguém em seu processo

de desenvolvimeno”.

No processo de coaching, um relacionamento acontece a partir de uma

solicitação, um indivíduo, um indivíduo menos experiente busca o auxílio de outro

indivíduo mais experiente para resolver um problema ou aconselhá-lo em um

projeto. Esse relacionamento pode desenvolver-se de maneira que o funcionário

mais experiente comprometa-se com a evolução pessoal e profissional do

funcionário menos experiente na organização.

De maneira geral, todo o processo de coachig requer a construção de

relacionamentos mais ou menos duradouros e caracterizados pela confiança e pela

influenciação mútua. Nesse processo, o coach e o mentor atuam como líderes

transformacionais, capazes de influenciar a definição das realidades dos liderados.

Os liderados, por sua vez. Indicam ao coach e ao mentor suas possibilidades e

interesses.

Segundo Clegg (2002), para ser um grande treinador (coach) a pessoa estar

apto a realizar o trabalho, porém deve compreender exatamente sobre o que se

trata. O treinador precisa estar ciente dos requisitos do trabalho e estar apto a

descobrir no que a pessoa está deixando a desejar.

São diversas as possibilidades de atuação de um coach em uma

organização. Estes podem potencializar ou acelerar o desenvolvimento de outros

indivíduos ou grupos, articulando oportunidades, construindo significados

conjuntamente, traçando estratégias, indicando caminhos ou, ainda, fomentando

outros relacionamentos.

2.6.2 Mentoring

Provavelmente das modalidades mais difícil de motivação para o

desenvolvimento intelectual é lidar com o funcionário que executa bem sua tarefa,

alguém que já está trabalhando adequadamente. O fato de uma pessoa apresentar

um trabalho soberbamente bom, não significa que pretenda permanecer executando

essa tarefa. Esses indivíduos são suscetíveis a enganos externos que tornam a

motivação profissional um verdadeiro benefício para a empresa. Além disso, por

melhores que sejam, eles sempre poderão ser estimulados a produzir mais. O

funcionário de alto desempenho não trabalha acima de dez por cento da média, mas

o dobro ou mais.

Conseguir a motivação para o desenvolvimento intelectual envolve executar um papel que pode soar muito mais como um treinamento, mas, no entanto, importa em algo diferente – é um mentoring. O mentoring não o coloca em posição de autoridade nem mesmo necessidade de haver experiência anterior. Na função de mentor, você é um divulgador das idéias e pensamentos alheios. (Clegg (2002, p. 20)

O mentor pode sugerir diversas formas de seguir adiante e maneiras de

avaliar as oportunidades. Pode até mesmo contar que faria em tais circunstâncias.

Porém, ao final, seu verdadeiro papel é o de uma pessoa amistosa e inspiradora de

confiança com quem se pode discutir opções. Esse papel pode ser altamente

satisfatório para o mentor, sendo também bastante valorizado pelo indivíduo. É

possível que mentor termine criando um relacionamento de mentoring múto, embora

sempre o mentor sempre considera que seus próprios mentores sejam pessoas

diferentes daquelas a quem o mentor presta auxílio.

CAPÍTULO III - APLICAÇÃO DO MODELO DE COMPETÊNCIAS

Neste capítulo, será apresentado uma aplicação prática do modelo de

Gestão de Pessoas por Competências, dentro de um programa desenvolvido no

Japão, chamado OJT (On Job Trainning), que se utiliza do conceito de

competências para desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes, que serão

utilizadas no ambiente organizacional, visando a melhoria contínua do capital

intelectual e dos resultados.

3.1 Programa OJT

O Programa OJT, foi desenvolvido no Japão por uma multinacional

japonesa, atuante no mercado industrial de automóveis e motocicletas. Este

programa visa o desenvolvimento de competências dos colaboradores, para que

sejam utilizadas na melhoria contínua das atividades e resultados dentro da

organização. No Brasil, o programa está sendo implantado em suas unidades fabris

em São Paulo e Manaus, priorizando os profissionais das áreas administrativas e

depois será multiplicado para toda a organização.

3.1.1 Objetivo Geral

Estimular e sustentar o desenvolvimento técnico e especialização dos

colaboradores, contribuindo para a formação de equipes motivadas e capacitadas.

3.1.1 Objetivo Específico

• Guia para desenvolvimento de carreira, que indica as competências técnicas

requeridas para cada cargo em cada área de especialização;

• Ferramenta de mapeamento da situação atual de cada colaborador nas

competências técnicas exigidas em cada eixo de carreira;

• Processo que estimula a conversa transparente entre os gestores e

colaboradores sobre os interesses de carreira e necessidade de

desenvolvimento;

• Ferramenta que define planos de desenvolvimento focados, com definição de

metas e medidas objetivas;

Processo de desenvolvimento com base no princípio de gestão de pessoas da empresa.

3.2 Etapas do Programa OJT

3.2.1 Identificação dos Eixos de Carreira

Eixos de carreiras, são grupos de funções de natureza de trabalhos

semelhantes. Representam uma trajetória de carreira, demandam competências

similares, refletem processos existentes, mas não necessariamente estrutura

organizacional. Os eixos de carreiras permitem que os gestores e os colaboradores

visualizem os possíveis horizontes de carreira.

Fonte: Programa OJT

3.2.2 Definição das Competências Necessárias

a) Competências Gerais: São habilidades e conhecimentos técnicos

comuns a todos os eixos de carreira de determinada área.

b) Competências Específicas: São habilidades e conhecimentos

técnicos singulares a cada eixo de carreira de determinada área.

Fonte: Programa OJT

3.2.3 Mapeamento de Competências dos Colaboradores

O processo de mapeamento de competências dos colaboradores é o

momento de se identificar quais são as competências já possuídas pelos

colaboradores e formalizar este inventário, que servirá de base para o processo de

identificação de Gap´s de competências. A partir do formulário abaixo é realizado

entrevista individual com o colaborador para identificar as competências já

adquiridas e qual o grau de proficiência.

3.2.4 Comparativo de Competências do Eixo de Carreira e do Colaborador

Nesta etapa do Programa OJT, será realizado o comparativo entre as

competências requeridas por determinado eixo de carreira versus as competências

e proficiências inventariadas junto aos colaboradores. A partir deste comparativo,

serão identificado os pontos fortes e pontos fracos, que servirá de base para

posterior plano de desenvolvimento de competências do colaborador.

Fonte: Programa OJT

3.2.5 Plano de Desenvolvimento de Competências

O Plano de Desenvolvimento Individual de Competências tem como

objetivo, estabelecer um plano específico, objetivo e mensurável de

desenvolvimento de competências técnicas com foco na especialização e carreira

do colaborador.

Os seguintes pontos deverão ser observados no momento do planejamento

do PDI;

• Competência a desenvolver: priorizar até duas competências técnicas.

• Justificativa: o por que de priorizar determinada competência.

• S.A.: situação atual e status do colaborador.

• Meta: situação esperada.

• Medidas: ações para atingir a meta (Treinamento, Projeto Especial,

Job Rotation, Orientação do Gestor e Auto Desenvolvimento).

CONCLUSÕES

Ao finalizar este trabalho de pesquisa acadêmica, conclui-se que com o

advento da globalização, surgiram novos desafios para área de recursos humanos

em relação ao alinhamento das políticas de RH versus as necessidades

organizacionais. Neste mundo globalizado, onde as barreiras comerciais foram

quebradas, a competitividade aumentou consideravelmente, forçando as empresas

a buscarem novos diferenciais em seus produtos e serviços. Para conseguir novos

diferenciais nos negócios, as empresas precisarão desenvolver novas competências

organizacionais, os quais deverão incrementar o nível de inovação e qualidade dos

produtos e serviços.

Para maximizar essas competências organizacionais, é necessário uma

política de RH, que priorize o desenvolvimento do capital intelectual dos

colaboradores, pois somente através de pessoas altamente capacitadas, se poderá

ter resultados supreendentes e inovadores. Vale ressaltar, que o primeiro passo

para mudança de atuação da área de RH, é a implementação de práticas modernas

de gestão de pessoas e dentre elas a gestão de pessoas baseada no modelo por

competência está se apresentando como bastante promissora. Este modelo de

gestão de pessoas, visa de forma objetiva através de seus conceitos e técnicas,

desenvolver competências individuais, a partir de um alinhamento das competências

organizacionais versus as competências de eixo de carreiras, necessárias para

atingimento dos objetivos e metas da organização.

Diante de tudo que foi exposto, subentende-se que para haver uma quebra

de paradigma dentro das políticas e práticas de gestão de pessoas, é necessário a

transformação da área de RH, saindo de um modelo tradicionalista baseado no

indivíduo versus cargos, e partir para implementação de política baseada no

desenvolvimento contínuo de competências individuais de seus colaboradores, pois

somente com profissionais capacitados, poderá as organizações se transformarem

para os desafios de um mundo globalizado e altamente competitivo.

BIBLIOGRAFIAS:

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