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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “ LATO SENSU ”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
OS DIVERSOS ASPECTOS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
E SEU INTER-RELACIONAMENTO
Por: Luci Peixoto da Cunha
Orientador
Professor Nelsom José Veiga Magalhães
Rio de Janeiro
2003
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “ LATO SENSU “
PROJETO A VEZ DO MESTRE
OS DIVERSOS ASPECTOS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
E SEU INTER-RELACIONAMENTO
Apresentação de monografia à
Universidade Cândido Mendes
como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-
Graduação “Lato Sensu” em
Docência do Ensino Superior.
Por: Luci Peixoto da Cunha
1
AGRADECIMENTOS
Os meus agradecimentos são para todas as
pessoas que estão diretamente ou indiretamente ligadas a
mim:
A Deus e a meus pais por me oferecerem o
dom da vida.
Ao meu esposo e companheiro Manoel , por
me dar força para vencer mais uma jornada.
Ao meu filho Victor Manoel , ser sensível
e criativo que tem participado ativamente do meus
crescimento enquanto ser humano.
A todos os colegas de turma , pela troca
de experiências e amizade ao longo de um ano de
convivência.
Aos professores e coordenadores da
Universidade.
Em especial ao professor Nelsom José
Veiga Magalhães , orientador deste trabalho.
2
Dedico esta monografia ao
meu filho Victor Manoel ,
que por ser um lutador e
com sua tenra idade me
ensinou a vencer as batalhas da
vida , sempre me incentivando a
atingir novas metas e a conquistar
novos espaços.
3
RESUMO
A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM , um tema
inesgotável que procuramos no trabalho ora apresentado
mostrar a sua altíssima importância no desenvolvimento das
atividades escolares apesar de tamanha complexidade.
Em mais de sessenta páginas tentamos focalizar
o desenrolar dos resultados obtidos através do ensino –
aprendizagem , bem como a finalidade de se conseguir
atingir os objetivos traçados e alguns envolvimentos
intimamente ligados a avaliação , isto é suas inter-
relações .
O trabalho encerra colocações fundamentais para o
planejamento da avaliação escolar e focaliza os diversos
aspectos que envolvem tal processo buscando a realidade de
cada unidade de ensino , quer seja o sucesso ou o fracasso.
4
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................. 06
CAPÍTULO I
1.AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
1.1 CONCEITOS BÁSICOS.........................................09
1.1.1 MODALIDADES DA AVALIAÇÃO................................18
1.1.2. FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO ..................................27
1.1.3. A AVALIAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES.........................31
1.1.4. RELAÇÃO AVALIAÇÃO – MEDIDA..........................32
1.2. OBJETIVOS ...............................................36
CAPÍTULO II
2.1.TIPOS DE AVALIAÇÃO........................................43
2.1.1. AVALIAÇÃO DE CONTEXTO..................................43
2.1.2. AVALIAÇÃO DE INSUMO....................................44
2.1.3. AVALIAÇÃO DE PROCESSO ................................ 46
2.1.4. AVALIAÇÃO DE PRODUTO.................................. 47
2.2. ETAPAS DA AVALIAÇÃO .....................................49
2.3. TÉCNICAS E INSTRUMENTOS ................................ 51
2.3.1. TÉCNICA DE OBSERVAÇÃO .................................53
2.3.2. ENTREVISTA E QUESTIONÁRIO .............................54
2.3.3. TÉCNICA DE SOCIOGRAMA .................................55
2.3.4. TESTES OBJETIVOS E PROVAS .............................56
5
CAPÍTULO III
A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E SEU INTER-RELACIONAMENTO
3.1. AUTO-AVALIAÇÃO...........................................58
3.2. DA RECUPERAÇÃO.......................................... 61
3.3. DO CONSELHO DE CLASSE .................................. 62
CONCLUSÃO.....................................................65
BIBLIOGRAFIA..................................................67
ANEXOS....................................................... 69
6
INTRODUÇÃO
O objetivo primordial ao escolher o assunto
para esta monografia foi mostrar o crescimento que ela
poderia trazer para o dia a dia de professores e todos os
interessados neste tema tão valioso para o processo
educacional , já que é de suma importância para a
verificação dos conhecimentos adquiridos , bem como dos
conteúdos ministrados.
Assim, o assunto escolhido foi
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM , seu conceito , seus critérios ,
seus instrumentos , seus resultados , suas inter-relações ,
enfim tudo o que pode acontecer em relação aos resultados
obtidos no processo ensino - aprendizagem bem como as
conseqüências que virão a culminar com a avaliação da
aprendizagem .
Procuramos abordar o assunto
dividindo-o em diversas etapas .
Inicialmente tentamos trazer as noções
relevantes para uma compreensão geral da avaliação da
aprendizagem , diferenciando-a do conceito limitado de
7
medida e relacionando-a aos objetivos educacionais –
especificando os domínios cognitivos , afetivos e
psicomotores .
Tratamos também de suas modalidades ,
funções , tipos , critérios etapas e fazemos breves
comentários acerca dos problemas da Avaliação Escolar .
Após relacionamos técnicas e instrumentos
de avaliação . Apresentamos os mais utilizados , trazendo
exemplos e sugestões para a construção dos vários tipos de
questão de testes objetivos e subjetivos , além de arrolar
suas principais vantagens e desvantagens.
Ressaltamos , ainda , que a AVALIAÇÃO
merece uma análise profunda para que se torne mais justa .
Segundo Ilza Martins Sant’Anna, uma avaliação deve ser
expressa por palavras de amor e incentivo e não por
grilhões estatísticos que impeçam o aluno de mostrar sua
criatividade. 1
De fato deve-se considerar a idéia de
avaliação como inerente ao próprio ato de aprender , sendo
altamente construtivo.
8
O ser humano precisa de contínua sensação de
certeza , mediante a qual se reforça as aprendizagens
anteriores e consegue estímulos para prosseguir na linha da
aprendizagem . O êxito de cada passo num processo de
aprendizagem , tem efeito estimulador sobre os passos
seguintes. Nesse aspecto a AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM tem
realmente um caráter permanente. Além de finalidades
típicas de mensuração , ela atinge todo o trabalho
pedagógico e segundo a frase dita por Carl Rogers
complementada pelo livro de Ilza Martins Sant’ Anna “
Ninguém jamais ensinou nada a ninguém “, o “aluno é o
agente de sua própria aprendizagem . Nenhum professor sabe
tudo , ele deve ser grato às perguntas que o levam a
descobrir as respostas juntamente com seus alunos “.2
Em conseqüência dessas finalidades ,
podemos chegar a análise lógica de inter-relações que
integram a Avaliação da Aprendizagem , como a Recuperação
e Conselho de Classe , podemos , ainda chegar a
julgamentos dos problemas de cada aluno , para que melhor
se possamos atendê-lo sobre o prisma educacional.
Em síntese , o trabalho encerra
colocações fundamentais para o planejamento da avaliação
escolar e pretende através de uma reflexão sistemática
sobre os vários aspectos que o processo de avaliação
envolve posicionar tal processo face à realidade escolar
surgida .
_____________________________________________________________
1- Sant’Anna Martin Ilza – Por que Avaliar? Como Avaliar? - Editora Vozes
pág.
2-Idem – pág. 2
9
CAPÍTULO I
1. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
1.1-Conceitos Básicos
Cresce a cada dia o interesse pelo
processo de avaliação , seus métodos e sua importância no
processo de aprendizagem. A sua concepção também vem
sofrendo modificações e é de percepção atual do termo que
trataremos a seguir.
O que significa Avaliar ?
Num sentido amplo , o processo de
avaliação não se refere apenas ao ensino , mas diz respeito
a nossa vida diária .
10
Constantemente estamos expressando nossa opinião
, julgamento , perante fatos e pessoas . Avaliar também é
refletir , traçar metas.
Segundo Pedro Demo : “ O processo de
avaliação não diz respeito apenas ao ensino e nem pode ser
reduzido apenas a técnicas. Fazendo parte da permanente
reflexão sobre atividade humana , a avaliação constitui-se
num processo intencional , auxiliado por diversas ciências
e que se aplica a qualquer prática. Podemos falar na
avaliação das diversas atividades profissionais , bem como
de uma empresa , de um programa, de uma política “ . 1
____________________________________________________________________________
1. DEMO, Pedro. Avaliação Qualitativa , 1988 , pág 7
11
Ilza Martins Sant’Anna , em seu livro Por
que Avaliar ? Como Avaliar ? , faz referência a Piaget ,
na página 23 , evidenciando que “ não há operação sem
cooperação “ , o que indica a importância da participação
dos colegas e do professor como problematizador .
No sentido restrito da educação
podemos dizer que é um processo de julgamento integral ,
sistemático e contínuo que visa determinar até que ponto os
objetivos traçados foram alcançados.
O Professor organizará as situações de
aprendizagem , oportunizando contato do aluno com o
ambiente , de forma real , significativa. É preciso
conhecer a clientela para utilizar técnicas de acordo com a
realidade interna e externa do sujeito.
A isso denomina-se construtivismo . A
Avaliação consistirá em estabelecer uma comparação do que
foi alcançado com o que se pretende atingir .
Segundo Ilza Martins Sant’ Anna a
Avaliação nos dá resposta a estas perguntas :
- Os objetivos foram alcançados ?
- O tempo previsto foi suficiente ?
- O programa foi cumprido ? ( tarefa )
- Outros objetivos foram alcançados de
maneira indireta ?
12
O professor , ao avaliar , deverá ter
em vista o desenvolvimento integral do aluno. Assim ,
comparando os resultados obtidos , ao final , com a
sondagem inicial , observando o esforço do aluno de acordo
com suas condições permanentes e temporárias , constatará o
que alcançou e quais as suas possibilidades para um
trabalho futuro .
A Avaliação também tem como
pressuposto oferecer ao professor oportunidade de
verificar, continuamente , se as atividades , métodos ,
procedimentos , recursos e técnicas que ele utiliza estão
possibilitando ao aluno alcance dos objetivos propostos .
Assim , o professor avalia a si , o
aluno e , ainda o processo ensino - aprendizagem.
Também ao aluno devem ser oferecidas
oportunidades de avaliar , não somente a si , mas o
trabalho do professor e as atividades desenvolvidas . Porém
para se ter certeza que o aluno integrou realmente o
processo de avaliação é preciso acreditar que sua ação será
tanto mais produtiva quanto maior significação os objetivos
tiverem para ele , levando-o a buscar meios de alcançá-los
. Os alunos se sentirão estimulados para novas
aprendizagens ao verificarem o alcance gradativo de seus
objetivos . 1
____________________________________________________________________________
1- Sant’ Anna Martins Ilza . Por que Avaliar ? Como Avaliar ? -
pág.24
13
Jersild ( 1965 , p 8-9 ) é citado na
obra de Ilza Medeiros , Por que Avaliar ? Como Avaliar ? ,
na afirmativa que faz : “ auto - compreensão e a auto -
aceitação do professor constituem o requisito mais
importante em todo o esforço destinado a ajudar os alunos a
compreenderem-se e forjar neles atitudes sadias de auto -
aceitação “
Podemos , dizer , entretanto que para
que isso aconteça é necessário que o professor volte-se
para dentro de si próprio , analise suas atitudes e não
imponha suas vontades , pois desta forma a avaliação será
bem sucedida , já que o professor estará disposto a superar
preconceitos , a derrubar barreiras e até mesmo quebrar
paradigmas .
Tal atingirá seu ponto máximo , quando o
professor estiver em harmonia consigo mesmo , confiante em
seu trabalho .
Concluímos este pensamento dizendo que o
ato de avaliar requer sempre uma reanálise ou seja ao final
do processo é necessário que se compare os objetivos antes
estabelecidos e os que foram alcançados. A partir daí se
pode saber quais os que foram atingidos e refletir sobre os
motivos do insucesso na obtenção das metas. Tal reanálise
proporcionará , ainda a possibilidade de não incorrer nos
mesmos erros e ainda fazer possíveis alterações nos planos
futuros.
14
Tradicionalmente , na maioria das
escolas , avaliação assumia apenas a conotação de medida
de conhecimento visando a selecionar e classificar alunos.
Essa “ filosofia “ de avaliação e absolutamente anacrônica
na atual escola que visa na realidade analisar o indivíduo
como um todo.
Além de tudo que já citamos , podemos
ainda , acrescentar algumas outras definições de Avaliação
, vejamos abaixo:
“A Avaliação educativa é um processo
complexo , que começa com a formulação de objetivos e
requer a colaboração de meios para obter evidência de
resultados , interpretação dos resultados para saber em que
medida foram os objetivos alcançados e formulação de um
juízo de valor “
( Sarabbi 1971 pág. 9)
“ A Avaliação é essencialmente um processo
centralizado em valores “
( Penna Firme 1976 , pág 17)
“O crescimento profissional do
professor depende de sua habilidade em garantir evidências
de avaliação informações e materiais , a fim de
constantemente melhorar seu ensino e a aprendizagem do
aluno . Ainda, a avaliação pode servir como meio de
15
controle de qualidade , para assegurar que cada ciclo novo
de ensino - aprendizagem alcance resultados tão bons ou
melhores que os anteriores “
( Bloom , Hasting , Madaus ,pág 23)
“Avaliação significa atribuir um valor
a uma dimensão mensurável do comportamento em relação a um
padrão de natureza social ou científica “
( Bradfield e Moredock 1963 pág 35 )
“Avaliação é o processo de delinear ,
obter e fornecer informações úteis para julgar decisões
alternativas “
( Apud Silva 1977 , pág 7)
“ É um processo contínuo , sistemático ,
compreensivo , comparativo , cumulativo , informativo e
global , que permite avaliar o conhecimento do aluno “
( Juracy C. Marques 1976 pág 25)
“ Avaliação é a coleta de sistemática de
evidências por meio das quais determinam-se mudanças que
ocorre , nos alunos e como elas ocorreram. Inclui uma
grande variedade de evidências que vão além do tradicional
exame final de lápis e papel. É um sistema de controle de
qualidade pelo qual pode ser determinada em cada etapa do
processo ensino - aprendizagem , a efetividade ou não do
processo e, em caso negativo , que mudanças precisam ser
feitas para assegurar sua efetividade antes que seja tarde”
.
( Bloom , Hasting , Manaus , 1971, pág 26 )
16
Nas definições acima citadas ,
constatamos sempre a ênfase ao desempenho do aluno . Porém
o pensamento de Ilza Medeiros é que “ enquanto a Avaliação
estiver voltada exclusivamente para o aluno , a qualidade
do ensino estará comprometida “ 1
Por fim Ilza conclui ; “Avaliação é um
processo pelo qual se procura identificar , aferir ,
investigar e analisar as modificações do comportamento e
rendimento do aluno , do educador , do sistema ,
confirmando se a construção do conhecimento se processou ,
seja este teórico ( mental ) ou prático “ . 2
“Avaliar é conscientizar a ação educativa “ 3
____________________________________________________________________________
1. Sant’Anna Martins Ilza - Por que Avaliar ? Como Avaliar ? – pág. 29
2. Sant’Anna Martins Ilza - Por que Avaliar ? Como Avaliar ? - pág. 31
3. Sant’Anna Martins Ilza - Por que Avaliar? Como Avaliar ? - pág. 32
17
Devemos , ainda , apontar algumas
características da avaliação escolar , ela deverá ser :
dinâmica , contínua , integrada , progressiva ,
orientadora , abrangente , cooperativa , versátil ,
qualitativa e cumulativa.
A Avaliação deverá ser sempre dinâmica
e nunca estática , sempre contínua e nunca terminal ,
integrada e nunca isolada do ensino , progressiva e não
estanque , abrangente e não restrita a alguns aspectos da
personalidade do aluno , cooperativa e não realizada
somente por um , versátil e não sempre da mesma forma .
Quando evidenciamos a característica
qualitativa da avaliação estamos valorizando o aspecto
qualitativo sobre o quantitativo . O que importa não é
apenas saber o que o aluno aprendeu , mas como ele irá
utilizar o que aprendeu. É como diz o provérbio : “ Ninguém
vale pelo que sabe e sim pelo que faz com aquilo que sabe”.
A característica cumulativa leva em
conta o momento presente e as informações colhidas durante
o processo. Não sendo uma média de conceitos . mas
expressando o nível final atingido pelo aluno.
18
1.1.1 - MODALIDADES DA AVALIAÇÃO :
Segundo, BLOOM, “ Avaliação é a
sistemática de dados por meio da qual se determinam as
mudanças de comportamento do aluno e em que medidas estas
mudanças ocorreram “ 1
BLOOM classifica a avaliação conforme
as funções que esta desempenha em três modalidades :
- DIAGNÓSTICA
- FORMATIVA
- SOMATIVA
Será diagnóstica quando os propósitos :
a) Determinarem a presença
ou ausência de habilidades e/ou pré-requisitos.
b) Identificarem as causas
de repetidas dificuldades na aprendizagem .
__________________________________________________________________________
1. BLOOM , Benjmimet alli . Handbook on formative and summative evaluation of
student learning . New York , Mc Graw Hill , 1971 pág 72.
19
Já para Ilza Martins Medeiros , a
Avaliação , visa determinar a presença ou ausência de
conhecimentos e habilidades , inclusive buscando detectar
pré-requisitos para novas experiências de aprendizagem
Permite averiguar as causas de repetidas dificuldades de
aprendizagem .
A partir de uma avaliação diagnóstica
segura , providências para estabelecimento de novos
objetivos , retomada de objetivos não atingidos ,
elaboração de diferente estratégias de reforço ( feedback)
, levantamento de situações alternativas em termos de tempo
e espaço poderão e deverão ser providenciados para que a
maioria , ou quem sabe todos os estudantes aprendam de
modo completo as habilidades e os conteúdos que se pretenda
ensinar-lhes . 1
Podemos então dizer que a avaliação
diagnóstica é utilizada para determinar a forma pelo qual o
professor deverá encaminhar , através de seu planejamento ,
toda a Ação Educativa . Ela irá estabelecer as decisões
para tornar o processo de aprendizagem mais exeqüível e
eficaz . Podemos , ainda considerar que é o ponto de
partida par todo o trabalho a ser desenvolvido pelo
professor .
____________________________________________________________________________
1- Sant’Anna Martins Ilza – Por que Avaliar ? Como Avaliar? -Pág 33
20
Concluímos , ainda que a avaliação
diagnóstica possuí três principais objetivos : O primeiro ,
é identificar a realidade dos alunos que irão participar do
processo , comparando-a com a realidade pretendida pelo
professor.
O segundo , é estabelecer a presença
ou não de habilidades e/ou pré requisitos , uma possível “
bagagem “ anterior que o aluno traz para o processo .
O terceiro , está relacionado com a
identificação das causas de repetidas dificuldades na
aprendizagem. Assim o educador poderá rever sua ação
educativa para resolver os problemas .
Será formativa para BLOOM , quando os
propósitos :
a) Informarem ao professor e ao aluno
sobre o rendimento da aprendizagem durante o
desenvolvimento das atividades escolares.
b) Localizarem deficiências na organização
do ensino de modo a possibilitar reformulações no mesmo e
aplicação de técnicas de recuperação do aluno.
Segundo BLOOM a avaliação “ É formativa
no sentido em que indica como os alunos estão se
modificando em direção aos objetivos desejados “. 1
21
Para Ilza a Avaliação para que se
processe a avaliação formativa dentre outros aspectos deve-
se observar :
1- Seleção dos objetivos e conteúdos distribuídos
em pequenas unidades de ensino . As unidades previstas
deverão contar com a participação dos alunos . O aluno
deverá não apenas conhecer , mas ver os objetivos , para
que se engaje no processo .
2- 2- Formulação de objetivos com vista à
avaliação em termos de comportamento observáveis ,
estabelecendo critérios de tempo , qualidade e/ou
quantidade .
3- Elaboração de um quadro ou um esquema
teórico que permita a identificação das áreas de maiores
dificuldades .
4- Correção de erros e insuficiências para
reforço dos comportamentos sucedidos e eliminação dos
desacertos assegurando uma ótima seqüência do ensino -
aprendizagem (feedback de ação ) . 2
____________________________________________________________________________
1- BLOOM , Benjamim et Alli . Handbook on formative and summative
evaluation of student learning . New York , Mc Graw Hill , 1971 , pág 72.
2- Sant”Anna Ilza Martins . Por que Avaliar ? Como Avaliar ? pág 34 .
22
Ilza Martins Sant’Anna diz que conforme
Erica Grassau , para que se processe a avaliação formativa
devemos :
a) Saber o que se quer avaliar e
para que servem os resultados .
b) Obter as evidências que
descrevem o evento que nos interessa .
c) Estabelecer os critérios e os
níveis de eficiência para comparar os resultados .
d) Emiti um juízo de valor que
sirva de base para ações futuras .1
A mesma autora apresenta as
tarefas que devem ser desencadeadas para que o processo
formativo ocorra :
1) especificar o que se deseja
avaliar e a razão por que se avalia .
2) Determinar os objetivos que se
deseja alcançar .
3) Selecionar as variáveis
relevantes para se obter um informação objetiva.
4) Traduzir os objetivos
educacionais e estabelecer critérios para se emitirem
juízos valorativos.
23
5) Construir instrumentos para
obter as informações.
6) Fixar uma amostra que servirá
de base para obter as informações relevantes.
7) Processar e analisar os dados
coletados para obter informações que permitam um
diagnóstico do que desejamos avaliar.
8) Tomar decisões para executar a
ação desejada.
____________________________________________________________________________
1- Sant’Anna Martins Ilza , Por que Avaliar ? Como Avaliar ? Critérios e
Instrumentos , Ed. Vozes , pág 35
24
Segundo BLOOM a Avaliação Somativa
“ objetiva avaliar de maneira geral o grau em que os
resultados mais amplos têm sido alcançados ao longo e ao
final de um curso “ 1
A avaliação somativa é também
conhecida como avaliação tradicional , representa o resumo
de tudo que ocorreu no processo , permitindo determinar se
os objetivos propostos foram alcançados
Segundo Ilza Martins Sant’ Anna , a
função da Avaliação somativa é classificar os alunos ao
final da unidade , semestre ou ano letivo , segundo níveis
de aproveitamento apresentados. 2
Para Maria Tereza Esteban a
AVALIAÇÃO SOMATIVA , é a globalização da Avaliação
Formativa que acontece ao final de ano , para todos os
alunos evidenciando que todos progridem. Aponta , ainda ,
modos ou tipos de progressão que são três :
Progressão Simples : para os
estudantes que acompanharam o trabalho desenvolvido sem
encontrar maiores dificuldades . Alunos que avançaram na
aprendizagem.
___________________________________________________________________________
1- BLOOM, Benjamin S. et alli. Taxionomia dos Objetivos Educacionais, pág
26
2- Sant’Anna Martins Ilza - Avaliar Por que ? Como Avaliar ? pág. 35
25
Progressão com plano didático de
apoio : Para os estudantes que ainda manifestam algumas
dificuldades , que necessitam de uma intervenção mais
individualizada . este plano deve ser elaborado pelo
coletivo de educadores a partir do dossiê dos alunos .
Progressão sujeita a uma
investigação especializada : requerida pelos educadores
para os casos de alunos que necessitam de uma investigação
mais aprofundada sobre as dificuldades que extrapolam os
limites da escola apresentando necessidades de atendimento
mais amplo. Realizada por todos os profissionais possíveis
de contribuir para a organização do trabalho no ano
seguinte : orientadora , educacional , supervisora escolar
, educadores e volante do ciclo . Laboratórios de
aprendizagem , coordenador cultural e recorrendo a outros
profissionais como assistentes sociais , psicólogos ,
agentes de saúde , médicos e outros em parceria com a SMS ,
Universidades , redes de atendimento .1
____________________________________________________________________________
1- Esteban Maria Tereza - Avaliação : uma prática em busca de novos
sentidos pág 136
26
Finalizando este aspecto Maria Tereza
conclui citando o depoimento do Segmento de pais / mães na
discussão realizada no IV Encontro de Conselhos Escolares
em dezembro de 1995 :
“Na avaliação deve ser visto o
aproveitamento dos alunos dentro do que a escola propôs e
discutir os porquês das dificuldades de assimilação desses
conhecimentos. A escola não existe para avaliar as pessoas
, aprovar ou reprovar , mas para fazê-las adquirir
conhecimentos e crescer plenamente “ 1
Já Luckesi ( 1996 ) , neste sentido ,
faz uma distinção entre julgamento e avaliação, diz que “ o
julgamento define uma situação , do ponto de vista do sim e
do não , do certo e do errado ; a avaliação acolhe alguma
coisa , ato , pessoa ou situação , reconhece-a como é para
agir ; não há uma separação entre o certo e o errado ; há o
que existe e esta situação que existe é acolhida para ser
modificada. Na avaliação da aprendizagem como um “ato
amoroso , no sentido de que a avaliação por si , é um ato
acolhedor , integrativo , inclusivo . “ 2
____________________________________________________________________________
1- Esteban Maria Tereza - Avaliação : uma prática em busca de novos sentidos -
Pág 137
2- Luckesi C. Cipriano – Avaliação da Aprendizagem - Fita de Vídeo – Série
Encontros
27
1.1.2- FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO:
Tomando-se por base a definição de
J.L. Mursell , “a avaliação é um sistema intencional e
discriminatório de verificação que tem por objetivo tornar
a aprendizagem mais efetiva “ .
Podemos , portanto , concluir que a
Avaliação como processo , objetiva melhorar a aprendizagem
; a validade deste posicionamento , embora parcial , é
significativa quanto à ênfase dada à avaliação como
processo educativo .
Segundo Ilza Martins Sant’Anna a
importância da avaliação , bem como seus procedimentos têm
variado no decorrer dos tempos , sofrendo a influência das
tendências de valoração que se acentuam em cada época em
decorrência dos desenvolvimentos da ciência e da
tecnologia.1
____________________________________________________________________________
1- Sant”Anna Ilza Martins - Por que Avaliar? Como Avaliar ? - pág 36
28
Podemos dizer que um programa de
avaliação se constitui por funções gerais e específicas.
São funções gerais da avaliação :
Ü Fornecer as bases para o planejamento.
Ü Possibilitar a seleção e a classificação de pessoal (
professores , alunos , especialistas )
Ü Ajustar políticas e práticas curriculares.
São funções específicas da
avaliação;
Ü Facilitar o diagnóstico .
Ü Melhorar a aprendizagem e o ensino ( controle)
Ü Estabelecer situações individuais de aprendizagem.
Ü Interpretar os resultados.
Ü Promover , agrupar alunos ( classificação )
Segundo CooK , 1961, essas funções
estão intimamente relacionadas às funções primordiais da
educação , que são a integrativa e a diferenciada.
Segundo BLOOM, 1971. “ Avaliação é a
sistemática de dados por meio da qual se determinam as
mudanças de comportamento do aluno e em que medidas estas
mudanças ocorreram “
29
Após observarmos as diferentes
referências , sobre as funções da Avaliação , podemos ,
ainda dizer que a Avaliação configura-se , como um meio
para a obtenção de objetivos , desempenhando as funções
DIAGNÓSTICA , CONTROLE e CLASSIFICAÇÃO , possibilitando um
melhor acompanhamento do aluno e um melhor atendimento às
necessidades gerais da escola.
Registramos , abaixo alguns
esclarecimentos sobre o referencial teórico proposto por
BLOOM :
1- Função diagnóstica objetiva :
a) Verificar se o aluno apresenta ou não
determinados conhecimentos ou habilidades necessários para
aprender algo novo ( pré- requisitos ) .
b) Identificar , discriminar , caracterizar as
causas determinantes das dificuldades de aprendizagem ou
essas próprias dificuldades para uma prescrição.
c) Comprovar as hipóteses sobre as quais se baseia
o currículo.
d) Obter informações sobre o rendimento do aluno.
Podemos, pois definir a Função
diagnóstica , como avaliação feita no início das atividades
, oferecendo uma descrição da situação considerada .
30
2) Função Formativa ou de controle
a) Informar o aluno e o professor sobre os
resultados que estão sendo alcançados durante o
desenvolvimento das atividades.
b) Melhorar o ensino e aprendizagem
c) Localizar, apontar , discriminar deficiências
, insuficiências , no desenvolvimento do ensino -
aprendizagem para eliminá-las.
d) Propiciar feedback de ação ( leituras ,
explicações, exercícios , etc.)
Podemos , dizer que a avaliação
formativa é a que se realiza durante as atividades. É
utilizada para corrigir as falhas do programa , enquanto
está sendo executado. Possibilita a correção dos desvios
constatados , visando seu aperfeiçoamento.
3) Função classificatória
a) Classificar o aluno segundo o nível de
aproveitamento ou rendimento alcançado.
b) Buscar uma consciência coletiva quanto aos
resultados alcançados.
Nesta função da avaliação verificamos o
que ocorreu no final da aprendizagem , informamos a
necessidade de haver ou não modificações , dependendo das
deficiências constatadas.
31
1.1.3 – A AVALIAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES
Para Maria Teresa Esteban a
avaliação sempre foi uma atividade de controle que visava
e, portanto , incluir alguns e excluir outros.
“ A avaliação só tem sentido se
tiver como ponto de partida e ponto de chegada o processo
pedagógico para que , identificadas as causas do sucesso ou
do fracasso , sejam estabelecidas estratégias de
enfrentamento da situação “1
O processo avaliativo reveste-se ,
assim , das características de um “ processo de
investigação , de pesquisa , que vise às transformações
perdendo a conotação de mensuração , de julgamento , que
leva às classificações ( ....) 2
____________________________________________________________________________
1- Garcia Leite Regina , 1984 , A Fala dos Excluídos pág. 15
2- Clarilza Prado de Souza – Avaliação do Rendimento Escolar – pág 46
32
Sob a perspectiva de uma análise
daquilo que realmente ocorre nos sistemas de ensino ,
podemos dizer que a avaliação é , ao contrário , um dos
mais eficazes instrumentos de controle da oferta e do
aproveitamento de oportunidades educacionais e sociais e de
dissimulação de um processo de seleção em que , sob uma
aparente neutralidade e equidade , a alguns são oferecidas
sucessivas oportunidades educacionais e, em conseqüência ,
oportunidades sociais, enquanto a outros essas
oportunidades são negadas , processo que se desenvolve
segundo critérios que transcendem os fins declarados da
avaliação. Segundo esses fins declarados , a avaliação
educacional pretende verificar se o estudante alcançou e ,
em que grau, os objetivos a que se propõe o processo de
ensino. Implicitamente a avaliação exerce o controle do
conhecimento e, dissimuladamente o controle das hierarquias
sociais.
1.1.4-RELAÇÃO AVALIAÇÃO-MEDIDA
Podemos com certeza afirmar que
avaliação e medida são termos bastante confundidos , dados
como sinônimos . Esta confusão deve-se também a concepção
antiga da avaliação que era praticamente restrita a medir
as informações memorizadas pelos alunos. Mas infelizmente ,
ainda hoje não é difícil encontrar um professo utilizando
em seu dia- a – dia expressões como “ avaliar os
conhecimentos “ e “ medir os conhecimentos “
indistintamente.
33
O Processo de Avaliação é bem mais
amplo que o Processo de Mensuração.
Segundo Medeiros , podemos distinguir
, ainda que “ Enquanto no Processo de Mensuração verifica-
se a quantidade , a extensão , a massa ou o grau de
atributos de um ser , comparando tais qualidades com
grandezas escolhidas para unidade , no Processo de
Avaliação atribui-se algum valor a cada aspecto
observado... O Processo da Avaliação é , portanto , o mais
amplo dos dois , ligando-se muito à hierarquia de valores
de cada observador “ .1
Ainda , evidenciando-se as
distinções entre os processos , podemos dizer que :
Medir significa determinar a dimensão
, a extensão , a quantidade , o grau e a capacidade de
domínio de determinado objetivo. Esta atribuição de valores
segue regras estabelecidas anteriormente.
____________________________________________________________________________
1- Medeiros , Ehel Bauzer. É possível medir aptidões - FGV Instituto de
Documentação – Rio 1972- pág. 11
34
No Processo Educacional Avaliar é
muito mais complexo , exige muito mais do que medir. Quem
supõe que aplicar testes para medir o rendimento escolar é
avaliar está redondamente enganado. Os testes descreverão
quantitativamente o grau de domínio do aluno sobre o
conteúdo do programa. É claro que colabora com o processo
avaliativo , mas refere-se apenas a quanto o aluno aprendeu
ou quais as mudanças que ocorreram no seu comportamento.
A Avaliação , vai mais longe e
preocupa-se em saber se essas mudanças são significativas ,
o que indicam , de que modo se processaram e se houve
progresso no desempenho do aluno. Caso contrário provoca
questionamento do tipo : o que fazer para mudar esta
situação? Quais os pontos que precisam ser revistos ?
Segundo Esteves “ ao medir ,
respondemos à pergunta : quanto aprendeu este aluno? Ao
Avaliar , perguntamos : este quantum será suficiente em
face do que deseja que o aluno tenha aprendido ? “1
____________________________________________________________________________
1- Esteves . O P. Testes , medidas e Avaliação .1965, pág. 47
35
Sabemos bem que a medida educacional
fornece importantes indicadores a serem utilizados na
avaliação , principalmente dos aspectos quantitativos da
aprendizagem. A ela acrescentam-se outras fontes de
informação que permitem a avaliação de aspectos
qualitativos.
A verificação do rendimento do aluno
através de instrumentos ( mensuração ) não é suficiente
para retratar a realidade do seu crescimento. Aos que temem
a subjetividade das observações assistemáticas , queremos
lembrar que “a maioria das provas empregadas pelo professor
na sala de aula apresentam erros de medida em sua
elaboração , sua aplicação e sua correção , não fornecendo
informações fidedignas sobre a realidade do aluno”.1
____________________________________________________________________________
1- Lindermam , Richard . Medidas Educacionais , Porto Alegre , Ed Globo
1972 , pág 124
36
Após sucinta leitura , podemos
afirmar que a Avaliação deve envolver descrição
quantitativa – através da utilização de medidas objetivas –
e , descrição qualitativa – obtida através de métodos e
técnicas subjetivas. Vale ressaltar que tanto uma quanto a
outra precisam ser submetidas a um processo de análise e
interpretação , e concluídas em um julgamento de valor.
Inferir juízo sobre dados obtidos direta ou indiretamente
sobre a realidade é um aspecto muito importante na
avaliação.
Em suma , o professor estará
avaliando quando interpretar os resultados fornecidos pela
medida envolvendo julgamento de valor e descrições
qualitativas.
1.2 - Objetivos:
Em qualquer atividade do nosso
cotidiano , para que possamos obter êxito , precisamos
estabelecer as metas , bem como os objetivos a serem
alcançados. No processo educacional não poderia deixar de
ser diferente.
Para que a Avaliação se realize é
necessário um confronto entre o que foi desejado e o que
foi alcançado. Isto somente poderá ser verificado mediante
o prévio estabelecimento de objetivos. Assim poderá se
dizer se as mudanças esperadas aconteceram e, muito mais ,
se a atuação pedagógica foi adequada para promover essas
mudanças. 37
Ao realizar seu trabalho , qualquer
educando precisa ter em mente esses três aspectos
interdependentes : Objetivos , Planejamento e Avaliação.
Necessário se faz relacionar os
conteúdos com os objetivos gerais , estes devem ser
expressos em categorias específicas de comportamento para
que possam ser observados e descritos.
Para que não se incorra no erro de
enfatizar alguns aspectos da aprendizagem em detrimento de
outros tão ou mais importantes , foram criadas taxionomias
ou classificações dos objetivos , que visam hierarquizá-
los.
Segundo BLOOM a taxionomia de
objetivos divide-se em três partes :
Domínio cognitivo , domínio afetivo
e domínio psicomotor . Vale a pena ressaltar que esta
divisão é feita apenas para fins didáticos , pois estes
aspectos são intimamente relacionados.
Ao utilizar a taxionomia , BLOOM
afirma que o educador poderá verificar os resultados do
processo de aprendizagem de modo global , selecionando
estratégias e realizando a avaliação mais eficiente.
38
“ A Taxionomia de objetivos Educacionais
consiste em um conjunto de categorias gerais e específicas
que inclui todos os possíveis resultados de aprendizagem
que podem ser esperados da instrução “. 1
O domínio cognitivo “ Inclui os
objetivos vinculados à memória ou à recognição e ao
desenvolvimento de capacidades habilidades intelectuais.2
Este domínio inclui
comportamentos que dão ênfase à resultados intelectuais .
Eles abrangem desde a simples evocação de material até as
mais complexas formas de criar combinações e sintetizar
novas idéias e materiais.
Analisando a atuação da escola ao
longo do tempo , podemos dizer que sua preocupação tem sido
predominante – e muitas vezes , por que não dizer ,
exclusivamente – com o desenvolvimento intelectual do
aluno. Como conseqüência disto , a maior parte dos
objetivos educacionais recai sobre o domínio em questão,
qual seja o domínio COGNITIVO .
___________________________________________________________________________
1. GRONLUND in Avaliação . Secretaria de Educação e Cultura , 1980 , pág 12
2.BLOOM , Benjamim S. et alli Taxionomia de objetivos Educacionais . Ed Globo
pág. 06 .
39
O domínio cognitivo abrange seis
classes principais :
• Conhecimento
• Compreensão
• Aplicação
• Análise
• Síntese
• Avaliação
Estas categorias apresentam-se
relacionadas , melhor dizendo , seguem uma certa ordem
hierárquica. Para que sejam atingidos os objetivos da
Segunda classe , é preciso que os da primeira já tenham
sido assimilados e assim por diante.
• Conhecimento :
A categoria do
conhecimento – como as demais – parte do mais simples para
atingir o mais complexo , e do mais concreto para chegar ao
mais abstrato.
40
O Conhecimento envolve a evocação por
reconhecimento ou memória de idéias , materiais ou
fenômenos. Neste nível , os objetivos enfatizam mais os
processos psicológicos da memória . Isto é , embora a
categoria do conhecimento esteja presente em ouras
categorias da taxionomia , nestas a evocação irá
representar apenas um aspecto de processos bem mais
complexos , como julgamento e reorganização ; enquanto aqui
a evocação , por si só , assume o aspecto principal.
Numa situação de verificação do
conhecimento , a questão é encontrar no problema a ser
resolvido , indícios e sugestões que façam sair qualquer
conhecimento que esteja armazenado.
Numa nova análise da categoria ,
temos o Conhecimento Específico , que pode ser entendido
como ponto de partida para que se atinja a elaboração de
formas mais complexas . Neste , a ênfase está em
fenômenos concretos , na evocação de unidades de informação
isoláveis.
Ainda , dentro dessa análise , o
conhecimento de Teorias e Estrutura apresenta , problemas
ou campo complexo. Aqui , a ênfase está em formulações
abstratas que podem ser usadas para organizar e relacionar
uma série de específicos .
Através de informações obtidas no site
www.penta2.ufrgs.br/edu/bloom/domcogn.htm, do dia 16/07/03
às 22:00 horas , podemos ainda definir o conhecimento “
como processos que requerem que o estudante reproduza com 41
exatidão uma informação que lhe tenha sido dada , seja ela
uma data , um relato , um procedimento , uma fórmula ou uma
teoria .”
• Compreensão
Requer elaboração (modificação) de
um dado ou informação original. O estudante deverá ser
capaz de usar uma informação original e ampliá-la , reduzi-
la , representá-la de outra forma ou prever conseqüências
resultantes da informação original .
• Aplicação
Reúne processos nos quais o estudante
transporta uma informação genérica para uma situação nova e
específica.
• Análise
Caracterizam-se por separar uma
informação em componentes e estabelecer relações entre
eles.
42
• Síntese
Representa os processos nos quais o
estudante reúne elementos para compor algo novo que terá ,
necessariamente , traços individuais distintivos.
• Avaliação
Representa os processos cognitivos
mais complexos. Consiste em confrontar um dado, uma
informação, uma teoria, um produto etc, com um critério ou
conjunto de critérios, que podem ser internos ao próprio
objeto de avaliação, ou externos a ele.
43
CAPÍTULO II
2.1. TIPOS DE AVALIAÇÃO
Para Ilza Martins Sant’ Anna , em sua
obra Por que Avaliar ? Como Avaliar ? A avaliação da
aprendizagem se dividiria em pelo menos quatro tipos ,
dentre os quais se observaria as decisões de planejamento ,
as decisões de insumo , as decisões de implementação e as
decisões de reciclagem . Tais avaliações recebem as
denominações abaixo enumeradas , vejamos , pois :
2.1.1- AVALIAÇÃO DE CONTEXTO :
Neste tipo de avaliação Ilza afirma
que “ analisando o contexto os educadores devem ter mente
o tipo de profissional que querem formar : pessoas
capacitadas a suprir as necessidades e esforços de
desenvolvimento .
Na avaliação de contexto devem ser
observados os seguintes padrões :
Se caracteriza a instituição ;
Se caracteriza a comunidade ;
Se identifica as necessidades ,
problemas;
44
Se estabelece objetivos fundamentais e
metas a serem perseguidas;
Se identifica dados como : “ o que é
“e o “que deveria ser , “onde estamos , e “onde desejamos
estar “.
Se permite que através do conteúdo
sejam alcançados os objetivos propostos;
Se há coerência entre os objetivos
estabelecidos e a realidade.
Se reage à pressão externa e à
oportunidade para mudança ;
Se caracteriza o tipo de aluno .1
2.1.2.- AVALIAÇÃO DE INSUMO :
Podemos dizer que são as decisões de
estruturação .
Ilza define “ O insumo constitui-se de
todos os meios disponíveis e utilizáveis , tendo por
finalidade atingir os objetivos do programa “ 2
___________________________________________________________________________
1-Sant’Anna Martins Ilza – Por que Avaliar ? Como Avaliar ? Página 40
2-idem – página 40
45
Para Ilza a avaliação de insumo
baseia-se nos seguintes padrões :
Mostra como usar recursos para atingir
metas ;
Detalha o corpo docente e discente ;
Prevê grupos eventuais de
especialistas e representantes comunitária , visitas ,
consultas , conferências ;
Prevê aperfeiçoamento pessoal e
profissional de professores;
Elabora estratégias e planos
operacionais detalhados;
Prevê especificação de evidências que
atestarão se os objetivos foram alcançados;
Determina técnicas e recursos a serem
utilizados em cada atividade e em cada tarefa para alcance
dos objetivos;
Prevê a oportunidade de atingir metas
em função de recursos humanos e materiais ;
Analisa como atingir produtos finais
desejados;
Especifica com detalhes o planejamento
em operações diárias ;
Especifica materiais , equipamentos ,
cronogramas , organização , controle , pessoal para atingir
determinada meta ;
Decide se uma meta é atingível e legal;
Emprega testes, questionários ;
Planeja aperfeiçoar o programa; 1
____________________________________________________________________________ 1- Sant’Anna Martins Ilza – Por que Avaliar ? Como Avaliar ? Página 41
46
2.1.3- AVALIAÇÃO DE PROCESSO :
Ilza define : “O processo ou
implementação é toda a engrenagem que aciona a formação do
produto através de adequadas estratégias de procedimento e
sua implantação ; provê informação para decisões
programadas e mantém registro do procedimento tal como ele
ocorre.
Para a avaliação do processo são
indicados os padrões a seguir elencados :
Prevê desenvolvimento e
aperfeiçoamento contínuo do currículo ;
Prevê ou detecta defeitos na
estratégia de procedimento ou na sua implantação ;
Provê realimentação para as pessoas
responsáveis pela implementação ;
Mantém um registro de procedimento à
proporção que eles decorrem;
Detecta dificuldades encontradas no desempenho das
atividades de procedimento;
Emprega a avaliação continuamente
durante o período de implementação;
47
Auxilia na interpretação dos
resultados ;
A informação é delineada , obtida ,
registrada e relatada tão freqüentemente quanto desejada;
Envolve aperfeiçoamento efetivo e
constante dos planos de avaliação; 1
2.1.4- AVALIAÇÃO DO PRODUTO :
Ainda , realizando os estudo na
obra de Ilza , esta define “ Produto é o fim alcançado e
revela mudanças efetuadas “.
Conclui que Ilza ao descrever o
produto é necessário ver se ele corresponde à realidade do
que se propunha em termos de objetivos para suprir as
necessidades e esforços de desenvolvimento .
Em termos de qualidade e
quantidade devem ser mensurados os conhecimentos , as
habilidades , as condutas e as destrezas requeridas do
educando para atender o processo de desenvolvimento.
____________________________________________________________________________ 1-Sant’Anna Martins Ilza – Por que Avaliar ? Como Avaliar ? – págs. 41 e 42
48
Para avaliação do produto , Ilza
considera que serem propostos os seguintes padrões :
A avaliação é objetiva e
compreensiva;
Mede e interpreta os resultados;
Fornece contribuição efetiva ao
desenvolvimento pessoal e social;
Usa padrões previamente estabelecidos
para comparar os resultados obtidos;
Relaciona resultados com os objetivos
, bem como com a política educacional vigente;
Aponta os desvios que possam
prejudicar a eficiência do produto desejado;
Abre perspectiva para , em tempo
consertar os aspectos falhos;
Fornece critérios para a identificação
do desenvolvimento de habilidades fundamentais , de
conhecimento gerais ou específicos e de modificações
positiva de atitudes;1
___________________________________________________________________________
1-Sant’Anna Martins Ilza – Por que Avaliar ? Como Avaliar ? – págs. 42 e 43
49
2.2- ETAPAS DA AVALIAÇÃO
Segundo Thorndike , “quando avaliamos
com o uso de medidas necessitamos seguir determinados
passos , como:
• Indicar e definir o atributo a ser mensurado , isto é o
que será medido e avaliado.
• Determinar um conjunto de operações em virtude do qual
possa o atributo tornar-se perceptível ou manifesto ,
isto é , estabelecer como medir e avaliar o atributo em
causa;
• Estabelecer um conjunto de procedimentos que permitam
traduzir os resultados em termos quantitativos , isto é
, representar os resultados em termos quantitativos,
isto é , representar os resultados por meio de símbolos
( números, conceitos , etc)
Ainda referenciando Thorndike e Hagem
, podemos acrescentar sobre as etapas da avaliação que :
“ O processo de medir é posterior à
definição de objetivos. Primeiro , devemos formulá-los
claramente , depois é que poderemos buscar procedimentos de
medida.”
“ Grande parte da medida educativa e
psicológica se encontra em níveis relativamente baixos de
refinamento e precisão. Temos que conhecer esse fato ,
ainda quando utilizamos os melhores procedimentos a nossa
disposição. Daí que deveremos tratar os resultados não como 50
uma conclusão bem estabelecida , mas como uma hipótese
tentativa. “
“ Os procedimentos mais refinados dos
testes e das medidas formais têm de complementar-se com os
procedimentos de observação informal , a descrição
anedótica e a classificação , se queremos obter uma
descrição do indivíduo que seja mais completa e
compreensiva.”
“ Por mais engenhos que se empreguem
na elaboração de procedimentos e instrumentos nunca
conseguiremos eliminar a necessidade de interpretar os
resultados que proporcionam. Os procedimentos de medida não
são mais que ferramentas. Para o uso de tais instrumentos
necessitaremos para usá-los com discernimento e eficiência
. “
____________________________________________________________________________
Thorndike , R. e Hagen , E , Testes y técnicas de medicion em psicologia y
educacion , México , Trillas 1973 , página 27
51
2.3- TÉCNICAS E INSTRUMENTOS
BLOOM em sua obra Et Alli , afirma que :
“Durante a aula , em cada classe ,
professores avaliam seus alunos . Fazem isto de modo
espontâneo , sem o auxilio do que habitualmente se chama de
teste, Muitas vezes atenção do professor se volta para uma
expressão facial momentânea , um tom de voz , uma forma de
postura; outras vezes , naturalmente , considera as
respostas que o aluno traz às perguntas feitas. Contudo
este tipo de avaliação é não – planejada ; é diferente dos
tipos de avaliação sistemáticos e quantitativos – avaliação
diagnóstica , formativa , somativa e outras . Isto não
sugere que a avaliação informal , espontânea , seja de
pequeno valor ou de que haja qualquer contradição básica
entre a avaliação formal e a informal . “ 1
O Laboratório de Ensino Superior, da
Faculdade de Educação da UFRGS , através de uma equipe de
técnicos , dentre os quais se destacaram , Jussara Grubber
, Luzia Garcia de Mello , Zênia Raupp do Prado e outros ,
na obra Planejamento e Organização do Ensino , Editora
Globo , tece alguns comentários a respeito dos instrumentos
de medidas , podemos dizer que :
____________________________________________________________________________
1-BLOOM B. et alli – op cit pág 249
52
“Antes de escrever qualquer questão o
professor deve ter em mente , de uma forma muito clara ,
qual o propósito a que o teste deve servir , que capacidade
e que áreas do conteúdo visa medir e que valores relativos
deve Ter. Ignorar estes fatores, na preparação de um teste
, é correr o risco de que, constituindo uma amostra de
questões insuficientes, leva a uma visão errônea do
progresso dos alunos “.1
Várias técnicas ou instrumentos podem
auxiliar o professor em seu desempenho de avaliador , senão
vejamos :
• A observação e fichas ( ou listas de controle ) ,
escalas , sistemas de categorias , etc ;
• Entrevista e questionário;
• A técnica sociométrica e sociograma;
• A técnica de testagem ( exame , verificação ) e teste
objetivo e de ensaio.
___________________________________________________________________________
1-Planejamento e Organização do Ensino, Lab. de Ens. Superior da UFRGS
Editora Globo , página 338
53
2.3.1- TÉCNICA DE OBSERVAÇÃO :
Quanto a técnica de observação ,
podemos dizer que esta ocorre em grande parte do ensino -
aprendizagem , me arriscaria , ainda a dizer que esta deve
ocorrer durante todo o processo .
O professor esclarecido sabe que a
observação não é algo simples ou fácil , mas uma paciente
disciplina de espírito , faz parte do contexto do ensino –
aprendizagem .
Muitas ramificações da psicologia ,
mais especificamente a Psicologia Experimental e a
Gestáltica , procura explicar melhor a observação até como
processo mental .
Como processo mental , é definida da
seguinte forma :
“Observar é ato de aprender coisas e
acontecimentos , comportamentos e atributos pessoais e
concretas inter-relações . É , pois , mais do que
simplesmente ver e ouvir: é seguir atentamente o curso dos
fenômenos , selecionando o que se torna mais importante e
significativo , a partir de intenções específicas.1
____________________________________________________________________________
1- Santana M Flávia - Planejamento de ensino e avaliação, página 197 –
Editora Sagres.
54
Como técnica organizada , podemos assim
definir:
“ É um meio de medir por descrição ,
classificação e ordenação. Transcende à mera constatação
dos dados e envolve a complementação dos sentidos por meios
técnicos. Permite a apreensão direta dos fenômenos em sua
configuração “.1
A Observação como técnica requer
ainda a especificação , a quantificação , a objetividade ,
a sistematização , a validade e o treinamento.
2.3.2 - ENTREVISTA E QUESTIONÁRIO
Quanto a Entrevista e o Questionário
, são consideradas de grande valia na área educacional ,
porque informalmente podem fornecer informações sobre
percepções , sentimentos , necessidades e outros que o
aluno esteja se submetendo . Para o professor é um dos
instrumentos mais práticos no critério de avaliação . É
comumente usado no dia- a – dia , quer seja dentro da sala
de aula , quer seja na escola como um todo ou até em
empresas que estejam querendo constatar o grau de
conhecimentos de quem está sendo submetido ao teste.
_____________________________________________________________
1- Santana M. Flávia - Planejamento de ensino e avaliação, página 197 ,
Editora Sagres.
55
Alguns Autores , afirmam que “ embora a
entrevista e o questionário se baseiem na validez de
referências orais , existem expressivas diferenças entre os
dois . Em um questionário a informação obtida restringe-se
a respostas escritas e questões pré-elaboradas. Na
entrevista , como o entrevistador e a pessoa entrevistada
estão presentes no momento em que as questões são
formuladas e respondidas , há oportunidades de uma
flexibilidade maior “ 1
2.3.3. - TÉCNICA DE SOCIOGRAMA
Sociograma na acepção da palavra quer
dizer :“Figura que objetiva representar a fisionomia das
relações individuais entre os diversos membros de um
grupo.”
Um sociograma possibilita informações
sobre o ajustamento social de grupos .
Podemos , ainda , tecer mais
comentários sobre a técnica de sociograma , dizendo que é
quando o professor busca atingir objetivos no domínio
afetivo ( desenvolvimento sócio-emocional ) e comparar as
mudanças ocorridas no grupo da sala de aula e no aluno, em
particular.
__________________________________________________________________________
1- Selltiz et Alii. Métodos de pesquisa das relações sociais.1965 – pág. 24
56
2.3.4.- TESTES OBJETIVOS E PROVAS :
Para Ilza Martins Sant” Anna , em sua
obra Por que Avaliar ? Como Avaliar ? A Avaliação , quer
seja feita através de testes ou provas ou por ambos , deve
realizar-se numa atmosfera que permita o crescimento do
aluno e não a criação de bloqueios. A própria limitação
será melhor constatada quando a estrutura e organização da
aprendizagem for feita num ambiente completamente livre de
ameaça.1
Complementa Ilza , que os Testes e
Provas devem se constituir por elementos que confirmem os
objetivos do aluno e se aprendeu o que queria aprender. Uma
pessoa aprende significativamente aquelas coisas que ela
percebe e estão envolvidas na conservação , na
intensificação e na estrutura do EU.2
Para GRONLUND , :
“ Os testes jogam um papel central na
avaliação do progresso dos alunos. Proporcionam medidas
diretas de muitos resultados importantes da aprendizagem e
evidências indiretas sobre outros ... “
“A validade da informação que
propiciam depende , contudo , dos princípios que
fundamentam sua construção e uso “ 3
___________________________________________________________________________
1- Sant’ Anna Martins Ilza, Por que Avaliar? Como Avaliar? Pág. 43
2- Ídem, página43
3- GRONLUND, N.op.Cit., pág. 129
57
CAPÍTULO III
A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E SEU INTER-
RELACIONAMENTO
Trataremos , agora da última
parte por nós focalizada no tema , que são as inter-
relações da avaliação da aprendizagem escolar .
Podemos , além de tudo o que
procuramos demonstrar nas análises que tratamos ,
acrescentar que a AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM está
intimamente ligada a reflexão sobre a produção do
fracasso/sucesso do aluno .
Para realizar esta análise a
escola procura as ocasiões próprias para tecer comentários
sobre o desempenho dos alunos.
Para Regina Leite Garcia “ A
Avaliação sempre foi uma atividade de controle que visava
selecionar e, portanto , incluir alguns e excluir outros .
“
58
3.1.– AUTO-AVALIAÇÃO :
A auto - avaliação é uma técnica
importantíssima , por que proporciona ao aluno o
desenvolvimento de sua capacidade crítica .
Ilza Martins Sant” Anna define da
seguinte forma: “ Instrumento capaz de conduzir o aluno a
uma modalidade de autoconhecimento que se põe em prática a
vida inteira “ 1
Segundo Ilza é graças a auto- avaliação
que os alunos adquirem uma capacidade cada vez maior de
analisar suas próprias aptidões , atitudes , comportamento
, pontos fortes , necessidades e êxito na consecução de
propósitos. Eles desenvolvem sentimentos de
responsabilidade pessoal ao apreciar a eficácia dos
esforços individuais e de grupo. Aprendem a enfrentar
corajosamente as competências necessárias em várias tarefas
e a aquilatar suas próprias potencialidades e contribuições
.
Completando idéia de Ilza , podemos
dizer que a auto – avaliação não deverá apenas ser baseada
em relatórios estruturados onde os alunos responderão sobre
o seu comportamento , interesse pelos assuntos tratados ou
trabalhados individualmente e de grupos. É imprescindível
que ela conduza o aluno a uma reflexão mais profunda a um
encontro com o objeto de conhecimento , uma análise das
alterações ocorridas durante as interações existentes
entre eles .
____________________________________________________________________________
1- Sant’Anna Martins Ilza , Por que Avaliar ? Como Avaliar ? pág. 94
59
Abaixo trazemos uma nota a respeito
da auto – avaliação feita pela SMEC do RJ :
“A imagem que o aluno faz de si
próprio dá ao professor uma contribuição valiosa , no
sentido de conhecê-lo melhor. O aluno também lucra com a
auto - avaliação , uma vez que tem , assim , oportunidade
de refletir sobre a sua participação , seus sentimentos ,
suas possibilidades e limitações “ .1
Sobre a nota acima , podemos
concluir que na prática , não é uma tarefa fácil ajudar o
aluno a desenvolver sua auto – avaliação de maneira
objetiva , É imprescindível que haja uma comunicação clara
e pessoal entre professores e alunos e um clima de
aceitação e apoio na sala de aula , entre outros aspectos .
Vani Moreira Kenski na sua obra
Repensando a Didática diz que :
“ Os alunos também avaliam os
seus colegas e principalmente o professor. O professor é
avaliado sob diferentes critérios que vão desde sua
aparência pessoal até as suas atitudes frente à turma ou
sua relação em termos de conhecimento , com a matéria que
ensina “.2
____________________________________________________________________________ 1- Secretaria Municipal de Educação e Cultura . Normas para a avaliação do
rendimento escolar . 1976 . pág. 13
2- Vani Moreira Kenski – Representando a Didática , 1989 , pág. 133
60
Não podemos deixar de observar também
a técnica da Auto - Avaliação do Professor , que é momento
de reflexão muito intensa , do encontro com as verdades ,
do conhecimento e a realidade , caracterizada pela prática
com seus alunos .
Na obra O Papel do professor na
avaliação é observado que :
“ Enquanto o professor avalia seus
alunos , deverá também estar se auto – avaliando ,
avaliando seus métodos e sua técnica . Os resultados da
avaliação devem ser utilizados para possíveis reformulações
, visando melhoria do processo ensino – aprendizagem “ 1
Dentre outras , deverá o professor
perguntar a si mesmo :
• Tenho obtido bons resultados através do meu ensino ?
• Como meus alunos estão entendendo minhas aulas ?
• Sou claro nas minhas exposições ?
• Facilito a aprendizagem de meus alunos ?
____________________________________________________________________________
1- Secretaria do estado de Educação e Cultura – O Papel do Professor na
Avaliação , 1980 , pág 36
61
3.2 - DA RECUPERAÇÃO :
Os estudos de recuperação estão
também interligados a avaliação da aprendizagem , pois
estão relacionados aos dois tipos de avaliação que já
falamos anteriormente , quer seja a somativa e a formativa
, pois dependendo do Planejamento Curricular de cada escola
, poderá a recuperação se processar ao final de cada
semestre ou ao final de cada aula ou unidade de ensino .
É amparado por Lei , no artigo 24 –
V – e, da Lei de Diretrizes e Bases é assegurado ao aluno
a recuperação ao aluno que não obteve aprovação imediata .
Os estudos de recuperação devem ser
encarados como parte do processo ensino – aprendizagem ,
intimamente integrados ao planejamento e a avaliação das
atividades docentes e discentes.
Para H. Vianna , na obra Testes em
Educação , “ a Recuperação não é simplesmente mais uma
novidade da Lei , nem se efetiva por força do cumprimento
do dispositivo legal. Ela é um fato pedagógico necessário ,
do qual são responsáveis professor e aluno , que se obrigam
a utilizar de todos os recursos disponíveis para garantir o
êxito da aprendizagem “.1
62
3.3– DO CONSELHO DE CLASSE
O Conselho de Classe , também está
intimamente relacionado com a avaliação da aprendizagem , a
lei estabelece que cada Unidade de Ensino deverá ao final
de cada bimestre tecer comentários dos resultados dos
conteúdos ministrados e dos resultados obtidos pelos alunos
, isto é seus conceitos perante ao corpo de professores e
demais elementos que atuam junto ao processo do ensino –
aprendizagem ;
Ilza Medeiros diz que “ É a
atividade que reúne um grupo de professores da mesma série
, visando em conjunto chegar a um conhecimento mais
sistemático de uma turma , bem como acompanhar e avaliar
cada aluno individualmente , através de reuniões
periódicas. “ 2
____________________________________________________________________________
1- H. Vianna ,Testes em educação , Editora São Paulo 1973 ,pág 134 ,
2- Ilza Sant’Anna Martins , Por que Avaliar ? Como Avaliar? Pág 88
63
A equipe toda se reúne com o
propósito de avaliar .
O conselho de Classe deverá seguir
alguns pressupostos já traçados por cada Unidade de Ensino
em seu Projeto Pedagógico , observando-se é claro os
objetivos que se querem alcançar e seus propósitos , tudo
de acordo com o estabelecido no Parecer 1367/73 do
Conselho Estadual de Educação .
Podemos , ainda dizer que os Conselhos
de Classe têm como finalidade o aprimoramento do trabalho
educativo da escola através da conjugação de esforços de
sua equipe pedagógica .
Para Ilza Martins Sant’Anna o Conselho
de Classe se justifica , porque ?
1- Favorece a integração entre os professores ,
aluno e família ;
2- Torna a Avaliação mais dinâmica e
compreensiva.
3- Possibilita um desenvolvimento progressivo da
tarefa educacional.
4- Conscientiza o aluno de sua atuação.
5- Considera as áreas efetiva , cognitiva e
psicomotora.
6- A Comunicação dos resultados é sigilosa e a
realizada pelo professor conselheiro , eleito pela turma.
64
7- Os professores , mais radicais , que tentam
apresentar seus conceitos predeterminados , são ajudados
pelos colegas a visualizarem o aluno como um todo e a terem
uma concepção clara dos propósitos de uma avaliação
formativa.1
______________________________________________________________
Sant’Anna Martins Ilza – Por que Avaliar? Como Avaliar? Pág. 93
65
CONCLUSÃO
Sendo a Avaliação da Aprendizagem o tema
central desse trabalho , queremos , ao finalizar ,
apresentar de forma sucinta , porém objetiva os pontos
básicos que o nortearam ;
Concluímos que :
• A Avaliação visa a obtenção de informações que conduzem
ao constante ajuste do processo de ensino –
aprendizagem.
• A avaliação tem como referências os objetivos
educacionais.
• A avaliação é contínua para refletir o crescimento do
aluno.
• A avaliação deve ser considerada como meio para atingir
um fim e não um fim em si mesma.
• A avaliação se relaciona com todo o desenvolvimento do
trabalho executado na escola.
Segundo os autores referenciados e
desenvolvidos dentro das suas propostas de avaliação
podemos dizer que torna-se necessário uma mudança deste
contexto de avaliação de medir e julgar , quer seja
confortável para algumas situações e envolvimentos de
opiniões particulares . Permanecer na mesmice e no óbvio
torna-se uma armadilha do conforto, do estagnável e certo
como proposta de avaliação não envolvedora , portanto mudar
66
é preciso ,para desenvolver uma nova forma de instigar o
aprender a aprender .
Finalizamos dizendo que em nenhum
momento foi nosso objetivo esgotar o tema apresentado ,
pois como evidenciam a maioria dos autores citados em nosso
trabalho , a Avaliação em um primeiro momento fascina , mas
no instante seguinte preocupa .
67
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