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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Escolha profissional: a dúvida que pode mudar um caminho. Por: Carla Soares de Souza Sampaio Orientador Prof. M.S. Ana Cristina Guimarães Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Escolha profissional: a dúvida que pode mudar um caminho.

Por: Carla Soares de Souza Sampaio

Orientador

Prof. M.S. Ana Cristina Guimarães

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Escolha profissional: a dúvida que pode mudar um caminho.

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em. Orientação Educacional e Pedagógica. Por: Carla Soares de Souza Sampaio

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AGRADECIMENTOS

Ao meu marido Ricardo, aos meus pais e

as minhas irmãs, que me apoiaram ao

longo de minha caminhada.

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DEDICATÓRIA

Dedico àqueles que orientam jovens indecisos

em sua primeira escolha profissional,

mostrando o melhor caminho para o

momento.

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RESUMO

Aborda a prática da orientação profissional no contexto sócio-histórico e a

necessidade de utilizá-la nas escolas, sobretudo no segundo segmento do ensino

fundamental, a fim de auxiliar o educando no processo de escolha profissional.

Enuncia a influência que a sociedade, a família e a escola exercem na escolha

profissional do educando, bem como delineia o processo de aquisição de sua

identidade social e profissional. Coleta informações, que determinam o campo de

trabalho do Orientador Profissional.

Palavras-chave: Orientação Profissional, influência, educando.

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METODOLOGIA

A metodologia aplicada no desenvolvimento deste trabalho se deu a

partir de pesquisas bibliográficas e a outras fontes de consulta (Internet e texto de

autores consagrados), entrevista a Orientadores Educacionais e pesquisa com

alunos do segundo segmento do ensino fundamental da rede pública. Abordando

questionamentos e práticas da orientação educacional, observando as

peculiaridades impulsionadas pelo desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre

o tema: Orientação Profissional.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................8

1. A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL: O CONCEITO........................11

2. A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL OU VOCACIONAL......................................17

3. O ORIENTANDO E A SOCIEDADE: A DÚVIDA................................................22

4. ESCOLHA PROFISSIONAL: O MELHOR CAMINHO PARA O MOMENTO.....31

5. ANÁLISE DE RESULTADOS..............................................................................35

CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................40

ANEXOS..................................................................................................................42

REFERÊNCIAS........................................................................................................43

ÍNDICE.....................................................................................................................46

FOLHA DE AVALIAÇÃO.........................................................................................48

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho monográfico é objeto de conclusão do curso de Pós-

Graduação em Orientação Educacional e Pedagógica, em que se buscou tratar a

importância da Orientação Educacional na preparação do educando para o mundo

do trabalho.

Partindo do pressuposto de que o orientador tem como papel fundamental

auxiliar indivíduos indecisos a avaliarem seu repertório comportamental e a

traduzi-lo em escolhas profissionais. A orientação profissional adquiriu relevância

crescente neste processo, face às modificações atuais no mundo do trabalho,

que dá privilégio à educação permanente.

Bock (2002) afirma que, na atividade de informação profissional o objetivo

principal é a realização e a ampliação dos conhecimentos do orientando, partindo

de pressupostos genéricos até chegar ao afunilamento de suas opções

profissionais.

Esta observação já havia sido palco de discussões nas aulas do módulo:

Orientação Vocacional e Profissional. E por este motivo, resolveu-se abordar tal

assunto, evidenciando as principais competências do orientador, com uma

abordagem sócio-histórica, e a sua mediação na preparação do orientando para o

mundo do trabalho e na escolha de uma profissão.

Esta pesquisa monográfica terá como objeto de estudo a escolha

profissional a partir do segundo segmento do ensino fundamental da rede

pública, no município de Nova Iguaçu – Rio de Janeiro. Coletaram-se dados por

meio de entrevista a vinte e oito alunos do CIEP BRIZOLÃO 317- Aurélio

Buarque de Holanda (ensino regular e EJA) acerca do assunto: escolha

profissional.

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A consulta a diferentes textos permitiu aprofundar o entendimento do

fenômeno da escolha de uma profissão, bem como, compreender a importância do

orientador neste processo.

No primeiro, dos cinco capítulos em que este trabalho está estruturado, há o

resgate histórico da Orientação Educacional no Brasil, com a reproduzida da visão

das autoras Grinspun (1986) e Penteado (1976), que defendem a teoria de que a

evolução do termo compreendido como Orientação Educacional está relacionada a

cinco períodos: Período Implementador, Período Institucional, Período

Transformador, Período Disciplinador e Período Questionador.

No segundo capitulo foi proposto um desdobramento da visão conceitual

sócio-histórica da Orientação Profissional, tema gerador deste trabalho.

Defendendo a idéia de que a mesma advém da Orientação Educacional. No

entanto, merece atenção especial, por se tratar de um assunto que é de suma

importância no contexto escolar. Visto que, em todo o processo histórico, a questão

da preparação para o mercado de trabalho é ressaltada.

Seguidamente, no terceiro capitulo, fez-se uma sinopse do tratamento

conferido ao trabalho assalariado ao longo da história da humanidade, bem como

da introdução da orientação profissional no cenário sócio-econômico.

Delineou-se, ainda, o perfil do educando do Ensino Regular e daquele que

busca o sistema de Educação para Jovens e Adultos e a forma pela qual esse

indivíduo adquire sua identidade social e profissional.

Analisou-se, também, a influência da sociedade, da família e da unidade

escolar no processo de escolha profissional desses cidadãos.

No quarto capítulo, tratou-se da diversidade de profissões, e de sua

constante mutação, com extinção de algumas e surgimento de muitas outras e, por

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esse motivo, das dúvidas e questionamento do educando em fase de escolha

profissional.

Finalmente, no quinto capítulo, foram aduzidos gráficos representativos, com

o resultado das pesquisas realizadas com alunos do segundo seguimento do

Ensino Fundamental e com Orientadores Educacionais.

As considerações finais exibem a síntese de toda pesquisa monográfica ora

apresentada. Sendo possível observar, que a questão da escolha profissional pode

gerar dúvidas que mudam um caminho.

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CAPÍTULO I

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL:

O CONCEITO

Diante das modificações sociais, rápidas e profundas, surge a necessidade

de ampliação das funções, tradicionalmente, desempenhadas pelas instituições

escolares.

Penteado (1976) afirma que a escola, procurando atender a esta demanda,

não só redefiniu o seu papel, mas também, criou serviços necessários à

implantação de novos objetivos educacionais. Sendo um deles a Orientação

Educacional (O.E.).

1.1 – Breve Histórico da Orientação Educacional

O surgimento da Orientação Educacional no Brasil se deu, segundo

Penteado (1976), no início do século XX como uma resposta aos anseios da

sociedade. Pois, estava voltada ao encaminhamento de indivíduos ao mercado de

trabalho, devido às demandas da revolução industrial.

“Nos primórdios do século XX surge a Orientação que constitui, nesse momento, uma resposta mais às necessidades sociais do que individuais. As preocupações da Orientação centravam-se no encaminhamento profissional dos indivíduos face às demandas da revolução industrial” (PENTEADO, 1976, P. 2)

Buscava-se, pois, a aplicação de procedimentos voltados ao fazer

pedagógico, que direcionava não só a formação da personalidade do educando

com seus problemas e seu encaminhamento, mas elevava seus aspectos morais.

Nesta perspectiva, Grinspun (1986, p. 96) diz, que a evolução do termo

concebido como Orientação Educacional está ligada a cinco períodos: Período

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Implementador, Período Institucional, Período Transformador, Período

Disciplinador e Período Questionador.

É possível observar, que o Período Implementador (de 1920 a 1941) se deu

a partir da necessidade da sociedade da época voltada à industrialização. Desta

forma, o papel do Orientador Educacional delineava-se para a seleção e

treinamento profissional, através de teste psicométricos. Visto que, a utilização

deste método tinha como resultado a delineação dos perfis profissionais. Houve

tentativas de adaptar, ao contexto brasileiro, inúmeros testes importados,

principalmente dos Estados Unidos da América, porém, não houve uma efetivação

significativa. Grinspun (1986) acredita, que “o conceito de Orientação Educacional

era o conceito importado de uma orientação nitidamente vocacional” (p. 96).

Já o Período Institucional, subdividido em Período Funcional (de 1942 a

1950) e Período Instrumental (de 1951 a 1960), caracteriza-se pelo aparecimento

da Orientação Educacional na Legislação Brasileira.

A mesma foi instituída, obrigatoriamente, para atender, no primeiro

momento, o Ensino Industrial. Como se pode observar no Decreto-Lei 4073 de

30/01/1942, CAPÍTULO XIII - Artigos 50, 51 e 52:

“Art. 50. Instituir-se-á, em cada escola industrial ou escola técnica, a orientação educacional, que busque, mediante a aplicação de processos pedagógicos adequados, e em face da personalidade de cada aluno, e de problemas, não só a necessária correção e encaminhamento, mas ainda a elevação das qualidades morais. Art. 51. Incumbe também à orientação educacional nas escolas industriais e escolas técnicas, promover, com o auxílio da direção escolar, a organização e o desenvolvimento, entre os alunos, de instituições escolares, tais como as cooperativas, as revistas e Jornais, os clubes ou grêmios, criando, na vida dessas instituições, num regime de autonomia, as condições favoráveis à educação social dos escolares. Art. 52. Cabe ainda à orientação educacional valor no sentido de que o estudo e o descanso dos alunos decorram em termos da maior conveniência pedagógica.” (LEI nº 4.073/1942)

A orientação era responsável por promover, com o auxílio da direção, a

integração entre alunos e instituições, com, dentre muitos outros, as cooperativas e

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as revistas com o cunho de criar, de forma autônoma, condições que favorecessem

a educação social dos mesmos.

Já no segundo momento, foi determinado no Decreto-lei nº 4244, 09/04/42,

o direcionamento da O.E. para a Ensino Secundário, CAPÍTULO VI

artigos 80, 81, 82 e 83:

“Art. 80. Far-se-á, nos estabelecimentos de ensino secundária, a orientação educacional. Art. 81. É função da orientação educacional, mediante as necessárias observações, cooperar no sentido de que cada aluno se encaminhe convenientemente nos estudos e na escolha da sua profissão, ministrando-lhe esclarecimentos e conselhos, sempre em entendimento com a sua família. Art. 82. Cabe ainda à orientação educacional cooperar com os professores no sentido da boa execução, por parte dos alunos, dos trabalhos escolares, buscar imprimir segurança e atividade aos trabalhos complementares e velar por que o estudo, a recreação e o descanso dos alunos decorram em condições da maior conveniência pedagógica. Art. 83. São aplicáveis aos orientadores educacionais os preceitos do artigo 79 desta lei, relativos aos professores.” (LEI nº 4.244/1942)

Era função do orientador educacional mediar, de forma harmonizada, o

encaminhamento profissional do educando, prestando-lhe esclarecimentos e o

aconselhando em entendimento com a sua família. Além de auxiliar os professores,

a fim de propiciar aos educandos segurança e garantir que o estudo, a recreação e

o descanso dos alunos aconteçam de forma favorável.

Logo depois, a Orientação Educacional visou atender, também, o Ensino

Comercial, de acordo com o Decreto-lei nº 9614, 28/12/43 CAPÍTULO VI, artigos

39, 40 e 41:

“Art. 39. Far-se-á, nos estabelecimentos de ensino comercial, a orientação educacional e profissional. Art. 40. É função da orientação educacional e profissional, mediante as necessárias observações, velar no sentido de que cada aluno execute satisfatoriamente os trabalhos escolares e em tudo o mais, tanto no que interessa à sua saúde quanto no que respeita aos seus assuntos e problemas intelectuais e morais, na vida escolar e fora dela, se conduza de maneira segura e conveniente, e bem assim se encaminhe com acêrto na escolha ou nas preferências de sua profissão. Art. 41. A orientação educacional e profissional estará continuamente articulada com os professores e, sempre que possível, com a família dos alunos.” (LEI nº 9.614/1943)

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Esta lei propõe que a orientação educacional e profissional trabalhe,

articuladamente, com professores e com a família dos alunos. Ficando responsável

em garantir a qualidade de vida do educando dentro e fora da escola, cuidando

para que seus problemas intelectuais e morais se conduzam de forma segura.

Garantindo, assim, um direcionamento acertado da escolha profissional do

orientando.

E, finalmente, a Orientação Educacional é destina para atender ao Ensino

Agrícola, disposto pela Lei Orgânica nº 9693, 20/08/46 CAPÍTULO VI

Artigos 45, 46 e 47:

“Art. 45. Far-se-á, nos estabelecimentos de ensino agrícola, a orientação educacional e profissional. Art. 46. É’ função da orientação educacional e profissional, mediante as necessárias observações, velar no sentido de que cada aluno execute satisfatoriamente os trabalhos escolares e em tudo o mais, tanto no que interessa à sua saúde quanto no que respeita aos seus assuntos e problemas intelectuais e morais, na vida escolar e fora dela, se conduza de maneira segura e conveniente, e bem assim se encaminhe com acerto na escolha ou nas preferências de sua profissão. Art. 47. A orientação educacional e profissional estará continuamente articulada com os professores e, sempre que possível, com a família dos alunos.” (LEI nº 9.693/ 1946)

Assim como no Ensino Comercial, o Decreto-Lei, que trata do Ensino

Agrícola, coloca o orientador como responsável pela promoção do bem-estar do

educando, tanto na parte intelectual, quanto na moral, assegurando o bom

encaminhamento na escolha profissional, trabalhando em comum acordo com

professores e, se possível, com a família daquele.

Após este momento, de acordo com o exposto na obra de Grinspun (1986),

surge o período classificado como Período Transformador (de 1961 a 1970).

Caracterizado pela criação da formação profissional de orientador educacional no

Brasil, formulada pela Lei 4.024/61, que era a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação (LDB) da época, cuja finalidade era delinear a obrigatoriedade dessa

profissão. Além disso, foram criados novos pareceres, com objetivo de estabelecer

outras normas. Destaca-se para tanto a Lei 5564-68 que foi assinada em Brasília

em 21 de dezembro de 1968, pelo presidente da República Geisel, regulamentando

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a profissão de O.E e a insere no contexto escolar, integrando-a ao processo

educacional:

“Art. 1º A orientação educacional se destina a assistir ao educando, individualmente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário visando ao desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas.” (LEI nº 5.564/ 1968)

Como nas leis anteriores, neste momento, a orientação educacional é

destinada a auxiliar o educando, seja individual ou em grupo, em sua formação

integral. Auxiliando-o desde o desenvolvimento de sua personalidade até a

preparação deste em suas opções profissionais.

O penúltimo momento, deste resgate histórico, é o Período Disciplinador (de

1971 a 1980) marcado a partir da LDB 5692 / 71 instituindo, basicamente, o

aconselhamento vocacional ou profissional, enfatizando as necessidades da

sociedade da época: “Será instituída obrigatòriamente a Orientação Educacional,

incluindo aconselhamento vocacional, em cooperação com os professôres, a

família e a comunidade.” (Lei 5692/71, artigo 10). Assim, é possível observar que a

formação profissional de indivíduos gera a real necessidade desta ocupação na

comunidade escolar.

O último e não menos importante é o Período Questionador (a partir de

1980). Período este, que marca o início de uma nova fase para a Orientação

Educacional. Reflete-se sobre o papel do O.E. nas instituições escolares e busca

estabelecer um campo próprio de atuação deste profissional.

1.2 - Identidade profissional do Orientador Educacional

“Toda identificação profissional pressupõe reforço de valorização...”

Folberg

Ter uma identidade é ter uma história. E Folberg (1984) define a busca pela

identidade do Orientador Educacional dizendo que ele tem razões para se sentir

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confuso quanto ao seu papel social. Referindo-se ao processo histórico de seu

surgimento, e a classificação deste como, na visão da autora, uma subclasse

dentro do magistério:

“A identidade do Orientador Educacional como um profissional e o seu posicionamento frente à vida são fatores que caracterizam o desencadeamento do processo de Orientação. (...) Na medida em que houver maior coerência entre os valores pessoais e as expectativas sociais, a identidade profissional é mais consciente. Neste sentido, quanto mais clara e precisa a definição das metas da profissão, mais objetivo e definido será o desempenho deste profissional. O Orientador Educacional, por sua vez, está confuso. Talvez essa confusão se deva às razões históricas de seu surgimento ou razões funcionais pelo fato de sua classe ser considerada uma subclasse dentro da classe maior do magistério, gerando assim conflitos de papéis..” (FOLBERG,1984, p.23)

Entretanto, Penteado (1976) diz que apesar da Orientação Educacional

pertencer à área da Educação, não significa dizer que ela não tenha uma

identidade própria e definida. Como se pode observar na citação a seguir:

“... Embora os objetivos da Orientação sejam relacionados aos fins da Educação, não significa que a Orientação não tenha objetivos próprios, isto é, que careça de uma identidade particular. Sua identidade advém do exercício de certas funções que lhe são particulares,...” (PENTEADO, 1976, p. 1)

Este objeto de estudo tomará como base a visão de Penteado (1976), pois

apesar do contexto histórico do O.E. mostra que o seu papel inicial era o de

preparar o sujeito para a sua inserção profissional, devido às necessidades sociais.

Foram deliberadas Leis Orgânicas, que estabeleceram novas funções para o

Orientador Educacional e o inseriu a comunidade escolar. Neste contexto, a LDB

9394/96, conhecida também como Lei Darcy Ribeiro, dispõe sobre a ocupação

profissional do orientador no Artigo 64, e diz a formação do orientador educacional,

bem como, dos administradores, inspetores e supervisores escolares se dará nos

cursos de graduação em pedagogia ou nos cursos de pós-graduação.

“Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.” (LEI nº 9.394/1996)

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CAPÍTULO II

A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL OU VOCACIONAL

“O importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam.”

Guimarães Rosa

Inicialmente, é necessário discorrer sobre o título deste capítulo, que, não

obstante à diversidade conceitual dos vocábulos, deve ser analisado de forma

integralizada, por ser a pessoa humana um ser único.

A Doutora Dulce Helena Penna Soares relata que a divergência de conceitos

do tema em questão é constantemente debatida entre profissionais da área, como

ocorre no Simpósio Brasileiro de Orientação Vocacional – Ocupacional promovido,

a cada dois anos, pela Associação Brasileira de Orientadores Profissionais.

Segundo os ensinamentos da referida pesquisadora, a principal razão para a

utilização dessas diferentes nomenclaturas se dá em virtude das traduções de

livros e trabalhos oriundos de nações estrangeiras. Os autores norte americanos e

ingleses, por exemplo, adotam a expressão Vocacional; Os franceses utilizam a

palavra Profissional e os argentinos empregam o termo Ocupacional.

A palavra vocacional pressupõe a existência de vocação, ou seja, de talento

para uma determinada profissão, que apenas seria descoberto por orientadores

vocacionais e confirmado por meio de testes específicos, que auxiliariam na

concessão de respostas aos questionamentos profissionais.

O termo profissional, que, de acordo com Soares (1993), é o preferido entre

os estudiosos brasileiros, conforme se verifica na citação abaixo, está relacionado

ao mercado de trabalho propriamente dito e as suas interferências pelos fatores

políticos, econômicos e sociais; bem como às possibilidades do exercício

profissional, de onde se pode tirar os meios para subsistência humana.

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“Particularmente manifesto minha preferência pela expressão orientação profissional, porque na abordagem que utilizo incluo as duas dimensões: do vocacional (vocare) e do ocupacional (profissão), e também por ser a expressão orientação profissional mais utilizada no Brasil.” (SOARES, 1993, p. 121)

É importante dizer que o principal objetivo do modelo clínico de orientação

profissional é o desenvolvimento da identidade ocupacional do orientando por meio

do esclarecimento de sua identidade vocacional.

Já o vocábulo ocupacional, pouco conhecido e utilizado no Brasil, está

relacionado ao desenvolvimento de projetos de trabalho, ou seja, à aplicação das

forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim.

Como já ressaltado no presente Capítulo, apesar das diferentes análises

conceituais desses vocábulos, certo é que as identidades vocacional, profissional e

ocupacional de um indivíduo devem ser analisadas de forma integralizada pelo

profissional orientador, a fim de auxiliar o sujeito a efetivar a escolha da maneira

mais saudável.

Depois de suprimidas quaisquer possíveis dúvidas relativas à definição do

título, passa-se à análise da inserção da orientação profissional no cenário

educacional, uma vez que aquela, no dizer da autora, cujos textos encontram-se

abaixo transcritos, não estaria suprindo as necessidades dos jovens no campo

escolar e estaria se isentando da responsabilidade de auxiliar os alunos na escolha

profissional, remetendo essa função exclusivamente às famílias.

“A orientação profissional não está atendendo às necessidades dos jovens no âmbito escolar, ou porque geralmente não ocorre, ou quando é realizada, deixa muito a desejar...” (SOARES, 1993, p. 121 e 122) “Infelizmente, o que verificamos na realidade é que a maioria das escolas se isenta de qualquer responsabilidade sobre as escolhas profissionais de seus alunos e remete às famílias o dever de assisti-lo em suas necessidades...” (LISBOA e SOARES, 2000, p. 99)

O referido distanciamento do instituto da orientação profissional e da

orientação educacional, identificado por Soares, em suas obras “A escolha

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profissional: do jovem ao adulto”, publicado no ano de 1993, e na obra “Orientação

Profissional em Ação”, organizado pela, também, conceituada autora Lisboa e

editado no ano 2000, já havia sido rechaçado pela Constituição da República

Federativa do Brasil, promulgada em 1988, no seu Artigo 205.

Quando, portanto, seria garantida a igualdade de educação para todos, e o

Estado e a família deveriam promover, por meio da sociedade, o pleno

desenvolvimento do indivíduo no âmbito pessoal e social, bem como, a orientação

do mesmo para o mercado de trabalho.

“Art. 205 – A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (Constituição da República Federativa do Brasil de 1988)

Apesar da previsão constitucional para a fixação da educação como um

direito social garantido a todo cidadão, é necessário reconhecer a relevância da

normatização infraconstitucional, como a Lei de Diretrizes e Bases, que traça a

estrutura da educação nacional, para a efetividade desse direito.

Pode-se notar que a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que

estabelece as novas diretrizes e bases da educação nacional, mormente no seu

Artigo 1º, preocupou-se em interdisciplinar a orientação profissional, conjugando o

trabalho de profissionais de diferentes setores, ao instituir a articulação entre

educação e orientação para o trabalho.

“Art. 1o.- A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1o. Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio de ensino, em instituições próprias. § 2o. A educação deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social” (LEI nº 9.394/1996)

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Desde a aprovação da supracitada Lei, restou-se incontestável a

necessidade de inserção da orientação profissional na prática da orientação

educacional.

Nesse contexto, a escola seria concebida como um local sintetizador, cujas

funções essenciais seriam a construção da democracia social e política; a

promoção do desenvolvimento das capacidades cognitivas, operativas e sociais

dos alunos – processos mentais, estratégias de aprendizagem, competências do

pensar, pensamento crítico –, por meio dos conteúdos escolares; a concessão de

condições para o fortalecimento da subjetividade e de suas identidades culturais,

incluindo o desenvolvimento da criatividade, da sensibilidade e da imaginação.

Seriam, ainda, objetivos das unidades escolares a preparação do aluno para

o trabalho e para a convivência numa sociedade tecnológica e comunicacional,

implicando preparação tecnológica, qual seja, saber tomar decisões, fazer análises

globalizantes, interpretar informações diversas, ter atitude de pesquisa e saber

trabalhar em equipe; a formação para a cidadania crítica, isto é, formar um cidadão

trabalhador capaz de interferir criticamente na realidade para transformá-la e não

apenas formar um indivíduo para integrar o mercado de trabalho; o

desenvolvimento da formação para valores éticos, ou seja, a formação de

qualidades morais, traços de caráter, atitudes, convicções humanistas e

humanitárias.

A escola deve ser um lugar onde os alunos possam formar um liame entre a

realidade escolar e a realidade profissional, o que os permitirá perceber essas duas

realidades e construir uma visão de integração entre si mesmo e o mundo.

É importante frisar que o trabalho de orientação profissional no âmbito

escolar é um mecanismo de auxílio ao jovem, com o fim de que este encontre um

elo entre a escola e a sua escolha profissional.

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E esse auxílio seria fundamental no momento da escolha do curso superior,

que geralmente ocorre no período da adolescência, quando o aluno vivencia, como

conseqüência natural da faixa etária, conflitos, inconstância e insegurança, pois

teria a possibilidade de estabelecer um conhecimento mais significativo sobre si

mesmo; o conhecimento das profissões e do mercado de trabalho.

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CAPÍTULO III

O ORIENTANDO E A SOCIEDADE:

A DÚVIDA

"A dúvida é o princípio da sabedoria".

Aristóteles

O autor Silvio Duarte Bock (2002), em citação infra, diz que desde os

primórdios, o homem já se preocupava com as escolhas profissionais ou

ocupacionais. Sem, no entanto, questionar-se sobre as formas pelas quais

conseguiria sobreviver, como faz o homem dos tempos modernos, uma vez que as

atividades exercidas por aqueles, a coleta ou a caça, eram naturalmente

mantenedoras de sua existência.

“A questão da escolha de uma profissão ou ocupação não se constitui como um problema universal da espécie humana. Isto é, só recentemente, levando-se em conta a história da humanidade, os homens se colocam a questão ‘do que fazer para alcançar sua sobrevivência’. Os ancestrais da humanidade viviam para sobreviver ou sobreviviam para viver, isto é, seu trabalho organizava-se como atividade de coletas e mais tarde de caça, e não havia muita diferenciação de funções, a não ser aquelas determinadas pelo sexo e, conseqüentemente, causadas pela especificidade orgânica na reprodução da espécie”. (BOCK, 2002, p. 19)

Além do mais, no início da humanidade, não se era necessário, tampouco

possível, que o indivíduo escolhesse sua profissão, uma vez que todos os

pertencentes a determinado grupo participavam inteiramente das atividades de

subsistência.

A determinação de cada função somente seria possível nos casos de guerra;

de atividades exercidas por pessoas idosas e do trabalho no tratamento de saúde,

cujos critérios determinantes seriam a competência para a execução das atividades

e as condições físicas da pessoa humana.

Já na Grécia antiga, Bock (2002) sustenta que a condição de ociosidade dos

cidadãos livres era demasiadamente valorizada, enquanto o trabalho assalariado,

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por ser reputado como indigno e humilhante, era direcionado aos homens não-

livres, que tinham a função de produzir a existência material.

Porém, ser homem livre ou homem não-livre não era objeto de escolha para

os indivíduos que viveram naquele tempo, pois eram separados pela sociedade,

consoante as classes de suas famílias ou de acordo com os resultados obtidos nas

guerras.

“Na Grécia antiga, a atividade humana valorizada era o ócio, a contemplação, que era exercida pelos cidadãos livres; o trabalho era atividade dos homens não-livres que tinham a função de produzir a existência material.” (BOCK, 2002, p.20)

No entanto, para Jaccard (1974), o que seria desprovido de valor na Grécia

antiga não era o trabalho, mas sim a condição de dependência do trabalhador

assalariado, que não subsistiria se não servisse a outras pessoas.

“[...] a condição do assalariado livre não valia mais do que a do servo; ambos eram desprezados e quase sempre miseráveis. [...] por dependerem de outrem, por não subsistirem senão servindo outrem. Nesse tempo, não era o trabalho que estava desacreditado; era a dependência, a obrigação de servir [...] que era considerada indigna do homem [...]” (JACCARD, 1974, p. 65)

Na Idade Média, mais precisamente na era do feudalismo, a estrutura social,

com relação ao trabalho, não era muito diferente da Grécia antiga, uma vez que a

posição que o indivíduo ocuparia na sociedade também era determinada pelas

condições de sua família – nobre ou plebéia, o que impossibilitava o cidadão de

escolher sua profissão.

Na história da sociedade humana, o que marcou o começo das escolhas

profissionais foi o fim do trabalho que visava exclusivamente o sustento das

pessoas, no modo de produção feudal, e o início do capitalismo, quando a

subsistência do homem estaria atrelada à venda de sua força de trabalho para os

proprietários de meios de produção, caso não conseguisse manter-se de forma

independente.

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Deixou-se, então, de buscar a satisfação do corpo, isto é, a própria

subsistência, e passou-se a buscar os lucros advindos do trabalho.

“A escolha profissional só assume relativa importância quando, de forma definitiva, instala-se o modo de produção capitalista. A passagem do feudalismo para o capitalismo marca mudanças importantes e profundas no modo de produzir e reproduzir a existência humana.” (BOCK, 2002, 23)

Todavia, a questão da seleção e escolha profissional passou a ter

importância somente a partir da Revolução Industrial, iniciada na Europa, no final

do século XVIII, quando, sobretudo, foi introduzida a divisão técnica do trabalho e o

homem não mais dependia da condição de sua família para exercer determinadas

funções na sociedade, pois as alcançaria conforme o esforço empregado por si

mesmo.

“A posição do indivíduo no capitalismo não é mais determinada, [...] pelos laços de sangue. Agora esta posição é conquistada pelo indivíduo segundo o esforço que despende para alcançar esta posição.” (BOCK, 1989, p. 15)

Mas, foi durante a Terceira Revolução Industrial, ocorrida nas primeiras

décadas do século XX e caracterizada pela produção e pelo consumo em massa,

que a sociedade industrial atingiu seu auge de desenvolvimento. A produção

industrial ocupou lugar de destaque no desenvolvimento de riquezas e na geração

de postos de trabalho dentro da sociedade capitalista.

Nesta época, quando as indústrias eram grandes instituições e empregavam

um número considerável de trabalhadores assalariados para execução de

atividades específicas, segmentadas e repetitivas, a orientação profissional

despontou caracterizando-se como atividade ligada à indústria e à ordem sócio-

econômica, com o objetivo de garantir o aumento da produtividade.

Porém, a sociedade industrial não teve uma vida muito longa na história.

Seu início se deu no final do século XVIII e seu termo foi na metade do século XX,

um período de mudança para uma nova ordem sócio-econômica da sociedade

capitalista e de revalorização da criatividade, que prossegue crescendo no século

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XXI, o que fez a orientação profissional tomar novos rumos, deixando o

compromisso com a produção e mudando o foco para o indivíduo, sujeito de

escolha.

Essas transformações não atingiram somente a ordem sócio-econômica. A

escola também sofreu intensas mudanças, que geraram a ampliação das

tradicionais funções por ela desempenhadas e a inclusão da orientação

educacional entre os seus serviços necessários, cujo principal objetivo era facilitar

o desenvolvimento integral do educando, auxiliando-o nas escolhas e nas tomada

das decisões apropriadas.

“Transformações sociais rápidas e profundas atingiram a escola, gerando a ampliação das funções que ela tradicionalmente desempenhava. Para atender a tais demandas, a escola tem procurado não só redefinir seu próprio papel como também criar serviços necessários à consecução dos novos objetivos educacionais. Um desses serviços é exatamente a Orientação Educacional.” (PENTEADO, 1976, XVII) “A Orientação é um processo sistemático, contínuo, complexo; é uma assistência profissional realizada através de métodos e técnicas pedagógicas, que levam os educandos ao conhecimento de suas características pessoais e das características do ambiente sócio-cultural, a fim de que possam tomar decisões apropriadas às perspectivas maiores de seu desenvolvimento pessoal e social.” (Ibid, p.2)

3.1 - Conhecendo o perfil dos Educandos do Ensino Regular e da

Educação de Jovens e Adultos

Inicialmente, é necessário frisar que, conforme bem salientado por Delors

(2002), ao reproduzir a concepção adotada na Declaração Mundial sobre Educação

para Todos, da Conferência de Jomtien, independentemente da faixa etária, toda

pessoa deve poder ser beneficiado por uma formação concebida para responder as

suas necessidades educativas fundamentais.

“Toda a pessoa – criança, adolescente ou adulto – deve poder beneficiar de uma formação concebida para responder as suas necessidades educativas fundamentais [...]” (DELORS, 2002, p.126)

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No que tange ao Ensino Regular, que compreende o Ensino Fundamental e

o Ensino Médio, verifica-se que é a fase educacional onde estão presentes

crianças e adolescentes de diferentes seios familiares; culturas e necessidades, o

que dificulta a atuação do orientador educacional.

“Considerando-se os princípios básicos da Orientação Educacional – o de que ela deve atender a todos os alunos e de acordo com as diferenças individuais e a nossa realidade educacional – pode-se indagar se ela deve atuar de maneira predominantemente corretiva.” (PENTEADO, 1976, p. 64)

A Lei nº 9.394/96, ao definir, em seu Artigo 32, os objetivos e características

do Ensino Fundamental, afirma que essa é a fase educacional cujo objetivo

principal é a formação básica do cidadão com idade mínima de seis anos.

“Artigo 32 - O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.” (LEI nº 9.394/1996)

Já o Artigo 35, da supracitada lei, trata da preparação básica para o trabalho

e para a cidadania do educando que cursa o Ensino Médio, cuja regra mostra ser

formado por cidadãos em sua maioria na fase da adolescência.

“Artigo 35 - O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades: I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.” (LEI nº 9.394/1996)

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Tratando-se, agora, dos alunos que buscam as escolas voltadas para a

Educação de Jovens e Adultos, vê-se que, muitas das vezes, o fazem para a

satisfação das suas necessidades pessoais, como, por exemplo, atuar plenamente

na sociedade letrada da qual fazem parte, pois, por uma diversidade de motivos,

foram privados do acesso ou da continuidade dos estudos no ensino fundamental e

médio quando tinham a idade apropriada.

Esses jovens e adultos, como cidadãos e trabalhadores que são, almejam o

crescimento cultural, social e econômico, e, para isso, buscam na escola os meios

para atingir essa realização e não apenas reproduzem os conteúdos prontos que

recebem.

Diante do considerável aumento da procura pelo ensino de jovens e adultos

no Brasil e da necessidade de se criar mecanismos para sua organização e

regularização, a Constituição do Brasil de 1988, em seu Artigo 208, caput e inciso I,

e a Lei de Diretrizes e Bases – nº 9.394/1996, em seus Artigos 37 e 38, criaram o

Sistema de Educação de Jovens e Adultos.

“Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria;” (Constituição da República Federativa do Brasil de 1988) “Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. § 3o A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento. Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.” (LEI nº 9.394/1996)

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3.2 - Aquisição da Identidade Social e Profissional do Orientando

Bohoslaysky (1977) afirma que as profissões e ocupações não são

escolhidas de forma aleatória pelo indivíduo. Ao tentar superar a difícil dúvida

quanto à escolha da profissão e como entrará no mercado de trabalho, o sujeito,

além de levar em consideração suas aptidões, necessidades pessoais e, dentre

outras, a sua disponibilidade econômica, utiliza modelos a ele apresentados

durante sua vida.

“[...] a escolha sempre se relaciona com os outros (reais e imaginados). O futuro nunca é pensado abstratamente. Nunca se pensa numa carreira ou numa faculdade despersonificadas. Será sempre essa carreira ou essa faculdade ou esse trabalho, que cristaliza relações interpessoais passadas, presentes ou futuras. Deve-se examinar as relações com os outros com os quais se estabelecem relações primárias (membros da família, do mesmo ou do outro sexo como, por exemplo, o casal) e aqueles outros com os quais se mantém uma relação de natureza secundária (fundamentalmente professores, psicólogos ou técnicos [...], que pode determinar ou influir diretamente sobre o futuro de quem escolhe...” (BOHOSLAVSKY, 1977, p. 53)

Bock (2002) acrescenta que a imagem, que servirá como base para o

indivíduo fazer suas escolhas profissionais, não surge apenas dos seus contatos

pessoais. É, portanto, construída durante toda a sua vida, por meio de leituras, de

exposição à mídia e, até, por ouvir outras pessoas relatando suas experiências.

“Ao pensar numa profissão, a pessoa mobiliza uma imagem que foi construída a partir de sua vivência por meio de contatos pessoais, de exposição à mídia, de leituras (biografias, romances, revistas etc.), de ouvir dizer (transposição de experiências de outros), portanto não só por intermédio de contatos pessoais, como Bohoslavsky aponta.” (BOCK, 2002, p. 78/79)

3.3 - Influência da Sociedade na Escolha Profissional do Educando

No momento da escolha profissional, o indivíduo é surpreendido com uma

série de informações e de opções que lhe geram dúvidas quanto à carreira que irá

seguir, considerando que, quando optar por uma profissão, terá que abdicar das

demais.

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Desta forma, os fatores sociais, sobretudo a influência familiar, que afeta,

também, a estrutura sócio-emocional do educando, são, na maioria das vezes,

motivadores da escolha por uma profissão.

Neste sentido, Penteado (1976) acrescenta, com base em estudos

sociológicos, que a estrutura social e os fatores de ordem cultural são os principais

influenciadores da escolha profissional.

“Vários sociólogos [...] discutiram a influência da classe social nas escolhas ocupacionais. Investigações neste particular demonstraram que a classe social determina, em maior ou menor grau, as expectativas individuais e grupais em relação a estudos e trabalho, bem como a criação de oportunidades de formação e profissionalização. Estudos a respeito mostram como as influências da classe social se fazem sentir através do grupo familiar [...] especialmente quando a sociedade permite mobilidade social e a família está em processo de ascensão. Finalmente, sociólogos e antropólogos têm salientado que fatores de ordem cultural exercem influências marcantes na determinação das escolhas ocupacionais.” (PENTEADO, 1976, p.87/88)

Não obstante, a família ser a parte essencial da educação do indivíduo e,

por este motivo, assegurar o liame entre o afetivo e o cognitivo, mediante a

transmissão dos valores e das normas, certo é que a unidade escolar e a

sociedade como um todo, também exercem forte influência sobre as escolhas

profissionais do educando.

“A família constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação,[...] As suas relações com o sistema educativo são, por vezes, tidas como relação de antagonismo: em alguns países em desenvolvimento, os saberes transmitidos pela escola podem opor-se aos valores tradicionais da família;[...] Um diálogo verdadeiro entre pais e professores é, pois, indispensável, porque o desenvolvimento harmonioso das crianças implica uma complementaridade entre educação escolar e educação familiar. Por outro lado, cada um aprende ao longo de toda a sua vida no seio do espaço social constituído pela comunidade a que pertence.” (DELORS, 2002, p. 111)

A sociedade, naturalmente, diante de uma grande quantidade de profissões

disponíveis, criou uma hierarquia profissional, em termos de prestígio social, e a

posição das pessoas na escala social estaria ligada à posição que sua profissão

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ocuparia nessa hierarquia. E se quisesse ocupar lugar de destaque, o educando

deveria optar por uma das carreiras socialmente prestigiadas.

“Por outro lado, o indivíduo logo desenvolve a percepção de que, numa sociedade com relativa mobilidade vertical (como são as sociedades industriais) existe uma hierarquização das profissões em termos de prestígio social e que, por isso, a posição das pessoas na escala social está estreitamente ligada à posição ocupada, nessa hierarquia, pelas profissões que exercem. [...] Por essa razão, os levantamentos realizados entre jovens, a respeito de suas escolhas ocupacionais, sempre têm indicado concentrações em torno de profissões socialmente prestigiadas, às quais se associam valores como satisfação, maior segurança, melhores rendimentos, maiores possibilidades de realização pessoal e profissional e, finalmente, maior autonomia.” (PENTEADO, 1976, p.84)

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CAPÍTULO IV

A ESCOLHA:

O MELHOR CAMINHO PARA O MOMENTO.

“Educar não é propiciar uma carreira para a pessoa viver: é temperar a alma da pessoa para as vicissitudes da vida.”

Pitágoras

Quando chega a hora de o orientando escolher uma profissão, muitos

questionamentos surgem. Mas, o principal e mais importante é o de qual curso

escolher e com base em que deve fazer a opção.

Em entrevista concedida ao Jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte – Minas

Gerais, no dia 12 de maio de 2002, a professora Dulce Helena Penna Soares tratou

de forma brilhante a questão relativa às escolhas profissionais em diferentes

momentos sociais.

Considerando-se o crescimento do desemprego; a extinção e a criação de

profissões, a autora propôs a idéia de que não haveria uma correta escolha

profissional; e, sim, a escolha adequada para determinado momento e de que o

instituto da orientação profissional deveria acompanhar as mudanças advindas com

o tempo.

“A escolha da profissão é uma das decisões mais importantes na vida do jovem. Entretanto, nem sempre ele tem consciência disso na hora de optar por um curso superior. [...] não existe uma escolha correta da profissão; e, sim, a melhor escolha para aquele momento. [...] a orientação profissional precisa acompanhar os novos tempos. O crescente desemprego e, conseqüentemente, a necessidade de recolocação no mercado; a extinção de algumas profissões, bem como o surgimento de outras como resultado dos avanços tecnológicos são algumas transformações citadas por ela. [...] Ela ressalta que a escolha da profissão reflete tanto a possibilidade de realização pessoal quanto a de concretização de um projeto de atuação na sociedade.” (Jornal Hoje em Dia, 12/05/2002 – Belo Horizonte/MG)

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4.1 - A necessidade da orientação profissional no segundo

segmento do Ensino Fundamental

O segundo segmento do Ensino Fundamental corresponde à faixa do 6º ao

9º ano escolar (antiga faixa da 5ª a 8ª série). E seus alunos que, em regra, estão

iniciando uma adolescência criativa, crítica, descobridora, desafiadora e

reivindicadora, buscam um aprendizado dinâmico e sólido.

A orientação profissional auxilia esses adolescentes na dissolução da

dificuldade com o autoconhecimento, abrindo espaço para que falem sobre suas

qualidades, defeitos, preferências e ansiedade quanto ao ingresso no Ensino

Médio.

“Discutir sobre as ansiedades quanto ao ingresso no ensino médio também foi de grande valia. Eram numerosas as dúvidas, as fantasias e os receios sobre essa passagem. Os adolescentes costumam perceber o ensino médio como uma prévia do ‘grande problema que será o vestibular’.” (LISBOA E SOARES, 2000, p. 95)

No entanto, a orientação profissional atua, em geral, com alunos do Ensino

Médio, que estão se preparando para o vestibular e enfrentando a difícil escolha da

profissão.

A fim de solucionar o acentuado conflito que consome o adolescente no

momento dessas escolhas, Lisboa e Soares (2000) propõem a antecipação dessa

orientação para os alunos do segundo segmento do ensino fundamental, mais

precisamente do 9º ano, sensibilizando o aluno para assuntos relacionados à

escolha e às opções de carreiras profissionais, para que possa fazer suas

escolhas, quando necessário, da melhor maneira.

“As práticas atuais em OP têm-se dado rotineiramente com adolescentes do ensino médio de escolas particulares, sendo o acesso à universidade o caminho de inserção no mundo do trabalho. Esse período se faz muito próximo dos exames vestibulares e, assim, a necessidade de uma escolha rápida emerge com grande intensidade. [...] desenvolvi um trabalho em OP com alunos de 8ª série de um colégio de ensino fundamental, cujo objetivo central seria não só a questão das escolhas e da informação profissional, mas também tornar viável a discussão e a reflexão de temáticas como

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puberdade e adolescência, o ingresso no ensino médio, ética no trabalho e compromisso social do trabalho. A OP na 8ª série destinar-se-ia a sensibilizar os adolescentes para assuntos pertinentes ao ato de escolher e às opções de carreiras na realidade do mercado de trabalho atual, processo esse que ocorre num momento em que a ansiedade pelo vestibular, pela própria escolha, bem como as pressões familiares e sociais estão presentes. É fundamental ressaltar que fazer a OP na 8ª série não significa que o adolescente deva fazer escolhas nesse momento, mas sim, que obtenha conhecimento sobre profissões, sobre quem é e o que deseja,...” (Ibid, p.86)

Desta forma, é possível dizer que a orientação profissional precisa auxiliar o

orientando em sua descoberta da realidade externa, obtendo conhecimento do

meio em que vive e sobre si mesmo. Deve ainda, estimular o espírito criativo do

educando, dando-lhe a oportunidade de viver, de forma mais profunda e autêntica,

suas capacidades, limitações e responsabilidades. Acompanhando-o

individualmente e em grupo na realização de suas reflexões, conflitos e

antecipações sobre o futuro. Para que o discente tenha maior consciência de sua

realidade socioeconômica e cultural.

Acredita-se ainda, que o orientador é um agente desalienante e facilitador no

processo de escolha profissional. E, com o auxilio do professor que, também, tem

papel importante neste mecanismo, podem auxiliar o educando antecipando suas

angústias quanto à primeira escolha de uma profissão.

4.2 - Nunca é tarde para mudar: conscientização

Quando o aluno não tem a possibilidade de se autoconhecer e de avaliar as

carreiras profissionais, acaba fazendo a escolha por uma que não o realize

profissionalmente, o que pode lhe trazer consequências calamitosas, como, muitas

vezes acontece, a troca de um curso superior por outro ou, quando consegue

concluir o curso inicialmente escolhido, torna-se um profissional infeliz ou

incompleto.

Objetivando auxiliar esses profissionais, Soares, na referida entrevista dada

ao Jornal Hoje em Dia, no dia 12 de maio de 2002, apresenta o instituto da

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Reorientação Profissional, uma opção para aqueles que não estão satisfeitos com

a profissão escolhida ou que não têm mais a garantia de que serão mantidos em

seus empregos.

Desta forma, cabe a cada profissional essa difícil escolha. Ou busca uma

nova carreira, o que exigiria condições temporais e financeiras. Ou, caso não

queira romper com a sua profissão de forma brusca, opta pela mudança na área de

atuação ou, simplesmente, do local de trabalho.

“[...] a reorientação profissional vem sendo a opção de muitos profissionais entre os 35 e 45 anos de idade. ‘Alguns não estão satisfeitos com a profissão e outros sabem que não têm mais garantia de emprego e, por isso, precisam criar sua própria fonte de renda’ afirma. Nesses casos, ela explica que existem duas opções para esses profissionais, cabe a cada um julgar qual delas é a melhor escolha para o momento. A primeira opção é romper com tudo e começar uma nova carreira. ‘O rompimento é doloroso, brusco e drástico’, avisa. Nesse caso, o profissional vai buscar uma nova profissão ou até mesmo fazer um outro curso superior, o que vai depender das condições e oportunidades de cada um. A outra opção, mais tranqüila de ser tomada, é a mudança. [...] alguns profissionais gostam da profissão, mas sentem-se infelizes com o trabalho que desenvolvem. Por isso, o melhor a fazer é repensar a insatisfação e mudar, se preciso, até de emprego.” (Jornal Hoje em Dia, 12/05/2002 – Belo Horizonte/MG)

Diante desta abordagem, observa-se que o modelo atual na gestão de

carreiras, propicia ao indivíduo a oportunidade de se atualizar e especializar, e até

trocar de área e buscar aquela em que ele mais se identifica. E a orientação

profissional, por meio do acompanhamento do mercado e sua demanda, pode

auxiliá-lo neste momento importante.

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CAPÍTULO V

ANÁLISE DE RESULTADOS

“Devemos conhecer a nós mesmos, conhecer nossas vidas: só assim saberemos o nosso objetivo de vida”

Sócrates

As questões que serão apresentadas surgiram a partir da identificação da

necessidade de se estruturar uma prática de Orientação Profissional a partir do

Segundo Segmento do Ensino Fundamental. Pesquisa realizada com vinte e oito

(28) alunos do Ensino Regular e Educação de Jovens e Adultos (EJA) do CIEP

BRIZOLÃO 317 – Aurélio Buarque de Holanda, sendo dez (10) alunos com idade

entre quatorze (14) e dezessete (17) anos, cursando o nono ano escolar. E dezoito

(18) alunos do EJA com idades acima de dezoito (18) anos totalizando nove (9)

alunos do nono ano e nove (9) alunos do sétimo ano escolar.

5.1 – Análise quantitativa e qualitativa dos resultados:

Na amostra desta pesquisa verifica-se que 57,15% dos alunos trabalham,

25% já trabalhou, mas está desempregado e 17, 85% nunca trabalhou.

Gráfico 1

Nesta segunda questão observa-se que 57,15% são compostas por

estudantes que começaram a trabalhar com menos de 16 anos, 25% com 16 ou

mais idade e apenas 17,85% nunca trabalhou. O que aponta a uma triste realidade,

SIM - 57,15%

DESEMPREGADO - 25 %

NÃO - 17,85%

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pois mais da metade começou a trabalhar com idade abaixo dos 16 anos. Em sua

maioria são alunos no Ensino de Jovens e Adultos.

Gráfico 2

Perguntados sobre qual a escolaridade mínima para conseguir ser inserido

no mercado de trabalho, 17,85% responderam Ensino Fundamental Incompleto, já

50% dos entrevistados assinalaram o Ensino Médio e 32,15% disseram que a

inserção começa no Ensino Superior.

Gráfico 3

Na questão quatro questionou-se sobre o melhor caminho para a escolha de

uma profissão. E 21,43% dos entrevistados disseram que receber orientação

profissional desde o ensino fundamental, ajuda no processo de escolha. Não

obstante, 67,85% responderam que não existe a opção de escolha, devendo ser

aceito qualquer emprego, pois a vida está difícil. E, apenas, 10,72% ainda não

pensaram sobre o assunto. Este resultado demonstra como está a impressão que o

educando tem a respeito do mercado de trabalho. Notou-se a falta de perspectiva

sobre a construção de uma carreira pautada na satisfação pessoal e profissional.

MENOS DE 16 - 57,15% 16 OU MAIS - 25% NUNCA TRABALHOU - 17,85

0

10

20

30

40

50

Ensino Fundamental Incompleto

Ensino Médio

Ensino Superior

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0 20 40 60 80

Ainda nãopensou

Não existeopção

Receberorientação

0 10 20 30 40

Nãorecebeu

Em casa

Na escola

Mostrando, que se houvesse um trabalho de valorização profissional desde o início

de sua vida escolar, talvez eles estivessem mais confiantes e esperançosos.

Gráfico 4

Questionados quanto ao recebimento de alguma orientação em relação às

profissões e ao mercado de trabalho, 28,58% entrevistados informaram que já

receberam orientações na escola, 35,71% em casa e o mesmo percentual

(35,71%) nunca receberam esse tipo de orientação. Reforçando o discurso deste

trabalho monográfico, é papel da escola orientar seu aluno para o mundo do

trabalho. Mas, infelizmente, muitas vezes as instituições escolares se eximem

desta função.

Gráfico 5

Contudo, na questão seis, que investiga se o educando gostaria de receber

uma orientação profissional em sua escola a fim de facilitar o seu processo de

escolha profissional, o resultado foi satisfatório para este trabalho de pesquisa, pois

75% querem receber a orientação, apenas 14,29% não desejam, e 10,71% ainda

não pensaram sobre isso.

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Gráfico 6

Ao serem questionados em relação ao que farão no Ensino Médio, 32,15%

responderam que sim, e 67,85% ainda não decidiram, ninguém respondeu que não

fará o Ensino Médio. Mais uma vez reforça-se a idéia de que o aluno apresenta

dificuldades em entender a si mesmo e perceber qual profissão quer seguir. Visto

que, já no Ensino Médio existem Cursos Técnicos Profissionalizantes e o educando

já pode obter uma profissão, devendo tomar a sua primeira decisão quanto a

carreira que irá seguir. Porém, esta não será uma decisão definitiva, pois no final

do Ensino Médio o mesmo terá a oportunidade de seguir àquela que ele já havia

escolhido ou optar por outra quando ingressar no Ensino Superior.

Gráfico 7

E finalmente, na questão oito, perguntou-se aos entrevistados se eles já

escolheram a profissão que querem seguir e 50% responderam que sim, 46,43%

disseram que não e apenas 3,57% ainda não pensou sobre isso.

Como poderá ser observado no gráfico a seguir:

Sim

Não Não pensou

Sim

Não

Não fará

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39

0

10

20

30

40

50

60

Sim

Não

Não pensou sobreo assunto

Gráfico 8

Demonstrou-se, através dos resultados obtidos, que existe sim uma

preocupação por parte do educando quanto ao seu futuro profissional. E sobre este

assunto Lisboa e Soares (2000) resumem da seguinte forma:

“...Mas, a opção por uma carreira continua a ser uma de suas preocupações. Escolher significa dar preferência, selecionar, decidir pelo melhor num dado momento. Atualmente, eleger uma profissão faz-se necessário, principalmente quando deparamos com o mercado de trabalho. Para o jovem, a escolha profissional compõe a ocasião em que ele está buscando conhecer melhor seus gostos, interesses e motivações.”. (LISBOA e SOARES, 2000, P. 54)

Para tanto cabe ao Orientador Educacional, atuar de forma a minimizar as

ansiedades e angústias que os educandos vivem, antecipando-se e desenvolvendo

projetos de orientação profissional desde o segundo segmento do ensino

fundamental.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se ver que o instituto da orientação profissional alcançou posição de

destaque no cenário sócio-econômico, com o início do capitalismo e com a

explosão da Revolução Industrial, no final do século XVIII, quando se iniciou a

divisão do trabalho humano. Porém, foi no século XX que se consolidou como

instrumento essencial de auxílio nas escolhas profissionais.

Outro grande momento da orientação profissional foi sua inserção na

unidade escolar, com o objetivo de orientar os adolescentes no conhecimento das

carreiras e, sobretudo, no autoconhecimento, o que viria facilitar suas escolhas,

quando necessário.

Discutia-se, no entanto, sobre qual faixa etária deveria ser objeto de

preocupação dos orientadores, uma vez que a regra era que os educandos fossem

oriundos do ensino médio, pois estavam prestes a ingressar em uma universidade

e careciam de ajuda para escolher uma carreira, considerando o surgimento

constante de novos cursos; a influência da sociedade, do núcleo familiar e da

unidade escolar.

Concluiu-se, pois, que toda pessoa, independentemente de sua idade,

classe social ou série escolar, pode e deve receber orientação profissional.

E o ideal seria antecipar o cuidado com a orientação para o aluno do

Ensino Fundamental, a fim de que este não seja surpreendido, com um leque de

opções de carreiras e uma só escolha, apenas quando finalizar o ensino médio.

E este foi o principal ponto observado na análise dos resultados obtidos na

pesquisa realizada com alunos e orientadores educacionais do ensino regular e da

educação para jovens e adultos da rede estadual de ensino, quando declaram que

se houvesse um trabalho de valorização profissional desde o início de sua vida

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escolar, talvez eles estivessem mais confiantes e esperançosos e, assim, teriam

mais oportunidades.

E não, diante da inconstância do mercado de trabalho e da falta de

orientação e preparo, teriam que aceitar qualquer emprego, como a maioria dos

entrevistados relatou.

Finalmente, considerando-se a fragilidade, as dúvidas e insatisfações dos

orientandos com suas primeiras escolhas, analisou-se o instituto da reorientação

profissional, cujo objetivo é auxiliar esse indivíduo a reavaliar suas decisões e

reorganizar sua vida profissional.

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ANEXOS

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REFERÊNCIAS

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acessado no dia 05/01/2009 às 14h53min.

BRASIL, LEI n° 6.141 de 28/12/1943. Dispõe sobre a Lei Orgânica do Ensino

Comercial. Disponível em: http://www.soleis.adv.br/leiorganicaensinocomercial.

htm, acessado no dia 05/01/2009 às 15h05min.

BRASIL, LEI n° 9.693 de 20/08/1946. Dispõe sobre a Lei Orgânica do Ensino

Agrícola. Disponível em: http://www.soleis.adv.br/leiorganicaensinoagricola.htm,

acessado no dia 05/01/2009 às 15h.

BRASIL, LEI nº 9.394 de 20/12/1996. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação

Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm,

acessado no dia 05/01/2009 às 15h32min.

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DEPRESBITERIS, Lea. Concepções atuais de educação profissional. 3. ed.

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GIBSON, Robert L. Orientação para a Escolha Profissional. São Paulo: E.P.U.,

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LISBOA, Marilú Diez & SOARES, Dulce Helena Penna. Orientação Profissional em

Ação: formação e prática de orientadores. São Paulo: Summus Editorial, 2000.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Coleção de Cadernos de EJA - Emprego e

Trabalho, caderno do professor. Unitrabalho – Fundação Interuniversitária de

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________________________ . Coleção de Cadernos de EJA - Emprego e

Trabalho, caderno 10: O trabalho enobrece ou empobrece o homem? Unitrabalho

– Fundação Interuniversitária de estudos e Pesquisas sobre o trabalho; Brasília,

DF: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2007.

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SOARES, Dulce Helena Penna. (2005). A melhor escolha para o momento. Belo

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ÍNDICE

CAPA 1

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL: O CONCEITO 11

1.1 – Breve Histórico da Orientação Educacional 11

1.2 – Identidade profissional do Orientador Educacional 15

CAPÍTULO II

2. A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL OU VOCACIONAL 17

CAPÍTULO III

3. O ORIENTANDO E A SOCIEDADE: A DÚVIDA 22

3.1 – Conhecendo o perfil dos educandos do Ensino Regular e EJA 25

3.2 – Aquisição da identidade social e profissional do orientando 28

3.3 – Influência da sociedade na escolha profissional do educando 28

CAPÍTULO IV

4. ESCOLHA PROFISSIONAL: O MELHOR CAMINHO PARA O MOMENTO 31

4.1– A necessidade da orientação profissional no segundo segmento do ensino

fundamental

32

4.2 – Nunca é tarde para mudar: conscientização 33

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CAPÍTULO V

5. ANÁLISE DE RESULTADOS 35

5.1 – Análise quantitativa e qualitativa dos resultados 35

CONSIDERAÇÕES FINAIS 40

ANEXOS 42

REFERÊNCIAS 43

ÍNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES – PROJETO A VEZ

DO MESTRE

Título da Monografia: Escolha profissional: a dúvida que pode mudar um caminho

Autor: CARLA SOARES DE SOUZA SAMPAIO

Data da entrega: 12/ 02 / 2009

Avaliado por: PROF. M.S. ANA CRISTINA GUIMARÃES

Conceito:

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