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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE O LÚDICO NO CONTEXTO DA CRIANÇA Simone Luiza de Azevedo de Andradre Nelson Jose Veigas de Magalhães RIO DE JANEIRO, 30 DE JULHO DE 2004.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

O LÚDICO NO CONTEXTO DA CRIANÇA

Simone Luiza de Azevedo de Andradre

Nelson Jose Veigas de Magalhães

RIO DE JANEIRO, 30 DE JULHO DE 2004.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

O LÚDICO NO CONTEXTO DA CRIANÇA

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes

como condição prévia para

conclusão do Curso de

Pós Graduação “Lato-Sensu”

em Psicopedagogia.

Simone Luiza de Azevedo de Andrade

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DEDICATÓRIA

Para o meu filho Wesley que,

como todas as crianças,

transpiram vida e alegria.

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RESUMO

Brincar envolve prazer, tensões, dificuldades e, sobretudo, desafios. O grande desafio (o

grande jogo!) será o de abrir um espaço no mundinho das crianças, através de brincadeiras.

No trajeto do estudo do jogo, o que mais surpreende é o fato de que a preocupação nessa

área existe desde o século passado. Esse assunto tem dois temas básicos o resgate do jogo,

do brincar, e das brincadeiras e a importância de sua utilização como meio educacional para

formação do ser integral. Isso significa um desafio e um avanço, para nós educadores, por

quê?

Resgatar o brincar é um desafio muito sério, pois o que significa resgatar? Significa

recuperar, retomar, reencontrar, salvar. Quando existe essa intenção é porque o objeto em

questão (o brincar) está por vezes esquecidos no cotidiano de algumas crianças e adultos.

O jogo é uma característica inerente ao ser humano. A preocupação surge quando a

tendência, em nossas escolas e, de forma crescente, na Pré-Escola, é adotarem (já no nível

na legalização) o caráter de preparo e pouco o caráter recreativo, trazer o jogo para o

cotidiano das crianças é o aspecto para o qual devemos chamar a atenção de nós

educadores.

Pensar em utilizar o brincar como meio educacional é um avanço para a educação: temos

que tomar consciência, da importância de descobrir nele uma fonte de desenvolvimento de

aprendizagem.

Tomar consciência desse processo requer, na verdade, mudanças em cada um de nós.

Essas mudanças, porém, não acontecem de forma automática: são necessárias vivências

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pessoais para resgatar e incorporar o espírito lúdico em nossas vidas – esse é um primeiro

passo para poder trabalhar nessa perspectivas com as crianças. Enfim, devemos reaprender

a brincar!... Com o nosso corpo, o nosso espaço e os nossos objetos; com a imaginação; a

criatividade, a inteligência; com a nossa intuição, com as palavras e com o nosso

conhecimento; com nós mesmos e com os outros. Assim, estaremos redescobrindo essa

linguagem para comunicar – nos e expressar – nos a linguagem do lúdico.

Você se lembra das brincadeiras de sua infância...?

Façamos um convite a você educador para entrarmos nesse jogo.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO..... ............................................................................................................8

CAPÍTULO I – REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO E SUA

VIVÊNCIA LÚDICA.... ...................................................................................................9

1.1– Qual seria a formação que um pedagogo deveria ter?...........................10

CAPÍTULO II – BRINCAR ............................................................................................12

2.1- O que é brincar......................................................................................13

2.2 - Por que é importante brincar ..................................... .........................15

2.3 – Brincar na escola .................................................................................16

CAPÍTULO III – BRINQUEDO ....................................................................................18

3.1– Mistérios do brinquedo ........................................................................19

3.2 – Classificação e valor do brinquedo .....................................................21

3.3 – Função do brinquedo ..........................................................................22

3.4 – Tipos de brinquedo para diferentes etapas do desenvolvimento.........23

CAPÍTULO IV – BRINCADEIRA ................................................................................27

4.1 – Como ser criativo ao desenvolver brincadeiras tendo coragem de

errar.....................................................................................................................................28

4.2 – Diferença entre brincadeira e jogo .....................................................29

4.3 - Jogos de exercícios.............................................................................31

4.4- Jogos simbólicos.................................................................................32

4.5 – Jogos de regras....................................................................................32

4.6– Qualidades essenciais para desenvolver brincadeiras .........................34

4.7 – Como garantir o surgimento de brincadeiras na sala de aula .............36

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4.8 – Coletâneas de brincadeiras ................................................................................ 38

CONCLUSÃO ....................................................................................................................41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................42

ANEXOS.............................................................................................................................43

FICHA DE AVALIAÇÃO................................................................................................48

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INTRODUÇÃO

É difícil alguém dizer que uma criança não precisa brincar. Entretanto, são raros os

adultos que levam essa necessidade a sério.

Posso apontar que a realidade infantil é constituída a partir da magia. Para a criança, o

brincar é um momento mágico.

O brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve habilidades de

forma natural e agradável. Ele é uma das necessidades básicas da criança, é essencial para

um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo.

Esta monografia tem como objetivo apontar que o brincar viabiliza a construção do

conhecimento de forma interessante e prazerosa, garantindo nas crianças a motivação

intrínseca necessária para, uma boa aprendizagem.

A busca do saber torna-se importante e prazerosa quando a criança aprende brincando. É

possível, através do brincar, formar indivíduos com autonomia, motivados para muitos

interesses e capazes de aprender rapidamente.

Podemos assim, fazer do brincar momentos de grandes conquistas!

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CAPÍTULO I

REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO E

SUA VIVÊNCIA LÚDICA

É preciso voltar a brincar.

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1.1 –Qual seria a formação que um pedagogo deveria ter?

A formação de um profissional na área da Pedagogia precisa ser melhor embasada, com

conhecimentos que vivenciem experiências lúdicas, que atuem como estímulos para aplicar

seus poderes de habilidades, que desabrochem naturalmente em uma variedade de maneiras

de explorar a si próprio e o ambiente em que se encontram. Assim, à medida que vivenciam

novas experiências, desenvolvem suas fantasias, e o prazer se expande em alegrias. Com

certeza seu cotidiano pedagógico será mais rico, pois irão fluir novos projetos e novas

crianças. Desta forma, o pedagogo poderia:

* soltar sua imaginação;

* estimular sua capacidade;

* ser mais espontâneo;

* ter mais iniciativa; enfrentar desafios; modificar regras; ser mais confiante.

Enfim, poderiam sentir o prazer do lúdico através de práticas corporais como danças,

jogos, brincadeiras, etc.

Poderiam também compreender o objetivo do brincar, percebendo como ele se manifesta

nas diversas faixas etárias, a partir das contribuições teóricas e do ponto de vista conceitual,

histórico-cultural e educativo, como recurso de construção da identidade de cada ser

humano, de autoconhecimento e como elemento potencializador do trabalho educativo.

Seria interessante trabalhar com as crianças ora com atividades em que cada uma

brincasse livremente, ora com atividades dirigidas, mas, em nenhum momento, determinar

padrões comportamentais ou julgá- las sobre o seu desempenho.

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Precisamos analisar nossas vivências lúdicas e elaborar memoriais descritivos sobre elas,

deixando emergir nossas emoções e representações; oportunizar momentos de

descontração, falar de nós mesmos, como nos sentimos realizando esta ou aquela atividade,

facilidades e dificuldades encontradas, sensações de prazer e desprazer. É importante

sabermos que, quando voltamos a brincar, não voltamos a ser criança, mas vivenciamos

instantes de prazer que tiram nossa seriedade, nos fazem mais espontâneos, alegres e

felizes.

O conhecimento dá-se a partir de experiências vivenciadas, juntamente com uma boa

formação teórica, pedagógica e via corporal (práticas corporais). Podemos retomar nossa

própria infância a cada momento, através de brincadeiras, e ajudar crianças a descobrirem

suas verdades, seus temores, suas alegrias, seus gostos, suas vontades e assim vê- las

vislumbrar novos horizontes do saber, do sentir e do ser criança.

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CAPÍTULO II

BRINCAR

Brincar expressa vida...

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2.1 – O que é brincar

O verbo brincar nos acompanha diariamente. Brincar sempre foi e sempre será uma

atividade espontânea e muito prazerosa, acessível a todo o ser humano, de qualquer faixa

etária, classe social ou condição econômica.

Brincar é:

· comunicação e expressão, associando pensamento e ação;

· um ato instintivo voluntário;

· uma atividade exploratória;

· ajuda às crianças no seu desenvolvimento físico, mental, emocional e social;

· um meio de aprender a viver e não mero passatempo.

Podemos identificar o brincar em dois momentos:

1)nas brincadeiras tradicionais, momento em que o indivíduo se insere na memória

coletiva;

2)na história de vida própria do indivíduo, que recorre às suas experiências no momento

de brincar.

Ao relacionar-se com conteúdos do passado e do presente, através de sua participação no

grupo de brincadeiras o indivíduo pode dar sentido ao seu mundo, ao seu existir neste

mundo.

Logo, podemos dizer que brincar é uma necessidade interior tanto da criança quanto do

adulto. Por conseguinte a necessidade de brincar é inerente ao desenvolvimento.

A repetição é a lei fundamental na brincadeira. A criança quer não só ouvir as mesmas

histórias, como também vivenciar novamente experiência, e isso lhe dá um grande prazer.

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Essa satisfação está relacionada com a busca da primeira experiência, que pode ser o

primeiro terror ou a primeira alegria. Assim, a repetição não só é um caminho para tornar-

se senhor de terríveis experiências como também de saborear sempre com renovada

intensidade os triunfos e vitórias.

Desta forma a criança seleciona brincadeiras e histórias a serem repetidas, relacionadas

com seu contexto atual e, ao retomá-las, ela as ressignifica no seu presente. Neste sentido o

brincar não pode ser considerado apenas uma imitação da vida do adulto, pois em cada

fazer novamente a criança pode encontrar o significado da sua experiência relacionada com

seu contexto e coloca-se como agente de sua história que aceita uma realidade ou a

transforma.

Froebel foi considerado como psicólogo da infância ao introduzir o brincar para educar e

desenvolver a criança. Froebel concebe o brincar como atividade livre e espontânea ,

responsável pelo desenvolvimento físico, moral e cognitivo; e os donos dos brinquedos

como objetos que subsidiam as atividades infantis.

Brincar é tão importante quanto estudar, ajuda a esquecer momentos difíceis e enquanto

estimula o desenvolvimento intelectual da criança, também ensina, sem que ela perceba, os

hábitos necessários a esse crescimento. Quando brincamos, conseguimos – sem muito

esforço – encontrar respostas a várias indagações, podemos sanar dificuldades de

aprendizagem, bem como interagirmos com nossos semelhantes.

Não posso deixar de acrescentar que brincar, além de muitas importâncias, desenvolve os

músculos, a mente, a sociabilidade, a coordenação motora e além de tudo deixa qualquer

criança feliz.

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2.2 - Por que é importante brincar

O brincar é importante porque incentiva a utilização de jogos e brincadeiras. No brincar

existe, necessariamente, participação e enganjamento – com ou sem brinquedo - , sendo

uma forma de desenvolver a capacidade de manter-se ativo e participante.

É importante a criança brincar, pois ela irá se desenvolver permeada por relações

cotidianas, e assim vai construindo sua identidade, a imagem de si e do mundo que a cerca.

Brincando a criança desenvolve suas potencialidades. Os desafios que estão ocultos no

brincar fazem com que a criança pense e alcance melhores níveis de desempenho.

Acredito que através do brincar a criança prepara-se para aprender. Brincando ela

aprende novos conceitos, adquire informações e tem um crescimento saudável.

Toda criança que brinca vive uma infância feliz, além de tornar-se um adulto muito mais

equilibrado física e emocionalmente, conseguirá superar com mais facilidade, problemas

que possam surgir no seu dia – a – dia.

A criança privada dessa atividade poderá ficar com traumas profundos dessa falta de

vivência. Quando a criança brinca ela está vivenciando momentos alegres, prazerosos, além

de estar desenvolvendo habilidades.

O brincar é a tarefa do dia- a – dia que nem os pais nem os professores conseguem

transmitir.

A criança é curiosa e imaginativa, está sempre experimentando o mundo e precisa

explorar todas as suas possibilidades. Ela adquire experiência brincando. Participar de

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brincadeiras é uma excelente oportunidade para que a criança viva experiências que irão

ajudá-la a amadurecer emocionalmente e aprender uma forma de convivência mais rica.

Quando brincamos exercitamos nossas potencialidades, provocamos o funcionamento do

pensamento, adquirimos conhecimento sem estresse ou medo, desenvolvemos a

sociabilidade, cultivamos a sensibilidade, nos desenvolvemos intelectualmente, socialmente

e emocionalmente.

Assim também ocorre com as crianças: elas mostram que são dotadas de criatividade,

imaginação e inteligência. Desenvolvem capacidades indispensáveis à sua futura atuação

profissional, tais como atenção, concentração e outras habilidades psicomotoras.

Todo aprendizado que o brincar permite é fundamental para a formação da criança, em

todas as etapas da sua vida.

2.3 – Brincar na escola

Hoje o brincar nas escolas está ausente, não havendo uma proposta pedagógica que

incorpore o lúdico como eixo do trabalho infantil.

É rara a escola que investe neste aprendizado. A escola simplesmente esqueceu a

brincadeira. Na sala de aula ou ela é utilizada como um papel didático, ou é considerada

uma perda de tempo. Até no recreio a criança precisa conviver com um monte de

proibições. O mesmo ocorre em condomínios, clubes, etc.

Quem trabalha na educação de crianças deve saber que podemos sempre desenvolver a

motricidade, a atenção e a imaginação de uma criança, brincando com ela. O lúdico é o

parceiro do professor.

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O professor deve organizar suas atividades, selecionando aquelas mais significativas para

seus alunos. Em seguida deverá criar condições para que estas atividades significativas seja

realizadas. Destaca-se a importância dos alunos trabalharem na sala de aula,

individualmente ou em grupos. As brincadeiras enriquecem o currículo, podendo ser

propostas na própria disciplina, trabalhando assim o conteúdo de forma prática e no

concreto. Cabe ao professor, em sala de aula ou fora dela, estabelecer metodologias e

condições para desenvolver e facilitar este tipo de trabalho.

O professor é quem cria oportunidades para que o brincar aconteça de uma maneira

sempre educativa. Devemos procurar inovar para não deixar que nossas aulas sejam

cansativas e que caiam na mesmice.

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CAPÍTULO III

BRINQUEDO

Riqueza da imaginação infantil.

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3.1 – Mistérios do brinquedo

Brinquedo – objeto destinado a divertir uma criança.

Segundo Kishimoto (1994, p.20), o brinquedo “é entendido como objeto, suporte da

brincadeira”.

Vygotsky (1984, p.43) diz que “ o brinquedo tem um papel importante, aquele de

preencher uma atividade básica da criança, ou seja, ele é um motivo para a ação”.

Para Walter Benjamim (1984, p.28) “o brinquedo sempre foi e será um objeto criado

pelo adulto para a criança”. Mesmo os brinquedos antigos como a bola, a pipa,

desenvolveram as fantasias infantis.

Os brinquedos surgiram nas oficinas dos artesãos que só podiam fabricar produtos do seu

ramo. Segundo Benjamin (1984, p. 35), “serviam de alegria para as crianças”.

Acreditava-se que o conteúdo imaginário do brinquedo é que determinava as

brincadeiras, quando na verdade quem faz isso é a criança.

Através do brinquedo a criança instiga a sua imaginação, adquire sociabilidade,

experimenta novas sensações, começa a conhecer o mundo, trava desafios e busca

satisfazer sua curiosidade de tudo conhecer.

O brinquedo envolve regras que, embora não sendo definidas, se originam da

imaginação, mostrando que o papel que a criança representa e a sua ligação com o objeto

serão originados sempre das regras.

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Se a imaginação precisa ter regras de comportamento (ainda que escondidas), então toda

a brincadeira com regras contém de forma oculta uma situação imaginária.

Devido à emancipação do processo de industrialização, os brinquedos tornaram-se

sofisticados, diversificados e foram perdendo o vínculo com a simplicidade e com o

primitivo.

Ponto que também merece atenção é em relação às partes externas, de constituição dos

brinquedos. É importante que sejam fortes para não desapontar a criança, quebrando logo

que ela começa a brincar com eles. Se forem muito frágeis, poderão abalar a segurança da

criança e constranger sua vontade de experimentá- los. Criança muito tímida tem medo de

quebrar os brinquedos.

O brinquedo é um meio de demonstrar as emoções e criações da criança. No brinquedo o

modo de pensar e agir de uma criança são diferentes do modo de pensar e agir de um

adulto. Isso acontece quando as crianças, por exemplo, desconsideram brinquedos mais

caros e sofisticados e se apegam a outros mais simples, e que às vezes elas mesmas

fabricam.

Os brinquedos são parceiros silenciosos que desafiam as crianças, eles permitem que as

crianças conheçam com mais clareza importante funções mentais, como o desenvolvimento

do raciocínio abstrato e da linguagem.

Cada brinquedo faz nascer na criança um mundo de muitas surpresas, instantes

demorados de contemplação.

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É verdade que o brinquedo é apenas o suporte para a brincadeira, e é possível brincar

com imaginação. Mas é verdade também que, sem brinquedo, é muito mais difícil realizar

uma brincadeira, pois é ele que faz com que as crianças simulem situações.

O brinquedo não é apenas um objeto que as crianças usam para se divertirem e ocuparem

o seu tempo, mas é um objeto capaz de ensiná- las e torná- las felizes ao mesmo tempo.

3.2 – Classificação e valor do brinquedo

Como tudo na vida, o brinquedo tem seu valor, diferente entre a criança e o adulto. Para

alguns o preço é o que importa; já para as crianças isto não passa de um detalhe que, muitas

vezes, deixa de ser considerado. É comum não valorizarmos uma tampinha encontrada na

gaveta de uma criança e resolvermos jogá- la fora. Fazendo isto podemos magoá- la... só ela

pode dizer o que aquela tampinha representa. Não temos o direito de invadir a privacidade

infantil.

Segundo Vygotsky (1984 p. 43), a imaginação é um processo novo para a criança, pois

constitui uma característica típica da atividade humana consciente. É certo, porém, que a

imaginação surge, é a primeira manifestação da criança em relação às restrições

situacionais. Isso não significa, necessariamente, que todos os desejos não satisfeitos dão

origem aos brinquedos. O brinquedo, no entanto, difere do trabalho e de outras formas de

atividade, porque cria uma situação imaginária. Portanto, se todo brinquedo é realização de

tendências que não podem ser imediatamente satisfeitas, os elementos da situação

imaginária são parte da situação emocional do próprio brincar.

Finalmente, ainda de acordo com Vygotsky (1984, p.45) “o brinquedo, fornece a

estrutura básica para as mudanças das necessidades e da consciência”.

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Frente a estas reflexões podemos afirmar que o processo de construção do aprendizado

será efetivado mediante a participação da criança no brincar. O prazer, como disse

Vygotsky (1984, p.45), não é suficiente para justificar a importância do brincar. Possui,

porém, um papel relevante juntamente com outros fatores, uma vez que leva a criança a ter

iniciativa. A criança é incapaz de separar, pelo menos a princípio, a realidade da fantasia; o

brincar para a criança é uma coisa séria.

Brincar junto é muito bom, é uma maneira de manifestar o nosso amor à criança. Todas

as crianças gostam de brincar com os pais, com a professora, com os avós, com os amigos

ou irmãos mais velhos. Brincando, interagindo com as pessoas é que a criança passa a

valorizar o brinquedo.

O brinquedo é a riqueza do imaginário infantil, através dele a criança libera seus

sentidos, em todos os sentidos.

3.3 – Função do brinquedo

Para a criança o brinquedo significa um pedaço do mundo que ela já conhece, e o resto

do mundo ela ainda vai explorar, conhecer. É muito interessante observar crianças

brincando, temos condições de melhor conhecê- las e entendê- las.

Segundo Winnicott (1965, p.22), o brinquedo desempenha muitas funções, tais como: o

pensamento criativo, o desenvolvimento social e emocional.

No brincar, portanto, uma atividade substitui a outra, da mesma forma que um brinquedo

substitui o outro. Porém, em ambos os casos, a criança trabalha com o significado na vida

real; ela brinca com aquilo que está fazendo.

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A criança tem motivos para gostar de brinquedos, e a função do brinquedo é: aumentar a

integração com outras crianças;

* exercitar a imaginação e a criatividade;

* estimular a sensibilidade visual e auditiva;

* desenvolver a coordenação motora;

* aumentar a independência;

* diminuir a agressividade;

* ajudar a resgatar a cultura.

Os brinquedos representam um mundo imenso, infinito, cheio de promessas e muitas

surpresas.

3.4 – Tipos de brinquedos para diferentes etapas de desenvolvimento

Os brinquedos devem ser adequados ao interesse, às necessidades e às capacidades da

etapa de desenvolvimento na qual a criança se encontra. Embora todas passem pelos

mesmos estágios, a época e a forma como o desenvolvimento se processa pode variar

bastante.

De acordo com a teoria de Piaget (1975, p. 35), “ a fase sensório-motora (0 a 2 anos)

caracteriza-se por mecanismos sensório-motores no contato com a realidade, e não há

manipulações simbólicas.

De 0 a 24 meses:

* Brinquedos adequados:

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* móbiles colocados ao alcance da criança;

* chocalhos pequenos;

* brinquedos para morder;

* bichinhos de vinil;

Dos 8 aos 12 meses:

Brinquedos adequados:

* brinquedos de puxar e de empurrar;

* livros de pano;

* argolas de plástico para encaixar;

* cubos de pano;

* bichos de pelúcia;

* João bobo;

* caixa com vários objetos para pôr e tirar;

* caixa de música;

* peças para encaixar uma nas outras;

* bonecas de pano;

* brinquedos para atividades na água ou areia.

Enfim, brinquedos que possam ser manipulados sem oferecer perigo e que estimulem a

criança a interagir.

Dos 18 aos 24 meses:

Brinquedos adequados:

* carrinhos ou outros brinquedos de puxar e empurrar;

* blocos de construção;

* brinquedos de demonstrar (grandes);

* túnel para atravessar;

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* cavalo de pau;

* livros com ilustrações coloridas e simples;

* bolas;

* carro ou bicicleta sem pedal, que a criança movimente com os pés no chão.

Brinquedos adequados de 2 a 6 anos:

* livros de pano com figuras;

* telefone;

* panelas e todo o tipo de utensílios de cozinha;

* bonecas; máscaras, chapéus, fantasias e capas;

* fantoches;

* bichos de plástico e de pelúcia;

* massa de modelar;

* quebra-cabeça (simples);

* tambor, corneta, pianinho, pandeiro, etc;

* carros, caminhões, trenzinhos e aviões;

* cabanas e casinhas;

* balde e pazinha;

* lojas de miniatura;

* casa de boneca com móveis;

* caixa registradora;

* cidadezinhas, fortes, circos e fazendas;

* posto de gasolina;

* bicicleta;

* material para fazer bolhas de sabão.

De 7 aos 12 anos:

Brinquedos sugeridos:

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* boliche;

* futebol de botão;

* jogos de montar que sejam desafiantes;

* jogos de construção;

* jogo de damas, xadrex e outros;

* jogos de perguntas e respostas;

* jogos de cartas;

* video game;

* ferramentas para construção de brinquedos;

* quebra-cabeças mais difíceis;

* minilaboratórios.

Adolescentes:

Após os dozes anos os interesses começam a mesclar-se com os dos adultos. Pode-se

observar isto, claramente, no êxito crescente do video game, dos jogos eletrônicos mais

complexos que, em geral, toda a família aprecia.

Os jovens também demonstram interesse por jogos de tabuleiro e de aventuras.

Começam a ter interesse em colecionar bonecas, carros, trens, lápis, bonés, chaveiros,

animais de pelúcia entre outros.

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CAPÍTULO IV

BRINCADEIRA Há vários tipos de brincadeiras.

Crie uma!

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4.1 – Como ser criativo ao desenvolver brincadeiras tendo coragem de

errar.

Acreditamos que seja você, que tem interesse e motivação para despertar a própria

criatividade ao desenvolver brincadeiras e utilizá- las como um subsídio a mais em seu

crescimento pessoal e profissional. Afinal, todos temos capacidade de ser criativo ao

desenvolver brincadeiras e temos, também, maneiras diferentes de expressar esta

criatividade.

Desenvolver brincadeiras é muito fácil:

* Desenvolva o hábito de pensar criativamente todos os dias;

* Acostume-se a pensar além dos seus limites comuns;

* Faça uma releitura da realidade, enriqueça com um pouco da sua vivência e suas

fantasias;

* Deixe desabrochar suas energias criadoras, trazendo de dentro de você capacidades e

possibilidades muitas vezes desconhecidas de você mesmo.

Será um processo de descobrimento. A essência do poder criativo é um exercício

constante. O processo criativo é uma tentativa de encontrar um sentido maior. Ele pode

nascer de uma situação desafiadora ou de uma inspiração, mas é, certamente, um fenômeno

de sensibilidade. Embora havendo motivação para a criação de uma brincadeira, uma

preparação é indispensável para a sua concretização. Estas preparação inclui conhecimentos

sobre possibilidades e aspectos técnicos. Requer, também, habilidades para aplicá- las, e

todo este processo criativo somente irás acontecer se existir um ambiente estimulador para

o surgimento e o desenvolvimento do potencial criativo.

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A coragem de criar passa pela coragem de errar, no sentido de correr o risco de não ter

êxito. Embora possa não ter êxito de imediato, sua experiência pode ser muito valiosa,

significativa e transformadora.

Para estimular a criatividade é preciso criar condições favoráveis.

Existe em cada um de nós uma tendência natural a interagir e trabalhar ludicamente. Para

que haja coragem de errar é preciso haver apoio à iniciativa, é preciso não ter medo de ser

ridicularizado ou punido. Devemos lembrar-nos de que a pessoa que está sob pressão de

responsabilidades não está emocionalmente livre para criar. A pessoa sempre deve estar

mais flexível e aberta às mudanças, é preciso estar preparado. A coragem criativa é a

descoberta de novas formas, novos padrões.

Mudar sua postura frente à educação é:

* Mudar seus padrões de conduta em relação à criança;

* Abandonar métodos e técnicas tradicionais;

* Buscar o novo, não pelo modernismo, mas pela convicção do que este novo representa;

* Acreditar no brincar como estratégia do desenvolvimento infantil.

Tanto o adulto quanto à criança estão plenamente libertos para a criação. E é através da

criatividade que o indivíduo torna-se pleno e sincronizado com a vida, dando valor a esta,

percebendo suas potencialidades, além da importância das trocas interindividuais.

4.2 - A diferença entre brincadeiras e jogo

A pergunta é feita: “Vamos brincar?”, ou ainda: “Vamos jogar?” Estas perguntas podem

surtir o mesmo efeito nas crianças por ser tratar, afinal, de duas palavras com o mesmo

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significado. São atividades que, por serem distintas, podem dividir grupos de crianças que

dirão “Eu prefiro brincar” ou “Eu prefiro jogar”.

Uma consulta ao dicionário nos fará constatar uma clara diferença entre o jogo e a

brincadeira. No entanto, os dois são sinônimos de divertimento.

Toda e qualquer brincadeira exige regras, mesmo que estas não sejam explícitas, como é

o caso do faz-de-conta. Pelo fato de estar interagindo com outras pessoas e com a realidade

social como um todo, a criança observa condutas, apropria-se de valores e significados,

compondo um repertório de regras que tecem os diversos papéis sociais. É assim que traz

para a situação imaginária, suscitada pela brincadeira, regras de comportamento.

Vygotsky (1991, p. 35) não hesitou em conhecer a brincadeira como zona proximal, pois

nela a criança supera a sua própria condição no presente, agindo como se fosse maior. A

criança desafia seus próprios limites, ações e pensamentos.

Para Winnicott (1975, p. 29) a brincadeira é a própria saúde, ela traz a oportunidade para

exercício da essência do equilíbrio humano. Através dos gestos realizados pelas crianças

durante as brincadeiras, expressam suas intenções, contradições, todas as tensões tornam-se

visíveis e perceptíveis.

Já o jogo, diz Vygotsky (1991, p. 40) aproxima-se da arte, tendo em vistas a necessidade

de a criança criar para si o mundo às avessas para melhor compreendê-lo, atitude que

também define a atividade artística.

O jogo é construtivo porque pressupõe uma ação do indivíduo sobre a realidade. É uma

ação carregada de simbolismo, que dá sentido à própria ação, reforça a motivação e

possibilita a criação de novas ações. Piaget (1975, p. 10) dedicou-se a estudar os jogos e

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chegou a estabelecer uma classificação deles de acordo com a evolução das estruturas

mentais:

· Jogos de exercício (0 a 2 anos) – sensório–motor;

· Jogos simbólicos (2 a 7 anos) – pré–operacional;

· Jogos de regras (a partir de 7 anos).

4.3 - Jogos de exercício

A principal característica da ação exercida pela criação no período sensório-motor é a

satisfação de suas necessidades. Aos poucos ela vai ampliando seus esquemas, adquirindo

cada vez mais a possibilidade de garantir prazer que traz significado à ação. Por isso o ato

de sugar é tão significativo! O bebê mama não apenas para sobreviver, mas porque

descobre prazer ao mamar, à medida que satisfaz sua fome. É isto que o faz chupar chupeta,

mesmo que dali não saia alimento algum. O exercício de sugar a chupeta dá prazer!

A cada nova aprendizagem voltamos a utilizar jogos de exercício, necessários à

formação de esquemas de ação importantes ao nosso desempenho.

É o que acontece quando adquirimos um aparelho doméstico: ligamos e religamos

inúmeras vezes, experimentamos sua capacidade, repetimos as mesmas ações necessárias

para seu funcionamento até que estejamos seguros de que sabemos pô- lo em

funcionamento. Isso nos dá um enorme prazer por exercer sobre o aparelho poder e

controle.

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4.4 - Jogos simbólicos

Este tipo de jogo predomina dos 2 aos 7 anos de idade, ou seja, no período pré-operatório

do pensamento descrito por Piaget. No jogo simbólico a criança já é capaz de encontrar o

mesmo prazer que tinha anteriormente no jogo de exercício, lidando agora com símbolos.

Os jogos simbólicos têm as seguintes características:

* liberdade total de regras (a não ser aquelas criadas pela própria criança);

* desenvolvimento da imaginação e da fantasia;

* ausência de objeto (brincar pelo prazer de brincar);

* ausência de uma lógica da realidade;

* assimilação da realidade ao eu (a criança adapta a realidade a seus desejos).Ex.: caso

presencie uma briga, vai brincar de casinha e resolve o conflito por meio das suas

bonecas.

Verificamos que o jogo simbólico sofre modificações à proporção que a criança vai

progredindo em seu desenvolvimento.

4.5 - Jogos de regras

Neles existe o prazer do exercício, o lúdico do simbolismo, a alegria do domínio de

categorias espaciais e temporais, os limites que as regras determinam, a sociabilização de

condutas que caracterizam a vida adulta.

Os jogos de regras pressupões uma situação – problema, uma competição por sua

resolução e uma premiação advinda desta resolução. As regras orientam as ações dos

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competidores, estabelecem seus limites de ação, dispõem sobre as penalidades e

recompensas. As regras são as leis do jogo.

Para ser enquadrado como um jogo de regras é necessário, portanto que:

* haja um objetivo claro a ser alcançado;

* existam regras dispondo sobre este objetivo;

* existam intenções opostas dos competidores;

* haja a possibilidade de cada competidor levantar estratégias de ação.

Os jogos de regras são necessários para que as convenções sociais e os valores morais

de uma cultura sejam transmitidos a seus membros.

Em seus estudos, Vygotsky (1991, p.45) estabelece que o jogo de regras aparece

posteriormente ao jogo de papéis, uma vez que as regras regulam o comportamento da

criança, exigindo maior ou menor atenção ao processo da atividade; o que já é possível em

crianças maiores, no estágio final de educação infantil (5 nos em diante).

No jogo de regras o resultado da atividade é alcançado apenas pelo cumprimento das

normas do jogo e, uma vez que tais normas estão à disposição de todos os participantes,

envolverá competição, perdedores e ganhadores, o que vai implicar numa autonomia sobre

seu comportamento e uma auto-avaliação da criança em relação aos demais envolvidos no

jogo. As regras pressupõem relações sociais ou interpessoais. Elas substituem o símbolo,

enquadrando o exercício nas relações sociais. As regras são, para Piaget, a prova concreta

do desenvolvimento da criança.

Percebe-se, pelo exposto, que a brincadeira e o jogo são atividades de caráter lúdico

que pouco se diferenciam, exceto no jogo de regras, onde o objetivo, e conseqüentemente, o

prazer, estão no cumprimento das regras do jogo.

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4.6 - Qualidades essenciais para desenvolver brincadeiras

As primeiras experiências da criança são decisivas: impressões recebidas do meio,

estímulo ou restrições ao seu desenvolvimento numa atmosfera livre ou limitadora.

O desenvolvimento da capacidade de raciocínio e atenção depende , em grande parte,

de experiência motoras: manusear, pegar, agarrar. Inteligência motora é saber agir

corretamente no instante exato. Isto ajuda a criança a investigar seus interesses pessoais e

mantém viva a sua disposição para aprender. Aprender para a criança significa

autocapacitação, pensar e agir pôr si mesma. Este aprendizado deve processar-se pôr livre

iniciativa da criança, por contatos recreativos e desafios individuais.

Para tanto, segundo Nylse Helena da Silva Cunha (1988, p.55) devemos desenvolver

quatro qualidades essenciais para estarmos desenvolvendo brincadeiras com as crianças.

São elas:

1) Sensibilidade. É preciso ser sensível o bastante para respeitar a criança e perceber todas

as nuances de seus pensamentos e sentimentos, agir sem ferir suscetibilidades, sem limitar

seu desempenho nem interferir dirigindo processos que devem ser espontâneos;

2) Entusiasmo. A alegria é fundamental, ela favorece o brincar, uma vez que sem

entusiasmo não é possível contaminar o ambiente de forma estimuladora. Caso não tenha

entusiasmo, pode faltar o esforço necessário a novas tentavivas e á propagação da

criatividade;

3) Determinação. É preciso não desistir, apesar das dificuldades e, mais ainda, é preciso

imprimir um ritmo determinado ao trabalho, caso contrário ele não irá se desenvolver a

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contento. Muitas vezes pode parecer que não vale a pena manter o combinado, apareça

vontade de abrir mão de certos planos em alguns dias ou organizar determinadas atividades;

entretanto, é necessário manter o ritmo estabelecido. Algumas coisas parecem não valer a

pena se as considerarmos isoladamente. Porém, se tivermos a visão do conjunto, iremos

constatar que um pequeno elo partido pode quebrar a corrente. É preciso ter determinação

para trabalhar mesmo quando parece não valer a pena;

4) Competência. As boas intenções não asseguram bons resultados se não estudarmos, se

não refletirmos profundamente sobre o que estudamos, sobre o que vemos, o que

fazemos. Esta competência e seriedade na análise das nossas ações podem impedir-mos

de tomar atitudes erradas e/ou inadequadas no desenvolvimento de brincadeiras.

Se quisermos fazer um bom trabalho, temos que nos preparar para isso. È indispensável

conhecer como a criança pensa, como se desenvolve e quais as suas necessidades nas

diferentes etapas de seu desenvolvimento.

O educador precisa:

* Ter conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil, sobre brincadeiras, brinquedos e

jogos;

* Ser uma pessoa bem humorada, comunicativa e que tenha muita paciência, que goste

de brincar e que crie um ambiente lúdico descontraído;

* Se solidarizar com as crianças e que, por amor a elas, lhes proporcione horas felizes de

prazer e aprendizado.

Para dar mais sentido às brincadeiras com as crianças, devemos propor atividades que

exercitem sua imaginação, criatividade, equilíbrio, agilidade de movimentos e raciocínio.

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O educador ciente do que deve caracterizar uma boa brincadeira terá discernimento para

oportunizar seus alunos brincadeiras de qualidade.

4.7 – Como garantir o surgimento de brincadeira na sala de aula

A emoção constitui-se num dos elementos fundamentais de toda a aprendizagem e

garante significado para aquilo que aprendemos. Devemos propor atividades que envolvam

a criança, despertando sua curiosidade, aproveitando as situações quotidiana que são,

naturalmente, do seu interesse.

A missão de um excelente profissional é observar, cuidadosamente, as formas de

aprender e pensar de cada criança, bem como seus interesses e sua sociabilidade.

A criança busca o prazer, fugindo sempre de coisas indesejáveis. A existência do prazer

nas atividades permite o esforço e a utilização de seu tempo para aprender. Se desta forma

funciona, por que não estimulá- la com atividades que só lhe tragam prazer?

A criança caminha do individual para o social, e a sociabilidade necessita de estímulo

adequados para que sejam evitados medos de pessoas diferentes, ou que haja discriminação

em relação aos menos capazes de qualquer natureza. Cada criança tem diferentes interesses,

potenciais físicos, habilidades motoras, capacidade de integração social, adaptação, etc. O

educador precisa ter cuidado ao elaborar atividades, respeitando a capacidade de

aprendizagem de cada um. O desrespeito a estes princípios poderá levar o educando à

sensação de fracasso ou incapacidade para a prática de atividades, causando aversões ou

então ficando indiferente a elas. É fundamental que o educador crie um clima de total

segurança, ou seja, um ambiente agradável, prazeroso, estimulante. Assim será mais fácil a

criança soltar-se, desinibir-se, livrando-se da timidez e de outras dificuldades.

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Para criar situações estimulantes o educador precisa não somente de conhecimentos

teóricos sobre o nível do desempenho da criança, mas também de experiências práticas

relativas às possibilidades de exploração que as brincadeiras podem oferecer, criando

oportunidades para desenvolverem amplamente seu potencial.

Seguem algumas sugestões para motivar as crianças a participarem das brincadeiras:

* apresente a brincadeira à criança, demonstrando interesse;

* explique o desenvolvimento da brincadeira;

* introduza maneiras novas de realizá- las;

* estimule a resolução de problemas;

* aumente as oportunidades em todos os sentidos;

* reduza a dificuldade quando as crianças estiverem desistindo;

* aumente as dificuldades se a brincadeira for fácil demais;

* encoraje as manifestações espontâneas;

* escolha brincadeiras adequadas ao interesse e ao nível do desenvolvimento da criança;

* prepare o ambiente, mas nem sempre conduza a atividade, deixe que a criança tome a

iniciativa;

* dê tempo para que a criança possa assimilar a atividade;

* deixe que ela tente sozinha, mas esteja disponível se ela pedir ajuda;

* simplifique a atividade se verificar que está sendo muito difícil para ela, e vá

aumentando a dificuldade para manter o desafio;

* encoraje e elogie, mas sem infantilizar a criança;

* alterne sua participação com a da criança se isso a motiva;

* não deixe a atividade esgotar-se até saturar a criança;

* pare na hora certa para que ela tenha motivação para brincar um outro dia;

* transforme as brincadeiras em uma atividade alegre e rotineira;

* não critique uma criança quando ela erra, faça com que ela veja o quanto é capaz de

aprender e lhe dê o tempo que precisar para isso.

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As brincadeiras deverão ser incorporadas ao currículo como um todo, sendo as questões

colocadas no seu desenrolar e que possam fazer parte de pesquisas desenvolvidas em

atividades dirigidas pela criança. Estas atividades são: passeios, leituras, pesquisas, teatros,

músicas, etc.

A escola favorece a socialização na medida em que permite diferentes formas de

comunicação entre crianças. Na escola a necessidade de criar condições para que a

aprendizagem aconteça faz com que os educadores voltem sua atenção para a preparação

das situações que irão facilitar interações através das quais a criança possa aprender com

materiais, objetos e coisas. E mentalmente, com conceitos, problemas e desafios.

4.8 – Coletâneas de brincadeiras

É através das brincadeiras que a criança faz novas amizades, melhora seu relacionamento

com seus pais, educadores e entre colegas em um ambiente lúdico, tranqüilo.

Posso afirmar através de experiências vivenciadas com brincadeiras que a criança

melhora a sua comunicação, a convivência e a interação grupal. Ela instrui-se através da

brincadeira, ou seja, ela aprende brincando. Nas brincadeiras podemos observar,

diariamente, a sua socialização, suas iniciativas, a linguagem, seu desenvolvimento motriz.

Numa encantada forma de faz-de-conta a criança copia modelos e vivencia-os, a seu modo,

preparando-se assim para o futuro, experimentando as atividades e a realidade de seu meio.

A criança, através das brincadeiras, assimila valores, assume comportamentos,

desenvolve diversas áreas do conhecimento, exercita-se fisicamente e aprimora habilidades

motoras. No convívio com outras crianças aprende a dar e receber ordens, a esperar a sua

vez de brincar, a emprestar e tomar emprestado, a compartilhar momentos bons e ruins, a

ter tolerância e respeito, enfim, seu raciocínio é desenvolvido de forma prazerosa. A criança

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também encontra nas brincadeiras equilíbrio entre o real e o imaginário, alimenta sua vida

interior, descobre o mundo. “É o lúdico em ação”.

Para enriquecer o trabalho do professor e motivá- lo a usar o brincar como instrumento

cotidiano de trabalho, apresento algumas sugestões de brincadeiras.

2 Futebol de mãos dadas

Material: uma bola.

Objetivo: espírito de equipe e agilidade.

Desenvolvimento: alunos divididos em duas equipes. Começa o jogo, cada equipe deve

marcar gols no gol da outra equipe. Os alunos não poderão soltar as mãos durante o jogo. A

equipe que fizer mais gols é a vencedora.

3 Coisa ligeira

Material: um objeto qualquer.

Objetivo: atenção, criatividade, concentração, audição e percepção.

Preparação: alunos em círculo, tendo um ao centro.

Desenvolvimento: os alunos cantam, enquanto um outro aluno deverá colocar o objeto atrás

de alguém. Este objeto deverá ser pequeno, como, por exemplo, uma borracha, um

apontador etc. O mesmo deverá ficar escondido em uma das mãos, atrás do corpo. O aluno

que for adivinhar, deverá sair por uns instantes do local, retornando para identificar o aluno

que está com o objeto.

Todos cantam:

Coisa ligeira que vem do Pará,

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Atrás de alguém, ninguém te achará.

O aluno que foi designado para adivinhar irá até o meio da roda, tentando acertar com

quem está o objeto. Terá de 3 a 5 chances, conforme o combinado no início do jogo, ao

serem estabelecidas as regras. Os participantes poderão dar dicas que ajudem a localizar

quem está com o objeto.

Dá vontade, de não parar mais de ter idéias gostosas, não é mesmo?

Então, isso pode ser só o começo, pois cada um destes jogos pode ser desdobrado em

tantos outros... E depois, quem falou que brincadeira tem hora, não foi um sujeito muito

feliz, não... Pelo menos na escola, a brincadeira, o jogo, podem e devem ter sempre um

lugar. A Escola que Brinca, hoje sabemos, é a escola mais séria, mais importante é a Escola

que queremos para todos nós!

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CONCLUSÃO

Durante toda a vida, mas na infância de forma muito especial, o ser humano passa por

grandes transformações em termos de atividades, gestos e posturas. É preciso conhecer,

passo a passo, estas transformações para poder compreender as necessidades da criança,

estimulá- la e, acima de tudo, contribuir para que se desenvolva harmoniosamente,

guardando para a vida adulta uma imagem positiva de si mesma e de seu corpo.

O objetivo da educação é o desenvolvimento global e harmônico da criança. Global

porque inclui todos os aspectos do ser humano, harmônico porque todos estes aspectos

devem desenvolver-se equilibradamente, paralelamente, sem exageros nem limitações.

Concluo que a auto-realização é uma das necessidades essenciais de todas as pessoas,

não importando sua idade ou cultura. Para que a auto-realização se concretize na educação,

os professores deverão mudar suas concepções de conhecimentos, estabelecendo outras

maneiras de interagir com as crianças.

Percebe-se que os pais, a sala de aula e a escola devem esforçar-se para formar pessoas

capazes de assumir e de se adaptar às transformações e modificações do meio. Assim,

ressalta-se a necessidade de uma escola que procure repensar o brincar voltado para a auto-

realização.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENJAMIN, Walter. Reflexões: A criança, o brinquedo e a educação. São Paulo:

Summus,1984, p.28/35.

CUNHA, Nylse Helena da Silva. Brinquedo, desafio e descoberta para a utilização e

confecção de brinquedos. Rio de Janeiro: Fase, 1988, p.55.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo na educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1994,

p.20.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: LTC, 1975, p.10.

VYGOTSKY, L.S. Pensamentos e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991,

p.35/40/45.

WINNICOTT, D. W. A criança e o seu mundo. Rio de Janeiro: Scipione. 1965, p22.

O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975, p.29.

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ANEXOS

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE Pós-Graduação “Lato Sensu” Título: O Lúdico no Contexto da Criança Autor: Simone Luiza de Azevedo de Andrade Data da Entrega: 30/07/2004 Auto Avaliação: Avaliado por: Nelson José Veigas de Magalhães

Rio de Janeiro, 30 de julho de 2004.