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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA ARTE: CONTRIBUIÇÕES NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Por: Aline Rosas Fonseca Orientadora Profª. Edla Trocoli Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

ARTE: CONTRIBUIÇÕES NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Por: Aline Rosas Fonseca

Orientadora

Profª. Edla Trocoli

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FALCULDADE INTEGRADA

ARTE: CONTRIBUIÇÕES NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Educação

Infantil e Desenvolvimento.

Por: Aline Rosas Fonseca

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AGRADECIMENTOS

Gostaria primeiramente de agradecer

a Deus por me dar vida e saúde, à

minha mãe e à minha avó que não me

deixaram desistir da Pós - graduação; a

professora Edla Trocoli que foi

fundamental na elaboração desta

pesquisa, pois acredito que sem a sua

ajuda eu jamais teria conseguido.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha avó Cecília

que foi fundamental para a concretização

do mesmo.

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RESUMO

Ao decorrer do trabalho monográfico iremos abordar e discutir os

seguintes temas: A concepção de infância na sociedade; o significado de

infância na idade média; na idade moderna; a infância no Brasil; a creche; a

constituição de 1988: Avanços para a educação infantil; estágios do

desenvolvimento infantil; sensório-motor; pré-operacional; das operações

concretas; das operações formais e a arte no espaço educativo. A infância é

algo que vem sendo construída gradualmente, a percepção do passado é bem

diferente da concepção atual, pois estamos em um momento em que o seu

significado está em constante mudança. E uma das coisas mais importantes

em nossa sociedade atual é o conjunto de lutas pelos seus direitos. E assim,

procuramos compreender o estágio de desenvolvimento pelos quais nossos

alunos estão vivenciando, respeitando suas peculiaridades, conhecendo

também a evolução do grafismo.

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METODOLOGIA

Foi privilegiada a pesquisa teórica – bibliográfica, pois é preciso

conhecer com profundidade questões referentes ao tema; a observação

participante como instrumento de tomada de dados.

Dentre os autores pesquisados merece destaque Ariès (1978) em

função de suas análises sobre a história social da criança e da família. A

concepção de infância dos séculos anteriores é bem diferente dos dias atuais,

podemos perceber grandes oposições em relação ao sentimento de infância no

decorrer dos tempos. Essa questão é abordada pelo autor, que busca

caminhos e respostas tão procurados por todos que se preocupam com a

educação e sua construção durante os anos, e em especial nos dias de hoje

com a construção de um novo significado de infância.

O autor Piaget (2003) que também merece destaque nos traz a

discussão e análise sobre os estágios do desenvolvimento infantil, no qual

resultou em uma mudança avançada dos esquemas de assimilação,

proporcionando diversificados meios do individuo interagir com o meio, ou seja,

de ordenar seus conhecimentos visando sua adaptação, tendo um papel ativo

no seu próprio desenvolvimento cognitivo.

E por fim a autora Cavalcanti (1997) que nos relata sobre o desenho da

criança que vem sendo observado como uma ação espontânea entre autores

do começo do século até dias atuais, tentando demonstrar, em contraposição,

os ganhos teóricos e descritivos contidos na noção de desenho cultivado na

infância.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA NA SOCIEDADA 10

CAPÍTULO II - ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 19

CAPÍTULO III - A ARTE NO ESPAÇO EDUCATIVO 27

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA 35

ÍNDICE 37

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INTRODUÇÃO

“Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar e anunciar a novidade”. Paulo Freire

A criança na educação infantil, encontra-se em constantes

transformações, seu olhar aventureiro espreita o mundo a ser conquistado, vive

em estado de encantamento diante dos objetos, das pessoas e das situações

que a rodeia, enriquecendo as suas experiências.

Através da arte podemos nos expressar, criar e recriar o mundo que

nos cerca, resgatando a sensibilidade, valorizando também a auto-estima,

construindo o nosso próprio percurso. Trazendo novas perspectivas, abrindo

outros caminhos na educação, por meio de atividades criadoras.

Uma das finalidades deste projeto é realizar uma abordagem sobre

arte infantil, possibilitando ao professor conhecer as etapas do

desenvolvimento do desenho, para que possa compreender todo o processo de

evolução. Contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento da

personalidade infantil, estimulando-os através dos sentidos, da imaginação e

de ludicidade, ampliando as possibilidades cognitivas, afetivas, sociais.

Ao aprender a Arte na escola a criança poderá ampliar a sua visão

do mundo, desvelando uma pluralidade de significados, baseando-se na

liberdade de expressão e no respeito às diversidades culturais, propiciando

uma relação mais consciente do ser humano no mundo e para o mundo.

A formação do sujeito em processo de humanização vai se

estruturando a partir das experiências assimiladas em interação com as outras

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pessoas, sendo necessário que o professor conheça e compreenda os estágios

de desenvolvimento pelo qual às crianças passam, agindo de forma mediadora,

contribuindo para a formação de conhecimentos. Desenvolvendo também um

trabalho criativo, atendendo as necessidades dos alunos, a fim de facilitar as

atividades em sala de aula permitindo o desenvolvimento da educação integral

da criança, por intermédio da arte.

Este trabalho monográfico terá cerca de três capítulos muito

importantes para sua concretização. O primeiro capítulo abordará a concepção

de infância na sociedade, já no segundo buscarei os estágios do

desenvolvimento infantil; no terceiro trarei a arte no espaço educativo.

O objetivo deste trabalho é possibilitar uma reflexão acerca da

essencialidade da arte na vida da criança, compreender o significado de

infância, identificar os estágio do desenvolvimento infantil e conhecer as etapas

do desenvolvimento do desenho.

A pesquisa proposta foi realizada na perspectiva da abordagem

qualitativa que se preocupa com o “contato direto e prolongado do pesquisador

com o ambiente e a situação que está sendo investigada”. (MENGA E LUDKE,

1986, p.11), tendo por finalidade, auxiliar os professores, oferecendo subsídios

para que conduzam e busquem soluções criativas de aperfeiçoamento de suas

atividades.

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CAPÍTULO I

Concepção de infância na sociedade

..

1.1- O significado de infância na Idade Média

Antes de falarmos sobre a concepção de infância é necessário que se

traga algum conceito sobre a criança.

De acordo com Kramer (2003),

“Entende-se, comumente, “criança” por oposição

ao adulto: oposição estabelecida pela falta de

idade ou de “maturidade” e “de adequada

integração social”. (KRAMER, 2003, p. 15).

A concepção de infância dos séculos passados é bem diferente dos dias

atuais, antigamente a criança era vista como um adulto em miniatura passava

diretamente para a fase adulta, mantendo assim, a sua invisibilidade social.

Executava as mesmas funções dos mais velhos. Ou seja, desde muito cedo,

ela aprendia o ofício do trabalho, ajudando o adulto nas tarefas domésticas ou

de agricultura.

Segundo Ariès, (1981), no que diz respeito à criança, não existia

sentimento de infância que a diferenciasse do adulto.

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“O sentimento da infância não significa o mesmo

que afeição pelas crianças: corresponde à

consciência da particularidade infantil, essa

particularidade que distingue essencialmente a

criança do adulto, mesmo jovem”. (ARIÈS, 1981,

p. 90).

Podemos observar que nessa perspectiva o sentimento de infância é

algo que caracteriza à criança, a sua essência enquanto ser, o seu modo de

agir e pensar, que se diferencia do adulto, e portanto merece um olhar mais

específico.

A infância na idade média, era vista como um estado de transição para a

vida adulta. Não se dispensava um tratamento específico para as crianças, por

isso o alto índice de mortalidade infantil na época. O importante era a criança

crescer rapidamente para participar do trabalho e de outras atividades do

mundo adulto.

Ainda naquela época não havia divisão entre o trabalho e o lazer entre a

criança e o adulto, ambos brincavam juntos. Os jogos eram formas concretas

para a transmissão dos valores naquela sociedade, e não era entendido como

uma atividade exclusiva da criança e, mais do que isso, não havia brincadeiras

como as de hoje. Enfim, a educação não havia sido institucionalizada e a

transmissão do saber, ainda não havia se tornado uma atividade especializada.

De acordo com Ariès (1981) o traje da época afirma o quanto à infância

era então pouco particularizada na vida real.

Assim que a criança deixava os cueiros, ou seja,

a faixa de tecido que era enrolada em torno do seu

corpo, ela era vestida como os outros homens e

mulheres de sua condição. (p. 32).

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Nos trajes utilizados pelas crianças na idade média, também não se

distingue a roupa do adulto das vestes usadas pelas crianças dentro de um

mesmo segmento social. O fator importante a se considerar era a condição

social do individuo, ou seja, preocupavam-se apenas em manter visíveis os

degraus da hierarquia.

1.2 – O significado de infância na Idade Moderna

Neste período o comércio se intensifica devido à decomposição do

feudalismo para o capitalismo na Europa. Com isso, começou a surgir o

estreitamento dos laços familiares, que tiveram reflexos na organização escolar

e no sentimento de infância. A criança ganhou seu lugar de importância na

família, tornando-se motivo de preocupação. “A família concentrou-se em torno

da criança” (ARIÈS, 1981, p. 159), surgindo um sentimento de dor e piedade

pelas crianças que morriam cedo, tanto que a conservação dos retratos de

crianças vivas e mortas se tornou mais freqüentes.

A criança, ser frágil e ameaçado tem sua alma tornada imortal e

inesquecível, que resultou em maiores cuidados e atenções redobradas da

ama em relação à criança. Segundo a autora Kramer:

“O sentimento é concomitante à nova função efetiva da instituição familiar (agora constituída de maior numero de crianças que sobrevivem) assume no seio da burguesia, e vai sendo progressivamente imposto ao povo. Não é a família que é nova, mas, sim, o sentimento de família que surge nos séculos XVI e XVII, inseparável do sentimento de infância”. (KRAMER, 2003, p. 18).

Entretanto, a criança pobre ainda vivia como na Idade Média, não se

beneficiando com esses valores. Neste momento, a criança e o adulto se

separam e surgem as primeiras iniciativas de atendimento à infância, que são

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denominadas “asilos”, que abrigavam crianças pobres, filhos de mães

operarias.

Mais tarde, no século XVII, este sentimento se modifica, os cuidados

excessivos foram considerados pelos moralistas prejudiciais à criança, já que a

tornava mimada. Por isso, foi proposta a educação que as tornassem pessoas

honradas, ”numa sociedade em que todos os membros se viam, se ouviam e

se encontravam quase todos os dias” (ARIÈS, 1981, p. 164 e165), garantia

para uma vida honesta. O colégio tornou-se então, instrumento de educação e

moralização, sendo uma instituição essencial da sociedade, que a essa altura

já tinha sido estendida aos leigos nobres, burgueses e às classes populares.

Paralelamente a criança deixou de ser divertida e tornou-se educável,

pois “o futuro de um homem dependia unicamente da sua reputação” (ARIÉS,

1981, p.165). Com a substituição da educação prática pela teórica e os

aspectos dos moralistas, a família passa a se preocupar de forma diferenciada

em relação aos seus filhos.

Entretanto, vale ressaltar que o sentimento de infância trouxe benefícios

para as crianças. Sobre isso Kramer nos diz:

A idéia de infância, como se pode concluir, não

existiu sempre, e nem da mesma maneira. Ao

contrario, ela aparece com a sociedade capitalista,

urbano-industrial, na medida em que mudam a

inserção e o papel social da criança na

comunidade. Se, na sociedade feudal, a criança

exercia um papel produtivo direto (“adulto”) assim

que ultrapassava o período de alta mortalidade, na

sociedade burguesa ela passa a ser alguém que

precisa ser cuidada, escolarizada e preparada

para uma atuação futura. (KRAMER, 2003, p. 19).

Podemos observar que cada século traz a sua concepção do que é ser

criança. Segundo Gleisy e Lima (2010):

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“Cada época tem sua maneira própria de

considerar o que é ser criança e de caracterizar as

mudanças que ocorrem com ela no decorrer da

vida”. (p. 22).

1.3 – A infância no Brasil

No Brasil, o atendimento à criança inicia-se no século XVI até o início do

XVIII com a educação realizada pelos jesuítas através da catequese, com o

objetivo de doutrinamento das crianças indígenas.

Somando a valorização do sentimento de infância com a construção do

modelo ideológico de criança - jesus trazidos pela colônia no pensamento

jesuíta, a companhia de Jesus escolheu as crianças indígenas com o desejo

de conquistar “alminhas virgens, onde os pecados destas terras tão paradoxais

ainda não se tivessem instalado” (PRIORE, 1996, p.12).

Para a filosofia da companhia de Jesus a cultura indígena representava

a perdição da humanidade, necessitando, portanto, aquelas crianças, de uma

educação rígida, contemplada de novas concepções e princípios de

sobrevivência e socialização.

No entanto, as crianças indígenas já possuíam a cultura materna

infiltrada bem antes do desembarque da primeira missão jesuíta. Na

adolescência, reingressavam aos seus costumes pintando seus corpos com

tinta de urucum como seu povo, em lugar praticar as disciplinas, comendo

carne em dias de abstinência e tocando atabaques, em vez de tocar flautas e

usar as grinaldas floridas. O que se demonstra em vão é o rompimento, ao

chegarem os indígenas a adolescência, com o tempo jesuítico. (PRIORE,

1996).

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No final do século XVII, as expedições jesuítas às terras indígenas

começaram a perder força e com elas a catequese também já não ocorria com

tanta intensidade como antes.

Com o crescimento urbano do Brasil a demanda do atendimento à

infância começa a tomar novos rumos. A catequese dos jesuítas que se

preocupavam com a transformação das crianças indígenas crianças santas dá

lugar à infância abandonada.

1.4 – A creche

A mudança na estrutura da sociedade brasileira findou o

crescimento do setor industrial, a ampliação da classe média, o fenômeno da

urbanização e o advento de um proletariado industrial, que contribuíram ao

surgimento de diversas propostas tendo em vista o atendimento à infância

brasileira, “quando concretizaram trabalhos de assistência social e educacional

à infância tendo em vista, principalmente, o desenvolvimento nacional.”

(KRAMER, 2003, p. 47).

Em 1908, teve inicio a primeira Creche Popular cientificamente

dirigida a filhos de operários industriais, apesar de até hoje ainda manter como

características o atendimento às mães trabalhadoras domésticas.

Segundo Rossetti-Ferreira (2000);

“A demanda pelo atendimento de crianças de zero

a seis anos apresenta um crescimento gradativo

em nossa sociedade. De um lado, esse

crescimento é resultado das intensas

transformações socioeconômicas e culturais,

observadas nas últimas décadas, no âmbito do

trabalho e na estrutura familiar.” (p. 179)

As novas instituições representavam a sustentação dos saberes jurídico,

médico e religioso no controle e elaboração da política assistencialista que

estava sendo construída. Cada saber apresentava as suas justificativas para a

implementação das creches, asilos ou jardins de infância.

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Os médicos higienistas tomaram as primeiras iniciativas contra a

alarmante mortalidade infantil, que era atribuída por eles a duas causas. Uma

delas dizia respeito ao nascimento legitimo. E a segunda se refere falta de

educação física, moral e intelectual das mães, que permitiam o aleitamento

mercenário. Por isso, anunciavam a necessidade por providências por parte

das autoridades na proteção às crianças e a criação de policlínicas para partos

e moléstias infantis, bem como a implementação de cursos especializados.

Houve avanços no combate à mortalidade infantil, a pasteurização do leite de

vaca permitiu que o uso da mamadeira fosse difundido.

Posteriormente, várias iniciativas oficiais surgem no que se refere à

infância. Além do Departamento Nacional da Criança, o Órgão do Ministério da

Educação e Saúde pública, e o Serviço de Assistência a Menores (SAM), as

entidades privadas também se organizaram em forma de confederação,

criando a Campanha Nacional da Criança (1948).

Então, apesar da articulação de vários saberes presentes no bojo de

interesses públicos e religiosos no surgimento das instituições para a infância

no Brasil, amadureceu-se também uma preocupação com a educação e o

futuro da criança brasileira.

1.5 – A Constituição de 1988: avanços para a educação infantil

A Constituição Federal de 1988 foi promulgada democraticamente

deixando para trás um regime autoritário exercido por mais de 20 anos. O

capítulo da educação na Constituição de 1988 é o mais detalhado de todos os

textos constitucionais que, de certa forma trataram da educação no Brasil.

É importante saber, por exemplo, que o Titulo II, Capitulo I, art. 6º da

nossa Constituição trata dos direitos sociais, estando mencionada a educação.

São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a

previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos

desamparados, na forma desta Constituição.

A educação infantil, também reconhecida como dever do Estado e direito

da criança, fica a cargo dos Municípios, responsáveis por desenvolver

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programas de educação pré-escolar, aptos a criar suas próprias leis de acordo

com interesses locais, além da aquisição de competências compartilhadas com

outras instancias.

Sobre isso, Rossetti-Ferreira nos diz que:

“Assim, ao determinar a obrigação ao Estado no

atendimento às crianças de zero a seis anos, a

Constituição provocou um considerável

desenvolvimento de políticas públicas para essa

faixa etária.” ( p. 183, 184).

Essa ementa consagra a expressão educação infantil, que

compreende as creches (zero a três anos) e pré-escolas (quatro a seis anos).

Pois, antes eram empregados indistintamente, como se fosse à mesma coisa.

Com a nova redação do parágrafo 2º do artigo 211, fica evidente que os

municípios devem dar atendimento às crianças de zero a seis anos, e não

apenas de quatro a seis, como se podia interpretar com a redação original da

constituição de 1988.

No texto constitucional, há um capitulo que focaliza a família e a

criança, afirmando além de outros direitos, o direito à educação. Tal ótica é

fortalecida pelo art. 208, IV.

Partindo da constituição de 88, foi elaborado o Estatuto da criança e

do adolescente. Lei nº 8.069/90. Nela, o dever do Estado em relação à

educação infantil é descrito no art. 54, inciso IV, da mesma forma como está na

Constituição Federal. Silva e Rossetti- Ferreira 2000 comenta que:

“Na verdade, essa lei significa mais do que um

simples instrumento jurídico. Ela inseriu as

crianças e adolescentes no mundo dos direitos,

especificamente, no mundo dos Direitos Humanos.

O ECA estabeleceu um sistema de elaboração e

fiscalização de políticas voltadas para a infância ...

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Os programas não podem, portanto, encarar, as

crianças apenas como objetos de ação, mas como

sujeitos, com direito à participação.” (p. 184).

Podemos perceber que assim, fica evidente que a educação infantil

integra-se no sistema de ensino, então a creche e a pré-escola não são apenas

um local adequado para a mãe deixar o filho para poder trabalhar, mas

compreende-se que a educação se inicia nos primeiros anos de vida, e pe

função da creche e da pré-escola participar desse processo de educação junto

com a família e a comunidade.

A LDB também traz referencia a educação infantil, evidenciando

finalmente a conquista do seu espaço.

Com a Lei 9394/96. a educação infantil conquistou um espaço até

então inexistente. A preocupação com as crianças pequenas na nova LDB,

matem em muitos aspectos, o espírito da Constituição. Nela a educação infantil

é compreendida como primeira etapa da educação básica em dois momentos

distintos: em creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos

de idade, e em pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos de idade.

Na LDB, o art. 29 discute o papel da família como questão essencial,

e completa que a creche e a pré-escola não substituem a educação familiar, e

sim complementam. Pois as instituições de educação infantil, não podem

abraçar essa responsabilidade sozinha, o que torna necessário a existência de

uma boa integração entre a escola e a família, objetivando o desenvolvimento

integral da criança.

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CAPÍTULO II

ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Jean Piaget foi um dos grandes nomes da Psicologia do

desenvolvimento, não apenas na Europa, como também nos Estados Unidos.

Ele nos traz “uma abordagem para a compreensão da criança e do

adolescente, através da descrição e exploração das mudanças psicológicas

que as crianças sofrem no decorrer do tempo” (RAPPAPORT, 1981, p. 01).

A Psicologia do Desenvolvimento é um campo da psicologia que

descreve as funções psicológicas do ser humano, em especial da criança,

como por exemplo: suas reações intelectuais, sociais e emocionais em

diferentes idades, buscando descobrir como tais funções mudam com a idade.

As abordagens mais recentes a respeito do desenvolvimento

humano concentram-se na compreensão do homem em todos os aspectos,

reunindo as fases desde o nascimento até o seu grau de maturidade e

estabilidade.

Podemos observar que as mudanças ocorridas em relação à criança

“é bastante recente em termos de História da Humanidade. Até época

relativamente próxima ao século XX, as crianças eram tratadas como

pequenos adultos” (RAPPAPORT, 1981, p. 1), e com o passar dos anos

notamos uma preocupação mais ampla e sistemática com o estudo da criança,

descrevendo os comportamentos apresentados em cada faixa etária e

organizando escalas de desenvolvimento.

O desenvolvimento se dá por causa da relação estabelecida entre o

sujeito (com sua carga genética e sua história pessoal) e o meio onde está

inserido (objetos, valores morais e existência do outro). Trabalhar com criança

em idade pré-escolar é possibilitar que ela estabeleça uma relação sadia com o

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meio que à cerca, favorecendo o seu desenvolvimento e apropriação de novos

conceitos e conteúdos.

A criança utiliza uma lógica diferente para pensar em cada etapa da

sua vida. Segundo Piaget, os estágios do desenvolvimento da criança

aparecem em uma ordem necessária.

Esses estágios não podem ser queimados, pois “cada uma dessas

fases é caracterizada por formas diferentes de organização mental que

possibilitam as diferentes maneiras de o individuo relacionar-se com a

realidade” (CAMPOS, LIMA, 2010, p.30), que está inserido.

Piaget (1993) afirma que o desenvolvimento do ser humano se dá

por estágios, e ele considera quatro períodos no processo de evolução do

homem, sendo caracterizados por meios das condições de cada individuo

durante o seu desenvolvimento e são denominadas como Sensório-motor (que

vai de zero a dois anos de idade); Pré-operatória (de dois a sete anos); o

período das Operações concretas (de sete a 11 ou 12 anos) e o quarto e último

período das Operações formais (o qual dura a partir de 11 ou 12 anos em

diante).

2.1 – Estágio Sensório-motor (0 a 2 anos)

O pensamento da criança é construído pelas suas sensações e seus

movimentos. São indicados pelos reflexos que levarão à diferenciação do

mundo que o cerca. Nesse estágio predomina o experimento, trabalho mental,

criando relações entre as ações e as transformações que elas provocam no

ambiente físico, trabalhando os reflexos, movimentando o mundo por meio das

ações cotidianas.

Segundo Biaggio (1988)

“Essa fase consiste na ênfase à importância

dessas atividades como fundamento de toda a

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atividade intelectual superior futura... para

desmistificar a noção de que o brinquedo teria

uma função puramente sócio-emocional e que

atividade intelectual só começa aos sete anos” (p.

63).

Como podemos perceber a atividade intelectual da criança é de

natureza sensorial e motora, tendo como característica a ausência semiótica,

ou seja, a criança ainda não representa mentalmente os objetos. A estimulação

ambiental deve ser principalmente de natureza sensorial (visão, audição, tato,

paladar, olfato) e motora (movimentos com o corpo). Os estímulos do ambiente

contribuirão na passagem de um estágio para o outro.

De acordo com Campos e Lima (2010):

“No decorrer do estágio sensório-motor, a criança

passa a reagir às pessoas de modo especifico,

porque ela age de acordo com os esquemas que

podem ser relacionados com os da sua própria

ação. Surgem, então, sentimentos de inquietude

em presença de estranhos, preferência por certas

pessoas e objetos e reação de estranheza a

determinadas situações.” (p.37).

O período sensório-motor é muito importante para a evolução

emocional e afetiva a partir da percepção e dos movimentos que envolvem a

criança e o meio no qual está inserida, através dos reflexos a criança começa a

assimilar o universo e inicia a construção de esquemas.

No final do estágio sensório-motor, Piaget afirma que a criança

estabelece esquemas de ação interna, isto é, de esquemas de representação.

A criança diante de uma situação de dificuldade, não precisa mais do tato, pois

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já consegue articular algumas atitudes e optar por aquela que seja mais

oportuna para aquela ocasião.

Um exemplo disto é quando a criança não precisa garantir-se de que

o brinquedo está embaixo do sofá, tendo uma vez o mesmo rolado para

debaixo da cadeira e ela irá diretamente pegá-lo neste local. Podemos

observar que através de suas ações a criança “terá conseguido atingir uma

forma de equilíbrio, isto é, terá desenvolvido recursos pessoais para resolver

uma série de situações através de uma inteligência explícita, ou sensório-

motora.” (RAPPAPORT, p. 68, 1981).

2.2 – Estágio Pré-operacional (2 a 7 anos)

Ele acontece antes do aparecimento das operações lógicas e é

necessário para preparar as operações. Este estágio também é chamado de

pensamento intuitivo e é fundamental para o desenvolvimento da criança,

apesar de ainda não conseguir efetuar operações. A criança já usa a

inteligência e o pensamento, este é organizado através do processo de

assimilação, acomodação e adaptação.

Sobre isso Campos e Lima nos dizem que:

“É uma fase da infância, pautada no intuitivo, com

o surgimento da linguagem, da imagem mental e

do jogo simbólico, e o objeto afetivo se faz sempre

presente e atuante, até em sua ausência.”

(CAMPOS, LIMA, 2010, p. 38).

A criança que constrói a função simbólica passa a lidar com sua

representação sem a necessidade de estar com o objeto, iniciando-se então a

fase do faz-de-conta. Podemos notar que esse processo “é construído por dois

grandes subperíodos: o primeiro inicia com o processo de construção da

linguagem, brincadeira de faz-de-conta, imitação representativa, imagem

mental” (SEBER, 1997, p.178).

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Nesse período a criança busca a compreensão do mundo que o

cerca, ela aprenderá a se comunicar com a fala e viverá uma nova realidade

alimentada pela capacidade de criar um mundo diferente do real, o que

chamamos de mundo da fantasia. E já não depende unicamente de suas

sensações, de seus movimentos, mas já distingue um significador (imagem,

palavra ou símbolo).

Nesse sentido, Biaggio (1988) nos diz que:

“O período pré-operatório é também a época em

que há uma verdadeira explosão lingüística... A

criança, que aos dois anos possuía um

vocabulário de aproximadamente 270 palavras,

por volta de 3 anos já possui um vocabulário de

cerca 1.000 palavras que ela fala; e

provavelmente compreende outras 2.000 ou 3.000

palavras e já forma sentenças bastante

complexas.” (p.68).

A forma verbal segue a mesma direção das outras manifestações e

é abordada por Piaget como composição da função simbólica. A linguagem

constrói o sistema de representação mais complexo, surgindo no inicio

subordinada às situações e, sucessivamente, tornando-se cada vez mais

independente das mesmas.

Uma das características do pensamento pré-operacional é o

egocentrismo, onde a criança não consegue coordenar diferentes pontos de

vista, pois ela apresenta “uma visão da realidade que parte do seu próprio eu,

isto é, a criança não concebe um mundo... confunde-se com objetos e pessoas,

no sentido de atribuir a eles seus próprios pensamentos, sentimentos, etc.”

(RAPPAPORT, 1981, p. 68 e 69).

Ela acredita que todos pesam e vêem as coisas como ela pensa e

vê, ou seja, julga-se que a realidade é aquilo que lhe convêm, estabelecendo

“uma incapacidade se colocar do ponto de vista de outrem.” (BIGGAIO, 1988,

p. 68), estando sempre centrada em suas ações.

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No final da fase pré-operatória, percebemos a existência de uma

mudança, onde surgem pensamentos anímicos e intuitivos, sobre a natureza.

Para a criança, tudo se comporta como ela. “O sol é vivo, porque ele faz com

seja dia, ou que as nuvens são vivas, porque fazem chover”. (KESSELRING,

1999, p.136). Este período também é marcado pelo desenvolvimento da

atividade simbólica, caracterizada pelo fato da criança diferenciar o significante

do significado. Onde os objetos da percepção adquirem representação por

palavras, as quais o individuo, ainda criança, manipula experimentalmente em

sua mente assim como havia anteriormente experimentado com objetos

concretos.

2.3 – Estágio das operações concretas (7 a 11 anos)

Neste período a capacidade representativa é palpavelmente mais

desenvolvida do que no estágio precedente, a criança começa a raciocinar de

forma procedente. “Corresponde praticamente à idade em que se inicia a

freqüência à escola elementar será marcado por grandes aquisições

intelectuais de acordo com as preposições piagetianas.” (RAPPAPORT, 1981,

p.72).

A criança apresenta uma organização assimilativa rica e integrada,

desenvolvendo o pensamento de forma organizada, começando a ver o mundo

de uma maneira realista, separando o real da fantasia, “funcionando em

equilíbrio com um mecanismo de acomodação” (BIAGGIO, 1988, p. 72).

É a partir deste estágio que a criança adquiri a capacidade de

realizar operações, construindo pensamentos compatíveis com diversas ações.

Sobre isso Rappaport (1981) nos diz:

“Observa-se um marcante declínio do

egocentrismo intelectual e um crescente

incremento do pensamento lógico. Isto é, em

função da capacidade, agora adquirida, de

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formação de esquemas conceituais, de esquemas

mentais verdadeiros, a realidade passará a ser

estruturada pela razão e mais pela assimilação

egocêntrica, como ocorria na fase anterior.” (p.

72).

Ao decorrer deste período a criança já não apresenta restrições em

distinguir o mundo real da fantasia, ela estabelece algumas regras sociais e

morais, tendo a “capacidade para perceber que outras pessoas tem

pensamentos, sentimentos e necessidades diferentes dos seus.”

(RAPPAPORT, 1981, p. 73). Começando a adquirir novos valores como

amizade, companheirismo, união partilha, entre outros.

Além disso, a criança obtém no pensamento as idéias que podem

ser retomadas as situações de origens, possibilitando a busca de identidades e

diferenças, classificando e desclassificando objetos em relação aos seus

aspectos. “Estas operações mentais consiste em transformações reversíveis

que implica na aquisição da noção de conservação ou invariância.”

(RAPPAPORT, 1981, p. 72).

Apesar de ainda utilizar objetos, agora representados, sua

flexibilidade de pensamento oportuniza um numero de aprendizagem,

compreendendo regras de jogos, realizando modificações em suas

brincadeiras. Obtendo uma lógica da realidade que a cerca, construindo sua

atitude critica, explicando logicamente suas idéias e opiniões.

2.4 – Estágio das operações formais (12 em diante)

No estágio das operações formais a criança “é capaz de resolver

problemas a respeito de todas as relações possíveis entre eventos” (BIAGGIO,

1988, p. 85), desenvolvendo as operações de raciocínio abstrato, tornando-se

capaz de expressar a sua opinião defendendo a sua posição, buscando

soluções, “Essas e outras aquisições são responsáveis em grande parte pelas

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mudanças que ocorrem em todo o comportamento do adolescente, ajudando-o,

inclusive, no que se considera a problemática da adolescência.” (RAPPAPORT,

1981, p.74 e75).

Nesta etapa a estrutura cognitiva da criança atinge seu nível mais

elevado de desenvolvimento possibilitando a aplicação do raciocínio lógico a

todas as classes da problematização.

A criança passa a compreender as implicações, pensando de forma

adulta, processando os seus pensamentos semelhantes à de um adulto,

conquistando níveis de equilíbrio e reversibilidade cada vez mais elevados.

Para Biaggio (1988):

“O adolescente, nessa, fase, já é capaz de pensar

em termos abstratos de formular hipóteses e testa-

las sistematicamente... quando atinge o estágio de

operações formais já tem todos os elementos

necessários para utilizar o método experimental da

ciência.” (p. 85).

Podemos observar que a transição para este estágio leva o individuo

a desenvolver a sua própria identidade, formulando hipóteses, permitindo lhe

definir conceitos e valores, trabalhando na resolução de problemas que surgem

á sua volta.

Ao almejar esta fase, o individuo apresenta a sua forma de

equilíbrio, que persistirá durante a idade adulta, expandido seus

conhecimentos, realizando reflexões “no nível em que ele se torna capaz de

combinar objetos, por um método exclusivo e sistemático, revela-se capaz de

combinar idéias, ou hipóteses, em forma de afirmação e negação” (PIAGET,

1896-1980, p.121).

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CAPÍTULO III

A ARTE NO ESPAÇO EDUCATIVO

A arte faz parte de nossa vida, ela foi à primeira linguagem utilizada

pelo ser humano, antes de escrever, o homem primitivo fazia desenhos nas

cavernas, a assim como acontece com qualquer criança antes da

alfabetização.

O fazer artístico se desenvolve através das vivências culturais, onde

as crianças são expostas desde o seu nascimento. Na educação infantil as

vivências artísticas são fundamentais para a criança, pois propicia uma relação

mais consciente do ser humano no mundo e para o mundo, contribuindo para a

formação de indivíduos críticos e criativos.

A prática da manifestação artística é um dos mais importantes

exercícios de formação da personalidade e representa o mais determinante

desenvolvimento da humanidade.

Nesse sentido, Ferreira (2008) nos diz que:

“A arte tem influência importante sobre o

desenvolvimento da personalidade infantil e, por

isso, a atividade artística deve ser estimulada por

meio dos sentidos, da imaginação e das atividades

lúdicas, que irão ampliar as possibilidades

cognitivas, afetivas, sociais e criadoras da

criança.” (p. 10).

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É a partir do trabalho artístico que a criança dialoga com o seu

mundo, adquirindo um caminho próprio de aprendizagem, ampliando a sua

capacidade de observar o meio em que está inserida, com um olhar

diferenciado, buscando o seu desenvolvimento integral.

Desde muito pequena a criança participa das práticas sociais e

culturais, sendo necessário estar em contato com as obras de arte, cabendo ao

professor torna-se seu grande mediador, proporcionando “práticas sensíveis e

de reflexões sobre as atividades artísticas que levem a criança a humanizar-se,

a torna-se cidadã sensível e reflexiva.” (FERREIRA, 2008, p. 10). Exercitando a

inteligência do educando ao criar, alterar, organizar e reorganizar os

elementos.

3.1 – Etapas da evolução do grafismo

O grafismo “é o resultado de uma tendência natural, expressiva”

(FERREIRA, 2008, p. 25), tornando-se a primeira escrita da criança,

impulsionando seu desenvolvimento cognitivo e expressivo. Através dos

desenhos podemos observar como o educando se relaciona com a realidade e

com os elementos de sua cultura traduzindo essa percepção graficamente.

Segundo Piaget (1896-1980):

“O desenho é uma forma de função semiótica que

se inscreve a meio caminho entre o jogo simbólico,

cujo mesmo prazer funcional e cuja mesma

autotelia apresenta, a imagem mental, com a qual

partilha o esforço de imitação do real.” (p. 61)

A criança pequena começa espontaneamente a manifestar sua

personalidade e suas experiências individuais, através da expressão gráfica,

sem dificuldades, regras e noções de estéticas que serão adquiridas no

decorrer de sua evolução.

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Nesse sentido, a expressão gráfica da criança ocorre de acordo com

a sua idade, com o meio em que está inserida, com os estímulos recebidos e

com as suas próprias vivências. O desenvolvimento gráfico do individuo passa

por estágios como: estágio de rabiscação (no qual o desenho é prolongado do

gesto), estágio de inicio de figuração (no qual surgem as primeiras formas

reconhecíveis), estágio de figuração esquemática (no qual a criança desenha o

que ela sabe) e o estágio de figuração realista (quando a criança se esforça em

representar o que vê).

No período da rabiscação ou garatuja “a criança rabisca pelo prazer

de rabiscar, gesticular, de se firmar” (DERDYK, 1988, p.56), correspondendo a

idade de um ano e meio a quatro anos de idade. Nesta etapa a criança acaba

realizando também os seus desenhos em paredes ou chão, apreciando a sua

atividade.

A criança apresenta “um movimento renovado, repetido e controlado

onde aparece à coordenação motora visual, ela se interessa pela própria

atividade, observa e gosta do que está fazendo” (FERREIRA, 2008, p. 29).

O papel do educador é conceder a autonomia e o estimulo aos seus

alunos, para que os mesmos estejam possibilitados para obter um

conhecimento que é adquirido de acordo com a interação do individuo no meio

ao qual interage, ou seja, quanto mais o aluno “manusear” o objeto de

conhecimento mais aprenderá sobre o mesmo, valorizando “as expressões

gráficas, plásticas, táteis, sensoriais, sonoras, corporais.” (FERREIRA, 2008,

p.30)

Ao meu parecer, quando o discente acomoda e assimila o seu

objeto de conhecimento ele percebe as transformações, ficando o professor

responsável em fazer com que cada educando se perceba como ser histórico,

diante de sua própria história do mundo em que vive.

O segundo estágio que é o inicio da figuração, que corresponde a

idade de quatro a sete anos, observa-se que a criança “começa descobrir a

relação entre o desenho, o pensamento e a realidade” (FERREIRA, 2008, p.

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35), colocando em evidencia forma fechadas, realizadas a partir do domínio do

gesto e da percepção, intencionalizando os seus desenhos, estabelecendo a

relação entre o desenho e a realidade.

De acordo com Ferreira (2008):

“A criança está buscando um conceito de forma ao

repetir elementos em seus desenhos, mudando

diversas vezes a representação de um objeto.

Várias vezes gira a folha do desenho ao falar

sobre ele enquanto desenha” (p. 34).

Nessa etapa, um mesmo objeto pode ser reproduzido de formas

diversificadas, demonstrando uma busca de um conceito técnico indicam

estruturas mais evoluídas. Pois “o desenho vai da ação à representação na

medida em que evolui da sua forma de exercício sensório-motor para a sua

forma segunda de jogo simbólico”. (DERDYK, 1988, p. 76), a criança repete

símbolos diferenciando e enriquecendo-os, mas sem organizá-los globalmente.

Como podemos observar, neste período, já aparece a descoberta da

relação entre o desenho, pensamento e realidade, “a pintura continua ainda

com características da primeira fase, sendo, portanto, normal que a criança

ainda pinte rabiscado”. (FERREIRA, 2008, p. 36). E o uso das cores não tem

relação com a realidade, tornando-se puramente emocional, usando-as por

prazer e preferência.

Já no terceiro estágio o de figuração esquemática, que compreende

a idade de sete a dez anos de idade, os esquemas representativos, começam

a construir formas diversificadas para cada categoria de objeto, apresentando

um conceito definido da figura humana.

Para Ferreira (2008):

“A criança busca convenções e regras para suas

expressões gráficas. As influências socioculturais

aparecem com freqüência, como casa, pessoas,

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animais, carros paisagens... nesta etapa descobre

a existência de uma ordem definida nas relações

espaciais.” (p. 39).

A capacidade de observação irá exercer uma influencia no modo da

criança expressar-se, aproximando-a de sua realidade, registrando tudo que

lhe interessa, demonstrando “que adquiriu seu conceito, mediante a

combinação de vários fatores: o processo mental, a conscientização de seus

próprios pensamentos e o desenvolvimento de sua sensibilidade”.

(LOWENFELD, V, 1977, p. 185).

Durante esta fase, surge a linha que representa o chão, chamada

linha de base, podendo ser representada uma ou várias vezes no mesmo

desenho, essa linha é desenhada por meio de folha ou a criança utiliza a borda

de papel para assumir a mesma função.

Segundo Lowenfeld (1977):

“A linha de base é universal e pode ser

considerada parte tão inerente ao

desenvolvimento infantil quanto o aprender a

correr ou pular... parece ser uma indicação de que

a criança se apercebeu das relações existentes

entre ela e o seu meio” (p, 185 e 186).

Na trajetória, aos poucos, o espaço vai sendo conquistado e a linha

de base irá acumular mais atributos, como piso, ruas, gramas, ou qualquer

outra linha, na qual possa estar situada. Assim, a grande aquisição dessa fase

são as representações espaciais, pois a criança se preocupa em representar

tudo o que conhece do mundo.

No quarto e último estágio, a partir dos dez anos de idade, as

crianças são mais detalhistas, “elas lançam os alicerces da sua capacidade de

trabalho em grupo e da cooperação na vida adulta” (LOWENFELD, 1977, p.

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229), manifestando o pensamento em relação ao, conhecendo as riquezas da

coletividade, tornando-se membro de uma sociedade.

Para Ferreira (2008):

“No desenho da criança, já se pode notar a

descoberta do plano que substitui a linha de base,

a idéia de profundidade por meio de artifícios: o

que está na frente sempre é maior.” (p. 44).

Nos desenhos a forma e o fundo são conquistados, ocorrendo um

apuramento da decoração com riquezas de detalhe, no espaço é descoberto o

plano e a superposição, abandonando-se a linha de base. Manifesta-se maior

rigidez e formalismos, acentuando roupas diferenciando os sexos, ou seja,

“agora, a criança encontra-se ávida por transmitir características do sexo, por

mostrar os meninos com calças e a s meninas com vestidos” (LOWENFEL,

1977, p. 232).

Podemos observar um novo modo de desenhar, o individuo utiliza -

se de técnicas mais realistas, o grafismo deixa de exercer uma atividade com

fim em si mesmo transformando-se em um trabalho criador, aprimorando

sempre o acabamento de suas produções.

Entretanto, cabe ao professor estimular a criança, “incentivando

cada vez mais a expressão livre e criativa” (FERREIRA, 2008, p. 45),

oferecendo subsídios a que a mesma possa desenvolver uma consciência

visual, oportunizando o contato direto com diferentes obras de arte, nutrindo-os

de informações e conhecimentos, proporcionando a “oportunidade de

identificar-se com a sua própria experiência... em sua criação artística, pessoal

e sensível”. (LOWENFELD, 1977, p. 232).

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CONCLUSÃO

Ao pesquisar a concepção de infância na sociedade podemos

compreender as suas transformações no decorrer dos anos, quando finalmente

é estabelecida uma separação ente o mundo infantil em relação ao mundo

adulto. A infância é algo que está em permanente construção, e cada fase

correspondente a sua idade, que deve ser vivenciada em sua totalidade, com

suas próprias peculiaridades.

As abordagens mais recentes a respeito do desenvolvimento

humano concentram-se na compreensão do homem em todos os aspectos,

reunindo as fases desde o nascimento até o seu grau de maturidade e

estabilidade.

Como vimos anteriormente, os estágios de desenvolvimento

cognitivo fornecem indicadores para a definição da complexidade da situação,

ou seja, propondo situações de aprendizagem compatíveis, possibilitando-o

adaptar-se no meio em que está inserido.

A arte está vinculada pelos meios de comunicação, na aproximação

entre a produção cultural em diferentes momentos da história do homem e da

criança, desempenhando um papel primordial na educação.

Através do trabalho artístico, o indivíduo dialoga com o mundo ao

qual pertence, adquirindo um caminho próprio de aprendizagem, ampliando

assim, sua capacidade de observar o que está em sua volta com um olhar

diferenciado, buscando o seu desenvolvimento global.

A criança ao desenhar exercita a inteligência. Entretanto, o desenho

não descreve as coisas que visualizamos, e sim o olhar do individuo ao objeto.

A preparação de uma obra inicia-se a partir das imagens captadas prelo artista,

os elementos que a compõem passam a ser traduzidos e adquiridos através de

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um conhecimento particular e individualizado. Desta forma podemos concluir

que a natureza emocional e psíquica da criança se desenvolve a partir do

grafismo.

Nós enquanto educadores, devemos nos conscientizar de que a criança

é um ser pensante, que brinca, investiga, sente e se expressa. Desta forma o

professor deve conhecer cada um integralmente. Tendo assim, o aluno como

sujeito de sua própria aprendizagem acompanhando gradativamente o seu

desenvolvimento.

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BIBLIOGRAFIA

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Vozes, 1988.

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CRAIDY, Carmen Maria, KAERCHER, Gládis E. Educação infantil: Pra que te

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DERDYK, E. Formas de pensar o desenho. Desenvolvimento do grafismo. 2ª

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FERREIRA, Aurora. A criança e a arte: o dia-a-dia na sala de aula. Rio de

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KESSELRING, Thomas. Jean Piaget. Petrópolis. Ed: Vozes. 1999.

________. LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Rio de

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LOWENFELD, V. Desenvolvimento da capacidade criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

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PIAGET, Jean, 1896-1980. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Difel, 2003.

PRIORE, Mary Del. História da criança no Brasil. São Paulo: Contexto, 4.

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RAPPAPORT, Clara Regina. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: 1981.

ROSSETTI-FERREIRA, Maria Clotilde. Os fazeres na educação infantil. São

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SEBER, Maria da Glória. Piaget: O diálogo com a criança e o desenvolvimento

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA NA SOCIEDADE 10

1.1 – O significado de Infância na idade Média 10

1.2 – O significado de Infância na Idade Moderna 12

1.3 – A Infância no Brasil 14

1.4 – A creche 15

1.5 – A Constituição de 1988: Avanços para Educação Infantil 16

CAPÍTULO II

ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 19

2.1 – Estágio Sensório-Motor 20

2.2 – Estágio Pré-Operacional 22

2.3 – Estágio das Operações Concretas 24

2.4 – Estágio das Operações Formais 25

CAPÍTULO III

A Arte no processo educativo 27

3.1 – Etapas da Evolução do Grafismo 28

CONCLUSÃO 33

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BIBLIOGRAFIA 35

ÍNDICE 37