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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva e seus
benefícios para o desporto nacional.
Por: Raphael Theodoro de Souza Villanova
Orientadora: Profº. Marcelo Saldanha
Rio de Janeiro
2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva e seus
benefícios para o desporto nacional.
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista Direito Desportivo.
Por: Raphael Theodoro de Souza Villanova.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os professores por todo
o ensinamento que me passou durante as
aulas e aos meus colegas de turma por
todo o auxílio e amizade para tornar a
realização deste trabalho mais fácil.
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia aos meus pais,
João Evangelista Villanova e Arléa
Teodora de Souza Villanova, por todo
apoio que me deram e pela formação do
meu caráter, pois sei que somente
consegui a possibilidade de concluir este
curso por causa deles.
RESUMO
Esse tema tem como base ser um assunto atual, afinal o Código
Brasileiro de Justiça Desportiva entrou em vigor esse ano e poucos foram
estudos realizados até então para demonstrar no que este diploma legal
poderá beneficiar o desporto nacional, bem como o que as mudanças serão
fundamentais para melhorar a Justiça Desportiva.
Através deste trabalho, será feito uma análise comparativa entre
o antigo e o novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva, de forma que possa
dirimir qualquer dúvida que a mudança de um diploma legal traz ao nosso
ordenamento jurídico, bem como que possa ser analisada as principais
mudanças para demonstrar o intuito do legislador na hora de elaborar o
referido diploma e modificar o anteriormente existente.
METODOLOGIA
O estudo terá como base o antigo e o novo Código Brasileiro de
Justiça Desportiva, bem como obras bibliográficas que comentem cada aspecto
de ambos os diplomas legais, sites relacionados ao desporto e que tenham
tratado dessa enorme reformulação introduzida em nosso ordenamento
jurídico, os professores que ministram as aulas durante os cursos e inclusive
materiais jornalísticos que trataram do tema na época de seu surgimento.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A evolução histórica do ordenamento desportivo no Brasil 10
CAPÍTULO II - As amplitudes das reformulações no novo Código Brasileiro de
Justiça Desportiva no âmbito do processo desportivo 15
CAPÍTULO III – A nova tipificação das infrações disciplinares desportivas no
novo CBJD 22
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA 30
INTRODUÇÃO
O grande objetivo deste trabalho é tratar sobre esse tema tem
como base ser um assunto atual, afinal o Código Brasileiro de Justiça
Desportiva entrou em vigor esse ano e poucos foram estudos realizados até
então para demonstrar no que este diploma legal poderá beneficiar o desporto
nacional, bem como o que as mudanças serão fundamentais para melhorar a
Justiça Desportiva.
Através deste trabalho, será feito uma análise comparativa entre
o antigo e o novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva, de forma que possa
dirimir qualquer dúvida que a mudança de um diploma legal traz ao nosso
ordenamento jurídico, bem como que possa ser analisada as principais
mudanças para demonstrar o intuito do legislador na hora de elaborar o
referido diploma e modificar o anteriormente existente.
Afinal, o novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva teve como
principal intuito a tentativa de preparar o país para os megaeventos que serão
aqui realizados, quais sejam, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos
de 2016, bem como aos demais grandes eventos que o Brasil irá sediar no
período de 2010 a 2016.
Cabe ressaltar que o Direito Desportivo é um ramo do direito que
cresce mais e mais a cada dia e que é um ramo do direito autônomo, uma vez
que possui legislação própria e uma justiça especializada, a qual tem como
finalidade resguardar a transparência e continuidade das competições
desportivas, bem como punir os infratores.
É óbvio que o novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva não
traz apenas aspectos positivos em todo o teor de seu texto, mas sim, também
trouxe questões que poderão ser um entrave para todos aqueles que atuam
nessa área, sejam eles, advogados de defesa, procuradores, auditores, uma
vez que uma extensa reformulação em Código traz a tona inúmeros
questionamentos e dúvidas acerca de como entender determinadas mudanças
e sobre como melhor proceder para aplicar a norma.
CAPÍTULO I
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ORDENAMENTO
DESPORTIVO NO BRASIL
Sobre esse assunto, sábia é a lição do professor João Lyra Filho:
“Sabemos que o jogo é anterior à cultura, ao contrário do
desporto, e que a cultura é fator condicionado à
existência da sociedade humana”.1
O Homem, desde o início dos tempos, sempre jogou, lutou ou
correu. O espírito de competição esteve presente em todas as fases da
evolução humana. Todavia, o Desporto não é apenas diversão, é atividade
organizada, possuidora de normas e regras, e seu surgimento se deu como
evolução natural da prática recreativa. Por isso, consideramos correta a
assertiva de que o jogo é anterior à cultura, que por sua vez dá origem ao
Desporto, uma vez que permite a organização do jogo. Segundo professor
Eduardo Viana, o homem sempre conheceu as atividades lúdicas, necessárias
que são à sua existência como meio de contrabalançar a luta pela vida. Essas
influências surgiram, inicialmente, sob a forma de jogos naturais que,
posteriormente, num estágio superior de civilização, alcançaram o estágio de
jogos desportivos, sempre ultrapassando o imediatamente utilitário, pois não
renunciaram jamais à condição de fontes de prazer.
Além das inestimáveis contribuições da civilização grega nos
campos da filosofia, da política e das artes, os helenos também deram origem
ao Direito Desportivo, através das normas e regras observadas para a prática
dos jogos helênicos. Tais normas foram aprovadas pelos sábios da época, o
que nos dá a exata dimensão da importância atribuída ao esporte.
1 LYRA FILHO, João, Introdução a Sociologia dos Desportos, 1ª edição, Bloch editores, Rio de Janeiro, 1973, preâmbulo.
Na Antiguidade, mais precisamente nos Jogos Gregos
(Olímpicos, Nemeus, Ístimicos etc.), as competições eram entre Cidades-
Nações. As Cidades incentivavam seus atletas para as vitórias, tornando-os
beneficiados de muitos prêmios e regalias.
Após o colapso da civilização grega, coube aos romanos dar
continuidade a evolução desportiva, sendo certo que é neste momento que
surge o famoso bordão pão e circo, pois já identificavam o alcance e a
importância do esporte para o desenvolvimento e o controle de uma
sociedade. Tal era a importância do esporte na sociedade romana que se
pode constatar a presença de regras desportivas na própria Bíblia, na II
Epístola de São Paulo a Timóteo:
“Efetivamente, também o que combate nos jogos
públicos não é coroado, senão depois que combateu,
segundo as regras”.2
Já na Idade Média, o destaque foram as Justas e os Torneios,
entre os nobres e as práticas esportivas violentas (o Soule, o Calcio etc.) mais
populares.
A revolução industrial representou, de certo modo, a inclusão e
expressiva camada da população na vida social, representando a possibilidade
de práticas desportivas a um grande número de pessoas, trazendo de volta a
preocupação, marcante na civilização grega, com o corpo, o físico e a saúde, o
que contribuiu para o renascimento do atletismo, como forma de melhorar as
condições físicas do homem inebriado pelo trabalho e que, portanto, precisava
de uma válvula de escape.
Observa-se, portanto, que, se o desporto é o jogo organizado e
tal organização somente pode ocorrer mediante normas e regras cujos
descumprimentos devem necessariamente acarretar sanções, pode-se dizer
que o surgimento do Direito Desportivo ocorreu no mesmo momento em que
2 LYRA FILHO, João, op. cit., preâmbulo.
surgiu o desporto. Mais ainda, conclui-se que não há Desporto sem Direito
Desportivo. O desporto, como o conhecemos, é um dos pilares da sociedade
moderna, não importando a nação, o estado ou o grupo social e, por isso, o
Direito Desportivo se apresenta impermeável às ideologias e às crenças.
No Brasil, devido a desorganização e a incidência de conflitos no
futebol brasileiro levaram a ditadura do Estado Novo a preocupar-se em
regulamentar as atividades esportivas do país, sendo certo que, para tanto, foi
assinado o Decreto nº 3.199 de 14 de abril de 1941, que expressava o
nacionalismo de João Lyra Filho, além de criar normas gerais que conduziram
o esporte brasileiro para sua burocratização e cartolização. Deve-se ressaltar
que a tutela do esporte pelo Estado Brasileiro praticamente ocorreu até 1985,
quando o ciclo militar foi substituído pela chamada Nova República.
Com o fim da Guerra Fria, a ONU (Organização das Nações
Unidas) e a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura) incorporaram o esporte em sua prioridades, através do
chamado “Direito ao Esporte”. A emissão da Carta Internacional de Educação
Física e Esporte (UNESCO/1978) é um marco dessas mudanças.
Dentre as principais mudanças introduzidas pela emissão desta
Carta, está o desenvolvimento do direito de todos às práticas desportivas, ou
seja, estendeu a abrangência do Esporte a todas as pessoas, causando mais
responsabilidade social e reconstruindo o papel do Estado, já que o foco sai do
esporte de desempenho e passa para o esporte social.
Dessa forma, o Esporte foi ingressando aos poucos nas
constituições nacionais e no Brasil não ocorreu de forma diferente
A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em
05 de outubro de 1988, trouxe em seu artigo 217 um preceito fundamental ao
estabelecer que o esporte é um direito de cada cidadão e um dever do Estado,
não havendo distinção se o desporto será praticado de forma formal ou não-
formal.
Uma premissa do direito dos brasileiros às práticas esportivas,
uma política para o Esporte no país deverá abordar ações operativas nas 03
(Três) manifestações do exercício desse direito: Esporte-Educação, Esporte-
Lazer e Esporte de Desempenho, sendo certo que os as 02 (Duas) primeiras
manifestações mencionadas formam, em seu conjunto, o chamado Esporte-
Social.
Como forma de desenvolver este direito de cada cidadão previsto
em nossa Carta Magna, cada segmento público possui um papel fundamental,
ou seja, tanto a União, quanto os Estados, o Distrito Federal e Municípios, são
responsáveis por estabelecer o esporte como uma das prioridades sociais.
Com o intuito de referendar o dispositivo constitucional acima
mencionado e estabelecer conceitos e princípios necessários para o
desenvolvimento esportivo nacional, foi sancionada em 06 de julho de 1973 a
Lei nº 8.672 (Lei Zico) que, mais tarde, foi substituída pela Lei nº 9.615 de 24
de junho de 1998, conhecida como Lei Pelé e que até hoje é a regulamentação
do desporto em nosso país.
Como forma de normatizar a organização, o funcionamento, as
atribuições da Justiça Desportiva brasileira e o processo desportivo, bem como
a previsão das infrações disciplinares desportivas e de suas sanções, no que
se referem ao desporto de prática formal, foi promulgado em 24 de dezembro
de 2003 o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, sendo certo que após
inúmeras alterações no decorrer desses últimos anos, desde o dia 02 de
janeiro do corrente ano, entrou em vigor o novo Código Brasileiro de Justiça
Desportiva (CBJD), no qual as mudanças vão preparar o país para os
megaeventos que serão realizados durante a Copa do Mundo de 2014 e os
Jogos Olímpicos de 2016 e criar um ambiente de cultura de paz no esporte,
revendo dessa forma o antigo CBJD de 2003 que gerava inúmeras discussões.
A iniciativa de alterar o texto do código partiu da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), em 2007, quando a entidade recomendou
modificações durante o Seminário Internacional de Direito Esportivo. Além
disso, como o Brasil é signatário da Convenção Internacional contra o Doping
no Esporte da Unesco, verificou-se a necessidade de que as orientações da
Agência Mundial Antidoping (Wada) fossem incorporadas à legislação
brasileira.
A proposta inicial passou por uma fase de consultas públicas em
sete capitais — São Paulo, Recife, Curitiba, Salvador, Goiânia, Manaus e Rio
de Janeiro. Formulário eletrônico para o envio de propostas e críticas à minuta
também foi disponibilizado no site do Ministério do Esporte.
Com tantos diplomas legais que normatizaram o Direito
Desportivo, o Mestre Valed Perry sintetiza:
“... que por diversos decretos e leis foram promulgados
de acordo com as necessidades de regulamentação dos
desportos, de 1945 em diante, avultando, pela sua
importância, o Decreto nº 38.788 de 27 de fevereiro de
1956, que criou a Comissão Desportiva das Forças
Armadas, retirando os desportos entre militares da
supervisão do Conselho Nacional de Desportos – CND,
e subordinando-a à Comissão do Estado Maior das
Forças Armadas; o Decreto nº 51.008 de 20 de julho de
1961, que disciplinou as competições desportivas de
futebol em relação a horário, intervalo a ser observado
pelos atletas, período de recesso, e o Decreto nº 53.820
de 24 de março de 1964, que dispõe sobre a profissão
de atleta de futebol, manteve disposições do decreto
anterior, estabeleceu a participação do jogador no preço
cobrado pelo seu passe.” (GRAICHE, Ricardo,
Elementos de Direito Desportivo Sistêmico. Edição 01,
São Paulo: Editora Quartier Latin, ano 2008, p. 16/20).
CAPÍTULO II
AS AMPLITUDES DAS REFORMULAÇÕES DO NOVO
CÓDIGO DE JUSTIÇA DESPORTIVA NO ÂMBITO DO
PROCESSO DESPORTIVO
Observa-se que a reforma do Código Brasileiro de Justiça
Desportiva foi profunda, sendo que, de seus 287 artigos, apenas 112 foram
mantidos em sua redação original. No total, mais de 500 alterações foram
promovidas (entre artigos, parágrafos, incisos e alíneas), seja por meio de
revogações, acréscimos, modificações ou nova redação de textos. Portanto,
todos aqueles que atuam neste segmento (desporto de rendimento), seja no
âmbito da prática profissional ou não-profissional, devem conhecer os
dispositivos do CBJD em vigor, inteirando-se dos novos procedimentos
relativos à organização, funcionamento e atribuições da Justiça Desportiva,
bem como a previsão atual das infrações disciplinares desportivas e suas
respectivas sanções.
É claro que todas essas modificações, conforme já foi
mencionado acima, teve como intuito possibilitar a preparação do país para os
megaeventos que serão realizados durante a Copa do Mundo de 2014 e os
Jogos Olímpicos de 2016, criar um ambiente de cultura de paz no esporte, bem
como uma preparação para também grandes eventos que serão realizados por
aqui no período de 2011 a 2016.
Essas modificações foram de suma importância e de uma
amplitude gigantesca, uma vez que possibilitou a integração plena ao Código
Mundial Antidoping (CMAD), superando conflitos e incompatibilidade de
penas existente no Código Brasileiro de Justiça Desportiva de 2006.
Outra mudança que trouxe um enorme avanço e atendeu aos
apelos dos profissionais da área do direito foi a previsão de defesa técnica,
por meio de advogado ou estagiário por ele instruído, desde que regularmente
inscritos perante a Ordem dos Advogados do Brasil, conforme previsto no
artigo 29.
Este dispositivo atende, também, uma das reivindicações dos
advogados, que por direito, nos termos das suas prerrogativas estatutárias, são
os únicos profissionais com poderes de representação. De todo o modo fica
garantido o direito de pessoa maior e capaz postular em causa própria, se
assim desejar.
Outro fator marcante que tem como escopo dirimir qualquer
dúvida existente anteriormente é a previsão expressa no artigo 147 – B, incisos
I e II, parágrafos 1º, 2º e 3º do reconhecimento expresso do direito ao efeito
suspensivo no recurso voluntário, quando a penalidade imposta exceder de
duas partidas consecutivas ou quinze dias (desde que requerido pelo punido),
sendo que o efeito suspende a eficácia da penalidade naquilo que exceder o
número de partidas ou o prazo.
Com a edição do novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva,
outra mudança que também será de fundamental importância é o fato de que a
reforma trouxe algumas agilizações do processo desportivo, como por
exemplo, os poderes, assim atribuídos, únicos e exclusivamente, aos
presidentes como designar relator para o processo, designar funções, apreciar
ou não o efeito suspensivo, entre outros, foi alterado e passa a valer então, um
sorteio de um auditor que vai ser o relator do processo. No caso do Tribunal
Superior são nove auditores, quando entra um processo e é feito um sorteio e o
auditor sorteado passa a relatar aquele processo ele não volta ao sorteio.
Sendo assim, como há vários processos, há sempre uma renovação dos
auditores relatores.
Agora, os órgãos da Justiça Desportiva contam com
regulamentação para o julgamento de ações contra atletas, integrantes de
comissões técnicas e dirigentes, além de pessoas jurídicas, em todas as
competições desportivas. As comissões disciplinares do Superior Tribunal de
Justiça Desportiva vão processar e julgar as infrações em competições
interestaduais e nacionais e em partidas ou competições internacionais de
todas as modalidades disputadas por equipes brasileiras.
Também está previsto no novo CBJD a obrigatoriedade da
elaboração de Regimentos Internos, de cada modalidade, no prazo máximo de
01 ano, contados de 01 de janeiro de 2010, regulamentando aspectos relativos,
por exemplo: (i) organização de Comissões Disciplinares Regionais, para
apreciação de matérias relativas a competições regionais e municipais; (ii)
estabelecer critérios relativos a sindicâncias e aplicação de sanções aos
funcionários do Tribunal; (iii) regulamentar as funções de Corregedoria, a ser
exercida pelo Vice-Presidente do respectivo órgão judicante; (iv) disciplinar o
registro e distribuição dos processo desportivos, bem como há a
obrigatoriedade da normatização, no âmbito de sua competência, de critérios
para conversão de pena, quando assim admitido pelo CBJD, em medida de
interesse social, que, entre outros meios legítimos, poderá se dar mediante a
prestação de serviço comunitário nos campos da assistência social, do
desporto, da cultura, da educação, da saúde, do voluntariado, além da defesa,
preservação e conservação do meio ambiente.
Outra novidade introduzida com a reformulação desse diploma
legal é a possibilidade da interposição de embargos de declaração , quando
houver, na decisão, obscuridade ou contradição; ou for omitido ponto sobre o
qual devia pronunciar-se o órgão judicante, conforme disciplina o artigo 152 –
A, incisos I e II e parágrafos 1º a 6º. Tal admissão repara uma omissão
processual não contemplada na Justiça Desportiva Brasileira, embora, os
tribunais já vinham recepcionando o recurso de Embargos de Declaração.
Contudo, um dos pontos mais inovadores advindos com as
mudanças do novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva é o da transação
disciplinar desportiva, previsto no artigo 80 – A, para casos específicos e de
pequena gravidade, visando agilizar o julgamento dos processos desportivos.
Tal prerrogativa em sugerir a proposta de transação disciplinar desportiva é
atribuída à Procuradoria, sendo certo que tal benefício só pode ser concedido
para aquele que tiver sua pena prevista nos incisos II a IV do artigo 170.
Pode-se asseverar, em suma, que a Transação Disciplinar
Desportiva, ao que parece, inspirou-se em instituto jurídico-penal trazido pela
Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei Federal n° 9.099/95) - Transação
Penal, artigo 76 da mencionada lei - e significa uma proposição de acordo entre
Procuradoria e Denunciado, visando suspensão a não instauração ou
suspensão do processo, desde que este se submeta ao cumprimento de
medidas fixadas no Código, não implicando a sua aceitação em condenação –
evitando-se, como disposto no parágrafo quinto do referido artigo, a
reincidência.
O notável jurista Milton Jordão, Procurador e ex-Defensor Dativo
do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia, Diretor Presidente do
Instituto de Direito Desportivo da Bahia (IDDBA) e Membro do Instituto
Brasileiro de Direito Desportivo (IBDD), trouxe um quetionamento precioso
acerca desse novo instituto, senão vejamos:
“E, ainda, surge mais uma incerteza: quando houver
mais de um denunciado no mesmo processo, sendo que
somente um deles faz jus à transação, deverá, então,
ser o feito desmembrado? A quem competirá dizer isso?
Com efeito, o CBJD nada diz sobre isso. Ao nosso
sentir, criou-se perigosa brecha para que a célere
marcha processual possa ser brecada. Ademais, um
eventual desmembramento nestas condições fere
normas fundamentais da teoria geral do processo.
Poder-se-ia imaginar como solução a delegação de
poderes do Auditor do Pleno para o da Comissão
Disciplinar. Infelizmente (ou não), o texto de lei é
deveras claro, ao ponto que sequer não se pode haver
delegação por via regimental do Auditor do Pleno para
seu colega da Comissão Disciplinar, sob pena de
nulidade absoluta, posto que, a homologação é ato
decisório, com caráter definitivo.
Assim, qualquer delegação de poder implicaria em
ofensa ao princípio constitucional do juiz natural.
Seguramente, a questão demandará esforço coletivo já
que uma mudança na redação não parece ser factível.
Ao nosso pensar, o ideal é que as Cortes busquem
conceber seus Regimentos Internos disciplinando este
instituto, principalmente, o momento e forma ideal em
que e como a Procuradoria fará sua oferta, ou quando
esta vier no curso do processo desportivo, ajustar para
que sua interrupção não implique em prejuízos ao bom
andamento dos trabalhos forenses.”
(http://www.iddba.com.br/?s=transa%C3%A7%C3%A3o
+disciplinar+desportiva).
Confiram o texto do art. 80-A:
“Art. 80-A. A Procuradoria poderá sugerir a aplicação imediata de quaisquer das penas previstas nos incisos II a IV do art. 170, conforme especificado em proposta de transação disciplinar desportiva apresentada ao autor da infração.
§ 1º A transação disciplinar desportiva somente poderá ser admitida nos seguintes casos:
I – de infração prevista no art. 206, excetuada a hipótese de seu § 1º;
II – de infrações previstas nos arts. 250 a 258-C;
III – de infrações previstas nos arts. 259 a 273.
§ 2º Não se admitirá a proposta de tramitação disciplinar desportiva quando:
I – o infrator tiver sido beneficiado, no prazo de trezentos e sessenta dias anteriores à infração, pela transação disciplinar desportiva prevista neste artigo;
II – o infrator não possuir antecedentes e conduta desportiva justificadores da adoção da medida;
III – os motivos e as circunstâncias da infração indicarem não ser suficiente a adoção da medida.
§ 3º A transação disciplinar desportiva deverá conter ao menos uma das penas previstas nos incisos II a IV do art. 170, que poderão ser cumuladas com medidas de interesse social.
§ 4º Aceita a proposta de transação disciplinar desportiva pelo autor da infração, será submetida à apreciação de relator sorteado, que deverá ser membro do Tribunal Pleno do TJD ou STJD competente para julgar a infração.
§ 5º Acolhendo a proposta de transação disciplinar desportiva, o relator aplicará a pena, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente a concessão do mesmo benefício ao infrator no prazo de trezentos e sessenta dias.
§ 6º Da decisão do relator que negar a transação disciplinar desportiva acordada entre Procuradoria e infrator caberá recurso ao Tribunal Pleno.
§ 7º A transação disciplinar desportiva a que se refere este artigo poderá ser firmada entre Procuradoria e infrator antes ou após o oferecimento de denúncia, em qualquer fase processual, devendo sempre ser submetida à apreciação de relator sorteado, membro do Tribunal Pleno do TJD ou STJD competente para julgar a infração, suspendendo-se condicionalmente o processo até o efetivo cumprimento da transação.
§ 8º Quando a denúncia ou o recurso já houver sido distribuído, o relator sorteado, membro do Tribunal Pleno do TJD ou STJD competente para julgar a infração, será o competente para apreciar a transação disciplinar desportiva.
Há também que se observar a previsão do direito (pela parte ou
pela Procuradoria) de requerer a lavratura de acórdão, que deverá conter,
resumidamente, relatório, fundamentação, parte dispositiva e, quando houver,
a divergência. O auditor incumbido de redigir o acórdão terá o prazo de dois
dias para fazê-lo, devolvendo os autos à Secretaria. Constando da ata de
julgamento a necessidade de elaboração posterior do acórdão, o prazo para
interposição do recurso voluntário (03 dias contados da proclamação do
julgamento) terá sua contagem iniciada no dia posterior ao da intimação da
parte recorrente para ciência da juntada do acórdão nos autos. Tal
circunstância garante melhor condição ao defensor na elaboração eventual de
recurso, com mais segurança e coerência ao que foi decidido pelo órgão
judicante.
Destaca-se também a fixação de margem mínima para penas
de multa, na ordem de R$ 100,00 (cem reais), permitindo ao julgador fixar
penas conforme a realidade social do réu, além da admitir-se, a requerimento
do punido, a concessão de parcelamento e a conversão de até metade da
pena pecuniária em medida de interesse social, como a prestação de serviços
comunitários. Não obstante, as entidades de prática desportiva passam a
ser solidariamente responsáveis pelas penas pecuniárias impostas às
pessoas naturais que lhe sejam direta ou indiretamente vinculadas.
Outras duas novidades que também que devem ser mencionadas
nesse capítulo são a Extinção da possibilidade de queixa, restando ao
interessado apresentar por escrito notícia de infração disciplinar desportiva à
Procuradoria (a quem cabe privativamente, mediante denúncia, iniciar o
procedimento sumário destinado à aplicação de medidas disciplinares), desde
que haja legítimo interesse, acompanhada da prova de legitimidade e a
abertura para edição de súmulas vinculantes pelo Tribunal Pleno do STJD, de
cada modalidade desportiva, em face de reiteradas decisões sobre
determinada matéria, tendo por objeto a validade, a interpretação e a eficácia
de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia que acarrete
insegurança jurídica e multiplicação de processos sobre questão idêntica.
É óbvio que existem inúmeras outras alterações no novo Código
Brasileiro de Justiça Desportiva, contudo essas modificações são as que mais
irão ser de grande significado para o processo desportivo como um todo.
CAPÍTULO III
A NOVA TIPIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES
DISCIPLINARES DESPORTIVAS NO NOVO CBJD
Durante o período compreendido entre o ano de 2003 2009, o
antigo Código Brasileiro de Justiça Desportiva vigorou com as suas
peculiaridades e particularidades, mesmo não sendo completo em seu
conteúdo e deixando de prever inúmeras situações que surgiram no decorrer
dos anos, foi o responsável por regular as práticas desportivas do país.
Não menos importantes foram as modificações introduzidas pelo
legislador acerca da questão disciplinar da prática desportiva, uma vez que
este procurou inclusive exemplificar possíveis situações para melhor ser
enquadrada nas possíveis condutas anti-esportivas, de modo a dificultar a
desclassificação de uma infração disciplinar mais gravosa para outra mais
branda.
No código pretérito, as infrações disciplinares praticadas pelos
atletas estavam inseridas no Capítulo IV, mais precisamente nos artigos 250 a
258, sendo certo que o atual código trata do assunto de uma forma mais
específica no capítulo VI, relacionados nos artigos 249 - A a 258 – D.
Inúmeros artigos foram revogados pela Resolução nº 29 do
Conselho Nacional do Esporte, todavia, vários outros foram acrescentados, de
modo a tentar garantir uma maior segurança, transparência, lealdade e
expectativa de não gerar impunidade ao torcedor/consumidor, afinal este é a
principal razão da existência do espetáculo e para quem se deve fornecer
todas as informações.
De uma forma mais rápida, podem-se destacar algumas
modificações de suma importância no aspecto da disciplina desportiva, como
por exemplo: o texto prevê o uso de imagens de televisão para ajudar na
definição de condenações, nos casos de infrações graves que não tenham sido
decididas pela arbitragem nem devidamente punidas, as penas vão prever o
número de partidas que o infrator ficará suspenso, abandonando o modelo
atual, no qual ela é contabilizada em dias, bem como os dirigentes terão
punições estabelecidas por prazos.
Uma das novidades introduzidas pela Resolução nº 29 de 2009
foi a admissão do uso dos meios audiovisuais (provas fotográficas,
fonográficas, cinematográficas, de vídeo tape e as imagens fixadas por
qualquer meio ou processo eletrônico), conforme disciplina o artigo 65 a 67.
Deve-se ressaltar que o uso desses meios possibilita uma melhor forma de
tipificar a conduta no atleta e, por conseqüência, melhor punir qualquer atitude
anti-esportiva, trazendo, assim, uma maior sensação de segurança e uma
menor sensação de impunidade.
Outro fator que diferencia totalmente o antigo CBJD do novo
CBJD é o fato de que as penas previstas nos artigos que disciplinam as
infrações relativas à disputa das partidas, provas ou equivalentes somente
prev6e que o infrator fique suspenso por um número de partidas, provas ou
equivalentes, abandonando o modelo atual, no qual a pena é contabilizada em
dias. Sendo assim, evita-se que um atleta deixe de exercer sua profissão por
um longo período de tempo, bem como se evita que uma punição seja
extremamente severa, fazendo com que realmente haja uma descaracterização
da conduta tipificada para outra conduta com uma pena menos gravosa.
No que tange as mudanças das infrações disciplinares
propriamente ditas, percebe-se as grandes inovações presentes nos artigos
254 – A e B e 258, uma vez que através destes artigos consegue-se observar a
preocupação do legislador em exemplificar possíveis condutas que o atleta
possa ter durante aquela prova, partida ou equivalente, fazendo com que haja
uma maior facilidade no julgamento por parte dos auditores, procuradores e
defensores, ou seja, pelos atuantes dos Tribunais.
Sendo assim, de forma a melhor exemplificar como tal alteração
será de grande valia para o desporto, pode-se analisar um caso concreto, no
qual um atleta dispara uma “cusparada” contra o rosto de seu oponente.
No caso acima mencionado, à luz do antigo CBJD, não havia
nenhum artigo prevendo a prática de tal conduta, dessa forma, o procurador,
através de seu entendimento e interpretação do dispositivo existente,
enquadrava a “cusparada” como uma agressão física e denunciava o atleta
com base no artigo 253, cuja pena era estabelecida entre 120 e 540 dias de
suspensão.
Não obstante, como a tipificação disciplinar era feita de maneira
genérica por não haver discriminação da conduta, os defensores conseguiam
muitas vezes desclassificar a “cusparada” de agressão física para ato de
hostilidade, passando a ser enquadrado de acordo com o artigo 255, cuja atleta
seria apenado com suspensão de 1 a 3 partidas.
Ocorre que ao analisar o caso com base no novo CBJD, não
restam dúvidas quanto à tipificação da conduta, uma vez que o artigo 254 – B
disciplina exatamente tal conduta anti-esportiva, cuja pena varia de 6 a 12
partidas, podendo, ainda, ser agravada com base no que dispõe o parágrafo
único do artigo mencionado.
Há de se observar também que tal tipificação da conduta de
forma exemplificativa e taxativa se faz presente nos artigos 254 – A, § 1º, que
trata sobre a agressão física, bem como no artigo 258, § 2º, que trata sobre
atitudes contrárias à disciplina ou à ética desportiva.
Importante lembrar que a exemplificação de certa conduta
descrita em determinado artigo não impede que, ao ser analisado o fato
concretamente e com todas as formas probatórias possíveis e admissíveis, o
julgador aplique exatamente a pura letra do artigo. Para inúmeros
doutrinadores do Direito Desportivo, a suposta taxatividade inserida pela
Resolução nº 29 de 2009, somente existe para exemplificar algumas condutas
que possam ser enquadradas em tal artigo, contudo deve os julgadores
analisar casa caso colocado em pauta para julgamento, nunca deixando de
observar cada mínimo detalhe que diferencia um caso do outro.
É notório o conhecimento de que o conteúdo probatório tem
fundamental importância no resultado do julgamento daquele atleta que fora
denunciado, sendo certo que a prova de vídeo tem o condão de muitas vezes
ser a principal ferramenta para absolver ou condenar um atleta. Com isso,
deve-se levar em conta de que, quanto maior o apelo do esporte, maiores
serão as chances de haver uma denúncia mais correta, de realizar um
julgamento mais imparcial e com um resultado mais justo, visto que haverá um
maior conteúdo probatório e uma maior chance de se produzir melhores
entendimentos acerca do caso concreto.
Outra novidade que poderá ser de extrema importância é a
possibilidade, das entidades nacionais de administração do desporto, em
propor a adoção de tábua de infrações e penalidades peculiares à
respectiva modalidade desportiva, em complementação àquelas constantes no
CBJD, condicionada à prévia aprovação do Conselho Nacional do Esporte,
sendo seu campo de incidência restrito à respectiva modalidade.
O fato de poder adotar uma tabula de infrações faz com que se
retorne ao passado, mais precisamente entre os anos de 1942 a 1945, quando
existiu o Tribunal de Penas, que, de forma mais simples, tinha uma tábua com
as descrições das infrações praticadas e as penalidades a serem aplicadas,
sem a existência do devido processo legal, ampla defesa e contraditório, sendo
certo que o artigo 2º determina que tais princípios sejam devidamente
respeitados, conforme se observa nos incisos I, III e XV.
Deve-se destacar também o § 2º do artigo 176 – A, uma vez que
tal artigo prevê a obrigatoriedade da normatização, no âmbito de sua
competência, de critérios para conversão de pena, quando assim admitido
pelo CBJD, em medida de interesse social, que, entre outros meios legítimos,
poderá se dar mediante a prestação de serviço comunitário nos campos da
assistência social, do desporto, da cultura, da educação, da saúde, do
voluntariado, além da defesa, preservação e conservação do meio ambiente.
CONCLUSÃO
Com base em tudo que foi exposto nos capítulos anteriores, pode
ser feito uma análise mais específica das reformulações do novo CBJD da
seguinte forma:
COMO ERA O CÓDIGO:
- LIMITADO: Um código para todas as modalidades, sem possibilidade de
inclusão de infrações e penas específicas para cada esporte;
- CENTRALIZADO: Apenas o presidente do TJD decidia sobre concessão de
efeitos suspensivos e escolhia os relatores para processos;
- PUNIÇÃO POR DIAS: Punição de jogadores e técnicos eram contabilizadas
em dias;
- ALTERAÇÃO DE AÇÕES DO ÁRBITRO: Resultados e ações do árbitro
eram alterados, no tribunal, após o uso de imagens de TV como prova;
- MULTAS ALTAS: Entre R$ 1 e R$ 500 mil, dependendo da infração e do
clube punido;
- SEM REFERENCIAL: Nas questões de doping, não havia um referencial para
os julgamentos;
- INDICAÇÃO DO TJD: Indicação do procurador-geral era feita pelo presidente
do tribunal e, em seguida, o nome era ratificado pelos auditores.
COMO FICA O CÓDIGO:
- ABRANGENTE: Um código para todas as modalidades, mas com
possibilidade de inclusão de infrações e penas específicas para cada esporte;
- DESCENTRALIZADO: Os auditores podem decidir sobre os efeitos
suspensivos e os relatores dos processos são escolhidos por sorteio;
- PUNIÇÃO POR JOGOS: Punições de jogadores e técnicos contabilizadas por
partidas;
- ALTERAÇÃO EM ÚLTIMO CASO: Resultados e ações do árbitro só serão
alterados após notório erro e infração grave (permitido uso de imagens);
- MULTAS MAIS BAIXAS: Entre R$ 1 e R$ 100 mil, dependendo da infração e
do clube punido;
- COM REFERENCIAL: Referência passa a ser a Convenção Internacional da
UNESCO;
- INDICAÇÃO DAS ENTIDADES: Lista tríplice para procurador-geral é enviada
pelas confederações/federações, mas quem decide é o tribunal.
O que se depreende de todas essas mudanças é que o novo
Código Brasileiro de Justiça Desportiva trouxe inúmeras modificações que irão
se adequar melhor com o atual panorama do desporto, uma vez que a partir de
agora, os princípios do “espírito desportivo”, o chamado fair play, e da
“prevalência, continuidade e estabilidade das competições” são consagrados
pelo código.
Assim sendo, nota-se que o novo CBJD trouxe diversos e
necessários benefícios aos atletas e demais participantes do evento desportivo,
buscanso uma maior punição a todos os infratores da norma legal, visando
proporcionar ao público presente no espetáculo e que assiste o mesmo através
das transmissões de televisão uma maior sensação de justiça, imparcialidade,
honestidade e continuidade da competição, para que o esporte continue sendo
o meio de integração social, sinônimo de saúde, bem estar social e um grande
negócio, uma vez que, a cada dia que passa, aumentam os investimentos e
aumenta a visibilidade do esporte.
No que diz respeito às infrações, percebe-se que o código
também veio em um momento muito oportuno e será de grande valia, porém
não deve-se deixar de mencionar que tais mudanças não serão eternas e que
a constante evolução do esporte, sempre deverá estar atento as novas
mudanças e procurar enquadrá-las da melhor maneira possível.
Quanto às mudanças ocorridas no aspecto do processo
desportivo, conclui-se que foram as principais novidades introduzidas pela
Resolução nº 29 de 2009, uma vez que atendeu ao antigo apelo dos
profissionais que militam na área do direito, bem como paasou a prever aa
existência de mecanismos jurídicos que anteriormente haviam sido esquecidos
e que são de extrema importância para o andamento do devido processo legal.
BIBLIOGRAFIA
- Livros utilizados:
DE BEM, Leonardo Schmitt e outros. Direito Desportivo – Tributo a Marcílio
Krieger. Edição 01, São Paulo: Editora Quartier Latin, ano 2009.
GRAICHE, Ricardo. Elementos de Direito Desportivo Sistêmico. Edição 01,
Belo Horizonte: Editora Delrey, ano 2008.
MACHADO, Rubens Approbato e outros. Curso de Direito Desportivo
Sistêmico. Edição 01, São Paulo: Editora Quartier Latin, ano 2007.
MELO FILHO, Álvaro. O Novo Direito Desportivo. Edição 01, São Paulo;
Editora Cultural Paulista, ano 2002.
MIRANDA, Martinho. O Direito no Desporto. Edição 01, Rio de Janeiro; Editora
Lúmen Júris, ano 2007.
SANTOS, Antônio Sérgio Figueiredo. Código Brasileiro de Justiça Desportiva –
Comentários dos Principais Artigos. Edição 01, Belo Horizonte: Editora FS, ano
2010.
SCHMITT, Paulo Marcos. Novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Edição
01, São Paulo: Editora Quartier Latin, ano 2010.
- Sites visitados:
CENTRO ESPORTIVO VIRTUAL – LEGISLAÇÃO DESPORTIVA,
www.cev.org.br/comunidade/legislacao
INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DESPORTIVO, www.ibdd.com.br
INSTITUTO DE DIREITO DESPORTIVO DA BAHIA, www.iddba.com.br