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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A AVALIAÇÃO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM CONSIDERANDO AS AÇÕES DO PROFESSOR E DO SUPERVISOR: uma reflexão do 6º ao 9º ano do ensino básico na Escola Integrada “Mariana Luz” em Itapecuru-Mirim-MA. Aldeiris Sousa Pereira do Lago Orientador Prof. Antonio Fernando Vieira Ney Itapecuru-Mirim/MA Agosto /2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A AVALIAÇÃO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

CONSIDERANDO AS AÇÕES DO PROFESSOR E DO SUPERVISOR: uma

reflexão do 6º ao 9º ano do ensino básico na Escola Integrada “Mariana Luz”

em Itapecuru-Mirim-MA.

Aldeiris Sousa Pereira do Lago

Orientador

Prof. Antonio Fernando Vieira Ney

Itapecuru-Mirim/MA

Agosto /2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A AVALIAÇÃO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

CONSIDERANDO AS AÇÕES DO PROFESSOR E DO SUPERVISOR: uma

reflexão do 6º ao 9º ano do ensino básico na Escola Integrada “Mariana Luz”

em Itapecuru-Mirim-MA.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Supervisão

Escolar.

Por: Aldeiris Sousa Pereira do Lago

3

AGRADECIMENTOS

A Deus que me permitiu realizar

mais esse sonho, aos meus filhos por

me compreenderem, incentivarem e

apoiarem. Ao prof. Sete, pela sua

grande ajuda na elaboração deste

trabalho, ao meu orientador Antonio

Ney, aos amigos e parentes, e a todos

que contribuíram de alguma forma para

conclusão deste trabalho.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho especialmente ao

meu pai e minha mãe que sempre me

deram forças para realização deste curso,

e aos meus filhos Naydson, David e

Maisa.

5

”A humildade exprime uma das raras certezas

de que estou certo: a de que ninguém é

superior a ninguém”.

Paulo Freire

6

RESUMO

Este trabalho retrata como objetivo principal, a reflexão sobre a avaliação no

processo ensino-aprendizagem, bem como, enfoca, em comentários bem

objetivos e simples, o papel do professor e do supervisor escolar na avaliação

pedagógica enquanto agentes provocador e auxiliar, respectivamente, da

construção do conhecimento no ente educacional. Tentamos assim, despertar,

ou alertar, para um aproveitamento mais consistente da avaliação no sentido

de obtermos melhores resultados no que ensinamos e queremos alcançar com

o ensinado e as provocações de construção do saber.

7

ABSTRACT

This work shows how the main objective reflection on the assessment in the

teaching-learning process and, focuses on comments and simple goals and the

role of teacher and school supervisor in evaluating teaching as agents

provocateurs and an auxiliary respectively of the construction of knowledge in

educational entity. So we try to arouse or alert, for a more consistent

assessment in order to obtain better results in what we teach and we want to

achieve with the provocations and taught construction of knowledge.

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METODOLOGIA

Para a confecção, ou formulação, desse trabalho monográfico

realizou-se uma pesquisa de campo com a aplicação de questionário e

entrevistas. A pesquisa de campo aqui mencionada teve como universo de

atuação o interior da própria escola tida aqui como objeto de protagonização

dessa monografia. Este universo foi composto por todo o recurso humano

atuante no funcionamento da escola referida no título/tema desse trabalho, o

qual foi utilizado em mais de 75%, contribuindo grandemente para esta

realização de acordo com a necessidade explicitada. Não descartamos,

também o uso, para efeito da pesquisa e esclarecimentos sobre os efeitos da

avaliação no resultado final do processo ensino-aprendizagem, de influencias

da própria estrutura predial, bem como, sua localização e estado de

conservação. Consideramos, ainda, como recurso humano alvo do questionário

e entrevistas dentro da necessidade de contato, os alunos, os professores e

diretor (as) /supervisora (as).

Apesar da essência discursiva e reflexiva desse trabalho

monográfico ser composta por informações colhidas através das respostas

dadas ao questionário e às entrevistas aplicados e realizados, enfatizamos,

também aqui, uma abordagem fundamentalmente teórica e baseada em obras

especializadas, que abordam e comentam o tema avaliação, como as dos

autores: Cipriano Carlos Luckesi, Regina Cazaux Haydt, José Carlos Libâneo,

Jussara Hoffman, Almerindo Janela Afonso, Ralph W. Tyler, Benjamim S.

Bloom e Outros, que certamente constituem um complemento bibliográfico

muito importante que serviu para ajudar-nos a fundamentar o nosso tema cuja

delimitação é: A avaliação no processo ensino-aprendizagem considerando as

ações do professor e do supervisor escolar: uma reflexão do 6º ao 9º ano (5ª a

8ª séries) do ensino básico na escola integrada “Mariana Luz” em Itapecuru-

mirim/Ma. Ressalta-se que o questionário e as entrevistas aplicados como

suportes a esse trabalho, são os mostrados nas estruturas a seguir em anexo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

Capítulo I- Compreendendo o conceito significativo do termo “Avaliação”

1.1- Objetivos da avaliação no processo ensino-aprendizagem

1.2- Tipos de avaliação

1.3- O processo avaliativo na escola integrada “Mariana Luz”

Capítulo II- Refletindo sobre a avaliação tradicional na escola integrada

“Mariana Luz”

2.1- O papel do professor na avaliação

2.2- O supervisor escolar frente ao papel do professor na avaliação

tradicional

Capítulo III- Avaliação tradicional: reflexo negativo ou positivo no processo

ensino-aprendizagem?

3.1- Avaliação tradicional x avaliação democrática: uma reflexão coletiva

Capítulo IV- Utilização otimizadora da avaliação para o sucesso do processo

ensino-aprendizagem.

Bibliografia

Anexo I

Anexo II

Anexo III

Folha de avaliação

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INTRODUÇÃO

O tema “avaliação” que nomeia esta monografia, e que será

discorrido nos capítulos que seguem, é de suma importância ser discutido de

forma a gerar reflexões e aprimoramentos.

Walo Hutmacher, há décadas, sugeriu precisamente que uma

sociologia da avaliação “poderia incidir na avaliação como relação social...”

(1978, p.65). De fato, todo ato do ser humano que visa alcançar algum objetivo

previamente determinado, requer, em seguida, uma análise reflexiva a respeito

do processo de encaminhamento do alcance desse objetivo. E a isso se chama

“avaliar”.

Esta monografia constitui-se uma análise reflexiva e, ainda,

despertativa, discutindo e comentando e, assim, avaliando o ato pedagógico de

avaliar o corpo discente do 6º ao 9º ano (5ª a 8ª séries) da escola “Integrada

Mariana Luz” no município maranhense de Itapecuru-mirim/Ma.

Centraliza-se, este feito monográfico, basicamente, na seguinte

pergunta: “a avaliação com perspectiva tradicional e classificatória reflete

negativamente no processo ensino-aprendizagem?”

No capítulo I, procura-se definir a avaliação tentando facilitar a sua

utilização a partir do entendimento conceitual, dos objetivos e dos seus mais

diversos tipos. No capítulo II, expõe-se uma reflexão a respeito da prática

avaliativa tradicional na escola integrada “Mariana Luz”, bem como, o papel do

professor na avaliação e o comportamento da supervisão frente a esse papel

docente. No III, faz-se uma análise conclusiva do suposto reflexo da avaliação

tradicional no processo de ensino-aprendizagem. Já no IV e último capítulo,

comenta-se a utilização otimista da Avaliação para que se tenha sucesso no

processo ensino-aprendizagem.

Deve-se atentar a todo tempo, para a maneira como essa avaliação

esta sendo trabalhada e utilizada. Seu uso, sua aplicação, sua utilidade e seu

objetivo- quanto ao que se pretende avaliar e para que avaliar o que se deseja

avaliar e suas conseqüências na formação discente e sua consistência na

prática docente, no processo ensino-aprendizagem. Visto que a avaliação deve

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ser considerada uma maneira de socialização, pois, segundo Patricia Broadfoot

(1981), “Uma sociologia da avaliação deve abranger toda a variedade de

actividades avaliativas no contexto do sistema educativo, desde os

julgamentos...” (p. 198).

É muito relevante o tema, aqui, abordado considerando que a

aprendizagem deve ser um processo sempre dinâmico. Sendo ela

multidimensional, abrangendo áreas de conhecimento sempre móveis,

mutáveis, evolutivas e em transformação ligados a fatos reais da vida,

podendo-se afirmar acertadamente que a aprendizagem é um processo vital e

indissociável do ser humano e, portanto, considerado muitíssimo delicado

devendo ser tratada com muito carinho, atenção e cuidado. Pois, qualquer que

seja o distúrbio de assimilação durante um dado processo de construção do

conhecimento (aprendizagem) especifico, poderá trazer resultados nada

desejáveis. E a continuação dessa deficiência assimilativa, sem a sua

constatação para a devida correção, com certeza trará conseqüências

irreparáveis- fatais.

Durante o processo ensino-aprendizagem jamais se deve, enquanto

Docente ou supervisor escolar- pois o supervisor tem um nível de

responsabilidade auxiliar muito importante a ser considerado nesse contexto da

atividade avaliativa- minimizar a importância da verificação constante do nível

de aprendizado colocando-o em plano secundário. Deve-se estar sempre

constatando o nível de satisfação dos objetivos, propostos quando do

planejamento das ações direcionadas ao aprendizado discente. E para isso, o

Instrumento do qual se dispõe, é a “avaliação”. Portanto, esse trabalho

monográfico explicita a preocupação de como a avaliação está se comportando

ao ser apresentada e aplicada junto ao corpo discente. Pois, a mesma, é um

instrumento multiforme e seus mais variados tipos deverão ser utilizados

conforme o tema, o momento, a clientela a ser avaliada, os objetivos e o

sentido do devido aprendizado. Preocupa-nos saber que muitos professores

ainda se acomodam ou ainda não atentaram para tais detalhes sobre o aspecto

avaliativo abordado; e na intenção de poder ajudar na busca do sucesso no

processo ensino-aprendizagem, justifico essa abordagem.

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Logo, este trabalho monográfico objetiva mobilizar de forma

sensibilizadora os educadores a respeito da utilização adequada e consistente

da avaliação. De maneira a se estar atentos para a investigação de deficiências

assimilativas do aluno, para a correção das deficiências percebidas e para a

promoção de um aprendizado positivo e significativo.

Capítulo I - Compreendendo o conceito significativo do termo “Avaliação”

Se fizermos uma análise sobre o sucesso alcançado por todo grande

empreendedor, grupo empresarial, grupo político, cientistas e etc. no decorrer

do tempo, veremos que sempre há um momento para se estudar as ações

executadas que conduziram, ou conduziriam, ao alcance de um determinado

resultado. Se tais ações, por ventura, não proporcionam, ou não

proporcionaram, atingir o fim esperado então elas são, ou serão, aprimoradas

para um novo momento de execução e prática de uma nova tentativa de forma

que possíveis erros e falhas não ocorram e sejam substituídos por acertos. E,

embora, haja novo erro ou falha, que sejam inconsideráveis a ponto de não

impedirem o alcance do que se quer conseguir. Quando há percepção de

falhas que suprimem ou suprimiram um desejado resultado a ponto de se sentir

a necessidade de aprimoramento, é porque, logicamente, o ato de se provocar

a percepção foi avaliativo. Toda atividade do ser humano, tem um fim a ser

atingido. E para se atingir este fim, planeja-se ações para um processo de

tentativas de se atingir o que se quer. Conseguindo-se ou não atingir o fim

esperado, costuma-se fazer um estudo do que se fez e como se fez no

processo de encaminhamento para se atingir o fim desejado. E isso evidencia,

sem dúvida, uma avaliação.

Segundo Cazaux (1992), “avaliar é julgar ou fazer a apreciação de

alguém ou alguma coisa, tendo como base uma escala de valores. Assim

sendo, a avaliação consiste na coleta de dados quantitativos e qualitativos e na

interpretação desses resultados com base em critérios previamente definidos...

Quando usamos o termo avaliar, porém, estamos nos referindo não apenas

aos aspectos quantitativos da aprendizagem, mas também aos qualitativos,

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abrangendo tanto aquisição de conhecimentos e informações decorrentes dos

conteúdos curriculares quanto as habilidades, interesses, atitudes, hábitos de

estudo e ajustamento pessoal e social.” (p. 10)

Quando “Tyler conceitua avaliação em sua obra “princípios básicos

de currículo e ensino”, ele formula a seguinte redação: “o processo de

avaliação consiste essencialmente em determinar em que medida os objetivos

educacionais estão sendo realmente alcançados pelo programa do currículo e

do ensino”. Afirmado, ainda, que: “como os objetivos educacionais são

essencialmente mudanças em seres humanos- em outras palavras, como os

objetivos visados consistem em produzir certas modificações desejáveis nos

padrões de comportamento do estudante, a avaliação é o processo mediante o

qual se determina o grau em que essas mudanças de comportamento estão

realmente ocorrendo”. (1974, p. 99).

Segundo Michel Scriven, “a avaliação é uma atividade metodológica

que consiste na coleta e na combinação de dados relativos ao desempenho,

usando um conjunto ponderado de escalas de critérios que leve a

classificações comparativas ou numéricas, e na justificação: a) dos

instrumentos e coletas de dados; b) das ponderações; c) da seleção de

critérios”. Já para Daniel Stufflebeam, também autor da obra Avaliação

educacional II: Perspectivas, procedimentos e alternativas juntamente com

Michel Scriven, “a avaliação é o processo de delinear, obter e fornecer

informações úteis para o julgamento de decisões alternativas”. (1978, p. 50 a

53 e p. 104).

Em obra clássica a respeito da avaliação, benjamin, Thomas e

George expõem o conceito da “mesma”, de uma maneira bem didática e de

extensão conceitual bem considerável, quando redigem as cinco inferências a

seguir:

I) “A avaliação é um método de coleta e de processamento dos dados

necessários à melhoria da aprendizagem e do ensino”.

II) A avaliação inclui uma grande variedade de dados, superior ao

rotineiro exame final.

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III) A avaliação auxilia no esclarecimento das metas e dos objetivos

educacionais importantes e consiste num processo de determinação

da medida em que o desenvolvimento do aluno está se processando

da maneira desejada.

IV) A avaliação é um sistema de controle de qualidade pelo qual se pode

determinar, a cada passo do processo ensino-aprendizagem, se este

está sendo eficaz ou não; e caso não esteja, indica que mudanças

devem ser feitas a fim de assegurar a sua eficácia antes que seja

tarde demais.

V) Finalmente, a avaliação é um instrumento na prática educacional que

permite verificar se os procedimentos alternativos são igualmente

eficazes na consecução de uma série de objetivos

educacionais.”(1983, p. 8).

Para Cazaux (1992, p. 10), vemos que avaliar é adotar, não apenas

a quantidade como referência para a promoção do aluno, mas sim, o aspecto

qualidade como referencial preponderante já que este leva em conta desde as

habilidades até o próprio ajuste pessoal e social do individuo, tendo a aquisição

de conhecimentos e informações advindas dos conteúdos curriculares como

um suplemento de formação. Tyler (1974, p. 99), já conceitua avaliação como

um meio de verificar até que ponto os objetivos educacionais são alcançados

pelo programa curricular. Porém, enfoca bem que estes objetivos têm como

horizonte primordial, produzir modificações no comportamento padrão discente.

Percebe-se que para Michael Scriven (1978, p. 50 a 53), a avaliação

coleta e combina dados com base em desempenho e faz comparações

classificatórias ou escalares e justifica os instrumentos e as coletas de dados,

os atos ponderativos (sisudez, prudência, seriedade) e a seleção de critérios;

Aproximando-se conceitualmente de Daniel Stufflebeam(1978, p. 104)- e

pudera, até porque são autores da mesma referida obra, o qual tem a avaliação

como um processo de julgar decisões alternativas a partir das informações

obtidas e fornecidas. Assim, pelas inferências feitas por Benjamin Bloom e

seus amigos de autoria (1983, p. 8), vê-se que existem entre todos os

conceitos, afinidades que melhoram a noção do significado desse vocábulo

15

“avaliação” tão precioso e necessário. Pode-se, segundo os conceitos, afirmar

que avaliar tem uma extrema sensibilidade, pois ela pode tanto contribuir no

progresso quanto na decadência de um aluno e que em vez de se ignorar tais

conceitos, o melhor é incorporá-los para que se possa melhor orientar rumo à

construção do conhecimento.

1.1- Objetivos da avaliação no processo ensino-aprendizagem na escola

integrada “Mariana Luz”

Em termos funcionais, sabe-se que há um elo que define uma ponte

relacionando objetivos e avaliação.

Essa ponte que liga objetivo e avaliação é definida quando se

planeja o processo ensino-aprendizagem. E fica bem determinada, quando se

traça objetivos específicos a serem atingidos como um resultado final. O

planejamento, segundo libâneo (2009, p.221), “é um meio para se programar

as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão

intimamente ligado à avaliação”. E é nesse momento de pesquisa e reflexão

que são definidos os objetivos da avaliação que devem visar a excelência do

efeito positivo do processo ensino-aprendizagem na formação do aluno.

Quando sondados a cerca de tais objetivos, em argumentações

paralelas ao questionário e entrevistas aplicados na escola “Mariana Luz”, os

professores e/ou supervisão sempre enfatizam que os objetivos da avaliação

em suas práticas são sempre aqueles que encaminham ao bom rendimento do

aluno em processo de construção do conhecimento, embora não tenham

sabido, naquele momento das conversas, dar a definição formal dos objetivos

referidos.

Com base em Clara Colotto (1972, p.14), Cazaux (1992, p. 30),

afirma que “os objetivos educacionais podem ser formulados em dois níveis:

• Objetivos gerais, a serem atingidos em longo prazo e previstos para um

determinado grau ou ciclo, uma escola ou uma certa área de estudos;

• “Objetivos instrucionais ou comportamentais, definidos especificamente

para uma disciplina, uma unidade de ensino ou uma aula, e que

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consistem no desdobramento e na operacionalização dos objetivos

gerais”.

Assim, pode-se perceber que dos dois objetivos abordados por Cazaux,

a avaliação interliga-se diretamente com aqueles que são instrucionais,

também chamados de comportamentais. Apesar destes serem definidos

para a disciplina, a unidade de ensino e a aula, o meio utilizado para

verificar se tais objetivos foram alcançados, é a “avaliação”. Logo os

objetivos da avaliação no processo, devem ser tais, de sorte que

possam tornar nítida a medida em que os objetivos comportamentais-

explicitando a qualidade- foram atingidos pela prática docente em sala

de aula. Em outras palavras, os objetivos da avaliação, finalmente, são

os de alcançar os objetivos instrucionais/comportamentais definidos

para uma dada disciplina, unidade ou aula.

1.2. - Tipos de avaliação

Devido ao fato de que existem, na prática do processo ensino-

aprendizagem, momentos diversos e situações que diferem entre si pelas

circunstâncias temporais e momentâneas em que as providências e as

maneiras de agir são pensadas e geradas para atender a aquelas

necessidades específicas, os tipos diversos de avaliação devem ser

considerados para fins de adaptação ao que melhor cabe fazer em cada caso

que se apresentar em cada um dos momentos da prática docente e em cada

situação da vida discente. Pois como cita Tyler (1974, p.100), "toda situação

avaliativa é o tipo de situação que dá aos estudantes uma oportunidade de

expressar o tipo de comportamento que estamos procurando avaliar". As

adaptações dos tipos de avaliação deverão estar visando consolidar, ou seja,

tornar sólido e seguro o compromisso do professor, do supervisor escolar e da

escola como um todo. E com certeza, agindo assim, a intenção de elevar o

aluno, em termos de construir o conhecimento, fica evidenciada mostrando

claramente que há uma responsabilidade assumida sendo praticada e levada a

sério, fugindo-se à prática negligente, demagógica e aparente muitas vezes

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comentada e discutida em reuniões de direção e professores, em seminários

educacionais com educadores e outras autoridades educacionais e em seguida

ignoradas no dia-a-dia escolar.

Conforme Cazaux (1992, p. 58), “a seleção das técnicas e

instrumentos de avaliação depende da natureza da área de estudo ou

componente curricular, dos objetivos visados (informações, habilidades,

atitudes, aplicação de conhecimentos etc.), das condições de tempo do

professor e do número de alunos...”.

No conceito de Zélia Mediano (1976, p. 37), “A técnica de avaliação

é o método de se obter as informações desejadas. O instrumento de avaliação

é o recurso que será usado para isso”.

São exemplos de técnicas: aplicação de provas, observação, auto-

avaliação e etc.

São exemplos de instrumentos: prova escrita, prova oral, inventário

e etc.

Veja a seguir alguns tipos de provas:

De acordo com Susana Cols e Maria Martí (1976)

Provas

1. Prova oral

2. Prova escrita

2.1 Dissertativa

2.2 Objetiva:

- informal ou construída pelo professor

- teste padronizado

3. Registro anedótico

4. Sociograma

Alguns tipos de acordo com Oyara Petersen Esteves (1973)

Provas

1. Prova objetiva ou teste construído pelo professor

2. Teste estandardizado ou padronizado

3. Prova de dissertação

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4. Exame oral

5. Sociograma

6. Anedotário

Alguns tipos e função de acordo com Almerindo Afonso (2005)

Tipos Função

1. Avaliação normativa Compara as realizações dos sujeitos

pertencentes ao mesmo grupo.

2. Avaliação criterial Verifica a aprendizagem de cada

aluno em relação aos objetivos

previamente definidos.

3. Avaliação formativa Como, esta, visa a consecução de

objetivos previamente definidos, é, em

parte, uma avaliação criterial.

Alguns tipos de acordo com José Libâneo (1994)

Tipos

1. Prova escrita dissertativa

2. Prova escrita de questões objetivas

3. Observação

Vê-se que não importa o autor, especialista, escritor ou quem quer

que se refira ou adote os mais variados tipos de avaliação. O que se percebe é

que muitos tipos são comuns a todos eles. E de acordo com todos os “alguns”

tipos mostrados, conclui-se que não é suficiente apenas avaliar. Porém, é

preciso considerar o tipo de avaliação que melhor venha se adequar com o

momento discente. Ou seja, conforme a situação no momento em que se

pretende avaliar deve ser aplicado ou utilizado o tipo avaliativo que seja capaz

de verificar e diagnosticar o que se tornar necessário ser percebido de forma

clara e bem explicita ao professor, de forma que o permita tirar conclusões que

sejam reais a respeito do conhecimento construído ou não construído pelo

aluno submetido à situação avaliativa vigente e que proporcione, ainda, ao

professor um ponto de partida para poder tomar decisões.

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1.3. – O processo avaliativo na escola integrada “Mariana Luz”

De acordo com Luckesi (2006, p. 168), “o ato de avaliar a

aprendizagem, por si, é um ato amoroso”. Porém, a filosofia adotada na escola

integrada “Mariana Luz” a respeito de avaliar os alunos no geral; conforme

informações colhidas no questionário e entrevistas aplicadas com professores,

alunos e supervisão; é aquela de “se não tiver condição de ser aprovado, o

jeito é repetir o ano letivo”. Sendo que nessa filosofia, automaticamente, está

embutida a consciência inconsciente de que o apurado gera um valor escalar

(número) que determina se o aluno será promovido ou retido na série em

questão.

Muitos alunos, traduzindo para o linguajar simples do cotidiano deles

mesmos, acham que a maioria dos professores ”pegam pesado” e não querem

nem saber se o aluno teve dificuldades na disciplina, no acesso à escola, no

revisar o assunto da disciplina. Não conseguem refletir sobre se aluno é da

zona urbana ou da zona rural, se é de uma família culta ou não, se o aluno vem

até a escola no ônibus escolar do município, se o aluno chega até a escola a

pé ou de bicicleta. Se ele chega suado, fatigado, cansado do esforço que faz

para ir até a escola, se come bem ou mal em casa ou se pelo menos come ou

se vai contando com a merenda escolar (quando tem). E acham que os

professores deveriam procurar compreendê-los para entendê-los e os ajudar.

Ou serem “mais” compreensíveis, se é que são capazes de compreendê-los.

De fato quando os alunos tecem esse tipo de comentário observativo, eles têm,

em parte, a sua razão de, assim, fazê-lo. Se o aluno mora na zona rural, ele

poderá, infelizmente, estar sendo vítima da distância que separa sua escola e

sua residência. Isso, certamente, implicará em ter que se dispor muito mais

cedo no preparo de ida à escola. Em ter que se alimentar num horário não

propício para tal, o que com certeza faria, ou fará, com que este aluno faça

uma refeição prejudicada embora tenha do que se alimentar, pois ele poderá

estar comendo sem ter a fome que o faria alimentar-se bem, sendo, assim,

afetado mais tarde quando estiver em sala de aula e muito mais cedo do que o

que poderia ser considerado um momento normal de se sentir fome. Ele terá o

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seu sistema nervoso abalado pela fraqueza e pela indisposição causada pela

má alimentação à qual teve que se submeter e o seu rendimento escolar e

avaliativo serão afetados negativamente e ele será desfavorecido. Mesmo que

os alunos sejam da zona urbana, na maioria dos casos eles não são atendidos

pelo transporte escolar por estarem no espaço geograficamente urbano.

Porém, muitos moram em bairros distantes da escola e têm que se desgastar a

pé ou de bicicletas, o que os fazem, de qualquer forma, ficarem um tanto

afadigados em sala.

Conforme Luckesi (2006, p. 170 e 171), Libâneo (1982), mais

precisamente em sua Tese de Mestrado sobre a prática pedagógica dos

professores das escolas públicas de São Paulo pela PUC-SP, “a avaliação da

aprendizagem é o âmbito da ação pedagógica em que os professores são mais

resistentes à mudança”. E de acordo com o próprio Luckesi (2006, p. 171),

“essa prática é difícil de ser mudada devido ao fato de que a avaliação, por si, é

um ato amoroso e a sociedade na qual está sendo praticada não é amorosa e,

daí, vence a sociedade e não a avaliação”. Logo, não é difícil de assimilar a

razão dos reclames dos alunos da Escola “Mariana Luz” sobre como gostariam

de serem entendidos e tratados pelos seus professores.

Libâneo (1994, p. 41) enfoca “...falta de acompanhamento dos pais.

É verdade que esse(s) problema(s) existe(m)...” diz ele. As famílias incultas, e

muitas até cultas mesmo, às quais pertencem, em muitos casos, não dão valor

a um acompanhamento ao aluno. Sequer cobram que os filhos façam os

deveres que levam da escola para serem feitos e estudados em casa e muito

menos comparecem à escola para auxiliarem a escola presencialmente

conversando com os professores, com a supervisão, com a direção e até,

mesmo, com outros pais, que por lá estejam. E deixam de fazer um contato

importantíssimo e interativo na tentativa de dar sugestões, saberem alguma

novidade sobre a escola que seja boa ou ruim mas saberem para procurarem

juntos uma solução viável à boa vida escolar de seus filhos buscando, de sã

consciência, tornar a escola um lugar de sucesso.

Libâneo (1994, p. 40 e 41) comenta: “uma pesquisa da Fundação

Carlos Chagas, de São Paulo, em 1981,.... Sua finalidade foi a de explicar a

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repetência não só pelas deficiências dos alunos, mas por outros fatores como:

características individuais dos alunos, as condições familiares, ...o aluno

considerado “normal”- estudantes com melhores condições socioeconômicas e

intelectuais vistos como modelos de aluno estudioso....Crianças que não se

enquadram nesse modelo são consideradas carentes, atrasadas,...pois a

assimilação de conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades mentais

dos alunos estão diretamente relacionados com as condições (econômicas,...)

de ingresso na escola, que é o verdadeiro ponto de partida do processo de

ensino e aprendizagem”. Os alunos da escola integrada “Mariana Luz”, em sua

maioria, são de famílias de baixa renda e muitas vezes de baixíssima renda.

Algumas participam de algum programa, de incentivo à escola, do governo

federal como, por exemplo, o bolsa família, mas que não é suficiente para

suprir todas as necessidades básicas da família, que acaba por ter que passar

por muita situação de “falta de ter o que comer em casa”, ficando a

fome/alimentação do estudante a mercê da merenda escolar, que nem sempre

está lá. E sabe-se que essa falta de alimentação provoca uma defasagem

muito notória ao rendimento escolar. Agora, imaginemos todos esses itens

desfavoráveis ao sucesso do aluno, bem na hora de uma avaliação e ainda por

cima de maneira bem tradicional. Não dará outra, é baixo desempenho na

certa. Portanto, é viável a narrativa dos alunos, que assim a fizeram, sobre as

dificuldades e os fatos, anteriormente citados, que os desfavorecem e a

ansiedade que externam de que os professores, bem como a supervisão e a

escola como um todo, dispensem uma atenção específica e se interessem

pelas suas vidas extra-avaliação e extra-sala de aula.

Os professores declaram e depõem que fazem o que podem.

Tentam avaliar pela assiduidade (freqüência às aulas), pela pontualidade ( se

chegam na hora certa ou atrasados), pelo comportamento, pela participação

oral na hora das aulas, pela participação nas atividades em grupo, pelo

esforço em fazer as atividades individuais, pela participação nos exercícios

específicos e pelo desempenho nas provas. Segundo eles, a nota parcial

conclusiva é dada pela média aritmética de todas as notas geradas no decorrer

de um bimestre. E a nota final que promove o aluno de ano ou retém o aluno

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numa determinada série é dada pela simples média aritmética do dos

rendimentos escalares dos quatro bimestres do ano letivo.

A supervisão afirma que o seu papel se dá ou se processa, no ato

de pesquisar nas cadernetas dos professores quais alunos alcançaram a média

mínima e quais não alcançaram a mínima necessária para se gerar uma

expectativa segura de promoção. Em observando alunos abaixo da média

bimestral mínima, se providencia a convocação dos pais/responsáveis para

comparecerem à escola a fim de tomarem conhecimento da situação do aluno,

assinarem o boletim (documento que sintetiza a situação letiva do aluno) e, às

vezes até assinarem um termo de ciência e responsabilidade, e, também

conversarem a respeito de um suposto acompanhamento daquele aluno em

casa.

Ao adotar a forma de “chamamento dos pais até a escola” para que

estes se tornem cientes da situação dos filhos, a escola assume uma postura

responsável e cabível na tentativa de promoção uma parceria e entendimento

necessários. Porém, deve-se tomar o cuidado necessário para que o ato de

fazer com que os pais/responsáveis assinem o termo de ciência e

responsabilidade, não se torne um ato de transferência dessa mesma

responsabilidade e de uma suposta culpa não assumida. Tomando, assim,

esse cuidado, “Daí chegarmos, portanto, à indiscutível contribuição da teoria de

Piaget para o avanço em sérias questões da prática avaliativa. Importante,

igualmente, para desarmar o professor quanto às suas tradicionais “culpas”,

para levá-lo a perceber que é urgente entender como se dá o conhecimento

nos diferentes estágios...” (Hoffmann, 2009, p.42). “É, também, muito comum

os professores justificarem as dificuldades... pela ...falta de acompanhamento

dos pais. É verdade que esses problemas existem, mas nem por isso é correto

colocar toda a culpa...nos pais” (Libâneo, 1994, p.41).

No entanto, na escola integrada “Mariana Luz” se tem por normal o

processo avaliativo que, segundo os professores e a supervisão, não é nem

tradicional e nem cem por cento democrático. Porém, quando questionados

pela entrevista escrita, e as interpelações extras (em momentos de

entrosamentos no cafezinho), tanto os professores como a supervisão admitem

23

que o processo avaliativo, ainda, está mais para o modelo tradicional e

ressaltam que, lamentavelmente, a aplicação desse modelo ainda se faz

necessário devido se ter que, por essa forma, chamar a atenção dos alunos,

sobretudo dos mais indisciplinados e descuidados, por que precisam levar a

educação a sério e consolidar o compromisso que devem ter com a sua

formação e preparação para assumirem responsabilidades. Enquanto que se

for trabalhada a avaliação de forma puramente democrática, dizem alguns, o

aluno achará muita moleza e facilidade e a tendência será a de banalização

tanto do processo de ensino, como da autoridade dos professores e a escola

no geral, alegando mais, ainda, que o amparo dado às crianças e adolescentes

pelo ECA (estatuto da criança e do adolescente) tem feito com que eles se

comportem mais e mais de forma inadequada ao processo de aprendizagem

enfocando apenas os direitos dentro de uma super proteção dada pelo estatuto

e se distanciando cada vez mais do compromisso escolar e formativo.

Porém, deve-se ter sempre em mente que acompanhar o

desenvolvimento do aluno em sala de aula, seja a criança ou o adolescente, de

modo a encaminhá-lo(a) à autonomia democrática de se projetar com êxito no

processo educativo, deve ser uma prática natural constante do professor,

auxiliado pelo(a) corpo/equipe supervisor(a) da escola. Nesse sentido, avaliar é

o ato docente do qual se espera uma resposta resultante que satisfaça todas

as expectativas de alcance dos objetivos pretendidos no processo ensino-

aprendizagem considerando o cito de Jussara Hoffmann (2000, p.15)

afirmando que “a avaliação deve ser entendida como uma prática investigativa

e não sentenciva, mediadora e não constatativa”. E que “não são os

julgamentos que justificam a avaliação, as afirmações inquestionáveis sobre o

que o aluno é ou não capaz de fazer. Portanto, não devemos avaliar os alunos

para classificá-los, julgando o que sabem ou não sabem fazer, padronizando

comportamentos, constatando apenas as suas capacidades”, qualificando seus

saberes e apontando seus erros. Sua história deve ser “considerada e

apreciada”.

24

Capítulo II – Refletindo sobre a avaliação tradicional na escola integrada

“Mariana Luz”

“O que se percebe atualmente é que o corpo docente.... Nos

encontros e seminários manifestam um sério descrédito quanto à

possibilidade de a avaliação descaracterizar-se, um dia, da afeição

classificatória que a reveste. E o que se observa na investigação de

sua prática avaliativa é, ao contrário de uma reflexão a respeito de

determinados procedimentos burocráticos, o fortalecimento da

prática tradicional de julgamento de resultados.... Esse passa a ser

um fator muito sério, porque a avaliação, nesses cursos, é um

fenômeno com características seriamente reprodutivas. Ou seja, o

modelo que se instala em cursos de formação é o que vem a ser

seguido pelos professores que exercem o magistério nas escolas e

universidades.”(Hoffmann 2009, p. 109 e 110).

Ora se os cursos de formação acadêmica onde os futuros

professores estão aprendendo, e não construindo conhecimentos, tendo como

espelho os seus mestres que lá ministram, mostram apenas procedimentos

tradicionais; não se pode esperar que possam avaliar de forma democrática, se

pra eles tal prática é desconhecida e eles só sabem reproduzir a maneira com

a qual foram tratados. Procedimentos como este, e outros, que se reproduzem

em sala de aula nas escolas, especialmente na unidade integrada “Mariana

Luz”, só terão chances de substituição por práticas democráticas de maneira

espontânea, e sem necessitar estudos ou pesquisas como esta, somente

quando os cursos acadêmicos considerarem e praticarem dentro do processo

formativo acadêmico, disciplinas que ofereçam a capacitação oportuna. Sem

falar que a forma tradicional de ingresso às universidades também deve ser

repensada, de maneira que o aluno não tenha que ser classificado nem na

escola e muito menos nas seleções de ingresso universitário.

Assim, após análises discursivas nos bastidores da pesquisa

(questionário e entrevistas), as reflexões surgem como vertente perene e

inesgotável por parte dos professores e supervisão escolar. Cujos, se sentem

intimados a pensarem no que estão fazendo e como estão fazendo no tocante

ao processo avaliativo. E são levados a refletirem e a se indagarem sobre: o

25

papel do professor na avaliação e, ainda, sobre o supervisor escolar frente ao

papel do professor na avaliação.

2.1. – O papel do professor na avaliação

Um professor deve estar sempre atento para o fato de que “a

avaliação é um processo que nos leva às reflexões e, nesse sentido, configura-

se como qualitativa, onde vários fatores interferem e interagem para se chegar

a um resultado”. Portanto é uma atividade articulada entre professor e aluno,

com responsabilidade mútua, tendo sempre em vista a aprendizagem enquanto

processo de transformação individual e social, envolvendo os sujeitos do

processo como um todo. Considerando que a escola é uma instituição criada

para, entre outras finalidades, “desenvolver o educando, garantindo-lhe

preparação básica para o trabalho e para ser um cidadão e para continuar

aprendendo” (LDB 9394/96, art. 35).

Com base na LDB, percebe-se de imediato que a avaliação que se

preocupa em ser uma fonte de castigo não prioriza nenhuma qualidade. Jamais

será uma atividade mútua e articulada entre professor e aluno, pois a mesma

será apenas unilateral buscando, não gerar um efeito formativo positivo, mas

sim cumprir somente um calendário escolar desconsiderando a história, a

vivência e a experiência do aluno, bem como o papel da escola enquanto

instituição que existe para moldar o indivíduo dentro dos padrões democráticos

assegurando ao mesmo o desenvolvimento básico e preparação básica para o

mercado de trabalho e dando-lhe condições de seguir aprendendo de maneira

autônoma e consistente.

Segundo (Hoffmann 2009, p. 13), “A maior polêmica que se cria,

hoje, em relação a uma perspectiva inovadora da avaliação, diz respeito à

questão melhoria da qualidade de ensino”. Melhorar a qualidade de ensino

precisa ser entendido como a promoção de um aprendizado e a construção do

conhecimento de uma forma bem aproveitante. O aprendizado e o

conhecimento construídos, e atualmente considerados , positivos, são aqueles

que acontecem de fato porque resultam da interação entre quem os promove e

26

quem é o alvo de tal promoção. Considerando que quem está promovendo a

interação entre ambos, deve figurar como um mediador, um encaminhador

otimista das provocações ao expectador-ativo que se quer formar. Nesse

contexto, o professor deve saber e entender que o seu papel com a avaliação e

na avaliação é o de proporcionar as condições de gerar a qualidade tão

polêmica enfocada por Hoffmann (2009), a qual para ser alcançada precisa

passar pelo processo de desenvolvimento da capacidade de criticar, de iniciar

buscas sozinho, iniciar investigações, iniciar tarefas sem inseguranças de “eu

começo ou não começo”, tomar decisões sem medo de errar entendendo-se

que se precisa do erro para que se possa aprender e crescer. Enfim, poder o

indivíduo agir em prol de si mesmo e conseguir influenciar e ser capaz de viver

no mundo desafiador e evoluído das inovações científicas que lhe exige a cada

dia adaptações tecnológicas e contribuições para a formação das novas

gerações pensantes. O professor deve atentar para os efeitos saudáveis e para

aqueles que são considerados “colaterais” no seu proceder relativo a avaliação

e a melhoria da qualidade de ensino. Se a sua prática de avaliar gerar um

efeito resultante de sucesso e contribuir para elevar positivamente a qualidade

de ensino, ela deverá ser mantida e até socializada, com os colegas que por

ventura estejam sem a bússola do atuar avaliativamente. Porém, se o efeito

não lhe mostrar melhorias significativas e contrariar as expectativas otimistas

dos resultados, tal prática deverá ser imediatamente revista e repensada, pois

a qualidade buscada é algo para se alcançar, seguramente, com muita

urgência e imediatez levando-se em conta que a vida escolar do aluno é feita

de momentos gradativos e que cada um destes momentos passa sem a

chance de se retornar a eles e que eles precisam ser bem trabalhados,

enquanto requisitos para os próximos momentos a serem vivenciados.

Luckesi (1994), impresso no Brasil em agosto de 2006, diz que “os

professores utilizam as provas como instrumentos de ameaça e tortura prévia

dos alunos, protestando ser um elemento motivador da aprendizagem. Quando

o professor sente que seu trabalho não está surtindo o efeito esperado,

anuncia aos seus alunos: “estudem! Caso contrário, vocês poderão se dar mal

no dia da prova”. Quando observa que os alunos estão indisciplinados, é

27

comum o uso da expressão: “fiquem quietos! Prestem atenção! o dia da prova

vem aí e vocês verão o que vai acontecer”. Ou, então, ocorre um terrorismo

homeopático. A cada dia o professor vai anunciando uma pequena ameaça.

Por exemplo, em um dia diz: “a prova deste mês está uma maravilha!”

passados alguns dias, expressa: “estou construindo questões bem difíceis para

a prova de vocês”. Após algum tempo, lá vai ele: “as questões da prova são

todas do livro que estamos utilizando, mas são difíceis. Se preparem! “. E

assim por diante... sadismo homeopático!. Essas e outras expressões, de

quilate semelhante, são comuns no cotidiano da sala de aula, especialmente

na escola básica e média, e mais tarde na universitária. Elas demonstram o

quanto o professor utiliza-se das provas como um fator negativo de motivação.

O estudante deverá se dedicar aos estudos não porque os conteúdos sejam

importantes, significativos e prazerosos de serem aprendidos, mas sim porque

estão ameaçados por uma prova. O medo os levará a estudar”. (p.18 e 19).

O terrorismo é o uso da violência. Ser terrorista na sala de aula não

é o papel do professor na prática avaliativa; o sadismo, é o prazer com o

sofrimento das outras pessoas. E no ato de avaliar não é papel do professor se

deliciar por estar torturando seus alunos; a homeopatia, é o tratamento de

doenças com agentes capazes de produzir sintomas semelhantes aos dessas

doenças. E o papel do professor na avaliação jamais deve assumir uma

postura de olho por olho, dente por dente.

Se o professor sentir que o seu trabalho não está surtindo o efeito

esperado, precisa rever o seu método e maneira que está atuando como

protagonizador da construção do conhecimento. E jamais querer esconder o

insucesso do seu trabalho atrás de uma prova manejando a mesma como um

instrumento de tortura e ameaça. Se o professor não consegue alcançar os

objetivos previstos para as suas aulas por causa da indisciplina que figura no

mau comportamento dos seus alunos, jamais deverá lançar mão, do terrorismo,

sadismo ou da homeopatia em sua prática avaliativa. Deve sim encarnar e

deixar entrar em cena o educador que define a personalidade de um agente

ativo no processo ensino-aprendizagem, pois um professor só é professor no

ato de professar a sua matéria ou componente curricular e não pode jamais se

28

esquecer de que um agente docente nunca poderá esquivar-se de, também,

educar. E para educar se deve ter noção de conhecimentos diversos que vão

muito além da matéria ou componente curricular lecionado. Em outras

palavras, deve-se ter noção de um mundo muito mais amplo, de forma que

este contenha o mundo do aluno. De sorte que, se o problema em sala de aula

for a indisciplina do aluno, o professor/educador possa partir para o ato de

educar, que consiste em orientação e exemplos para um comportamento

disciplinar que favoreça a sua formação; dialogar de forma reflexiva com

palavras que toquem fundo no íntimo dos alunos, de sorte que tais palavras os

façam ficar atentos não por medo mas por uma consciência natural de assumir

qualquer falta de cooperação. O professor precisa entender e incorporar a

sensibilidade, o sentimento e a consciência apurada de que ele não precisa ser

temido por fazer uso de provas tradicionais, pela sua cara de mau, falta de

simpatia e métodos ultrapassados de agir e avaliar. Mas sim, respeitado por

causa da sua fundamentação, segurança, firmeza de ações bem esclarecidas,

encaminhamentos bem feitos, suas idéias, seu comprometimento explícito, sua

simplicidade, seu companheirismo ao aluno, o interesse pela realidade do

aluno, sua facilidade de relacionamento com o seu aluno, pelo contato que faz

nos momentos de intervalo nos corredores e pátio da escola- mostrando,

assim, ao alunado que o professor é um ser amigo e igual a eles e que é aberto

ao diálogo sem distinção.

“Essa ação mediadora faz do professor um

Interlocutor dentro do campo social, dentro do contex-

to dos alunos. É muito importante conhecer o contexto

deles para saber interpretar os problemas sociais e de

aprendizado.” (Werneck, 1996, p.39)

E, quem sabe, se na hora de tanta indisciplina não seja a hora de,

até, abrir mão da prova de rotina e se optar pela auto-avaliação fazendo com

29

que o próprio aluno diga sobre o seu comportamento, se perceba e possa se

dar a chance de fazer reflexões e de assumir suas falhas e a sua falta de

dedicação e, assim, poder melhorar a partir da sua própria iniciativa natural em

vez de ser pelas cobranças excessivas, como dizem eles, do seu professor.

Portanto, o professor estará, assim, assumindo o papel de avaliador

consistente e não o de avaliador reprimente. “Além disso, o sentido da

avaliação é de encaminhamento (tomar providências)...” (Hoffmann, 2009, p

102).

2.2.- O supervisor escolar frente ao papel do professor na avaliação

tradicional

O papel de um supervisor escolar comprometido com a melhoria, ou

seja, com a elevação do nível da qualidade de ensino é essencial para dar um

suporte especial e muito significativo ao professor no decorrer do processo de

se tentar alcançar tal qualidade.

Muitas vezes, ou porque não dizer: “na maioria das vezes ou quase

sempre?”, o que se vê é o agente de supervisão procurar falhas em seus

professores, seja no relacionamento professor-aluno ou na prática pedagógica

docente, para poder implicar, gerar bate-bocas e humilhações, dedurando à

direção da escola e tentando prejudicar ou outros, como se quisesse,assim,

mostrar uma grande eficiência (porém falsa, pois o supervisor escolar que

assim pensa, se equivoca) na sua atuação; que é perito em supervisionar e

detectar distúrbios no trabalho dos outros profissionais. Não percebe que

assim, torna-se antiético, antiprofissional e faz uma verdadeira confusão com o

que ele está sendo e como ele deveria ser e agir. Isso por desconhecer a

essência da sua função ou por fazer questão de ignorá-la para poder fazer com

que seja visto como muito competente. Esquecendo-se de lembrar que agir de

maneira incoerente, não contribuirá para melhorar a qualidade da educação,

pois, o professor estará provido de suas cobranças e implicâncias, até

pessoais, no entanto estará desprovido da sua colaboração, das suas

sugestões, dos bons diálogos em busca de soluções, da hombridade que tanto

30

precisa para conseguir resultados viáveis, se debatendo sozinho e agonizando

nas decepções. Ambos devem estar comumente sensibilizados para a reflexão

devida sobre a avaliação tradicional. Devendo ela ser questionada e estes

tentarem responder indagações como: “a avaliação tradicional eleva a

qualidade de ensino? E poder ter a certeza de que a sua missão está sendo

feita na busca do sucesso escolar.

Veja a seguir um exemplo real sobre a colocação de maneira infeliz,

equivocada, distorcida, antiética- por ter sido tornada pública por quem não a

deveria torná-la, ainda mais de forma generalizada e ao mesmo tempo

particularizada com o ar de ironia e repúdio como fez, devido estar naquela

função para auxiliar e colaborar rumo a um objetivo que lhe é comum em

conjunto com o professor e que deveria ter entendimento a aquela altura dos

acontecimentos a necessidade existente em zelar pelo trabalho docente dando

um show de ética e profissionalismo sadio e consciente- registrado por Jussara

Hoffmann (2009) num seminário em que naquele momento se falava sobre

relatório de avaliação: “Refiro-me à própria visão de conhecimento inserida na

crítica de muitas pessoas sobre erros de escrita de professores e suas outras

dificuldades. Uma supervisora... disse em seminário: Acho que nunca vou ter

coragem de deixar os professores escreverem e entregar aos pais. Se alguns

professores nem sabem escrever direito!” (p.96)

A colocação feita por aquela supervisora escolar naquele seminário,

deixou bem claro para todos que ela não havia entendido a essência da

finalidade da sua função dentro do contexto escolar e, transparecia em sua fala

que, estava atuando na contramão dos objetivos a serem alcançados, não só

ali no momento em que falava mas, no seu trajeto de supervisão.

Para Saviani (1979), “a função do supervisor é uma função

precipuamente política e não principalmente técnica... quanto mais ela se

apresenta sob a roupagem de procedimentos técnicos, tanto mais ela é eficaz

na defesa dos interesses socialmente dominantes” (p. 106). O que se entende

pelo que ele coloca, é que a função do supervisor escolar deve ser não técnica

e sim ter uma técnica genuinamente pedagógica de atuação. Dentro das

grandes empresas privadas a função do supervisor tem objetivos técnicos de

31

fiscalizar, dirigir e inspecionar com tom e nível de superioridade a fim de

detectar falhas e erros para uma posterior advertência, chamada de atenção ou

a familiar pegada no pé do determinado funcionário, podendo tal ato

fiscalizador provocar, inclusive, a demissão ou dispensa do mesmo. Tal forma

de agir, desenha, em relação ao supervisor, uma imagem de carrasco,

terrorista, monstro, tornando-o um ser superior e temido por todos dentro

daquela empresa. Porém, a função de supervisão escolar não deve ser

semelhante à supervisão empresarial (pelo menos não deveria ser, pois na

maioria das escolas imita-se o feito supervisional das empresas). Supervisionar

na escola deve ser, realmente, uma função política e eficazmente em defesa

dos interesses da educação das crianças, adolescentes e jovens que lá estão,

cujos interesses dominantes não são os da sociedade que impera, mas

aqueles que proporcionem a promoção da sociedade estudantil sob a sua

atuação e de maneira autônoma. Um supervisor escolar ético e consciente do

seu papel, bem como da sua função junto ao professor, jamais terá uma prática

funcional detectora de perseguição. Terá sim uma atuação supervisionadora

parceira, eticamente colaboradora com o seu docente. Tal última prática

mencionada deve incluir simpatia, cordialidade, compreensão, orientação,

companheirismo na busca da qualidade almejada, carisma no desempenho da

função e enfim, relações humanas saudáveis e tudo mais que possa ajudar

profissionalmente e psicologicamente o professor a superar desafios rumo a

esta qualidade. Não apenas quando se trata da avaliação tradicional, mas de

tudo relacionado à qualidade do processo ensino-aprendizagem.

Capítulo III – Avaliação tradicional versos avaliação democrática: uma

reflexão coletiva na escola integrada “Mariana Luz”

Muitas escolas, hoje, ainda adotam um modelo avaliativo tradicional.

Diz-se que “ainda adotam”, porque grande parte já aboliu tal forma de avaliar

seus alunos, ou pelo menos um bom número de seus professores já estão de

mente aberta para novos modelos, e até, um tanto democráticos.

32

Houve um período, e muito longo por sinal, que avaliar o aluno na

escola era somente atribuir-lhe um valor escalar conforme a quantidade de

acertos em meio a um determinado número de questões elaboradas para

compor uma prova escrita e nada mais além desse valor escalar. Se de um

total de dez questões, por exemplo, o aluno conseguisse marcar apenas uma

questão corretamente, aquele acerto único determinaria a sua nota como

sendo 1 (hum); se acertasse apenas duas questões, sua nota era definida

escalarmente como sendo 2 (dois). O mesmo ocorria para as notas conclusivas

até o patamar máximo de 10 (dez) assertivas corretas ou não. Segundo

Cazaux (1992), “num artigo publicado em 1864, Chadwick refere-se a um

professor inglês, reverendo George Fisher, que elaborou questões sobre

diversas áreas, entre elas Matemática, Linguagem (gramática e composição),

História Geral e Ciências, e classificava os alunos de acordo com o grau de

aproveitamento, numa escala de avaliação em que as notas variavam de 1 a

5...” (p. 84). Nesse modelo tradicional de avaliação nunca se dá valor a um

ponto de vista do aluno. O aluno sequer tinha ou tem a chance de ser

provocado a pensar e a dar um ponto de vista próprio para se poder ter pelo

menos noção do seu potencial. O aluno jamais era ou é convidado a refletir,

não era e nem é chamado a discutir, não era/é dado a oportunidade para

questionamentos, críticas e nem a possibilidade de desenvolver a sua

capacidade de expressão e a sua formação cidadã autônoma. Ora, se

queremos uma mudança de mundo para que os cidadãos sejam formados

para, de fato, serem indivíduos que contribuam com melhorias e progresso se

compatibilizando com os avanços instrucionais e científicos, e se enquadrando

nas exigências do mundo globalizado em constantes mudanças e sofisticações

intelectuais; a escola e seus professores precisam acostumar sua clientela a se

acostumarem com a liberdade de pensar, dando oportunidades para a

manifestação do pensamento para uma prática educativa participativa. Se

continuar havendo apenas uma classificação de maneira escalar (numérica)

sem a liberdade de expressão e revelação dos potenciais, a tendência será a

de formar indivíduos praticamente cibernéticos (robóticos) sem capacidade de

33

sequer externar e praticar o amor ao próximo, sem companheirismo, sem

solidariedade, meio desumano e virtudes não visíveis.

“Não há ordem opressora que suporte que um dia todos os homens acordem perguntando: por quê? Por isso é necessário

proibir o porquê, é necessário proibir o pensar. Por isso a

escolarização é a proibição do pensar, é a adaptação dos homens

ao não pensar”.(Freire,1979, p. 116)

Em meio às discussões no sentido reflexivo, os professores,

supervisores e representantes dos alunos conseguiram formar um consenso

sobre a avaliação tradicional, principalmente, atentando-se para a citação de

Paulo Freire acima. Decidiram que o melhor mesmo é abrir mão do modelo

avaliativo tradicional visto que esse modelo impede a exposição do

pensamento, levando-o naturalmente, à medida que se segue no processo

ensino-aprendizagem, a um bloqueio (proibição) do pensar. Adaptando-se os

homens ao comodismo do não pensar e ao não exercício do cérebro, sem ser

nem necessário que a ordem opressora force a barra para isso. E que esta

apenas se delicie com a conseqüência negativa criada pelo sistema

educacional, que com tal prática acaba por compactuar com ele. Porém, a

escola não existe para o fim de contribuir com o bloqueio do pensamento

desfavorecendo o crescimento intelectual da pessoa humana. E sim para

promover o educando auxiliando e orientando em todas as áreas do

conhecimento de maneira a ajudá-lo a crescer.

Conforme (Hoffmann, 2009, p. 28), “uma frase escrita no quarto de

uma adolescente diz: Quanto mais eu vou à escola, mais eu estudo, quanto

mais eu estudo, mais eu aprendo, quanto mais eu aprendo, mais eu esqueço,

então para que ir à escola?

O que revela a sua concepção de escola para memorização de

fatos que não adquirem significado algum ao longo de sua vida, fatos

transmitidos, memorizados, esquecidos.

Numa perspectiva construtiva da avaliação, a questão da qualidade

do ensino deve ser analisada em termos dos objetivos efetivamente

34

perseguidos no sentido do desenvolvimento máximo possível dos alunos, à

aprendizagem, no sentido amplo,...a partir das oportunidades que o meio

oferece”.

Percebe-se, então, que existe uma necessidade muito importante no

sentido de se considerar a história e as experiências dos alunos. E para que

essa consideração seja efetivada, é preciso se adotar a perspectiva

construtivista da avaliação referida por Hoffmann anteriormente. E isso só se

dará dentro de um procedimento avaliativo democrático. Pois, enquanto o

modelo avaliativo tradicional proíbe o pensamento e a liberdade de exposição

crítica deste, a avaliação democrática proporciona ao educando a vantagem de

poder crescer desenvolvendo-se intelectualmente e fazer ensaios reais de

exposição dos seus sentimentos e convicções. Uma avaliação que proporcione

tais vantagens deve ser certamente autenticamente democrática e formativa.

Ela com certeza envolve uma diversidade de tarefas integrativas, desafiadoras

e dinâmicas, o que logicamente, exigirá a aplicação de habilidades de

pensamento superior e reflexivo. Portanto, uma avaliação democrática e

autêntica tem características como: ser aberta, rica e variada, estar ligada a

situações do mundo real. Possibilitar a realização de atividades de aplicação do

conhecimento para resolver problemas. Permitir, por exemplo, que o aluno

demonstre o desempenho de uma aprendizagem considerada significativa.

Oferecer oportunidade em que o educando possa demonstrar a sua

capacidade de agir, criar, recriar e tomar iniciativa própria, tendo um

desempenho sólido e Prático.

Segundo (Enguita, 1990, p. 228), “Para alguns autores, a avaliação,

contribui de tal forma para a socialização dos indivíduos que estes não apenas

aceitam ser objeto de avaliação como acabam por desejá-lo”.

As palavras de Enguita aqui são oportunas e muito objetivas.

Contribuir para a socialização dos indivíduos é indiscutível que a avaliação

assim o faça. Se a avaliação ocorrer de forma tradicional é certo que ela não

servirá como uma ferramenta que leve à sociabilidade dos indivíduos por que

os mesmos estarão se dedicando, basicamente, na antiga prática da decoreba

escolar e esta prática em nada leva à socialização, pelo fato de não haver

35

interação entre elementos. Eles são levados à individualização dos esforços

decorativos devido à preocupação de conseguirem responder o máximo de

questões tiradas dos conteúdos decorados. Mas, se esta avaliação acontecer

de uma maneira democrática sendo flexível com objetivos de diagnosticar

situações e nessas mais variadas situações conseguir detectar as possíveis

distorções, falhas, erros, falta de assimilação nos conteúdos e, assim, se poder

trabalhar junto ao aluno para que este consiga se ajustar em seu processo

educativo dando-lhe chances de crescimento, esta avaliação flexível estará

contribuindo para a socialização dos indivíduos. Uma avaliação flexível, nesse

sentido, é aquela que permite a interação entre indivíduos gerando um

relacionamento entre seres agentes, de sorte a consolidar a finalidade disposta

na LDB 9394/96 em parte do seu artigo 35 quando prevê “desenvolver o

educando, garantindo-lhe preparação básica para o trabalho e para ser um

cidadão e para continuar aprendendo”. Pois, segundo Libâneo (1994, p. 199),

“a escola cumpre uma função determinada socialmente, a de introduzir

crianças e jovens no mundo da cultura e do trabalho; tal objetivo social não

surge espontaneamente na experiência das crianças e jovens, mas supõe as

perspectivas traçadas pela sociedade e um controle por parte do professor”.

3.1 – A avaliação tradicional: reflexo negativo ou positivo no processo

ensino-aprendizagem?

Segundo (Freire, 1989, p. 11), “Com a avaliação me aproprio da

realidade cotidiana de modo sistemático, rigoroso”.

Numa avaliação tradicional não há como acontecer uma apropriação

sistemática e rigorosa da realidade cotidiana. Os alunos não terão um

desenvolvimento moral, um desenvolvimento intelectual e não estarão

propensos a uma felicidade de estarem no espaço escolar porque suas

curiosidades estarão sendo sempre tolhidas, ou seja, vedadas e proibidas.

Estarão impedidas de serem satisfeitas pelos esclarecimentos que anseiam e

isso não os levará a serem ativos e participativos. Sua alienação será nítida e

36

certa. Que avanços terá um educando que não tenha vez de protagonizar a

construção do seu próprio conhecimento? Que não pode aproveitar o momento

de ensino-aprendizagem para se aventurar, para usar as suas habilidades e

buscar suas conquistas individuais com esforços próprios de si? E pensar que

todo esse bloqueio está por conta de um modelo tradicional de avaliar. Não se

pode conceber.

A escola precisa assumir o dever de dar oportunidades aos seus

alunos para conquistarem a vida focada na autonomia e na sua independência.

Buscando alcançar uma formação integral e fazer com que os mesmos possam

ter desenvolvida a competência de traçar metas, desenvolver e executar seus

projetos de crescimento. O aluno necessita de ser preparado para atuar e viver

num estilo de vida criativo; autonomia tal que, conforme (La Taille, 1992, p. 17),

“significa ser capaz de se situar consciente e competentemente na rede dos

diversos pontos de vista e conflitos presentes numa sociedade”.

A autonomia dará ao aluno, como ser individual, a sensação real de

liberdade de pensamentos e ações. Essa sensação real, não poderá ser obtida

com a avaliação tradicional, pois esta tornou-se unicamente um ato de

aplicação de provas, atribuição escalar de notas para uma simples

classificação dos alunos.

Segundo Libâneo (1990), “ainda hoje há professores que se

vangloriam por deter o poder de aprovar ou reprovar.” Diz,ainda, ele: “quantas

vezes se ouvem afirmações inteiramente falsas sobre o que deve ser um

trabalho docente de qualidade, como exemplo: “o professor X é excelente,

reprova mais da metade da classe”, “o ensino naquela escola é muito puxado,

poucos alunos conseguem aprovação”....essa atitude ignora a complexidade de

fatores que envolve o ensino, tais como os objetivos de formação, os métodos

e procedimentos do professor, a situação social dos alunos, as condições e

meios de organização do ensino, os requisitos prévios que têm os aluno para

assimilar matéria nova, as diferenças individuais, o nível de desenvolvimento

intelectual, as dificuldades de assimilação devidas a condições sociais,

econômicas, culturais adversas dos alunos. Ao fixar critérios de desempenho

unilaterais, o professor avalia os alunos pelo seu mérito individual, pela sua

37

capacidade de se ajustarem aos seus objetivos, independentemente das

condições do ensino e dos alunos e dos fatores externos e internos que

interferem no rendimento escolar....o entendimento correto da avaliação

consiste em considerar a relação mútua entre os aspectos quantitativos e

qualitativos.” (p. 198 e 199)

Na escola integrada “Mariana Luz” ainda havia um procedimento

avaliativo análogo ao acima mencionado por Libâneo, os professores, não

todos, agiam e pensavam de forma semelhante até então; a partir da aplicação

do questionário e entrevistas (modelos em anexo), passaram a refletir

conjuntamente a respeito dos seus procedimentos avaliativos tradicionais e,

auxiliados pelos seus supervisores, que também resolveram rever e repensar

seu papel e o efeito deste; determinando-se basearem-se nos fundamentos

positivos que referenciam esta produção monográfica como, por exemplo, o

comentário de Libâneo (1990) anteriormente exposto, na intenção de obterem

melhores resultados em suas práticas avaliativas. O consenso, notável, entre

eles, é o de que o reflexo avaliativo tradicional no processo ensino-

aprendizagem é negativo e não positivo o que impede o bom encaminhamento

da formação integral do indivíduo, devendo a escola em seu corpo docente e

técnico promover essa referida formação.

Capítulo IV- Utilização otimizadora da avaliação rumo ao sucesso do

processo ensino-aprendizagem

No capítulo I, anteriormente, vimos, a título de informação, alguns

tipos de avaliação. Porque se fez aquela exposição daqueles alguns tipos de

avaliação que às vezes, até, coincidem nas abordagens de autores diferentes,

de todos os tipos mais diversos que existem? Bom! Conforme foi citado, as

situações e momentos educacionais são tão diversos que, certamente, cabem

tipos e formas diferentes de avaliar o aluno. Existem professores que praticam

sempre a mesma forma de avaliar e o mesmo tipo de avaliação sem atentar

para o momento educativo específico vivenciado ali pelo aluno e sem

considerar as experiências de vida que o aluno tem e a história da qual o aluno

faz parte. Como professor, deve-se conhecer tipos diferentes e variados de

38

avaliação para que se possa construir um repertório avaliativo que tenha

condições de atender momentos e situações que diferem entre si pela natureza

dos acontecimentos dando condições democráticas de se fazer as verificações

necessárias. Tal repertório auxiliará o professor funcionando como um banco

de opções ou cadastro reserva para que no momento certo e situação devida

se tente lançar mão do tipo avaliativo mais adequado e cabível na busca da

otimização do processo avaliativo no ensino-aprendizagem.

Conforme Luckesi (2006), “a avaliação pode ser caracterizada como

uma forma de ajuizamento da qualidade do objeto avaliado, fator que implica

uma tomada de posição a respeito do mesmo, para aceitá-lo ou para

transformá-lo... em primeiro lugar, ela é um juízo de valor, o que significa uma

afirmação qualitativa sobre um dado objeto... em segundo lugar, esse

julgamento se faz com base nos caracteres relevantes da realidade (do objeto

da avaliação). Portanto, o julgamento, apesar de qualitativo, não será

inteiramente subjetivo. O juízo emergirá dos indicadores da realidade que

delimitam a qualidade efetivamente esperada do objeto. São os “sinais” do

objeto que eliciam o juízo. E, evidentemente, a seleção dos “sinais” que

fundamentarão o juízo de valor dependerá da finalidade a que se destina o

objeto a ser avaliado. Se pretendo, por exemplo, avaliar a aprendizagem de

matemática, não será observando condutas sociais do educando que virei a

saber se ele detém o conhecimento do raciocínio matemático adequadamente.

Para o caso, é preciso tomar os indicadores específicos do conhecimento e do

raciocínio matemático. Em terceiro lugar, a avaliação conduz a uma tomada de

decisão ou seja, o julgamento de valor, por sua constituição mesma,

desemboca num posicionamento de “não-indiferença”, o que significa

obrigatoriamente uma tomada de posição sobre o objeto avaliado, e, uma

tomada de decisão quando se trata de um processo, como é o caso da

aprendizagem.” (p.33)

Não será possível, jamais, fazer um juízo de valor e uma,

conseqüente, afirmação qualitativa sobre um dado objeto, muito menos com

base nos caracteres relevantes da realidade para que se consiga tomar uma

decisão correta sobre o objeto avaliado, se não houver o uso adequado do tipo

39

de avaliação. E se o ato de avaliar abrir mão da utilização ideal dos tipos

propícios de avaliação, não haverá a utilização otimizadora da mesma

tendendo ao sucesso do processo de ensino-aprendizagem.

Para que se tenha, certamente, uma utilização mais otimista

possível da avaliação, é preciso que se desvalorize a função classificatória da

mesma e se passe à valorização da sua função diagnóstica. Pois enquanto a

função classificatória estigmatiza isto é, desconsidera a história do indivíduo

como um ser histórico para apenas classificá-lo dentro da visão escolar vigente

extremamente tradicional, quando assim age; a função diagnóstica, em vez de

inferiorizar, mediar ou superiorizar, detecta os defeitos na aprendizagem dos

alunos com a visão de concertá-los e buscar uma aproximação de excelência

no processo ensino-aprendizagem. O educador assume um papel e uma

prática crítica e construtiva dentro do processo que encaminha em seu aluno

um crescimento pessoal formativo propiciador de correções e sucesso na

construção do conhecimento.

CONCLUSÃO

Finalmente, esta reflexão monográfica é concluída com a esperança

de que deu-se um grande passo nas percepções do professorado e supervisão

escolar na unidade integrada “Mariana Luz”. Como enfoca Madalena Freire

(1989), “...ninguém foi educado para isso. Não vai vir tudo certinho. O processo

de reflexão do adulto também tem uma evolução.” (p. 6)

Os professores são adultos, mas que, também, não foram formados

para acertar, e apenas acertar. Estão, com certeza, em constantes

questionamentos profissionais tentando satisfazer a exigência da

“negando a possibilidade de errar ao professor, estaremos

negando implicitamente uma visão dialética de conhecimento que

nos diz que ele não é um caminho de certezas, mas de verdades

40

provisórias e sumárias e que se dá a partir da dúvida, do

questionamento, processo que acompanha a vida do sujeito,

educandos e educadores.” (Hoffmann 2009, p. 96).

responsabilidade assumida. Como os questionamentos levam a reflexões,

sabemos que os mesmos estão a refletir sobre tudo aqui exposto; porém, a

cautela é preciso. A tolerância com o evoluir dessa reflexão deve existir para

que se possa buscar a consolidação das crenças em se alcançar o sucesso

com a avaliação bem utilizada e de forma bem democrática descartando-se o

modelo tradicional, ainda muito perceptível e praticado na referida unidade de

ensino. Isso sem, jamais, negarmos o direito de erro ao professor, que é um

ser emotivo e de suas convicções ativas como ser humano.

O professor, a supervisão, e a escola em si, não podem cair no

equívoco de moldar a avaliação, tão somente, na forma liberal conservadora e

tradicional dedicando-se ao autoritarismo essencialmente na perspectiva de

uma sociedade que busca um controle e um encaixe dos indivíduos em

parâmetros prévios e estabelecidos para um equilíbrio social. Senão, segundo

(Luckesi, 2006, p. 32), “avaliação educacional será, assim, um instrumento

disciplinador não só das condutas cognitivas como também das sociais, no

contexto da escola.”

41

BIBLIOGRAFIA

AFONSO, Almerindo Janela. Avaliação educacional: regulação e

emancipação: para uma sociologia das políticas avaliativas

contemporâneas. São Paulo: Cortez, 2005.

BLOOM, Benjamin S. e et alii. Manual de avaliação formativa e somativa do

aprendizado escolar. São Paulo: Pioneira, 1983.

COLOTO, Clara Alterman. “Processo de avaliação”. Em: escola para

professores. São Paulo: Abril, 1972.

HOFFMAN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da

pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 2009.

HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São

Paulo: Ática, 1992.

LIBÂNEO, José Carlos. Coleção magistério- ensino médio: Série formação

do professor. São Paulo: Cortez, 2009.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo:

Cortez, 2006.

SCRIVEN, Michael e STUFFLEBEAM, Daniel. Avaliação educacional II:

Perspectivas, procedimentos e alternativas. Petrópolis: Vozes, 1978.

TYLER, Ralph W. Princípios básicos de currículo e ensino. Porto Alegre:

Globo, 1974.

42

Bibliografia Complementar

AFONSO, Almerindo Janela. Avaliação educacional: regulação e

emancipação. São Paulo: Cortez, 2005.

BROADFOOT, Patricia. “Towards a sociology of assessment”, in L. Barton

(org.) School, Teachers & Teaching. London: The Falmer Press, 1981.

COLS, Suzana N. e MARTÍ, Maria C. J. Planejamento e evolução da

avaliação escolar. Buenos Aires: Troquel, 1976.

Estatuto da Criança e do Adolescente. 3ª. Edição. Brasília-DF: 2001.

ESTEVES, Oyara Petersen. Testes, medidas e avaliação. Rio de Janeiro:

Arte e Indústria, 1973. ulo: Cortez, 2009.

FREIRE, Madalena. Primavera Madalena. Porto Alegre: Mimeo, 1989.

HOFFMAN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da

pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 2009.

HUTMACHER, Walo. “A diversidade das culturas e a desigualdade perante

a escola: elementos para uma sociologia da acção pedagógica”. Análise

Psicológica, v. II, nº 1, PP. 57-67, 1978.

LATAILLE, Yves de ET alii. Piaget, Vigostsky, Wallon:Teorias psicogenéticas

em discussão. São Paulo: Summns, 1992.

LIBÂNEO, José Carlos. Tendências pedagógicas dos professores das

escolas públicas de São Paulo. São Paulo: Tese de Mestrado, 1982.

43

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo:

Cortez, 2006.

MEDIANO, Zélia Domingues. Módulos instrucionais para medidas e

avaliação em educação. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.

SALVANI, Demerval. A supervisão educacional em perspectiva histórica:

da função à profissão pela mediação da idéia. In FERREIRA, Naura Syria

Carapeto. Supervisão educacional para uma escola de qualidade. São

Paulo: Cortez, 2000.

SCRIVEN, Michael e STUFFLEBEAM, Daniel. Avaliação educacional II:

Perspectivas, procedimentos e alternativas. Petrópolis: Vozes, 1978.

TYLER, Ralph W. Principios básicos de currículo e ensino. Porto Alegre:

Globo, 1974.

Werneck, Hamilton. Como vencer na vida sendo professor- depende de

você. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.

44

Anexo I

Questionário (para professores)

1. Quantos alunos há na sua sala de aula?

a) 15 a 20 b) 20 a 30 c) 30 a 35 d) 35 a 40 e) mais de 40

2. A quantidade de alunos tem interferido positivamente e/ou negativamente

nas formas avaliativas e no processo ensino-aprendizagem?

( ) Sim. ( ) Não.

Comente:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. Você os avalia através de prova:

( ) escrita discursiva individual ( ) escrita discursiva em grupo ( ) escrita

individual c/ consulta ( ) escrita individual s/ consulta ( ) trabalho em grupo

( ) outras

Obs.: pode ser marcada mais de uma alternativa.

Comente:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

4. Pra você, o aluno aprendeu um tema se for capaz de resolver questões em

uma avaliação :

a) sem consulta a material das aulas e nem discutir o teor das questões com

colegas?

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b) se, embora consultando material referente resolver questões diferentes às

dos exemplos em aula?

Comente:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. Você, professor, zela mais pelas avaliações:

a) tradicionais? ( ) b) alternativas, com adaptações, situacionais? ( )

6. Você já teve alunos reprovados após ter adotado, apenas, o modelo

avaliativo tradicional?

( ) Sim. ( ) Não.

7. Se a sua resposta foi “sim” no item 6, responda: considera bem sucedido o

processo ensino-aprendizagem para os que conseguiram promoção?

( ) Sim. ( ) Não.

8. Se a sua resposta foi “sim” no item 7, responda: considera promovida a

cidadania dos que conseguiram promoção?

( ) Sim. ( ) Não.

9. Numa avaliação tradicional você considera que o aluno é:

( ) medido? ( ) testado? ( ) avaliado de fato?

10. Você já atentou para o significado adaptativo dos termos: “medir, testar e

avaliar”, em se tratando do processo ensino-aprendizagem?

( ) Sim. ( ) Não.

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11. Sendo “sim” ou “não” a sua resposta no item 10, faça um comentário a

seguir.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

12. A auto-avaliação, no seu ponto de vista, é válido?

( ) Sim. ( ) Não.

Comente:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

13. Você costuma fazer aplicação da auto-avaliação?

( ) Sim. ( ) Não.

14. Você já aplicou tipo de avaliação flexível que permitiu ao aluno a liberdade

democrática de resposta?... E como ele reagiu?

( ) Sim. ( ) Não.

Comente:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

15. Você considera ter alcançado os objetivos positivos no processo ensino-

aprendizagem avaliando seus alunos tradicionalmente?

( ) Sim. ( ) Não.

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Anexo 2

Entrevista (com supervisor)

Pesquisa: O que você considera “supervisionar” a atividade avaliativa do

professor?

Entrevistado:

Pesquisa: Pratica-se na escola ”Mariana Luz” tipos diversificados de

avaliação?

Entrevistado:

Pesquisa: Qual o tipo mais aplicado pelos professores, sob seu trabalho de

supervisão?

Entrevistado:

Pesquisa: Como o aluno tem reagido frente a uma avaliação tradicional?

Entrevistado:

Pesquisa: Pra você, a avaliação tradicional tem reflexo positivo ou negativo no

alcance dos objetivos traçados para se atingir o sucesso do processo ensino-

aprendizagem?

Entrevistado:

Pesquisa: A estrutura e a localização da escola integrada “Mariana Luz”

influencia negativamente nos resultados avaliativos e, em geral, nos objetivos

do processo ensino-aprendizagem?

Entrevistado:

Pesquisa: Você tem pensado e se preocupado com aprimoramentos

avaliativos... Ou não considera este tema interessante?

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Entrevistado:

Pesquisa: Como pretende agir, a partir dessa reflexão, com relação ao ato

avaliativo do professor nessa escola integrada?

Entrevistado:

Pesquisa: Obrigada, e bom trabalho no auxilio avaliativo ao professor.

Entrevistado:

Anexo 3

Entrevista (com aluno)

Pesquisa: Pra você, o que significa ser avaliado?

Entrevistado:

Pesquisa: Seus professores o têm avaliado de forma tradicional?...

Entrevistado:

Pesquisa: Gostaria de ser avaliado de uma maneira democrática?...Por quê?

Entrevistado:

Pesquisa: O que você pensa a respeito da forma tradicional de avaliar usada

pelos seus professores?

Entrevistado:

Pesquisa: A estrutura e a localização do prédio escolar “Mariana Luz”

desfavorece o seu rendimento avaliativo e, conseqüentemente, o seu sucesso

escolar?

Entrevistado:

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Pesquisa: Os alunos, professores e supervisores dialogam sobre melhorias

avaliativas e rendimento escolar?

Entrevistado:

Pesquisa: O que você espera a partir dessa reflexão sobre avaliação dentro da

escola “Mariana Luz”?

Entrevistado:

Pesquisa: Obrigada pela sua contribuição.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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