universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · gestores se pautam ora por um movimento...

48
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA <> <> <> <> A construção da Democracia no Universo Escolar <> <> <> Por: Elenir Mendes Abrahão <> <> <> Orientador Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2011

Upload: vuongcong

Post on 19-Jan-2019

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

<>

<>

<>

<>

A construção da Democracia no Universo Escolar

<>

<>

<>

Por: Elenir Mendes Abrahão

<>

<>

<>

Orientador

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2011

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

<>

<>

<>

<>

<>

A Construção da Democracia no Universo Escolar<>

<>

<>

<>

<>

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Administração e supervisão

Escolar.

Por: Elenir Mendes Abrahão

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

3

AGRADECIMENTOS

....São tantos e tão especiais...

Mas em primeiro lugar a Deus.

Sem Ele eu não estaria aqui.

Ao meu esposo, pelo incentivo

e Compreensão.

Aos meus professores, em

especial , a minha orientadora

pela paciência em me orientar

para a conclusão dessa

pesquisa.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho...

Ao meu marido, aos meus netos.

E a todos aqueles que entraram em

Minha História e me ajudaram a

Crescer e a ser mais gente.

O meu abraço e as minhas mãos

Que se estendem...

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

5

RESUMO

Este artigo objetiva evidenciar o papel do gestor escolar e os elementos

que configuram a gestão democrática. Aponta as principais contribuições de

cada mecanismo para a implementação da democracia na escola e

principalmente como possibilidade de exercício democrático para todos os

envolvidos no processo educativo, cujos efeitos são capazes de alcançar

dimensões maiores, favorecendo a construção da democracia na sociedade.

.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

6

METODOLOGIA

Ao longo do curso a autora foi tomando consciência da importância e

responsabilidade de discorrer sobre o tema que escolheu: A CONSTRUÇÃO

DA DEMOCRACIA NO UNIVERSO ESCOLAR. Assim procurei reunir uma

bibliografia que dissertasse sobre o tema, com os informes atuais e tendo como

principais teóricos: PARO, Vítor Henrique. SAVIANI, Demerval; CASASSUS,

Juan. DEMO, Pedro. LUCKESI, Carlos Cipriano. FREIRE, Paulo.

Por meio de pesquisa bibliográfica nos livros acima relacionados, assim

como a leitura de revistas, entrevistas e artigos que tratam do assunto, a

montagem e metodologia do presente estudo foi estruturado e

metodologicamente organizado.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

7

SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - O QUE É GESTÃO DEMOCRÁTICA 10 CAPÍTULO II - GESTOR OU DITADOR 18 CAPÍTULO III - ELEMENTOS QUE CONFIGURAM A GESTÃO

DEMOCRÁTICA 28

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 44

ÌNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

8

INTRODUÇÃO Esta pesquisa foi abordada diante da constatação de que a nossa

sociedade vem passando por inúmeras transformações de ordem social,

política, econômica, etc. O sistema avançado de comunicação e a

automatização dos serviços vêm merecendo meios para uma maior

abrangência de funções por parte da escola. Nesse dinamismo transformador

que ora passa a sociedade, a escola não pode se fazer indiferente, visto que

essas mudanças tem trazido novas expectativas em relação a essa instituição

e dela é cobrada atitudes e procedimentos que estejam condizentes com essas

intensas transformações não só em sua organização, mas em seus aspectos

pedagógicos, tecnológico, metodológico e cultural. Estão sendo atribuídas á

escola novas funções e responsabilidades, o que invariavelmente ocasiona um

processo de descentralização.

Esse estudo iniciou-se com alguns questionamentos que serviram de

base para a reflexão a respeito da Gestão Democrática: O que vem a ser

Gestão democrática? Quais os elementos que caracterizam a Gestão

Democrática? O modelo de Gestão democrática é colocado em prática nas

escolas públicas?

Sendo assim, esse estudo tem como ponto fundamental, deixar para trás

conceitos enraizados no que se refere ao poder, hierarquia e estimular cada

vez mais a conquista da autonomia nas escolas para que haja Gestão

democrática com a participação efetiva e eficaz dos diferentes segmentos que

contribuem para o desenvolvimento da educação.

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

9

O motivo que levou á escolha da presente temática foi o fato de acreditar-

se que, embora haja esse princípio democrático presente na escola, sua

efetividade não acontece de maneira contundente. Membros da gestão,

professores, pais e alunos necessitam de um conhecimento maior quanto aos

ideais democráticos de participação.

Refletindo sobre os ideais de participação a hipótese levantada é que a

Construção da Democracia no ambiente escolar se dá através da co-

responsabilização não como imposição, mas como engajamento e cooperação

solidária.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

10

CAPÍTULO I

O que é gestão Democrática.

As mudanças vividas na atualidade (décadas de 80 e 90) em nível

mundial em termos econômicos, sociais e culturais, com a transnacionalização

da economia e o intercâmbio quase imediato de conhecimentos e padrões

sociais e culturais, através das novas tecnologias da comunicação, entre outros

fatores, têm provocado uma nova atuação dos Estados nacionais na

organização das políticas públicas, por meio de um movimento de repasse de

poderes e responsabilidades dos governos centrais para as comunidades

locais. Na educação, um efeito deste movimento são os processos de

descentralização da gestão escolar, hoje percebidos como uma das mais

importantes tendências das reformas educacionais em nível mundial.

Para Casassus (2005) é interessante ver o que ocorre com o processo

de gestão democrática do ensino. A demanda das pessoas não é considerada

nos itens de avaliação, e é por isso que se configura como prioridade dos

tomadores de decisões. A gestão democrática, portanto, ocorre entre as

demandas da sociedade e do sistema.

Para funcionar em uma perspectiva democrática, segundo Ciseki

(1998), os Conselhos, de composição paritária, devem respaldar-se em

uma prática participativa de todos os segmentos escolares. Para tal, é

importante que todos tenham acesso às informações relevantes para a

tomada de decisões e que haja transparência nas negociações entre os

representantes dos interesses, muitas vezes legitimamente conflitantes,

dos diferentes segmentos da comunidade escolar.

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

11

A partir dessas afirmações é importante compreender como se deu o

processo de reestruturação da gestão escolar. Dessa forma, esse capítulo

aborda conceitos e importância da gestão democrática para a construção de

uma escola pública mais justa e de melhor qualidade. Essas são algumas das

preocupações que surgem quando se busca implementar processos de

descentralização e autonomia no campo da educação.

1.1. Definições:

Democracia segundo o dicionário significa soberania popular: ou

governo do povo, no qual o regime político está baseado nos princípios da

soberania popular numa distribuição igualitária de poder. Ela pressupõe a

participação em conjunto da sociedade nos processos de decisão referentes

aos aspectos escolares, a comunidade e a vida no dia-a-dia e não apenas a

eleição dos governantes pelo povo.

O sentido etimológico do termo vem do” gestio” , que por sua vez vem do

“gerere” (trazer em, produzir). Gestão é o ato de administrar um bem fora de si

(alheio), “mas também é algo que traz em si porque nele está contido. E o

conteúdo deste bem é a própria capacidade de participação, sinal maior da

democracia”

Também o substantivo gestus (em português: gesto) deriva deste verbo e

significa um feito, uma execução. Quando usado no plural latino, isto é, gesta,

significa feitos ilustres, notáveis, nobres e corajosos.

Esta raiz etimológica já contém em si uma dimensão bem diferente

daquela que nos é dada, de modo caricato, do gerente, especialmente o de

bancos, como expressão de um comando frio, de uma ordem autoritária ou de

uma iniciativa tecnocrática.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

12

A gestão, dentro de tais parâmetros, é a geração de um novo modo de

administrar uma realidade e é, em si mesma, democrática, já que se traduz

pela comunicação, pelo envolvimento coletivo e pelo diálogo.

A gestão implica um ou mais interlocutores com os quais se dialoga pela

arte de interrogar e pela paciência em buscar respostas que possam auxiliar no

governo da educação, segundo a justiça. Nesta perspectiva, a gestão implica o

diálogo como forma superior de encontro das pessoas e solução dos conflitos.

A gestão democrática, enquanto temática histórica, nos move em

direção contrária àquela mais difundida em nossa trajetória política, em que os

gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação

propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes, autoritarismo e

congêneres são formas de pensar e agir sobre o outro não reconhecido como

igual, A polis ateniense já indicava ser ela, em sua praça. O lugar de cidadania.

Ali se poderia exercer a liberdade de expressão, a igualdade de presença e a

possibilidade de se tornar governante, sempre sob o signo do diálogo e da

rotatividade. Bobbio (1986), em O Futuro da Democracia, reporta-se à

educação para a cidadania como sendo o único modo de fazer com que um

súdito transforme-se em cidadão. No cidadão, a democracia brotaria do próprio

exercício da prática democrática

A gestão democrática da educação formal está associada ao

estabelecimento de mecanismos legais e institucionais e à organização de

ações que desencadeiem a participação social: na formulação de políticas

educacionais; no planejamento; na tomada de decisões; na definição do uso de

recursos e necessidades de investimento; na execução das deliberações

coletivas; nos momentos de avaliação da escola e da política educacional.

Também a democratização do acesso e estratégias que garantam a

permanência na escola, tendo como horizonte a universalização do ensino para

toda a população, bem como o debate sobre a qualidade social dessa

educação universalizada. “Esses processos devem garantir e mobilizar a

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

13

presença dos diferentes atores envolvidos, que participam no nível dos

sistemas de ensino e da escola. (Medeiros,2003).”

Vale ressaltar que a gestão democrática do ensino público exige que os

projetos e as ações sejam elaborados e executados com mais transparência,

para que todos possam ter conhecimento e participem do processo

administrativo da escola. Em hipótese alguma o administrador escolar deve

agir como se fosse o dono da situação. O que se propõem na verdade é que as

decisões administrativas sejam socializadas, para que todos possam assumir

as conseqüências dos seus atos com consciência, autonomia e

responsabilidade. Falar em gestão democrática nos remete, portanto, quase

que imediatamente a pensar em autonomia e participação. O que podemos

dizer sobre esses dois conceitos, já que há diferentes possibilidades de

compreendê-los.

Pensar a autonomia é uma tarefa que se apresenta de forma complexa,

pois se pode crer na idéia de liberdade total ou independência, quando temos

de considerar os diferentes agentes sociais e as muitas interfaces e

interdependências que fazem parte da organização educacional. Por isso, deve

ser muito bem trabalhada, a fim de equacionar a possibilidade de

direcionamento camuflado das decisões, ou a desarticulação total entre as

diferentes esferas, ou o domínio de um determinado grupo, ou, ainda, a

desconsideração das questões mais amplas que envolvem a escola.

Outro conceito importante é o da participação, pois também pode ter

muitos significados, além de poder ser exercida em diferentes níveis. Podemos

pensar a participação em todos os momentos do planejamento da escola, de

execução e de avaliação, ou pensar que participação pudesse ser apenas

convidar a comunidade para eventos ou para contribuir na manutenção e

conservação do espaço físico. Portanto, as conhecidas perguntas sobre "quem

participa?", "como participa?", "no que participa?", "qual a importância das

decisões tomadas?" devem estar presentes nas agendas de discussão da

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

14

gestão na escola e nos espaços de definição da política educacional de um

município, do estado ou do país.

1.2. Embasamentos Teóricos

Para Saviani, gestão da educação assume o significado de

responsabilidade o qual deve garantir a qualidade de uma “mediação no seio

da prática social global” tendo como mecanismo a educação, a formação

humana de cidadãos.

Veiga acrescenta, que: a importância desses princípios em garantir sua

operacionalização nas estruturas escolares, pois uma coisa é estar no papel,

na legislação, na proposta, no currículo e outra é estar ocorrendo na dinâmica

interna da escola, no real, no concreto.(1991,p.82).

Alves (1992, p.15) afirma que há necessidade de saber se a escola

dispõe de alguma autonomia na determinação das finalidades e,

consequentemente, seu desdobramento em objetivos específicos. Ele enfatiza

que interessará reter se as finalidades são impostas por entidades exteriores

ou se são definidas no interior do “território social” e se são definidos por

consenso ou por conflito ou até se é matéria ambígua, imprecisa ou marginal.

(1992, p.19)

Segundo Domingos (1985, p. 153) “cada conteúdo deixa de ter

significado por si só, para assumir uma importância relativa e passar a ter uma

função bem determina e explícita dentro do todo de que faz parte.”

A gestão democrática na educação deve assegurar uma educação

comprometida coma sabedoria de viver junto, respeitando as diferenças,

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

15

comprometida com a construção de um mundo mais humano e justo para todos

independentemente de raça, cor,religião ou opção de vida. Isso significa

Decisões, organizar e dirigir as políticas educacionais que se desenvolvem na

escola comprometida com a formação da cidadania, aprender com cada

“mundo” diferenciado que se coloca, seus costumes e valores que devem ser

respeitados. De acordo com Oliveira (1999), a gestão democrática da escola

pública passou a ser uma exigência legal desde a inclusão no Art.206 da

Constituição Federal da República de 1988, e tem sido um desafio para as

redes públicas de ensino no Brasil pensar instrumentos e canais de

participação mais efetivos na administração das escolas.

Desde o processo de redemocratização do país, observou-se uma

crescente necessidade de construir e reconstruir mecanismos democráticos em

todas as esferas da nação. A discussão em torno da necessidade de promover

um aprofundamento da democracia com maior participação popular nos

processos de tomada de decisões, também ganhou espaço no âmbito

educacional que se concretiza com a gestão democrática escolar. De acordo

com Freire (1975):

...” Cada vez mais nos convencemos, aliás, de se encontrarem

Na nossa experiência democrática, as raízes deste nosso gosto da

Palavra oca. Do verbo. Da ênfase nos discursos. . Do torneio da

Frase. É que toda essa manifestação oratória, quase sempre

Também sem Profundidade revela antes de tudo, uma atitude

mental . Revela ausência de permeabilidade característica da

consciência critica.

E é precisamente criticidade a nota fundamental da mentalidade

democrática.” (FREIRE,1975.p.95).

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

16

Para Oliveira (2004), um grande engano é restringir à democracia

escolar à eleição direta de diretores e formação de conselhos. Existem vários

instrumentos democráticos relevantes, que a LBB reconhece, como, grêmios

estudantis, associações de bairros, colegiados, sindicatos que dão uma

diferente dinâmica à escola, abrindo espaços de discussão e diálogo sobre

questões relevantes à prática educativa.

Somos sabedores que a democracia e consequentemente, uma gestão

democrática, não se originam no interior da escola. No entanto, a escola como

campo privilegiado de intervenções política e ideológica traz na sua essência

pedagógica a possibilidade de construção de novos paradigmas e práticas que

priorizam a via democrática constrói-se na correlação das forças políticas

colocando o bem comum em primeiro plano.

O processo de gestão democrática das instituições de ensino representa

um importante instrumento de consolidação de democracia em nível de

sociedade, considerando que a escola e a sociedade estão dialeticamente

construídas. Promover a democratização da gestão escolar significa

estabelecer novas relações entre a escola e o contexto social no qual está

inserida. Repensar a teoria e a prática da gestão educacional no sentido de o

ou da constitui-se em instrumentos de construção de uma nova cidadania.

Assim, a democratização institucional torna-se um caminho para que a prática

pedagógica torne-se efetivamente prática social e possa contribuir para o

fortalecimento do processo democrático mais amplo. Como bem já apontou

PARO (1998):

....” tendo em conta que a participação democrática não se da

Espontaneamente, sendo antes um processo histórico em construção

Coletiva. Coloca-se a necessidade de se preverem mecanismos

Institucionais que não apenas viabilizem, mas também incentivem

Práticas participativas dentro da escola pública”. ( PARO,1998,p.46)

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

17

De acordo com o autor acima citado, a escola não é democrática só por

sua prática administrativa. Ela torna-se democrática por toda sua ação

pedagógica e essencialmente educativa. No mesmo sentido, não podemos

pensar que a gestão democrática da escola possa resolver todos os problemas

de um estabelecimento de ensino ou da educação.

No entanto, sua real efetivação é, hoje, uma experiência da educação

que a vê como um dos possíveis caminhos para a democratização do poder da

escola e na própria sociedade. Neste contexto, a educação é convocada como

instrumento de mudança, atribuindo à escola o papel de estabelecer uma nova

hegemonia na luta de classe ( GRAMSCI,1978). O exercício democrático vive

de uma ação coletiva; a cultura democrática cria-se com a própria

democracia.

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

18

CAPÍTULO II

Gestor ou Ditador

Gestão é uma expressão que ganhou corpo no contexto educacional

acompanhando uma mudança de paradigma no direcionamento das questões

deste campo de estudo. Em linhas gerais, caracteriza-se pelo reconhecimento

da relevância da participação consciente e esclarecida das pessoas nas

tomadas de decisões sobre a orientação e planejamento do seu trabalho. O

conceito de gestão está associado ao fortalecimento da democratização do

processo pedagógico, à participação responsável de todos nas decisões

necessárias e na sua efetivação mediante um compromisso coletivo com

resultados educacionais cada vez mais efetivos e significativos.

Conforme afirma Valérien (1993):

...” O diretor é cada vez mais obrigado a levar em

Consideração a evolução da idéia de democracia

Que conduz o conjunto de professores, e mesmo os

Agentes locais à maior participação e maior implicação

nas tomadas de decisão”.(VALERIEN ,1993,p.15).

Para muitos , a gestão escolar brasileira ainda se baseia em um modelo

autoritário , na qual a direção da escola é centralizada em apenas um

indivíduo, o diretor.

Segundo Libâneo (2003), neste modelo de gestão as decisões são

tomadas de cima para baixo, obedecendo a uma hierarquia previamente

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

19

estabelecida, não levando em consideração as opiniões dos professores,

alunos, pais e toda a comunidade, dificultando suas participações.

Infelizmente, este modelo de gestão gera a desmotivação dos

professores, por não terem espaço nas tomadas de decisão e também causa

certo desinteresse dos alunos, que não conseguem relacionar a sua vida

escolar com a sua vida pessoal. Esses fatos ficam bem claros na afirmação: "A

escola não está ilhada, mas sim inserida numa comunidade concreta, cuja

população tem expectativas e necessidades específicas que precisam ser

levadas em conta." (Setubal, 1995, pág. 4); ou seja, esses elementos

(professores, alunos, pais, comunidade) devem trabalhar em conjunto no

processo de educação.

Como se observa, a expressão gestão tem sido utilizada, de forma

equivocada, como se fosse simples substituição ao termo administração.

Comparando o que se propunha sob a denominação de administração e o que

se propõe sob a denominação da gestão e ainda, a alteração geral de

orientações e posturas que vêm ocorrendo em todos os âmbitos e que

contextualizam as alterações no âmbito da educação e da sua gestão,conclui-

se que a mudança é radical. Por conseguinte, não se deve entender o que

está ocorrendo como uma mera substituição de terminologia das antigas

noções a respeito de como conduzir uma organização de ensino.Revigorar a

visão da administração da década de 1970, orientada pela ótica da

administração científica (Perel,1977;Treckel,1967) seria ineficaz e

corresponderia a fazer mera maquiagem modernizadora.

No início dos anos de 1980, as ciências sociais foram amplamente

utilizadas na gestão da administração escolar. Percebe-se neste período que o

termo gestão, autonomia e participação da comunidade escolar passa a ser um

tema de extrema importância, principalmente devido aos desafios colocados

para a construção de uma sociedade mais democrática, opondo-se às

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

20

estruturas administrativas centralizadas, burocratizadas, impostas pelo governo

militar.

Segundo Luck (2005), é no ano de 1980 que o ano em favor da

descentralização da gestão das escolas públicas é iniciado. A partir de então,

surgem várias reformas educacionais e proposições legislativas reconhecendo

e fortalecendo o movimento de democratização da gestão escolar e

aprimoramento da qualidade educacional.

A constituição Federal do Brasil, aprovada no ano de 1988,consolida a

gestão democrática nos sistemas públicos de ensino, estabelecendo, nos seus

artigos 205 e 206, que a educação brasileira, direito de todos e dever do

Estado e da família, seria promovida e incentivada com a colaboração da

sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Para tanto, o ensino deve ser pautado nos seguintes princípios :

igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de

aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de

instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do ensino público em

estabelecimentos oficiais; valorização dos profissionais do ensino (...); gestão

democrática do ensino público, na forma da lei; garantia de padrão de

qualidade. (artigo 206 da Constituição Federal).

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (nº 9394) regulamentou

o contido na Constituição Federal, acima citada, e amplia o rumo da

democratização prescrevendo, em seu inciso I art. 13, a participação dos

profissionais e da comunidade na elaboração da proposta pedagógica da

escola e, no artigo 15 do mesmo inciso, acena para uma progressiva conquista

da autonomia pedagógica e administrativa das unidades escolares.

É importante notar que a idéia de gestão educacional desenvolve-se

associada a outras idéias globalizantes e dinâmicas em educação, como, por

aprender para compreender a vida, a sociedade e a si mesmos, e passa a a

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

21

ser vista não exemplo, o destaque à sua dimensão política e social, ação para

a transformação, globalização,participação, práxis, cidadania etc.

De acordo com Luck (2000), a escola, ao movimentar-se da administração

escolar para a gestão escolar, deixa de garantir a formação competente para

que os educandos se tornem cidadãos participativos da sociedade, oferecendo

a esses educandos oportunidades para que possam como uma entidade

autoritária e paternalista de responsabilidade do governo, mas como uma

organização viva, caracterizada por uma rede de relações de todos que nela

atuam ou interferem.

O individuo passa a ser contemplado na sua totalidade, inclusive a partir

de suas interações sociais, e os educadores passam a preocupar-se mais com

a responsabilidade social da gestão da educação. Segundo Hengemulhe

(2004), a escola deixa de ser repassadora de informações tornando-se

estimuladora de inteligência, pois a criança não tem apenas no professor e no

espaço escolar o único referencial informativo, mas desde cedo tem acesso a

múltiplos meios de informação.

A expressão “gestão educacional”, habitualmente utilizada para assinalar a

ação dos diretores, surge, por conseguinte, em substituição a “administração

educacional”, para representar não apenas idéias novas, e sim um novo

paradigma, que procura estabelecer na instituição uma orientação

transformadora, a partir da dinamização de rede de relações que ocorrem,

dialeticamente, no seu contexto interno e externo. Segundo Kosik (1976), a

mudança paradigmática está associada à transformação de inúmeras

dimensões educacionais, pela superação, pela dialética, de concepções

dicotômicas que enfocam ora o diretivismo, ora o não diretivismo; ora a hétero-

avaliação, ora a auto-avaliação; ora a avaliação quantitativa, ora a qualitativa;

ora a transmissão do conhecimento construído, ora a sua construção, a partir

de uma visão da realidade.

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

22

Realizar uma gestão democrática é tentar buscar atender as expectativas

de uma sociedade em relação à escola, mas para isso é fundamental que as

relações entre educadores e a sociedade sejam mais flexíveis e menos

autoritárias.

O gestor tem um papel fundamental nessa relação, pois ele deixa de ser

a autoridade única da escola e passa a ser o articulador das ações e interesses

de todos os segmentos, pois em uma gestão democrática, as decisões devem

ser partilhadas com a comunidade. Dessa forma, ele deixa de ser aquela figura

que só se preocupa com os papéis, com burocracias, que não participa das

decisões e atitudes pedagógicas. "...é preciso um novo gestor, libertando-o das

suas marcas de autoritarismo, redefinindo o seu perfil, desenvolvendo

características de coordenador, colaborador e de educador, para que

consigamos implementar um processo de planejamento participativo de

representatividade dos segmentos da comunidade interna." (Assis, 2008).

Porém, não é tão simples assim lidar com a gestão democrática, pois lidar

com pessoas e idéias diferentes não é nada fácil. Faz parte da participação de

cada elemento nessa gestão democrática aprender a conviver com o diferente,

com as idéias contrárias as suas. Dessa forma, esse é mais um ponto

importante da gestão democrática, pois ao exercê-la, nota-se claramente a

conquista da cidadania, a capacidade de perceber e conviver com direitos e

deveres, sempre respeitando os demais, e essa situação se estende para fora

da escola e se aplica na vida de todos que fazem parte do processo.

2.1.Gestor Democrático e Liderança

No que diz respeito a liderança, a palavra líder é usada não só para

designar quem comanda (chefe) , como para quem guia (líder). Vários autores

dedicados ao estudo da administração e liderança, referem-se à existência de

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

23

estilos de gerência como um dos mais importantes aspectos dos que interferem

no ato de liderar. Para uma discussão a respeito desse assunto é fundamental

iniciar com a pergunta: “O que é liderança?’.

Liderança é a união entre as competências de comunicação e transmissão

de idéias. São várias as definições e, em cada uma, esconde-se um propósito,

um conjunto de valores, uma ideologia.Por exemplo, ao definir a liderança

como “ o processo de obter obediência de todo um grupo” Maccoby (Apud

CHIAVENATO,1975, p 73) aponta que se encontra embutida nela uma idéia

que cabe ao líder, e só ao líder, tomar decisões; e ainda toda uma forma de

administração que supervaloriza a obediência de um liderado e nega o seu

potencial criativo, sua motivação pessoal, sua inteligência e comprometimento.

Essa é uma das mais autoritárias definições de liderança que se conhece.

Em PROSPECTA/FEA (2010); encontramos os conceitos de MacDavid: “

É a capacidade que uma pessoa tem de, com freqüência influenciar ou dirigir o

comportamento de outros membros do grupo”; o de Gomes, o qual afirma que

“É a habilidade de promover a ação coordenada,com vistas ao alcance dos

objetivos organizacionais”; e o de Parreira que acredita ser o “ Processo de

influência e de desempenho de uma função grupal orientada para a

consecução de resultados, aceitos pelos membros do grupos. Liderar é pilotar

a equipe,o grupo, a reunião; é prever, decidir, organizar”.

Deve-se observar, segundo Chiavaneto (1994), que existe diferença entre

as palavras “chefe” e “líder”, muito embora, sejam ambas usadas para mostrar

a autoridade daquele que comanda. “chefe” é aquele que dispõe da autoridade

formal mediante a investidura em um cargo previsto na estrutura orgânica,

decorrente do estatuto da instituição, cujas atribuições outorgam capacidade

para representa-lo, deliberar e decidir dentro das limitações de sua

competência. Na prática é quem manda,tendo de alguma forma poder e

possibilidade de coagir alguém para realizar determinada tarefa ou missão.Já

“líder “ é aquele que é seguido, mesmo não dispondo de qualquer chefia ou

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

24

autoridade estatutária, porque consegue ser aceito e respeitado, porque é

capaz de unir o grupo, representá-lo e de levá-lo coeso à perseguição e a

defesa dos anseios comuns, de manter um bom relacionamento e, além

disso,possuir grande identificação com os seus companheiros.

Observa-se a existência de vários tipos de liderança, quais sejam:

Liderança autocrática – baseia-se na força direta ou em alguma forma de

coação, sendo o medo o principal componente que mantém o controle dos

liderados. “O líder autocrata domina pela fraqueza de seus subordinados e não

pelas suas qualidades ou pelo aparente poder de que dispõe”.

(CHIAVANETO,1994,p.51). Esse tipo de líder está focado apenas na execução

da tarefa,desconsidera a opinião de seus liderados,impões suas vontades,

centraliza todas as decisões. Quando o grupo não tem opinião e/ou está

indiferente às atividades da instituição, esse tipo de líder favorece o andamento

das atividades, porém ele não é bem visto, pois provoca certo temor entre os

liderados para que suas decisões sejam seguidas.

Outro estilo de liderança é a democrática, também chamada de

participativa, uma vez que é direcionada para as pessoas e existe a

participação dos liderados no processo decisório. O grupo é orientado a

executar as tarefas que ele mesmo ajudou a definir através de sugestões. Esse

tipo de líder faz com que o grupo perceba que o sucesso depende de todos e

não apenas dele. O líder democrático é aberto à críticas positivas em relação à

sua postura.

A liderança democrática está alicerçada na capacidade de representar o

grupo através de uma opção livre, em que o líder configura o direito de

escolher a confiança e as esperanças do grupo ou da equipe, como sendo o

elemento mais qualificativo para levá-la à realização de seus objetivos.

Existe também o líder liberal ou “laissez-faire”. Aqui a política é dar “carta

branca” deixando os liderados à vontade, tomando suas próprias decisões e

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

25

ficando livres para agirem por conta própria. O papel do líder nesse caso é o de

dar informações que julga necessárias para que o grupo trabalhe.

É importante salientar que não existe líder com um estilo único, mas sim

líderes que em situações específicas, adotem um determinado estilo para

atingir o objetivo que deseja. Os estilos devem variar de acordo com a

motivação da equipe e o momento em que essa se encontra.

Vale ressaltar a crença de que a liderança é a força subjacente às

organizações de sucesso e que para criar organizações vitais e viáveis é

necessário à liderança ajudar às organizações a desenvolver uma nova visão.

É importante frisar que o líder deve ser aquele que incentiva e lança as

pessoas à ação, procurando converter esses seguidores em novos líderes e

torna-los capaz de enfrentar mudanças.

No que concerne ao ambiente escolar o gestor eficaz é aquele que

procura atender os subordinados (corpo docente e administrativo), os objetivos

da escola (formação dos educandos), criando um ambiente produtivo e

acolhedor. Ao exercer uma liderança mais diretiva e estruturada,o gestor

escolar deixará claro o que espera do grupo sem ser rígido e inflexível.

Finalmente, pode-se concluir que o gestor escolar deve agir como líder, pensando no progresso de todos que fazem parte de sua equipe. O gestor deve ser democrático, opinar e propor medidas que visem o

aprimoramento dos trabalhos escolares, o sucesso de sua instituição, além de

exercer sua liderança administrativa e pedagógica, visando a valorização e

desenvolvimento de todos na escola

Um gestor líder é capaz de desenvolver o potencial de trabalho de toda sua equipe, fazendo com que esta se sinta capaz de transformar e realizar com sucesso todos os projetos desenvolvidos pela instituição de ensino.

Para conduzir sua equipe o gestor competente sempre tem um propósito a ser concretizado e uma estratégia de ação para conquistar seus objetivos.

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

26

Esse é o ponto de partida para que as ações da equipe escolar sejam bem sucedidas A boa liderança requer também boa equipe. Não existem bons gestores que tirem "leite de pedra", esse é um conceito no mínimo infantil. Um bom trabalho requer instrumentos bons, matéria-prima boa e certamente mão-de-obra e pessoas adequadas. Como afirma Squilasse:

“A gestão democratizada sente a necessidade da presença

do líder, do mediador, articulador das relações intersubje- tivas, das vontades e de conflitos. O poder do líder funda – fundamenta-se na vontade coletiva dos agentes que

devem ser em primeiro lugar cidadãos plenos para que

possam romper as amarras da servidão aos interesses

de manipulação.” ( SQUILASSE,1999, p.40).

É fundamental ao gestor a habilidade em gerenciar conflitos, pois toda instituição escolar, assim como qualquer outra instituição muitas vezes se depara com conflitos que podem ocorrer entre os membros da equipe,já que cada ser humano possui características individuais; conflitos esses que podem ser ocasionados por fatores externos ou internos ao ambiente de trabalho.

Por outro lado, é necessário acreditar no potencial que cada indivíduo possui, mesmo que esse potencial ainda precise ser desenvolvido e ouvir o que as pessoas têm a dizer é essencial quando se pratica a liderança, pois é impossível para um líder desenvolver trabalhos e conquistar sozinho seus objetivos. O ponto de vista de cada integrante da equipe é importante para a conquista de objetivos em comum. O trabalho em equipe, as opiniões diferenciadas e o pensamento individual de cada um são fundamentais para que se construa o sucesso coletivo.

Pelo exposto podemos perceber que o papel do gestor da escola pública mudou e exige do mesmo uma constante reflexão sobre a sua prática.Dele é exigido cada vez mais a participação e o envolvimento nas ações da escola,

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

27

articulando e integrando os seus diversos setores, para alcançar o aspecto essencial da gestão: a finalidade pedagógica.O gestor precisa ser não apenas o “chefe”, mas liderar a sua equipe com cumplicidade.

Até bem pouco tempo, o modelo de direção da escola, era o de diretor submisso aos órgãos centrais, e seu papel se restringia a de guardião e administrador de determinações estabelecidas pelas instâncias superiores. A intensificação sobre a autonomia da escola se deu a partir da década de oitenta, quando tomaram posse os primeiros governadores eleitos pelo voto direto. O debate sobre a autonomia da escola toma corpo e possibilita modificação na terminologia e avaliação da atuação administrativa, que passa a ser denominada como gestão e, mais particularmente, gestão democrática. Com o Parecer CEE 67/98, temos: ... a autonomia da escola não deve ser um discurso vazio. Define-se em função de prioridades, visa reverter a baixa produtividade do ensino e deve estar comprometida com a meta da redução da repetência e com a melhoria da qualidade do ensino. De acordo com Lück, (2000), o diretor escolar é um gestor da dinâmica social, um mobilizador e orquestrador de atores, um articulador da diversidade para dar-lhe unidade e consistência, na construção do ambiente educacional e promoção segura da formação de seus alunos.

Atualmente, o diretor de escola é chamado a admitir seu papel político frente aos desafios exigidos pelo seu cargo. Além das atividades de administrador escolar, o diretor exerce a atuação da gestão, que abrange aspectos filosóficos e políticos. Devemos considerar que, esses aspectos vêm antes e acima da administração. A administração é uma das formas da gestão, pois compreende as atividades de planejamento, organização, direção, coordenação e controle. As formas mais conhecidas de gestão são: administração, co-gestão e auto-gestão. A modificação de paradigma na gestão escolar é assinalada por uma forte intenção à adoção da compreensão e práticas interativas, participativas e democráticas, caracterizadas por movimentos decididos e integrais em que todos os envolvidos no processo educativo interagem, estabelecendo alianças, organização e parcerias. Deve salientar que a participação deve ser entendida como processo complexo, que envolve vários cenários e várias probabilidades organizativas. Não existe, pois, apenas um contorno ou conexão de participação. A sua construção não pode ser individual, deve ser construída coletivamente.

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

28

Capítulo III

Elementos que Configuram a Gestão Democrática

A Gestão participativa passa pela democratização e natureza social da

escola, não se limitando apenas aos processos transparentes e democráticos

concernentes à função administrativa, liga-se porém, a um processo mais

amplo de extensão da cidadania social – a cidadania educacional. Nesse

sentido, o pressuposto democrático da escola está ligado à sua função social.

Nessa perspectiva a administração democrática tem função exógena e

endógena. A primeira está ligado a função social da escola, que é a de

democratizar o conhecimento produzido e socializado por ela. A segunda

refere-se à forma de organização interna da escola, ou seja, a forma como é

administrada.

Atualmente existem vários mecanismos que garantem que a escola

cumpra o seu papel social, tais como: Elaboração e implantação do Projeto

Pedagógico da escola. Criação do Conselho ou Colegiado escolar. Eleições

para diretores. É importante salientar , porém, que a existência dos mesmos

não implica necessariamente na participação ativa dos mesmos, portanto é

importante que o gestor fique atento a esse aspecto, solicitando a participação,

realizando reuniões com todos os segmentos para os deixarem cientes do que

está ocorrendo na escola e solicitando sugestões e a colaboração para

alcançar a qualidade de ensino.

A seguir vejamos como funcionam os mecanismos citados.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

29

3.1- Projeto Político Pedagógico

Na visão de Gadotti (2000, p. 33) a escola é atingida por uma crise

paradigmática e ela, por sua vez, se pergunta sobre si mesma, sobre seu papel

como instituição numa sociedade pós-moderna e pós-industrial, caracterizada

pela globalização da economia, das comunicações, da educação e da cultura,

pelo pluralismo político, pela emergência de poder local.

“É nesse contexto de crise social que está fincada a escola brasileira,

servindo precariamente a um povo que luta e tenta encaminhar propostas de

mudanças, esperando para ser ouvido e participar de sua própria história. A

dependência secular a que foi submetido deixou o povo pouco mobilizado e

sem a adequada capacidade de crítica e de luta”. (GALVÃO, 2000).

Devido a tal crise paradigmática o discurso da autonomia, cidadania e

participação ganham força no espaço escolar. Gadotti (2000, p. 34) afirma que

“essa preocupação tem-se traduzido, sobretudo pela reivindicação de um

projeto político-pedagógico próprio de cada escola”.

No sentido etimológico, o termo projeto vem do latim projectu, que

significa lançar para adiante. Ao construirmos os projetos de nossas escolas,

planejamos o que temos intenção de fazer, realizar. Lançamo-nos para diante,

com base no que temos, buscando o possível. É antever um futuro diferente do

presente.

Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente à

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

30

determinada ruptura. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores. (GADOTTI, 2000, p.56).

Nas palavras de Barbier (1994): “O projeto não é uma simples

representação do futuro, do amanhã, do possível, de uma idéia, é o futuro a

fazer, um amanhã a concretizar, um possível a transformar em real, uma idéia

a transformar em ato”.

A noção de projeto, segundo Gadotti (2000), implica, sobretudo tempo.

Tempo político onde é definido a oportunidade política de um determinado

projeto. Tempo institucional, ou seja, o projeto pode ser inovador para uma

escola e não ser para outra justamente por encontrarem-se cada escola num

determinado tempo de sua história. Tempo escolar é o período no qual o

projeto é elaborado e também decisivo para seu sucesso. E em última análise

há o tempo para amadurecer as idéias, pois um projeto precisa ser discutido

para sedimentar as idéias.

Nessa perspectiva, o projeto político-pedagógico vai além de um simples

agrupamento de plano de ensino e de atividades diversas. Ele é construído e

vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo

educativo da escola. “Não se constrói um projeto sem uma direção política, um

norte, um rumo” (GADOTTI, 2000, p. 34).

Por isso todo projeto pedagógico da escola é também político por estar

intimamente articulado ao compromisso sóciopolítico com os interesses reais e

coletivos da população majoritária.

É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para

um tipo de sociedade. “A dimensão política se cumpre na medida em que ela

se realiza enquanto prática especificamente pedagógica” (SAVIANI, 1983, p.

93).

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

31

“O projeto pedagógico da escola é, por isso mesmo, sempre um

processo inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade que permanece

como horizonte da escola”. (GADOTTI, 2000, p. 34).

Político e pedagógico têm assim uma significação indissociável. Nesse

sentido deve considerar o projeto político-pedagógico como um processo

permanente de reflexão e discussão dos problemas da escola, na busca de

alternativas viáveis à efetivação de sua intencionalidade que é constitutiva.

O projeto da escola não é responsabilidade apenas de sua direção. Ao

contrário, por se tratar de uma gestão democrática, a direção é escolhida a

partir do reconhecimento da competência e da liderança de alguém capaz de

executar um projeto coletivo.

A escola escolhe primeiro um projeto e depois essa pessoa que pode

executá-lo. Em outras palavras a eleição de um diretor ou de uma diretora se

dá a partir da escolha de um projeto político-pedagógico para a escola.

Portanto, na visão de Gadotti (2000), “ao se eleger um diretor de escola, o que

está se elegendo é um projeto para a escola.”

Por isso, não se deve existir um padrão único que oriente a escolha do

projeto de nossas escolas. Não se entende, portanto, uma escola sem

autonomia, autonomia para estabelecer o seu projeto e autonomia para

executá-lo e avaliá-lo.

A autonomia e a gestão democrática da escola fazem parte da própria

natureza do ato pedagógico. A gestão democrática da escola é, portanto, uma

exigência de seu projeto político-pedagógico.

A principal possibilidade de construção do projeto político-pedagógico passa pela relativa autonomia da escola, de sua capacidade de delinear sua própria identidade. Isto significa resgatar a escola como espaço público, lugar de debate, do diálogo, fundado na reflexão coletiva. Portanto, é preciso

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

32

entender que o projeto político-pedagógico da escola dará indicações necessárias à organização do trabalho pedagógico, que inclui o trabalho do professor na dinâmica interna da sala de aula (VEIGA, 2000, p. 81).

Enfim, um projeto político-pedagógico da escola apóia-se no

desenvolvimento de uma consciência crítica; no envolvimento das pessoas; na

participação e na cooperação das várias esferas de governo e por fim na

autonomia, responsabilidade e criatividade como processo e como produto do

projeto.

No entendimento de Veiga (2000) “a abordagem do projeto político-

pedagógico, como organização do trabalho da escola como um todo, está

fundada nos princípios que deverão nortear a escola democrática, pública e

gratuita”.

O primeiro desses princípios é o da igualdade de condições para acesso

e permanência na escola. Saviani (1982, p. 63) destaca que “só é possível

considerar o processo educativo em seu conjunto sob a condição de se

distinguir a democracia como possibilidade no ponto de partida e democracia

como realidade no ponto de chegada”. Igualdade de oportunidades requer,

portanto, mais que expansão quantitativa de ofertas, requer ampliação do

atendimento com simultânea manutenção da qualidade.

O segundo princípio diz respeito à qualidade que não pode ser privilégio

de minorias econômicas e sociais, mas sim uma qualidade para todos.

A escola de qualidade tem obrigação de evitar de todas as maneiras possíveis a repetência e a evasão. Tem que garantir a meta qualitativa do desempenho satisfatório de todos. Qualidade para todos, portanto, vai além de meta quantitativa de acesso global, no sentido de que as crianças, em idade escolar, entrem na escola. É preciso garantir a permanência dos que nela ingressam. Em síntese, qualidade “implica consciência crítica e capacidade de ação, saber mudar. (DEMO, 1994, p. 19).

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

33

O terceiro princípio consiste na gestão democrática. Princípio, por sua

vez, consagrado pela Constituição da República Federativa do Brasil vigente. A

busca da gestão democrática inclui, necessariamente, a ampla participação

dos representantes dos diferentes segmentos da escola nas decisões/ações

administrativo-pedagógicas ali desenvolvidas.

Temos como quarto princípio o da liberdade que é outro princípio

constitucional. Tal princípio está sempre associado à idéia de autonomia. A

autonomia e a liberdade fazem parte da própria natureza do ato pedagógico.

Para Rios (1982, p. 77), “a escola tem uma autonomia relativa e a

liberdade é algo que se experimenta em situação e esta é uma articulação de

limites e possibilidades”. Para a autora, a liberdade é uma experiência de

educadores e constrói-se na vivência coletiva, interpessoal. Portanto, somos

livres com os outros, não, apesar dos outros.

Se pensamos na liberdade na escola, devemos pensá-la na relação

entre administradores, professores, funcionários e alunos que aí assumem sua

parte de responsabilidade na construção do projeto político-pedagógico e na

relação destes com o contexto social mais amplo.

O quinto e último princípio, segundo Veiga, preza a valorização do

magistério. Para o autor a qualidade do ensino ministrado na escola e seu

sucesso na tarefa de formar cidadãos capazes de participar da vida

socioeconômica, política e cultural do país relacionam-se estreitamente a

formação, condições de trabalho, remuneração, elementos esses

indispensáveis à profissionalização do magistério.

“O grande desafio da escola, ao construir sua autonomia, deixado de

lado seu papel de mera “repetidora” de programas de “treinamento”, é ousar

assumir o papel predominantemente na formação dos profissionais”. (VEIGA

1994, p. 50).

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

34

Resta claro, portanto, que o projeto político-pedagógico de uma escola é

um documento orientador da ação da escola, onde se registram os alvos a

atingir, as opções estratégicas a seguir, em função do diagnóstico realizado,

dos valores definidos e das concepções teóricas escolhidas.

“Projeto Político-Pedagógico da escola precisa ser entendido como uma

maneira de situar-se num horizonte de possibilidades, a partir de respostas a

perguntas tais como: ‘que educação se quer, que tipo de cidadão se deseja e

para que projeto de sociedade?’" (GADOTTI, 1994, p. 42).

3.2- Conselho Escolar

Houve época em que a escola podia fechar-se para a comunidade e,

ainda assim, continuar funcionando com razoável grau de aceitação. Era uma

época em que a escola constituía, na expressão de Anísio Teixeira, um “clube

fechado” em que os professores recusavam o diálogo com os pais de alunos,

por entenderem que a presença deles na escola servia para tumultuar os

trabalhos, sem nada trazer de positivo.

Essa atitude de completo distanciamento entre a escola e a comunidade

vem sendo substituída por uma nova maneira de entender o relacionamento

que deve ser mantido entre ambos.

Diversos fatores têm contribuído para esta mudança de postura tanto por

parte da escola, quanto da comunidade a que ela serve. Entre estes fatores

destaca-se a compreensão de que os objetivos buscados pela instituição

escolar não se esgotam dentro de suas paredes, mas advêm de uma realidade

mais ampla, em que se incluem não só a comunidade, mas também a

sociedade como um todo. Se é da sociedade e da comunidade que provêm as

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

35

idéias que dão sentido ao trabalho realizado pela escola, não há como

pretender mantê-las alheias às atividades desenvolvidas no ambiente escolar.

Nos dizeres de Gadotti (2000, p. 67), “a participação e a democratização

num sistema público de ensino é uma forma prática de formação para a

cidadania que, por sua vez, é um dos pressupostos da gestão democrática”.

Essa formação se adquire na participação no processo de tomada de decisões.

A criação dos conselhos de escola representa uma parte desse processo.

Para que haja uma gestão democrática na escola é fundamental a

existência de espaços propícios para que novas relações sociais entre os

diversos segmentos escolares possam acontecer. Inclusive, para Bobbio

(2000), “quando se quer saber se houve um desenvolvimento da democracia

num dado país, o certo é procurar saber se aumentou não o número dos que

têm direito de participar das decisões que lhe dizem respeito, mas os espaços

nos quais podem exercer esse direito”.

Assim, o Conselho Escolar constitui um desses espaços, juntamente

com o Conselho de classe, o Grêmio Estudantil, a Associação de Pais e

Mestres, entre tantos outros possíveis.

Ocorre que o Conselho Escolar possui uma característica própria que

lhe dá dimensão fundamental: ele se constitui uma forma colegiada de gestão

democrática. Assim, a gestão deixa de ser o exercício de uma só pessoa e

passa a ser uma gestão colegiada, na qual os segmentos escolares e a

comunidade local se congregam para, juntos, constituírem uma educação de

qualidade e socialmente relevante. Com isso, divide-se o poder e as

conseqüentes responsabilidades.

Nesse contexto, o papel do Conselho Escolar é o de ser órgão

consultivo, deliberativo e de mobilização mais importante do processo de

gestão democrática, não como instrumento de controle externo, como

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

36

eventualmente ocorre, mas como um parceiro de todas as atividades que se

desenvolvem no interior da escola. Sua participação, nesse processo, precisa

estar ligada, prioritariamente, à essência do trabalho escolar.

Os Conselhos Escolares são órgãos colegiados que representam as

comunidades escolar e local, atuando em sintonia com a administração da

escola e definindo caminhos para tomar decisões administrativas, financeiras e

político-pedagógicas condizentes com as necessidades e potencialidades da

escola. A composição, funções, responsabilidades e funcionamento dos

Conselhos Escolares devem ser estabelecidos pelos sistemas de ensino e pela

própria escola, a partir de sua realidade concreta e garantindo sua natureza

essencialmente político-pedagógica.

O Conselho Escolar traz para si o propósito de discutir e definir o tipo de

educação a ser desenvolvido na escola, para torná-la uma prática democrática

comprometida com a qualidade socialmente referenciada. Sendo assim,

sabendo onde se deseja chegar e que tipo de educação se deseja desenvolver,

o Conselho Escolar pode iniciar uma ação consciente e ativa na escola.

Com isso definido, pode-se compreender porque a função do Conselho

Escolar é fundamentalmente político-pedagógica. É política, na medida em que

estabelece as transformações desejáveis na prática educativa escolar. E é

pedagógica, pois estabelece os mecanismos necessários para que essa

transformação realmente aconteça.

No que tange, a estrutura e funcionamento do Conselho Escolar, é

importante salientar que todas as pessoas ligadas à escola podem se fazer

representar e decidir sobre aspectos administrativos, financeiros e

pedagógicos, tornando este colegiado não só um canal de participação, mas

também um instrumento de gestão da própria escola.

Romão (2000, p. 70) esclarece que “com exceção do diretor, que é

membro nato, todos os outros membros do conselho são eleitos por seus

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

37

pares, isto é, todos os professores da escola elegem, por voto direto, os

professores que os representarão no Conselho”. Todos os alunos, por sua vez,

também escolhem os alunos que os representarão e assim por diante.

Cada rede de ensino através de seu Regimento Comum determina as

atribuições, o funcionamento e a composição dos Conselhos de Escola. Não

obstante, cada Conselho de Escola pode se achar necessário elaborar um

regimento interno estabelecendo normas relativas à convocação das reuniões

ordinárias e extraordinárias, à eleição de seus membros etc.

“É no Conselho que os problemas da gestão escolar devem ser

discutidos e é nele que as reivindicações educativas serão analisadas para, se

for o caso e dependendo dos encaminhamentos e da votação em plenária,

serem aprovadas e remetidas para o corpo diretivo da escola que se

encarregará de colocá-las em prática”. (GADOTTI, 2000, p. 72).

Assim sendo, nesse acompanhamento co-responsável, o Conselho

Escolar participa da elaboração do projeto político-pedagógico e acompanha o

desenrolar das ações da escola num processo permanente de

acompanhamento e avaliação. Esses momentos de avaliação servem como

diagnóstico, ou seja, como apresentação da realidade que, por sua vez, indica

quais aspectos podem ser mantidos, quais os que devem ser revistos na

prática cotidiana da escola e quais novos procedimentos precisam ser

propostos.

3.3- Eleição de Diretores

A forma de escolha de dirigentes escolares talvez seja o tema que mais

tenha motivado pesquisadores na produção de reflexões teórico-conceituais e

de investigações empíricas sobre a gestão democrática da educação,

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

38

especialmente a análise de processo de eleições e das experiências

vivenciadas em alguns sistemas de ensino. A importância desse elemento de

gestão democrática é compreensível pela vinculação do processo eleitoral com

a democracia e pelo espaço que esse mecanismo ocupou como bandeira de

luta dos movimentos sociais. No início da década de 1980, a discussão foi

polarizada pela questão da indicação dos dirigentes escolares, de tal modo

que a luta pela implantação de eleições de diretores fez com que a ampla

temática da gestão democrática fosse, de certa maneira reduzida a esse

mecanismo. Isso talvez tenha ocorrido por ter sido esta a bandeira mais

concreta pela qual lutar. Os métodos centralizados de administração, o papel

exercido pelos diretores de escola e os processos de indicação política de

pessoas não identificadas com a unidade escolar certamente exerceram

influência decisiva na organização em torno da idéia de eleições como

processo de provimento de cargo de diretor.

Existem várias maneiras de provimento do cargo. Mendonça (2000)

delimita basicamente quatro formas de acesso para diretores: provimento por

indicação é aquele em que é livre a nomeação por autoridade do Estado

inclusive quando o nome do indicado é o resultado de pressões político-

partidárias. O concurso engloba os procedimentos que aplicam o concurso

público de provas e títulos para escolha e nomeação dos primeiros colocados.

Provimento por eleição aquele em que o nome escolhido para ocupar o cargo

de diretor de escola é resultado de processo em que a manifestação da

vontade dos segmentos da comunidade escolar é manifestada pelo voto.

Seleção e eleição são os processos que adotam eleição de candidatos

previamente selecionados em provas escritas.

No que tange o provimento do cargo de diretor por indicação, existe uma

forte pressão de políticos locais para exercer o domínio sobre esse braço do

estado (a escola pública), que possui contato direto e diário com a comunidade

.Assim, o diretor passa a ser, em muitos casos, uma espécie de “correia de

transmissão” dos objetivos e desejos dos políticos que o colocaram naquela

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

39

função. Mendonça realiza uma reflexão acerca da importância política de se ter

o “controle” sobre esses agentes:

....Ter um diretor escolar como aliado e dependente Político é ter a possibilidade de deter o controle de Uma instituição que atende diretamente parte Significativa de uma população por meio de Contato direto e sistemático. O diretor pode Convocar a população para estar presente na Escola pelos mais diferentes motivos, pode Diferentes motivos, pode atender, solicitar, Pressionar,cobrar, algumas vezes impor... ( MENDONÇA, 2000,p.181)

A possibilidade de ascensão ao cargo de diretor por meio de concurso

público é apontada como um possível contraponto a práticas muitas vezes

clientelista de indicação. Nesse caso, a seleção é desenvolvida por meio de um

processo supostamente objetivo, em que o candidato angaria o cargo através

de seus méritos pessoais, demonstrando a priori possuir conhecimento

técnico suficiente para exercer esse papel profissional ( Mendonça 2000). O

que gera uma ambigüidade, muito bem refletida por Paro (1992), pois ao

mesmo tempo que acaba permitindo, por se tratar de um processo

democrático, que qualquer sujeito com a devida titulação possa se inscrever

para o concurso, não permite que o restante da comunidade escolar se

posicione sobre a sua equipe diretora – o que é anti-democrático.

Também o provimento de cargo por eleição também foi apresentado

como um possível contraponto a prática de indicação. O processo efetivo, em

tese,fortalece as relações democráticas no espaço escolar, pois permite que os

diversos sujeitos possam emitir a sua opinião por meio do voto sobre a

formação da equipe diretora; ademais, a função diretiva não seria ocupada

apenas com base na formação técnica, mas também pela habilidade política do

candidato – já que o sujeito eleito teria que angariar a maior parte dos votos,

situação que, a principio, geraria um respaldo frente à comunidade escolar

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

40

(Mendonça,2000). No entanto, o sistema de eleição para diretores se

estruturou das mais diferentes maneiras nas redes de ensino, existindo assim,

uma necessidade de análise de cada passo para entender o seu

funcionamento específico.

Fortuna (2000) enfatiza as vantagens do processo eletivo, não só pela sua

importância democrática, mas por nele se depositarem novos projetos, se

renovarem os projetos da comunidade; o que pressupõe ima participação mais

ativa dos grupos escolares. Portanto, a ocupação de cargos para diretores por

concurso pode ser considerada um desserviço à construção da gestão

democrática, pois os concursados escolhem seus locais de trabalho, sem

respeitar a opinião da comunidade escolar e não podem ser retirados por esta.

Há ainda a colocação de diretor por indicação político –fisiológica, que, de um

modo geral, explicita o desejo de se territorializar uma parte do Estado ( neste

caso, a escola) para postular desejos privados ( como a construção de

plataforma de votos para outros políticos) ao invés de se trabalhar por

objetivos públicos.( Como a melhoria das condições físicas e de ensino)

(FORTUNA, 2000).

Pode-se observar que é muito importante a maneira pela qual um diretor

consegue o seu cargo, o que inclusive influencia nas características e escolhas

tomadas durante o mandato em relação à escola. O diretor, que é eleito,tem

maiores condições de ajudar a construir uma escola que se alinhe aos

interesses coletivos do que um outro profissional que alcance a função por

meio de indicação político-partidária. Sobre essa questão Paro se posiciona:

O que se constata é que a forma como é escolhido o

Diretor tem papel relevante – ao lado de múltiplos

Outros fatores – seja maneira como tal personagem se

comportará na condição de relações mais ou menos

democráticas na escola, seja em sua maior ou menor

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

41

aceitação pelos demais envolvidos nas relações

escolares, seja, ainda, na maior ou menos eficácia com

que promoverá a busca de objetivos,seja finalmente,

nos interesses com os quais estará comprometido na

busca desses objetivos. (PARO, 1996, p. 08).

Mas a mera eleição, não garante a presença da democracia nas escolas;

esta é construída no dia -a –dia, através da participação nos conselhos, da

circulação de informações , da aceitação de diferentes posicionamentos – e

não em um momento isolado, como no caso da votação (DOURADO,2005).

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

42

CONCLUSÃO

Este artigo analisou o papel do gestor escolar e os elementos que

configuram a gestão democrática de ensino e da participação no contexto

educacional. Que quando articulados são responsáveis por uma atmosfera

democrática na escola.

O estudo efetuado mostrou que a gestão democrática é algo desejável

do ponto de vista da solução dos problemas da escola, mas acaba ficando

somente no pano das idéias e não é colocada em prática. A tarefa da gestão

democrática deve consistir inicialmente em tomar consciência das condições

concretas, que apontam para a viabilidade de um projeto de democratização

das relações no interior da escola.

Hoje, a função desempenhada pela escola na sociedade deriva de uma

visão não muito otimista, infelizmente essa escola é reprodutora de certa

ideologia dominante. Para se ter uma escola transformadora precisa-se

transformar a escola que já existe. A transformação dessa escola passa

necessariamente por sua apropriação por parte das camadas trabalhadoras. É

nesse sentido que precisam ser transformados o sistema de autoridade e a

distribuição do próprio trabalho no interior da escola.

Sendo assim, o diretor escolar deve criar meios para solucionar os

impedimentos entre a teoria e a prática, repensando sua maneira de

administrar se questionando quanto às tomadas de decisões, se estas estão

atendendo as necessidades da comunidade, partindo dele a atitude de trabalho

cooperativo ou coletivo, respeitando as opiniões dos participantes do processo

educativo.

Um grande desafio para promover uma escola flexível, autônoma e

democrática é quebrar a cultura centralizadora. O que se tem hoje é um

sistema hierárquico que coloca todo o poder nas mãos do diretor. A regra

mantida pelo Estado confere um caráter autoritário ao diretor,na medida em

que estabelece uma hierarquia na qual ele deve ser o chefe de quem emanam

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

43

todas as ordens na instituição escolar; levam a dividir os diversos setores no

interior da escola, contribuindo para que se forme uma imagem negativa da

pessoa do diretor, a qual é confundida com o seu próprio cargo; faz com que o

diretor tendencialmente busque os interesses dos dominantes em oposição ao

interesse dos dominados; e confere uma aparência de poder ao diretor que

nada corresponde à realidade concreta. É preciso começar a lutar pelo papel

do diretor/gestor. É preciso distribuir a autoridade entre os diversos setores da

escola, com isso o ele não estará perdendo poder, já que não o tem.

No cotidiano escolar o gestor deve priorizar a pluralidade quanto a

organização escolar, proporcionando um processo de inovação. As questões

pedagógicas passam a fazer parte da gestão escolar e as questões

administrativas são programadas a partir delas. Gestão democrática

participativa é caracterizada pela forma colegiada de governar superando o

modelo de gestão tradicional descentralizando o poder. Todavia não restam

dúvidas que a gestão democrática escolar seja fundamental para a

transformação educativa, constituindo em seu interior a interação e integrando

alunos e entorno no processo de construção democrática escolar por uma

sociedade melhor e mais valorizada.

Então, para que seja realizada uma gestão democrática se faz essencial

o compartilhar idéias, trabalhar em conjunto, ouvir e delegar sempre

priorizando um ensino de qualidade onde todos os envolvidos no processo são

responsáveis em minimizar as desigualdades sociais. Somente a educação

pode transformar o individuo, inseri-lo na sociedade que cada vez mais se tona

eletiva e exigente.

.

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

44

BIBLIOGRAFIA ANTUNES, Celso. Educação infantil: prioridade imprescindível. Rio de Janeiro: Vozes, 2006. ARAÚJO, Ferreira. O ambiente escolar cooperativo e a construção do juízo moral infantil. Campinas: Unicamp, 1993. BLOG do Brandi. mar. 2007. Disponível em: <http://blog.ebrandi.eti.br/date/2007/03>. Acesso em: 15 nov. 2007. BRASIL. Conselho escolar e a aprendizagem na escola. Ministério da Educação e do Desporto Brasília: MEC, SEB, 2004. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: Promulgada em 5 de outubro de 1988. São Paulo: Saraiva, 2000. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LEI 9394/96. Brasília: Congresso Nacional, 1996. BRASIL Referencial Curricular Nacional para a educação infantil. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Campus, 1999. DOURADO, L. F. A Escolha de dirigentes escolares: Políticas e gestão da educação no Brasil.In: Gestão Democrática da Educação: Atuais tendências, novos desafios. 2. Ed.São Paulo, Cortez 2000 FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

45

GADOTTI, Moacir. Autonomia da escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2000. (Guia da escola cidadã, 1). GALVÃO, Maria Altair Farias. Reinventando o Prazer no Cotidiano Escolar: A Parceria Com os Pais. São Paulo: Cortez, 2000. KAMII, Constance. A autonomia como finalidade da educação: implicações a teoria de Piaget. Campinas: Papirus, 1991. . LUCKESI, Carlos Cipriano. Gestão Democrática da escola, ética e sala de aula. ABC Educatio, n. 64. São Paulo: Criarp, 2007. LUCK, Heloísa. Gestão educacional: uma questão paradigmática. v. 1. Petrópolis: Vozes, 2006. PARO, Vitor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: Autores Associados, 2000. RIOS, Terezinha. Significado e pressupostos do projeto político pedagógico. In: Série Idéias. São Paulo, FDE, 1982 ROMÃO, José. Autonomia da escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2000. (Guia da escola cidadã, 1) SAVIANI, Dermeval. Para além da curvatura da vara. Revista Ande, n. 3. São Paulo, 1992. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. O projeto político pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 2000.

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

46

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - O QUE É GESTÃO DEMOCRÁTICA

1.1 - Definições 11

1.2 - Embasamentos Teóricos 14

CAPÍTULO II – GESTOR OU DITADOR

2.1 - Gestor Democrático e Liderança 22

CAPÍTULO III – ELEMENTOS QUE CONFIGURAM A GESTÃO

DEMOCRÁTICA

3.1 - Projeto Político Pedagógico 29

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

47

3.2 - Conselho Escolar 34

3.3 - Eleições de Diretores 37

CONCLUSÃO 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 44

ÍNDICE 46

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes,

48

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Institução: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: A Construção da Democracia no

Universo Escolar

Autor: Elenir Mendes Abrahão

Data de Entrega:

Avaliado por: Mary Sue Pereira Conceito: