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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO ESCOPO NA GESTÃO DE PROJETOS DE REPAROS NAVAIS Por: JOSÉ ROBERTO APPOLINÁRIO DE ABREU Orientador Doutor LUIZ CLAUDIO LOPES ALVES Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO ESCOPO NA GESTÃO DE PROJETOS DE

REPAROS NAVAIS

Por: JOSÉ ROBERTO APPOLINÁRIO DE ABREU

Orientador

Doutor LUIZ CLAUDIO LOPES ALVES

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO ESCOPO NA GESTÃO DE PROJETOS DE

REPAROS NAVAIS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

Projetos.

Por: José Roberto Appolinário de Abreu

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AGRADECIMENTOS

A Deus antes de tudo...

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia aos meus pais...

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RESUMO

Esta monografia tem como seu objetivo principal, demonstrar a

importância da utilização das normas preconizadas pelo PMI® para definir e

gerenciar o escopo em projetos de reparos navais. Através de pesquisas

bibliográficas, são abordados conceitos e características dos projetos, o

gerenciamento de projetos, a instituição PMI®, as áreas de gerenciamento

segundo o PMBOK® e conceitos de reparos navais. É comprovada a

importância do gerenciamento do escopo neste tipo de atividade industrial

pelas normas preconizadas pelo PMI®.

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METODOLOGIA

Esta monografia foi elaborada a partir da leitura de livros especializados

em gerenciamento de projetos, das notas de aulas do curso de Gestão de

Projetos do Instituto a Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes – Turma

K172, e documentos ostensivos de reparos de embarcações marítimas, junto a

estaleiros privados e a Marinha do Brasil.

Alguns artigos disponibilizados na WEB-Internet que tratam também de

Gerenciamento de Projetos também foram consultados, agregando valores

para este trabalho.

O PMBOK® (2004) - Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento

de Projetos, juntamente com o livro Manual Prático do Plano de Projeto de

Ricardo Vargas (2005), foram objetos principais de estudo durante a

elaboração dessa monografia.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I - A Gestão de Projetos pelo PMI® 10

1.1 - O Project Management Institute PMI® 10

1.2 - Projetos e suas características principais 11

1.3 - Porque gerenciar projetos 12

CAPÍTULO II - As Áreas de Gerenciamento de Projetos

segundo o PMBOK® 21

2.1 - Gerenciamento da Integração 22

2.2 - Gerenciamento do Escopo 23

2.3 - Gerenciamento de Tempo 24

2.4 – Gerenciamentos de Custos 25

2.5 - Gerenciamento da Qualidade 26

2.6 - Gerenciamento de Recursos Humanos 27

2.7 - Gerenciamento das Comunicações 28

2.8 - Gerenciamento de Riscos 29

2.9 - Gerenciamento de Aquisições 30

CAPÍTULO III – A Importância do Gerenciamento do Escopo

na Gestão de Projetos de Reparos Navais 31

3.1 - Alguns conceitos de Reparos Navais 31

3.2 - O Gerenciamento do Escopo aplicado a

Projetos de Reparos Navais 33

CONCLUSÃO 40 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41 ÍNDICE 43

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INTRODUÇÃO

O tema desta monografia é o gerenciamento do escopo em serviços

contratados junto às indústrias de reparos navais denominadas e mais

conhecidas como estaleiros1.

A questão central deste trabalho de cunho acadêmico é demonstrar a

importância da utilização das normas preconizadas pelo PMI® para definir e

gerenciar o escopo em projetos de reparos navais.

O reparo naval tem como peculiaridade o sistema produtivo job shop

que vem a ser um sistema produtivo onde encontramos poucas atividades

repetitivas causando diversidade nos modos de execução e dificuldades na

definição e nos processos de planejamento e controle das atividades.

O gerenciamento de projetos pelo PMI®, através de processos e

ferramentas, facilita a definição do escopo, do que tem que realmente ser feito,

assim como técnicas para gerenciar os custos, a qualidade e o tempo de

duração dos reparos.

Com a globalização consolidada, as atividades comerciais aumentam

cada vez mais o intercambio de mercadorias de variadas naturezas, sejam de

bens e serviços, energia, turismo etc. Como meio logístico fundamental para o

comercio, o transporte marítimo é largamente utilizado, fazendo com que as

embarcações naveguem num ritmo incessante para dar conta a tantos fretes.

Devido ao ambiente desfavorável dos oceanos que causam

progressivo desgaste pelas horas de exposição e contato com o mar, as

1 Nome dado ao local onde se constroem e reparam embarcações marítimas

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embarcações marítimas são impactadas por panes e danos nos variados

equipamentos e sistemas operativos, assim como nas suas estruturas.

Sustentados no Time is Money de Benjamin Franklin, os proprietários

das embarcações, mais conhecidos no meio marítimo como armador, exigem

cada vez mais reparos a custos baixos e principalmente menores tempos

possíveis de inoperância entre as docagens2 das embarcações.

Aliado a tecnologia, o gerenciamento de projetos tem se mostrado

fundamental para o atendimento das expectativas dos armadores e estaleiros.

Particularmente, a definição bem feita do escopo, e o bom

gerenciamento do chamado ponto de partida dos projetos, podem aumentar as

chances de sucesso dos reparos fazendo com que as embarcações voltem

mais rápido para o mar, retomando suas atividades comerciais de transporte

marítimo.

A escolha deste tema foi em razão da importância da utilização das

praticas do gerenciamento de projetos segundo as normas preconizadas no

Project Management Institute (PMI®).

CAPÍTULO I

2 Operação de assentamento do navio sobre picadeiros em doca seca, um espaço físico com este propósito

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A GESTÃO DE PROJETOS PELO PMI®

1.1 – O Project Management Institute PMI®

O Project Management Institute PMI® é um instituto norte-americano,

criado em 1969 com sede na Califórnia, sem fins lucrativos.

Atualmente é o principal órgão de pesquisa e estudos de assuntos

ligados a gerenciamentos de projetos do mundo. Sua principal finalidade é

desenvolver padrões práticos de melhoria continua para gerenciamento de

projetos.

Suas pesquisas, transformadas em técnicas e ferramentas, são

divulgadas através de publicações sendo a principal o Project Management

Body of Knowledge, conhecido no Brasil como Conjunto de Conhecimentos em

Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK®).

Segundo VARGAS (2005) o PMBOK® é uma denominação que

representa todo somatório de conhecimentos dentro da área de gerenciamento

de projetos.

O PMBOK® descreve e orienta como aplicar todos os processos

pesquisados e recomendados pelo PMI®. Seu principal objetivo é dar suporte

aos gerentes e equipes de gerenciamento de projetos, para identificar os

processos mais adequados para cada projeto, de acordo com suas

características.

Apesar disso, não é correto dizer que o PMBOK® é uma metodologia,

pois ele fornece apenas uma visão ampla e generalizada do conjunto de

conhecimentos de gerenciamento de projetos. Cabe a equipe de

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gerenciamento, a responsabilidade por determinar o que é adequado para o

projeto.

O PMI® também oferece capacitação profissional, alem de certificar os

profissionais que atuam na área de gerenciamento de projetos.

Os profissionais certificados recebem o titulo de Project Management

Professional (PMP®).

1.2 – Projetos e suas características principais

“Projeto é um empreendimento não repetitivo,

caracterizado por uma seqüência clara e lógica de

eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir

um objetivo claro e definido, sendo conduzido por

pessoas dentro de parâmetros pré-definidos de tempo,

custo, recursos envolvidos e qualidade” (VARGAS, 2005,

p.5).

“Um projeto é um esforço temporário empreendido para

criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”

(PMBOK, 2004, p8).

Pelas definições enunciadas, evidenciamos o fator tempo, ou seja,

todo projeto tem definidas as datas de inicio e término, alem da exclusividade

de resultados, ou seja, cada projeto gera algo único. Portanto, um projeto não

é igual ao outro.

Outra característica dos projetos é a de ter uma seqüência clara e

lógica de atividades afins, permitindo através de metodologia, o

acompanhamento e controle da sua evolução. Todo projeto tem estabelecidos

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valores para prazos, custos, materiais, pessoas e qualidade pertinente

desejada.

Projeto não está limitado apenas a ser um novo negócio.

Segundo o PMBOK (2004), os projetos aparecem quando uma

organização demanda ações que não podem ser executadas dentro de seus

limites normais de operacionalidade.

Projetos surgem de requisições de clientes, necessidades das

empresas, demandas legais, avanços tecnológicos, demandas de mercado

etc.

Como alguns exemplos simples de projetos, podemos citar a

construção de um imóvel, a implantação de um sistema operacional, o reparo

de uma embarcação marítima etc.

1.3 – Porque gerenciar projetos

1.3.1 – Administração, gestão e gerenciamento

De inicio vamos abordar as diferenças entre os termos administração,

gestão e gerenciamento, que literalmente falando são sinônimos, mas para

alguns autores tem uma definição própria.

Valeriano (2005) definiu administração, gestão e gerenciamento sendo:

Administração - Trata dos recursos típicos das empresas, como os

recursos financeiros, de patrimônio e humanos.

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Gestão - Trata de níveis especializados das empresas tanto no que

diz respeito à administração, quanto ao gerenciamento. Em projetos, temos a

gestão de custos, dos riscos, da qualidade, do escopo etc. O termo gestão é

moderno em relação ao termo administração.

Gerenciamento - Trata de níveis específicos das empresas, como

departamentos, projetos, ou divisões tais como produção, marketing etc.

Vejamos por exemplo, que a elaboração da folha de pagamento pelo

departamento de pessoal (RH) de uma empresa é uma atividade rotineira,

clássica e típica de administração.

Entretanto, a elaboração de um plano de cargos e salários, pelo

mesmo departamento de pessoal (RH) da mesma empresa, é considerada

uma atividade de gestão, pois mobiliza maiores estudos para indicar

necessidades especificas deste projeto.

A administração é a responsável pelo destino das empresas como um

todo, colaborando para o sucesso dos projetos.

Para LIMA DE PAULA (2010), o todo é gerenciado (gerenciamento)

enquanto os níveis especializados são geridos (gestão).

1.3.2 – A evolução do gerenciamento de projetos

Desde o inicio da humanidade, percebe-se que houve projetos e

gestão de projetos. Entretanto, somente a partir da Segunda Guerra Mundial, o

Projeto Manhattan3, que desenvolveu e construiu a primeira bomba atômica, foi

3 Codinome do plano secreto norte-americano para desenvolver bombas atômicas durante a Segunda

Guerra Mundial

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reconhecidamente o pioneiro a usar algumas das modernas técnicas de

gerenciamento de projetos.

Para COSTA FILHO (2005) a evolução do gerenciamento de projetos

teve três períodos distintos:

1º O gerenciamento artesanal, onde o gerente gerenciava e

coordenava as atividades do projeto através de suas habilidades inatas de

gerenciamento. Vai desde a antiguidade até aproximadamente o início da

Segunda Guerra Mundial, onde grandes empreendimentos tiveram lugar na

história moderna da humanidade.

2º O gerenciamento clássico, considerado a partir das décadas de

1940, com os empreendimentos, predominantemente de engenharia militar,

em áreas de defesa, na aeronáutica, marinha, exército e posteriormente na

indústria espacial. Foram projetos que nasceram mais bem estruturados e

planejados. Acrescentam-se como fatores distintivos do surgimento do

gerenciamento de projetos como disciplina, o desenvolvimento das técnicas

especializadas com o PERT(acrônimo de Program Evaluation and Review) e

COM (acrônimo de Critical Path Method).

3º O moderno gerenciamento de projetos, que teve início na década

de 1990. Agregado a uma grande faixa de aplicações, tal prática gerencial

perdeu o caráter eminentemente técnico, de aplicações de engenharia, sendo

cada vez mais utilizado em uma ampla gama de atividades não continuadas,

em empresas de várias naturezas.

Segundo VARGAS (2005), a necessidade de atender as demandas de

maneira eficaz em um ambiente caracterizado pela velocidade das mudanças,

fez com que o gerenciamento de projetos tenha crescido de maneira tão

acentuada nos últimos anos. Na visão do autor, o gerenciamento de projetos

não propõe nada de revolucionário e novo.

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Sua proposta é estabelecer um processo estruturado e lógico para lidar

com eventos que se caracterizam pela novidade, complexidade e dinâmica.

1.3.3 – O gerenciamento de projetos segundo o PMI®

O PMI® (2004) define o gerenciamento de projetos como sendo a

aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades

do projeto a fim de atender aos seus requisitos.

Pode-se, então, afirmar que o sucesso do gerenciamento de projetos

está na conclusão do trabalho, dentro de um cronograma e orçamento

definidos e de acordo com as especificações determinadas e com a qualidade

esperada para o projeto.

É o que os profissionais de projetos chamam de restrição tripla –

escopo, tempo e custo – no gerenciamento das necessidades conflitantes dos

projetos, sendo a qualidade do projeto afetada pelo balanceamento desses

fatores (PMI®, 2004).

A teoria da restrição tripla pode ser usada para gerenciar as

expectativas do cliente. Um projeto termina com sucesso quando o produto ou

serviço especificado é entregue contendo tudo que foi definido no escopo, no

prazo, dentro do orçamento previsto e com qualidade.

O PMI® (2004) estabelece que o gerenciamento de projetos exista em

um contexto mais amplo que inclui o gerenciamento de programas, o

gerenciamento de portfólios e o escritório de projetos, acrescentando ser

freqüente a existência de uma hierarquia de plano estratégico, portfólio,

programa, projeto e subprojeto.

Todo projeto tem por objetivo inter-relacionar fatores relativos à

qualidade, custo e tempo dentro de um escopo determinado, como ilustrado:

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Figura 1.3.3 – Variáveis Gerenciais - Fontes: Adaptação de COSTA FILHO (2005)

Por programa entende-se um grupo de projetos relacionados entre si e

gerenciados de modo coordenado e portfólio um conjunto de programas e/ou

projetos agrupados para facilitar seu gerenciamento (PMI®, 2004).

Segundo VARGAS (2005) o programa tem por objetivo a integração de

projetos que, apesar de poderem ter vida própria isoladamente, têm missões e

objetivos comuns.

Os subprojetos, por sua vez, são subdivisões de um projeto, de modo

a facilitar seu gerenciamento. Para VARGAS (2005), os subprojetos

respondem por uma parte do projeto total ou por fases extremamente

específicas do projeto e desenvolvidas de forma independente. Embora possa

ser gerenciado como um projeto específico, um subprojeto não tem sentido se

tratado de forma isolada.

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Segundo o PMI® (2004), o entendimento desse contexto mais amplo

pela equipe de gerenciamento de projetos é fundamental para a seleção das

fases do ciclo de vida, dos processos, das ferramentas e técnicas adequadas

ao projeto.

Gerenciar um projeto, portanto, é aplicar técnicas, conhecimentos,

habilidades e ferramentas na execução das atividades atendendo requisitos e

expectativas de resultados.

No gerenciamento é bastante aplicado o conceito do ciclo PDCA (Plan-

Do-Check-Act) de controle de processos, no qual os processos são ligados

pelos resultados que produzem, tornando-se este resultado a entrada para a

realização do outro processo.

Por definição do PMI®, genericamente o ciclo de vida de um projeto

pode ser dividido em 5 fases características conforme ilustrado na figura

seguinte:

Figura 1.3.3.1 – As 5 Fases características do ciclo de vida de um projeto. Fonte: Autor

Os projetos têm um chamado ciclo de vida e são divididos nas

seguintes fases:

• Iniciação – Fase inicial do projeto,quando ocorre a identificação de

uma determinada necessidade,transformada em um problema estruturado que

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deverá ser solucionado pelo projeto. Tem ainda como objetivos principais a

obtenção de dados, alternativas, riscos, viabilidade, e estimativa de recursos.

Nesta fase, são definidos a missão e os objetivos do projeto assim como são

escolhidas as estratégias. É elaborado o termo de abertura do projeto (Project

Charter) e a declaração do escopo preliminar.

• Planejamento – Fase onde é detalhado tudo aquilo que será

executado pelo projeto. Os principais objetivos da fase de planejamento são

definir a equipe, definir o escopo, fazer a Estrutura Analítica do Projeto (EAP),

elaborar cronogramas, fazer orçamentos, avaliar riscos, e obter aprovação

para prosseguir com o projeto.

• Execução – Fase onde é realizado tudo àquilo que foi planejado. É

aonde os equívocos das fases anteriores aparecem. Fase onde geralmente a

maior parte dos recursos e esforço do projeto é consumida.

• Monitoramento e controle – Fase que ocorre concomitantemente ao

planejamento operacional e a execução do projeto. Seu principal objetivo é

acompanhar e controlar tudo aquilo que esta sendo executado pelo projeto.

Nesta fase, temos a proposição de ações corretivas pertinentes ao bom rumo

do projeto e das mudanças necessárias.

• Encerramento – Fase quando a execução dos trabalhos é avaliada

através de auditoria interna ou de terceiros fora do ambiente empresarial. O

encerramento objetiva principalmente rever e aceitar o projeto, transferência de

responsabilidades e documentação, avaliação dos resultados, elaboração do

relatório de lições aprendidas e finalmente fazer a desmobilização e

redirecionamento de recursos.

Os grupos de processos de gerenciamento de projetos estão ligados

pelos objetivos que produzem. Os resultados ou saídas de um processo se

tornam as entradas para outro processo ou são entregas do projeto.

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Considerando-se estas ligações, pode-se descrever a composição de

cada processo do seguinte modo:

• Entradas: documentos ou itens documentáveis que influenciarão o

processo.

• Saídas ou Resultados: documentos ou itens documentáveis

resultantes do processo, ou entregas do projeto.

• Técnicas e Ferramentas: mecanismos aplicados aos dados para que

os resultados sejam gerados.

A figura seguinte ilustra um processo:

Figura 1.3.3.2 – Representação esquemática de um processo Fonte: Autor

Segundo VARGAS(2005) utilizar as normas preconizadas no PMI® em

gerenciamento de projetos evita surpresas durante a realização dos trabalhos

além de antecipar as situações desfavoráveis analisando os riscos.

Segundo o PMBOK® (2004), gerenciar um projeto inclui:

• Identificar necessidades

ENTRADAS

PROCESSO

SAÍDAS ou

RESULTADOS

Técnicas

e Ferramentas

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• Estabelecer objetivos claros e alcançáveis

• Estabelecer um balanceamento das demandas conflitantes de

qualidade, escopo, tempo e custos

• Adaptar as especificações, os planos e a abordagem as diferentes

preocupações e expectativas das diversas partes interessadas

O gerente instituído é o profissional responsável pela realização dos

objetivos do projeto.

Uma equipe é especificamente constituída para alcançar os objetivos

do projeto atuando através dos processos de gerenciamento. Esta equipe deve

ser capaz o bastante para poder gerenciar o projeto sem causar danos a sua

execução. A equipe deve estar plenamente consciente da sua capacidade

responsabilidade e importância perante o projeto.

Vale à pena ressaltar que um projeto ocorre quando a administração

da empresa proporciona um ambiente que permita e, principalmente apóie sua

realização para obtenção de meios que o tornem realmente factíveis de

acontecer.

Segundo o PMBOK® (2004), os profissionais mais experientes em

gerenciamento de projetos sabem que não existe uma maneira única de

gerenciar um projeto.

Eles aplicam os conhecimentos, as habilidades e os processos de

gerenciamento em diferentes ordens e graus de rigor para obter o

desempenho desejado do projeto. No entanto, a percepção de que um

processo específico não é necessário não significa que ele não deva ser

abordado.

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CAPÍTULO II

AS ÁREAS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS

SEGUNDO O PMBOK®

Segundo VARGAS (2005) as áreas do gerenciamento de projetos

descreve o gerenciamento de projetos em termos de seus processos

componentes.

Estes processos podem ser organizados em nove áreas de

gerenciamento conforme ilustrado na figura:

Figura 2.0 As 9 Áreas de Gerenciamento de Projetos Fonte: Ricardo Vargas (2005)

Apesar de serem conceituadas individualmente, na prática percebe-se

que as áreas de gerenciamento interagem entre si.

As 9 áreas de gerenciamento de projetos estruturadas pelo PMI®

(2004) são descritas a seguir.

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2.1 - Gerenciamento da Integração

Envolve os processos necessários para garantir que os vários

componentes de um projeto sejam coordenados de forma apropriada.

O PMBOK® subdivide o gerenciamento da integração do projeto em 7

processos:

PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DA INTEGRAÇÃO

Processos Objetivos

Desenvolvimento do Termo de Abertura do

Projeto

Obter documento de autorização formal do

início do projeto ou de uma fase deste projeto

Desenvolvimento da declaração do Escopo

Preliminar do Projeto

Obter documento da descrição de alto nível

do escopo do projeto

Desenvolvimento do Plano de Gerenciamento

do Projeto

Obter documento que formaliza as ações

necessárias e pertinentes para definir,

preparar, integrar e coordenar os planos

auxiliares de planejamento do projeto

Gerenciamento da execução do Projeto

Executar os trabalhos planejados de acordo

com os requisitos estabelecidos para o

projeto

Monitoramento e controle do trabalho do

Projeto

Monitorar os processos pertinentes ao inicio,

planejamento, execução e encerramento do

projeto para alcançar o desempenho

esperado

Controle integrado de mudanças

Revisar as solicitações de mudança do

projeto além de aprovar, monitorar e controlar

as suas práticas

Encerramento do Projeto

Encerrar formalmente o projeto ou fase deste

e de todas as atividades em todos os grupos

de processos

Quadro 2.1 - Objetivos dos Processos do Gerenciamento da Integração Fonte: Autor

A necessidade de integração no gerenciamento de projetos fica

evidente nas situações em que os processos individuais interagem.

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2.2 - Gerenciamento do Escopo

Envolve os processos necessários para assegurar que o projeto

execute todo, e tão somente, o trabalho necessário para finalizar o projeto com

sucesso. Segundo VARGAS (2005) no que diz respeito ao escopo, uma

importante diferenciação precisa ser estabelecida entre projeto e produto:

Escopo do Produto: refere-se às características e funções que

descrevem um produto, serviço ou resultado. São os atributos do produto ou

serviço resultantes da execução do plano do projeto. A sua conclusão é

medida contra a especificação de requisitos do produto.

Escopo do Projeto: é todo trabalho que precisa ser realizado para

entregar um produto, serviço ou resultado com as características e funções

especificadas. A sua conclusão é medida contra o plano do projeto.

O PMBOK® (2004) subdivide o gerenciamento do Escopo do projeto

em 5 processos:

PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DO ESCOPO

Processos Objetivos

Planejamento do Escopo

Definir o Plano de gerenciamento do Escopo

e fazer a verificação deste através da

Estrutura Analítica do Projeto (EAP) criada à

posterior

Definição do Escopo

Fazer a Declaração do Escopo do Projeto que

será base para futuras decisões

Criação da Estrutura Analítica do Projeto

(EAP)

Decompor as entregas do projeto e do

trabalho do projeto em componentes

menores, mais tangíveis de se gerenciar

Verificação do Escopo

Aceitar formalmente as entregas do projeto ou

uma fase deste que foram concluídas

Controle do Escopo Controlar as mudanças no escopo do projeto

Quadro 2.2 - Objetivos dos Processos do Gerenciamento do Escopo Fonte: Autor

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2.3 - Gerenciamento do Tempo

Envolve os processos necessários para assegurar que o projeto

termine dentro dos prazos previamente estabelecidos.

Para VARGAS (2005), o cronograma é sempre uma restrição, até

mesmo quando a data de término não é crítica. Se um projeto atrasa, na

maioria das vezes ele irá consumir um capital não previsto, comprometendo

também o seu custo.

O PMBOK® subdivide o gerenciamento do Tempo do projeto em 6

processos:

PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DO TEMPO

Processos Objetivos

Definição de atividades do Projeto

Identificar as atividades

Seqüenciamento de atividades do Projeto Identificar as dependências entre as

atividades e suas seqüências de execução

Estimativa de recursos das atividades do

Projeto

Estimar os tipos e quantidades de recursos

por atividades

Estimativa de duração das atividades do

Projeto

Estimar o tempo necessário para execução

de cada atividade

Desenvolvimento do Cronograma do Projeto Analisar os recursos necessários, as

restrições dos recursos e o seqüenciamento

das atividades

Controle do Cronograma do Projeto Controlar as mudanças no cronograma do

projeto

Quadro 2.3 - Objetivos dos Processos do Gerenciamento do Tempo Fonte: Autor

O trabalho envolvido na realização dos seis processos de

gerenciamento de tempo do projeto é precedido por um esforço de

planejamento da equipe de gerenciamento de projetos.

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2.4 - Gerenciamento de Custos

Envolve os processos necessários para garantir que o projeto termine

dentro do orçamento previsto.

Segundo o PMI® (2004), o gerenciamento de custos do projeto inclui

os processos envolvidos em planejamento, estimativa, orçamentação e

controle de custos, de modo que seja possível terminar o projeto dentro do

orçamento aprovado.

Para VARGAS (2005), o gerenciamento de custos tem por objetivo

garantir que o capital disponível será suficiente para obter todos os recursos

para realizarem os trabalhos do projeto.

O PMBOK® subdivide o gerenciamento de Custos do projeto em 3

processos:

PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DE CUSTOS

Processos Objetivos

Estimativa de Custos do Projeto Estimar os custos dos recursos necessários

ao projeto

Orçamentação do Projeto Elaborar um orçamento agregando os custos

estimados dos recursos alocados para cada

atividade do projeto

Controle de Custos do Projeto Controlar os eventos que causam variações

de custos além de controlar as mudanças no

orçamento do projeto

Quadro 2.4 - Objetivos dos Processos do Gerenciamento de Custos Fonte: Autor

O gerenciamento de custos do projeto trata principalmente do custo

dos recursos necessários para terminar as atividades do cronograma.

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2.5 - Gerenciamento da Qualidade

Envolve os processos necessários para assegurar que o projeto irá

satisfazer as necessidades para o qual foi criado.

O PMBOK® subdivide o gerenciamento da Qualidade do projeto em 3

processos:

PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DA QUALIDADE

Processos Objetivos

Planejamento da Qualidade Determinar padrões de qualidade para o

projeto e modo de satisfazê-lo

Fazer a Garantia da Qualidade Executar atividades planejadas e sistemáticas

de qualidade para garantir que o projeto

atingirá os requisitos de qualidade pré-

definidos

Fazer o Controle da Qualidade Monitorar resultados a fim de verificar se

estes estão de acordo com os padrões de

qualidade que foram definidos para o projeto

Quadro 2.5 - Objetivos dos Processos do Gerenciamento da Qualidade Fonte: Autor

O gerenciamento da qualidade do projeto deve abordar o

gerenciamento do projeto e do produto do projeto. Enquanto o gerenciamento

da qualidade do projeto se aplica a todos os projetos, independentemente da

natureza de seu produto, as medidas e técnicas de qualidade do produto são

específicas do tipo particular de produto produzido pelo projeto.

As necessidades declaradas e implícitas são as entradas para o

desenvolvimento dos requisitos do projeto. Um elemento essencial do

gerenciamento da qualidade no contexto do projeto é transformar as

necessidades, desejos e expectativas das partes interessadas em requisitos

através da análise das partes interessadas, realizada durante o gerenciamento

do escopo do projeto (PMBOK®, 2004).

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2.6 - Gerenciamento de Recursos Humanos

Envolve os processos necessários para proporcionar a melhor

utilização das pessoas envolvidas no projeto.

O PMBOK® subdivide o gerenciamento de Recursos Humanos em 4

processos:

PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS

Processos Objetivos

Planejamento de Recursos Humanos Identificar e registrar as funções,

responsabilidades e relações hierárquicas do

pessoal alocado no projeto, além do plano de

gerenciamento de pessoal

Contratação ou mobilização da equipe do

Projeto

Obter recursos humanos necessários ao

projeto

Desenvolvimento da equipe do Projeto Fazer a melhoria das competências e interar

os membros da equipe a fim de aprimorar o

desempenho das pessoas envolvidas no

projeto

Gerenciamento da equipe do Projeto Acompanhar o desempenho da equipe, dar

retorno, atuar nos problemas e proceder às

mudanças coordenadas visando um melhor

desempenho do projeto

Quadro 2.6 - Objetivos dos Processos do Gerenciamento de RH Fonte: Autor

Segundo o PMBOK® (2004), a equipe de gerenciamento de projetos é um

subconjunto da equipe do projeto e é responsável pelas atividades de

gerenciamento de projetos, como planejamento, controle e encerramento.

Esse grupo de pessoas pode ser chamado de equipe principal, executiva ou

líder. Em projetos menores, as responsabilidades de gerenciamento de

projetos podem ser compartilhadas por toda a equipe ou administradas

unicamente pelo gerente de projetos.

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2.7 - Gerenciamento das Comunicações

Envolve os processos necessários para assegurar que a geração,

obtenção, armazenamento e distribuição de informações do projeto sejam

feitos de forma adequada.

O PMBOK® subdivide o gerenciamento das Comunicações em 4

processos:

PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DAS COMUNICAÇÕES

Processos Objetivos

Planejamento das Comunicações Identificar as necessidades de informação

pelas partes interessadas no projeto

Distribuição das informações Encaminhar tempestivamente as informações

pertinentes ao projeto para as partes

interessadas

Elaboração de relatório de desempenho Coletar e distribuir as informações pertinentes

ao desempenho do projeto

Gerenciamento das partes interessadas Gerenciar as comunicações de acordo com

os requisitos das partes interessadas no

projeto.

Quadro 2.7 - Objetivos dos Processos do Gerenciamento das Comunicações Fonte: Autor

Segundo o PMBOK® (2004), os processos de gerenciamento das

comunicações do projeto fornecem as ligações críticas entre pessoas e

informações que são necessárias para comunicações bem-sucedidas.

Os gerentes de projetos podem gastar um tempo excessivo na

comunicação com a equipe do projeto, partes interessadas, cliente e

patrocinador.

Todos os envolvidos no projeto devem entender como as

comunicações afetam o projeto como um todo.

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2.8 - Gerenciamento de Riscos

Envolve os processos relacionados à identificação, análise e resposta

aos riscos do projeto.

O PMBOK® subdivide o Gerenciamento de Riscos em 6 Processos:

PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DE RISCOS

Processos Objetivos

Planejamento do Gerenciamento de Riscos Planejar e executar as atividades do

gerenciamento de riscos do projeto

Identificação de Riscos Identificar os riscos que provavelmente de

alguma maneira podem afetar o projeto e

documentar as características dos riscos

Análise Qualitativa de Riscos Priorizar os riscos identificados em função da

probabilidade e impactação ao projeto

Análise Quantitativa de Riscos Analisar em termos numéricos, o impacto dos

riscos aos objetivos do projeto

Planejamento de respostas a Riscos Desenvolver opções e ações visando o

aumento das oportunidades e redução das

ameaças aos objetivos do projeto

Monitoramento e Controle de Riscos Acompanhar os riscos identificados, monitorar

riscos residuais, identificar novas ameaças,

executar o plano de respostas a riscos e

avaliar sua eficácia durante o ciclo de vida do

projeto

Quadro 2.8 - Objetivos dos Processos do Gerenciamento de Riscos Fonte: Autor

Os riscos de um projeto são eventos e condições incertas que caso

ocorram, terão um impacto positivo ou negativo, sobre pelo menos um objetivo

do projeto, como tempo, custo, escopo ou qualidade (ou seja, em que o

objetivo de tempo do projeto é a entrega de acordo com o cronograma

acordado; em que o objetivo de custo do projeto é a entrega de acordo com o

custo acordado, etc.). Os riscos podem ter uma ou mais causas e, se

ocorrerem, pode causar um ou mais impactos. (PMBOK®, 2004).

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2.9 - Gerenciamento de Aquisições

Envolve os processos necessários para a aquisição de bens e serviços

fora da organização executora do projeto.

O PMBOK® subdivide o Gerenciamento de Aquisições em 6

Processos:

PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DE AQUISIÇÕES

Processos Objetivos

Planejamento de Compras e Aquisições Determinar o que deve ser comprado ou

adquirido e elaborar o cronograma de

compras e aquisições

Planejamento das Contratações Documentar os requisitos dos produtos e

serviços, identificarem possíveis fornecedores

Solicitação de respostas dos Fornecedores Obter informações de fornecedores incluindo

cotações, preços e propostas

Seleção de Fornecedores Analisar propostas, selecionar fornecedores e

negociar contrato formal

Administração de Contrato Gerenciar o contrato junto aos fornecedores,

analisar e documentar o desempenho dos

fornecedores estabelecendo ações corretivas

se necessárias

Encerramento de Contratos de Fornecimento Encerrar formalmente cada contrato, incluindo

todos os itens pendentes

Quadro 2.9 - Objetivos dos Processos do Gerenciamento das Aquisições Fonte: Autor

O gerenciamento de aquisições do projeto inclui os processos de

gerenciamento de contratos estabelecidos e de controle de mudanças

necessários para administrar estes contratos ou pedidos de compra emitidos

por membros da equipe de gerenciamento do projeto, incluindo a

administração de qualquer contrato emitido por uma organização externa.

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CAPÍTULO III

A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO ESCOPO

NA GESTÃO DE PROJETOS DE REPAROS NAVAIS

A indústria naval encontra-se em ascensão com o expressivo aumento

da demanda por novas construções de embarcações marítimas.

Entretanto, no segmento de reparo naval brasileiro, existe um déficit de

capacidade devido à rápida expansão da frota marítima4 operante e este

cenário tem se agravado com a migração de estaleiros para a construção naval

devido ao grande numero de encomendas e incentivos governamentais.

A oferta de diques e serviços de reparos navais é concentrada nos

estados do Rio de Janeiro e São Paulo e atualmente, desde 2006, a demanda

das atividades de reparos navais encontra-se estável.

Os armadores são prejudicados com a indisponibilidade de diques com

capacidade de grandes reparos e tem contra eles o ônus do deslocamento das

rotas para reparo das suas embarcações em estaleiros internacionais.

A exigência de mão de obra experiente, dificuldade na previsibilidade

da execução dos serviços, aliados aos prazos curtos (média de 2 a 4 semanas

por navio), torna ainda mais necessário o gerenciamento nestes tipos de

projetos.

Percebe-se a importância do gerenciamento do escopo na gestão de

projetos de reparos navais.

4 Grupo de embarcações marítimas civis ou militares

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3.1 – Conceitos de Reparos Navais

O segmento de reparos navais tem a maior sinergia com a indústria de

construção naval. Em ambos os casos encontramos o chamado Job Shop

Clássico, que consiste num sistema produtivo com poucas atividades

repetitivas.

As atividades de reparos navais exigem um conjunto de instalações

dedicadas e com elevados custos de instalação e manutenção.

Os diques não são compartilhados com navios em construção, e os

grandes equipamentos também não são comuns aos dois segmentos.

Os reparos navais têm origem de caráter emergencial ou programada:

ORIGEM DOS REPAROS

NAVAIS

FATORES CONSEQUÊNCIAS

Emergencial

Ocasionados por:

• Acidentes

• Panes

• Colisões

• Responsável por 30% das

docagens em estaleiros

brasileiros (Fonte: Estaleiro

Enave & Renavi)

Programada

Vistorias da Sociedade

Classificadora:

• Anuais

• Intermediarias

• Especiais

• A cada 5 anos todos os

equipamentos são vistoriados

1 vez por ano

• 2 docagens são necessárias

por ciclo quando são

vistoriadas as obras vivas

• Responsável por 70% das

docagens em estaleiros

brasileiros

• As vistorias demandam

reparos para que os

equipamentos sejam

aprovados nas certificações

da Sociedade Classificadora

Quadro 3.0 – Origem dos Reparos Navais Fonte: Adaptado de CEGN (2009) pelo autor

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Sendo a origem dos reparos emergencial ou programada, a situação

geográfica do estaleiro torna-se fundamental.

O desvio de rota de uma embarcação para docagem5 ocasiona

períodos fora de serviço além dos significativos gastos com combustível.

As atividades de reparos incrementam evolução tecnológica das

indústrias, propiciam oportunidades para novos projetos e materiais, alem da

obtenção de know how.

Outro benefício econômico social importante é a criação de grandes

cadeias de fornecedores de suprimentos e de serviços típicos de estaleiro.

As indústrias de reparos navais ajudam no desenvolvimento da

indústria de navipeças, denominação das indústrias de produção de material e

peças de embarcações marítimas.

Um caso notável da importância dos reparos navais pode ser visto em

Cingapura desde quando foi inaugurado o 1º dique seco em 1859.

Naquele país asiático, as atividades de reparo naval ultrapassam em

mais de 50% das receitas totais ligadas ao ramo naval. A excelente

localização, no estreito de Malacca, ponto de rota comercial marítima entre a

China, Japão e Europa, é fator determinante para o sucesso de Cingapura nas

atividades de reparos navais.

5 Recinto cavado à beira do mar ou rio de forma a receber uma ou mais embarcações em simultâneo

para vistorias, limpeza do casco, reparos ou construção

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3.2 – O gerenciamento do escopo aplicado em projetos de

reparos navais

A clareza do que vamos efetivamente executar, permite aos gerentes

menores incertezas nas estimativas de prazos e o mais importante, dos custos

dos projetos de reparos navais.

3.2.1 – A formação da equipe de gerenciamento

Apesar de ser atribuição de responsabilidade do gerente de projeto, o

gerenciamento do escopo em reparos navais deve ser apoiado por uma equipe

com experiência o bastante para uma atividade de tamanha importância.

Alem dos especialistas em planejamento e custos, a equipe deve ser

composta por pessoal técnico, especialistas em estruturas navais, mecânica,

máquinas e motores, tubulações, eletricidade e eletrônica, testes e provas de

cais e mar.

Na maioria dos estaleiros, subordinado ao gerente de projeto, é

escalado um profissional dedicado exclusivamente ao escopo, atuando como

gerente de casco.

3.2.2 – Processos de gerenciamento do escopo aplicado a

reparos navais

Como já citado no capitulo anterior, a característica Job Shop de

poucas atividades repetitivas nos reparos navais tornam ainda mais difíceis a

definição e o detalhamento do escopo destes tipos de projeto. No PMBOK® é

posto que gerentes de projetos freqüentemente comentem sobre a chamada

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restrição tripla (escopo, tempo e custo) no gerenciamento de necessidades

conflitantes do projeto.

Figura 3.2.2 Restrição Tripla PMBOK® (2004) – Fonte: Notas de aula - IAVM (2010)

A utilização dos 5 processos de gerenciamento do escopo

preconizados pelo PMBOK® (2004), garante que o projeto possa abranger

todas as atividades necessárias para consecução dos seus objetivos tanto

pelo armador contratante como pelo estaleiro executor.

É apresentado a seguir cada processo:

PRIMEIRO PROCESSO Objetivos

Planejamento do Escopo

Definir o plano de gerenciamento do escopo e

fazer a verificação deste através da estrutura

analítica do projeto (EAP) criada

posteriormente

Quadro 3.2.2.1 - Planejamento do Escopo em Projetos de Reparos Navais Fonte: Autor

A equipe define o plano de gerenciamento do escopo colhendo dados

e informações da capacidade do estaleiro nos seguintes aspectos:

• Fatores ambientais do estaleiro

Escopo

Tempo Custo

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• Disponibilidade de ar comprimido, água, energia elétrica

• Disponibilidade de diques e veículos de manobra de carga

• Disponibilidade de ferramentas e máquinas operatrizes

• Disponibilidade de mão-de-obra capacitada tecnicamente

• Capacidade do mercado de navipeças

Feito o estudo com os dados obtidos e viabilizado o projeto, a equipe

de gerenciamento elabora um procedimento técnico de inspeções e testes de

funcionamento dos diversos sistemas operacionais das embarcações

marítimas antes e durante os períodos de docagem no estaleiro.

O armador, proprietário da embarcação também pode fornecer ao

estaleiro executor dos reparos resultados de vistorias obtidas junto a

classificadoras técnicas como, por exemplo, o Bureau Veritas Brasil

http://www.bureauveritas.com.br que é uma empresa que tem por finalidade

assegurar a conformidade às regulamentações internacionais garantindo a

segurança e confiabilidade das embarcações marítimas.

Com este procedimento, ainda no processo de planejamento do

escopo, garantimos uma estimativa mais realística do que vamos realmente ter

que executar para que a embarcação possa voltar a navegar com segurança e

eficiência.

Neste ponto a equipe começa a definir a Estrutura Analítica do Projeto

(EAP) ou Work Breakdown Structure (WBS).

É fundamental a utilização de múltiplas opiniões especializadas,

diagramas, desenhos de fabricação, manuais de operação, normas técnicas e

formulários de testes.

São gerados relatórios de inspeções e o plano do gerenciamento do

escopo, como saídas deste processo.

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SEGUNDO PROCESSO Objetivos

Definição do Escopo Fazer a declaração do escopo do projeto que

será base para futuras decisões

Quadro 3.2.2.2 - Definição do Escopo em Projetos de Reparos Navais Fonte: Autor

A equipe faz a declaração do escopo detalhadamente como base para

futuras decisões acerca do projeto.

É fundamental que as necessidades, desejos e expectativas do

armador sejam analisados e convertidos em requisitos do projeto, pois nem

sempre estes têm a noção exata dos reparos que devem ser executados.

O armador tende a somente ter a preocupação com os prazos e custos

menores. Do outro lado, os estaleiros devem atentar a qualidade, custos e

principalmente segurança das embarcações.

TERCEIRO PROCESSO Objetivos

Criação da Estrutura Analítica do Projeto

(EAP)

Decompor as entregas do projeto e do

trabalho do projeto em componentes

menores, mais tangíveis de se gerenciar

Quadro 3.2.2.3 - Criação da Estrutura Analítica em Projetos de Reparos Navais Fonte: Autor

A equipe subdivide as principais entregas do projeto e do trabalho do

projeto em componentes menores facilitando o gerenciamento, e elabora a

estrutura analítica do projeto (EAP) assim como o dicionário da EAP e a linha

de base.

Mais uma vez é destacada a importância de que sejam ouvidas

múltiplas opiniões especializadas para planejar a seqüência e os recursos

necessários das atividades para cumprimento do escopo do projeto e a

utilização de ferramentas como o WBS Chart Pro®, software para construção

da estrutura analítica do projeto (EAP).

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Em face da necessidade de se diagnosticar a extensão dos reparos, os

projetos desta natureza possuem alto grau de exclusividade raramente

permitindo a utilização de EAP de projetos anteriores como modelo para novos

projetos.

É fundamental para criação da EAP, a disponibilidade dos relatórios de

inspeções e testes elaborados ainda no processo de planejamento do escopo.

As entregas (deliverables) devem ser bem explicitas na EAP e

factíveis de atingir, podendo ser eventos principais ou milestones que designa

pontos de controles em um cronograma através da definição de marcos de

desenvolvimento.

Representam a conclusão de um conjunto de tarefas ou fase, passiva

de aprovação e formalização por parte do cliente, tais como docagem, pintura

do casco, pronto estrutural, set-to-work, desdocagem, provas de cais e de mar.

QUARTO PROCESSO Objetivos

Verificação do Escopo Aceitar formalmente as entregas do projeto ou

uma fase deste que foram concluídas.

Quadro 3.2.2.4 - Verificação do Escopo em Projetos de Reparos Navais Fonte: Autor

A equipe formaliza a aceitação das entregas (deliverables) do projeto

terminadas.

É de fundamental importância que a equipe faça ações continuas de

monitoramento e verificação das condições e dos resultados obtidos durante a

execução dos reparos comparando com a declaração do escopo atualizada.

A verificação do escopo deve ser feita concomitantemente ao

andamento da execução das atividades dos reparos.

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QUINTO PROCESSO Objetivos

Controle do Escopo Controlar as mudanças no escopo do projeto.

Quadro 3.2.2.5 - Controle do Escopo em Projetos de Reparos Navais Fonte: Autor

Novos pedidos de serviços pelo armador durante a execução do

cronograma de reparos também impactam na mudança do escopo e são bem

comuns neste tipo de atividade industrial.

Qualquer serviço inesperado que envolva segurança na operatividade

da embarcação e que não esteja previsto no contrato, deve ser imediatamente

discutido entre o estaleiro e o armador.

O controle do escopo em projetos de reparos navais garante que as

mudanças sejam acordadas entre o armador e o estaleiro, alem de gerenciar

as mudanças quando ela acontecer.

Controlar o escopo do projeto de reparos navais trata de influenciar os

fatores que criam mudanças no escopo do projeto e de controlar o impacto

dessas mudanças principalmente no que tange a dois aspectos importantes

que são os custos dos reparos e o tempo de inatividade da embarcação.

O controle do escopo garante que todas as mudanças solicitadas e

ações corretivas recomendadas sejam processadas por meio do controle

integrado de mudanças dos reparos.

As mudanças não controladas são freqüentemente chamadas de

aumento do escopo do projeto e devem ser evitadas sempre que possível.

É fato de que o controle do escopo em reparos navais torna-se

fundamental no processo de gerenciamento do projeto devendo, portanto ter o

maior cuidado possível por parte do gerente de projeto e toda sua equipe deve

estar atenta para evitar o aumento deste processo.

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3.2.3 – Considerações finais

Em reparos navais, é fato que mudanças são quase inevitáveis

exigindo bastante aplicação por parte da equipe no controle do escopo para

que sejam efetivamente atualizadas a declaração do escopo, a EAP e seu

respectivo dicionário e o plano de gerenciamento do projeto.

A mudança de escopo dar-se-á á partir de relatórios de desempenho,

atrasos no recebimento de materiais encomendados, reparos ainda não

diagnosticados ou inopinados.

Um exemplo clássico de reparos inopinados bem comum neste tipo de

atividade é a extensão dos danos provocados pela chamada corrosão por pites

que vem a ser uma forma de corrosão localizada com a formação de pequenas

cavidades e profundidade significativa frente a espessura do material das

estruturas das embarcações.

A mudança de escopo geralmente acontece quando da troca das

chapas de aço afetadas que tendem a aumentar a extensão dos reparos.

Tanto para este tipo de atividade como para de outras naturezas, os

processos de gerenciamento do escopo interagem entre si, e com os outros

processos das outras áreas de gerenciamento de projetos.

Basta acompanhar um projeto desta natureza para perceber

claramente o quanto é importante o escopo em atividades de reparos navais.

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CONCLUSÃO

Não diferente de qualquer ramo de atividade comercial, estaleiros

também necessitam aplicar técnicas de planejamento e controle industrial,

aumentando a possibilidade de auferir maiores lucros na prestação de serviços

de reparos navais.

Oferecer serviços de alta tecnologia a preços baixos, menor tempo de

execução, garantindo qualidade, é o desejo maior de qualquer estaleiro do

mundo.

As técnicas de gerenciamento de projetos preconizadas pelo PMI®

através do PMBOK® (2004) estão sendo amplamente utilizadas pelos diversos

estaleiros navais internacionais e nos poucos estaleiros brasileiros que buscam

espaço na concorrência.

Esta monografia fez definições acerca de projetos e suas

características principais, relatou o porquê de se gerenciar projetos, comentou

sobre o Project Management Institute (PMI®), conceituou as nove áreas de

gerenciamento de projetos segundo o PMBOK® (2004) dando ênfase à

importância de se gerenciar o escopo em reparos navais.

Foi concluído que em projetos de reparos navais, em que nem sempre

a definição do escopo pode ser efetivada desde início, a aplicação dos

processos de gerenciamento torna-se fundamental, pois vai designar a

viabilidade, o dimensionamento, e o sucesso do projeto.

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FGV, 2009.

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Disponível em: http://www.gestaonaval.org.br/Estudos

Acessado em 28/03/2010.

CENTROS DE ESTUDO EM GESTÃO NAVAL. Metodologia para definição de

estrutura de produto para um navio. 2007.

Disponível em: http://www.gestaonaval.org.br/Estudos

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LAROSA, Marco Antonio; AYRES, Fernando Arduini. Como produzir uma

monografia. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2008.

LIMA DE PAULA, André Luís. Definição de Gestão, Administração e

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PMI, Project Management Institute. Um guia do conjunto de Conhecimentos

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SOTILLE, Mauro Afonso; MOURA MENEZES, Luis César de; SILVA XAVIER,

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VALERIANO, Dalton L. Moderno Gerenciamento de Projetos. Rio de Janeiro:

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VARGAS, Ricardo Vargas. Manual Prático do Plano de Projeto. Rio de Janeiro:

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 10

A Gestão de Projetos pelo PMI® 10

1.1 - O Project Management Institute PMI® 10

1.2 - Projetos e suas características principais 11

1.3 - Porque gerenciar Projetos 12

1.3.1 - Administração, Gestão e Gerenciamento 12

1.3.2 - A evolução do Gerenciamento de Projetos 13

1.3.3 - O Gerenciamento de Projetos segundo o PMI® 15

CAPÍTULO II 21

As áreas de Gerenciamento de Projetos segundo o

PMBOK® 21

2.1 - Gerenciamento da Integração 22

2.2 - Gerenciamento do Escopo 23

2.3 - Gerenciamento do Tempo 24

2.4 - Gerenciamento de Custos 25

2.5 - Gerenciamento da Qualidade 26

2.6 - Gerenciamento de Recursos Humanos 27

2.7 - Gerenciamento das Comunicações 28

2.8 - Gerenciamento de Riscos 29

2.9 - Gerenciamento de Aquisições 30

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CAPÍTULO III 31

A Importância do Gerenciamento do Escopo na Gestão de

Projetos de Reparos Navais 31

3.1 - Conceitos de Reparos Navais 31

3.2 - O Gerenciamento do Escopo aplicado em Projetos de

Reparos Navais 33

3.2.1 - A Formação da Equipe de Gerenciamento 33

3.2.2 – Os Processos de Gerenciamento do Escopo

aplicado á Reparos Navais 34

3.2.3 – Considerações Finais 38

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

ÍNDICE 43

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK®). Segundo VARGAS (2005) o PMBOK® é uma denominação que representa todo somatório de

46

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Instituto a vez do Mestre - UCAM

Título da Monografia: A importância do Escopo na Gestão de Projetos de

Reparos Navais

Autor: José Roberto Appolinário de Abreu

Data da entrega: Maio 2010

Avaliado por: Conceito: