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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE TREINAMENTO EM LIDERANÇA DENTRO DO SERVIÇO PÚBLICO. Por: Carla Cristina Passos Fernandez Orientador Prof. Carlos Cereja Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE TREINAMENTO EM

LIDERANÇA DENTRO DO SERVIÇO PÚBLICO.

Por: Carla Cristina Passos Fernandez

Orientador

Prof. Carlos Cereja

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE TREINAMENTO EM

LIDERANÇA DENTRO DO SERVIÇO PÚBLICO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de Recursos

Humanos.

Por: Carla Cristina Passos Fernandez

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AGRADECIMENTOS

Aos meus professores que me

incentivaram a tornar-me uma

pesquisadora.

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DEDICATÓRIA

A Deus, à minha família e ao meu

namorado, por todo apoio dado em todos

os momentos.

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RESUMO

Este trabalho visa pesquisar acerca das consequências que uma

organização pode sofrer com a falta de treinamento adequado para seus

líderes e sem o mapeamento adequado das competências necessárias para o

desempenho da função, mantendo sua equipe motivada e produzindo os

melhores resultados. O Serviço Público possui algumas peculiaridades com

relação à designação de seus chefes bem como uma limitação legal

decorrente da função pública. O chefe precisa ser devidamente escolhido,

baseado em critérios objetivos e perfis predefinidos, o que se não houver irá

gerar problemas como os que serão abordados durante o nosso trabalho.

Assim, o propósito deste trabalho perpassa os conceitos de liderança,

treinamento (voltado para a liderança), motivação e suas teorias e as

consequências quando não há algum ou todos estes elementos em perfeito

funcionamento na organização. Estes fatos se tornam mais complexos ao se

tratar do Serviço Público, haja vista a cultura organizacional já instaurada de

comodismo e falta de comprometimento com a Instituição, o que gera sérios

prejuízos à Administração Pública, de um modo geral, como pode ser

percebido ao largo deste estudo.

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METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho, foi utilizada a metodologia do incentivo

à pesquisa, através de renomados autores que versam sobre o tema abordado

e inclui desde a leitura de livros, visita a páginas da Internet, um estudo de

caso realizado em uma autarquia pública federal (que está em anexo ao

documento), aplicação de questionários e entrevistas.

Houve ainda a colaboração de diversos professores da AVM que

auxiliaram incentivando e indicando bibliografias a serem utilizadas nesta

monografia.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Liderança no Serviço Público 11

CAPÍTULO II - Treinamento aplicado à Liderança 20

CAPÍTULO III – Consequências da falta de Treinamento 29

CONCLUSÃO 35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39

REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS 40

ANEXO I 42

ANEXO II 44

ANEXO III 45

ANEXO IV 46

ANEXO V 47

ANEXO VI 48

ANEXO VII 49

ÍNDICE 50

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INTRODUÇÃO

Há muitos anos, ouve-se falar que no Serviço Público para poder

crescer só através de indicação, mas de onde surgiu essa visão? A partir de

questionamentos como esses que se criou a necessidade de se estudar como

se dá o treinamento para os líderes e gestores dentro desta parte do mercado

de trabalho – a Administração Pública.

É fato que, atualmente, aumentou-se a busca por concursos públicos,

profissionais muitas vezes abrindo mão de salários altos em troca da

estabilidade. Porém nem todos possuem o perfil para ser funcionário público, e

outras vezes são contaminados pelo comodismo daqueles que se deixaram

engessar pelo modelo burocrático aplicado.

O mercado de trabalho está evoluindo, e com ele aparece a

necessidade de profissionais mais competitivos e qualificados. Já no Serviço

Público, não há, na maioria das vezes, o estímulo para o aperfeiçoamento

desses servidores ou um Plano de Carreira que desperte neles a vontade do

contínuo aprendizado.

Há outro jargão muito conhecido dentro desta esfera que diz:

“Antiguidade no Serviço Público é posto”. Ou seja, é valorizado, para fins de

promoção, pela Administração Pública, o servidor antigo, muitas vezes

acomodado em seu aprendizado e com pouca atualização sobre novas rotinas

e legislações, e não aquele servidor recém-chegado com novas ideias e com

capacidade crítica e de mudança de um modelo já existente e desatualizado.

Foi a partir desta visão, que é conhecida pela sociedade, que surgiu a

necessidade de abordar tal temática neste trabalho. E no que tange à

liderança, serão avaliados os critérios utilizados para tal designação, bem

como o preparo dos escolhidos para assumir tal função, levando em

consideração o perfil profissional para tal cargo, o relacionamento com os

demais colegas de trabalho e o conhecimento necessário para o

acompanhamento dos seus subordinados.

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Assim, o tema a ser abordado nesse trabalho é a falta de treinamento

adequado para os líderes no Serviço Público, incluindo as consequências que

estes gaps podem causar entre eles assédio moral, desmotivação e outros.

A partir deste tema surgiu a necessidade de se questionar como a falta

de capacitação e treinamento pode impactar o processo de liderança dentro do

Serviço Público, que benefícios ou malefícios pode trazer e como abordar tais

aspectos através de treinamento adequado e mapear o perfil através das

competências necessárias para assumir o cargo.

Através de conhecimento de polêmicas sobre o assédio moral e a

experiência vivida dentro do Serviço Publico, surgiu o interesse de aprofundar

uma pesquisa com no foco na relação existente entre a falta de treinamento de

líderes e suas consequências no desempenho humano e inclusive no clima

organizacional.

A falta de liderança no Serviço Público é algo engessado em termos de

cultura organizacional, parte disso fruto da estabilidade adquirida pelo servidor

público. Sendo assim, sem o devido preparo de uma chefia, que muitas vezes

ocorre por indicação (e não por competência) e outras vezes por falta de um

funcionário treinado ou com perfil adequado (pois não há vantagens explícitas

quanto à valorização da chefia, incluindo a baixíssima gratificação na maioria

dos casos) é uma realidade problemática e faz com que não haja um líder,

mas sim um chefe, burocrático e autoritário, gerando entre outros fatores, as

consequências explicitadas acima.

Foi a partir destes primeiros pensamentos que surgiu a necessidade de

buscar conhecimentos científicos para melhor esclarecer essas relações que

existem no ambiente organizacional.

Este trabalho tem como principal objetivo verificar como a falta de

capacitação e treinamento pode impactar o processo de liderança na esfera

pública e, secundariamente, verificar a relação entre a falta de treinamento

para a liderança e o assédio moral e como a relação entre a desmotivação e a

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falta de preparo dos líderes pode ser altamente desmotivadora, conseguindo

muitas vezes destruir um bom ambiente organizacional.

A hipótese que vai ser desenvolvida neste trabalho se refere ao

questionamento acerca de se a falta de treinamento adequado pode gerar,

como impacto direto na liderança na Administração Pública, consequências

como assédio moral, desmotivação e diminuição do desempenho do

funcionário, além de não permitir seu crescimento profissional por falta de

treinamento adequado.

O primeiro capítulo desenvolve um breve histórico de admissão de

pessoal no serviço público, bem como algumas definições sobre chefia e

liderança, bem como os critérios utilizados pelas atuais administrações na

escolha de suas chefias.

O segundo capítulo abordará os tipos de treinamento adequados, suas

principais definições e como esse treinamento se relaciona com a liderança

dentro da limitação do serviço público, que possui um regime jurídico

(legislação específica) que rege a vida funcional dos servidores, incluindo seus

direitos e deveres, licenças e demais prerrogativas inerentes aos servidores,

respeitando as esferas federativas a que estão subordinados.

Já o terceiro apresentará as consequências que poderão surgir quando

há uma má gestão de pessoas, a partir de um treinamento inadequado ou

insuficiente em liderança ou a escolha de uma chefia sem a análise prévia e

diagnostica o perfil adequado para assumir determinado cargo.

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CAPÍTULO I

LIDERANÇA NO SERVIÇO PÚBLICO

1.1 ) Origem da Administração Pública

A Administração Pública divide-se em dois tipos: Direta e Indireta. A

primeira refere-se aos entes públicos, conhecidos como União (Nacional),

Estados e Distrito Federal (âmbito estadual) e Municípios. Já a Administração

Indireta atende pelas descentralizações administrativas destes entes públicos,

subdividindo-se em quatro blocos: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas

Públicas e Sociedades de Economia Mista, sendo especificamente abordadas

as autarquias, já as demais possuem características específicas que não serão

abordadas neste trabalho.

Na Administração Direta, bem como na Autárquica e Fundacional, os

servidores possuem um regime jurídico próprio, de acordo com a esfera em

que atue (federal, estadual ou municipal), já nas Empresas Públicas bem como

nas Sociedades de Economia Mista, o regime é o celetista (regidos pela CLT –

Consolidação das Leis Trabalhistas).

Para ingresso na Administração Pública faz-se necessária a realização

de concurso público de provas ou de provas e títulos (de acordo com a

natureza e complexidade do cargo), porém como o concurso, na maioria das

vezes não é suficiente para preencher toda a necessidade de pessoal das

Instituições, criou-se outras formas, não estáveis, de se ingressar no Serviço

Público, como por contratos temporário, as fundações que adotam o regime

celetista entre outros.

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1.2) Conceitos de Liderança x Chefia

A Chefia e a Liderança, embora seja percebidas por alguns como

sinônimos, possuem características bem distintas, desenvolvendo ambientes

completamente diferentes e criam com seus subordinados um vínculo de

trabalho completamente oposto.

Segundo a Teoria de Frederick Herzberg, existem dois fatores que

atuam na satisfação e motivação das pessoas: os Fatores Higiênicos e os

Motivacionais, que serão descritos mais a frente. O importante a saber é que

estes fatores podem auxiliar os administradores públicos a alcançar os

objetivos e metas estabelecidos.

A Chefia é um dos principais fatores agregadores, segundo a Teoria dos

Dois Fatores de Herzberg, que são auxiliados pelos fatores Higiênicos

(Ambientais) e podem provocar o servidor a realizar atividades além daquelas

já desempenhadas cotidianamente.

Os Fatores Higiênicos são os que contribuem para a insatisfação no

trabalho e se referem às condições que rodeiam o funcionário enquanto

trabalha, incluindo as condições físicas e ambientais de trabalho. Entre os

exemplos destes fatores podemos citar: políticas organizacionais, condições de

trabalho, salário e relacionamento entre as pessoas. Esses fatores não levam

à satisfação, apenas evitam a insatisfação, ou seja, é uma atitude preventiva

quanto à insatisfação.

Já os Fatores Motivacionais contribuem para a satisfação do trabalho e

se referem ao conteúdo do cargo, bem como suas atividades e obrigações

dentro da organização. Estes fatores já possuem um efeito mais duradouro e

provocam aumento no desempenho, devido ao seu poder de gerar satisfação

no funcionário. Como exemplo, é possível citar: Reconhecimento,

Responsabilidade e Crescimento do profissional.

Essa teoria pode ser aplicada aos servidores públicos, pois é possível

perceber a insatisfação destes funcionários na realização de suas tarefas

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diárias, porém para analisar este caso, deve-se levar em conta que os

servidores possuem fatores próprios que causem sua motivação.

Muitas pessoas acreditam que a motivação está ligada a fatores como

salário, mas nota-se que, na verdade, a função do salário é evitar a

insatisfação, o que não quer dizer que gera satisfação no funcionário. A

motivação no caso do servidor público, deveria se dar na estabilidade que é

adquirida, bem como na valorização de suas atividades e de seu

profissionalismo.

Para entender quais as consequências da falta de treinamento e

preparo dos líderes, há que se definir dois conceitos que causam confusão

entre as pessoas: chefia e liderança. Tais conceitos possuem vertentes

opostas, mas sua má execução traz prejuízos a qualquer organização. Para

evitar esses problemas, Robbins afirma como deve se dar a liderança, no

mundo contemporâneo, e que pode e deve ser aplicada também no Serviço

Público.

“As organizações precisam de liderança forte e

administração forte para atingir sua eficácia ótima. No

mundo dinâmico de hoje, precisamos de líderes que

desafiem o status quo, criem visões de futuro e sejam

capazes de inspirar os membros da organização a querer

realizar essas visões. Também precisamos de

administradores para elaborar planos detalhados, criar

estruturas organizacionais eficientes e gerenciar as

operações do dia-a-dia.”

(Robbins, 2002, p.304)

Esta citação afirma que a liderança não depende exclusivamente de um

administrador, e vice-versa. Liderar significa, nesta perspectiva, servir, tomar

as decisões em grupo, apoiar e motivar a equipe, e a melhor maneira de

incentivá-los é através do exemplo dado pelo líder.

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Bergamini afirma ainda que “Liderar é, inicialmente, ser capaz de

administrar o sentido que as pessoas dão àquilo que estão fazendo”,

acrescentando ainda que:

“(...) essa administração do sentido implica o

conhecimento e domínio das características da cultura da

organização, ao mesmo tempo em que liderar exige

também o conhecimento do sentido que cada um dá à

atividade que desempenha”

(Bergamini, 1994, p.22)

E finaliza reconhecendo que “no cruzamento dessas duas fontes de

significado é que o líder se tem proposto, cada vez de forma mais clara, como

elemento-chave dentro das organizações” (Bergamini, 1994: 22).

Para ser um bom líder é necessário possuir algumas características que

o farão motivar sua equipe, apoiá-la e servi-la sempre que necessário. O líder

deve ser curioso, para saber ouvir as opiniões e crenças de sua equipe; deve

ser criativo, para administrar mudanças bem como surpreender positivamente

sua equipe; deve ser comunicativo, trazer os problemas reais para seu grupo,

sendo sincero e ter poder de se expressar corretamente, sendo educado e

polido; deve ter caráter, para saber diferenciar o certo do errado, e tomar as

melhores decisões para o grupo, de acordo com as suas necessidades; deve

ter coragem, para se comprometer e negociar a favor de seus funcionários;

deve ter convicção, para seguir seus objetivos até o fim; deve ter carisma, que

é a habilidade de inspirar seus subordinados; deve ter competência, para fazer

com que seus subordinados saibam como realizar tais atividades e, finalmente,

deve ter senso comum (common sense) nas suas atitudes, ou seja, ser justo e

moderado.

Já a figura do chefe, e não mais do líder, existe em organizações

constituídas por hierarquias onde é conferido a alguns funcionários o poder de

conduzir e controlar o comportamento de quem a eles está subordinado, sem

levar em consideração a opinião de quem está diretamente executando as

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atividades: seus subordinados, e por muitas vezes não ouvi-los comete erros e

não os valoriza, provocando um ambiente hostil e deixando seus funcionários

completamente desmotivados, inclusive porque como já foi abordado o

reconhecimento é uma importante ferramenta para atingir a motivação da

equipe.

Essa é a principal diferença entre liderança e chefia: um líder é sempre

um chefe, mas um chefe pode não ser um líder.

1.3) Tipos de Liderança e sua aplicação no Serviço

Público

Existem diversos tipos de líderes, que exercem sua influência através

dos mais diversos meios e exemplos.

O “líder carismático” é aquele que lidera através da confiança, da

obediência natural e do envolvimento emocional, aceitando indiscutivelmente

as solicitações de seu líder. Outro tipo é o “líder executivo”, que se caracteriza

por sua excepcional habilidade técnica e sua competência, prezando pela

ordem na organização.

Já o “líder coercitivo” se utiliza da imposição de sua vontade, podendo

inclusive chegar à violência física ou verbal, gerando uma relação instável com

seu subordinado. Há ainda o “líder distributivo” que tem a função de delegar

tarefas, controlando e cobrando os resultados estipulados. Estes não permitem

a participação de seus subordinados nos processos de decisão da empresa,

mantendo um distanciamento de seu papel em relação aos demais

funcionários.

O “líder educativo” é identificado através de seu exemplo de postura e

comprometimento com seus subordinados, promovendo uma relação de

responsabilidade com o trabalho. Este sim está aberto à troca de

conhecimentos não só técnicos como também interpessoais. E, o “líder

inspirador”, que é considerado um líder natural, exerce sua liderança

espontaneamente, sem a necessidade de dar ordens aos seus liderados, pois

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sua presença influencia diretamente seus liderados de modo que sempre estão

dispostos a cumprir aquilo que é solicitado.

Toda a organização busca um “líder inspirador”, mas esses talvez sejam

os mais difíceis de se encontrar. Ainda mais quando se trata de Serviço

Público, que os critérios para nomeação são dos mais variados tipos, inclusive

os cargos de chefia são de livre designação e livre dispensa, o que quer dizer

que o administrador público tem discricionariedade.

Existem, na área pública, diversos vínculos trabalhistas convivendo no

mesmo ambiente organizacional. Servidores (que prestaram concurso e

possuem estabilidade), cargos em comissão (de livre nomeação e

exoneração), contratos temporários para atender a demandas excepcionais, de

acordo com a legislação e conforme suas necessidades, terceirizados que

complementam as funções não existentes na estrutura da organização e,

finalmente, os estagiários, em algumas instituições, conforme parcerias

realizadas com outras instituições de ensino.

No nosso trabalho, destacaremos a Administração Pública Federal,

composta por ministérios, autarquias, agências reguladoras, fundações e

outros órgãos, haja vista a necessidade do Estado transformar as instituições

públicas em máquinas produtivas menos engessadas e comprometidas com

seu corpo de servidores, valorizando-os. Tais instituições devem ter como

objetivo resultados reconhecidos pelos cidadãos, que sejam de interesse

público e priorizar o atendimento com qualidade a toda a sociedade.

O perfil que está sendo buscado pela atual Administração Pública exige

do gestor liderança, planejamento e pensamento estratégico, conhecimentos

do gerenciamento da máquina pública, capacidade de implantação e gerência

de mudanças, análise e gerenciamento de conflitos, negociação coletiva,

motivação, comprometimento de pessoas e equipes, conhecimentos sobre

desenvolvimento de sistemas de Recursos Humanos, capacidade de delegar

responsabilidades e ao mesmo tempo cobrar resultados e aplicação de

recursos financeiros conforme legislação e gestão de RH.

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Essas transformações estão muito distantes da realidade encontrada

atualmente no Serviço Público. Para implantá-la é necessário um modelo de

gestão de Recursos Humanos que promova a adequada capacitação dos

profissionais da área de RH para que desenvolvam papéis de agentes

facilitadores estratégicos com objetivo de mudar a cultura organizacional das

Instituições públicas.

Dentro das diversas esferas da Administração Pública federal, existe

uma grande liberdade de atuação, no que tange ao conteúdo, qualidade e

disposição dos políticos em se engajar em ações e projetos na área de gestão

de pessoas. Como já foi dito anteriormente nos limitaremos à esfera federal,

pois as legislações em muito se diferenciam das demais esferas.

Atualmente, no âmbito da União, já houve um avanço quanto à

transformação dos departamentos de recursos humanos em gestão de

pessoas, na maioria dos órgãos. Já se introduz conceitos atuais como gestão

de desempenho e competências, remuneração por resultados, gestão

estratégica de RH, equipes com alta performance e treinamentos com

acompanhamento através de avaliações de desempenho.

Na Administração Pública, a cada quatro anos ou menos, há uma

mudança das chefias, com o objetivo de permitir aos servidores que

incorporem o valor da gratificação da função. E isso, por muitas vezes, pode

gerar conflitos para designar os servidores que receberão as chefias. Surge

então o questionamento, de como elaborar um programa de desenvolvimento

de lideranças, onde todos (ou quase todos) os servidores possam ocupar tal

cargo. Que atitudes o atual líder deve possuir para acompanhar os

comportamentos de sua equipe? Como demonstrar sua responsabilidade e

busca de melhor desempenho de sua função?

Para desempenhar tais políticas, é necessário valorizar o âmbito da

gestão de pessoas, permitindo aos chefes, no Serviço Público, desenvolver

efetivamente não somente suas competências como também um perfil

composto de autoconfiança e comportamentos que irão culminar numa atitude

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ativa. Além disso, podemos contar com programas de capacitação de líderes

com foco no gerenciamento eficaz dos processos e persistências que têm

como objetivo provocar mudanças culturais já enraizadas no Serviço Público.

No que tange à gestão pública, os novos concursados devem obedecer

a um estágio probatório pelo período de três anos onde o servidor deve, neste

tempo, demonstrar e desenvolver seus conhecimentos, habilidades e atitudes,

exigidas no exercício referente ao cargo ocupado. Sob esse aspecto, o local de

exercício é um objeto fixo na vida funcional do servidos, haja vista que o

servidor só pode ocupar um local de acordo com o cargo por ele ocupado.

Assim é possível realizar uma racionalização da locação dos servidores

permitir identificar a pessoa certa para o lugar certo, conforme o seu perfil,

observando ainda o quantitativo necessário através da manutenção de um

trabalho de redimensionamento antes de identificar se existe carência de mão-

de-obra.

Para mudar a cultura dos servidores públicos bem como seu

comportamento perante a Administração, faz-se necessário desenvolver um

planejamento estratégico baseado nas seguintes diretrizes: A missão – é a

função social da atividade da empresa dentro de um contexto global – e a

visão – é a forma como a empresa quer ser reconhecida no mercado de

trabalho ou na própria sociedade.

Cabe lembrar que as decisões sob o viés do planejamento estratégico

devem levar em consideração todos os pensamentos e ações da empresa,

incluindo as de seus colaboradores, nunca se distanciando da missão e visão

já previamente definidas, que são as diretrizes básicas para a elaboração de

um planejamento estratégico alinhado aos interesses da organização.

A visão pode ainda ser subdividida em três momentos conforme o prazo

estipulado pela empresa para atingir seu objetivo, caracterizando-se como de

curto, médio ou longo prazo.

O planejamento estratégico está diretamente relacionado à liderança,

visto que esta é fundamental para o cumprimento das diretrizes estipuladas

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pela alta cúpula da Administração. Problemas na designação das chefias bem

como um treinamento inadequado ou insuficiente podem gerar problemas não

só para o líder como para toda a sua equipe, no ambiente organizacional

gerando consequências que serão analisadas posteriormente.

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CAPÍTULO II

TREINAMENTO APLICADO À LIDERANÇA

2.1) Conceitos e aplicação do Treinamento no Serviço Público

O maior capital existente em qualquer organização, seja pública ou

privada, é o capital humano. Por isso há, atualmente, uma valorização do

profissional de RH, por entender que uma Gestão de Pessoas bem realizada,

levará ao sucesso de qualquer organização. Todo o corpo funcional é

fundamental para atingir o sucesso da organização, desde o nível mais

operacional até a alta cúpula da Administração.

Numa Instituição Pública, os servidores tendem a se acomodar,

conforme a cultura que é mantida há muitos anos, e muitas vezes, por falta de

estímulo no próprio plano de carreira. É sob essa perspectiva que surge a

necessidade de se realizar treinamentos adequados para o desenvolvimento

das pessoas.

Os principais objetivos do treinamento e desenvolvimento estão em

preparar as pessoas para a execução das atividades dentro da organização,

desenvolver novas habilidades ou conceitos, transmitir informações (inclusive

na reciclagem ou aquisição de novos programas), aumentar a produtividade

(identificando possíveis gaps dos servidores e elaborando um programa

adequado de treinamento), diminuir o retrabalho (necessidade de se refazer

um processo por falta de um treinamento adequado para sua realização),

melhorar o relacionamento interpessoal (inclusive mediando possíveis

conflitos), entre outros.

Chiavenato entende que o Treinamento e Desenvolvimento podem ser

definidos como “processo pelo qual a pessoa é preparada para desempenhar

de maneira excelente as tarefas específicas do cargo que deve ocupar”.

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Chiavenato (1999, p. 294), também identifica que:

“O treinamento é uma maneira eficaz de delegar valor às

pessoas, à organização e aos clientes. Ele enriquece o

patrimônio humano das organizações”

Já para MARRAS (2001, p. 145),

“Treinamento é um processo de assimilação cultural a

curto prazo que objetiva repassar ou reciclar

conhecimento, habilidades e atitudes relacionadas

diretamente à execução de tarefas ou à sua otimização

do trabalho.”

Isto quer dizer que o treinamento tem uma função de aperfeiçoamento

do profissional, que pode ser tanto no desenvolvimento de gaps que possa ter

em relação a um novo cargo que ocupe ou em um cargo já ocupado, como

também na reciclagem de conhecimentos das atividades da empresa. O

treinamento também pode ser identificado como um processo de valorização

da empresa em relação ao seu funcionário, permitindo-o se desenvolver

profissionalmente e aplicar seus conhecimentos na própria empresa, sendo

igualmente responsável pelo seu sucesso.

Já Robbins (2002-b, p.469) entende que:

“A maioria dos treinamentos visa à atualização e ao

aperfeiçoamento das habilidades técnicas dos

funcionários.”

Assim, unindo as duas definições previamente apresentadas, podemos

afirmar que o conceito de treinamento vai além das paredes da capacitação ou

treinamento técnico, chegando inclusive a trabalhar competências que um

funcionário não possua, mas que sejam imprescindíveis ao seu

desenvolvimento profissional.

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Estamos falando de treinamento e de desenvolvimento de pessoas,

mas afinal qual será a diferença entre estes dois termos? Quando se fala em

treinamento, estamos nos referindo às habilidades necessárias ao

desempenho de suas funções no trabalho. Já o desenvolvimento pode ser

caracterizado como as oportunidades necessárias ao desenvolvimento

profissional do funcionário, para os novos cargos que ele venha a assumir na

organização, bem como para desenvolver novas habilidades e capacidades no

funcionário.

Sob esta perspectiva é importante entender que os órgãos públicos

federais que não possuam um plano de carreira interessante, promoções por

mérito e/ou capacitação não valorizam nem incentivam seus funcionários a

buscarem uma motivação em querer se desenvolver dentro daquela Instituição,

gerando funcionários altamente engessados, desatualizados em relação a

novas rotinas, e acima de tudo desmotivados, podendo ser averiguada uma

queda gradual no desempenho dos servidores, devido à falta de estímulos em

treinamento em algumas esferas do Serviço Público.

2.2) Importância do Treinamento voltado para Liderança

O principal caso a ser abordado neste trabalho é a falta de treinamento

adequado para a escolha de uma chefia. Os cargos de confiança, na esfera

pública, só podem ser ocupados por servidores efetivos (de carreira), porém o

cargo é de livre designação e de livre dispensa, ou seja, o administrador

público pode ocupar/desocupar um cargo, segundo critérios de conveniência e

oportunidade (discricionariedade do administrador) dispensando para tal, uma

fundamentação ou exposição de motivos, porém uma vez realizado, a critério

da chefia hierárquica, tornam-se vinculados os motivos que geraram a

dispensa do cargo.

Essas previsões estão determinadas no Regime Jurídico ao qual tal

entidade está subordinada. Para fins deste estudo, vamos nos ater às

autarquias federais, que são vinculadas à Lei 8.112/90, que discorre sobre os

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direitos e deveres do servidor público federal, incluindo vantagens, proibições,

afastamentos e licenças permitidas aos seus servidores.

Essa legislação específica influencia diretamente a gestão de Recursos

Humanos, no que tange aos diferentes aspectos operacionais por ele

englobados, como: Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento,

Avaliação de Desempenho, Remuneração (incluindo Plano de Carreira) entre

outros.

Para começarmos a avaliar as diferenças entre as instituições públicas e

privadas cabe lembrar as diferentes formas de ingresso. As empresas

privadas, para admitir um funcionário, se valem de entrevistas, provas práticas,

dinâmicas de grupos entre outros processos seletivos. Já o servidor público

tem sua admissão através, exclusivamente, de concurso público de provas ou

de provas e títulos, mas muitas vezes sem nenhuma avaliação psicológica, o

que é imprescindível para averiguar se determinado candidato possui perfil e

as competências necessárias para ocupar o cargo ao qual concorre.

Na esfera pública, há um estágio probatório, por um período de três

anos, onde se verifica características como pontualidade, responsabilidade,

assiduidade, capacidade de iniciativa e outros quesitos básicos, preenchidos

pelo chefe imediato, que muitas vezes não possui sequer a capacidade de

avaliar, ou entende o que significa cada item que é questionado.

Cabe lembrar ainda que por se tratar do único modo de aquisição da tão

sonhada estabilidade, um dos principais motivos que leva as pessoas a

realizarem concursos públicos, a avaliação de desempenho assume um

caráter subjetivo, onde se deixa de lado a capacidade avaliativa e leva-se em

consideração apenas o fato de se aquele funcionário obedece às ordens

dadas pelo seu chefe ou não.

A Avaliação de Desempenho, quando bem realizada, é uma ferramenta

muito importante para a gestão de recursos humanos e pode identificar

características como a liderança, o relacionamento interpessoal e a satisfação

do funcionário em relação ao seu ambiente de trabalho e à empresa.

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Porém, a Avaliação de Desempenho pode se tornar uma ameaça nas

mãos de um chefe autoritário, pois se torna uma ferramenta de chantagem

para os subordinados, uma vez que não há um momento de auto avaliação por

parte do funcionário que está sendo avaliado, nem uma avaliação da própria

chefia, podendo inclusive gerar perdas irreparáveis ao subordinado, como a

perda da função pública, ou problemas de origem psicológica, através das

ameaças realizadas.

Como se pode perceber, uma má liderança pode causar danos graves

ao ambiente organizacional. Para isso, foi aplicado um questionário com a

finalidade de procurar definir como se dá uma pesquisa de clima

organizacional, formada a partir de critérios como a liderança, salário,

relacionamento interpessoal, volume de trabalho e trabalho em equipe.

Estes índices foram mesclados propositalmente em meio ao

questionário com o objetivo de não influenciar direta ou indiretamente a

resposta dos entrevistados, pois em algumas situações ao perceber que

estava sendo questionado sobre determinados aspectos, como o

relacionamento com a chefia, o entrevistado provocava uma espécie de

resposta padrão, ideal, e que não refletia a realidade.

Os índices a serem avaliados estão identificados ao lado de cada

pergunta, a fim de que se possa avaliar como as pessoas estão observando o

seu ambiente de trabalho em relação a tais características, a saber. Esta

pesquisa foi aplicada a um grupo heterogêneo, levando-se em consideração os

diversos tipos de vínculos trabalhistas, existentes naquela organização. Foi

aplicada na totalidade dos funcionários de uma determinada Seção, integrante

da área de Recursos Humanos e que já havia apresentado conflitos

interpessoais.

Tal questionário, que está em constante no Anexo I, foi aplicado em

uma autarquia pública federal, especificamente no ambiente de Recursos

Humanos, a fim de identificar como está o nível de motivação dos funcionários

e sua relação com a atual chefia, bem como aspectos necessários para se

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verificar o clima organizacional existente naquele ambiente e como se dão os

conflitos, se houver.

Pode-se perceber que, com relação a Salários, há uma discrepância

apresentada nas respostas conforme os vínculos existentes, que gera uma

diferença salarial grande entre funcionários que realizam as mesmas

atividades. Não há nenhum funcionário totalmente satisfeito, sendo as

respostas parcialmente definidas como satisfeitos (maioria das respostas

vindas de servidores) e pouco satisfeitos (outros vínculos).

Conforme demonstrado na Figura 1, que consta no Anexo II deste

documento, o índice de salário comprova que 30% dos entrevistados se

encontram mais ou menos satisfeitos, 27% se encontram pouco satisfeitos,

outros 27% já se encontram satisfeitos, 10% afirmam não saber como se sente

em relação ao salário recebido e 6% afirmam estarem muito satisfeitos.

Com relação ao Relacionamento Interpessoal, que possui seu gráfico na

Figura 2 do Anexo II, foi identificado o conflito já previamente mencionado,

onde parte dos entrevistados informou estar pouco satisfeita, e a outras partes

muito satisfeitas. Essa segregação das respostas se dá pelo fato de parte das

respostas referirem suas respostas ao conflito que já existiu e a outra metade

ao ambiente atual, após o conflito ter sido solucionado. Desse modo, podemos

perceber o quanto este item pode interferir no clima organizacional.

Já neste índice, no que tange ao Relacionamento Interpessoal, o quadro

se apresenta mais caracterizado, onde 70% dos entrevistados consideram seu

relacionamento com os colegas de trabalho no nível Bom, já 13% afirmam ter

um relacionamento Mais ou Menos bom com os colegas, outros 13% afirmam

ter um relacionamento Excelente e apenas 4% apresentam um

Relacionamento Interpessoal Ruim.

Uma característica que gera muitas comparações e insatisfações no

ambiente de trabalho é a quantidade de volume de trabalho realizado, pois os

diferentes vínculos criam polêmicas com relação a isso, pois entendem que os

servidores recebem uma carga de trabalho menor dos demais, o que em

alguns casos se torna uma hipótese real.

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Esse índice merece uma atenção especial pela heterogeneidade das

respostas encontradas na análise das entrevistas, sendo escolhido como o que

merece o diagnóstico mais específico por demonstrar problemas de má

distribuição entre as tarefas do setor.

Neste índice, de Trabalho Realizado (Figura 3), que abrange volume de

trabalho, horário, distribuição do trabalho, quantidade de funcionários,

equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e outros, foi percebida a maior

diferença de opiniões por parte dos entrevistados, visto que 36% deles se

declararam Muito Satisfeitos com relação ao trabalho realizado, 28% Mais ou

Menos Satisfeitos, 20% afirmam estarem Satisfeitos com o trabalho e 16%

estão Pouco Satisfeitos com relação ao trabalho realizado.

A Liderança (Figura 4) apresentou suas características bem definidas,

não apresentando fortes discrepâncias que determinem uma influencia

negativa no Clima Organizacional. Neste caso, 54% dos entrevistados

afirmaram que a liderança é exercida de modo Satisfatório, 43% de modo

Muito Satisfatório e 3% apenas dos entrevistados afirmaram ter um nível Mais

ou Menos Satisfatório do exercício da Liderança neste ambiente

organizacional.

A Liderança apresentou suas características bem definidas, não

apresentando fortes discrepâncias que determinem uma influencia negativa no

Clima Organizacional. Neste caso, 54% dos entrevistados afirmaram que a

liderança é exercida de modo Satisfatório, 43% de modo Muito Satisfatório e

3% apenas dos entrevistados afirmaram ter um nível Mais ou Menos

Satisfatório do exercício da Liderança neste ambiente organizacional

Já com relação ao Trabalho em Equipe (Figura 5), há uma curiosidade

interessante, visto que quase a totalidade dos entrevistados afirmou ter

dificuldades com relacionamento em equipe, justamente por todas as

diferenças já previamente citadas no que tange aos vínculos trabalhistas. Isto

torna, por vezes, a convivência conflitante sob alguns aspectos, pois gera

discriminação entre o tratamento dado aos distintos grupos e as cobranças

realizadas.

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Este índice promove o diagnóstico do Trabalho em Equipe no setor que

está sendo avaliado, sendo representado como 50% dos entrevistados

afirmando que Quase sempre realizam trabalho em equipe, 23% raramente

realizarem trabalhos em conjunto, 17% Às vezes realizam tal trabalho e 10%

sempre realizam trabalhos com os colegas de trabalho.

2.3) Estudo do Treinamento aplicado à Liderança

Finalmente chegamos à característica mais importante para o nosso

estudo: o Treinamento aplicado à Liderança. Esta parte do estudo visa

entender qual a necessidade do Treinamento quando a competência a ser

abordada é a Liderança.

Na pesquisa, quase a totalidade dos entrevistados declararam estar

muito satisfeitos com a atual chefia. Reconhecem o seu desempenho em

solucionar todos os problemas apresentados pela equipe e o próprio

reconhecimento da equipe. Como não há cobrança com relação às atividades

desenvolvidas pelos funcionários, estes percebem a liderança positivamente,

visto que é conveniente para sua manutenção naquele setor.

A liderança causa um impacto direto no clima organizacional, pois uma

má gestão deixa seus subordinados tensos, ameaçados, provocando

diretamente uma queda no desempenho direto do funcionário, desmotivação

para ir trabalhar e desempenhar suas atividades de modo eficiente e até

mesmo conflitos na equipe, quando há um grupo privilegiado em relação a

outro pela chefia.

Para evitar problemas como estes já relatados acima, é que

demonstramos a necessidade de se realizar um treinamento adequado para

promover os funcionários a cargos de chefia. O treinamento teria a função

tanto de capacitá-lo às novas atividades que ira desempenhar, como as

habilidades necessárias ao desempenho do novo cargo, e as competências

exigidas de acordo com o novo perfil traçado.

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Mas como promover um treinamento voltado para a liderança dentro do

modelo burocrático adotado no Serviço Público? Existem novas metodologias

que não exigem gastos extraordinários e que podem minimizar os problemas

devido à falta de treinamento.

Atualmente, há uma nova forma de investimento em treinamento feito

pelas organizações: é o caso dos multiplicadores de conhecimento, ou seja, o

treinamento será realizado em um funcionário que possua perfil e as

competências adequadas, e que se comprometa em treinar um grupo maior e

desenvolver um projeto de capacitação em liderança, que será aplicado,

primeiramente, à alta cúpula da administração e, em seguida, aos demais

níveis hierárquicos. Com um espaço educativo, apoio da área de Recursos

Humanos para a elaboração do projeto e um equipamento de retroprojetor,

consegue-se criar um bom curso de treinamento de líderes, e como

consequência minimização dos conflitos e da desmotivação e dos custos

gerados com o treinamento, o que torna-se uma ferramenta essencial no

Serviço Público, já que todos os gastos são controlados e devem ser

autorizados

Dentro de qualquer organização, a boa liderança provoca excelentes

resultados e desempenhos, pois os subordinados se sentem comprometidos

em atender ao seu líder em todas as suas solicitações bem como o líder tem a

função de apoiar e colaborar com o trabalho de seus subordinados.

Assim, diante da necessidade de um treinamento adequado a partir da

predefinição do perfil e das competências necessárias para assumir um cargo

de chefia, iremos analisar as consequências que esta abstinência pode causar

tanto no ambiente organizacional como na relação com seus subordinados,

sob o viés do Serviço Público.

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CAPÍTULO III

CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE TREINAMENTO

3.1) A Teoria sobre Motivação e seus principais conceitos:

Para se entender a desmotivação que ocorre no Serviço Público diante

de uma má liderança, precisamos identificar o que causa a motivação, pois

ferindo esses princípios, fatalmente qualquer equipe ficará desmotivada.

Como pode ser percebido, a Teoria de Maslow, que foi proposta em

1948, e é largamente estudada e utilizada até hoje, se fundamenta na pirâmide

que representa as cinco necessidades do ser humano. Para isso, houve a

necessidade de classificar os motivos humanos, com o objetivo de facilitar a

compreensão da heterogeneidade do comportamento humano, a fim de

satisfazer as necessidades motivacionais dos indivíduos.

A pirâmide de Maslow (Figura 6) se divide em cinco fases diferentes de

necessidades humanas, sendo que a base da pirâmide representa a primeira

necessidade é a mais fundamental e o cume da pirâmide representa o mais

alto e complexo grau da necessidade humana, e que quando atingido leva o

seu humano ao seu mais alto grau de motivação, refletindo diretamente no

comportamento do individuo, seja na esfera pessoal ou na profissional.

A primeira necessidade trata das funções fisiológicas básicas do

individuo e por isso é o mais fundamental de todos, pois trata-se da

sobrevivência do indivíduo. Não suprindo essa etapa, será muito difícil de

alcançar as demais. Abrange as necessidades inatas e, como o próprio nome

já diz, fisiológicas do ser humano. Dentre elas, estão a alimentação, o sono (e

o próprio repouso), ir ao banheiro, possuir um lar e até mesmo respirar.

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O segundo nível desta pirâmide é a Segurança, que se refere às

ameaças e medos, doenças, momentos instáveis no emprego (época de corte

de pessoal), ou até mesmo injusta retribuição salarial, pois todos estes índices

afetam diretamente a vida do individuo, e por consequência, a segurança que

necessita para se sentir motivado. Viver amedrontado pelo perigo das grandes

cidades, não sabendo se voltará para casa e ir trabalhar todo dia imaginando

que será demitido provoca alterações na estrutura interna de segurança de

qualquer individuo. Assim, este tem nível tem por foco promover a segurança

física pessoal e também financeira, além da saúde e do bem-estar e da rede

de proteção contra imprevistos, que abrangem o termo Segurança lato sensu.

A terceira necessidade, de caráter social, aborda as relações pessoais,

a vivencia em grupo, ou seja, os relacionamentos de um modo geral incluindo

ainda as necessidades de desenvolvimento do amor e das afiliações. Tal

necessidade abrange a amizade, intimidade, o relacionamento social, a família

entre outros.

Chegando ao quarto nível, que trata da autoestima, entendemos as

necessidades de elevar a estima do individuo, e como está sua auto avaliação

e gerar nos outros o respeito e a estima por você. Ou seja, é o desejo de ser

respeitado e valorizado pelo outro, para a própria satisfação.

No último nível, a auto realização, estão as necessidades mais

complexas de se atingir do ser humano e por isso se encontram no topo da

pirâmide. É a conjunção de todas as demais necessidades juntas. Para se

atingir o mais alto grau de motivação, e necessário um conhecimento pleno da

realidade no qual está inserido, para que se tenha o conhecimento de todas as

necessidades que cada indivíduo possui e que possam ser atendidas. Para se

atingir este nível da hierarquia, é necessário que todas as demais

necessidades já tenham sido atingidas. Neste momento, a motivação influencia

na vontade do individuo realizar o seu potencial máximo, e por isso, quando

atingida plenamente esta é considerada a maior motivação e a única capaz de

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realmente satisfazer as necessidades do ser humano, porque abrange todas

as demais necessidades que venha a possuir.

Porem essa teoria somente não abrange toda a diversidade da raça

humana, e incorreríamos em um erro gravíssimo se não permitíssemos abrir as

devidas exceções a esta hierarquia. Seria como ignorar a heterogeneidade

humana.

Segundo Bergamini (1997) é fato que, para a maioria das pessoas, as

necessidades fisiológicas estarão em primeiro plano, porem as necessidades

não obedecem à rigidez da hierarquia, porque cada indivíduo possui a sua

classificação de necessidades, que podem variar inclusive na mesma pessoa,

de acordo com um momento específico que viva, ou até mesmo possuir outras

características que estabeleçam as suas hierarquias de necessidades

especiais.

Cabe lembrar que para entender os conceitos que levam o ser humano

a se sentir motivado, há que se definir o que é motivação e como ela se aplica

junto às teorias motivacionais.

Para BERGAMINI (1997, p. 31) a definição de motivação está vinculada

diretamente como sinônimo de forças psicológicas, que remetem o indivíduo a

desejos, instintos, vontades e necessidades.

A motivação, para ser criada, precisa de uma necessidade inicial, que

impulsiona as pessoas a agir. A motivação é uma necessidade interna, sendo

diferente entre os indivíduos, e por isso não se pode afirmar que uma pessoa

seja capaz de motivar outra. Segundo Archer (1990), as necessidades que não

foram realizadas se transformam em motivação. Um líder não pode motivar

seus liderados, mas pode satisfazer as necessidades do grupo, criando

condições que propiciem a motivação.

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Um bom líder possui a capacidade de identificar as necessidades de

seus funcionários e, assim, criar condições dentro do ambiente de trabalho

para que se sintam motivados realizar suas tarefas e ainda se sintam

satisfeitos. Neste ponto, o líder não motiva o funcionário, mas se utiliza de

conhecimentos e habilidades necessárias para provocar ou manter a

motivação no trabalho.

Devemos levar em consideração, que uma boa liderança é capaz de

manter os funcionários motivados. E é neste foco que está atuando nosso

trabalho. De modo que, se há um mau gerenciamento de uma equipe, isso

pode ocasionar uma desmotivação individual de algum funcionário ou coletiva

de todo o grupo.

Assim, pode se concluir que um mau uso da liderança pode causar um

ambiente desfavorável e improdutivo, influenciando diretamente no

desempenho dos funcionários, bem como no clima organizacional como já foi

verificado anteriormente. Essa é uma das principais consequências da falta de

um treinamento adequado de liderança ou de uma gestão de competências,

onde se identifique um perfil adequado e critérios para a designação da chefia,

diminuindo assim a ocorrência de conflitos de liderança.

3.2) Assédio Moral e seu reflexo na Liderança:

O Assédio Moral se caracteriza pela degradação deliberada das

condições de trabalho, com sucessivas atitudes e condutas inadequadas por

parte dos chefes em relação a seu tratamento com os seus subordinados.

Essa prática, trazem prejuízos efetivos para o trabalho, bem como psicológicos

para o funcionário e para a organização. Entre outros fatos, uma das maneiras

de se representar o assédio moral no trabalho é através do isolamento do alvo

em relação ao grupo por discriminação, recebendo um tratamento hostil e

sendo menosprezada diante o grupo. Neste momento, instaura-se um pacto de

tolerância e de silêncio, que gera na vítima, aos poucos, desestabilidade e

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fragilidade, desenvolvendo uma baixa autoestima e gerando uma sensação de

culpa e incapacidade no próprio funcionário.

Para que seja caracterizado o Assédio Moral, faz-se necessário, a

obediência a cinco quesitos, que são: A repetição sistemática do

comportamento do chefe; a intencionalidade do ato (onde a vítima é forçada a

abrir mão do emprego); direcionalidade (onde toda a culpa dos erros do grupo

cai sempre sobre a mesma pessoa, funcionando como “Bode Expiatório”);

temporalidade (durante um longo período de tempo) e degradação deliberada

das condições de trabalho.

Atualmente, muito se fala sobre o combate do assédio moral, pois se

constitui de uma violência de caráter psicológico, que provoca prejuízos à

saúde física e mental, não apenas do alvo do assédio, mas como de todo o

grupo que evidencia tais fatos. É sob esse aspecto que se dá os primeiros

indícios de assédio moral, principalmente no Serviço Público.

Quando há uma má gestão de um grupo, uma das consequências que

pode aparecer, seja por falta de treinamento do líder, seja pela má escolha

dele, é o assédio moral. Dentro do Serviço Público, este tema ainda assume

uma face mais complexa, haja vista que o servidor possui estabilidade,

podendo perdê-la apenas de três maneiras: por Processo Administrativo

Disciplinar (PAD), em virtude de reprovação na avaliação de desempenho

(periódica) / inabilitação no estágio probatório e, finalmente, para redução de

custos com o quadro pessoal, respeitando o disposto no Art. 169 §4º, da

Constituição Federal de 1988.

Por ter um Regime Jurídico Único que defenda seus direitos e imponha

seus deveres, e com aquisição da estabilidade, o servidor só pode ser punido,

com pena de demissão se infringir a conduta predefinida na lei, sendo

necessária a instauração de um PAD para apurar a responsabilidade do

servidor em relação à denúncia de determinado ato.

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É instaurada ainda uma Comissão composta por três membros estáveis

que ficarão responsáveis pela averiguação dos fatos seguindo os trâmites já

existentes na lei. Com o julgamento cabível ao Diretor da Unidade que é

autoridade competente para determinar a aplicação da pena sugerida pela

Comissão. Cabe lembrar que a Comissão não tem poder de julgar, apenas de

instruir os autos do processo.

Sendo assim, apenas julgado por PAD em casos puníveis com

demissão que o servidor pode perder o seu vínculo com a Administração

Pública. Como o Assédio Moral é um tema relativamente novo e de subjetiva

comprovação, pois depende de provas e tem seu fundamento no caráter

psicológico do funcionário, torna-se difícil identificar e punir um servidor que

assedie moralmente seu funcionário, principalmente levando-se em

consideração que ainda não há previsão legal que estipule pena para o

Assédio Moral no trabalho.

Atualmente, no Serviço Público, o tema é tratado privilegiando o

assediador e retirando do local de trabalho a vítima, o que seria enfatizar e

permitir a manutenção deste conflito no ambiente de trabalho. A luta neste

âmbito se dá pela substituição imediata da chefia quando comprovado o

Assédio Moral e tratamento psicológico tanto para o assediado quanto para o

assediador a fim de eliminar de vez seus efeitos.

Sendo assim, podemos comprovar, então, que o Assédio Moral no

trabalho é uma das consequências de uma má gestão ou de uma má

designação de chefia, no caso do Serviço Público. Se um funcionário não tiver

um treinamento adequado para aprender a lidar com os seus subordinados, ou

ainda não tiver perfil e competências necessárias para assumir tal cargo,

estamos diante do fracasso de uma gestão.

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Conclusão

O objetivo deste trabalho se pauta em identificar quais as

conseqüências da falta de treinamento em liderança no Serviço Público. É

sabido que neste âmbito as chefias muitas vezes se apresentam por

antiguidade e não identificando os méritos do melhor profissional que possua

as competências necessárias para assumir uma liderança.

Para começar nossa pesquisa, introduzimos um breve histórico de como

se deu a necessidade de gerir a máquina pública, os vínculos trabalhistas

existentes e todas as classificações realizadas dentro da Administração

Pública, a fim de situar o leitor sobre as limitações legais da atuação do

Administrador Público.

Em seguida, nos utilizamos da apresentação do conceito de liderança

aplicado ao Serviço Público, abrangendo as suas peculiaridades previstas em

lei, bem como sua diferença em relação ao conceito de chefia, sendo a

primeira uma característica natural onde, através do exemplo, o líder é capaz

de fazer com que seus liderados realizem as ações que deseja; já a chefia se

utiliza de métodos coercitivos e do autoritarismo para impor seus pensamentos

e decisões.

A liderança representa uma característica fundamental na esfera pública

já que os cargos comissionados são de livre designação e livre dispensa, não

havendo critérios objetivos nem perfis predefinidos para a escolha de seus

chefes.

Em seguida, foram identificados os tipos de liderança e sua aplicação no

Serviço Público. Pode-se perceber que, na evolução da máquina estatal, a

busca hoje é por um líder inspirador que exerce sua liderança

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espontaneamente, sem a necessidade de dar ordens. É através do exemplo

que este líder atinge seus objetivos.

Existem, no Serviço Público, diversos vínculos trabalhistas, que foram

explicitados ao longo do trabalho e que geram diferentes faixas salariais e

tratamentos de acordo com o posicionamento de alguns funcionários. Tais

problemas, muitas vezes geram conflitos que influenciam diretamente no clima

organizacional.

Para mudar a cultura dos servidores públicos, bem como o seu

comportamento em relação à Administração Pública, é necessário criar um

planejamento estratégico que leve em consideração aspectos da missão e

visão da organização como um posicionamento futuro de se manter no

mercado de trabalho. São essas estratégias que definem o rumo da

organização.

O capítulo dois abordou o tema do treinamento aplicado à liderança,

onde foram introduzidos os conceitos utilizados de treinamento e sua aplicação

no Serviço Público. Além disso, foi relatada a dificuldade de realizar

treinamentos no Serviço Público devido à escassez de recursos financeiros e

falta de interesse dos funcionários em participar, pois a maioria é contaminado

pelo comodismo encontrado nas entidades públicas.

Foi identificada ainda a importância do treinamento voltado para a

liderança que se pauta na falta de critérios objetivos para a escolha da chefia,

com o objetivo de minimizar os problemas causados pela falta de preparo dos

chefes, entre eles podemos citar a desmotivação da equipe de trabalho ou de

alguns funcionários individualmente, Assédio Moral e outros impactos que

serão analisados no capítulo seguinte.

Uma das ferramentas utilizadas para medir a necessidade de

treinamento dentro do Serviço Público, bem como algumas capacidades no

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exercício das tarefas dos servidores, é a avaliação de desempenho, que

identifica características como a liderança, o relacionamento interpessoal e a

satisfação do funcionário em relação ao seu ambiente de trabalho e a sua

organização.

Mas esta ferramenta pode ter um segundo sentido na sua utilização:

pode funcionar como uma ameaça se estiver de posse de um chefe autoritário.

Por meio de chantagem de seus subordinados, e na falta de uma auto

avaliação dos funcionários, associado a uma avaliação para cima (onde o

chefe é avaliado), a avaliação de desempenho pode possuir um caráter

subjetivo de privilégio ou discriminação de algum membro da equipe. Tal

ferramenta pode causar danos irreparáveis a um funcionário, podendo chegar

à perda da função pública ou ainda distúrbios por ordem psicológica com estas

ameaças.

Foi realizado um questionário, de pesquisa de clima organizacional,

aplicado em uma autarquia pública federal, na Divisão de Recursos Humanos,

com objetivo de quantificar o nível de motivação dos funcionários e a possível

existência de conflitos. Foram utilizados cinco índices nesta pesquisa: Salário,

Relacionamento Interpessoal, Trabalho Realizado, Liderança e Trabalho em

Equipe.

Já o capítulo três, abordou a Teoria da Motivação de Maslow e seus

principais conceitos, bem como as conseqüências da desmotivação do

funcionário em relação ao seu desempenho e satisfação no ambiente de

trabalho. Tratamos ainda do Assédio Moral e seu reflexo na liderança,

incluindo conceitos e reflexos para as vítimas deste mal.

Enfim, podemos concluir, que tanto a desmotivação quanto o Assédio

Moral são conseqüências diretas de uma má liderança que pode ser atingida

tanto pela falta de treinamento adequado do líder quanto pela falta de perfil do

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mesmo para ocupar o cargo, mas que provocam danos gigantes à

organização.

Para solucionar tal problema é possível realizar um mapeamento das

competências indispensáveis à execução de suas rotinas diárias mas

principalmente do gerenciamento de seus subordinados. Este mapeamento

pode ser realizado através da descrição do perfil do cargo identificando as

principais atribuições e as competências necessárias para a sua realização. O

treinamento adequado de um ambiente de Recursos Humanos voltados para a

Gestão de Competências e sua manutenção pela equipe responsável fará com

que se diminua a rotatividade de chefias e conflitos de relacionamentos

existentes na grande maioria das repartições públicas.

Há que se levar em conta que tramita atualmente no âmbito do

Congresso Nacional um projeto de revitalização das chefias realizando para

tanto um levantamento das chefias existentes no âmbito federal a fim de

promover a valorização dos líderes que controlam a máquina pública bem

como a criação de critérios, objetivos para a designação dessas chefias

baseada no perfil predefinido do mapeamento de competências citado no

parágrafo anterior.

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Referências Eletrônicas:

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processo-liderança/ Acesso em: 05 de jan. 2012

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CARLOS ALBERTO MAROUELI. Missão e Visão. Disponível em:

www.administradores.com.br/informe-se/artigos/missao-e-visao/21589/

Acesso em: 06 de jan. 2012

ANGELO PERES. Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas.

Disponível em: http://internativa.com.br/artigo_rh_03.html. Acesso em: 07

de jan. 2012

ALLAN SALLES. Treinamento e Desenvolvimento. Disponível em:

http://allansalles.wordpress.com/2009/07/07/treinamento-

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ADELICE GODOY. A Hierarquia das Necessidades de Maslow –

Pirâmide de Maslow. Disponível em:

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Qualidade/ahierarquia-das-necessidades-de-maslow-piramide-de-

maslow.html. Acesso em: 08 de jan. 2012

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MARGARIDA BARRETO. O que é assédio moral? Disponível em:

http://www.assediomoral.org/spip.php?article1. Acesso em: 10 de jan.

2012.

JOSÉ LOURENÇO DE SOUSA NETO. Liderança e motivação – práticas

novas, propósitos antigos. Disponível em:

http://kmol.online.pt/teses/net02.pdf Acesso em: 22 de jan. 2012

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ANEXO I

PERGUNTAS RELACIONADAS À PESQUISA DE CLIMA:

1. Em relação às funções desempenhadas, o seu salário é: (S) ( ) Muito Satisfatório ( ) Satisfatório ( )Mais ou Menos Satisfatório ( ) Pouco Satisfatório ( ) Muito Pouco Satisfatório 2. O relacionamento construído com os colegas de trabalho do seu setor é: (R) ( ) Excelente ( )Bom ( )Mais ou Menos ( )Ruim ( )Muito Ruim 3. O relacionamento entre o seu gestor e os subordinados dentro de sua equipe é: (L) ( ) Muito Satisfatório ( ) Satisfatório ( ) Mais ou Menos Satisfatório ( ) Pouco Satisfatório ( ) Muito Pouco Satisfatório

4. Como você se sente em relação ao volume de trabalho que realiza: (TR)

( ) Muito Satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Mais ou Menos Satisfeito ( ) Pouco Satisfeito ( ) Muito Pouco Satisfeito 5. Com que freqüência os assuntos importantes são debatidos com a equipe: (T) ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 6. Como você se sente em relação à política de cargos e salários da empresa: (S) ( ) Reconhecida Totalmente ( ) Reconhecida Parcialmente ( ) Pouco reconhecida ( ) Muito pouco reconhecida ( ) Não sabe 7. O relacionamento entre as pessoas da sua equipe é: (R) ( ) Excelente ( ) Bom ( )Mais ou Menos ( ) Ruim ( )Muito Ruim 8. Como seu superior imediato se manifesta quando você demonstra um desempenho acima do esperado: (L) ( ) Muito receptivo ( ) Receptivo ( ) Mais ou menos receptivo ( ) Pouco receptivo ( ) Não Sabe 9. Com que freqüência a qualidade do trabalho é considerada mais importante do que a sua quantidade? (TR) ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 10. Com que frequencia a empresa estimula o trabalho em equipe: (T) ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 11. Como você se sente quanto ao seu salário atual: (S)

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( ) Muito Satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Mais ou Menos Satisfeito ( ) Pouco Satisfeito ( ) Muito Pouco Satisfeito 12. Sinto que existem muitos conflitos de relacionamento no meu setor. Em relação a esta frase você: (R) ( ) Concordo Totalmente ( ) Concordo Parcialmente ( ) Discordo Parcialmente ( ) Discordo Totalmente ( ) Não sabe 13. O quanto seu superior imediato aceita as sugestões que você dá: (L) ( ) Sempre ( ) Quase Sempre ( ) Às Vezes ( ) Nunca ( ) Não Sabe 14. Você acha que o seu trabalho atualmente poderia ser melhor desenvolvido? (TR) ( ) Muito ( ) Mais ou menos ( ) Pouco ( ) Muito Pouco ( ) Não sabe 15. Sua equipe de trabalho é motivada e sempre busca os mesmos objetivos? (T) ( ) Sempre ( ) Quase Sempre ( ) Às Vezes ( ) Nunca ( ) Não Sabe

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ANEXO II

Figura 1: gráfico de análise referente ao questionário de clima organizacional

(salário).

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ANEXO III

Figura 2: gráfico de análise referente ao questionário de clima organizacional

(relacionamento interpessoal).

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ANEXO IV

Figura 3: gráfico de análise referente ao questionário de clima organizacional

(trabalho realizado).

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ANEXO V

Figura 4: gráfico de análise referente ao questionário de clima organizacional

(liderança).

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ANEXO VI

Figura 5: gráfico de análise referente ao questionário de clima organizacional

(trabalho em equipe).

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ANEXO VII

Figura 6: Pirâmide de Maslow

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPITULO I – Liderança no Serviço Público 11

1.1 – A origem da Administração Pública 11

1.2 – Conceitos de Liderança e Chefia 12

1.3 - Tipos de Liderança e sua aplicação no Serviço Público 15

CAPITULO II – Treinamento aplicado à Liderança 20

2.1 – Conceitos e aplicação do Treinamento no Serviço Público 20

2.2 – Importância do Treinamento voltado para a Liderança 22

2.3 – Estudo do Treinamento aplicado à Liderança 27

CAPITULO III - Consequências da Falta de Treinamento 29

3.1 – A Teoria sobre Motivação e seus principais conceitos 29

3.2 – Assédio Moral e seu reflexo na Liderança 32

CONCLUSÃO 35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39

REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS 40

ANEXO I 42

ANEXO II 44

ANEXO III 45

ANEXO IV 46

ANEXO V 47

ANEXO VI 48

ANEXO VII 49

ÍNDICE 50