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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
GESTAtildeO DOS RECURSOS HIacuteDRICOS NA PRAIA
DA GAMBOA NA ILHA DE ITACURUCcedilAacute
POR
Anderson Carlton Lima de Rezende
Orientadora
Jaqueline Guerreiro
2009
Rio de Janeiro
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
GESTAtildeO DE RECURSOS HIacuteDRICOS NA PRAIA DA
GAMBOA EM ITACURUCcedilAacute
Apresentaccedilatildeo de monografia agrave Universidade Cacircndido
Mendes como condiccedilatildeo preacutevia para a conclusatildeo do
Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo ldquoLato Sensurdquo em Gestatildeo
Ambiental
Por Anderson Carlton Lima de Rezende
3
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus em primeiro lugar por me dar
condiccedilotildees de chegar ateacute aqui Ao corpo docente do
Instituto ldquoA Vez do Mestrerdquo e a minha orientadora
Jaqueline Guerreiro sempre pronta a auxiliar
4
DEDICATOacuteRIA
Dedico esse trabalho acadecircmico a minha adorada
esposa Daiane que muito colaborou para sua confecccedilatildeo
e desenvolvimento Aos meus filhos Pedro e Hayane que
satildeo o combustiacutevel para eu continuar e aos meus pais que
satildeo pessoas que estatildeo sempre prontos a me auxiliar
5
RESUMO
A Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos na Praia da Gamboa em Itacuruccedila
constitui-se em uma obra que busca analisar os impactos ambientais
decorrentes do processo de ocupaccedilatildeo desordenado da praia e a expansatildeo
demograacutefica da regiatildeo fato este que desencadeia transtornos ambientais e o
aumento da demanda de aacutegua
Analisando a aacutegua enquanto recurso limitado e indispensaacutevel agrave vida
humana esse trabalho pretende conscientizar sobre o seu uso racional
evitando desperdiacutecios Assim como estimular o gerenciamento das aacuteguas
pluviais em construccedilotildees civis com o uso de tecnologia limpa
Propor uma Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos (GIRH) em
articulaccedilatildeo com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental Formal constitui-se em uma
possibilidade na preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos Recursos Ambientais
existentes na Praia da Gamboa
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para elaboraccedilatildeo deste trabalho a fim de servir
como ferramentas que possibilitaram a sua efetivaccedilatildeo constituiacuteram-se
pesquisas bibliograacuteficas e webegraacuteficas para aprofundar o debate acerca dos
impactos ambientais e mecanismos de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos O conhecimento empiacuterico por meio de visitas de campo na
Praia da Gamboa para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico preliminar dos Recursos
Hiacutedricos locais e a experiecircncia com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental que
esta sendo realizado na Escola Estadual Paulo Scofano (municipalizada)
localizada na Praia da gamboa
7
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO 1
A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9
DA ZONA COSTEIRA
11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11
CAPIacuteTULO 2
OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
CAPIacuteTULO 3
O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21
31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22
32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26
321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26
322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27
33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30
CONCLUSAtildeO 33
BIBRIOGRAacuteFIA 34
WEBGRAacuteFIA 35
ANEXOS
Fotografias 36
Tabelas 43
8
INTRODUCcedilAtildeO
Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos
ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo
urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de
Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de
Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo
ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os
efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha
As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave
falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente
populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para
comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras
Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se
particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma
regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de
nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo
Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade
do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor
mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que
atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos locais
9
1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO
DA ZONA COSTEIRA
O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o
denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para
esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos
destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de
Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o
Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e
Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do
paiacutes
ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo
e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos
diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros
nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais
Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001
P 33)
No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu
crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador
brasileiro
Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou
por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma
transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de
transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades
A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades
brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber
melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de
transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros
puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas
No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento
Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural
10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924
poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem
Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora
provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas
para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno
dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a
grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao
redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana
consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra
nessas cidades
O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se
fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -
e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das
poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo
ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada
A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de
industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a
formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes
paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o
excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes
comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam
avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes
vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns
exemplos
Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de
urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas
grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a
plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os
contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma
constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo
11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme
pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do
autor
[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento
urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se
estruturalmente com uma sociedade complexa espacial
ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea
segmentada e sobretudo profundamente desigual []
(FARIAS1991p105)
Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que
vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes
desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos
vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do
ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social
desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos
mas com intensidades diferentes
a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute
necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto
o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de
controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem
transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993
p268)
11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira
A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de
extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e
largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos
sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte
situada nas regiotildees tropicais e subtropicais
2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos
12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e
uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com
largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa
O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de
ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de
planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de
subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da
fauna local e de sua vegetaccedilatildeo
O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de
modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica
consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o
lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que
afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a
aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones
Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da
populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas
A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e
o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de
conflito na zona costeira brasileira
Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios
destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento
populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais
concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros
A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo
do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale
mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute
diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de
ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo
A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do
litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
GESTAtildeO DE RECURSOS HIacuteDRICOS NA PRAIA DA
GAMBOA EM ITACURUCcedilAacute
Apresentaccedilatildeo de monografia agrave Universidade Cacircndido
Mendes como condiccedilatildeo preacutevia para a conclusatildeo do
Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo ldquoLato Sensurdquo em Gestatildeo
Ambiental
Por Anderson Carlton Lima de Rezende
3
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus em primeiro lugar por me dar
condiccedilotildees de chegar ateacute aqui Ao corpo docente do
Instituto ldquoA Vez do Mestrerdquo e a minha orientadora
Jaqueline Guerreiro sempre pronta a auxiliar
4
DEDICATOacuteRIA
Dedico esse trabalho acadecircmico a minha adorada
esposa Daiane que muito colaborou para sua confecccedilatildeo
e desenvolvimento Aos meus filhos Pedro e Hayane que
satildeo o combustiacutevel para eu continuar e aos meus pais que
satildeo pessoas que estatildeo sempre prontos a me auxiliar
5
RESUMO
A Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos na Praia da Gamboa em Itacuruccedila
constitui-se em uma obra que busca analisar os impactos ambientais
decorrentes do processo de ocupaccedilatildeo desordenado da praia e a expansatildeo
demograacutefica da regiatildeo fato este que desencadeia transtornos ambientais e o
aumento da demanda de aacutegua
Analisando a aacutegua enquanto recurso limitado e indispensaacutevel agrave vida
humana esse trabalho pretende conscientizar sobre o seu uso racional
evitando desperdiacutecios Assim como estimular o gerenciamento das aacuteguas
pluviais em construccedilotildees civis com o uso de tecnologia limpa
Propor uma Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos (GIRH) em
articulaccedilatildeo com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental Formal constitui-se em uma
possibilidade na preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos Recursos Ambientais
existentes na Praia da Gamboa
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para elaboraccedilatildeo deste trabalho a fim de servir
como ferramentas que possibilitaram a sua efetivaccedilatildeo constituiacuteram-se
pesquisas bibliograacuteficas e webegraacuteficas para aprofundar o debate acerca dos
impactos ambientais e mecanismos de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos O conhecimento empiacuterico por meio de visitas de campo na
Praia da Gamboa para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico preliminar dos Recursos
Hiacutedricos locais e a experiecircncia com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental que
esta sendo realizado na Escola Estadual Paulo Scofano (municipalizada)
localizada na Praia da gamboa
7
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO 1
A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9
DA ZONA COSTEIRA
11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11
CAPIacuteTULO 2
OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
CAPIacuteTULO 3
O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21
31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22
32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26
321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26
322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27
33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30
CONCLUSAtildeO 33
BIBRIOGRAacuteFIA 34
WEBGRAacuteFIA 35
ANEXOS
Fotografias 36
Tabelas 43
8
INTRODUCcedilAtildeO
Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos
ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo
urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de
Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de
Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo
ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os
efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha
As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave
falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente
populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para
comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras
Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se
particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma
regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de
nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo
Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade
do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor
mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que
atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos locais
9
1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO
DA ZONA COSTEIRA
O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o
denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para
esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos
destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de
Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o
Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e
Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do
paiacutes
ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo
e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos
diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros
nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais
Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001
P 33)
No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu
crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador
brasileiro
Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou
por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma
transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de
transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades
A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades
brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber
melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de
transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros
puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas
No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento
Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural
10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924
poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem
Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora
provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas
para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno
dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a
grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao
redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana
consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra
nessas cidades
O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se
fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -
e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das
poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo
ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada
A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de
industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a
formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes
paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o
excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes
comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam
avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes
vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns
exemplos
Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de
urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas
grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a
plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os
contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma
constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo
11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme
pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do
autor
[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento
urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se
estruturalmente com uma sociedade complexa espacial
ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea
segmentada e sobretudo profundamente desigual []
(FARIAS1991p105)
Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que
vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes
desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos
vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do
ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social
desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos
mas com intensidades diferentes
a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute
necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto
o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de
controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem
transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993
p268)
11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira
A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de
extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e
largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos
sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte
situada nas regiotildees tropicais e subtropicais
2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos
12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e
uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com
largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa
O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de
ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de
planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de
subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da
fauna local e de sua vegetaccedilatildeo
O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de
modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica
consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o
lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que
afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a
aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones
Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da
populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas
A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e
o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de
conflito na zona costeira brasileira
Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios
destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento
populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais
concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros
A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo
do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale
mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute
diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de
ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo
A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do
litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
3
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus em primeiro lugar por me dar
condiccedilotildees de chegar ateacute aqui Ao corpo docente do
Instituto ldquoA Vez do Mestrerdquo e a minha orientadora
Jaqueline Guerreiro sempre pronta a auxiliar
4
DEDICATOacuteRIA
Dedico esse trabalho acadecircmico a minha adorada
esposa Daiane que muito colaborou para sua confecccedilatildeo
e desenvolvimento Aos meus filhos Pedro e Hayane que
satildeo o combustiacutevel para eu continuar e aos meus pais que
satildeo pessoas que estatildeo sempre prontos a me auxiliar
5
RESUMO
A Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos na Praia da Gamboa em Itacuruccedila
constitui-se em uma obra que busca analisar os impactos ambientais
decorrentes do processo de ocupaccedilatildeo desordenado da praia e a expansatildeo
demograacutefica da regiatildeo fato este que desencadeia transtornos ambientais e o
aumento da demanda de aacutegua
Analisando a aacutegua enquanto recurso limitado e indispensaacutevel agrave vida
humana esse trabalho pretende conscientizar sobre o seu uso racional
evitando desperdiacutecios Assim como estimular o gerenciamento das aacuteguas
pluviais em construccedilotildees civis com o uso de tecnologia limpa
Propor uma Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos (GIRH) em
articulaccedilatildeo com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental Formal constitui-se em uma
possibilidade na preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos Recursos Ambientais
existentes na Praia da Gamboa
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para elaboraccedilatildeo deste trabalho a fim de servir
como ferramentas que possibilitaram a sua efetivaccedilatildeo constituiacuteram-se
pesquisas bibliograacuteficas e webegraacuteficas para aprofundar o debate acerca dos
impactos ambientais e mecanismos de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos O conhecimento empiacuterico por meio de visitas de campo na
Praia da Gamboa para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico preliminar dos Recursos
Hiacutedricos locais e a experiecircncia com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental que
esta sendo realizado na Escola Estadual Paulo Scofano (municipalizada)
localizada na Praia da gamboa
7
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO 1
A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9
DA ZONA COSTEIRA
11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11
CAPIacuteTULO 2
OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
CAPIacuteTULO 3
O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21
31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22
32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26
321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26
322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27
33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30
CONCLUSAtildeO 33
BIBRIOGRAacuteFIA 34
WEBGRAacuteFIA 35
ANEXOS
Fotografias 36
Tabelas 43
8
INTRODUCcedilAtildeO
Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos
ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo
urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de
Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de
Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo
ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os
efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha
As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave
falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente
populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para
comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras
Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se
particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma
regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de
nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo
Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade
do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor
mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que
atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos locais
9
1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO
DA ZONA COSTEIRA
O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o
denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para
esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos
destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de
Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o
Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e
Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do
paiacutes
ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo
e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos
diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros
nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais
Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001
P 33)
No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu
crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador
brasileiro
Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou
por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma
transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de
transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades
A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades
brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber
melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de
transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros
puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas
No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento
Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural
10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924
poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem
Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora
provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas
para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno
dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a
grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao
redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana
consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra
nessas cidades
O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se
fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -
e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das
poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo
ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada
A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de
industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a
formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes
paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o
excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes
comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam
avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes
vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns
exemplos
Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de
urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas
grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a
plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os
contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma
constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo
11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme
pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do
autor
[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento
urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se
estruturalmente com uma sociedade complexa espacial
ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea
segmentada e sobretudo profundamente desigual []
(FARIAS1991p105)
Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que
vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes
desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos
vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do
ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social
desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos
mas com intensidades diferentes
a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute
necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto
o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de
controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem
transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993
p268)
11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira
A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de
extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e
largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos
sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte
situada nas regiotildees tropicais e subtropicais
2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos
12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e
uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com
largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa
O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de
ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de
planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de
subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da
fauna local e de sua vegetaccedilatildeo
O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de
modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica
consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o
lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que
afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a
aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones
Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da
populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas
A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e
o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de
conflito na zona costeira brasileira
Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios
destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento
populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais
concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros
A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo
do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale
mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute
diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de
ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo
A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do
litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
4
DEDICATOacuteRIA
Dedico esse trabalho acadecircmico a minha adorada
esposa Daiane que muito colaborou para sua confecccedilatildeo
e desenvolvimento Aos meus filhos Pedro e Hayane que
satildeo o combustiacutevel para eu continuar e aos meus pais que
satildeo pessoas que estatildeo sempre prontos a me auxiliar
5
RESUMO
A Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos na Praia da Gamboa em Itacuruccedila
constitui-se em uma obra que busca analisar os impactos ambientais
decorrentes do processo de ocupaccedilatildeo desordenado da praia e a expansatildeo
demograacutefica da regiatildeo fato este que desencadeia transtornos ambientais e o
aumento da demanda de aacutegua
Analisando a aacutegua enquanto recurso limitado e indispensaacutevel agrave vida
humana esse trabalho pretende conscientizar sobre o seu uso racional
evitando desperdiacutecios Assim como estimular o gerenciamento das aacuteguas
pluviais em construccedilotildees civis com o uso de tecnologia limpa
Propor uma Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos (GIRH) em
articulaccedilatildeo com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental Formal constitui-se em uma
possibilidade na preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos Recursos Ambientais
existentes na Praia da Gamboa
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para elaboraccedilatildeo deste trabalho a fim de servir
como ferramentas que possibilitaram a sua efetivaccedilatildeo constituiacuteram-se
pesquisas bibliograacuteficas e webegraacuteficas para aprofundar o debate acerca dos
impactos ambientais e mecanismos de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos O conhecimento empiacuterico por meio de visitas de campo na
Praia da Gamboa para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico preliminar dos Recursos
Hiacutedricos locais e a experiecircncia com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental que
esta sendo realizado na Escola Estadual Paulo Scofano (municipalizada)
localizada na Praia da gamboa
7
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO 1
A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9
DA ZONA COSTEIRA
11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11
CAPIacuteTULO 2
OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
CAPIacuteTULO 3
O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21
31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22
32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26
321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26
322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27
33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30
CONCLUSAtildeO 33
BIBRIOGRAacuteFIA 34
WEBGRAacuteFIA 35
ANEXOS
Fotografias 36
Tabelas 43
8
INTRODUCcedilAtildeO
Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos
ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo
urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de
Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de
Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo
ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os
efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha
As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave
falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente
populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para
comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras
Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se
particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma
regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de
nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo
Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade
do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor
mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que
atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos locais
9
1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO
DA ZONA COSTEIRA
O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o
denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para
esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos
destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de
Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o
Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e
Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do
paiacutes
ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo
e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos
diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros
nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais
Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001
P 33)
No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu
crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador
brasileiro
Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou
por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma
transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de
transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades
A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades
brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber
melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de
transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros
puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas
No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento
Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural
10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924
poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem
Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora
provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas
para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno
dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a
grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao
redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana
consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra
nessas cidades
O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se
fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -
e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das
poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo
ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada
A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de
industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a
formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes
paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o
excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes
comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam
avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes
vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns
exemplos
Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de
urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas
grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a
plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os
contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma
constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo
11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme
pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do
autor
[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento
urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se
estruturalmente com uma sociedade complexa espacial
ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea
segmentada e sobretudo profundamente desigual []
(FARIAS1991p105)
Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que
vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes
desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos
vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do
ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social
desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos
mas com intensidades diferentes
a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute
necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto
o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de
controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem
transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993
p268)
11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira
A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de
extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e
largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos
sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte
situada nas regiotildees tropicais e subtropicais
2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos
12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e
uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com
largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa
O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de
ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de
planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de
subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da
fauna local e de sua vegetaccedilatildeo
O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de
modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica
consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o
lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que
afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a
aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones
Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da
populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas
A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e
o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de
conflito na zona costeira brasileira
Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios
destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento
populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais
concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros
A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo
do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale
mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute
diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de
ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo
A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do
litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
5
RESUMO
A Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos na Praia da Gamboa em Itacuruccedila
constitui-se em uma obra que busca analisar os impactos ambientais
decorrentes do processo de ocupaccedilatildeo desordenado da praia e a expansatildeo
demograacutefica da regiatildeo fato este que desencadeia transtornos ambientais e o
aumento da demanda de aacutegua
Analisando a aacutegua enquanto recurso limitado e indispensaacutevel agrave vida
humana esse trabalho pretende conscientizar sobre o seu uso racional
evitando desperdiacutecios Assim como estimular o gerenciamento das aacuteguas
pluviais em construccedilotildees civis com o uso de tecnologia limpa
Propor uma Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos (GIRH) em
articulaccedilatildeo com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental Formal constitui-se em uma
possibilidade na preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos Recursos Ambientais
existentes na Praia da Gamboa
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para elaboraccedilatildeo deste trabalho a fim de servir
como ferramentas que possibilitaram a sua efetivaccedilatildeo constituiacuteram-se
pesquisas bibliograacuteficas e webegraacuteficas para aprofundar o debate acerca dos
impactos ambientais e mecanismos de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos O conhecimento empiacuterico por meio de visitas de campo na
Praia da Gamboa para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico preliminar dos Recursos
Hiacutedricos locais e a experiecircncia com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental que
esta sendo realizado na Escola Estadual Paulo Scofano (municipalizada)
localizada na Praia da gamboa
7
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO 1
A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9
DA ZONA COSTEIRA
11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11
CAPIacuteTULO 2
OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
CAPIacuteTULO 3
O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21
31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22
32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26
321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26
322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27
33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30
CONCLUSAtildeO 33
BIBRIOGRAacuteFIA 34
WEBGRAacuteFIA 35
ANEXOS
Fotografias 36
Tabelas 43
8
INTRODUCcedilAtildeO
Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos
ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo
urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de
Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de
Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo
ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os
efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha
As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave
falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente
populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para
comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras
Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se
particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma
regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de
nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo
Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade
do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor
mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que
atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos locais
9
1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO
DA ZONA COSTEIRA
O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o
denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para
esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos
destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de
Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o
Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e
Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do
paiacutes
ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo
e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos
diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros
nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais
Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001
P 33)
No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu
crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador
brasileiro
Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou
por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma
transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de
transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades
A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades
brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber
melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de
transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros
puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas
No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento
Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural
10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924
poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem
Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora
provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas
para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno
dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a
grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao
redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana
consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra
nessas cidades
O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se
fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -
e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das
poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo
ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada
A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de
industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a
formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes
paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o
excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes
comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam
avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes
vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns
exemplos
Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de
urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas
grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a
plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os
contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma
constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo
11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme
pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do
autor
[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento
urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se
estruturalmente com uma sociedade complexa espacial
ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea
segmentada e sobretudo profundamente desigual []
(FARIAS1991p105)
Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que
vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes
desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos
vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do
ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social
desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos
mas com intensidades diferentes
a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute
necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto
o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de
controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem
transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993
p268)
11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira
A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de
extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e
largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos
sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte
situada nas regiotildees tropicais e subtropicais
2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos
12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e
uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com
largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa
O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de
ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de
planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de
subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da
fauna local e de sua vegetaccedilatildeo
O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de
modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica
consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o
lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que
afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a
aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones
Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da
populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas
A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e
o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de
conflito na zona costeira brasileira
Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios
destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento
populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais
concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros
A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo
do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale
mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute
diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de
ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo
A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do
litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para elaboraccedilatildeo deste trabalho a fim de servir
como ferramentas que possibilitaram a sua efetivaccedilatildeo constituiacuteram-se
pesquisas bibliograacuteficas e webegraacuteficas para aprofundar o debate acerca dos
impactos ambientais e mecanismos de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos O conhecimento empiacuterico por meio de visitas de campo na
Praia da Gamboa para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico preliminar dos Recursos
Hiacutedricos locais e a experiecircncia com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental que
esta sendo realizado na Escola Estadual Paulo Scofano (municipalizada)
localizada na Praia da gamboa
7
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO 1
A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9
DA ZONA COSTEIRA
11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11
CAPIacuteTULO 2
OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
CAPIacuteTULO 3
O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21
31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22
32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26
321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26
322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27
33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30
CONCLUSAtildeO 33
BIBRIOGRAacuteFIA 34
WEBGRAacuteFIA 35
ANEXOS
Fotografias 36
Tabelas 43
8
INTRODUCcedilAtildeO
Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos
ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo
urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de
Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de
Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo
ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os
efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha
As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave
falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente
populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para
comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras
Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se
particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma
regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de
nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo
Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade
do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor
mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que
atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos locais
9
1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO
DA ZONA COSTEIRA
O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o
denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para
esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos
destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de
Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o
Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e
Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do
paiacutes
ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo
e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos
diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros
nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais
Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001
P 33)
No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu
crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador
brasileiro
Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou
por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma
transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de
transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades
A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades
brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber
melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de
transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros
puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas
No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento
Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural
10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924
poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem
Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora
provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas
para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno
dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a
grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao
redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana
consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra
nessas cidades
O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se
fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -
e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das
poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo
ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada
A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de
industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a
formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes
paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o
excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes
comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam
avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes
vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns
exemplos
Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de
urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas
grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a
plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os
contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma
constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo
11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme
pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do
autor
[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento
urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se
estruturalmente com uma sociedade complexa espacial
ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea
segmentada e sobretudo profundamente desigual []
(FARIAS1991p105)
Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que
vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes
desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos
vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do
ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social
desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos
mas com intensidades diferentes
a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute
necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto
o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de
controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem
transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993
p268)
11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira
A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de
extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e
largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos
sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte
situada nas regiotildees tropicais e subtropicais
2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos
12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e
uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com
largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa
O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de
ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de
planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de
subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da
fauna local e de sua vegetaccedilatildeo
O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de
modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica
consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o
lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que
afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a
aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones
Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da
populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas
A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e
o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de
conflito na zona costeira brasileira
Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios
destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento
populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais
concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros
A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo
do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale
mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute
diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de
ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo
A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do
litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
7
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO 1
A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9
DA ZONA COSTEIRA
11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11
CAPIacuteTULO 2
OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
CAPIacuteTULO 3
O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21
31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22
32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26
321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26
322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27
33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30
CONCLUSAtildeO 33
BIBRIOGRAacuteFIA 34
WEBGRAacuteFIA 35
ANEXOS
Fotografias 36
Tabelas 43
8
INTRODUCcedilAtildeO
Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos
ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo
urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de
Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de
Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo
ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os
efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha
As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave
falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente
populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para
comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras
Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se
particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma
regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de
nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo
Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade
do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor
mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que
atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos locais
9
1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO
DA ZONA COSTEIRA
O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o
denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para
esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos
destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de
Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o
Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e
Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do
paiacutes
ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo
e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos
diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros
nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais
Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001
P 33)
No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu
crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador
brasileiro
Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou
por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma
transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de
transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades
A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades
brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber
melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de
transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros
puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas
No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento
Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural
10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924
poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem
Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora
provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas
para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno
dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a
grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao
redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana
consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra
nessas cidades
O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se
fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -
e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das
poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo
ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada
A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de
industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a
formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes
paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o
excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes
comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam
avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes
vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns
exemplos
Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de
urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas
grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a
plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os
contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma
constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo
11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme
pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do
autor
[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento
urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se
estruturalmente com uma sociedade complexa espacial
ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea
segmentada e sobretudo profundamente desigual []
(FARIAS1991p105)
Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que
vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes
desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos
vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do
ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social
desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos
mas com intensidades diferentes
a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute
necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto
o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de
controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem
transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993
p268)
11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira
A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de
extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e
largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos
sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte
situada nas regiotildees tropicais e subtropicais
2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos
12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e
uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com
largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa
O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de
ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de
planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de
subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da
fauna local e de sua vegetaccedilatildeo
O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de
modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica
consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o
lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que
afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a
aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones
Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da
populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas
A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e
o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de
conflito na zona costeira brasileira
Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios
destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento
populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais
concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros
A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo
do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale
mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute
diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de
ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo
A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do
litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
8
INTRODUCcedilAtildeO
Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos
ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo
urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de
Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de
Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo
ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os
efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha
As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave
falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente
populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para
comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras
Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se
particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma
regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de
nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo
Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade
do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor
mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que
atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos
Recursos Hiacutedricos locais
9
1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO
DA ZONA COSTEIRA
O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o
denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para
esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos
destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de
Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o
Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e
Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do
paiacutes
ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo
e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos
diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros
nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais
Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001
P 33)
No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu
crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador
brasileiro
Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou
por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma
transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de
transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades
A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades
brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber
melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de
transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros
puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas
No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento
Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural
10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924
poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem
Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora
provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas
para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno
dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a
grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao
redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana
consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra
nessas cidades
O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se
fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -
e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das
poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo
ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada
A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de
industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a
formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes
paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o
excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes
comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam
avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes
vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns
exemplos
Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de
urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas
grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a
plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os
contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma
constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo
11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme
pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do
autor
[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento
urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se
estruturalmente com uma sociedade complexa espacial
ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea
segmentada e sobretudo profundamente desigual []
(FARIAS1991p105)
Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que
vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes
desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos
vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do
ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social
desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos
mas com intensidades diferentes
a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute
necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto
o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de
controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem
transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993
p268)
11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira
A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de
extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e
largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos
sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte
situada nas regiotildees tropicais e subtropicais
2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos
12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e
uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com
largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa
O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de
ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de
planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de
subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da
fauna local e de sua vegetaccedilatildeo
O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de
modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica
consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o
lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que
afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a
aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones
Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da
populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas
A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e
o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de
conflito na zona costeira brasileira
Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios
destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento
populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais
concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros
A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo
do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale
mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute
diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de
ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo
A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do
litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
9
1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO
DA ZONA COSTEIRA
O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o
denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para
esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos
destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de
Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o
Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e
Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do
paiacutes
ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo
e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos
diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros
nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais
Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001
P 33)
No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu
crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador
brasileiro
Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou
por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma
transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de
transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades
A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades
brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber
melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de
transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros
puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas
No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento
Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural
10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924
poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem
Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora
provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas
para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno
dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a
grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao
redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana
consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra
nessas cidades
O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se
fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -
e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das
poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo
ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada
A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de
industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a
formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes
paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o
excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes
comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam
avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes
vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns
exemplos
Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de
urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas
grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a
plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os
contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma
constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo
11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme
pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do
autor
[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento
urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se
estruturalmente com uma sociedade complexa espacial
ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea
segmentada e sobretudo profundamente desigual []
(FARIAS1991p105)
Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que
vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes
desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos
vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do
ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social
desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos
mas com intensidades diferentes
a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute
necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto
o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de
controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem
transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993
p268)
11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira
A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de
extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e
largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos
sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte
situada nas regiotildees tropicais e subtropicais
2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos
12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e
uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com
largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa
O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de
ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de
planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de
subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da
fauna local e de sua vegetaccedilatildeo
O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de
modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica
consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o
lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que
afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a
aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones
Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da
populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas
A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e
o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de
conflito na zona costeira brasileira
Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios
destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento
populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais
concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros
A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo
do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale
mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute
diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de
ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo
A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do
litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924
poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem
Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora
provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas
para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno
dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a
grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao
redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana
consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra
nessas cidades
O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se
fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -
e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das
poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo
ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada
A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de
industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a
formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes
paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o
excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes
comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam
avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes
vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns
exemplos
Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de
urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas
grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a
plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os
contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma
constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo
11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme
pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do
autor
[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento
urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se
estruturalmente com uma sociedade complexa espacial
ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea
segmentada e sobretudo profundamente desigual []
(FARIAS1991p105)
Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que
vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes
desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos
vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do
ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social
desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos
mas com intensidades diferentes
a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute
necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto
o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de
controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem
transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993
p268)
11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira
A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de
extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e
largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos
sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte
situada nas regiotildees tropicais e subtropicais
2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos
12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e
uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com
largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa
O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de
ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de
planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de
subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da
fauna local e de sua vegetaccedilatildeo
O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de
modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica
consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o
lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que
afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a
aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones
Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da
populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas
A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e
o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de
conflito na zona costeira brasileira
Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios
destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento
populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais
concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros
A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo
do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale
mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute
diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de
ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo
A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do
litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme
pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do
autor
[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento
urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se
estruturalmente com uma sociedade complexa espacial
ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea
segmentada e sobretudo profundamente desigual []
(FARIAS1991p105)
Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que
vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes
desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos
vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do
ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social
desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos
mas com intensidades diferentes
a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute
necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto
o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de
controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem
transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993
p268)
11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira
A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de
extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e
largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos
sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte
situada nas regiotildees tropicais e subtropicais
2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos
12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e
uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com
largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa
O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de
ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de
planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de
subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da
fauna local e de sua vegetaccedilatildeo
O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de
modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica
consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o
lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que
afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a
aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones
Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da
populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas
A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e
o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de
conflito na zona costeira brasileira
Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios
destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento
populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais
concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros
A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo
do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale
mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute
diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de
ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo
A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do
litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e
uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com
largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa
O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de
ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de
planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de
subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da
fauna local e de sua vegetaccedilatildeo
O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de
modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica
consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o
lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que
afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a
aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones
Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da
populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas
A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e
o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de
conflito na zona costeira brasileira
Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios
destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento
populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais
concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros
A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo
do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale
mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute
diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de
ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo
A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do
litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR
1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de
adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as
primeiras redes de cidades
No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo
litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de
produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos
especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que
originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e
escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da
Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas
O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona
costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-
primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento
industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio
Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo
distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto
com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam
se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona
costeira a partir dos anos de 1950
No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o
afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na
forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do
processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do
litoral
Assim sendo importantes ramos industriais no processo de
industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a
necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos
portos se tornou estrateacutegica
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas
no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos
processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios
para os locais de sua instalaccedilatildeo
Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela
induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A
esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para
morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades
Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em
encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo
ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)
A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute
consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais
desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua
encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das
pessoas
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
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35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
15
2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO
DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA
Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba
devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro
jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo
esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a
praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que
natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave
reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano
desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo
do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao
acesso agrave aacutegua
Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na
maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para
abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que
possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa
do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo
valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em
proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda
necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela
populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da
poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a
propriedade para o poder puacuteblico
Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se
vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido
agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que
envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes
domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A
falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui
para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de
tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem
o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do
esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de
tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento
da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas
de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados
podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo
A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se
seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos
extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio
diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo
ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza
Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos
universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural
fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que
garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e
qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila
social
Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta
de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade
que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar
de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos
Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo
O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees
ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e
posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos
recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos
O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria
pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em
grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos
artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas
No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo
de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a
uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou
mar)
Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem
de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada
para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de
saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento
contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova
de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser
encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de
permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do
liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o
acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja
destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)
Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas
seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis
adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas
comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo
urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco
de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e
fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo
consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos
recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente
de contaminaccedilatildeo
EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA
A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a
demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo
destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na
tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou
reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas
Tabela 1
Paracircmetro de remoccedilatildeo
Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60
Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60
Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95
Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70
Graxas e Gorduras 70 a 90
Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10
Nitrogecircnio total 0 a 10
Coliformes Totais 20 a 60
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica
mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta
substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua
subterracircnea
Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por
nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir
Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100
Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100
mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100
mg1N-NO3
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
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LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
19 Tabela 2
CLASSE DE IMPACTO
AMBIENTAL
CENAacuteRIO
lsquorsquoArsquorsquo
MUITO BAIXO
bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O
esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute
a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa
por um processamento completo
bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O
esgoto passa por tratamento privado
completo e depois segue para a rede puacuteblica
ou diretamente ao ambiente
lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO
TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE
PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa
canalizado e passa por um tratamento parcial mas
eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica
rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO
bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O
esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica
seguida de sumidouro
bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM
TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute
canalizado para uma rede puacuteblica de coleta
sem tratamento
lsquorsquoDrsquorsquo ALTO
FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem
tratamento em uma fossa negra onde contamina o
solo e as aacuteguas subterracircneas
lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO
ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute
canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o
corpo receptor
Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES
De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se
encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas
tornando-as improacuteprias ao consumo humano
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
21
3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS
RECURSOS HIacuteDRICOS
A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades
antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da
Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das
reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e
resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do
conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de
impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a
implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da
qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua
requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados
para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute
indissociaacutevel
O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa
fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados
pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre
Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na
Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um
recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do
desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo
integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios
planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As
mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na
gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos
os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico
assim como um bem social
Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos
Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas
entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de
tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema
integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a
Vidardquo
O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e
de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees
Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores
desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes
de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania
A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a
considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao
seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica
no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a
formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis
O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu
uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e
promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e
desenvolvendo formas de economizar aacutegua
5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
23 Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da
Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da
Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que
propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a
sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais
Objetivos Especiacuteficos
1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo
consciente dos recursos hiacutedricos
2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de
reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais
3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos
de higiene pessoal
4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo
orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)
5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto
6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas
pedagoacutegicas da escola
Justificativa
O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da
escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para
todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos
hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de
aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a
curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de
baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma
profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua
vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave
formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos
naturais
Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na
Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-
se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a
Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos
hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder
Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto
de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma
complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos
que seratildeo implementados na Praia da Gamboa
Metas
1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua
para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos
2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)
3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa
4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel
fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas
5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das
aacuteguas pluviais
6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da
comunidade da Praia da Gamboa
7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa
8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos
utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos
rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do
ecossistema aquaacutetico
9- Avaliaccedilatildeo anual do programa
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
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BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
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WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
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ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
25 Puacuteblico alvo
O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico
alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola
Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da
Gamboa que se identifica com a proposta do projeto
Cronograma das atividades 2009
Atividades
meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Realizaccedilatildeo de
palestras de EA
- - X
Trabalhar o 3Rs X
Visita aos
mananciais
X
Realizaccedilatildeo do
Workshop
X
Criaccedilatildeo da Horta
comunitaacuteria
X X X
Avaliaccedilatildeo da aacutegua
da escola
X X
Realizaccedilatildeo do
diagnoacutestico soacutecio-
ambiental
X X
Criaccedilatildeo dos
indicadores
ambientais
X X
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS
O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da
Praia da Gamboa
Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado
pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento
sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se
expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos
cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos
a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que
desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo
Infelizmente estamos muito longe disso
A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona
intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico
tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo
de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade
de chuva aiacute eacute muito grande
321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente
Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as
companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os
domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o
acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro
Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de
baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela
seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta
a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de
filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos
caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o
telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna
Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas
somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo
atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior
Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento
drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -
seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la
sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e
importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta
uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de
meacutetodos modernos de filtragem e estocagem
322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais
Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais
e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais
racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da
Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa
privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior
escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel
A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e
seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as
enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua
Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de
aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por
estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a
energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos
os produtos que economizem aacutegua
A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver
ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o
quanto antes
Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da
Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a
uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua
potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais
A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de
aproveitamento de aacuteguas pluviais
1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de
calhas
2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior
3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio
superior
4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias
sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
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WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
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ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
29
Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de
Aacuteguas Pluviais
GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
30
33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO
Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais
decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da
Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de
extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com
frequumlecircncia na regiatildeo
Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um
processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo
mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se
caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)
Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos
e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras
vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e
funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa
anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)
Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de
sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo
permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes
resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo
Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50
sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de
lagoas
Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees
estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de
uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de
volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias
vezes a taxa de produccedilatildeo
A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo
fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
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WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
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ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que
as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica
A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de
reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa
regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa
A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A
profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo
de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da
lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor
A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial
Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as
aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas
O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e
constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs
zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante
este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que
iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria
orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o
lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute
a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas
dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa
liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa
(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute
fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela
fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para
isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo
solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de
oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e
consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo
praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas
Fotossiacutentese
CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2
Respiraccedilatildeo
Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia
A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de
oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a
noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua
ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute
denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre
por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia
quando na presenccedila de oxigecircnio
As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de
oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de
sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que
a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90
de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste
no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades
das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com
volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de
detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias
Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de
organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas
apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com
o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente
Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo
natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse
fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
34
BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
35
WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
33
CONCLUSAtildeO
O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem
desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de
efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais
devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais
ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e
natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas
e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente
Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e
democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio
e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a
participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo
concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo
essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade
dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos
deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com
sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento
Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo
ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e
uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de
habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que
praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal
Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor
gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma
Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa
7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico
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BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
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WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009
36
ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
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BIBLIOGRAFIA
LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997
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ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
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ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
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ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
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ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
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ANEXOS
ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1
Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
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ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
37 Foto 2
Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
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ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
38 Foto 3
Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
39 Foto 4
Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
40 Foto 5
Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
41 Foto 6
Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
42 Foto 7
Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
43
ANEXO 2
TABELAS DE INFECCcedilOtildeES
TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua
CATEGORIA INFECCcedilAtildeO
1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias
relacionada com a higiene) disenteria amebiana
balantidiacutease
enterite campylobacteriana
coacutelera
diarreacuteia por escherichia coli
giardiacutease
diarreacuteia por rotaviacuterus
salmonelose
disenteria bacilar
Febres enteacutericas
febre tifoacuteide
febre paratifoacuteide
Poliomielites
Hepatite A
Leptospirose
Ascaridiacutease
Tricuriacutease
2 Relacionada com a higiene
a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele
Doenccedilas infecciosas dos olhos
b) Outras Tifo transmitida por pulgas
Febre recorrente transmitida por pulgas
3 Baseada na aacutegua
a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose
b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e
Outras infecccedilotildees por helmintos
4 Transmissatildeo por inseto vetor
a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono
b) Procriam na aacutegua Malaacuteria
Arboviroses
Febre amarela
Dengue
Leishmaniose
FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997
44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997