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UNIVERSIDA DE CANDIDO MENDES PÓS-GRA DUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE AÇÃO INTEGRADA: ORIENTAÇÃO EDUCA CIONAL E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA VISANDO UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE Por: Fernanda de Oliveira Orientadora Profª. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro de 2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

AÇÃO INTEGRADA: ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA VISANDO UMA EDUCAÇÃO DE

QUALIDADE

Por: Fernanda de Oliveira

Orientadora

Profª. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro de 2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

AÇÃO INTEGRADA: ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA VISANDO UMA EDUCAÇÃO DE

QUALIDADE

Apresentação de monografia á Universidade

Cândido Mendes como requisito parcial para a

obtenção do grau de especialista em Orientação

Educacional.

Por Fernanda de Oliveira.

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3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela minha vida e

pela certeza de que Ele está sempre

olhando para mim.

Agradeço aos meus pais Therezinha e

José pelo incentivo aos estudos e sem

eles eu não seria nada.

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4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os

Orientadores Educacionais e

Pedagógicos do município de Belford

Roxo e a sua luta constante em prol a

uma Educação de Qualidade.

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5RESUMO

O estudo que aqui se fez buscou oferecer sugestões para que se

evitem possíveis conflitos decorrentes da aparente duplicidade de algumas

funções que são desempenhadas pelos orientadores educacionais e

pedagógicos, dentro de uma mesma instituição de ensino. Para permitir uma

melhor compreensão da problemática sob análise iniciou-se o trabalho com

uma abordagem acerca das principais atividades desenvolvidas pelo orientador

educacional e o SOE (Serviço de Orientação Educacional), tão comum nas

grandes escolas. Aí mesmo foram também analisadas questões em torno da

indisciplina e os fatores que, em geral, venham a provocá-la. Seguiu-se

avaliando, agora, o papel do orientador pedagógico, independentemente do

título que o cargo detenha na instituição, fazendo-se uma breve exposição

sobre o que vem a ser sua função e como suas atividades costumam ser

conduzidas. No terceiro e último capítulo fez-se à apresentação do problema

aqui estudado, partindo-se da análise dos caminhos para alcançar a qualidade

na escola, administrando os conflitos que surgem naturalmente e propondo-se

modos de se desenvolver um verdadeiro espírito de equipe.A proposta final foi

no sentido de fazer constar do projeto pedagógico mesmo ou de outro

documento qualquer o detalhamento de cada uma das funções do orientador

educacional e do orientador pedagógico, de modo a acabar, de vez, com

possíveis divergências que possam surgir entre os responsáveis por tais

atividades.

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6METODOLOGIA

O estudo foi iniciado após ser feita uma pesquisa nos textos

especializados no tema. Para tanto recorreu-se à biblioteca nacional e a

algumas obras do acervo da autora e de conhecidos seus.

Procedeu-se, então, à leitura de trechos das obras consultadas,

selecionando-se aqueles que deveriam constar textualmente do trabalho. Isto

feito passou-se à fase de fichamento e à análise das questões.

Na redação do trabalho iniciou-se com a redação dos três capítulos

para, ao final, elaborar a introdução, resumo e conclusão.

Foi utilizado o método descritivo a partir da revisão bibliográfica

recorrendo-se, também, a alguns textos extraídos da Internet.

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7SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – O papel do orientador educacional 10

1.1 – A questão da indisciplina 11

1.1.1 – A desestruturação familiar 13

1.1.2 – Falta de imposição de limites 14

1.1.3 – Influências negativas da mídia e da sociedade 17

1.2 – O SOE e a indisciplina 17

1.3 – O relacionamento com pais e professores 19

CAPÍTULO II – O orientador, supervisor ou coordenador pedagógico 22

2.1 – Breve panorama da função 22

2.2 – A formação inicial e continuada dos professores 24

2.3 – A elaboração do projeto pedagógico 28

CAPÍTULO III – Educação de qualidade a partir de entrosamento 33

3.1 – Administrando conflitos 34

3.2 – Atuação conjunta harmônica 37

CONCLUSÃO 44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47

BIBLIOGRAFIA CITADA 48

ÍNDICE 51

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

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8INTRODUÇÃO

As atividades desenvolvidas efetivamente pelo orientador educacional

e pelo orientador pedagógico podem acabar gerando conflitos entre os

profissionais por elas responsáveis, uma vez que há funções de um e de outro

passíveis de sugerir uma duplicidade que, na verdade, não existe.

Não se mostra uma tarefa das mais simples lidar e administrar pessoas

dentro das organizações e as instituições de ensino não escapam a esta regra.

Os aspectos comportamentais nos relacionamentos interpessoais

acabam refletindo a cultura e os valores e crenças da escola.

Um fator que costuma passar despercebido, apesar de sua extrema

relevância, é o de que se deve deixar o mais claro possível quais são as

funções de cada um dos orientadores, na qualidade de líderes que são, a fim

de evitar confronto ou até a simples repetição de tarefas.

No ambiente das escolas é preciso que haja um trabalho em equipe,

para o que é preciso que todos os envolvidos estejam comprometidos em

atingir as metas traçadas para a instituição, o que, preferencialmente, deve ser

feito da forma mais democrática possível, isto é, com a participação de todos

os colaboradores.

Torna-se mais um desafio nesse contexto conseguir que tudo de

desenvolva dentro de um clima de harmonia no espaço escolar. Somente por

esta forma se alcançará maior produtividade e melhores resultados.

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9Para demonstrar o valor de cada um dos papéis citados no cenário

escolar o presente trabalho definirá, em seu primeiro capítulo, as funções do

orientador educacional, abordando-se uma dificuldade comum na relação

alunos e professores, que é a indisciplina, com as razões que a provocam,

enfrentando-se, também, o relacionamento desse profissional tanto com pais

como aquele que mantém com os professores da instituição.

O segundo capítulo será dedicado ao papel do orientador

pedagógico. Aí será trazida uma síntese histórica da função, além de

mencionar as posição desse profissional no que se refere às medidas em prol

da formação continuada dos professores e sua posição diante do processo de

elaboração do projeto pedagógico.

Finalmente, no terceiro capítulo serão analisados os caminhos

que viabilizam que se alcance uma boa qualidade na educação, com destaque

ao bom relacionamento interpessoal dos orientadores educacional e

pedagógico.

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10CAPÍTULO I

O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

A profissão de orientador educacional foi criada pela Lei nº 5.564, de

21 de dezembro de 1968 e regulamentada pelo Decreto nº 72.846/73.

A atuação do profissional se dá, principalmente, na área educacional,

onde auxilia o aluno nos aspectos sociais, individuais e profissionais, cabendo-

lhe também verificar suas aptidões, habilidades, qualidades e identificar suas

deficiências.

Durante muitos anos, a orientação educacional esteve diretamente

vinculada a interesses da classe dominante. Servia para desempenhar um

papel disciplinador e também ajustador do aluno, seguindo o modelo social

vigente. Esta circunstância é assim comentada por Saviani:

“[...] a escola aparece como aparelho ideológico

dominante, pois constitui o instrumento mais acabado de

reprodução das relações de produção de tipo capitalista.

Para isso ela toma a si todas as crianças de todas as

classes sociais e lhes inculca durante anos a fio de

audiência obrigatória ‘saberes práticos’ envolvidos na

ideologia dominante”. (SAVIANI, 1985, p. 27)

Gradativamente a função social da educação foi se transformando, de

modo a fazer com que o orientador também desempenhasse uma função de

pseudopsicólogo, além de conselheiro, com vistas à adaptação do aluno ao

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11contexto escolar. Essa realidade é confirmada por Meksenas, quando destaca

que “a função da educação é integrar o indivíduo à sociedade [...] é inculcar no

individuo idéias do meio social em que vive”. (MAKSENAS, 2002, p. 38)

Já nos dias atuais o objetivo do orientador está em procurar fornecer

ao aluno uma formação, considerando-o como um ser integral em todos os

aspectos, seja no cognitivo, no social e no emocional.

O profissional da orientação educacional também desempenha um

papel importante na formação continuada do professor. Tal circunstância

decorre do trabalho que realiza, que vai desde o planejamento, com

acompanhamento de todo o processo de ensino, até o de aprendizagem dentro

da instituição em que exerce sua profissão. “Sua ação que se efetiva na

cumplicidade com os professores é uma relação entre pares, de troca de

informações e conhecimentos, projetos e propostas de trabalho”. (GEGLIO,

2004, p. 116)

Diante disso, a formação e qualificação profissional dos professores

podem se desenvolver no próprio espaço escolar. “[...] espaço privilegiado para

a ação e reflexão pedagógica”. (SILVA, 2004, p. 121)

1.1 - A questão da indisciplina

A indisciplina é definida, por Aurélio Buarque de Holanda, como

sinônimo de “desobediência, desordem, rebelião”. (FERREIRA, 1975, p. 764)

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12Em geral é compreendida na comunidade escolar como algo que

atrapalha a aula, da mesma forma que é vista como falta de respeito, de

responsabilidade, como transgressão a regras, etc.

Com relação ao educador a indisciplina pode ser vista como resultante

de relações educativas desordenadas, nas quais faltam firmeza e equilíbrio do

professor com relação aos limites a serem respeitados pela criança.

No passado a relação de obediência era estabelecida a partir da

imposição de normas e condutas que, caso fossem transgredidas, eram

punidas. Assim, era em razão do medo que se obtinha o respeito às regras.

O que se verifica, atualmente, é uma situação de ausência de noções

morais nos jovens, numa tentativa de romper com relações autoritárias,

buscando conduzir à autonomia do educando.

Acontece que a idéia de autonomia, que vem sendo difundida nas

escolas, demonstra incorrer em equívoco, já que:

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13“Parece surgir uma grande confusão quando alguns fazem

uma leitura dessa palavra apenas dentro de seu sentido

etimológico [...] e interpretam com isso que o sujeito

autônomo é quem faz o que acha certo, de acordo com

suas próprias idéias. Parecem esquecer-se do sufixo

nomia indicando a presença de regras que, para serem

estabelecidas, necessitam de um acordo entre as partes

envolvidas; necessitam, portanto, que o sujeito leve o outro

em consideração”. (ARAÚJO, 1996, p. 104)

Como se observam as concepções de autonomia e liberdade não

devem, em hipótese alguma, ser confundidas com licenciosidade, onde

prevalece a licença para tudo, sob pena de se admitirem como válidas atitudes

de indisciplina.

Existem diversos fatores que podem contribuir para um comportamento

anti-social. Nesse elenco, têm-se a desestruturação familiar, a falta de

imposição de limites por parte da família, as influências negativas da mídia e

também da sociedade como um todo.

1.1.1 – Desestruturação Familiar

No que diz respeito à desestruturação da família, com suas variadas

estruturas próprias, essa decorreu das mudanças sociais que se verificaram ao

longo do tempo. Diante disso, não é admissível que se enxergue apenas o tipo

de família nuclear.

Nos dias atuais a renda familiar é também composta por esposa e

filhos. Isto acaba gerando a distribuição de responsabilidades e promovendo

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14uma redefinição nos padrões na hierarquia social. Além disso, aumentou o

número de famílias reconstituídas, decorrentes de separações, divórcios e

novas uniões.

1.1.2 – A Falta de Imposição de Limites

A falta de limites mostra-se como um fator cada vez mais comum na

sociedade moderna. Existe uma despreocupação, tanto da escola, como do

grupo familiar, quanto a proporcionar às crianças e aos adolescentes o

desenvolvimento de habilidades que os conduzam a manutenção de contatos

interpessoais cordiais e de boa convivência. Assim sendo, verifica-se um claro

“jogo de empurra” entre essas duas entidades, cada uma furtando-se em

assumir seus verdadeiros papéis na educação.

Quando se aborda a questão dos limites esses se mostram geralmente

associados à questão da disciplina, no sentido de se promover o aprendizado

das regras e demarcar a divisa entre direitos e deveres, entre o certo e o

errado e entre a liberdade pessoal e a liberdade do outro, com vistas à

adaptação social da criança. Nesse sentido, a perspectiva do limite fica ligada à

noção de restrição ou proibição de condutas que possam violar as normas

institucionais, assim como ameaçar o bem individual ou coletivo e os acordos

estabelecidos na relação educativa.

De La Taille (1998) comenta a existência três tipos de limites que

seriam: o limite a ser imposto, o limite a ser transposto e o limite a ser

respeitado.

Quanto ao primeiro, define-o como sendo "[...] um tipo bem específico

de limite que a criança precisa construir e aprender a defender: aquele que

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15preserva sua intimidade". (DE LA TAILLE, 1998, p. 12) Em outras palavras

consistiria naquele que garante a privacidade de cada indivíduo.

O segundo limite encontraria fundamento na idéia de desenvolvimento

de Piaget, à qual o autor se reporta asseverando que: "[...] não é a pura

maturação biológica que explica o desenvolvimento, mas sim as múltiplas

interações com o meio físico e social". (DE LA TAILLE, 1998, p. 14) Partindo

dessa condição quanto ao desenvolvimento humano, o limite é visto como uma

fronteira a ser transposta. Diante disso a maturidade só é atingida quando se

ultrapassam fronteiras, pois "desenvolver-se é superar limites, transpô-los" (DE

LA TAILLE, 1998, p. 15).

Finalmente no que se relaciona ao limite a ser respeitado, ao contrário

do anterior, seu conceito sugere a necessidade de se observarem as fronteiras,

não vindo a transpô-las. Nesse contexto o autor cita dois tipos que devem ser

respeitados: os limites físicos, que fazem com que a criança desde cedo vá

aprendendo a "[...] situar sua liberdade em relação às leis físicas"; (DE LA

TAILLE, 1998, p. 52) e os limites do próprio corpo, acrescentando que:

“O homem não tem asas e não pode voar, não tem força

bastante para, com as mãos nuas, lutar contra um tigre ou

levantar toneladas, não pode correr além de uma certa

velocidade, não pode sobreviver sem comer e beber etc”.

(DE LA TAILLE, 1998, p. 51)

É externa a origem do limite a ser respeitado; é, em certa medida,

imposto à criança pela autoridade do adulto. Assim:

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16“Se os adultos não desempenham essa função de

autoridade, para Freud, não inspirarão medo, para

Durkheim, não desenvolverão, na criança, o espírito de

disciplina e, para Piaget, não desencadearão nela o

surgimento do sentimento do respeito moral”. (DE LA

TAILLE, 1998, p. 92)

A primeira célula social a que o indivíduo integra em sua vida, ainda

quando criança, é a família. Por fatores diversos esta vem deixando de dar

maior atenção aos filhos, bem como de agir com mais firmeza em sua

educação, impondo limites, o que são condições fundamentais para o

estabelecimento de uma relação de respeito mútuo e cooperativo.

Uma das razões para tal omissão decorre do fato de que, muitas

vezes, a atenção fica concentrada, cada vez mais, no sustento familiar. Diante

disso, acaba transferindo para a escola a responsabilidade de suprir as

carências conseqüentes.

Apesar de o papel da escola traduzir-se na construção de situações

que levem os alunos a se apropriarem de conhecimentos científicos, cuja

aplicação lhes seja útil em seu dia-a-dia, muitas vezes pais e professores

acabam se envolvendo em discussões improdutivas com os filhos e alunos,

respectivamente. Em tais momentos vêm a fazer o uso indevido de expressões

agressivas. Como meio para tentar fazer prevalecer seus pontos de vista,

provocam uma relação de autoridade, com disputa de poder, intolerância, falta

de diálogo, o que gera uma insatisfação geral, expressa por atitudes hostis e

de agressividade.

O problema da indisciplina escolar torna-se um duplo desafio aos

objetivos educacionais. Isto ocorre porque de um lado, a aprendizagem dos

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17conteúdos curriculares não se efetiva sem uma certa organização e

normatização das atividades, bem como das relações em sala de aula. Por

outro, o desenvolvimento das noções de regras e o respeito à coletividade são

processos constitutivos da consciência moral, que criam objetivos da educação

moral a ser desenvolvida na escola.

Por esta forma o fracasso em se conseguir a disciplina escolar pode vir

a configurar um obstáculo tanto para a organização do trabalho pedagógico,

quanto para a formação ética dos indivíduos que constituirão a sociedade.

1.1.3 – Influências Negativas da Mídia e da Sociedade

A mídia também tem sua parcela de responsabilidade nesse problema,

exercendo uma influência muitas vezes negativa, principalmente entre os

adolescentes; leva-os a adotar modismo, comportamentos estereotipados e

valores. Através desse canal são priorizados o individualismo e o consumismo,

que levam a criança e o adolescente a estabelecer comparações indevidas e,

por isto mesmo, ao descontentamento e à revolta. Trata-se de um fator que

incrementa o surgimento de conflitos sociais, onde os indivíduos acabam

cometendo assassinato apenas por causa de um par de tênis de marca.

Por esse caminho o respeito a si mesmo e ao outro sofre acentuado

enfraquecimento.

1.2 - O SOE e a indisciplina

A função do setor de orientação educacional das escolas – SOE

apresenta-se de grande relevância na manutenção da harmonia entre os

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18educandos. O trabalho ali desenvolvido é, para alguns, semelhante ao que

Vasconcellos se refere, ao falar sobre a “síndrome do chamamento”:

“[...] o trabalho da orientação é deixar de dar status

científico à discriminação feita em relação aos alunos [...],

diante de qualquer problema o professor já rotulava o

aluno [...] e contava com o endosso da orientação... Tal

prática alimentava uma outra distorção: a ‘síndrome do

encaminhamento’ (prática de mandar aluno para

orientação ou direção para que ‘dessem um jeito’), que

por sua vez, provocava outra síndrome: a do

‘chamamento’ (ficar convocando os pais para dizer que ‘o

filho tem problema’)”. (VASCONCELLOS, 2002, p. 80)

O papel desse serviço, contudo, é o de atuar conjuntamente com

outros setores, procurando estabelecer uma relação de diálogo na comunidade

escolar e, por esta forma, viabilizar a realização de um trabalho preventivo no

que se refere à construção da disciplina, prestando apoio aos professores,

alunos, pais, funcionários e direção.

Uma outra função desse órgão está em instituir um ambiente favorável

à construção da aprendizagem em que se privilegie o respeito às

individualidades e às diferenças.

Na visão de Vasconcellos “[...] a orientação educacional tem um papel

da maior relevância, entre outras coisas, por trabalhar com a questão da

construção das identidades dos educandos e, por que não dizer, dos próprios

educadores”. (VASCONCELLOS, 2002, p. 75)

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19Mostra-se inadmissível impor restrições ao trabalho do orientador

educacional reduzindo-o a mero atendimento de gabinete. Assim, haveria a

perda total da qualidade no serviço oferecido; qualidade essa merecida pela

educação, como destaca Vasconcellos através das seguintes palavras:

“[...] é preciso ter pessoas altamente qualificadas neste

âmbito a fim de ajudar na coordenação da travessia, não

como o ‘iluminado’, dono da verdade, mas naquela

perspectiva que apontamos do intelectual orgânico:

alguém que ajuda o grupo na tomada de consciência do

que está se vivendo, para além das estratégias de

intransparências que estão a nos alienar”.

(VASCONCELLOS, 2002, p. 71)

1.3 - O relacionamento com pais e professores

Tanto a como a família possui, em comum, a função de preparar os

jovens para o envolvimento social, sendo ambos os grupos pontos de

referência nos quais vivemos e atuamos. Além de educar, cabe à escola,

também, ensinar os conteúdos específicos dos diversos ramos do

conhecimento. O que diferencia sua atividade principal daquela desempenhada

pela família, está no fato de que esta última tem uma ação educativa voltada

para a construção de valores e sentimentos.

Diante disso mostra-se de fundamental importância que estas duas

instituições trabalhem em conjunto na formação dos jovens, sendo

imprescindível, porém, que cada um assuma seu verdadeiro papel nessa

formação.

Assim, caberá ao SOE atuar de forma integrada com os demais

setores da escola, interagindo com os atores sociais que também fazem

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20história, buscando preparar o aluno para enfrentar os novos desafios presentes

na sociedade atual.

Não cabe apenas ao orientador mostrar os conflitos e as contradições

presentes na sociedade. É preciso instrumentalizar os alunos, a fim de que

possam compreender e refletir sobre as relações sociais.

Ao orientador educacional compete, também, envidar todos os esforços

para resgatar a identidade do educador, pois em função de questões sociais,

como baixos salários, desvalorização profissional decorrente da degradação

geral de trabalho, essa identidade encontra-se relacionada à desmotivação.

Ressalta Vasconcellos que “O orientador, até pelo lugar institucional

que ocupa, pode ajudar o professor nesta construção, nesta busca de

identidade profissional”. (Vasconcellos, 2002, p. 76) Por este modo, poderá ele

desenvolver um trabalho articulado, que tenha em conta o contexto

multicultural da comunidade escolar.

Dentre as diversas funções do serviço de orientação educacional está

o de sinalizar e guiar os professores sobre a mudança dessa visão,

demonstrando que estão na escola para auxiliá-los nas dificuldades cotidianas,

tenham elas cunho prático, teórico, social, emocional, etc:

“Neste campo, o orientador tem uma especial tarefa, na

medida em que pode ajudar no delicado processo de

hermenêutica existencial, de interpretação dos

acontecimentos e de produção de sentido para o trabalho

(ajudar a re-significar as opções feitas), para os

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21conteúdos, para o estudo e, no limite, para a vida”.

(VASCONCELLOS, 2002, p. 76)

Pode-se afirmar, assim que o orientador educacional, deve ser visto

como um sujeito de relacionamentos, recomendando-se que invista nas

relações inter e intrapessoais, com o objetivo de construir um ser humano mais

crítico, participativo e mais consciente de seus direitos e deveres.

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22CAPÍTULO 2

O ORIENTADOR, SUPERVISOR OU COORDENADOR

PEDAGÓGICO

Detendo ou não uma função de coordenador ou supervisor, que esteja

constando dos registros de contratação desse profissional em nada se altera o

relevante papel desse profissional dentre das instituições de ensino. É também

conhecido como Professor Coordenador Pedagógico, ou simplesmente, PCP.

2.1 - Breve panorama da função

Antes mesmo de o orientador ou coordenador pedagógico alcançar

essa posição, já integrava o imaginário da escola ligado a diversas caricaturas.

Sua atuação como fiscal fazia-o ser visto como aquele que checava o que

acontecia em sala de aula, procurando normatizar o que podia ou não ser feito.

Possuía poucos conhecimentos em relação a ensino, desconhecendo

os reais e comuns problemas que se verificavam tanto em sala de aula como

na instituição. Por tais razões não tinha boa acolhida na sala dos professores,

já que não inspirava confiança para compartilhar experiências.

Sob outra ótica, também era considerado como um atendente. Uma

vez que não teria uma função específica servia, então, para atuar nas

emergências e apaziguar os ânimos entre os professores, pais e alunos.

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23Este profissional da educação desempenha diversas funções nas

instituições escolares, sejam elas públicas ou privadas.

Atualmente dentre as funções do orientador pedagógico está a de

organizar eventos, oferecendo orientação aos pais a respeito da aprendizagem

dos filhos e também informando a comunidade sobre os feitos da escola.

É preciso que haja um responsável para centralizar as conquistas dos

professores, promovendo a continuação das boas idéias, que consiste numa

das atividades de um orientador eficiente.

Sua atuação há de transcender as paredes da sala de aula, já que há

muito mais a aprender no convívio coletivo, seja no parque, no refeitório, na

rua, na comunidade, enfim.

O papel mais importante que desempenha está na formação dos

professores.

No cotidiano de uma instituição educativa há necessidade de:

organizar, segundo certa ordem e método, ações que visem colaborar para o

fortalecimento das relações entre a cultura e a escola; organizar o resultado da

reflexão dos professores, que envolve o planejamento, os planos de ensino e a

avaliação da prática; fixar as rotinas pedagógicas de modo a atender aos

anseios e necessidades de todos; e estabelecer a ligação e interligação das

pessoas, ampliando os ambientes de aprendizagem.

As atividades desse profissional estão bem sintetizadas em artigo de

Paola Gentile que as especifica como sendo:

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24

“ Participar ativamente da elaboração e discussão da

proposta pedagógica;

Estar atualizado com pesquisas e bibliografia para

orientar os professores na busca de soluções;

Garantir tempo e espaço — 2 ou 3 horas por semana —

para discussão sobre a prática docente e relações com os

alunos;

Ser o organizador do processo de educação continuada

da equipe;

Ouvir as queixas dos docentes e criar uma rotina de

reflexão coletiva sobre as possíveis soluções;

Planejar e avaliar em conjunto as ações didáticas;

Organizar estudos e leituras que possam levar o

professor a ter autonomia sobre a sua docência”.

(GENTILE, 2002)

É importante que todas as atividades aí descritas sejam desenvolvidas

num clima de abertura e respeito, onde todos os envolvidos e principalmente

atingidos pelas decisões que daí surgirão, sintam-se à vontade para manifestar

livremente suas opiniões e vê-las debatidas com argumentação clara tanto de

seus defensores, como daqueles que se opuserem a elas.

2.2 - A formação inicial e continuada dos professores

A questão da formação de professores, atualmente, vem ocupando a

atenção de todos os que estão direta ou indiretamente relacionados a ela, seja

nos cursos de licenciatura, como nos cursos de nível médio.

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25Esta preocupação, contudo, não é característica apenas dos tempos

atuais.

Placco e Silva tecem os seguintes comentários acerca desta

problemática:

“A discussão sobre formação o docente e antiga e, ao

mesmo tempo, atual: antiga, pois, em toda a nossa

histórica da Educação tem sido questionada a maneira

como são formados nossos professores; atual porque,

nos últimos anos, a formação do professor tem se

apresentado como ponto nodal das reflexões sobre

qualidade do ensino, evasão e reprovação, atual, ainda,

por seu significado de ampliação do universo cultural e

científico daquele que ensina, dadas as necessidades e

exigências culturais e tecnológicas da sociedade”.

(PLACCO E SILVA, 2002, p. 25)

De acordo com Freire é necessário que a formação permanente do

professor passe pela reflexão crítica sobre a prática. Acrescenta, ainda, que:

“E pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem

que se pode melhorar a próxima prática. O próprio

discurso teórico necessário à reflexão crítica, tem de ser

de tal modo concreto que quase se confunda com a

prática. O seu ‘distanciamento’ epistemológico da prática

enquanto objeto de sua análise, deve dela ‘aproximá-lo’

ao máximo. Quanto melhor se faca esta operação tanto

mais inteligência ganha da prática em análise e maior

comunicabilidade exerce em torno da superação da

ingenuidade pela rigorosidade”. (FREIRE, 2000, p. 43-44)

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26Assim sendo, passa a ser um ponto essencial que tanto aluno quanto

professor assumam-se como seres sociais e históricos que são. Ocorre que,

para tanto, é necessário que a formação docente instigue o exercício da

capacidade de criticar, o que implica em investir na “promoção da curiosidade

ingênua à curiosidade epistemológica", enquanto seres inacabados que todo

humano é. (FREIRE, 2000, p. 51)

As práticas sociais acabam sendo refletidas pela instituição escolar,

pelo fato de serem elas as responsáveis pela definição dos objetos de

conhecimento próprios desta sociedade.

Klein considera a experiência um fator que funciona como uma grande

orientadora de ações, ressalvando, porém, que a transmissão dessas práticas

deve se realizar é no espaço da escola, de forma sistematizada e intencional.

Acredita a autora que a razão de o conhecimento científico vir se

comportando aquém do padrão que poderia ser considerado como Ideal deve-

se ao modelo de sociedade vigente; nesta verifica-se serem poucos os

indivíduos se apropriam dos frutos do trabalho humano, entre os quais está

incluído o conhecimento, o qual se transforma em mercadoria. Diante desse

quadro:

“A luta pela escola só tem sentido se ela de fato realizar

seu papel de socializadora do conhecimento. Não se

trata, portanto, de acesso a ‘qualquer’ escola, mas à

escola de qualidade. E esta requer investimentos em um

montante que na o vem sendo atendido pelos governos”.

(KLEIN, 2000, p.20)

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27Segundo Christov cabe ao coordenador pedagógico a função relativa à

formação de professores. Tal atividade vem recebendo a denominação de

educação continuada nos textos oficiais de secretarias municipais e estaduais,

o mesmo se verificando na literatura especializada. Para a autora, essa

expressão:

"Traz uma crítica a termos anteriormente utilizados tais

como: treinamento, capacitação, reciclagem que na o

privilegiavam a construção da autonomia intelectual do

professor, uma vez que se baseava em propostas

previamente elaboradas a ser apresentadas aos

professores para que as implementassem em sala de

aula“. (CRISTOV, 2001, p. 9)

A partir da década de 90 a formação continuada começa a ganhar

destaque na promoção do saber e do fazer que estão em constante

transformação. Como ressalta Christov a respeito "um programa de educação

continuada se faz necessário para atualizarmos nossos conhecimentos, para

analisarmos as mudanças que ocorrem em nossa prática, bem como para

atribuirmos direções esperadas a essas mudanças". (CHRISTOV, 2001, p. 9)

Para que se verifique a educação continuada é preciso que o educador

se disponha a participar de cursos, congressos, seminários, reuniões

pedagógicas ou mesmo de orientações técnicas e estudos individuais. De

acordo com Christov, o sucesso desse empreendimento depende da reflexão

constante sobre a prática dos educadores envolvidos, com o fim de superar a

racionalidade técnica ou a prática linear e mecânica.

O objetivo maior de tal atividade deve ser o de garantir, orientar e

auxiliar esta formação, com o intuito de que os professores desenvolvam e

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28aperfeiçoem suas habilidades. Aí terão, também, oportunidade de renovar

conhecimentos, repensando a práxis educativa, procurando novas

metodologias de trabalho, de modo que possa estabelecer um elo entre teoria

e prática, Isto se justifica pelo fato de que não existe a possibilidade de

dicotomia entre uma e outra, já que toda ação humana é intencional, haja ou

não consciência disto. A conseqüência de tal postura é a obrigatoriedade de se

realizarem avaliações periódica quanto ao desempenho dos professores, o que

constituirá um feedback essencial para a melhoria da qualidade do ensino

oferecida pela escola. A motivação dos professores, também é incumbência

crucial do coordenador, podendo ser vista como o empurrão ou a alavanca que

estimula as pessoas a agirem e a se superarem. A motivação pode ser vista

como uma chave que abre a porta para um desempenho revestido de

qualidade em qualquer situação, seja ela no trabalho, como em atividades de

lazer ou mesmo em atividades pessoais e sociais.

2.3 – A elaboração do projeto pedagógico

O projeto pedagógico da escola pode ser compreendido como a

criação de uma oportunidade para que algumas coisas aconteçam. A principal

delas seria a tomada de consciência quanto aos problemas mais relevantes da

escola, com as possibilidades de solução e definição das responsabilidades

coletivas e pessoais, que visem superar ou atenuar as falhas detectadas.

A partir do momento em que esta elaboração se desenvolva com a

participação dos demais professores a medida vai permitir que o PCP ouça os

anseios de seus pares na busca de caminhos mais acertados. Estará

contribuindo, ainda, para criar uma relação de co-responsabilidade por parte

dos professores, tanto na apuração dos acertos quanto para as dificuldades ou

falhas que possam daí advir. Esta iniciativa leva ao desenvolvimento de uma

cultura escolar de cooperação, agregando diversos benefícios à escola e ao

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29processo de ensino-aprendizagem, tendo em vista a circunstância de que a

causa passa a ser comum a todos, num clima de reciprocidade e confiança.

Segundo Gadotti:

“Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessas

para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado

confortável para arriscar-se, atravessar um período de

instabilidade e buscar uma estabilidade em função de

promessa que cada projeto contém de estado melhor do

que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado

como promessa frente determinadas rupturas. As

promessas tornam visíveis os campos de ação possível,

comprometendo seus atores e autores”. (GADOTTI apud

VEIGA, 2001, p. 18)

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional deixou explícita a

idéia de que a escola não pode prescindir da reflexão quanto à sua intenção

educativa. Diante disso, o projeto pedagógico passou a ser prioritário de estudo

e de muita discussão.

Na visão de André o projeto pedagógico não se resume apenas a uma

carta de intenções, tampouco consistindo numa exigência de ordem

administrativa; deve o mesmo:

"Expressar a reflexão e o trabalho realizado em conjunto

por todos os profissionais da escola, no sentido de

atender às diretrizes do sistema nacional de Educação,

bem como às necessidades locais e específicas da

clientela da escola. [...] é a concretização da identidade da

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30escola e do oferecimento de garantias para um ensino de

qualidade". (ANDRÉ, 2001, p. 188)

Pela definição dada por Libâneo o projeto pedagógico "deve ser

compreendido como instrumento e processo de organização da escola".

(LIBÂNEO, 2001, p. 125)

Apesar da retórica que recomenda o desenvolvimento de um trabalho

participativo e a imposição de órgãos escolares que reúnam professores, pais e

alunos, geralmente não se conta com a tradição de um esforço coletivo para

discutir, analisar e buscar soluções no âmbito das escolas.

A prática de reuniões torna-se cada vez mais freqüente, mas elas

acabam não se mostrando com a produtividade esperada.

Tal dificuldade pode estar situada na própria formação do professor,

especialmente, pela forma como é feita nos cursos de licenciatura, desde a sua

criação. Esses cursos partem de uma idéia de que o trabalho docente estaria

limitado ao ato de ensinar alguma coisa para alguém. Para desenvolver essa

tarefa de forma satisfatória o futuro professor – que seria um meio especialista

em alguma disciplina - recebe algumas noções de didática geral e especial, de

psicologia da aprendizagem e da legislação pertinente. È através de um

estágio, acompanhado por um professor da disciplina, que é desenvolvida a

parte prática da formação.

O processo ensino/aprendizagem, por exemplo, torna-se, aí, uma

verdadeira abstração. O que se poderia esperar, então, seria a ficção de se

contar com um professor individual que ensine e o aluno individual que

aprenda.

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31Não obstante a evolução dos tempos ainda se preserva a concepção

do professor, principalmente do licenciado, identificado com o papel do

preceptor outrora reservado ao ensino das elites.

O desaparecimento da preceptoria, como instituição educativa, deixou

vestígios na pedagogia, nas teorias da aprendizagem e na própria concepção

do professor. Seja como for seria pouco produtivo buscar pontos que sirvam

para comparar, em termos de eficiência, práticas preceptoriais com práticas

escolares. São esses elementos próprios de relações pedagógicas originadas

em situações sociais distintas, onde prevaleciam concepções de educação

diferentes.

Diante disso surgem as dificuldades para que um professor, preparado

para um trabalho de ensino individualizado, possa assimilar que a tarefa

educativa da escola tem desafio que ultrapassa os limites do ensino e

aprendizagem de disciplinas.

A concepção de um projeto pedagógico deve apresentar características

tais como:

“a) ser processo participativo de decisões;

b) preocupar-se em instaurar uma forma de organização

de trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as

contradições;

c) explicitar princípios baseados na autonomia da escola,

na solidariedade entre os agentes educativos e no

estímulo à participação de todos no projeto comum e

coletivo;

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32d) conter opções explícitas na direção de superar

problemas no decorrer do trabalho educativo voltado para

uma realidade especifica; e

e) explicitar o compromisso com a formação do cidadão”.

(VEIGA, 2001, p. 11)

A melhoria do ensino deve ser considerada como uma questão

institucional e uma instituição social, como é a escola, é mais do que a simples

reunião de professores, do diretor e outros profissionais.

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33CAPÍTULO 3

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE A PARTIR DE

ENTROSAMENTO

A questão da qualidade vem se tornando um ponto de extrema

relevância em todas os ramos de atividade, onde a escola também se inclui.

Como salientam Barbosa et al. (BARBOSA et al, 1995, p. 2): “Em todos

os grupos sociais vem crescendo um verdadeiro clamor pela melhoria da

qualidade do ensino em todos os níveis”.

O gerenciamento competente de uma organização recomenda que

haja sintonia entre as diversas divisões nela existentes, de modo a possibilitar

que suas metas sejam atingidas, da forma mais perfeita e econômica possível.

Os sistemas educacionais, vistos como um todo, assim como os

estabelecimentos de ensino, como unidades sociais, têm de ser considerados

como organismos vivos e dinâmicos. Assim sendo, caracterizam-se por uma

rede de relações entre os elementos que nelas interferem, sejam de forma

direta ou indireta, de modo a justificar que se estabeleça um foco comum a ser

alcançado por todos, onde cada um deverá estar desenvolvendo a atividade

que lhe compete da melhor maneira possível.

É preciso que a escola defina seu alvo, com clareza, tanto para o

presente como para o futuro, de modo a não perder de vista a possibilidade de

alcançá-lo. Para tanto deverá estabelecer um sistema de gerenciamento que

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34contemple o conhecimento e o controle das inter-relações de todos os

componentes e das pessoas que fazem parte dele.

A ruptura com o sistema autoritário é questão inevitável, diante da

necessidade de se implementar o pensamento democrático, onde caiba uma

gestão participativa.

O ambiente da escola tradicional é visto por Ramos (RAMOS, 1995, p.

18) como uma “luta surda” que acaba envolvendo todos os seus atores numa

postura de competição e rivalidades, provocando uma separação que faz surgir

um clima de confronto e animosidade; desse se tem uma situação em que

todos perdem sempre. Defende a idéia da cooperação, com base na

convergência de propósitos, em que todos se posicionem como componentes

de um sistema interdependente; como se sustentando em parcerias (internas e

externas) para formar um time em que todos possam se sentir vitoriosos.

3.1 - Administrando conflitos

Os conflitos existem desde o início da humanidade, fazendo parte do

processo de evolução dos seres humanos. São necessários para o

desenvolvimento e o crescimento de qualquer sistema seja ele familiar, social,

político ou organizacional.

Existem incontáveis alternativas para indivíduos e grupos lidarem com

tais dificuldades. Estas podem ser ignoradas ou abafadas, sanadas e

transformadas num elemento auxiliar na evolução de uma sociedade ou

organização.

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35Fazendo-se uma análise na história observa-se que, até há pouco

tempo, a ausência de conflitos era vista como uma verdadeira expressão de

bom ambiente, boas relações e, no caso das empresas, até mesmo como sinal

de competência.

Certos profissionais encaravam o conflito de forma negativa, como

resultante da ação e do comportamento de pessoas indesejáveis. Associavam-

no à agressividade, confrontos físicos e verbais e a sentimentos negativos,

que, por sua vez, eram tidos como prejudiciais ao bom relacionamento entre as

pessoas e, assim, ao bom funcionamento das organizações.

Os conflitos podem ser compreendidos, pois, como fenômenos da vida

de relações que são gerados a partir dos interesses sociais e pessoais.

O ser humano vive guiado por interesses, colocando-se em constante

posição de ataque ou defesa deles.

Morgan entende que o conflito sempre surge quando os interesses

colidem; sob qualquer forma ou razão que o conflito assuma, “a sua origem

reside em algum tipo de divergência de interesses percebidos ou reais”.

(MORGAN, 1996 p. 160)

Nas organizações são os conflitos e jogos de poder que definem a

política. Daí surgem intrigas interpessoais (quase sempre de forma invisível),

as quais, muitas vezes, vêm a ocupar o centro das atenções, criando tensões.

“A política organizacional nasce quando as pessoas

pensam diferentemente e querem agir também

diferentemente. Essa diversidade cria uma tensão que

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36precisa ser resolvida por meios políticos [...] Pode ser

resolvida por três meios: autocrático (vamos fazer dessa

forma), burocrático (espera que se faça dessa forma) ou

democrático (como vamos fazer?). Em cada um dos

casos, a escolha entre os caminhos de ação usualmente

baseia-se nas relações de poder entre os atores

envolvidos”. (MORGAN, 1996, p. 152)

Acontece que a divergência de opiniões nem sempre se apresenta

como um fator negativo. O conflito é, por sua vez, uma fonte de idéias novas,

podendo provocar discussões abertas sobre determinados assuntos, o que se

revela positivo, uma fez que permite a expressão e exploração de diferentes

pontos de vista, interesses e valores.

Há certos momentos em que existe até mesmo a necessidade de haver

o conflito, para que se evite entrar processo de estagnação.

Assim sendo pode-se afirmar que os conflitos não são

necessariamente negativos. O diferencial aí está justamente na maneira como

se lida com o mesmo, o que pode gerar algumas reações.

Na medida em que o surgimento de conflitos passa a ser visto com

serenidade e como uma forma útil para que se debatam idéias, resguardando

os objetivos principais da escola, não há como não serem eles considerados

úteis para o resgate da harmonia do grupo.

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373.2 - Atuação conjunta harmônica

A atividade de coordenação integrada pode ser denominada de

administração participativa. Esta se constrói, por meio de um trabalho

cooperativo, onde a delegação de autoridade, com base na competência e na

responsabilidade mostra-se como um fator relevante.

A respeito da participação Lindsey comenta ser ela:

“É uma habilidade que se aprende e se aperfeiçoa.

Ninguém nasce sabendo participar, mas como se trata de

uma necessidade natural, a habilidade de participar

cresce rapidamente, quando existe a oportunidade de

praticá-la. O mesmo autor cita na pág. 16 as duas fases

para a participação: Afetiva: participamos porque

gostamos de fazer coisas com os outros. Instrumental:

participamos porque trabalhar junto é mais eficaz e

eficiente do que sozinho“. (LINDSEY, 1988, p. 47)

Em tal caso a afetividade acaba criando uma perspectiva de igualdade

no trato e também de supressão da hierarquia, permitindo a instauração de um

clima adequado à participação, onde se entendem as diferenças e divergências

individuais, instituindo uma possibilidade de troca e enriquecimento do grupo

como um todo.

Uma instituição que também se dispõe a aprender é uma organização

em que as pessoas, em todos os níveis, estão coletiva e continuadamente

procurando melhorar suas capacidades de criarem as coisas que elas

realmente desejam criar. Em outras palavras, uma escola em que seus

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38educadores também aprendem, fica cada vez mais afinada com a busca da

melhoria de sua qualidade.

É fundamental aprender a administrar equipes, da mesma forma que

planejar e estabelecer metas em parceria, imprimindo motivação a seu pessoal

para uma participação colegiada.

Para ilustrar o quanto a harmonia nas atividades do orientador

educacional e do pedagógico tem relevância para que se atinjam os ideais de

qualidade a que as escolas almejam, cite-se, abaixo, trecho de um artigo de

Jaciara Pereira que assim esclarece:

“Um exemplo é o do colégio São Vicente de Paulo, em

Niterói. Religiosa e tradicional, a instituição ainda mantém

o Serviço de Orientação Educacional (SOE), com 11

orientadoras, e uma coordenação pedagógica. Todos os

3600 alunos da escola, da Educação Infantil ao Ensino

Médio, são assistidos pelos profissionais. Conforme

explica a coordenadora geral pedagógica da escola, Maria

Antônia Delduque Quintes, os orientadores educacionais

e pedagógicos trabalham em conjunto, dando apoio aos

processos de ensino e aprendizagem. Nós entendemos

que o aluno é um ser global, não segmentado. Ele não

estará bem na sala de aula se não estiver bem

emocionalmente. A função dos orientadores é buscar o

equilíbrio entre a razão e a emoção do aluno. Não

estamos preocupados em formar apenas seres humanos

competentes e com habilidades profissionais, mas

também com valores morais e cristãos, enfatiza Maria

Antônia”. (PEREIRA)

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39As reflexões quanto aos caminhos escolhidos pela escola devem ser

repensados com freqüência, mas de forma coletiva, buscando transformar a

instituição, redefinindo seu papel, caso isto se torne necessário. Isto deve ser

considerado, não obstante o fato do real valor que todas as diferentes formas

de trabalho possuem no interior das escolas.

Torna-se necessário que se busque a construção de uma escola

democrática que esteja relacionada a ações que assegurem um ensino de

qualidade, sem discriminação; ações essas que surgem da prática.

Orientadores e supervisores ou coordenadores têm de agir de forma

conjunta, uma vez que são tais profissionais da educação que devem fazer a

articulação entre os vários segmentos da escola. Devem funcionar como os

mediadores das discussões que acontecem no espaço escolar.

São os debates que levam à reflexão coletiva, direcionando as ações

com o objetivo de promover a construção de uma escola onde as diferenças

sejam valorizadas nos processos de ensino e aprendizagem.

Como explica Frison:

“O Orientador e o Supervisor caracterizam-se como

mediadores e articuladores do processo educativo,

priorizando a construção de uma escola participativa e

transformadora desta sociedade individualista, excludente

e discriminatória. O fazer destes profissionais deve refletir

uma visão dialógica e dialética no exercício de

açãoreflexão- ação”. (FRISON, 2000, p. 25)

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40É imprescindível que ocorram mudanças na escola, de modo a

viabilizar que a inclusão se efetive em todos os seus níveis.Não devem ficar

limitadas somente às estruturais, devendo se estender às mudanças na forma

de pensar e de agir das pessoas que fazem parte desse espaço.

O ponto de partida a ser considerado deve ser a consciência crítica de

forma coletiva sobre a prática vigente na escola. A partir daí torna-se

necessário que se faça um trabalho coletivo, para o qual haja parceria entre a

equipe e os professores em sua construção.

Nesse clima devem se envolver orientadores, supervisores e

professores para que, refletindo de forma integrada, procurem elaborar um

planejamento pedagógico que atenda às necessidades dos educandos.

“A construção de uma parceria entre Orientação,

Supervisão e Professores redimensiona as práticas

pedagógicas, pois encontram a solução dos problemas no

coletivo, através do diálogo e do planejamento de acordo

com a realidade, visando alcançar os objetivos propostos

e uma maior qualidade na aprendizagem”. (FRISON,

2000, p. 20)

O que ocorrerá daí é que o orientador acabará se beneficiando na

interação com o professor, ao mesmo tempo em que contribui para a formação

continuada daquele profissional. “Ou seja, à medida que ele contribui para a

formação do professor em serviço, ele também reflete sobre sua atuação e,

conseqüentemente, está realizando a sua autoformação continuada”.

(GEGLIO, 2004, p.118)

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41O educador seja ela professor, orientador ou supervisor, é responsável

por sua formação, através do desenvolvimento de um trabalho constante, em

conjunto com os colegas, tanto de pesquisa como de revisão da sua própria

prática:

“O exercício constante e sistemático de compartilhamento

de idéias, sentimentos e ações entre professores,

diretores e coordenadores da escola é um dos pontos-

chave do aprimoramento em serviço. Esse exercício é

feito sobre as experiências concretas, os problemas reais,

as situações do dia-a-dia que desequilibram o trabalho de

sala de aula – esta é a matéria prima das mudanças

pretendidas pela formação”. (MANTOAN, 2003, p. 83)

É preciso, então, que a formação dos educadores se faça num

processo contínuo que não termine jamais.

Não se pode esquecer, também, que:

“A formação não se constrói por acumulação (de cursos,

de conhecimentos ou de técnicas, mas sim através de um

trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de

(re)construção permanente de uma identidade pessoal”.

(NÓVOA apud SILVA, 2004, p.129)

Seria imprescindível que todos os envolvidos com o processo de

ensino e aprendizagem estivessem efetivamente comprometidos em construir e

concretizar projetos que atendessem às necessidades presentes no ambiente

escolar. No mínimo deveriam estar comprometidos com a realização do Projeto

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42Político-Pedagógico (PPP), já que se trata de um documento de extrema

importância para guiar as ações dentro das instituições de ensino.

É preciso, também, que orientadores educacionais e pedagógicos

tenham consciência da relevância de suas funções dentro das escolas em que

atuam.

Além disso, tais profissionais têm de contar com uma formação sólida,

entre outros requisitos assim comentados por Vasconcellos:

“[...] é preciso ter pessoas altamente qualificadas neste

âmbito a fim de ajudar na coordenação da travessia, não

como o ‘iluminado’, dono da verdade, mas naquela

perspectiva que apontamos do intelectual orgânico:

alguém que ajuda o grupo na tomada de consciência do

que está se vivendo, para além das estratégias de

intransparências que estão a nos alienar”.

(VASCONCELLOS, 2002, p. 71)

Mantoan contribui afirmando que: “A reorganização das escolas

depende de um encadeamento de ações que estão centradas no projeto

político-pedagógico”. (MANTOAN, 2003, p. 65) Trata-se de um instrumento da

maior importância para que os objetivos traçados pelas escolas se acham de

acordo com a realidade a que ele se destina.

Outra situação da qual não se pode prescindir é a de que haja um

espírito de parceria entre orientadores e supervisores, não bastando existir um

trabalho integrado entre os diferentes segmentos das escolas.

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43“Hoje, propõe-se uma prática transformadora, dinâmica e

inter-relacionada. É preciso um Orientador e um

Supervisor trabalhando interdisciplinarmente,

redimensionando sua prática, assumindo uma postura de

educadores comprometidos com a formação do indivíduo,

com o desenvolvimento e o fortalecimento da vivência das

relações democráticas na escola”. (FRISON, 2000, p. 20)

Não poderia mesmo ser diferente, já que tanto o orientador educacional

como o pedagógico têm, no elenco de suas funções, que atuar no sentido de

buscar soluções para os problemas, lidam também com as dificuldades dos

professores, alunos e pais, orientam e avaliam, etc. A perfeita sintonia entre

eles é questão se ordem fundamental para que as atividades escolares tenham

seu curso normal, em direção à qualidade dos serviços escolares.

Acrescente-se à condição apontada a necessidade de se contar com

um projeto político-pedagógico que considere a inclusão como fundamento de

todo o processo de ensino e de aprendizagem. Esse deverá ter sido elaborado

de forma coletiva, integrando todos os segmentos da escola, não tem como se

equivocar quanto ao alvo de conseguir, para os educandos uma formação que

os torne conscientes de seus direitos, do mesmo modo em que comprometidos

com o tempo em que estão vivendo.

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44CONCLUSÃO

O espaço da escola é bastante abrangente no que diz respeito aos

recursos humanos. Ele comporta diferentes personalidades, com interesses,

expectativas e idéias das mais variadas.

A ação administrativa escolar também se mostra complexa, uma vez

que existem diretrizes, normas, planejamentos e recursos materiais que

necessariamente devem se colocar de forma integrada, de forma a viabilizar

que se alcancem os objetivos traçados e que também satisfaçam os interesses

e aspirações da sociedade.

A escola possui uma relevância paralela à do Estado; ela passa a ser a

instituição mais importante depois de considerada a família, pois é lá que se

deve dar continuidade à construção dos pequenos indivíduos em formação.

Nesse caminho é preciso que o ambiente em que a criança e o

adolescente passam grande parte de seu tempo conte com um clima dotado da

maior harmonia possível entre aqueles que são responsáveis pelo processo

ensino-aprendizagem. Somente por esta forma será possível cogitar da

possibilidade do aspecto da qualidade que hoje vem sendo objeto de tamanha

atenção na área educacional.

Seja a escola pública ou privada trata-se de uma organização, como

outra qualquer, já que é dotada de planejamento, administração, recursos

humanos, de um modo geral, e dirigentes, entre outros fatores. Só que não

basta que cada um dos componentes dessa escola se limite a realizar, no dia-

a-dia, a atividade para a qual foram contratados, sem que se coloquem

comprometidos com os objetivos a que a instituição se propõe a alcançar.

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45Neste elenco, logicamente, estão principalmente aqueles com função de

orientador, tanto o educacional como o pedagógico.

Como ressaltado no presente estudo, é imprescindível que cada um

desses profissionais esteja plenamente consciente de seu papel e da

importância que o mesmo possui para que se tenha uma real qualidade nos

serviços prestados.

Pelo que se pode observar há funções que são comuns a esses

profissionais e entre elas podem ser citadas como principais a questão da

formação continuada dos professores e a relação direta com pais e alunos.

Acontece existe aí uma diferença de fundamental importância que está

tanto no fato de que o orientador educacional funcionaria mesmo como

apaziguador de ânimos, um elemento que deve transmitir empatia com alunos

e demais membros da comunidade escolar, atuando, como foi salientado até,

como um pseudopsicólogo. Seu perfil seria mais voltado, então, para os

relacionamentos interpessoais.

Já o orientador pedagógico precisa contar com capacidade

administrativa, com uma visão ampla da escola como uma empresa. Suas

atividades são mais voltadas a planejamento da instituição em si, com seu

projeto pedagógico, de cursos de atualização dos professores, além de

também ficar responsável pela organização de eventos e representar a escola

junto à comunidade.

Como tais diferenças guardam suas sutilezas, não possuindo uma

definição clara a princípio, naturalmente que podem ocorrer conflitos entre os

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46profissionais detentores dessas funções, principalmente se não estiverem

engajados e comprometidos com a qualidade da instituição em que trabalham.

.Uma solução para estabelecer a harmonia a respeito seria debater

democraticamente e definir claramente quais as funções específicas do

orientador educacional e do orientador pedagógico, seja dentro do próprio

projeto pedagógico ou em um manual específico, onde deverão ser

especificadas as atividades de cada um desses valiosos e imprescindíveis

profissionais, como uma medida saudável para se alcançar qualidade.

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47BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALMEIDA, Laurinda R.; BRUNO, Eliane B. G.; CHRISTOV, Luiza Helena da S.

(Org.) O Coordenador Pedagógico e a Formação Docente. São Paulo: Loyola,

1999.

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atuais tendências e desafios. São Paulo, 1998.

FULLAN, Michael; HARGREAVES, Andy. A Escola como Organização

Aprendente: buscando uma educação de qualidade. Porto Alegre: Artmed,

2000.

GUIMARÃES, Ana Archangelo et al. O Coordenador Pedagógico e a Educação

Continuada. 7ª ed. São Paulo: Loyola, 2004.

GRISPUN, Mírian Paura S. Zippin. Supervisão e Orientação Educacional:

perspectivas de integração na escola. São Paulo: Cortez, 2003.

LAROSA, Marco Antônio; AYRES, Fernando Arduini. Como Produzir uma

Monografia. 5ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2005.

LÜCK, Heloísa et al. A Escola Participativa o Trabalho do Gestor Escolar. 6ª

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48BIBLIOGRAFIA CITADA

1 - SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 1985.

2 - MEKSENAS, Paulo. Sociologia da Educação: uma introdução ao estudo da

escola no processo de transformação social. 9ª ed. SP: Loyola, 2000.

3 - GEGLIO, Paulo César. O Papel do Coordenador Pedagógico na Formação

do Professor em Serviço. In PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza; ALMEIDA,

Laurinda Ramalho de. O Coordenador Pedagógico e o Cotidiano da Escola.

São Paulo: Loyola, 2004.

4 - SILVA, Moacyr da. O Coordenador Pedagógico e o Cotidiano do Ginásio

Vocacional. In PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza; ALMEIDA, Laurinda.

5 - FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua

Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975.

6 - ARAÚJO, Ulisses Ferreira de. Moralidade e Indisciplina: uma leitura

possível a partir do referencial piagetiano. In: AQUINO, Julio R. Groppa (org).

Indisciplina na Escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus,

1996.

7 - DE LATAILLE, Yves. Limites: três dimensões educacionais. São Paulo:

Ática, 1998.

8 - VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do

Projeto Políticopedagógico ao Cotidiano da Sala de Aula. 2ª ed. São Paulo:

Libertad, 2002.

9 - GENTILE, Paola. Administrar: uma ação coletiva. Diretor e coordenador

pedagógico assumem novos papéis em uma gestão participativa.Caderno de

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49Planejamento. Edição n° 158, dez/2002. Disponível em:

<http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/158_dez02/html/direcao>. Acesso

em: 16 jan. 2007.

10 - PLACCO, V. M. N. DE S. e SILVA, S. H. S. A Formação do Professor:

reflexões, desafios, perspectivas. In: BRUNO, E. B. G.; ALMEIDA, L. R.;

CHRISTOV, L. H. da S. (Orgs.). O Coordenador Pedagógico e a Formação

Docente. 2ª ed. São Paulo: Loyola, 2002.

11 - FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática

educativa. 16ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

12 - KLEIN, L. R.; SCHAFASCHEK, R. Alfabetização. In: Currículo Básico para

Escola Pública do Paraná. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 1990.

13 - CHRISTOV, L. H. da S. Educação Continuada: função essencial do

coordenador pedagógico. In: GUIMARAES, A. A. et al. O Coordenador

Pedagógico e a Educação Continuada. 4ª ed. São Paulo: Edições Loyola,

2001.

14 - VEIGA, I. P. A. (Org.) Projeto Político-pedagógico da Escola: uma

construção possível. 23ª ed. Campinas: Papirus, 2001.

15 - ANDRE, E. D. O Projeto Pedagógico como Suporte para Novas Formas de

Avaliação. IN. Amélia Domingues de Castro e Anna Maria Pessoa de Carvalho

(Orgs.). Ensinar a Ensinar. São Paulo: Pioneira, 2001.

16 - LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. Goiânia:

Alternativa, 2001.

17 - BARBOSA, E. F. et al. Implantação da Qualidade Total na Educação. Belo

Horizonte: UFMG / EE / FCO, 1995.

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5018 - RAMOS, Cosete. Sala de Aula de Qualidade Total. Rio de Janeiro:

Qualitymark, 1995.

19- MORGAN, G. Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 1996.

20 - LINDSEY J. C. W. Educação com Participação. Trad. Sônia Miranda, Rio

de Janeiro: Record, 1988.

21 - FRISON, Lourdes Maria Bragagnolo. A perspectiva do especialista em

educação: um olhar sobre a Orientação Educacional: avanços e possibilidades.

In Seminário Interdisciplinar em Supervisão Escolar e Orientação Educacional.

Santa Cruz do Sul: UNISC, set/dez, 2000.

22 - MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão Escolar: O que é? Por quê?

Como Fazer? São Paulo: Moderna, 2003.

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51ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 10

1.1 – A questão da indisciplina 11

1.1.1 – A desestruturação familiar 13

1.1.2 – Falta de imposição de limites 14

1.1.3 – Influências negativas da mídia e da sociedade 17

1.2 – O SOE e a indisciplina 17

1.3 – O relacionamento com pais e professores 19

CAPÍTULO II

O ORIENTADOR, SUPERVISOR OU COORDENADOR PEDAGÓGICO 22

2.1 – Breve panorama da função 22

2.2 – A formação inicial e continuada de professores 24

2.3 – A elaboração de um projeto pedagógico 28

CAPÍTULO III

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE A PARTIR DE ENTROSAMENTO 33

3.1 – Administrando conflitos 34

3.2 – Atuação conjunta harmônica 37

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA CITADA 48

ÍNDICE 51

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52FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Título da Monografia: AÇÃO INTEGRADA: ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA VISANDO UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

Autor: Fernanda de Oliveira

Data da entrega: 27/01/2007

Avaliado por: Conceito: