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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO COMO GERADORA DE
NOVAS OPORTUNIDADES
Por: Ana Cristina Paranhos
Orientador
Prof. Dr. Fernando Arduini
Prof. Ms. Mario Luiz Trindade Rocha
Rio de Janeiro
Janeiro /2007
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO COMO GERADORA DE
NOVAS OPORTUNIDADES
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Pedagogia
Empresarial
Por: Ana Cristina Paranhos.
AGRADECIMENTOS
...Em primeiro lugar a Deus que
sempre me acompanha no meu viver, a
Nossa Senhora que me cobre com
seu Manto Santo e aos amigos da
Agência de Capacitação do Banco da
Providência (Neire, Alice, Eridan ,José
Santa Bárbara e Monique) que me
auxiliaram nos momentos difíceis e
me fizeram perseverar no dia a dia e
citando Walt Disney:
Aprendi e Decidi... Decidi ver cada dia
como uma nova oportunidade de ser
feliz...Neste dia, descobri que eu não
era o melhor e que talvez eu nunca
tenha sido...Aprendi que de nada serve
ser luz se não for para iluminar os
caminhos dos demais... E que os
nossos sonhos são um passo para a
realidade.
DEDICATÓRIA
...Dedico este trabalho a minha mãe
Geralda que nunca me desampara e que
está sempre ao meu lado ajudando-me e
apoiando-me; agradeço um milhão de
vezes pelo fato dela existir e ser minha
Mãe e também dedico a minha filha
Andressa que é companheira nos meus
passos e fonte do meu viver...
RESUMO
Esta monografia tem por objetivo criar oportunidades de discussão ,que
colaborem para que as pessoas de baixa escolaridade tenham condições de se
qualificar, para participar de um processo de desenvolvimento mais humano e
igualitário.
O foco principal é a discussão dessas alternativas que são oferecidas
para as pessoas, com baixa escolaridade, de aumentarem as suas chances de
se qualificar, para que consigam ingressar no Mercado de Trabalho, tão
excludente.
Faremos uma análise do processo de Globalização, da Educação para o
trabalho e da necessidade do trabalhador adquirir habilidades e competências,
para gerar novas oportunidades.
E divulgar a metodologia aplicada pelas Agências de Capacitação do
Banco da Providência, no que se refere à Capacitação para o Trabalho;
capacitação esta que é a colaboração que o Banco da Providência pretende
oferecer para que pessoas que participem do seu Programa de Inclusão de
Famílias gerem novas oportunidades, em suas vidas.
METODOLOGIA
A partir da prática realizada nos últimos 05(cinco) anos, onde realizamos
este trabalho de Capacitação com pessoas de baixa renda, baixa escolaridade
e, além de tudo isto, baixa auto-estima; tendo nestes pilares o nosso foco de
Capacitação. Como resultado da mudança ocorrida, citaremos a análise do 1º
Encontro de Ex – aprendizes, realizado no mês de junho de 2006. A
metodologia adotada foi a da Pesquisa Participante e o da Pesquisa – Ação e o
estudo do material de Paulo Freire sobre a Pedagogia da Autonomia, Pedro
Demo -Habilidades e Competências e de Jacques D’Elors - Os 04(quatro)
Pilares da Educação.
A experiência que destacaremos é justamente no desenvolvimento de
uma Metodologia de Capacitação Profissional, num contexto da Educação
Popular, que pretende possibilitar às pessoas com baixo nível de escolaridade,
gerarem novas oportunidades em suas vidas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08.
CAPÍTULO I - Globalização 10.
CAPÍTULO II - Educação 18.
CAPÍTULO III –Trabalho 26.
CAPÍTULO IV–Habilidades 33.
CAPÍTULO V –Experiência das Agências de Capacitação 37.
CONCLUSÃO 41.
ANEXOS 43.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 54 .
BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 55.
ÍNDICE 56.
ATIVIDADES CULTURAIS 58 FOLHA DE AVALIAÇÃO 60.
INTRODUÇÃO
...Deus é maior que todos os obstáculos.
O presente trabalho tem o objetivo divulgar um processo de educação
não formal, desenvolvido pelo Banco da Providência, nas suas Agências de
Capacitação, responsáveis pelo Projeto de Capacitação para o Trabalho das
famílias atendidas pelo Programa de Inclusão Social.
Três questões norteiam este trabalho:
1. A influência da globalização nas relações de trabalho e geração de
renda.
2. A educação para o trabalho como um fator de transformação; que
habilidades e competências são necessárias para que as pessoas com
baixo nível de escolaridade gerem novas oportunidades em suas vidas.
3. O Projeto de Capacitação para o trabalho realizado pelas Agências de
Capacitação, do Banco da Providência.
“A crescente Globalização da economia e o avanço tecnológico produzem
modificações que se acentuam rapidamente. A Qualificação do trabalhador
exige não apenas um treinamento específico para tarefas, mas, sobretudo uma
base de conhecimentos, habilidades e atitudes que só podem ser obtidos e
mantidos mediante sólida educação geral e um processo de educação
permanente – profissional ou de qualquer nível e natureza de reciclagem
educativa”. (Planfor /1998)
A experiência desenvolvida pelas Agências de Capacitação é o
desenvolvimento de uma metodologia de formação profissional, num contexto
de educação que é o Aprender a Fazer ou aprender, fazendo, que tem maior
referência com a formação profissional.O indivíduo aprende e põe em prática
os seus conhecimentos. Segundo Jacques Delors – nos 04 (quatro) Pilares da
Educação:
“Aprender a conhecer e aprender são, em larga medida, indissociável. Mas a
segunda aprendizagem esta mais estritamente ligada à forma como ensinar o
aluno a pôr em prática os seus conhecimentos e, também, como adaptar a
educação ao trabalho quer seja ele formal ou informal”.
Neste contexto, o foco desenvolvido pelas Agências de Capacitação é:
“Educar não é um momento, é uma constante... Portanto, educar não é mais
um programa das Agências de Capacitação, mas é uma ação que perpassa
por todo o dia-a-dia da Agência”.
Para alcançar este objetivo maior foi adotado o trabalho com as
habilidades específicas, habilidades básicas e habilidades de gestão, que
servem de fio norteador da Capacitação Profissional:
“É preciso desenvolver habilidades que ajudarão o trabalhador a sobreviver no
mercado de trabalho, a inserir-se de maneira mais ampla no mundo, a viver em
sociedade ou tudo isso integradamente”.(Plano de Ação das Agências de
Capacitação)
Sobre as habilidades necessárias ao trabalhador com baixa
escolaridade, as Agências de Capacitação relatam que:
”Quanto às habilidades básicas, elas são as necessidades essenciais para
que a pessoa possa seguir na educação profissional; é a habilidade de
decodificar textos, símbolos, mensagens, saber passar para o papel suas
idéias, saber comunicar-se verbalmente e por escrito, enfim, fazer-se entender.
Saber-se localizar espacial e temporalmente, é ter noções básicas de
informática, é ter consciência com a preservação do meio ambiente, saber
respeitar o outro, ser solidário, etc. As habilidades específicas são aquelas
relacionadas ao trabalho e as habilidades de gestão são aquelas vinculadas à
organização do trabalho”.
Esta Capacitação é a colaboração que as Agências de Capacitação do
Banco da Providência, pretendem oferecer, para possibilitar que pessoas com
baixo nível de escolaridade gerem novas oportunidades, em suas vidas.
“É preciso um pensar local e um agir local” – conforme afirma o Sociólogo
Carlos Alberto Medina no seu texto “Globalização, Motor de Arranque da
Transformação”.
CAPÍTULO I - Globalização.
O CONCEITO DE GLOBALIZAÇÃO
“Não existe uma definição que seja aceita por todos, mas é, basicamente um
processo ainda em curso de integração de economias e mercados nacionais.
No entanto, ela compreende mais do que o fluxo monetário e de mercadoria;
implica a interdependência dos países e das pessoas, além da uniformização
de padrões e está ocorrendo em todo o mundo, também no espaço social e
cultural. É chamada de - terceira revolução tecnológica -(processamento,
difusão e transmissão de informações) e acredita-se que a globalização define
uma nova era da história humana”.(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)
1. Globalização - Introdução:
Podemos afirmar que o Brasil teve, ao longo de sua história, a marca
permanente da exclusão. Neste século, passaram a surgir projetos de
modernização cujo caráter excludente se explicita em diversos indicadores
sociais e econômicos. Característica essa do atual projeto de globalização que
se pretende hegemônico em nível mundial. No texto Globalização, ontem e
hoje, retirado da Internet www.terra.com.br/voltaire/atualidade, a expressão :
“Globalização tem sido utilizada mais recentemente num sentido
marcadamente ideológico, no qual assiste-se no mundo inteiro a um processo
de integração econômica sob a égide do neoliberalismo, caracterizado pelo
predomínio dos interesses financeiros, pela desregulamentação dos mercados,
pelas privatizações das empresas estatais, e pelo abandono do estado de
bem-estar social. Esta é uma das razões dos críticos acusarem-na, a
globalização, de ser responsável pela intensificação da exclusão social (com o
aumento do número de pobres e de desempregados) e de provocar crises
econômicas sucessivas, arruinando milhares de poupadores e de pequenos
empreendimentos”.
Este processo de globalização, marcado por profundas assimetrias e
desigualdades – ao contrário do que procura difundir o discurso dominante –
gera diferentes formas de fragmentação da sociedade, que se manifestam, de
forma mais aguda, nos países periféricos, como é o caso do Brasil. Assim, os
possíveis efeitos benéficos da globalização atingem a população de forma
extremamente desigual.
Segundo Demétrio Magnoli, no seu livro Panorama do Mundo 3 :
“Na realidade, esse processo é bastante eficaz, no que tange aos benefícios
que traz para o capital e, também, no que tange à globalização dos problemas
sociais. Sua estrutura, entretanto, tem bases incompatíveis com a globalização
das condições dignas de vida e da construção da verdadeira democracia”.
1.1.Globalização – Visão Panorâmica:
O termo globalização foi ganhando relevância na mídia após o término
da Guerra Fria e a extinção da União Soviética.Basta usar a palavra
globalização para todos entenderem tratar-se de um assunto sério e
atual.Globalização expressa, evidentemente, uma enorme expansão dos
negócios em escala mundial.Mas, esta expansão já ocorreu no passado.O que
conta é a diferença atual, nesta expansão.
Segundo Demétrio Magnoli, no seu livro Panorama do Mundo 3 :
“No termo globalização está implícita uma modificação radical no campo
empresarial. Primeiro não é mais a nacionalidade territorial que importa, mas
os efeitos locais produzidos pela atividade produtiva, independentemente de
sua nacionalidade. Segundo, os investimentos em unidades produtoras
especializadas garantem um fluxo de negócios dentro da própria empresa
transacional. As empresas integradas de maneira transacional já respondem
em muitos países desenvolvidos por cerca de um terço (1/3) até metade (1/2)
de toda a produção industrial, pois, a integração das subsidiárias e matrizes,
não só pode reduzir os custos de produção, como pode articular suas
exportações”.
Daí, a importância dos investimentos diretos dessas empresas em
outros países, garantindo seus mercados necessários.
A globalização leva a uma economia moldada pelas redes de empresas
e seus relacionamentos financeiros em alianças de longo prazo, como os
contratos de fornecimentos, licenciamentos, franquias, que não se encontram
totalmente expostos às forças de mercado.
A globalização é descrita, para muitos autores, como uma ação voltada
ao comércio internacional; as estatísticas, porém, parecem dizer outra coisa.
“Avalia-se que 40%(quarenta por cento) ou mais dos bens exportados pelas
empresas domésticas dos países desenvolvidos vão para as suas subsidiárias,
no exterior. Se, oficialmente, são exportações e importações, trata-se, na
verdade, de transferências no âmbito da mesma empresa. São máquinas,
componentes e produtos semi-acabados essenciais para a produção da
fábrica, no exterior, cujo fornecimento não pode ser interrompido, seja qual for
à taxa cambial”.(Demétrio Magnoli no livro Panorama do Mundo 3)
No comércio internacional, vem aumentando, de modo muito rápido, o
comércio de serviços (financeiro, consultoria gerencial, contabilidade e
seguros) que eram insignificantes, há 20(vinte) anos atrás. Entre os serviços,
está o conhecimento - que é hoje um dos principais recursos econômicos –
expresso na forma de treinamento, que, inclusive, permite que a força de
trabalho de um dado país possa alcançar o padrão mundial de produtividade
desejado, sem alterar os níveis locais dos salários, que são geralmente baixos
nos países emergentes.Isto permitiu parte do crescimento industrial destes
países. Baixos salários deixam de ser, assim, um indicador de baixa
produtividade.
O público, em geral, descreve a globalização como:
“... Fruto da ação de empresas gigantescas, as multinacionais, transferindo
produção de um país para outro, buscando mão de obra mais barata, sem
qualquer consideração com o bem-estar dos trabalhadores e da população. E
com hegemonia dos Estados Unidos”.(Internet – wikipédia –enciclopédia /2006)
Para os analistas tradicionais, a globalização é vista, segundo a fonte da
Internet –Wikipédia –enciclopédia /2006.
“... Com os custos dos transportes e as barreiras comerciais caindo tornaram
mais fácil às multinacionais servirem aos mercados externos, exportando em
vez de instalar fábricas e centros de pesquisa... Sua atuação protege os seus trabalhadores, mas não os demais. Com os ganhos de escala e de
telecomunicações, mais a informática e a securitização, o câmbio livre e a
exportação de serviços, há competição entre elas”.
Para os analistas reflexivos, a globalização, vista pelo angulo das
grandes empresas, segundo a fonte da Internet –Wikipédia –enciclopédia
/2006.
“... Buscam aumentar a produtividade e baixar os custos. Não buscam salários
mais baixos e sim, aumentar a capacidade do trabalhador. Com métodos
modernos de treinamento podem manter seus salários e elevar a relação
capacidade /produtividade, com custos de escala rebaixados, garantindo
competitividade no mercado mundial”.
A preocupação está nos efeitos gerais do desemprego estrutural,
esperando encaminhamentos de governos ou da sociedade civil para a sua
solução.
1.2– Globalização: Efeitos na vida da população
Esta é uma questão muito recente e que vem ganhando relevância, à
medida que o problema do desemprego e do peso financeiro dos benefícios
previdenciários, conseguidos com muita luta, passaram a se tornar visíveis e
questionados.
Herbert de Souza sintetizou os efeitos da globalização da vida das
pessoas, na perspectiva de uma abordagem baseada em valores éticos,
quando afirmou:
“A modernidade produziu um mundo menor do que a humanidade. Sobram
bilhões de pessoas. Não se previu espaço para elas nos vários projetos
internacionais e nacionais”.
A implantação do novo modelo de produção já deixa suas marcas nos
24(vinte e quatro) países industrializados do mundo: cerca de 30 (trinta)
milhões de pessoas estão atualmente sem trabalho.
Segundo Fernanda Carísio, Presidente do Sindicato dos Bancários no
Rio de Janeiro:
“O mais grave é que os postos de trabalho extintos em conseqüência da
utilização crescente de novas tecnologias e novas técnicas de gerenciamento
de recursos humanos não voltam mais, justamente porque foi feita a opção
pela sociedade dos excluídos”.
O economista Edward J. Amadeo no texto – Tendência e Ciclo da Taxa
de Desemprego (revista Veja 1998) – coloca que:
“As recentes medidas monetárias e fiscal, que certamente têm efeito
contracionista, terão impacto negativo sobre o mercado de trabalho. É possível
que a tendência ao crescimento da taxa de desemprego se acentue nos
próximos anos. Isto, porque o setor de serviços, que desde a década de
80(oitenta) é onde se geram empregos no país, está passando por um
processo de modernização, semelhante àquele por que vem passando a
indústria, nos últimos anos”.
Esta tendência é confirmada por dados do IBGE:
“Há uma tendência já registrada de estagnação da População
Economicamente ativa na Região metropolitana do Rio de Janeiro. Esta
tendência foi explicitada, em parte, pelo crescimento reduzido da população em
idade ativa e principalmente pelo decréscimo da taxa de participação da força
de trabalho”.
O nível ocupacional, em 1997, foi praticamente estagnado, sendo que o
setor serviços foi o único a criar postos de trabalho, entre setembro de 1996 a
1997. Nos demais setores, houve destruição de ocupações, especialmente no
setor industrial e de construção civil.
Em termos de forma de inserção no mercado de trabalho, as ocupações
criadas foram, praticamente, todas por conta própria, na Região Metropolitana
do Rio de Janeiro.
A implantação deste modelo de produção globalizada, de utilização
crescente de novas tecnologias, novas técnicas de gerenciamento de recursos
humanos, novas medidas de ajuste fiscal e monetário coloca o desemprego no
âmbito de decisões globalizadas.
Como diz o slogan:
“Pensar global e um agir local”.
Mas, os desempregados teriam de ter como seu slogan:
“Pensar local e um agir local”.
Entretanto, este agir não está sendo, ainda, conhecido e reconhecido
pela população desempregada, é necessário, então, a formulação de políticas
geradoras de novas oportunidades para a população.
1.3– Globalização: Críticas
Em um artigo publicado no jornal “O Globo”, de 17/01/1998 –intitulado
Por uma nova ordem Econômica:
“A globalização, ao contrário do que pretendem muitos neste momento de
dificuldade, não é um mal em si. Ela tem a insuperável qualidade de estimular a
competição, a alma da economia de mercado e induz à busca da eficiência e
da produtividade”.
Desenvolvendo suas colocações, o autor aponta para o fato de que:
“Exatamente por estarmos globalizados temos que buscar uma solução global”.
Tal procedimento visa contrapor-se aos efeitos negativos da
globalização: é óbvio que, como todas as forças do mercado, o processo de
globalização não pode nem deve acontecer à margem de controles, que
precisam ser definidos em conjunto por todas as partes envolvidas.
Tal preocupação é expressa, também, por Demétrio Magnoli, em
Panorama do Mundo - no texto intitulado “As Fronteiras da Globalização”.
“A globalização econômica – é um termo que está muito em voga - e é uma
realidade. Mas, ao contrário do que sugere as aparências, cada um dos
progressos na direção da integração dos mercados é fruto de uma decisão
política dos Estados. Foi assim com a desregulamentação dos mercados
financeiros, das Políticas Liberais de Ronald Reagan e Margareth Thatcher,
com a ampliação da União Européia e a queda das barreiras nas fronteiras dos
países menores. Os Estados fazem a globalização e podem desfazê-la”.
Ainda no artigo – Por uma Nova Ordem Econômica- é citado um texto
que o autor atribui a Fernando Henrique Cardoso, demonstrando que o ex-
presidente tem conhecimento das possibilidades e das conseqüências do
processo de globalização:
“A globalização pode criar oportunidades extraordinárias para o
desenvolvimento sustentável do planeta e abrir novos caminhos para uma
cooperação mais eficaz por parte da comunidade internacional, mas pode, também, aumentar as diferenças entre as nações e induzir à exclusão social e
política, com sérias repercussões para a própria segurança internacional”.
1.4 – Globalização: No Brasil –características e conseqüências
Dentre as características e conseqüências da globalização, podem ser
destacadas, as que a autora Sonia Rummer considerou as mais significativas:
“A corrosão das bases materiais de autodeterminação nacional, a
subordinação da produção a uma forma de competição que conduz a uma
maior exploração do trabalho e a maior dependência econômica; a redução da
presença do Estado no âmbito das políticas públicas; por meio de diferentes
mecanismos dentre os quais se destaca a privatização; a exclusão da maioria
dos trabalhadores do mercado formal de trabalho; a adoção do paradigma
econômico centrado na primazia do mercado, que se infiltra no tecido social
tornando-se universalizante e se apresentando como novo elemento regulador
da vida societária”.
Nesse quadro, o Brasil vivencia, duplamente os processos de exclusão,
dando à nossa crise contornos mais graves.Segundo Sonia Rummer, no
mesmo artigo:
“Tal fato decorre de que às históricas condições estruturais de pobreza,
exclusão e ausência de condições democráticas de trabalho e educação,
sobrepõem-se os processos de exclusão advindos das políticas de
globalização, das formas de apropriação das novas tecnologias e das novas
formas de organização do processo produtivo”.
A inserção do País no novo quadro internacional é inevitável, entretanto
se impõe a necessidade de qualificar essa inserção. Como o Brasil se insere
na chamada nova ordem internacional. E as diferentes respostas a essa e
outras questões, é que irão subsidiar distintos projetos político - econômicos da
nação, são também as respostas que oferecem as bases de diferentes projetos
educacionais: excludentes ou integradores, em relação à totalidade da
população.
Na revista Geografia - Brasil Escola – no artigo Prós e Contras da
globalização, de 2006- fonte Internet, fala que:
“... A abertura da economia e a Globalização são processos irreversíveis, que
nos atingem no dia-a-dia, das formas mais variadas, e temos de aprender a
conviver com isso, porque existem mudanças positivas para o nosso cotidiano
e mudanças que estão tornando a vida de muita gente mais difícil. Um dos
efeitos negativos do intercâmbio maior entre os diversos países do mundo, é o
desemprego que, no Brasil, vem batendo um recorde atrás do outro”.
No caso brasileiro, a abertura foi ponto fundamental no combate à
inflação e para a modernização da economia, com a entrada de produtos
importados, o consumidor foi beneficiado: Segundo a revista Geografia- Brasil
Escola – no artigo Prós e Contras da globalização de 2006- fonte Internet, cita
que:
“... Podemos contar com produtos importados mais baratos e de melhor
qualidade e essa oferta maior ampliou também a disponibilidade de produtos
nacionais, com preços menores e mais qualidade. É o que vemos em vários
setores, como eletrodomésticos, carros, roupas, cosméticos e em serviços,
como lavanderias, locadoras de vídeo e restaurantes. A opção de escolha que
temos hoje é muito maior. A necessidade de modernização e de aumento da
competitividade das empresas produziu um efeito, em longo prazo, muito
negativo, que foi o desemprego”.
A questão que se coloca, nesses tempos, é como identificar a aproveitar
as oportunidades que estão surgindo de uma economia internacional cada vez
mais integrada com o dia –a –dia.
CAPÍTULO I I - Educação.
O CONCEITO DE EDUCAÇÃO
Educação engloba ensinar e aprender. E também algo menos tangível mas
mais profundo: construção do conhecimento, bom julgamento e sabedoria. A
educação tem, nos seus objetivos fundamentais, a passagem da cultura de
geração para geração . (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre).
2.Educação –Introdução
A educação, hoje em dia, ocupa cada vez mais espaço na vida das
pessoas, à medida que aumenta o papel que desempenha na dinâmica das
sociedades modernas.Paralelamente, a própria educação está em plena
mutação: as possibilidades de aprender oferecida pela sociedade multiplicam-
se em todos os domínios, enquanto a noção de qualificação, no sentido
tradicional, é substituída, em muitos setores modernos de atividade, pelas
noções de competência evolutiva e capacidade de adaptação às
mudanças.Citando a obra de Jacques D’Elors – Educação um tesouro a
descobrir –Relatório da Unesco para o século XXI:
“À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo
e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permite navegar
através dele”.
Para que isso ocorra, segundo o autor, a educação deve ater-se em
torno de quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo,
os pilares do conhecimento:
“Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a
ser”. (Jacques D’Elors)
Para situar a educação no Brasil citaremos o estudo do IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) – fonte IBGE /dezembro 2006 -Internet
“Em educação, o Brasil tem uma taxa de 11,6% de analfabetismo (91º no
ranking mundial) e na taxa bruta de matrícula (um dos melhores avanços
recentes na área) o Brasil é 26º colocado no ranking mundial. Em educação, o
país tem desempenho melhor que a média mundial e regional “.
2.1.Educação – Um Quadro de Marcantes Desigualdades:
Embora a situação educacional do Município do Rio de Janeiro, quando
comparado ao restante do País seja melhor, persistem marcantes
desigualdades e de oportunidades.
A população economicamente ativa da Região Metropolitana do Rio de
janeiro, calculada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME):
“Em Novembro de 1996 era de 4.313,894 pessoas, das quais mais da
metade (56%) possuía menos de 08(oito) anos de estudo e apenas
18,1% tinham mais de 12(doze) anos de estudos”.
O nível médio de escolaridade da força de trabalho, no setor formal no
País é de 04(quatro) anos. A hipótese de escolarizar toda a força de trabalho
no nível de países desenvolvidos é desejável, porém – dentro das opções
deste modelo político e econômico atual é inviável. Condenar esta população a
alta incidência da pobreza e desemprego é desumano.
Analisando os resultados do Programa “Up granding” do Perfil
Educacional da População Economicamente Ativa (PEA) a equipe de técnicos
da Secretaria Especial do Trabalho, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
assim se pronunciou:
“Sabemos que o principal problema de mercado de trabalho do Rio de Janeiro
é a qualidade de seus postos de trabalho, o alto grau de informalidade e a
insuficiência da formação do trabalhador”.
A insuficiência da formação do trabalhador é analisada na publicação “O
Mercado de Trabalho do Rio de Janeiro: conjuntura e análise”.
“Demonstra que, no setor Industrial, em relação ao nível de escolaridade,
houve encolhimento da absorção de mão - de – obra, com até 04(quatro) anos
de estudo, ao compararmos janeiro a setembro de 1997, com o mesmo
período do ano de 1998”.
De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego, do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão. Que divulga informações que permitem a
compreensão das atuais tendências do mercado de trabalho, a partir de
questões como a formação técnico-profissional do morador e o nível de
escolaridade de seus pais (IBGE).
“Uma grande parcela da população jovem brasileira faz parte de
famílias com baixo nível de renda. Esta situação obriga estes jovens a
inserirem-se na força de trabalho e conseqüentemente, compromete
sua formação educacional. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro,
há uma grande quantidade de crianças e jovens que são absorvidos
em empregos precários e não conseguem freqüentar a escola e
exercitar os direitos mínimos de cidadania. Faz-se necessário uma
política alternativa de capacitação destes jovens com baixa
escolaridade, com objetivo de colaborar com suas estratégias de
sobrevivência digna, numa cidade onde o comércio de drogas lícitas e
ilícitas abre, a cada dia, um maior número de postos de ocupação para
os jovens. A ampliação de um leque de oportunidade, dentro do
mercado de trabalho, os capacitaria adequadamente para os
processos de trabalho, modernização e reestruturação produtiva e para
o desenvolvimento de relações sociais, com vistas ao pleno exercício
de sua cidadania”.
2.2- Educação – Um Quadro de Novas Oportunidades:
Antes de citarmos as novas oportunidades, cabe fazer um apêndice
sobre o que é Educação Profissional –retirado da enciclopédia Wikipédia –
Internet /dezembro 2006:
“ Educação Profissional é um conceito de ensino abordado pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996),
complementada pelo Decreto 2208, de 17 de abril de 1997 e reformado pelo
Decreto 5154, de 23 de julho de 2004.O principal objetivo da Educação
Profissional é a criação de cursos, que voltados ao acesso ao mercado de
trabalho, tanto para estudantes quanto para profissionais que buscam ampliar
suas qualificações”.
Segundo o texto de Neise Deluiz – O modelo das Competências
Profissionais no Mundo do Trabalho e na Educação, no que se refere sobre as
políticas de educação profissional do Ministério da Educação (MEC), do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e, mais recentemente, do Ministério
da Saúde (MS):
“... A Política de Educação Profissional do MEC objetiva: promover a transição
entre a escola e o mundo do trabalho, capacitando jovens e adultos com
conhecimentos e habilidades gerais e específicas, para o exercício de
atividades produtivas. Apesar de entender a ”educação profissional”, integrada
às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, com o
objetivo de garantir ao cidadão o direito a permanente desenvolvimento de
aptidões para a vida produtiva e social", o foco da educação profissional são as
novas exigências do mundo do trabalho, explicitadas de acordo com as áreas
profissionais e os perfis de competências estabelecidos nas Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico”.
Em recente apresentação sobre o “Plano de Educação Profissional” da
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, o Secretário Especial do Trabalho, Sr.
André Urani, declarou que:
“... A Educação Básica e Profissional assume um papel estratégico, não
somente para o crescimento econômico da Cidade e do País, mas,
principalmente, para propiciar ao trabalhador, especialmente o excluído ou com
baixa qualidade na sua ocupação, a capacitação necessária para o ingresso ou
reingresso no mundo do trabalho”.
Dentro desta perspectiva, o Plano de Educação Profissional, para 1997,
elaborado pela Secretaria Especial do Trabalho –atual SMTB – propõe:
“Um programa de educação profissional que permita que os trabalhadores
adquiram habilidades básicas, específicas e de gestão essenciais para que,
caso desejado, eles tenham condições de serem absorvidos pelo mercado de
trabalho ou de construírem seus próprios negócios como estratégia de
trabalho, renda e sobrevivência”.
Também preocupado com a sobrevivência da população e com a
abertura de oportunidades diante do novo modelo de produção, o Professor
João Batista de Oliveira, na apresentação do III Seminário Internacional de
Formação Profissional, organizado pela FIEMG, em Minas Gerais, expressa
suas interrogações:
“Que alternativas se oferecem para jovens que continuam chegando à idade de
ingressar na força de trabalho, mas que possuem baixo nível de escolaridade”.
“O que fazer para aumentar as chances de manter e obter emprego para a
maioria dos trabalhadores que tem baixo nível de escolarização”.
No campo da educação, um prenúncio animador e um bom começo
capaz de contribuir para diminuir as desigualdades sociais, segundo o
Professor João Batista de Oliveira, na apresentação do III Seminário
Internacional de Formação Profissional, organizado pela FIEMG , em Minas
Gerais:
“É abrir oportunidades à construção de uma sociedade verdadeiramente
democrática é a análise, divulgação e implantação de experiências e modelos
alternativos à aprendizagem formal de jovens e adultos já inseridos no
mercado de trabalho, quer seja, formal ou informal”.
Esta foi à perspectiva de Encontros, Congressos, Seminários realizados
pelas Instituições públicas ou privadas, no final do século 20, e que são, na
realidade, os locais de repensar as Políticas Sociais de Educação, de
Capacitação e de Formação Profissional.
O Encontro “Estratégias de Ação para o século 21”, realizado no SESC -
Tijuca – Rio de Janeiro, já abordou a questão da “dicotomia entre Educação e
Formação Profissional”, destacaremos a fala da Professora Viveiros de Castro:
“... É preciso desenvolver uma política de treinamento de nossos recursos
humanos, nossos instrutores e professores para superarem esta dicotomia. É
necessário incorporar à formação específica determinada: conhecimentos
capazes de instrumentalizar nossa população, de aumentar suas
oportunidades de ingresso no cenário do novo milênio”.
2.3- Educação – As novas demandas:
As demandas em relação à educação convergem, hoje, aparentemente
para pontos consensuais.Há um reclamar comum pelo que foi designado como
Formação Geral, e quanto à idéia de que as novas tecnologias requerem mão
– de – obra qualificada, sem a qual o País não pode competir no atual mercado
de trabalho internacional; segundo a autora Sonia Rummer:
“Não se pode supor, portanto, que a educação básica, reivindicada em função
do processo produtivo, seja aquela que vá, efetivamente, dar à totalidade da
população as condições fundamentais para o acesso ao universo de
conhecimentos socialmente produzidos, democratizando-o plenamente”.
Para a mesma autora, podemos distinguir dois eixos distintos, que
podem nortear as propostas educacionais:
1. O que aponta para uma formação polivalente que oferece ao trabalhador o
acesso ao conhecimento dos recursos empíricos disponíveis, capacitando-o a
fazer uso da ciência, sem que lhe seja propiciado, entretanto, o efetivo acesso
à mesma, que continua monopolizada pelos grupos dominantes.
2. O que aponta para a educação comprometida com a efetiva democratização
do conhecimento, bem como com a possibilidade de acesso às fontes de
produção e distribuição do conhecimento que fundamenta as práticas
dominantes. Assegura, ainda, ao trabalhador a possibilidade de sistematizar
seu próprio saber, até hoje expropriado e sistematizado em esferas às quais
lhes é vedado o acesso.
A idéia de que a tarefa da educação deve ser sempre a de formar o ser
humano em todas as suas capacidades, a partir do trabalho com os saberes
que circulam na sociedade. Sendo assim, todo educador deve ter em mente
que:
“O desenvolvimento global do ser humano está diretamente relacionado com a
qualidade de vida que ele usufrui em seu cotidiano: direitos essenciais mais
cultura, arte, diversão e convivência humana”.
Formar seres para o mundo do trabalho não poderá jamais significar o
mesmo que formar seres para as empresas, porque as empresas têm, na
maioria dos casos, como está amplamente divulgado na imprensa, interesses
particulares, individuais e individualizantes e, via de regra, contrários aos
interesses da maioria da população.
Por outro lado, na organização econômica atual, é impossível não
dialogar com o mundo empresarial.
“É preciso preparar os trabalhadores para esse diálogo, enriquecendo os
currículos de formação profissional e encarando a formação por competências
pela ótica dos trabalhadores: formação humana ampla, integral para uma
sociedade justa”.
Só poderemos falar em sociedade justa, em mundo do trabalho justo,
quando os filhos de todos os cidadãos usufruírem de: alimentação, saúde,
educação, lazer e esportes, cultura e arte, convivência, afeto, dignidade.
“É para lutar por esse mundo que deve se voltar toda pedagogia e todo projeto
de formação profissional”.(Jacques D’Elors)
Ainda sobre as demandas, falar em educação nas empresas é destacar
o investimento na cultura organizacional e a sua importância para a progressão
de empresas e empregados e, reproduzindo Matos, no texto Empresa que
pensa:
“Educação empresarial significa criar e renovar continuamente a cultura
organizacional, por meio da ação educativa como estratégia essencial para
resultados. Nesse mundo em transformação, a empresa precisa tornar-se uma
comunidade vivencial de aprendizagem, onde todos ensinam e todos
aprendem”. MATOS (1996, p.3)
Para encerrar este capítulo sobre Educação, cabe falar ainda da
instituição Escola, para que fique explícita a sua função social e sua proposta
educativa, indicando com clareza o perfil do cidadão que deseja preparar.
Citando o texto :Desafios e tendências na formação de professores para a
educação básica- Segundo o artigo da educadora Vera Lúcia Camara F.
Zacharias, na revista Nova Escola On-line- dezembro /2006..
“É necessário que as escolas tenham identidade como instituições de
educação de jovens e que essa identidade seja diversificada em função das
características do meio social e da clientela, diversificação que não significa
fragmentação, mas respeito ao conhecimento dos alunos no que tange às
diferenças do ponto de partida em que se encontram”.
Para sintetizar, citaremos a educadora Aída Bezerra, ao falar no Curso
de Educação Popular, ministrado no Banco da Providência, em 2006 –
referindo-se ao texto Educação, Alternativa Hoje, de setembro de 1999 da
mesma autora.
“... É importante guardar alguns pontos cardeais como referência dos
horizontes que buscamos com a educação que fazemos hoje para que não
percamos o rumo e a esperança”.
Como prioritário, a autora, neste mesmo curso, destaca os seguintes
pontos:
1. O da aprendizagem da socialização e da valorização dos indivíduos
para que todos se enriqueçam mutuamente;
2. O da construção de novas matrizes de convivência social capaz de
intervir e reverter à perspectiva do economicismo e da coisificação;
3. O de vivenciar a solidariedade entre os homens de todas as etnias,
raças, gênero e idades, tomando a diferença como uma positividade e;
4. O de alimentar a força dos sonhos, produzindo as bases de uma
abundância de ser, em consonância com a – dança do universo.
CAPÍTULO III – Trabalho.
O CONCEITO DE RELAÇÃO DE
TRABALHO
“... são o mecanismo de intervenção pelo qual o Estado e diversos atores
sociais, relacionados a determinado processo produtivo, estabelecem normas
reguladoras para o trabalho formal e informal, e certas práticas para gestão da
produção ou das organizações”. (Relações de trabalho Wikipédia –
enciclopédia - Internet /dezembro -2006)
3.Trabalho- Introdução :
A situação do trabalho, no Brasil, é emergencial. Principalmente, quando
se fala de jovens que procuram o primeiro emprego, e acabam encontrando
um mercado saturado e com a concorrência cada vez mais acirrada de
pessoas mais preparadas e experientes, muitas vezes dispostas a aceitar
um salário muito abaixo de suas expectativas, para garantir a própria
sobrevivência.
“Nesse final de século a força de trabalho será beneficiada apenas se mantiver
seu profissional preparado; e cada trabalhador deve ter em mente, que junto
com as novas idéias trazidas pela globalização, os índices expressivos de
desemprego não são exclusividade nacional”. (Sergio Luiz Kyrillos - Mestre em
Educação e Tecnologia - no texto - Educação, Mercado de Trabalho e
Globalização).
Os anos 90 foram marcados por mudanças substanciais no mercado de
trabalho brasileiro.
“A recessão econômica do período 1990/92, a abertura comercial, o
ajustamento no setor privado em busca de maior competitividade, o plano de
estabilização econômica e a privatização repercutiram sobre a ocupação, a
desocupação e o rendimento dos indivíduos. Reduziu-se, substancialmente, o número de trabalhadores na indústria de transformação e, em contrapartida,
expandiu-se o número de trabalhadores nos setores de: prestação de serviços
e do comércio. Assim como, declinou o número de pessoas trabalhando com
carteira assinada e aumentou o número de pessoas trabalhando sem carteira
assinada e por conta própria, como mostram os resultados da Pesquisa Mensal
de Emprego”.(Internet - dezembro/ 2006)
O avanço da tecnologia é apontado como o principal motivo da eliminação
de postos de trabalho na indústria, segundo Sergio Luiz Kyrillos - no texto -
Educação, Mercado de Trabalho e Globalização.
“As novas tecnologias de informática e de comunicação provocaram o
desaparecimento de várias categorias de ocupação. O setor de serviços que
absorvia a mão-de-obra liberada na indústria também está sendo invadido por
novas tecnologias e, por isso, não consegue gerar postos de trabalho em
quantidade suficientes para impedir o crescimento do desemprego”.
As organizações, em busca de maior competitividade, fizeram a
reestruturação administrativa e introduziram novas técnicas de racionalização
do trabalho que geraram maior produtividade, maiores lucros e mais
desemprego.
“O trabalho autônomo expandiu-se enormemente nos anos 90, quando
comparado à década anterior. A qualidade desse trabalho é outro ponto de
questionamento dos estudiosos do assunto”. (IBGE –Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - Educação e Trabalho -Análise dos Resultados da
Pesquisa Mensal de Emprego)
Na mesma medida em que o avanço tecnológico globaliza o domínio das
forças capitalistas, desemprega os trabalhadores e como um contra-senso
começa a se vislumbrar atividade pela qual nos tornamos humanos, e, segundo
a educadora Aída Bezerra:
“É a possibilidade de resgatar o real significado do trabalho para a sociedade, é
assim re-apropriar-se do sentido histórico, social, econômico e político de
outras relações de produção”.
E segundo Xico Lara e Beatriz Costa, no texto – “Por uma educação de
cidadãs e cidadãos”:
“Os homens podem e devem deixar de ser mercadorias e se tornar criadores
de cultura... Assume-se o trabalho humano como criador das culturas
humanas, ou das condições do bem-viver e das lutas por essas condições”.
3.1.Trabalho - uma breve visão:
Olhando no entorno da sociedade, percebemos as conseqüências
sofridas pelas classes trabalhadoras.
“As classes trabalhadoras, debilitadas por causa do desemprego, resultante do
maciço investimento tecnológico, ou está jogada no desamparo, ou foi
absorvida pelo setor de serviços, uma economia fluida e que não permite a
formação de uma consciência de classe. No momento presente, inexistem
abordagens racionais e projetos alternativos para as misérias sociais, o que
alimenta irracionalismos à solta”. (Parte do texto “Globalização” extraído do site
da Internet - Geografia Geral)
Nesse início de século, a classe trabalhadora será beneficiada apenas
se estiver preparada; e cada trabalhador deve ter em mente que junto com as
novas idéias trazidas pela globalização os índices expressivos de desemprego
não são exclusividade nacional. Segundo descreve o autor Sergio Luiz Kyrillos,
no texto: Educação, Mercado de Trabalho e Globalização referindo-se ao ser
humano e a sua interação com o mercado de trabalho:
“Por meio de seu trabalho o indivíduo interage com o meio, expressa seus
objetivos, propõe alternativas que facilitam seu cotidiano, produz riquezas,
reage às mudanças que ameaçam sua sobrevivência. Devido a tantos
componentes que se alteram constantemente, é possível considerar que o
trabalho e a formação profissional apresentam-se como parte da identidade do
ser humano”.
Com a mudança no mercado de trabalho, as relações de trabalho vão
sofrendo alterações, surgindo, a partir desta demanda, um novo conceito para
relações de trabalho.
“O foco não é mais a indústria, mas o trabalho em si mesmo, seja formal ou
informal, em suas diversas apresentações e as relações dele decorrentes”.
(sociólogo do CERIS Rogério Dardeau)
Neste momento de grande transformação social, detectamos outros
atores sociais: governos, empresários e trabalhadores, presentes nas
negociações e soluções de conflitos diversos relacionados ao trabalho e à
produção.
Para o sociólogo do CERIS Rogério Dardeau, no texto - Incorporação de
Diferentes Atores Sociais nas Negociações Trabalhistas - de 2001, podemos
perceber duas percepções sobre as relações de trabalho:
1ª. Sob a ótica de pesquisa das ciências sociais nos diz que "relações de
trabalho são as interações...". Trata-se da postura de investigação, admitindo
como relações de trabalho todas aquelas, nas quais interajam diversos atores
sociais pelo tema trabalho.
2ª A de construção social com historicidade nos dizendo que "relações de
trabalho são o mecanismo de intervenção...", não admitindo como tal uma
relação de trabalho escravo.
Baseado na fala do autor pode-se dizer que ambas as percepções se
complementam. As propostas da segunda carecem das pesquisas da primeira
percepção, a fim de se construir, pela negociação, um novo sentido para o
trabalho, no qual a vida esteja preservada, portanto numa prática efetiva de
direitos humanos.
Entretanto, as experiências com as classes dos trabalhadores apontam
para outro campo de saberes a ser analisado e enriquecido: o campo da
geração de renda, hoje fundamental em nossa sociedade, frente ao retrocesso
das vagas no mercado formal.
“Existem inúmeras experiências de geração de renda e cooperativismo em
diversos setores da economia, dirigidas por trabalhadores ou por cooperativas
de trabalhadores que vêm construindo novas alternativas de inserção
profissional que precisam ser conhecidas e debatidas nos processos de
formação para o trabalho, capacitando os trabalhadores também nesse
campo”. (Pedagogia das competências: conteúdos e métodos - Suzana
Burnier)
3.2.Trabalho – Mudanças positivas verificadas nos últimos
anos:
É preciso valorizar as ações positivas ocorridas nos últimos anos para
assim perceber as transformações que ocorreram e que hoje se fazem
necessárias.
“O mundo passa por transformações tão rápidas que a cada dia amanhecemos
em um planeta diferente daquele em que se adormeceu na noite anterior;
assim, o ensino profissionalizante necessita trabalhar com novas variáveis para
que os profissionais se realizem como tal e, ao mesmo tempo, possuam
condições de inserir-se no mercado”.(Sergio Luiz Kyrillos - Mestre em
Educação e Tecnologia - no texto - Educação, Mercado de Trabalho e
Globalização).
Segundo fonte do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
consultado pela Internet em dezembro /2006, referindo-se a distribuição de
renda:
“Com 0,593 no Índice de Gini (coeficiente que calcula a distribuição de renda),
o Brasil é o oitavo pior colocado no ranking mundial ”.
O RDH (relatório de desenvolvimento humano) diz, ainda, que a
desigualdade social atrapalha o desenvolvimento econômico e o benefício dos
mais pobres. Para que a concentração de renda se equilibre, é necessário
desenvolvimento e absorção da mão-de-obra estruturalmente excedente.
“Quando o Brasil conseguir superar a oferta ilimitada da mão-de-obra não-
qualificada, os salários poderão crescer (com a produtividade) e a
concentração de renda diminuirá. Para isso, por sua vez, precisamos retomar o
desenvolvimento, e então a oferta ilimitada de mão-de-obra voltará a ser
reduzida, porque, como mostra a imigração para os países ricos, a tecnologia
poupadora de mão-de-obra não impede que o desenvolvimento econômico crie
mais empregos”.
Apesar do Brasil ser internacionalmente conhecido por ser uma das
sociedades mais desiguais – ou injustas – do planeta, onde a diferença na
qualidade de vida de ricos e pobres é imensa. Nos dados estatísticos recentes,
contidos na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o quadro começa a
se alterar.
“Entre 2001 e 2004 a renda dos 20% mais pobres cresceu cerca de 5% ao ano
enquanto os 20% mais ricos perderam 1%.). Nesse mesmo período houve
queda de 1% na renda per capita e o Produto Interno Bruto (PIB) não cresceu
significativamente. A explicação dos economistas brasileiros e também de
técnicos do Banco Mundial para a redução das desigualdades está nos
programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família ”.
No entanto, como mais de dois terços dos rendimentos das famílias
brasileiras provém do trabalho assalariado, há necessidade de crescimento da
economia e do mercado de trabalho.
3.3.Mercado de Trabalho e a atuação do Governo Federal:
A integração competitiva da economia brasileira à economia global e a
conquista da estabilidade influenciaram, estruturalmente, o funcionamento do
mercado de trabalho do País.
O Governo Federal brasileiro, por sua vez, empenhado em corrigir as
distorções inerentes à evolução do mercado de trabalho, vem desenvolvendo
programas de fomento ao emprego e ao trabalho e de proteção e assistência
ao trabalhador, contando com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador –
FAT.
“Seu objetivo é criar mecanismos que permitam a melhoria das condições de
trabalho e da qualidade de vida do trabalhador, destacando-se as ações nas
áreas de qualificação profissional, seguro-desemprego, abono salarial, geração
de emprego e renda, inspeção do trabalho e legislação trabalhista”. ( Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão/ Governo Federa)l.
O Governo brasileiro apresentou, ao longo dos últimos anos, várias
propostas de modernização da legislação trabalhista, com vistas a adequá-la
aos novos padrões de relação entre capital e trabalho.
“... A tônica desse conjunto de propostas é o reforço à via negocial para a
solução dos conflitos inerentes às relações de trabalho. Cabe destaque às
seguintes iniciativas: Banco de Horas (sistema de compensação de horas
extras, previamente autorizado em convenção ou acordo coletivo, que permite
à empresa adequar as jornadas de trabalho às variações sazonais, mediante a
diminuição proporcional da jornada em períodos de declínio da demanda);
Mesas de Entendimento (mecanismo de fiscalização, de caráter pedagógico,
não punitivo, buscando regularizar a situação que suscitou a ação fiscal, por
meio de entendimentos entre a fiscalização, a empresa e os trabalhadores,
consubstanciados em um Termo de Compromisso); Condomínio dos
Empregadores (união de produtores rurais – pessoas físicas, com a finalidade
de contratar trabalhadores rurais, que prestarão serviços exclusivamente para
seus condôminos, estimulando a formalização dos vínculos empregatícios no
campo); além de ações voltadas para a inserção das pessoas portadoras de
deficiência no mercado de trabalho, por meio de modalidades como a -
colocação seletiva-". Comentários sobre Mercado de Trabalho- por Paulo
Machado (cientista político) - Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão/ dezembro / 2006.
Essas são as linhas gerais de estruturação do mercado de trabalho
brasileiro e de atuação do Governo Federal nos últimos anos.
“Nesse contexto, o Governo brasileiro, ciente dos desafios que lhe são postos,
está empenhado em criar e manter as condições macroeconômicas favoráveis
e em implementar as políticas públicas de promoção do emprego e da renda
necessárias para a construção de um futuro mais próspero para todos”.(Trecho
do texto :Mercado de Trabalho- por Paulo Machado -cientista político)
Em síntese: Para reduzir custos e poder baixar os preços, as empresas
terão de aprender a produzir mais com menos gente. Incorporar novas
tecnologias e máquinas.
“O trabalhador perdeu espaço e esse é um dos grandes desafios que,
não só o Brasil, mas algumas das principais economias do mundo têm
hoje pela frente: crescer o suficiente para absorver a mão-de-obra
disponível no mercado”. Visão de Paul Kennedy, no livro - Preparando
para o século XXI - Editora Campus, Rio de Janeiro, 1993.
CAPÍTULO IV – Habilidades e o Mercado de Trabalho.
HABILIDADES E/ OU COMPETÊNCIAS
“O cidadão pouco qualificado - É o indivíduo que não possui sólidas e
diferentes habilidades e/ ou competências adequadas à realidade profissional
que vem sendo requisitado pelo meio produtivo - sofre limitações que não se
restringem ao aspecto profissional, mas ampliam-se na direção dos direitos e
da formação de sua identidade”.(Educação, mercado de trabalho e
globalização - autor: Sergio Luiz Kyrillos)
:
4.Habilidades – Introdução
Um dos efeitos da crescente globalização da economia e o avanço
tecnológico na vida da população aponta para o fato de que todo trabalhador
terá que mudar de ocupação várias vezes ao longo de sua vida produtiva.A
rápida obsolescência das informações torna a frase: “educação pela vida toda”
imprescindível para o crescimento no mercado profissional. Segundo Alcione
Mazur - Pedagoga Mestranda em Educação – PUC-PR.
“Essa preocupação de capacitação deixou de ser individual para se tornar
coletiva, ou seja, as empresas estão tomando essa tarefa de formar seus
funcionários e desenvolver neles as habilidades e competências determinantes
para a execução de atividades e superação das transformações e desafios”.
Sendo assim, um trabalhador que deseje ingressar no mercado de
trabalho deve, portanto, ter conhecimentos, qualidades, habilidades e
competências e mais, ser capaz de assimilar rapidamente as mutações que
ocorrem no seu ambiente profissional.
4.1.Habilidades Fundamentais para a Eficiência e Mudança:
O Plano de Educação Profissional, para o ano de 1997, da Secretaria
Especial do Trabalho, preconiza que:
“A qualificação do trabalhador exige não apenas treinamento específico para
tarefas, mas, sobretudo, uma base de conhecimentos, atitudes e habilidades”.
A questão das habilidades vem sendo discutida com maior ênfase no
final do século 20 e início deste século, persistindo uma necessidade dos
trabalhadores se aperfeiçoarem, adequando-se as novas demandas do
mercado e dos processos produtivos. A este aperfeiçoamento, conhecimentos,
competências, habilidades e atitude dá-se o nome de empregabilidade que
segundo a visão das autoras Deisi Deffune /Léa Depresbiteris, no livro:
“Competências, habilidades e currículos da educação profissional: crônicas e
reflexões” – é entendida como:
“A capacidade de um indivíduo tornar-se empregável em várias atividades e
em um conjunto amplo de empresas, durante sua vida ativa de trabalho. Em
relação às competências, um trabalhador competente é aquele que consegue
mobilizar seus conhecimentos (saberes), habilidades (saber-fazer) e atitudes
(saber ser) no seu cotidiano”.
No caso das habilidades, esse termo (habilidades) esteve por muito
tempo relacionado à destreza manual. De forma similar, conhecimentos e
atitudes estavam ligados ao “saber técnico”. Porém, as autoras Deisi Deffune
/Léa Depresbiteris - no livro: “Competências, habilidades e currículos da
educação profissional: crônicas e reflexões”, descrevem que:
“... Com os automatismos introduzidos nas máquinas, o trabalhador teve de
adquirir novas habilidades, como decodificar novos símbolos, comunicar-se
tanto verbalmente como por escrito, resolver problemas dos novos processos
de trabalho, ser autônomo e ser capaz de antecipar respostas a certos
desafios”.
Assim, a comunicação entre os trabalhadores torna-se imprescindível,
pois, não se trata mais de um posto de trabalho, porém de um trabalho que
envolve conhecimentos de várias áreas correlatas.
“É preciso desenvolver habilidades que ajudarão o trabalhador a sobreviver no
mercado de trabalho, a inserir-se de maneira mais ampla no mundo, a viver em
sociedade, ou tudo isso integradamente”.
Para isso, é necessário que o trabalhador, a cada dia, se especialize e
se atualize para atender às exigências do mercado de trabalho moderno.
“... é preciso ter uma perfeita combinação entre qualificação, comportamento
social, sentido de equipe e capacidade de iniciativa”.(Jacques DÉlors em
“Educação : um tesouro a descobrir”).
4.2.As diferenças entre Habilidades e Competências:
De acordo com o professor Vasco Moretto, doutorando em Didática pela
Universidade Laval, de Quebec/Canadá:
“As habilidades estão associadas ao saber fazer: ação física ou mental que
indica a capacidade adquirida. Assim, identificar variáveis, compreender
fenômenos, relacionar informações, analisar situações-problema, sintetizar,
julgar, correlacionar e manipular são exemplos de habilidades.
Já as competências são um conjunto de habilidades harmonicamente
desenvolvidas e que caracterizam, por exemplo, uma função /profissão
específica: ser arquiteto, médico ou professor de química. As habilidades
devem ser desenvolvidas na busca das competências”.(Palestra no Senac -
Ano 2002).
Segundo a visão da pedagoga Vera Lúcia Camara F. Zacharias - no
texto “Desafios e tendências na formação de professores para a educação
básica” – retirado da revista Nova Escola On-line/ dezembro /2006. “As competências /habilidades são inseparáveis da ação, mas exigem domínio
de conhecimentos”.
Para Vera Zacharias, neste mesmo texto, as competências se
constituem:
“... Num conjunto de conhecimentos, atitudes, capacidades e aptidões que
habilitam alguém para vários desempenhos da vida; as competências
pressupõem operações mentais, capacidades para usar as habilidades,
emprego de atitudes, adequadas à realização de tarefas e conhecimentos”.
E as Habilidades se refere, para a mesma autora, a:
“Atributos relacionados não apenas ao saber-conhecer, mas ao saber-fazer,
saber-conviver e ao saber-ser”.
Para trabalhar com o olhar pedagógico voltado para o desenvolvimento
de competências e habilidades, cabe-nos remeter ao texto: “Competências e
Habilidades: você sabe lidar com isso?”, da Dra. Lenise Aparecida Martins
Garcia - Profª. do Dept°. de Biologia Celular da Universidade de Brasília;
quando fala da importância de focar a nossa atuação .
“Mudar o foco para o desenvolvimento de competências e habilidades implica,
além da mudança de postura da escola, do mercado de trabalho, enfim, de
toda a sociedade”.
4.3.Habilidades e Competências – visão do profissional do
novo século:
O novo modelo de produção cria um paradoxo: de um lado, o domínio de
competências técnicas e especializadas se torna cada vez mais importante; por
outro lado, mesmo nas ocupações mais especializadas, começa a emergir um
conjunto de habilidades que são convergentes e comuns a diversas ocupações
do atual mercado de trabalho.
“Ao exigir dos profissionais maiores competências e habilidades, valoriza-se a
formação geral, antes desprestigiada, uma vez que a formação técnica e
específica era prioritária, pois visava-se unicamente ao aprendizado de um
ofício. FERRETI (1993, p. 84-91)
Esse avanço exige profissionais capazes e com aptidão intelectual para
adaptar técnicas e até mesmo mudar de função ou profissão no decorrer de
sua atuação. Segundo a visão do autor Sergio Luiz Kyrillos no texto:
“Educação, mercado de trabalho e globalização”.
“... Para os profissionais, hoje se requer uma formação tecnológica que
contemple uma sólida base humanista de modo a permitir uma boa integração
interpessoal, um bom relacionamento humano, a adaptabilidade a novos e
diferentes ambientes de trabalho, repletos de peculiaridades”.
Antigamente, uma vez que as qualificações dificilmente envelheciam, as
exigências eram menores.
“ Bons tempos aqueles em que podíamos sentar no 42º andar do prédio da
empresa, das 9 às 17 horas, passando memorandos do lado esquerdo da
mesa para o lado direito”.(Frase criada por Tom Peters – autor de “Vencendo a
Crise”).
CAPÍTULO V - Experiência das Agências Capacitação.
“As pessoas participantes de um projeto alternativo, comunitário, aprendem a
romper a fragmentação social e, através da partilha, do debate, de
relacionamentos, vão, pouco a pouco, tornando-se cidadãos de uma sociedade
alternativa”.Professor Manfredo de Oliveira
5. A Capacitação para o Trabalho:
“Por meio de seu trabalho o indivíduo interage com o meio, expressa seus
objetivos, propõe alternativas que facilitam seu cotidiano, produz riquezas,
reage às mudanças que ameaçam sua sobrevivência. Devido a tantos
componentes que se alteram constantemente, é possível considerar que o
trabalho e a formação profissional apresentam-se como parte da identidade do
ser humano”.(Sergio Luiz Kyrillos - Mestre em Educação e Tecnologia - no
texto – “Educação, Mercado de Trabalho e Globalização”).
5.1.Agências de Capacitação do Banco da Providência –
Histórico:
O projeto é uma realização do Banco da Providência, que conduz uma
metodologia pioneira de educação para o trabalho, voltada para pessoas de
baixa escolaridade, fundamentada nas idéias do educador Paulo Freire. Por
meio dela, os alunos aprendem com a prática, executando as tarefas.
As Agências de Capacitação tem como Missão:
“Capacitar pessoas de baixa escolaridade e renda a desenvolver as
competências necessárias, aprendendo a aproveitar as oportunidades de
mudança de vida que gerem trabalho e renda”.
Nas Agências de Capacitação, também são oferecidos Cursos de
Capacitação Profissional que tem como base, além das habilidades específicas
(que é a profissão), as habilidades básicas e de gestão.Em parceira com o
Sebrae, contamos com uma oficina de produção, na área de Artesanato com
Costura.
“A proposta principal é fornecer ferramentas para que essas pessoas consigam
entrar no mercado de trabalho”, afirma Clarice Linhares, superintendente do
projeto.
O primeiro Centro da Providência (hoje em dia, Agência de Capacitação)
foi criado há 40 anos. Atualmente, existe uma unidade fixa, situada no bairro de
Realengo, e outra unidade móvel, voltada para as diversas comunidades
atendidas pelo Programa de Inclusão de Famílias, que capacitam cerca de
duas mil pessoas por ano, em cursos que duram, em média três meses.
A Capacitação Profissional se desenvolve através da articulação desses
03 aspectos da formação:
1.Formação Profissional Específica(em oficinas profissionalizantes):
de Eletricidade, Mecânica de Refrigeração, Mecânica de Automóveis,
Confecção, Alimentos, Higiene e Beleza e Informática.
2. Formação Social e Humana e de Gestão de Pequenos
Empreendimentos: debates, com ênfase numa metodologia vivencial,
para desenvolvimento de habilidades e competências voltadas ao
associativismo, solidariedade e ao despertar do perfil empreendedor.
3. Formação de Instrutores: metodologia que desenvolve habilidades
para capacitação de pessoas de baixa escolaridade. Fonte: Site BP –
www.providencia.org.br (Instituto VIVO - 11 de agosto de 2004 )
Segundo o autor M.G.CARVALHO (no livro ”Tecnologia,
desenvolvimento social e educação tecnológica”, de 1997, p.71-87) discorrendo
sobre a tecnologia e a educação tecnológica, acentua que:
“... No mundo globalizado existe uma grande força no sentido de fortalecer as
desigualdades sociais. Esta força poderá ser atenuada a partir de uma ação
educacional que trabalhe com a percepção da realidade dos educandos como
um todo; uma ação que seja mais humanista e abrangente, que transmita os
conhecimentos tecnológicos e informacionais necessários ao desenvolvimento,
que possibilite desenvolver capacidades de criatividade e inovação, sendo ao
mesmo tempo crítica; uma ação que direcione para o conhecimento das
diversidades culturais, do respeito às identidades, e da aceitação do
multiculturalismo, além da possibilidade de uma vida humana e pacífica sobre
o planeta”.
5.2.Agências de Capacitação – O lugar da Educação:
“As Agências de Capacitação oferecem oportunidade para jovens e adultos de
baixa escolaridade se capacitarem para o trabalho e promovem a formação de
pequenos empreendedores, grupos comunitários e alternativas de trabalho e
renda. A meta é capacitar 2.000 pessoas/ ano, nas diversas Agências de
Capacitação”.(Plano de Ação 2006)
As Agências de Capacitação desenvolvem a Capacitação Profissional, a
partir dos seguintes aspectos: (fonte: Seminário Interno, no Sumaré - março
/2006).
1.Mudanças das Condições Iniciais para gerar Inclusão Social. Pessoas que, prioritariamente, procuram as Agências de Capacitação:
Mulheres chefes de família, jovens em busca do 1º emprego, desempregados.
Que chegam com: Baixa escolaridade, baixa auto-estima, baixa renda, sem
profissão.
Necessidade de gerar renda= sobrevivência.
2.Mudanças ocorridas após a Capacitação Profissional:
2.1.Mudança de auto-estima:
Aumento da auto-estima percebido através da determinação; auto-avaliação;
autoconfiança; capacidade de expressão e comunicação.
2.2.Capacidade Integral para o Trabalho:
Aprovação no Curso de Capacitação percebido através do: manuseio correto
do ferramental e do equipamento; conhecimento teórico e prático da profissão
aprendidas; saber executar orçamentos;participação nas reuniões de
Habilidades Básicas e Habilidades de Gestão; possui atitudes de partilha de
informação e conhecimento com os outros; responsabilidade com os horários;
apresentação pessoal adequada a formação profissional; exercício do diálogo
entre os aprendizes em torno das atividades da Agência de Capacitação;
tolerância e capacidade de negociação e diálogo com instrutores e com o
grupo; solicita e ajuda quando necessita ou oferece/ concede ajuda quando
solicitado.
2.3.Perspectiva de um futuro melhor:
Capacitado em uma profissão ele colabora para aumentar a renda própria e da
sua família percebido através da: inserção no mercado de trabalho; existência
de renda adicional após capacitação.
3.Nossa Metodologia:
É fundamentada na ação conjunta entre as habilidades específicas e as
habilidades básicas e habilidades de gestão:
3.1.Habilidades Específicas:Proporcionar às pessoas a teoria necessária para
o desenvolvimento da tarefas práticas , levando-as a “aprender fazendo”,
exercitando na convivência entre instrutor , equipe e aprendizes uma relação
de horizontalidade.
3.2.Habilidades Básicas e Habilidades de Gestão: Promover uma capacitação
eficiente, na formação de cidadãos, preparando-os para buscar nova inserção
no mercado de trabalho, onde predomine a cooperação, a solidariedade, a
participação coletiva.
Incentivar os aprendizes para a inclusão no mercado de trabalho,
possibilitando geração de renda, ou para atuarem como pequenos
empreendedores. Despertar a auto-estima das pessoas para acreditarem no
seu potencial, pessoal e profissional. Resgatar o exercício da cidadania,
incentivando o aumento da escolaridade. Contribuir para a elevação da
consciência crítica, social, ambiental e política, tornando-os agentes
multiplicadores, em sua comunidade.
3.3- Formação dos funcionários: criar uma formação contínua visando garantir
a metodologia que desenvolve as habilidades necessárias ao processo de
capacitação de pessoas de baixa escolaridade.
“É o desenvolvimento de um espaço pedagógico de formação para
decisão e a responsabilidade social e política”.(Paulo Freire)
CONCLUSÃO:
O perfil profissional exigido hoje é o de um indivíduo pró-ativo, capaz de
resolver problemas, comunicativo, que trabalha em equipe, domina as
tecnologias é crítico e criativo.
“Para Pedro Demo, aprender a aprender e saber pensar, para intervir de modo
inovador, são as habilidades indispensáveis do cidadão e do trabalhador
modernos, para além dos meros treinamentos, aulas, ensino, instrução, etc.”
(2000, p.9).
O Banco da Providência, preocupado desde 1965 (data da criação da 1ª
Agência de Capacitação) com a Capacitação para o Trabalho, desenvolve um
projeto pioneiro, que tem por objetivo principal desenvolver ações capazes de
colaborar na formação de pessoas menos favorecidas e há um texto, de
circulação interna das Agências de Capacitação , datado de março de 1976,
que reforça esta nossa afirmativa quando diz:
“A educação, que é a – prática da liberdade - procura dar elementos para a
relação e a inter-relação do ser humano”.Paulo Curvello.
Partindo deste princípio filosófico, as Agências de Capacitação procuram
ser Unidades de Educação e todos os pontos chaves, que são vivenciados no
dia-a-dia, unidos, reproduzem a proposta de educação a ser transmitida:
“Educar não é um momento. É uma constante... Portanto, educar não é mais
um programa da Agência de Capacitação, mas a Agência como um todo”.
Hoje em dia esta preocupação não é só uma preocupação das Agências
de Capacitação, mas também das empresas e segundo a Pedagoga
Mestranda em Educação -Alcione Mazur –da PUC/ PR:
“Só o conhecimento torna o indivíduo apto a enfrentar os desafios que encontra
em seu percurso profissional, portanto, educar é uma forma efetiva para
atender a essa demanda. Nas organizações esse fato é intitulado como -
educação corporativa-”. Educação à distância: apoiando ações na
educação corporativa
Segundo as diretrizes que estão propostas no documento básico das
Agências de Capacitação para orientar a ação pedagógica temos a função das
Agências de Capacitação, que é:
“É capacitar pessoas não apenas para o mundo do trabalho, mas, para um
plano mais amplo onde, como pessoa os aprendizes se inserem”.(vide
depoimentos anexos)
Convém ressaltar a concepção de educação, na qual se apóia todo o
trabalho das Agências de Capacitação:
“O componente básico do trabalho que quer realizar são as Oficinas
Profissionalizantes”.
O fio condutor metodológico de toda capacitação é o debate, tal qual
expresso por Paulo Freire:
“Trata-se de uma relação horizontal entre as pessoas”.
Para alcançarmos o resultado do trabalho esperado, não podemos
deixar de mencionar, a Capacitação da Equipe, para o “desenvolvimento de um
espaço pedagógico de formação para a decisão e a responsabilidade social e
política “ (Paulo Freire ), realizamos, no Centro de Capacitação, as seguintes
atividades para alcançarmos este objetivo: Reuniões de Monitoramento,
Reuniões de Equipe, Encontros de Avaliação, Aprimoramento
Técnico,Encontros de reflexão sobre a Campanha da Fraternidade, Páscoa e
Natal .
O fruto é a fala do Aprendiz, anexos para enriquecer este trabalho:
“Valorizar sempre a fala do aprendiz em relatórios, mensagens, depoimentos”.
Carlos Alberto Medina
Com este trabalho espero ter contribuído, de alguma forma, para o
pensar na Capacitação de pessoas com baixa escolaridade - demonstrada
através dos depoimentos (anexo) de aprendizes que são os indicadores de que
a metodologia da Capacitação Profissional, que as Agências de Capacitação
desenvolvem, tem o potencial de gerar novas oportunidades na luta pela
sobrevivência. E encerro citando o autor Pedro Demo, que nos fala sobre
competência:
“Ser competente não significa necessariamente habilitar-se para competir, mas
habilitar-se para participar, colaborar, construir, conviver...”.
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Depoimentos de Ex- aprendizes Capacitados ;
Anexo 2 >> Folhas do Balanço Social ano de 2005; Anexo 3 >> Reportagem; Anexo 4 >> Questionários Utilizados pelas Agências de Capacitação no Ano de 2006.
Estava desempregado. Através do papelzinho de inscrição, arranjei uma vaga para trabalhar numa refrigeração e o dono disse que quando terminar o curso, eu vou ser encarregado domiciliar. Estou muito agradecido pela oportunidade que me deram aqui. Valeu mesmo. (Thiago - 21 anos – Oficina de Refrigeração).
AGÊNCIA DE CAPACITAÇÃO DO BANCO DA PROVIDÊNCIA
Depoimentos Relevantes:
“Estava desempregado. Através do papelzinho de inscrição, arranjei uma vaga
“Fiz o curso de Eletricista Instalador e estou fazendo biscates lá em casa e
já fiz pequenas instalações...”. Rodrigo de Mello Britto – 22anos
Agência de Família de Vila Kennedy
“Tinha um trailer abandonado e depois do curso de lancheiro, comecei a fazer salgadinhos e coloquei a inicial dos meus 03(três) filhos - G.M.D...”.
Elizabete Teles Meira – 35 anos Agência de Família de Honório Gurgel
“Consegui um emprego e graças as Habilidades Básicas e de Gestão
consegui me colocar bem no momento da entrevista...”. Anderson Viana da Silva – 24 anos Agência de Família de Costa Barros
“O que mais me chamou atenção foram os temas abordados, pois todos dizem
respeito ao que estamos vivendo na sociedade. Além da habilidade que a
Assistente Social desse grupo tem de dar idéias para desenvolver nossa
inteligências e a nossa vida” (Vanessa Maria da Silva – Oficina de Mecânico de
Automóveis)
“A primeira gestão que foi sobre apresentação, foi bastante legal, já havíamos
iniciado o curso há alguns dias e não nos conhecíamos direito, depois dali
ficamos mais unidos. O tema sobre empreendimento foi bastante interessante
e o pouco tempo que passamos juntos foi o bastante para aprendermos muitas
coisas boas” (Lucilene Duarte da Silva – Oficina de Cabeleireiro)
“ Eu estava desempregado, quando vim fazer um curso de eletricista no Centro
da Providência de Engenho Novo. Aprendi uma profissão. Quando eu estava
terminando o curso, veio aqui um empresário e convocou um grupo para teste
em uma empresa de construção, na Tijuca. Eu fiz o teste, fui aprovado.
Comecei a trabalhar, com salário e mais vale. Surgiram outras vagas. Já voltei
aqui no Centro e levei outros colegas do curso, que também foram aprovados e
já estão trabalhando na empresa.”
ANEXO 2 -
Síntese do Balanço Social 2005 no que se refere às Agências de
Capacitação do Banco da Providência
ANEXO 3
Reportagem - Fonte:GloboOnline /Data: 12/8/2004
Quem ganha com o trabalho do Banco da Providência:
"Fiquei sabendo que a Agência de Família ia chegar à minha paróquia,
Santa Rosa de Lima, no Jardim América, com uma série de cursos. Já fiquei
interessada, mesmo sem saber que o projeto me daria cesta básica e
arrumaria emprego. Fui com minha prima, enfrentei fila de hora e meia para
a entrevista e pediram para eu aguardar. Agora, estou tendo aula até de
gestão e os cursos” Aprender a empreender “e” Juntos, vamos ser fortes”,
do Sebrae. Faço cursos todos os dias, lá na igreja. Todo mundo aqui da
comunidade e de Vigário Geral, que fica perto, estão lá, participando. No fim
do curso, eles vão nos encaminhar para algum emprego. Estou confiante,
porque muita gente foi encaminhada. É a maior alegria ver um amigo
arrumando emprego, conseguindo uma vaga. Agora mesmo, três meninas
conseguiram emprego no Shopping Carioca. Acho que vai acontecer comigo
também. Mesmo acabando os cursos, vou continuar no projeto até arrumar
um emprego. Eles dão vale-transporte, tiram documentos das pessoas, é
uma ajuda super eficiente. Meu curso vai me permitir trabalhar por conta
própria. Se eles abrirem uma cooperativa, vou participar, com certeza.”
Shirlene dos Santos Pereira, 21 anos, operadora de telemarketing e de
caixa, moradora do Jardim América, está desempregada há seis meses.
ANEXO 4 4.1.QUESTIONÁRIO DO 1º ENCONTRO DE EX - APRENDIZES
2006
Banco da Providência Agências de Capacitação
Bem Vindo ex-aprendiz da Agência de Capacitação! Gostaríamos de sua colaboração no preenchimento deste questionário.
1- Nome: __________________________________________________ 2- Você foi capacitado no curso de: _____________________________ 3- Veio encaminhado para o curso pela Agência de Família? ͘ Sim Qual: ____________________________ ͘ Não 4- Antes de fazer o curso você: a) nunca trabalhou ͘ b) trabalhava de carteira assinada, ganhando: 1 salário mínimo (R$ 350,00) ͘ Mais de 1 salário mínimo (mais de 350,00) ͘ 2 ou mais salários mínimos (R$ 700,00 ou mais) ͘ c) trabalhava sem carteira assinada ganhando: Menos de 1 salário mínimo 1 salário mínimo (R$ 350,00) ͘ Mais de 1 salário mínimo (mais de 350,00) ͘ 2 ou mais salários mínimos (R$ 700,00 ou mais) ͘ d) desempregado (já trabalhou alguma vez) ͘ 5- Hoje, você: a) continua sem trabalho/desempregado ͘ b) trabalha de carteira assinada, ganhando: 1 salário mínimo (R$ 350,00) ͘ Mais de 1 salário mínimo (mais de 350,00) ͘ 2 ou mais salários mínimos (R$ 700,00 ou mais) ͘ Na área que foi capacitado: sim ͘ não ͘ c) trabalha sem carteira assinada, ganhando: Menos de 1 salário mínimo 1 salário mínimo (R$ 350,00) ͘ Mais de 1 salário mínimo (mais de 350,00) ͘ 2 ou mais salários mínimos (R$ 700,00 ou mais) ͘ Na área que foi capacitado: sim ͘ não ͘ 6- Se houve mudança na sua vida após a conclusão do curso comente: _____________________________________________________________________ __________________________________________________________ ENCONTRO COM EX-APRENDIZES: Ç O encontro com ex-aprendizes tem por objetivo acompanhar os resultados da
capacitação e integração no mundo do trabalho.
ANEXO 4 4.2.QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DE CAMPO - 2006
ANEXO 4
4.3.QUESTIONÁRIO DE Avaliação Pós – Curso - 2006
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1.CARVALHO, M. G. Tecnologia, desenvolvimento social e educação tecnológica. In: Educação & Tecnologia. Revista Técnica- Científica dos programas de Pós-Graduação em Tecnologia dos CEFETs PR/MG/RJ. 1.ed. Curitiba, 1997,143 p.
2.Carrion, Raul K.M., Vizentini, Paulo G. - Globalização, neoliberalismo, Privatizações. Editora da Universidade, UFRGS, Porto Alegre, 1997 3.D’ELORS, Jacques. Educação um tesouro a Descobrir. Relatório da Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o século XI. São Paulo, Cortez, 1998. 4.DELUIZ, Neise. O Modelo das Competências Profissionais no Mundo do Trabalho e na Educação: Implicações para o Currículo. Rio de Janeiro. Ed. Shape,1995. 5.DEMO, Pedro. Aprender: o desafio reconstrutivo. Boletim Técnico do SENAC, Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, set./dez., 1998 6.DEFFUNE, Deisi; DEPRESBITERIS, Léa. Competências, Habilidades e currículos da educação profissional: crônicas e reflexões. São Paulo: SENAC, 2000. 102 p. 7.Kennedy, Paul - Preparando para o século XXI - Editora Campus, Rio de Janeiro, 1993. 8.MAGNOLI, Demétrio. Panorama do Mundo. 3. São Paulo. Scipione.1997 9. MATOS, F. G. Empresa que pensa. São Paulo: Makron do Brasil, 1996. 10.MEDINA, Carlos Alberto. Participação e Trabalho Social, im Manual de Promoção Humana, RJ. Editora Vozes. 1977 11.MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro.10.Ed. São Paulo: Cortez, 2005. 12.PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre, Artmed, 1999. 13.SAVIANI, D. O trabalho como princípio educativo frente às novas tecnologias.In: Novas tecnologias, trabalho e educação.Um debate multidisciplinar. 3.ed., 1996. Petrópolis, RJ, Editora
Vozes. 220 p.
BIBLIOGRAFIA CITADA
1 – Banco da Providência – Balanço Social - 2005.
2 – CARVALHO, M. G. Tecnologia, desenvolvimento social e educação tecnológica. In: Educação & Tecnologia. Revista Técnico-Científica dos programas de Pós-Graduação em Tecnologia dos CEFETs PR/MG/RJ. 1.ed. Curitiba, 1997, 143 p.
3 – MATOS, F. G. Empresa que pensa. São Paulo: Makron do Brasil, 1996. 4 - Educação, mercado de trabalho e globalização - Sergio Luiz Kyrillos - Mestre em Educação e Tecnologia 5 – O Mercado de Trabalho do Rio de Janeiro. Conjuntura e Análise. Secretaria
Especial do Trabalho. RJ 1997.
6 – O Mercado de Trabalho do Rio de Janeiro. Tendências Políticas. 91 a 96. Secretaria Especial do Trabalho. RJ 1997
7 - Plano de Ação das Agências de Capacitação do Banco da Providência - Ano 2006.
8-Plano de Educação Profissional. Secretaria Especial do Trabalho. RJ 1997. 9 -Relatório Anual das Agências de Capacitação – Ano de 2006 10- Relatório Síntese do Encontro dos Ex-aprendizes – Ano 2006 11- Internet: sites www.wikipédia.com.br www.ibge.gov.br www.rio.rj.gov.br/planodeeducaçãoprofissional www.novaescolaonline.com.br www.geografiageral.com.br www.ministeriodotrabalho.gov.br http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/educ23g.htm
12.Pedagogia das competências: conteúdos e métodos - Suzana Burnier (fonte Internet)
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO .................................................................. 2
AGRADECIMENTO .................................................................... 3
DEDICATÓRIA..............................................................................4
RESUMO.......................................................................................5
METODOLOGIA ...........................................................................6
SUMÁRIO......................................................................................7
INTRODUÇÃO...............................................................................8
CAPÍTULO I
(Globalização)
O conceito de Globalização..........................................................11
1.Globalização- Introdução ..........................................................11
1.1-Globalização: Visão Panorâmica.............................................12
1.2-Globalização: Efeitos na vida da população............................15
1.3 – Globalização: Críticas...........................................................16
1.4- Globalização: No Brasil – características e conseqüências .17
CAPÍTULO II
(Educação)
O conceito de Educação...............................................................18
2.Educação- Introdução ...............................................................18
2.1-Educação: Um Quadro de Marcantes Desigualdades............19
2.2-Educação: Um Quadro de Novas Oportunidades...................20
2.3 – Educação: As novas demandas...........................................22
CAPÍTULO III
(Trabalho)
O conceito de Relações de Trabalho............................................26
3.Trabalho- Introdução .................................................................26
3.1-Trabalho: Uma Breve visão....................................................28
3.2-Trabalho: Mudanças positivas verificadas nos últimos anos..29
3.3 – Mercado de Trabalho e a atuação do Governo Federal ......31
CAPÍTULO IV
(Habilidades e o Mercado de Trabalho)
O conceito de Habilidades e Competências.................................33
4.Habilidades- Introdução ............................................................33
4.1-Habilidades Fundamentais para a Eficiência e Mudança.......34
4.2-As diferenças entre Habilidades e Competências...................35
4.3 – Habilidades e Competências – Visão do profissional do novo
século............................................................................................36
CAPÍTULO V
(Experiência das Agências de Capacitação)
5.A Capacitação para o Trabalho ...................................................37
5.1-As Agências de Capacitação do Banco da Providência - Histórico.37
5.2-Agências de Capacitação – O lugar da Educação....................39
2.3 – Educação: As novas demandas...........................................22
CONCLUSÃO..............................................................................41
ANEXOS......................................................................................43
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...................................................54
BIBLIOGRAFIA CITADA..............................................................55
ÍNDICE........................................................................................ 56
FOLHA DE ATIVIDADES CULTURAIS........................................58
FOLHA DE AVALIAÇÃO..............................................................59
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: A Educação para o Trabalho como Geradora de
Novas Oportunidades
Autor: Ana Cristina Paranhos
Data da entrega: 24/01/2007
Avaliado por: Mario Luiz Trindade Rocha
Conceito: