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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A CONTROLADORIA E SEUS PROCESSOS NA GESTÃO EMPRESARIAL Por: Márcia do Carmo Miranda Machado Orientador Profª Luciana Madeira Rio de Janeiro 2012

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Clóvis Luís Padoveze, Armando Catelli, Ivam Ricardo Peleias a principal fonte ... CAPÍTULO III – Gerenciamento de Risco Corporativo

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A CONTROLADORIA E SEUS PROCESSOS NA GESTÃO

EMPRESARIAL

Por: Márcia do Carmo Miranda Machado

Orientador

Profª Luciana Madeira

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A CONTROLADORIA E SEUS PROCESSOS NA GESTÃO

EMPRESARIAL

Apresentação de monografia a AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Auditoria e Controladoria.

Por: Márcia do Carmo Miranda Machado

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AGRADECIMENTOS

....Aos meus filhos, que mesmo longe

me apoiam sempre e a meu marido por

seu companheirismo e orgulho

constante...

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DEDICATÓRIA

A Deus pelo dom da vida e pelas luzes

que sustentam meu caminho...A meus

mestres que dividiram humildemente uma

parte de seu conhecimento...A minha

orientadora Luciana Madeira pelo

exemplo alegre e pelas instruções sábias

e a minha família por retribuírem sempre

meus anseios de apoio e de carinho;

meu marido Mauro e meus filhos Mariana

e Maurílio.

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“Onde você está hoje é o resultado das

suas decisões de ontem. Onde você

estará amanhã dependerá das

decisões que você estará tomando

hoje”.

Carl Baker

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RESUMO

Esse trabalho tem por finalidade demonstrar de forma simples que

através do conhecimento profundo da razão de existência de sua empresa, do

produto ou serviço que ela produz e do resultado que a empresa deseja obter,

ela já possui os ingredientes ideais e suficientes para que os conhecimentos

da Controladoria possam ser aplicados e através da criação de bons processos

administrativos conseguir os melhores aliados para o alcance do sucesso na

Gestão Empresarial, objetivando é claro o bom resultado que irá auxiliar o

corpo de gestão a tomar sempre as decisões mais lógicas e coerentes a

missão real de suas empresas.

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METODOLOGIA

Essa pesquisa será descritiva e explicativa, buscando uma análise da

Controladoria e suas Gestões de processos nas Organizações.

A pesquisa será de caráter bibliográfico e para sua elaboração foi

utilizada consultas em livros nacionais e que contenham as informações e

orientações para desenvolvimento de uma boa Gestão de Processos na

Controladoria empresarial, conferindo aos autores Ricardo Galinari Bertolucci,

Clóvis Luís Padoveze, Armando Catelli, Ivam Ricardo Peleias a principal fonte

de pesquisa onde será tratado o assunto Controladoria como gestão de riscos

corporativos e eficácia de gerenciamento.

Como complemento ao material de pesquisa foi utilizado também

como base artigos, publicações, Internet e sites que abordem esse assunto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - Controladoria 11

1.1 Gestão Empresarial 13

1.2 Modelos de Gestão 14

CAPÍTULO II - Controladoria Estratégica 18

2.1 – O processo de Gestão 18

2.2 – Risco e estratégia 20

CAPÍTULO III – Gerenciamento de Risco Corporativo 23

3.1 – Risco 23

3.2 – Introdução ao Risco Corporativo 24

3.3 – Identificação e Avaliação de Riscos 27

3.4 – Gerenciamento de Riscos 30

3.5 – Evolução Histórica do gerenciamento

do risco

35

CONCLUSÃO 36

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38

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INTRODUÇÃO

Segundo Padovezi e Bertolucci(2009, p.v) a controladoria e seus

processos na Gestão Empresarial tem sido motivo de muitas publicações e

artigos nas últimas décadas com objetivo de contribuir para que as

organizações no mundo se cerquem da maior proteção possível para garantia

de sua sobrevivência.

O Objetivo dessa pesquisa é questionar se o sucesso das práticas da

Controladoria dependem de um bom processo de gestão empresarial e sendo

essa uma verdade incontestável no que será desenvolvido como dever ser o

planejamento apoiado em bons processos de gestão facilita o sucesso no

alcance das metas administrativas das organizações.

A Controladoria como uma área da Contabilidade, que calçada em

conhecimentos de diversas outras áreas como Administração, economia ,

estatística e outras busca elementos de informação que auxiliarão as

empresas e seus gestores na tomada de decisão.

Segundo Castro(2010), há que se considerar que com a economia

Global houve um aumento na competitividade e que as empresas tiveram que

se adequar a um ambiente mais agressivo e as necessidades de um

Planejamento que seja pertinente a missão que cada uma delas tem perante a

sociedade a qual estão inseridas e ao universo empresarial a qual competem.

Buscar qualidade, melhor preço de seus produtos ou serviços para garantir sua

estabilidade e sobrevivência hoje é fundamental para o mundo empresarial.

É verdade afirmar que qualquer negócio sempre está exposto ao risco.

Os riscos que ameaçam as organizações podem vir de dentro da empresa e

como também de fora. As decisões administrativas, a gestão e o ambiente

interno de uma empresa por si só podem representar um risco ou ameaça ,

mas a crescente competitividade que existe hoje criam também nas

organizações fatores de risco externos.

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Segundo Padovezi e Bertolucci (2009, p.v) pode-se hoje obter as

informações gerencias quase que em tempo real as empresas devem buscar

uma Gestão eficaz, capaz de através da diminuição de riscos e de custos

desnecessários alcançar a excelência na área de sua atuação.

Diante do acima exposto questiona-se:

O sucesso das práticas de controladoria necessitam de um bom

processo de Gestão?

Considerando o compromisso de uma organização em atingir seus

objetivos estratégicos, é de suma importância a identificação de cada atividade

desenvolvida, sua forma de execução, os riscos a ela inerentes e os controles

existentes, para mitigá-los adequadamente, tornando-os administráveis.

A apresentação desse trabalho será composta em Introdução, três

capítulos e as considerações finais.

No primeiro capítulo desse trabalho inicia-se uma conceituação de

controladoria, sua origem e sua importância nas organizações que se

preocupam com seus futuros.

No segundo capítulo o trabalho aborda a Controladoria como

estratégia e através de suas teorias colabora com a afirmação de que com a

criação de bons processos na empresa e a administração da Gestão

econômica através da eficácia de padronização das práticas operacionais, é

possível o alcance eficaz do sucesso.

Finalmente o Terceiro capítulo descreve sobre criação de itens de

controle que podem orientar os caminhos a serem percorridos no sentido da

busca da eliminação dos riscos até se chegar ao mais perto do ideal.

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CAPÍTULO I

1 - A história da Controladoria

Segundo Castro(2010, p.1), conta a História que a controladoria surgiu

no início do século XX nos Estados Unidos, com o crescimento empresarial e

mais tarde com fusões dessas empresas, formando grandes organizações e

consequentemente aumentando a complexidade de suas atividades.

No Brasil foi incorporada á prática empresarial com a instalação das

multinacionais americanas no país. Por definição, ‘A Controladoria é um segmento da Contabilidade ou da

Administração, podendo ser dividida em Controladoria Administrativa e

Controladoria Contábil, mas na prática profissional ambas costumam ficar sob

a égide de um único gestor, chamado de controller ou controlador. É uma área

de staff, ou seja de assessoria e consultoria, normalmente fora da pirâmide

hierárquica da organização’(GONÇALVES, 2010).

Segundo Catelli (2001, p. 23) a Controladoria vem consolidando-se

como ramo da Ciência Contábil. É a Controladoria que está oferecendo aos

envolvidos no contexto do mundo dos negócios variáveis relevantes ao

conhecimento humano na formação dos profissionais da área. Através de uma

série de modelos respostas as mais variadas questões suscitadas pela

realidade turbulenta do mundo dos negócios.

Também segundo o seu ponto de vista a necessidade das organizações

de informações que ajudassem as empresas no tocante a seus problemas de

gestão foi o impulso necessário para que se buscasse o desenvolvimento de

um sistema de informações estruturado, organizado e eficiente, estimulando e

impulsionando a Controladoria como ciência.

Baseado nesses fundamentos, podemos afirmar que sempre que

quisermos ter o domínio e a capacidade de precisar ou mensurar aquilo que

desejamos preservar, cuidar, zelar até pela sua sobrevivência, impossível não

se pensar em controle.

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Por analogia se temos uma família, se queremos protegê-la e garantir

sua unidade precisamos conhecer bem todos os seus integrantes, participar e

monitorar de todas decisões familiares, dessa forma estabelecer de alguma

forma um controle. O que se gasta, como se gasta, com quem se gasta são

ações necessárias se a família deseja ter uma saúde financeira tranqüila.

Como cada um reage perante os seus e o meio em que cada um vive, embora

sejam situações de origem afetiva-humana, também são importantes

indicadores que podem orientar a família sobre seu rumo.

Considerando a observação, que pode ser considerada como uma

simplória exemplificação ou um simples desejo de convencimento, controlar é

uma arte que todos aplicam em suas vidas até mesmo particulares para busca

do sucesso, como poderiam as grandes corporações, que são ameaçadas

constantemente por fatores que não dependem delas própria, como a

concorrência, crise financeiras mundiais, guerras, etc..., ousar pensar em

sobrevivência sem utilização dessa ciência?

O controle como demonstra a história não só é benéfico como

indispensável, porém, há que se considerar que não pode ser para mais e nem

para menos. Considerando o mundo dos negócios, objeto desse estudo, as

empresas que desejam uma vida longa e saudável buscam constantemente

controlar suas atividades e qual o melhor meio de se fazer isso.

Dessa forma há que considerar que não basta apenas controlar, é

necessário saber o que e como controlar.

1.1 – Gestão Empresarial

De acordo com Corte Real (2007) Gestão é: ‘Gestão é atividade empreendedora de alguém que está

engajado num empreendimento, reconhece viável uma

idéia para um produto ou serviço, um negócio, e o leva

adiante. O comprometimento com o empreendedorismo

leva à inovação, que se nutre na mudança para criar

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valor. Vivemos em uma sociedade de caráter

empreendedor, em uma economia empreendedora – o

que conduz a uma gestão empreendedora, pois o

empreendedor não é apenas um dinamizador: é também

um gestor eficiente. Outro conceito essencial da gestão

do milênio é o de organizações que aprendem, mudando

o paradigma de uma organização que trabalha

rotineiramente para o de uma organização que aprende,

adotando uma filosofia permanente que permeia e

envolve toda a empresa, tendo como técnicas de gestão

o compartilhamento da informação, do conhecimento, a

disseminação das melhores práticas, o empowerment e o

aprendizado permanente’.

Para uma boa Gestão empresarial é necessário engajamento,

dinamismo, inovação, troca e compartilhamento das informações,

conhecimento profundo de seu negócio e conhecimento e multiplicação das

melhores práticas e humildade para reconhecer que como não existe uma

receita pronta o aprendizado é constante e diário, não tem regras e nunca terá

um fim.

Dessa forma podemos constatar que em tudo que lemos sobre gestão

destaca-se que é necessário saber quem somos, o papel de cada um nas

estruturas empresarias e o entendimento do queremos e onde queremos

chegar é um quesito obrigatório para se atender a todas as expectativas de

uma boa Gestão empresarial.

1.2 – Modelos de Gestão

Modelo tem sua origem no latim Modulus que significa molde, forma, o

termo já foi utilizado em diversas áreas, porem sempre seguindo o mesmo

conceito de algo que deve ser seguido. Gerir é organizar os recursos

financeiros, materiais e humanos de uma instituição através de técnicas

adequadas (CORREA, 2009).

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Alguns estudiosos tem se dedicado a formar alguns conceitos sobre

como seria a melhor gestão empresarial, a partir dos estudos até hoje

divulgados podemos dizer que apesar de algumas diferenças em essência não

diferem muito um do outro.

Então podemos dizer que Modelo de Gestão é o gerir através de um

exemplo já existente realizando apenas as modificações necessárias para a

necessidade de cada organização.

Segundo Peleias (2002), podemos considerar três grandes modelos de

Gestão:

- Teoria das Restrições - TOC

- Técnica de Custeio - ABC

- Gestão Econômica - GECON

1.2.1- Teoria das Restrições - TOC

De acordo com Peleias (2002, p. 32 a 33) a teoria das restrições surgiu

no início da década de 1970, difundida pelo físico israelense Eliyahu M.

Goldratt através da exposição de suas idéias a respeito de gestão industrial.

Essa iniciativa levou a criação de uma empresa que iria comercializar um

software denominado tecnologia de produção otimizada, OPT ( optimized

production technology). Esse sistema e sua aplicação empresarial no mundo

todo provocou uma evolução onde o próprio Goldratt em 1980 criou a Teoria

da Restrições que era uma ampliação do OPT, já que a teoria utiliza a maioria

de suas proposições.

De acordo com Goldratt a meta de uma organização é ganhar mais

dinheiro, tanto agora como no futuro, é na busca para o atingimento de suas

metas que as organizações se deparam com restrições que devem

sistematicamente ser identificadas e eliminadas. Segundo as proposições

dessa teoria é possível identificar dois tipos de restrições:

- Físicas ou de recursos – refere-se a mercados fornecedores, matérias,

equipamentos, pedidos e pessoas.

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- De política – relativa as normas, procedimentos e práticas usuais do passado,

nesse caso há a proposição de medidas globais para medir o desempenho,

estabelecer princípios de otimização e formulação de modelos decisórios que

minimizem o impacto dessas restrições e possibilitem a otimização do

desempenho de produção.

Também segundo Peleias(2002) o processo nesse modelo é:

estabelecer as metas da empresa, definir as medidas necessárias para

mensurar seu grau de alcance. De acordo com ele pode-se ser através de dois

medidores e uma situação necessária a todas as organizações. O primeiro

medidor é o lucro líquido considerado por Goldratt como a diferença entre

ganho e despesa operacional, o segundo o retorno sobre o investimento e a

situação necessária é o fluxo de caixa.

A definição do parâmetros também é imprescindível para o alcance da

meta e orientar as decisões dos gestores, considera como parâmetro:

- Ganho – A teoria das restrições reconhece como ganho o momento da

entrega do produto ou serviços a seus clientes;

- Inventário – Investimentos em máquinas, equipamentos, estoques

- Despesa operacional – Todo dinheiro gasto para transformar o inventário em

ganho. Incluindo depreciação, perdas entre outras.

1.2.2- Técnica de Custeio - ABC

Segundo Peleias (2002, p. 39 a 41), dois grandes motivos contribuíram

para o surgimento da metodologia ABC. Primeira foi o trabalho de alguns

profissionais da General Eletric no EUA em 1960,que desenvolveram esforços

para obter melhores informações para auxílio no gerenciamento de custos

indiretos e o segundo o esforço de várias empresas e organizações no fim da

década de 1970 início da de 1980, que buscaram melhorar a qualidade das

informações oriundas da contabilidade de custos.

A metodologia ABC (Activity Based Costing ou custeio baseado em

atividades) representa uma metodologia que parte da premissa que as

diversas atividades realizadas pelas diferentes áreas de uma organização

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geram custos e que os produtos ou serviços prestados por essa organização

se utilizam dessas atividades.

Dessa forma surgiu o conceito de direcionar os custos e alocá-los aos

produtos. Segundo os estudiosos dessa teoria na medida em que as empresas

utilizam tecnologias de produção mais avançadas os custos indiretos de

fabricação tendem a aumentar em comparação a outros custos e despesas,

devendo assim relacionar esses custos indiretos as atividades e rateá-los para

serem alocados aos produtos. Esse modelo fornece informações apenas de

custo e utiliza rateio dos custos fixos. Os defensores dessa metodologia

argumentam que as melhorias em relação aos sistema de custo e bem melhor

que os sistemas de custos tradicionais.

1.2.3- Gestão Econômica – GECON

Na visão de Peleias (2002, p. 17 a 20) o modelo de Gestão econômica é

um modelo gerencial de vanguarda, concebido no Brasil por Armando Catelli

com auxílio de Reinaldo Guerreiro através de trabalhos acadêmicos

apresentados no departamento

Esse modelo se propõe a apoiar o processo de gestão e as decisões

que virem a ser tomadas em todas as suas etapas, em níveis planejado e

realizado.

Também segundo o autor existem alguns princípios essenciais que

devem ser considerados:

• A eficácia da empresa só é alcançada na medida em que todas as

áreas são eficazes;

• O resultado da empresa deve ser considerado pelo somatório dos vários

produtos e serviços realizados pela área;

• Relacionamento entre as áreas são preestabelecidos por padrões;

• A áreas possuem uma missão e funciona como estimulador de eficácia;

Segundo Peleias (2002), a principal característica desse modelo é que ele

considera a empresa um sistema composto de partes em constante

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interação, e essa interação da organização ao ambiente em que está

inserido é observada sob dois aspectos importantes:

1) As relações de troca com o meio externo;

2) O equilíbrio dentro do ambiente econômico

Dessa forma segundo Pelias (2009) o modelo de gestão econômica é a

integração dos modelos: Modelo de gestão, onde se define a forma de gestão

da empresa. Modelo de Decisão, onde se monta a estrutura formal de

processo decisório através de consideração dos processos de gestão.

Modelo de mensuração que é o processo que mede as atividades e transações

sobre quais os gestores tomam suas decisões e Modelo de informação que

considera a geração de todas as informações gerenciais que auxiliam o

processo decisório. Desnecessário afirmar que a maior qualidade nas

informações é fator facilitador na tomada de decisões.

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CAPÍTULO II

2 - Controladoria Estratégica

A origem da palavra estratégia vem dos campos de batalhas travadas

pelos antigos gregos, e seu significado era "a arte dos generais". Isso porque

na antiga Grécia denominava-se de estrategos os comandantes supremos

escolhidos para planejar e fazer a guerra.

No ambiente empresarial, estratégia é uma forma de pensar no futuro,

uma atividade que deve estar integrada no processo decisório das

organizações e que envolve o profundo conhecimento do negócio e a

verificação sistemática de tendências.

2.1 – O Processo de Gestão

Segundo Padoveze e Bertolucci (2009, p.3 e 4) O processo de gestão

caracteriza-se pelo conjunto das atividades desenvolvidas pelos responsáveis

pela gestão de uma entidade com o objetivo de cumprir a missão e os

objetivos definidos desde a sua fundação e constantes da visão de condução

das suas atividades ou negócios. Basicamente incorpora as etapas de

planejamento, execução e controle das atividades da entidade. A etapa do

planejamento pode ser dividida em três sub-processos: planejamento

estratégico, planejamento operacional e programação.

Também segundo os mesmo autores, o Planejamento estratégico tem

como foco o desenvolvimento e a gestão da estratégia e deve ser considerada

a etapa mais importante do processo de gestão porque a estratégia está

intrinsecamente ligada ao objetivo maior da empresa, sua missão, e à

continuidade da vida da entidade.

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O Planejamento operacional é o processo de implementação das

estratégias definidas. Toda estratégia definida evidencia um negócio a ser

desenvolvido. A programação é o processo de planejamento de curto prazo,

que envolve as operações de todos os negócios em andamento.

Ainda segundo Padoveze e Bertolucci (2009, p.), a execução

compreende o desenvolvimento das atividades de realização do planejado e

finalmente o controle que se caracteriza pelo confronto do resultado das

atividades realizadas com o resultado esperado durante as etapas do

planejamento e tem como finalidade corrigir os desvios e otimizar todo o

processo de gestão.

Tabela 1: Processo de Gestão - Visão resumida

Planejamento Estratégico Garantir a Missão e a continuidade da empresa Diretrizes e Políticas EstratégicasPlanejamento Operacional Otimizar o resultado no médio prazo Plano OperacionalProgramação Otimizar o resultado no curto prazo Programa operacionalExecução Otimizar o resultado de cada transação TransaçãoControle Corrigir e ajustar para garantir a otimização Ações corretivas

PRODUTOFASES DO PROCESSO FINALIDADE

Fonte: PADOVEZE e BERTOLUCCI (2009)

Segundo Martins ( 1998, p.8) a estratégia foi conceituada por diversos

autores com o processo pelo qual os gestores das organizações, usando urna

projeção de três a cinco anos, avaliam as oportunidades ambientais externas,

assim como a capacidade e os recursos internos a fim de se decidirem sobre

metas e sobre um conjunto de planos de ação para realizar essas metas.

Por esse prisma, o moderno gerenciamento das corporações deve

constituir-se em um processo cíclico contínuo de:

• Formular estratégias;

• Comunicar essas estratégias por toda a organização;

• Desenvolver e por em prática táticas para implementar as

estratégias; e

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• Desenvolver e implementar controles para aprimorar as etapas da

implementação e depois o sucesso no alcance das metas

estratégicas.

2.2 – Risco e Estratégia

Segundo Padoveze e Bertolucci (2009, p. 6) o gerenciamento do risco

é uma atividade de gestão aderente ao planejamento estratégico, portanto,

insere-se no conjunto de instrumentos gerencias pertencentes ao âmbito da

Controladoria estratégica. A associação da gestão do risco ao planejamento

estratégico é adequada, já que a análise da estratégia inicia-se com a

análise da empresa como um sistema aberto em relação ao ambiente

externo em que está inserida.

A atividade de gerenciamento do risco é uma atividade estratégica.

Contudo, os riscos podem ser de diversos tipos, classificando-se em uma

primeira análise em: Riscos estratégicos, riscos de gestão e riscos

operacionais.

Figura 1: Piramide de Tipos de Riscos

Fonte: PADOVEZE e BERTOLUCCI (2009)

Riscos Estratégicos

Riscos de gestão

Riscos Operacionais

Segundo Padoveze e Bertolucci (2009, p.7) Os riscos estratégicos são

aqueles que decorrem das diretrizes definidas no planejamento estratégico,

basicamente, relacionam-se com os negócios e mercados onde a empresa

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atua, o modelo de gestão adotado e as estruturas organizacionais definidas

para operacionalizar os negócios e realizar o modelo de gestão adotado.

Caracterizam-se como riscos estruturais pois decorrem de macro-variáveis

econômicas, políticas, ambientais, etc..., capazes de afetar os resultados

econômicos dos negócios da empresa.

Segundo Padoveze e Bertolucci (2009, p.7)Os riscos de gestão

classificam-se todas as possíveis ocorrências futuras que poderão impactar os

resultados econômicos da empresa para mais ou menos, decorrentes de

decisões administrativas ou riscos administrativos assumidos. Podem

enquadrar-se nesse tipo de risco o modelo de gestão, planejamento tributário,

modelo de gestão contábil e financeira, etc...

Os riscos operacionais decorrem da execução das transações e

operações da empresa e podem ser causados por todos os funcionários da

empresa na realização de suas atividades: falhas humanas, de sistemas, não

cumprimento de obrigações, trabalhos ineficientes, falhas nas decisões sobre

eventos econômicos, fraudes, roubos, etc.

Também segundo os mesmos autores nessa visão piramidal de riscos,

os estratégicos são os de menor quantidade, mas devem ser de maior impacto

nos resultados econômicos da empresa. Os riscos operacionais são o de maior

probabilidade de ocorrência, pois podem ser causados por todos os

funcionários da empresa, mas, isoladamente, devem apresentar menor

resultado econômico em cada realização específica. Já os riscos de gestão

caracterizam-se por ser responsabilidade dos executivos gerenciais e abrirem

espaço para várias oportunidades de ocorrência, e em muitos casos, o impacto

em termos de valor pode ser também bastante significativo, como exemplo

citam-se penalidades pelas autoridades tributárias ou uma aplicação financeira

em uma instituição que se revela inadimplente antes do resgate da aplicação.

Então, analisando as informações até aqui expostas, podemos resumir

que a Controladoria inicia-se nas definições do grande Processo de Gestão

empresarial e evolui para a análise dos riscos envolvidos nessas definições.

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Segundo Mosimann (1993, p.85) a Controladoria consiste em um corpo

de doutrinas e conhecimentos relativos à gestão econômica. Pode ser

visualizada sob dois enfoques:

a) Órgão administrativo com uma missão, funções e princípios

norteadores definidos no modelo de gestão do sistema

empresa, e

b) Como uma área do conhecimento humano com

fundamentos, conceitos, princípios e métodos oriundos de

outras ciências.

Segundo Padoveze e Bertolucci (2009, p. 37) há controvérsias entre

autores da matéria controladoria, onde alguns a vêem como uma ciência

autônoma que não se confunde com a contabilidade mas que utiliza

pesadamente o instrumental contábil, já os autores a consideram como a

ciência contábil evoluída, sendo a controladoria nada mais do que o

alargamento do campo de atuação e abrangência da contabilidade.

Dessa forma definir os caminhos que a empresa deseja percorrer,

traças as metas e atividades a serem desenvolvidas para alcançá-la e avaliar

os riscos envolvidos nessa caminhada é a definição do que chamamos de

Controladoria estratégica.

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CAPÍTULO III

3 – Gerenciamento de Risco Corporativo

Independentemente da natureza dos negócios a história demonstra

que a causa de grandes fracassos/colapsos financeiros no mundo dos

negócios foram conseqüências “catastróficas” causadas pela inexistencia de

um efetivo gerenciamento de risco.

Fica claro desde já que o problema de gerenciamento dos riscos

corporativos é delicado: a existência de um único ponto fraco na cadeia do

gerenciamento de riscos corporativos de uma instituição é suficiente para levá-

la ao colapso(Duarte, 24/04/2012).

3.1 - Risco

De acordo com o conceito de Padoveze e Bertolucci (2009, p. 230), o

risco está presente na rotina de qualquer investimento (financeiro ou não).

Risco não é um conceito novo. Em finanças, a Teoria Moderna das

Carteiras, que se originou do trabalho pioneiro de Markowitz, já existe por mais

de quatro décadas. Esta teoria está baseada nos conceitos de retorno e risco.

Risco assumiu sua justa posição de destaque somente recentemente,

seguindo-se aos acontecimentos (colapsos, socorros emergenciais, disputas

judiciais, etc.) relacionados a nomes como Barings Bank, Procter&Gamble,

Bankers Trust, Gibson Greetings, Orange County, Metallgesellschaft, Long

Term Capital Management, etc.

Risco é um conceito “multidimensional” que cobre quatro grandes

grupos: risco de mercado, risco operacional, risco de crédito e risco legal. O

gerenciamento dos riscos corporativos deve sempre ser considerado de uma

forma conjunta.

É importante não esquecer que a existência de uma cultura corporativa

para riscos pode até mesmos levar ao aumento da exposição a riscos por

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parte da instituição, refletindo-se em maiores exposições entendidas e aceitas

de forma planejada. Ou seja, uma cultura corporativa para riscos não

necessariamente leva a evitar riscos, mas sim a assumi-los e gerenciá-los de

forma planejada.

3.2 – Gerenciamento do risco Corporativo e Perfil de Risco da

Organização

Segundo Padoveze e Bertolucci (2009, p.194), para manter um

processo sustentável de avaliação dos riscos é necessário criar uma

arquitetura informacional para monitorar a exposição da empresa ao risco.

Dentro do conceito geral do risco, pode-se definir risco como eventos

futuros incertos, que podem influenciar o alcance dos objetivos estratégicos,

operacionais e financeiros da organização. A gestão do risco pode ser

conciliada em duas áreas de atuação: ambiente interno e ambiente externo.

A gestão do risco considerando o ambiente interno vê o risco em uma

perspectiva de conformidade(perspectiva de conformance); a gestão do risco

considerando o ambiente externo vê o risco por uma perspectiva de

desempenho(perspectiva de performance). Conforme figura abaixo:

Figura 2: Conciliação das Perspectivas de conformidade e de

desempenho.

Fonte: PADOVEZE e BERTOLUCCI (2009)

Controle de ameaças/riscos internos “ Coisas ruins podem acontecer”

Retorno de oportunidades externas “ Boas coisas podem não acontecer”

Conformidade Desempenho

Gestão de

Risco

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Também segundo Padoveze e Bertolucci( 2009, p. 196) para um bom

processo na gestão de gerenciamento dos riscos existem algumas etapas que

visam minimizar os riscos associados á prevenção e compliance (isto é dentro

da empresa) e da incerteza do desempenho operacional, e movendo-se para o

alto nível da gestão dos riscos das oportunidades(isto é, fora da empresa),

com objetivo de possibilitar um crescimento sustentável de valor aos acionistas

das empresas. As empresas progridem porque atendem ao gerenciamento

baseado em valor. As necessidades do gerenciamento do risco empresarial

estão crescentemente relacionadas com o desempenho operacional e

crescimento do valor do acionista, bem como conformidade e prevenção.

Para o melhor direcionamento ao desempenho ter aplicação prática,

dois conjuntos claros de perguntas devem ser estabelecidos:

- Quais são os direcionadores de valor, e como eles podem ser

estruturados e manejados?

- Quais são os riscos-chave associados com esses direcionadores de

valor?

As respostas para essas questões podem ser formuladas pelos

processos dos direcionadores de valores dentro da organização e através de

identificação e análise dos riscos de negócio, estabelecendo as respostas que

terão o maior impacto nos direcionadores de valores.

Padoveze e Bertolucci( 2009, p. 197) acreditam que cada organização

apresenta um conjunto específico de riscos. Para identificar o perfil de risco da

organização é necessário primeiro reconhecer que o conceito de risco

freqüentemente é utilizado em distintas perspectivas: risco como oportunidade,

risco como perigo ou ameaça, ou risco como incerteza.

Risco como oportunidade – Implícito no conceito de Risco e retorno, ou

seja, quanto maior o risco maior a perspectiva de retorno. Administra-se esse

risco com análise do ambiente externo e interno de forma que um possa

favorecer ao outro.

Risco como perigo ou ameaça – São eventos negativos como perdas

financeiras, fraudes, falhas de sistema, roubo, etc... Para redução da

probabilidade desses eventos negativos é necessário a instalação de técnicas

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administrativas para redução sem incorrer necessariamente a custos

excessivos.

Segundo Padoveze e Bertolucci (2009, p.197) O Risco como incerteza

refere-se a distribuição de todos os resultados possíveis, sejam positivos ou

negativos. Nesse contexto, a gestão do risco procura reduzir a variação entre

os resultados antecipados e os resultados reais.

Também segundo os autores cada um dos elementos dessa definição

tripartite do risco conecta-se de uma forma abrangente com uma ou mais

funções nas companhias. Embora ênfase funcional e fronteiras gerenciais

sejam inerentemente flexíveis, o risco como perigo representa em geral a

perspectiva de gestores responsáveis pelas atividades de

conformance(monitoramento do acompanhamento dos procedimentos

internos) – particularmente a controladoria financeira, a auditoria interna, os

administradores de seguros. O risco como incerteza é uma perspectiva de

governança do responsável por administração e finanças e dos gerentes de

linha responsáveis pelas operações. O risco como oportunidade com

freqüência reflete a perspectiva da alta administração e os setores de

planejamento.

Tabela 2: Natureza dos componentes do risco

Ameaça Incerteza/Variança Oportunidade

Foco tradicional Controle focado na distribuição dos retornos/receitas Focado no Investimento

Defensivo por natureza Proteção(hedging) por natureza Ofensivo por natureza

O objetivo é alocar recursos para reduzir a probabilidade ou impacto de um evento negativo

O objetivo é reduzir a variança entre retornos antecipados e resultados reais

O objetivo é tomar ações para alcançar ganhos positivos

Exigência de uma estratégia de crescimento em virtude do relacionamento implícito entre risco e retorno

Fonte: PADOVEZE e BERTOLUCCI (2009)

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3.3 – Identificação e Avaliação dos Riscos

Segundo Padoveze e Bertolucci( 2009, pg 198) a identificação dos

riscos da empresa passa sempre por um processo de análise do ambiente

interno e externo, e consideração das variáveis e entidades que afetam o

sistema empresa. A acurada definição do risco na organização é um elemento

crítico para o sucesso da gestão do risco.

Os procedimentos complementares para a identificação e análise de

riscos não identificados primariamente podem ser:

- Entrevistas e Workshops;

- brainstorming;

- questionários;

- mapeamento dos processos, que envolve identificação e

mapeamento da cadeia de processos e valor dos principais negócios da

empresa, e a identificação das dependências dos fatores externos(órgãos

reguladores, legislação, clientes, fornecedores de serviços, etc.) e dos recursos

internos (como pessoal, tecnologia, ativos físicos, etc.)que interferem nos

processos;

- Comparação com outras organizações;

- Discussão com coligadas.

Ainda segundo Padoveze e Bertolucci( 2009, p. 199) para cada risco

identificado deve haver uma avaliação do seu possível impacto e

correspondente probabilidade de ocorrência, usando parâmetros consistentes

que deverão possibilitar o desenvolvimento de um mapa de risco priorizado.

A avaliação do impacto e da probabilidade de cada risco normalmente

é apresentada da seguinte forma:

Impacto:

• Alto;

• Moderado;

• Baixo.

Probabilidade de ocorrência:

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• Alta-provável;

• Moderada-possível;

• Baixa-remota.

As práticas contábeis internacionais incorporam boa parte da

identificação, avaliação e mensuração dos riscos. Basicamente, as práticas

contábeis focalizam os riscos contingentes, decorrentes de processos e

decisões administrativas ligadas aos aspectos cíveis, ambientais, trabalhistas e

tributários.

Outras oportunidade para identificação dos riscos contingentes é o

processo de due diligence, solicitado por empresas em determinados

momentos, é um processo de identificação de riscos ou passivos contingentes

que possam resultar posteriormente em processos judiciais contra a entidade,

provocando perdas não esperadas.

Na visão de Padoveze e Bertolucci( 2009, p. 200) a gestão dos

diferentes elementos do risco do negócio é uma responsabilidade

compartilhada. O compartilhamento da responsabilidade pode ser feito de

forma centralizada ou delegada. O enfoque centralizado utiliza uma linguagem

comum, técnicas, ferramentas e avaliações periódicas do perfil de risco da

empresa como um todo. O enfoque delegado permite que cada unidade de

negócio ou função crie sua própria linguagem para a gestão do risco e suas

próprias ferramentas e técnicas.

Segundo Padoveze e Bertolucci( 2009, p. 196), em linhas gerais, a

gestão do risco dentro da empresa envolve quatro elementos:

- Política de gerenciamento do risco:

Define o enfoque da gestão do risco e sua atitude, ou apetite, em

relação ao risco. Define também as responsabilidades gerais sobre a política,

para a revisão do risco e relatórios de acompanhamento necessários.

- Recursos:

Envolve a identificação dos recursos necessários para implementar,

monitorar e coordenar o processo de gestão do risco, incluindo o processo de

obtenção dos relatórios.

- Implementação:

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Envolve a formalização dos processos abrangendo a identificação e

definição dos riscos, sua avaliação em termos e probabilidades e impactos, e

os aspectos-chave dos processos de negócios para responder ao risco.

- Revisão e relatórios:

Inclui a revisão do risco e os relatórios necessários para monitorar

todo o processo de gerenciamento do risco.

Figura 3: Exemplo arquitetura de Risco em plano de oito Pontos

Fonte: PADOVEZE e BERTOLUCCI (2009)

3.4 – Gerenciamento de Riscos

A definição mais objetiva talvez seja a dada por Fama, Cardoso e Mendonça

(2002, p35):

‘ A expressão “ administração do risco” pode significar

muita coisa, em negócios, procura identificar eventos que

possam ter conseqüências financeiras adversas e, então,

imaginar salvaguardas para prevenir e/ou minimizar o

perigo causado por tais eventos’.

Segundo Padovezi e Bertolucci(2009, p233) as modelagens são muitas

e as técnicas desenvolvidas sempre voltadas ao desenvolvimento das

Aceitação de uma

estrutura gerencial do risco

Comprometimento dos

executivos e alta diretoria

Designar a responsabilidade para o processo de mudança do gerenciamento do

risco

Monitoramento do

processo gerencial do risco

ARQUITETURA DO RISCO

Estabelecer a

responsabilidade da estratégia do risco

Comunicação e Treinamento

Responsabilizar

recursos

Reforçamento da cultura do risco por

meio dos mecanismos de recursos humanos

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melhores práticas empresariais de Gestão, e os métodos usados podem ser

qualitativos como quantitativos. Podemos definir que:

Método quantitativo trata-se de uma abordagem estruturada para

identificar e compreender os riscos associados a atividades perigosas, tais

como a operação de uma planta industrial. A avaliação parte do levantamento

dos possíveis perigos, sua probabilidade e conseqüências; os riscos

quantificados são então comparados a critérios predefinidos.

Segundo Padoveze e Bertolucci (2009, p.233) a Análise quantitativa

dos riscos proporciona uma boa visão dos vários elementos da planta,

destacando aqueles em que eventuais falhas podem acarretar danos a seus

operadores ou a terceiros, ao meio ambiente ou ao próprio equipamento.

Assim, não só fornece dados para a tomada de decisões

relacionadas ao projeto e operação da planta, como pode também demonstrar

juridicamente a “adequação para operação”.

A Análise quantitativa dos riscos fornece dados sobre segurança no

projeto, operação e regulamentação de atividades perigosas, além de

fundamentar o monitoramento de riscos e fornecer parâmetros específicos

para a tomada de decisões:

- Dá apoio às decisões, ajudando a determinar se é preciso reduzir

riscos.

- Propõe objetivos para as medidas de redução de riscos.

- Fundamenta projetos de proteção contra incêndios e explosões, bem

como treinamento e planejamento para emergências.

- Ajuda na seleção dos conceitos de projeto mais apropriados.

- Identifica as formas de redução de riscos de melhor custo-benefício.

- Ajuda na determinação dos riscos ALARP.

- Identificação de procedimentos e equipamentos críticos para a

segurança.

Segundo Padovezi e Bertolucci(2009, p233) A Análise qualitativa de

risco é o processo de avaliação do impacto e probabilidade de riscos

identificados. Este processo prioriza riscos de acordo com os seus efeitos

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potenciais nos objetivos do projeto. Análise qualitativa de risco é um modo de

determinar a importância de se endereçar riscos específicos e guiar respostas

de risco. A questão crítica do tempo e as ações relacionadas ao risco podem

ampliar a importância de um risco. Uma avaliação da qualidade da informação

disponível também ajuda a modificar a avaliação do risco.

Segundo Padoveze e Bertolucci (2009, p.3 e 4) a análise qualitativa de

risco requer que a probabilidade e conseqüências dos riscos sejam avaliadas

usando métodos e ferramentas de análise qualitativa estabelecidos.

Tendências nos resultados quando a análise qualitativa é repetida

pode indicar a necessidade de mais ou menos ação da gerência de risco. O

uso dessas ferramentas ajuda a corrigir influências que estão freqüentemente

presentes em um plano de projeto. Análise qualitativa de risco deve ser re-

visitada durante o ciclo de vida do projeto para que fique atualizado às

mudanças dos riscos do projeto.

Em meio aos diversos modelos existentes, segue abaixo modelo do

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), que segundo Padoveze

e Bertolucci é o modelo apresentado pelo guia de orientação para

Gerenciamento de Riscos Corporativos e está disponibilizado no endereço

eletrônico do IBGC1. Em linhas gerais, não difere das recomendações básicas

de outros modelos e de outras recomendações de estudos existentes.

Visão Geral:

Segundo Padovezi e Bertolucci(2009, p268) a espinha dorsal do

modelo IBGC é a metodologia de implantação, que compreende as seguintes

fases:

• Identificação e classificação dos riscos

• Avaliação dos riscos

• Mensuração dos riscos

1 www.ibgc.org.br

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• Tratamento dos riscos

• Monitoramento dos riscos

• Informação e comunicação

3.4.1 - Identificação e classificação dos riscos

Segundo Padoveze e Bertolucci (2009, p.269) essa etapa de

identificação e classificação dos riscos compreende também o processo de

categorização dos riscos identificados em:

1 – Origem dos eventos

- Ambiente externo

- Ambiente interno

2 – Natureza dos riscos

- Riscos estratégicos

- Riscos Operacionais

- Riscos financeiros

3 – Tipos de riscos

- de tecnologia

- ambientais

- de conformidade

O processo de classificação e categorização dos riscos identificados

pode ser visualizado na figura abaixo:

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Tabela 3: Exemplo Categorização de riscos

Estratégico Operacional Financeiro

Macroeconômico

Ambiental

Social

Tecnológico

Legal

Financeira

Ambiental

Social

Tecnológico

Natureza dos RiscosTipos

Origem

dos eventos

Externo

Interno

Fonte: PADOVEZE e BERTOLUCCI (2009)

3.4.2 - Avaliação da ocorrência e do impacto dos riscos

Segundo Padovezi e Bertolucci(2009, p270) Na etapa avaliação dos

riscos também há classificação pela probabilidade de ocorrência e pelo

impacto do risco, partindo de uma visão de exposição aceitável ou inaceitável,

para em seguida se avaliar o impacto financeiro final em baixo, médio ou alto.

3.4.3 - Mensuração dos riscos

Segundo Padovezi e Bertolucci(2009, p271) Para a mensuração do

impacto financeiro dos riscos identificados e avaliados o modelo IBCG sugere

as seguintes ferramentas principais:

• - Variação potencial do valor econômico do elemento patrimonial

em risco;

• - Fluxo de caixa;

• - Resultado econômico

Para o processo de mensuração econômica, sugere a adoção do

conceito de cenários e simulação financeira. O modelo não especifica nem

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sugere nenhum tratamento matemático-estatístico específico a ser utilizado,

deixando a questão em aberto.

3.4.4 - Tratamento dos riscos

Ainda Segundo Padovezi e Bertolucci(2009, p271) partindo da

premissa de que na prática a eliminação total dos riscos é impossível, o

modelo apresenta as seguintes alternativas para tratar e mitigar o efeito dos

riscos:

• Evitar os riscos, ou seja, não assumir a oportunidade existente

ou se desfazer do elemento que provoca o risco.

• Aceitar o risco. Neste caso, as alternativas são:

Reter o risco no nível atual de probabilidade e impacto;

Reduzir, adotando sistemas de proteção, gerencial ou real;

Transferir ou compartilhar, adotando sistemas de proteção

compartilhados;

Explorar, aumentando a exposição com o objetivo de capturar

maiores oportunidades ou rentabilidade.

3.4.5 - Monitoramento dos riscos, informação e comunicação

Compreende o conjunto de elementos do sistema de informação do

gerenciamento do risco, que incorpora:

a) a política de gerenciamento do risco da organização;

b) a estrutura administrativa e funcional do funcionário ou setor

responsável pelo sistema de gerenciamento do risco;

c) o sistema de informação utilizado;

d) os relatórios e o processo de comunicação na organização

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3.5 - Evolução histórica do Gerenciamento do Risco

Os autores Padovezi e Bertolucci(2009, p273) apresentam uma breve

história sobre o gerenciamento de riscos que considerada como uma prática

usual e antiga faz parte da rotina de qualquer empresário desde tempos muito

remotos (Bernstein, 1997). Uma vasta literatura foi historicamente elaborada

para a área de seguros e, mais recentemente, o tema entrou em voga e tem se

desenvolvido como uma metodologia estruturada de várias vertentes, dentre as

quais se destacam: Finanças, Auditoria e Tecnologia da Informação.

Com o objetivo de ajudar empresas e outras organizações a avaliar e

aperfeiçoar controles internos o Committee of Sponsoring Organizations of the

Treadway Commission (COSO) publicou a obra Internal Control - Integrated

Framework. A partir de então, aquela estrutura incorporou-se às políticas,

normas e regulamentos existentes nas organizações.

Segue abaixo cronograma histórico indicando todas as metodologias,

os autores Padoveze e Bertolucci ressaltam que o cronograma não tem a

pretensão de indicar todas as metodologias e/ou abordagens disponíveis, mas

apresentar uma visão histórica de marcos regulatórios importantes surgidos

recentemente.

Figura 4: Evolução Histórica Gerenciamento de risco

FDIC

ISO

" Basel/Accord"

COSO

Cad

bury

G-30

Kun

Trag

CoC

o

ANZ

COBIT "

Basel/Amen

dment"

Resolução

BACEN 255

4

Turnb

ull "Propo

sal for a

new cap

ital adequ

acy

(Basel II)"

Sarba

nes - Oxley

COSO II _ ERM

Con

sultative Docum

ent

The

New

Basel/Capital

Accord

1933 1947 1988 1992 1993 1994 1995 1996 1998 1999 2002 2004

Fonte: PADOVEZE e BERTOLUCCI (2009)

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CCOONNCCLLUUSSÃÃOO

Nos dias atuais, em que o tempo é o elemento principal para

desenvolver vantagem competitiva sustentada sobre os concorrentes, a

organização necessita identificar e melhorar seus processos de trabalho. Além

disso, é fundamental que os riscos inerentes aos negócios sejam identificados

e controlados.

Os princípios do COSO declaram em suas regras que a boa

governança corporativa e as práticas éticas do negócio não são mais

requintes, mas sim leis. As diretrizes traçadas pelo COSO facilitam atingir o

seguinte objetivo: a eficácia e eficiência das operações, a confiabilidade dos

relatórios financeiros e a garantia do cumprimento de leis e regulamentos

aplicáveis.

Por outro lado, os gestores necessitam dominar os processos, que

devem estar alinhados com a estrutura e a estratégia da organização. A

documentação desses processos, cujo conteúdo descreve a sua forma de

execução será a normatização das atividades de uma organização.

A norma facilita o compartilhamento democratizado das informações

entre os colaboradores. Esse compartilhamento de informações gera

conhecimento que pode ser transformado em plano de ação com resultados

pessoais, coletivos, comerciais e financeiros eficazes.

Assim sendo, a organização atual deve buscar aperfeiçoar os

processos com base nas normas elaboradas a partir do mapeamento das

atividades, promovendo a segurança, qualidade e verificando se os resultados

alcançados cumpriram os objetivos estratégicos desejados e alinhados com o

controle e o gerenciamento dos riscos identificados.

Este trabalho utilizou o método de estudo bibliográfico quanto aos

meios tendo em vista a necessidade de recorrer a autores especialistas no

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assunto. O estudo apresentado procurou provar em seus capítulos que a

normatização de processos facilita a identificação e o controle dos riscos.

Com relação a evolução dos controles internos, as diretrizes do COSO

orientam as organizações no sentido do desenvolvimento e implementação de

sistemas de controles internos.com a composição do Ambiente de Controle do

Sistema de Controles Internos/Gerenciamento de Riscos, incluindo as

responsabilidades dos agentes envolvidos, a orientação e coordenação dos

trabalhos, a ferramenta utilizada e o roteiro básico.

Na análise referente aos processos, buscou-se mostrar que eles são

indispensáveis em qualquer negócio e como tal, necessita ser estruturado e

documentado para, dentre outras vantagens, facilitar a identificação e

tratamento dos riscos.

Por fim, foi mostrado que a administração de riscos deve ser

abrangente e eficaz permitindo identificar, medir, monitorar e controlar todo tipo

de risco e deve estar lastreada no planejamento estratégico da empresa.

Aborda o estudo a necessidade da existência de processos de trabalho

estruturados e documentados, alinhados com a estratégia organizacional para

facilitar o compartilhamento e a democratização das

informações/conhecimentos na organização. Ainda em todo o estudo verifica-

se na gestão estratégica uma aliada fundamental para identificar e controlar

riscos.

O trabalho atingiu seu objetivo, uma vez que apresentou de forma

orientada a visão de autores especialistas em administração, provando dessa

forma que a normatização de processos, ou seja, a documentação dos

diversos processos existentes na organização, obedecendo as orientações dos

órgãos reguladores se existirem, auxilia com muita eficácia a identificação e o

controle dos riscos.

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