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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA DO PQRIO: UM FATOR CHAVE PARA A GESTÃO DA QUALIDADE NO SERVIÇO DE SAÚDE Por: Simone Maria Braz Lessa Orientador Prof. Dra. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA DO PQRIO: UM FATOR

CHAVE PARA A GESTÃO DA QUALIDADE NO SERVIÇO

DE SAÚDE

Por: Simone Maria Braz Lessa

Orientador

Prof. Dra. Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA DO PQRIO: UM FATOR

CHAVE PARA A GESTÃO DA QUALIDADE NO SERVIÇO

DE SAÚDE

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista “Lato Sensu” em

Administração da Qualidade.

Por: Simone Maria Braz Lessa

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AGRADECIMENTOS

A todos os amigos que colaboram para

que eu tenha êxito em minhas

escolhas.

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DEDICATÓRIA

Ao meu amado marido e companheiro de

muitas viagens.

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RESUMO

O mercado de trabalho, cada vez mais acirrado, nos faz observar uma

movimentação intensa em busca de novas formas de gerir as organizações.

Com o aumento da competitividade, as organizações têm que utilizar métodos

e/ou ferramentas que possam ser implementados por todos em direção a

sobrevivência dos serviços. O desafio se faz, portanto, em não considerar que

a Qualidade é intangível, portanto, impossível de ser mensurada.

O presente trabalho verifica a importância e a necessidade de um

Sistema de Gestão da Qualidade nas organizações, em específico um Centro

de Tratamento de Anomalias Craniofaciais. Através do relatório do Prêmio

Qualidade Rio (PQRio), considerou-se a importância da conscientização e

envolvimento do humano, assim como a preocupação dos níveis gerenciais em

praticar sistematicamente o reconhecimento do trabalho de seus colaboradores

e equipes, na tentativa de obter um aumento na produtividade e

competitividade, abrindo caminhos para trabalhos futuros que investiguem

novas formas de eficiência na Gestão da Qualidade na área da saúde.

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METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida no Centro de Tratamento de Anomalias

Craniofaciais do Estado do Rio de Janeiro – REVIVA, situado na Gávea, Rio de

Janeiro. Inaugurado em março de 2004, por uma iniciativa do Governo de

Estado do Rio de Janeiro, o Centro de Tratamento de Anomalias Craniofaciais

do Estado do Rio de Janeiro - REVIVA tem por objetivo atender aos portadores

de anomalias craniofaciais, especialmente fissuras lábio-palatais (lábio

leporino), oriundos de todo o Estado do Rio de Janeiro e também de outros

Estados do Brasil. Segundo estimativas do Hospital de Reabilitação de

Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC), conhecido

como Centrinho de Bauru, existe no Rio de Janeiro, cerca de 20.000 casos de

demanda reprimida.

Esta é uma pesquisa bibliográfica, que de acordo com Manzo (apud

MARCONI e LAKATOS 1996, p.66) “oferece meios para definir, resolver, não

somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde

os problemas não se cristalizaram suficientemente”. E ainda, segundo Vergara

(2000), é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material acessível

ao público em geral, que fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo

de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma.

Portanto, esta pesquisa terá uma abordagem qualitativa realizada

através de consulta a livros, artigos (revista e internet), e será baseada também

no relatório do Prêmio Qualidade Rio (PQRio), o que nos oferece a

possibilidade de procurar refletir sobre as ferramentas de controle da qualidade

que podem ser aplicáveis visando aumento na produtividade, rumo à

excelência dos serviços.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I

QUALIDADE

9

CAPÍTULO II

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO COMO FATOR

PREPONDERANTE NA QUALIDADE TOTAL NAS

ORGANIZAÇÕES

20

CAPÍTULO III

CENTRO DE TRATAMENTO DE ANOMALIAS

CRANIOFACIAIS – REVIVA

30

CAPÍTULO IV

PRÊMIO QUALIDADE RIO - PQRIO

38

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA 44

ANEXO 47

ÍNDICE 48

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INTRODUÇÃO

Com o processo de globalização da economia, a concorrência deixou de

ser local e/ou regional e passou a ser global, ou seja, um produto/serviço tem

concorrentes em vários lugares do mundo. Com o aumento da competitividade,

as organizações têm que utilizar métodos e/ou ferramentas que possam ser

implementados por todos em direção a sobrevivência dos serviços. Esses

métodos devem ser aprendidos e praticados por todos na busca do

aperfeiçoamento contínuo.

A qualidade deixou de ser um diferencial e tornou-se pré-requisito nos

mais diversos setores da economia. De modo geral, todas as empresas,

vinculadas aos mais diversos setores da economia, têm sido pressionadas a

adotar posturas de mercado cada vez mais voltadas ao atendimento dos

desejos do cliente. O presente trabalho busca verificar a importância e a

necessidade de um planejamento do Sistema de Gestão da Qualidade, voltado

para o resgate da motivação interna e externa de um Centro de Tratamento de

Anomalias Craniofaciais, na tentativa de obter uma reflexão sobre a relação

qualidade e produtividade.

Por anomalia craniofacial entende-se toda alteração congênita que

envolve a região do crânio e da face. Uma das anomalias craniofaciais mais

freqüentes é a fissura de lábio e/ou palato, que ocorre em uma a cada 1000

crianças nascidas no mundo. No Brasil, há referência de que a cada 650

crianças nascidas uma é portadora de fissura labiopalatal. Os dados existentes

apontam para uma demanda reprimida, dessas síndromes, em todo o Estado

do Rio de Janeiro de, aproximadamente, 20 mil casos (dados obtidos por

levantamento estatístico do Centrinho – Bauru/SP, no ano de 1996).

O tratamento das anomalias craniofaciais congênitas envolve diversas

especialidades da saúde. No caso das fissuras labiopalatais, o tratamento

baseia-se na Odontologia, tendo como ponto de equilíbrio a atuação da

Cirurgia Plástica e da Fonoaudiologia. Os profissionais de Psicologia, por

exemplo, é tido como apoio e previnem e tratam problemas psicológicos

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relacionados com as malformações craniofaciais. A equipe acompanha e

orienta pacientes e familiares em suas ansiedades, expectativas e depressões

diante dos traumas provocados pela deficiência física e do desgaste implicado

no tratamento. Busca-se, com tudo isso, um comportamento consciente e sadio

por parte do paciente e de sua família e, como conseqüência, colabora-se para

um tratamento integral tranqüilo e eficiente.

Neste sentido, é que o conjunto da equipe funcional passa a exercer um

papel fundamental de trabalho cooperativo, assumindo cada um, a

responsabilidade individual da qualidade das atividades desempenhadas, sem

perder-se no propósito comum de uma participação coletiva e harmônica, na

cadeia de processos desempenhados em cada serviço da instituição. Faz-se

necessário frisar, neste contexto, a participação da alta gerência, cujo papel de

facilitadora da implantação de nova gestão com maior dinamismo, posiciona-se

de maneira a atribuir aos que estão na base funcional maior participação de

responsabilidade no exercício das atividades num desempenho qualitativo.

Portanto, uma equipe integrada, agindo proativamente e direcionada

para o usuário, estaria em condições de alcançar melhoria da qualidade do

trabalho realizado. Isto revela ser a gestão participativa uma forma de atribuir

autonomia de ação e um grau elevado de comprometimento com os resultados

qualitativos de um processo de implantação de um programa de qualidade.

Assim, adotar princípios de gestão da qualidade significa um movimento de

concepção de uma filosofia interativa, em que todos são envolvidos no

processo de melhoria da qualidade, acarretando a otimização de processos,

através de métodos apropriados para procedimentos de baixo custo, evitando

reprocessos e em consonância com as necessidades do usuário.

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CAPÍTULO I

QUALIDADE

Este capítulo tratará da Qualidade Total dos Processos e Serviços nas

organizações em seu contexto histórico e suas abordagens atuais, dando

ênfase a excelência nos processos, cultura de melhoria contínua, criação de

um melhor relacionamento com os clientes e fornecedores, envolvimento de

todos os colaboradores e clara orientação no mercado.

1.1 - Aspectos Históricos

Há muito tempo o homem vem desenvolvendo a maneira como conduz

as ações destinadas a promover uma melhor organização do processo

produtivo. A primeira ocorrência formal de atitude nesta direção relaciona-se ao

estabelecimento dos fundamentos da administração Científica, no início do

século XX. Deste período até os dias atuais, muito se conseguiu em termos de

evolução das teorias de administração. Uma das mais importantes conquistas

do homem nesta área foi a criação dos sistemas de Gestão da Qualidade Total,

consolidados nas décadas de 80 e 90, e ainda em processo de evolução e

melhoria (Paladini, 1995).

No início deste século, para dar conta da administração das grandes

organizações, o Ocidente começa a dar corpo à gerência profissional, dado

que os postos de comando eram assumidos por pessoas que administravam o

que não lhes pertencia, diferentemente do gerenciamento de qualquer pequena

unidade de ofício ou comércio que eram dirigidos pelos próprios donos ou

pessoas muito próximas dele.

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1.1.1 - O Taylorismo

O Taylorismo é um termo que será utilizado aqui para fazer alusão ao

estudo e as contribuições do fundador da Administração Científica: Frederick

Winslow Taylor (1856-1915). Norte-americano, nasceu no Estado da Filadélfia

e sua carreira teve início na Midvale Stell e Co. como operário, onde passou a

ser capataz, contramestre até se formar engenheiro pelo Stevens Institute.

Formado, começou a desenvolver suas pesquisas para a melhoria na produção

quando passou a fazer consultorias e tão logo foi disseminado seu progresso

que o resultado de seu trabalho começou a ser publicado.

Em fins da Guerra Civil Norte-Americana (1861-1865), a Guerra de

Secessão, teve como conseqüências, dentre várias, a unificação do mercado

nacional e ampliação dos horizontes para o desenvolvimento do capitalismo

industrial. Isso gerou, naquele país, uma grande necessidade de mão-de-obra

especializada. Nessa época e início do século XX que começaram a surgir e se

desenvolver empresas como a Ford, General Motors, Goodyear, General

Eletric e Bell Telephone. Foi daí que se estimulou o estudo sobre as formas de

aumentar a eficiência. A preocupação com a eficiência nos processos de

fabricação que já existia tomou força com a Revolução Industrial na Europa e,

assim, “as condições no início do século XX fizeram essa preocupação dar

origem ao primeiro evento importante na história da administração

contemporânea: o movimento da administração científica” (Maximiano; 2000,

p.56).

No entanto, o autor coloca que as teorias da administração, de certa

forma, espelham cada momento da história em que são formuladas. Naquela,

em particular, a ênfase da administração estava voltada para a eficiência na

fabricação de bens pelas grandes empresas que não paravam de surgir a

alcançar mercados cada vez maiores.

Taylor (1990), afirma que os princípios gerais onde o sistema científico é

diferente do sistema comum ou empírico. Estes podem ser agrupados em:

desenvolver uma ciência para cada elemento do trabalho individual de forma a

substituir os métodos empíricos; fazer uma seleção de forma científica para

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depois treinar, ensinar e aperfeiçoar o trabalhador; cooperar de forma cordial

com os trabalhadores com a finalidade de articular todo o trabalho com os

princípios da ciência que foi desenvolvida; deixar os trabalhos e as

responsabilidades entre a direção e o operário divididos eqüitativamente. O

autor afirma de forma sintética que sob a administração por iniciativa e

incentivo o problema está em quase toda sua totalidade no trabalhador, porém

no que se refere à administração científica a direção é responsabilizada por

metade do problema.

De acordo com Chiavenato (2001), Taylor conseguiu concluir que caso o

operário considerado o mais produtivo tem a percepção de que sua

remuneração é a mesma que a do companheiro de trabalho menos produtivo,

acabará se acomodando e, conseqüentemente, perder o interesse e não

produzirá de acordo com sua capacidade. Em sua primeira obra, Administração

de Oficinas, o precursor da Administração Científica diz que: o a Administração

tem como objetivo o pagamento de salários melhores, como também reduzir

custos unitários de produção; para alcançar esse objetivo, devem ser aplicados

métodos científicos de pesquisa e experimentos com a finalidade de formular

princípios, além de estabelecer processos padronizados para permitir o

controle das operações fabris; já os postos de trabalhos e os empregados

devem ser colocados de forma científicas e adequados para que as normas

possam ser cumpridas; os empregados dever ser treinados, também de forma

científica, para aperfeiçoar suas aptidões e executar cada tarefa, a fim de que a

produção normal seja cumprida; e a Administração precisa criar uma atmosfera

de cooperação, de forma que esta seja de forma íntima e cordial e que garanta

a permanência desse ambiente psicológico.

Stoner e Freeman (1999), afirmam que Taylor baseou sua filosofia em

quatro princípios básicos: o desenvolvimento de uma verdadeira ciência da

administração, para poder determinar o melhor método para realizar cada

tarefa; a seleção científica dos trabalhadores, para que cada empregado seja

responsável pela tarefa para qual seja bem mais qualificado; a educação e

desenvolvimento científico do trabalhador; e a cooperação íntima e amigável

entre a administração e os trabalhadores.

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Chiavenato (2001), apresenta os elementos da Administração Científica

como sendo: estudo de tempos e padrões de produção; supervisão funcional; padronização de máquinas, ferramentas, instrumentos e materiais;

planejamento do desenho de tarefas e cargos; princípio da exceção; prêmios de produção pela execução eficiente das tarefas; e definição das rotinas de trabalho. E mostra ainda, que Taylor fez a verificação de que os empregados aprendiam a maneira de executar as tarefas utilizando a observação como ferramenta e notou que isso levaria a vários métodos diferentes na realização de uma mesma tarefa. Com tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos, isso foi denominado de Organização Racional do Trabalho, que se fundamentava em: análise do trabalho e estudo

dos tempos e movimentos; estudo da fadiga humana; divisão do trabalho e especialização do empregado; desenho de cargos e tarefas; incentivos salariais e prêmios de produção; conceito de homoeconomicus; condições

ambientais de trabalho; padronização de métodos e máquinas; e supervisão funcional.

Portanto, Taylor e seus seguidores sustentavam que a administração

era uma ciência que podia ser estudada e aplicada. A partir de seus métodos,

evoluiu a estrutura empresarial americana, privilegiando as regras e com um

pesado quadro de administradores profissionais. De fato, o sistema produzia

grandes quantidades, mas também era embaraçoso e rígido, além de se

ajustar lentamente às condições de mercado.

1.1.2 – Conceito e definições da Administração da Qualidade

O termo qualidade é, atualmente, um dos temas mais debatidos e

difundidos junto à sociedade, aparecendo ao lado de outros como

produtividade, globalização, competitividade, integração, qualidade de vida,

ecologia, dentre outros. Entretanto, embora bastante comentado, existe pouca

compreensão do que seja, efetivamente, qualidade.

No primeiro momento, qualidade nos parece algo fácil de explicar: pode

ser um produto com qualidade, um funcionário com qualidade. No entanto,

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apresenta um significado distinto e peculiar para cada indivíduo. A palavra

qualidade é tanto aplicada como atributo de produtos que satisfazem a quem

se destinam (clientes); quanto é definida como um modo de organização de

empresas que objetivam produzir produtos com o atributo qualidade.

O conceito de qualidade é importante e surge de maneira bastante forte

em 1970, com o renascimento da indústria japonesa que, seguindo os

preceitos do consultor americano W. E. Deming faz da qualidade uma arma

para vantagem competitiva. (Martins e Laugeni, 2001).

Para Crosby (1992), “qualidade é a conformidade com as

especificações”, quando você procura fazer certo da primeira vez, deve ficar

claro para todos. A qualidade se encontra na prevenção que, por sua vez, se

origina do treinamento, disciplina, exemplo, liderança e persistência. O padrão

do desempenho da qualidade é o defeito zero, ou seja, erros não são

tolerados. A medida da qualidade é o preço da não-conformidade.

Deming (1990) relata que qualidade “não é um luxo, mas sim, aquilo que

o cliente deseja sempre, quer e de que necessita”. Como os desejos dos

clientes estão sempre mudando, a solução para conceituar qualidade é definir

constantemente as especificações. Para Feigenbaum (1994), a qualidade “é

um modo de vida corporativo, uma maneira de gerenciar que requer a

participação de todos, pois o controle de qualidade total produz impacto por

toda empresa”. A qualidade total deve ser guiada para excelência e não pelos

defeitos.

Já para Juran (1991, p.16), “a função da qualidade é o conjunto das

atividades através das quais atingimos a adequação ao uso, não importando

em que parte da Organização essas atividades são executadas”. Um dos

significados de qualidade é o desempenho do produto cujas características

proporcionam a satisfação dos clientes que irão comprá-lo. Seria, por outro

lado, a ausência de deficiências, pois estas geram insatisfação e reclamações.

Qualidade é um esforço amplamente compensador por muitas razões:

reduz custos, porque racionaliza processos; diminui os desperdícios; elimina o

retrabalho e acaba com a burocracia e os controles desnecessários; dá o

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direcionamento certo, pois o compromisso com a qualidade estreita os laços da

empresa com sua clientela em permanente e sistemática troca de informações,

o que conduz a aperfeiçoamentos e inovações de sucesso garantido; a sua

prática amplia a percepção do empresário para novos negócios, novas

oportunidades e qualifica a empresa para novos mercados. Esses são

resultados do permanente enfoque no cliente e em todas as suas necessidades

e aspirações. A ampliação da lucratividade da empresa traz retorno

compensador sem que isso signifique necessariamente preços mais elevados e

maiores encargos para a sociedade. O que é muito bom para coletividade e

ótimo para o empresário de visão.

O quadro 1 mostra as principais idéias e contribuições de alguns

estudiosos da administração da qualidade

TABELA 1 – PRINCIPAIS INTÉRPRETES DA ESCOLA DA QUALIDADE

AUTORES PRINCIPAIS IDÉIAS E CONTRIBUIÇÕES SHEWHART, DODGE E ROMIG

- Cartas de controle - Controle estatístico da qualidade e controle estatístico do processo - Técnicas de amostragem - Ciclo PDCA

FEIGENBAUM - Departamento - Sistema da qualidade - Qualidade Total

DEMING - 14 pontos - Ênfase no fazer certo da primeira vez - Qualidade desde os fornecedores até o cliente final

JURAN - Trilogia da qualidade (planejamento, controle, aprimoramento)

ISHIKAWA - Qualidade Total - Círculos da Qualidade

Fonte: Maximiano (2000, p.185)

Um ponto comum entre as várias definições de qualidade é a adequação

ao uso do produto do ponto de vista do cliente, sendo cinco as dimensões da

Qualidade Total: qualidade intrínseca, custo, entrega, moral e segurança. As

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pessoas atingidas por tais dimensões, conhecidas também como stakeholders,

são: clientes, acionistas, funcionários e a sociedade (Yuki, 1998).

1.1.3 - A evolução do conceito de Qualidade

A evolução do conceito de qualidade sempre acompanha o ritmo das

mudanças. De início, foi utilizado o termo Controle de Qualidade que se valia

de técnicas de controle estatístico visando à redução da quantidade de

produtos defeituosos. Após a Segunda Guerra Mundial, utilizou-se o controle

de processos, que englobava toda a produção, do projeto ao acabamento,

focando a segurança e o alcance do erro zero. Esse conceito de Controle do

Processo evoluiu para Garantia da Qualidade, com a sistematização através de

normas escritas, dos padrões e requisitos, em cada etapa do processo

produtivo, de forma a garantir boa e uniforme qualidade.

A sociedade tem passado, ao longo dos anos, por grandes

transformações, que exigiram a substituição de antigos padrões por novos.

Podemos citar como exemplos disso a Revolução Francesa, que marcou a

transição do feudalismo para o capitalismo; a queda do muro de Berlim; a

abertura da URSS para a economia mundial; e intensa e gradativamente as

inovações tecnológicas. Da mesma forma que as mudanças ocorrem na

sociedade, pode-se observar também, transformações nas empresas,

ressaltando que estas são compostas por pessoas. Entretanto, a prática

sistemática da busca da qualidade de produtos e processos surge somente a

partir do início do século XX, com os trabalhos de Taylor e pela aplicação de

seus preceitos por Henry Ford.

De início a qualidade era significado de inspeção. Com a produção em

massa de diferentes componentes de um produto e de sua montagem em

linha, a inspeção formal tornou-se necessária, em suma, da necessidade de

fabricar peças padronizadas e intercambiáveis (Terboul, 1991).

Nesse sentido, o objetivo da Administração Científica de Taylor pode ser

expressa como um esforço no sentido de aperfeiçoar a qualidade de produtos,

em que se prescrevem a padronização, a divisão do trabalho e a

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especialização como meio de obtenção de obediência, eficiência, eficácia e alta

qualidade na produção em massa. Taylor foi o responsável por tornar legítimo

a atividade de inspeção, lembrando que, em sua visão, “o trabalho precisa ser

feito com rapidez e qualidade, e o inspetor deveria ser o responsável por esse

processo” (Rodrigues e Amorim, 1995, p.263).

Na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos criaram um

departamento com a missão de ajudar a indústria bélica obter qualidade

desejada. Para isso, utilizaram treinamentos no uso de ferramentas da

estatística, gráficos de controle e tabelas de amostragem, baseados na teoria

da probabilidade. Até este momento, o controle da qualidade se dava ainda,

quase que exclusivamente através da inspeção final, ou seja, no produto

acabado. “Com a utilização do controle da qualidade [...] os Estados Unidos

conseguiram produzir suprimentos militares mais baratos e em grande

quantidade” (Ishikawa, 1997, p.13).

No final da década de 40, o controle da qualidade já era visto como parte

essencial do processo de produção, e a inclusão de instrumentos, aparelhos de

medição e métodos cada vez mais sofisticados fizeram com que aumentassem

substantivamente suas responsabilidades. “Seus métodos eram, porém,

basicamente estatísticos e seu impacto confinou-se em grande parte à fábrica”

(Garvin, 1992, p.13).

Com o fim da guerra, o foco das indústrias americanas voltou-se para

quantidade em detrimento da qualidade dos produtos. E anos mais tarde, por

volta de 1950, as técnicas de gerência e produção desenvolvidas e utilizadas

no período da guerra estavam esquecidas.

No mesmo período, pós-guerra, o Japão se encontrava numa situação

bastante diferente da dos Estados Unidos. Por ser um país pequeno, com uma

densidade demográfica alta e estar destruído pela guerra começou a enfrentar

uma grande crise econômica e social. Com o intuito de reorganizar a economia

japonesa, o governo começou a enviar grupos para o exterior em busca de

técnicas e métodos com o objetivo de alcançar a qualidade e a produtividade

para o setor industrial. Descobriram então a literatura estrangeira sobre a

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qualidade, e convidaram dois especialistas americanos, Deming e Duran,

discípulos de Shewhart (Maximiano, 2000), para transmitirem seus

conhecimentos na área. A partir da implantação das idéias e conceitos, surgem

resultados positivos. Com o redirecionamento da indústria japonesa, Deming

(1990) torna-se um dos mais conhecidos estudiosos da qualidade total, suas

prescrições são filosóficas, mais voltadas para o lado humanístico, nas quais

advoga uma maior participação do trabalhador no processo decisório da

organização.

Já na década de 60, ocorreu uma mudança de atitude importante, no

que se refere a garantia da qualidade, a partir da tomada de consciência de

custos altos no departamento de controle da qualidade, Feigenbaum (1994)

busca uma resposta para tal problema ao abordar a qualidade como uma

estratégia que requer a percepção de todos na empresa, pois, para o autor, a

qualidade é um trabalho que deve ser executado por todos os membros.

Segundo o autor, a evolução da qualidade pode ser analisada sob várias

etapas, conforme a figura 1.

FIGURA 1 – A EVOLUÇÃO DA QUALIDADE

Fonte: Ferreira (1994, p.64)

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1a etapa (1900) - CONTROLE DA QUALIDADE PELO OPERADOR- Um

trabalhador ou um grupo pequeno era responsável pela fabricação do produto

por inteiro, permitindo que cada um controlasse a qualidade de seu serviço.

2 a etapa (1918) - CONTROLE DA QUALIDADE PELO SUPERVISOR - Um

supervisor assumia a responsabilidade da qualidade referente ao trabalho da

equipe, dirigindo as ações e executando as tarefas onde fosse necessário e

conveniente em cada caso.

3 a etapa (1937) - CONTROLE DA QUALIDADE POR INSPEÇÃO - Esta fase

surgiu com a finalidade de verificar se os materiais, peças, componentes,

ferramentas e outros estão de acordo com os padrões estabelecidos. Deste

modo seu objetivo é detectar os problemas nas organizações.

4 a etapa (1960) - CONTROLE ESTATÍSTICO DA QUALIDADE - Esta etapa

ocorreu através do reconhecimento da variabilidade na indústria. Numa

produção sempre ocorre uma variação de matéria-prima, operários,

equipamentos etc. A questão não era distinguir a variação e sim como separar

as variações aceitáveis daquelas que indicassem problemas. Deste modo

surgiu o Controle Estatístico da Qualidade, no sentido de prevenir e atacar os

problemas. Surgiram também as sete ferramentas básicas da qualidade na

utilização da produção: Fluxograma, Folha de Verificação, Diagrama de Pareto,

Diagrama de Causa e Efeito, Histograma, Diagrama de Dispersão e Carta de

Controle. Esta etapa permaneceu restrita às áreas de produção e a nível de

chão de fábrica, se desenvolveu de forma lenta e é aplicada nas organizações

até os dias de hoje.

5 a etapa (1980) - CONTROLE DA QUALIDADE - A qualidade passou de um

método restrito para um mais amplo, o gerenciamento. Mas ainda continuou

com seu objetivo principal de prevenir e atacar os problemas, apesar de os

instrumentos se expandirem além da estatística, tais como: quantificação dos

custos da qualidade, controle da qualidade, engenharia da confiabilidade e zero

defeitos.

Segundo Ferreira (1994), a qualidade passa para outra etapa, a Visão

Estratégica Global, com o objetivo da sobrevivência da empresa e

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competitividade em termos mundiais para atender as grandes transformações

que vêm ocorrendo no mercado.

Portanto, a qualidade observou diferentes abordagens ao longo do

tempo, sendo até hoje fator chave de sucesso para as empresas. Com o

acirramento da competição, como conseqüência da economia globalizada, a

questão da adequada abordagem no trato da qualidade passou a ser uma

questão de sobrevivência no mundo organizacional.

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CAPÍTULO II

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO COMO FATOR

PREPONDERANTE NA QUALIDADE TOTAL NAS

ORGANIZAÇÕES

A Qualidade Total nas organizações está vinculada diretamente a

Qualidade de Vida no Trabalho - QVT. Os processos produtivos devem estar

em conformidade, ou seja, a matéria-prima, insumos, os procedimentos e

etapas das especificações técnicas do produto devem ser seguidos até o

produto final. A capacitação e o envolvimento dos colaboradores que vão

realizar essas atividades devem estar alinhados com o que se pretende atingir

como produto final. Se houver falha em um dos processos de produção, a

produtividade estará comprometida. Ora, se o colaborador estiver desmotivado,

com sua saúde comprometida, a possibilidade de falhas são enormes.

É impossível dissociar a condição humana do processo, como se um

não interferisse no outro. Entendemos que a qualidade do produto depende da

Qualidade de Vida das pessoas envolvidas no processo, tornando o

Gerenciamento da Qualidade de Vida no Trabalho um instrumento

importantíssimo para alcançar os objetivos da Qualidade Total nas

organizações.

2.1 - Conceito de Qualidade de Vida no Trabalho

Somente na década de 60 adotaram iniciativas de cientistas e

empresários, na busca de melhores formas de organizar o trabalho e minimizar

os efeitos negativos do emprego no bem-estar geral dos colaboradores. A

expressão “qualidade de vida no trabalho” foi introduzida, publicamente, na

década de 70, pelo professor Louis Davis (Ucla, Los Angeles). Esse movimento

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estendeu-se até 1974, quando a crise energética e alta inflação atingiram

países do Ocidente, gerando uma queda significativa no interesse pelo tema.

Houve um deslocamento de atenção das organizações para uma forma de

sobrevivência.

Ressurge em 1979, inicialmente, com os economistas liberais, passando

pela administração científica, e escola de relações humanas, o bem-estar do

trabalhador e a adaptação tarefa/trabalhador como interesse de estudos e

pesquisas. Uma das prováveis causas foi a constatação de uma diminuição do

compromisso dos empregados com seus trabalhos e pelo aumento da

competitividade das empresas japonesas, que eram caracterizadas pelo

funcionamento centrado no gerenciamento dos empregados (Bowditch &

Buono, 1992).

Desde então, a QVT tem sido objeto de estudo acadêmico em diversos

países. No Brasil, o interesse pelo tema pode ser considerado recente e ainda

existem dúvidas quanto ao significado exato do termo (Fernandes, 1989). Para

Whether e Davis (1983), por exemplo, a qualidade de vida no Trabalho é

afetada por muitos fatores: supervisão, condição de trabalho, pagamento,

benefício e projeto do cargo.

Os esforços para melhorar a qualidade de vida no trabalho procuram nos dar

os cargos mais produtivos e satisfatórios. Embora sejam usadas muitas

técnicas diferentes sob o título “qualidade de vida no trabalho”, a maioria dos

métodos acarreta a reformulação de cargos, com a participação dos

trabalhadores afetados.

Porém, é a natureza do cargo que envolve mais intimamente o

trabalhador. Com isso, não afirmaram que toda a insatisfação do empregado

seja resolvida pela reformulação dos cargos, apenas se dedicaram a estudar

esse aspecto. Os esforços para melhorar a qualidade de vida no trabalho

procuram nos dar os cargos mais produtivos e satisfatórios. Embora sejam

usadas muitas técnicas diferentes sob o título “qualidade de vida no trabalho”, a

maioria dos métodos acarreta a reformulação de cargos, com a participação

dos trabalhadores afetados.

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Segundo Werther & Davis (1983) para verificação de qualidade de vida

no trabalho está calcado em um projeto de cargo que considera fatores

ambientais, organizacionais e comportamentais, como se pode observar:

1. Fatores Ambientais: o projeto de cargo deve considerar as

expectativas sociais e as habilidades e disponibilidade de empregados

potenciais. No entanto, o cargo não poderá ser tão complexo ao ponto

de a organização necessitar fazer novas contratações e, ao mesmo

tempo, não poderá ser muito simples, de maneira a não gerar

desconforto quando a mão-de-obra for mais instruída (Lima, 1995).

2. Fatores Organizacionais: procura identificar a tarefa que condiz ao

cargo, de forma que haja um fluxo coerente de processos, da utilização

de métodos e sistemas que ajustem as práticas de trabalho

desenvolvidas, resultando, desta forma, na redução do tempo e esforço

dos trabalhadores (Werther & Davis, 1983).

3. Fatores comportamentais: neste ponto não se deve simplesmente

priorizar a eficiência, mas, também, a autonomia do trabalhador, a

variedade do cargo, a identidade de tarefa e a retroinformação, tudo isso

voltado para um aumento da motivação (Werther & Davis, 1983).

De acordo com Vieira e Hanashiro (1990), o conceito QVT é amplo e

contingencial, podendo ser definido como:

(...) melhoria nas condições de trabalho – com extensão a todas as funções de qualquer natureza e nível hierárquico, nas variáveis comportamentais, ambientais e organizacionais que venham, juntamente com políticas de Recursos Humanos condizentes, humanizar o emprego, de forma a obter-se um resultado satisfatório, tanto par os empregados como para a organização. Isto significa atenuar o conflito existente entre o capital e o trabalho. (Vieira e Hanashiro, 1990, p. 45)

Corrêa (1993) entende a QVT como um fenômeno complexo que vem

sendo observado pouco a pouco. Essa autora aponta quatro estágios para o

entendimento do movimento pela qualidade de vida no trabalho, resultado das

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conquistas sociais, do avanço das teorias administrativas e do estágio de

desenvolvimento econômico das sociedades. O primeiro estágio abrange as

condições de subsistência, como salário compatível com a função, segurança,

prevenção de acidentes, seguridade social e aposentadoria. O segundo refere-

se a incentivos salariais, participação nos lucros e eficiência administrativa. O

terceiro estágio destaca o reconhecimento social, a liderança democrática, o

treinamento, a participação e a moral de grupo como dimensões da qualidade

de vida no trabalho.O último estágio seria então a auto-realização. Deste modo,

constata-se que não existe uma definição consensual na literatura que trata o

tema.

2.1.1 - Modelos de QVT

Muitos autores da área de comportamento organizacional preocupam-se

em oferecer referenciais para a aferição da motivação e satisfação no trabalho.

Walton (1973), a partir de pesquisas, observações e entrevistas, procurou

identificar os fatores e dimensões que afetam de maneira mais significativa o

trabalhador. Esse autor descreve certos valores ambientais e humanos

negligenciados pelas sociedades industriais em favor do avanço tecnológico da

produtividade e do crescimento econômico, como demonstrando na tabela 2.

TABELA 2 – FATORES E DIMENSÕES DA MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO NO

TRABALHO.

FATORES DIMENSÕES 1- Compensação justa e adequada

1- Renda adequada ao trabalho

2- Eqüidade interna

3- Eqüidade externa

2- Condições de trabalho 4- Jornada de trabalho

5- Ambiente físico seguro e saudável

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3- Uso e desenvolvimento de capacidades

6- Autonomia

7- Significado da tarefa

8- Identidade da tarefa

9- Variedade da habilidade

10- Retroinformação

4- Chances de crescimento e segurança

11- Possibilidade de carreira

12- Crescimento profissional

13- Segurança de emprego

5- Integração social na empresa 14- Igualdade de oportunidades

15- Relacionamento

16- Senso Comunitário

6- Constitucionalismo 17- Respeito às leis e direitos trabalhistas

18- Privacidade pessoal

19- Liberdade de expressão

20- Normas e rotinas

7- Trabalho e espaço total de vida 21- Papel balanceado do trabalho

8- Relevância social da vida no trabalho

22-Imagem da empresa

23- Responsabilidade social pelos serviços

24- Responsabilidade social pelos empregados

25- Responsabilidade social pelos outros

Fonte: Davis & Werther, 1983; p. 102

Nadler e Lawler (1983), diferenciaram as atividades representativas da

QVT como:

• Participação nas decisões.Reestruturação do trabalho pelo

enriquecimento de tarefas e grupos de trabalho autônomo.Inovação no

sistema de recompensas com influência no clima organizacional e

melhora do ambiente de trabalho no que se refere a horas de trabalho,

condições, regras e ambiente físico, entre outros.

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Para Siqueira e Coleta (1989), os fatores determinantes da QVT são:

• Política de recursos Humanos: política de cargos e salários, treinamento,

educação, benefícios, estabilidade, cumprimento das regras e legislação

trabalhista.

• Trabalho: ambiente seguro/saudável, ausência de cobranças rígidas,

oportunidade de participação nas decisões, informações suficientes e

equipamentos adequados, tarefas enriquecidas e trabalhos em grupo,

delimitação do espaço de trabalho de forma a permitir viabilidade de

outros níveis de vida do empregado, horário fixo de 8 horas, amizade

entre colegas, contatos diretos com o patrão, tratamento adequado por

parte dos clientes da organização.

• Interações pessoais: colegas (amizade, cooperação, confiança), chefias

(aberta ao diálogo, participativa, conhecimento técnico, compreensiva,

autoridade, confiança).

• Indivíduo: assiduidade, baixa rotatividade, satisfação com o que faz,

responsabilidade, iniciativa, confiança em si mesmo, separação entre

problemas pessoais, residir em local de fácil acesso.

• Empresa: imagem de organização, sólida, bem conceituada, regras bem

definidas de funcionamento, administração eficiente.

2.2 - Reflexo na Produtividade das Pessoas

Holtz (2000) afirma que a produtividade é a faculdade humana de

produzir, de ser rendoso, de ser proveitoso, de ser criativo, de ser

elaborador, de ser realizador, em tudo o que sabe fazer.

Sendo uma faculdade humana é natural que sejamos produtivos, em

tudo que sabemos fazer, seja em atividades pessoais em casa, seja em

atividades profissionais no trabalho, seja em atividades sociais, então, não

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precisamos aprender produtividade, e sim desenvolvê-la, porém, nem sempre é

assim. Em alguns dias somos produtivos, em outros dias, não.

A PNI - Psiconeuroimunologia – e a Psicologia comprovam com

resultados de pesquisas, que o nosso estado emocional, influi de maneira

decisiva na nossa capacidade natural de produzir, assim como na nossa

saúde.

Se estivermos alegres, somos sadios e muito produtivos, e se

estivermos tristes, não. A alegria é a energia mais necessária ao ser humano.

Ser alegre é o seu estado natural, que pode ser perfeitamente comandado,

controlado e mantido. Estar triste e preocupado não é natural do ser humano e

só lhe causa prejuízo de toda espécie.

William James descobriu que podemos criar o estado permanente de

alegria, rindo propositadamente. Descobriu também, que de tanto estarmos

conscientemente alegres, passamos a ser naturalmente alegres e os efeitos

sobre a nossa produtividade são sentidos

imediatamente.

Em estado de alegria, a nossa Luz brilha. Todas as nossas qualidades,

mentais e físicas e a nossa produtividade se manifestam livremente. Existem

atividades especiais para equilibrar a nossa produtividade que podemos

praticar diariamente. Ajudam a desenvolver a alegria, as nossas qualidades e a

nossa produtividade, tirando tudo o que está impedindo a sua manifestação.

Desenvolver é tirar o que está envolvendo, o que está escondendo.

2.3 - Reflexo no Bloqueio a Produtividade

Segundo Holtz (2000)A Psicologia Educacional denomina de frustração,

o sentimento de insatisfação das nossas necessidades naturais. Quando nos

sentimos insatisfeitos, frustrados, o nosso comportamento fica fixado na

frustração, escondendo o brilho da nossa Luz, anulando a nossa capacidade

de produzir.

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As nossas necessidades naturais foram classificadas pela Psicologia

Educacional em dois grupos:

• As Necessidades Fisiológicas são mais simples de serem

satisfeitas. São:- fome (necessidade de alimento); - sede (necessidade de

líquido); - sono (necessidade de recarregar as energias); - repouso

(necessidade de atividades relaxantes); - atividade (necessidade de

produzir de ser útil); - abrigo e temperatura (necessidade de roupas e

habitação); - sexual (necessidade de convivência expontânea e natural com

o sexo oposto).

• As Necessidades Psicológicas são mais complicadas de serem

satisfeitas:- afeto (necessidade de atenção, de carinho, de calor humano);

segurança (necessidade de ser aceito do nosso jeito pelas pessoas

importantes da nossa vida); aprovação social (necessidade de ser

admirado, elogiado, reconhecido e aplaudido nos grupos de nossa

convivência); independência (necessidade de ter opiniões e idéias próprias);

realização (necessidade de realizar os próprios sonhos e planos); Auto-

Estima (necessidade de gostar de si mesmo), a mais forte.

Enquanto estivermos insatisfeitos em alguma ou várias dessas

necessidades, ficamos dominados pelo impulso de satisfazê-las. Nesse estado,

a nossa produtividade e as nossas qualidades, permanecem bloqueadas, até

que nos sintamos satisfeitos.

De todas as necessidades humanas, a Auto-Estima é a mais forte e

mais abrangente. Se conseguirmos satisfazer a nossa necessidade de auto-

estima, conseguiremos facilmente satisfazer as outras necessidades. A grande

maioria das pessoas se sente frustrada na auto-estima, sente auto-rejeição.

Hoje, todas as ciências que estudam o comportamento humano,

especialmente a Psicologia, a PNI - Psiconeuroimunologia, reconhecem que

satisfazer a auto-estima é essencial para uma vida plena, saudável e realizada.

A Medicina mais avançada, já considera a satisfação da auto-estima como

condição de boa saúde, e a auto-rejeição favorecendo o aparecimento das

doenças.

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Holtz (2000) afirma ainda, que “Amarás o teu próximo, como a ti

mesmo”1, é um ensinamento bíblico que nos avisa há milhares de anos, que

amaremos o outro, da mesma maneira como amamos a nós mesmos.

Portanto, é essencial a satisfação da auto-estima, que gostemos de nós

mesmos, para que tenhamos as condições de convivermos harmoniosamente

com os outros, de amá-los. Só assim, resolveremos nossas dificuldades de

relações humanas e então, a nossa produtividade e outras nossas qualidades

se manifestam naturalmente.

O ponto de partida para a satisfação da nossa auto-estima é a anulação

da auto-rejeição. A conscientização e o conhecimento trabalhado de que

somos criaturas feitas à imagem e semelhança de Deus, o auto-conhecimento,

o conhecimento do nosso imenso potencial e a prática dos “exercícios da auto-

estima” tem dado ótimos resultados no tratamento de anulação da auto-

rejeição e desbloqueio da produtividade.

2.4 – Reflexo nas Relações Familiares

Segundo Machado (2002) o processo de globalização está fazendo com

que as organizações se preparem para uma boa competitividade, procurando

uma estruturação não apenas material, mas uma parceria com seus

colaboradores, na valorização do humano, respeitando as características

próprias de cada personalidade e de individualidade.

O mundo moderno requer das empresas uma cultura formada de três

pilares: racionalidade, foco no cliente e humanização. A racionalidade é a visão

“pé no chão”, ou seja, o reconhecimento dos fatos ocorridos no mercado. O

foco no cliente requer uma inferência nos valores deste em relação ao produto.

E a humanização coloca-se como fomentadora da satisfação naquilo que se

faz. É também garantia de melhoria contínua do trabalho do funcionário dentro

da empresa.

1 Citação bíblica - Mateus 22:39

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Muito além da capacitação é necessário uma integração entre todos os

membros, a fim de que se sintam informados e engajados no propósito de

melhor desenvolver suas potencialidades técnicas e cognitivas. Buscando a

interação família/organização estão permitindo que os indivíduos sejam

representados como um ser global que não é apenas uma máquina que

executa tarefas, mas que é um ser humano com valores educativos e com

problemas de interação só solucionados com a interferência de programas

que dêem treinamento para o desenvolvimento da pessoa.

Portanto, a interação família/organização também tem o intuito de

contribuir para a associação da qualidade de vida dos funcionários e suas

consolidações de valores. Sente-se ainda com tratamento de equidade,

muito citada nas pesquisas das empresas.

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CAPÍTULO III

CENTRO DE TRATAMENTO DE ANOMALIAS

CRANIOFACIAIS – REVIVA

Abordaremos neste capítulo o Perfil de uma Unidade de Saúde pioneira

no Estado do Rio de Janeiro, no tratamento de lábio leporino e fenda palatina,

participante do Prêmio Qualidade Rio – PQRio. O PQRio representa o

reconhecimento às Organizações do Estado do Rio de Janeiro que

demonstrarem esforços efetivos direcionados à excelência do seu modelo de

gestão. O PQRio é chancelado pela Fundação para o Prêmio Nacional da

Qualidade – FPNQ.

3.1 - Considerações Gerais Sobre Anomalias Craniofaciais

De acordo com Monlleó; Silva-Lopes (2006), em relação à epidemiologia

as anomalias congênitas afetam cerca de 5% dos nascidos vivos em todo o

mundo. Seu impacto, contudo, é mais bem evidenciado nos países

industrializados devido a um maior controle das causas transmissíveis e

nutricionais de morte, o que, de um modo geral, não ocorre nos países em

desenvolvimento. Apesar disso, na América Latina, essas anomalias já

respondem por 10-25% das admissões hospitalares pediátricas, ocupando

entre o 3º e o 4º lugares dentre as causas de morte no primeiro ano de vida. No

Brasil, os defeitos congênitos vêm se mantendo consistentemente como

segunda causa de mortes perinatais, contribuindo com 13% destas no ano

2000.

Entre os defeitos congênitos, as anomalias craniofaciais constituem um

grupo diverso e complexo. A denominação genérica de anomalias craniofaciais

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inclui anomalias isoladas e múltiplas de etiologia genética ou não. Via de regra,

refere-se à situação em que os arcabouços craniano e/ou facial apresentam

alterações de contorno. Entre elas destacam-se fissuras labiopalatais, fissuras

palatais, craniossinostoses, holo-prosencefalia, defeitos otomandibulares e de

fechamento do tubo neural que afetam o pólo cefálico, além de quadros

sindrômicos multissistêmicos como as síndromes alcoólica fetal e de Stickler,

entre outros.

A prevalência das anomalias craniofaciais varia de acordo com a região

geográfica e grupo étnico considerado. Indubitavelmente, as fissuras

labiopalatais constituem os exemplos mais freqüentes, podendo ocorrer em até

um em cada 600 recém-nascidos, o que significa o nascimento de um portador

a cada 2,5 minutos no mundo. Dados sobre as anomalias craniofaciais na

população brasileira são escassos e dispersos. A principal e mais abrangente

fonte provém do Estudo Colaborativo Latino-Americano de Mal-formações

Congênitas (ECLAMC), que realiza vigilância epidemiológica dessas condições

em maternidades voluntárias. De acordo com o ECLAMC, a prevalência de

fissuras labiopalatais no Nordeste e Sul do Brasil varia entre 9,72-11,89/10 mil,

enquanto no Sudeste, entre 5,39-9,71/10 mil. As fissuras palatais variam de

2,41-3,08/10 mil no Nordeste e Sul, e de 3,09-5,01/10 mil no Sudeste. Essas

prevalências são concordantes com outras populações. Considerável parte dos

pacientes com anomalias craniofaciais tem expectativa de vida normal, visto

que apenas uma minoria delas é letal.

A despeito disto, essas anomalias impõem um significativo impacto

sobre a fala, audição, aparência e cognição, influenciando de modo prolongado

e adverso a saúde e a integração social do portador. Os custos da atenção à

saúde nessa área são elevados. No ano 2000, o National Institute of Dental

and Craniofacial Research dos Estados Unidos estimou em 1 bilhão de

dólares/ano o investimento necessário para atender portadores de fissuras

labiopalatais ao longo de suas vidas e, em 2001, o National Health Services do

Reino Unido avaliou em 6,4 milhões de libras/ano o investimento necessário

para manter uma unidade regional multiprofissional com capacidade para 140

casos novos/ano de fissuras labiopalatais.

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Por outro lado, os custos do não-tratamento ou do tratamento ineficiente

das anomalias craniofaciais são também enormes. O ônus em termos de

morbidade, distúrbios emocionais, estigmatização e exclusão social recai não

só sobre o portador, mas também sobre sua família e sobre a sociedade. A

partir da década de 1980, estudos sobre oferta, composição e características

estruturais e funcionais dos serviços de anomalias craniofaciais começaram a

surgir no panorama internacional.

Todos esses estudos demonstraram que amplas variações na oferta e

qualidade da atenção refletem, em última análise, diferenças entre os países

quanto ao desenvolvimento econômico, estrutura sociopolítica e sistema de

saúde vigente. Em meados da década de 1990, dois estudos de grande

abrangência foram conduzidos na América do Norte e Europa. A despeito da

concordância sobre a necessidade de atenção integral, especializada,

multiprofissional e de longo prazo, esses estudos propuseram diferentes

critérios de credenciamento e acreditação de serviços.

Alguns desses critérios compreendem: composição da equipe

multiprofissional; número mínimo de procedimentos/ano/especialista e de

reuniões/ano/equipe; discussão e pactuação de planos individuais de

tratamento; documentação e manutenção de arquivo de dados clínicos e

exames; contato e encaminhamento de familiares a grupos de apoio e

articulação da referência/contrareferência. Reconhecendo a necessidade de

potencializar esforços e estabelecer necessidades prioritárias, consensos

globais e protocolos comuns de pesquisa nessa área, a Organização Mundial

da Saúde (OMS) lançou em 2000 o projeto Global Strategies to Reduce the

Health-care Burden of Craniofacial Anomalies. Desde então, foram realizadas

três conferências internacionais que definiram áreas de investimento de

pesquisas (interação genética-ambiente, aspectos genéticos, tratamento e

prevenção) e parâmetros para registro global dessas anomalias. A história da

atenção às anomalias craniofaciais no Brasil confunde-se com a luta de

profissionais, pesquisadores e famílias de portadores que, ao longo dos últimos

35 anos, não mediram esforços para a inserção desses defeitos congênitos na

pauta das políticas de saúde.

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Como resultado desses esforços, o Brasil conta hoje com centros de

excelência no tratamento de anomalias craniofaciais, sendo um deles

reconhecido como referência mundial pela OMS. Apesar disso, apenas na

década de 1990, mediante o processo de implantação e consolidação do SUS,

foram dados os primeiros passos para a efetiva inclusão da assistência a

portadores de anomalias craniofaciais no SUS. Em 1993, foram criados

mecanismos de pagamento para correção de fissuras labiopalatais e realização

de implante dentário osseointegrado na tabela do Sistema de Informações

Hospitalares (SIH/SUS). No ano seguinte foram publicadas normas de

credenciamento de serviços para realização desses procedimentos.

Posteriormente, no contexto da adequação do processo de

descentralização a um arranjo racional do sistema e ao modelo de

financiamento adotado, foi criada a Rede de Referência no Tratamento de

Deformidades Craniofaciais (RRTDCF). A partir de 1999, a RRTDCF, além de

incorporar e ampliar o número de serviços já credenciados, passou a abranger

a área de implante coclear para tratamento de deficiência auditiva. Atualmente,

essa rede conta com 29 centros credenciados nas cinco regiões do país, para

tratamento de fissuras labiopalatais e/ou realização de implante dentário

osseointegrado e implante coclear.

FIGURA 2 - PERCENTUAL DE CENTROS ESTUDADOS QUE ATENDERAM

ANOMALIAS CRANIOFACIAIS SEGUNDO O TIPO.

%

Fonte: MONLLEÓ; SILVA-LOPES, 2006.

0

20

40

60

80

FissurasLabiopalatais

OutrasFissurasFaciais

OutrasAnomaliasCraniofaciais

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Na última década, houve importantes avanços na atenção a portadores

de anomalias craniofaciais no SUS, a primeira medida concreta de ampliação

do acesso e de ordenação da atenção à saúde de portadores desses defeitos

no Brasil.

3.2 – Histórico do REVIVA

O Centro de Tratamento de Anomalias Craniofaciais do Estado do Rio

de Janeiro – REVIVA foi inaugurado em 12 de março de 2004, em atendimento

aos dispositivos legais expostos pelas Portarias do Ministério da Saúde nº

3.409/GM, de 05 de agosto de 1998 e nº 1.943, de 18 de outubro de 2001,

que define a relação de doenças de notificação compulsória para todo o

território nacional.

Através do Decreto nº 38.341, de 29 de setembro de 2005, a

Excelentíssima Senhora Governadora do Estado do Rio de Janeiro, em

atendimento aos dispositivos legais supra citados, e considerando o

pronunciamento da Excelentíssima Senhora Promotora de Justiça FERNANDA

LOUISE DA SILVA, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de

Justiça da Infância e da Juventude, que declara que as lesões lábio palatais

são de alta complexidade e, portanto, o tratamento é financiado pelo Ministério

da Saúde com recursos do Fundo de Ações Estratégicas e de Compensação,

não onerando os tetos financeiros dos estados e municípios, instituiu o Centro

de Tratamento de Anomalias Craniofaciais do Estado do Rio de Janeiro –

REVIVA, assim como a sua estrutura básica, subordinado à Secretaria de

Estado de Saúde e Defesa Civil. De acordo com informações obtidas no ano de

2003, a estimativa de fissurados no nosso Estado era de 20.575. Deste

quantitativo, a demanda reprimida era de 14.403 e 634 pacientes foram

atendidos no Centrinho em Bauru/SP.

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Com quatro anos e quatro meses de funcionamento, o REVIVA já

realizou 37.785 atendimentos e 197 cirurgias. Os pacientes são provenientes

não só da região metropolitana, como também de outros Municípios, como

Petrópolis, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São

João de Meriti, e também de outros Estados da região sudeste, como Minas

Gerais, Espírito Santo, e da região nordeste, como Ceará e Paraíba, e da

região sul, como São Paulo. Registra-se também pacientes de outros Países,

como Portugal.

A responsabilidade do Estado em relação ao tratamento dessas

anomalias tornou-se significativa e de grande importância, já que o REVIVA é a

única Unidade de Saúde do Estado do Rio de Janeiro que trata não somente

crianças, mas também de adultos. Atualmente, o Ministério da Saúde, através

da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil - SESDEC, não faz qualquer

tipo de encaminhamento de paciente para o Centrinho, em Bauru para

receberem tratamento, sem antes serem avaliados pelos profissionais do

REVIVA, situação essa não só onerosa ao Estado, como também, causadora

de transtornos aos pacientes, pela distância e o tempo gasto para serem

tratados, agravados pela sua condição social, na sua grande maioria, de baixa

renda, bem como, o não atendimento à legislação editada pelo Ministério da

Saúde e normatizada pelo Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de

Estado de Saúde e Defesa Civil. O REVIVA tem como modelo de

funcionamento o HRAC (Centrinho) da Universidade Federal de São Paulo –

USP, situado em Bauru – SP, que é, atualmente, um centro de referência e

excelência, em toda a América Latina.

Os pacientes são atendidos no REVIVA por uma equipe multidisciplinar

composta por profissionais especializados em cirurgia plástica, odontologia,

bucomaxilofacial, fisioterapia, fonoaudiologia, serviço social, psicologia,

nutrição, clínica médica, pediatria e pedagogia.

• Cirurgia Plástica e Odontologia – O setor de Odontologia é uma área

fundamental, pois está ligada à Cirurgia Plástica. Para que o paciente esteja

apto a submeter-se à cirurgia é necessário que sua saúde bucal esteja perfeita.

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• Fisioterapia - Preocupa-se com a estética facial, reeducação respiratória

e postural, com objetivos de melhorar a qualidade de vida, reequilibrar o

sistema músculo esquelético e conscientização diafragmática, prevenção de

crises e higiene respiratória, tendo aumento da capacidade ventilatória e a

funcionalidade da musculatura.

• Fonoaudiologia – Avalia e trata os transtornos nas áreas da voz, fala,

linguagem, audição e motricidade oro-facial, através de exercícios específicos.

• Serviço Social – Assistência ao cidadão, orientação do paciente e

familiares dos seus direitos e todos os encaminhamentos necessários, além de

efetuar acompanhamento aos casos sociais detectados.

• Psicologia – Consiste no acompanhamento do paciente e sua família em

todas as etapas do tratamento, visando a tomada de decisões conscientes e

integradas a uma imagem total do paciente.

• Nutrição – Atua diretamente nas deficiências de macro e micro

nutrientes, recuperando o estado nutricional do paciente para melhor

reabilitação no pós-operatório.

• Clínica Médica e Pediatria – Avalia doenças prévias do paciente, solicitar

exames laboratórios e tratar patologias detectadas. Elaborar risco cirúrgico pré

e pós-óperatório.

• Pedagogia (Recreação Pedagógica) – Atua nas atividades de

entretenimento facilitando o processo de recuperação dos pacientes, tratando

de um espaço dinâmico e alegre, que busca relaxar a tensão do paciente em

tratamento e de quem o acompanha.

A capacitação dos profissionais é realizada periodicamente através da

participação em Seminários e Congressos, nacionais e internacionais,

realização de Encontros e Workshops internos e externos. Para isso, contamos

com as atividades desenvolvidas pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento,

que realiza diversas atividades culturais e científicas ao longo do ano. Os

conhecimentos adquiridos são aplicados em benefício da população com este

tipo de anomalia.

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Com área suficiente para ampliar e complementar as suas instalações

principalmente, com um Bloco Hospitalar (Enfermaria, UTI e demais

dependências), um Centro de Audiologia e atendimento nas especialidades de

otorrinolaringologia, neuropediatria e cardiologia, entre outras, o REVIVA

poderá se tornar um Centro de Excelência, segundo as regras estabelecidas

pelo Ministério da Saúde e atender a demanda cirúrgica, além de aumentar a

sua capacidade de atendimento, ampliando o tratamento considerado de alta

complexidade.

Em recente avaliação feita por essa Secretaria de Estado de Governo,

que vistoriou 33 unidades de saúde, o REVIVA foi considerado um dos cinco

melhores hospitais do Estado do Rio de Janeiro (Anexo I).

Com esforços conjuntos e buscando uma meta de excelência,

poderemos cumprir nossa missão de suprimir a demanda reprimida de cerca

de 20 mil casos em todo o Estado do Rio, garantindo o direito das pessoas

portadoras de anomalias craniofaciais de receberem tratamento especializado,

totalmente gratuito, proporcionando uma melhora na sua qualidade de vida e a

sua efetiva inclusão na sociedade.

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CAPÍTULO IV

PRÊMIO QUALIDADE RIO - PQRIO

4.1 – Histórico e objetivos

O Prêmio Qualidade Rio - PQRio foi lançado em 1999 pelo Governo do

Estado do Rio de Janeiro com um duplo desafio a superar. Primeiro, o de

contribuir para tornar o Estado do Rio de Janeiro reconhecido não apenas por

suas belezas naturais mas, também pelo seu potencial econômico, através da

modernização e capacitação tecnológica das suas organizações, e segundo, o

de promover mudanças capazes de levar o Rio de Janeiro a uma posição de

destaque no cenário nacional e internacional com relação à competitividade,

qualidade e produtividade. É um processo que visa à indução da melhoria do

desempenho organizacional das instituições públicas e privadas sediadas no

Estado do Rio de Janeiro, representando o reconhecimento às organizações

fluminenses que demonstraram esforços efetivos direcionados à excelência do

seu modelo de gestão. O prêmio é operacionalizado pela União Brasileira para

a Qualidade no Estado do Rio de Janeiro (UBQ - RJ), mediante a Convênio

com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e

Serviços.2

O PQRio consiste numa metodologia para diagnosticar o estágio atual

de desenvolvimento gerencial, permitindo estabelecer planos de melhoria

contínua do desempenho organizacional de acordo com os conceitos e

princípios da Gestão pela Qualidade Total. O sistema de avaliação adota como

base os Critérios de Excelência do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), com

itens que abordam de forma integrada e harmônica, os principais aspectos do

desempenho competitivo tais como: liderança da alta administração,

2 Dados retirados do site www.mbc.org.br. O Movimento Brasil Competitivo (MBC) é uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos ou econômicos e de interesse público.

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desempenho relativo aos clientes, gerenciamento de um sistema de

informações e de processos, desenvolvimento de recursos humanos e

otimização dos custos.2

CRITÉRIO 1 – LIDERANÇA. Este Critério examina o Sistema de liderança

da organização e o comprometimento pessoal dos membros da direção

no estabelecimento, disseminação e atualização de valores e princípios

organizacionais que promovam a cultura da excelência, considerando as

necessidades de todas as partes interessadas. Também examina como é

analisado o desempenho da organização e como são implementadas as

práticas voltadas para assegurar a consolidação do aprendizado

organizacional.

CRITÉRIO 2 – ESTRATÉGIAS E PLANOS. Este Critério examina o processo

de formulação das estratégias, enfatizando a análise do mercado de atuação e

do macroambiente. Também examina o processo de implementação das

estratégias, incluindo a definição de indicadores, o desdobramento das metas e

planos para as áreas da organização e o acompanhamento dos ambientes

internos e externos.

CRITÉRIO 3 – CLIENTES. Este Critério examina como a organização

segmenta o mercado e como identifica e trata as necessidades e expectativas

dos clientes e dos mercados; divulga seus produtos e marcas; e estreita seu

relacionamento com os clientes. Também examina como a organização avalia

a satisfação e insatisfação dos clientes.

CRITÉRIO 4 – SOCIEDADE. Este Critério examina como a organização

contribui para o desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma

sustentável; e como interage com a sociedade de ética e transparente.

CRITÉRIO 5 – INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO. Este Critério examina a

gestão e a utilização das informações da organização e das informações

comparativas pertinentes, bem como a gestão dos ativos intangíveis geradores

de diferenciais.

CRITÉRIO 6 – PESSOAS. Este Critério examina como são proporcionadas as

condições necessárias para o desenvolvimento e utilização plena do potencial

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das pessoas que compõe a força de trabalho, em consonância com as

estratégias organizacionais. Também examina a capacitação e o

desenvolvimento, bem como os esforços para criar e manter um ambiente de

trabalho e um clima organizacional que conduzam à excelência do

desempenho, à plena participação e ao crescimento das pessoas.

CRITÉRIO 7 – PROCESSOS. Este Critério examina como a organização

identifica, gerencia, analisa e melhora os processos principais do negócio e os

processos de apoio. Também examina como a organização gerencia o

processo de relacionamento com o os fornecedores e conduz a gestão dos

processos econômico-finaceiros, visando à sustentabilidade econômica do

negócio.

CRITÉRIO 8 – RESULTADOS. Este Critério os resultados relevantes da

organização, abrangendo os aspectos econômico-financeiros e os relativos aos

clientes e mercados, sociedade, pessoas, processos principais do negócios e

de apoio, bem como os relativos ao relacionamento com fornecedores.

Em meados dos anos 80, diante da necessidade de se melhorar a

qualidade dos produtos e de se aumentar a produtividade das empresas

americanas, um grupo de especialistas analisou uma série de organizações

bem sucedidas, consideradas até então como “ilhas de excelência”, em busca

de características comuns que as diferenciassem das demais. 3

Estas características foram por eles identificadas e eram compostas por

valores organizacionais que podiam ser facilmente percebidos como parte da

cultura das organizações, sendo praticados pelas pessoas que as compunham,

desde os líderes de maiores níveis de responsabilidade até os empregados dos

escalões inferiores. 3

Naquela ocasião, os valores identificados nas organizações de sucesso

foram considerados como os fundamentos para a formação de uma cultura de

gestão voltada para resultados e deram origem aos critérios de avaliação e à

estrutura sistêmica do Malcolm Baldrige National Quality Award – MBNQA, em

3 Dados retirados do site www.ubq-rj.com.br/pqr/, dedicado ao Prêmio Qualidade Rio.

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1987. O Modelo de Excelência do Prêmio Nacional da Qualidade - PNQ foi

desenvolvido, desde a sua origem em 1991, alicerçado naquele mesmo

conjunto de fundamentos. Por meio de um processo de aprendizado

sistemático, à medida que novos valores de gestão de organizações excelentes

são desenvolvidos e identificados, a FPNQ atualiza os fundamentos da

excelência. 3

Os modelos de avaliação do PQRio também utilizam os mesmos

fundamentos do PNQ os quais estão descritos a seguir:

01 - Liderança e constância de propósitos

02 - Visão de futuro

03 - Foco no cliente e no mercado

04 - Responsabilidade social e ética

05 - Decisões baseadas em fatos

06 - Valorização das pessoas

07 - Abordagem por processos

08 - Foco nos resultados

09 – Inovação

10 – Agilidade

11 - Aprendizado organizacional

12 - Visão sistêmica

Os benefícios recebidos pelas Organizações são:

• Contribuir para a melhoria da competitividade e para o desenvolvimento

da Organização, da Região, do Estado e do País;

• Participar de uma ação cooperativa geradora de grande troca de

experiências entre as Organizações;

• Participar das atividades do Programa Qualidade Rio;

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• Receber informações do Programa Qualidade Rio e do Prêmio

Qualidade Rio;

• Dispor de instrumentos que possibilitem obter diagnósticos do sistema

gerencial da organização (auto-avaliação e avaliação externa);

• Receber Relatório de Avaliação (RA) a custos reduzidos, elaborado pela

Banca de Avaliadores do PQRio, de forma a subsidiar a elaboração do

Plano de Melhoria da gestão da Organização;

• Ser reconhecida pelos esforços de implantação de melhores práticas de

gestão da Organização, pelo Prêmio Qualidade Rio;

• Possibilitar o fortalecimento da imagem institucional da Organização, em

função do reconhecimento pelo Prêmio Qualidade Rio – PQRio;

• Treinar seus colaboradores como avaliadores, colocando-os em contato

com outras organizações.

Após o levantamento de todos esses critérios é feito um relatório de

avaliação, onde é concebida uma sistemática de avaliação, cujo propósito é

conduzir as organizações avaliadas para a excelência em seus serviços.

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CONCLUSÃO

A qualidade de vida tanto no interior da empresa quanto fora dos limites

da mesma estão intimamente ligadas e é, por assim dizer, impossível a um

colaborador de uma organização ser incentivado por pseudoconquistas sociais,

ao mesmo tempo em que sofre os efeitos tanto fisiológicos quanto os

psicológicos do ambiente de trabalho e da organização do trabalho,

respectivamente. O significado do termo qualidade de vida é vago, leva a

concepções subjetivas conflitantes, devido a vida humana ser complexa, e, ao

potencial das pessoas para se auto-realizarem, ser variável, perspectivas,

níveis de vida, oportunidades.

O trabalho para ser enriquecedor, deve atender ao máximo de

necessidades humanas, entre elas, a de promover a auto-estima, pois, a falta

de auto-estima impede que as pessoas se comuniquem bem e utilizem todo

seu potencial criativo. Assim, essa pesquisa teve a finalidade de abrir caminhos

para trabalhos futuros que pesquisem novas formas de aumento da

produtividade e eficiência na Gestão da Qualidade na área da saúde.

Portanto, há de se desenvolver metodologias que otimizem o potencial

humano nas empresas para a melhoria da qualidade, pois a adoção de

adequadas práticas de gestão da qualidade, normalização, metrologia e

avaliação da conformidade, representam um diferencial na economia

globalizada e, portanto, de fundamental importância para alavancar a

produtividade e a competitividade.

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ANEXO

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Jornal O Dia – Saúde – Rio, 19 de dezembro de 2007.

Avaliação da Rede Pública - Saúde do Estado em Crise

ÍNDICE

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RESUMO

4

METODOLOGIA

5

SUMÁRIO

6

INTRODUÇÃO

7

CAPÍTULO I - QUALIDADE

9

1.1 – Aspectos Históricos

1.1.1 – O Taylorismo

1.1.2 – Conceito e definições da Administração da Qualidade

1.1.3 – A evolução do conceito de Qualidade

9

10

12

15

CAPÍTULO II - QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO COMO FATOR PREPONDERANTE NA QUALIDADE TOTAL NAS ORGANIZAÇÕES 2.1 – Conceito de Qualidade de Vida

2.1.1- Modelos de QVT

2.2 – Reflexo na produtividade das pessoas 2.3 – Reflexo no bloqueio a produtividade 2.4 – Reflexo nas relações familiares CAPÍTULO III - CENTRO DE TRATAMENTO DE ANOMALIAS CRANIOFACIAIS – REVIVA 3.1 - Considerações Gerais sobre anomalias

craniofaciais 3.2 – Histórico do REVIVA

20

20

23

25

26

28

30

30

34

CAPÍTULO IV - PRÊMIO QUALIDADE RIO – PQRIO 4.1 – Histórico e objetivos

38

38

CONCLUSÃO

43

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BIBLIOGRAFIA

44

ANEXO

47

ÍNDICE 48

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – Projeto a Vez do

Mestre

Título da Monografia: Critérios de Excelência do PQRio: Um Fator Chave

para a Gestão da Qualidade no Serviço de Saúde

Autor: Simone Maria Braz Lessa

Data da entrega: 23 de setembro de 2008.

Avaliado por: Conceito: